FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA ......dos conceitos de produtos e serviços do mercado...
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CAMPUS PROFESSOR FRANCISCO GONÇALVES QUILES
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DAIANI CERIOLLI
SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA NO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: O
CASO SICOOB CREDIP
Trabalho de Conclusão de Curso
Artigo Científico
Cacoal – RO
2017
DAIANI CERIOLLI
SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA NO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: O
CASO SICOOB CREDIP
Artigo Científico Apresentado à Fundação Universidade
Federal de Rondônia – Unir, Campus Professor Francisco
Gonçalves Quiles, como requisito para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Contábeis, sob a orientação da Profa.
Ma. Andréia Duarte Aleixo.
Cacoal – RO
2017
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CAMPUS PROFESSOR FRANCISCO GONÇALVES QUILES
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
O Artigo Científico - TCC - intitulado “Sustentabilidade Financeira no Cooperativismo de
Crédito: O caso SICOOB CREDIP”, elaborado pela acadêmica Daiani Ceriolli, foi avaliado
pela banca examinadora em ____ de ________ de 2017, tendo sido ____________________.
_____________________________________
Profa. Ma. Andréia Duarte Aleixo
Presidente
_____________________________________
Profa. Dra. Estela Pitwak Rossoni
Membro
_____________________________________
Profa. Dra. Nilza Duarte Aleixo de Oliveira
Membro
Cacoal – RO
2017
Ao grandioso Deus, que iluminou meu caminho na vida
acadêmica. À professora Andréia Duarte Aleixo, minha
orientadora, minha enorme gratidão pelas conversas, pela
paciência, pela compreensão e acima de tudo, pela amizade,
você foi mais que essencial nesta caminhada. Aos meus amados
pais, Adailton e Meire, e minha pequena irmã Maria Eduarda,
pelo amor e apoio incondicional.
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SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA NO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO: O
CASO SICOOB CREDIP
Daiani Ceriolli1
RESUMO
A educação financeira é um método pelo qual as pessoas melhoram seu entendimento acerca
dos conceitos de produtos e serviços do mercado de finanças, de forma que por esse processo
desenvolvam as capacidades necessárias para tomarem decisões adequadas, melhorando seu
bem-estar e comprometendo-se com a sustentabilidade financeira. Portanto, o presente
trabalho teve como objetivo analisar os resultados da educação financeira promovida
Cooperativa SICOOB CREDIP, que contribui para a vida financeira dos funcionários e
cooperados. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, pesquisa bibliográfica e pesquisa
de campo com abordagem qualitativa, tendo como método o dedutivo, e no tratamento dos
dados a análise de conteúdo. Como técnica de pesquisa, foi adotada a entrevista com roteiro
semiestruturado aplicada ao gestor, funcionários e cooperados da SICOOB CREDIP. A coleta
de dados ocorreu entre os meses de junho e novembro de 2017. Com base na pesquisa
realizada junto à instituição financeira SICOOB CREDIP e a pesquisa de campo sobre os
resultados das oficinas de educação financeira promovida pela SICOOB CREDIP, pode-se
constatar que os conhecimentos transmitidos nas oficinas contribuem parcialmente para a
sustentabilidade financeira dos funcionários e cooperados, por se tratar de uma cultura ainda
incipiente nesse meio. Mas os resultados apontaram que a Cooperativa tem desenvolvido o
projeto buscando proporcionar um aprendizado constante aos seus funcionários e cooperados,
seguindo os princípios, missão e a visão da instituição.
Palavras-Chave: Sustentabilidade. Financeira. Educação Financeira. Cooperativismo.
Cooperados.
1 INTRODUÇÃO
O cooperativismo de crédito surgiu no Brasil no ano de 1902, no Estado do Rio
Grande do Sul, por iniciativa do jesuíta suíço Theodor Amstad (ORGANIZAÇÃO DAS
COOPERATIVAS BRASILEIRAS, 2017). Desde então as cooperativas de crédito viraram
uma alternativa de fortalecimento para o Sistema Financeiro Brasileiro, e desta forma, podem
proporcionar aos seus cooperados serviços financeiros a um custo mais acessível, sempre
trabalhando a favor da comunidade e de seus cooperados, promovendo ações que auxiliem
para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de suas localidades (MEINEN; PORT,
2012).
1 Licenciada em Letras/ Literatura pela Faculdade de Pimenta Bueno – RO e acadêmica concluinte do
curso de Ciências Contábeis da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus Professor
Francisco Gonçalves Quiles em Cacoal - RO, sob a orientação da Profa. Ma. Andréia Duarte Aleixo.
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As organizações cooperativas estão presentes nos mais diversos setores da economia,
no Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB, 2016), as cooperativas
que possuem maior destaque são as agropecuárias, de transporte, de saúde, de trabalho e de
crédito, num total de 5.444 (cinco mil, quatrocentos e quarenta e quatro) cooperativas
registradas. Em número de cooperados o país já ultrapassa os 13,2 milhões e gera 376 mil
empregos. O cooperativismo de crédito é o ramo com maior número de associados, em torno
de 7,4 milhões, presente nas 26 (vinte e seis) unidades Federativas e no Distrito Federal, e em
564 (quinhentos e sessenta e quatro) municípios as Cooperativas de crédito são a única
instituição financeira presente (OCB, 2016).
Com o avanço da estabilidade financeira no país, novas atitudes, que fossem
adequadas e duradouras passaram a ser exigidas da sociedade, ou seja, surgiu à necessidade
de capacitar financeiramente à população. Esta capacitação financeira tem sido desenvolvida
em grande parte por organizações governamentais, instituições financeiras e de ensino,
associações, e pela mídia. Educar financeiramente a sociedade é fundamental para que
existam decisões econômicas adequadas, logo, tornou-se essencial que exista a integração
sobre o assunto no corpo social (SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007).
As cooperativas de crédito em face de seu compromisso institucional têm feito parte
desses educadores, e nos últimos anos têm desenvolvido importantes atividades acerca da
educação financeira, tendo como um de seus princípios a educação, formação e a informação,
operando de forma a fortalecer seus membros e comunidades. (MEINEN; PORT, 2012,
MEINEN, 2016)
Esta pesquisa buscou responder quais são os efeitos da educação financeira promovida
pelo SICOOB CREDIP na vida financeira dos funcionários e cooperados?
Para responder a questão proposta, o presente trabalho teve como objetivo geral
analisar os resultados da educação financeira promovida pelo SICOOB CREDIP na vida
financeira dos funcionários e cooperados.
Quanto à metodologia de pesquisa utilizada, tratou-se de um estudo, foi utilizado
estudo exploratório-descritivo, pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com abordagem
qualitativa, tendo como método o dedutivo. Como técnica de pesquisa, foi adotada a
entrevista com roteiro semiestruturado aplicada aos cooperados, ao gestor e também com
alguns funcionários que já haviam participado da Oficina de educação financeira. A coleta de
dados foi realizada no período de julho a novembro de 2017.
Por fim, os resultados da pesquisa apontaram que quanto à percepção da cooperativa
quanto aos resultados obtidos após a inserção das oficinas de educação financeira atenderam
7
aos objetivos propostos, pois ficou evidenciado que o SICOOB CREDIP possui uma
preocupação com o desenvolvimento sustentável econômico de seus cooperados e
funcionários, e a Cooperativa entende e aplica os prepostos da educação financeira, que é a de
gerar nas pessoas a conscientização de poupar para ter um futuro financeiro sustentável.
Quanto aos resultados das oficinas de educação financeira promovida pela
Cooperativa na vida de cooperados e funcionários, pode-se dizer que os conhecimentos
transmitidos nas oficinas de educação financeira atendem parcialmente aos objetivos
propostos. As oficinas visam mostrar a importância da administração e sustentabilidade
financeira, contudo o que é ensinado e o que é seguido entre cooperados e colaboradores,
ainda é totalmente contraditório, acrescentando que a cultura de educação financeira é nova e
os programas voltados ao tema são poucos, o que dificulta a inserção do tema.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico da presente pesquisa é composto por 4 (quatro) temas, sendo
eles: a) Sustentabilidade Financeira; b) Educação Financeira no Brasil; c) Educação
Financeira e o Cooperativismo de Crédito; e d) Caracterização da Cooperativa de Crédito
SICOOB CREDIP.
2.1 SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA
O relatório publicado pela Comissão Brundtland em 11 de dezembro de 1987,
nomeado como “Nosso Futuro Comum” foi considerado o primeiro a alastrar um conceito
geral sobre o Desenvolvimento Sustentável como o de “desenvolvimento que satisfaz as
necessidades do presente sem comprometer a capacidades das gerações futuras satisfazerem
suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991).
Após a divulgação do relatório “Nosso Futuro Comum”, o tema tornou-se alvo
frequente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), o que
levou em 1992 no Rio de Janeiro a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) ou “Cúpula da Terra”, quando o assunto
foi tratado de modo nunca visto antes, durante 14 dias, 179 países, debateram problemas
relacionados ao meio ambiente, e estabeleceram como meta para os governos e sociedades de
todo o mundo o Desenvolvimento Sustentável. Durante a Cúpula vários documentos foram
8
criados na intenção de registrar o encontro e nortear os rumos do desenvolvimento, entre eles,
um dos mais conhecidos e abrangentes foi a Agenda 21 (DIAS, 2011).
A agenda 21 é um programa de trabalho criado para guiar a formação do
Desenvolvimento Sustentável em longo prazo, preparando o mundo para as pelejas vincendas,
além de contemplar o compromisso mundial e político no que se tange a sustentabilidade
(CDCMAM, 1995).
O relatório Brundtland ao ser divulgado antecipou que haveriam discordâncias,
críticas e inúmeras interpretações do conceito de sustentabilidade, o que de fato ocorreu,
devido à grande ideia que apresenta a proposta do Desenvolvimento, as controvérsias
surgiram naquela época e ainda transcorrem.
Neste contexto, na literatura existem diversas dimensões que abrangem e compõem o
desenvolvimento sustentável. Contudo, a maioria dos estudos realizados considera apenas três
dimensões que dão o equilíbrio dinâmico à sustentabilidade, sendo eles: econômico, social e
ambiental, o tripé da sustentabilidade, ou também conhecido como tripple bottom line (TBL)
(CLARO; CLARO; AMÂNCIO, 2008).
Figura 1: Equilíbrio dinâmico da sustentabilidade.
Fonte: Adaptado de pela autora (DIAS, 2011).
9
Assim, Silva (2000); Munasinghe (2007); Claro, Claro, Amâncio (2008); Callado,
Fensterseifer (2009); Bacha, Santos, Schaum (2010), descrevem o tripé da sustentabilidade:
1) O ponto de vista econômico da sustentabilidade, cada vez mais, deixa
comprovado que considerar o lucro a única forma de bem-estar é
demasiadamente se precipitar, devendo-se incluir nesta dimensão a
preocupação com a economia responsável, ou seja, o produzir respeitando o
sistema social e ambiental, harmonizando a conservação, para que os recursos
necessários para a produção de bens e serviços durem sempre. Logo, no que
se fala da dimensão econômica a sustentabilidade prevê o consumo de bens e
serviços de forma eficiente, a modo de aumentar a renda e padrão de vida da
população, atendendo às conveniências humanas, gerando receitas para
empresários e empregados, atrelado a produção sustentável. Frente à
perspectiva econômica, de modo operacional, busca-se testar sua
praticabilidade, sua resistência a riscos, a independência dos seus meios, e a
produtividade dos fatores através dos tempos.
2) O âmbito social corresponde principalmente às necessidades humanas, e a
satisfação. As organizações cada dia mais deixam de estimular a criação de
grupos comunitários e tem-se aliado a grupos sociais, dando espaço para que
seus empregados possam se envolver nas decisões que os afetam. Conforme
Munasinghe (2007), se deve descentralizar as decisões e empoderar a parte
mais ampla da sociedade. A dimensão social busca na qualidade de vida do
ser humano, a equidade econômica, a experiência, a habilidade, ou seja, a
redução da diferença social por meio de recursos como, educação, emprego,
bens e serviços, alimentação, entre outros.
3) A dimensão ambiental refere-se aos recursos naturais, isto é, os impactos
causados e sua preservação, abrangendo seres vivos e não vivos, além dos
ecossistemas. Neste enfoque considera-se a ecoeficiência dos processos
produtivos das organizações e gastos relacionados ao ambiente, sobre o qual
constantemente deve preocupar-se com a capacidade deste em se manter
estável após choques que possam ocorrer, pois se pode saber até quando os
recursos podem ser usados. Estudiosos que expõem propósitos desta
dimensão, como os de: fazer uso apenas dos recursos renováveis, sendo os
não renováveis controlados; uso apenas dos recursos hábeis dos biossistemas
10
gerando o mínimo de impacto possível a estes; limitar ao menor número
possível o uso de materiais; fazer uso de ciências limpas, entre outros.
Nesse contexto, o relatório Global Reporting Initiative (GRI) utilizado como
norteador para elaboração de diagnósticos da situação econômica, social e ambiental de uma
organização, divulgou em uma de suas edições que, as instituições financeiras vêm se
preocupando cada vez mais com o tripé da sustentabilidade (GRI, 2012).
As práticas sustentáveis das Instituições Financeiras podem ser descritas, seguindo o
tripé da sustentabilidade, de acordo com BANCOOB (2015); SICREDI (2015); CREDSIS
(2016); BASA (2017).
1) No panorama econômico as instituições aplicam-se a oferecer produtos e
serviços que sejam economicamente viáveis, isto que dizer, ofertar
condições diferentes, como taxas, prazos e carências, todavia,
preocupando-se também com a qualidade de vida que esses serviços irão
proporcionar à população, orientando seus tomadores de crédito a adotar
investimentos com práticas sustentáveis. A instituição acima de tudo deve
compreender as necessidades financeiras de cada público atendido,
gerando produtos e serviços que acatem essa necessidade, e também
respeite a ideia do desenvolvimento sustentável. Acerca do
desenvolvimento econômico algumas instituições financeiras promovem
programas que buscam a formação em longo prazo das decisões e
questões econômicas.
2) Na dimensão social as instituições trabalham apoiando o desenvolvimento
humanitário, por meio de formação e capacitação de qualidade,
respeitando diferenças sociais, culturais, religiosas, físicas, além de
combater a exploração trabalhista, ou seja, sempre visando promover um
ambiente de trabalho saudável e justo, seguindo o que afirma os direitos
humanos. Tudo em favor de proporcionar o bem-estar humano, tanto a
seus clientes, quanto empregado.
3) Em termos ambientais as instituições financeiras monitoram os impactos e
custos causados por financiamentos cedidos aos seus clientes, sempre
respeitando o que tange a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Promovem o consumo e o melhor aproveitamento possível de modo
11
sustentável dos recursos naturais, definem critérios internos acerca das
contratações de serviços e compras para a organização, incentivam a
redução, a reutilização, e a reciclagem de resíduos, buscam desenvolver o
monitoramento e a avaliação de impactos dos riscos socioambientais.
O fundamental no tripé da sustentabilidade é que ele ocorra de modo uniforme, ou
seja, que as três dimensões desenvolvam-se simultaneamente. Se houver comprometimento da
esfera ambiental todas as demais dimensões estarão em cheque, contudo, a esfera ambiental
também não ocorrerá se a dimensão social e econômica não for alcançada, logo, qualquer
decisão precipitada poderá causar impacção nos demais. É fundamental que haja contribuição
mútua entre todos os elementos, para que se atinja um objetivo compartilhado (DIAS, 2011).
Neste sentido, as instituições financeiras preocupadas com uma vida sustentável
financeira de seus clientes buscam desenvolver programas voltados à educação financeira
com o intuito de informação, instrução e/ ou aconselhamento.
2.2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL
A educação financeira é definida como método pelo qual as pessoas aperfeiçoam seu
entendimento sobre o mundo financeiro através de instruções e informações, desenvolvendo
competências e segurança para saber fazer escolhas financeiras conscientes para melhorar seu
bem-estar financeiro/ econômico (OCDE, 2005).
O tema educação financeira tem ganhado proporções significativas na sociedade nos
últimos anos, empresas, população e essencialmente o governo têm investido grandiosamente
em busca da evolução do assunto, a fim de, que os indivíduos atinjam um nível benéfico em
relação a sua vida financeira (ARAUJO; CALIFE, 2014).
Neste contexto, Araujo e Calife (2014) alegam que olhando para o início da história
sobre a educação de finanças no país pode-se dizer que, o estudo começou de modo
antagônico, apontando ao público, já munido de recursos, como deveriam seguir com seus
investimentos com os melhores métodos para preservá-los e multiplicá-los.
O estudo deveria focar naqueles que ainda buscavam como dispor destes recursos, ou
seja, conduzir até o meio onde atingiriam a organização que resultasse em economia, essa
atitude perdurou até o final dos anos 1990.
Os altos índices inflacionários, a baixa participação populacional no setor bancário, o
mínimo de acesso a informações e a baixa distribuição de crédito, contribuíam para que o
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cenário da educação financeira naquela época não fosse uma opção, e sim falta de
possibilidade, imaginar outro tipo de projeção financeira era na realidade impossível
(ARAUJO; CALIFE, 2014).
Ainda na década de 90 o Estado brasileiro toma novos rumos, sob os fortes olhos da
globalização e o término da fase do processo inflacionário, fator que impedia a população de
criar decisões financeiras em longo prazo e apenas agisse em defesa do patrimônio, ou seja,
escolhas imediatistas, o cenário da estabilidade financeira se inicia, e inverte todo o
pensamento tido acerca dos investimentos financeiros, ocorreram diversas evoluções o que
exigiu readequação do papel do governo à frente do fortalecimento dos bens e serviços a
anteparo da sua população, surge à necessidade da dilatação do conceito e execução da
educação financeira no país (SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007).
Com a chegada do crédito difuso em vários setores econômicos, o que antes não
poderia ser imaginado, acaba se tornando real, contudo a necessidade da compreensão de
planejamento financeiro surge, mas a falta de preparo da população, o fácil acesso ao crédito,
e a incapacidade do governo em realizar investimentos que surgissem efeitos no crescimento
financeiro, fez com que o nível de endividamento da população brasileira crescesse e que o
mercado de crédito tivesse seu primeiro impacto (ARAUJO; CALIFE, 2014).
Segundo o Banco Central do Brasil (BCB, 2015), entre os anos 2010 e 2014 o crédito
cedido às pessoas físicas e jurídicas cresceu mais de 1,3 trilhões de reais, em 2014, os créditos
para pessoa física, somaram R$1.412,1 bilhões, 46,79% dos créditos cedidos até aquele
momento, já os valores emprestados a pessoa jurídica fecharam em R$1.605,4, bi,
representando 53,21%, conforme pode ser demonstrado na figura 2.
Figura 2: Evolução do Volume de Crédito.
Fonte: BCB, 2015.
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
2010 2011 2012 2013 2014
1.712,702.034
2368,3
2711,43017,5
Evolução do Volume de Crédito
2010
2011
2012
2013
2014
13
Ressalta-se que no decorrer dos anos 2000, foram criados vários programas voltados
para a educação financeira por organizações brasileiras, a maior parte dessas entidades
pertencentes ao setor financeiro. No ano de 2007 com o intuito de estabelecer uma estratégia
em torno da educação financeira o Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados
Financeiros, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (COREMEC), criou o
“Grupo de Trabalho do COREMEC”, formado pela junção entre BCB, Comissão de Valores
Mobiliários (CMV), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC),
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) (BCB, 2014).
Em 2009 o “Grupo de Trabalho do COREMEC” rascunhou a Estratégia Nacional de
Educação Financeira (ENEF), no esboço, incluíram-se vários documentos, tais como: um
Plano Diretor, e um apenso de uma investigação a nível nacional acerca da educação
financeira, um catálogo de iniciativas de educação financeira, também uma recapitulação de
iniciativas internacionais, orientações com destino a educação financeira nas escolas, e um rol
de condutas de educação financeira sustentado por governadores do Sistema Financeiro
Nacional (SFN). Em dezembro de 2010 este esboço foi validado por seus quatro
regulamentadores, formalmente criando o ENEF e também o Comitê Nacional de Educação
Financeira (CONEF) (BCB, 2014).
A estratégia tem como responsável pela governança, definindo seus rumos o CONEF,
como evidenciado na figura 3. Seus membros são estabelecidos pelo Ministro da Fazenda e o
mesmo Decreto/ Lei que instituiu o ENEF determina sua formação (BCB, 2014).
MEMBROS DA ESTRUTURA DO CONEF MEMBROS DA ESTRUTURA DO CONEF
Diretor do Banco Central do Brasil; Presidente da Comissão de Valores Mobiliários –
CVM;
Diretor-Superintendente da Superintendência
Nacional de Previdência Complementar - PREVIC
Superintendente da Superintendência de Seguros
Privados – SUSEP;
Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda - MF; Secretário-Executivo do Ministério da Educação –
MEC;
Secretário-Executivo do Ministério da Justiça – MJ; Secretário-Executivo do Ministério da Previdência
Social – MPAS;
Quatro representantes da sociedade civil: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de
Capitais - ANBIMA, BM & F BOVESPA, Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN, e Confederação
Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização -
CNSEG.
Figura 3: Estrutura da CONEF.
Fonte: BCB (2014).
Pela grande expansão do território Nacional e diversidade de culturas a execução da
ENEF é descentralizada, fazendo-se necessária a participação de inúmeros parceiros. Sua
estrutura também é composta por conexões entre organizações governamentais e privadas,
14
conservando a independência dos reguladores do sistema financeiro, e demais parceiros, para
desenvolver seus próprios programas. A ENEF não se trata de uma estrutura vertical, mas é
similar ao formato de uma teia, formada pelos órgãos, conforme ilustra a figura 4:
Figura 4: Estratégia Nacional da Educação Financeira.
Fonte: Adaptado pela autora (BCB, 2014).
Em 16 de março de 2015, por deliberação da CONEF, foi aprovado o Selo ENEF, com
o objetivo de identificar as iniciativas de educação financeira por todo o País. Para receberem
tal certificação deveriam estar em conformidade com as diretrizes da ENEF. No ano de 2017,
28 (vinte e oito) iniciativas públicas e privadas, integravam a lista de detentores do Selo
ENEF, iniciativas como Bancos, Cooperativa de Crédito, organizações diretamente ligadas ao
ramo das instituições financeiras, seguradoras, empresas previdenciárias abertas e fechadas,
companhias públicas ou privadas voltadas ao desenvolvimento e apoio financeiro e
econômico, Universidades Federais, e o Poder Legislativo. (VIDA E DINHEIRO, 2017).
O número divulgado pelo veiculador oficial da certificação do ENEF demonstra a
preocupação das instituições financeiras em educar financeiramente a população, a
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulga em seus
princípios que:
15
O envolvimento das instituições financeiras no processo de educação financeira
deve ser estimulado, de tal forma que a adotem como parte integrante de suas
práticas de relacionamento com seus clientes, provendo informações financeiras que
estimulem a compreensão de suas decisões, principalmente nos negócios de longo
prazo e naqueles que comprometam expressivamente a renda atual e futura de seus
consumidores. (SAITO; SAVOIA; PETRONI, 2006).
Entre as tantas iniciativas da educação financeira veiculadas pelos grandes Bancos
Nacionais, públicos e privados, pode-se perceber a presença de uma nova entidade financeira,
as Cooperativas de Crédito, que vem ganhando destaque a partir da década de 1990,
registrando cada vez mais público. No ano de 2014, no Brasil, haviam registrado 299
(duzentas e noventa e nove) Cooperativas de Livre Admissão, num total de 1.146
Cooperativas (um mil, cento e quarenta e seis) de crédito singular (BCB, 2015).
Em razão do aprofundamento na área de finanças individual e de seu
comprometimento associativo, às Cooperativas vêm cada vez mais realçando seu empenho na
área de educação financeira, principalmente voltada aos seus associados, em resumo as
Cooperativas vão continuar apoiando da melhor maneira um desenvolvimento saudável e
igualitário (MEINEN, 2016).
2.3 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO
Segundo a International Co-operative Alliance (ICA, 2017), a Cooperativa é uma
associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para atender suas necessidades e
aspirações econômicas, sociais e culturais comuns através de uma empresa de propriedade
conjunta e controlada democraticamente.
O cooperativismo traz em sua raiz, princípios, valores e práticas, que buscam o
desenvolvimento sustentável da sociedade de forma democrática, encabeçando as mais
diversas iniciativas de cunho social-cultural, financeiro e ambiental. São os mais diversos os
ramos cooperativos existentes pelo Mundo, entre eles, a Cooperativa objeto deste estudo, a de
Crédito (SOUZA; MEINEN, 2010).
As Cooperativas de crédito surgem da vontade e da precisão de um conjunto de
pessoas (associados) que necessitam de serviços financeiros que trabalhem a seu favor, com
qualidade e que promovam o desenvolvimento econômico, social e ambiental de sua região,
que seja democrático, que não tenha distinção entre praças e classes de renda, que não visem
somente o lucro, mas o desenvolvimento, ou seja, que se adéque as suas necessidades e
vontades financeiras de seu público (MEINEN; PORT, 2012).
16
Estruturado no Brasil nos termos do Artigo 192, da Constituição Federal (CF) de
1988, e sancionada pela própria Lei Complementar n. 130 de 17 de abril de 2009, que dispõe
sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, as Cooperativas de Crédito tem tido grande
avanço no sistema financeiro, no último relatório de inclusão financeira (2015) divulgado pelo
Banco Central do Brasil, o número de pontos de atendimento de Cooperativas de Crédito teve
um salto de 7.213 em 2010 para 9.371 em 2014, esse montante, teve seu resultado elevado
principalmente nos pontos de atendimentos eletrônicos e correspondentes (MEINEN; PORT,
2012; BCB, 2015).
Segundo o Portal do Cooperativismo (2017), no Brasil, existem 5 (cinco) principais
sistemas de crédito, sendo eles: Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (SICOOB),
Sistema de Crédito Cooperativo (SICREDI), Sistema União, Cooperativa de Crédito Mútuo
(UNICRED), Cooperativa Central de Crédito Urbano (CECRED) e a Confederação do
Sistema das Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária (CRESOL).
1. SICOOB: é o maior sistema financeiro cooperativo do país, com 3,6 milhões
de associados, 1 confederação, 16 centrais, 2.551 pontos de atendimento,
3.293 caixas eletrônicos e 878 correspondentes, está presente nas 27 unidades
da Federação, o SICOOB possui seu próprio Banco, o Banco Cooperativo do
Brasil (BANCOOB) (SICOOB, 2017).
2. SICREDI: a primeira Cooperativa de Crédito brasileira, fundada em 1912,
com 3,5 milhões de associados, 1 confederação, 1 fundação, 5 centrais, 1.500
pontos de atendimento, está presente em 21 unidades da Federação, o Sicredi
possui também um Banco próprio, o Banco Cooperativo Sicredi (SICREDI,
2017).
3. UNICRED: fundada em 1989 o sistema possui 184 mil associados, 1
confederação, 4 centrais, 34 pontos de atendimento e 236 unidades de
negócios, está presente em 10 unidades da Federação (UNICRED, 2017).
4. CECRED: presente no Sul do país, possui 659 mil associados, 1 central, 156
pontos de atendimento, 343 caixas eletrônicos, está presente em 3 unidades
da Federação (CECRED, 2017).
5. Confederação Cresol: fundada em 2008, a Confederação das Cooperativas
Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária, antes chamada de
Confederação das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação
Solidária (CONFESOL), alterou seu nome em 2016 para Cresol, possui 455
17
mil associados, 1 confederação, 468 pontos de atendimentos, está presente em
15 unidades da Federação (CRESOL BASER; CRESOL SICOPER;
ASCOOB, 2017; CRESOL CENTRAL, 2016).
As organizações cooperativistas seguem princípios que norteiam as práticas de seus
valores, e unem os ideais aos atos. Segundo Meinen e Port (2014), os princípios
cooperativistas são:
1. Adesão livre e voluntária: As organizações Cooperativas são sociedades
voluntárias e abertas às pessoas, sem discriminações, que decidam se
associar para fazer uso dos produtos e serviços oferecidos;
2. Gestão democrática: As Cooperativas são organizações igualitárias,
comedida por seus associados, que participam ativamente de seus rumos,
onde votam e são votados nas assembleias;
3. Participação econômica: Seus associados contribuem de forma igualitária
para a constituição do capital, em contrapartida, se lucro houver, seus
associados serão remunerados de acordo com o capital integrado;
4. Autonomia e independência: As instituições Cooperativas são autônomas,
de auxílio mutual e de controle de seus associados, deste modo devem
sempre manter a gestão de seus rumos aos seus cooperados, mantendo a
independência da Cooperativa;
5. Educação, formação e informação: As Cooperativas devem sempre agir a
favor da promoção da educação e desenvolvimento de seus constituintes,
para que estes possam fortalecer a sua cooperativa de modo interno e
externo;
6. Intercooperação: As organizações Cooperativas agem de forma mais ativa a
seus membros, consolidando ao público a força do movimento cooperativo,
atuando sempre em união através dos suportes locais, seja na mesma cidade,
estado ou país;
7. Interesse pela comunidade: As Cooperativas operam para o
desenvolvimento sustentável de sua comunidade, por meio de doutrinas
aprovadas por seus associados.
O fato das Cooperativas terem em seus princípios, a educação, formação e informação
e o interesse pela comunidade, têm as tornado popular entre o ramo financeiro. A
18
disponibilidade e seu engajamento em agir como multiplicadora da educação de finanças,
expandindo o assunto em vários locais do país, são elementos que contam a favor das
organizações Cooperativas, em maio de 2017 a Semana Nacional da Educação Financeira,
organizada por membros do CONEF, contou em sua agenda oficial com a participação de 12
(doze) organizações relacionadas ao cooperativismo. (SEMANA ENEF, 2017; OCB/MT,
2017).
Outro fator que favorece o cooperativismo é a preocupação com o desenvolvimento
sustentável de sua comunidade, o segmento de crédito opera com mais de 7,4 milhões de
associados, segundo a OCB (2017), e contribui de forma ativa em projetos ligados a educação
financeira, de forma a enraizar o assunto não só a seus associados, mas também a toda a
sociedade.
O SICOOB, é um dos principais sistemas cooperativos de crédito, detém uma fatia de
48,65% dos cooperados brasileiros, está presente em 1.524 (um mil, quinhentos e vinte e
quatro) municípios do Brasil, sendo a única instituição financeira em 198 (cento e noventa e
oito) destes, tem participado de forma ativa no desenvolvimento da educação financeira do
país, seguindo a missão do sistema: “Gerar soluções financeiras adequadas e sustentáveis, por
meio do cooperativismo, aos associados e às suas comunidades” (SICOOB, 2016; SICOOB,
2017).
2.3.1 Caracterização da Cooperativa de Crédito Sicoob Credip
Fundada em 21 de dezembro de 1996 a SICOOB CREDIP foi à primeira Cooperativa
de Crédito Rural de Rondônia, para sua constituição, 53 (cinquenta e três) interessados,
integralizaram o valor total de R$5.300,00 (cinco mil e trezentos reais), R$100,00 (cem reais)
para cada um deles. Na época seu primeiro presidente eleito Sr. Jonas Tavares da Silva,
buscou junto ao BCB, a autorização para que a Cooperativa entrasse em funcionamento, o que
ocorreu em 28 de março de 1998 (SICOOB CREDIP, 2017).
No ano de 2006 a Cooperativa deixou de ser apenas rural e tornou-se uma Cooperativa
de Crédito de Livre Admissão. Em 2017, o SICOOB CREDIP tinha em sua estrutura, trinta
(30) Pontos de Atendimento (PA), uma (01) Unidade Administrativa (UA), e um (01) PA
Digital, aproximadamente 36.141 (trinta e seis mil, cento e quarenta e um) cooperados e
quatrocentos e sessenta e um (461) colaboradores, apresentados a seguir (SICOOB CREDIP,
2017):
19
Número de
PA Localização do PA
Número de cooperados
(milhares)
Número de
colaboradores
PA – 00 Pimenta Bueno – RO (Unidade
Administrativa)
0 123
PA – 01 Pimenta Bueno – RO 2.673 26
PA – 02 Alta Floresta do Oeste – RO 1.649 17
PA – 03 São Felipe do Oeste – RO 1.518 13
PA – 04 Espigão do Oeste – RO 2.171 17
PA – 05 Seringueiras – RO 1.220 9
PA – 06 Alto Alegre dos Parecis – RO 1.091 11
PA – 07 Chupinguaia – RO 1.388 8
PA – 08 Parecis – RO 1.411 13
PA – 09 Rolim de Moura – RO 2.583 23
PA – 10 São Francisco do Guaporé – RO 1.781 17
PA – 11 São Miguel do Guaporé – RO 1.104 11
PA – 12 Alvorada do Oeste – RO 1.348 9
PA – 13 Santa Luzia do Oeste – RO 895 9
PA – 14 Cacoal – RO 2.803 27
PA – 15 Nova Brasilândia do Oeste – RO 1.647 13
PA – 16 São Domingos do Guaporé – RO 967 11
PA – 17 Migrantinópolis – RO 555 6
PA – 18 Novo Horizonte do Oeste – RO 1.034 9
PA – 19 Ministro Andreazza – RO 654 8
PA – 20 Primavera de Rondônia – RO 1.097 5
PA – 21 Costa Marques – RO 627 8
PA – 22 Novo Plano – RO 390 4
PA – 23 Pimenta Bueno – RO 1.031 10
PA – 24 Santo Antônio do Matupí– AM 664 8
PA – 25 Apuí – AM 1.006 10
PA – 26 Castanheiras – RO 677 5
PA – 27 Cacoal – RO 1.179 13
PA – 28 Conselvan – MT 595 9
PA – 29 Colniza – MT 282 6
PA – 30 Cacoal – RO 79 3
PA – 97 Digital 22 0
Figura 5: Estrutura SICOOB CREDIP.
Fonte: Elaborado pela autora (SICOOB CREDIP, 2017).
Em dezembro de 2016 o SICOOB CREDIP completou 20 anos de história,
ultrapassando os 64 milhões em capital social, 377 milhões em depósitos à vista e a prazo,
consolidando-a como a maior Cooperativa da região Norte, 66 milhões em caderneta de
poupança, 527 milhões em empréstimos totais, 596 milhões em ativos totais e 31,6 milhões de
resultado bruto, este resultado representou uma rentabilização bruta sobre o capital social
médio de 54,1% (SICOOB CREDIP, 2016).
Indo ao encontro com a missão e visão estipulada pela Cooperativa, no ano de 2015
conquistou o Selo ENEF, sendo a única Cooperativa em 2017 a integrar a lista das iniciativas
que enaltecem e colaboram com a educação financeira. O projeto “Oficina de Educação
Financeira” vem sendo executado desde fevereiro de 2015 na área de ocupação da
Cooperativa, e é moderado pelo economista e também presidente do Conselho de
20
Administração (CONSAD) Oberdan Pandolfi Ermita. De acordo com a Cooperativa as
oficinas surgiram para contribuir com seu público a gerir suas finanças (SICOOB CREDIP,
2016).
Com o referido projeto, a Cooperativa espera contribuir na conscientização da gestão
das finanças pessoais de cooperados, colaboradores e seus familiares. Preocupada com sua
missão, a Cooperativa tem como compromisso, gerar soluções financeiras sustentáveis a seus
usuários, orientando o melhor caminho para o uso dos recursos, de modo a manter seus
utentes saudáveis financeiramente em longo prazo (SICOOB CREDIP, 2014).
3 METODOLOGIA
Esta seção tratou dos procedimentos metodológicos que foram adotados para a
realização da pesquisa de acordo com os objetivos propostos e com a problemática exposta.
Como Cooperativa, o SICOOB CREDIP descreve como compromisso a
sustentabilidade financeira do público-alvo, desenvolver as suas atividades sem comprometer
a saúde financeira dos donos/ usuários. Compreendeu-se como público-alvo os funcionários e
cooperados. Como premissa, a Cooperativa tem a responsabilidade com o dinheiro, matéria-
prima do negócio, logo, faz-se necessário o conhecimento.
A pesquisa classificou-se como exploratória e descritiva, pois teve como propósito
analisar os resultados da educação financeira promovida pelo SICOOB CREDIP na vida
financeira dos cooperados e colaboradores. E descritiva, porque explanou a Cooperativa em
estudo, o perfil dos cooperados, bem como se os resultados dos conhecimentos adquiridos por
meio das oficinas de educação financeira estão contribuindo para a sustentabilidade
socioambiental e financeira dos cooperados e de pessoal.
Quanto ao método, foi utilizado o dedutivo com abordagem qualitativa, a qual
procurou descrever, interpretar e analisar aspectos relativos à educação financeira promovida
pelo SICOOB CREDIP na vida financeira dos cooperados e colaboradores. A pesquisa
qualitativa, segundo Yin (2016), está preocupada em se encontrar acepções acerca de temas,
procura esclarecer situações por intermédio de teorias existentes. A exploração qualitativa por
sua dimensão e liberdade permite ser aplicada em diversas temáticas, além também de poder,
com seus dados, poder gerar novos conceitos.
A pesquisa foi de natureza aplicada, com procedimentos de pesquisa bibliográfica,
documental e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, teses,
dissertações, anais periódicos, artigos, dentre outros. A pesquisa documental foi realizada
21
como objetivo extrair informações de documentos do SICOOB CREDIP, no que tange ao
projeto de educação financeira no ano de 2017.
Já a pesquisa de campo consistiu em verificar como se aplicam e praticam todos os
conceitos elaborados na parte teórica, a execução do trabalho de campo fez-se por intermédio
de entrevistas, investigação, ou outros métodos, aplicados com os pesquisados. Tais
procedimentos serviram para listagem de materiais, entre outros. Que é um elemento essencial
para compreensão da prática (MINAYO, 2011).
Quanto às técnicas de pesquisa para coleta dos dados, foi utilizada entrevista,
orientadas por roteiro semiestruturado, que foi constituído a partir dos objetivos propostos e
em conformidade com o referencial teórico pesquisado, no período de junho a novembro de
2017. As entrevistas foram realizadas com o gestor responsável pela aplicação da Oficina de
Educação Financeira, com alguns dos funcionários que participaram das oficinas de educação
financeira do ano de 2015 até 2017 e com os cooperados do SICOOB CREDIP do município
de Alta Floresta do Oeste - RO.
Na figura 6 evidencia-se o público alvo, que compreende os funcionários e cooperados
que são beneficiários pelo projeto de educação financeira da SICOOB CREDIP em estudo,
população e amostra da pesquisa.
COOPERATIVA PÚBLICO-ALVO POPULAÇÃO AMOSTRA
SICOOB CREDIP –
ALTA FLORESTA
DO OESTE – RO
Cooperados
Associados da SICOOB
CREDIP. Aproximadamente
50 associados.
47 pessoas, entre associados
da SICOOB CREDIP e
comunidade de Alta Floresta
do Oeste – RO.
SICOOB CREDIP –
PIMENTA BUENO
– RO
Funcionários
Funcionários da SICOOB
CREDIP. Aproximadamente
461 funcionários.
132 pessoas, funcionários
SICOOB CREDIP de Pimenta
Bueno – RO.
Figura 6: Público-alvo da pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Por fim, as análises das informações obtidas com as entrevistas nas oficinas de
educação financeira promovidas pelo SICOOB CREDIP foram analisadas de forma
qualitativa à luz do referencial teórico estudado.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Nesta seção descrevem-se os resultados da pesquisa, bem como a análise dos mesmos
à luz do referencial teórico abordado. Sendo organizado em 2 (duas) subseções, os resultados
serão evidenciados tomando por base a seguinte ordem: a primeira 4.1 apresenta sobre
22
percepção dos gestores da Cooperativa SICOOB CREDIP sobre as oficinas de educação
financeira; e a segunda 4.2, sobre a percepção dos funcionários e cooperados sobre as oficinas.
4.1 PERCEPÇÃO DOS GESTORES DA COOPERATIVA SICOOB CREDIP SOBRE
AS OFICINAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA.
A análise dos dados obtidos com as entrevistas foi realizada de forma qualitativa à luz
do referencial teórico, o qual permitiu analisar os resultados da educação financeira
promovida pelo SICOOB CREDIP na vida financeira dos funcionários e cooperados. Foi
realizada entrevista com o gestor Oberdan Pandolfi Ermita, Presidente do Conselho de
Administração, desde julho de 2011 até a data atual, e o responsável pela execução das
oficinas de educação financeira da Cooperativa.
As oficinas de educação financeira que são promovidas pelo SICOOB CREDIP
existem por meio de um projeto idealizado pela Cooperativa em dezembro de 2014. A
primeira Oficina ocorreu em fevereiro de 2015, tendo como público-alvo, funcionários,
cooperados e sociedade em geral, conforme pode ser observado nas figuras 7 e 8. Até o mês
de setembro de 2017, haviam sido realizadas 58 (cinquenta e oito) oficinas na área de
ocupação do SICOOB CREDIP e 2.668 (duas mil, seiscentos e sessenta e oito) pessoas
haviam participado do projeto.
Figura 7: Oficina de educação financeira com
funcionários.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Figura 8: Oficina de educação financeira com
cooperados.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Assim, o primeiro ponto abordado na pesquisa refere-se ao que motivou a Cooperativa
a fazer esse projeto. Segundo o gestor um dos princípios do Cooperativismo a educação/
formação e também por início de um projeto do BCB que estimulou as instituições financeiras
a desenvolverem projetos da área de educação financeira.
23
Ainda, conforme o gestor Oberdan, uma das principais dificuldades encontradas na
implantação do projeto foi à agenda, pois deveriam conciliar os afazeres da instituição com a
Oficina, mas também, um desafio foi o de encontrar pessoas para formar e se tornarem
multiplicadores deste projeto.
Também foi questionado se a Cooperativa possuía algum outro projeto relacionado
com a Sustentabilidade Financeira. De acordo com o gestor este é o único projeto
desenvolvido, contudo, em todas as operações realizadas pela instituição, desde a liberação de
um crédito ou a venda de um produto, toma a sustentabilidade como um de seus princípios.
De acordo com a política de responsabilidade socioambiental divulgada e revisada no
mínimo a cada 5 (cinco) anos pelo BANCOOB, a instituição tem como objetivo garantir a
distribuição de serviços consistentes e coesos com os valores da instituição, entre eles o valor
sustentável. Os princípios do BANCOOB, repetidamente trazem consigo a preocupação do
desenvolvimento sustentável, não somente de seus cooperados, mas também a sociedade
(BANCOOB, 2015).
Quando questionado sobre a importância da Oficina de educação financeira para a
Cooperativa, o gestor mencionou que somente teremos um sistema financeiro resistente,
efetivo, sem deficiências, e que esteja apto a despertar nas pessoas a cultura de poupança e
com redução de juros, de maneira sustentável, se a população tiver uma educação financeira.
O gestor ainda mencionou que só existem pontos positivos para a Cooperativa com o
desenvolvimento do projeto, pois cria um círculo de confiança e respeito entre o SICOOB
CREDIP, seus associados e comunidade, além de poderem estimular a cultura de poupança.
Para (SICOOB, 2014) o modelo de Cooperativismo só tem crescido e já atinge mais
de 10 milhões de pessoas, auxiliando a sociedade para seu desenvolvimento sustentável.
Existe um projeto nacional de educação financeira, desenvolvido pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP) e pela Organização das Cooperativas
Brasileiras – Distrito Federal (OCB/DF), onde buscam recrutar talentos na área de finanças e
relacionamento do cooperado com o SFN (SICOOB, 2014).
4.2 PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS E COOPERADOS SOBRE AS OFICINAS
DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA.
Nesta segunda subseção, serão apresentados os resultados da pesquisa referente à
percepção dos funcionários e cooperados sobre as oficinas de educação financeira, ou seja, a
visão que os entrevistados possuem sobre o assunto. Foram entrevistados 47 (quarenta e sete)
24
cooperados do SICOOB CREDIP da cidade de Alta Floresta do Oeste – RO, que
presencialmente participaram da Oficina em junho de 2017 e 132 (cento e trinta e dois)
funcionários de 461 (quatrocentos e sessenta e um), do SICOOB CREDIP, por meio de
sistema disponibilizado pela Cooperativa, interligado diretamente com os funcionários, que
realizaram a Oficina de fevereiro de 2015 a outubro de 2017.
Quando questionados aos entrevistados cooperados se os mesmos já haviam
participado de alguma oficina financeira, 51%, dos entrevistados responderam nunca ter
participado de nenhuma Oficina de educação financeira, 28% haviam participado apenas de
uma Oficina, e a menor parte, apenas 15% e 6%, respectivamente, haviam participado de mais
de duas ou exatamente duas capacitações sobre a educação financeira.
Já os funcionários da Cooperativa, 100% já participaram da Oficina na Semana de
Integração da Cooperativa, um projeto de longa data a novos funcionários e também assistem
quando a Oficina de educação financeira para cooperados, quando o projeto vai até seu PA.
No que se refere à opinião dos cooperados a respeito do ensino da educação
financeira, 87% responderam que o ensino era muito útil e 13% consideram o ensino útil.
Entre as respostas dos funcionários da cooperativa, 84% consideraram o ensino muito útil e
16% julgou o ensino como útil.
Para Savoia, Saito e Santana (2007), a educação financeira tem tido inquietude
progressiva e isso tem feito com que o estudo seja aprofundado. O Brasil ainda se encontra
em patamar muito inferior ao dos Estados Unidos e Reino Unido onde o ensino é tratado
como obrigatório ou é fortemente estimulado. Contudo, no Brasil a demanda por
conhecimento para se atualizar e ter uma vida financeira sustentável cresceu, apesar disso, a
educação financeira ainda não foi acrescentada aos currículos de ensino e as iniciativas
existentes não conseguem atender as demandas dos clientes.
Também foi perguntado aos cooperados onde haviam adquirido os conhecimentos que
possuíam para gerir seu dinheiro, 47% responderam que às informações haviam vindo através
de seus familiares, 32% adquiriram os seus conhecimentos de suas vivências, pela prática,
15% informaram que sua aprendizagem partiu de palestras, jornais, internet, rádio e livros e a
menor parte (6%) opinou que instituições de ensino que haviam lhe ofertado esse
conhecimento.
Já os funcionários, 42% responderam que aprenderam a gerir seu dinheiro de sua
experiência prática, 27% disseram que sua aprendizagem foi através de palestras, jornais,
internet, rádio e livros, diferente dos cooperados apenas 23% dos funcionários tiveram
instruções dadas por seus familiares e 8% aprendeu através de instituições de ensino.
25
Ainda foi questionado, com qual frequência os pesquisados faziam o controle de suas
finanças, 42,5% afirmaram que acompanhavam mensalmente suas finanças, 30% informaram
que controlam diariamente, 19% nunca fizeram controle algum e 8,5% semanalmente
acompanham suas finanças. Entre os funcionários do SICOOB CREDIP, assim como os
cooperados, a maior parte de pessoas com 69% afirmaram que faz o controle de suas finanças
mensalmente, 22% vai além e faz seu controle diariamente, 7% faz a gestão de seu dinheiro
semanalmente e 2% disseram que nunca faz o controle de seus recursos.
Outro ponto questionado entre cooperados foi ao respeito de qual era seu desempenho
com relação aos seus conhecimentos financeiros na administração do seu dinheiro, entre os
cooperados, mais da metade dos entrevistados (53%) afirmaram que se sentiam
razoavelmente seguro, 36% que entendiam que não se sentiam muitos seguros quanto ao
desempenho na vida financeira, 9% se consideraram nada seguro quanto a sua execução
financeira e apenas 2% se julga muito seguro, conforme a figura 9.
Figura 9: Desempenho cooperados e funcionários com relação aos conhecimentos financeiros na
administração do dinheiro.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
As respostas dos funcionários da Cooperativa não se distanciaram tanto das dos
cooperados, 54% se diz razoavelmente seguro com seus conhecimentos, 29% opinaram que
não se sentem muito seguro, 14% responderam estar muito satisfeito com seus conhecimentos
e estão muito seguros com seus conhecimentos e por fim 3% não se sentem nada seguro.
Segundo Savoia, Saito e Santana (2007) a educação financeira é de extrema
importância para a sociedade atual brasileira, visto que afeta de modo retilíneo as atitudes das
26
famílias e pessoas sobre a sua vida financeira/ econômica, os indivíduos precisam ter
conhecimento dos assuntos financeiros para poderem administrar melhor suas decisões, e
atualmente é grande a demanda por instruções sobre a educação financeira.
No Brasil os objetivos da ENEF foram descritos apoiados pela dimensão espacial,
onde estão os conceitos de educação financeira, fundamentados no efeito de atos individuais
na conjuntura social, e no alcance dessas ações na situação econômicas e financeiras dessas
pessoas, e também por dimensão temporal onde os princípios são discutidos baseados na
percepção de que decisões de hoje podem afetar o futuro (BCB, 2014).
Quando indagado aos cooperados sua opinião com relação à utilidade do crédito, 47%
responderam que o considera o crédito como um mecanismo para atender despesas
emergenciais e inesperadas, 34% julga como um tipo de recurso para adquirir bens e serviços,
19% declarou que o crédito é um meio para suprir as necessidades de caixa de curto e médio
prazo, ninguém opinou que considera o crédito um modo rápido de pagar dívidas anteriores.
Os funcionários da Cooperativa, 42% consideraram o crédito como um tipo de recurso
para adquirir bens e serviços, 40% considera como um mecanismo para atender despesas
emergenciais e inesperadas, 17% respondeu que o crédito é meio de suprir as necessidades de
caixa de curto e médio prazo, e 1% que é apenas um modo rápido de quitar dívidas anteriores.
Contudo, a sustentabilidade econômica para Callado e Fensterseifer (2009) busca-se
abranger a possibilidade e o equilíbrio econômico, sua capacidade de se manter frente a
tempestividades, a independência, proporcionando que o sistema perdure através dos tempos,
vista a ameaças, para que haja o desenvolvimento social.
Pode-se verificar na pesquisa, que parte dos cooperados e funcionários ainda possui
um pré-conceito de que o crédito está à disposição para compra de bens a prazo, ao invés de
poupar para depois consumir. O que demonstra que o conceito de educação financeira ainda
precisa de muito reforço para se fixar nos públicos entrevistados.
Neste contexto, em 2010 o BCB tendo em vista assegurar o desenvolvimento
sustentável do comércio de crédito lançou medidas para diminuir a contratação de operações
de risco, as medidas foram adotadas pelas instituições financeiras para serem mais moderados
nas concessões de crédito, tal ato favoreceu o controle da inadimplência (BCB, 2015).
Questionados sobre quais investimentos faziam para guardar dinheiro, 40,5% dos
entrevistados, investem em caderneta de poupança, 38,5% aplica comprando bens móveis ou
imóveis, 10,5% dos entrevistados preferem aplicações em Recibo de Depósito Cooperativo
(RDC), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), ou afins, 8,5% guarda valores em outros
tipos de investimentos, e por fim, 2% enviam seu dinheiro para conta corrente. Os
27
funcionários da Cooperativa apresentaram dados diferentes no que refere a essa questão. Para
45% dos funcionários aplicam em bens móveis ou imóveis, 31% faz aplicações financeiras
em, por exemplo, RDC, LCA, apenas 19% faz investimentos de seus investimentos em baixo
risco, ou seja, poupança, e 5% fazem depósitos em conta corrente, nenhum dos funcionários
informou que fazia algum tipo de investimento em outro meio.
Segundo o relatório de inclusão financeira, divulgado pelo BCB (2015), o número de
detentores de depósitos em contas poupanças evoluiu 41% de 2010 a 2014, diversos
municípios e estados do Brasil encaram desafios financeiros, parte deles provocados pelo
comprometimento dos orçamentos com despesas pessoais e serviços dívidas, o relatório ainda
confirma a maior parte da população brasileira investe em baixo risco, ou seja, em poupança.
Quando perguntado aos cooperados para que serve uma boa educação financeira, 64%
opinaram que serve para adquirir hábitos financeiros racionais, 30% opinou que auxilia para
se aprender a gastar seu dinheiro, 4% acreditam que instrui como aprender a usar o crédito e
2% respondeu que é uma fonte de informação para instruir como comprar a prazo, nenhum
participante expressou que as alternativas anteriores não se adequavam a sua opinião,
podemos ver a distribuição das posições da questão, conforme mostra a figura 10.
Figura 10: Para que serve a educação financeira.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Já para os funcionários da Cooperativa, 74% consideram que serve para aprender a
adquirir hábitos racionais, 15% informou que auxilia para se aprender a gastar seu dinheiro,
7% expressou que as alternativas anteriores não se adequavam a sua opinião, 3% representou
a aqueles que acreditam que instrui como aprender a usar o crédito e 1% respondeu que é
importante para aprender a comprar a prazo, conforme figura 10.
28
De acordo com a ENEF, um dos objetivos que devem ser alcançados no processo de
educação financeira é buscar o aumento do entendimento da sociedade sobre o tema para que
estes possam ser assertivos nos momentos das escolhas que tomam sobre a administração de
seus recursos (BCB, 2014).
Também foi questionado aos cooperados se com os conhecimentos adquiridos por
meio das oficinas de educação financeira, os mesmos consideravam sua situação financeira
sustentável, 89% responderam que sim e 11% disseram que não julgava sustentável, nenhum
dos pesquisados opinou que talvez tivesse uma vida financeira sustentável. Já os funcionários
do SICOOB CREDIP, 49%, que consideram sim sua vida financeira sustentável, 40%
consideram que talvez sua vida financeira seja sustentável, e 11% respondeu que não
considera.
Pode-se destacar que em meio a um cenário de mudanças as Cooperativas têm sido
enxergadas como solução para atritos e sendo reconhecida como resistente, um exemplo. As
instituições financeiras Cooperativas que suportaram a crise global têm percebido seu eixo
ativo só aumentar. A sustentabilidade é a causa essencial do modelo cooperativista em seus
negócios, pois é um dos sete princípios que norteiam as Cooperativas, trabalhar para atingir o
desenvolvimento sustentável de sua sociedade (MEINEN; PORT, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve por objetivo analisar os resultados da educação financeira
promovida pelo SICOOB CREDIP na vida financeira dos funcionários e cooperados.
Até os anos de 1990 a educação financeira estava totalmente concentrada nas mãos de
pessoas que entendiam do mercado financeiro e contribuíam com dicas, contudo essas
instruções do saber como investir e aplicar, claramente eram voltadas a públicos que já
possuíam algum tipo de recurso disponível para ser reservado. O foco até então estava no
rumo errado, precisava-se antes de qualquer coisa ensinar o acesso para a cultura de
poupança.
Com base na pesquisa realizada junto à instituição financeira SICOOB CREDIP e a
pesquisa de campo sobre os resultados das oficinas de educação financeira promovida pela
Cooperativa, pode-se constatar que os conhecimentos transmitidos nas oficinas de educação
financeira atendem parcialmente aos objetivos propostos, quando se trata de conscientização
na administração da vida financeira e consequentemente a Sustentabilidade Financeira dos
cooperados e funcionários, visto que, as oficinas procuram criar e mostrar a importância do
29
entendimento da administração financeira e sustentabilidade, contudo, é possível perceber que
tanto na mente de cooperados quanto de colaboradores, apesar das ferramentas dadas e da
mensagem transmitida pela educação financeira, ainda há discrepância entre o ensinado e o
seguido. Também pode-se acrescer, que a cultura de educação financeira ainda muito
incipiente no país, pois ainda existem poucos programas voltados ao tema, o que dificulta a
inserção da temática na vida das pessoas.
Parte das pessoas envolvidas ainda não se sente seguras com os conhecimentos que
detém para administrar seus recursos e comprovação disso é que ainda recorrem ao crédito
quando precisam adquirir bens ou serviços ao invés de poupar e somente depois com recursos
em mãos obter o bem ou serviço necessário.
Verificou-se durante a pesquisa, que a ação desenvolvida pela Cooperativa SICOOB
CREDIP tem sido vista com bons olhos e de forma positiva tanto pelos funcionários como
pelos cooperados, pois auxilia nos passos financeiros. Sendo que este projeto desperta nos
participantes o senso para diferenciar o que de fato é necessário e supérfluo e que o resultado
dessa mudança de cultura é demasiadamente benéfico, demonstrando que com apenas um
gesto o indivíduo pode obter melhorias em sua qualidade de vida.
Outro ponto é a imagem que a Cooperativa SICOOB CREDIP transmite ao realizar
essas oficinas. A confiança no projeto é evidente, por isso todos os anos procuram realizar em
localizações diferentes, pois assim, estariam abrangendo públicos diversificados e inserindo a
cultura da educação financeira. Além, de criar uma ponte para estreitar a relação entre
Cooperativa e cooperado, e consequentemente estimular a cultura da poupança, a Cooperativa
acredita que as oficinas estão ampliando a compreensão e o desenvolvimento financeiro da
população, auxiliando a adoção de decisões racionais sobre investimentos, consumos e
planejamento.
Por fim, os resultados da pesquisa indicaram que as oficinas de educação financeira
oferecidas pela Cooperativa atenderam aos objetivos propostos, pois ficou evidenciado que o
SICOOB CREDIP possui uma preocupação com o desenvolvimento sustentável econômico
de seus cooperados e funcionários, e a Cooperativa entende e aplica os prepostos da educação
financeira.
Contudo, fica evidente que este tema não se esgota. A partir das contribuições desta
pesquisa sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas, principalmente no que se refere às
práticas voltadas para a área de educação financeira que ainda necessita de mais foco e
multiplicadores, visto que o tema influencia diretamente na Sustentabilidade Financeira da
30
sociedade, pois, quanto mais adequada e maior for número de projetos em torno na área, mais
cedo conseguirá se mudar a educação financeira e atingir uma longa e saudável economia.
31
REFERÊNCIAS
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Educação Financeira no Brasil. 2014. Disponível em:
<http://www.boavistaservicos.com.br/wp-content/uploads/2014/08/A-hist%C3%B3ria-
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13 maio 2017.
ASSOCIAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE APOIO A ECONOMIA FAMILIAR. Quem
Somos. Disponível em: <http://www.sistemaascoob.com.br/quem-somos.php>. Acesso em:
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BACHA, Maria de Lourdes; SANTOS, Jorgina; SCHAUN, Angela. Considerações teóricas
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<http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos10/31_cons%20teor%20bacha.pdf>. Acesso em:
07 maio 2017.
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em: 11 junho 2017.
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<http://www.sicoobnorte.com.br/arquivos/contas/9c54a2ae1f79f9bdc3c849305da391a1.pdf>.
Acesso em: 10 junho 2017.
SISTEMA DE CRÉDITO COOPERATIVO. Política de Responsabilidade Socioambiental.
Disponível em:<https://www.credisis.com.br/206>. Acesso em: 07 maio 2017.
______. Política de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental. Disponível em:
<https://www.sicredi.com.br/html/conheca-o-
sicredi/sustentabilidade/arquivo/sicredi_politica_sustentabilidade.pdf>. Acesso em: 03 junho
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sicredi/quem-somos/>. Acesso em: 03 junho 2017.
UNIÃO, COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO. Quem Somos. Disponível em:
<http://www.unicred.com.br/>. Acesso em: 03 junho 2017.
VIDA E DINHEIRO. Cartilha – Selo ENEF. Disponível em:
<http://www.vidaedinheiro.gov.br/wp-content/uploads/2017/04/Cartilha-Selo-ENEF.pdf>.
Acesso em: 20 maio 2017.
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YIN, Robert K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.
36
APÊNDICES
37
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS RESPONSÁVEIS PELA
EXECUÇÃO DAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO SICOOB CREDIP.
Nome: ____________________________________________________________________.
Função: ___________________________________________________________________.
1. Há quanto tempo trabalha na Cooperativa?
2. Desde quando existem as oficinas de educação financeira?
3. Qual foi a motivação que levou a cooperativa a implantar estas oficinas de educação
financeira?
4. Quais foram às principais dificuldades encontradas para a implantação do projeto de
educação financeira desenvolvido por sua instituição?
5. A Cooperativa possui outros programas que visem à sustentabilidade financeira de
seus cooperados? Qual?
6. A cooperativa promove a sustentabilidade econômica, social e ambiental? Como?
7. Após a implantação das oficinas, pode-se dizer que os conhecimentos adquiridos por
meio das oficinas de educação financeira estão contribuindo para a sustentabilidade
financeira dos cooperados?
8. Qual a importância das oficinas de educação financeira para a cooperativa?
9. Quais são os resultados positivos e negativos das oficinas de educação financeira para
Cooperativa?
10. O Governo brasileiro tem contribuído/incentivado para a realização de projetos na área
de educação financeira? Por favor, justifique sua resposta.
38
APÊNDICE B – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO DE ENTREVISTA COM OS
COOPERADOS QUE PARTICIPARAM DAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO
FINANCEIRA DO SICOOB CREDIP.
I BLOCO – CARACTERIZAÇÃO DAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA.
1. Como obteve informações a respeito das oficinas de educação financeira?
( ) Pela Cooperativa;
( ) Cooperados;
( ) Conhecidos/ Amigos;
( ) Folder;
( ) Mídia.
2. Quantas oficinas de educação financeira você já havia participado antes de hoje?
( ) Uma;
( ) Duas;
( ) Mais de duas;
( ) Nenhuma.
3. O que o (a) motivou a participar das oficinas?
( ) Ouvi referências de quem já fez o curso;
( ) Curiosidade sobre o assunto;
( ) Necessidade de usar melhor o dinheiro;
( ) Adquirir mais conhecimentos.
4. Antes da oficina ministrada tinha conhecimento sobre o que é educação financeira?
( ) Sim;
( ) Não.
5. Já havia recebido alguma capacitação sobre educação financeira?
( ) Sim;
( ) Não.
6. Qual a sua opinião a respeito do ensino de educação financeira?
( ) Muito útil;
( ) Útil;
( ) Indiferente;
( ) Inútil.
7. Após a oficina, acredita que aprender sobre o uso dinheiro é importante para sua
vida?
( ) Sim;
( ) Não.
8. Como adquiriu os seus conhecimentos sobre como gerir o seu dinheiro?
( ) Com familiares;
( ) Em instituições de ensino;
( ) Palestras, jornais, revistas, internet, rádio, livros;
( ) De minha experiência prática.
39
9. Com que frequência faz o controle de suas finanças?
( ) Diariamente;
( ) Semanalmente;
( ) Mensalmente;
( ) Nunca fiz.
10. Qual o seu desempenho com relação aos seus conhecimentos financeiros na
administração do o dinheiro?
( ) Nada seguro – Gostaria de possuir um entendimento muito melhor de educação
financeira;
( ) Não muito seguro – Gostaria de entender um pouco mais sobre finanças pessoais;
( ) Razoavelmente seguro – Conheço a grande parte das coisas que eu precisaria saber sobre
educação financeira;
( ) Muito seguro – Possuo bastante entendimento sobre finanças pessoais e administração
financeira.
11. Possui algum tipo de dívida (empréstimos bancários, cartão de crédito,
financiamentos e outros)?
( ) Sim. Mas refere-se a um financiamento em longo prazo, cuja prestação eu sempre quito
em dia;
( ) Sim. Mas não sei bem quando nem como irei pagá-las;
( ) Sim. Mas vou saldá-las em pouco tempo, já que anotei e calculei como e quando iria
quitá-las;
( ) Não. Não tenho dívidas pessoais. Procuro planejar todas as compras para conseguir
pagar à vista e com desconto.
12. Você considera o crédito como:
( ) Um tipo de recurso para adquirir bens e serviços;
( ) Um meio para suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazo;
( ) Um modo rápido quitar dívidas anteriores;
( ) Um mecanismo para atender despesas emergenciais e inesperadas.
13. Com base no conhecimento que adquiriu na oficina, você acredita que conseguirá
investir melhor seus recursos.
( ) Sim
( ) Não
Se sim, qual tipo de instituição você pretende procurar quando for investir?
( ) Bancos;
( ) Corretoras de negócios;
( ) Cooperativas;
( ) Outro. Qual? ___________________________________________________________.
14. Em sua opinião, para que serve uma boa educação financeira?
( ) Para aprender a gastar o seu dinheiro;
( ) Para aprender a adquirir hábitos financeiros racionais;
( ) Para aprender como comprar a prazo;
( ) Para aprender usar crédito;
( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
15. Qual das despesas atinge o orçamento de sua família com mais impacto?
40
( ) Aluguel/Financiamentos;
( ) Gasolina/Transporte/Alimentação;
( ) Saúde/Lazer/Educação;
( ) Vestuário/Supérfluos;
( ) Outros.
16. Qual dos investimentos abaixo considera uma boa fonte de guardar dinheiro?
( ) Aplicações em bens móveis ou imóveis;
( ) Uma aplicação financeira, como por exemplo, RDC, LCA;
( ) Depósito em conta corrente;
( ) Depósito em conta-poupança;
( ) Outros.
17. Procura conservar uma parte de seus rendimentos em uma poupança, para fins
emergenciais, ou visando atingir objetivos materiais (compra de casa, carro etc.)?
( ) Sim;
( ) Não;
( ) Às vezes.
18. Após os conhecimentos adquiridos por meio das oficinas de educação financeira,
considera sua situação financeira sustentável? ( ) Sim;
( ) Talvez;
( ) Não.
Por quê?___________________________________________________________________.
19. Considera que a Oficina ministrada auxiliou na organização de suas finanças?
( ) Sim;
( ) Não.
Por quê? ___________________________________________________________________.
20. A oficina de educação financeira atendeu as expectativas que o senhor (a) tinha a
respeito do tema educação financeira? ( ) Sim
( ) Não
Se sim, por quê? _____________________________________________________________.
41
APÊNDICE C – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO DE ENTREVISTA COM OS
FUNCIONÁRIOS QUE PARTICIPARAM DAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO
FINANCEIRA DO SICOOB CREDIP.
I BLOCO – CARACTERIZAÇÃO DAS OFICINAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA.
1. Antes da oficina que participou você tinha conhecimento sobre o que é educação
financeira?
( ) Sim;
( ) Não.
2. Qual a sua opinião a respeito do ensino de educação financeira?
( ) Muito útil;
( ) Útil;
( ) Indiferente;
( ) Inútil.
3. Após a oficina, você acredita que aprender sobre o uso dinheiro é importante para sua
vida?
( ) Sim;
( ) Não.
4. Como faz o controle de suas finanças?
( ) Diariamente;
( ) Semanalmente;
( ) Mensalmente;
( ) Nunca fiz.
5. Como adquiriu os seus conhecimentos sobre como administrar o seu dinheiro?
( ) Com familiares;
( ) Em instituições de ensino;
( ) Palestras, jornais, revistas, internet, rádio, livros;
( ) De minha experiência prática.
6. Qual o seu desempenho com relação aos seus conhecimentos financeiros na
administração do dinheiro?
( ) Nada seguro – Gostaria de possuir um entendimento muito melhor de educação
financeira;
( ) Não muito seguro – Gostaria de entender um pouco mais sobre finanças pessoais;
( ) Razoavelmente seguro – Conheço a grande parte das coisas que eu precisaria saber sobre
educação financeira;
( ) Muito seguro – Possuo bastante entendimento sobre finanças pessoais e administração
financeira.
7. Você considera o crédito como:
( ) Um tipo de recurso para adquirir bens e serviços;
( ) Um meio para suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos;
( ) Um modo rápido quitar dívidas anteriores;
( ) Um mecanismo para atender despesas emergenciais e inesperadas.
42
8. Com base no conhecimento que adquiriu na oficina, você acredita que conseguiu
investir melhor seus recursos?
( ) Sim
( ) Não
9. Qual tipo de investimento você procurou fazer?
( ) Aplicações em bens móveis ou imóveis;
( ) Uma aplicação financeira, como por exemplo, RDC, LCA;
( ) Depósito em conta corrente;
( ) Depósito em conta-poupança;
( ) Outros.
10. Em sua opinião, para que serve uma boa educação financeira?
( ) Para aprender a gastar o seu dinheiro;
( ) Para aprender a adquirir hábitos financeiros racionais;
( ) Para aprender como comprar a prazo;
( ) Para aprender usar crédito;
( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
11. Dentre as alternativas abaixo, quais são os investimentos que você conhece?
( ) Imóveis;
( ) Títulos públicos de renda fixa (letras do tesouro nacional, por exemplo);
( ) Títulos privados de renda fixa (debêntures, comercial papers, CDB, RDB, RDC, por
exemplo);
( ) Ações;
( ) Fundos de investimentos;
( ) Previdência Complementar;
( ) Poupança;
( ) Outros;
( ) Todas as alternativas acima.
12. Qual das despesas atinge o orçamento de sua família com mais impacto?
( ) Aluguel/Financiamentos;
( ) Gasolina/Transporte/Alimentação;
( ) Saúde/Lazer/Educação;
( ) Vestuário/Supérfluos;
( ) Outros.
13. Procura conservar uma parte de seus rendimentos em uma poupança ou afins, para
fins emergenciais, ou visando atingir objetivos materiais (compra de casa, carro etc.)?
( ) Sim;
( ) Não;
( ) Às vezes.
14. Após os conhecimentos adquiridos por meio das oficinas de educação financeira,
considera sua situação financeira equilibrada?
( ) Talvez, ao menos consegui me controlar e quitar minhas dívidas;
( ) Sim, pois aprendi a investir e controlar minha vida financeira, vou ter uma longa
estabilidade em minhas finanças;
( ) Não, infelizmente não consegui pôr em prática o que aprendi na oficina.
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APÊNDICE D – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA DAS OFICINAS DE
EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO SICOOB CREDIP.