gaaires [isabel duarte et al] 2007_estudo de avaliação e acompanhamento da implementação da...
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NDICE
SUMRIO EXECUTIVO ............................................................................................. iv
APRESENTAO ...................................................................................................... 1
SECO I .............................................................................................. 3
1. REA DE PROJECTO - Orientaes e medidas de apoio............................. 6
1.1. As Orientaes ................................................................................................. 61.2. A formao de professores ............................................................................. 10
2. REA DE PROJECTO Estratgias de organizao ....................................... 112.1. Seleco dos professores ............................................................................... 122.2. Estruturas de coordenao ............................................................................. 12
3. REA PROJECTO-Operacionalizao: temas, condies, desenvolvimento 153.1. Condies e recursos ..................................................................................... 153.2. Temas, produtos e o seu processo de escolha .............................................. 173.3. Interveno do professor no desenvolvimento do projecto ............................. 19
3.4. Interveno de outros professores ................................................................. 213.5. Utilizao das TIC ........................................................................................... 213.6. Estabelecimento de parcerias ......................................................................... 22
4. REA DE PROJECTO Avaliao das aprendizagens .................................... 23
5. REA DE PROJECTO Consideraes sobre os efeitos da insero da APno currculo e na organizao das escolas .......................................................... 27
SECO II ............................................................................................ 301.CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES-Apresentao da Oferta 33
1.1. A dupla assimetria da oferta ........................................................................... 331.2. Dos cursos tecnolgicos aos cursos profissionais: mutaes na estrutura daoferta profissionalmente qualificante das escolas visitadas ................................... 351.3. O posicionamento das escolas visitadas no contexto da evoluo da oferta anvel nacional ......................................................................................................... 37
2. CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES Discursos sobre aconstruo da oferta educativa e formativa nas escolas .................................... 42
2.1. Anlise documental ........................................................................................ 442.2. Processo de definio da oferta educativa e formativa .................................. 46
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2.3. Gesto do pessoal docente ............................................................................ 502.4. Gesto do pessoal no docente e recursos materiais, fsicos e financeiros ... 552.5. Objectivos para as ofertas profissionalmente qualificantes ............................ 56
3. CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES rea Tecnolgica
Integrada e Provas de Aptido ........................................................................... 593.1. O Projecto Tecnolgico ................................................................................... 603.2. Socializao na vida profissional .................................................................... 613.3. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade ................................................... 633.4. Desenvolvimento de competncias de trabalho em equipa ............................ 633.5. A relao do Projecto com a Prova de Aptido Tecnolgica .......................... 643.6. Notas finais sobre a rea Tecnolgica Integrada ........................................... 66
4. CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES Implementao daFormao em Contexto de Trabalho ..................................................................... 68
4.1. Modos de concretizao da formao em contexto de trabalho ..................... 68
4.2. O sucesso da FCT .......................................................................................... 754.3. Indcios de sucesso dos estgios nas escolas visitadas................................. 774.4. Factores promotores do sucesso .................................................................... 794.5. Factores de Sucesso dos Estgios nas Escolas Visitadas ............................. 794.6. Balano da Experincia .................................................................................. 82
SECO III .......................................................................................... 84
Recomendaes ...................................................................................................... 84
I REA DE PROJECTO ...................................................................................... 85II CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES .................................... 86III EXAMES NACIONAIS .................................................................................... 94IV ACOMPANHAMENTO e MONITORIZAO NA EDUCAO .................... 101
NOTA METODOLGICA ........................................................................................ 103
ANEXO ................................................................................................................... 108
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 114
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AGRADECIMENTO
Neste final de um caminho percorrido, nem sempre como previsto, mas sempre
com a mesma determinao face importncia que o nvel secundrio de
educao tem para a sociedade portuguesa em geral e para os jovens em
particular, devido um agradecimento a todos os interlocutores envolvidos neste
trabalho de avaliao. Ele s foi possvel com o envolvimento de largas dezenas
de pessoas que ofereceram os seus inestimveis contributos para a sua
concretizao.
Agradece-se, antes de mais e principalmente, a todos os interlocutores das
dezasseis escolas envolvidas: alunos, pais, professores, tcnicos e agentes do
meio. Agradece-se, sobretudo, a forma profissional, motivada e paciente com
que responderam s muitas e variadas solicitaes colocadas pela equipa de
avaliao.
Um agradecimento tambm devido a todos os peritos e a todos os tcnicos e
decisores de organismos centrais e regionais do Ministrio da Educao
contactados que, com uma agenda sempre preenchida, encontraram em todas as
situaes disponibilidade para responder s nossas solicitaes.
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SUMRIO EXECUTIVO
Este documento sistematiza a informao recolhida nas visitas, efectuadas entre Abril e
Maio de 2007, s 16 escolas envolvidas no estudo que tem vindo a ser realizado pelo
Grupo de Avaliao e Acompanhamento da Implementao da Reforma do Ensino
Secundrio (GAAIRES). Sistematiza tambm a informao recolhida em entrevistas a
decisores polticos e a peritos em educao. Estrutura-se em trs partes, que
correspondem s reas temticas sobre as quais incidiu o processo de avaliao nesta
fase: rea de Projecto (AP), Cursos Profissionalmente Qualificantes (CPQ) e
Recomendaes, sendo que, nesta ltima seco, se inclui um captulo sobre os Exames
Nacionais (EN).
A partir da abordagem realizada junto das escolas ao processo de implementao e
operacionalizao da AP dos cursos cientfico-humansticos, por um lado, e da reaTecnolgica Integrada (ATI) dos cursos tecnolgicos, por outro, e apesar de se
encontrarem ambas as reas curriculares no seu primeiro ano de funcionamento, foi
possvel elencar um conjunto de desafios e orientaes que alimentaram as
recomendaes apresentadas no final deste relatrio.
REA DE PROJECTO
1. Entre as medidas de apoio criadas pelo Ministrio da Educao (ME), o documento
Orientaes rea Projecto dos Cursos Cientfico-Humansticos e Projecto
Tecnolgico dos Cursos Tecnolgicos foi um instrumento de suporte ao
desenvolvimento da rea de Projecto bem sucedido, especialmente no que diz
respeito definio do objecto, das metodologias e das aprendizagens esperadas.
No entanto, o documento considerado, pelos seus utilizadores, vago e parco
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quanto s orientaes sobre procedimentos para avaliao e classificao das
aprendizagens.
2. A formao de professores oferecida pela Direco-Geral de Inovao e de
Desenvolvimento Curricular (DGIDC)/ME, no mbito das medidas de apoio acima
referidas, independentemente da sua qualidade, teve uma abrangncia limitada, o
que ter comprometido os seus objectivos: o momento em que ocorreu sobreps-se
s actividades lectivas, concorrendo para a adeso de um nmero restrito de
professores.
3. No contexto das escolas, foram desenvolvidas estratgias organizacionais e/ou
individuais para responder s dificuldades com que os professores se confrontaram
na implementao desta rea curricular. As respostas de natureza mais individual
surgem especialmente em escolas em que apenas 1 ou 2 professores soresponsveis pela AP e em que no existe uma estrutura formal de coordenao da
mesma. Estas respostas assentam, principalmente, na mobilizao das redes de
contactos pessoais dos professores e visam tomar contacto com abordagens AP
desenvolvidas por outros professores da mesma ou de outras escolas. As respostas
que passam pela constituio de grupos, formais ou informais, de apoio
implementao da AP tm lugar em escolas maiores, onde um nmero mais
alargado de professores de AP o permite. Nestes casos, as estratgias passam
fundamentalmente pela constituio de estruturas pedaggicas de coordenao daAP.
4. A carncia de recursos materiais e financeiros de suporte s actividades no mbito
da AP foi sentida por professores, alunos e Presidentes de Conselho Executivo
PCE) como um bice ao desenvolvimento de projectos.
5. A maioria dos projectos desenvolveu temas relacionados com a natureza dos
cursos, o que se constitui como um saldo positivo.
6. A actividade dos professores de AP centrou-se na orientao dos alunos e na
monitorizao dos projectos. A interveno de outros professores no directamente
responsveis pela AP pontual e, quando acontece, no decorre de uma estratgia
de conselho de turma mas sim de solicitaes localizadas e individuais.
7. A avaliao das aprendizagens foi identificada pelos entrevistados como o domnio
gerador de maiores inseguranas. A AP, pela natureza do seu objecto e da sua
metodologia de trabalho, exige o recurso a tcnicas e instrumentos de avaliao
diversificados, preconizados como essenciais para a avaliao dos saberescurriculares e para a integrao da avaliao nas oportunidades de aprendizagem.
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Tal exigncia, apesar das dificuldades mencionadas, parece fazer da AP um
espao privilegiado para a experimentao e desenvolvimento daquelas prticas.
8. As principais aprendizagens proporcionadas pela AP e percepcionadas enquanto tal
por vrios professores, alunos e PCE em diversas escolas, so de natureza
transversal - gesto da informao, planeamento do trabalho de projecto, trabalho
em equipa e capacidade para enfrentar problemas. As aprendizagens de domnio
especfico traduziram-se em ganhos de diversos nveis, em funo de experincias
mais ou menos positivas de AP vividas pelos alunos.
CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES
Oferta
A oferta nas 16 escolas acompanhadas seguiu, no geral, as tendncias verificadas, de
acordo com os dados do Gabinete de Estatstica e Planeamento da Educao (GEPE), nas
escolas do continente. H um crescimento do nmero de alunos inscritos no ensino
secundrio, bem como da oferta de cursos profissionalmente qualificantes.
1. Nestas escolas aumentou a oferta de cursos profissionalmente qualificantes, mas o
peso dos alunos dos cursos cientfico-humansticos ainda largamente maioritrio.
2. Os dados relativos aos dois ltimos anos lectivos permitem a identificao de um
processo de rpida substituio dos cursos tecnolgicos pelos cursos profissionais
como esteio da oferta profissionalmente qualificante das escolas.
Definio da Oferta
3. No final do primeiro ano de alargamento de outras ofertas profissionalmentequalificantes generalidade das escolas, verifica-se que estas tenderam a
apropriar-se daquelas com o objectivo fundamental de prevenir o abandono escolar
e de combater o insucesso escolar. Sintomtico desta interpretao restrita de
objectivos o facto de surgirem de modo pouco discriminado, nas representaes
dos interlocutores, as diferenas entre as vrias ofertas: cursos tecnolgicos, cursos
profissionais e cursos de educao e formao (CEF).
4. No processo de definio da oferta educativa e formativa, as escolas consideraram
como critrios mais relevantes: (1) o quadro docente da escola; (2) os recursos
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materiais e fsicos; e (3) a tradio de oferta da escola. O processo referido
mantm assim uma lgica essencialmente interna. Estes critrios foram, no entanto,
conjugados com as dinmicas de definio das redes locais e regionais da oferta,
no mbito das quais as Direces Regionais de Educao (DRE) assumiram um
papel de presso no sentido da abertura de cursos profissionais.
5. Para a abertura de turmas em cursos profissionais e CEF, as escolas
desenvolveram duas estratgias principais: (1) implementao na escola de CEF ao
nvel do ensino bsico, cujos alunos teriam como sequncia normal a integrao
num curso profissional ou num CEF de tipo 5; (2) identificao e contacto com
alunos com um percurso escolar marcado pelo insucesso ou pelo abandono, de
modo a integr-los em CEF de tipos 5 ou 6.
6. O impacto que o alargamento da oferta das vias profissionalizantes teve no corpodocente das escolas assumiu duas configuraes distintas:
a. por um lado, constituiu uma soluo para a escassez de componente lectiva
de alguns grupos de docncia, o que foi recebido por alguns docentes, mais
como uma imposio do que como um desafio;
b. por outro, constituiu uma oportunidade para alguns docentes partilharem
competncias e capitais que j detinham e que puderam mobilizar para a
organizao de cursos profissionalmente qualificantes, contribuindo aomesmo tempo para a continuidade da oferta deste tipo de formaes e
combatendo a escassez de componente lectiva nos seus departamentos
curriculares.
Como a amplitude do tipo de ofertas que possvel garantir em larga medida
condicionada pela configurao do corpo docente de cada escola, sendo este
constitudo, na sua quase totalidade, por professores do quadro, as escolas no
podem justificar a contratao de outros docentes para diversificar as ofertas, sem
garantirem a atribuio de componente lectiva para a totalidade dos docentes.
7. As limitaes ao nvel dos recursos materiais, fsicos, financeiros e do pessoal no
docente no foram referidas pelos interlocutores como impeditivas para a
implementao da oferta planeada pelas escolas. Esta situao deriva,
principalmente, do facto de a oferta ter sido definida em grande medida pelos
recursos materiais e fsicos existentes nas escolas. Se por um lado, esta situao
tende a tornar o processo circular, ela traduz tambm uma preocupao com a
rentabilizao dos recursos existentes.
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rea Tecnolgica Integrada (ATI)
8. Os documentos de enquadramento do Projecto Tecnolgico (PT) atribuem a esta
rea curricular objectivos muitas vezes pouco claros e de coerncia reduzida entre
si.
9. Estes mesmos documentos de enquadramento em particular as Orientaes para
a rea de Projecto / Projecto Tecnolgico (DGIDC 2006b) induziram uma
excessiva colagem AP dos cursos cientfico-humansticos e ignoraram elementos
especficos do PT, que lhe conferiam sentido e justificavam um tratamento
diferenciado a montante, a contiguidade com uma disciplina de especificao e, a
jusante, uma experincia em contexto de trabalho real.
10. Apenas algumas escolas conseguiram articular o PT com o estgio e potenciar a
familiarizao com a realidade do mercado trabalho inerente a esta componente da
ATI. Pelo contrrio, foram frequentes as situaes em que o projecto foi
desenvolvido com reduzida ou nula considerao da informao, dos problemas e
da experincia do estgio.
11. Ainda mais reduzido foi o nmero de casos em que ocorreram prticas
interdisciplinares significativas, sendo generalizada a assumpo quase exclusiva,
pelo professor responsvel pela ATI, do desenvolvimento e acompanhamento dos
projectos.12. O objectivo da promoo das competncias de trabalho em equipa no mbito do PT
revela-se problemtico face a um horizonte imediato, que constitudo por
experincias de cariz individual: o estgio e, sobretudo, a Prova de Aptido
Tecnolgica (PAT). Em muitos dos casos em que aquele objectivo foi tido em conta,
acabou perversamente por contribuir para um dos problemas da operacionalizao
da ATI: a sobrecarga dos alunos destes cursos com a elaborao em simultneo de
produtos mais ou menos autnomos, sem ganhos visveis do ponto de vista da
formao.
13. O objectivo do PT que melhor foi concretizado no terreno foi a preparao para a
PAT, ao conferir aos alunos nos casos em que constituiu a base, ou mesmo o
conjunto do produto a defender na PAT competncias por eles julgadas como
relevantes para um bom desempenho nesta prova.
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Estgios
14. Os estgios revelaram-se, no geral, uma experincia bem sucedida, recolhendo
apreciaes muito positivas, principalmente, por parte de alunos e das entidades
que os acolheram. Os seus objectivos substantivos, definidos legalmente,
apresentaram um grau de concretizao coerente com a fase de implementao,
tendo contribudo para a aquisio de competncias profissionais, por parte do
aluno, de forma a: (1) facilitar a sua integrao no mercado de trabalho e (2)
promover a abertura das escolas s actividades econmicas, sociais e culturais.
15. As escolas revelaram maleabilidade na organizao temporal dos estgios,
adaptando-se s necessidades de contexto, aos condicionalismos das empresas ou
aos casos especficos de alunos. A este respeito, o modelo dos cursos profissionais
considerado ainda mais adequado do que o dos cursos tecnolgicos, por permitira realizao de estgios ao longo dos trs anos do percurso formativo alargando,
assim, os perodos disponveis para a realizao de estgios.
16. No deixaram de ser referidos pelos responsveis das escolas alguns obstculos
execuo dos estgios, relacionados, em especial, com a identificao de locais
para a sua concretizao: um nmero insuficiente de entidades disponveis para
receber todos os alunos candidatos a estgio foi um dos aspectos mais
frequentemente sublinhados A inexistncia de contrapartidas para as entidades
acolhedoras, ou de apoios directos aos alunos mais carenciados para a realizao
do estgio, nomeadamente para alimentao e transporte, no facilitou este
processo.
17. A concepo e organizao dos estgios revelaram-se ainda pouco estruturadas,
demasiado confinadas aos professores responsveis e aos seus contactos
pessoais, s ocasionalmente sustentadas numa poltica institucional de promoo
da ligao das escolas ao mercado de trabalho.
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APRESENTAO
O relatrio que agora se apresenta d conta do trabalho desenvolvido, entre Maro e
Dezembro de 2007, pelo Grupo de Avaliao e Acompanhamento da Implementao da
Reforma do Ensino Secundrio (GAAIRES), no mbito do protocolo assinado entre o
ISCTE, o PRODEP e o Gabinete de Gesto Financeira do Ministrio da Educao.
Os resultados aqui apresentados decorrem do tratamento e da anlise da informao
recolhida: (1) na segunda ronda de visitas, realizadas nos meses de Abril e Maio, s
dezasseis escolas envolvidas no processo de avaliao em curso e (2) nas entrevistas a
decisores polticos e a peritos em currculo e em avaliao.
O relatrio apresenta trs produtos, que correspondem s reas sobre as quais incidiu oprocesso de avaliao nesta fase: rea de Projecto (AP) dos cursos cientfico-
humansticos, Cursos Profissionalmente Qualificantes (CPQ) e Recomendaes, onde se
inclui um captulo sobre Exames Nacionais.
SECO I REA DE PROJECTO
1. Orientaes e medidas de apoio
Anlise das medidas de apoio concebidas pelo ME implementao da AP,
designadamente orientaes e formao de professores;
2. Estratgias de organizao e gesto
Anlise das formas encontradas pelas escolas para responderem ao desafio colocado
pela implementao desta rea curricular, no mbito das dinmicas de liderana e dos
rgos de gesto intermdia;
3. Operacionalizao temas, condies e desenvolvimentoAnlise das potencialidades e dos constrangimentos manifestados pelas escolas no
que se refere s condies e recursos, escolha dos temas, interveno dos
professores, utilizao das tecnologias de informao e comunicao (TIC) e
estabelecimento de parcerias;
4. Avaliao das aprendizagens
Anlise dos posicionamentos dos vrios interlocutores, nomeadamente professores e
alunos, face aos desafios colocados pela AP no que concerne avaliao dasaprendizagens;
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5. Consideraes sobre os efeitos da insero da AP no currculo e na organizao
das escolas
SECO II CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES
1. Caracterizao da oferta
Contextualizao da oferta profissionalmente qualificante das escolas consideradas no
estudo, no quadro da evoluo deste tipo de oferta a nvel nacional;
2. Discursos sobre a construo da oferta educativa e formativa nas escolas
Anlise dos objectivos e da identidade atribudos aos cursos profissionalmente
qualificantes a partir da legislao e dos documentos orientadores da Reforma do
Ensino Secundrio (RES) e das ofertas de educao e formao, bem como do
posicionamento dos vrios interlocutores junto das escolas. Procurou-se identificar
situaes de coerncia, complementaridade e/ou sobreposio entre as diferentes
ofertas;
3. rea Tecnolgica Integrada e Provas de Aptido
Balano da experincia de implementao da rea tecnolgica integrada do 12 Ano
dos cursos tecnolgicos a partir dos relatos dos vrios actores envolvidos,
nomeadamente professores, alunos e monitores de estgio. Foi dedicada particularateno operacionalizao do projecto tecnolgico;
4. Implementao da Formao em Contexto de Trabalho
Balano da experincia de implementao da formao em contexto de trabalho, no
mbito, fundamentalmente, dos estgios. Procurou-se sinalizar oportunidades e
dificuldades resultantes do enquadramento legal e das orientaes dos servios
centrais do ministrio, das prticas das escolas e dos contextos onde so
desenvolvidos os estgios, bem como solues e estratgias delineadas pelas escolaspara a resposta a estes desafios.
SECO III RECOMENDAES
1. rea de Projecto
2.Cursos profissionalmente qualificantes
3. Exames nacionais 4.Acompanhamento do nvel secundrio de educao
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SECO I
REA DE PROJECTO
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REA DE PROJECTO
A rea de Projecto (AP), conforme foi definida no mbito da Reforma do EnsinoSecundrio (RES), concretizou-se pela primeira vez no ano lectivo de 2006/2007. Esta
uma rea curricular nova no que diz respeito ao seu peso na matriz curricular. Os
objectivos que pretende alcanar e as abordagens que prope decorrem do paradigma
educacional em que assenta a histria recente do sistema educativo portugus e foram
objecto de experincias com carcter semelhante. A rea Escola, ainda que com um
estatuto curricular e impacto diferentes da AP no lhe foi atribuda carga horria semanal
e no tinha implicaes na concluso do ensino secundrio foi um ensaio da criao de
um espao de confluncia e integrao de saberes tal como a AP.A proposta de uma rea curricular no disciplinar para o ensino secundrio comeou a ser
concebida aquando da Reviso Participada do Currculo, em que intervieram os mais
diversificados parceiros da educao. Ainda que no tenham sido definidos nesse perodo
de auscultao os contornos especficos de operacionalizao da AP, a sua finalidade e
papel no currculo do ensino secundrio foram discutidos e reconhecidos no meio da
educao. A AP iniciou-se, assim, num cenrio em que j era expectvel a sua introduo
na matriz curricular do ensino secundrio e em que os seus objectivos eram familiares aos
actores educativos.
No entanto, a introduo da AP no deixa de ser uma mudana planeada e de deciso
externa escola, o que a define como uma inovao1. Ela surge como uma proposta do
Ministrio da Educao (ME) para melhorar, neste caso, o currculo, a quem cabe criar as
condies desejveis para o sucesso da sua introduo. O papel do ME, fundamental na
fase inicial desta mudana, passa por, entre outras condies, garantir que:
- A abordagem mudana pretendida seja clara e bem estruturada;
- Os agentes dessa mudana compreendam o sentido da inovao;
- Os agentes de mudana tenham, antes do seu incio, uma preparao especfica.
Nas fases posteriores da mudana a implementao e a institucionalizao o seu papel
ainda muito significativo como factor de sucesso. Na fase de implementao desejvel
que mantenha o apoio, transfira responsabilidades para as escolas e controle a execuo
da AP; na fase de institucionalizao, a aco fundamental de quem introduziu a mudana
1Hopkins et al. (1994) definem quatro tipos de mudanas: a mudana Intencional e a Inovao ambas so mudanasplaneadas, sendo a primeira de origem interna e a segunda de origem externa -; o Desenvolvimento e crescimento pessoale amudana Ambiental, so de natureza incremental, o primeiro interno e o segundo externo.
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garantir que esta seja absorvida pelas estruturas de gesto organizacional e pedaggica
das escolas.
Foi tendo em considerao este enquadramento terico, bem como o contexto em que a AP
surge no sistema educativo portugus, que o GAAIRES avaliou a sua introduo no
currculo do ensino secundrio. A apresentao de resultados concentra-se em cinco
temticas:
Orientaes e medidas de apoio
Estratgias de organizao e gesto
Operacionalizao temas, condies e desenvolvimento
Avaliao das aprendizagens
Consideraes sobre os efeitos da insero da AP no currculo e na
organizao das escolas
Para cada uma das dimenses de desenvolvimento da AP apreciadas nesta avaliao
sero considerados como referentes o Decreto-Lei n 74/2004, de 26 de Maro, e o
documento Orientaes rea Projecto dos Cursos Cientfico-Humansticos e Projecto
Tecnolgico dos Cursos Tecnolgicos (2006 b). O corpus da avaliao ser, portanto,
comparado com os mesmos, do que resultaro os juzos sobre conformidade, eficincia e
eficcia que o GAAIRES se props formular.
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1. REA DE PROJECTO - Orientaes e medidas de apoio
A introduo da AP no ensino secundrio foi acompanhada pela divulgao de um
documento - Orientaes rea Projecto dos Cursos Cientfico-Humansticos e Projecto
Tecnolgico dos Cursos Tecnolgicos e por aces de formao para professores
promovidas pela Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular
(DGIDC)/ME. Estas medidas de apoio ao lanamento da AP foram iniciadas no final do ano
escolar de 2005/2006, com a disponibilizao do documento no site da DGIDC, e
prolongadas at ao incio do ano lectivo seguinte, com a realizao das aces de
formao.
1.1. As Orientaes
A anlise do documento acima mencionado2, que daqui em diante ser referido apenas por
Orientaes, evidencia a sua utilidade mltipla:
- um instrumento de definio e caracterizao da AP, pois reitera o lugar da AP na
educao dos jovens do ensino secundrio e consagra as finalidades previstas para a
mesma pela RES;
- , simultaneamente, um instrumento pedaggico de apoio operacionalizao da AP,
pois apresenta orientaes sobre a construo das oportunidades de aprendizagem e
sobre os procedimentos de monitorizao e avaliao das aprendizagens;
- , ainda, um instrumento de organizao e avaliao da prpria AP, pois contm os
referentes desejveis para a sua concretizao.
As Orientaes so um documento coerente. Evidenciam uma viso de ensino e
aprendizagem consistente com a que proposta pela RES; revelam uma viso deimplementao do currculo que assenta na competncia e experincia dos professores
para arquitectarem as oportunidades de aprendizagem e para escolherem os seus prprios
instrumentos de monitorizao e avaliao.
A sua estrutura analtica consentnea com a explicitao pormenorizada de objectivos,
competncias e procedimentos e, ainda que longa, esta estrutura potencia a clareza da
informao.
2Este documento, tambm objecto de anlise na seco Oferta Profissionalmente Qualificante, enquanto enquadrador doProjecto Tecnolgico dos cursos tecnolgicos, ser objectivado, nesta seco, exclusivamente enquanto enquadrador da reade Projecto dos cursos cientfico-humansticos.
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O documento Orientaes, em suporte digital, foi enviado pela DGIDC/ME via correio
electrnico institucional aos rgos de gesto das escolas e disponibilizado generalidade
do pblico interessado na pgina da DGIDC na Internet.
Todos os envolvidos na educao de nvel secundrio foram tidos como destinatrios desta
informao, mas os seus leitores privilegiados foram os professores a quem foi atribuda a
leccionao da AP e os Conselhos Executivos e Pedaggicos. Os primeiros estudaram-nas
e utilizaram-nas a um nvel instrucional3 preparao de aulas e de instrumentos de
avaliao - ou grupal - coordenao de actividades e concertao de prticas. Os
segundos, quando as utilizaram, fizeram-no a um nvel institucional deciso acerca da
distribuio de servio docente, no caso dos Conselhos Executivos (CE). Os Conselhos
Pedaggicos (CP), quando intervieram, fizeram-no fundamentalmente na aprovao formalde critrios de classificao.
A maior parte dos alunos entrevistados tomou conhecimento da AP quando iniciou o ano
lectivo: alguns sabiam que iriam ter AP, outros tomaram conhecimento da situao apenas
quando se confrontaram com os seus horrios. Os pormenores sobre as finalidades, a
metodologia de trabalho, os produtos e os procedimentos de avaliao na AP foram-lhes
transmitidos pelos professores responsveis por essa rea, que partilharam com eles
excertos das Orientaes (Cf. Quadro 1) e tambm algumas inquietaes, quer pela sua
novidade, nalguns casos, quer pelo seu nvel de exigncia, noutros.
Apesar de o documento orientador ter sido divulgado apenas em Agosto de 2006, a maior
parte dos destinatrios considerou que a informao tinha chegado atempadamente.
Contudo, a opinio acerca do aprofundamento e especificao da informao varia entre
os professores, especialmente, no que respeita avaliao das aprendizagens. Estes
salientaram um dfice de especificao acerca dos procedimentos de avaliao e dos
padres de exigncia como bice a uma avaliao mais objectiva e justa. A falta de
exemplos que viabilizassem a avaliao das aprendizagens de acordo com ascaractersticas defendidas nas Orientaes tida como uma lacuna do documento (Cf.
Quadro 1).
Relativamente ao dfice de especificao acerca dos procedimentos de avaliao das
aprendizagens referido pelos professores nesta avaliao, ter de se considerar o
posicionamento das duas partes envolvidas, num contnuo onde se mede o grau de
3Roldo (1998) define trs nveis de deciso curricular: o instrucional relativo construo das situaes de aprendizagempelos professores; o grupal relativo ao trabalho dos grupos de docentes, seja estes de natureza disciplinar ou funcional; e onvel institucional relativo aos rgos de deciso de topo.
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normatividade das orientaes curriculares: o dos professores, cuja cultura profissional
impele a uma procura de materiais reproduzveis e adaptveis (Hargreaves, 1998, Curado
et al., 2004) e o dos conceptores de currculo (patente nas Orientaes), cujo alinhamento
com as perspectivas contemporneas de currculo conduz a desenhos curriculares mais
abertos e confiana na competncia profissional dos docentes para a sua concretizao.
O posicionamento dos docentes muito varivel entre as escolas, assim como sero o seu
saber em avaliao das aprendizagens e a segurana com que encaram a elaborao e
utilizao de novos instrumentos. O posicionamento do ME, patente nas Orientaes,
claramente o de traar referentes de aprendizagem, de instruo e de avaliao, mas
deixando ao professor a definio das estratgias de operacionalizao.
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Quadro 1. Referentes
Discursos sobre as Orientaes
A informao clara. Percebi perfeitamente oque se pretendia. Poderia haver talvez uma
ilustrao de exemplos, do que se pretende.No se muito explcito sobre a negociaodos temas. Maior clareza em dizer no apenasretoricamente o que se quer, mas concretizarespecificamente. (Prof.)
Clare
za
Documentos orientadores as orientaesso fceis de entender. Surgiram-me
algumas dvidas, se estava ou no arespeitar o que l estava. Mas no geral achoque est bom. As orientaes so explcitas.(Prof.)
Provavelmente, serianecessrio maiscoordenao a nvel deescola e interescolas;no no sentido dedirectivas, mas nosentido de intercmbio,para saberem o que se
faz nas restantesescolas. (Prof.)
Recebi o documento comantecedncia mas s fuicolocada nesta escolaem Setembro. E sdepois de a AP tercomeado (3 semanasdepois quando j tinhamfeito contactos, etc.) fui
chamada DirecoRegional para aapresentao do ENE.(Prof)
Tempes
tiv
ida
de
Ou
tras
fon
tes
de
informa
o
Produzimos documentos -produzimos, dispositivos deavaliao, uma grelha derecolha de informao.Como se faz um projecto partilhado com os alunos
(Prof.)
O problemaque se ps anvel da AP,recebemos ainformaooficial em
Setembro e asaulas jestavam acomear. Jtnhamos oshorrios feitos,quandorecebemosessainformao.(PCE)
No final do ano passado,j tinha recebido algumainformao no anoanterior. No incio do ano.Vou buscar a informao DGIDC na net. (Prof)
Legislao e documentosorientadores. Circular.(Prof)
Trocmos informaesentre colegas que tinhamestado na reunio doENE [metodologia defomento doempreendedorismo entreos jovens]. (Prof.)
Tivemos um recurso umaformao - a escolaorganizou uma aco deformao interna sobretrabalho de projecto oformador foi um professorda escola(Prof.)
Tive de recorrer a mais informao sobre metodologia deprojecto, etc. O que deu jeito no documento foi acalendarizao. (Prof.)
Suge
stes
A AP deveria ter mais indicaes,algumas sugestes(Prof.)
Tencionaramos fazer [a avaliao da AP] se tivssemos instrumentos para essa avaliao, algunsparmetros; coisas que possam ser aplicadas e que permitam uma leitura, se as coisas esto ou no a sercorrectamente executadas. J lhe disse que a nvel da AP o acompanhamento no tem sido muito. (PCP)
A informao no era assim to clara como isso.Olhmos para a informao que nos enviaram,tirada do site do ministrio. Antes de recebermosessa documentao ns discutimos epensvamos que era algo muito diferente.(Aluno)
Informa
o
aosa
lunos Ouvi falar em AP no incio do ano.
(Aluno)
A professora de FQ explicou tudo ao
pormenor e depois comearam apensar o tema. (Aluno)
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1.2. A formao de professores
A formao de professores dinamizada pela DGIDC/ME4 decorreu entre finais de Outubro e
finais de Novembro de 2006, tendo-se realizado quatro aces de formao na modalidade
de curso de formao (Algarve, Coimbra, Lisboa e Porto) e abrangendo cerca de cento e
vinte professores. O nmero de candidatos frequncia destas aces excedeu
largamente o nmero de vagas existentes, o que indicia o reconhecimento, por parte dos
professores, da necessidade de formao/informao relativa a esta rea.
Os professores que participaram no presente estudo referiram como condicionantes da
abrangncia desta formao quer a sobreposio das aces de formao s actividades
lectivas, que comprometeu ou mesmo impossibilitou a sua frequncia por parte de muitos
professores, quer o nmero restrito de participantes admitidos por aco, o que inviabilizou,
igualmente, a sua participao mais alargada.Assim, a experincia de formao no foi directa para a maior parte destes professores,
ficando estes com uma noo do seu impacto confinada ao patrimnio que aportou
escola, sob a forma de materiais utilizados nas aces, classificados, apesar de tudo, como
relevantes e teis. No sentido de colmatar a falta de formao/informao, alguns dos
professores entrevistados procuraram entre os seus pares (quer os da escola quer os de
outras escolas) o apoio e a informao de que careciam para a implementao da AP. As
respostas institucionais necessidade de apoio formal para a implementao da AP foram
isoladas; no universo das escolas estudadas pelo GAAIRES, apenas uma organizou umaaco de formao, com o apoio do Centro de Formao de Associao de Escolas local,
para responder a necessidades manifestadas pelos seus professores de AP.
4Informao recolhida nos Servios da DGIDC.
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2. REA DE PROJECTO Estratgias de organizao
As Orientaes relativas implementao da AP prevem uma resposta institucional das
organizaes escolares que contempla diferentes nveis de deciso curricular: estabelecemreferentes que visam desde o perfil dos docentes a quem deve ser atribuda a AP
definio do papel das estruturas de gesto executiva e pedaggica da escola. Indicam,
ainda, algumas estratgias organizacionais como a constituio de uma bolsa de
professores orientadores da AP, a atribuio da competncia de coordenao global da
AP ao CP, e sugerem o esforo de melhoria dos recursos disponveis na escola (Cf.
Quadro 2). Estas estratgias visam contribuir para a institucionalizao da mudana ao
garantirem que esta se incorpora nas estruturas da organizao escolar, envolvendo-a
para que todos os recursos necessrios sejam mobilizados (Hopkins et al., 1994).
Quadro 2. Referentes
Estruturas e perfil do professor de AP
Criao de espaos fsicos para desenvolvimento
dos projectos; disponibilizao de laboratrios,
mquinas e outros equipamentos Gesto
A escola dever esforar-se por melhorar o seu
centro de recursos integrados e canalizar recursos
financeiros e fsicos para que os alunos possam
desenvolver e apresentar os seus trabalhos.
AP deve ser atribuda, preferencialmente, a um
professor do Conselho de Turma, que pertena ao
grupo de professores que leccionam, no 12 ano,
ou leccionaram, nos 10 e 11 anos, uma das
disciplinas que conferem identidade ao curso em
causa.
Competncias
Professor com competncia na rea do trabalho de
projecto; com conhecimento adequado do meio
cultural, social e econmico em que a escola se
insere.
O Conselho de Turma deve cooperar no apoio aos
projectos dos alunos que fazem parte do planoanual de trabalho do conselho de turma.
Estruturaspedaggicas
Compete ao CP a coordenao global da AP,
criando estruturas flexveis de acompanhamento levantamento de espaos, equipamentos e
instalaes existentes e avaliao global do
processo de realizao dos trabalhos desta rea.Constituio de uma bolsa de professores
orientadores de AP que inclua professores afectos
natureza dos cursos cientfico-humansticos
oferecidos na escola.
O estudo dos casos desta avaliao conduziu identificao da dimenso das escolas e
do papel dos seus CE como as variveis que influenciam de forma mais relevante as
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estratgias organizacionais de concretizao da AP. Analisam-se seguidamente a sua
influncia na seleco dos professores e na constituio de estruturas de coordenao.
2.1. Seleco dos professoresO perfil do professor de AP definido pelas Orientaes lecciona ou leccionou uma das
disciplinas, que conferem identidade ao curso, turma e tem competncia na rea de
trabalho de projecto. Esta orientao foi frequentemente respeitada, havendo o cuidado de
escolher para os diferentes cursos professores das respectivas reas cientficas
estruturantes. As escolas de maior dimenso tiveram a possibilidade de escolher os
professores a quem atriburam a AP, conciliando a disponibilidade de horrio dos
professores e a distribuio de servio pelos grupos de docncia da escola com as
caractersticas pretendidas. As suas escolhas foram maioritariamente determinadas pelo
perfil. Exceptuaram-se as situaes em que a atribuio da AP a um dado professor
acarretava sobrecarga do seu horrio ou em que o dfice de horas de certos grupos de
docncia implicava um reequilbrio da distribuio do servio docente.
Os critrios [de seleco dos professores de AP] existem, mas, depois, temos de
conciliar esses critrios com a experincia pedaggica e com os recursos humanos
disponveis. (PCE)
Nas escolas de menor dimenso, i.e., aquelas em que existem apenas uma ou duasturmas de 12 ano, tornou-se mais difcil a aplicao do critrio do perfil do docente, tal
como definido nas Orientaes, tendo a seleco sido determinada pelos docentes
disponveis.
2.2. Estruturas de coordenao
A constituio de estruturas de coordenao da AP s foi possvel em escolas de maior
dimenso. Formal ou informalmente, os professores de AP associaram-se num grupo degesto pedaggica, assumiram a responsabilidade de aferir critrios acerca da
complexidade dos projectos e dos nveis de exigncia do seu desenvolvimento,
trabalharam, tambm, conjuntamente na elaborao de instrumentos de monitorizao dos
projectos.
Crimos uma estrutura de coordenao dos professores da AP de modo a que
eles possam, em grupo, resolver as dificuldades que esta rea coloca no dia-a-dia.
Os professores juntam-se muito, na escola ou fora da escola, para uniformizarem
critrios quanto AP; no s planificam a parte pedaggica, mas igualmenteoutras dimenses, visita fora da escola, etc. (PCE)
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As estruturas formais de coordenao da AP i.e., aquelas que esto empossadas pelo
rgo executivo da escola encontradas no estudo de caso mltiplo desta avaliao so de
dois tipos: as que foram constitudas especificamente para o efeito e as que, existentes na
escola, acresceram s suas competncias a responsabilidade da concretizao da AP.
Nas escolas de menor dimenso a impossibilidade de associao levou os professores a
procurarem apoio na sua rede individual de contactos e nos CE, para se sentirem (mais)
confortveis na implementao de uma rea curricular no disciplinar nova. Quando
verificado, foi neste tipo de escolas que o papel activo do CE assumiu maior relevncia e se
constituiu como a estratgia organizacional fundamental, uma vez que os departamentos
curriculares no se debruaram sobre uma rea que envolvia apenas um (ou dois) dos seus
professores. Estes CE serviram, principalmente, de chancela do valor curricular da AP e da
sua importncia para a vida da escola. Mostraram interesse pelo desenvolvimento dotrabalho e estiveram disponveis para apoiar a resoluo de constrangimentos na
implementao da AP, potenciando condies favorveis ao sucesso da introduo de
mudanas nas organizaes escolares (Bolvar, 2003; Hargreaves e Hopkins, 1991).
O papel dos CE foi, tambm, relevante em escolas de maior dimenso. As escolas de maior
dimenso com experincias bem sucedidas de AP quer quanto sua implementao quer
quanto aos ganhos percepcionados por professores e alunos - juntam a outras
caractersticas vrios tipos de lderes, mas todos eles com uma atitude positiva
relativamente AP:
Lderes pr-activos aqueles que, entre outras caractersticas, apostam no
reconhecimento e celebrao de boas prticas, na distribuio de responsabilidade e
no encorajamento da liderana dos outros (MacBeath e MaGlynn, 2002) e que,
alm disso, mostram interesse e disponibilidade, participando nas iniciativas da AP;
Lderes formais ratificam as decises dos grupos responsveis pela AP, viabilizam
as iniciativas, concedendo as autorizaes necessrias e desbloqueando
constrangimentos formais.
Quando a falta de estruturas de coordenao (formais ou informais) no foi colmatada pelos
CE, nem pelos CP - casos em que os professores afirmam (...) A coordenao intra-escola
falhou um bocadinho. Devamos reunir de vez em quando. (Prof.)ou (...) No houve orientaes do
pedaggico, nem de outras estruturas. (Prof.) - a concertao, por exemplo, da abrangncia e
complexidade dos projectos ou do seu grau de exigncia ficou comprometida.
A importncia do papel dos lderes foi evidenciada pelos resultados desta avaliao, no s
pela forma como facilitou processos bem sucedidos em escolas pequenas, mas, tambm,pelo facto de o desinteresse ou alheamento dos CE relativamente AP, em escolas de
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maior dimenso, estar tambm associado a experincias com resultados parcos na
implementao da AP, tanto no que respeita ao processo como s aprendizagens.
Quando intervieram no mbito da AP, os CP fizeram-no a propsito dos critrios de
classificao dos alunos. Em algumas escolas a aco do CP pode ter includo um processo
de debate, como testemunham os seguintes interlocutores:
No incio o CP acompanhou todo o trabalho da AP; havia um coordenador que
apresentou no Pedaggico a AP. O CP debateu a avaliao da AP; eu participei na
primeira reunio do grupo de professores de AP, mas da em diante o trabalho foi
desenvolvido muito mais por eles, estando o CP sempre a par do que ia sendo
feito. (PCE)
Agora, em relao AP do 12 ano, houve, de facto, debates sobre a forma de
avaliao, uma proposta, que acabou por no ser feita pelo coordenador dedepartamento e acabou por ser feita pela coordenadora pedaggica do ensino
secundrio e pela professora de AP do 12 ano, e foi levada ao pedaggico ().
(PCP)
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3. REA PROJECTO Operacionalizao: temas, condies e desenvolvimento
Relativamente operacionalizao da AP h que referir antes de mais os
constrangimentos decorrentes das representaes que dela tinham a prioripresidentes de
conselho executivo e/ou pedaggico, professores e alunos, na medida em que:
era uma inovao no currculo do ensino secundrio;
existia uma experincia de implementao de uma rea curricular no disciplinar
com a mesma designao, no ensino bsico, vista como pouco profcua.
Gostava de deixar tambm um reparo: o nome da disciplina sofre muito porque
imediatamente relacionada com a AP no bsico. Os alunos encaram a disciplina
como secundria, porque se habituaram no bsico a uma avaliao qualitativa e a
um trabalho mais ldico(Prof.);
As pessoas pensam que mais uma entretenha(Aluno).
No obstante, foi tambm consensual, a posteriori a partir do desenvolvimento efectivo
do trabalho relacionado com a AP o reconhecimento das potencialidades desta rea
curricular no disciplinar, nomeadamente no que se refere promoo da autonomia dos
alunos, do seu esprito de tolerncia e das suas capacidades de pesquisa.
3.1. Condies e recursos
Alguns dos referentes acerca dos recursos necessrios eficaz implementao da AP,
enunciados nas Orientaes, so os que se indicam no quadro seguinte (Quadro 3):
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Quadro 3. Referentes
Recursos
Fontes de informao diversas
Fontes Garantia de acesso InternetIdentificao de recursos, nomeadamente
materiais, para o desenvolvimento dos projectos.
Possibilidade de concentrao numa tarde ou
manh da AP de turmas do mesmo curso ou de
cursos afins com a finalidade de aproveitar
sinergias resultantes de um trabalho conjunto.
Tempo
Carga horria semanal concentrada num
nico bloco e, preferencialmente, em
contra-horrio.
Canalizao de recursos financeiros e fsicos para
que os alunos possam desenvolver e apresentar
os seus trabalhos
Financiamento e
parcerias
Celebrao de protocolos e parcerias comentidades exteriores escola,
proporcionando o acesso a aprendizagens
significativas
A maioria dos entrevistados considerou a carncia de recursos materiais e financeiros
como um constrangimento operacionalizao da AP. De entre os mencionados,
destacam-se, pela sua recorrncia:
Meios informticos falta de computadores, redes digitais em nmero insuficiente
ou pouco eficazes, dificuldades de ligao Internet
Todos os professores que tm a rea de projecto tiveram a necessidade de
pesquisar e de investigar. Todos os alunos tiveram uma fase de investigao, de
pesquisa. O recurso o computador. E ns no tivemos computador para toda a
gente. Nem pouco mais ou menos. (PCE)
No havia Internet na escola. Depois bloquearam sites e palavras que no
permitem entrar nos sites. [] S uma das aulas que era com computadores
entretanto fizeram uma participao em conselho executivo e conseguiram resolver
a situao (um ms e tal depois). (Aluno)
Materiais perecveis
Depois esquecem-se de que precisamos de recursos. Os alunos tm que pagar
fotocpias, materiais, etc. (Prof.)
Salas especficas apetrechadas
Suporte financeiro para custear sadas de campo de alunos e professores
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importante a AP, capacidade e iniciativa, mas importante que haja mais
recursos. (Prof.)
As deslocaes no foram pagas [] em relao aos materiais, a escola no podia
pagar aquilo que precismos. (Aluno)
Foram ainda referidas outras dificuldades que parecem decorrer da falta de concertao
entre as diversas instncias de gesto escolar, a saber: condies de sadas dos alunos da
escola para a realizao de trabalho de campo; impossibilidade de os professores
acompanharem os alunos todos quando fazem trabalho de campo; (des)articulao entre
os horrios.
Tendo sido tambm mencionada a necessidade de alterao dos temas, dada a escassez
de recursos materiais, pode, neste caso, supor-se que no teria havido uma completa
apropriao da metodologia de trabalho de projecto, no mbito da qual a identificao dosrecursos para o desenvolvimento de projectos, nomeadamente dos recursos materiais, se
constitui como uma tarefa fundamental.
3.2. Temas, produtos e o seu processo de escolha
Para o desenvolvimento curricular da AP so indicadas, entre outras, no documento
orientador, recomendaes relativas :
- seleco dos temas a explorar pelos projectos, de que so exemplo, o interesse dos
alunos; o contributo para a orientao escolar e profissional dos mesmos; o contributo
para o desenvolvimento de aprendizagens relativas participao em empreendimentos
colectivos e definio de critrios de deciso.;
- constituio dos grupos de trabalho, considerada uma fase essencial de todo o processo,
uma vez que o tema/problema do projecto e o grupo de trabalho que o vai realizar no
podem ser impostos, mas tm de resultar da adeso consciente dos alunos.
O processo de seleco dos temas, de acordo com a informao recolhida, decorreu deacordo com o perfil dos professores, com as caractersticas das turmas, e com o tipo de
relacionamento existente entre professores e alunos. , assim, possvel tipificar trs
situaes:
(1) Proposta dos professores, processo que revestiu as seguintes formas:
proposta/imposio de um tema geral, que depois se desdobra em vrios
subtemas a trabalhar pelos grupos, podendo aqueles ser objecto de alguma
negociao; proposta/imposio de vrios temas pelo professor;
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imposio de um tema turma todos os grupos trabalham o mesmo tema;
inserem-se nesta forma os casos em que a AP foi perspectivada como uma
extenso de disciplinas estruturantes do curso, correspondendo o trabalho
dos alunos ao desenvolvimento de tarefas de suporte e concretizao
daquelas disciplinas (e.g. desenvolvimento de actividades experimentais de
Fsico e Qumica A dos 10 e 11 anos).
(2) Proposta dos alunos, processo que revestiu as seguintes formas:
os alunos propem temas que so depois debatidos, de acordo com a sua
rea vocacional, interesses ou exequibilidade;
os alunos propem temas que os professores aceitam, considerando o
interesse dos alunos como critrio prevalecente.
(3) Negociao entre professores e alunos, sob a forma de elaborao de listagem de
temas debatidos em pequeno e grande grupo.
Independentemente do formato assumido na escolha dos temas, constata-se nos projectos
identificados que: a maioria desenvolveu temas relacionados com a natureza dos cursos (
de salientar que uma maioria significativa destes projectos orientada por professores cuja
formao acadmica se insere na rea cientfica dos cursos frequentados pelos alunos);
grande parte dos professores deixa aos alunos margem de liberdade suficiente para
trabalharem temas que os motivem; os alunos preferem trabalhar temas cujo produtovenha a ter visibilidade nas escolas ou em temas relacionados com o seu futuro
acadmico.
Por outro lado, e de acordo com situaes identificadas como de menor grau de satisfao
relativamente experincia vivida em AP, regista-se que: um nmero significativo de
projectos desenvolveu temas que podem articular-se com qualquer curso (por exemplo,
prosseguimento de estudos: listagens de cursos e condies de acesso); muitos projectos
desenvolveram temas to abrangentes, que dificilmente so concretizveis num projecto
ou num produto; diversos alunos veicularam o sentimento de alguma desigualdade de
oportunidades, entre as vrias turmas, no processo de escolha dos temas, bem como no
seu desenvolvimento; diversos professores referiram ter sentido bastantes dificuldades no
acompanhamento dos alunos, quando existiam demasiados temas e subtemas na mesma
turma.
As estratgias para a constituio dos grupos, cuja dimenso variou at um mximo de
seis elementos, decorreram sobretudo das afinidades entre alunos ou entre temas
trabalhados, no se tendo verificado um nmero significativo de casos de composio dosgrupos por imposio dos professores. Em certas situaes, no entanto, houve
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necessidade de proceder a alteraes nos grupos, sobretudo devido s reformulaes dos
temas, ou por dificuldades de conciliao dos interesses pessoais dos seus elementos.
Casos houve em que foi permitido o tratamento de um tema por um nico aluno, situaes
que devero merecer alguma ateno, j que essa opo pode comprometer o
desenvolvimento das competncias ligadas cooperao e ao trabalho em equipa,
especialmente visadas pela AP.
Relativamente aos produtos dos projectos desenvolvidos, de registar que alguns
acabaram por representar mesmo uma mais valia para a escola ou para uma instituio
parceira: decorao de uma rotunda, uma estufa, o carto de acesso aos servios da
escola, a decorao da ala infantil de um hospital. Corresponderam, assim, a realizaes
que perduram para alm da passagem destes alunos pela escola e podem reverter
efectivamente para melhorias nas entidades envolvidas, desafio que, alis e conformereferido acima, ter motivado a escolha de alguns alunos.
3.3. Interveno do professor no desenvolvimento do projecto
O papel do professor da AP caracterizado nas Orientaes, onde se enunciam os
referentes da sua actuao e que aqui se apresentam de modo sistematizado (Quadro 4):
Quadro 4. Referentes
Papel do professor
Compete ao professor de AP orientar e
monitorizar o desenvolvimento do projecto ao
longo das suas fases; interpretar o sentir e a
vontade dos alunos na identificao dos seus
projectos pessoais, equilibrando expectativas e
realidade contextual
Monitorizao
Cabe ao professor supervisionar o processo
de constituio dos grupos de trabalho de
modo a que as dificuldades que possam
surgir sejam realmente enfrentadas e
ultrapassadas pelos alunos.
Identificar sadas profissionais relacionadas comos projectos dos alunos; aprofundar e sustentar
as opes escolares e profissionais dos alunos.
Enquadramento
Professor de AP deve articular o seu trabalho
com outros professores e com especialistas do
meio.Articulao
Compete ao professor de AP, sobre os
projectos escolhidos pelos alunos, solicitar o
apoio especfico dos restantes professores da
turma, nas suas disciplinas ou valncias.Informar o Conselho de Turma sobre os
projectos escolhidos pelos diferentes grupos de
trabalho.
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A interveno dos professores a quem foi atribuda a leccionao da AP concretizou-se
sobretudo na orientao dos alunos e na monitorizao dos projectos, nomeadamente,
atravs de:
apoio calendarizao das actividades
necessrio o apoio do professor, necessrio o seu envolvimento [] papel de
orientar para que no se dispersassem. Torn-los realistas, o tempo este,
portanto dentro dele que tm que desenvolver o trabalho. (Prof.)
O meu papel ir respondendo s necessidades. Vou tambm orientando, pondo
limites, estabelecendo datas. (Prof.)
acompanhamento das etapas de execuo do projecto e de realizao do produto
(reformulao dos temas, reorientao, pontos de situao)
Fiz um esquema das etapas que iramos percorrer para desenvolvermos o
projecto; fiz-lhes uma grelha uma espcie de planificao onde constava o
tema do projecto, os seus objectivos, os recursos de que iramos necessitar. (Prof.)
apoio generalizado procura de materiais, bibliografia, esclarecimento de dvidas,
promoo de contactos com entidades externas, transporte
A professora de AP trabalha tanto como ns: muito activa e empenhada. (Aluno)
Os constrangimentos sentidos pelos professores que intervieram directamente na AP
remetem, sobretudo, para as dificuldades inerentes ao acompanhamento, em simultneo,
de mltiplos projectos que convocam temas de vrias reas cientficas, algumas das quais
diferentes da rea cientfica de formao do prprio professor.
A dificuldade esteve em que tive de ir estudar muita coisa de Fsica e se fosse
Biologia era facilitado. (Prof.)
Eu no posso obrigar um professor de Histria a ajudar-me, falta a sensibilizao
para a AP. (Aluno)
Este um desafio que remete directamente para a necessidade de se recorrer
colaborao mais activa de professores com formao noutras reas cientficas. No caso
de alguns professores, esta foi j uma soluo a que recorreram com sucesso, mas trata-
se claramente de uma prtica ainda pouco consequente, como adiante se explicita. A
antecipao destas dificuldades e a tentativa de as evitar poder ter estado, alis, na
origem da opo pela imposio de um tema geral turma, nos casos em que foi esse o
processo que presidiu seleco do tema.
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3.4. Interveno de outros professores
A participao de outros professores na AP no foi sistemtica, nem resultou de uma
estratgia concertada em conselho de turma (CT), ou em conselho pedaggico (cf.
referentes relativos participao de outros professores - Quadros 2. e 4.). Quando
ocorreu, traduziu um envolvimento deliberado e individual, pontual na maior parte dos
casos, e em resposta a solicitaes directas por parte dos alunos ou dos professores
responsveis pela AP.
As colaboraes com outros professores so pontuais em CT pedimos ajuda aos
professores de Qumica; mas so participaes pontuais. (Prof.)
A interveno mais frequente foi a de professores de Portugus, para auxiliar a redaco
de relatrios e a reviso de textos, de Matemtica, para apoio anlise estatstica de
dados e de TIC, quando houve necessidade de utilizao de recursos informticos. Oscasos de no participao enunciados nas entrevistas referem-se, sobretudo, a situaes
em que os professores se escusaram a participar alegando, regra geral, a necessidade de
cumprimento dos respectivos programas e de preparao dos alunos para os exames.
Foram feitas reunies com mais incidncia em Dezembro e eu pedi a colaborao
dos professores, portugus e matemtica disseram que no, porque tinham que
cumprir o programa. (Prof.)
3.5. Utilizao das TIC
As TIC foram utilizadas transversalmente e no foram referidas dificuldades, por parte dos
alunos, na utilizao destas ferramentas. Elas constituram-se como o recurso mais
frequentemente mencionado no desenvolvimento dos projectos, designadamente:
na pesquisa (Internet);
na comunicao (correio electrnico);
como ferramenta (softwareespecfico para artes visuais e audiovisuais, para edioe publicao de materiais);
na apresentao dos projectos/produtos;
na realizao de produtos (blogs, websites, filmes).
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3.6. Estabelecimento de parcerias
A procura de parcerias e de contacto com especialistas externos escola uma das
orientaes para o desenvolvimento da AP (Cf. Quadro 4.). Os presidentes de conselho
executivo/directores pedaggicos, bem como os professores e os alunos entrevistadosreconhecem a articulao com o meio, como uma condio necessria ao desenvolvimento
dos projectos.
Esta necessidade levou rentabilizao de parcerias j existentes, quer de natureza formal
quer informal, e ao estabelecimento de outras, especificamente para o efeito. Nesta
situao, em algumas escolas foram os alunos que fizeram os necessrios contactos, sob
orientao dos professores de AP. De acordo com a informao recolhida junto das
escolas, muitas das entidades contactadas no tero correspondido ao que lhes era
solicitado, o que ter exigido uma interveno mais directa dos professores ou mesmo dos
conselhos executivos. As escolas com patrimnio no trabalho em parceria e com mais
tradio de articulao com o meio viram a sua tarefa facilitada.
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4. REA DE PROJECTO Avaliao das aprendizagens
O documento Orientaes estabelece a natureza e os procedimentos da avaliao,
conforme se explicita no Quadro 5.
Quadro 5. Referentes
Natureza e procedimentos da avaliao
Natureza eminentemente formativa contnua e
sistemtica.Natureza e
procedimentos
Assente em princpios de dilogo,
transparncia, fidelidade curricular,contextualizao e equidade.Executada com esprito positivo, que acredite
nos conhecimentos, capacidades e
competncias do aluno.Suportada por uma diversidade de tcnicas e
instrumentos de recolha de dados.
Expressa numa classificao a atribuir no final
de cada perodo lectivo numa escala de 0 a 20
valores, integrando toda a informao recolhida
tanto acerca do processo como do produto.
ClassificaoO produto no tem valor autnomo face ao
processo que o originou.
A avaliao das aprendizagens representa, no contexto da avaliao e acompanhamento
do desenvolvimento desta rea curricular no disciplinar, o aspecto mais sensvel e mais
controverso para os seus mais directos intervenientes, a saber alunos e professores.
Esta foi a grande dificuldade do ano. H discrepncias enormes entre as turmas e
com as notas que eles se preocupam. (Prof.)
Problemas existiram tambm com a avaliao no incio do ano: grandes
discrepncias de notas. Uns fartam-se de trabalhar e outros no fazem nada e tm
a mesma nota. Que percentagem era para o qu? No primeiro perodo o professor
nem sabia bem, porque os professores no entravam em consenso. (Aluno)
De salientar a quase inexistncia de resposta por parte de outros interlocutores,
nomeadamente presidentes de conselho executivo e presidentes de conselho pedaggico,
quando questionados sobre esta matria. Esta parece ter sido, na maior parte dos casos,
uma questo atribuda pela gesto pedaggica, implcita ou explicitamente, exclusivamente
aos professores responsveis pela leccionao da AP.
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Antes mesmo de qualquer apresentao da informao recolhida e analisada neste
domnio, parece ser de registar uma certa ambiguidade, evidenciada pela generalidade dos
interlocutores, entre a avaliao e monitorizao do desenvolvimento dos projectos e dos
produtos e a avaliao do desempenho dos alunos, sendo a primeira parte integrante da
segunda, mas no a esgotando, nem se esgotando nela.
O facto de a avaliao ser um procedimento indispensvel e sempre presente ao longo das
etapas da metodologia do trabalho de projecto, constitui talvez razo suficiente para esta
confuso a que nem sempre o prprio documento orientador alheio e que se manifesta
na referncia aos relatrios de progresso, por exemplo. O discurso, tanto no caso dos
professores como dos alunos, no permite destrinar a finalidade desse instrumento que
tanto pode aplicar-se ao desempenho do aluno, do grupo ou monitorizao do projecto.
Eu tenho relatrios intercalares no final do perodo, sobre as expectativas, ocumprimento do planeado, etc. (Prof.)
Todas as etapas so avaliadas (...) Eles definiram os critrios de avaliao do
produto final. Definiram no incio do ano. Os relatrios das visitas, o avano do
produto. Estava tudo negociado. (Prof.)
Para l desta ambiguidade no assumida reflexivamente pelos professores, possvel
identificar como apreenso comum, percorrendo todo o discurso destes interlocutores, a
contabilizao da classificao da AP no clculo da classificao final do ensino
secundrio, apreenso que potencia os receios prprios de quem avalia, designadamente
o do perigo da iniquidade, e subjaz s dificuldades denunciadas.
Dos constrangimentos referidos so de salientar os que decorrem: (1) da identificao do
objecto de avaliao; (2) do estabelecimento de critrios de avaliao; (3) da construo de
instrumentos de avaliao; (4) e do processo de avaliao propriamente dito.
(1) Tratando-se de uma rea no disciplinar, vocacionada para o desenvolvimento de
uma viso integradora do saber, para a promoo da orientao escolar e
profissional dos alunos, facilitando a sua aproximao ao mundo do trabalho, aAP no dispe de contedos programticos que constituam um referencial de
conhecimentos a avaliar, semelhana do que ocorre nas outras disciplinas. Em
vez disso, o documento orientador apresenta uma lista de aprendizagens
essenciais, a desenvolver no contexto da realizao de projectos, qualquer que seja
o domnio do conhecimento em que estes se situem. So estas aprendizagens que
expressam, sobretudo, competncias associadas gesto da informao e ao
trabalho em equipa que se afiguram, de acordo com os professores, de difcil
identificao;
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rea de Projecto no a nossa rea. No fomos formados para isso, nem tivemos
uma formao de preparao. Aqui no h sequer componente programtica, ().
(Prof.)
[] mas mesmo assim, se eu tiver que escolher entre avaliar na AP e nas
disciplinas para a qual tenho formao, prefiro a segunda. (Prof.)
H escolas que fazem testes sobre as Orientaes. (Prof.)
(2) A necessidade de critrios de avaliao especficos uniformes cuja ausncia no
documento orientador sobejamente lamentada e a dificuldade na sua definio
no mbito da AP so concomitantes ao constrangimento acima enunciado e
recorrentemente assinaladas por professores e alunos, tendo mobilizado, na
generalidade dos casos, um esforo de concertao dos professores.
No documento sugerem elementos de avaliao mas no chega. o problema dequantificao e de contar para a mdia(Prof.)
extremamente difcil pegar em parmetros e atribuir uma classificao; conta
muito o empenho. (Prof.)
A elaborao dos critrios de avaliao e a atribuio de um peso ao empenho,
etc... o principal problema, em particular para alunos do 12. ano que esto a
concorrer para ir para a universidade. (Prof.)
Tivemos uma necessidade enorme de uniformizar alguns critrios (...). (Prof.)
Em termos de avaliaes cada professor tem os seus critrios para a disciplina. Os
valores tm critrios distintos. (Aluno)
O grande problema a sensao de injustia, resultante da disparidade de
critrios. (Prof.)
(3) A construo e/ou utilizao de instrumentos de avaliao adequados levanta
problemas, conduzindo, como no caso anterior, a algumas iniciativas por parte dos
professores.
(...) no h instrumentos de avaliao pr-definidos que vo ser comuns a todas
as turmas. Sentimo-nos um bocadinho a navegar. (...) E esse foi um esforo que
se fez muito no incio. (...) estabelecer alguns instrumentos comuns para termos
uma avaliao sria. (Prof.)
Pensei j em como poderia melhorar para o ano talvez construir um porteflio,
estabelecer uma grelha, construir instrumentos para avaliar o trabalho dos alunos.
(Prof.)
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As grelhas de avaliao, com indicadores e espao para auto e hetero-avaliao,
ajudaram muito; os alunos tiveram conhecimento dos instrumentos que serviriam
para a avaliao e isso foi importante. (Prof.)
No fundo eu inventei um jri [de] que fui buscar a ideia aos tecnolgicos, para que
fosse apresentado [o trabalho] aos pais e comunidade escolar. (Prof.)
(4) Como consequncia e corolrio do acima exposto o processo de avaliao das
aprendizagens nesta rea curricular vivenciado com ansiedade por professores e
alunos, no obstante as iniciativas e o empenhamento dos primeiros. De referir
ainda a falta de segurana mencionada por professores, atribuda ao seu
isolamento.
que isto conta para a avaliao do aluno e temos de ter muito cuidado para
evitar a arbitrariedade e o prejuzo dos alunos. (Prof.)Mas mesmo assim considero que os parmetros no so to objectivos como nas
outras disciplinas. Os alunos no esto todos na mesma fase de desenvolvimento.
E estamos a falar de um trabalho de grupo, que no sempre to fcil de avaliar
difcil num contexto de sala de aula destrinar quem faz o qu no grupo, (...)
(Prof.)
O problema maior ser capaz de avaliar dentro dos grupos. Identificar quais os
melhores trabalhos no difcil, dentro de cada grupo que mais difcil. (Prof.)
O professor no acompanha o trabalho feito fora da aula. (Aluno)
Mas a avaliao bastante injusta. Como no somos remunerados
[reconhecidos/recompensados] ficamos desmotivados. Tnhamos expectativas
maiores. (Aluno)
A avaliao devia ser qualitativa ou ento no ser contabilizada. (Aluno)
A questo da avaliao muito complicada e outro professor a trabalhar comigo,
ajudar-me-ia a planear melhor um projecto. (Prof.)
Temos muitas dificuldades, por no sabermos se estamos a orientar as coisasdevidamente. (Prof.)
Quanto a propostas de formas possveis de sanar este mal-estar relativamente ao
processo de avaliao das aprendizagens no mbito da AP foi possvel identificar: a
produo de orientaes especficas para avaliao nesta rea curricular e a formao em
avaliao, especificamente para esta rea curricular.
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5. REA DE PROJECTO Consideraes sobre os efeitos da insero da AP no
currculo e na organizao das escolas
As finalidades da AP, que constam tanto do Documento Orientador da Reviso Curricular
do Ensino Secundrio (ponto 4.1.2.5), como das Orientaes para a sua concretizao,
apontam numa direco muito precisa: a de um jovem diplomado do ensino secundrio ser
capaz de mobilizar conhecimentos e competncias de domnio especfico (Matemtica,
Histria, Economia, etc.) e de utilizar mtodos e ferramentas de trabalho adequadas na
resoluo de situaes que se assemelhem s do mundo do trabalho.
Os efeitos da insero da AP no currculo do 12 ano devem, por definio das finalidadesda prpria AP, traduzir-se quer em ganhos de aprendizagem para os alunos quer em
enriquecimento da organizao escolar.
Uma primeira leitura daquilo que os interlocutores (presidentes de conselho executivo;
presidentes de conselho pedaggico, professores e alunos) consideram antes do termo
do primeiro ano de funcionamento da AP terem sido as aprendizagens potenciadas por
esta rea curricular, e apesar da diversidade e heterogeneidade das experincias, permite
identificar os seguintes domnios:
gesto da informao busca e seleco de informao;
planeamento do trabalho de projecto identificao das tarefas a realizar,
prioridade das mesmas, calendarizao;
trabalho em equipa distribuio de tarefas e responsabilidades;
contacto com entidades externas escola identificao das entidades
pertinentes.
Quanto s aprendizagens de domnio especfico, haver que relacion-las com asdiferenas entre as oportunidades de AP vividas pelos alunos, nomeadamente:
potencial do tema para suportar projectos;
capacidade do professor para abrir janelas de abordagem dos temas;
interveno do professor na monitorizao do desenvolvimento dos projectos;
estmulo e apoio dos professores;
recursos e parcerias.
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O facto de a recolha de informao ter ocorrido no incio do 3 perodo lectivo do ano de
implementao da AP impossibilita a apresentao de resultados conclusivos relativos s
aprendizagens efectivas dos alunos e tambm ao enriquecimento da organizao escolar.
No entanto, e salvaguardada a necessidade de aferio e controlo da informao agora
recolhida, possvel sinalizar:
no discurso de alguns professores entrevistados, o reconhecimento do interesse da
AP, no mbito do desenvolvimento de competncias transversais de trabalho de
pesquisa e de desenvolvimento de projectos, considerando que esta rea curricular
no disciplinar pode ser tambm uma oportunidade de aquisio de alguns
conhecimentos de domnio especfico e, simultaneamente, de preparao dos
alunos para o tipo de trabalho que iro ter de realizar no ensino superior;
no discurso de outros professores, a insero da AP no currculo retira apossibilidade de os alunos terem uma disciplina de domnio especfico relacionada
com o curso que frequentam [de referir que, ao tempo, o Decreto-lei n 272/2007,
de 26 de Julho, ainda no havia sido publicado].
**************
A informao sistematizada neste relatrio apresenta um retrato da AP, tal como esta foi
percepcionada pelo GAAIRES junto das escolas abrangidas pela presente avaliao. A
anlise efectuada para cada dimenso Orientaes e medidas de apoio, Estratgias de
organizao, Operacionalizao, Avaliao das aprendizagense Efeitos da insero da AP
no currculo e na organizao das escolas oferece uma viso da AP que indicia que o
perfil do professor, a dinmica de escola, o papel do lder e as estruturas de coordenao
so factores relevantes no desenvolvimento da AP. De entre estes factores, o perfil do
professor parece ser o mais relevante para o sucesso da AP, surgindo os outros factores
como elementos facilitadores ou constrangedores do desempenho daquele.
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SECO II
CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES
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CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES
A resposta no terreno s orientaes que preconizam a diversificao da oferta deformao e o aumento do nmero de alunos inscritos em cursos profissionalmente
qualificantes tomar como referncia, neste relatrio, as dezasseis escolas estudo de caso
que tm vindo a ser acompanhadas desde o incio da avaliao. Ainda que o painel no
possa ser considerado representativo das escolas com oferta de ensino secundrio do
territrio nacional e, portanto, esteja inviabilizada a extrapolao, considera-se que este
exerccio poder constituir uma aproximao para o melhor entendimento da relao entre
a oferta efectivamente disponibilizada e o posicionamento das escolas face oferta e aos
seus objectivos.A presente seco do relatrio resulta, assim, do tratamento da informao recolhida
relativa aos cursos profissionalmente qualificantes, sendo dada particular nfase aos
cursos tecnolgicos. Esta opo do GAAIRES requer uma justificao particular, uma vez
que foi tomada num quadro de crescimento da oferta de cursos profissionais nas escolas
pblicas, tendncia que se comeou a sentir no ano lectivo de 2006/07 e que se acentuou
em 2007/08. Com efeito, e no obstante esta tendncia, os cursos tecnolgicos eram,
data das visitas e por larga margem, a oferta profissionalmente qualificante mais comum
nas escolas visitadas ao nvel do 12 Ano. Concentrando-se sobre estes cursos, o
GAAIRES esperava no s recolher informao relativa a um maior nmero de contextos
to heterogneos entre si quanto possvel, como obter uma viso de conjunto sobre um
ciclo completo algo que no era ainda possvel de ser obtido face aos cursos
profissionais, dado o carcter recente da sua implementao na grande maioria das
escolas visitadas.
Assim, embora a anlise sobre os cursos profissionais e os cursos de educao e
formao esteja restringida caracterizao da oferta e s estratgias para a sua definiopor parte das escolas, o GAAIRES considera que tal no limita a pertinncia das
concluses desta seco do relatrio quanto ao conjunto dos cursos profissionalmente
qualificantes, uma vez que os problemas e dificuldades sentidos e as boas prticas
desenvolvidas pelas escolas na operacionalizao de cursos tecnolgicos v.g.
organizao e acompanhamento de estgios, identificao de parceiros e construo de
parcerias ou obteno dos equipamentos necessrios a uma formao de qualidade so
em grande parte comuns e transferveis entre as vrias ofertas profissionalmente
qualificantes.
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De referir igualmente que se optou por no aprofundar temas exclusivamente relevantes
para o Ensino Artstico Especializado, uma vez que estes foram j objecto de avaliao
prpria em trabalho recente (Fernandes, e Ferreira, 2007).
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1. CURSOS PROFISSIONALMENTE QUALIFICANTES Apresentao da Oferta
O corrente captulo tem trs objectivos. Em primeiro lugar, pretende-se caracterizarquantitativamente a oferta das escolas visitadas pelo GAAIRES no ano lectivo de 2006/07,
destacando-se as caractersticas desta oferta que sustentam algumas das opes
metodolgicas da equipa. Em segundo lugar, procura-se efectuar um esboo da evoluo
desta oferta desde o lanamento da RES no que respeita aos cursos profissionalmente
qualificantes. Finalmente, procede-se insero destes dados num contexto mais vasto,
procurando-se salientar os pontos em que as escolas visitadas se aproximam ou se
afastam das tendncias de nvel nacional.
1.1. A dupla assimetria da oferta
O leque de escolas com o qual o GAAIRES trabalhou apresentava, no ano lectivo 2006/07
uma oferta duplamente assimtrica. A primeira assimetria refere-se desproporo entre
cursos cientfico-humansticos e os cursos profissionalmente qualificantes. Com efeito, nas
dezasseis escolas consideradas nesta anlise, os alunos inscritos em cursos cientfico-
humansticos com o curso de cincias e tecnologias a assumir particular destaque
representaram mais de dois teros do total de alunos, proporo que aumenta para quatroquintos se se excluir do clculo a Fundao Escola Profissional de Setbal e a Escola
Secundria Soares dos Reis, cujas ofertas se restringem, por definio, respectivamente
ao Ensino Profissional e ao Ensino Artstico Especializado.
A segunda assimetria detectvel no interior da oferta profissionalmente qualificante. Com
excepo das j referidas escolas especializadas, todas as escolas visitadas ofereciam
pelo menos um curso tecnolgico. Em contraste, a abrangncia dos restantes cursos
profissionalmente qualificantes era consideravelmente menor, sendo oferecidos cursos
profissionais em sete escolas e cursos de educao e formao apenas em quatro (cf.
Quadro 1).
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Quadro 1. - Alunos matriculados no ensino secundrio segundo a oferta nas escolas em estudo noano lectivo de 2006/2007
TOTAL CCH CT CP CEF EAEE.S. Alves Martins (Viseu) 1382 1313 69 0 0 0
100,0% 95,0% 5,0% 0 0,0% 0,0%
E.S. Carlos Amarante (Braga) 1323 1086 145 92 0 0100,0% 82,1% 11,0% 7,0% 0,0% 0,0%
E.S. de Loul 1190 893 279 10 8 0100,0% 75,0% 23,4% 0,8% 0,7% 0,0%
E.S. Aurlia de Sousa (Porto) 667 632 10 25 0 0100,0% 94,8% 1,5% 3,7% 0,0% 0,0%
E.S. Sebastio da Gama (Setbal) 565 447 88 30 0 0100,0% 79,1% 15,6% 5,3% 0,0% 0,0%
E.S. S da Bandeira (Santarm) 479 378 76 0 25 0100,0% 78,9% 15,9% 0 0,0% 0,0%
Externato de Penafirme (T. Vedras) 367 354 13 0 0 0100,0% 96,5% 3,5% 0,0% 0,0% 0,0%
E.S. Gil Vicente (Lisboa) 351 234 54 63 0 0100,0% 66,7% 15,4% 17,9% 0,0% 0,0%
E.S. Azevedo Neves (Amadora) 251 114 101 36 0 0100,0% 45,4% 40,2% 14,3% 0,0% 0,0%
E.S. Fonseca Benevides (Lisboa) 209 30 169 0 10 0100,0% 14,4% 80,9% 0,0% 4,8% 0,0%
E.S. Montejunto (Cadaval) 194 121 14 39 0 0100,0% 62,4% 7,2% 20,1% 0,0% 0,0%
EB 2, 3/S Cunha Rivara (Arraiolos) 133 104 15 0 14 0100,0% 78,2% 11,3% 0,0% 10,5% 0,0%
Colgio de Campos (V.N. Cerveira) 106 57 49 0 0 0100,0% 53,8% 46,2% 0,0% 0,0% 0,0%
EB 2, 3