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Boletim 810/2015 – Ano VII – 11/08/2015 Funcionários da GM em São José dos Campos (SP) entram em greve Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos DA REUTERS - DE SÃO PAULO Cerca de 5.200 funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos iniciaram greve por tempo indeterminado após demissão anunciada no fim de semana, informou nesta segunda-feira (10) o Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região). A greve foi decidida em assembleia nesta segunda-feira. Uma nova assembleia para votar a manutenção da greve está agendada para a manhã de terça (11), entre as 5h30 e 6h00, de acordo com a assessoria de imprensa do sindicato. O objetivo é obter a reversão de demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora. Segundo o Sidmetalsjc, ao menos 200 funcionários que receberam telegramas informando de dispensas no sábado participaram de assembleia no dia seguinte. A estimativa é que o número total de demitidos chegue a 500. Luiz Carlos Prates, representante do Sindmetalsjc, afirma que a entidade ainda não conseguiu marcar uma reunião com a direção da empresa, e que os grevistas devem se juntar a outros sindicatos parados em manifestações que ocorrerão às 10h e 16h na terça (11), na avenida Paulista. Consultada, a GM disse lamentar a decisão de convocar greve e reafirmou "sua disposição para o diálogo construtivo no sentido de encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro".

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Boletim 810/2015 – Ano VII – 11/08/2015

Funcionários da GM em São José dos Campos (SP) entr am em greve Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos DA REUTERS - DE SÃO PAULO Cerca de 5.200 funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos iniciaram greve por tempo indeterminado após demissão anunciada no fim de semana, informou nesta segunda-feira (10) o Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região). A greve foi decidida em assembleia nesta segunda-feira. Uma nova assembleia para votar a manutenção da greve está agendada para a manhã de terça (11), entre as 5h30 e 6h00, de acordo com a assessoria de imprensa do sindicato. O objetivo é obter a reversão de demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora. Segundo o Sidmetalsjc, ao menos 200 funcionários que receberam telegramas informando de dispensas no sábado participaram de assembleia no dia seguinte. A estimativa é que o número total de demitidos chegue a 500. Luiz Carlos Prates, representante do Sindmetalsjc, afirma que a entidade ainda não conseguiu marcar uma reunião com a direção da empresa, e que os grevistas devem se juntar a outros sindicatos parados em manifestações que ocorrerão às 10h e 16h na terça (11), na avenida Paulista. Consultada, a GM disse lamentar a decisão de convocar greve e reafirmou "sua disposição para o diálogo construtivo no sentido de encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro".

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"A companhia tem feito todos os esforços para evitar o corte de empregados, incluindo férias coletivas, lay-off e programas de desligamento voluntário. No entanto, essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, que registra queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado", disse a montadora em comunicado enviado por e-mail. Segundo a empresa, os desligamentos têm como objetivo "adequar o quadro da empresa à atual realidade do mercado, visando resgatar a competitividade e viabilidade do negócio". "A paralisação da operação da fábrica só contribui para agravar a séria crise que afeta hoje a GM e a indústria automotiva", disse a nota. Segundo o sindicato, cerca de 250 trabalhadores da unidade de São José dos Campos reuniram-se em assembleia no domingo, após diversos deles terem recebido telegramas em suas casas com o aviso de que estavam demitidos. Os cortes em São José dos Campos acontecem um mês depois de a montadora ter demitido cerca de 500 trabalhadores na fábrica de São Caetano do Sul, disse o sindicato. A entidade também informou que nessa segunda-feira retornam ao trabalho 750 trabalhadores que estavam em lay-off, resultado de uma mobilização ocorrida em fevereiro, quando a GM havia indicado a intenção de realizar 798 demissões. A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.

(Fonte: Folha de São Paulo dia 11-08-2015).

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Reajuste do salário mínimo elevará em R$ 40 bi gast o da Previdência em 2016 Fórmula de correção do mínimo deve levar a um reaju ste de R$ 788 para R$ 867 no ano que vem; como 70% das pensões e das aposentador ias pagas pelo INSS são de até um salário mínimo, crescerá a pressão sobre os cofres públicos LUIZ GUILHERME GERBELLI - O ESTADO DE S. PAULO O gasto previdenciário terá um forte crescimento em 2016. A despesa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com todos os benefícios deverá chegar a R$ 488,579 bilhões, um aumento considerável ante os R$ 438,971 bilhões que serão desembolsados pelo governo em 2015, segundo cálculos da consultoria Tendências. A despesa previdenciária deverá ser impulsionada sobretudo pelo aumento do salário mínimo, causado pela inflação elevada de 2015. “Em torno de 70% das aposentadorias e pensões são de até um salário mínimo”, afirma Fabio Klein, economista da Tendências. Na previsão feita pelo economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, apenas o aumento do mínimo deve trazer um impacto de R$ 40 bilhões. A regra que estabelece o valor do mínimo prevê reajuste com base na variação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Para 2015, a projeção é que o INPC fique um pouco acima de 9% - até julho, está acumulado em 7,42%, enquanto o crescimento da economia brasileira em 2014 foi de 0,1%. Dessa forma, o valor do salário mínimo deverá sair dos atuais R$ 788 para R$ 867 no ano que vem. Em termos reais, segundo Klein, da Tendências, o crescimento real na despesa previdenciária será de 5,6%, levando-se em conta uma previsão de inflação de 5,4% em 2016. Herança. A herança da inflação elevada e o consequente impacto nas contas do governo devem se tornar um entrave adicional para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica. Para 2016, a promessa do governo é de fazer um superávit primário de 0,7%

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do PIB. O governo chegou a se comprometer com um resultado de 2% do PIB, mas revisou o número no fim de julho, quando também rebaixou a promessa de superávit para 2015 “A tendência, mesmo assim, é de números fiscais um pouco melhores (em 2016) do que este ano caso continuem avançando, mesmo que lentamente, as medidas fiscais do Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda)”, afirma Vale. Batalha política. Recentemente, a equipe econômica travou uma batalha política para evitar um aumento ainda maior da despesa previdenciária. Em junho, o Congresso derrotou o governo e aprovou uma emenda que permitiria que todos os benefícios da Previdência fossem reajustados com base na política de valorização do salário mínimo. No fim do mês passado, no entanto, a presidente Dilma Rousseff vetou a extensão da regra, mas ampliou a fórmula de cálculo atual do salário mínimo até 2019. A importância da despesa do INSS fica bastante evidente quando é comparada com o tamanho da economia brasileira. Os benefícios pagos no ano que vem serão equivalentes a 7,9% do PIB, nível recorde e uma alta de 0,5 ponto porcentual na comparação com 2015. O aumento da despesa ao longo dos anos impressiona. Em 1988, ano em que a Constituição foi promulgada, os benefícios equivaliam a 2,5% do PIB. “Se as regras do mínimo e da Previdência não forem alteradas, não há como o gasto da Previdência ser reduzido nos próximos 50 anos”, afirma o economista Mansueto Almeida. Para lembrar. A regra atual de reajuste do salário mínimo começou a ser discutida em 2006, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política de promover o ganho acima da inflação começou a vigorar em 2008. Embora cause pressão nas contas públicas, a política estabelecida para o mínimo é apontada como um forte instrumento de transferência de renda, por ter elevado o poder de compra da população, aumentando o consumo que sustentou o crescimento da economia nos últimos anos. A maioria dos beneficiários do INSS recebe até um salário mínimo.

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O trabalho das cuidadoras de familiares José Pastore Já foi o tempo em que predominavam as doenças infectocontagiosas. Hoje, avolumam-se as enfermidades degenerativas. No Brasil, 70% dos idosos se queixam de pelo menos uma doença crônica e 20% relatam dificuldade para se alimentar, tomar banho e usar o banheiro. É uma proporção imensa. Além deles, há um grande número de pessoas que requerem cuidados especiais. Nas famílias mais ricas, isso é realizado por profissionais dentro ou fora de instituições especializadas. Nas de classe média, é comum a contratação de cuidadoras improvisadas (empregadas domésticas) e, mesmo assim, sobra muito trabalho para os familiares. Nas famílias mais pobres tudo é feito pelas esposas, filhas ou noras dos dependentes. Mulheres que trabalham fora de casa e que assumem responsabilidades em relação a familiares dependentes prejudicam sua vida laboral. Com frequência, essas mulheres se atrasam ou faltam no trabalho. Outras reduzem a jornada ou abandonam o emprego por completo. Em todos os casos, há perdas para a carreira e para a renda das cuidadoras o que, por sua vez, afeta o orçamento doméstico e a sua empregabilidade futura. Estudos recentes mostram que, ao cuidar de um familiar durante 10 horas por semana, uma cuidadora perde 4% da sua empregabilidade e claras possibilidades de promoção profissional e melhoria salarial (Jan M. Bauer e Alfonso Sousa-Poza, Impacts of informal caregiving on caregiver employment, health and family, Bonn: Institute for the Sudy of Labor, 2015). Os avanços na medicina têm alongado cada vez mais a vida dos dependentes. Ao mesmo tempo, têm prolongado por mais tempo as responsabilidades das cuidadoras, tornando praticamente irreversível a sua volta ao trabalho normal. São perdas definitivas. Os problemas não param aí. Trabalhar fora de casa e cuidar de um familiar dependente afeta a saúde das cuidadoras. A atividade exige atenção permanente. É estressante e cansativa, física e mentalmente. Não há horário fixo nem dia de folga e muito menos férias. Muitas cuidadoras adoecem na atividade de cuidar. Para complicar, a mulher fica dividida, pois a atenção dedicada ao familiar dependente é a mesma que seria dispensada ao marido e aos filhos. Os desentendimentos são inevitáveis e abalam a harmonia familiar.

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Apesar de o trabalho da maioria das cuidadoras ser informal e não remunerado, estudos procuram estimar o valor dessa atividade, levando em conta o quanto elas deixam de ganhar por não estarem no mercado formal. As estimativas não são precisas, mas os números são impressionantes. Nos EUA, a renda agregada que as cuidadoras deixam de receber no mercado formal chega a US$ 200 bilhões por ano. Na Alemanha, 60 bilhões de euros. Em maior ou menor escala, esses problemas estão presentes em todos os países. Entre nós, há uma agravante porque o Brasil envelheceu antes de ficar rico, ao contrário dos países mais adiantados que ficaram ricos antes de envelhecer, o que vem permitindo a contratação de instituições e cuidadores profissionais. Aqui, a sobrecarga de trabalho das cuidadoras raramente deixa alternativa para as mulheres ascenderem na carreira e aumentarem a renda. O Brasil tem pela frente a tarefa de compreender melhor as condições de trabalho das cuidadoras de familiares dependentes e as repercussões sobre sua vida laboral e familiar. Políticas e mecanismos específicos precisam ser definidos para assegurar aos dependentes uma atenção que não destrua os recursos humanos e econômicos da família. É bem possível que encontremos algumas soluções no campo dos seguros que seriam destinados à manutenção de instituições e/ou profissionais capazes de ajudar os familiares a cuidar dos dependentes, sem esquecer, é claro, a dimensão humana de atender com carinho os nossos entes queridos. * JOSÉ PASTORE É PROFESSOR DA FEA-USP, PRESIDENTE D O CONSELHO DE EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO DA FECOMERCIOSP E ME MBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

(Fonte: Estado de São Paulo dia 11-08-2015).

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