Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais...

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Agradecimentos

A realização do presente trabalho tornou-se possível devido à colaboração de

várias pessoas a quem estou profundamente grata. Assim, deixo aqui os seguintes

agradecimentos:

À Professora Doutora Ana Ribeiro, pela sua ajuda preciosa, pela sua orientação

dedicada, pelos seus úteis conselhos e comentários durante a elaboração deste trabalho.

Aos meus pais e às minhas irmãs, pelo seu incentivo e apoio incondicionais,

principalmente à minha irmã Virginie Gomes, pelo tempo despendido e ajuda.

Aos meus colegas de turma, pelo apoio e incentivo valiosos durante os vários

anos que estivemos juntos na Universidade do Minho e na China. Agradeço

especialmente aos meus amigos Francisca Monteiro e Henrique Pinto por sempre me

encorajem quando mais precisei. O meu profundo obrigada a todos por estarem sempre

lá quando mais necessitei e, quer com palavras quer com atos, me ajudarem a finalizar

este projeto.

À Professora Doutora Sun Lam e ao Instituto Confúcio, por me ter

proporcionado a oportunidade única de estudar na China, onde pude aprofundar os meus

conhecimentos sobre a língua e cultura chinesas.

Aos docentes do Curso de Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais e do

Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me

ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje.

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Resumo

Com o aumento do poder económico da China, o mandarim é nos dias de hoje

considerada a língua do futuro. Em Portugal, com a crescente presença da China, quer a

nível económico quer a nível turístico, o número de cursos de língua chinesa tem vindo

a aumentar. Assim sendo, também são muitos os docentes chineses que escolhem o

nosso país para vir trabalhar.

Na China, com o desenvolvimento das relações com Portugal, com a

importância que Macau tem na sua economia e o interesse suscitado pelas economias

dos países lusófonos, os amantes da língua portuguesa têm aumentado e são também

muitos os cursos que têm sido criados.

Numa sala de aula multicultural, especialmente quando as culturas são muito

diferentes, é possível ocorrerem conflitos e mal-entendidos. O presente trabalho foi

elaborado com o propósito de averiguar até que ponto a cultura dos professores chineses

e portugueses influenciam o seu método de ensino e a dinâmica da aula e até que ponto

a metodologia implementada pelo professor vai ao encontro das expectativas dos alunos

de uma cultura diferente. Com base na informação recolhida por meio de pesquisa

bibliográfica e de inquéritos feitos a alunos e professores chineses e portugueses,

pretende-se expor os resultados obtidos com o objetivo de facilitar o papel dos

professores no ensino da sua língua materna num país estrangeiro.

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Abstract

With China's economic rise, mandarin chinese is nowadays considered the

language of the future. In Portugal, China’s growing presence in industries such as

tourism and business, triggered a significant increase of the number of Chinese

language learning courses. Consequently, this also attracts native chinese teachers to

come to our country to work.

In China, on the other hand, the development of the Sino-Portuguese ties,

combined with the major role Macau plays in China’s economy and with the interest

aroused by the economies of Portuguese-speaking countries, made the interest in

learning portuguese to explode, as well as the offer for portuguese language courses.

Teaching in a multicultural classroom, especially when encountering a big

cultural abysm, often poses a challenge because conflicts and misunderstandings are

easier to occur. The present work was elaborated with the purpose of ascertaining the

extent to which the culture of the portuguese and the chinese teachers influence not only

their teaching method but also the dynamics of the class, and to what extent the method

implemented by the teacher meets the expectations of the student whose cultural

background differs. The results hereby exposed are based on the information gathered

through bibliographical research and surveys of Chinese and Portuguese students and

teachers, with the intention to ease the role of those who teach their mother tongue in a

foreign country.

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摘要

随着中国经济 力的增强,如今汉语被认 是未来的语言。在葡萄牙,由

于中国在经济和旅游方面的 要 越来越大,汉语课程的 量持续增加。因 ,

许多中国教师 选择到葡萄牙来工作。

在中国,随着中国 葡萄牙 系的发展,澳门对于中国经济的 要 ,以

及中国对葡语国家经济的 趣,葡萄牙语爱好者以及葡萄牙语课程 持续增加。

在一个多文 的课堂 ,尤其当文 在巨大差异时,可能会发生 突和

误解。本论文的目的在于探究中国和葡萄牙教师的文 是否会影响其教学方法和

教学 态以及教学方法是否能够达到源于 文 背景的学生的期望。本论文基

于对中国以及葡萄牙学生和教师调查所收集的信息以及通过书目研究收集的信息,

旨在促进教师在非母语国家中外语教学中所发挥的作用。

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Índice Introdução………………………………………………………………………………..1

1. Enquadramento Teórico ............................................................................................ 7

2. Portugal e China: língua e cultura de educação ...................................................... 17

2.1 Portugal ............................................................................................................ 17

2.1.1 Língua portuguesa ........................................................................................ 17

2.1.1.1 A Língua Portuguesa no Mundo ........................................................... 17

2.1.1.2 Políticas de língua ................................................................................. 21

2.1.2 O sistema educativo em Portugal ................................................................. 23

2.1.2.1 Cultura de ensino .................................................................................. 25

2.1.2.2 Aulas ..................................................................................................... 26

2.1.2.3 Professores ............................................................................................ 27

2.1.2.4 O aluno .................................................................................................. 28

2.1.2.5 Relação professor e aluno ..................................................................... 29

2.2 China ................................................................................................................ 30

2.2.1 Língua chinesa.............................................................................................. 30

2.2.1.1 A língua chinesa no mundo .................................................................. 30

2.2.1.2 Políticas de língua ................................................................................. 33

2.2.2 Educação na China ....................................................................................... 34

2.2.2.1 Cultura de ensino .................................................................................. 37

2.2.2.2 Aulas ..................................................................................................... 39

2.2.2.2.1 Os 4 “R” e os 4 “M”, por Guangwei Hu .......................................... 40

2.2.2.3 Professores ............................................................................................ 41

2.2.2.4 O aluno .................................................................................................. 42

2.2.2.5 Relação professor e aluno ..................................................................... 43

3. Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas: português

e chinês língua não materna em Portugal e na China ..................................................... 47

3.1 O papel do professor de línguas estrangeiras (LE) .......................................... 47

3.1.1 Português língua não materna na China ....................................................... 49

3.1.2 Chinês língua não materna em Portugal ....................................................... 56

4. Investigação: Estudo de caso................................................................................... 65

4.1 Objetivos da investigação ................................................................................ 65

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4.2 Natureza do estudo ........................................................................................... 66

4.3 Metodologia ..................................................................................................... 66

4.4 Procedimento ................................................................................................... 68

4.5 Participantes ..................................................................................................... 68

4.6 Limitações do estudo ....................................................................................... 68

5. Apresentação e análise dos resultados .................................................................... 73

5.1.1 Alunos portugueses e alunos chineses ......................................................... 73

5.1.1.1 Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com professor

chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano .......................... 73

5.1.1.2 Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor

português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano; .............. 75

5.1.1.2.1 Métodos de ensino ............................................................................ 78

5.1.1.2.2 Métodos de avaliação ....................................................................... 83

5.1.1.2.3 Interação com o professor em contexto de aula ............................... 87

5.1.1.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas .................................. 92

5.1.1.2.5 Relação com o professor .................................................................. 96

5.1.1.2.6 Diferenças culturais ........................................................................ 100

5.1.2 Professores portugueses e professores chineses: resultados e conclusões . 106

5.1.2.1 Professores portugueses de Português Língua Não Materna a alunos

chineses 106

5.1.2.2 Professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos

portugueses ........................................................................................................ 110

5.1.2.2.1 Métodos de ensino .......................................................................... 112

5.1.2.2.2 Métodos de avaliação ..................................................................... 118

5.1.2.2.3 Interação com os alunos em contexto de aula ................................ 122

5.1.2.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas ................................ 126

5.1.2.2.5 Relação com os alunos ................................................................... 131

5.1.2.2.6 Diferenças culturais ........................................................................ 135

Conclusão ..................................................................................................................... 143

6. Bibliografia e Webgrafia ....................................................................................... 147

7. Anexos ................................................................................................................... 151

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Índice de Figuras

Figura 1 - As 10 Línguas Mais Faladas no Mundo ........................................................ 17

Figura 2 - Países Lusófonos ........................................................................................... 18

Figura 3 - Comunidades Portuguesas no Mundo (2015) ................................................ 18

Figura 4 - Países com IC ................................................................................................ 20

Figura 5 – Dialetos chineses na China ........................................................................... 31

Figura 6 - Imigrantes Chineses no Mundo ..................................................................... 32

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Género dos alunos portugueses inquiridos .................................................. 73

Gráfico 2 - Idade dos participantes ................................................................................. 73

Gráfico 3 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês em Portugal ...... 74

Gráfico 4 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês na China ........... 74

Gráfico 5 - Universidade onde os participantes estudaram chinês em Portugal ............ 75

Gráfico 6 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China.................. 75

Gráfico 7 - Género dos inquiridos .................................................................................. 76

Gráfico 8 - Idade dos participantes ................................................................................. 76

Gráfico 9 - Ano em que os participantes começaram a estudar português em Portugal 77

Gráfico 10 - Ano em que os participantes começaram a estudar português na China ... 77

Gráfico 11 - Universidade onde os participantes estudaram português na China .......... 78

Gráfico 12 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China................ 78

Gráfico 13 - No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são

igualmente fundamentais. ............................................................................................... 79

Gráfico 14 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o

número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas. ........................... 79

Gráfico 15 - Os alunos devem participar ativamente na aula. ........................................ 80

Gráfico 16 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes

para a aprendizagem. ...................................................................................................... 80

Gráfico 17 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final. .......................................................................................................... 81

Gráfico 18 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas. .......................... 81

Gráfico 19 -Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que

possamos discutir sobre os temas abordados. ................................................................. 82

Gráfico 20 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma

língua estrangeira. ........................................................................................................... 82

Gráfico 21 - O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a

matéria lecionada. ........................................................................................................... 84

Gráfico 22 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final. .......... 84

Gráfico 23 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final. ............. 85

Gráfico 24 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade

oral do aluno. .................................................................................................................. 85

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Gráfico 25 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística. ...................................................................................................................... 86

Gráfico 26 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final. ........ 86

Gráfico 27 - A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o

professor. ........................................................................................................................ 88

Gráfico 28 - É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula. .......................... 88

Gráfico 29 - Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula. ............................... 89

Gráfico 30 - Os alunos devem obedecer ao professor. ................................................... 89

Gráfico 31 - É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de

pedir silêncio várias vezes. ............................................................................................. 90

Gráfico 32 - Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.

........................................................................................................................................ 90

Gráfico 33 - Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula. .... 91

Gráfico 34 - O professor solicita participação em demasia. ........................................... 92

Gráfico 35 - Tenho pouco interesse nas atividades da aula. ........................................... 93

Gráfico 36 - Durante a aula sou barulhento. ................................................................... 93

Gráfico 37 - Os alunos saem da aula quando querem. ................................................... 94

Gráfico 38 - Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.

........................................................................................................................................ 94

Gráfico 39 - O professor pede muitos trabalhos de casa. ............................................... 95

Gráfico 40 - As atividades são sempre do mesmo tipo. ................................................. 95

Gráfico 41 - Tenho uma relação amigável com o meu professor. .................................. 96

Gráfico 42 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com

eles apenas dentro da sala de aula. ................................................................................. 97

Gráfico 43 - Trato o meu professor de maneira formal. ................................................. 97

Gráfico 44 - Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para

pedir conselhos. .............................................................................................................. 98

Gráfico 45 - Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor. .......... 98

Gráfico 46 - Os meus pais conhecem o meu professor. ................................................. 99

Gráfico 47 - Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.

........................................................................................................................................ 99

Gráfico 48 - É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de

professores estrangeiros. ............................................................................................... 100

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Gráfico 49 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua. ................................................... 101

Gráfico 50 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo

que se encontre num meio cultural diferente do seu. ................................................... 101

Gráfico 51 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos. ........... 102

Gráfico 52 - Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde

estão a estudar. .............................................................................................................. 102

Gráfico 53 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre

o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural. ........................ 103

Gráfico 54 - É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde

está a estudar de forma a evitar o choque cultural. ....................................................... 103

Gráfico 55 - Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes

diferentes dos meus professores portugueses/chineses. ............................................... 104

Gráfico 56 - A cultura influencia o que se passa na sala de aula. ................................ 104

Gráfico 57 - A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de

aula. .............................................................................................................................. 105

Gráfico 58 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário. ....................................................................................................................... 105

Gráfico 59 - Género dos inquiridos. ............................................................................. 107

Gráfico 60 - Idade dos Participantes............................................................................. 107

Gráfico 61 - Anos de serviço dos inquiridos. ............................................................... 108

Gráfico 62 -Universidade onde os participantes lecionam. .......................................... 108

Gráfico 63 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal. ................. 109

Gráfico 64 - Universidade onde os participantes lecionaram na China. ...................... 109

Gráfico 65 - Género dos participantes. ......................................................................... 110

Gráfico 66 - Idade dos Participantes............................................................................. 110

Gráfico 67 - Anos de serviço dos participantes. ........................................................... 111

Gráfico 68 - Universidade onde os participantes lecionam. ......................................... 111

Gráfico 69 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal. ................. 112

Gráfico 70 - Universidade onde os participantes lecionaram na China. ...................... 112

Gráfico 71 - No ensino de português língua não materna/ chinês língua não materna, a

oralidade e a escrita são igualmente fundamentais. ...................................................... 113

Gráfico 72 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o

número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas. ......................... 114

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Gráfico 73 - Acho importante os alunos participarem ativamente na aula. ................. 114

Gráfico 74 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes

para a aprendizagem. .................................................................................................... 115

Gráfico 75 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final. ........................................................................................................ 115

Gráfico 76 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas. ........................ 116

Gráfico 77 - Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos

possam discutir sobre os temas abordados. .................................................................. 116

Gráfico 78 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma

língua estrangeira. ......................................................................................................... 117

Gráfico 79 - É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem. ................... 118

Gráfico 80 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final. ........ 119

Gráfico 81 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final. ........... 119

Gráfico 82 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os

conhecimentos do aluno. .............................................................................................. 120

Gráfico 83 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística. .................................................................................................................... 120

Gráfico 84 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final. ...... 121

Gráfico 85 - Os meus alunos participam ativamente na aula. ...................................... 122

Gráfico 86 - É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula. .................. 123

Gráfico 87 - Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula. .............................. 123

Gráfico 88 - Os meus alunos são obedientes. ............................................................... 124

Gráfico 89 - Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias

vezes. ............................................................................................................................ 124

Gráfico 90 - Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente. .... 125

Gráfico 91 - Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula. ... 125

Gráfico 92 - Os meus alunos são pouco participativos. ............................................... 127

Gráfico 93 - Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula. ..... 127

Gráfico 94 - Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula. ..... 128

Gráfico 95 - Os meus alunos são barulhentos. ............................................................. 128

Gráfico 96 - Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem. ................................ 129

Gráfico 97 - Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a

dizer. ............................................................................................................................. 129

Gráfico 98 - Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos. .............................. 130

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Gráfico 99 - Tenho uma relação amigável com os meus alunos. ................................. 131

Gráfico 100 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com

eles apenas dentro da sala de aula. ............................................................................... 132

Gráfico 101 - Os meus alunos tratam-me de maneira formal....................................... 132

Gráfico 102 - Sei o nome de todos os meus alunos. ..................................................... 133

Gráfico 103 - Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz. ................ 133

Gráfico 104 - Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados. ........ 134

Gráfico 105 - Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma. ......................... 134

Gráfico 106 - É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a

alunos estrangeiros. ...................................................................................................... 135

Gráfico 107 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua. ................................................... 136

Gráfico 108 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo

que se encontre num meio cultural diferente do seu. ................................................... 137

Gráfico 109 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos. ......... 137

Gráfico 110 - Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à

cultura do país onde estão a lecionar. ........................................................................... 138

Gráfico 111 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações

sobre o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural. .............. 138

Gráfico 112 - É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país

onde está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.............................................. 139

Gráfico 113 - Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem atitudes

diferentes dos meus alunos portugueses/chineses. ....................................................... 140

Gráfico 114 - Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de

aula. .............................................................................................................................. 140

Gráfico 115 - A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de

aula. .............................................................................................................................. 141

Gráfico 116 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário. ....................................................................................................................... 141

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Índice de Anexos

Anexo 1 - Sistema educativo em Portugal ................................................................... 151

Anexo 2 – Sistema Educativo Chinês .......................................................................... 153

Anexo 3 - Dezanove Universidades Chinesas com cursos de Português (2013) ......... 157

Anexo 4 - Corpo Docente dos Cursos de Português das Universidades Chinesas (Abril

2010) ............................................................................................................................. 160

Anexo 5 - Universidade em Macau com cursos de português ..................................... 161

Anexo 6 - Estrutura Curricular do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na

Universidade de Xi’an .................................................................................................. 163

Anexo 7 – Disciplinas de Conhecimento Geral do Curso de Licenciatura de Língua

Portuguesa na Universidade de Xi’an .......................................................................... 165

Anexo 8 – Disciplinas de conhecimento linguístico do Curso de Licenciatura de Língua

Portuguesa na Universidade de Xi’an .......................................................................... 168

Anexo 9 – Plano Curricular do Curso de Estudos Portugueses na Universidade de

Macau ........................................................................................................................... 172

Anexo 10 – Plano de Estudos (Uminho) ...................................................................... 173

Anexo 11 – Plano de Estudo da Licenciatura do Politécnico de Leiria ....................... 177

Anexo 12 – Cadeiras Opcionais da Licenciatura do Politécnico de Leiria .................. 179

Anexo 13 - Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com

professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano. .................. 185

Anexo 14 - Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com

professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano. ....... 191

Anexo 15 - Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a

alunos chineses. ............................................................................................................ 197

Anexo 16 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos

portugueses - Versão Portuguesa .................................................................................. 203

Anexo 17 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos

portugueses - Versão Chinesa ...................................................................................... 210

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Siglas

ALTE – Associação de Examinadores de Línguas na Europa

BFSU – Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim

CAPLE – Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira

CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CEEAC – Comunidade Económica dos Estados da África Central

CET4 – College English Test 4

CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

EU – União Europeia

HSK – Exame de Língua Chinesa para Estrangeiros

IC – Instituto Camões

ICALP – Instituto de Cultura e Língua Portuguesa

ICo – Instituto Confúcio

ICUM – Instituto Confúcio da Universidade do Minho

IILP – Instituto Internacional de Língua Portuguesa

ILEP – Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim

IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento

IPL – Instituto Politécnico de Leiria

IPOR – Instituto de Português no Oriente

LE – Língua Estrangeira

Mercosul – Mercado Comum do Sul

OEA – Organização dos Estados Americanos

OEI – Organização dos Estados Ibero-Americanos

ONU – Organização das Nações Unidas

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PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

PB – Português Brasileiro

PE – Português Europeu

PLE – Português Língua Estrangeira

QECRL - Quadro europeu comum de referência para as línguas

SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

UA – União Africana

UAveiro – Universidade de Aveiro

UM – Universidade de Macau

UMinho – Universidade do Minho

XISU – Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an

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Introdução

Na atualidade, a globalização tem provocado profundas transformações em

muitas sociedades contemporâneas. Com o aumento da facilidade na comunicação e no

conhecimento de novos povos e culturas, são muitos os países que se influenciam

mutuamente, levando um pouco de si a outras comunidades e recebendo também algo

delas. Nesse sentido, nos últimos anos, a China tem ocupado um lugar de destaque pelo

seu desenvolvimento económico, que faz com que sejam cada vez mais os países que

abrem as suas portas à língua e à cultura chinesas.

Portugal é um desses países. Reconhecendo a importância da China a nível

mundial e os benefícios económicos de uma relação amistosa entre ambos os países, são

vários os cursos de mandarim que têm vindo a ser criados ao longo da última década no

nosso país.

Portugal também é um país importante aos olhos do gigante dragão. Após o

retorno da soberania de Macau ao Governo Chinês, Macau tem servido como uma

“ponte” de desenvolvimento entre a China e outros países. A fim de atender às

necessidades de intercâmbio entre a China e os PALOP, a língua portuguesa tem vindo

a ganhar cada vez mais adeptos. Prova disso é o aumento do número de cursos de

português língua estrangeira na China continental.

No entanto, o que é que acontece quando se juntam pessoas de culturas tão

distintas como as culturas portuguesa e chinesa dentro da mesma sala? O

multiculturalismo dentro da sala de aula tem gerado inúmeros estudos sobre os conflitos

que pode causar e as dificuldades que cria na aprendizagem. Vários académicos

debruçaram-se sobre as diferenças culturais na educação chinesa em comparação com a

educação ocidental, assim como as dificuldades sentidas por professores,

maioritariamente de países que falam a língua inglesa, que ensinam na China

continental. Contudo, ainda nenhum académico estudou o caso português.

Como aluna da Universidade do Minho na licenciatura de línguas e culturas

orientais e no mestrado de estudos interculturais português/ chinês foram muitas as

aulas multiculturais portuguesas/chinesas a que tive o prazer de assistir. Ao longo

desses cinco anos de convivência e de partilha de saberes, foram várias as ocasiões em

que as diferenças culturais foram a principal causa de mal-entendidos entre colegas e

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professores. Os alunos portugueses consideravam as aulas dos professores chineses

muito teóricas, os professores portugueses tinham dificuldade em fazer os alunos

chineses participar na aula, os professores chineses caracterizavam os alunos

portugueses como barulhentos e muito faladores.

O presente trabalho tentará fazer uma análise do caso português/chinês,

esperando ser inovador e ajudar futuros professores portugueses e chineses a quebrar as

barreiras culturais dentro da sala de aula luso-chinesa.

O objetivo principal é descobrir se realmente existem diferenças culturais dentro

da sala de aula, quais são essas diferenças, se influenciam ou não a aprendizagem da

língua estrangeira e a interação com o professor, se essa influência é negativa ou

positiva e onde é que essas diferenças, no ponto de vista do professor e do aluno, são

mais palpáveis dentro da sala de aula. Esta investigação tem como fim salientar aspetos

que os alunos e os professores devem ter em atenção ao interagirem entre si dentro da

sala de aula, assim como métodos para minimizar os conflitos culturais e melhorar a

interação dentro da sala de aula e a aprendizagem.

Com vista à consecução dos objetivos mencionados, o presente trabalho está

organizado em cinco capítulos:

Primeiramente é traçado o enquadramento teórico da nossa investigação. Nele

trataremos de conceitos fundamentais para o nosso estudo, como sejam os conceitos de

cultura, cultura escolar e interculturalidade. Abordaremos o relevo que os diversos

métodos de ensino de línguas estrangeiras, ao longo dos tempos, têm conferido à

componente cultural. Convocaremos, por fim, trabalhos de outros investigadores que

têm refletido sobre o papel da cultura no ensino de línguas estrangeiras e que foram

fundamentais no percurso realizado.

No segundo capítulo são apresentadas as culturas da educação portuguesa e

chinesa, o sistema educativo de cada país, assim como as suas principais características

e as suas políticas de língua. O objetivo do mesmo é dar a conhecer aos leitores as

diferenças na educação entre os dois países, visto estas serem a base dos

comportamentos dos alunos e dos professores dentro da sala de aula.

O terceiro capítulo foca-se no ensino e aprendizagem da língua chinesa em

Portugal e da língua portuguesa na China. São apresentados os cursos existentes em

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cada país, assim como alguns planos académicos. Pretende-se com este capítulo dar a

conhecer o desenvolvimento do ensino das duas línguas na China e em Portugal ao

longo dos anos e apresentar alguns planos curriculares dos cursos de universidades

portuguesas e chinesas, usados como exemplo para informar sobre o que é lecionado em

cada país, qual/quais a(s) competência(s) consideradas mais relevantes (oralidade e/ou

escrita), e comparar os dois sistemas.

Estes três capítulos preparam o leitor para os capítulos quatro e cinco, referentes

à investigação por nós levada a cabo e respetivas descobertas. Após a leitura dos

primeiros capítulos, o leitor, já familiarizado com o aparato concetual da nossa pesquisa

e na posse de noções básicas sobre a educação em ambos os países, conseguirá

identificar algumas diferenças entre a cultura educacional portuguesa e chinesa. Nos

capítulos quatro e cinco, são apresentados os resultados obtidos da investigação feita

junto a alunos e professores portugueses e chineses, através de inquéritos. Os alunos e

professores em questão responderam a questões sobre os métodos de ensino e de

avaliação utilizados pelo professor, interação entre alunos e professores, problemas

encontrados em aula e diferenças culturais.

O presente trabalho termina com uma conclusão onde se apresentam os

resultados do estudo e algumas sugestões de como se pode minimizar o choque cultural

dentro da sala de aula multicultural.

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Capítulo I

Enquadramento teórico

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1. Enquadramento Teórico

Embora o Homem tenha trocado o nomadismo pela sedentarização há milhares

de anos, nem por isso a viagem deixou de fazer parte dos seus hábitos. Por motivos

militares, religiosos, económicos, culturais ou simplesmente recreativos, os seres

humanos continuaram a deslocar-se pelo globo. Foi sobretudo a partir do século XIX

que viajar se foi tornando cada vez mais importante, tanto do ponto de vista económico

como cultural. No atual contexto de globalização, esta atividade atingiu níveis sem

precedentes, havendo diariamente milhões de pessoas que, servindo-se dos diversos

meios de transporte, transitam entre diferentes paragens, seja por razões profissionais ou

de lazer.

Neste quadro, aprender línguas estrangeiras é uma necessidade que serve vários

propósitos. Ainda que se limite aos países da União Europeia, o Quadro europeu

comum de referência para as línguas (QECRL) é bem claro a este respeito:

“É necessária uma maior intensificação da aprendizagem e do ensino de línguas

nos países-membros para a promoção de uma maior mobilidade, uma comunicação

internacional mais eficaz, combinada com o respeito pela identidade e pela diversidade

culturais, um maior acesso à informação, uma interacção pessoal mais intensa,

melhores relações de trabalho e um entendimento mútuo mais profundo.” (Europa,

2001, pp. 24-25).

Mas em que consiste aprender uma língua estrangeira? O que é que se aprende

quando se estuda uma língua estrangeira? A resposta a esta pergunta tem variado ao

longo dos tempos. Para os defensores do método tradicional ou gramatical, utilizado no

ensino de línguas estrangeiras até às primeiras décadas do século XX, trata-se apenas de

adquirir a “estrutura formal da língua, a gramática, cuja prática é realizada através de

exercícios gramaticais e tradução de textos maioritariamente de cariz literário” (Teixeira,

2013, p. 63). Esta abordagem privilegia ainda a memorização descontextualizada de

vocabulário e a competência da escrita (cf. ibidem). Apesar de os métodos naturais e

diretos, aparecidos posteriormente, terem chamado a atenção para a importância da

oralidade, foram os métodos comunicativos, decorrentes de uma abordagem pragmática

das línguas, que, a partir dos anos setenta do século passado, introduziram modificações

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mais significativas no ensino de línguas estrangeiras. Assim, substituíram a abordagem

gramatical/lexical estruturalista do método tradicional por uma abordagem

funcional/nocional inspirada nos atos da linguagem teorizados por Austin. A partir de

textos autênticos, e não de textos fabricados para ensinar determinado conteúdo,

pretende-se colocar os aprendentes perante situações de comunicação significativas na

língua-alvo, de forma a proporcionar o contacto com discursos correntes do contexto

linguístico real envolvente. A importância atribuída ao contexto de comunicação arrasta

a valorização da componente cultural, já que “cada ato comunicativo é permeado pela

cultura dos interlocutores” (Teixeira, 2013, p. 63). Podemos assim dizer que língua e

cultura são duas faces da mesma moeda, sendo que nenhuma delas existe sem a outra.

Deste modo, uma aula de língua estrangeira é sempre simultaneamente plurilingue e

pluricultural:

“O plurilinguismo tem que ser visto no contexto do pluriculturalismo. A língua

não é apenas um aspeto fundamental da cultura, mas é também um meio de acesso a

manifestações culturais” (Europa, 2001, p. 25).

O plurilinguismo e pluriculturalismo deverão contribuir para que o estudante de

línguas desenvolva uma consciência intercultural, de forma a

“experienciar a alteridade, adotando o ponto de vista do Outro e mostrando-se

disposto, aberto, curioso. Este processo culminará, consequentemente, numa maior

consciência autocrítica de Si e de crítica do Outro, respeitando-o, embora não

necessariamente concordando com ele, agindo como um mediador empático, isto é,

capaz de simultaneamente se afastar e aproximar para captar o Outro e explicar os

seus padrões comportamentais.” (Teixeira, 2013, p. 57).

Neste ponto, não podemos deixar de abordar, ainda que de forma breve, o

conceito de cultura. De maneira geral, podemos definir cultura como “um conjunto de

valores, crenças e comportamentos aprendidos e apreendidos socialmente e partilhados

por um grupo” (Teixeira, 2013, p. 78). Apesar de sucinta, esta definição deixa perceber

que a cultura é algo bastante amplo e complexo, pelo que se torna também necessário,

no ensino de línguas estrangeiras, refletir sobre que tópicos culturais ensinar. Nos

manuais, não faltam, normalmente, unidades sobre gastronomia, música tradicional (o

fado, no caso português), datas históricas (o 25 de abril, por exemplo) ou festas (os

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santos populares). No entanto, aspetos como os gestos, as expressões faciais, a

tonalidade de voz ou a postura corporal não costumam ser objeto de tratamento

específico. Segundo o modelo do iceberg (Europeia, 2001, pp. 19-20), itens como estes

integram a parte submersa da cultura, invisível, mas imprescindível, pois, como diz Ana

Paula G. A. Teixeira (Teixeira, 2013, p. 83), “Para além dos aspetos linguísticos, as

diferenças culturais podem interferir com os elementos paralinguísticos complementares

tanto da comunicação verbal (como o tom da voz, a entoação, o silêncio e as pausas,

etc.), como não verbal (postura corporal, gestos, expressões faciais, contacto visual, uso

do espaço, toque, linguagem corporal, etc.), dando azo a mal-entendidos culturais

(Weigand, 1999)”. Posição semelhante é a de Andréia Ianuskiewtz. No seu estudo

“Aspectos (inter)culturais no Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira” (2012), ela

sublinha a importância de aprender sobre a cultura do país da língua que se está a

estudar para se ficar habilitado a comunicar com pessoas culturalmente diferentes sem

que ocorram conflitos e mal-entendidos entre as duas partes.

A autora refere que a cultura sempre ocupou um lugar de destaque no ensino de

línguas estrangeiras e que nos últimos anos vem sendo dado um maior relevo aos

aspetos sociais e comportamentais, enfatizando a importância da consciência cultural

para uma comunicação efetiva. A consciência cultural abrange não só a aprendizagem

sobre povos e culturas diferentes, mas também faz com que o aprendente reflita sobre a

sua própria cultura e como esta influencia o seu comportamento, dando-lhe

competências para saber interpretar, negociar e explicar a diversidade cultural para que

consiga comunicar efetivamente com pessoas de culturas e países diferentes.

Neste sentido, o ensino de línguas não se deve restringir apenas à explicação de

factos e à transmissão de saberes, deve também capacitar todos os indivíduos a saber

agir com outras pessoas, a compreender e respeitar uns aos outros. É por isso papel do

docente de línguas estrangeiras incorporar nas suas aulas questões culturais que façam

os alunos questionar, comparar e compreender a cultura-alvo para promover tolerância,

aceitação e reformulação de (pré) conceitos.

No já citado QECRL, este tipo de conhecimentos adquire relevância sobretudo

ao nível das competências sociolinguísticas:

“As competências sociolinguísticas referem-se às condições socioculturais do

uso da língua. Sensível às convenções sociais (regras de boa educação, normas que

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regem as relações entre gerações, sexos, classes e grupos sociais, codificação

linguística de certos rituais fundamentais para o funcionamento de uma

comunidade), a componente sociolinguística afecta fortemente toda a comunicação

linguística entre representantes de culturas diferentes, embora os interlocutores

possam não ter consciência desse facto.” (Europa, 2001, p. 35).

A importância desta competência está desde logo presente na aula de língua

estrangeira, onde o facto de professor e alunos serem provenientes de culturas

diferentes pode criar um ruído entre um e outros e dificultar a comunicação entre eles.

Não é demais lembrar que, como sublinha Ana Paula G. A. Teixeira (Teixeira, 2013,

p. 54), “a construção de uma pedagogia intercultural passa pela tomada de

consciência do próprio professor de que também representa o Outro para os

aprendentes, como representante da língua e da cultura-alvo”. O professor de língua

estrangeira, sobretudo quando é falante nativo da língua-alvo, é um embaixador da

sua língua materna e da cultura que através dela se exprime. Por isso, e porque língua

e cultura são, como já dissemos, interdependentes, o aluno estrangeiro começa a

contactar com a cultura do país onde se fala a língua que está a aprender muito antes

de estudar os temas clássicos da gastronomia ou da música tradicional. A atuação do

professor na sala de aula põe-no, desde o início da sua aprendizagem, perante alguns

dos aspetos que, segundo o esquema bipartido da cultura que acima apresentamos,

fazem parte da tal camada menos visível, mas nem por isso menos importante. Pela

maneira como se dirige aos seus alunos, como se relaciona com eles, como reage aos

seus silêncios ou à sua agitação, como faz a sua avaliação ou pelo ambiente que cria

na sala de aula, o professor, mesmo que não tenha consciência disso, é o veículo da

cultura escolar que vigora na sua comunidade de origem. De facto, a escola,

enquanto instituição particular, possui uma cultura própria:

“quando entramos em uma escola, percebemos que estamos em um lugar

bastante familiar, que guarda certas homogeneidades com as experiências que

acumulamos. Conhecemos bem a organização desse espaço físico, o tipo dos móveis,

as diferentes disposições do ambiente, e não nos causam surpresas seus padrões de

relacionamento e convivência social, suas expectativas de comportamento, seus ritos,

sua disciplina, seus horários de trabalho e lazer e seus procedimentos pedagógico-

didáticos. Tudo isso se institui em uma cultura específica, a cultura escolar.” (Tura,

2016, p. 14).

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A cultura que caracteriza o meio escolar e que o distingue de outros domínios é

uma manifestação específica da cultura de um país, da qual não está evidentemente

desligada. A forma como uma determinada sociedade vê o jovem ou o adolescente,

como se relacionam as pessoas de gerações diferentes, o valor atribuído à instrução e

ao conhecimento, entre outros, refletem-se certamente na vida escolar. Deste modo, a

cultura escolar também varia de país para país. O professor de língua estrangeira,

quando falante nativo dessa língua, pode, por isso, não partilhar a cultura escolar dos

seus alunos, o que poderá criar dificuldades na comunicação entre eles. Isto sucederá

sobretudo quando o professor e o aluno são originários de universos culturais

bastante distintos. O caso da China é bastante revelador a este respeito. Com a

abertura deste país ao mundo ao longo dos anos, muitos académicos do ocidente

tentaram implementar nele os métodos de ensino ocidentais nas aulas de inglês

língua estrangeira. Foi a partir dos anos oitenta que a questão cultural começou a ser

considerada mais relevante, pois foi apontada como a principal causa do insucesso

em mudar o sistema educativo chinês. Assim, foram vários os professores chineses e

ocidentais que começaram a estudar as diferenças culturais entre a China e o

Ocidente, não só para se conseguir identificar o motivo dos métodos ocidentais não

serem eficazes na China, mas também para tentar compreender o porquê de as aulas

interculturais orientais e ocidentais não atingirem os objetivos desejados nem as

expectativas dos discentes.

Entre os professores chineses que se interessaram por este tema, Yuqin Zhao,

professor de mandarim, examinou em Cultural Conflicts in an Intercultural Classroom.

Discourse and Interpretations from a Cultural Perspective (2007) as diferenças

culturais dentro das salas de aula interculturais chinesas e inglesas. O autor foi professor

de mandarim na Nova Zelândia de 2001 a 2005 na Universidade de Tecnologia de

Auckland, onde também fez vários cursos de pós-graduação lecionados por professores

neozelandeses. Uma vez que foi professor de alunos neozelandeses e aluno de

professores neozelandeses, teve a oportunidade de sentir em primeira mão as diferenças

culturais na sala de aula e estudar como estas diferenças estão na origem de vários

conflitos entre professores e alunos.

Tendo como base os anos de experiência como professor de mandarim e a

experiência de colegas docentes, o autor relata primeiramente as diferenças culturais

entre ambos os países: diferenças na interação professor/ aluno, no comportamento

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dentro da sala de aula, na relação entre professor e aluno. Aponta ainda conflitos e mal-

entendidos que podem ocorrer na sala de aula. Após este levantamento, recorre aos seus

conhecimentos culturais para explicar os problemas detetados: a importância da

hierarquia, a função da educação e o papel do professor na sociedade chinesa.

Começa por referir as diferenças na forma de falar com o professor: os alunos

chineses tratam o seu professor muito formalmente, independentemente do local onde se

encontrem. Os professores, por sua vez, também são bastante formais com os seus

alunos, usando sempre os seus nomes completos, enquanto na Nova Zelândia os

professores tratam os seus alunos pelo primeiro nome. Na sala de aula, os alunos

chineses não interrompem o professor para colocar questões, enquanto os alunos

ocidentais gostam de partilhar as suas opiniões. A relação entre aluno e professor, na

China, é hierárquica e formal. O professor tem de se assegurar que os seus alunos têm

bons resultados. Na Nova Zelândia, professores e alunos são como amigos e o ambiente

de aprendizagem é mais relaxado.

As diferenças mencionadas no parágrafo anterior são o suficiente para criar

conflitos entre professores chineses e alunos ocidentais, ou vice-versa, dentro da sala de

aula. Como exemplo, o autor menciona que um professor chinês quando ensina alunos

ocidentais, que estão habituados a ser livres em pensamento e que gostam de partilhar as

suas ideias, pode-se sentir desrespeitado e considerar os seus alunos pouco disciplinados.

Para explicar estas disparidades, o autor começa por expor a importância da

hierarquia na sociedade chinesa, ideal enfatizado na filosofia chinesa, que pode ser

baseado na idade, experiência, género, região geográfica, afiliação política, entre outros.

O professor, como sábio e possuidor de conhecimentos, está numa posição hierárquica

acima dos alunos, por isso deve ser tratado como tal.

No ocidente, apesar de haver hierarquia dentro da sala de aula, esta não é tão

importante. Os alunos e professores preferem ser tratados pelo primeiro nome, por

exemplo, sem que se sintam inferiorizados ou desrespeitados.

O segundo fator que o autor aponta como fundamental na origem de

comportamentos divergentes nas duas culturas é a filosofia que influencia a educação e

o professor de ambas as culturas: o confucionismo e o socratismo. O confucionismo

enaltece o papel do professor como figura paternal que tem como função transmitir o

seu conhecimento aos seus discípulos, tal como o próprio Confúcio fez na sua época.

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Sócrates, por sua vez, defendia a liberdade de pensamento, de questionar. O aluno deve

descobrir a verdade, o conhecimento, questionando, analisando e discutindo o assunto.

O autor conclui o seu estudo afirmando que, quando professores e alunos de

culturas diferentes se encontram na sala de aula pode ocorrer choque cultural e mal-

entendidos. Uma forma de evitar e diminuir esses conflitos é aprender mais sobre outras

culturas.

Também os professores Tang Degen, docente na Universidade de Xiangtan, na

China, e Doug Absalom, docente na Universidade de Newcastle, na Austrália,

estudaram a questão cultural das salas interculturais no seu trabalho Teaching Across

Cultures: Considerations for Western EFL teachers in China (1998). Começam por

expor algumas características da cultura chinesa que, quando em contacto com as

metodologias de ensino ocidentais, criam conflitos, terminando com algumas sugestões

e estratégias para melhorar o ensino de línguas estrangeiras.

Este estudo foi motivado principalmente por comentários de dois alunos. Assim,

um aluno australiano, que estudou em Shanghai em 1988, afirmou que o seu professor

chinês não sabia ensinar e que apenas seguia o livro, não permitindo aos seus alunos

participarem na sala de aula. Por sua vez, um aluno chinês, que estudou em Sydney em

1990, declarou que o seu professor australiano não sabia ensinar nem dominava a

matéria lecionada e que se sentia perdido durante a aula.

Os autores iniciam o seu trabalho analisando o desenvolvimento do ensino de

inglês na China e as dificuldades em implementar os métodos de ensino de línguas

ocidentais, principalmente porque os académicos ocidentais não tiveram em conta o

background cultural chinês e porque o sistema tradicional continua a ser o predileto dos

professores chineses quer por razões culturais, quer por razões económicas e políticas.

Nesse sentido, os autores fazem uma breve descrição do que é considerado um

bom professor segundo os valores da China (pessoa mais velha, sábia, transmissora de

conhecimento, entre outros), um bom aluno (obediente, bom ouvinte, não exprime as

suas opiniões, visto não ter conhecimentos suficientes para tal, entre outros), o que

significa aprender na cultura daquele país (processo de leitura, memorização e

repetição), e organização preferencial da aula (aulas focadas no professor, nos livros, na

gramática e a importância dos testes escritos para avaliar as competências do aluno). A

nível económico e político, os autores apontam como fatores importantes a falta de

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materiais de ensino em regiões menos desenvolvidas, o tamanho das turmas, que não

facilita a interação oral na sala de aula, e a existência de um exame nacional que

promove uma educação centralizada, entre outros.

Apesar das dificuldades mencionadas, os autores não consideram impossível a

implementação de metodologias ocidentais na China, assim como a criação de um

ambiente favorável para ensinar uma turma intercultural. Logo, os autores terminam o

seu estudo fazendo sugestões de como lecionar sem criar conflitos culturais entre

professores ocidentais e alunos provenientes de outras culturas. Por exemplo, o

professor deve ter em consideração a cultura do aluno e ter cuidado ao implementar

novos métodos de ensino, começando por mudanças pequenas, ao mesmo tempo que

encoraja os seus alunos em vez de os criticar quando estes têm dificuldade em adaptar-

se às diferenças. É ainda necessário que compreenda os seus alunos e desenvolva

métodos para que participem na aula, como, por exemplo, em vez de fazer perguntas à

turma em geral, fazer perguntas diretamente a um aluno, entre outras possibilidades.

Como vemos, ao professor que ensina a sua língua materna a um público

estrangeiro, a sua condição de falante nativo não lhe garante o sucesso na sua tarefa,

sobretudo perante alunos de origem cultural bastante diversa da sua. Na sala de aula, ele

tem de saber gerir as culturas em presença, de forma a não deixar de representar a sua

cultura e de propiciar experiências alternativas e enriquecedoras, que levam à

questionação, relativização, melhor conhecimento do Outro e a consequente

interculturalidade, sem, contudo, entrar em conflito com a cultura dos aprendentes.

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Capítulo II

Portugal e China: língua e cultura de educação

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2. Portugal e China: língua e cultura de educação

2.1 Portugal

2.1.1 Língua portuguesa

2.1.1.1 A Língua Portuguesa no Mundo

Os portugueses começaram a sua expansão marítima no séc. XV e atracaram em

diferentes terras, levando consigo a sua cultura e a sua língua. Com as novas conquistas,

a língua portuguesa expandiu-se e enriqueceu, sofrendo influências das línguas nativas

dos lugares por onde passou.

Neste momento, a língua portuguesa é utilizada por 261 milhões de pessoas,

sendo a quarta língua mais falada no mundo, depois do mandarim, do espanhol e do

inglês (figura 1). Segundo dados divulgados pela empresa Internet World Stats em 2017,

o português é, também, a quinta língua mais falada na internet, ficando atrás do inglês,

chinês, espanhol e árabe.

Figura 1 - As 10 Línguas Mais Faladas no Mundo

Fonte: Observatório da Língua Portuguesa

Figura 1 - As 20 Línguas mais faladas no mundo.

Fonte: Observatório da Língua Portuguesa

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Figura 2 - Países Lusófonos

Fonte: portalempauta.com.br

O português tem o estatuto de idioma oficial em oito países: Angola, Brasil,

Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste

(figura 2), e também na Região Administrativa Especial de Macau até 2049. Este

idioma encontra-se espalhado pelos quatro continentes, sendo a língua mais falada no

hemisfério sul.

A emigração, ao longo dos séculos, também contribuiu para levar o português

aos quatro cantos do mundo. Os emigrantes formaram importantes comunidades

lusófonas, que mantêm vivas a língua e a cultura portuguesas (figura 3).

Figura 3 - Comunidades Portuguesas no Mundo (2015)

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Fonte: direitodeopinar.blogspot.pt

A língua portuguesa, nos dias de hoje, possui duas variantes oficiais: a variante

portuguesa ou português europeu (PE) e a variante brasileira, também apelidada de

português brasileiro (PB). É no Brasil que se concentra a maioria dos falantes de

português, cerca de 80%. Com o desenvolvimento económico deste país e o

reconhecimento internacional de Portugal no mundo, quer pelas suas vitórias no

desporto, quer pelas suas belas paisagens turísticas e bom estilo de vida, a língua

portuguesa passou a ser alvo de interesse internacional. Todavia, foi sobretudo o

interesse económico que fez com que a língua portuguesa fosse cada vez mais

procurada, ferramenta importante para os negócios com os países lusófonos.

A alteração das estratégias políticas e económicas ocorridas a nível global fez

com que os países lusófonos decidissem criar uma comunidade com o objetivo de

promover e expandir a língua portuguesa. É assim que, em 1996, é criada a Comunidade

dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a qual conta com oito países membros que

pretendem uma aproximação cultural, económica e social, com o objetivo de aumentar a

cooperação e o intercâmbio cultural, uniformizar e difundir a língua portuguesa. Para

promoção e difusão da língua criou-se o Instituto Internacional de Língua Portuguesa

(IILP), em 1989, que mais tarde passou a fazer parte da CPLP. Este tem como

finalidade a elaboração e aplicação de programas de promoção, defesa, enriquecimento

e difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso

ao conhecimento científico e tecnológico.

Os dois principais países da CPLP são Portugal, que faz parte da União Europeia

e é a porta de entrada para a Europa, e o Brasil, principal país do Mercosul. Os Países

Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) também são membros e Angola,

tendo uma economia em desenvolvimento e grande potencial energético, é dos países

que mais atrai o interesse estrangeiro. A CPLP tem como objetivo principal superar os

problemas sociais dos países membros e expandir o português para além do espaço

lusófono. Para isso implementa acordos multilaterais para melhor gerir as políticas da

língua.

Em Portugal, o Instituto Camões (IC), criado em 1992 e atualmente sob tutela do

Ministério dos Negócios Estrangeiros, é o principal órgão de ensino e divulgação da

língua portuguesa pelo mundo. As suas principais funções consistem em coordenar a

criação de centros culturais portugueses, cursos de português e intercâmbios entre

universidades portuguesas e estrangeiras, além de oferecer bolsas de estudo. Na

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atualidade, existem IC em sessenta e sete países do mundo (figura 4). Há também um

centro de formação à distância, o Centro Virtual Camões, que permite o ensino e a

aprendizagem do português.

Figura 4 - Países com IC

Fonte: Instituto de Camões

Em 2001 foi assinado um acordo entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros

de Portugal e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, onde se reconhece a

legitimidade de Portugal e Brasil na gestão da língua portuguesa. O Instituto Camões e

o Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores têm autonomia para

definir estratégias de promoção da língua, com o objetivo de propagar conteúdos

culturais, artísticos e científicos e a cooperação conjunta na área da educação e ensino

da língua em outros países.

Os países que mais destaque têm na promoção e divulgação da língua

portuguesa em África são Angola, Cabo Verde e Moçambique, uma vez que são

membros da União Africana (UA), da Comunidade para o Desenvolvimento da África

Austral (SADC) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

(CEDEAO).

No oriente, Macau é a região de destaque, visto que a China tem cada vez mais

demonstrado interesse económico pelos países de língua portuguesa. Assim, Macau tem

o papel de mediador a nível comercial e cultural. O Instituto de Português no Oriente

(IPOR), criado em 1999, é a principal instituição de ensino de português da região. O

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seu principal objetivo consiste em preservar e difundir a língua e cultura portuguesas no

Oriente. O IPOR conta com a participação maioritária do Estado português (51%),

através do Instituto Camões e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, da participação

da Fundação do Oriente (44%), e da participação de pequenas empresas portuguesas

que têm interesses económicos na região (5%). No sudeste asiático, Timor desempenha

um papel relevante na promoção do português, principalmente após a sua independência.

A língua portuguesa está presente na Comunidade Económica dos Estados da

África Ocidental (CEDEAO), na Comunidade Económica dos Estados da África Central

(CEEAC), na Cimeira Ibero-Americana, no Mercado Comum do Sul (Mercosul), na

Organização dos Estados Americanos (OEA), na Organização dos Estados Ibero-

Americanos (OEI), a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),

na União Africana (UA), e na União Europeia (UE). O Brasil, em 2010-2011, e

Portugal, em 2011-2012, também foram membros não-permanentes no Conselho de

Segurança das Nações Unidas, onde a língua portuguesa é cada vez mais frequente. Em

2016, foi aprovada a proposta para que o português fosse língua oficial na ONU (Cruz,

2013, pp. 14-19).

2.1.1.2 Políticas de língua

Portugal é considerado um espaço de uma só língua; o português, porém,

comporta variantes regionais e sociais, entre outras. Dentro do espaço continental,

existem dialetos galegos, setentrionais e os centro-meridionais. Nas ilhas, o dialeto

micaelense é o que predomina no arquipélago dos Açores e o madeirense no

arquipélago da Madeira. O Mirandês, uma variedade asturo-leonesa falada na Terra de

Miranda (formada pelo concelho de Miranda do Douro e freguesias de Angueira e Vilar

Seco, no concelho de Vimioso), adquiriu, em 1997, o estatuto de língua minoritária.

Se o português, como língua viva que é, varia no tempo e no espaço, nem por

isso ele deixa de ter também a(s) sua(s) norma(s), entendendo-se por norma a

“modalidade linguística escolhida por uma sociedade enquanto modelo de comunicação”

(Mateus & Cardeira, 2007, p. 21). As organizações governamentais, a Escola Pública

Portuguesa e os meios de comunicação social adotam essa norma para uso quotidiano. É

considerada a variedade de uso correto, embora não se deva afirmar que uma norma é

mais correta que outra. O acesso à norma-padrão de português é fundamental para

promover a igualdade de oportunidades e ao mesmo tempo conferir aos falantes de

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português língua materna mais força social para manter a sua identidade cultural. Para

esse efeito, o Estado cria políticas de língua (Azevedo, 2010)

Durante muito tempo, as políticas de gestão da língua portuguesa eram

realizadas pelas escolas e universidades, até que posteriormente passou a ser da

responsabilidade do Estado. Ainda durante a Primeira República foi criado o primeiro

curso de português e cultura portuguesa na Universidade de Rennes, França, em 1921.

Logo a seguir, criaram-se cursos semelhantes na Alemanha, Itália e Reino Unido. O

leitor, para além de ser o docente, tinha a responsabilidade de divulgar, principalmente

em conferências públicas semanais, a arte, a história e a literatura de Portugal.

Em 1929 é criada a Junta de Educação Nacional, responsável pela gestão dos

cursos até 1936, quando passa a intitular-se Instituto para a Alta Cultura. Esse instituto

tinha como finalidade promover o património da Nação e a cultura portuguesa, assim

como a educação. Em 1952, este instituto passa a ser da responsabilidade do Ministério

da Educação e a sua missão é alargada. Fica a ser do seu encargo orientar a divulgação

da cultura portuguesa e criar cadeiras de estudo, institutos, cursos em universidades

estrangeiras, tendo como objetivo principal o ensino da língua, da literatura e da história

de Portugal, bem como o estabelecimento de acordos culturais com o estrangeiro.

Com a implementação da república, em 1975, as relações diplomáticas entre

Portugal e o estrangeiro aumentaram, permitindo a expansão do ensino da língua e

cultura portuguesas. Em 1976, o Instituto de Alta Cultura denomina-se Instituto de

Cultura Portuguesa até 1980, cuja tutela fica a cargo da Secretaria de Estado e Cultura.

Até então as políticas do Estado focavam-se, fundamentalmente, na cultura, no ensino

de literatura, arte e história portuguesas. A partir dos anos oitenta, os cursos de

português passam a ser mais especializados, focando mais o ensino da língua aplicada a

contextos específicos e da tradução.

Mais tarde, o Instituto de Cultura Portuguesa muda novamente de nome,

passando a designar-se Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) e volta a ser

dirigido pelo Ministério da Educação. Esta situação manteve-se até 1992, data em que

foi criado o Instituto Camões (IC) com o objetivo de gerir os cursos de português, como

também divulgar internacionalmente a língua portuguesa. Em 1994, o Instituto Camões

fica a cargo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o que representa uma grande

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mudança, visto que a cultura e a língua começam a ser parte integrante da política

externa do Estado.

Em 2012, o IC funde-se com o Instituto Português de Apoio ao

Desenvolvimento (IPAD), passando a ser denominado Camões – Instituto da

Cooperação e da Língua. Contudo, a sua missão continua inalterada.

Portugal criou, em 1999, o Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira

(CAPLE), que está vinculado à Associação de Examinadores de Línguas na Europa

(Association of Language Testers in Europe – ALTE). Esses exames avaliam e

certificam o aluno em cinco níveis: inicial, elementar, intermédio, avançado e

universitário, todos com correspondência aos níveis do Quadro Europeu Comum de

Referência para as Línguas do Concelho da Europa.

Em dezembro de 2008 foi criado o Fundo da Língua Portuguesa, que tem como

objetivo promover a língua de forma a desenvolver e combater a pobreza nos países de

língua portuguesa através da educação. Os principais objetivos são: impulsionar e

promover a língua portuguesa; apoiar o desenvolvimento dos sistemas de ensino nos

países de língua portuguesa e Macau; estimular a integração do português como língua

estrangeira nos países onde há comunidades de língua portuguesa; fomentar o uso do

português como língua oficial de trabalho e negociação internacional e desenvolver

novos meios de divulgação da língua no mundo. Também é importante destacar a

reformulação, pela CPLP, do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, a criação do

Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, a adoção do português nas escolas oficiais

do Mercosul, a criação de cursos de português em vários países, entre outros exemplos

(Azevedo, 2010) (Cruz, 2013, pp. 21-23).

2.1.2 O sistema educativo em Portugal

O sistema educativo português (anexo 1) tem como base o princípio, presente na

Constituição da República, de que todos têm direito à educação. Após a entrada na

União Europeia, o sistema educativo sofreu várias mudanças, documentadas na Lei de

Bases do Sistema Educativo nº 46/86. Esta lei foi alterada pela Lei 115/97, mais tarde

pela Lei 49/2005 e, em 2006, entrou em vigor o novo modelo de organização do ensino

superior em ciclos, o qual é designado por sistema de Bologna e em que a língua oficial

é o português.

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A vida académica em Portugal começa na pré-escola, que vai até aos seis anos

de idade. Contudo, a escolaridade obrigatória e gratuita só se inicia na primária e

termina aquando da finalização do ensino secundário (12º ano). A educação primária

começa aos seis anos de idade e tem a duração de quatro anos. Durante este período, os

alunos começam a aprender inglês. A seguir vem o ensino básico, que dura cinco anos.

A aprendizagem do inglês continua, ao mesmo tempo que uma segunda língua

estrangeira é introduzida: francês, espanhol, alemão, chinês, entre outros, variando

conforme a oferta da escola. Findo o ensino básico, os alunos passam para o ensino

secundário e podem optar por quatro cursos: cursos científico-humanísticos, cursos

tecnológicos, cursos artísticos e cursos profissionais. Se o aluno escolher o curso de

línguas e humanidades, continua a estudar duas línguas à sua escolha. Se a sua escolha

for um curso profissional, o número de línguas estudadas varia conforme o foco da área

profissional do curso em causa. Se preferir seguir um dos outros cursos, passa a

debruçar-se apenas sobre uma língua estrangeira. Para concluir o secundário, os alunos

têm de realizar os exames nacionais às disciplinas obrigatórias por lei.

Importa também referir que o ano letivo se divide em três períodos, entre

setembro e junho (EP-Nuffic, 2012, pp. 6-8).

O ensino superior tanto pode ser público como privado. Divide-se em ensino

universitário e ensino politécnico, sendo possível mudar de um sistema para o outro. As

vagas dos cursos universitários são limitadas e cada curso exige certos exames nacionais.

Neste sentido, os alunos, para além dos exames nacionais do secundário, por vezes,

também são obrigados a realizar os exames exigidos pela universidade para o curso que

o aluno deseja frequentar. Assim, a entrada na universidade depende da média final do

ensino secundário, nomeadamente das notas de final de ano e dos exames nacionais

obrigatórios, e dos resultados dos exames pedidos. A colocação é efetuada por ordem

decrescente, sendo o aluno com resultados mais satisfatórios o primeiro a ser aceite.

Os cursos de licenciatura têm uma duração de três anos e o mestrado de dois,

assim como o doutoramento. Por sua vez, os cursos de mestrado integrado (licenciatura

e mestrado) têm uma duração de cinco anos.

Na universidade, o ano letivo é dividido em dois semestres de setembro até

junho/julho (EP-Nuffic, 2012, pp. 9-11). Importa referir que a informação acima

referida narra a situação do sistema de educação público.

A filosofia pedagógica portuguesa foi fortemente influenciada pelos países à sua

volta, acabando por se assemelhar em muitos aspetos. No que diz respeito ao ensino de

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línguas estrangeiras, programas e manuais testemunham o percurso dos métodos diretos

aos métodos comunicativos que esboçámos no enquadramento teórico.

Atualmente, em Portugal, a abordagem presente nas salas de aula de línguas

estrangeiras varia conforme o professor e o foco principal da aprendizagem. No entanto,

o mais comum é a abordagem comunicativa, onde a oralidade e o diálogo são

fundamentais, juntamente com a abordagem gramatical, visto o objetivo primordial ser

desenvolver as capacidades escritas e orais do aluno.

2.1.2.1 Cultura de ensino

Filósofos, educadores e cientistas nunca pararam de propor diferentes teorias

sobre a natureza do conhecimento e o processo de ensino. Ao longo dos séculos, várias

perspetivas sobre o conhecimento, a sua organização e aquisição ou como os alunos

deviam ser ensinados continuaram a competir entre si. A contínua disputa entre

académicos e investigadores transformou-se gradualmente num debate sobre a educação.

Este debate envolve principalmente dois métodos pedagógicos, o construtivismo (ex.

método socrático) e o método de transmissão direto (ex. método tradicional) (Lam,

2011, p. 7). O método de transmissão direto baseou o modelo convencional de ensino

que foi praticado em Portugal até há poucos anos atrás e que ainda hoje está presente em

muitos pontos do mundo. Como o nome sugere, este modelo favorece uma educação

focada no professor, que tem de dar aos seus alunos instruções diretas e claras e

transmitir o conhecimento e informações, enquanto os alunos o devem ouvir

atentamente e sem interromper. Tais características estão presentes na abordagem da

gramática e da tradução e na abordagem audiolingual.

Por conseguinte, com o desenvolvimento da sociedade e a necessidade de

melhor preparar os alunos para o mundo, os estudos em pedagogia têm enfatizado a

importância que se deve dar às necessidades e interesses dos alunos. Assim, atualmente,

o ensino centra-se mais no aluno, que deve construir o seu conhecimento, funcionando o

docente como um facilitador da aprendizagem (Chesters, 2012, pp. 1-4). Estamos

perante a abordagem comunicativa.

Hoje em dia, em Portugal, ambas as metodologias estão presentes no ensino e

cabe ao professor equilibrar as duas na sala de aula. O professor ainda representa a

figura principal, o que possui o conhecimento que os alunos vão aprender e, como tal,

tem de ser respeitado e ouvido. Todavia, o aluno também tem um papel ativo, devendo

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participar, partilhar as suas ideias e questionar o professor quando tiver dúvidas (Mateus,

et al., 2009, p. 35).

A metodologia construtivista que mais influenciou a comunidade ocidental é a

socrática. Sócrates defendia a busca da verdade, do conhecimento através da

investigação, do questionar. A pedagogia socrática tem como base o diálogo e como

objetivo ajudar os alunos a pensar criticamente, a pensar por si. Para aprender e

entender a matéria ensinada, o aluno dialoga com o professor, faz e responde a

perguntas, participa ativa e sistematicamente no contexto de sala de aula, características

presentes na abordagem comunicativa. Assim, os alunos não perdem a concentração e

desenvolvem as suas capacidades. Ao participar na aula, o aluno demonstra que está a

pensar ativamente sobre a matéria, que está a ouvir atentamente o professor e que sabe

construir argumentos sobre o conhecimento que está a receber. Os alunos aprendem a

clarificar, justificar e articular claramente os seus pensamentos (Chesters, 2012, pp. 1-5).

2.1.2.2 Aulas

Em Portugal, as aulas geralmente são organizadas num formato típico de cinco

partes: iniciação, revisão, ensino, atividades de sala de aula e, por último, trabalhos de

casa. Quer o professor quer o aluno têm um papel importante. O professor ensina, lê,

supervisiona a realização dos exercícios e responde a perguntas. As atividades, os

exercícios, os textos, a gramática e o vocabulário são baseados quer no manual quer no

material fornecido pelo professor, que tem a responsabilidade de organizar as suas aulas

para que decorram sem problemas e para que o conhecimento seja transmitido

corretamente.

Por sua vez, os alunos ouvem o professor, tiram notas e participam sempre que

sejam solicitados ou queiram esclarecer dúvidas. A participação é bastante valorizada

nas aulas de línguas estrangeiras; no entanto, o aluno também deve saber respeitar as

regras da sala de aula para não criar conflitos com os restantes colegas e professores.

Em relação à avaliação das competências dos alunos, dependendo do foco da

disciplina (oralidade ou escrita e gramática), os testes escritos e orais são os prediletos

dos professores para avaliar as capacidades linguísticas. Contudo, os trabalhos de grupo

e ou individuais, assim como apresentações orais, também são práticas frequentes.

No ensino básico e secundário, a aprendizagem de cada língua estrangeira é

feita em dois blocos, geralmente de noventa minutos cada, duas vezes por semana. No

ensino superior, o número de horas despendido para o ensino de uma ou mais línguas

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estrangeiras varia de acordo com a sua relevância no curso (se é major ou minor) e o

foco do curso em si, exemplo: no curso de Estudos Orientais: Estudos Chineses e

Japoneses, da Universidade do Minho, sendo o chinês a língua principal do curso, o

número de horas despendidas para a sua aprendizagem é maior que o número de horas

despendidas para a aprendizagem do japonês.

2.1.2.3 Professores

Com o aluno a desempenhar o papel principal no ensino, muitos professores

temem que a sua função seja desvalorizada e que venham a perder um pouco o controlo

e o poder que tinham, facto que não é verdade. O ensino e aprendizagem estão

correlacionados e o professor desempenha um papel crucial na realização de ambos. Os

professores não são apenas meros transmissores de conhecimento, são também

orientadores, facilitadores, conselheiros, avaliadores, disciplinadores e, no caso dos

professores universitários, são também criadores do programa a ser lecionado. Usam as

suas capacidades e conhecimentos para se adaptarem às várias necessidades dos alunos,

selecionando e criando experiências de ensino adequadas a todos eles. Um bom

professor é, assim, aquele que ajuda os alunos a compreender e a aprender, a

desenvolver-se moralmente e a saber relacionar-se com os outros.

Neste sentido, focando a atenção nas responsabilidades e funções dos

professores em Portugal, analisar-se-á primeiro a mais caracterizadora da sua profissão,

nomeadamente, a transmissão de conhecimento. O professor é a pessoa detentora de

conhecimentos numa determinada área, cuja função é transmitir esse saber a outras

pessoas. Simultaneamente, auxilia os alunos a absorver essa informação, usando, para

tal, várias estratégias de ensino.

Durante o processo de ensino, o professor também tem de ser capaz de encorajar

e facilitar a aprendizagem, sendo assim um facilitador. Este papel do professor vai ao

encontro da teoria do construtivismo, que defende que o conhecimento deve ser

construído na mente dos alunos e desenvolvido ao longo do tempo. Faz parte das

funções do professor facilitar este processo, criar uma atmosfera de ensino que permita

a troca de ideias e encorajar os alunos a participar e a aprender.

O professor também exerce a função de modelo, transmitindo valores, atitudes,

formas de pensar e ver o mundo. Deste modo, influencia os seus alunos na escolha da

carreira, nas suas atitudes profissionais e na importância que dão a diferentes disciplinas.

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Os alunos aprendem observando e imitando os professores que eles respeitam. Ao

ganharem a atenção dos seus alunos, os professores também podem usar essa

oportunidade para partilhar um pouco a magia da disciplina que ensinam, despertando a

curiosidade e a motivação para aprender. Por outro lado, ao criar esta relação de

proximidade com os seus alunos, acabam por se tornar nos seus mentores, dado que

estão sempre presentes para apoiar, ajudar no processo de aprendizagem sem, no

entanto, criar uma relação de dependência.

Na universidade, o professor desempenha, igualmente, funções importantes na

elaboração dos planos de aula e no programa a ser lecionado. Participar no planeamento

do programa de ensino proporciona a oportunidade ao professor de influenciar o

processo educativo e criar cursos em que os alunos conseguirão obter resultados

satisfatórios. Muita da criatividade e da eficácia de um currículo depende bastante da

escolha de textos, da planificação de atividades, entre outros pontos, sendo por isso

deveras importante que os professores saibam qual a melhor escolha a ser efetuada e

quais as melhores atividades, formas de transmitir o conhecimento, de motivar e

envolver os alunos durante as aulas. Para além disso, devem fornecer o material

suplementar necessário, como livros, fichas de trabalho, filmes e vídeos.

Por último, mas não menos importante, é a avaliação. Os professores têm a

responsabilidade de avaliar o progresso e competências dos alunos. É uma das funções

cruciais e que mais influencia a vida futura dos seus alunos. Neste sentido, é necessário

que o façam de forma correta e justa. Devem também saber avaliar o curso, o currículo

usado e a sua performance em sala de aula, com o objetivo de criar um espaço de ensino

de qualidade. Importa também salientar que os professores devem ser capazes de se

avaliarem para melhor responderem às necessidades dos alunos.

As funções dos professores são realizadas simultaneamente. Conforme o

surgimento de várias situações, os professores acabam por desempenhar várias funções

ao longo da aula, tornando-os assim multifacetados. Eles podem começar por assumir o

papel de transmissores de conhecimento, mas numa atividade mais interativa já estão a

encorajar os alunos a participar (M & R, 2000, pp. 3-16).

2.1.2.4 O aluno

Numa sociedade onde o aluno tem papel de destaque numa sala de aula, as

expectativas de como ele deve ser e comportar-se também aumentam. Tal como foi

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referido anteriormente, a participação na aula é extremamente valorizada e encorajada

pelos professores; contudo há outros aspetos que o aluno deve ter em atenção. O aluno

deve primeiramente saber respeitar o professor e os seus colegas de turma, aprender a

ouvir e a esperar pela sua vez para poder participar e também deve ter vontade de

aprender, mesmo quando a matéria ensinada não vai ao encontro dos seus interesses.

O sucesso académico é o mais importante na vida do aluno, por isso deve

esforçar-se para ler, escrever e compreender corretamente as informações transmitidas,

e falar, comunicar as suas ideias de forma clara e coesa. Deve saber organizar o seu

tempo para poder executar todas as tarefas dadas pelo professor atempadamente e não ir

acompanhando as matérias lecionadas pelo professor, de forma a não estudar apenas na

véspera dos testes. Durante o processo de aprendizagem, deve ser capaz de compreender

e assimilar bem os conteúdos apresentados e saber aplicá-los (Breitenbach, 1997)

(Anon., 2006).

Nas salas de aula de línguas estrangeiras na universidade, a atmosfera é relaxada,

sem nunca esquecer, no entanto, que o objetivo principal é a aprendizagem da língua.

Os alunos podem levantar questões e entrar em diálogo com os professores sobre a

matéria lecionada ou com os colegas aquando discussão entre turma. No entanto, visto

que o professor é uma figura de autoridade, é necessária a sua permissão para o aluno

falar, questionar, levantar-se, entre outros aspetos (Zhao, 2007, pp. 129-130).

Fora da sala de aula, o aluno deve continuar o seu estudo. A aprendizagem de

uma língua estrangeira é contínua, sendo necessário estabelecer boas bases para poder

desenvolver as suas capacidades. Embora, na universidade, o número de horas

despendido na aprendizagem da língua estrangeira seja maior comparado com a

realidade do ensino secundário, é igualmente importante que o aluno reveja a matéria

lecionada, prepare a matéria que será lecionada na aula seguinte, faça as tarefas dadas

pelo professor e pratique a oralidade e a audição.

2.1.2.5 Relação professor e aluno

A ligação emocional entre um aluno e o seu professor é deveras importante para

o sucesso académico. Um aluno esforça-se mais para atingir as expectativas de um

professor que ele respeita, admira e aprecia.

Em Portugal, na generalidade, os professores e alunos mantêm uma relação

amigável dentro e fora da sala de aula. É uma relação que tem por base o respeito, mas

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também a amizade. Os alunos sabem que podem contar com o auxílio dos professores

para os ajudar a aprender, que podem fazer perguntas em caso de dúvidas, que podem

expressar as suas opiniões e que não precisam de ter medo de errar, o que faz com que o

ambiente escolar seja relaxado e descontraído. O papel do professor é encorajar o aluno

a aprender e ajudar nesse processo, enquanto o aluno tem o papel de aprender e estudar

para obter bons resultados. Caso isso não aconteça, já é função dos pais obrigar o filho a

estudar e a melhorar os seus resultados escolares. A forma de tratamento é pouco formal,

geralmente usam o título “professor” seguido do nome próprio ou apelido. Os

professores costumam chamar os alunos pelo seu nome próprio (Zhao, 2007, pp. 130-

131) (Knoel, 2012, pp. 9-10).

Uma boa relação baseada no respeito e confiança ajuda os alunos a esforçarem-se a

obter resultados satisfatórios. A dedicação de um professor no desenvolvimento dos

seus alunos, que os ouve atentamente e dialoga com eles, inspira-os a esforçarem-se

para atingir os objetivos académicos pretendidos e a comportarem-se de forma correta e

cordial (Knoel, 2012, pp. 12-13).

2.2 China

2.2.1 Língua chinesa

2.2.1.1 A língua chinesa no mundo

A República Popular da China, também conhecida apenas por China, é o

maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,37 bilhão de

habitantes, o que corresponde quase a um quinto da população da Terra. Devido à

elevada densidade populacional, o mandarim (普通话 Pǔtōnghuà), a língua oficial

nacional baseada no dialeto de Pequim, é a língua mais falada na China, visto ser

utilizada por cerca de 70% da população, e no mundo (figura 1, pp. 17).

Segundo dados estatísticos divulgados pela empresa Internet World Stats em

2017, o chinês é também a segunda língua mais usada na internet, sendo ultrapassada

apenas pelo inglês.

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31

Na China existem centenas, se não milhares, de dialetos chineses locais e

regionais que se foram desenvolvendo ao longo da história. Embora todos os chineses

partilhem a mesma língua escrita, quando comunicam no seu dialeto local nem sempre

se conseguem entender. Os dialetos com o maior número de falantes são o mandarim,

falado por oitocentos e cinquenta milhões de pessoas, seguido pelo dialeto wu (吴语

Wúyǔ), por noventa milhões, min (闽语 Mǐnyǔ), falado por setenta milhões e o cantonês

(粤语 Yuèyǔ), também falado por cerca de setenta milhões (figura 5) (Museum, s.d.).

Figura 5 – Dialetos chineses na China

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Varieties_of_Chinese

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32

O mandarim é a língua oficial da República Popular da China, de Taiwan e

Singapura. Em relação a Macau e Hong Kong, a Lei Básica da Região Administrativa

Especial de Macau e Hong Kong estabelece que o chinês e o português, e o chinês e o

inglês, respetivamente, são as línguas oficiais. Contudo, o tipo de chinês não é

especificado, sendo utilizado o chinês tradicional e o cantonês. O mandarim é também

uma das cinco línguas oficiais utilizadas pelas Nações Unidas.

A emigração, ao longo dos séculos, também contribuiu para a expansão do

chinês. Os emigrantes formaram importantes comunidades, as conhecidas Chinatowns,

que mantêm viva a língua e a cultura chinesas (figura 6). Cerca de quarenta milhões de

chineses vivem no estrangeiro. Destes quarenta, trinta milhões residem em países

asiáticos, seis milhões no continente americano, dois milhões na Europa, um milhão na

Oceânia e cerca de cem mil em África.

Figura 6 - Imigrantes Chineses no Mundo

Fonte: newgeography.com

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Com o desenvolvimento económico da China, o mandarim tem ganho cada vez

mais popularidade. Para promover a sua língua no mundo, o governo chinês criou o

Instituto Confúcio (孔 学院 Kǒngzǐ xuéyuàn), uma organização educacional pública

sem fins lucrativos vinculada ao Ministério da Educação e supervisionada pelo Hanban

(汉办 Hàn bàn), Gabinete do Conselho Internacional do Ensino de Chinês, com sede

em Pequim. Este instituto apresenta como objetivos principais criar políticas e planos de

desenvolvimento para promover a língua chinesa internacionalmente, apoiar

financeiramente programas de língua chinesa em instituições educativas em vários

países e propiciar o intercâmbio cultural. Os Institutos operam em cooperação com

faculdades e universidades em todo o mundo e o financiamento é compartilhado entre o

Hanban e as instituições de acolhimento. O primeiro Instituto Confúcio foi inaugurado a

21 de novembro de 2004, em Seul, na Coreia do Sul e, desde então, o número de

institutos em todo o mundo tem vindo a aumentar. Esta instituição tornou-se numa

plataforma de intercâmbio cultural e numa ponte de reforço de amizade e cooperação

entre a China e o resto do mundo (Hanban, s.d.).

2.2.1.2 Políticas de língua

A língua tem sido a chave de união e identidade da nação chinesa, uma vez que

já a partilham há mais de cinco mil anos1. Por isso mesmo, a imposição do governo de

uma língua padrão nacional, principalmente a nível da escrita, nunca foi questionada,

mesmo que as políticas sobre a língua e o seu uso não sejam sempre claras e coerentes.

As políticas de língua chinesa debruçam-se, sobretudo, sobre três dimensões

principais, designadamente: selecionar uma língua nacional, reformar o seu sistema de

escrita (simplificação, padronização e romanização) e promovê-lo no sistema

educacional. A reforma da escrita foi utilizada como forma de facilitar a promoção da

língua nacional e da alfabetização em massa. O objetivo é criar uma sociedade

harmoniosa e assegurar o papel da China como uma potência mundial em crescimento.

Em relação ao papel da China no mundo, o governo chinês tem tido a preocupação de

1 O chinês escrito é considerado o sistema de escrita mais antigo do mundo. Os primeiros vestígios da língua chinesa escrita datam

da dinastia Shang (商朝,Shāng cháo ,1650 a.C – 1027 a.C). Na dinastia Qin (秦朝,Qín cháo ,221 a.C – 206 a.C), com o fim

da divisão do território chinês e a implementação da primeira dinastia do império chinês, o sistema de escrita é unificado pela

primeira vez. A língua foi sofrendo alterações ao longo dos séculos, principalmente devido às interações com povos de línguas

diferentes. Contudo, os esforços para a uniformizarem nunca cessaram. Os primeiros exemplos de escrita chinesa foram encontrados

em ossos do oráculo, em 1895.

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promover o chinês como uma língua internacional, ao mesmo tempo que tem tentado

melhorar a qualidade do ensino de línguas estrangeiras no território nacional, para ir ao

encontro das necessidades da modernização e globalização (Wan, 2014, pp. 65-66) (Wei,

2015).

A promoção do chinês mandarim na China tem sido bem-sucedida, isto porque

atualmente a maioria das pessoas de dialetos diferentes consegue entender e falar

mandarim. Porém, ainda não foi estabelecido um equilíbrio entre a promoção de uma

linguagem nativa uniforme e a preservação da diversidade cultural linguística (Wei,

2015). A unificação da língua também beneficiou a sua aprendizagem por parte dos

alunos estrangeiros em todas as partes do mundo e, ao mesmo tempo, a comunicação

entre chineses nativos e estrangeiros a viverem e/ou visitarem a China.

Em termos de iniciativas políticas para promover a língua no mundo, o governo

chinês tem investido fortemente nos Institutos Confúcio através do Gabinete do

Conselho Internacional do Ensino de Chinês, também conhecido como Hanban. Hanban

declarou a sua ambição de estabelecer mil Institutos Confúcio até 2020 com, no mínimo,

cem milhões de alunos no mundo. Consequentemente, o HSK (exame de língua chinesa

para estrangeiros) e o concurso anual Chinese Bridge (汉语桥, Hànyǔ qiáo) têm atraído

um número significativo de alunos estrangeiros. Logo, pode-se afirmar que o número de

alunos de mandarim tem vindo a crescer, assim como o número de cursos existentes nos

cinco continentes.

O governo chinês também tem apoiado projetos como o Global Chinese

Dictionary e o Cross-Strait Dictionary of Commonly Used Words. A criação e o

lançamento do dicionário Global Chinese Dictionary reuniu pessoas como o presidente

do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Li Ruihuan

(李瑞 , Lǐ Ruìhuán), o ex-primeiro-ministro de Singapura, Lee Kuan Yew (李光 , Lǐ

Guāngyào), e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou (马英九, Mǎ Yīngjiǔ).

2.2.2 Educação na China

A China tem o maior sistema educativo (anexo 2) do mundo, com

aproximadamente duzentos e sessenta milhões de estudantes e mais de quinze milhões

de professores em cerca de quinhentas e catorze mil escolas. O sistema educativo chinês

não só é numeroso como diversificado.

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A vida académica da maioria dos alunos chineses começa na pré-escola aos

dois, três anos de idade. Contudo, a pré-escola não é obrigatória. A escolaridade

obrigatória inicia-se na escola primária e termina após a finalização do ensino básico. A

educação primária começa aos seis anos de idade e pode ter a duração de cinco ou seis

anos, dependendo dos contextos escolares. É nesta altura que começa a aprendizagem

da língua inglesa, que acompanha os discentes até ao fim do secundário e, muitas vezes,

até ao final da educação universitária. O inglês é a única língua estrangeira que os

alunos chineses aprendem durante o ensino obrigatório. Após a escola obrigatória, os

alunos podem optar por continuar a estudar, passando assim para o secundário. Este é

composto por três anos e os discentes podem seguir as seguintes categorias: o

secundário de estudos gerais, o técnico ou especializado, o secundário para adultos e o

profissional. Porém, para poderem entrar no secundário têm de passar no exame

nacional final do ensino básico2 (中考, zhōngkǎo). Através dos resultados obtidos, os

alunos são ou não colocados na escola escolhida. A colocação é feita por ordem

decrescente, o que significa que o aluno com os melhores resultados é o primeiro a ser

aceite.

A nível universitário, a licenciatura é de quatro anos. O mestrado pode ser de

dois ou três anos e o doutoramento de cinco anos, se o aluno apenas tiver licenciatura,

ou três anos, se o aluno já tiver o mestrado. Para além disso, os discentes também

podem escolher frequentar cursos profissionais universitários que são, normalmente, de

três anos. As candidaturas à universidade dependem dos resultados do exame nacional

após o secundário3 (高考, gāokǎo). A língua oficial na educação é o mandarim, que é

ensinada a todos os alunos, e o ano letivo tem início em setembro e termina em junho,

consistindo em dois semestres de vinte semanas cada (OECD, 2016, pp. 9-12).

A influência histórica remonta-nos para as reformas na educação dos anos

cinquenta da União Soviética. A pessoa de maior destaque foi Ivan Kairov e o seu livro

Pedagogics, de 1939, o qual foi traduzido para chinês e utilizado na formação de

professores. Kairov, Ministro da Educação da URSS de 1949 a 1956, escreveu sobre a

transmissão sistemática de conhecimento académico baseado num currículo detalhado e

planos de ensino. Insistia que os professores deviam ter o total controlo das atividades

da sala de aula, enquanto os alunos tinham o dever de ouvir atentamente e de forma

2 Tradução da autora (Tda).

3 Tda.

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bem-comportada o professor. Os métodos de ensino de Kairov rapidamente ganharam

popularidade, não só por motivos culturais, mas também políticos, visto que a maioria

das ideias centralistas iam de acordo com a ideologia confucionista, a discrição moral, a

legitimidade da hierarquia social, o civismo e o respeito pelos outros (Halpin, 2014, p. 3)

Assim, o método de ensino tradicional, caracterizado pela transmissão de

conhecimentos através da imitação, repetição e memorização, tendo como elemento

principal o professor, tornou-se no mais comum nas salas de aula. Os professores

controlam o que é ensinado, quando e em que condições, preparam aulas estruturadas,

selecionam conteúdos e conhecimentos de livros, interpretam, analisam e transmitem

esses assuntos aos alunos, de forma clara e coesa, para que estes memorizem e repitam.

Os alunos dependem do professor para aprender (Halpin, 2014, pp. 1-2) (Chen, 2014, p.

343).

Contudo, recentemente, existe a consciência crescente de que os alunos chineses

têm vindo a tornar-se demasiado focados nos testes, faltando-lhes, assim, capacidades

culturais, criatividade e experiência em trabalho de equipa, aspetos necessários para

responder às necessidades do mercado global e para ir ao encontro do que os

empregadores multinacionais procuram. Neste sentido, o governo tem realçado a

importância de encorajar os alunos a tornarem-se mais ativos e criativos, em vez de

passivos e imitadores. As escolas chinesas têm de procurar métodos de ensino

inovadores para libertar os alunos de inúmeros trabalhos de casa e testes, pondo a sua

atenção em cada aluno e no seu potencial ideológico, moral, cultural e científico. Os

professores precisam de apoiar a criatividade e o trabalho em equipa para que a

educação vá mais ao encontro das necessidades dos alunos e ao desenvolvimento da

sociedade.

A reforma do currículo educativo que domina neste momento foi iniciada em

2001 pelo ministério da educação da República Popular da China, numa tentativa de

transformar a educação chinesa numa educação de qualidade centrada no aluno. Este

conceito de educação foi primeiramente introduzido para se opor à educação centrada

nos testes e tornou-se o princípio fundamental das políticas educativas até aos dias de

hoje.

Porém, mudar as práticas de ensino tem-se revelado uma tarefa difícil e os

resultados são pouco satisfatórios. Os métodos de ensino ocidentais focados no aluno

não resultaram como esperado, pois não vão ao encontro dos objetivos, práticas, valores

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e crenças de muitos chineses que valorizam a sua cultura tradicional. Para além disso, o

exame nacional é o fator determinante para entrar quer no secundário quer na

universidade, sendo por isso a maior preocupação dos alunos e professores (Chen, 2014,

pp. 341-342).

2.2.2.1 Cultura de ensino

A cultura de ensino e aprendizagem chinesa traduz um conjunto de expectativas,

atitudes, crenças, valores, perceções, preferências, experiências e comportamentos

característicos da sociedade chinesa em relação ao ensino e aprendizagem. Assim, como

é de conhecimento geral, é perigoso generalizar sobre o comportamento cultural de um

grupo social, principalmente de uma sociedade tão grande e complexa como a chinesa.

Todavia, há algumas premissas sobre as práticas educativas já culturalmente enraizadas

e aceites que sustentam os modelos de aprendizagem e ensino chineses.

O sistema educativo chinês foi muito influenciado pelo confucionismo. Neste

capítulo apresentar-se-ão algumas características confucionistas importantes que ainda

hoje influenciam o sistema educativo chinês. A primeira característica a ser

desenvolvida diz respeito à importância da educação. Confúcio considerava a educação

fundamental e via-a como um instrumento para mudar a vida e o futuro de uma pessoa,

pois, graças a ela, um cidadão comum podia vir a ser alguém importante e com um

estatuto mais elevado. Do mesmo modo, uma nação fraca poderia tornar-se forte.

Consequentemente, a importância da educação foi-se interiorizando na sociedade

chinesa e tornou-se para muitos um objetivo de vida. Mesmo as pessoas que não tinham

meios para poder frequentar a escola reconheciam a sua importância. Como diz o ditado

popular chinês: só a educação é superior, tudo o resto é irrelevante4 (万般皆 品, 唯

有读书高 Wànbān jiē xiàpǐn, wéi yǒu dúshū gāo). Confúcio também defendia que a

educação e o conhecimento podem trazer reconhecimento social e recompensas

monetárias, uma vez que uma pessoa pode subir na pirâmide hierárquica. Esta crença

contribuiu muito para a enorme motivação que as gerações chinesas têm em aprender

(Hu, 2002, pp. 96-97).

A segunda característica refere-se à importância dos valores morais. A

educação na China não só está relacionada com o desenvolvimento intelectual, mas

4 Tda.

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também com o cultivo das qualidades morais. A educação moral na China encoraja a

imitação de modelos aprovados socialmente. Inclui o ensino de como se relacionar com

os outros em sociedade e o cultivo de virtudes morais, como a lealdade, fidelidade,

altruísmo, modéstia e conformidade, ou seja, como uma boa pessoa deve ser e

comportar-se. O desenvolvimento moral, atualmente, ainda é considerado a base de uma

educação com sucesso. Na cultura chinesa, os princípios confucionistas têm um impacto

muito importante quer nas interações com o outro em sociedade, quer nas relações e

interações familiares. Estes princípios definem o controlo paternal, a obediência, a

disciplina rígida, enfatizam a educação, a piedade filial, o respeito pelos mais velhos, a

preocupação com os mais jovens, as obrigações familiares, a reverência pela tradição, a

preservação da harmonia e a negação do conflito (Hu, 2002, p. 97) (Li & Chang Pu,

2010, p. 130).

Relativamente à terceira característica, na China a educação baseia-se num

processo de acumulação de conhecimento em vez de num processo de construir e usar

conhecimentos para objetivos imediatos. O verdadeiro conhecimento está nos textos

escritos, principalmente nos clássicos, por isso na sociedade chinesa ler livros é muito

importante, como nos dizem provérbios como estes: “abrir um livro é sempre útil”5 (开

卷有益 kāijuàn yǒuyì); “quando chegar a altura de usares o teu conhecimento, vais-te

odiar por teres lido pouco”6 (书到用时方恨少 Shū dào yòngshí fāng hèn shǎo). Esta

característica explica a importância dos livros numa sala de aula chinesa. O ensino e a

aprendizagem geralmente envolvem ler, memorizar e repetir a informação presente nos

manuais e explicada pelo professor (Hu, 2002, pp. 97-98).

A quarta característica prende-se com a hierarquia presente na sala de aula. O

povo chinês define-se nas suas relações com os outros e comunica entre si observando

atentamente as diferentes regras sociais determinadas pelos vários estatutos e papéis na

sociedade. Entre as cinco relações primordiais da cultura chinesa definidas pelo

confucionismo (ministros-governados, pai e filho, marido e esposa, irmãos/irmãs e

amigos), a relação entre pai e filho é uma das mais importantes. A relação entre

professor e aluno assemelha-se a essa relação. O professor é a figura de autoridade e

tem um estatuto hierárquico elevado, enquanto o aluno ocupa um estatuto baixo. No

5 Tda.

6 Tda.

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atual pensamento educativo chinês, o papel do professor é transmitir conhecimentos,

sabedoria, cultura, virtude, respeito pela aprendizagem e obediência à autoridade. O

papel do estudante é dominar o conhecimento que o professor transmite e aprender

seguindo o seu exemplo (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).

Por último, a habilidade inata não é fundamental para o sucesso ou fracasso

em aprender. Confúcio acreditava que qualquer pessoa que quisesse aprender o podia

fazer e insistia que na educação, não se devia distinguir sobre quem pode e quem não

pode aprender7 (有教无类 yǒu jiào wú lèi). Todos podem aprender e atingir a perfeição.

Apesar de reconhecer diferenças em inteligência e habilidade, estas não são

determinantes para o sucesso educativo. O que importa, efetivamente, é o esforço,

determinação, perseverança, paciência e firmeza (Hu, 2002, p. 98).

2.2.2.2 Aulas

Na China, as aulas são organizadas num formato típico de cinco partes:

iniciação, revisão, ensino, atividades de sala de aula focadas no que se tem vindo a

aprender para reforçar e, por último, trabalhos de casa.

As aulas são centradas no professor. O professor dá instruções, ensina, lê,

enquanto os alunos tiram notas ou copiam, fornece um modelo de pronúncia para os

alunos copiarem, supervisiona os exercícios escritos e responde a perguntas quando for

a altura apropriada para os alunos as fazerem. Os exercícios, os testes, os modelos, a

gramática e o vocabulário são todos baseados em textos. As aulas são também focadas

na gramática e no vocabulário com o objetivo de melhorar a parte escrita em vez da

competência comunicativa. Esta ênfase presente no desenvolvimento das capacidades

escritas dos alunos deve-se à importância que as competências de tradução têm na

China, visto que a maior parte do material escrito, importante para a modernização

tecnológica e científica do país, está em inglês e outras línguas europeias.

Em relação à avaliação das competências dos alunos, os testes escritos são os

preferidos por parte dos professores. São um meio importante para identificar o talento,

alocar as pessoas nos empregos e motivar para o sucesso individual, num país muito

comprometido com o seu desenvolvimento económico e a sua modernização (Degen &

Absalom, 1998, p. 122).

7 Tda.

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2.2.2.2.1 Os 4 “R” e os 4 “M”, por Guangwei Hu

Como já foi referido anteriormente, na China as aulas são focadas no professor e

nos manuais. As estratégias de aprendizagem mais comuns refletem bem essa realidade.

Neste subcapítulo resumir-se-á um pouco essas estratégias, usando o sistema dos quatro

R e dos quatro M de Guangwei Hu (Hu, 2002, pp. 100-101). É de ter em consideração que,

uma vez que este autor escreve em inglês, na nossa língua portuguesa estas oito palavras

características não começam todas por R e M.

Os quatro R presentes nas estratégias de aprendizagem são: receção (reception),

repetição (repetition), revisão (revision) e reprodução (reprodution). O processo de

aprendizagem é um processo de receção. Os alunos recebem e retêm a informação e o

conhecimento partilhado pelo professor e pelo manual. Para adquirir e compreender

esse conhecimento, os alunos precisam de estudar repetidamente o que aprenderam -

repetição. Assim como a receção e a repetição são fundamentais no processo de

aprendizagem, a revisão também ocupa um papel importante. Tal como Confúcio dizia,

revendo o que se aprendeu, podemos aprender algo novo8 (温故知新 Wēn Gù Zhī Xīn).

Os alunos reveem o que aprenderam e repetem para consolidar e aprofundar o seu

conhecimento. Por último, os alunos têm de ser capazes de reproduzir o conhecimento

obtido - reprodução. Se não forem capazes, significa que não conseguiram dominar o

conhecimento transmitido.

Os quatro M presentes nas estratégias de aprendizagem, muito valorizados na

cultura chinesa são: meticulosidade (meticulosity), memorização (memorisation),

atividade mental (mental activity) e domínio (mastery).

A meticulosidade refere-se à necessidade de prestar atenção ao detalhe do

conhecimento. Quando se aprende, os detalhes são importantes.

O segundo M diz respeito à memorização. A memorização é uma das

estratégias de aprendizagem mais valorizadas na China. Contudo, é importante referir

que os alunos chineses não são encorajados a memorizar mecanicamente, mas sim,

primeiramente, a compreender e depois a memorizar, ou seja, memorizar o que

aprendeu e aprender através da memorização. Consequentemente, a atividade mental é

mais valorizada do que a atividade verbal.

8 Tda.

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Por fim, a aprendizagem não acontece até que o aluno domine o conhecimento

recebido. Só o domínio completo é aceite e o aluno deve ser honesto em relação às suas

competências, de modo a poder melhorar. Como Confúcio dizia, “diz que sim quando

sabes, diz que não quando não sabes”9 (知之为知之, 知 知 Zhīzhī wéi zhīzhī,

bùzhī wéi bùzhī).

2.2.2.3 Professores

De acordo com as tradições chinesas, o papel de um professor é equivalente ao

de um pai: “professor por um dia, um pai para sempre”10 (一日为师,终身为父 Yī rì

wéi shī, zhōngshēn wèi fù). Assim sendo, os professores não só têm a responsabilidade

de ensinar, transmitir conhecimento, como também de educar os seus alunos. Seguindo

esta linha de pensamento, o conceito de educação, o processo de aprendizagem e as

expectativas de como um bom professor deve ser, acabam por ser influenciados por esta

realidade (Li & Chang Pu, 2010, p. 130).

O professor possui, então, duas tarefas principais, nomeadamente, ensinar e

cultivar a personalidade dos alunos11 (教书育人 Jiāoshū yù rén). Para se garantir que o

conhecimento é transmitido correta e apropriadamente, o professor tem de dominar um

certo nível de conhecimento e ter capacidades para o transmitir da forma mais acessível

e coesa possível. Por outro lado, para que os seus alunos aprendam os valores morais e

como se comportar em sociedade, o professor precisa de ser um modelo de

comportamento social a seguir pelos seus alunos. Pode-se, assim, afirmar que o

processo de ensino acaba por ser um processo de imitação e repetição.

O professor ideal é, por isso, uma pessoa mais velha que domina o conhecimento

que vai ser passado para os seus alunos mais jovens, sabe o que é útil e importante para

eles, prepara as aulas cuidadosamente, tem sempre as respostas certas e apresenta e

explica o conhecimento de forma a ser facilmente apreendido. Para além disso, está

sempre bem preparado, domina as técnicas de ensino, fornece um plano de ensino claro

e material para ser utilizado em cada aula, mantém a disciplina, dá explicações claras,

prepara testes frequentemente e entrega as notas dos testes e trabalhos o mais

9 Tda.

10 Tda.

11 Tda.

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rapidamente possível. Os bons professores também são aqueles que se preocupam,

ajudam a resolver qualquer problema desde os pessoais aos escolares e estão dispostos a

transmitir as suas experiências pessoais para que os seus alunos aprendam com elas.

É igualmente dever do professor assegurar-se que os seus alunos progridem

satisfatoriamente. Se o aluno não consegue dominar o conhecimento recebido ou não

progride satisfatoriamente, a responsabilidade acaba por ser do professor, visto não ter

conseguido motivar o aluno, não transmitiu o conhecimento claramente ou não

supervisionou atentamente o processo de aprendizagem (Hu, 2002, pp. 98-99).

2.2.2.4 O aluno

Desde tenra idade que os alunos chineses sabem que a educação é fundamental

para garantir um bom futuro, ajudar a sociedade e o seu país a crescer, trazer glória para

os seus antepassados12 (光宗 祖 guāngzōng yào zǔ) e família. Por isso são conhecidos

por serem alunos diligentes, persistentes, esforçados, obedientes, bem-comportados e

mais interessados em satisfazer as necessidades do grupo em vez das pessoais (Hu,

2002, p. 100).

Numa sociedade hierarquizada como a chinesa e, tal como foi falado

anteriormente, na sala de aula, a figura de autoridade presente é o professor, por isso os

alunos lhe são obedientes. O papel deles é respeitar, obedecer, ouvir o professor13 (听

师的话 tīng lǎoshī dehuà), aprender o conhecimento recebido e só falar quando lhes é

permitido. O professor está sempre certo e os alunos nunca devem duvidar do

conhecimento do professor ou discutir com ele (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).

Os discentes devem aprender seriamente, estarem preparados para sacrificar

outras atividades, como a sua vida social em prol do estudo, e estarem dispostos a

passar bastante tempo a estudar. Devem sempre estabelecer objetivos ambiciosos e não

se contentarem com pouco, devem trabalhar muito, terem perseverança e paciência para,

como o provérbio chinês diz, “transformar uma barra de ferro numa agulha”14 (磨杵成

针 mó chǔ chéng zhēn). Em contrapartida, não devem expressar as suas opiniões e

ideias ou questionar o conhecimento recebido, até que possuam domínio e

conhecimento suficiente para criar argumentos bem informados.

12 Tda.

13 Tda. 14 Tda.

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Durante a aula, os alunos não podem interromper o professor por nenhum

motivo. Se tiverem dúvidas ou se quiserem fazer perguntas têm de esperar pela

permissão deste ou pelo final da aula. Comportamentos como falar livremente,

interromper, levantar-se sem permissão, responder mal às ordens do professor, desafiá-

lo, são considerados inaceitáveis e desrespeitosos (Hu, 2002, p. 100) (Zhao, 2007, p.

131) (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).

2.2.2.5 Relação professor e aluno

A relação entre professor e aluno na sala de aula é uma relação hierárquica

como a de pai e filho, mas baseada na experiência e na educação. O professor é visto

como alguém com mais experiência e conhecimento, não em todas as áreas, mas pelo

menos na que ensina. Desde o primeiro dia de aulas, os alunos são ensinados a respeitar

o professor, porque este é quem lhes vai ensinar tudo o que vão aprender. Esta relação

hierárquica requer respeito e educação do mais novo para com o mais velho. É por essa

mesma razão que chamar o professor pelo nome é desrespeitoso. Só se usam os nomes

próprios com alguém que faça parte do mesmo grupo, onde exista uma relação

igualitária. Dado que o professor é a figura de autoridade na sala de aula, os alunos

nunca o chamam pelo primeiro nome, mas sempre pelo seu título formal e apelido,

como por exemplo: professor Wang15 (王 师 Wáng lǎoshī). Como já foi mencionado

anteriormente, “uma vez professor, um pai para sempre”. Os alunos devem sempre

tratar as pessoas que os ensinaram como professor, mesmo fora da escola e depois de se

formarem. Os professores chineses também tratam os alunos de forma muito formal,

usando o seu nome completo e nunca só o nome próprio (Zhao, 2007, pp. 130-131) (Li

& Chang Pu, 2010, p. 138).

Uma vez que os alunos começam a sua vida académica, eles estão sob a custódia

dos seus professores, que se responsabilizam pelos seus estudos, pela sua maneira de

viver, pela sua visão do mundo, pelos seus valores, etc. Para muitos alunos, os

professores, principalmente os professores da primária e do secundário, têm mais

autoridade que os seus pais. Eles têm a responsabilidade de cuidar dos alunos, de exigir,

persuadir, obrigá-los a estudar mais para obterem um melhor resultado nos estudos.

Estas características culturais ditaram a forma de participar na aula. Quando os

professores e os alunos estão na sala, ambos irão representar o seu papel em termos de

15 Tda.

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posição física, na participação e no ouvir e falar. Os alunos têm o papel de ouvir e

aceitar o conhecimento transmitido pelo professor como verdade, nunca duvidando

deste. São, também, encorajados a sentarem-se calados e a não perturbarem o decorrer

da aula. O papel do professor e dos alunos é estabelecido logo no início da vida

académica (Zhao, 2007, p. 131).

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Capítulo III

Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas: português e chinês língua não materna em Portugal e na China

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3. Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas:

português e chinês língua não materna em Portugal e na China

Porque é que se aprende uma segunda língua? Qual é o interesse? Os motivos

que levam muitas pessoas a aprender línguas estrangeiras são variados, desde o querer

encontrar um trabalho melhor, o querer viajar ou viver nos países onde essa língua é

falada ou, simplesmente, o gostar da língua e ter interesse em compreender melhor a

respetiva cultura.

Quais são as vantagens de aprender línguas? As vantagens podem verificar-se a

vários níveis. Quando uma pessoa aprende outras línguas, cresce a nível pessoal, pois

apreende, de alguma forma, uma melhor versão de si próprio. A língua é a porta de

entrada para a aprendizagem de uma nova cultura. Os alunos são conduzidos a conhecer

outras formas de viver, pensar e comunicar, apreciando outros estilos de música, arte,

cinema, entre outros. Os seus horizontes expandem-se e acabam por aceitar e

compreender melhor que as pessoas e as culturas são diferentes, o que as torna mais

interessantes e tolerantes.

A nível mais prático, a aprendizagem de línguas estrangeiras favorece

fortemente a carreira profissional de um indivíduo e aprende-se a comunicar com

pessoas de outros países quer seja em situação de negócios, quer seja por lazer.

A nível cognitivo, quando o aluno aprende uma nova língua, com a interação

com o professor e com a procura de melhores formas para estudar com sucesso adquire,

igualmente, novos métodos de aprendizagem e o seu conhecimento sobre a língua

materna também aumenta.

Neste sentido, a aprendizagem de línguas estrangeiras é deveras vantajosa.

Promove-se a interculturalidade e a paz, facilita a integração das minorias étnicas na

sociedade e as trocas comerciais internacionais, ajuda a criar uma força de trabalho

competente e, não menos importante, a criar cidadãos tolerantes às diferenças,

benevolentes e responsáveis (Mateus, et al., 2009, pp. 9-10).

3.1 O papel do professor de línguas estrangeiras (LE)

O processo de ensino e aprendizagem de LE não se restringe à explicitação de

factos e comportamentos de diferentes culturas, ao ensino da gramática da língua. A sua

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importância atinge um nível mais pessoal. O ensino e aprendizagem de LE também

apela à sensibilidade de todas as pessoas envolvidas na interação, para que saibam agir

corretamente nos diferentes contextos culturais de forma a compreenderem e

respeitarem-se uns aos outros, aceitando as diferenças e criando novas identidades.

Assim, os professores de línguas e culturas estrangeiras têm de estar preparados para

assumir o papel de mediadores entre a língua materna e a(s) língua(s) estrangeira(s) que

os alunos vão aprender, de modo a que possam prepará-los para se moverem em

sociedades globais e multiculturais e ajudá-los a conhecer e a respeitar as diferenças

(Ianuskiewtz, 2012, pp. 108-109).

Para uma aprendizagem de sucesso, o professor é considerado o elemento chave.

Primeiramente, o docente deve procurar informar-se sobre os perfis social, psíquico e

linguístico dos alunos, com o intuito de selecionar os métodos de ensino, os conteúdos,

entre outros, mais adequados. Convém referir que uma metodologia é um conjunto de

estratégias usadas com a finalidade de atingir as metas propostas para o ensino de uma

determinada disciplina, nunca negligenciando a importância da motivação para a

aquisição do saber. Dentro de uma metodologia, é possível usar várias estratégias para

que os aprendentes obtenham as competências previamente estabelecidas nas

planificações e planos de aula. Assim sendo, é crucial que o professor tenha espírito

crítico para avaliar a sua atuação em contexto de sala de aula e para, se necessário,

mudar as suas estratégias com vista a atingir os resultados pretendidos. Com esta

finalidade, torna-se necessário experimentar para poder melhorar e corrigir as

metodologias. No ensino de línguas estrangeiras é de máxima importância trabalhar

todas as competências (oral, escrita, gramatical, leitura), de forma a capacitar os

discentes a comunicar com correção ora por escrito, ora oralmente (Mateus, et al., 2009,

p. 34) (Oliveira, 2012, pp. 6-8).

A relação entre o professor e aluno também é fundamental. Os alunos de línguas

devem gostar da língua em questão, do ambiente de ensino, dos professores, dos colegas

e dos materiais de aprendizagem. Uma atitude positiva em relação ao estudo e às aulas

facilita o processo de aquisição de conhecimentos. Assim, o desempenho do professor

em sala de aula, as atividades que implementa e o seu comportamento para com o corpo

aprendente influencia, profundamente, os resultados e o empenho deste (Mateus, et al.,

2009, pp. 49-50).

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A comunicação é um dos pilares da aprendizagem; logo, a utilização de recursos

que a promovam é um contributo forte para a inclusão ativa e para a participação na

escola e no mundo. O objetivo é oferecer ao aluno de língua não materna um conjunto

de situações relevantes e diversas, de modo a que a sua aprendizagem seja abrangente,

envolvendo-o em atos comunicativos significantes que o conduzam a uma maior

interação e integração, ao mesmo tempo que recebe conhecimentos culturais essenciais

para a sua aprendizagem. Para adquirir destreza linguística, os alunos precisam de

experienciar o uso da língua em vários contextos para vários propósitos. Para isso, o

docente deve usar materiais escritos e orais variados no seu tipo, género e temas, nunca

esquecendo, contudo, que estes devem ser usados como recurso e não como guião. A

linguagem utilizada deve ser a padrão.

Sendo a prática a chave do sucesso, cabe ao professor criar a oportunidade em

sala de aula, fazendo uso de atividades que estimulem o interesse dos seus alunos e que

sejam adequadas às suas necessidades e capacidades (Mateus, et al., 2009, pp. 47-54).

Um dos maiores desafios que o docente encontra diz respeito ao tamanho da sua

turma. O número de alunos por turma influencia o decorrer da aula, principalmente no

que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades orais dos discentes. Se a turma for

numerosa, as oportunidades para os alunos expressarem as suas opiniões e sentimentos

são diminutas, não conseguindo, assim, alcançar os objetivos pretendidos. Por outro

lado, é necessário um número equilibrado de alunos para poder haver interação e

desenvolver não só a oralidade, mas as relações e a amizade entre os pares (Oliveira,

2012, p. 13).

3.1.1 Português língua não materna na China

Nos últimos anos, principalmente após o estabelecimento das relações

diplomáticas entre a China e Portugal em 1979, o retorno da soberania de Macau ao

Governo Chinês em 1999 e o aumento das trocas económicas e comerciais entre a China

e Portugal, entre outros países de língua oficial portuguesa, a procura do português

como língua estrangeira tem sido cada vez maior naquele país asiático (Shuhan, 2014, p.

6).

O desenvolvimento do ensino de português na China pode ser dividido em

quatro períodos: Período inicial (1960-1966), período de Reconstrução (1973-1978), de

Desenvolvimento (1978-2005) e, por último, o de Diversificação (2005-presente).

Período inicial (1960-1966):

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Neste período, a aprendizagem do português ainda não era considerada

importante, visto que não havia grande necessidade de usar o português no mundo

internacional. Contudo, nesta época, já havia cursos de licenciatura em Português em

Pequim, sendo a tradução o principal foco. Exemplos disso são o curso de licenciatura

em língua portuguesa no Instituto de Radiodifusão de Pequim (IRP, a atual

Universidade de Comunicação na China), o primeiro a ser fundado, em 1960. Este tinha

uma duração de quatro anos e contava com dezoito alunos. Nesse mesmo ano, o

Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim (ILEP, a atual Universidade de Estudos

Estrangeiros de Pequim) também abriu um curso de especialização em português e, no

ano seguinte, começou a ser implementado. Porém, neste período, a língua portuguesa

perdia o destaque para as línguas inglesa e russa, declaradas fundamentais para as

relações diplomáticas.

Gu Fengxiang, ex-aluno do primeiro curso de licenciatura em português do ILEP,

recorda que o objetivo principal do curso era formar futuros tradutores e diplomatas.

Assim, as disciplinas do curso eram divididas em cinco categorias: Português:

Português Elementar/Avançado, Leitura Intensiva, Gramática; Política: Marxismo-

leninismo e Pensamento de MaoTsé-tung, História das Relações Diplomáticas; Chinês:

Chinês Antigo; Prática Social: Participação em alguns eventos diplomáticos; Educação

Física.

Reconstrução (1973-1978):

Com a “Grande Revolução Cultural” em 1966, o ensino de português foi

interrompido, voltando novamente em 1973, no ILEP. Segundo a Dr.ª Zhao Hongling,

professora da BFSU, o plano curricular do curso de português também foi sujeito a

algumas alterações, nomeadamente, criaram-se as disciplinas de Conversação, Tradução

e Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês. O inglês foi introduzido no curso

como segunda língua estrangeira. Importa referir que muitos dos professores chineses

de língua portuguesa com mais experiência, assim como os primeiros diplomatas,

formaram-se neste curso.

Desenvolvimento (1978-2005):

Em dezembro de 1978, com a Terceira Sessão Plenária do 11.º Comité Central

do Partido Comunista da China, novas reformas políticas e económicas entraram em

vigor. Logo, a prioridade do governo passou a ser a modernização e o desenvolvimento

do país. Neste sentido, várias medidas foram tomadas para dinamizar o ensino de

línguas estrangeiras como, por exemplo a isenção do exame nacional de acesso ao

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ensino superior aos alunos que quisessem candidatar-se a cursos de português, entre

outras línguas. Para serem admitidos no ensino superior, apenas teriam de passar nas

provas escritas e orais realizadas pelas universidades onde essas línguas eram

lecionadas. Com o aprofundamento das relações entre a China e os países lusófonos e

com a promoção da língua portuguesa, os cursos de português nas universidades

tornaram-se mais diversificados e completos.

É neste período também que se intensifica o intercâmbio entre universidades da

China continental e Macau: desde a década de 80 que, a convite da Universidade de

Macau (UM), a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BFSU) envia todos

os anos os alunos do 1.º ano do curso de português para Macau, com vista a

participarem no Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesas. Em 1998, a BFSU, a

UM e a Fundação de Macau assinaram um acordo de cooperação para que os alunos do

3.º ano da BFSU pudessem receber bolsas de estudo da Fundação, para estudarem um

ano na UM. Simultaneamente, realizou-se a primeira cooperação entre as universidades

chinesas e as do mundo lusófono: entre 1976 e 1978, três turmas, com mais de trinta

alunos, fizeram intercâmbio na Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique.

Diversificação (2005-presente):

A partir de 2005 o número de cursos de português aumentou substancialmente.

Muitas universidades basearam-se nos planos curriculares das universidades onde já

existia o curso para criarem os seus, havendo apenas algumas diferenças devido à área

para o qual o curso é orientado: formação geral, formação em tradução, comércio,

diplomacia, entre outras (Shuhan, 2014, pp. 25-29).

Atualmente, a China é o país onde mais se aprende português e o número de

instituições com cursos de PLE está a aumentar: em 2012 existiam dezanove, em 2015 o

número aumentou para vinte e oito e hoje em dia já são mais de trinta. Para além destes

estabelecimentos de ensino superior, há outras instituições onde se leciona o português,

como por exemplo nas escolas de línguas. Em 2013, a China continental contabilizava

mais de dois mil licenciados em português, a par com os mil e seiscentos estudantes a

frequentar licenciaturas em língua portuguesa, distribuídos por vinte e uma

universidades (anexo 3). Assim sendo, a China contribui imenso para a afirmação

internacional da língua portuguesa e tem apostado cada vez mais em melhorar o ensino,

na criação de bolsas de estudo, entre outros ((Macau), 2015) (Macau, 2015) (Lusa,

2016).

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De acordo com a agência portuguesa de notícias Lusa:

“em 2015, há registo de trinta e nove professores chineses e dezoito

estrangeiros a ensinarem português em universidades chinesas. A maioria dos docentes

estrangeiros provém de Portugal e do Brasil”. ((Macau), 2015)

Um grande aumento, comparando com os dados de 2010 (anexo 4).

Apesar do aumento da procura e de cursos de PLE, as instituições ainda

enfrentam muitos desafios para conseguir assegurar a qualidade do ensino, que varia

muito de cidade para cidade e, principalmente, entre zonas urbanas e rurais. A falta de

coordenação a nível nacional, a escassez de manuais didáticos e um corpo docente

muito jovem, nem sempre bem preparado e muitas vezes insuficiente para responder às

necessidades do curso são alguns dos problemas que estas universidades têm de

enfrentar:

"Há mais de 100 docentes a leccionar português no Ensino Superior. É um

corpo muito jovem, 65% dos professores são chineses e têm problemas de formação",

explica Carlos André. Os outros 35% são docentes de nacionalidade portuguesa ou

brasileira.” (SOARES, 2013)

Em relação aos manuais, existem poucos produzidos na China, embora o seu

número tenha vindo a aumentar. Os produzidos em Portugal e outros países de língua

portuguesa nem sempre conseguem responder às necessidades dos alunos chineses. Para

além disso, a maioria da oferta é para níveis mais baixos (Shuhan, 2014, p. 12) (Lusa,

2016).

No ensino de PLE na China, Macau tem um papel fundamental na sua promoção,

devido à sua ligação histórica e cultural com ambos os países. O ensino de português

em Macau começou no séc. XVI com a chegada dos jesuítas e, hoje em dia, é das

regiões da Ásia com maior oferta de cursos de língua portuguesa (anexo 5).

Em 2016, o Presidente de Macau afirmou a sua vontade de colocar Macau no

mapa como centro de formação de português, no que conta com o apoio de Pequim.

Importa também salientar que o governo chinês já exprimiu o desejo de tornar Macau

uma plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa (Lusa,

2016).

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“Macau quer assumir-se como um centro de formação de língua portuguesa na região

da Ásia-Pacífico, disse esta sexta-feira o chefe do Governo do território, Fernando

Chui Sai On.

Considerando que já há “uma certa base” no ensino do português, Chui Sai On

afirmou que Macau “tem condições para ser uma base de formação” nesta área na

zona da Ásia-Pacífico, dizendo que este é um dos objetivos estratégicos da região para

os próximos anos.” (Lusa, 2016)

Para melhor responder às necessidades dos alunos, o governo de Macau pondera

seriamente contratar mais professores portugueses, com o intuito de responder à falta de

quadros bilingues (Lusa, 2016).

É importante também mencionar o trabalho das instituições de Macau em criar

materiais de ensino de português e em organizar conferências e projetos que ajudem à

divulgação do português na China continental. Exemplo disso é o manual de ensino

Português Global publicado pelo Instituto Politécnico de Macau, em três volumes, o

qual foi divulgado na China após o estabelecimento de um acordo com uma editora de

Pequim em 2016 (Portuguesa, 2016).

Cada sistema educativo envolve e opera num contexto cultural e os métodos

educativos estão relacionados com esse contexto. Para ensinar com sucesso num

sistema, o professor tem de saber o que funciona e o que não funciona nesse contexto

cultural. Assim, os professores de línguas estrangeiras a ensinar na China devem ter em

consideração a cultura de ensino do país e a importância do método tradicional, que

conta com grandes apoios históricos, culturais, económicos e políticos. Para além disso,

devem ter em atenção os problemas que podem surgir quando existe intercâmbio

cultural, como os preconceitos e os estereótipos, o choque cultural, de modo a não

interferir no sucesso da aprendizagem.

3.1.1.1 Licenciaturas: Planos curriculares

Como já foi referido anteriormente, o ensino de português na China tem vindo a

ser dinamizado e, atualmente, mais de trinta universidades dispõem de cursos de língua

portuguesa. Neste subcapítulo serão analisados os cursos de português de duas

universidades, uma na China continental, a Universidade de Estudos Internacionais de

Xi’an (XISU) e uma em Macau, a Universidade de Macau (UM), de forma a demonstrar

como é organizado o ensino de portuguesa língua estrangeira na China. Importante

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referir que estas duas universidades são usadas como exemplo e podem não refletir a

realidade de todas as universidades chinesas com licenciaturas em português língua não

materna.

Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an:

A Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an foi a quarta universidade da

China continental a criar um curso de licenciatura em língua portuguesa. Este curso

entrou em funcionamento em 2007. Faz parte do departamento de Línguas e Culturas

Ocidentais, e tem a duração de quatro anos. Em 2012, o corpo docente era composto por

seis professores chineses e uma professora portuguesa.

O plano curricular criado para este curso tem como objetivo formar alunos com

conhecimentos científicos e culturais para poderem vir a desempenhar funções nas áreas

de tradução, educação, turismo, investigação cultural, negócios estrangeiros, economia,

entre outros. Para concluir o curso, os alunos têm de obter pelo menos cento e setenta e

três créditos ao longo dos quatro anos, sendo que no total as disciplinas relacionadas

com a língua acumulam 64% dos créditos totais e 69% da carga horária, como se pode

constatar no anexo 6.

As disciplinas estão divididas em cadeiras de conhecimento geral e cadeiras

relativas à aprendizagem da língua. O grupo de disciplinas de conhecimento geral

(anexo 7) engloba, maioritariamente, conteúdos relacionados com ideologia e teoria

política, porém é importante enfatizar a relevância da segunda língua estrangeira, o

inglês. Os alunos precisam obter o CET4 (College English Test Level 4) para se

poderem formar.

O grupo de disciplinas relacionadas com a aprendizagem da língua, tal como o

nome indica, é composto, sobretudo, por cadeiras focadas no desenvolvimento

linguístico e cultural (anexo 8).

No 3.º e 4.º anos, os alunos têm a oportunidade de fazer intercâmbio com

Portugal e com o Brasil, podendo optar por irem para as universidades com quem XISU

tem acordos de cooperação ou com universidades à sua escolha, desde que seja possível

haver equivalência de créditos. As universidades favoritas são a Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, a Universidade de Lisboa e a Universidade de Coimbra. Em

2014, a XISU tinha acordos com a Universidade de São Paulo, Universidade do Minho

e a Universidade de Aveiro (Shuhan, 2014, pp. 29-34).

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Como se pode observar nas tabelas apresentadas no anexo 8, no curso de

português na universidade em questão as cadeiras relacionadas com a língua ganham

destaque, seguidas por cadeiras relacionadas com a política, economia e história da

China. Os alunos não só estudam a história de Portugal como também do Brasil, assim

como a sua respetiva literatura. Contudo, a aprendizagem da cultura desses mesmos

países lusófonos não faz parte do plano de estudos. Também é possível comprovar a

importância do desenvolvimento das competências de tradução e da gramática, da

leitura e da escrita, que juntas tem mais créditos do que a cadeira de oralidade,

demonstrando a importância conferida ao saber escrito. Também foi possível verificar a

importância da língua inglesa na sociedade chinesa, visto ser obrigatório os alunos

obterem o CET4 para se poderem formar.

Universidade de Macau:

A Universidade de Macau, fundada em 1981, foi a primeira universidade em

Macau a criar o curso de língua portuguesa. O Departamento de Português está

integrado na Faculdade de Artes e Humanidades e é o maior departamento de estudos

portugueses na Ásia, com o maior número de professores e alunos, assim como com a

maior diversidade de programas de estudo. O seu corpo docente é composto por

professores nativos portugueses e brasileiros, bem como chineses bilingues.

A licenciatura em Estudos Portugueses, de quatro anos, apresenta como metas

promover os estudos da língua portuguesa e das culturas lusófonas, proporcionar a

investigação científica nesses mesmos domínios e formar profissionais habilitados nas

áreas que envolvem comunicação intercultural entre a China e os países lusófonos.

As disciplinas do curso são divididas em disciplinas de conhecimento geral e

disciplinas relacionadas com a aprendizagem da língua (anexo 9). Cada disciplina é

lecionada duas vezes por semana, tendo uma duração de uma hora e meia cada sessão.

A maior parte das cadeiras deste curso são lecionadas por professores nativos de

português. As únicas ensinadas por professores chineses são: Introdução à Compreensão

de Português Escrito I e II, Estrutura da Língua Portuguesa I e II, Tradução I e II

(Português/Chinês), Tradução Avançada II (Português/Chinês) e Interpretação II

(Português/Chinês), visto no 1º ano do curso ser necessário usar a língua chinesa para

comunicar com os alunos.

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Em relação ao intercâmbio internacional, os alunos são encorajados a estudar

pelo menos um semestre numa universidade portuguesa ou brasileira durante o 3.º ano.

Em 2014, o Departamento de Português possuía protocolos com diversas universidades,

nomeadamente a Universidade de Lisboa, a Universidade de Coimbra, a Universidade

do Minho, a Universidade de Aveiro, a Universidade da Beira Interior, a Universidade

de São Paulo, a Universidade de Brasília, a Universidade de Caxias do Sul e a

Universidade Regional de Blumenau (Shuhan, 2014, pp. 34-38).

Como se pode observar nas tabelas apresentadas, no curso de português na

universidade em questão a aprendizagem de cadeiras relacionadas com a língua ganham

destaque. Visto ser um curso focado em tradução, é possível comprovar a importância

do desenvolvimento dessa competência, da gramática, da leitura e da escrita. Nesta

universidade o inglês também está presente.

A oferta educativa das duas licenciaturas varia com os objetivos do curso,

contudo o desenvolvimento das competências linguísticas (oralidade, escrita, leitura),

assim como a transmissão de saberes sobre o país estudado (história, cultura, literatura,

geografia) está sempre presente e numa posição de destaque. É importante referir o

facto da universidade de Xi’an incluir cadeiras, comuns a todos os cursos, relacionadas

com a China e o seu desenvolvimento social, económico e político, assim como a sua

filosofia, situação semelhante à de outras universidades do país. O mesmo se pode dizer

sobre o peso do inglês, ferramenta de desenvolvimento do país e por isso muito presente

na vida académica dos alunos chineses.

3.1.2 Chinês língua não materna em Portugal

Com a importância da China no mundo atual, a língua mais falada em todo o

mundo é o mandarim. Há mais de mil milhões de pessoas no mundo a falar a língua e

muitos portugueses estão entre esses números. A procura é cada vez maior,

principalmente pela geração mais jovem, que vê nesta língua a oportunidade de um

futuro melhor. O aumento da procura significa o aumento de cursos de mandarim e,

neste sentido, muitas escolas de línguas por todo o país apostam nestes cursos, nos quais

colaboram professores nativos e professores portugueses fluentes na língua. Porém, os

Institutos Confúcio (ICo) são os que têm o papel de destaque na formação de muitos

aprendentes e na divulgação da língua e cultura da China. Estes IC oferecem um leque

de cursos livres de mandarim não só de vários níveis, mas também especializados em

diversas áreas para o público em geral, ao mesmo tempo que trabalham em cooperação

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com universidades onde se localizam, universidades essas que oferecem também cursos

de licenciatura e mestrado em estudos asiáticos/chineses, que engloba a aprendizagem

da língua, história, geografia, entre outras áreas (24, 2013)16.

Em Portugal existem quatro IC. O IC da Universidade do Minho (UMinho) foi o

primeiro a ser criado, em 2001, uma aposta apoiada pelo Governo da República Popular

da China. Não é só pelo pioneirismo que o Instituto Confúcio da UMinho (ICUM) se

destaca, mas também por ser reconhecido como aquele que atinge os mais elevados

níveis das universidades portuguesas. O IC funciona, assim, como uma plataforma de

intercâmbio entre o povo português e o povo chinês, pois apoia a vinda de alunos que

vêm conhecer a língua e a realidade portuguesas e, por outro lado, o envio de alunos

portugueses que o fazem também na China.

Apesar de ter um número fixo de vagas, com os cerca de cento e vinte alunos

atuais na licenciatura em Línguas e Culturas Orientais e no mestrado em Estudos

Chineses, a procura dos jovens tem aumentado consideravelmente nos cursos da

UMinho, situando-se o índice de primeira escolha próximo dos 90% (Uminho, s.d.).

É importante realçar que, desde outubro de 2006, o Instituto Confúcio oferece

cursos de chinês (Mandarim) em três escolas na região do Norte. O projeto tem-se vindo

a desenvolver e, atualmente, conta com a participação de colégios privados. São eles: o

Colégio Luso-Internacional de Braga, o Colégio Luso-Internacional do Porto, o Colégio

D. Diogo de Sousa, em Braga, a Escola Francesa do Porto e a Oporto British School,

tendo já cerca de trinta e cinco turmas, um total de trezentos e oito alunos de idades

compreendidas entre os seis e os dezassete anos. O programa inclui a oferta de livros

didáticos, materiais audiovisuais e a organização de uma Semana Cultural Chinesa.

Desde o ano letivo 2013/14 que este projeto também inclui a supervisão de aulas e a

colaboração com escolas, especificamente, com o Colégio “A Torre dos Pequeninos”,

em Santo Tirso, e o Centro de Educação Integrado, em S. João da Madeira, dando

apoios ao nível da formação de professores e da disponibilização de material didático,

entre outros. O projeto conta com a participação de docentes e estagiários enviados pelo

Hanban, pela universidade parceira deste Instituto, a Universidade de Nankai e dos

alunos do Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês: Tradução, Formação e

16 Informação disponível em http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/videos/aulas-de-mandarim-ganham-adeptos-em-portugal

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Comunicação Empresarial, do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade

do Minho (Uminho, s.d.).

O segundo IC a abrir em Portugal localiza-se na Universidade de Lisboa. Desde

2008 que a sua missão é promover o ensino da língua e da cultura chinesas e responder

ao crescente interesse pela China. Inicialmente, contava com catorze alunos; nos dias de

hoje há mais de quatrocentos a aprender mandarim. O instituto também oferece cursos

de mandarim direcionados a empresas. O ensino dos seis níveis oficiais de língua é

efetuado por professores chineses certificados e selecionados pelo Hanban e pela

universidade chinesa parceira, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin

(Lisboa, s.d.).

Em 2015 abriu o terceiro IC em Portugal, desta vez na Universidade de Aveiro

(UAveiro), em parceria com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian. Com o

IC, a UAveiro quer expandir o ensino da língua chinesa como disciplina opcional nos

programas curriculares a todos os níveis de ensino, particularmente em escolas de

ensino secundário, em colaboração com o Ministério da Educação e Ciência. O primeiro

projeto deste género iniciou-se em 2012 quando, em colaboração com a UAveiro, o

município de São João da Madeira integrou o ensino do mandarim no programa

curricular do terceiro e quarto ano. A iniciativa partiu de Castro Almeida, então

presidente da autarquia e antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, e

abrangeu trezentos alunos. Em 2015 o projeto passou a incluir o quinto ano (UA, s.d.)

(Ferreira, 2014).

Em 2016 foi criado o quarto IC em Portugal na Universidade de Coimbra, que

tem o apoio da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim ( 京外国语大学,

Běijīng wàiguóyǔ dàxué) e da Universidade de Medicina Chinesa de Zhejiang (浙江中

医药大学,Zhèjiāng zhōng yīyào dàxué). O Instituto Confúcio da Universidade de

Coimbra pretende ser um local de forte contributo para a difusão da língua e cultura

chinesas, mas também um espaço de desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa

em Portugal:

“Queremos aproveitar o Confúcio não apenas para desenvolver o ensino da língua

chinesa em Portugal e para aprofundar as relações com a China, que é um dos pilares

estratégicos da acção da Universidade de Coimbra neste momento, mas para

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desenvolver uma das outras áreas de referência que é a da saúde e aquilo que estamos

a chamar de envelhecimento activo” - diretor da Faculdade de Letras da Universidade

de Coimbra (Gomes, 2016).

O governo português reconhece a importância do mandarim nos dias de hoje e

tem vindo a apoiar o desenvolvimento do ensino da língua em Portugal. Com esse

objetivo em mente, o governo apoia a integração, como opção, do mandarim nos

programas curriculares do terceiro ciclo e do secundário. A medida foi tema de conversa

e de consenso em todas as reuniões realizadas entre as autoridades portuguesas e

chinesas, em 2014, quando o atual Ex Presidente da República Cavaco Silva foi em

visita oficial à China. O Governo também reconhece a importância de internacionalizar

as universidades portuguesas para que sejam

“cada vez mais participantes num mundo global, onde ter conhecimentos e

competências que sejam internacionalmente relevantes é fundamental para conseguir

vencer numa economia aberta” (Ferreira, 2014).

3.1.2.1 Licenciaturas: Planos curriculares

Como já foi referido anteriormente, o ensino de mandarim em Portugal tem-se

tornado cada vez mais popular; no entanto, só existem três instituições de ensino

superior com cursos de licenciatura especializados na língua e na cultura da China: a

Universidade do Minho, a Universidade de Lisboa e o Instituto Politécnico de Leiria. É

importante referir que a Universidade de Aveiro possui um departamento de Estudos

Asiáticos, criado em 1997; porém, este está associado ao Mestrado em Estudos

Chineses. Neste subcapítulo serão apresentados os planos de estudo de duas

licenciaturas, uma numa instituição com protocolo com o Instituto Confúcio

(Universidade do Minho), outra num estabelecimento em que esse mesmo protocolo

não existe (Instituto Politécnico de Leiria). É essencial referir que estas duas

universidades são usadas como exemplo e podem não refletir a realidade de todas as

universidades portuguesas com licenciaturas em chinês língua não materna. O objetivo

principal é dar a conhecer um pouco os objetivos e conteúdos abordados nos cursos e

não fazer um retrato completo e exaustivo da situação.

Universidade do Minho:

O Departamento de Estudos Asiáticos foi fundado em 1997 com o objetivo de

promover o ensino e a aprendizagem da língua e da cultura chinesas e japonesas. Em

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2004 foi criada a Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais, atualmente

designada de Estudos Orientais: Estudos Chineses e Japoneses, a qual tem a duração de

três anos letivos. Cada ano letivo é constituído por dois semestres, tendo cada um deles

quinze semanas. O corpo docente é constituído por professores portugueses e chineses.

A maioria dos professores chineses estão ligados ao IC ou são enviados pelas

universidades parceiras, como por exemplo pela Universidade de Nankai. O objetivo

principal deste curso é fornecer capacidades linguísticas e comunicacionais aos

licenciados para que possam agir em todas as áreas profissionais que tenham relação

com o mundo chinês e japonês.

Ao longo dos três anos, os aprendentes não só desenvolvem as suas

competências linguísticas como também estudam a história, a geografia e a cultura dos

países alvo. Durante o processo de aprendizagem, os alunos também têm a oportunidade

de interagir e comunicar com alunos chineses que estão a estudar português na

Universidade. É possível consultar o plano desta licenciatura no anexo 10.

Após a conclusão da licenciatura, os alunos são encorajados a prosseguir os

estudos e a ingressar no Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, criado

em 2008, com duração de dois anos letivos, sendo o primeiro ano feito na China

(Uminho, s.d.).

Como se pode observar no plano de estudos apresentado, no curso de chinês na

universidade em questão ganham relevo as cadeiras relacionadas com a língua, seguidas

pelas cadeiras de história, geografia e cultura da China. O seu ensino é feito juntamente

com o ensino da língua japonesa e respetivas cadeiras relacionadas com o país. Também

é possível comprovar a importância do desenvolvimento das competências de tradução

e da gramática, da leitura, da escrita e da oralidade.

Instituto Politécnico de Leiria (IPL):

O curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês e Chinês/Português foi

criado em 2006 em parceria com o Instituto Politécnico de Macau. Atualmente, o IPL

tem como parceiros instituições de ensino superior de Macau, Pequim, Hainan, Jiangxi

e Sichuan (Lusa, 2016).

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O curso tem como objetivos formar tradutores e intérpretes de português. Os

graduados devem ter um bom domínio da língua portuguesa, uma boa base de chinês

(cantonês e mandarim), conhecimentos fundamentais de inglês e serem capazes de

desempenhar funções na tradução e interpretação chinês/português e vice-versa, na

investigação científica, no ensino, assim como executar funções administrativas (Leiria,

s.d.).

A licenciatura é de quatro anos. O primeiro e o quarto anos são feitos na

instituição de origem; no segundo e no terceiro ano, os alunos portugueses têm aulas em

Pequim e Macau, enquanto os alunos estrangeiros vêm para Portugal, para o IPL. No

primeiro e no segundo ano, o currículo incide na aprendizagem da língua, já nos dois

últimos anos, os alunos aprendem técnicas de tradução e interpretação. O último

semestre é constituído pelo estágio, introduzido em 2012.

Após o término da licenciatura, os graduados podem continuar o estudo em

cursos de mestrado da mesma área de especialização em Macau ou em Portugal,

candidatar-se às vagas de tradutores ou intérpretes da função pública em Macau,

dedicar-se à tradução ou interpretação para companhias ou empresas chinesas e

estrangeiras, ou desempenhar funções no ensino básico de língua portuguesa (Leiria,

s.d.) (Lusa, 2016).

O plano de estudos (anexo 11) inclui disciplinas obrigatórias que se focam na

aprendizagem das línguas chinesa e portuguesa, assim como na cultura e história de

ambos os países. As unidades curriculares opcionais (anexo 12) podem estar

relacionadas com a aprendizagem da língua chinesa ou de outras línguas europeias,

como também outras áreas, designadamente o direito.

Como se pode observar nos anexos, no curso de chinês na instituição em questão

a tradução é o foco principal. A aprendizagem de cadeiras relacionadas com as línguas

chinesa e portuguesa ganham destaque, seguidas pelas cadeiras relacionadas com a

tradução, cultura, história e literatura da China, de Macau e dos países lusófonos. Para

além do chinês também estudam a língua inglesa ou francesa, de acordo com a escolha

do aluno.

A oferta educativa das licenciaturas varia com os objetivos do curso, contudo o

desenvolvimento das competências linguísticas (oralidade, escrita, leitura), assim como

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a transmissão de saberes sobre o país estudado (história, cultura, literatura, geografia)

está sempre presente e numa posição de destaque.

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Capítulo IV

Estudo de Caso

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4. Investigação: Estudo de caso

A sala de aula é o palco principal de comunicação entre o professor e o aluno.

Quando professores e alunos de culturas diferentes interagem durante a aula, acabam

por se defrontar com diferenças comportamentais. Perante estas diferenças, a reação e

os sentimentos de cada um também variam. Se essas mesmas atitudes e sentimentos

forem levados a extremos, existe uma grande probabilidade de acontecerem mal-

entendidos, de haver dificuldade na comunicação e de ocorrer choque cultural. Assim

sendo, a falta de conhecimento da cultura dos professores e dos alunos em questão pode

ser a principal causa de conflitos entre professores e alunos de culturas diferentes.

Em cada cultura e país, professores e alunos têm várias noções de como a sala de

aula deve funcionar e qual é o papel de cada um. Contudo, quando professores e/ou

alunos de cultura chinesa interagem com professores e/ou alunos de cultura portuguesa,

o papel do professor e do aluno na sala de aula valorizado em cada cultura,

inevitavelmente, acaba por criar equívocos. Um professor chinês poderá sentir-se

ofendido se for interrompido pelos seus alunos com perguntas e achá-los

desrespeitadores e pouco disciplinados por expressarem as suas opiniões livremente.

Um professor português poderá considerar os seus alunos chineses passivos na sala de

aula devido à falta de participação. Os alunos chineses, por sua vez, poderão achar que o

seu professor português não domina completamente a sua área de saber, visto estarem

habituados a um professor que lhes ensina tudo oralmente sem terem de ler livros e

participarem em aula. Por fim, os alunos portugueses podem sentir dificuldade em

interagir com o seu professor chinês e de acompanhar e apreender o conhecimento

lecionado, visto sentirem a necessidade de levantar questões e de discutir o tema em

questão.

Para melhor analisar estas diferenças culturais e confirmar se estão ou não

presentes no dia-a-dia de uma sala de aula multicultural, surgiu a necessidade de fazer

um estudo de caso.

4.1 Objetivos da investigação

No âmbito desta dissertação sobre a influência cultural nos métodos de ensino, os

objetivos deste estudo de caso são os seguintes:

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a) Compreender até que ponto a cultura do professor chinês e português

influencia a sala de aula constituída por alunos portugueses e chineses,

respetivamente;

b) Compreender se alunos e professores têm perceção das diferenças culturais e

qual a sua postura em relação a essas mesmas diferenças;

c) Identificar onde essas diferenças culturais têm mais influência: nos métodos

de ensino, nos métodos de avaliação, na relação com o aluno, entre outros;

d) Identificar as opiniões de professores e alunos sobre as diferenças culturais e

sobre quem se deve adaptar;

e) Apurar se a cultura do país onde está a decorrer a aprendizagem deve ou não

ser a cultura predominante na sala de aula.

4.2 Natureza do estudo

Este estudo é exploratório e quantitativo. Tem como objetivo recolher informações

sobre um tema específico, neste caso sobre a influência cultural nos métodos de ensino.

Os resultados serão, posteriormente, analisados com o objetivo de verificar se os

métodos de ensino dos professores portugueses e chineses são influenciados pela sua

respetiva cultura e o impacto que essa influência tem nos alunos e no decorrer da aula.

4.3 Metodologia

Para realizar o estudo de caso, o método utilizado para recolher informação foram os

questionários, realizados a alunos e a professores portugueses e chineses (ver anexos 1,

2, 3, 4).

Segundo Zhang Yuyu (Zhang, 2013), as vantagens de usar questionários para

recolher informação são:

a) É possível identificar as atitudes e comportamentos dos alunos na sala de

aula, assim como o seu ponto de vista sobre variadas questões;

b) Os resultados dos questionários são fáceis de quantificar. Os questionários

têm uma estrutura fixa com respostas claras, sendo por isso difícil obter

respostas subjetivas;

c) É um método simples, que não exige dinheiro nem muito tempo.

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O questionário dos alunos portugueses é igual ao dos chineses, assim como o dos

professores portugueses é igual ao dos professores chineses, embora este último tenha

sido traduzido para melhor atender às dificuldades que muitos docentes chineses têm

com a língua portuguesa. Como os alunos chineses aprenderam português, não houve

necessidade de fazer a tradução.

Os questionários estão organizados em um grupo de questões e cinco grupos de

afirmações:

a) O primeiro grupo tem como objetivo recolher informação básica sobre os

participantes: género, idade, universidade onde estudou/ lecionou em

Portugal/ na China, universidade onde estudou/ lecionou português/ chinês

em Portugal/ na China, anos de serviço.

b) O segundo grupo é constituído por oito afirmações sobre os métodos de

ensino: a importância da oralidade na aprendizagem de uma língua, a

importância em tirar notas, entre outras,

c) Segue-se o terceiro grupo, composto por seis declarações relacionadas com

os métodos de avaliação: a importância dos testes escritos e orais, a

participação, entre outras.

d) O quarto grupo refere-se à interação entre alunos e professores em contexto

de aula e é formado por sete afirmações.

e) O quinto grupo é organizado em também sete afirmações e debruça-se sobre

problemas possíveis em contexto de aula, como falta de participação.

f) No sexto grupo é abordada a relação dos alunos com o seu professor e do

docente com os seus alunos: se é uma relação amigável ou formal. É

organizado em sete declarações.

g) Por último, o sétimo grupo é composto por onze afirmações sobre

diferenças culturais: a importância da cultura na sala de aula, a existência ou

não de conflitos culturais, entre outros.

Para manifestarem o seu posicionamento quanto às afirmações apresentadas, os

participantes tiveram de escolher uma das seguintes possibilidades: discordo

plenamente, discordo, concordo e concordo plenamente.

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4.4 Procedimento

O questionário foi divulgado em formato digital através do Google Forms e do

wenjuan xing (问卷星,Wènjuàn xīng), visto o Google não abrir na China. O

questionário foi enviado para alunos portugueses e chineses da Universidade do Minho

e depois partilhado com outros alunos conhecidos. Foi utilizado o email, o Facebook e a

aplicação WeChat. O mesmo procedimento foi usado para enviar o questionário a

professores portugueses e chineses.

Uma vez respondidos os questionários, a sua informação foi recolhida e

analisada. No capítulo a seguir serão apresentados os resultados por afirmação e as

conclusões sobre os seis grupos de afirmações.

4.5 Participantes

Existem quatro tipos de participantes: alunos portugueses a estudar ou que

estudaram chinês com professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos

um ano, alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor português

e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano, professores portugueses de

Português Língua Não Materna a alunos chineses e professores chineses de Chinês

Língua Não Materna a alunos portugueses.

4.6 Limitações do estudo

Infelizmente existem limitações neste estudo de caso, dificuldades que

perturbaram a realização desta pesquisa:

a) O pequeno número de participantes.

Devido ao número limitado de alunos portugueses que estiveram na China a

estudar chinês e alunos chineses a estudar chinês em Portugal, o número de

alunos participantes não é o que desejaríamos. Também não há um grande

número de professores portugueses a ensinar português a alunos chineses em

Portugal e na China, e professores chineses a ensinar alunos portugueses.

Para além da situação abordada em cima, vários possíveis participantes não

quiseram responder ao questionário.

b) Dificuldade em contactar participantes.

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Para além das dificuldades apresentadas em cima, foi difícil contactar um

grande número de pessoas que tinham as características desejadas para esta

investigação, principalmente por não saber o contacto telefónico ou email de

possíveis participantes.

c) Escassez de material para servir como referência.

O ensino de chinês em Portugal e de português na China é de expansão

recente e por isso existem poucos trabalhos sobre estes temas para servirem de

referência. Muitos dos artigos e livros disponíveis sobre aprendizagem de

línguas na China e as diferenças culturais presentes na sala de aula referem-se ao

ensino e aprendizagem do inglês: as dificuldades encontradas numa sala de aula

intercultural, diferenças culturais entre a educação chinesa e educação inglesa e

americana e as dificuldades encontradas em implementar o método

comunicativo. Assim, estes materiais serviram como guia para o presente estudo.

Os únicos materiais encontrados sobre o ensino e aprendizagem de português na

China foram escritos por alunos chineses que estiveram a estudar em Portugal e

são, maioritariamente, sobre a crescente oferta de cursos de português na China

e a o aumento do número de alunos interessados na língua.

Sobre a aprendizagem de chinês língua não materna em Portugal, a situação

é similar ao caso chinês. A maioria dos materiais disponíveis foram escritos por

alunos portugueses de língua chinesa que abordam temas como a importância do

mandarim nos dias de hoje no mundo dos negócios, o aumento de cursos de

língua chinesa em Portugal, onde existem esses mesmos cursos, assim como a

introdução de mandarim língua estrangeira nas escolas básicas e secundárias.

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Capítulo V

Resultados e Discussão

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73

29%

71%

SEXO

Masculino (7) Feminino (17)

5. Apresentação e análise dos resultados

5.1.1 Alunos portugueses e alunos chineses

5.1.1.1 Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com

professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um

ano

Vinte e quatro alunos portugueses responderam ao questionário, sendo que

dezassete eram estudantes femininas e sete masculinos, correspondendo a 71% e a 29%

dos inquiridos, respetivamente.

Gráfico 1 – Género dos alunos portugueses inquiridos

A idade varia entre os vinte anos e os trinta e oito. Contudo, a maioria tem vinte

e três anos (25%).

Gráfico 2 - Idade dos participantes

1 1

3

6

3

1

2 2

1

0

1

2

0 0 0 0 0 0

1

0

1

2

3

4

5

6

7

20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38

Idade dos Participantes

Número de participantes

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74

12

32

10

5

0 01

0

2

4

6

8

10

12

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ano em que começou a estudar chinês em Portugal

Ano em que começou a estudar chinês em Portugal

2 2

0

2 2

10

6

0

2

4

6

8

10

12

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ano em que começou a estudar chinês na China

Ano em que começou a estudar chinês na China

A maioria dos participantes começou a estudar chinês em Portugal em 2012

(42%) e continuou a estudar chinês na China em 2015 (42%). É importante referir que

os alunos em questão começaram a estudar chinês na licenciatura em Portugal e quando

foram para a China já se encontravam a fazer o mestrado.

Gráfico 3 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês em Portugal

Gráfico 4 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês na China

A maioria dos alunos participantes estudaram chinês na Universidade do Minho

em Portugal (88%) e na Universidade de Nankai na China (50%).

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Gráfico 5 - Universidade onde os participantes estudaram chinês em Portugal

Gráfico 6 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China

5.1.1.2 Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com

professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo

menos um ano;

Vinte e um alunos chineses responderam ao questionário, sendo que dezassete

eram estudantes femininas e quatro masculinos, correspondendo a 81% e a 19% dos

inquiridos, respetivamente.

4 5

12

1 2

0

5

10

15

Universidadede Línguas eCulturas de

Pequim

Universidadede Sun Yat-

Sem

Universidadede Nankai

Universidadede Tianjin

Universidadede Jiaotong

Universidade onde estudou chinês na China

Número de alunos

3

21

0

5

10

15

20

25

Instituto Politécnico de Leiria Universidade do Minho

Universidade onde estudou chinês em Portugal

Número de alunos

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Gráfico 7 - Género dos inquiridos

A idade varia entre os vinte anos e os trinta e um. Contudo, a maioria tem

vinte e três anos (29%).

Gráfico 8 - Idade dos participantes

A maioria dos participantes começou a estudar português em Portugal em 2014

(29%) e a estudar português na China em 2012 (33%). Acrescente-se que os alunos em

questão começaram a estudar português na licenciatura na China.

2

0

3

4

6

2 2

1

0 0 0 0

1

0

1

2

3

4

5

6

7

19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Idade dos Participantes

Número de participantes

19%

81%

SEXO

Masculino (7) Feminino (17)

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1

5

6

2

3

4

0

1

2

3

4

5

6

7

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Ano em que começou a estudar português em Portugal

Ano em que começou a estudar chinês na China

0

1

0

4

7

3

4

2

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ano em que começou a estudar português na China

Ano em que começou a estudar chinês em Portugal

Gráfico 9 - Ano em que os participantes começaram a estudar português em Portugal

Gráfico 10 - Ano em que os participantes começaram a estudar português na China

A maioria dos alunos participantes estudaram português na Universidade de Sun

Yat-Sen na China (33%) e na Universidade do Minho em Portugal (67%).

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Gráfico 11 - Universidade onde os participantes estudaram português na China

Gráfico 12 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China

5.1.1.2.1 Métodos de ensino

No primeiro bloco de afirmações, o tema principal são os métodos de ensino

utilizados pelos professores. Na primeira afirmação: “No ensino de chinês língua não

materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.”, a maioria dos alunos

portugueses (96%) e chineses (81%) concordam com esta afirmação.

3

7

21 1 1 1 1 1

3

012345678

Universidade onde estudou português na China

Número de alunos

1

14

2

4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Universidade deCoimbra

Universidade doMinho

Universidade deLisboa

UniversidadeCatólica

Portuguesa

Universidade onde estudou chinês em Portugal

Número de alunos

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79

Gráfico 13 - No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.

Na segunda afirmação: “O número de horas despendido no ensino da escrita e da

gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas”, a

maioria dos alunos portugueses (96%) e chineses (57%) concordam com a afirmação.

Contudo, apesar de a maioria dos alunos chineses concordar, existe também um grande

número de participantes chineses (43%) que discordam.

Gráfico 14 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

01

9

14

0

3

6

11

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

01

13

10

2

7

10

2

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O número de horas despendido no ensino da escrita e da

gramática, e o número de horas despendido para a oralidade

devem ser as mesmas.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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80

Na terceira afirmação: “Os alunos devem participar ativamente na aula”, a

maioria dos alunos portugueses (96%) e chineses (95%) concordam com a afirmação.

Gráfico 15 - Os alunos devem participar ativamente na aula.

Na quarta declaração: “A realização de exercícios escritos e orais durante a aula

são importantes para a aprendizagem”, todos os participantes portugueses e a maioria

dos participantes chineses (95%) concordam com a afirmação.

Gráfico 16 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a aprendizagem.

Na quinta declaração: “Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a

aula e só fazer perguntas no final”, a maioria dos participantes portugueses (83%) e

01

5

18

01

911

0

5

10

15

20

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem participar ativamente na aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

0 02

22

0 1

7

13

0

5

10

15

20

25

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A realização de exercícios escritos e orais durante a aula

são importantes para a aprendizagem.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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81

chineses (67%) discordam da afirmação. Contudo, é importante referir que um grande

número de alunos chineses (33%) concorda.

Gráfico 17 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas no final.

Na sexta afirmação, “É importante que os alunos tirem notas durante as aulas”, a

maioria dos participantes portugueses (96%) e chineses (90%) concordam.

Gráfico 18 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

01

1211

0

2

14

5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

9

11

3

1

3

11

5

2

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante

a aula e só fazer perguntas no final.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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82

Na sétima asserção, “Acho importante o professor dispensar algum tempo da

aula para que possamos discutir sobre os temas abordados”, a maioria dos inquiridos

concorda (96% dos participantes portugueses e 90% dos participantes chineses).

Gráfico 19 -Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos discutir sobre os temas abordados.

Na oitava e última afirmação do grupo, “Os exercícios de resposta automática

são os melhores para aprender uma língua estrangeira”, a maioria dos alunos

portugueses (88%) discordam da afirmação. No entanto, apenas 38% dos alunos

chineses discordam também. A maioria concorda (62%).

Gráfico 20 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

01

1112

02

15

4

02468

10121416

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula

para que possamos discutir sobre os temas abordados.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

6

15

2 11

7

11

2

0

5

10

15

20

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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83

A partir das respostas acima quantificadas, pode concluir-se que quer os alunos

portugueses, quer os alunos chineses têm preferência por um método de ensino centrado

na aprendizagem de todos os aspetos de uma língua: oralidade, escrita, gramática e

leitura. Os alunos parecem preferir aulas que lhes permitam fazer exercícios e praticar

as suas capacidades orais e escritas, dialogar com os colegas e o professor, assim como

colocar questões. Quer os discentes portugueses quer os discentes chineses concordam

que devem participar ativamente na aula e que é importante o professor dispensar algum

tempo da aula para esse efeito. Face às informações apresentadas no Capítulo I, algo

parece estar a mudar entre os alunos chineses.

Contudo, como foi referido anteriormente no capítulo I, na cultura de ensino chinesa,

é comum o aluno esperar pelo fim da aula para fazer as perguntas, prática talvez mais

comum no ensino secundário e não tanto no ensino superior. Assim sendo, ao contrário

dos alunos portugueses, habituados a levantar o braço a qualquer hora para colocar

questões, alguns participantes chineses esperam pelo fim da aula para questionar o

professor.

Outra questão relevante são os exercícios: “Os exercícios de resposta automática são

os melhores para aprender uma língua estrangeira”. Ao contrário das afirmações

anteriores, onde alunos portugueses e chineses tinham respostas idênticas, nesta

afirmação as respostas são o oposto. Os alunos chineses têm preferência por exercícios

diretos e de resposta automática, muito possivelmente influenciados pela realidade

educativa chinesa. Os alunos portugueses, por sua vez, consideram esses exercícios

pouco eficientes na aprendizagem de uma língua estrangeira.

5.1.1.2.2 Métodos de avaliação

No segundo bloco de afirmações, o foco principal são os métodos de avaliação.

A maioria dos participantes portugueses (88%) e chineses (76%) concordam com a

seguinte afirmação: “O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem

praticar a matéria lecionada”.

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84

Gráfico 21 - O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a matéria lecionada.

Na segunda declaração: “Os testes escritos devem ser os mais importantes para a

nota final.”, a maioria dos alunos portugueses (58%) e chineses (67%) discordam.

Todavia, é importante referir que um grande número de alunos portugueses (42%) e

alunos chineses (33%) concordam.

Gráfico 22 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.

Na terceira afirmação, “A participação em aula não deve ser contabilizada na

nota final”, a maioria dos participantes discorda (96% dos inquiridos portugueses e 67%

dos inquiridos chineses), mas 33% dos alunos chineses concordam.

03

11 10

14

10

6

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos

poderem praticar a matéria lecionada.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

3

11 10

02

12

5

2

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota

final.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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85

Gráfico 23 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Na quarta declaração, “As apresentações orais são essenciais para o professor

avaliar a capacidade oral do aluno”, a maioria dos participantes concordam com a

afirmação (83% dos inquiridos portugueses e 90% dos inquiridos chineses).

Gráfico 24 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral do aluno.

A maioria dos alunos portugueses (54%) e chineses (81%) concordam que “Os

trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística”. No

entanto, 46% dos alunos portugueses discordam.

10

13

1 0

3

11

7

00

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A participação em aula não deve ser contabilizada na

nota final.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

0

4

12

8

1 1

11

8

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral do

aluno.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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86

Gráfico 25 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística.

Na sexta e última afirmação do grupo, “A postura do aluno na sala de aula não

deve interferir na nota final”, a maioria dos participantes discordam desta declaração

(83% dos inquiridos portugueses e 52% dos inquiridos chineses). Porém, importa referir

que 48% alunos chineses concordam.

Gráfico 26 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.

Os dados que acabámos de expor permitem concluir que os alunos portugueses e

chineses reconhecem a importância dos trabalhos de casa, dos testes escritos e

apresentações orais para avaliar e praticar os conhecimentos.

Apesar de a maioria dos participantes não considerar os testes escritos os mais

importantes para a nota final, importa referir que um grande número de alunos os

considera relevantes, o que demonstra a importância atribuída a este método de

2

9 10

31

3

13

4

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua

competência linguística.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

12

8

4

00

11

7

3

0

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na

nota final.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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87

avaliação, assim como o peso que o método tradicional teve e tem na educação destes

dois países, Portugal e China, principalmente neste país asiático onde o exame nacional

é fundamental para aceder ao ensino secundário e universitário.

A participação e a postura do aluno na sala de aula são questões que também

precisam de ser abordadas. Nas afirmações: “A participação em aula não deve ser

contabilizada na nota final” e “A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na

nota final”, a maioria dos participantes discordaram destas declarações. Todavia,

muitos alunos chineses concordaram, principalmente na última afirmação, com onze

alunos a discordar e dez a concordar. Estes números demonstram, primeiramente, a

postura do aluno chinês em relação à participação. Apesar de reconhecer a sua

importância, muitos preferiam que não fosse relevante na nota final, muito

possivelmente por participarem pouco na sala de aula ou não se sentirem à vontade em

expressar em frente a um pequeno público as suas ideias e opiniões.

Inevitavelmente a participação influencia a postura do aluno na sala de aula, daí

muitos alunos chineses considerarem que a sua postura em contexto de aula não

devesse ser contabilizada na sua nota final. Para além disso, como foi abordado no

primeiro capítulo, aulas onde os alunos só têm de ouvir o professor são muito comuns

na China e, por isso, muitos alunos nunca tiveram de se preocupar com a sua postura e

comportamento, precisando só de estar atentos às palavras do professor.

Por fim, os trabalhos de grupo, de acordo com todos os participantes, são

relevantes para melhorar a competência linguística. Porém, alguns alunos portugueses

consideram este método pouco eficaz.

5.1.1.2.3 Interação com o professor em contexto de aula

O terceiro grupo de declarações foca-se nas interações do aluno com o professor

durante a aula. Na primeira afirmação, “A aula é mais interessante quando o aluno

interage várias vezes com o professor”, a maioria dos participantes, tanto portugueses

(96%) como chineses (76%), concorda com a afirmação.

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88

Gráfico 27 - A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o professor.

Na segunda declaração: “É frequentes os alunos fazerem perguntas durante a

aula.”, a maioria dos alunos portugueses (92%) e chineses (52%) concordam com a

afirmação. No entanto, 48% dos participantes chineses discordam.

Gráfico 28 - É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.

Na terceira afirmação, “Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula”, a

maioria dos alunos, sejam portugueses (92%) ou chineses (86%), discorda.

01

1112

0

5

12

4

0

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A aula é mais interessante quando o aluno interage várias

vezes com o professor.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

0

2

14

8

0

10

7

4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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89

Gráfico 29 - Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.

Na quarta declaração: “Os alunos devem obedecer ao professor”, a maioria dos

participantes portugueses (88%) concorda com a afirmação, assim como 43% dos

alunos chineses; porém, a maioria discorda (57%).

Gráfico 30 - Os alunos devem obedecer ao professor.

Na quinta declaração, “É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo

o professor de pedir silêncio várias vezes”, a maioria dos participantes de ambas as

nacionalidades discorda da afirmação (58% dos inquiridos portugueses e 65% dos

inquiridos chineses). Contudo, um grande número de alunos portugueses, 42%, e

chineses, 35%, concordam.

11 11

1 1

7

11

21

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

12

1110

2

10

8

1

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem obedecer ao professor.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

Page 116: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

90

Gráfico 31 - É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir silêncio várias vezes.

Na sexta afirmação, “Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve

responder prontamente”, a maioria dos alunos portugueses (67%) concorda com a

afirmação; todavia, a maioria dos discentes chineses (71%) discordam. Importa referir

que um grande número de alunos portugueses, 33%, e alunos chineses, 29%,

responderam diferente do referido em cima.

Gráfico 32 - Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.

Na sétima e última declaração do grupo, “Tenho dificuldade em comunicar com

o meu professor durante a aula”, a maioria dos discentes portugueses (88%) e chineses

(62%) discordam da afirmação. 38% dos alunos chineses, no entanto, concordam.

68

10

0

5

8

5

2

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o

professor de pedir silêncio várias vezes.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

1

7

12

43

12

4

2

0

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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Gráfico 33 - Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.

Após a análise dos dados recolhidos, é possível concluir que quer os alunos

portugueses, quer os alunos chineses consideram a aula mais interessante quando há

interação com o professor. Todavia, quando o professor questiona os alunos, os alunos

portugueses consideram importante responder prontamente, ao contrário dos alunos

chineses. Esta situação pode estar relacionada com o facto de os alunos chineses não

estarem habituados a esta realidade, visto que, na China, o papel dos alunos na sala de

aula, referido no capítulo I, é ouvir o professor e não expressar as suas opiniões.

Quando questionados sobre se têm dificuldade em comunicar com o professor em

contexto de aula, a maioria dos participantes discorda, mas oito alunos chineses

concordam, o que comprova a realidade abordada em cima e/ou também a dificuldade

de comunicar na língua estrangeira que estão a aprender.

Apesar de a maioria tirar as dúvidas quando sente necessidade, muitos alunos

chineses não o fazem durante a aula. No entanto, o motivo não é só por poderem tirar no

final da aula, como foi referido no capítulo I.

Também foi mencionado no capítulo I que os alunos chineses devem respeitar o

professor, visto ser como uma figura paternal. Os resultados deste questionário

demonstram que a maioria dos alunos portugueses e chineses obedecem aos seus

professores, mas, curiosamente, nove alunos chineses discordam desse facto.

A maioria dos alunos portugueses e chineses também não considera comum o

professor ter de pedir silêncio durante a aula. Contudo, um grande número de alunos

8

13

21

67 7

1

0

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a

aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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92

portugueses, dez, e chineses, sete, discordaram do resto dos participantes, o que revela

que por vezes as aulas não são tão tranquilas e silenciosas.

5.1.1.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas

O quarto grupo de afirmações tem como foco principal os problemas que surgem

na sala de aula. A primeira afirmação, “O professor solicita participação em demasia”,

obteve a discordância da maioria dos alunos portugueses (88%) e chineses (57%). No

entanto, 43% dos alunos chineses concordaram com a declaração.

Gráfico 34 - O professor solicita participação em demasia.

Em relação à segunda declaração, “Tenho pouco interesse nas atividades da

aula”, a maioria dos participantes discordam (79% dos alunos portugueses e 71% dos

alunos chineses).

6

15

3

0

2

109

00

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor solicita participação em demasia.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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93

Gráfico 35 - Tenho pouco interesse nas atividades da aula.

A maioria dos alunos chineses (76%) e portugueses (92%) também não concorda

com a terceira afirmação, “Durante a aula sou barulhento”.

Gráfico 36 - Durante a aula sou barulhento.

Na quarta declaração, “Os alunos saem da aula quando querem”, a maioria dos

participantes discorda (71% dos inquiridos portugueses e chineses). Contudo, um

grande número de alunos portugueses, 29%, e alunos chineses, 38%, concordam.

5

14

5

0

2

13

4

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Tenho pouco interesse nas atividades da aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

13

9

2

0

10

65

00

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Durante a aula sou barulhento.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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Gráfico 37 - Os alunos saem da aula quando querem.

Na quinta afirmação, “Já interrompi o discurso do meu professor para expressar

a minha opinião.”, a maioria dos participantes, tanto chineses (76%) como portugueses

(75%), discorda.

Gráfico 38 - Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.

Na sexta declaração, “O professor pede muitos trabalhos de casa”, a maioria dos

alunos portugueses (63%) e chineses (75%) discordam. É importante referir que um

aluno chinês não concordou nem discordou desta afirmação, pelo que apenas existem

vinte reações a esta afirmação.

10

7 7

0

4

11

5

3

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos saem da aula quando querem.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

8

10

5

1

9

7

4

1

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha

opinião.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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Gráfico 39 - O professor pede muitos trabalhos de casa.

Na sexta e última afirmação deste grupo, “As atividades são sempre do mesmo

tipo”, quer no caso dos alunos portugueses, quer no caso dos alunos chineses, metade

dos participantes concordam com a afirmação e metade discorda.

Gráfico 40 - As atividades são sempre do mesmo tipo.

A partir destes dados, pode concluir-se, mais uma vez, que as informações

referentes aos alunos portugueses e chineses são parecidas.

É importante referir que, apesar de concordarem em quase todas as afirmações,

em algumas é possível notar algumas diferenças: apesar de não considerarem que o

professor pede participação em demasia, nove alunos chineses discordam, o que revela

4

11

3

0

6

9

23

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor pede muitos trabalhos de casa.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

4

7

9

4

0

11

9

1

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

As atividades são sempre do mesmo tipo.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

Page 122: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

96

que um grande número de alunos chineses não gosta de participar ou não se sente à

vontade para o fazer.

Na questão sobre sair da sala de aula quando querem, sete alunos portugueses e

oito chineses discordam, o que demonstra que esta situação não é frequente para todos.

Porém, visto a maioria ter concordado, é possível afirmar que, em muitos casos, os

alunos não sentem necessidade de pedir autorização ao professor para se ausentarem da

sala de aula.

Na última afirmação, sobre os exercícios serem sempre do mesmo tipo, quer os

alunos portugueses quer os alunos chineses estão divididos na sua opinião, uns

concordando e outros discordando. Esta situação demonstra que alguns alunos estão

satisfeitos com os exercícios que o professor dá, enquanto os restantes não estão,

situação esta que é semelhante em Portugal e na China. Por isso, apesar de, no capítulo I

ter sido referido que as aulas na China são muitas vezes iguais e que não há grande

variedade de atividades e exercícios, em Portugal acontece o mesmo.

5.1.1.2.5 Relação com o professor

Neste grupo de afirmações, o principal é reunir informações sobre a relação dos

alunos com o professor. Na primeira declaração, “Tenho uma relação amigável com o

meu professor”, a maioria dos alunos portugueses (83%) e chineses (75%) concorda.

Gráfico 41 - Tenho uma relação amigável com o meu professor.

0

4

15

5

0

3

11

7

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Tenho uma relação amigável com o meu professor.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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97

Na segunda afirmação,” Os professores devem manter distância dos seus alunos,

interagindo com eles apenas dentro da sala de aula”, a maioria dos participantes de

ambas as nacionalidades discordaram (83% dos participantes portugueses e 90% dos

participantes chineses).

Gráfico 42 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles apenas dentro da sala de

aula.

Na terceira afirmação, “Trato o meu professor de maneira formal”, a maioria dos

alunos portugueses (83%) e chineses (71%) concordam. Porém, 29% dos alunos

chineses discordam.

Gráfico 43 - Trato o meu professor de maneira formal.

5

15

31

8

11

1 1

0

5

10

15

20

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os professores devem manter distância dos seus alunos,

interagindo com eles apenas dentro da sala de aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

6

14

3

1

3

12

4

2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Trato o meu professor de maneira formal.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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98

Na quarta declaração, “Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu

professor para pedir conselhos”, a maioria dos alunos concorda (71% dos inquiridos

portugueses e 90% dos inquiridos chineses). No entanto, um grande número de alunos

portugueses, 29%, discordam.

Gráfico 44 - Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir conselhos.

Na quinta declaração, “Sei o endereço de email e o número de telefone do meu

professor”, a maioria dos participantes concordaram com a afirmação (71% dos

participantes portugueses e 86% dos participantes chineses. Todavia, 29% dos alunos

portugueses e chineses discordaram.

Gráfico 45 - Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.

0

7

14

32

0

11

8

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor

para pedir conselhos.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

1

6

12

5

0

6

10

8

0

2

4

6

8

10

12

14

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Sei o endereço de email e o número de telefone do meu

professor.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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99

Na sexta afirmação, “Os meus pais conhecem o meu professor”, a maioria dos

alunos discordam (88% dos alunos portugueses e 90% dos alunos chineses).

Gráfico 46 - Os meus pais conhecem o meu professor.

Na sétima e última afirmação do grupo, “Aceitaria fazer um jantar com o meu

professor e restantes colegas de turma”, a maioria dos praticantes concorda (96% dos

inquiridos portugueses e 76% dos inquiridos chineses).

Gráfico 47 - Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.

16

5

3

0

14

5

3

00

2

4

6

8

10

12

14

16

18

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus pais conhecem o meu professor.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

01

8

15

23

9

7

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de

turma.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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100

Analisando os dados que acabámos de apresentar, é possível observar que tanto

os alunos portugueses como os chineses têm uma boa relação com o seu professor,

mantida quer em contexto de aula, quer no dia-a-dia.

Apesar de manterem uma relação amigável, que inegavelmente traz benefícios

para o ensino e aprendizagem de uma língua, não significa que os alunos tenham o

contacto telefónico do seu professor, que lhe peçam conselhos ou que ele seja conhecido

dos seus pais, principalmente no caso dos alunos portugueses.

5.1.1.2.6 Diferenças culturais

No último grupo de afirmações, o foco principal são as diferenças culturais

presentes na sala de aula. Na primeira declaração, “É importante conhecer a cultura do

professor, antes de assistir a aulas de professores estrangeiros”, a totalidade dos alunos

portugueses e a maioria dos alunos chineses concordam.

Gráfico 48 - É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de professores estrangeiros.

Na segunda declaração, “As diferenças culturais entre os alunos e os professores

podem influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da língua”, a maioria dos

participantes concordaram com a afirmação. No entanto, importa referir que oito alunos

chineses discordaram. Um aluno chinês não respondeu a esta afirmação.

0 0

20

41

3

107

0

5

10

15

20

25

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a

aulas de professores estrangeiros.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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101

Gráfico 49 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar negativamente o ensino e a

aprendizagem da língua.

Na terceira afirmação,” O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas

do aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do seu”, a maioria dos

alunos concorda. Mais uma vez, um aluno chinês não se pronunciou sobre a matéria

apresentada.

Gráfico 50 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se encontre num meio

cultural diferente do seu.

0

3

12

9

35

8

4

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem

influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da

língua.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

02

1210

13

12

4

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do

aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do

seu.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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102

Na quarta afirmação, “O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos

alunos”, a maioria dos participantes discorda. De novo nos faltou a posição de um

aluno chinês.

Gráfico 51 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Na quinta declaração, “Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de

ensino do país onde estão a estudar”, a maioria dos alunos discorda.

Gráfico 52 - Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão a estudar.

Na sexta afirmação, “É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar

informações sobre o país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque

cultural”, a maioria dos alunos concorda. Contudo, seis alunos portugueses discordaram.

14

8

2

01

12

3

00

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

15

8

1 0

7

12

1 1

0

5

10

15

20

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do

país onde estão a estudar.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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103

Também a este respeito um aluno chinês não se pronunciou. Curiosamente, o mesmo

que deixou por responder outras questões já anteriormente assinaladas.

Gráfico 53 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus

alunos de forma a evitar o choque cultural.

Na sétima declaração, “É da responsabilidade do aluno procurar informações

sobre o país onde está a estudar de forma a evitar o choque cultural”, a maioria dos

participantes concordam, com exceção de um aluno chinês, que não se pronunciou.

Gráfico 54 - É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a estudar de forma a evitar

o choque cultural.

0

68

10

0 1

13

6

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus

alunos de forma a evitar o choque cultural.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

01

1211

02

12

6

02468

101214

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país

onde está a estudar de forma a evitar o choque cultural.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

Page 130: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

104

Na oitava declaração, “Já interpretei mal o meu professor chinês/português por

ter atitudes diferentes dos meus professores portugueses/chineses”, a maioria dos

participantes discordam da afirmação. Porém, um grande número de alunos concorda,

nomeadamente onze portugueses e cinco chineses.

Gráfico 55 - Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes diferentes dos meus professores portugueses/chineses.

Quanto à nona afirmação, “A cultura influencia o que se passa na sala de aula”, a

maioria dos participantes concorda.

Gráfico 56 - A cultura influencia o que se passa na sala de aula.

3

10 9

2

6

10

41

0

5

10

15

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes diferentes dos meus

professores portugueses/chineses.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

10

1112

0

3

15

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A cultura influencia o que se passa na sala de aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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105

Na décima afirmação, “A cultura do país onde se estuda é a que deve ser

predominante na sala de aula”, a maioria dos alunos concorda. Todavia, no caso dos

alunos chineses, dez discordam.

Gráfico 57 - A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.

Na décima primeira e última asserção, “Os alunos devem adaptar-se ao método

de ensino do professor e não ao contrário”, a maioria dos alunos portugueses discorda e

a maioria dos alunos chineses concorda. Contudo, sete alunos portugueses concordam e

dez alunos chineses discordam.

Gráfico 58 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao contrário.

1

4

15

4

0

10

8

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na

sala de aula.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

1

16

5

2

4

67

4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e

não ao contrário.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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106

Os dados obtidos revelam-nos que a maioria dos participantes reconhece a

influência que a cultura tem na sala de aula. Porém, alguns alunos chineses

desvalorizam o impacto negativo que esta possa ter na aprendizagem e ensino da língua.

Quer os alunos portugueses, quer os alunos chineses consideram importante

conhecer a cultura do seu professor e a cultura do país onde estão a estudar, assim como

consideram ser responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de

origem dos seus alunos, de forma a evitar choque cultural. Em relação à cultura

predominante na sala de aula, a maioria dos alunos portugueses concorda que deve ser a

cultura do país onde se estuda. Os alunos chineses estão divididos, o que comprova que

muitos alunos chineses, mesmo estando em Portugal, agem na sala de aula de acordo

com a sua cultura.

A maioria dos participantes considera importante o professor adaptar o seu

método de ensino à cultura do aluno para ir ao encontro das expectativas deste. Todavia,

na última afirmação do grupo, “Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do

professor e não ao contrário”, sete alunos portugueses, assim como quase metade dos

alunos chineses, concordaram, o que demonstra que, apesar do que foi dito

anteriormente, muitos alunos consideram o professor uma figura de autoridade que deve

ser seguida, assim como o seu método de ensino.

Apesar do que foi dito anteriormente, alguns participantes, nomeadamente seis

alunos portugueses, não consideram ser responsabilidade do professor procurar

informações sobre o país de origem dos seus alunos.

5.1.2 Professores portugueses e professores chineses: resultados e

conclusões

5.1.2.1 Professores portugueses de Português Língua Não Materna a

alunos chineses

Nove professores portugueses responderam ao inquérito, sendo que seis eram de

género masculino e três de género feminino, correspondendo a 67% e a 33%,

respetivamente, dos inquiridos.

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107

Gráfico 59 - Género dos inquiridos.

A idade dos participantes varia entre os vinte e quatro anos e os trinta e um. A

maioria tem vinte e sete anos (33%).

Gráfico 60 - Idade dos Participantes

Os anos de serviço dos participantes varia entre os cinco meses e os quatro anos. A

maioria já ensina há um ano (44%).

33%

67%

Género

Feminino Masculino

1 1 1

3

1 1

0

1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

24 25 26 27 28 29 30 31

Idade dos Participantes

Número de participantes

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108

Gráfico 61 - Anos de serviço dos inquiridos.

A maioria dos participantes leciona numa universidade chinesa, havendo, no entanto,

dois participantes que no momento não estão a lecionar. A maioria leciona na

Universidade de Jiaotong em Pequim (22%).

Gráfico 62 -Universidade onde os participantes lecionam.

1

4

1

2

1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

<1 1 2 3 4

Anos de serviço

Número de participantes

1

2

1 1 1 1

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Universidade onde leciona

Universidade onde leciona

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109

A maioria dos participantes nunca lecionou em Portugal (67%). 33% dos

participantes lecionaram na Universidade do Minho.

Gráfico 63 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal.

Na China, os participantes lecionaram nas seguintes universidades:

Gráfico 64 - Universidade onde os participantes lecionaram na China.

3

6

0

1

2

3

4

5

6

7

Universidade do Minho Nenhuma

Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal

Universidade onde lecionou em Portugal

1

2 2

1 1

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Universidade onde os participantes lecionaram na China

Universidade onde os participantes lecionaram na China

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110

5.1.2.2 Professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos

portugueses

Onze docentes chineses responderam ao inquérito, sendo que nove eram

professores e duas eram professoras, o que corresponde a 82% e a 18%, respetivamente,

do total dos inquiridos.

Gráfico 65 - Género dos participantes.

A idade dos participantes varia entre os vinte e quatro anos e os sessenta.

Gráfico 66 - Idade dos Participantes.

Os anos de serviço dos participantes oscilam entre dois e trinta anos.

18%

82%

Género

Feminino Masculino

1 1 1

2

1 1 1 1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

24 26 28 30 36 37 44 50

Idade dos Participantes

Número de participantes

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111

Gráfico 67 - Anos de serviço dos participantes.

A maioria dos participantes leciona na Universidade do Minho (45%), em Portugal.

Gráfico 68 - Universidade onde os participantes lecionam.

A maioria dos participantes lecionou na Universidade do Minho (45%), em Portugal.

36% dos participantes nunca lecionaram no nosso país.

1 1 1 1 1 1 1 1 1

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

2 3 4 5 6 8 10 14 25 30

Anos de serviço

Anos de serviço

1 1

2

1

5

1

0

1

2

3

4

5

6

Universidade onde leciona

Universidade onde leciona

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112

Gráfico 69 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal.

Na China, a maioria dos participantes lecionou na Universidade de Nankai

(36%). 27% dos professores nunca lecionaram na China.

Gráfico 70 - Universidade onde os participantes lecionaram na China.

5.1.2.2.1 Métodos de ensino

No primeiro bloco de afirmações, o tema principal são os métodos de ensino

presentes na sala de aula. Na primeira afirmação, “No ensino de português língua não

5

1 1

4

0

1

2

3

4

5

6

Universidade doMinho

Universidade doAlgarve

Universidade deLisboa

Nenhuma

Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal

Universidade onde lecionou em Portugal

4

2

1 1

3

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Universidadede Nankai

Universidadede Estudos

Internacionaisde Tianjin

Universidadede Yantai

UniversidadeZhejiang

Gongshang

Nenhuma

Universidade onde os participantes lecionaram na China

Universidade onde os participantes lecionaram na China

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113

materna/ chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente

fundamentais”, todos os participantes portugueses e 82% dos participantes chineses

concordam com esta afirmação.

Gráfico 71 - No ensino de português língua não materna/ chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.

Na segunda afirmação, “O número de horas despendido no ensino da escrita e da

gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas”, a

maioria dos professores portugueses (67%) concorda com a afirmação. Contudo, apenas

45% dos professores chineses concorda, a maioria discorda (55%).

0 0

2

7

0

2

45

0

2

4

6

8

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

No ensino de português língua não materna/ chinês língua não

materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.

Professores Portugueses Professores Chineses

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114

Gráfico 72 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

Na terceira afirmação, “Acho importante os alunos participarem ativamente na

aula”, todos os professores portugueses e chineses concordam com a afirmação.

Gráfico 73 - Acho importante os alunos participarem ativamente na aula.

Na quarta declaração, “A realização de exercícios escritos e orais durante a aula

são importantes para a aprendizagem”, todos os participantes portugueses e chineses

concordam com a afirmação.

1

2

5

1

0

6

4

1

0

1

2

3

4

5

6

7

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a

oralidade devem ser as mesmas.

Professores Portugueses Professores Chineses

0 0 0

9

0 01

10

0

2

4

6

8

10

12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Acho importante os alunos participarem ativamente na aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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115

Gráfico 74 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a aprendizagem.

Na quinta declaração, “Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a

aula e só fazer perguntas no final”, todos os inquiridos portugueses e a maioria dos

inquiridos chineses (91%) discordam da afirmação.

Gráfico 75 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas no final.

Na sexta afirmação, “É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.”,

a maioria dos participantes concordam (89% dos inquiridos portugueses e 91% dos

inquiridos chineses).

0 0 0

9

0 0

3

8

0

2

4

6

8

10

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são

importantes para a aprendizagem.

Professores Portugueses Professores Chineses

4

5

0 0

2

8

1

00

1

2

3

4

5

6

7

8

9

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final.

Professores Portugueses Professores Chineses

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116

Gráfico 76 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Na sétima declaração, “Acho importante dispensar algum tempo da aula para

que os meus alunos possam discutir sobre os temas abordados”, todos os professores

chineses e 89% dos professores portugueses concordam.

Gráfico 77 - Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos possam discutir sobre os temas abordados.

Na oitava e última afirmação do grupo, “Os exercícios de resposta automática são os

melhores para aprender uma língua estrangeira”, a maioria dos professores portugueses

(78%) e chineses (91%) não concorda com tal declaração.

0

1

4 4

0

1

4

6

0

1

2

3

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5

6

7

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Professores Portugueses Professores Chineses

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5

3

0 0

7

4

0

2

4

6

8

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos possam discutir sobre os

temas abordados.

Professores Portugueses Professores Chineses

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117

Gráfico 78 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

A partir das respostas obtidas no capítulo dos métodos de ensino, é possível

concluir que quer os professores portugueses quer os professores chineses reconhecem a

igual importância da oralidade e da escrita na aprendizagem de uma língua estrangeira.

Contudo, quando questionados com o tempo que se deve dispensar para cada uma, as

respostas já não foram homogéneas. A maioria dos professores portugueses considera

que o tempo dispensado para o ensino da escrita deve ser igual ao tempo utilizado para a

oralidade, havendo só três professores a discordar. No caso dos professores chineses, as

opiniões estão divididas. Cerca de metade considera que as horas dispensadas devem ser

as mesmas, enquanto a outra metade discorda. Este facto remete-nos para o capítulo I,

onde foi abordada a questão da escrita e da gramática ter um papel mais relevante no

ensino de línguas estrangeiras nas salas de aula chinesas. Porém, se cerca de metade

concordou com a afirmação, também demonstra que as tendências estão a mudar e que

já muitos professores chineses reconhecem a importância da oralidade. O mesmo

também pode ser dito no caso de Portugal: um terço dos docentes portugueses

inquiridos atribuíram maior importância à escrita e gramática o que demonstra a

influência do método tradicional.

Os professores chineses e portugueses também reconhecem a importância de

tirar notas durante a aula e da realização de exercícios para a consolidação de

2

5

2

0

10

01

00

2

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6

8

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12

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Alunos Portugueses Alunos Chineses

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118

conhecimentos. Todavia, a maioria dos professores concorda que, para esse objetivo, os

exercícios de resposta automática não são a melhor opção.

Por fim, em relação à participação, os professores portugueses e chineses

concordam na sua importância e que para promover o diálogo na sala de aula é

necessário utilizar algum tempo da aula para esse fim, permitindo aos alunos discutirem

os temas abordados.

5.1.2.2.2 Métodos de avaliação

No segundo bloco de afirmações, o foco principal são os métodos de avaliação.

Na primeira afirmação, “É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem”, a

maioria dos participantes portugueses (67%) discorda. Surpreendentemente, há

unanimidade entre os participantes chineses, pois todos concordam com tal asserção.

Gráfico 79 - É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.

A segunda declaração, “Os testes escritos devem ser os mais importantes para a

nota final”, obtém a discordância da maioria dos professores portugueses (67%) e

chineses (82%).

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3

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9

DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 80 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.

Quanto à terceira afirmação, “A participação em aula não deve ser contabilizada

na nota final”, todos os participantes chineses e a maioria dos participantes portugueses

(89%) discordam.

Gráfico 81 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Na quarta declaração, “As apresentações orais são essenciais para o professor

avaliar os conhecimentos do aluno”, todos os professores chineses e a maioria dos

professores portugueses (67%) concordam com a afirmação.

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1

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.

Professores Portugueses Professores Chineses

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1

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 82 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos do aluno.

Na quinta afirmação: “Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua

competência linguística”, a maioria dos professores portugueses (56%) e chineses (91%)

concordam com a afirmação. Assinale-se, no entanto, que 44% dos professores

portugueses discordam.

Gráfico 83 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística.

Na sexta e última afirmação do grupo, “A postura do aluno na sala de aula não

deve interferir na nota final”, a maioria dos participantes discorda da declaração (89%

dos inquiridos portugueses e 82% dos inquiridos chineses).

1

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0 0

6

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0

1

2

3

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os

conhecimentos do aluno.

Professores Portugueses Professores Chineses

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1

5 5

0

1

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística.

Professores Portugueses Professores Chineses

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121

Gráfico 84 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.

Os dados acima apresentados, relativos aos métodos de avaliação, revelam que

as opiniões dos professores portugueses e dos professores chineses diferem em vários

pontos.

Quando questionados sobre o papel dos trabalhos de casa, todos os professores

chineses concordam que estes são fundamentais para a aprendizagem de uma língua e

importantes métodos de avaliação. Este facto comprova a informação abordada no

capítulo I. Nos dias de hoje, os trabalhos de casa continuam a estar muito presentes na

sala de aula chinesa. Os professores portugueses, no entanto, não foram unânimes nas

suas opiniões. A maioria não considera os trabalhos de casa essenciais para os alunos

consolidarem os seus conhecimentos.

Em relação às apresentações orais e aos trabalhos de grupo, a maioria dos

professores chineses concordaram que estes métodos são essenciais para o

desenvolvimento e avaliação das competências linguísticas dos alunos. Contudo, entre

os professores portugueses, apesar de a maioria partilhar da opinião dos professores

chineses, um grande número discordou, o que revela que estes métodos de avaliação

nem sempre estão presentes na sala de aula portuguesa, facto curioso visto em Portugal

a oralidade e o trabalho em equipa terem um papel muito mais relevante que na China.

Quanto aos métodos de avaliação mais importantes para a nota final, todos os

professores portugueses e chineses concordam que a participação e a postura do aluno

são relevantes. Quando questionados sobre os testes escritos, a maioria dos participantes

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.

Professores Portugueses Professores Chineses

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não os considera os mais significativos para a nota. É importante referir, no entanto, que

três professores portugueses e dois professores chineses consideraram os testes escritos

relevantes nos seus métodos de avaliação, o que volta a demonstrar que em muitas salas

de aula portuguesas e chinesas algumas características do método de ensino tradicional

ainda estão muito presentes.

5.1.2.2.3 Interação com os alunos em contexto de aula

O terceiro grupo de declarações centra-se nas interações do professor com os

alunos durante a aula. Em relação à primeira afirmação, “Os meus alunos participam

ativamente na aula”, todos os professores chineses e a maioria dos professores

portugueses (67%) concordam com ela.

Gráfico 85 - Os meus alunos participam ativamente na aula.

Na segunda declaração, “É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a

aula”, a maioria dos professores portugueses (56%) concorda com a afirmação. No

entanto, uma percentagem elevada (44%) discorda. Todos os professores chineses

concordaram.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos participam ativamente na aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 86 - É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.

Na terceira afirmação, “Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula”, a

maioria dos professores, tanto portugueses (67%) como chineses (91%), discorda.

Gráfico 87 - Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.

Na quarta declaração, “Os meus alunos são obedientes”, todos os participantes

portugueses concordam com a afirmação, assim como 45% dos professores chineses.

Porém, a maioria destes discorda.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 88 - Os meus alunos são obedientes.

Na quinta declaração, “Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de

pedir silêncio várias vezes”, a maioria dos inquiridos, sejam portugueses (89%) ou

chineses (55%), discorda da afirmação. Contudo, 45% dos professores chineses

concordam.

Gráfico 89 - Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias vezes.

Na sexta afirmação, “Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me

prontamente”, a maioria dos participantes concorda com a afirmação. Todavia, 44% dos

professores portugueses e 45% dos professores chineses discordam da afirmação.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos são obedientes.

Professores Portugueses Professores Chineses

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias

vezes.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 90 - Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.

Na sétima e última declaração deste grupo, “Tenho dificuldade em comunicar

com os meus alunos durante a aula”, todos os professores portugueses e a maioria dos

professores chineses (91%) discordam da afirmação.

Gráfico 91 - Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.

Apresentados os dados relativos à interação entre professores e alunos na sala de

aula, é possível confirmar algumas informações expostas no capítulo I.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.

Professores Portugueses Professores Chineses

5

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Quando questionados sobre a participação dos seus alunos chineses, a maioria

dos professores portugueses considera que os seus alunos participam ativamente na aula,

fazem perguntas em vários momentos da aula e respondem prontamente às questões

colocadas. Porém, o número de professores que discorda também é elevado.

No caso dos alunos portugueses, as respostas dos professores chineses foram

mais homogéneas. Todos os professores chineses consideram os seus alunos bastante

participativos, sendo comum estes levantarem questões durante a aula. Contudo, quando

os alunos são questionados pelo professor, cerca de metade dos participantes chineses

concorda que os seus alunos respondem prontamente, enquanto a outra metade discorda.

Em relação ao comportamento durante a aula, os professores portugueses

consideram os seus alunos obedientes e silenciosos, enquanto que só metade dos

professores chineses é que consideram os seus alunos portugueses obedientes e

silenciosos.

Apesar de serem de culturas diferentes, nem os professores portugueses nem os

professores chineses têm dificuldade em comunicar os seus alunos durante a aula.

5.1.2.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas

O quarto grupo de afirmações tem como foco principal os problemas que surgem

na sala de aula. Na primeira afirmação, “Os meus alunos são pouco participativos”, a

maioria dos professores portugueses (56%) concorda com a afirmação. Porém, todos os

professores chineses discordam.

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Gráfico 92 - Os meus alunos são pouco participativos.

Na segunda declaração, “Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos

durante a aula”, todos os participantes portugueses e maioria dos participantes chineses

(73%) discordam da afirmação.

Gráfico 93 - Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.

Na terceira afirmação, “Os meus alunos demonstram pouco interesse nas

atividades da aula”, a maioria dos participantes, tanto chineses (91%) como

portugueses (89%), discorda.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos são pouco participativos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 94 - Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.

Na quarta declaração, “Os meus alunos são barulhentos”, todos os participantes

portugueses e a maioria dos participantes chineses (55%) discordam. Contudo, 45%

dos participantes chineses concordam.

Gráfico 95 - Os meus alunos são barulhentos.

Na quinta afirmação, “Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem”, a

maioria dos participantes portugueses (89%) e chineses (73%) discorda.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos são barulhentos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 96 - Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.

Na sexta declaração, “Os meus alunos interrompem o meu discurso para

contradizer o que estou a dizer”, todos os participantes portugueses e a maioria dos

professores chineses (82%) discordam.

Gráfico 97 - Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a dizer.

Na sexta e última afirmação deste grupo, “Os meus alunos reclamam por ter de

fazer trabalhos”, a maioria dos professores portugueses (89%) e chineses (73%)

discordam da afirmação.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou

a dizer.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 98 - Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.

Estes dados sobre os problemas encontrados em contexto de aula demonstram

que é possível encontrar diferenças comportamentais entre os alunos portugueses e

chineses que contrastam com a cultura do professor.

É possível verificar que a maioria dos professores chineses considera os seus

alunos portugueses participam bastante nas aulas, pedem autorização para sair da sala,

demonstram interesse nas atividades da aula, não reclamam por ter de fazer trabalhos.

No entanto, são considerados barulhentos. Apesar disso, a maioria respeita o seu

professor e não interrompe o seu discurso. Todavia é importante referir que 27% dos

professores chineses concordaram com as afirmações “Sou frequentemente

interrompido pelos meus alunos durante a aula”, “Os meus alunos saem da sala sem

pedir autorização”, “Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos” e 18% dos

professores concordaram com a afirmação “Os meus alunos interrompem o meu

discurso para contradizer o que estou a dizer”, o que revela que, por vezes, estas

situações acontecem durante a aula.

A maioria dos professores portugueses, por sua vez, considera os seus alunos

chineses pouco participativos, o que contradiz os dados obtidos na primeira afirmação

do terceiro grupo de declarações: “Os meus alunos participam ativamente na aula.”,

uma vez que a maioria dos participantes portugueses concordaram com a afirmação. A

razão pode ser o facto de, no ponto anterior, os professores portugueses considerarem

que quando questionados ou quando solicitados os alunos participam, contudo em

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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comparação com os alunos portugueses, os alunos chineses são pouco participativos. É

importante mencionar que na questão da participação, 33 % dos professores portugueses

não consideraram os seus alunos pouco participativos.

Os professores portugueses também consideram que os seus alunos pedem

autorização para sair da sala, não são barulhentos, demonstram interesse pelas

atividades escolares, não reclamam por ter de fazer trabalhos e não interrompem o

discurso do professor para o contradizer.

As informações recolhidas neste tópico também vão ao encontro da informação

mencionada no capítulo I, referente à cultura da educação em Portugal e na China.

5.1.2.2.5 Relação com os alunos

Neste grupo de afirmações, o principal é reunir informações sobre a relação do

professor com os seus alunos. Na primeira declaração, “Tenho uma relação amigável

com os meus alunos”, todos os inquiridos portugueses e chineses concordam.

Gráfico 99 - Tenho uma relação amigável com os meus alunos.

Na segunda afirmação,” Os professores devem manter distância dos seus alunos,

interagindo com eles apenas dentro da sala de aula”, a maioria dos participantes, seja

qual for a nacionalidade, discordaram (89% dos professores portugueses e 91% dos

professores chineses).

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Tenho uma relação amigável com os meus alunos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 100 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles apenas dentro da sala

de aula.

Na terceira afirmação, “Os meus alunos tratam-me de maneira formal”, a

maioria dos professores concordam. Porém, 44% dos professores portugueses

discordam.

Gráfico 101 - Os meus alunos tratam-me de maneira formal.

Na quarta declaração: “Sei o nome de todos os meus alunos.”, a maioria dos

professores concorda com a afirmação (78% dos inquiridos portugueses e 91% dos

inquiridos chineses).

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo

com eles apenas dentro da sala de aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Discordo Concordo Concordoplenamente

Os meus alunos tratam-me de maneira formal.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 102 - Sei o nome de todos os meus alunos.

Na quinta declaração, “Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é

capaz”, a maioria dos participantes, tanto portugueses (89%) como chineses (91%),

concordam com a afirmação.

Gráfico 103 - Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.

Na sexta afirmação, “Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores

resultados”, todos os participantes concordam com a afirmação.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Sei o nome de todos os meus alunos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.

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Gráfico 104 - Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.

Na sétima e última afirmação do grupo, “Aceitaria se me convidassem para

jantar com a turma”, todos os participantes chineses e a maioria dos praticantes

portugueses concordam (89%).

Gráfico 105 - Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.

De acordo com estes dados sobre a relação dos professores portugueses e

chineses com os seus alunos chineses e portugueses, respetivamente, é possível concluir

que a maioria dos professores inquiridos tem uma relação amigável com os seus alunos

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.

Professores Portugueses Professores Chineses

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.

Professores Portugueses Professores Chineses

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135

dentro e fora da sala de aula, sabem o nome de cada um deles assim como o que cada

um é capaz, gostam de os incentivar a terem melhores resultados e aceitariam jantar

com eles.

Quando questionados sobre a maneira como são tratados pelos seus alunos, a

maioria dos professores chineses confirma que são tratados de maneira formal. No

entanto, no caso dos professores portugueses só cerca de metade são tratados de igual

forma pelos seus alunos, facto curioso, uma vez que no capítulo I foi mencionado que o

papel do professor na vida académica dos alunos chineses na China é equiparado por

vezes ao papel de um pai, sendo por isso necessário tratá-lo formalmente e com respeito.

No entanto, visto neste caso o professor ter uma cultura diferente, os alunos chineses,

muito possivelmente, não o veem da mesma forma que a um professor chinês,

mantendo uma relação mais relaxada e mais parecida com a relação que os alunos

portugueses têm com os seus professores.

5.1.2.2.6 Diferenças culturais

No último grupo de afirmações, o foco principal são as diferenças culturais

presentes na sala de aula. Na primeira declaração, “É importante conhecer a cultura dos

alunos antes de começar a lecionar a alunos estrangeiros”, a totalidade dos participantes

concordam.

Gráfico 106 - É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a alunos estrangeiros.

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a

alunos estrangeiros.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Na segunda declaração, “As diferenças culturais entre os alunos e os professores

podem influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da língua”, todos os

professores portugueses, assim como a maioria dos participantes chineses (64%),

concordaram com tal asserção.

Gráfico 107 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar negativamente o ensino e a

aprendizagem da língua.

Na terceira afirmação,” O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas

do aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do seu”, a maioria dos

participantes concorda com a afirmação (89% dos inquiridos portugueses e 73% dos

inquiridos chineses).

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3

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 108 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se encontre num meio

cultural diferente do seu.

Na quarta afirmação: “O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos

alunos”, a maioria dos participantes discorda (67% dos professores portugueses e 73%

dos professores chineses).

Gráfico 109 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Na quinta declaração, “Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos

de ensino à cultura do país onde estão a lecionar”, a maioria dos professores discorda

(89% dos participantes portugueses e 73% dos participantes chineses).

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1

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que

se encontre num meio cultural diferente do seu.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordo plenamente

O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 110 - Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à cultura do país onde estão a

lecionar.

Na sexta afirmação, “É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar

informações sobre o país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque

cultural”, todos os professores chineses e a maioria dos professores portugueses (89%)

concordam com a afirmação.

Gráfico 111 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus

alunos de forma a evitar o choque cultural.

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1

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordo plenamente

Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à cultura do

país onde estão a lecionar.

Professores Portugueses Professores Chineses

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0

2

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre

o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Na sétima declaração, “É da responsabilidade do professor procurar informações

sobre o país onde está a lecionar, de forma a evitar o choque cultural.”, todos os

participantes concordam.

Gráfico 112 - É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.

Na oitava declaração: “Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses

por terem atitudes diferentes dos meus alunos portugueses/chineses”, a maioria dos

participantes discordam da afirmação. Porém, 33% dos professores portugueses e 45%

dos professores chineses concordam.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde

está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 113 - Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem atitudes diferentes dos meus alunos

portugueses/chineses.

Na nona afirmação, “Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se

passa na sala de aula”, a maioria dos participantes discorda (67% dos professores

portugueses e 82% dos professores chineses).

Gráfico 114 - Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.

Na décima afirmação, “A cultura do país onde se ensina é a que deve ser

predominante na sala de aula”, a maioria dos professores discorda. Todavia, 44 % dos

professores portugueses concordam.

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3 3

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem

atitudes diferentes dos meus alunos portugueses/chineses.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de

aula.

Professores Portugueses Professores Chineses

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Gráfico 115 - A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.

Na décima primeira e última declaração, “Os alunos devem adaptar-se ao

método de ensino do professor e não ao contrário”, a maioria dos professores discorda

da afirmação (67% dos participantes portugueses e 82% dos participantes chineses).

Gráfico 116 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao contrário.

Os dados apresentados sobre as perceções dos professores portugueses e

chineses quanto à forma de lidar com as diferenças culturais na sala de aula permitem-

nos concluir que os professores de ambas as nacionalidades reconhecem a importância

da cultura na sala de aula e a sua influência, por vezes negativa, no ensino e

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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente

A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.

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DiscordoPlenamente

Discordo Concordo Concordoplenamente

Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário.

Professores Portugueses Professores Chineses

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aprendizagem de uma língua estrangeira. Cerca de metade dos professores chineses e

três professores portugueses já interpretaram mal os seus alunos estrangeiros por terem

atitudes diferentes dos alunos que partilham a sua cultura.

A maioria dos professores nativos de uma língua estrangeira concorda que é

relevante conhecer a cultura dos seus alunos, assim como procurar informações sobre o

país de origem destes, bem como do país onde estão a lecionar, para ir ao encontro das

expectativas dos seus alunos. Assim sendo, a maioria dos participantes também

considera importante adaptar as suas aulas à cultura do país onde estão a lecionar e à

cultura de ensino dos alunos. Porém, quando questionados sobre qual a cultura que deve

ser a predominante na sala de aula, a maioria dos professores chineses, assim como

cerca de metade dos professores portugueses, não considera que deve ser a do país onde

se está a lecionar. Este último ponto demonstra que o professor tem em atenção o facto

de que quando se aprende uma língua estrangeira deve-se aprender também a cultura

associada a essa língua. Essa aprendizagem começa na sala de aula intercultural, onde o

professor ensina a sua cultura e a sua língua.

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Conclusão

Mia Couto (2009, p. 184) diz que “as línguas são a mais poderosa agência de

viagens, os mais antigos e eficazes veículos de trocas”. Elas levam-nos para outros

mundos e também para fora de nós, permitindo-nos conhecer o Outro e comunicar com

ele. Neste aspeto, aprender uma língua estrangeira é comprar um bilhete para uma

viagem com vários destinos. No nosso tempo, em que a mobilidade crescente

intensificou os contactos entre gentes diversas com diferentes objetivos, aprender

línguas estrangeiras tornou-se uma necessidade. Nas salas de aula, professores nativos

ou não de uma determinada língua ensinam-na a alunos de proveniências várias. As

aulas de línguas estrangeiras são sempre plurilingues e, consequentemente,

pluriculturais, já que língua e cultura são irmãs gémeas. Isto é um desafio para quem

aprende e para quem ensina, sobretudo quando estamos perante um professor nativo de

uma língua que vem dum mundo muito diferente daquele a que os alunos pertencem. O

facto de não partilharem as mesmas referências culturais pode dificultar a comunicação

entre um e outros e criar mal-entendidos. Cremos que o trabalho que desenvolvemos

nos capítulos anteriores comprova isto mesmo. Como vimos, dentro de uma sala de aula

luso-chinesa, as culturas de ensino portuguesa e chinesa entram em conflito em vários

aspetos importantes. Cada cultura tem filosofias diferentes sobre como ensinar e

aprender, sobre qual o papel do professor e do aluno, assim como as suas respetivas

responsabilidades. Ambas as culturas encorajam estratégias de aprendizagem distintas,

enaltecem diferentes qualidades dos alunos e valorizam diferentes etiquetas dentro da

sala de aula.

Com os resultados obtidos da investigação foi possível comprovar muitas das

características dos alunos e professores portugueses e chineses descritas no capítulo I.

Os alunos portugueses diferem dos alunos chineses no comportamento, na interação

com o professor, nos seus ideais de como uma aula de línguas estrangeiras deve ser.

Contudo, em muitas questões, as opiniões destes alunos de culturas tão

diferentes são muito semelhantes, o que demonstra que os métodos de ensino de línguas

estrangeiras em ambos os países estão a tornar-se mais semelhantes. Este é um facto

curioso, pois pode ser uma prova que a implementação de métodos de ensino

“ocidentais”, principalmente no ensino de inglês língua estrangeira por professores

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estrangeiros na China, estão a ter uma resposta positiva e já influenciam a comunidade

académica chinesa.

No caso dos professores, verificou-se uma predominância do método tradicional

nas salas de aula de professores chineses. Porém, em vários aspetos as suas respostas

estavam de acordo com as respostas dos professores portugueses: a importância da

oralidade na aprendizagem, o reconhecimento da influência da cultura dentro da sala de

aula, entre outros. Assim, pode-se afirmar que os professores chineses e os professores

portugueses ensinam os seus alunos utilizando métodos de ensino típicos do seu país e

cultura, o que pode resultar em choque cultural e dificuldades em ensinar com sucesso

os seus alunos. A solução para resolver essa questão é a cultura.

Todavia, é importante também referir que os resultados obtidos, por vezes,

apenas permitem perceber o que cada participante considera correto e errado na

aprendizagem de uma língua estrangeira, não implicando que o mesmo aconteça na

prática, principalmente em relação aos dados obtidos dos alunos. Um bom exemplo

desta situação é a participação. Após conversa com alguns dos participantes portugueses

e chineses foi possível apurar que um grande número de alunos considera importante

participar ativamente na aula e realizar exercícios orais para consolidar a aprendizagem,

porém durante a aula evitam fazê-lo.

Numa sala de aula multicultural, é possível o conflito entre pessoas de culturas

diferentes. Para evitar esses mesmos conflitos é essencial que o aluno aprenda não só a

língua, mas também a cultura que ela expressa. Introduzir uma língua estrangeira numa

sala de aula implica conectar os discentes a um mundo culturalmente diferente do seu, o

que não é fácil, visto implicar questionar e rever as suas próprias crenças, conceitos e

atitudes.

Uma vez que o aluno está a aprender uma nova língua e é a primeira vez que,

simultaneamente entra em contacto com uma nova cultura, é da responsabilidade do

professor desenvolver uma metodologia que vá ao encontro das crenças dos seus alunos

e que atinja os objetivos pretendidos.

Uma metodologia só é efetiva se os professores e os alunos estiverem dispostos

a aceitá-la e a implementá-la. Se os professores implementarem uma metodologia de

ensino sem terem em conta os valores culturais dos seus alunos, a probabilidade dos

educandos a rejeitarem é maior e a aprendizagem não será frutífera. Assim, é importante

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que os professores portugueses e chineses escolham cuidadosamente a sua metodologia

baseada nas características do público-alvo, implementando métodos que vão ao

encontro das expectativas do mesmo, mas que, simultaneamente, o prepare

culturalmente para entrar no mundo lusófono ou no mundo chinês. É relevante que o

professor realce as diferenças culturais entre ambos os países para que o discente possa

compreender e aceitar a diversidade e saber como agir com pessoas de culturas

diferentes. Para isso é fundamental que o professor tenha conhecimentos sobre a(s)

cultura(s) dos seus alunos e a(s) cultura(s) que se expressa(m) na(s) língua(s) que ensina,

saber explicar as diferenças culturais, saber quando essas diferenças podem ocorrer e

desenvolver técnicas para ajudar os seus alunos a compreenderem e a aceitar o diferente.

No caso dos alunos chineses, por exemplo, os professores portugueses precisam

de compreender que, devido à relutância dos seus alunos chineses em participar, fazer

perguntas como:” Alguém me pode dizer…?” ou “Alguém tem dúvidas?”, em muitos

casos, não resultam em respostas. Fazer perguntas diretamente a alguém ou pedir a

opinião específica de um aluno é mais eficaz.

Os professores chineses, por sua vez, devem compreender que os alunos

portugueses precisam de se envolver no processo de ensino e que aulas apenas teóricas

não resultam. Porém, é importante que o professor consiga controlar os seus alunos para

que estes não dominem a aula e esta seja só discussão.

Independentemente da estratégia escolhida, o professor deve começar a

implementá-la aos poucos, preferivelmente nas aulas iniciais, para que seja mais bem

recebida e não cause tanto impacto. Quando ocorrem dificuldades, é importante saber

encorajar os alunos em vez de os criticar, para que possam aprender e compreender a

nova estratégia. Explicar no início do estudo como é que o mesmo vai ser desenvolvido

e o que se espera dos alunos pode ser uma boa ideia para que estes saibam o que é

esperado deles e se possam preparar. O importante é conseguir encontrar um equilíbrio

entre a cultura do professor e a dos alunos para que a aula decorra sem problemas.

Resumindo, de forma a evitar conflitos culturais dentro da sala de aula e melhor

preparar os seus alunos para o mercado de trabalho, o professor deve optar por

implementar uma educação linguística intercultural, processo em que a língua serve

como um meio enquanto a cultura é o objetivo. Os alunos adquirem a capacidade de

compreender as diferenças culturais através de interações sociais e são capazes de usar a

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146

linguagem correta e de se comportarem corretamente para garantir uma comunicação de

sucesso com pessoas de culturas diferentes.

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Disponível em: //www.britishmuseum.org/PDF/Chinese_language.pdf

[Acedido em 28 maio 2018].

OECD, 2009. Creating Effective Teaching and Learning Environments: First Results from TALIS.

s.l.:OECD Publishing.

OECD, 2016. Education in China: A Snapshot. s.l.:s.n.

Oliveira, E. d. S. M., 2012. Uma abordagem à importância da prática da oralidade na

aprendizagem de uma Língua Estrangeira. Universidade do Porto, Portugal: s.n.

Portuguesa, I. I. d. L., 2016. Manual de ensino português chega ao interior da China. [Online]

Disponível em: https://iilp.wordpress.com/2016/04/11/manual-de-ensino-portugues-chega-

ao-interior-da-china/

[Acedido em 15 maio 2018].

Shuhan, Y., 2014. Ensino da Língua Portuguesa na China: Uma Análise de Alguns Planos

Curriculares. Universidade de Lisboa: s.n.

SOARES, M. G., 2013. Português é a língua da moda e do emprego na China. Expresso. Disponível em: http://expresso.sapo.pt/cultura/portugues-e-a-lingua-da-moda-e-do-emprego-na-china=f838497#gs.DOxpK0s [acedido em 12 maio 2018]

Teixeira, A. P. G. d. A., 2013. O desenvolvimento da competência intercultural na aula de PLE. Representações e práticas (inter)culturais. Um estudo de caso.[Online] Disponível em https://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/74779/2/31205.pdf [acedido em 30 maio 2018]

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150

Tura, M. d. L. R., 2016. Pensando a cultura escolar e a prática pedagógica. Espaço Pedagógico, V. 23, nº 1, pp. 11-23. [Online] Disponível em www.upf.br/seer/index/php/rep [Acedido em 29 maio 2018] UA, I. C., s.d. Instituto Confúcio UA. [Online]

Disponível em: http://www.ua.pt/iconfucio/

[Acedido em 14 abril 2018].

Uminho, I. C., s.d. Instituto Confúcio. [Online]

Disponível em: http://www.confucio.uminho.pt/

[Acedido em 20 fevereiro 2018].

Uminho, s.d. Departamento de Estudos Asiáticos. [Online]

Disponível em: http://www.dea.ilch.uminho.pt/

[Acedido em 10 janeiro 2018].

Wan, D., 2014. The History of Language Planning and Reform in China: A Critical Perspective.

Wuhan Unichem Chemicals Ltd.: s.n.

Wei, L., 2015. China’s Language Policies. [Online]

Disponível em: https://cpianalysis.org/2015/06/08/chinas-language-policies/

[Acedido em 28 maio 2018].

Zhao, Y., 2007. Cultural Conflicts in an Intercultural Classroom Discourse and Interpretations

from a Cultural Perspective. Harbin Institute of Technology, China: s.n.

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151

7. Anexos

Anexo 1

Anexo 1 - Sistema educativo em Portugal

Fonte: http://agml.pt/index.php/inicio-futuroscopio/sistema-educativo

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152

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153

Anexo 2

Anexo 2 – Sistema Educativo Chinês

Fonte: ncee.org

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154

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155

Anexo 3

Universidades Chinesas com cursos de Português (dados de 2013)

Universidades Sigla em inglês Local Ano em que o

curso de

português foi

fundado

Universidade de Comunicação da China

中国传媒大学

CUC Pequim

1960

200017

Universidade de Estudos Estrangeiros de

Pequim

京外国语大学

BFSU Pequim

1961

Universidade de Estudos Internacionais de

Xangai

海外国语大学

SISU Xangai

1977

Universidade de Estudos Internacionais de

Pequim

京第二外国语大学

BISU Pequim

2005

Universidade de Estudos Estrangeiros de

Tianjin

津外国语学院

TFSU Tianjin

2005

Universidade de Pequim

京大学

PKU Pequim

2007

Universidade de Estudos Internacionais de

Xi’an

西安外国大学

XISU Xi’an

西安

2007

Instituto de Línguas Estrangeiras de Ji Lin HQWY Changchun 2007

17 O curso foi fundado em 1960, contudo foi suspenso durante a Revolução Cultural, voltando a funcionar em 2000.

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156

Huaqiao

林华桥外国语学院

Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian

大连外国语学院

DUFL Dalian

大连

2008

Universidade Nova de Harbin

哈尔滨师范大学

HNU Harbin

哈尔滨

2008

Universidade de Comunicação da China

中国传媒大学南广学院

CUCN Nanquim

南京

2008

Universidade de Línguas Estrangeiras do

Exército de Libertação Popular

中国人民解放军外国语学院

PLAUFL 2008

Universidade de Estudos Estrangeiros de

Guangdong

广东外语外贸大学

GDUFS Guangzhou

广

2009

Universidade de Economia e Negócios

Internacionais

对外经济贸易大学

UIBE Pequim

2009

Universidade de Estudos Estrangeiros de Hebei

河 外国语学院

HFSU Shijiazhuang

石家庄

2009

Instituto de Comunicação de Hebei

河 传媒学院

HBIC Shijiazhuang

石家庄

2010

Universidade de Línguas e Cultura de Pequim

京语言大学

BLCU Pequim

2011

Universidade de Estudos Interculturais de

Sichuan

四 外国语大学

SCISU Chongqing

2012

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157

Universidade de Estudos Internacionais de

Zhejiang

浙江外国语大学

ZISU Hangzhou

2013

Anexo 3 - Dezanove Universidades Chinesas com cursos de Português (2013)

Fonte: Yuan, 2014

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158

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159

Anexo 4

Corpo docente dos cursos de português nas Universidades Chinesas (2010)

Universidades Número de

professores

chineses

Número de

professores

estrangeiros

Número total

de professores

Número total

de alunos

Universidade

de Estudos

Estrangeiros

de Pequim

6

1

(português)

7

68

Universidade

de

Comunicação

da China

4

1

(português)

5

80

Universidade

de Estudos

Estrangeiros

de Xangai

4

1

(português)

5

89

Universidade

de Línguas

Estrangeiras de

Tianjin

4

2

(portugueses)

6

63

Universidade

de Pequim

1 1

(brasileiro)

2 66

Universidade

de Línguas

Estrangeiras de

Xi’an

3

1

(brasileiro)

4

60

Universidade

de Línguas

Estrangeiras de

Dalian

3

1

(argentino)

4

51

Universidade

Normal de

1

1

2

70

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160

Harbin (brasileiro)

Universidade

de Economia e

Negócios

Internacionais

1

1

(português)

2

11

Anexo 4 - Corpo Docente dos Cursos de Português das Universidades Chinesas (Abril 2010)

Fonte: Yuan, 2014

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161

Anexo 5

Universidades em Macau com cursos de português

Universidades Sigla Ano em que o curso foi

fundado

Universidade de Macau

澳門大學

澳门大学

UM

2001

Instituto Politécnico de

Macau

澳門理工大學

澳门理工大学

IPM

2012

Universidade de Ciências e

Tecnologia de Macau

澳 科技大學

澳门科技大学

MUST

2012

Universidade de São José

聖若瑟大學

圣若瑟大学

USJ

2016

Anexo 5 - Universidade em Macau com cursos de português

Fonte: site oficial das universidades

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162

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163

Anexo 6

Disciplinas

Créditos/Percentagem Carga Horária/

Percentagem

Créditos Totalidade % Carga

Horária

Totalidade %

Conhecimentos

gerais

Disciplinas

Obrigatórias

42 54 24% 766h 874h 27%

Disciplinas

Opcionais

12 7% 108h 4%

Conhecimentos

especializados

Disciplinas

relacionadas

com a

aprendizagem

linguística

94 110 55% 1692h 1980h 59%

Disciplinas

Específicas

16 9% 288% 10%

Anexo 6 - Estrutura Curricular do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an

Fonte:(Yuan, 2014)

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164

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165

Anexo 7

Disciplinas Nome da disciplina Créditos Carga

horária

Disciplinas

Comuns

Obrigatórias

Princípios Básicos do Marxismo 3

190h

História da China Moderna 2

Teoria de Deng Xiaoping e Pensamento de

Mao Tsé-tung

4

Política e Economia Internacional

Contemporânea

2

Cultura Ideológica e Moral e Direito 3

Situação e Políticas Internacionais 2

Educação Física 4 144h

Segunda Língua Estrangeira 16 288h

Chinês 4 72h

Informática 2 72h

Disciplinas

Optativas

História da Filosofia Chinesa 4 36h

História da Filosofia Ocidental 4 36h

Negócios Estrangeiros 4 36h

Introdução à Literatura 4 36h

Introdução à Sociologia 4 36h

Ciências da Comunicação 4 36h

História do Mundo 4 36h

Geografia do Turismo 4 36h

Geografia Económica Internacional 4 36h

Ética 4 36h

Protocolo e Cerimónia em Eventos 4 36h

Cultura Oriental e Ocidental: Estudos

Comparativos

4 36h

Anexo 7 – Disciplinas de Conhecimento Geral do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an

Fonte:(Yuan, 2014)

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167

Anexo 8

Disciplinas Nome da

disciplina

Crédito

s

Carga

Horári

a

Carga Horária semanal por

semestre18

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8

º

Disciplinas de

conhecimento

linguístico

Português

Elementar

38 684h 1

0

1

0

1

0

8

Português

Avançado

12 216h 6 6

Português

Áudio–

Visual-Oral

6 108h 2 2 2

Notícias em

Português

Áudio-visual-

oral

4 72h 2 2

Leitura

Intensiva

6 108h 2 2 2

Conversação 8 144h 2 2 2 2

Redação 4 72h 2 2

Interpretação 4 72h 2 2

Tradução 4 72h 2 2

Temas

Económico-

Comerciais

em Português

2 36h 2

Leitura de

Jornais e

Revistas em

Português

6 108h 2 2 2

Fonética 2 36h 2

18Um semestre equivale a 18 semanas

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168

Disciplinas de

conhecimento

s específicos

Introdução

aos Países

Lusófonos

2 36h 2

Gramática 2 36h 2

História de

Portugal e do

Brasil

2 36h 2

História e

Literatura de

Portugal/Brasi

l

2 36h 2

Leitura de

obras de

Literatura

Portuguesa

4 72h 2 2

Escrita Prática

para Fins

Profissionais

2 36h 2

Total 110 1980h 1

4

1

8

1

6

1

6

1

4

2

0

1

2

0

Anexo 8 – Disciplinas de conhecimento linguístico do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an

Fonte:(Yuan, 2014)

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169

Anexo 9

1.ºAno

Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos

Disciplinas de

formação geral

Das opções os alunos escolhem duas

cadeiras:

6

Inglês II: Introdução às Universidades

Inglesas 1&2

Inglês III: Inglês Académico 1&2

Inglês IV: Inglês Académico 3&4

Leitura e Escrita Crítica

Literatura Inglesa

Disciplinas de

Língua

Portuguesa

PTSB110 Laboratório da Língua: Desenvolvimento

da Pronúncia e Produção Oral I

3

PTSB111 Introdução à Compreensão do Português

Escrito I

3

PTSB112 Introdução à Língua Portuguesa I 3

PTSB113 Comunicando em Português 3

PTSB114 Português ao Vivo 3

PTSB120 Laboratório da Língua: Desenvolvimento

da Pronúncia e Produção Oral II

3

PTSB121 Introdução à Compreensão do Português

Escrito II

3

PTSB122 Introdução à Língua Portuguesa II 3

PTSB123 Introdução à Conversação 3

PTSB124 Introdução à Cultura Lusófona 3

SASG100 Vida Universitária 0

Total: 36

2.ºAno

Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos

Disciplinas de

formação geral

Matemática/Raciocínio Quantitativo 3

Tecnologia da Informação e Sociedade do

Conhecimento

3

Educação Física 1

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170

Disciplinas de

Língua

Portuguesa

PTSB210 Laboratório da Língua: Desenvolvimento

da Pronúncia e Produção Oral III

3

PTSB211 Estrutura da Língua Portuguesa I 3

PTSB212 Escrita I 3

PTSB213 Língua e Cultura Portuguesa I 3

PTSB214 Conversação I 3

PTSB220 Laboratório da Língua: Desenvolvimento

da Pronúncia e Produção Oral IV

3

PTSB221 Estrutura da Língua Portuguesa II 3

PTSB222 Escrita II 3

PTSB223 Língua e Cultura Portuguesa II 3

PTSB224 Conversação II 3

Total: 37

3.ºAno

Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos

Disciplinas de

formação geral

PTSB310 Comunicação (Língua e Cultura dos

Países Lusófonos I)

3

PTSF326 História e Culturas do Mundo (História

Moderna e Contemporânea dos Países

Lusófonos II)

3

Ciência Física e o Mundo 3

Ciências da Vida, Saúde e Condição

Humana

3

Disciplinas de

Língua

Portuguesa

PTSB311 Escrita Prática para Fins Profissionais I 3

PTSB312 Técnicas de Compreensão e Produção

Nível Intermédio e Avançado I

3

PTSB320 Língua e Cultura dos Países Lusófonos II 3

PTSB321 Escrita Prática para Fins Profissionais II 3

PTSB322 Técnicas de Compreensão e Produção

Nível Intermédio e Avançado II

3

Das opções os alunos escolhem duas

cadeiras:

6

PTSB313 Tradução I (Português/Chinês)

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171

PTSB314 Introdução à Linguística Portuguesa

PTSB315 Introdução ao Estudo da Literatura

Lusófona I

PTSB316 História Moderna e Contemporânea dos

Países Lusófonos I

PTSB317 Tópico Especial I

PTSB318 Tópico Especial II

Das opções os alunos escolhem uma

cadeira:

3

PTSB323 Tradução II (Português/Chinês)

PTSB324 Linguística Portuguesa: Gramática

PTSB325 Introdução ao Estudo da Literatura

Lusófona II

PTSB327 Tópico Especial III

PTSB328 Tópico Especial IV

Total: 36

4.ºAno

Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos

Disciplinas de

formação geral

PTSB416 Macau, China e outras Sociedades

(Instituições e Sociedades

Contemporâneas dos Países Lusófonos I)

3

PTSB429 Artes Visuais e Performativas (Teatro em

Língua Portuguesa)

3

Valores, Ética e Sentido da Vida 3

Disciplinas de

Língua

PTSB410 Língua e Cultura Portuguesas dos Países

Lusófonas Nível Avançado I

3

PTSB411 Pesquisa e Escrita de Relatórios I 3

PTSB412 Técnicas de Compreensão e Produção

Nível Avançado I

3

PTSB420 Língua e Cultura Portuguesas dos Países

Lusófonas Nível Avançado II

3

PTSB421 Pesquisa e Escrita de Relatórios II 3

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172

Portuguesa PTSB422 Técnicas de Compreensão e Produção

Nível Avançado II

3

Das opções os alunos escolhem uma

cadeira:

3

PTSB413 Tradução Nível Avançado I

(Português/Chinês)

PTSB414 Interpretação I (Português/Chinês)

PTSB415 Ensino de Português como Língua

Estrangeira I

PTSB417 Tópico Especial V

PTSB418 Tópico Especial VI

Das opções os alunos escolhem uma

cadeira:

3

PTSB423 Tradução Nível Avançado II

(Português/Chinês)

PTSB424 Interpretação II (Português/Chinês)

PTSB425 Ensino de Português como Língua

Estrangeira II

PTSB426 Instituições e Sociedades

Contemporâneas dos Países Lusófonos II

PTSB427 Tópico Especial VII

PTSB428 Tópico Especial VIII

Total: 33

Anexo 9 – Plano Curricular do Curso de Estudos Portugueses na Universidade de Macau

Fonte: umac.mo

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173

Anexo 10

Ano Unidades curriculares Horas (Total)

Créditos

1.º

Chinês Moderno I 392 14 Cultura Popular Chinesa 140 5

História da Expansão Portuguesa no Extremo Oriente

140 5

Japonês Moderno I 168 6 Subtotal 840 30

1.º

Chinês Moderno II 392 14 Geografia Humana, Económica e Turística

da China 140 5

Japonês Moderno II 168 6 Geografia do Japão 140 5

Subtotal 840 30

2.º

Chinês Moderno III 252 9 História e Cultura Chinesas I 168 6

Relações entre a Europa e o Extremo Oriente 140 5 Japonês Moderno III 140 5 História do Japão I 140 5

Subtotal 840 30

2.º

Chinês Moderno IV 196 7 História e Cultura chinesas II 196 7

Japonês Moderno IV 168 6 História do Japão II 140 5 Cultura Japonesa I 140 5

Subtotal 840 30

3.º

Chinês Moderno V 224 8 Chinês Comercial e Turístico 168 6

História e Atualidade das Relações Diplomáticas Chinesas

140 5

Japonês Moderno V 168 6 Cultura Japonesa II 140 5

Subtotal 840 30

3.º

Chinês Moderno VI 196 7 Técnicas e Prática da Tradução do Chinês 168 6 China Económica e Política, Mercado e

Cultura Empresarial 168 6

Japonês Moderno VI 168 6 Japão Económico e Político Contemporâneo 140 5

Subtotal 840 30 Anexo 10 – Plano de Estudos (Uminho)

Fonte: (Centro de Estudos Orientais - Universidade do Minho, no date)

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175

Anexo 11

1.ºAno

Código Disciplina Créditos

--- Duas Disciplinas do Grupo A 4

CHIN1101 Chinês Moderno I 3

CHIN1102 Chinês Moderno II 3

COMP1101 Fundamentos de Informação Tecnológica 2

PORT1101 Português I 8

PORT1102 Português II 8

PORT1103 Português: Oralidade I 5

PORT1104 Português: Oralidade II 5

PORT1105 Gramática Portuguesa I 2

PORT1106 Gramática Portuguesa II 2

PORT1109 Introdução aos Países Lusófonos 2

2.ºAno

Código Disciplinas Créditos

--- Duas disciplinas do grupo B 4

CHIN2101 Chinês Escrito 3

CHIN2102 Escrita Prática de Chinês 3

CHIN2113 Introdução à Cultura Chinesa 2

HIST2101 História e Cultura de Macau 2

PORT2101 Português III 6

PORT2102 Português IV 6

PORT2103 Português: Oralidade III 4

PORT2104 Português: Oralidade IV 4

PORT2105 Gramática Portuguesa III 2

PORT2106 Gramática Portuguesa IV 2

PORT2109 Português: Leitura Extensiva I 3

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176

PORT2110 Português: Leitura Extensiva II 3

3.ºAno

Código Disciplinas Créditos

--- Duas disciplinas do grupo C 4

CHIN3101 Literatura Chinesa Moderna e Contemporânea I 3

CHIN3102 Literatura Chinesa Moderna e Contemporânea II 3

PORT3101 Português V 3

PORT3102 Português VI 3

PORT3103 Literatura Portuguesa I 3

PORT3104 Literatura Portuguesa II 3

PORT3105 História de Portugal I 3

PORT3106 História de Portugal II 3

PORT3107 Escrita de Documentos Oficiais Portugueses 2

PORT3108 Português Escrito 2

TRAN3101 Teoria e Prática de Tradução I 4

TRAN3102 Teoria e Prática de Tradução II 4

4.ºAno

Código Disciplinas Créditos

CHIN4101 Capacidades de Comunicação em Chinês I 2

CHIN4102 Capacidades de Comunicação em Chinês II 2

PORT4101 Capacidades de Comunicação em Português I 2

PORT4102 Capacidades de Comunicação em Português II 2

PORT4103 Literatura dos Países Lusófonos 2

PORT4104 História e Cultura dos Países Lusófonos 2

TRAN4101 Tradução Português-Chinês 5

TRAN4102 Tradução Chinês-Português 5

TRAN4103 Interpretação Consecutiva 5

TRAN4104 Introdução a Interpretação Simultânea 5

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177

TRAN4105 Teoria de Tradução e Criticismo 2

TRAN4106 Projeto de Graduação 4

PORT3109 Introdução a Ensino de Português como Língua

Estrangeira I 2

PORT3110 Introdução a Ensino de Português como Língua

Estrangeira II 2

SOCI3101 Introdução a Ciências Sociais 2

Anexo 11 – Plano de Estudo da Licenciatura do Politécnico de Leiria

Fonte:(Licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português | Cursos do Politécnico de Leiria, no date)

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178

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179

Anexo 12

Disciplinas opcionais - Grupo A

Código Disciplinas Créditos

HIST1103 Introdução à Cultura Europeia 2

MAND1101 Chinês Mandarim I 2

MAND1102 Chinês Mandarim II 2

PEDU1101 Educação Física 2

Disciplinas opcionais - Grupo C

Código Disciplinas Créditos

ENGL3111 Inglês III 2

ENGL3112 Inglês IV 2

FREN3111 Francês III 2

FREN3112 Francês IV 2

LLAW3101 Introdução a Direito 2

Anexo 12 – Cadeiras Opcionais da Licenciatura do Politécnico de Leiria

Fonte:(Licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português | Cursos do Politécnico de Leiria, no date)

Disciplinas opcionais - Grupo B

Código Disciplinas Créditos

CHIN2105 Literatura Chinês Clássico I 2

CHIN2106 Literatura Chinês Clássico II 2

ECON2101 Introdução a Economia 2

ENGL2111 Inglês I 2

ENGL2112 Inglês II 2

FREN2111 Francês I 2

FREN2112 Francês II 2

PADM2100 Introdução a Administração Pública 2

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180

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181

Anexo 13

Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com

professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano

Caro colega,

No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e

Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,

solicito a sua colaboração neste inquérito.

Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na

sala de aula, constituída por alunos portugueses e professores chineses e posteriormente

a comparação dos dados com a dos alunos chineses.

As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,

estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.

Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.

Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]

Eulália Gomes

Sexo

Idade

Ano em que começou a estudar a português

Ano em que esteve na China

Universidade onde estudou chinês em Portugal

Universidade onde estudou chinês na China

Métodos de ensino

1- No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente

fundamentais.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de

horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

3- Os alunos devem participar ativamente na aula.

Page 208: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

182

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a

aprendizagem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas

no final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

7- Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos

discutir sobre os temas abordados.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Métodos de avaliação

9- O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a matéria

lecionada.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

10- Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral

do aluno.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

14- A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Page 209: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

183

Interação com o professor em contexto de aula

15- A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o professor.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

16- É comum os alunos fazerem perguntas durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

17- Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

18- Os alunos devem obedecer ao professor.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

19- É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir

silêncio várias vezes.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

20- Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

21- Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Problemas encontrados em contexto de aulas

22- O professor solicita participação em demasia.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

23- Tenho pouco interesse nas atividades da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

24- Durante a aula sou barulhento.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

25- Os alunos saem da aula quando querem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

26- Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

27- O professor pede muitos trabalhos de casa.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

28- As atividades são sempre do mesmo tipo.

Page 210: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

184

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Relação com o professor

29- Tenho uma relação amigável com o meu professor.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles

apenas dentro da sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

31- Trato o meu professor de maneira formal.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

32- Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir

conselhos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

33- Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

34- Os meus pais conhecem o meu professor.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

35- Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Diferenças culturais

36- É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de

professores estrangeiros.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua,

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se

encontre num meio cultural diferente do seu.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

40- Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão

Page 211: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

185

a estudar.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

41- É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o

país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

42- É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a

estudar de forma a evitar o choque cultural.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

43- Já interpretei mal o meu professor chinês por ter atitudes diferentes dos meus

professores portugueses.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

44- A cultura influencia o que se passa na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

45- A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Anexo 13 - Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano.

Page 212: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

186

Page 213: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

187

Anexo 14

Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com

professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano

Caro colega,

No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e

Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,

solicito a sua colaboração neste inquérito.

Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na

sala de aula, constituída por alunos chineses e professores portugueses e posteriormente

a comparação dos dados com a dos alunos portugueses.

As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,

estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.

Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.

Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]

Eulália Gomes

Sexo

Idade

Ano em que começou a estudar a português

Ano em que esteve em Portugal

Universidade onde estudou português na China

Universidade onde estudou português em Portugal

Métodos de ensino

1- No ensino de língua portuguesa não materna, a oralidade e a escrita são

igualmente fundamentais.

Discordo plenamente/ discordo / concordo/ concordo plenamente

2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número

de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

3- Os alunos devem participar ativamente na aula.

Page 214: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

188

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula é importante para a

aprendizagem.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

7- Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos

discutir sobre os temas abordados.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Métodos de avaliação

9- O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a

matéria lecionada.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

10- Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral

do aluno.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

14- A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Interação com o professor em contexto de aula

Page 215: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

189

15- A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o

professor.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

16- É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

17- Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

18- Os alunos devem obedecer ao professor.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

19- É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir

silêncio várias vezes.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

20- Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

21- Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Problemas encontrados em contexto de aulas

22- O professor solicita participação em demasia.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

23- Tenho pouco interesse nas atividades da aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

24- Durante a aula sou barulhento.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

25- Os alunos saem da aula quando querem.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

26- Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

27- O professor pede muitos trabalhos de casa.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

28- As atividades são sempre do mesmo tipo.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Page 216: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

190

Relação com o professor

29- Tenho uma relação amigável com o meu professor.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles

apenas dentro da sala de aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

31- Trato o meu professor de forma formal.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

32- Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir

conselhos.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

33- Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

34- Os meus pais conhecem o meu professor.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

35- Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Diferenças culturais

36- É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de

professores estrangeiros.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se

encontre num meio cultural diferente do seu.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Page 217: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

191

40- Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão

a estudar.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

41- É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o

país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque cultural.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

42- É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a

estudar, de forma a evitar o choque cultural.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

43- Já interpretei mal o meu professor português por ter atitudes diferentes dos

meus professores chineses.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

44- A cultura influencia o que se passa na sala de aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

45- A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário.

Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Anexo 14 - Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano.

Page 218: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

192

Page 219: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

193

Anexo 15

Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a

alunos chineses

Caro professor(a),

No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e

Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,

solicito a sua colaboração neste inquérito.

Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na

sala de aula, constituída por alunos chineses e professores portugueses e posteriormente

a comparação dos dados com a dos professores chineses.

As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,

estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.

Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.

Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]

Eulália Gomes

Sexo

Idade

Anos de serviço

Universidade onde leciona

Universidade onde lecionou na China

Universidade onde lecionou em Portugal

Métodos de ensino

1- No ensino de português língua não materna, a oralidade e a escrita são

igualmente fundamentais.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número

de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

3- Acho importante que os alunos participem ativamente na aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Page 220: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

194

4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a

aprendizagem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

7- Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos

possam discutir sobre os temas abordados.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Métodos de avaliação

9- É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

10- Os testes escritos são os mais importantes para a nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos

do aluno.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

14- A postura do aluno na sala de aula não interfere na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Interação com os alunos em contexto de aula

15- Os meus alunos participam ativamente na aula.

Page 221: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

195

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

16- É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

17- Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

18- Os meus alunos são obedientes.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

19- Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias

vezes.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

20- Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

21- Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Problemas encontrados em contexto de aulas

22- Os meus alunos são pouco participativos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

23- Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

24- Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

25- Os meus alunos são barulhentos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

26- Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

27- Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a

dizer.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

28- Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Relação com os alunos

Page 222: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

196

29- Tenho uma relação amigável com os meus alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles

apenas dentro da sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

31- Os meus alunos tratam-me de maneira formal.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

32- Sei o nome de todos os meus alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

33- Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

34- Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

35- Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Diferenças culturais

36- É importante conhecer a cultura dos alunos, antes de começar a lecionar a

alunos estrangeiros.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se

encontre num meio cultural diferente do seu.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura de ensino dos alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

40- Os professores não devem ter que adaptar os seus métodos de ensino à cultura

do país onde estão a estudar.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

41- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de

origem dos seus alunos, de forma a evitar choque cultural.

Page 223: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

197

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

42- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está

a lecionar de forma a evitar o choque cultural.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

43- Já interpretei mal os meus alunos chineses por terem atitudes diferentes dos

alunos portugueses.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

44- Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

45- A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Anexo 15 - Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a alunos chineses.

Page 224: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

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Page 225: Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje. Resumo Com

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Anexo 16

Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos

portugueses

Caro professor(a),

No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e

Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,

solicito a sua colaboração neste inquérito.

Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na

sala de aula, constituída por alunos portugueses e professores chineses e posteriormente

a comparação dos dados com a dos professores portugueses.

As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica, estando

assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.

Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.

Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]

Eulália Gomes

Sexo

Idade

Anos de serviço

Universidade onde leciona

Universidade onde lecionou em Portugal

Universidade onde lecionou na China

Métodos de ensino

1- No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente

fundamentais.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número

de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

3- Acho importante que os alunos participem ativamente na aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a

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aprendizagem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer

perguntas no final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

7- Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos

possam discutir sobre os temas abordados.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Métodos de avaliação

9- É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

10- Os testes escritos são os mais importantes para a nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos

do aluno.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência

linguística.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

14- A postura do aluno na sala de aula não interfere na nota final.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Interação com os alunos em contexto de aula

15- Os meus alunos participam ativamente na aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

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16- É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

17- Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

18- Os meus alunos são obedientes.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

19- Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias

vezes.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

20- Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

21- Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Problemas encontrados em contexto de aulas

22- Os meus alunos são pouco participativos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

23- Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

24- Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

25- Os meus alunos são barulhentos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

26- Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

27- Os meus alunos interrompem o meu discurso para me contradizer.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

28- Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Relação com os alunos

29- Tenho uma relação amigável com os meus alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

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30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles

apenas dentro da sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

31- Os meus alunos tratam-me de maneira formal.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

32- Sei o nome de todos os meus alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

33- Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

34- Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

35- Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Diferenças culturais

36- É importante conhecer a cultura dos alunos, antes de começar a lecionar a alunos

estrangeiros.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar

negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se

encontre num meio cultural diferente do seu.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura de ensino dos alunos.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

40- Os professores não devem ter que adaptar os seus métodos de ensino à cultura do

país onde estão a lecionar.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

41- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de origem

dos seus alunos, de forma a evitar o choque cultural.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

42- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está a

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lecionar de forma a evitar o choque cultural.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

43- Já interpretei mal os meus alunos portugueses por terem atitudes diferentes dos

alunos chineses.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

44- Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

45- A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao

contrário.

Discordo/ concordo/ concordo plenamente

Anexo 16 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos portugueses - Versão Portuguesa

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Anexo 17

问卷调查:以葡萄牙学生 授课对象的中国对外汉语教师

师您好!

是一 研究中葡跨文 交流的硕士生, 在撰写题 "文 对教学方式的影响:以汉语和葡语非母语教学 例"的论文,在 想请求您填写这个问卷调查。

本问卷调查的目的是收集中国 师对葡萄牙学进行课堂教学过程中文 因素的影响。问卷调查的结果将用于和葡萄牙 师的结果进行比较。

本 问卷调查收集的信息只作学术研究之用,所有信息均采用匿 和保密机制。

非常感谢您 贵的时间和热心的 。

如果有任何问题,请随时 联系:[email protected]

衷心感谢您的 作!

Eulália Gomes

教学经验 :

在任职的大学:

过去在中国任职的大学:

过去在葡萄牙任职的大学:

教学方法

1. 在对外汉语教学中,听说 读写 要

完全 意, 意, 意,非常 意

2. 分配给读写和语法的教学时间应 听说部分的教学时间相 。

完全 意, 意, 意,非常 意

3. 认 学生积极参 课堂活 非常 要。

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完全 意, 意, 意,非常 意

4. 课堂 进行读写和听说 对汉语学 十分 要。

完全 意, 意, 意,非常 意

5. 课堂 学生应集中注意力听讲,提问 节应留到课 或课 进行。

完全 意, 意, 意,非常 意

6. 学生在课 记笔记很 要。

完全 意, 意, 意,非常 意

7. 认 应抽 部分时课堂间 学生 论课 所学的相 话题。

完全 意, 意, 意,非常 意

8. 外语学 中,最有效的 类型是客观题。

完全 意, 意, 意,非常 意

考 方法

9. 应该给学生布置家庭作业。

完全 意, 意, 意,非常 意

10. 最终 绩应该 要由笔试 绩 定。

完全 意, 意, 意,非常 意

11. 课堂参 度 应计入最终 绩。

完全 意, 意, 意,非常 意

12. 口头展示对于考 学生知识水 非常 要。

完全 意, 意, 意,非常 意

13. 小 作业有 于提高学生的语言能力。

完全 意, 意, 意,非常 意

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14. 学生的态度 应计入最终 绩。

完全 意, 意, 意,非常 意

学生的课堂互

15. 的学生常积极参 课堂活 。

完全 意, 意, 意,非常 意

16. 的学生常在课 提问。

完全 意, 意, 意,非常 意

17. 的学生一般只在课 提问。

完全 意, 意, 意,非常 意

18. 的学生很听话。

完全 意, 意, 意,非常 意

19. 的学生常在课 讲话,因 得 断停 来整顿纪律。

完全 意, 意, 意,非常 意

20. 向学生提问时,学生一般能够快速作答。

完全 意, 意, 意,非常 意

21. 在课堂 , 学生交流有困难。

完全 意, 意, 意,非常 意

课 遇到的问题

22. 的学生很少参 课堂活 。

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23. 课 能够顺利无障碍地 学生交流。

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完全 意, 意, 意,非常 意

24. 的学生对课堂活 没有 大趣。

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25. 的学生很吵闹。

完全 意, 意, 意,非常 意

26. 学生 课时会 经批准随意进 教室。

完全 意, 意, 意,非常 意

27. 学生会在 讲课时会打断 以进行反驳。

完全 意, 意, 意,非常 意

28. 的学生会因 作业而抱 。

完全 意, 意, 意,非常 意

学生的 系

29. 跟学生的 系很好。

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30. 师 学生应该保持距离,只有 课的时候才跟学生交流。

完全 意, 意, 意,非常 意

31. 的学生对 很尊 。

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32. 知道 所有学生的 。

完全 意, 意, 意,非常 意

33. 很了解 的学生,熟悉每个学生的水 。

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34. 喜 鼓励 的学生 得更好的 绩。

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35. 如果 到 请, 愿意 班级聚餐。

完全 意, 意, 意,非常 意

文 差异

36. 在开始给外国学生授课前,有必要了解学生的文 背景。

完全 意, 意, 意,非常 意

37. 师生之间的文 差异会负面影响语言的教学。

完全 意, 意, 意,非常 意

38. 即使文 境 , 师 应该尽量满足学生的期望。

完全 意, 意, 意,非常 意

39. 师 应该 据学生的文 背景调整课堂内容。

完全 意, 意, 意,非常 意

40. 师 应该 据授课国家的文 背景调整自己的授课方式。

完全 意, 意, 意,非常 意

41. 师有责任 了解学生的文 背景,以 免产生文 。

完全 意, 意, 意,非常 意

42. 教师有责任 了解授课国家的文 背景,以 免产生文 。

完全 意, 意, 意,非常 意

43. 曾因 葡萄牙学生 中国学生之间的态度差异,对 的葡萄牙学生产生

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误解。

完全 意, 意, 意,非常 意

44. 从未想过文 会影响课堂氛围。

完全 意, 意, 意,非常 意

45. 学生所在国家的本土文 应该在课堂 占 导地位。

完全 意, 意, 意,非常 意

46. 应该由学生来适应 师的教学方法,而 是反之。

完全 意, 意, 意,非常 意

Anexo 17 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos portugueses - Versão Chinesa