Folha de Rosto ILCH · 2019. 3. 18. · Curso de Mestrado em Estudos Interculturais...
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Agradecimentos
A realização do presente trabalho tornou-se possível devido à colaboração de
várias pessoas a quem estou profundamente grata. Assim, deixo aqui os seguintes
agradecimentos:
À Professora Doutora Ana Ribeiro, pela sua ajuda preciosa, pela sua orientação
dedicada, pelos seus úteis conselhos e comentários durante a elaboração deste trabalho.
Aos meus pais e às minhas irmãs, pelo seu incentivo e apoio incondicionais,
principalmente à minha irmã Virginie Gomes, pelo tempo despendido e ajuda.
Aos meus colegas de turma, pelo apoio e incentivo valiosos durante os vários
anos que estivemos juntos na Universidade do Minho e na China. Agradeço
especialmente aos meus amigos Francisca Monteiro e Henrique Pinto por sempre me
encorajem quando mais precisei. O meu profundo obrigada a todos por estarem sempre
lá quando mais necessitei e, quer com palavras quer com atos, me ajudarem a finalizar
este projeto.
À Professora Doutora Sun Lam e ao Instituto Confúcio, por me ter
proporcionado a oportunidade única de estudar na China, onde pude aprofundar os meus
conhecimentos sobre a língua e cultura chinesas.
Aos docentes do Curso de Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais e do
Curso de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, por tudo o que me
ensinaram. Sem eles não seria quem sou hoje.
Resumo
Com o aumento do poder económico da China, o mandarim é nos dias de hoje
considerada a língua do futuro. Em Portugal, com a crescente presença da China, quer a
nível económico quer a nível turístico, o número de cursos de língua chinesa tem vindo
a aumentar. Assim sendo, também são muitos os docentes chineses que escolhem o
nosso país para vir trabalhar.
Na China, com o desenvolvimento das relações com Portugal, com a
importância que Macau tem na sua economia e o interesse suscitado pelas economias
dos países lusófonos, os amantes da língua portuguesa têm aumentado e são também
muitos os cursos que têm sido criados.
Numa sala de aula multicultural, especialmente quando as culturas são muito
diferentes, é possível ocorrerem conflitos e mal-entendidos. O presente trabalho foi
elaborado com o propósito de averiguar até que ponto a cultura dos professores chineses
e portugueses influenciam o seu método de ensino e a dinâmica da aula e até que ponto
a metodologia implementada pelo professor vai ao encontro das expectativas dos alunos
de uma cultura diferente. Com base na informação recolhida por meio de pesquisa
bibliográfica e de inquéritos feitos a alunos e professores chineses e portugueses,
pretende-se expor os resultados obtidos com o objetivo de facilitar o papel dos
professores no ensino da sua língua materna num país estrangeiro.
Abstract
With China's economic rise, mandarin chinese is nowadays considered the
language of the future. In Portugal, China’s growing presence in industries such as
tourism and business, triggered a significant increase of the number of Chinese
language learning courses. Consequently, this also attracts native chinese teachers to
come to our country to work.
In China, on the other hand, the development of the Sino-Portuguese ties,
combined with the major role Macau plays in China’s economy and with the interest
aroused by the economies of Portuguese-speaking countries, made the interest in
learning portuguese to explode, as well as the offer for portuguese language courses.
Teaching in a multicultural classroom, especially when encountering a big
cultural abysm, often poses a challenge because conflicts and misunderstandings are
easier to occur. The present work was elaborated with the purpose of ascertaining the
extent to which the culture of the portuguese and the chinese teachers influence not only
their teaching method but also the dynamics of the class, and to what extent the method
implemented by the teacher meets the expectations of the student whose cultural
background differs. The results hereby exposed are based on the information gathered
through bibliographical research and surveys of Chinese and Portuguese students and
teachers, with the intention to ease the role of those who teach their mother tongue in a
foreign country.
摘要
随着中国经济 力的增强,如今汉语被认 是未来的语言。在葡萄牙,由
于中国在经济和旅游方面的 要 越来越大,汉语课程的 量持续增加。因 ,
许多中国教师 选择到葡萄牙来工作。
在中国,随着中国 葡萄牙 系的发展,澳门对于中国经济的 要 ,以
及中国对葡语国家经济的 趣,葡萄牙语爱好者以及葡萄牙语课程 持续增加。
在一个多文 的课堂 ,尤其当文 在巨大差异时,可能会发生 突和
误解。本论文的目的在于探究中国和葡萄牙教师的文 是否会影响其教学方法和
教学 态以及教学方法是否能够达到源于 文 背景的学生的期望。本论文基
于对中国以及葡萄牙学生和教师调查所收集的信息以及通过书目研究收集的信息,
旨在促进教师在非母语国家中外语教学中所发挥的作用。
Índice Introdução………………………………………………………………………………..1
1. Enquadramento Teórico ............................................................................................ 7
2. Portugal e China: língua e cultura de educação ...................................................... 17
2.1 Portugal ............................................................................................................ 17
2.1.1 Língua portuguesa ........................................................................................ 17
2.1.1.1 A Língua Portuguesa no Mundo ........................................................... 17
2.1.1.2 Políticas de língua ................................................................................. 21
2.1.2 O sistema educativo em Portugal ................................................................. 23
2.1.2.1 Cultura de ensino .................................................................................. 25
2.1.2.2 Aulas ..................................................................................................... 26
2.1.2.3 Professores ............................................................................................ 27
2.1.2.4 O aluno .................................................................................................. 28
2.1.2.5 Relação professor e aluno ..................................................................... 29
2.2 China ................................................................................................................ 30
2.2.1 Língua chinesa.............................................................................................. 30
2.2.1.1 A língua chinesa no mundo .................................................................. 30
2.2.1.2 Políticas de língua ................................................................................. 33
2.2.2 Educação na China ....................................................................................... 34
2.2.2.1 Cultura de ensino .................................................................................. 37
2.2.2.2 Aulas ..................................................................................................... 39
2.2.2.2.1 Os 4 “R” e os 4 “M”, por Guangwei Hu .......................................... 40
2.2.2.3 Professores ............................................................................................ 41
2.2.2.4 O aluno .................................................................................................. 42
2.2.2.5 Relação professor e aluno ..................................................................... 43
3. Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas: português
e chinês língua não materna em Portugal e na China ..................................................... 47
3.1 O papel do professor de línguas estrangeiras (LE) .......................................... 47
3.1.1 Português língua não materna na China ....................................................... 49
3.1.2 Chinês língua não materna em Portugal ....................................................... 56
4. Investigação: Estudo de caso................................................................................... 65
4.1 Objetivos da investigação ................................................................................ 65
4.2 Natureza do estudo ........................................................................................... 66
4.3 Metodologia ..................................................................................................... 66
4.4 Procedimento ................................................................................................... 68
4.5 Participantes ..................................................................................................... 68
4.6 Limitações do estudo ....................................................................................... 68
5. Apresentação e análise dos resultados .................................................................... 73
5.1.1 Alunos portugueses e alunos chineses ......................................................... 73
5.1.1.1 Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com professor
chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano .......................... 73
5.1.1.2 Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor
português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano; .............. 75
5.1.1.2.1 Métodos de ensino ............................................................................ 78
5.1.1.2.2 Métodos de avaliação ....................................................................... 83
5.1.1.2.3 Interação com o professor em contexto de aula ............................... 87
5.1.1.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas .................................. 92
5.1.1.2.5 Relação com o professor .................................................................. 96
5.1.1.2.6 Diferenças culturais ........................................................................ 100
5.1.2 Professores portugueses e professores chineses: resultados e conclusões . 106
5.1.2.1 Professores portugueses de Português Língua Não Materna a alunos
chineses 106
5.1.2.2 Professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos
portugueses ........................................................................................................ 110
5.1.2.2.1 Métodos de ensino .......................................................................... 112
5.1.2.2.2 Métodos de avaliação ..................................................................... 118
5.1.2.2.3 Interação com os alunos em contexto de aula ................................ 122
5.1.2.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas ................................ 126
5.1.2.2.5 Relação com os alunos ................................................................... 131
5.1.2.2.6 Diferenças culturais ........................................................................ 135
Conclusão ..................................................................................................................... 143
6. Bibliografia e Webgrafia ....................................................................................... 147
7. Anexos ................................................................................................................... 151
Índice de Figuras
Figura 1 - As 10 Línguas Mais Faladas no Mundo ........................................................ 17
Figura 2 - Países Lusófonos ........................................................................................... 18
Figura 3 - Comunidades Portuguesas no Mundo (2015) ................................................ 18
Figura 4 - Países com IC ................................................................................................ 20
Figura 5 – Dialetos chineses na China ........................................................................... 31
Figura 6 - Imigrantes Chineses no Mundo ..................................................................... 32
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – Género dos alunos portugueses inquiridos .................................................. 73
Gráfico 2 - Idade dos participantes ................................................................................. 73
Gráfico 3 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês em Portugal ...... 74
Gráfico 4 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês na China ........... 74
Gráfico 5 - Universidade onde os participantes estudaram chinês em Portugal ............ 75
Gráfico 6 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China.................. 75
Gráfico 7 - Género dos inquiridos .................................................................................. 76
Gráfico 8 - Idade dos participantes ................................................................................. 76
Gráfico 9 - Ano em que os participantes começaram a estudar português em Portugal 77
Gráfico 10 - Ano em que os participantes começaram a estudar português na China ... 77
Gráfico 11 - Universidade onde os participantes estudaram português na China .......... 78
Gráfico 12 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China................ 78
Gráfico 13 - No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são
igualmente fundamentais. ............................................................................................... 79
Gráfico 14 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o
número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas. ........................... 79
Gráfico 15 - Os alunos devem participar ativamente na aula. ........................................ 80
Gráfico 16 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes
para a aprendizagem. ...................................................................................................... 80
Gráfico 17 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final. .......................................................................................................... 81
Gráfico 18 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas. .......................... 81
Gráfico 19 -Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que
possamos discutir sobre os temas abordados. ................................................................. 82
Gráfico 20 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma
língua estrangeira. ........................................................................................................... 82
Gráfico 21 - O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a
matéria lecionada. ........................................................................................................... 84
Gráfico 22 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final. .......... 84
Gráfico 23 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final. ............. 85
Gráfico 24 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade
oral do aluno. .................................................................................................................. 85
Gráfico 25 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística. ...................................................................................................................... 86
Gráfico 26 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final. ........ 86
Gráfico 27 - A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o
professor. ........................................................................................................................ 88
Gráfico 28 - É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula. .......................... 88
Gráfico 29 - Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula. ............................... 89
Gráfico 30 - Os alunos devem obedecer ao professor. ................................................... 89
Gráfico 31 - É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de
pedir silêncio várias vezes. ............................................................................................. 90
Gráfico 32 - Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.
........................................................................................................................................ 90
Gráfico 33 - Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula. .... 91
Gráfico 34 - O professor solicita participação em demasia. ........................................... 92
Gráfico 35 - Tenho pouco interesse nas atividades da aula. ........................................... 93
Gráfico 36 - Durante a aula sou barulhento. ................................................................... 93
Gráfico 37 - Os alunos saem da aula quando querem. ................................................... 94
Gráfico 38 - Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.
........................................................................................................................................ 94
Gráfico 39 - O professor pede muitos trabalhos de casa. ............................................... 95
Gráfico 40 - As atividades são sempre do mesmo tipo. ................................................. 95
Gráfico 41 - Tenho uma relação amigável com o meu professor. .................................. 96
Gráfico 42 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com
eles apenas dentro da sala de aula. ................................................................................. 97
Gráfico 43 - Trato o meu professor de maneira formal. ................................................. 97
Gráfico 44 - Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para
pedir conselhos. .............................................................................................................. 98
Gráfico 45 - Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor. .......... 98
Gráfico 46 - Os meus pais conhecem o meu professor. ................................................. 99
Gráfico 47 - Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.
........................................................................................................................................ 99
Gráfico 48 - É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de
professores estrangeiros. ............................................................................................... 100
Gráfico 49 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua. ................................................... 101
Gráfico 50 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo
que se encontre num meio cultural diferente do seu. ................................................... 101
Gráfico 51 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos. ........... 102
Gráfico 52 - Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde
estão a estudar. .............................................................................................................. 102
Gráfico 53 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre
o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural. ........................ 103
Gráfico 54 - É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde
está a estudar de forma a evitar o choque cultural. ....................................................... 103
Gráfico 55 - Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes
diferentes dos meus professores portugueses/chineses. ............................................... 104
Gráfico 56 - A cultura influencia o que se passa na sala de aula. ................................ 104
Gráfico 57 - A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de
aula. .............................................................................................................................. 105
Gráfico 58 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário. ....................................................................................................................... 105
Gráfico 59 - Género dos inquiridos. ............................................................................. 107
Gráfico 60 - Idade dos Participantes............................................................................. 107
Gráfico 61 - Anos de serviço dos inquiridos. ............................................................... 108
Gráfico 62 -Universidade onde os participantes lecionam. .......................................... 108
Gráfico 63 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal. ................. 109
Gráfico 64 - Universidade onde os participantes lecionaram na China. ...................... 109
Gráfico 65 - Género dos participantes. ......................................................................... 110
Gráfico 66 - Idade dos Participantes............................................................................. 110
Gráfico 67 - Anos de serviço dos participantes. ........................................................... 111
Gráfico 68 - Universidade onde os participantes lecionam. ......................................... 111
Gráfico 69 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal. ................. 112
Gráfico 70 - Universidade onde os participantes lecionaram na China. ...................... 112
Gráfico 71 - No ensino de português língua não materna/ chinês língua não materna, a
oralidade e a escrita são igualmente fundamentais. ...................................................... 113
Gráfico 72 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o
número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas. ......................... 114
Gráfico 73 - Acho importante os alunos participarem ativamente na aula. ................. 114
Gráfico 74 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes
para a aprendizagem. .................................................................................................... 115
Gráfico 75 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final. ........................................................................................................ 115
Gráfico 76 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas. ........................ 116
Gráfico 77 - Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos
possam discutir sobre os temas abordados. .................................................................. 116
Gráfico 78 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma
língua estrangeira. ......................................................................................................... 117
Gráfico 79 - É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem. ................... 118
Gráfico 80 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final. ........ 119
Gráfico 81 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final. ........... 119
Gráfico 82 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os
conhecimentos do aluno. .............................................................................................. 120
Gráfico 83 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística. .................................................................................................................... 120
Gráfico 84 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final. ...... 121
Gráfico 85 - Os meus alunos participam ativamente na aula. ...................................... 122
Gráfico 86 - É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula. .................. 123
Gráfico 87 - Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula. .............................. 123
Gráfico 88 - Os meus alunos são obedientes. ............................................................... 124
Gráfico 89 - Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias
vezes. ............................................................................................................................ 124
Gráfico 90 - Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente. .... 125
Gráfico 91 - Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula. ... 125
Gráfico 92 - Os meus alunos são pouco participativos. ............................................... 127
Gráfico 93 - Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula. ..... 127
Gráfico 94 - Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula. ..... 128
Gráfico 95 - Os meus alunos são barulhentos. ............................................................. 128
Gráfico 96 - Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem. ................................ 129
Gráfico 97 - Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a
dizer. ............................................................................................................................. 129
Gráfico 98 - Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos. .............................. 130
Gráfico 99 - Tenho uma relação amigável com os meus alunos. ................................. 131
Gráfico 100 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com
eles apenas dentro da sala de aula. ............................................................................... 132
Gráfico 101 - Os meus alunos tratam-me de maneira formal....................................... 132
Gráfico 102 - Sei o nome de todos os meus alunos. ..................................................... 133
Gráfico 103 - Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz. ................ 133
Gráfico 104 - Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados. ........ 134
Gráfico 105 - Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma. ......................... 134
Gráfico 106 - É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a
alunos estrangeiros. ...................................................................................................... 135
Gráfico 107 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua. ................................................... 136
Gráfico 108 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo
que se encontre num meio cultural diferente do seu. ................................................... 137
Gráfico 109 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos. ......... 137
Gráfico 110 - Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à
cultura do país onde estão a lecionar. ........................................................................... 138
Gráfico 111 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações
sobre o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural. .............. 138
Gráfico 112 - É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país
onde está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.............................................. 139
Gráfico 113 - Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem atitudes
diferentes dos meus alunos portugueses/chineses. ....................................................... 140
Gráfico 114 - Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de
aula. .............................................................................................................................. 140
Gráfico 115 - A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de
aula. .............................................................................................................................. 141
Gráfico 116 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário. ....................................................................................................................... 141
Índice de Anexos
Anexo 1 - Sistema educativo em Portugal ................................................................... 151
Anexo 2 – Sistema Educativo Chinês .......................................................................... 153
Anexo 3 - Dezanove Universidades Chinesas com cursos de Português (2013) ......... 157
Anexo 4 - Corpo Docente dos Cursos de Português das Universidades Chinesas (Abril
2010) ............................................................................................................................. 160
Anexo 5 - Universidade em Macau com cursos de português ..................................... 161
Anexo 6 - Estrutura Curricular do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na
Universidade de Xi’an .................................................................................................. 163
Anexo 7 – Disciplinas de Conhecimento Geral do Curso de Licenciatura de Língua
Portuguesa na Universidade de Xi’an .......................................................................... 165
Anexo 8 – Disciplinas de conhecimento linguístico do Curso de Licenciatura de Língua
Portuguesa na Universidade de Xi’an .......................................................................... 168
Anexo 9 – Plano Curricular do Curso de Estudos Portugueses na Universidade de
Macau ........................................................................................................................... 172
Anexo 10 – Plano de Estudos (Uminho) ...................................................................... 173
Anexo 11 – Plano de Estudo da Licenciatura do Politécnico de Leiria ....................... 177
Anexo 12 – Cadeiras Opcionais da Licenciatura do Politécnico de Leiria .................. 179
Anexo 13 - Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com
professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano. .................. 185
Anexo 14 - Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com
professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano. ....... 191
Anexo 15 - Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a
alunos chineses. ............................................................................................................ 197
Anexo 16 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos
portugueses - Versão Portuguesa .................................................................................. 203
Anexo 17 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos
portugueses - Versão Chinesa ...................................................................................... 210
Siglas
ALTE – Associação de Examinadores de Línguas na Europa
BFSU – Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim
CAPLE – Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira
CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
CEEAC – Comunidade Económica dos Estados da África Central
CET4 – College English Test 4
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
EU – União Europeia
HSK – Exame de Língua Chinesa para Estrangeiros
IC – Instituto Camões
ICALP – Instituto de Cultura e Língua Portuguesa
ICo – Instituto Confúcio
ICUM – Instituto Confúcio da Universidade do Minho
IILP – Instituto Internacional de Língua Portuguesa
ILEP – Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim
IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
IPL – Instituto Politécnico de Leiria
IPOR – Instituto de Português no Oriente
LE – Língua Estrangeira
Mercosul – Mercado Comum do Sul
OEA – Organização dos Estados Americanos
OEI – Organização dos Estados Ibero-Americanos
ONU – Organização das Nações Unidas
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PB – Português Brasileiro
PE – Português Europeu
PLE – Português Língua Estrangeira
QECRL - Quadro europeu comum de referência para as línguas
SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
UA – União Africana
UAveiro – Universidade de Aveiro
UM – Universidade de Macau
UMinho – Universidade do Minho
XISU – Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an
1
Introdução
Na atualidade, a globalização tem provocado profundas transformações em
muitas sociedades contemporâneas. Com o aumento da facilidade na comunicação e no
conhecimento de novos povos e culturas, são muitos os países que se influenciam
mutuamente, levando um pouco de si a outras comunidades e recebendo também algo
delas. Nesse sentido, nos últimos anos, a China tem ocupado um lugar de destaque pelo
seu desenvolvimento económico, que faz com que sejam cada vez mais os países que
abrem as suas portas à língua e à cultura chinesas.
Portugal é um desses países. Reconhecendo a importância da China a nível
mundial e os benefícios económicos de uma relação amistosa entre ambos os países, são
vários os cursos de mandarim que têm vindo a ser criados ao longo da última década no
nosso país.
Portugal também é um país importante aos olhos do gigante dragão. Após o
retorno da soberania de Macau ao Governo Chinês, Macau tem servido como uma
“ponte” de desenvolvimento entre a China e outros países. A fim de atender às
necessidades de intercâmbio entre a China e os PALOP, a língua portuguesa tem vindo
a ganhar cada vez mais adeptos. Prova disso é o aumento do número de cursos de
português língua estrangeira na China continental.
No entanto, o que é que acontece quando se juntam pessoas de culturas tão
distintas como as culturas portuguesa e chinesa dentro da mesma sala? O
multiculturalismo dentro da sala de aula tem gerado inúmeros estudos sobre os conflitos
que pode causar e as dificuldades que cria na aprendizagem. Vários académicos
debruçaram-se sobre as diferenças culturais na educação chinesa em comparação com a
educação ocidental, assim como as dificuldades sentidas por professores,
maioritariamente de países que falam a língua inglesa, que ensinam na China
continental. Contudo, ainda nenhum académico estudou o caso português.
Como aluna da Universidade do Minho na licenciatura de línguas e culturas
orientais e no mestrado de estudos interculturais português/ chinês foram muitas as
aulas multiculturais portuguesas/chinesas a que tive o prazer de assistir. Ao longo
desses cinco anos de convivência e de partilha de saberes, foram várias as ocasiões em
que as diferenças culturais foram a principal causa de mal-entendidos entre colegas e
2
professores. Os alunos portugueses consideravam as aulas dos professores chineses
muito teóricas, os professores portugueses tinham dificuldade em fazer os alunos
chineses participar na aula, os professores chineses caracterizavam os alunos
portugueses como barulhentos e muito faladores.
O presente trabalho tentará fazer uma análise do caso português/chinês,
esperando ser inovador e ajudar futuros professores portugueses e chineses a quebrar as
barreiras culturais dentro da sala de aula luso-chinesa.
O objetivo principal é descobrir se realmente existem diferenças culturais dentro
da sala de aula, quais são essas diferenças, se influenciam ou não a aprendizagem da
língua estrangeira e a interação com o professor, se essa influência é negativa ou
positiva e onde é que essas diferenças, no ponto de vista do professor e do aluno, são
mais palpáveis dentro da sala de aula. Esta investigação tem como fim salientar aspetos
que os alunos e os professores devem ter em atenção ao interagirem entre si dentro da
sala de aula, assim como métodos para minimizar os conflitos culturais e melhorar a
interação dentro da sala de aula e a aprendizagem.
Com vista à consecução dos objetivos mencionados, o presente trabalho está
organizado em cinco capítulos:
Primeiramente é traçado o enquadramento teórico da nossa investigação. Nele
trataremos de conceitos fundamentais para o nosso estudo, como sejam os conceitos de
cultura, cultura escolar e interculturalidade. Abordaremos o relevo que os diversos
métodos de ensino de línguas estrangeiras, ao longo dos tempos, têm conferido à
componente cultural. Convocaremos, por fim, trabalhos de outros investigadores que
têm refletido sobre o papel da cultura no ensino de línguas estrangeiras e que foram
fundamentais no percurso realizado.
No segundo capítulo são apresentadas as culturas da educação portuguesa e
chinesa, o sistema educativo de cada país, assim como as suas principais características
e as suas políticas de língua. O objetivo do mesmo é dar a conhecer aos leitores as
diferenças na educação entre os dois países, visto estas serem a base dos
comportamentos dos alunos e dos professores dentro da sala de aula.
O terceiro capítulo foca-se no ensino e aprendizagem da língua chinesa em
Portugal e da língua portuguesa na China. São apresentados os cursos existentes em
3
cada país, assim como alguns planos académicos. Pretende-se com este capítulo dar a
conhecer o desenvolvimento do ensino das duas línguas na China e em Portugal ao
longo dos anos e apresentar alguns planos curriculares dos cursos de universidades
portuguesas e chinesas, usados como exemplo para informar sobre o que é lecionado em
cada país, qual/quais a(s) competência(s) consideradas mais relevantes (oralidade e/ou
escrita), e comparar os dois sistemas.
Estes três capítulos preparam o leitor para os capítulos quatro e cinco, referentes
à investigação por nós levada a cabo e respetivas descobertas. Após a leitura dos
primeiros capítulos, o leitor, já familiarizado com o aparato concetual da nossa pesquisa
e na posse de noções básicas sobre a educação em ambos os países, conseguirá
identificar algumas diferenças entre a cultura educacional portuguesa e chinesa. Nos
capítulos quatro e cinco, são apresentados os resultados obtidos da investigação feita
junto a alunos e professores portugueses e chineses, através de inquéritos. Os alunos e
professores em questão responderam a questões sobre os métodos de ensino e de
avaliação utilizados pelo professor, interação entre alunos e professores, problemas
encontrados em aula e diferenças culturais.
O presente trabalho termina com uma conclusão onde se apresentam os
resultados do estudo e algumas sugestões de como se pode minimizar o choque cultural
dentro da sala de aula multicultural.
4
5
Capítulo I
Enquadramento teórico
6
7
1. Enquadramento Teórico
Embora o Homem tenha trocado o nomadismo pela sedentarização há milhares
de anos, nem por isso a viagem deixou de fazer parte dos seus hábitos. Por motivos
militares, religiosos, económicos, culturais ou simplesmente recreativos, os seres
humanos continuaram a deslocar-se pelo globo. Foi sobretudo a partir do século XIX
que viajar se foi tornando cada vez mais importante, tanto do ponto de vista económico
como cultural. No atual contexto de globalização, esta atividade atingiu níveis sem
precedentes, havendo diariamente milhões de pessoas que, servindo-se dos diversos
meios de transporte, transitam entre diferentes paragens, seja por razões profissionais ou
de lazer.
Neste quadro, aprender línguas estrangeiras é uma necessidade que serve vários
propósitos. Ainda que se limite aos países da União Europeia, o Quadro europeu
comum de referência para as línguas (QECRL) é bem claro a este respeito:
“É necessária uma maior intensificação da aprendizagem e do ensino de línguas
nos países-membros para a promoção de uma maior mobilidade, uma comunicação
internacional mais eficaz, combinada com o respeito pela identidade e pela diversidade
culturais, um maior acesso à informação, uma interacção pessoal mais intensa,
melhores relações de trabalho e um entendimento mútuo mais profundo.” (Europa,
2001, pp. 24-25).
Mas em que consiste aprender uma língua estrangeira? O que é que se aprende
quando se estuda uma língua estrangeira? A resposta a esta pergunta tem variado ao
longo dos tempos. Para os defensores do método tradicional ou gramatical, utilizado no
ensino de línguas estrangeiras até às primeiras décadas do século XX, trata-se apenas de
adquirir a “estrutura formal da língua, a gramática, cuja prática é realizada através de
exercícios gramaticais e tradução de textos maioritariamente de cariz literário” (Teixeira,
2013, p. 63). Esta abordagem privilegia ainda a memorização descontextualizada de
vocabulário e a competência da escrita (cf. ibidem). Apesar de os métodos naturais e
diretos, aparecidos posteriormente, terem chamado a atenção para a importância da
oralidade, foram os métodos comunicativos, decorrentes de uma abordagem pragmática
das línguas, que, a partir dos anos setenta do século passado, introduziram modificações
8
mais significativas no ensino de línguas estrangeiras. Assim, substituíram a abordagem
gramatical/lexical estruturalista do método tradicional por uma abordagem
funcional/nocional inspirada nos atos da linguagem teorizados por Austin. A partir de
textos autênticos, e não de textos fabricados para ensinar determinado conteúdo,
pretende-se colocar os aprendentes perante situações de comunicação significativas na
língua-alvo, de forma a proporcionar o contacto com discursos correntes do contexto
linguístico real envolvente. A importância atribuída ao contexto de comunicação arrasta
a valorização da componente cultural, já que “cada ato comunicativo é permeado pela
cultura dos interlocutores” (Teixeira, 2013, p. 63). Podemos assim dizer que língua e
cultura são duas faces da mesma moeda, sendo que nenhuma delas existe sem a outra.
Deste modo, uma aula de língua estrangeira é sempre simultaneamente plurilingue e
pluricultural:
“O plurilinguismo tem que ser visto no contexto do pluriculturalismo. A língua
não é apenas um aspeto fundamental da cultura, mas é também um meio de acesso a
manifestações culturais” (Europa, 2001, p. 25).
O plurilinguismo e pluriculturalismo deverão contribuir para que o estudante de
línguas desenvolva uma consciência intercultural, de forma a
“experienciar a alteridade, adotando o ponto de vista do Outro e mostrando-se
disposto, aberto, curioso. Este processo culminará, consequentemente, numa maior
consciência autocrítica de Si e de crítica do Outro, respeitando-o, embora não
necessariamente concordando com ele, agindo como um mediador empático, isto é,
capaz de simultaneamente se afastar e aproximar para captar o Outro e explicar os
seus padrões comportamentais.” (Teixeira, 2013, p. 57).
Neste ponto, não podemos deixar de abordar, ainda que de forma breve, o
conceito de cultura. De maneira geral, podemos definir cultura como “um conjunto de
valores, crenças e comportamentos aprendidos e apreendidos socialmente e partilhados
por um grupo” (Teixeira, 2013, p. 78). Apesar de sucinta, esta definição deixa perceber
que a cultura é algo bastante amplo e complexo, pelo que se torna também necessário,
no ensino de línguas estrangeiras, refletir sobre que tópicos culturais ensinar. Nos
manuais, não faltam, normalmente, unidades sobre gastronomia, música tradicional (o
fado, no caso português), datas históricas (o 25 de abril, por exemplo) ou festas (os
9
santos populares). No entanto, aspetos como os gestos, as expressões faciais, a
tonalidade de voz ou a postura corporal não costumam ser objeto de tratamento
específico. Segundo o modelo do iceberg (Europeia, 2001, pp. 19-20), itens como estes
integram a parte submersa da cultura, invisível, mas imprescindível, pois, como diz Ana
Paula G. A. Teixeira (Teixeira, 2013, p. 83), “Para além dos aspetos linguísticos, as
diferenças culturais podem interferir com os elementos paralinguísticos complementares
tanto da comunicação verbal (como o tom da voz, a entoação, o silêncio e as pausas,
etc.), como não verbal (postura corporal, gestos, expressões faciais, contacto visual, uso
do espaço, toque, linguagem corporal, etc.), dando azo a mal-entendidos culturais
(Weigand, 1999)”. Posição semelhante é a de Andréia Ianuskiewtz. No seu estudo
“Aspectos (inter)culturais no Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira” (2012), ela
sublinha a importância de aprender sobre a cultura do país da língua que se está a
estudar para se ficar habilitado a comunicar com pessoas culturalmente diferentes sem
que ocorram conflitos e mal-entendidos entre as duas partes.
A autora refere que a cultura sempre ocupou um lugar de destaque no ensino de
línguas estrangeiras e que nos últimos anos vem sendo dado um maior relevo aos
aspetos sociais e comportamentais, enfatizando a importância da consciência cultural
para uma comunicação efetiva. A consciência cultural abrange não só a aprendizagem
sobre povos e culturas diferentes, mas também faz com que o aprendente reflita sobre a
sua própria cultura e como esta influencia o seu comportamento, dando-lhe
competências para saber interpretar, negociar e explicar a diversidade cultural para que
consiga comunicar efetivamente com pessoas de culturas e países diferentes.
Neste sentido, o ensino de línguas não se deve restringir apenas à explicação de
factos e à transmissão de saberes, deve também capacitar todos os indivíduos a saber
agir com outras pessoas, a compreender e respeitar uns aos outros. É por isso papel do
docente de línguas estrangeiras incorporar nas suas aulas questões culturais que façam
os alunos questionar, comparar e compreender a cultura-alvo para promover tolerância,
aceitação e reformulação de (pré) conceitos.
No já citado QECRL, este tipo de conhecimentos adquire relevância sobretudo
ao nível das competências sociolinguísticas:
“As competências sociolinguísticas referem-se às condições socioculturais do
uso da língua. Sensível às convenções sociais (regras de boa educação, normas que
10
regem as relações entre gerações, sexos, classes e grupos sociais, codificação
linguística de certos rituais fundamentais para o funcionamento de uma
comunidade), a componente sociolinguística afecta fortemente toda a comunicação
linguística entre representantes de culturas diferentes, embora os interlocutores
possam não ter consciência desse facto.” (Europa, 2001, p. 35).
A importância desta competência está desde logo presente na aula de língua
estrangeira, onde o facto de professor e alunos serem provenientes de culturas
diferentes pode criar um ruído entre um e outros e dificultar a comunicação entre eles.
Não é demais lembrar que, como sublinha Ana Paula G. A. Teixeira (Teixeira, 2013,
p. 54), “a construção de uma pedagogia intercultural passa pela tomada de
consciência do próprio professor de que também representa o Outro para os
aprendentes, como representante da língua e da cultura-alvo”. O professor de língua
estrangeira, sobretudo quando é falante nativo da língua-alvo, é um embaixador da
sua língua materna e da cultura que através dela se exprime. Por isso, e porque língua
e cultura são, como já dissemos, interdependentes, o aluno estrangeiro começa a
contactar com a cultura do país onde se fala a língua que está a aprender muito antes
de estudar os temas clássicos da gastronomia ou da música tradicional. A atuação do
professor na sala de aula põe-no, desde o início da sua aprendizagem, perante alguns
dos aspetos que, segundo o esquema bipartido da cultura que acima apresentamos,
fazem parte da tal camada menos visível, mas nem por isso menos importante. Pela
maneira como se dirige aos seus alunos, como se relaciona com eles, como reage aos
seus silêncios ou à sua agitação, como faz a sua avaliação ou pelo ambiente que cria
na sala de aula, o professor, mesmo que não tenha consciência disso, é o veículo da
cultura escolar que vigora na sua comunidade de origem. De facto, a escola,
enquanto instituição particular, possui uma cultura própria:
“quando entramos em uma escola, percebemos que estamos em um lugar
bastante familiar, que guarda certas homogeneidades com as experiências que
acumulamos. Conhecemos bem a organização desse espaço físico, o tipo dos móveis,
as diferentes disposições do ambiente, e não nos causam surpresas seus padrões de
relacionamento e convivência social, suas expectativas de comportamento, seus ritos,
sua disciplina, seus horários de trabalho e lazer e seus procedimentos pedagógico-
didáticos. Tudo isso se institui em uma cultura específica, a cultura escolar.” (Tura,
2016, p. 14).
11
A cultura que caracteriza o meio escolar e que o distingue de outros domínios é
uma manifestação específica da cultura de um país, da qual não está evidentemente
desligada. A forma como uma determinada sociedade vê o jovem ou o adolescente,
como se relacionam as pessoas de gerações diferentes, o valor atribuído à instrução e
ao conhecimento, entre outros, refletem-se certamente na vida escolar. Deste modo, a
cultura escolar também varia de país para país. O professor de língua estrangeira,
quando falante nativo dessa língua, pode, por isso, não partilhar a cultura escolar dos
seus alunos, o que poderá criar dificuldades na comunicação entre eles. Isto sucederá
sobretudo quando o professor e o aluno são originários de universos culturais
bastante distintos. O caso da China é bastante revelador a este respeito. Com a
abertura deste país ao mundo ao longo dos anos, muitos académicos do ocidente
tentaram implementar nele os métodos de ensino ocidentais nas aulas de inglês
língua estrangeira. Foi a partir dos anos oitenta que a questão cultural começou a ser
considerada mais relevante, pois foi apontada como a principal causa do insucesso
em mudar o sistema educativo chinês. Assim, foram vários os professores chineses e
ocidentais que começaram a estudar as diferenças culturais entre a China e o
Ocidente, não só para se conseguir identificar o motivo dos métodos ocidentais não
serem eficazes na China, mas também para tentar compreender o porquê de as aulas
interculturais orientais e ocidentais não atingirem os objetivos desejados nem as
expectativas dos discentes.
Entre os professores chineses que se interessaram por este tema, Yuqin Zhao,
professor de mandarim, examinou em Cultural Conflicts in an Intercultural Classroom.
Discourse and Interpretations from a Cultural Perspective (2007) as diferenças
culturais dentro das salas de aula interculturais chinesas e inglesas. O autor foi professor
de mandarim na Nova Zelândia de 2001 a 2005 na Universidade de Tecnologia de
Auckland, onde também fez vários cursos de pós-graduação lecionados por professores
neozelandeses. Uma vez que foi professor de alunos neozelandeses e aluno de
professores neozelandeses, teve a oportunidade de sentir em primeira mão as diferenças
culturais na sala de aula e estudar como estas diferenças estão na origem de vários
conflitos entre professores e alunos.
Tendo como base os anos de experiência como professor de mandarim e a
experiência de colegas docentes, o autor relata primeiramente as diferenças culturais
entre ambos os países: diferenças na interação professor/ aluno, no comportamento
12
dentro da sala de aula, na relação entre professor e aluno. Aponta ainda conflitos e mal-
entendidos que podem ocorrer na sala de aula. Após este levantamento, recorre aos seus
conhecimentos culturais para explicar os problemas detetados: a importância da
hierarquia, a função da educação e o papel do professor na sociedade chinesa.
Começa por referir as diferenças na forma de falar com o professor: os alunos
chineses tratam o seu professor muito formalmente, independentemente do local onde se
encontrem. Os professores, por sua vez, também são bastante formais com os seus
alunos, usando sempre os seus nomes completos, enquanto na Nova Zelândia os
professores tratam os seus alunos pelo primeiro nome. Na sala de aula, os alunos
chineses não interrompem o professor para colocar questões, enquanto os alunos
ocidentais gostam de partilhar as suas opiniões. A relação entre aluno e professor, na
China, é hierárquica e formal. O professor tem de se assegurar que os seus alunos têm
bons resultados. Na Nova Zelândia, professores e alunos são como amigos e o ambiente
de aprendizagem é mais relaxado.
As diferenças mencionadas no parágrafo anterior são o suficiente para criar
conflitos entre professores chineses e alunos ocidentais, ou vice-versa, dentro da sala de
aula. Como exemplo, o autor menciona que um professor chinês quando ensina alunos
ocidentais, que estão habituados a ser livres em pensamento e que gostam de partilhar as
suas ideias, pode-se sentir desrespeitado e considerar os seus alunos pouco disciplinados.
Para explicar estas disparidades, o autor começa por expor a importância da
hierarquia na sociedade chinesa, ideal enfatizado na filosofia chinesa, que pode ser
baseado na idade, experiência, género, região geográfica, afiliação política, entre outros.
O professor, como sábio e possuidor de conhecimentos, está numa posição hierárquica
acima dos alunos, por isso deve ser tratado como tal.
No ocidente, apesar de haver hierarquia dentro da sala de aula, esta não é tão
importante. Os alunos e professores preferem ser tratados pelo primeiro nome, por
exemplo, sem que se sintam inferiorizados ou desrespeitados.
O segundo fator que o autor aponta como fundamental na origem de
comportamentos divergentes nas duas culturas é a filosofia que influencia a educação e
o professor de ambas as culturas: o confucionismo e o socratismo. O confucionismo
enaltece o papel do professor como figura paternal que tem como função transmitir o
seu conhecimento aos seus discípulos, tal como o próprio Confúcio fez na sua época.
13
Sócrates, por sua vez, defendia a liberdade de pensamento, de questionar. O aluno deve
descobrir a verdade, o conhecimento, questionando, analisando e discutindo o assunto.
O autor conclui o seu estudo afirmando que, quando professores e alunos de
culturas diferentes se encontram na sala de aula pode ocorrer choque cultural e mal-
entendidos. Uma forma de evitar e diminuir esses conflitos é aprender mais sobre outras
culturas.
Também os professores Tang Degen, docente na Universidade de Xiangtan, na
China, e Doug Absalom, docente na Universidade de Newcastle, na Austrália,
estudaram a questão cultural das salas interculturais no seu trabalho Teaching Across
Cultures: Considerations for Western EFL teachers in China (1998). Começam por
expor algumas características da cultura chinesa que, quando em contacto com as
metodologias de ensino ocidentais, criam conflitos, terminando com algumas sugestões
e estratégias para melhorar o ensino de línguas estrangeiras.
Este estudo foi motivado principalmente por comentários de dois alunos. Assim,
um aluno australiano, que estudou em Shanghai em 1988, afirmou que o seu professor
chinês não sabia ensinar e que apenas seguia o livro, não permitindo aos seus alunos
participarem na sala de aula. Por sua vez, um aluno chinês, que estudou em Sydney em
1990, declarou que o seu professor australiano não sabia ensinar nem dominava a
matéria lecionada e que se sentia perdido durante a aula.
Os autores iniciam o seu trabalho analisando o desenvolvimento do ensino de
inglês na China e as dificuldades em implementar os métodos de ensino de línguas
ocidentais, principalmente porque os académicos ocidentais não tiveram em conta o
background cultural chinês e porque o sistema tradicional continua a ser o predileto dos
professores chineses quer por razões culturais, quer por razões económicas e políticas.
Nesse sentido, os autores fazem uma breve descrição do que é considerado um
bom professor segundo os valores da China (pessoa mais velha, sábia, transmissora de
conhecimento, entre outros), um bom aluno (obediente, bom ouvinte, não exprime as
suas opiniões, visto não ter conhecimentos suficientes para tal, entre outros), o que
significa aprender na cultura daquele país (processo de leitura, memorização e
repetição), e organização preferencial da aula (aulas focadas no professor, nos livros, na
gramática e a importância dos testes escritos para avaliar as competências do aluno). A
nível económico e político, os autores apontam como fatores importantes a falta de
14
materiais de ensino em regiões menos desenvolvidas, o tamanho das turmas, que não
facilita a interação oral na sala de aula, e a existência de um exame nacional que
promove uma educação centralizada, entre outros.
Apesar das dificuldades mencionadas, os autores não consideram impossível a
implementação de metodologias ocidentais na China, assim como a criação de um
ambiente favorável para ensinar uma turma intercultural. Logo, os autores terminam o
seu estudo fazendo sugestões de como lecionar sem criar conflitos culturais entre
professores ocidentais e alunos provenientes de outras culturas. Por exemplo, o
professor deve ter em consideração a cultura do aluno e ter cuidado ao implementar
novos métodos de ensino, começando por mudanças pequenas, ao mesmo tempo que
encoraja os seus alunos em vez de os criticar quando estes têm dificuldade em adaptar-
se às diferenças. É ainda necessário que compreenda os seus alunos e desenvolva
métodos para que participem na aula, como, por exemplo, em vez de fazer perguntas à
turma em geral, fazer perguntas diretamente a um aluno, entre outras possibilidades.
Como vemos, ao professor que ensina a sua língua materna a um público
estrangeiro, a sua condição de falante nativo não lhe garante o sucesso na sua tarefa,
sobretudo perante alunos de origem cultural bastante diversa da sua. Na sala de aula, ele
tem de saber gerir as culturas em presença, de forma a não deixar de representar a sua
cultura e de propiciar experiências alternativas e enriquecedoras, que levam à
questionação, relativização, melhor conhecimento do Outro e a consequente
interculturalidade, sem, contudo, entrar em conflito com a cultura dos aprendentes.
15
Capítulo II
Portugal e China: língua e cultura de educação
16
17
2. Portugal e China: língua e cultura de educação
2.1 Portugal
2.1.1 Língua portuguesa
2.1.1.1 A Língua Portuguesa no Mundo
Os portugueses começaram a sua expansão marítima no séc. XV e atracaram em
diferentes terras, levando consigo a sua cultura e a sua língua. Com as novas conquistas,
a língua portuguesa expandiu-se e enriqueceu, sofrendo influências das línguas nativas
dos lugares por onde passou.
Neste momento, a língua portuguesa é utilizada por 261 milhões de pessoas,
sendo a quarta língua mais falada no mundo, depois do mandarim, do espanhol e do
inglês (figura 1). Segundo dados divulgados pela empresa Internet World Stats em 2017,
o português é, também, a quinta língua mais falada na internet, ficando atrás do inglês,
chinês, espanhol e árabe.
Figura 1 - As 10 Línguas Mais Faladas no Mundo
Fonte: Observatório da Língua Portuguesa
Figura 1 - As 20 Línguas mais faladas no mundo.
Fonte: Observatório da Língua Portuguesa
18
Figura 2 - Países Lusófonos
Fonte: portalempauta.com.br
O português tem o estatuto de idioma oficial em oito países: Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste
(figura 2), e também na Região Administrativa Especial de Macau até 2049. Este
idioma encontra-se espalhado pelos quatro continentes, sendo a língua mais falada no
hemisfério sul.
A emigração, ao longo dos séculos, também contribuiu para levar o português
aos quatro cantos do mundo. Os emigrantes formaram importantes comunidades
lusófonas, que mantêm vivas a língua e a cultura portuguesas (figura 3).
Figura 3 - Comunidades Portuguesas no Mundo (2015)
19
Fonte: direitodeopinar.blogspot.pt
A língua portuguesa, nos dias de hoje, possui duas variantes oficiais: a variante
portuguesa ou português europeu (PE) e a variante brasileira, também apelidada de
português brasileiro (PB). É no Brasil que se concentra a maioria dos falantes de
português, cerca de 80%. Com o desenvolvimento económico deste país e o
reconhecimento internacional de Portugal no mundo, quer pelas suas vitórias no
desporto, quer pelas suas belas paisagens turísticas e bom estilo de vida, a língua
portuguesa passou a ser alvo de interesse internacional. Todavia, foi sobretudo o
interesse económico que fez com que a língua portuguesa fosse cada vez mais
procurada, ferramenta importante para os negócios com os países lusófonos.
A alteração das estratégias políticas e económicas ocorridas a nível global fez
com que os países lusófonos decidissem criar uma comunidade com o objetivo de
promover e expandir a língua portuguesa. É assim que, em 1996, é criada a Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a qual conta com oito países membros que
pretendem uma aproximação cultural, económica e social, com o objetivo de aumentar a
cooperação e o intercâmbio cultural, uniformizar e difundir a língua portuguesa. Para
promoção e difusão da língua criou-se o Instituto Internacional de Língua Portuguesa
(IILP), em 1989, que mais tarde passou a fazer parte da CPLP. Este tem como
finalidade a elaboração e aplicação de programas de promoção, defesa, enriquecimento
e difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso
ao conhecimento científico e tecnológico.
Os dois principais países da CPLP são Portugal, que faz parte da União Europeia
e é a porta de entrada para a Europa, e o Brasil, principal país do Mercosul. Os Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) também são membros e Angola,
tendo uma economia em desenvolvimento e grande potencial energético, é dos países
que mais atrai o interesse estrangeiro. A CPLP tem como objetivo principal superar os
problemas sociais dos países membros e expandir o português para além do espaço
lusófono. Para isso implementa acordos multilaterais para melhor gerir as políticas da
língua.
Em Portugal, o Instituto Camões (IC), criado em 1992 e atualmente sob tutela do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, é o principal órgão de ensino e divulgação da
língua portuguesa pelo mundo. As suas principais funções consistem em coordenar a
criação de centros culturais portugueses, cursos de português e intercâmbios entre
universidades portuguesas e estrangeiras, além de oferecer bolsas de estudo. Na
20
atualidade, existem IC em sessenta e sete países do mundo (figura 4). Há também um
centro de formação à distância, o Centro Virtual Camões, que permite o ensino e a
aprendizagem do português.
Figura 4 - Países com IC
Fonte: Instituto de Camões
Em 2001 foi assinado um acordo entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros
de Portugal e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, onde se reconhece a
legitimidade de Portugal e Brasil na gestão da língua portuguesa. O Instituto Camões e
o Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores têm autonomia para
definir estratégias de promoção da língua, com o objetivo de propagar conteúdos
culturais, artísticos e científicos e a cooperação conjunta na área da educação e ensino
da língua em outros países.
Os países que mais destaque têm na promoção e divulgação da língua
portuguesa em África são Angola, Cabo Verde e Moçambique, uma vez que são
membros da União Africana (UA), da Comunidade para o Desenvolvimento da África
Austral (SADC) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO).
No oriente, Macau é a região de destaque, visto que a China tem cada vez mais
demonstrado interesse económico pelos países de língua portuguesa. Assim, Macau tem
o papel de mediador a nível comercial e cultural. O Instituto de Português no Oriente
(IPOR), criado em 1999, é a principal instituição de ensino de português da região. O
21
seu principal objetivo consiste em preservar e difundir a língua e cultura portuguesas no
Oriente. O IPOR conta com a participação maioritária do Estado português (51%),
através do Instituto Camões e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, da participação
da Fundação do Oriente (44%), e da participação de pequenas empresas portuguesas
que têm interesses económicos na região (5%). No sudeste asiático, Timor desempenha
um papel relevante na promoção do português, principalmente após a sua independência.
A língua portuguesa está presente na Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO), na Comunidade Económica dos Estados da África Central
(CEEAC), na Cimeira Ibero-Americana, no Mercado Comum do Sul (Mercosul), na
Organização dos Estados Americanos (OEA), na Organização dos Estados Ibero-
Americanos (OEI), a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),
na União Africana (UA), e na União Europeia (UE). O Brasil, em 2010-2011, e
Portugal, em 2011-2012, também foram membros não-permanentes no Conselho de
Segurança das Nações Unidas, onde a língua portuguesa é cada vez mais frequente. Em
2016, foi aprovada a proposta para que o português fosse língua oficial na ONU (Cruz,
2013, pp. 14-19).
2.1.1.2 Políticas de língua
Portugal é considerado um espaço de uma só língua; o português, porém,
comporta variantes regionais e sociais, entre outras. Dentro do espaço continental,
existem dialetos galegos, setentrionais e os centro-meridionais. Nas ilhas, o dialeto
micaelense é o que predomina no arquipélago dos Açores e o madeirense no
arquipélago da Madeira. O Mirandês, uma variedade asturo-leonesa falada na Terra de
Miranda (formada pelo concelho de Miranda do Douro e freguesias de Angueira e Vilar
Seco, no concelho de Vimioso), adquiriu, em 1997, o estatuto de língua minoritária.
Se o português, como língua viva que é, varia no tempo e no espaço, nem por
isso ele deixa de ter também a(s) sua(s) norma(s), entendendo-se por norma a
“modalidade linguística escolhida por uma sociedade enquanto modelo de comunicação”
(Mateus & Cardeira, 2007, p. 21). As organizações governamentais, a Escola Pública
Portuguesa e os meios de comunicação social adotam essa norma para uso quotidiano. É
considerada a variedade de uso correto, embora não se deva afirmar que uma norma é
mais correta que outra. O acesso à norma-padrão de português é fundamental para
promover a igualdade de oportunidades e ao mesmo tempo conferir aos falantes de
22
português língua materna mais força social para manter a sua identidade cultural. Para
esse efeito, o Estado cria políticas de língua (Azevedo, 2010)
Durante muito tempo, as políticas de gestão da língua portuguesa eram
realizadas pelas escolas e universidades, até que posteriormente passou a ser da
responsabilidade do Estado. Ainda durante a Primeira República foi criado o primeiro
curso de português e cultura portuguesa na Universidade de Rennes, França, em 1921.
Logo a seguir, criaram-se cursos semelhantes na Alemanha, Itália e Reino Unido. O
leitor, para além de ser o docente, tinha a responsabilidade de divulgar, principalmente
em conferências públicas semanais, a arte, a história e a literatura de Portugal.
Em 1929 é criada a Junta de Educação Nacional, responsável pela gestão dos
cursos até 1936, quando passa a intitular-se Instituto para a Alta Cultura. Esse instituto
tinha como finalidade promover o património da Nação e a cultura portuguesa, assim
como a educação. Em 1952, este instituto passa a ser da responsabilidade do Ministério
da Educação e a sua missão é alargada. Fica a ser do seu encargo orientar a divulgação
da cultura portuguesa e criar cadeiras de estudo, institutos, cursos em universidades
estrangeiras, tendo como objetivo principal o ensino da língua, da literatura e da história
de Portugal, bem como o estabelecimento de acordos culturais com o estrangeiro.
Com a implementação da república, em 1975, as relações diplomáticas entre
Portugal e o estrangeiro aumentaram, permitindo a expansão do ensino da língua e
cultura portuguesas. Em 1976, o Instituto de Alta Cultura denomina-se Instituto de
Cultura Portuguesa até 1980, cuja tutela fica a cargo da Secretaria de Estado e Cultura.
Até então as políticas do Estado focavam-se, fundamentalmente, na cultura, no ensino
de literatura, arte e história portuguesas. A partir dos anos oitenta, os cursos de
português passam a ser mais especializados, focando mais o ensino da língua aplicada a
contextos específicos e da tradução.
Mais tarde, o Instituto de Cultura Portuguesa muda novamente de nome,
passando a designar-se Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) e volta a ser
dirigido pelo Ministério da Educação. Esta situação manteve-se até 1992, data em que
foi criado o Instituto Camões (IC) com o objetivo de gerir os cursos de português, como
também divulgar internacionalmente a língua portuguesa. Em 1994, o Instituto Camões
fica a cargo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o que representa uma grande
23
mudança, visto que a cultura e a língua começam a ser parte integrante da política
externa do Estado.
Em 2012, o IC funde-se com o Instituto Português de Apoio ao
Desenvolvimento (IPAD), passando a ser denominado Camões – Instituto da
Cooperação e da Língua. Contudo, a sua missão continua inalterada.
Portugal criou, em 1999, o Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira
(CAPLE), que está vinculado à Associação de Examinadores de Línguas na Europa
(Association of Language Testers in Europe – ALTE). Esses exames avaliam e
certificam o aluno em cinco níveis: inicial, elementar, intermédio, avançado e
universitário, todos com correspondência aos níveis do Quadro Europeu Comum de
Referência para as Línguas do Concelho da Europa.
Em dezembro de 2008 foi criado o Fundo da Língua Portuguesa, que tem como
objetivo promover a língua de forma a desenvolver e combater a pobreza nos países de
língua portuguesa através da educação. Os principais objetivos são: impulsionar e
promover a língua portuguesa; apoiar o desenvolvimento dos sistemas de ensino nos
países de língua portuguesa e Macau; estimular a integração do português como língua
estrangeira nos países onde há comunidades de língua portuguesa; fomentar o uso do
português como língua oficial de trabalho e negociação internacional e desenvolver
novos meios de divulgação da língua no mundo. Também é importante destacar a
reformulação, pela CPLP, do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, a criação do
Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, a adoção do português nas escolas oficiais
do Mercosul, a criação de cursos de português em vários países, entre outros exemplos
(Azevedo, 2010) (Cruz, 2013, pp. 21-23).
2.1.2 O sistema educativo em Portugal
O sistema educativo português (anexo 1) tem como base o princípio, presente na
Constituição da República, de que todos têm direito à educação. Após a entrada na
União Europeia, o sistema educativo sofreu várias mudanças, documentadas na Lei de
Bases do Sistema Educativo nº 46/86. Esta lei foi alterada pela Lei 115/97, mais tarde
pela Lei 49/2005 e, em 2006, entrou em vigor o novo modelo de organização do ensino
superior em ciclos, o qual é designado por sistema de Bologna e em que a língua oficial
é o português.
24
A vida académica em Portugal começa na pré-escola, que vai até aos seis anos
de idade. Contudo, a escolaridade obrigatória e gratuita só se inicia na primária e
termina aquando da finalização do ensino secundário (12º ano). A educação primária
começa aos seis anos de idade e tem a duração de quatro anos. Durante este período, os
alunos começam a aprender inglês. A seguir vem o ensino básico, que dura cinco anos.
A aprendizagem do inglês continua, ao mesmo tempo que uma segunda língua
estrangeira é introduzida: francês, espanhol, alemão, chinês, entre outros, variando
conforme a oferta da escola. Findo o ensino básico, os alunos passam para o ensino
secundário e podem optar por quatro cursos: cursos científico-humanísticos, cursos
tecnológicos, cursos artísticos e cursos profissionais. Se o aluno escolher o curso de
línguas e humanidades, continua a estudar duas línguas à sua escolha. Se a sua escolha
for um curso profissional, o número de línguas estudadas varia conforme o foco da área
profissional do curso em causa. Se preferir seguir um dos outros cursos, passa a
debruçar-se apenas sobre uma língua estrangeira. Para concluir o secundário, os alunos
têm de realizar os exames nacionais às disciplinas obrigatórias por lei.
Importa também referir que o ano letivo se divide em três períodos, entre
setembro e junho (EP-Nuffic, 2012, pp. 6-8).
O ensino superior tanto pode ser público como privado. Divide-se em ensino
universitário e ensino politécnico, sendo possível mudar de um sistema para o outro. As
vagas dos cursos universitários são limitadas e cada curso exige certos exames nacionais.
Neste sentido, os alunos, para além dos exames nacionais do secundário, por vezes,
também são obrigados a realizar os exames exigidos pela universidade para o curso que
o aluno deseja frequentar. Assim, a entrada na universidade depende da média final do
ensino secundário, nomeadamente das notas de final de ano e dos exames nacionais
obrigatórios, e dos resultados dos exames pedidos. A colocação é efetuada por ordem
decrescente, sendo o aluno com resultados mais satisfatórios o primeiro a ser aceite.
Os cursos de licenciatura têm uma duração de três anos e o mestrado de dois,
assim como o doutoramento. Por sua vez, os cursos de mestrado integrado (licenciatura
e mestrado) têm uma duração de cinco anos.
Na universidade, o ano letivo é dividido em dois semestres de setembro até
junho/julho (EP-Nuffic, 2012, pp. 9-11). Importa referir que a informação acima
referida narra a situação do sistema de educação público.
A filosofia pedagógica portuguesa foi fortemente influenciada pelos países à sua
volta, acabando por se assemelhar em muitos aspetos. No que diz respeito ao ensino de
25
línguas estrangeiras, programas e manuais testemunham o percurso dos métodos diretos
aos métodos comunicativos que esboçámos no enquadramento teórico.
Atualmente, em Portugal, a abordagem presente nas salas de aula de línguas
estrangeiras varia conforme o professor e o foco principal da aprendizagem. No entanto,
o mais comum é a abordagem comunicativa, onde a oralidade e o diálogo são
fundamentais, juntamente com a abordagem gramatical, visto o objetivo primordial ser
desenvolver as capacidades escritas e orais do aluno.
2.1.2.1 Cultura de ensino
Filósofos, educadores e cientistas nunca pararam de propor diferentes teorias
sobre a natureza do conhecimento e o processo de ensino. Ao longo dos séculos, várias
perspetivas sobre o conhecimento, a sua organização e aquisição ou como os alunos
deviam ser ensinados continuaram a competir entre si. A contínua disputa entre
académicos e investigadores transformou-se gradualmente num debate sobre a educação.
Este debate envolve principalmente dois métodos pedagógicos, o construtivismo (ex.
método socrático) e o método de transmissão direto (ex. método tradicional) (Lam,
2011, p. 7). O método de transmissão direto baseou o modelo convencional de ensino
que foi praticado em Portugal até há poucos anos atrás e que ainda hoje está presente em
muitos pontos do mundo. Como o nome sugere, este modelo favorece uma educação
focada no professor, que tem de dar aos seus alunos instruções diretas e claras e
transmitir o conhecimento e informações, enquanto os alunos o devem ouvir
atentamente e sem interromper. Tais características estão presentes na abordagem da
gramática e da tradução e na abordagem audiolingual.
Por conseguinte, com o desenvolvimento da sociedade e a necessidade de
melhor preparar os alunos para o mundo, os estudos em pedagogia têm enfatizado a
importância que se deve dar às necessidades e interesses dos alunos. Assim, atualmente,
o ensino centra-se mais no aluno, que deve construir o seu conhecimento, funcionando o
docente como um facilitador da aprendizagem (Chesters, 2012, pp. 1-4). Estamos
perante a abordagem comunicativa.
Hoje em dia, em Portugal, ambas as metodologias estão presentes no ensino e
cabe ao professor equilibrar as duas na sala de aula. O professor ainda representa a
figura principal, o que possui o conhecimento que os alunos vão aprender e, como tal,
tem de ser respeitado e ouvido. Todavia, o aluno também tem um papel ativo, devendo
26
participar, partilhar as suas ideias e questionar o professor quando tiver dúvidas (Mateus,
et al., 2009, p. 35).
A metodologia construtivista que mais influenciou a comunidade ocidental é a
socrática. Sócrates defendia a busca da verdade, do conhecimento através da
investigação, do questionar. A pedagogia socrática tem como base o diálogo e como
objetivo ajudar os alunos a pensar criticamente, a pensar por si. Para aprender e
entender a matéria ensinada, o aluno dialoga com o professor, faz e responde a
perguntas, participa ativa e sistematicamente no contexto de sala de aula, características
presentes na abordagem comunicativa. Assim, os alunos não perdem a concentração e
desenvolvem as suas capacidades. Ao participar na aula, o aluno demonstra que está a
pensar ativamente sobre a matéria, que está a ouvir atentamente o professor e que sabe
construir argumentos sobre o conhecimento que está a receber. Os alunos aprendem a
clarificar, justificar e articular claramente os seus pensamentos (Chesters, 2012, pp. 1-5).
2.1.2.2 Aulas
Em Portugal, as aulas geralmente são organizadas num formato típico de cinco
partes: iniciação, revisão, ensino, atividades de sala de aula e, por último, trabalhos de
casa. Quer o professor quer o aluno têm um papel importante. O professor ensina, lê,
supervisiona a realização dos exercícios e responde a perguntas. As atividades, os
exercícios, os textos, a gramática e o vocabulário são baseados quer no manual quer no
material fornecido pelo professor, que tem a responsabilidade de organizar as suas aulas
para que decorram sem problemas e para que o conhecimento seja transmitido
corretamente.
Por sua vez, os alunos ouvem o professor, tiram notas e participam sempre que
sejam solicitados ou queiram esclarecer dúvidas. A participação é bastante valorizada
nas aulas de línguas estrangeiras; no entanto, o aluno também deve saber respeitar as
regras da sala de aula para não criar conflitos com os restantes colegas e professores.
Em relação à avaliação das competências dos alunos, dependendo do foco da
disciplina (oralidade ou escrita e gramática), os testes escritos e orais são os prediletos
dos professores para avaliar as capacidades linguísticas. Contudo, os trabalhos de grupo
e ou individuais, assim como apresentações orais, também são práticas frequentes.
No ensino básico e secundário, a aprendizagem de cada língua estrangeira é
feita em dois blocos, geralmente de noventa minutos cada, duas vezes por semana. No
ensino superior, o número de horas despendido para o ensino de uma ou mais línguas
27
estrangeiras varia de acordo com a sua relevância no curso (se é major ou minor) e o
foco do curso em si, exemplo: no curso de Estudos Orientais: Estudos Chineses e
Japoneses, da Universidade do Minho, sendo o chinês a língua principal do curso, o
número de horas despendidas para a sua aprendizagem é maior que o número de horas
despendidas para a aprendizagem do japonês.
2.1.2.3 Professores
Com o aluno a desempenhar o papel principal no ensino, muitos professores
temem que a sua função seja desvalorizada e que venham a perder um pouco o controlo
e o poder que tinham, facto que não é verdade. O ensino e aprendizagem estão
correlacionados e o professor desempenha um papel crucial na realização de ambos. Os
professores não são apenas meros transmissores de conhecimento, são também
orientadores, facilitadores, conselheiros, avaliadores, disciplinadores e, no caso dos
professores universitários, são também criadores do programa a ser lecionado. Usam as
suas capacidades e conhecimentos para se adaptarem às várias necessidades dos alunos,
selecionando e criando experiências de ensino adequadas a todos eles. Um bom
professor é, assim, aquele que ajuda os alunos a compreender e a aprender, a
desenvolver-se moralmente e a saber relacionar-se com os outros.
Neste sentido, focando a atenção nas responsabilidades e funções dos
professores em Portugal, analisar-se-á primeiro a mais caracterizadora da sua profissão,
nomeadamente, a transmissão de conhecimento. O professor é a pessoa detentora de
conhecimentos numa determinada área, cuja função é transmitir esse saber a outras
pessoas. Simultaneamente, auxilia os alunos a absorver essa informação, usando, para
tal, várias estratégias de ensino.
Durante o processo de ensino, o professor também tem de ser capaz de encorajar
e facilitar a aprendizagem, sendo assim um facilitador. Este papel do professor vai ao
encontro da teoria do construtivismo, que defende que o conhecimento deve ser
construído na mente dos alunos e desenvolvido ao longo do tempo. Faz parte das
funções do professor facilitar este processo, criar uma atmosfera de ensino que permita
a troca de ideias e encorajar os alunos a participar e a aprender.
O professor também exerce a função de modelo, transmitindo valores, atitudes,
formas de pensar e ver o mundo. Deste modo, influencia os seus alunos na escolha da
carreira, nas suas atitudes profissionais e na importância que dão a diferentes disciplinas.
28
Os alunos aprendem observando e imitando os professores que eles respeitam. Ao
ganharem a atenção dos seus alunos, os professores também podem usar essa
oportunidade para partilhar um pouco a magia da disciplina que ensinam, despertando a
curiosidade e a motivação para aprender. Por outro lado, ao criar esta relação de
proximidade com os seus alunos, acabam por se tornar nos seus mentores, dado que
estão sempre presentes para apoiar, ajudar no processo de aprendizagem sem, no
entanto, criar uma relação de dependência.
Na universidade, o professor desempenha, igualmente, funções importantes na
elaboração dos planos de aula e no programa a ser lecionado. Participar no planeamento
do programa de ensino proporciona a oportunidade ao professor de influenciar o
processo educativo e criar cursos em que os alunos conseguirão obter resultados
satisfatórios. Muita da criatividade e da eficácia de um currículo depende bastante da
escolha de textos, da planificação de atividades, entre outros pontos, sendo por isso
deveras importante que os professores saibam qual a melhor escolha a ser efetuada e
quais as melhores atividades, formas de transmitir o conhecimento, de motivar e
envolver os alunos durante as aulas. Para além disso, devem fornecer o material
suplementar necessário, como livros, fichas de trabalho, filmes e vídeos.
Por último, mas não menos importante, é a avaliação. Os professores têm a
responsabilidade de avaliar o progresso e competências dos alunos. É uma das funções
cruciais e que mais influencia a vida futura dos seus alunos. Neste sentido, é necessário
que o façam de forma correta e justa. Devem também saber avaliar o curso, o currículo
usado e a sua performance em sala de aula, com o objetivo de criar um espaço de ensino
de qualidade. Importa também salientar que os professores devem ser capazes de se
avaliarem para melhor responderem às necessidades dos alunos.
As funções dos professores são realizadas simultaneamente. Conforme o
surgimento de várias situações, os professores acabam por desempenhar várias funções
ao longo da aula, tornando-os assim multifacetados. Eles podem começar por assumir o
papel de transmissores de conhecimento, mas numa atividade mais interativa já estão a
encorajar os alunos a participar (M & R, 2000, pp. 3-16).
2.1.2.4 O aluno
Numa sociedade onde o aluno tem papel de destaque numa sala de aula, as
expectativas de como ele deve ser e comportar-se também aumentam. Tal como foi
29
referido anteriormente, a participação na aula é extremamente valorizada e encorajada
pelos professores; contudo há outros aspetos que o aluno deve ter em atenção. O aluno
deve primeiramente saber respeitar o professor e os seus colegas de turma, aprender a
ouvir e a esperar pela sua vez para poder participar e também deve ter vontade de
aprender, mesmo quando a matéria ensinada não vai ao encontro dos seus interesses.
O sucesso académico é o mais importante na vida do aluno, por isso deve
esforçar-se para ler, escrever e compreender corretamente as informações transmitidas,
e falar, comunicar as suas ideias de forma clara e coesa. Deve saber organizar o seu
tempo para poder executar todas as tarefas dadas pelo professor atempadamente e não ir
acompanhando as matérias lecionadas pelo professor, de forma a não estudar apenas na
véspera dos testes. Durante o processo de aprendizagem, deve ser capaz de compreender
e assimilar bem os conteúdos apresentados e saber aplicá-los (Breitenbach, 1997)
(Anon., 2006).
Nas salas de aula de línguas estrangeiras na universidade, a atmosfera é relaxada,
sem nunca esquecer, no entanto, que o objetivo principal é a aprendizagem da língua.
Os alunos podem levantar questões e entrar em diálogo com os professores sobre a
matéria lecionada ou com os colegas aquando discussão entre turma. No entanto, visto
que o professor é uma figura de autoridade, é necessária a sua permissão para o aluno
falar, questionar, levantar-se, entre outros aspetos (Zhao, 2007, pp. 129-130).
Fora da sala de aula, o aluno deve continuar o seu estudo. A aprendizagem de
uma língua estrangeira é contínua, sendo necessário estabelecer boas bases para poder
desenvolver as suas capacidades. Embora, na universidade, o número de horas
despendido na aprendizagem da língua estrangeira seja maior comparado com a
realidade do ensino secundário, é igualmente importante que o aluno reveja a matéria
lecionada, prepare a matéria que será lecionada na aula seguinte, faça as tarefas dadas
pelo professor e pratique a oralidade e a audição.
2.1.2.5 Relação professor e aluno
A ligação emocional entre um aluno e o seu professor é deveras importante para
o sucesso académico. Um aluno esforça-se mais para atingir as expectativas de um
professor que ele respeita, admira e aprecia.
Em Portugal, na generalidade, os professores e alunos mantêm uma relação
amigável dentro e fora da sala de aula. É uma relação que tem por base o respeito, mas
30
também a amizade. Os alunos sabem que podem contar com o auxílio dos professores
para os ajudar a aprender, que podem fazer perguntas em caso de dúvidas, que podem
expressar as suas opiniões e que não precisam de ter medo de errar, o que faz com que o
ambiente escolar seja relaxado e descontraído. O papel do professor é encorajar o aluno
a aprender e ajudar nesse processo, enquanto o aluno tem o papel de aprender e estudar
para obter bons resultados. Caso isso não aconteça, já é função dos pais obrigar o filho a
estudar e a melhorar os seus resultados escolares. A forma de tratamento é pouco formal,
geralmente usam o título “professor” seguido do nome próprio ou apelido. Os
professores costumam chamar os alunos pelo seu nome próprio (Zhao, 2007, pp. 130-
131) (Knoel, 2012, pp. 9-10).
Uma boa relação baseada no respeito e confiança ajuda os alunos a esforçarem-se a
obter resultados satisfatórios. A dedicação de um professor no desenvolvimento dos
seus alunos, que os ouve atentamente e dialoga com eles, inspira-os a esforçarem-se
para atingir os objetivos académicos pretendidos e a comportarem-se de forma correta e
cordial (Knoel, 2012, pp. 12-13).
2.2 China
2.2.1 Língua chinesa
2.2.1.1 A língua chinesa no mundo
A República Popular da China, também conhecida apenas por China, é o
maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,37 bilhão de
habitantes, o que corresponde quase a um quinto da população da Terra. Devido à
elevada densidade populacional, o mandarim (普通话 Pǔtōnghuà), a língua oficial
nacional baseada no dialeto de Pequim, é a língua mais falada na China, visto ser
utilizada por cerca de 70% da população, e no mundo (figura 1, pp. 17).
Segundo dados estatísticos divulgados pela empresa Internet World Stats em
2017, o chinês é também a segunda língua mais usada na internet, sendo ultrapassada
apenas pelo inglês.
31
Na China existem centenas, se não milhares, de dialetos chineses locais e
regionais que se foram desenvolvendo ao longo da história. Embora todos os chineses
partilhem a mesma língua escrita, quando comunicam no seu dialeto local nem sempre
se conseguem entender. Os dialetos com o maior número de falantes são o mandarim,
falado por oitocentos e cinquenta milhões de pessoas, seguido pelo dialeto wu (吴语
Wúyǔ), por noventa milhões, min (闽语 Mǐnyǔ), falado por setenta milhões e o cantonês
(粤语 Yuèyǔ), também falado por cerca de setenta milhões (figura 5) (Museum, s.d.).
Figura 5 – Dialetos chineses na China
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Varieties_of_Chinese
32
O mandarim é a língua oficial da República Popular da China, de Taiwan e
Singapura. Em relação a Macau e Hong Kong, a Lei Básica da Região Administrativa
Especial de Macau e Hong Kong estabelece que o chinês e o português, e o chinês e o
inglês, respetivamente, são as línguas oficiais. Contudo, o tipo de chinês não é
especificado, sendo utilizado o chinês tradicional e o cantonês. O mandarim é também
uma das cinco línguas oficiais utilizadas pelas Nações Unidas.
A emigração, ao longo dos séculos, também contribuiu para a expansão do
chinês. Os emigrantes formaram importantes comunidades, as conhecidas Chinatowns,
que mantêm viva a língua e a cultura chinesas (figura 6). Cerca de quarenta milhões de
chineses vivem no estrangeiro. Destes quarenta, trinta milhões residem em países
asiáticos, seis milhões no continente americano, dois milhões na Europa, um milhão na
Oceânia e cerca de cem mil em África.
Figura 6 - Imigrantes Chineses no Mundo
Fonte: newgeography.com
33
Com o desenvolvimento económico da China, o mandarim tem ganho cada vez
mais popularidade. Para promover a sua língua no mundo, o governo chinês criou o
Instituto Confúcio (孔 学院 Kǒngzǐ xuéyuàn), uma organização educacional pública
sem fins lucrativos vinculada ao Ministério da Educação e supervisionada pelo Hanban
(汉办 Hàn bàn), Gabinete do Conselho Internacional do Ensino de Chinês, com sede
em Pequim. Este instituto apresenta como objetivos principais criar políticas e planos de
desenvolvimento para promover a língua chinesa internacionalmente, apoiar
financeiramente programas de língua chinesa em instituições educativas em vários
países e propiciar o intercâmbio cultural. Os Institutos operam em cooperação com
faculdades e universidades em todo o mundo e o financiamento é compartilhado entre o
Hanban e as instituições de acolhimento. O primeiro Instituto Confúcio foi inaugurado a
21 de novembro de 2004, em Seul, na Coreia do Sul e, desde então, o número de
institutos em todo o mundo tem vindo a aumentar. Esta instituição tornou-se numa
plataforma de intercâmbio cultural e numa ponte de reforço de amizade e cooperação
entre a China e o resto do mundo (Hanban, s.d.).
2.2.1.2 Políticas de língua
A língua tem sido a chave de união e identidade da nação chinesa, uma vez que
já a partilham há mais de cinco mil anos1. Por isso mesmo, a imposição do governo de
uma língua padrão nacional, principalmente a nível da escrita, nunca foi questionada,
mesmo que as políticas sobre a língua e o seu uso não sejam sempre claras e coerentes.
As políticas de língua chinesa debruçam-se, sobretudo, sobre três dimensões
principais, designadamente: selecionar uma língua nacional, reformar o seu sistema de
escrita (simplificação, padronização e romanização) e promovê-lo no sistema
educacional. A reforma da escrita foi utilizada como forma de facilitar a promoção da
língua nacional e da alfabetização em massa. O objetivo é criar uma sociedade
harmoniosa e assegurar o papel da China como uma potência mundial em crescimento.
Em relação ao papel da China no mundo, o governo chinês tem tido a preocupação de
1 O chinês escrito é considerado o sistema de escrita mais antigo do mundo. Os primeiros vestígios da língua chinesa escrita datam
da dinastia Shang (商朝,Shāng cháo ,1650 a.C – 1027 a.C). Na dinastia Qin (秦朝,Qín cháo ,221 a.C – 206 a.C), com o fim
da divisão do território chinês e a implementação da primeira dinastia do império chinês, o sistema de escrita é unificado pela
primeira vez. A língua foi sofrendo alterações ao longo dos séculos, principalmente devido às interações com povos de línguas
diferentes. Contudo, os esforços para a uniformizarem nunca cessaram. Os primeiros exemplos de escrita chinesa foram encontrados
em ossos do oráculo, em 1895.
34
promover o chinês como uma língua internacional, ao mesmo tempo que tem tentado
melhorar a qualidade do ensino de línguas estrangeiras no território nacional, para ir ao
encontro das necessidades da modernização e globalização (Wan, 2014, pp. 65-66) (Wei,
2015).
A promoção do chinês mandarim na China tem sido bem-sucedida, isto porque
atualmente a maioria das pessoas de dialetos diferentes consegue entender e falar
mandarim. Porém, ainda não foi estabelecido um equilíbrio entre a promoção de uma
linguagem nativa uniforme e a preservação da diversidade cultural linguística (Wei,
2015). A unificação da língua também beneficiou a sua aprendizagem por parte dos
alunos estrangeiros em todas as partes do mundo e, ao mesmo tempo, a comunicação
entre chineses nativos e estrangeiros a viverem e/ou visitarem a China.
Em termos de iniciativas políticas para promover a língua no mundo, o governo
chinês tem investido fortemente nos Institutos Confúcio através do Gabinete do
Conselho Internacional do Ensino de Chinês, também conhecido como Hanban. Hanban
declarou a sua ambição de estabelecer mil Institutos Confúcio até 2020 com, no mínimo,
cem milhões de alunos no mundo. Consequentemente, o HSK (exame de língua chinesa
para estrangeiros) e o concurso anual Chinese Bridge (汉语桥, Hànyǔ qiáo) têm atraído
um número significativo de alunos estrangeiros. Logo, pode-se afirmar que o número de
alunos de mandarim tem vindo a crescer, assim como o número de cursos existentes nos
cinco continentes.
O governo chinês também tem apoiado projetos como o Global Chinese
Dictionary e o Cross-Strait Dictionary of Commonly Used Words. A criação e o
lançamento do dicionário Global Chinese Dictionary reuniu pessoas como o presidente
do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Li Ruihuan
(李瑞 , Lǐ Ruìhuán), o ex-primeiro-ministro de Singapura, Lee Kuan Yew (李光 , Lǐ
Guāngyào), e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou (马英九, Mǎ Yīngjiǔ).
2.2.2 Educação na China
A China tem o maior sistema educativo (anexo 2) do mundo, com
aproximadamente duzentos e sessenta milhões de estudantes e mais de quinze milhões
de professores em cerca de quinhentas e catorze mil escolas. O sistema educativo chinês
não só é numeroso como diversificado.
35
A vida académica da maioria dos alunos chineses começa na pré-escola aos
dois, três anos de idade. Contudo, a pré-escola não é obrigatória. A escolaridade
obrigatória inicia-se na escola primária e termina após a finalização do ensino básico. A
educação primária começa aos seis anos de idade e pode ter a duração de cinco ou seis
anos, dependendo dos contextos escolares. É nesta altura que começa a aprendizagem
da língua inglesa, que acompanha os discentes até ao fim do secundário e, muitas vezes,
até ao final da educação universitária. O inglês é a única língua estrangeira que os
alunos chineses aprendem durante o ensino obrigatório. Após a escola obrigatória, os
alunos podem optar por continuar a estudar, passando assim para o secundário. Este é
composto por três anos e os discentes podem seguir as seguintes categorias: o
secundário de estudos gerais, o técnico ou especializado, o secundário para adultos e o
profissional. Porém, para poderem entrar no secundário têm de passar no exame
nacional final do ensino básico2 (中考, zhōngkǎo). Através dos resultados obtidos, os
alunos são ou não colocados na escola escolhida. A colocação é feita por ordem
decrescente, o que significa que o aluno com os melhores resultados é o primeiro a ser
aceite.
A nível universitário, a licenciatura é de quatro anos. O mestrado pode ser de
dois ou três anos e o doutoramento de cinco anos, se o aluno apenas tiver licenciatura,
ou três anos, se o aluno já tiver o mestrado. Para além disso, os discentes também
podem escolher frequentar cursos profissionais universitários que são, normalmente, de
três anos. As candidaturas à universidade dependem dos resultados do exame nacional
após o secundário3 (高考, gāokǎo). A língua oficial na educação é o mandarim, que é
ensinada a todos os alunos, e o ano letivo tem início em setembro e termina em junho,
consistindo em dois semestres de vinte semanas cada (OECD, 2016, pp. 9-12).
A influência histórica remonta-nos para as reformas na educação dos anos
cinquenta da União Soviética. A pessoa de maior destaque foi Ivan Kairov e o seu livro
Pedagogics, de 1939, o qual foi traduzido para chinês e utilizado na formação de
professores. Kairov, Ministro da Educação da URSS de 1949 a 1956, escreveu sobre a
transmissão sistemática de conhecimento académico baseado num currículo detalhado e
planos de ensino. Insistia que os professores deviam ter o total controlo das atividades
da sala de aula, enquanto os alunos tinham o dever de ouvir atentamente e de forma
2 Tradução da autora (Tda).
3 Tda.
36
bem-comportada o professor. Os métodos de ensino de Kairov rapidamente ganharam
popularidade, não só por motivos culturais, mas também políticos, visto que a maioria
das ideias centralistas iam de acordo com a ideologia confucionista, a discrição moral, a
legitimidade da hierarquia social, o civismo e o respeito pelos outros (Halpin, 2014, p. 3)
Assim, o método de ensino tradicional, caracterizado pela transmissão de
conhecimentos através da imitação, repetição e memorização, tendo como elemento
principal o professor, tornou-se no mais comum nas salas de aula. Os professores
controlam o que é ensinado, quando e em que condições, preparam aulas estruturadas,
selecionam conteúdos e conhecimentos de livros, interpretam, analisam e transmitem
esses assuntos aos alunos, de forma clara e coesa, para que estes memorizem e repitam.
Os alunos dependem do professor para aprender (Halpin, 2014, pp. 1-2) (Chen, 2014, p.
343).
Contudo, recentemente, existe a consciência crescente de que os alunos chineses
têm vindo a tornar-se demasiado focados nos testes, faltando-lhes, assim, capacidades
culturais, criatividade e experiência em trabalho de equipa, aspetos necessários para
responder às necessidades do mercado global e para ir ao encontro do que os
empregadores multinacionais procuram. Neste sentido, o governo tem realçado a
importância de encorajar os alunos a tornarem-se mais ativos e criativos, em vez de
passivos e imitadores. As escolas chinesas têm de procurar métodos de ensino
inovadores para libertar os alunos de inúmeros trabalhos de casa e testes, pondo a sua
atenção em cada aluno e no seu potencial ideológico, moral, cultural e científico. Os
professores precisam de apoiar a criatividade e o trabalho em equipa para que a
educação vá mais ao encontro das necessidades dos alunos e ao desenvolvimento da
sociedade.
A reforma do currículo educativo que domina neste momento foi iniciada em
2001 pelo ministério da educação da República Popular da China, numa tentativa de
transformar a educação chinesa numa educação de qualidade centrada no aluno. Este
conceito de educação foi primeiramente introduzido para se opor à educação centrada
nos testes e tornou-se o princípio fundamental das políticas educativas até aos dias de
hoje.
Porém, mudar as práticas de ensino tem-se revelado uma tarefa difícil e os
resultados são pouco satisfatórios. Os métodos de ensino ocidentais focados no aluno
não resultaram como esperado, pois não vão ao encontro dos objetivos, práticas, valores
37
e crenças de muitos chineses que valorizam a sua cultura tradicional. Para além disso, o
exame nacional é o fator determinante para entrar quer no secundário quer na
universidade, sendo por isso a maior preocupação dos alunos e professores (Chen, 2014,
pp. 341-342).
2.2.2.1 Cultura de ensino
A cultura de ensino e aprendizagem chinesa traduz um conjunto de expectativas,
atitudes, crenças, valores, perceções, preferências, experiências e comportamentos
característicos da sociedade chinesa em relação ao ensino e aprendizagem. Assim, como
é de conhecimento geral, é perigoso generalizar sobre o comportamento cultural de um
grupo social, principalmente de uma sociedade tão grande e complexa como a chinesa.
Todavia, há algumas premissas sobre as práticas educativas já culturalmente enraizadas
e aceites que sustentam os modelos de aprendizagem e ensino chineses.
O sistema educativo chinês foi muito influenciado pelo confucionismo. Neste
capítulo apresentar-se-ão algumas características confucionistas importantes que ainda
hoje influenciam o sistema educativo chinês. A primeira característica a ser
desenvolvida diz respeito à importância da educação. Confúcio considerava a educação
fundamental e via-a como um instrumento para mudar a vida e o futuro de uma pessoa,
pois, graças a ela, um cidadão comum podia vir a ser alguém importante e com um
estatuto mais elevado. Do mesmo modo, uma nação fraca poderia tornar-se forte.
Consequentemente, a importância da educação foi-se interiorizando na sociedade
chinesa e tornou-se para muitos um objetivo de vida. Mesmo as pessoas que não tinham
meios para poder frequentar a escola reconheciam a sua importância. Como diz o ditado
popular chinês: só a educação é superior, tudo o resto é irrelevante4 (万般皆 品, 唯
有读书高 Wànbān jiē xiàpǐn, wéi yǒu dúshū gāo). Confúcio também defendia que a
educação e o conhecimento podem trazer reconhecimento social e recompensas
monetárias, uma vez que uma pessoa pode subir na pirâmide hierárquica. Esta crença
contribuiu muito para a enorme motivação que as gerações chinesas têm em aprender
(Hu, 2002, pp. 96-97).
A segunda característica refere-se à importância dos valores morais. A
educação na China não só está relacionada com o desenvolvimento intelectual, mas
4 Tda.
38
também com o cultivo das qualidades morais. A educação moral na China encoraja a
imitação de modelos aprovados socialmente. Inclui o ensino de como se relacionar com
os outros em sociedade e o cultivo de virtudes morais, como a lealdade, fidelidade,
altruísmo, modéstia e conformidade, ou seja, como uma boa pessoa deve ser e
comportar-se. O desenvolvimento moral, atualmente, ainda é considerado a base de uma
educação com sucesso. Na cultura chinesa, os princípios confucionistas têm um impacto
muito importante quer nas interações com o outro em sociedade, quer nas relações e
interações familiares. Estes princípios definem o controlo paternal, a obediência, a
disciplina rígida, enfatizam a educação, a piedade filial, o respeito pelos mais velhos, a
preocupação com os mais jovens, as obrigações familiares, a reverência pela tradição, a
preservação da harmonia e a negação do conflito (Hu, 2002, p. 97) (Li & Chang Pu,
2010, p. 130).
Relativamente à terceira característica, na China a educação baseia-se num
processo de acumulação de conhecimento em vez de num processo de construir e usar
conhecimentos para objetivos imediatos. O verdadeiro conhecimento está nos textos
escritos, principalmente nos clássicos, por isso na sociedade chinesa ler livros é muito
importante, como nos dizem provérbios como estes: “abrir um livro é sempre útil”5 (开
卷有益 kāijuàn yǒuyì); “quando chegar a altura de usares o teu conhecimento, vais-te
odiar por teres lido pouco”6 (书到用时方恨少 Shū dào yòngshí fāng hèn shǎo). Esta
característica explica a importância dos livros numa sala de aula chinesa. O ensino e a
aprendizagem geralmente envolvem ler, memorizar e repetir a informação presente nos
manuais e explicada pelo professor (Hu, 2002, pp. 97-98).
A quarta característica prende-se com a hierarquia presente na sala de aula. O
povo chinês define-se nas suas relações com os outros e comunica entre si observando
atentamente as diferentes regras sociais determinadas pelos vários estatutos e papéis na
sociedade. Entre as cinco relações primordiais da cultura chinesa definidas pelo
confucionismo (ministros-governados, pai e filho, marido e esposa, irmãos/irmãs e
amigos), a relação entre pai e filho é uma das mais importantes. A relação entre
professor e aluno assemelha-se a essa relação. O professor é a figura de autoridade e
tem um estatuto hierárquico elevado, enquanto o aluno ocupa um estatuto baixo. No
5 Tda.
6 Tda.
39
atual pensamento educativo chinês, o papel do professor é transmitir conhecimentos,
sabedoria, cultura, virtude, respeito pela aprendizagem e obediência à autoridade. O
papel do estudante é dominar o conhecimento que o professor transmite e aprender
seguindo o seu exemplo (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).
Por último, a habilidade inata não é fundamental para o sucesso ou fracasso
em aprender. Confúcio acreditava que qualquer pessoa que quisesse aprender o podia
fazer e insistia que na educação, não se devia distinguir sobre quem pode e quem não
pode aprender7 (有教无类 yǒu jiào wú lèi). Todos podem aprender e atingir a perfeição.
Apesar de reconhecer diferenças em inteligência e habilidade, estas não são
determinantes para o sucesso educativo. O que importa, efetivamente, é o esforço,
determinação, perseverança, paciência e firmeza (Hu, 2002, p. 98).
2.2.2.2 Aulas
Na China, as aulas são organizadas num formato típico de cinco partes:
iniciação, revisão, ensino, atividades de sala de aula focadas no que se tem vindo a
aprender para reforçar e, por último, trabalhos de casa.
As aulas são centradas no professor. O professor dá instruções, ensina, lê,
enquanto os alunos tiram notas ou copiam, fornece um modelo de pronúncia para os
alunos copiarem, supervisiona os exercícios escritos e responde a perguntas quando for
a altura apropriada para os alunos as fazerem. Os exercícios, os testes, os modelos, a
gramática e o vocabulário são todos baseados em textos. As aulas são também focadas
na gramática e no vocabulário com o objetivo de melhorar a parte escrita em vez da
competência comunicativa. Esta ênfase presente no desenvolvimento das capacidades
escritas dos alunos deve-se à importância que as competências de tradução têm na
China, visto que a maior parte do material escrito, importante para a modernização
tecnológica e científica do país, está em inglês e outras línguas europeias.
Em relação à avaliação das competências dos alunos, os testes escritos são os
preferidos por parte dos professores. São um meio importante para identificar o talento,
alocar as pessoas nos empregos e motivar para o sucesso individual, num país muito
comprometido com o seu desenvolvimento económico e a sua modernização (Degen &
Absalom, 1998, p. 122).
7 Tda.
40
2.2.2.2.1 Os 4 “R” e os 4 “M”, por Guangwei Hu
Como já foi referido anteriormente, na China as aulas são focadas no professor e
nos manuais. As estratégias de aprendizagem mais comuns refletem bem essa realidade.
Neste subcapítulo resumir-se-á um pouco essas estratégias, usando o sistema dos quatro
R e dos quatro M de Guangwei Hu (Hu, 2002, pp. 100-101). É de ter em consideração que,
uma vez que este autor escreve em inglês, na nossa língua portuguesa estas oito palavras
características não começam todas por R e M.
Os quatro R presentes nas estratégias de aprendizagem são: receção (reception),
repetição (repetition), revisão (revision) e reprodução (reprodution). O processo de
aprendizagem é um processo de receção. Os alunos recebem e retêm a informação e o
conhecimento partilhado pelo professor e pelo manual. Para adquirir e compreender
esse conhecimento, os alunos precisam de estudar repetidamente o que aprenderam -
repetição. Assim como a receção e a repetição são fundamentais no processo de
aprendizagem, a revisão também ocupa um papel importante. Tal como Confúcio dizia,
revendo o que se aprendeu, podemos aprender algo novo8 (温故知新 Wēn Gù Zhī Xīn).
Os alunos reveem o que aprenderam e repetem para consolidar e aprofundar o seu
conhecimento. Por último, os alunos têm de ser capazes de reproduzir o conhecimento
obtido - reprodução. Se não forem capazes, significa que não conseguiram dominar o
conhecimento transmitido.
Os quatro M presentes nas estratégias de aprendizagem, muito valorizados na
cultura chinesa são: meticulosidade (meticulosity), memorização (memorisation),
atividade mental (mental activity) e domínio (mastery).
A meticulosidade refere-se à necessidade de prestar atenção ao detalhe do
conhecimento. Quando se aprende, os detalhes são importantes.
O segundo M diz respeito à memorização. A memorização é uma das
estratégias de aprendizagem mais valorizadas na China. Contudo, é importante referir
que os alunos chineses não são encorajados a memorizar mecanicamente, mas sim,
primeiramente, a compreender e depois a memorizar, ou seja, memorizar o que
aprendeu e aprender através da memorização. Consequentemente, a atividade mental é
mais valorizada do que a atividade verbal.
8 Tda.
41
Por fim, a aprendizagem não acontece até que o aluno domine o conhecimento
recebido. Só o domínio completo é aceite e o aluno deve ser honesto em relação às suas
competências, de modo a poder melhorar. Como Confúcio dizia, “diz que sim quando
sabes, diz que não quando não sabes”9 (知之为知之, 知 知 Zhīzhī wéi zhīzhī,
bùzhī wéi bùzhī).
2.2.2.3 Professores
De acordo com as tradições chinesas, o papel de um professor é equivalente ao
de um pai: “professor por um dia, um pai para sempre”10 (一日为师,终身为父 Yī rì
wéi shī, zhōngshēn wèi fù). Assim sendo, os professores não só têm a responsabilidade
de ensinar, transmitir conhecimento, como também de educar os seus alunos. Seguindo
esta linha de pensamento, o conceito de educação, o processo de aprendizagem e as
expectativas de como um bom professor deve ser, acabam por ser influenciados por esta
realidade (Li & Chang Pu, 2010, p. 130).
O professor possui, então, duas tarefas principais, nomeadamente, ensinar e
cultivar a personalidade dos alunos11 (教书育人 Jiāoshū yù rén). Para se garantir que o
conhecimento é transmitido correta e apropriadamente, o professor tem de dominar um
certo nível de conhecimento e ter capacidades para o transmitir da forma mais acessível
e coesa possível. Por outro lado, para que os seus alunos aprendam os valores morais e
como se comportar em sociedade, o professor precisa de ser um modelo de
comportamento social a seguir pelos seus alunos. Pode-se, assim, afirmar que o
processo de ensino acaba por ser um processo de imitação e repetição.
O professor ideal é, por isso, uma pessoa mais velha que domina o conhecimento
que vai ser passado para os seus alunos mais jovens, sabe o que é útil e importante para
eles, prepara as aulas cuidadosamente, tem sempre as respostas certas e apresenta e
explica o conhecimento de forma a ser facilmente apreendido. Para além disso, está
sempre bem preparado, domina as técnicas de ensino, fornece um plano de ensino claro
e material para ser utilizado em cada aula, mantém a disciplina, dá explicações claras,
prepara testes frequentemente e entrega as notas dos testes e trabalhos o mais
9 Tda.
10 Tda.
11 Tda.
42
rapidamente possível. Os bons professores também são aqueles que se preocupam,
ajudam a resolver qualquer problema desde os pessoais aos escolares e estão dispostos a
transmitir as suas experiências pessoais para que os seus alunos aprendam com elas.
É igualmente dever do professor assegurar-se que os seus alunos progridem
satisfatoriamente. Se o aluno não consegue dominar o conhecimento recebido ou não
progride satisfatoriamente, a responsabilidade acaba por ser do professor, visto não ter
conseguido motivar o aluno, não transmitiu o conhecimento claramente ou não
supervisionou atentamente o processo de aprendizagem (Hu, 2002, pp. 98-99).
2.2.2.4 O aluno
Desde tenra idade que os alunos chineses sabem que a educação é fundamental
para garantir um bom futuro, ajudar a sociedade e o seu país a crescer, trazer glória para
os seus antepassados12 (光宗 祖 guāngzōng yào zǔ) e família. Por isso são conhecidos
por serem alunos diligentes, persistentes, esforçados, obedientes, bem-comportados e
mais interessados em satisfazer as necessidades do grupo em vez das pessoais (Hu,
2002, p. 100).
Numa sociedade hierarquizada como a chinesa e, tal como foi falado
anteriormente, na sala de aula, a figura de autoridade presente é o professor, por isso os
alunos lhe são obedientes. O papel deles é respeitar, obedecer, ouvir o professor13 (听
师的话 tīng lǎoshī dehuà), aprender o conhecimento recebido e só falar quando lhes é
permitido. O professor está sempre certo e os alunos nunca devem duvidar do
conhecimento do professor ou discutir com ele (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).
Os discentes devem aprender seriamente, estarem preparados para sacrificar
outras atividades, como a sua vida social em prol do estudo, e estarem dispostos a
passar bastante tempo a estudar. Devem sempre estabelecer objetivos ambiciosos e não
se contentarem com pouco, devem trabalhar muito, terem perseverança e paciência para,
como o provérbio chinês diz, “transformar uma barra de ferro numa agulha”14 (磨杵成
针 mó chǔ chéng zhēn). Em contrapartida, não devem expressar as suas opiniões e
ideias ou questionar o conhecimento recebido, até que possuam domínio e
conhecimento suficiente para criar argumentos bem informados.
12 Tda.
13 Tda. 14 Tda.
43
Durante a aula, os alunos não podem interromper o professor por nenhum
motivo. Se tiverem dúvidas ou se quiserem fazer perguntas têm de esperar pela
permissão deste ou pelo final da aula. Comportamentos como falar livremente,
interromper, levantar-se sem permissão, responder mal às ordens do professor, desafiá-
lo, são considerados inaceitáveis e desrespeitosos (Hu, 2002, p. 100) (Zhao, 2007, p.
131) (Li & Chang Pu, 2010, p. 138).
2.2.2.5 Relação professor e aluno
A relação entre professor e aluno na sala de aula é uma relação hierárquica
como a de pai e filho, mas baseada na experiência e na educação. O professor é visto
como alguém com mais experiência e conhecimento, não em todas as áreas, mas pelo
menos na que ensina. Desde o primeiro dia de aulas, os alunos são ensinados a respeitar
o professor, porque este é quem lhes vai ensinar tudo o que vão aprender. Esta relação
hierárquica requer respeito e educação do mais novo para com o mais velho. É por essa
mesma razão que chamar o professor pelo nome é desrespeitoso. Só se usam os nomes
próprios com alguém que faça parte do mesmo grupo, onde exista uma relação
igualitária. Dado que o professor é a figura de autoridade na sala de aula, os alunos
nunca o chamam pelo primeiro nome, mas sempre pelo seu título formal e apelido,
como por exemplo: professor Wang15 (王 师 Wáng lǎoshī). Como já foi mencionado
anteriormente, “uma vez professor, um pai para sempre”. Os alunos devem sempre
tratar as pessoas que os ensinaram como professor, mesmo fora da escola e depois de se
formarem. Os professores chineses também tratam os alunos de forma muito formal,
usando o seu nome completo e nunca só o nome próprio (Zhao, 2007, pp. 130-131) (Li
& Chang Pu, 2010, p. 138).
Uma vez que os alunos começam a sua vida académica, eles estão sob a custódia
dos seus professores, que se responsabilizam pelos seus estudos, pela sua maneira de
viver, pela sua visão do mundo, pelos seus valores, etc. Para muitos alunos, os
professores, principalmente os professores da primária e do secundário, têm mais
autoridade que os seus pais. Eles têm a responsabilidade de cuidar dos alunos, de exigir,
persuadir, obrigá-los a estudar mais para obterem um melhor resultado nos estudos.
Estas características culturais ditaram a forma de participar na aula. Quando os
professores e os alunos estão na sala, ambos irão representar o seu papel em termos de
15 Tda.
44
posição física, na participação e no ouvir e falar. Os alunos têm o papel de ouvir e
aceitar o conhecimento transmitido pelo professor como verdade, nunca duvidando
deste. São, também, encorajados a sentarem-se calados e a não perturbarem o decorrer
da aula. O papel do professor e dos alunos é estabelecido logo no início da vida
académica (Zhao, 2007, p. 131).
45
Capítulo III
Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas: português e chinês língua não materna em Portugal e na China
46
47
3. Porquê aprender línguas estrangeiras? O encanto de saber outras línguas:
português e chinês língua não materna em Portugal e na China
Porque é que se aprende uma segunda língua? Qual é o interesse? Os motivos
que levam muitas pessoas a aprender línguas estrangeiras são variados, desde o querer
encontrar um trabalho melhor, o querer viajar ou viver nos países onde essa língua é
falada ou, simplesmente, o gostar da língua e ter interesse em compreender melhor a
respetiva cultura.
Quais são as vantagens de aprender línguas? As vantagens podem verificar-se a
vários níveis. Quando uma pessoa aprende outras línguas, cresce a nível pessoal, pois
apreende, de alguma forma, uma melhor versão de si próprio. A língua é a porta de
entrada para a aprendizagem de uma nova cultura. Os alunos são conduzidos a conhecer
outras formas de viver, pensar e comunicar, apreciando outros estilos de música, arte,
cinema, entre outros. Os seus horizontes expandem-se e acabam por aceitar e
compreender melhor que as pessoas e as culturas são diferentes, o que as torna mais
interessantes e tolerantes.
A nível mais prático, a aprendizagem de línguas estrangeiras favorece
fortemente a carreira profissional de um indivíduo e aprende-se a comunicar com
pessoas de outros países quer seja em situação de negócios, quer seja por lazer.
A nível cognitivo, quando o aluno aprende uma nova língua, com a interação
com o professor e com a procura de melhores formas para estudar com sucesso adquire,
igualmente, novos métodos de aprendizagem e o seu conhecimento sobre a língua
materna também aumenta.
Neste sentido, a aprendizagem de línguas estrangeiras é deveras vantajosa.
Promove-se a interculturalidade e a paz, facilita a integração das minorias étnicas na
sociedade e as trocas comerciais internacionais, ajuda a criar uma força de trabalho
competente e, não menos importante, a criar cidadãos tolerantes às diferenças,
benevolentes e responsáveis (Mateus, et al., 2009, pp. 9-10).
3.1 O papel do professor de línguas estrangeiras (LE)
O processo de ensino e aprendizagem de LE não se restringe à explicitação de
factos e comportamentos de diferentes culturas, ao ensino da gramática da língua. A sua
48
importância atinge um nível mais pessoal. O ensino e aprendizagem de LE também
apela à sensibilidade de todas as pessoas envolvidas na interação, para que saibam agir
corretamente nos diferentes contextos culturais de forma a compreenderem e
respeitarem-se uns aos outros, aceitando as diferenças e criando novas identidades.
Assim, os professores de línguas e culturas estrangeiras têm de estar preparados para
assumir o papel de mediadores entre a língua materna e a(s) língua(s) estrangeira(s) que
os alunos vão aprender, de modo a que possam prepará-los para se moverem em
sociedades globais e multiculturais e ajudá-los a conhecer e a respeitar as diferenças
(Ianuskiewtz, 2012, pp. 108-109).
Para uma aprendizagem de sucesso, o professor é considerado o elemento chave.
Primeiramente, o docente deve procurar informar-se sobre os perfis social, psíquico e
linguístico dos alunos, com o intuito de selecionar os métodos de ensino, os conteúdos,
entre outros, mais adequados. Convém referir que uma metodologia é um conjunto de
estratégias usadas com a finalidade de atingir as metas propostas para o ensino de uma
determinada disciplina, nunca negligenciando a importância da motivação para a
aquisição do saber. Dentro de uma metodologia, é possível usar várias estratégias para
que os aprendentes obtenham as competências previamente estabelecidas nas
planificações e planos de aula. Assim sendo, é crucial que o professor tenha espírito
crítico para avaliar a sua atuação em contexto de sala de aula e para, se necessário,
mudar as suas estratégias com vista a atingir os resultados pretendidos. Com esta
finalidade, torna-se necessário experimentar para poder melhorar e corrigir as
metodologias. No ensino de línguas estrangeiras é de máxima importância trabalhar
todas as competências (oral, escrita, gramatical, leitura), de forma a capacitar os
discentes a comunicar com correção ora por escrito, ora oralmente (Mateus, et al., 2009,
p. 34) (Oliveira, 2012, pp. 6-8).
A relação entre o professor e aluno também é fundamental. Os alunos de línguas
devem gostar da língua em questão, do ambiente de ensino, dos professores, dos colegas
e dos materiais de aprendizagem. Uma atitude positiva em relação ao estudo e às aulas
facilita o processo de aquisição de conhecimentos. Assim, o desempenho do professor
em sala de aula, as atividades que implementa e o seu comportamento para com o corpo
aprendente influencia, profundamente, os resultados e o empenho deste (Mateus, et al.,
2009, pp. 49-50).
49
A comunicação é um dos pilares da aprendizagem; logo, a utilização de recursos
que a promovam é um contributo forte para a inclusão ativa e para a participação na
escola e no mundo. O objetivo é oferecer ao aluno de língua não materna um conjunto
de situações relevantes e diversas, de modo a que a sua aprendizagem seja abrangente,
envolvendo-o em atos comunicativos significantes que o conduzam a uma maior
interação e integração, ao mesmo tempo que recebe conhecimentos culturais essenciais
para a sua aprendizagem. Para adquirir destreza linguística, os alunos precisam de
experienciar o uso da língua em vários contextos para vários propósitos. Para isso, o
docente deve usar materiais escritos e orais variados no seu tipo, género e temas, nunca
esquecendo, contudo, que estes devem ser usados como recurso e não como guião. A
linguagem utilizada deve ser a padrão.
Sendo a prática a chave do sucesso, cabe ao professor criar a oportunidade em
sala de aula, fazendo uso de atividades que estimulem o interesse dos seus alunos e que
sejam adequadas às suas necessidades e capacidades (Mateus, et al., 2009, pp. 47-54).
Um dos maiores desafios que o docente encontra diz respeito ao tamanho da sua
turma. O número de alunos por turma influencia o decorrer da aula, principalmente no
que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades orais dos discentes. Se a turma for
numerosa, as oportunidades para os alunos expressarem as suas opiniões e sentimentos
são diminutas, não conseguindo, assim, alcançar os objetivos pretendidos. Por outro
lado, é necessário um número equilibrado de alunos para poder haver interação e
desenvolver não só a oralidade, mas as relações e a amizade entre os pares (Oliveira,
2012, p. 13).
3.1.1 Português língua não materna na China
Nos últimos anos, principalmente após o estabelecimento das relações
diplomáticas entre a China e Portugal em 1979, o retorno da soberania de Macau ao
Governo Chinês em 1999 e o aumento das trocas económicas e comerciais entre a China
e Portugal, entre outros países de língua oficial portuguesa, a procura do português
como língua estrangeira tem sido cada vez maior naquele país asiático (Shuhan, 2014, p.
6).
O desenvolvimento do ensino de português na China pode ser dividido em
quatro períodos: Período inicial (1960-1966), período de Reconstrução (1973-1978), de
Desenvolvimento (1978-2005) e, por último, o de Diversificação (2005-presente).
Período inicial (1960-1966):
50
Neste período, a aprendizagem do português ainda não era considerada
importante, visto que não havia grande necessidade de usar o português no mundo
internacional. Contudo, nesta época, já havia cursos de licenciatura em Português em
Pequim, sendo a tradução o principal foco. Exemplos disso são o curso de licenciatura
em língua portuguesa no Instituto de Radiodifusão de Pequim (IRP, a atual
Universidade de Comunicação na China), o primeiro a ser fundado, em 1960. Este tinha
uma duração de quatro anos e contava com dezoito alunos. Nesse mesmo ano, o
Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim (ILEP, a atual Universidade de Estudos
Estrangeiros de Pequim) também abriu um curso de especialização em português e, no
ano seguinte, começou a ser implementado. Porém, neste período, a língua portuguesa
perdia o destaque para as línguas inglesa e russa, declaradas fundamentais para as
relações diplomáticas.
Gu Fengxiang, ex-aluno do primeiro curso de licenciatura em português do ILEP,
recorda que o objetivo principal do curso era formar futuros tradutores e diplomatas.
Assim, as disciplinas do curso eram divididas em cinco categorias: Português:
Português Elementar/Avançado, Leitura Intensiva, Gramática; Política: Marxismo-
leninismo e Pensamento de MaoTsé-tung, História das Relações Diplomáticas; Chinês:
Chinês Antigo; Prática Social: Participação em alguns eventos diplomáticos; Educação
Física.
Reconstrução (1973-1978):
Com a “Grande Revolução Cultural” em 1966, o ensino de português foi
interrompido, voltando novamente em 1973, no ILEP. Segundo a Dr.ª Zhao Hongling,
professora da BFSU, o plano curricular do curso de português também foi sujeito a
algumas alterações, nomeadamente, criaram-se as disciplinas de Conversação, Tradução
e Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês. O inglês foi introduzido no curso
como segunda língua estrangeira. Importa referir que muitos dos professores chineses
de língua portuguesa com mais experiência, assim como os primeiros diplomatas,
formaram-se neste curso.
Desenvolvimento (1978-2005):
Em dezembro de 1978, com a Terceira Sessão Plenária do 11.º Comité Central
do Partido Comunista da China, novas reformas políticas e económicas entraram em
vigor. Logo, a prioridade do governo passou a ser a modernização e o desenvolvimento
do país. Neste sentido, várias medidas foram tomadas para dinamizar o ensino de
línguas estrangeiras como, por exemplo a isenção do exame nacional de acesso ao
51
ensino superior aos alunos que quisessem candidatar-se a cursos de português, entre
outras línguas. Para serem admitidos no ensino superior, apenas teriam de passar nas
provas escritas e orais realizadas pelas universidades onde essas línguas eram
lecionadas. Com o aprofundamento das relações entre a China e os países lusófonos e
com a promoção da língua portuguesa, os cursos de português nas universidades
tornaram-se mais diversificados e completos.
É neste período também que se intensifica o intercâmbio entre universidades da
China continental e Macau: desde a década de 80 que, a convite da Universidade de
Macau (UM), a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BFSU) envia todos
os anos os alunos do 1.º ano do curso de português para Macau, com vista a
participarem no Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesas. Em 1998, a BFSU, a
UM e a Fundação de Macau assinaram um acordo de cooperação para que os alunos do
3.º ano da BFSU pudessem receber bolsas de estudo da Fundação, para estudarem um
ano na UM. Simultaneamente, realizou-se a primeira cooperação entre as universidades
chinesas e as do mundo lusófono: entre 1976 e 1978, três turmas, com mais de trinta
alunos, fizeram intercâmbio na Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique.
Diversificação (2005-presente):
A partir de 2005 o número de cursos de português aumentou substancialmente.
Muitas universidades basearam-se nos planos curriculares das universidades onde já
existia o curso para criarem os seus, havendo apenas algumas diferenças devido à área
para o qual o curso é orientado: formação geral, formação em tradução, comércio,
diplomacia, entre outras (Shuhan, 2014, pp. 25-29).
Atualmente, a China é o país onde mais se aprende português e o número de
instituições com cursos de PLE está a aumentar: em 2012 existiam dezanove, em 2015 o
número aumentou para vinte e oito e hoje em dia já são mais de trinta. Para além destes
estabelecimentos de ensino superior, há outras instituições onde se leciona o português,
como por exemplo nas escolas de línguas. Em 2013, a China continental contabilizava
mais de dois mil licenciados em português, a par com os mil e seiscentos estudantes a
frequentar licenciaturas em língua portuguesa, distribuídos por vinte e uma
universidades (anexo 3). Assim sendo, a China contribui imenso para a afirmação
internacional da língua portuguesa e tem apostado cada vez mais em melhorar o ensino,
na criação de bolsas de estudo, entre outros ((Macau), 2015) (Macau, 2015) (Lusa,
2016).
52
De acordo com a agência portuguesa de notícias Lusa:
“em 2015, há registo de trinta e nove professores chineses e dezoito
estrangeiros a ensinarem português em universidades chinesas. A maioria dos docentes
estrangeiros provém de Portugal e do Brasil”. ((Macau), 2015)
Um grande aumento, comparando com os dados de 2010 (anexo 4).
Apesar do aumento da procura e de cursos de PLE, as instituições ainda
enfrentam muitos desafios para conseguir assegurar a qualidade do ensino, que varia
muito de cidade para cidade e, principalmente, entre zonas urbanas e rurais. A falta de
coordenação a nível nacional, a escassez de manuais didáticos e um corpo docente
muito jovem, nem sempre bem preparado e muitas vezes insuficiente para responder às
necessidades do curso são alguns dos problemas que estas universidades têm de
enfrentar:
"Há mais de 100 docentes a leccionar português no Ensino Superior. É um
corpo muito jovem, 65% dos professores são chineses e têm problemas de formação",
explica Carlos André. Os outros 35% são docentes de nacionalidade portuguesa ou
brasileira.” (SOARES, 2013)
Em relação aos manuais, existem poucos produzidos na China, embora o seu
número tenha vindo a aumentar. Os produzidos em Portugal e outros países de língua
portuguesa nem sempre conseguem responder às necessidades dos alunos chineses. Para
além disso, a maioria da oferta é para níveis mais baixos (Shuhan, 2014, p. 12) (Lusa,
2016).
No ensino de PLE na China, Macau tem um papel fundamental na sua promoção,
devido à sua ligação histórica e cultural com ambos os países. O ensino de português
em Macau começou no séc. XVI com a chegada dos jesuítas e, hoje em dia, é das
regiões da Ásia com maior oferta de cursos de língua portuguesa (anexo 5).
Em 2016, o Presidente de Macau afirmou a sua vontade de colocar Macau no
mapa como centro de formação de português, no que conta com o apoio de Pequim.
Importa também salientar que o governo chinês já exprimiu o desejo de tornar Macau
uma plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa (Lusa,
2016).
53
“Macau quer assumir-se como um centro de formação de língua portuguesa na região
da Ásia-Pacífico, disse esta sexta-feira o chefe do Governo do território, Fernando
Chui Sai On.
Considerando que já há “uma certa base” no ensino do português, Chui Sai On
afirmou que Macau “tem condições para ser uma base de formação” nesta área na
zona da Ásia-Pacífico, dizendo que este é um dos objetivos estratégicos da região para
os próximos anos.” (Lusa, 2016)
Para melhor responder às necessidades dos alunos, o governo de Macau pondera
seriamente contratar mais professores portugueses, com o intuito de responder à falta de
quadros bilingues (Lusa, 2016).
É importante também mencionar o trabalho das instituições de Macau em criar
materiais de ensino de português e em organizar conferências e projetos que ajudem à
divulgação do português na China continental. Exemplo disso é o manual de ensino
Português Global publicado pelo Instituto Politécnico de Macau, em três volumes, o
qual foi divulgado na China após o estabelecimento de um acordo com uma editora de
Pequim em 2016 (Portuguesa, 2016).
Cada sistema educativo envolve e opera num contexto cultural e os métodos
educativos estão relacionados com esse contexto. Para ensinar com sucesso num
sistema, o professor tem de saber o que funciona e o que não funciona nesse contexto
cultural. Assim, os professores de línguas estrangeiras a ensinar na China devem ter em
consideração a cultura de ensino do país e a importância do método tradicional, que
conta com grandes apoios históricos, culturais, económicos e políticos. Para além disso,
devem ter em atenção os problemas que podem surgir quando existe intercâmbio
cultural, como os preconceitos e os estereótipos, o choque cultural, de modo a não
interferir no sucesso da aprendizagem.
3.1.1.1 Licenciaturas: Planos curriculares
Como já foi referido anteriormente, o ensino de português na China tem vindo a
ser dinamizado e, atualmente, mais de trinta universidades dispõem de cursos de língua
portuguesa. Neste subcapítulo serão analisados os cursos de português de duas
universidades, uma na China continental, a Universidade de Estudos Internacionais de
Xi’an (XISU) e uma em Macau, a Universidade de Macau (UM), de forma a demonstrar
como é organizado o ensino de portuguesa língua estrangeira na China. Importante
54
referir que estas duas universidades são usadas como exemplo e podem não refletir a
realidade de todas as universidades chinesas com licenciaturas em português língua não
materna.
Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an:
A Universidade de Estudos Internacionais de Xi’an foi a quarta universidade da
China continental a criar um curso de licenciatura em língua portuguesa. Este curso
entrou em funcionamento em 2007. Faz parte do departamento de Línguas e Culturas
Ocidentais, e tem a duração de quatro anos. Em 2012, o corpo docente era composto por
seis professores chineses e uma professora portuguesa.
O plano curricular criado para este curso tem como objetivo formar alunos com
conhecimentos científicos e culturais para poderem vir a desempenhar funções nas áreas
de tradução, educação, turismo, investigação cultural, negócios estrangeiros, economia,
entre outros. Para concluir o curso, os alunos têm de obter pelo menos cento e setenta e
três créditos ao longo dos quatro anos, sendo que no total as disciplinas relacionadas
com a língua acumulam 64% dos créditos totais e 69% da carga horária, como se pode
constatar no anexo 6.
As disciplinas estão divididas em cadeiras de conhecimento geral e cadeiras
relativas à aprendizagem da língua. O grupo de disciplinas de conhecimento geral
(anexo 7) engloba, maioritariamente, conteúdos relacionados com ideologia e teoria
política, porém é importante enfatizar a relevância da segunda língua estrangeira, o
inglês. Os alunos precisam obter o CET4 (College English Test Level 4) para se
poderem formar.
O grupo de disciplinas relacionadas com a aprendizagem da língua, tal como o
nome indica, é composto, sobretudo, por cadeiras focadas no desenvolvimento
linguístico e cultural (anexo 8).
No 3.º e 4.º anos, os alunos têm a oportunidade de fazer intercâmbio com
Portugal e com o Brasil, podendo optar por irem para as universidades com quem XISU
tem acordos de cooperação ou com universidades à sua escolha, desde que seja possível
haver equivalência de créditos. As universidades favoritas são a Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, a Universidade de Lisboa e a Universidade de Coimbra. Em
2014, a XISU tinha acordos com a Universidade de São Paulo, Universidade do Minho
e a Universidade de Aveiro (Shuhan, 2014, pp. 29-34).
55
Como se pode observar nas tabelas apresentadas no anexo 8, no curso de
português na universidade em questão as cadeiras relacionadas com a língua ganham
destaque, seguidas por cadeiras relacionadas com a política, economia e história da
China. Os alunos não só estudam a história de Portugal como também do Brasil, assim
como a sua respetiva literatura. Contudo, a aprendizagem da cultura desses mesmos
países lusófonos não faz parte do plano de estudos. Também é possível comprovar a
importância do desenvolvimento das competências de tradução e da gramática, da
leitura e da escrita, que juntas tem mais créditos do que a cadeira de oralidade,
demonstrando a importância conferida ao saber escrito. Também foi possível verificar a
importância da língua inglesa na sociedade chinesa, visto ser obrigatório os alunos
obterem o CET4 para se poderem formar.
Universidade de Macau:
A Universidade de Macau, fundada em 1981, foi a primeira universidade em
Macau a criar o curso de língua portuguesa. O Departamento de Português está
integrado na Faculdade de Artes e Humanidades e é o maior departamento de estudos
portugueses na Ásia, com o maior número de professores e alunos, assim como com a
maior diversidade de programas de estudo. O seu corpo docente é composto por
professores nativos portugueses e brasileiros, bem como chineses bilingues.
A licenciatura em Estudos Portugueses, de quatro anos, apresenta como metas
promover os estudos da língua portuguesa e das culturas lusófonas, proporcionar a
investigação científica nesses mesmos domínios e formar profissionais habilitados nas
áreas que envolvem comunicação intercultural entre a China e os países lusófonos.
As disciplinas do curso são divididas em disciplinas de conhecimento geral e
disciplinas relacionadas com a aprendizagem da língua (anexo 9). Cada disciplina é
lecionada duas vezes por semana, tendo uma duração de uma hora e meia cada sessão.
A maior parte das cadeiras deste curso são lecionadas por professores nativos de
português. As únicas ensinadas por professores chineses são: Introdução à Compreensão
de Português Escrito I e II, Estrutura da Língua Portuguesa I e II, Tradução I e II
(Português/Chinês), Tradução Avançada II (Português/Chinês) e Interpretação II
(Português/Chinês), visto no 1º ano do curso ser necessário usar a língua chinesa para
comunicar com os alunos.
56
Em relação ao intercâmbio internacional, os alunos são encorajados a estudar
pelo menos um semestre numa universidade portuguesa ou brasileira durante o 3.º ano.
Em 2014, o Departamento de Português possuía protocolos com diversas universidades,
nomeadamente a Universidade de Lisboa, a Universidade de Coimbra, a Universidade
do Minho, a Universidade de Aveiro, a Universidade da Beira Interior, a Universidade
de São Paulo, a Universidade de Brasília, a Universidade de Caxias do Sul e a
Universidade Regional de Blumenau (Shuhan, 2014, pp. 34-38).
Como se pode observar nas tabelas apresentadas, no curso de português na
universidade em questão a aprendizagem de cadeiras relacionadas com a língua ganham
destaque. Visto ser um curso focado em tradução, é possível comprovar a importância
do desenvolvimento dessa competência, da gramática, da leitura e da escrita. Nesta
universidade o inglês também está presente.
A oferta educativa das duas licenciaturas varia com os objetivos do curso,
contudo o desenvolvimento das competências linguísticas (oralidade, escrita, leitura),
assim como a transmissão de saberes sobre o país estudado (história, cultura, literatura,
geografia) está sempre presente e numa posição de destaque. É importante referir o
facto da universidade de Xi’an incluir cadeiras, comuns a todos os cursos, relacionadas
com a China e o seu desenvolvimento social, económico e político, assim como a sua
filosofia, situação semelhante à de outras universidades do país. O mesmo se pode dizer
sobre o peso do inglês, ferramenta de desenvolvimento do país e por isso muito presente
na vida académica dos alunos chineses.
3.1.2 Chinês língua não materna em Portugal
Com a importância da China no mundo atual, a língua mais falada em todo o
mundo é o mandarim. Há mais de mil milhões de pessoas no mundo a falar a língua e
muitos portugueses estão entre esses números. A procura é cada vez maior,
principalmente pela geração mais jovem, que vê nesta língua a oportunidade de um
futuro melhor. O aumento da procura significa o aumento de cursos de mandarim e,
neste sentido, muitas escolas de línguas por todo o país apostam nestes cursos, nos quais
colaboram professores nativos e professores portugueses fluentes na língua. Porém, os
Institutos Confúcio (ICo) são os que têm o papel de destaque na formação de muitos
aprendentes e na divulgação da língua e cultura da China. Estes IC oferecem um leque
de cursos livres de mandarim não só de vários níveis, mas também especializados em
diversas áreas para o público em geral, ao mesmo tempo que trabalham em cooperação
57
com universidades onde se localizam, universidades essas que oferecem também cursos
de licenciatura e mestrado em estudos asiáticos/chineses, que engloba a aprendizagem
da língua, história, geografia, entre outras áreas (24, 2013)16.
Em Portugal existem quatro IC. O IC da Universidade do Minho (UMinho) foi o
primeiro a ser criado, em 2001, uma aposta apoiada pelo Governo da República Popular
da China. Não é só pelo pioneirismo que o Instituto Confúcio da UMinho (ICUM) se
destaca, mas também por ser reconhecido como aquele que atinge os mais elevados
níveis das universidades portuguesas. O IC funciona, assim, como uma plataforma de
intercâmbio entre o povo português e o povo chinês, pois apoia a vinda de alunos que
vêm conhecer a língua e a realidade portuguesas e, por outro lado, o envio de alunos
portugueses que o fazem também na China.
Apesar de ter um número fixo de vagas, com os cerca de cento e vinte alunos
atuais na licenciatura em Línguas e Culturas Orientais e no mestrado em Estudos
Chineses, a procura dos jovens tem aumentado consideravelmente nos cursos da
UMinho, situando-se o índice de primeira escolha próximo dos 90% (Uminho, s.d.).
É importante realçar que, desde outubro de 2006, o Instituto Confúcio oferece
cursos de chinês (Mandarim) em três escolas na região do Norte. O projeto tem-se vindo
a desenvolver e, atualmente, conta com a participação de colégios privados. São eles: o
Colégio Luso-Internacional de Braga, o Colégio Luso-Internacional do Porto, o Colégio
D. Diogo de Sousa, em Braga, a Escola Francesa do Porto e a Oporto British School,
tendo já cerca de trinta e cinco turmas, um total de trezentos e oito alunos de idades
compreendidas entre os seis e os dezassete anos. O programa inclui a oferta de livros
didáticos, materiais audiovisuais e a organização de uma Semana Cultural Chinesa.
Desde o ano letivo 2013/14 que este projeto também inclui a supervisão de aulas e a
colaboração com escolas, especificamente, com o Colégio “A Torre dos Pequeninos”,
em Santo Tirso, e o Centro de Educação Integrado, em S. João da Madeira, dando
apoios ao nível da formação de professores e da disponibilização de material didático,
entre outros. O projeto conta com a participação de docentes e estagiários enviados pelo
Hanban, pela universidade parceira deste Instituto, a Universidade de Nankai e dos
alunos do Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês: Tradução, Formação e
16 Informação disponível em http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/videos/aulas-de-mandarim-ganham-adeptos-em-portugal
58
Comunicação Empresarial, do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade
do Minho (Uminho, s.d.).
O segundo IC a abrir em Portugal localiza-se na Universidade de Lisboa. Desde
2008 que a sua missão é promover o ensino da língua e da cultura chinesas e responder
ao crescente interesse pela China. Inicialmente, contava com catorze alunos; nos dias de
hoje há mais de quatrocentos a aprender mandarim. O instituto também oferece cursos
de mandarim direcionados a empresas. O ensino dos seis níveis oficiais de língua é
efetuado por professores chineses certificados e selecionados pelo Hanban e pela
universidade chinesa parceira, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin
(Lisboa, s.d.).
Em 2015 abriu o terceiro IC em Portugal, desta vez na Universidade de Aveiro
(UAveiro), em parceria com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian. Com o
IC, a UAveiro quer expandir o ensino da língua chinesa como disciplina opcional nos
programas curriculares a todos os níveis de ensino, particularmente em escolas de
ensino secundário, em colaboração com o Ministério da Educação e Ciência. O primeiro
projeto deste género iniciou-se em 2012 quando, em colaboração com a UAveiro, o
município de São João da Madeira integrou o ensino do mandarim no programa
curricular do terceiro e quarto ano. A iniciativa partiu de Castro Almeida, então
presidente da autarquia e antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, e
abrangeu trezentos alunos. Em 2015 o projeto passou a incluir o quinto ano (UA, s.d.)
(Ferreira, 2014).
Em 2016 foi criado o quarto IC em Portugal na Universidade de Coimbra, que
tem o apoio da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim ( 京外国语大学,
Běijīng wàiguóyǔ dàxué) e da Universidade de Medicina Chinesa de Zhejiang (浙江中
医药大学,Zhèjiāng zhōng yīyào dàxué). O Instituto Confúcio da Universidade de
Coimbra pretende ser um local de forte contributo para a difusão da língua e cultura
chinesas, mas também um espaço de desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa
em Portugal:
“Queremos aproveitar o Confúcio não apenas para desenvolver o ensino da língua
chinesa em Portugal e para aprofundar as relações com a China, que é um dos pilares
estratégicos da acção da Universidade de Coimbra neste momento, mas para
59
desenvolver uma das outras áreas de referência que é a da saúde e aquilo que estamos
a chamar de envelhecimento activo” - diretor da Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra (Gomes, 2016).
O governo português reconhece a importância do mandarim nos dias de hoje e
tem vindo a apoiar o desenvolvimento do ensino da língua em Portugal. Com esse
objetivo em mente, o governo apoia a integração, como opção, do mandarim nos
programas curriculares do terceiro ciclo e do secundário. A medida foi tema de conversa
e de consenso em todas as reuniões realizadas entre as autoridades portuguesas e
chinesas, em 2014, quando o atual Ex Presidente da República Cavaco Silva foi em
visita oficial à China. O Governo também reconhece a importância de internacionalizar
as universidades portuguesas para que sejam
“cada vez mais participantes num mundo global, onde ter conhecimentos e
competências que sejam internacionalmente relevantes é fundamental para conseguir
vencer numa economia aberta” (Ferreira, 2014).
3.1.2.1 Licenciaturas: Planos curriculares
Como já foi referido anteriormente, o ensino de mandarim em Portugal tem-se
tornado cada vez mais popular; no entanto, só existem três instituições de ensino
superior com cursos de licenciatura especializados na língua e na cultura da China: a
Universidade do Minho, a Universidade de Lisboa e o Instituto Politécnico de Leiria. É
importante referir que a Universidade de Aveiro possui um departamento de Estudos
Asiáticos, criado em 1997; porém, este está associado ao Mestrado em Estudos
Chineses. Neste subcapítulo serão apresentados os planos de estudo de duas
licenciaturas, uma numa instituição com protocolo com o Instituto Confúcio
(Universidade do Minho), outra num estabelecimento em que esse mesmo protocolo
não existe (Instituto Politécnico de Leiria). É essencial referir que estas duas
universidades são usadas como exemplo e podem não refletir a realidade de todas as
universidades portuguesas com licenciaturas em chinês língua não materna. O objetivo
principal é dar a conhecer um pouco os objetivos e conteúdos abordados nos cursos e
não fazer um retrato completo e exaustivo da situação.
Universidade do Minho:
O Departamento de Estudos Asiáticos foi fundado em 1997 com o objetivo de
promover o ensino e a aprendizagem da língua e da cultura chinesas e japonesas. Em
60
2004 foi criada a Licenciatura em Línguas e Culturas Orientais, atualmente
designada de Estudos Orientais: Estudos Chineses e Japoneses, a qual tem a duração de
três anos letivos. Cada ano letivo é constituído por dois semestres, tendo cada um deles
quinze semanas. O corpo docente é constituído por professores portugueses e chineses.
A maioria dos professores chineses estão ligados ao IC ou são enviados pelas
universidades parceiras, como por exemplo pela Universidade de Nankai. O objetivo
principal deste curso é fornecer capacidades linguísticas e comunicacionais aos
licenciados para que possam agir em todas as áreas profissionais que tenham relação
com o mundo chinês e japonês.
Ao longo dos três anos, os aprendentes não só desenvolvem as suas
competências linguísticas como também estudam a história, a geografia e a cultura dos
países alvo. Durante o processo de aprendizagem, os alunos também têm a oportunidade
de interagir e comunicar com alunos chineses que estão a estudar português na
Universidade. É possível consultar o plano desta licenciatura no anexo 10.
Após a conclusão da licenciatura, os alunos são encorajados a prosseguir os
estudos e a ingressar no Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, criado
em 2008, com duração de dois anos letivos, sendo o primeiro ano feito na China
(Uminho, s.d.).
Como se pode observar no plano de estudos apresentado, no curso de chinês na
universidade em questão ganham relevo as cadeiras relacionadas com a língua, seguidas
pelas cadeiras de história, geografia e cultura da China. O seu ensino é feito juntamente
com o ensino da língua japonesa e respetivas cadeiras relacionadas com o país. Também
é possível comprovar a importância do desenvolvimento das competências de tradução
e da gramática, da leitura, da escrita e da oralidade.
Instituto Politécnico de Leiria (IPL):
O curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês e Chinês/Português foi
criado em 2006 em parceria com o Instituto Politécnico de Macau. Atualmente, o IPL
tem como parceiros instituições de ensino superior de Macau, Pequim, Hainan, Jiangxi
e Sichuan (Lusa, 2016).
61
O curso tem como objetivos formar tradutores e intérpretes de português. Os
graduados devem ter um bom domínio da língua portuguesa, uma boa base de chinês
(cantonês e mandarim), conhecimentos fundamentais de inglês e serem capazes de
desempenhar funções na tradução e interpretação chinês/português e vice-versa, na
investigação científica, no ensino, assim como executar funções administrativas (Leiria,
s.d.).
A licenciatura é de quatro anos. O primeiro e o quarto anos são feitos na
instituição de origem; no segundo e no terceiro ano, os alunos portugueses têm aulas em
Pequim e Macau, enquanto os alunos estrangeiros vêm para Portugal, para o IPL. No
primeiro e no segundo ano, o currículo incide na aprendizagem da língua, já nos dois
últimos anos, os alunos aprendem técnicas de tradução e interpretação. O último
semestre é constituído pelo estágio, introduzido em 2012.
Após o término da licenciatura, os graduados podem continuar o estudo em
cursos de mestrado da mesma área de especialização em Macau ou em Portugal,
candidatar-se às vagas de tradutores ou intérpretes da função pública em Macau,
dedicar-se à tradução ou interpretação para companhias ou empresas chinesas e
estrangeiras, ou desempenhar funções no ensino básico de língua portuguesa (Leiria,
s.d.) (Lusa, 2016).
O plano de estudos (anexo 11) inclui disciplinas obrigatórias que se focam na
aprendizagem das línguas chinesa e portuguesa, assim como na cultura e história de
ambos os países. As unidades curriculares opcionais (anexo 12) podem estar
relacionadas com a aprendizagem da língua chinesa ou de outras línguas europeias,
como também outras áreas, designadamente o direito.
Como se pode observar nos anexos, no curso de chinês na instituição em questão
a tradução é o foco principal. A aprendizagem de cadeiras relacionadas com as línguas
chinesa e portuguesa ganham destaque, seguidas pelas cadeiras relacionadas com a
tradução, cultura, história e literatura da China, de Macau e dos países lusófonos. Para
além do chinês também estudam a língua inglesa ou francesa, de acordo com a escolha
do aluno.
A oferta educativa das licenciaturas varia com os objetivos do curso, contudo o
desenvolvimento das competências linguísticas (oralidade, escrita, leitura), assim como
62
a transmissão de saberes sobre o país estudado (história, cultura, literatura, geografia)
está sempre presente e numa posição de destaque.
63
Capítulo IV
Estudo de Caso
64
65
4. Investigação: Estudo de caso
A sala de aula é o palco principal de comunicação entre o professor e o aluno.
Quando professores e alunos de culturas diferentes interagem durante a aula, acabam
por se defrontar com diferenças comportamentais. Perante estas diferenças, a reação e
os sentimentos de cada um também variam. Se essas mesmas atitudes e sentimentos
forem levados a extremos, existe uma grande probabilidade de acontecerem mal-
entendidos, de haver dificuldade na comunicação e de ocorrer choque cultural. Assim
sendo, a falta de conhecimento da cultura dos professores e dos alunos em questão pode
ser a principal causa de conflitos entre professores e alunos de culturas diferentes.
Em cada cultura e país, professores e alunos têm várias noções de como a sala de
aula deve funcionar e qual é o papel de cada um. Contudo, quando professores e/ou
alunos de cultura chinesa interagem com professores e/ou alunos de cultura portuguesa,
o papel do professor e do aluno na sala de aula valorizado em cada cultura,
inevitavelmente, acaba por criar equívocos. Um professor chinês poderá sentir-se
ofendido se for interrompido pelos seus alunos com perguntas e achá-los
desrespeitadores e pouco disciplinados por expressarem as suas opiniões livremente.
Um professor português poderá considerar os seus alunos chineses passivos na sala de
aula devido à falta de participação. Os alunos chineses, por sua vez, poderão achar que o
seu professor português não domina completamente a sua área de saber, visto estarem
habituados a um professor que lhes ensina tudo oralmente sem terem de ler livros e
participarem em aula. Por fim, os alunos portugueses podem sentir dificuldade em
interagir com o seu professor chinês e de acompanhar e apreender o conhecimento
lecionado, visto sentirem a necessidade de levantar questões e de discutir o tema em
questão.
Para melhor analisar estas diferenças culturais e confirmar se estão ou não
presentes no dia-a-dia de uma sala de aula multicultural, surgiu a necessidade de fazer
um estudo de caso.
4.1 Objetivos da investigação
No âmbito desta dissertação sobre a influência cultural nos métodos de ensino, os
objetivos deste estudo de caso são os seguintes:
66
a) Compreender até que ponto a cultura do professor chinês e português
influencia a sala de aula constituída por alunos portugueses e chineses,
respetivamente;
b) Compreender se alunos e professores têm perceção das diferenças culturais e
qual a sua postura em relação a essas mesmas diferenças;
c) Identificar onde essas diferenças culturais têm mais influência: nos métodos
de ensino, nos métodos de avaliação, na relação com o aluno, entre outros;
d) Identificar as opiniões de professores e alunos sobre as diferenças culturais e
sobre quem se deve adaptar;
e) Apurar se a cultura do país onde está a decorrer a aprendizagem deve ou não
ser a cultura predominante na sala de aula.
4.2 Natureza do estudo
Este estudo é exploratório e quantitativo. Tem como objetivo recolher informações
sobre um tema específico, neste caso sobre a influência cultural nos métodos de ensino.
Os resultados serão, posteriormente, analisados com o objetivo de verificar se os
métodos de ensino dos professores portugueses e chineses são influenciados pela sua
respetiva cultura e o impacto que essa influência tem nos alunos e no decorrer da aula.
4.3 Metodologia
Para realizar o estudo de caso, o método utilizado para recolher informação foram os
questionários, realizados a alunos e a professores portugueses e chineses (ver anexos 1,
2, 3, 4).
Segundo Zhang Yuyu (Zhang, 2013), as vantagens de usar questionários para
recolher informação são:
a) É possível identificar as atitudes e comportamentos dos alunos na sala de
aula, assim como o seu ponto de vista sobre variadas questões;
b) Os resultados dos questionários são fáceis de quantificar. Os questionários
têm uma estrutura fixa com respostas claras, sendo por isso difícil obter
respostas subjetivas;
c) É um método simples, que não exige dinheiro nem muito tempo.
67
O questionário dos alunos portugueses é igual ao dos chineses, assim como o dos
professores portugueses é igual ao dos professores chineses, embora este último tenha
sido traduzido para melhor atender às dificuldades que muitos docentes chineses têm
com a língua portuguesa. Como os alunos chineses aprenderam português, não houve
necessidade de fazer a tradução.
Os questionários estão organizados em um grupo de questões e cinco grupos de
afirmações:
a) O primeiro grupo tem como objetivo recolher informação básica sobre os
participantes: género, idade, universidade onde estudou/ lecionou em
Portugal/ na China, universidade onde estudou/ lecionou português/ chinês
em Portugal/ na China, anos de serviço.
b) O segundo grupo é constituído por oito afirmações sobre os métodos de
ensino: a importância da oralidade na aprendizagem de uma língua, a
importância em tirar notas, entre outras,
c) Segue-se o terceiro grupo, composto por seis declarações relacionadas com
os métodos de avaliação: a importância dos testes escritos e orais, a
participação, entre outras.
d) O quarto grupo refere-se à interação entre alunos e professores em contexto
de aula e é formado por sete afirmações.
e) O quinto grupo é organizado em também sete afirmações e debruça-se sobre
problemas possíveis em contexto de aula, como falta de participação.
f) No sexto grupo é abordada a relação dos alunos com o seu professor e do
docente com os seus alunos: se é uma relação amigável ou formal. É
organizado em sete declarações.
g) Por último, o sétimo grupo é composto por onze afirmações sobre
diferenças culturais: a importância da cultura na sala de aula, a existência ou
não de conflitos culturais, entre outros.
Para manifestarem o seu posicionamento quanto às afirmações apresentadas, os
participantes tiveram de escolher uma das seguintes possibilidades: discordo
plenamente, discordo, concordo e concordo plenamente.
68
4.4 Procedimento
O questionário foi divulgado em formato digital através do Google Forms e do
wenjuan xing (问卷星,Wènjuàn xīng), visto o Google não abrir na China. O
questionário foi enviado para alunos portugueses e chineses da Universidade do Minho
e depois partilhado com outros alunos conhecidos. Foi utilizado o email, o Facebook e a
aplicação WeChat. O mesmo procedimento foi usado para enviar o questionário a
professores portugueses e chineses.
Uma vez respondidos os questionários, a sua informação foi recolhida e
analisada. No capítulo a seguir serão apresentados os resultados por afirmação e as
conclusões sobre os seis grupos de afirmações.
4.5 Participantes
Existem quatro tipos de participantes: alunos portugueses a estudar ou que
estudaram chinês com professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos
um ano, alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor português
e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano, professores portugueses de
Português Língua Não Materna a alunos chineses e professores chineses de Chinês
Língua Não Materna a alunos portugueses.
4.6 Limitações do estudo
Infelizmente existem limitações neste estudo de caso, dificuldades que
perturbaram a realização desta pesquisa:
a) O pequeno número de participantes.
Devido ao número limitado de alunos portugueses que estiveram na China a
estudar chinês e alunos chineses a estudar chinês em Portugal, o número de
alunos participantes não é o que desejaríamos. Também não há um grande
número de professores portugueses a ensinar português a alunos chineses em
Portugal e na China, e professores chineses a ensinar alunos portugueses.
Para além da situação abordada em cima, vários possíveis participantes não
quiseram responder ao questionário.
b) Dificuldade em contactar participantes.
69
Para além das dificuldades apresentadas em cima, foi difícil contactar um
grande número de pessoas que tinham as características desejadas para esta
investigação, principalmente por não saber o contacto telefónico ou email de
possíveis participantes.
c) Escassez de material para servir como referência.
O ensino de chinês em Portugal e de português na China é de expansão
recente e por isso existem poucos trabalhos sobre estes temas para servirem de
referência. Muitos dos artigos e livros disponíveis sobre aprendizagem de
línguas na China e as diferenças culturais presentes na sala de aula referem-se ao
ensino e aprendizagem do inglês: as dificuldades encontradas numa sala de aula
intercultural, diferenças culturais entre a educação chinesa e educação inglesa e
americana e as dificuldades encontradas em implementar o método
comunicativo. Assim, estes materiais serviram como guia para o presente estudo.
Os únicos materiais encontrados sobre o ensino e aprendizagem de português na
China foram escritos por alunos chineses que estiveram a estudar em Portugal e
são, maioritariamente, sobre a crescente oferta de cursos de português na China
e a o aumento do número de alunos interessados na língua.
Sobre a aprendizagem de chinês língua não materna em Portugal, a situação
é similar ao caso chinês. A maioria dos materiais disponíveis foram escritos por
alunos portugueses de língua chinesa que abordam temas como a importância do
mandarim nos dias de hoje no mundo dos negócios, o aumento de cursos de
língua chinesa em Portugal, onde existem esses mesmos cursos, assim como a
introdução de mandarim língua estrangeira nas escolas básicas e secundárias.
70
71
Capítulo V
Resultados e Discussão
72
73
29%
71%
SEXO
Masculino (7) Feminino (17)
5. Apresentação e análise dos resultados
5.1.1 Alunos portugueses e alunos chineses
5.1.1.1 Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com
professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um
ano
Vinte e quatro alunos portugueses responderam ao questionário, sendo que
dezassete eram estudantes femininas e sete masculinos, correspondendo a 71% e a 29%
dos inquiridos, respetivamente.
Gráfico 1 – Género dos alunos portugueses inquiridos
A idade varia entre os vinte anos e os trinta e oito. Contudo, a maioria tem vinte
e três anos (25%).
Gráfico 2 - Idade dos participantes
1 1
3
6
3
1
2 2
1
0
1
2
0 0 0 0 0 0
1
0
1
2
3
4
5
6
7
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
Idade dos Participantes
Número de participantes
74
12
32
10
5
0 01
0
2
4
6
8
10
12
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano em que começou a estudar chinês em Portugal
Ano em que começou a estudar chinês em Portugal
2 2
0
2 2
10
6
0
2
4
6
8
10
12
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano em que começou a estudar chinês na China
Ano em que começou a estudar chinês na China
A maioria dos participantes começou a estudar chinês em Portugal em 2012
(42%) e continuou a estudar chinês na China em 2015 (42%). É importante referir que
os alunos em questão começaram a estudar chinês na licenciatura em Portugal e quando
foram para a China já se encontravam a fazer o mestrado.
Gráfico 3 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês em Portugal
Gráfico 4 - Ano em que os participantes começaram a estudar chinês na China
A maioria dos alunos participantes estudaram chinês na Universidade do Minho
em Portugal (88%) e na Universidade de Nankai na China (50%).
75
Gráfico 5 - Universidade onde os participantes estudaram chinês em Portugal
Gráfico 6 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China
5.1.1.2 Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com
professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo
menos um ano;
Vinte e um alunos chineses responderam ao questionário, sendo que dezassete
eram estudantes femininas e quatro masculinos, correspondendo a 81% e a 19% dos
inquiridos, respetivamente.
4 5
12
1 2
0
5
10
15
Universidadede Línguas eCulturas de
Pequim
Universidadede Sun Yat-
Sem
Universidadede Nankai
Universidadede Tianjin
Universidadede Jiaotong
Universidade onde estudou chinês na China
Número de alunos
3
21
0
5
10
15
20
25
Instituto Politécnico de Leiria Universidade do Minho
Universidade onde estudou chinês em Portugal
Número de alunos
76
Gráfico 7 - Género dos inquiridos
A idade varia entre os vinte anos e os trinta e um. Contudo, a maioria tem
vinte e três anos (29%).
Gráfico 8 - Idade dos participantes
A maioria dos participantes começou a estudar português em Portugal em 2014
(29%) e a estudar português na China em 2012 (33%). Acrescente-se que os alunos em
questão começaram a estudar português na licenciatura na China.
2
0
3
4
6
2 2
1
0 0 0 0
1
0
1
2
3
4
5
6
7
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Idade dos Participantes
Número de participantes
19%
81%
SEXO
Masculino (7) Feminino (17)
77
1
5
6
2
3
4
0
1
2
3
4
5
6
7
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Ano em que começou a estudar português em Portugal
Ano em que começou a estudar chinês na China
0
1
0
4
7
3
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Ano em que começou a estudar português na China
Ano em que começou a estudar chinês em Portugal
Gráfico 9 - Ano em que os participantes começaram a estudar português em Portugal
Gráfico 10 - Ano em que os participantes começaram a estudar português na China
A maioria dos alunos participantes estudaram português na Universidade de Sun
Yat-Sen na China (33%) e na Universidade do Minho em Portugal (67%).
78
Gráfico 11 - Universidade onde os participantes estudaram português na China
Gráfico 12 - Universidade onde os participantes estudaram chinês na China
5.1.1.2.1 Métodos de ensino
No primeiro bloco de afirmações, o tema principal são os métodos de ensino
utilizados pelos professores. Na primeira afirmação: “No ensino de chinês língua não
materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.”, a maioria dos alunos
portugueses (96%) e chineses (81%) concordam com esta afirmação.
3
7
21 1 1 1 1 1
3
012345678
Universidade onde estudou português na China
Número de alunos
1
14
2
4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Universidade deCoimbra
Universidade doMinho
Universidade deLisboa
UniversidadeCatólica
Portuguesa
Universidade onde estudou chinês em Portugal
Número de alunos
79
Gráfico 13 - No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.
Na segunda afirmação: “O número de horas despendido no ensino da escrita e da
gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas”, a
maioria dos alunos portugueses (96%) e chineses (57%) concordam com a afirmação.
Contudo, apesar de a maioria dos alunos chineses concordar, existe também um grande
número de participantes chineses (43%) que discordam.
Gráfico 14 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
01
9
14
0
3
6
11
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
01
13
10
2
7
10
2
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O número de horas despendido no ensino da escrita e da
gramática, e o número de horas despendido para a oralidade
devem ser as mesmas.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
80
Na terceira afirmação: “Os alunos devem participar ativamente na aula”, a
maioria dos alunos portugueses (96%) e chineses (95%) concordam com a afirmação.
Gráfico 15 - Os alunos devem participar ativamente na aula.
Na quarta declaração: “A realização de exercícios escritos e orais durante a aula
são importantes para a aprendizagem”, todos os participantes portugueses e a maioria
dos participantes chineses (95%) concordam com a afirmação.
Gráfico 16 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a aprendizagem.
Na quinta declaração: “Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a
aula e só fazer perguntas no final”, a maioria dos participantes portugueses (83%) e
01
5
18
01
911
0
5
10
15
20
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem participar ativamente na aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
0 02
22
0 1
7
13
0
5
10
15
20
25
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A realização de exercícios escritos e orais durante a aula
são importantes para a aprendizagem.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
81
chineses (67%) discordam da afirmação. Contudo, é importante referir que um grande
número de alunos chineses (33%) concorda.
Gráfico 17 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas no final.
Na sexta afirmação, “É importante que os alunos tirem notas durante as aulas”, a
maioria dos participantes portugueses (96%) e chineses (90%) concordam.
Gráfico 18 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
01
1211
0
2
14
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
9
11
3
1
3
11
5
2
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante
a aula e só fazer perguntas no final.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
82
Na sétima asserção, “Acho importante o professor dispensar algum tempo da
aula para que possamos discutir sobre os temas abordados”, a maioria dos inquiridos
concorda (96% dos participantes portugueses e 90% dos participantes chineses).
Gráfico 19 -Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos discutir sobre os temas abordados.
Na oitava e última afirmação do grupo, “Os exercícios de resposta automática
são os melhores para aprender uma língua estrangeira”, a maioria dos alunos
portugueses (88%) discordam da afirmação. No entanto, apenas 38% dos alunos
chineses discordam também. A maioria concorda (62%).
Gráfico 20 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
01
1112
02
15
4
02468
10121416
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula
para que possamos discutir sobre os temas abordados.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
6
15
2 11
7
11
2
0
5
10
15
20
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
83
A partir das respostas acima quantificadas, pode concluir-se que quer os alunos
portugueses, quer os alunos chineses têm preferência por um método de ensino centrado
na aprendizagem de todos os aspetos de uma língua: oralidade, escrita, gramática e
leitura. Os alunos parecem preferir aulas que lhes permitam fazer exercícios e praticar
as suas capacidades orais e escritas, dialogar com os colegas e o professor, assim como
colocar questões. Quer os discentes portugueses quer os discentes chineses concordam
que devem participar ativamente na aula e que é importante o professor dispensar algum
tempo da aula para esse efeito. Face às informações apresentadas no Capítulo I, algo
parece estar a mudar entre os alunos chineses.
Contudo, como foi referido anteriormente no capítulo I, na cultura de ensino chinesa,
é comum o aluno esperar pelo fim da aula para fazer as perguntas, prática talvez mais
comum no ensino secundário e não tanto no ensino superior. Assim sendo, ao contrário
dos alunos portugueses, habituados a levantar o braço a qualquer hora para colocar
questões, alguns participantes chineses esperam pelo fim da aula para questionar o
professor.
Outra questão relevante são os exercícios: “Os exercícios de resposta automática são
os melhores para aprender uma língua estrangeira”. Ao contrário das afirmações
anteriores, onde alunos portugueses e chineses tinham respostas idênticas, nesta
afirmação as respostas são o oposto. Os alunos chineses têm preferência por exercícios
diretos e de resposta automática, muito possivelmente influenciados pela realidade
educativa chinesa. Os alunos portugueses, por sua vez, consideram esses exercícios
pouco eficientes na aprendizagem de uma língua estrangeira.
5.1.1.2.2 Métodos de avaliação
No segundo bloco de afirmações, o foco principal são os métodos de avaliação.
A maioria dos participantes portugueses (88%) e chineses (76%) concordam com a
seguinte afirmação: “O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem
praticar a matéria lecionada”.
84
Gráfico 21 - O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a matéria lecionada.
Na segunda declaração: “Os testes escritos devem ser os mais importantes para a
nota final.”, a maioria dos alunos portugueses (58%) e chineses (67%) discordam.
Todavia, é importante referir que um grande número de alunos portugueses (42%) e
alunos chineses (33%) concordam.
Gráfico 22 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.
Na terceira afirmação, “A participação em aula não deve ser contabilizada na
nota final”, a maioria dos participantes discorda (96% dos inquiridos portugueses e 67%
dos inquiridos chineses), mas 33% dos alunos chineses concordam.
03
11 10
14
10
6
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos
poderem praticar a matéria lecionada.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
3
11 10
02
12
5
2
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota
final.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
85
Gráfico 23 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Na quarta declaração, “As apresentações orais são essenciais para o professor
avaliar a capacidade oral do aluno”, a maioria dos participantes concordam com a
afirmação (83% dos inquiridos portugueses e 90% dos inquiridos chineses).
Gráfico 24 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral do aluno.
A maioria dos alunos portugueses (54%) e chineses (81%) concordam que “Os
trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística”. No
entanto, 46% dos alunos portugueses discordam.
10
13
1 0
3
11
7
00
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A participação em aula não deve ser contabilizada na
nota final.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
0
4
12
8
1 1
11
8
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral do
aluno.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
86
Gráfico 25 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística.
Na sexta e última afirmação do grupo, “A postura do aluno na sala de aula não
deve interferir na nota final”, a maioria dos participantes discordam desta declaração
(83% dos inquiridos portugueses e 52% dos inquiridos chineses). Porém, importa referir
que 48% alunos chineses concordam.
Gráfico 26 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.
Os dados que acabámos de expor permitem concluir que os alunos portugueses e
chineses reconhecem a importância dos trabalhos de casa, dos testes escritos e
apresentações orais para avaliar e praticar os conhecimentos.
Apesar de a maioria dos participantes não considerar os testes escritos os mais
importantes para a nota final, importa referir que um grande número de alunos os
considera relevantes, o que demonstra a importância atribuída a este método de
2
9 10
31
3
13
4
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua
competência linguística.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
12
8
4
00
11
7
3
0
2
4
6
8
10
12
14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na
nota final.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
87
avaliação, assim como o peso que o método tradicional teve e tem na educação destes
dois países, Portugal e China, principalmente neste país asiático onde o exame nacional
é fundamental para aceder ao ensino secundário e universitário.
A participação e a postura do aluno na sala de aula são questões que também
precisam de ser abordadas. Nas afirmações: “A participação em aula não deve ser
contabilizada na nota final” e “A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na
nota final”, a maioria dos participantes discordaram destas declarações. Todavia,
muitos alunos chineses concordaram, principalmente na última afirmação, com onze
alunos a discordar e dez a concordar. Estes números demonstram, primeiramente, a
postura do aluno chinês em relação à participação. Apesar de reconhecer a sua
importância, muitos preferiam que não fosse relevante na nota final, muito
possivelmente por participarem pouco na sala de aula ou não se sentirem à vontade em
expressar em frente a um pequeno público as suas ideias e opiniões.
Inevitavelmente a participação influencia a postura do aluno na sala de aula, daí
muitos alunos chineses considerarem que a sua postura em contexto de aula não
devesse ser contabilizada na sua nota final. Para além disso, como foi abordado no
primeiro capítulo, aulas onde os alunos só têm de ouvir o professor são muito comuns
na China e, por isso, muitos alunos nunca tiveram de se preocupar com a sua postura e
comportamento, precisando só de estar atentos às palavras do professor.
Por fim, os trabalhos de grupo, de acordo com todos os participantes, são
relevantes para melhorar a competência linguística. Porém, alguns alunos portugueses
consideram este método pouco eficaz.
5.1.1.2.3 Interação com o professor em contexto de aula
O terceiro grupo de declarações foca-se nas interações do aluno com o professor
durante a aula. Na primeira afirmação, “A aula é mais interessante quando o aluno
interage várias vezes com o professor”, a maioria dos participantes, tanto portugueses
(96%) como chineses (76%), concorda com a afirmação.
88
Gráfico 27 - A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o professor.
Na segunda declaração: “É frequentes os alunos fazerem perguntas durante a
aula.”, a maioria dos alunos portugueses (92%) e chineses (52%) concordam com a
afirmação. No entanto, 48% dos participantes chineses discordam.
Gráfico 28 - É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.
Na terceira afirmação, “Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula”, a
maioria dos alunos, sejam portugueses (92%) ou chineses (86%), discorda.
01
1112
0
5
12
4
0
2
4
6
8
10
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14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A aula é mais interessante quando o aluno interage várias
vezes com o professor.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
0
2
14
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7
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0
2
4
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14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
89
Gráfico 29 - Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.
Na quarta declaração: “Os alunos devem obedecer ao professor”, a maioria dos
participantes portugueses (88%) concorda com a afirmação, assim como 43% dos
alunos chineses; porém, a maioria discorda (57%).
Gráfico 30 - Os alunos devem obedecer ao professor.
Na quinta declaração, “É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo
o professor de pedir silêncio várias vezes”, a maioria dos participantes de ambas as
nacionalidades discorda da afirmação (58% dos inquiridos portugueses e 65% dos
inquiridos chineses). Contudo, um grande número de alunos portugueses, 42%, e
chineses, 35%, concordam.
11 11
1 1
7
11
21
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
12
1110
2
10
8
1
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem obedecer ao professor.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
90
Gráfico 31 - É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir silêncio várias vezes.
Na sexta afirmação, “Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve
responder prontamente”, a maioria dos alunos portugueses (67%) concorda com a
afirmação; todavia, a maioria dos discentes chineses (71%) discordam. Importa referir
que um grande número de alunos portugueses, 33%, e alunos chineses, 29%,
responderam diferente do referido em cima.
Gráfico 32 - Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.
Na sétima e última declaração do grupo, “Tenho dificuldade em comunicar com
o meu professor durante a aula”, a maioria dos discentes portugueses (88%) e chineses
(62%) discordam da afirmação. 38% dos alunos chineses, no entanto, concordam.
68
10
0
5
8
5
2
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o
professor de pedir silêncio várias vezes.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
1
7
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43
12
4
2
0
2
4
6
8
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14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
91
Gráfico 33 - Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.
Após a análise dos dados recolhidos, é possível concluir que quer os alunos
portugueses, quer os alunos chineses consideram a aula mais interessante quando há
interação com o professor. Todavia, quando o professor questiona os alunos, os alunos
portugueses consideram importante responder prontamente, ao contrário dos alunos
chineses. Esta situação pode estar relacionada com o facto de os alunos chineses não
estarem habituados a esta realidade, visto que, na China, o papel dos alunos na sala de
aula, referido no capítulo I, é ouvir o professor e não expressar as suas opiniões.
Quando questionados sobre se têm dificuldade em comunicar com o professor em
contexto de aula, a maioria dos participantes discorda, mas oito alunos chineses
concordam, o que comprova a realidade abordada em cima e/ou também a dificuldade
de comunicar na língua estrangeira que estão a aprender.
Apesar de a maioria tirar as dúvidas quando sente necessidade, muitos alunos
chineses não o fazem durante a aula. No entanto, o motivo não é só por poderem tirar no
final da aula, como foi referido no capítulo I.
Também foi mencionado no capítulo I que os alunos chineses devem respeitar o
professor, visto ser como uma figura paternal. Os resultados deste questionário
demonstram que a maioria dos alunos portugueses e chineses obedecem aos seus
professores, mas, curiosamente, nove alunos chineses discordam desse facto.
A maioria dos alunos portugueses e chineses também não considera comum o
professor ter de pedir silêncio durante a aula. Contudo, um grande número de alunos
8
13
21
67 7
1
0
2
4
6
8
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14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a
aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
92
portugueses, dez, e chineses, sete, discordaram do resto dos participantes, o que revela
que por vezes as aulas não são tão tranquilas e silenciosas.
5.1.1.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas
O quarto grupo de afirmações tem como foco principal os problemas que surgem
na sala de aula. A primeira afirmação, “O professor solicita participação em demasia”,
obteve a discordância da maioria dos alunos portugueses (88%) e chineses (57%). No
entanto, 43% dos alunos chineses concordaram com a declaração.
Gráfico 34 - O professor solicita participação em demasia.
Em relação à segunda declaração, “Tenho pouco interesse nas atividades da
aula”, a maioria dos participantes discordam (79% dos alunos portugueses e 71% dos
alunos chineses).
6
15
3
0
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109
00
2
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor solicita participação em demasia.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
93
Gráfico 35 - Tenho pouco interesse nas atividades da aula.
A maioria dos alunos chineses (76%) e portugueses (92%) também não concorda
com a terceira afirmação, “Durante a aula sou barulhento”.
Gráfico 36 - Durante a aula sou barulhento.
Na quarta declaração, “Os alunos saem da aula quando querem”, a maioria dos
participantes discorda (71% dos inquiridos portugueses e chineses). Contudo, um
grande número de alunos portugueses, 29%, e alunos chineses, 38%, concordam.
5
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Tenho pouco interesse nas atividades da aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
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00
2
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14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Durante a aula sou barulhento.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
94
Gráfico 37 - Os alunos saem da aula quando querem.
Na quinta afirmação, “Já interrompi o discurso do meu professor para expressar
a minha opinião.”, a maioria dos participantes, tanto chineses (76%) como portugueses
(75%), discorda.
Gráfico 38 - Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.
Na sexta declaração, “O professor pede muitos trabalhos de casa”, a maioria dos
alunos portugueses (63%) e chineses (75%) discordam. É importante referir que um
aluno chinês não concordou nem discordou desta afirmação, pelo que apenas existem
vinte reações a esta afirmação.
10
7 7
0
4
11
5
3
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos saem da aula quando querem.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
8
10
5
1
9
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4
1
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha
opinião.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
95
Gráfico 39 - O professor pede muitos trabalhos de casa.
Na sexta e última afirmação deste grupo, “As atividades são sempre do mesmo
tipo”, quer no caso dos alunos portugueses, quer no caso dos alunos chineses, metade
dos participantes concordam com a afirmação e metade discorda.
Gráfico 40 - As atividades são sempre do mesmo tipo.
A partir destes dados, pode concluir-se, mais uma vez, que as informações
referentes aos alunos portugueses e chineses são parecidas.
É importante referir que, apesar de concordarem em quase todas as afirmações,
em algumas é possível notar algumas diferenças: apesar de não considerarem que o
professor pede participação em demasia, nove alunos chineses discordam, o que revela
4
11
3
0
6
9
23
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor pede muitos trabalhos de casa.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
4
7
9
4
0
11
9
1
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
As atividades são sempre do mesmo tipo.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
96
que um grande número de alunos chineses não gosta de participar ou não se sente à
vontade para o fazer.
Na questão sobre sair da sala de aula quando querem, sete alunos portugueses e
oito chineses discordam, o que demonstra que esta situação não é frequente para todos.
Porém, visto a maioria ter concordado, é possível afirmar que, em muitos casos, os
alunos não sentem necessidade de pedir autorização ao professor para se ausentarem da
sala de aula.
Na última afirmação, sobre os exercícios serem sempre do mesmo tipo, quer os
alunos portugueses quer os alunos chineses estão divididos na sua opinião, uns
concordando e outros discordando. Esta situação demonstra que alguns alunos estão
satisfeitos com os exercícios que o professor dá, enquanto os restantes não estão,
situação esta que é semelhante em Portugal e na China. Por isso, apesar de, no capítulo I
ter sido referido que as aulas na China são muitas vezes iguais e que não há grande
variedade de atividades e exercícios, em Portugal acontece o mesmo.
5.1.1.2.5 Relação com o professor
Neste grupo de afirmações, o principal é reunir informações sobre a relação dos
alunos com o professor. Na primeira declaração, “Tenho uma relação amigável com o
meu professor”, a maioria dos alunos portugueses (83%) e chineses (75%) concorda.
Gráfico 41 - Tenho uma relação amigável com o meu professor.
0
4
15
5
0
3
11
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Tenho uma relação amigável com o meu professor.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
97
Na segunda afirmação,” Os professores devem manter distância dos seus alunos,
interagindo com eles apenas dentro da sala de aula”, a maioria dos participantes de
ambas as nacionalidades discordaram (83% dos participantes portugueses e 90% dos
participantes chineses).
Gráfico 42 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles apenas dentro da sala de
aula.
Na terceira afirmação, “Trato o meu professor de maneira formal”, a maioria dos
alunos portugueses (83%) e chineses (71%) concordam. Porém, 29% dos alunos
chineses discordam.
Gráfico 43 - Trato o meu professor de maneira formal.
5
15
31
8
11
1 1
0
5
10
15
20
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os professores devem manter distância dos seus alunos,
interagindo com eles apenas dentro da sala de aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
6
14
3
1
3
12
4
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Trato o meu professor de maneira formal.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
98
Na quarta declaração, “Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu
professor para pedir conselhos”, a maioria dos alunos concorda (71% dos inquiridos
portugueses e 90% dos inquiridos chineses). No entanto, um grande número de alunos
portugueses, 29%, discordam.
Gráfico 44 - Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir conselhos.
Na quinta declaração, “Sei o endereço de email e o número de telefone do meu
professor”, a maioria dos participantes concordaram com a afirmação (71% dos
participantes portugueses e 86% dos participantes chineses. Todavia, 29% dos alunos
portugueses e chineses discordaram.
Gráfico 45 - Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.
0
7
14
32
0
11
8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor
para pedir conselhos.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
1
6
12
5
0
6
10
8
0
2
4
6
8
10
12
14
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Sei o endereço de email e o número de telefone do meu
professor.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
99
Na sexta afirmação, “Os meus pais conhecem o meu professor”, a maioria dos
alunos discordam (88% dos alunos portugueses e 90% dos alunos chineses).
Gráfico 46 - Os meus pais conhecem o meu professor.
Na sétima e última afirmação do grupo, “Aceitaria fazer um jantar com o meu
professor e restantes colegas de turma”, a maioria dos praticantes concorda (96% dos
inquiridos portugueses e 76% dos inquiridos chineses).
Gráfico 47 - Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.
16
5
3
0
14
5
3
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus pais conhecem o meu professor.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
01
8
15
23
9
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de
turma.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
100
Analisando os dados que acabámos de apresentar, é possível observar que tanto
os alunos portugueses como os chineses têm uma boa relação com o seu professor,
mantida quer em contexto de aula, quer no dia-a-dia.
Apesar de manterem uma relação amigável, que inegavelmente traz benefícios
para o ensino e aprendizagem de uma língua, não significa que os alunos tenham o
contacto telefónico do seu professor, que lhe peçam conselhos ou que ele seja conhecido
dos seus pais, principalmente no caso dos alunos portugueses.
5.1.1.2.6 Diferenças culturais
No último grupo de afirmações, o foco principal são as diferenças culturais
presentes na sala de aula. Na primeira declaração, “É importante conhecer a cultura do
professor, antes de assistir a aulas de professores estrangeiros”, a totalidade dos alunos
portugueses e a maioria dos alunos chineses concordam.
Gráfico 48 - É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de professores estrangeiros.
Na segunda declaração, “As diferenças culturais entre os alunos e os professores
podem influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da língua”, a maioria dos
participantes concordaram com a afirmação. No entanto, importa referir que oito alunos
chineses discordaram. Um aluno chinês não respondeu a esta afirmação.
0 0
20
41
3
107
0
5
10
15
20
25
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a
aulas de professores estrangeiros.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
101
Gráfico 49 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar negativamente o ensino e a
aprendizagem da língua.
Na terceira afirmação,” O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas
do aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do seu”, a maioria dos
alunos concorda. Mais uma vez, um aluno chinês não se pronunciou sobre a matéria
apresentada.
Gráfico 50 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se encontre num meio
cultural diferente do seu.
0
3
12
9
35
8
4
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem
influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da
língua.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
02
1210
13
12
4
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do
aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do
seu.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
102
Na quarta afirmação, “O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos
alunos”, a maioria dos participantes discorda. De novo nos faltou a posição de um
aluno chinês.
Gráfico 51 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Na quinta declaração, “Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de
ensino do país onde estão a estudar”, a maioria dos alunos discorda.
Gráfico 52 - Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão a estudar.
Na sexta afirmação, “É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar
informações sobre o país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque
cultural”, a maioria dos alunos concorda. Contudo, seis alunos portugueses discordaram.
14
8
2
01
12
3
00
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
15
8
1 0
7
12
1 1
0
5
10
15
20
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do
país onde estão a estudar.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
103
Também a este respeito um aluno chinês não se pronunciou. Curiosamente, o mesmo
que deixou por responder outras questões já anteriormente assinaladas.
Gráfico 53 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus
alunos de forma a evitar o choque cultural.
Na sétima declaração, “É da responsabilidade do aluno procurar informações
sobre o país onde está a estudar de forma a evitar o choque cultural”, a maioria dos
participantes concordam, com exceção de um aluno chinês, que não se pronunciou.
Gráfico 54 - É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a estudar de forma a evitar
o choque cultural.
0
68
10
0 1
13
6
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus
alunos de forma a evitar o choque cultural.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
01
1211
02
12
6
02468
101214
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país
onde está a estudar de forma a evitar o choque cultural.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
104
Na oitava declaração, “Já interpretei mal o meu professor chinês/português por
ter atitudes diferentes dos meus professores portugueses/chineses”, a maioria dos
participantes discordam da afirmação. Porém, um grande número de alunos concorda,
nomeadamente onze portugueses e cinco chineses.
Gráfico 55 - Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes diferentes dos meus professores portugueses/chineses.
Quanto à nona afirmação, “A cultura influencia o que se passa na sala de aula”, a
maioria dos participantes concorda.
Gráfico 56 - A cultura influencia o que se passa na sala de aula.
3
10 9
2
6
10
41
0
5
10
15
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Já interpretei mal o meu professor chinês/português por ter atitudes diferentes dos meus
professores portugueses/chineses.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
10
1112
0
3
15
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A cultura influencia o que se passa na sala de aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
105
Na décima afirmação, “A cultura do país onde se estuda é a que deve ser
predominante na sala de aula”, a maioria dos alunos concorda. Todavia, no caso dos
alunos chineses, dez discordam.
Gráfico 57 - A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.
Na décima primeira e última asserção, “Os alunos devem adaptar-se ao método
de ensino do professor e não ao contrário”, a maioria dos alunos portugueses discorda e
a maioria dos alunos chineses concorda. Contudo, sete alunos portugueses concordam e
dez alunos chineses discordam.
Gráfico 58 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao contrário.
1
4
15
4
0
10
8
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na
sala de aula.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
1
16
5
2
4
67
4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e
não ao contrário.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
106
Os dados obtidos revelam-nos que a maioria dos participantes reconhece a
influência que a cultura tem na sala de aula. Porém, alguns alunos chineses
desvalorizam o impacto negativo que esta possa ter na aprendizagem e ensino da língua.
Quer os alunos portugueses, quer os alunos chineses consideram importante
conhecer a cultura do seu professor e a cultura do país onde estão a estudar, assim como
consideram ser responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de
origem dos seus alunos, de forma a evitar choque cultural. Em relação à cultura
predominante na sala de aula, a maioria dos alunos portugueses concorda que deve ser a
cultura do país onde se estuda. Os alunos chineses estão divididos, o que comprova que
muitos alunos chineses, mesmo estando em Portugal, agem na sala de aula de acordo
com a sua cultura.
A maioria dos participantes considera importante o professor adaptar o seu
método de ensino à cultura do aluno para ir ao encontro das expectativas deste. Todavia,
na última afirmação do grupo, “Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do
professor e não ao contrário”, sete alunos portugueses, assim como quase metade dos
alunos chineses, concordaram, o que demonstra que, apesar do que foi dito
anteriormente, muitos alunos consideram o professor uma figura de autoridade que deve
ser seguida, assim como o seu método de ensino.
Apesar do que foi dito anteriormente, alguns participantes, nomeadamente seis
alunos portugueses, não consideram ser responsabilidade do professor procurar
informações sobre o país de origem dos seus alunos.
5.1.2 Professores portugueses e professores chineses: resultados e
conclusões
5.1.2.1 Professores portugueses de Português Língua Não Materna a
alunos chineses
Nove professores portugueses responderam ao inquérito, sendo que seis eram de
género masculino e três de género feminino, correspondendo a 67% e a 33%,
respetivamente, dos inquiridos.
107
Gráfico 59 - Género dos inquiridos.
A idade dos participantes varia entre os vinte e quatro anos e os trinta e um. A
maioria tem vinte e sete anos (33%).
Gráfico 60 - Idade dos Participantes
Os anos de serviço dos participantes varia entre os cinco meses e os quatro anos. A
maioria já ensina há um ano (44%).
33%
67%
Género
Feminino Masculino
1 1 1
3
1 1
0
1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
24 25 26 27 28 29 30 31
Idade dos Participantes
Número de participantes
108
Gráfico 61 - Anos de serviço dos inquiridos.
A maioria dos participantes leciona numa universidade chinesa, havendo, no entanto,
dois participantes que no momento não estão a lecionar. A maioria leciona na
Universidade de Jiaotong em Pequim (22%).
Gráfico 62 -Universidade onde os participantes lecionam.
1
4
1
2
1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
<1 1 2 3 4
Anos de serviço
Número de participantes
1
2
1 1 1 1
2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Universidade onde leciona
Universidade onde leciona
109
A maioria dos participantes nunca lecionou em Portugal (67%). 33% dos
participantes lecionaram na Universidade do Minho.
Gráfico 63 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal.
Na China, os participantes lecionaram nas seguintes universidades:
Gráfico 64 - Universidade onde os participantes lecionaram na China.
3
6
0
1
2
3
4
5
6
7
Universidade do Minho Nenhuma
Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal
Universidade onde lecionou em Portugal
1
2 2
1 1
2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Universidade onde os participantes lecionaram na China
Universidade onde os participantes lecionaram na China
110
5.1.2.2 Professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos
portugueses
Onze docentes chineses responderam ao inquérito, sendo que nove eram
professores e duas eram professoras, o que corresponde a 82% e a 18%, respetivamente,
do total dos inquiridos.
Gráfico 65 - Género dos participantes.
A idade dos participantes varia entre os vinte e quatro anos e os sessenta.
Gráfico 66 - Idade dos Participantes.
Os anos de serviço dos participantes oscilam entre dois e trinta anos.
18%
82%
Género
Feminino Masculino
1 1 1
2
1 1 1 1
0
0,5
1
1,5
2
2,5
24 26 28 30 36 37 44 50
Idade dos Participantes
Número de participantes
111
Gráfico 67 - Anos de serviço dos participantes.
A maioria dos participantes leciona na Universidade do Minho (45%), em Portugal.
Gráfico 68 - Universidade onde os participantes lecionam.
A maioria dos participantes lecionou na Universidade do Minho (45%), em Portugal.
36% dos participantes nunca lecionaram no nosso país.
1 1 1 1 1 1 1 1 1
2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
2 3 4 5 6 8 10 14 25 30
Anos de serviço
Anos de serviço
1 1
2
1
5
1
0
1
2
3
4
5
6
Universidade onde leciona
Universidade onde leciona
112
Gráfico 69 - Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal.
Na China, a maioria dos participantes lecionou na Universidade de Nankai
(36%). 27% dos professores nunca lecionaram na China.
Gráfico 70 - Universidade onde os participantes lecionaram na China.
5.1.2.2.1 Métodos de ensino
No primeiro bloco de afirmações, o tema principal são os métodos de ensino
presentes na sala de aula. Na primeira afirmação, “No ensino de português língua não
5
1 1
4
0
1
2
3
4
5
6
Universidade doMinho
Universidade doAlgarve
Universidade deLisboa
Nenhuma
Universidade onde os participantes lecionaram em Portugal
Universidade onde lecionou em Portugal
4
2
1 1
3
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Universidadede Nankai
Universidadede Estudos
Internacionaisde Tianjin
Universidadede Yantai
UniversidadeZhejiang
Gongshang
Nenhuma
Universidade onde os participantes lecionaram na China
Universidade onde os participantes lecionaram na China
113
materna/ chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente
fundamentais”, todos os participantes portugueses e 82% dos participantes chineses
concordam com esta afirmação.
Gráfico 71 - No ensino de português língua não materna/ chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.
Na segunda afirmação, “O número de horas despendido no ensino da escrita e da
gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas”, a
maioria dos professores portugueses (67%) concorda com a afirmação. Contudo, apenas
45% dos professores chineses concorda, a maioria discorda (55%).
0 0
2
7
0
2
45
0
2
4
6
8
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
No ensino de português língua não materna/ chinês língua não
materna, a oralidade e a escrita são igualmente fundamentais.
Professores Portugueses Professores Chineses
114
Gráfico 72 - O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
Na terceira afirmação, “Acho importante os alunos participarem ativamente na
aula”, todos os professores portugueses e chineses concordam com a afirmação.
Gráfico 73 - Acho importante os alunos participarem ativamente na aula.
Na quarta declaração, “A realização de exercícios escritos e orais durante a aula
são importantes para a aprendizagem”, todos os participantes portugueses e chineses
concordam com a afirmação.
1
2
5
1
0
6
4
1
0
1
2
3
4
5
6
7
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de horas despendido para a
oralidade devem ser as mesmas.
Professores Portugueses Professores Chineses
0 0 0
9
0 01
10
0
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Acho importante os alunos participarem ativamente na aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
115
Gráfico 74 - A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a aprendizagem.
Na quinta declaração, “Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a
aula e só fazer perguntas no final”, todos os inquiridos portugueses e a maioria dos
inquiridos chineses (91%) discordam da afirmação.
Gráfico 75 - Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas no final.
Na sexta afirmação, “É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.”,
a maioria dos participantes concordam (89% dos inquiridos portugueses e 91% dos
inquiridos chineses).
0 0 0
9
0 0
3
8
0
2
4
6
8
10
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são
importantes para a aprendizagem.
Professores Portugueses Professores Chineses
4
5
0 0
2
8
1
00
1
2
3
4
5
6
7
8
9
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final.
Professores Portugueses Professores Chineses
116
Gráfico 76 - É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Na sétima declaração, “Acho importante dispensar algum tempo da aula para
que os meus alunos possam discutir sobre os temas abordados”, todos os professores
chineses e 89% dos professores portugueses concordam.
Gráfico 77 - Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos possam discutir sobre os temas abordados.
Na oitava e última afirmação do grupo, “Os exercícios de resposta automática são os
melhores para aprender uma língua estrangeira”, a maioria dos professores portugueses
(78%) e chineses (91%) não concorda com tal declaração.
0
1
4 4
0
1
4
6
0
1
2
3
4
5
6
7
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Professores Portugueses Professores Chineses
01
5
3
0 0
7
4
0
2
4
6
8
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos possam discutir sobre os
temas abordados.
Professores Portugueses Professores Chineses
117
Gráfico 78 - Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
A partir das respostas obtidas no capítulo dos métodos de ensino, é possível
concluir que quer os professores portugueses quer os professores chineses reconhecem a
igual importância da oralidade e da escrita na aprendizagem de uma língua estrangeira.
Contudo, quando questionados com o tempo que se deve dispensar para cada uma, as
respostas já não foram homogéneas. A maioria dos professores portugueses considera
que o tempo dispensado para o ensino da escrita deve ser igual ao tempo utilizado para a
oralidade, havendo só três professores a discordar. No caso dos professores chineses, as
opiniões estão divididas. Cerca de metade considera que as horas dispensadas devem ser
as mesmas, enquanto a outra metade discorda. Este facto remete-nos para o capítulo I,
onde foi abordada a questão da escrita e da gramática ter um papel mais relevante no
ensino de línguas estrangeiras nas salas de aula chinesas. Porém, se cerca de metade
concordou com a afirmação, também demonstra que as tendências estão a mudar e que
já muitos professores chineses reconhecem a importância da oralidade. O mesmo
também pode ser dito no caso de Portugal: um terço dos docentes portugueses
inquiridos atribuíram maior importância à escrita e gramática o que demonstra a
influência do método tradicional.
Os professores chineses e portugueses também reconhecem a importância de
tirar notas durante a aula e da realização de exercícios para a consolidação de
2
5
2
0
10
01
00
2
4
6
8
10
12
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Alunos Portugueses Alunos Chineses
118
conhecimentos. Todavia, a maioria dos professores concorda que, para esse objetivo, os
exercícios de resposta automática não são a melhor opção.
Por fim, em relação à participação, os professores portugueses e chineses
concordam na sua importância e que para promover o diálogo na sala de aula é
necessário utilizar algum tempo da aula para esse fim, permitindo aos alunos discutirem
os temas abordados.
5.1.2.2.2 Métodos de avaliação
No segundo bloco de afirmações, o foco principal são os métodos de avaliação.
Na primeira afirmação, “É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem”, a
maioria dos participantes portugueses (67%) discorda. Surpreendentemente, há
unanimidade entre os participantes chineses, pois todos concordam com tal asserção.
Gráfico 79 - É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.
A segunda declaração, “Os testes escritos devem ser os mais importantes para a
nota final”, obtém a discordância da maioria dos professores portugueses (67%) e
chineses (82%).
2
4
3
00 0
3
8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.
Professores Portugueses Professores Chineses
119
Gráfico 80 - Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.
Quanto à terceira afirmação, “A participação em aula não deve ser contabilizada
na nota final”, todos os participantes chineses e a maioria dos participantes portugueses
(89%) discordam.
Gráfico 81 - A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Na quarta declaração, “As apresentações orais são essenciais para o professor
avaliar os conhecimentos do aluno”, todos os professores chineses e a maioria dos
professores portugueses (67%) concordam com a afirmação.
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Professores Portugueses Professores Chineses
120
Gráfico 82 - As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos do aluno.
Na quinta afirmação: “Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua
competência linguística”, a maioria dos professores portugueses (56%) e chineses (91%)
concordam com a afirmação. Assinale-se, no entanto, que 44% dos professores
portugueses discordam.
Gráfico 83 - Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência linguística.
Na sexta e última afirmação do grupo, “A postura do aluno na sala de aula não
deve interferir na nota final”, a maioria dos participantes discorda da declaração (89%
dos inquiridos portugueses e 82% dos inquiridos chineses).
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1
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os
conhecimentos do aluno.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística.
Professores Portugueses Professores Chineses
121
Gráfico 84 - A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.
Os dados acima apresentados, relativos aos métodos de avaliação, revelam que
as opiniões dos professores portugueses e dos professores chineses diferem em vários
pontos.
Quando questionados sobre o papel dos trabalhos de casa, todos os professores
chineses concordam que estes são fundamentais para a aprendizagem de uma língua e
importantes métodos de avaliação. Este facto comprova a informação abordada no
capítulo I. Nos dias de hoje, os trabalhos de casa continuam a estar muito presentes na
sala de aula chinesa. Os professores portugueses, no entanto, não foram unânimes nas
suas opiniões. A maioria não considera os trabalhos de casa essenciais para os alunos
consolidarem os seus conhecimentos.
Em relação às apresentações orais e aos trabalhos de grupo, a maioria dos
professores chineses concordaram que estes métodos são essenciais para o
desenvolvimento e avaliação das competências linguísticas dos alunos. Contudo, entre
os professores portugueses, apesar de a maioria partilhar da opinião dos professores
chineses, um grande número discordou, o que revela que estes métodos de avaliação
nem sempre estão presentes na sala de aula portuguesa, facto curioso visto em Portugal
a oralidade e o trabalho em equipa terem um papel muito mais relevante que na China.
Quanto aos métodos de avaliação mais importantes para a nota final, todos os
professores portugueses e chineses concordam que a participação e a postura do aluno
são relevantes. Quando questionados sobre os testes escritos, a maioria dos participantes
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.
Professores Portugueses Professores Chineses
122
não os considera os mais significativos para a nota. É importante referir, no entanto, que
três professores portugueses e dois professores chineses consideraram os testes escritos
relevantes nos seus métodos de avaliação, o que volta a demonstrar que em muitas salas
de aula portuguesas e chinesas algumas características do método de ensino tradicional
ainda estão muito presentes.
5.1.2.2.3 Interação com os alunos em contexto de aula
O terceiro grupo de declarações centra-se nas interações do professor com os
alunos durante a aula. Em relação à primeira afirmação, “Os meus alunos participam
ativamente na aula”, todos os professores chineses e a maioria dos professores
portugueses (67%) concordam com ela.
Gráfico 85 - Os meus alunos participam ativamente na aula.
Na segunda declaração, “É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a
aula”, a maioria dos professores portugueses (56%) concorda com a afirmação. No
entanto, uma percentagem elevada (44%) discorda. Todos os professores chineses
concordaram.
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos participam ativamente na aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
123
Gráfico 86 - É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.
Na terceira afirmação, “Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula”, a
maioria dos professores, tanto portugueses (67%) como chineses (91%), discorda.
Gráfico 87 - Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.
Na quarta declaração, “Os meus alunos são obedientes”, todos os participantes
portugueses concordam com a afirmação, assim como 45% dos professores chineses.
Porém, a maioria destes discorda.
2 2 2
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Discordo Concordo Concordoplenamente
É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
124
Gráfico 88 - Os meus alunos são obedientes.
Na quinta declaração, “Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de
pedir silêncio várias vezes”, a maioria dos inquiridos, sejam portugueses (89%) ou
chineses (55%), discorda da afirmação. Contudo, 45% dos professores chineses
concordam.
Gráfico 89 - Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias vezes.
Na sexta afirmação, “Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me
prontamente”, a maioria dos participantes concorda com a afirmação. Todavia, 44% dos
professores portugueses e 45% dos professores chineses discordam da afirmação.
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos são obedientes.
Professores Portugueses Professores Chineses
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias
vezes.
Professores Portugueses Professores Chineses
125
Gráfico 90 - Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.
Na sétima e última declaração deste grupo, “Tenho dificuldade em comunicar
com os meus alunos durante a aula”, todos os professores portugueses e a maioria dos
professores chineses (91%) discordam da afirmação.
Gráfico 91 - Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.
Apresentados os dados relativos à interação entre professores e alunos na sala de
aula, é possível confirmar algumas informações expostas no capítulo I.
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Sempre que o questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.
Professores Portugueses Professores Chineses
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
126
Quando questionados sobre a participação dos seus alunos chineses, a maioria
dos professores portugueses considera que os seus alunos participam ativamente na aula,
fazem perguntas em vários momentos da aula e respondem prontamente às questões
colocadas. Porém, o número de professores que discorda também é elevado.
No caso dos alunos portugueses, as respostas dos professores chineses foram
mais homogéneas. Todos os professores chineses consideram os seus alunos bastante
participativos, sendo comum estes levantarem questões durante a aula. Contudo, quando
os alunos são questionados pelo professor, cerca de metade dos participantes chineses
concorda que os seus alunos respondem prontamente, enquanto a outra metade discorda.
Em relação ao comportamento durante a aula, os professores portugueses
consideram os seus alunos obedientes e silenciosos, enquanto que só metade dos
professores chineses é que consideram os seus alunos portugueses obedientes e
silenciosos.
Apesar de serem de culturas diferentes, nem os professores portugueses nem os
professores chineses têm dificuldade em comunicar os seus alunos durante a aula.
5.1.2.2.4 Problemas encontrados em contexto de aulas
O quarto grupo de afirmações tem como foco principal os problemas que surgem
na sala de aula. Na primeira afirmação, “Os meus alunos são pouco participativos”, a
maioria dos professores portugueses (56%) concorda com a afirmação. Porém, todos os
professores chineses discordam.
127
Gráfico 92 - Os meus alunos são pouco participativos.
Na segunda declaração, “Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos
durante a aula”, todos os participantes portugueses e maioria dos participantes chineses
(73%) discordam da afirmação.
Gráfico 93 - Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.
Na terceira afirmação, “Os meus alunos demonstram pouco interesse nas
atividades da aula”, a maioria dos participantes, tanto chineses (91%) como
portugueses (89%), discorda.
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos são pouco participativos.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
128
Gráfico 94 - Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.
Na quarta declaração, “Os meus alunos são barulhentos”, todos os participantes
portugueses e a maioria dos participantes chineses (55%) discordam. Contudo, 45%
dos participantes chineses concordam.
Gráfico 95 - Os meus alunos são barulhentos.
Na quinta afirmação, “Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem”, a
maioria dos participantes portugueses (89%) e chineses (73%) discorda.
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos são barulhentos.
Professores Portugueses Professores Chineses
129
Gráfico 96 - Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.
Na sexta declaração, “Os meus alunos interrompem o meu discurso para
contradizer o que estou a dizer”, todos os participantes portugueses e a maioria dos
professores chineses (82%) discordam.
Gráfico 97 - Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a dizer.
Na sexta e última afirmação deste grupo, “Os meus alunos reclamam por ter de
fazer trabalhos”, a maioria dos professores portugueses (89%) e chineses (73%)
discordam da afirmação.
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou
a dizer.
Professores Portugueses Professores Chineses
130
Gráfico 98 - Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.
Estes dados sobre os problemas encontrados em contexto de aula demonstram
que é possível encontrar diferenças comportamentais entre os alunos portugueses e
chineses que contrastam com a cultura do professor.
É possível verificar que a maioria dos professores chineses considera os seus
alunos portugueses participam bastante nas aulas, pedem autorização para sair da sala,
demonstram interesse nas atividades da aula, não reclamam por ter de fazer trabalhos.
No entanto, são considerados barulhentos. Apesar disso, a maioria respeita o seu
professor e não interrompe o seu discurso. Todavia é importante referir que 27% dos
professores chineses concordaram com as afirmações “Sou frequentemente
interrompido pelos meus alunos durante a aula”, “Os meus alunos saem da sala sem
pedir autorização”, “Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos” e 18% dos
professores concordaram com a afirmação “Os meus alunos interrompem o meu
discurso para contradizer o que estou a dizer”, o que revela que, por vezes, estas
situações acontecem durante a aula.
A maioria dos professores portugueses, por sua vez, considera os seus alunos
chineses pouco participativos, o que contradiz os dados obtidos na primeira afirmação
do terceiro grupo de declarações: “Os meus alunos participam ativamente na aula.”,
uma vez que a maioria dos participantes portugueses concordaram com a afirmação. A
razão pode ser o facto de, no ponto anterior, os professores portugueses considerarem
que quando questionados ou quando solicitados os alunos participam, contudo em
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.
Professores Portugueses Professores Chineses
131
comparação com os alunos portugueses, os alunos chineses são pouco participativos. É
importante mencionar que na questão da participação, 33 % dos professores portugueses
não consideraram os seus alunos pouco participativos.
Os professores portugueses também consideram que os seus alunos pedem
autorização para sair da sala, não são barulhentos, demonstram interesse pelas
atividades escolares, não reclamam por ter de fazer trabalhos e não interrompem o
discurso do professor para o contradizer.
As informações recolhidas neste tópico também vão ao encontro da informação
mencionada no capítulo I, referente à cultura da educação em Portugal e na China.
5.1.2.2.5 Relação com os alunos
Neste grupo de afirmações, o principal é reunir informações sobre a relação do
professor com os seus alunos. Na primeira declaração, “Tenho uma relação amigável
com os meus alunos”, todos os inquiridos portugueses e chineses concordam.
Gráfico 99 - Tenho uma relação amigável com os meus alunos.
Na segunda afirmação,” Os professores devem manter distância dos seus alunos,
interagindo com eles apenas dentro da sala de aula”, a maioria dos participantes, seja
qual for a nacionalidade, discordaram (89% dos professores portugueses e 91% dos
professores chineses).
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Tenho uma relação amigável com os meus alunos.
Professores Portugueses Professores Chineses
132
Gráfico 100 - Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles apenas dentro da sala
de aula.
Na terceira afirmação, “Os meus alunos tratam-me de maneira formal”, a
maioria dos professores concordam. Porém, 44% dos professores portugueses
discordam.
Gráfico 101 - Os meus alunos tratam-me de maneira formal.
Na quarta declaração: “Sei o nome de todos os meus alunos.”, a maioria dos
professores concorda com a afirmação (78% dos inquiridos portugueses e 91% dos
inquiridos chineses).
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo
com eles apenas dentro da sala de aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Os meus alunos tratam-me de maneira formal.
Professores Portugueses Professores Chineses
133
Gráfico 102 - Sei o nome de todos os meus alunos.
Na quinta declaração, “Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é
capaz”, a maioria dos participantes, tanto portugueses (89%) como chineses (91%),
concordam com a afirmação.
Gráfico 103 - Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.
Na sexta afirmação, “Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores
resultados”, todos os participantes concordam com a afirmação.
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Sei o nome de todos os meus alunos.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.
Professores Portugueses Professores Chineses
134
Gráfico 104 - Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.
Na sétima e última afirmação do grupo, “Aceitaria se me convidassem para
jantar com a turma”, todos os participantes chineses e a maioria dos praticantes
portugueses concordam (89%).
Gráfico 105 - Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.
De acordo com estes dados sobre a relação dos professores portugueses e
chineses com os seus alunos chineses e portugueses, respetivamente, é possível concluir
que a maioria dos professores inquiridos tem uma relação amigável com os seus alunos
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Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.
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Discordo Concordo Concordoplenamente
Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.
Professores Portugueses Professores Chineses
135
dentro e fora da sala de aula, sabem o nome de cada um deles assim como o que cada
um é capaz, gostam de os incentivar a terem melhores resultados e aceitariam jantar
com eles.
Quando questionados sobre a maneira como são tratados pelos seus alunos, a
maioria dos professores chineses confirma que são tratados de maneira formal. No
entanto, no caso dos professores portugueses só cerca de metade são tratados de igual
forma pelos seus alunos, facto curioso, uma vez que no capítulo I foi mencionado que o
papel do professor na vida académica dos alunos chineses na China é equiparado por
vezes ao papel de um pai, sendo por isso necessário tratá-lo formalmente e com respeito.
No entanto, visto neste caso o professor ter uma cultura diferente, os alunos chineses,
muito possivelmente, não o veem da mesma forma que a um professor chinês,
mantendo uma relação mais relaxada e mais parecida com a relação que os alunos
portugueses têm com os seus professores.
5.1.2.2.6 Diferenças culturais
No último grupo de afirmações, o foco principal são as diferenças culturais
presentes na sala de aula. Na primeira declaração, “É importante conhecer a cultura dos
alunos antes de começar a lecionar a alunos estrangeiros”, a totalidade dos participantes
concordam.
Gráfico 106 - É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a alunos estrangeiros.
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
É importante conhecer a cultura dos alunos antes de começar a lecionar a
alunos estrangeiros.
Professores Portugueses Professores Chineses
136
Na segunda declaração, “As diferenças culturais entre os alunos e os professores
podem influenciar negativamente o ensino e a aprendizagem da língua”, todos os
professores portugueses, assim como a maioria dos participantes chineses (64%),
concordaram com tal asserção.
Gráfico 107 - As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar negativamente o ensino e a
aprendizagem da língua.
Na terceira afirmação,” O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas
do aluno, mesmo que se encontre num meio cultural diferente do seu”, a maioria dos
participantes concorda com a afirmação (89% dos inquiridos portugueses e 73% dos
inquiridos chineses).
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.
Professores Portugueses Professores Chineses
137
Gráfico 108 - O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se encontre num meio
cultural diferente do seu.
Na quarta afirmação: “O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos
alunos”, a maioria dos participantes discorda (67% dos professores portugueses e 73%
dos professores chineses).
Gráfico 109 - O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Na quinta declaração, “Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos
de ensino à cultura do país onde estão a lecionar”, a maioria dos professores discorda
(89% dos participantes portugueses e 73% dos participantes chineses).
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que
se encontre num meio cultural diferente do seu.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordo plenamente
O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Professores Portugueses Professores Chineses
138
Gráfico 110 - Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à cultura do país onde estão a
lecionar.
Na sexta afirmação, “É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar
informações sobre o país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque
cultural”, todos os professores chineses e a maioria dos professores portugueses (89%)
concordam com a afirmação.
Gráfico 111 - É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o país de origem dos seus
alunos de forma a evitar o choque cultural.
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordo plenamente
Os professores não devem ter de adaptar os seus métodos de ensino à cultura do
país onde estão a lecionar.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre
o país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural.
Professores Portugueses Professores Chineses
139
Na sétima declaração, “É da responsabilidade do professor procurar informações
sobre o país onde está a lecionar, de forma a evitar o choque cultural.”, todos os
participantes concordam.
Gráfico 112 - É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.
Na oitava declaração: “Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses
por terem atitudes diferentes dos meus alunos portugueses/chineses”, a maioria dos
participantes discordam da afirmação. Porém, 33% dos professores portugueses e 45%
dos professores chineses concordam.
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde
está a lecionar de forma a evitar o choque cultural.
Professores Portugueses Professores Chineses
140
Gráfico 113 - Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem atitudes diferentes dos meus alunos
portugueses/chineses.
Na nona afirmação, “Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se
passa na sala de aula”, a maioria dos participantes discorda (67% dos professores
portugueses e 82% dos professores chineses).
Gráfico 114 - Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.
Na décima afirmação, “A cultura do país onde se ensina é a que deve ser
predominante na sala de aula”, a maioria dos professores discorda. Todavia, 44 % dos
professores portugueses concordam.
3 3
1
2
3 3
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0,5
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DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Já interpretei mal os meus alunos chineses/portugueses por terem
atitudes diferentes dos meus alunos portugueses/chineses.
Professores Portugueses Professores Chineses
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Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de
aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
141
Gráfico 115 - A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.
Na décima primeira e última declaração, “Os alunos devem adaptar-se ao
método de ensino do professor e não ao contrário”, a maioria dos professores discorda
da afirmação (67% dos participantes portugueses e 82% dos participantes chineses).
Gráfico 116 - Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao contrário.
Os dados apresentados sobre as perceções dos professores portugueses e
chineses quanto à forma de lidar com as diferenças culturais na sala de aula permitem-
nos concluir que os professores de ambas as nacionalidades reconhecem a importância
da cultura na sala de aula e a sua influência, por vezes negativa, no ensino e
0
5
4
0
2
8
1
00
1
2
3
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9
Discordo Plenamente Discordo Concordo Concordoplenamente
A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.
Professores Portugueses Professores Chineses
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1
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8
DiscordoPlenamente
Discordo Concordo Concordoplenamente
Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário.
Professores Portugueses Professores Chineses
142
aprendizagem de uma língua estrangeira. Cerca de metade dos professores chineses e
três professores portugueses já interpretaram mal os seus alunos estrangeiros por terem
atitudes diferentes dos alunos que partilham a sua cultura.
A maioria dos professores nativos de uma língua estrangeira concorda que é
relevante conhecer a cultura dos seus alunos, assim como procurar informações sobre o
país de origem destes, bem como do país onde estão a lecionar, para ir ao encontro das
expectativas dos seus alunos. Assim sendo, a maioria dos participantes também
considera importante adaptar as suas aulas à cultura do país onde estão a lecionar e à
cultura de ensino dos alunos. Porém, quando questionados sobre qual a cultura que deve
ser a predominante na sala de aula, a maioria dos professores chineses, assim como
cerca de metade dos professores portugueses, não considera que deve ser a do país onde
se está a lecionar. Este último ponto demonstra que o professor tem em atenção o facto
de que quando se aprende uma língua estrangeira deve-se aprender também a cultura
associada a essa língua. Essa aprendizagem começa na sala de aula intercultural, onde o
professor ensina a sua cultura e a sua língua.
143
Conclusão
Mia Couto (2009, p. 184) diz que “as línguas são a mais poderosa agência de
viagens, os mais antigos e eficazes veículos de trocas”. Elas levam-nos para outros
mundos e também para fora de nós, permitindo-nos conhecer o Outro e comunicar com
ele. Neste aspeto, aprender uma língua estrangeira é comprar um bilhete para uma
viagem com vários destinos. No nosso tempo, em que a mobilidade crescente
intensificou os contactos entre gentes diversas com diferentes objetivos, aprender
línguas estrangeiras tornou-se uma necessidade. Nas salas de aula, professores nativos
ou não de uma determinada língua ensinam-na a alunos de proveniências várias. As
aulas de línguas estrangeiras são sempre plurilingues e, consequentemente,
pluriculturais, já que língua e cultura são irmãs gémeas. Isto é um desafio para quem
aprende e para quem ensina, sobretudo quando estamos perante um professor nativo de
uma língua que vem dum mundo muito diferente daquele a que os alunos pertencem. O
facto de não partilharem as mesmas referências culturais pode dificultar a comunicação
entre um e outros e criar mal-entendidos. Cremos que o trabalho que desenvolvemos
nos capítulos anteriores comprova isto mesmo. Como vimos, dentro de uma sala de aula
luso-chinesa, as culturas de ensino portuguesa e chinesa entram em conflito em vários
aspetos importantes. Cada cultura tem filosofias diferentes sobre como ensinar e
aprender, sobre qual o papel do professor e do aluno, assim como as suas respetivas
responsabilidades. Ambas as culturas encorajam estratégias de aprendizagem distintas,
enaltecem diferentes qualidades dos alunos e valorizam diferentes etiquetas dentro da
sala de aula.
Com os resultados obtidos da investigação foi possível comprovar muitas das
características dos alunos e professores portugueses e chineses descritas no capítulo I.
Os alunos portugueses diferem dos alunos chineses no comportamento, na interação
com o professor, nos seus ideais de como uma aula de línguas estrangeiras deve ser.
Contudo, em muitas questões, as opiniões destes alunos de culturas tão
diferentes são muito semelhantes, o que demonstra que os métodos de ensino de línguas
estrangeiras em ambos os países estão a tornar-se mais semelhantes. Este é um facto
curioso, pois pode ser uma prova que a implementação de métodos de ensino
“ocidentais”, principalmente no ensino de inglês língua estrangeira por professores
144
estrangeiros na China, estão a ter uma resposta positiva e já influenciam a comunidade
académica chinesa.
No caso dos professores, verificou-se uma predominância do método tradicional
nas salas de aula de professores chineses. Porém, em vários aspetos as suas respostas
estavam de acordo com as respostas dos professores portugueses: a importância da
oralidade na aprendizagem, o reconhecimento da influência da cultura dentro da sala de
aula, entre outros. Assim, pode-se afirmar que os professores chineses e os professores
portugueses ensinam os seus alunos utilizando métodos de ensino típicos do seu país e
cultura, o que pode resultar em choque cultural e dificuldades em ensinar com sucesso
os seus alunos. A solução para resolver essa questão é a cultura.
Todavia, é importante também referir que os resultados obtidos, por vezes,
apenas permitem perceber o que cada participante considera correto e errado na
aprendizagem de uma língua estrangeira, não implicando que o mesmo aconteça na
prática, principalmente em relação aos dados obtidos dos alunos. Um bom exemplo
desta situação é a participação. Após conversa com alguns dos participantes portugueses
e chineses foi possível apurar que um grande número de alunos considera importante
participar ativamente na aula e realizar exercícios orais para consolidar a aprendizagem,
porém durante a aula evitam fazê-lo.
Numa sala de aula multicultural, é possível o conflito entre pessoas de culturas
diferentes. Para evitar esses mesmos conflitos é essencial que o aluno aprenda não só a
língua, mas também a cultura que ela expressa. Introduzir uma língua estrangeira numa
sala de aula implica conectar os discentes a um mundo culturalmente diferente do seu, o
que não é fácil, visto implicar questionar e rever as suas próprias crenças, conceitos e
atitudes.
Uma vez que o aluno está a aprender uma nova língua e é a primeira vez que,
simultaneamente entra em contacto com uma nova cultura, é da responsabilidade do
professor desenvolver uma metodologia que vá ao encontro das crenças dos seus alunos
e que atinja os objetivos pretendidos.
Uma metodologia só é efetiva se os professores e os alunos estiverem dispostos
a aceitá-la e a implementá-la. Se os professores implementarem uma metodologia de
ensino sem terem em conta os valores culturais dos seus alunos, a probabilidade dos
educandos a rejeitarem é maior e a aprendizagem não será frutífera. Assim, é importante
145
que os professores portugueses e chineses escolham cuidadosamente a sua metodologia
baseada nas características do público-alvo, implementando métodos que vão ao
encontro das expectativas do mesmo, mas que, simultaneamente, o prepare
culturalmente para entrar no mundo lusófono ou no mundo chinês. É relevante que o
professor realce as diferenças culturais entre ambos os países para que o discente possa
compreender e aceitar a diversidade e saber como agir com pessoas de culturas
diferentes. Para isso é fundamental que o professor tenha conhecimentos sobre a(s)
cultura(s) dos seus alunos e a(s) cultura(s) que se expressa(m) na(s) língua(s) que ensina,
saber explicar as diferenças culturais, saber quando essas diferenças podem ocorrer e
desenvolver técnicas para ajudar os seus alunos a compreenderem e a aceitar o diferente.
No caso dos alunos chineses, por exemplo, os professores portugueses precisam
de compreender que, devido à relutância dos seus alunos chineses em participar, fazer
perguntas como:” Alguém me pode dizer…?” ou “Alguém tem dúvidas?”, em muitos
casos, não resultam em respostas. Fazer perguntas diretamente a alguém ou pedir a
opinião específica de um aluno é mais eficaz.
Os professores chineses, por sua vez, devem compreender que os alunos
portugueses precisam de se envolver no processo de ensino e que aulas apenas teóricas
não resultam. Porém, é importante que o professor consiga controlar os seus alunos para
que estes não dominem a aula e esta seja só discussão.
Independentemente da estratégia escolhida, o professor deve começar a
implementá-la aos poucos, preferivelmente nas aulas iniciais, para que seja mais bem
recebida e não cause tanto impacto. Quando ocorrem dificuldades, é importante saber
encorajar os alunos em vez de os criticar, para que possam aprender e compreender a
nova estratégia. Explicar no início do estudo como é que o mesmo vai ser desenvolvido
e o que se espera dos alunos pode ser uma boa ideia para que estes saibam o que é
esperado deles e se possam preparar. O importante é conseguir encontrar um equilíbrio
entre a cultura do professor e a dos alunos para que a aula decorra sem problemas.
Resumindo, de forma a evitar conflitos culturais dentro da sala de aula e melhor
preparar os seus alunos para o mercado de trabalho, o professor deve optar por
implementar uma educação linguística intercultural, processo em que a língua serve
como um meio enquanto a cultura é o objetivo. Os alunos adquirem a capacidade de
compreender as diferenças culturais através de interações sociais e são capazes de usar a
146
linguagem correta e de se comportarem corretamente para garantir uma comunicação de
sucesso com pessoas de culturas diferentes.
147
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151
7. Anexos
Anexo 1
Anexo 1 - Sistema educativo em Portugal
Fonte: http://agml.pt/index.php/inicio-futuroscopio/sistema-educativo
152
153
Anexo 2
Anexo 2 – Sistema Educativo Chinês
Fonte: ncee.org
154
155
Anexo 3
Universidades Chinesas com cursos de Português (dados de 2013)
Universidades Sigla em inglês Local Ano em que o
curso de
português foi
fundado
Universidade de Comunicação da China
中国传媒大学
CUC Pequim
京
1960
200017
Universidade de Estudos Estrangeiros de
Pequim
京外国语大学
BFSU Pequim
京
1961
Universidade de Estudos Internacionais de
Xangai
海外国语大学
SISU Xangai
海
1977
Universidade de Estudos Internacionais de
Pequim
京第二外国语大学
BISU Pequim
京
2005
Universidade de Estudos Estrangeiros de
Tianjin
津外国语学院
TFSU Tianjin
津
2005
Universidade de Pequim
京大学
PKU Pequim
京
2007
Universidade de Estudos Internacionais de
Xi’an
西安外国大学
XISU Xi’an
西安
2007
Instituto de Línguas Estrangeiras de Ji Lin HQWY Changchun 2007
17 O curso foi fundado em 1960, contudo foi suspenso durante a Revolução Cultural, voltando a funcionar em 2000.
156
Huaqiao
林华桥外国语学院
春
Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian
大连外国语学院
DUFL Dalian
大连
2008
Universidade Nova de Harbin
哈尔滨师范大学
HNU Harbin
哈尔滨
2008
Universidade de Comunicação da China
中国传媒大学南广学院
CUCN Nanquim
南京
2008
Universidade de Línguas Estrangeiras do
Exército de Libertação Popular
中国人民解放军外国语学院
PLAUFL 2008
Universidade de Estudos Estrangeiros de
Guangdong
广东外语外贸大学
GDUFS Guangzhou
广
2009
Universidade de Economia e Negócios
Internacionais
对外经济贸易大学
UIBE Pequim
京
2009
Universidade de Estudos Estrangeiros de Hebei
河 外国语学院
HFSU Shijiazhuang
石家庄
2009
Instituto de Comunicação de Hebei
河 传媒学院
HBIC Shijiazhuang
石家庄
2010
Universidade de Línguas e Cultura de Pequim
京语言大学
BLCU Pequim
京
2011
Universidade de Estudos Interculturais de
Sichuan
四 外国语大学
SCISU Chongqing
庆
2012
157
Universidade de Estudos Internacionais de
Zhejiang
浙江外国语大学
ZISU Hangzhou
杭
2013
Anexo 3 - Dezanove Universidades Chinesas com cursos de Português (2013)
Fonte: Yuan, 2014
158
159
Anexo 4
Corpo docente dos cursos de português nas Universidades Chinesas (2010)
Universidades Número de
professores
chineses
Número de
professores
estrangeiros
Número total
de professores
Número total
de alunos
Universidade
de Estudos
Estrangeiros
de Pequim
6
1
(português)
7
68
Universidade
de
Comunicação
da China
4
1
(português)
5
80
Universidade
de Estudos
Estrangeiros
de Xangai
4
1
(português)
5
89
Universidade
de Línguas
Estrangeiras de
Tianjin
4
2
(portugueses)
6
63
Universidade
de Pequim
1 1
(brasileiro)
2 66
Universidade
de Línguas
Estrangeiras de
Xi’an
3
1
(brasileiro)
4
60
Universidade
de Línguas
Estrangeiras de
Dalian
3
1
(argentino)
4
51
Universidade
Normal de
1
1
2
70
160
Harbin (brasileiro)
Universidade
de Economia e
Negócios
Internacionais
1
1
(português)
2
11
Anexo 4 - Corpo Docente dos Cursos de Português das Universidades Chinesas (Abril 2010)
Fonte: Yuan, 2014
161
Anexo 5
Universidades em Macau com cursos de português
Universidades Sigla Ano em que o curso foi
fundado
Universidade de Macau
澳門大學
澳门大学
UM
2001
Instituto Politécnico de
Macau
澳門理工大學
澳门理工大学
IPM
2012
Universidade de Ciências e
Tecnologia de Macau
澳 科技大學
澳门科技大学
MUST
2012
Universidade de São José
聖若瑟大學
圣若瑟大学
USJ
2016
Anexo 5 - Universidade em Macau com cursos de português
Fonte: site oficial das universidades
162
163
Anexo 6
Disciplinas
Créditos/Percentagem Carga Horária/
Percentagem
Créditos Totalidade % Carga
Horária
Totalidade %
Conhecimentos
gerais
Disciplinas
Obrigatórias
42 54 24% 766h 874h 27%
Disciplinas
Opcionais
12 7% 108h 4%
Conhecimentos
especializados
Disciplinas
relacionadas
com a
aprendizagem
linguística
94 110 55% 1692h 1980h 59%
Disciplinas
Específicas
16 9% 288% 10%
Anexo 6 - Estrutura Curricular do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an
Fonte:(Yuan, 2014)
164
165
Anexo 7
Disciplinas Nome da disciplina Créditos Carga
horária
Disciplinas
Comuns
Obrigatórias
Princípios Básicos do Marxismo 3
190h
História da China Moderna 2
Teoria de Deng Xiaoping e Pensamento de
Mao Tsé-tung
4
Política e Economia Internacional
Contemporânea
2
Cultura Ideológica e Moral e Direito 3
Situação e Políticas Internacionais 2
Educação Física 4 144h
Segunda Língua Estrangeira 16 288h
Chinês 4 72h
Informática 2 72h
Disciplinas
Optativas
História da Filosofia Chinesa 4 36h
História da Filosofia Ocidental 4 36h
Negócios Estrangeiros 4 36h
Introdução à Literatura 4 36h
Introdução à Sociologia 4 36h
Ciências da Comunicação 4 36h
História do Mundo 4 36h
Geografia do Turismo 4 36h
Geografia Económica Internacional 4 36h
Ética 4 36h
Protocolo e Cerimónia em Eventos 4 36h
Cultura Oriental e Ocidental: Estudos
Comparativos
4 36h
Anexo 7 – Disciplinas de Conhecimento Geral do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an
Fonte:(Yuan, 2014)
166
167
Anexo 8
Disciplinas Nome da
disciplina
Crédito
s
Carga
Horári
a
Carga Horária semanal por
semestre18
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8
º
Disciplinas de
conhecimento
linguístico
Português
Elementar
38 684h 1
0
1
0
1
0
8
Português
Avançado
12 216h 6 6
Português
Áudio–
Visual-Oral
6 108h 2 2 2
Notícias em
Português
Áudio-visual-
oral
4 72h 2 2
Leitura
Intensiva
6 108h 2 2 2
Conversação 8 144h 2 2 2 2
Redação 4 72h 2 2
Interpretação 4 72h 2 2
Tradução 4 72h 2 2
Temas
Económico-
Comerciais
em Português
2 36h 2
Leitura de
Jornais e
Revistas em
Português
6 108h 2 2 2
Fonética 2 36h 2
18Um semestre equivale a 18 semanas
168
Disciplinas de
conhecimento
s específicos
Introdução
aos Países
Lusófonos
2 36h 2
Gramática 2 36h 2
História de
Portugal e do
Brasil
2 36h 2
História e
Literatura de
Portugal/Brasi
l
2 36h 2
Leitura de
obras de
Literatura
Portuguesa
4 72h 2 2
Escrita Prática
para Fins
Profissionais
2 36h 2
Total 110 1980h 1
4
1
8
1
6
1
6
1
4
2
0
1
2
0
Anexo 8 – Disciplinas de conhecimento linguístico do Curso de Licenciatura de Língua Portuguesa na Universidade de Xi’an
Fonte:(Yuan, 2014)
169
Anexo 9
1.ºAno
Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos
Disciplinas de
formação geral
Das opções os alunos escolhem duas
cadeiras:
6
Inglês II: Introdução às Universidades
Inglesas 1&2
Inglês III: Inglês Académico 1&2
Inglês IV: Inglês Académico 3&4
Leitura e Escrita Crítica
Literatura Inglesa
Disciplinas de
Língua
Portuguesa
PTSB110 Laboratório da Língua: Desenvolvimento
da Pronúncia e Produção Oral I
3
PTSB111 Introdução à Compreensão do Português
Escrito I
3
PTSB112 Introdução à Língua Portuguesa I 3
PTSB113 Comunicando em Português 3
PTSB114 Português ao Vivo 3
PTSB120 Laboratório da Língua: Desenvolvimento
da Pronúncia e Produção Oral II
3
PTSB121 Introdução à Compreensão do Português
Escrito II
3
PTSB122 Introdução à Língua Portuguesa II 3
PTSB123 Introdução à Conversação 3
PTSB124 Introdução à Cultura Lusófona 3
SASG100 Vida Universitária 0
Total: 36
2.ºAno
Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos
Disciplinas de
formação geral
Matemática/Raciocínio Quantitativo 3
Tecnologia da Informação e Sociedade do
Conhecimento
3
Educação Física 1
170
Disciplinas de
Língua
Portuguesa
PTSB210 Laboratório da Língua: Desenvolvimento
da Pronúncia e Produção Oral III
3
PTSB211 Estrutura da Língua Portuguesa I 3
PTSB212 Escrita I 3
PTSB213 Língua e Cultura Portuguesa I 3
PTSB214 Conversação I 3
PTSB220 Laboratório da Língua: Desenvolvimento
da Pronúncia e Produção Oral IV
3
PTSB221 Estrutura da Língua Portuguesa II 3
PTSB222 Escrita II 3
PTSB223 Língua e Cultura Portuguesa II 3
PTSB224 Conversação II 3
Total: 37
3.ºAno
Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos
Disciplinas de
formação geral
PTSB310 Comunicação (Língua e Cultura dos
Países Lusófonos I)
3
PTSF326 História e Culturas do Mundo (História
Moderna e Contemporânea dos Países
Lusófonos II)
3
Ciência Física e o Mundo 3
Ciências da Vida, Saúde e Condição
Humana
3
Disciplinas de
Língua
Portuguesa
PTSB311 Escrita Prática para Fins Profissionais I 3
PTSB312 Técnicas de Compreensão e Produção
Nível Intermédio e Avançado I
3
PTSB320 Língua e Cultura dos Países Lusófonos II 3
PTSB321 Escrita Prática para Fins Profissionais II 3
PTSB322 Técnicas de Compreensão e Produção
Nível Intermédio e Avançado II
3
Das opções os alunos escolhem duas
cadeiras:
6
PTSB313 Tradução I (Português/Chinês)
171
PTSB314 Introdução à Linguística Portuguesa
PTSB315 Introdução ao Estudo da Literatura
Lusófona I
PTSB316 História Moderna e Contemporânea dos
Países Lusófonos I
PTSB317 Tópico Especial I
PTSB318 Tópico Especial II
Das opções os alunos escolhem uma
cadeira:
3
PTSB323 Tradução II (Português/Chinês)
PTSB324 Linguística Portuguesa: Gramática
PTSB325 Introdução ao Estudo da Literatura
Lusófona II
PTSB327 Tópico Especial III
PTSB328 Tópico Especial IV
Total: 36
4.ºAno
Disciplinas Código Nome da Disciplina Créditos
Disciplinas de
formação geral
PTSB416 Macau, China e outras Sociedades
(Instituições e Sociedades
Contemporâneas dos Países Lusófonos I)
3
PTSB429 Artes Visuais e Performativas (Teatro em
Língua Portuguesa)
3
Valores, Ética e Sentido da Vida 3
Disciplinas de
Língua
PTSB410 Língua e Cultura Portuguesas dos Países
Lusófonas Nível Avançado I
3
PTSB411 Pesquisa e Escrita de Relatórios I 3
PTSB412 Técnicas de Compreensão e Produção
Nível Avançado I
3
PTSB420 Língua e Cultura Portuguesas dos Países
Lusófonas Nível Avançado II
3
PTSB421 Pesquisa e Escrita de Relatórios II 3
172
Portuguesa PTSB422 Técnicas de Compreensão e Produção
Nível Avançado II
3
Das opções os alunos escolhem uma
cadeira:
3
PTSB413 Tradução Nível Avançado I
(Português/Chinês)
PTSB414 Interpretação I (Português/Chinês)
PTSB415 Ensino de Português como Língua
Estrangeira I
PTSB417 Tópico Especial V
PTSB418 Tópico Especial VI
Das opções os alunos escolhem uma
cadeira:
3
PTSB423 Tradução Nível Avançado II
(Português/Chinês)
PTSB424 Interpretação II (Português/Chinês)
PTSB425 Ensino de Português como Língua
Estrangeira II
PTSB426 Instituições e Sociedades
Contemporâneas dos Países Lusófonos II
PTSB427 Tópico Especial VII
PTSB428 Tópico Especial VIII
Total: 33
Anexo 9 – Plano Curricular do Curso de Estudos Portugueses na Universidade de Macau
Fonte: umac.mo
173
Anexo 10
Ano Unidades curriculares Horas (Total)
Créditos
1.º
Chinês Moderno I 392 14 Cultura Popular Chinesa 140 5
História da Expansão Portuguesa no Extremo Oriente
140 5
Japonês Moderno I 168 6 Subtotal 840 30
1.º
Chinês Moderno II 392 14 Geografia Humana, Económica e Turística
da China 140 5
Japonês Moderno II 168 6 Geografia do Japão 140 5
Subtotal 840 30
2.º
Chinês Moderno III 252 9 História e Cultura Chinesas I 168 6
Relações entre a Europa e o Extremo Oriente 140 5 Japonês Moderno III 140 5 História do Japão I 140 5
Subtotal 840 30
2.º
Chinês Moderno IV 196 7 História e Cultura chinesas II 196 7
Japonês Moderno IV 168 6 História do Japão II 140 5 Cultura Japonesa I 140 5
Subtotal 840 30
3.º
Chinês Moderno V 224 8 Chinês Comercial e Turístico 168 6
História e Atualidade das Relações Diplomáticas Chinesas
140 5
Japonês Moderno V 168 6 Cultura Japonesa II 140 5
Subtotal 840 30
3.º
Chinês Moderno VI 196 7 Técnicas e Prática da Tradução do Chinês 168 6 China Económica e Política, Mercado e
Cultura Empresarial 168 6
Japonês Moderno VI 168 6 Japão Económico e Político Contemporâneo 140 5
Subtotal 840 30 Anexo 10 – Plano de Estudos (Uminho)
Fonte: (Centro de Estudos Orientais - Universidade do Minho, no date)
174
175
Anexo 11
1.ºAno
Código Disciplina Créditos
--- Duas Disciplinas do Grupo A 4
CHIN1101 Chinês Moderno I 3
CHIN1102 Chinês Moderno II 3
COMP1101 Fundamentos de Informação Tecnológica 2
PORT1101 Português I 8
PORT1102 Português II 8
PORT1103 Português: Oralidade I 5
PORT1104 Português: Oralidade II 5
PORT1105 Gramática Portuguesa I 2
PORT1106 Gramática Portuguesa II 2
PORT1109 Introdução aos Países Lusófonos 2
2.ºAno
Código Disciplinas Créditos
--- Duas disciplinas do grupo B 4
CHIN2101 Chinês Escrito 3
CHIN2102 Escrita Prática de Chinês 3
CHIN2113 Introdução à Cultura Chinesa 2
HIST2101 História e Cultura de Macau 2
PORT2101 Português III 6
PORT2102 Português IV 6
PORT2103 Português: Oralidade III 4
PORT2104 Português: Oralidade IV 4
PORT2105 Gramática Portuguesa III 2
PORT2106 Gramática Portuguesa IV 2
PORT2109 Português: Leitura Extensiva I 3
176
PORT2110 Português: Leitura Extensiva II 3
3.ºAno
Código Disciplinas Créditos
--- Duas disciplinas do grupo C 4
CHIN3101 Literatura Chinesa Moderna e Contemporânea I 3
CHIN3102 Literatura Chinesa Moderna e Contemporânea II 3
PORT3101 Português V 3
PORT3102 Português VI 3
PORT3103 Literatura Portuguesa I 3
PORT3104 Literatura Portuguesa II 3
PORT3105 História de Portugal I 3
PORT3106 História de Portugal II 3
PORT3107 Escrita de Documentos Oficiais Portugueses 2
PORT3108 Português Escrito 2
TRAN3101 Teoria e Prática de Tradução I 4
TRAN3102 Teoria e Prática de Tradução II 4
4.ºAno
Código Disciplinas Créditos
CHIN4101 Capacidades de Comunicação em Chinês I 2
CHIN4102 Capacidades de Comunicação em Chinês II 2
PORT4101 Capacidades de Comunicação em Português I 2
PORT4102 Capacidades de Comunicação em Português II 2
PORT4103 Literatura dos Países Lusófonos 2
PORT4104 História e Cultura dos Países Lusófonos 2
TRAN4101 Tradução Português-Chinês 5
TRAN4102 Tradução Chinês-Português 5
TRAN4103 Interpretação Consecutiva 5
TRAN4104 Introdução a Interpretação Simultânea 5
177
TRAN4105 Teoria de Tradução e Criticismo 2
TRAN4106 Projeto de Graduação 4
PORT3109 Introdução a Ensino de Português como Língua
Estrangeira I 2
PORT3110 Introdução a Ensino de Português como Língua
Estrangeira II 2
SOCI3101 Introdução a Ciências Sociais 2
Anexo 11 – Plano de Estudo da Licenciatura do Politécnico de Leiria
Fonte:(Licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português | Cursos do Politécnico de Leiria, no date)
178
179
Anexo 12
Disciplinas opcionais - Grupo A
Código Disciplinas Créditos
HIST1103 Introdução à Cultura Europeia 2
MAND1101 Chinês Mandarim I 2
MAND1102 Chinês Mandarim II 2
PEDU1101 Educação Física 2
Disciplinas opcionais - Grupo C
Código Disciplinas Créditos
ENGL3111 Inglês III 2
ENGL3112 Inglês IV 2
FREN3111 Francês III 2
FREN3112 Francês IV 2
LLAW3101 Introdução a Direito 2
Anexo 12 – Cadeiras Opcionais da Licenciatura do Politécnico de Leiria
Fonte:(Licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português | Cursos do Politécnico de Leiria, no date)
Disciplinas opcionais - Grupo B
Código Disciplinas Créditos
CHIN2105 Literatura Chinês Clássico I 2
CHIN2106 Literatura Chinês Clássico II 2
ECON2101 Introdução a Economia 2
ENGL2111 Inglês I 2
ENGL2112 Inglês II 2
FREN2111 Francês I 2
FREN2112 Francês II 2
PADM2100 Introdução a Administração Pública 2
180
181
Anexo 13
Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com
professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano
Caro colega,
No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e
Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,
solicito a sua colaboração neste inquérito.
Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na
sala de aula, constituída por alunos portugueses e professores chineses e posteriormente
a comparação dos dados com a dos alunos chineses.
As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,
estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.
Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.
Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]
Eulália Gomes
Sexo
Idade
Ano em que começou a estudar a português
Ano em que esteve na China
Universidade onde estudou chinês em Portugal
Universidade onde estudou chinês na China
Métodos de ensino
1- No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente
fundamentais.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número de
horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
3- Os alunos devem participar ativamente na aula.
182
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a
aprendizagem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer perguntas
no final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
7- Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos
discutir sobre os temas abordados.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Métodos de avaliação
9- O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a matéria
lecionada.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
10- Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral
do aluno.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
14- A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
183
Interação com o professor em contexto de aula
15- A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o professor.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
16- É comum os alunos fazerem perguntas durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
17- Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
18- Os alunos devem obedecer ao professor.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
19- É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir
silêncio várias vezes.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
20- Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
21- Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Problemas encontrados em contexto de aulas
22- O professor solicita participação em demasia.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
23- Tenho pouco interesse nas atividades da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
24- Durante a aula sou barulhento.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
25- Os alunos saem da aula quando querem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
26- Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
27- O professor pede muitos trabalhos de casa.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
28- As atividades são sempre do mesmo tipo.
184
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Relação com o professor
29- Tenho uma relação amigável com o meu professor.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles
apenas dentro da sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
31- Trato o meu professor de maneira formal.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
32- Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir
conselhos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
33- Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
34- Os meus pais conhecem o meu professor.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
35- Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Diferenças culturais
36- É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de
professores estrangeiros.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua,
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se
encontre num meio cultural diferente do seu.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
40- Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão
185
a estudar.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
41- É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o
país de origem dos seus alunos de forma a evitar o choque cultural.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
42- É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a
estudar de forma a evitar o choque cultural.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
43- Já interpretei mal o meu professor chinês por ter atitudes diferentes dos meus
professores portugueses.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
44- A cultura influencia o que se passa na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
45- A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Anexo 13 - Questionários: Alunos portugueses a estudar ou que estudaram chinês com professor chinês e que estiveram na China a estudar pelo menos um ano.
186
187
Anexo 14
Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com
professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano
Caro colega,
No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e
Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,
solicito a sua colaboração neste inquérito.
Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na
sala de aula, constituída por alunos chineses e professores portugueses e posteriormente
a comparação dos dados com a dos alunos portugueses.
As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,
estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.
Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.
Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]
Eulália Gomes
Sexo
Idade
Ano em que começou a estudar a português
Ano em que esteve em Portugal
Universidade onde estudou português na China
Universidade onde estudou português em Portugal
Métodos de ensino
1- No ensino de língua portuguesa não materna, a oralidade e a escrita são
igualmente fundamentais.
Discordo plenamente/ discordo / concordo/ concordo plenamente
2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número
de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
3- Os alunos devem participar ativamente na aula.
188
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula é importante para a
aprendizagem.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
7- Acho importante o professor dispensar algum tempo da aula para que possamos
discutir sobre os temas abordados.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Métodos de avaliação
9- O professor deve dar trabalhos de casa para os alunos poderem praticar a
matéria lecionada.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
10- Os testes escritos devem ser os mais importantes para a nota final.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar a capacidade oral
do aluno.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
14- A postura do aluno na sala de aula não deve interferir na nota final.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Interação com o professor em contexto de aula
189
15- A aula é mais interessante quando o aluno interage várias vezes com o
professor.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
16- É frequente os alunos fazerem perguntas durante a aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
17- Os alunos só devem tirar as dúvidas no final da aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
18- Os alunos devem obedecer ao professor.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
19- É comum os alunos falarem entre si durante a aula, tendo o professor de pedir
silêncio várias vezes.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
20- Sempre que o professor faz perguntas, o aluno deve responder prontamente.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
21- Tenho dificuldade em comunicar com o meu professor durante a aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Problemas encontrados em contexto de aulas
22- O professor solicita participação em demasia.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
23- Tenho pouco interesse nas atividades da aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
24- Durante a aula sou barulhento.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
25- Os alunos saem da aula quando querem.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
26- Já interrompi o discurso do meu professor para expressar a minha opinião.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
27- O professor pede muitos trabalhos de casa.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
28- As atividades são sempre do mesmo tipo.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
190
Relação com o professor
29- Tenho uma relação amigável com o meu professor.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles
apenas dentro da sala de aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
31- Trato o meu professor de forma formal.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
32- Se tiver algum problema, sei que posso falar com o meu professor para pedir
conselhos.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
33- Sei o endereço de email e o número de telefone do meu professor.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
34- Os meus pais conhecem o meu professor.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
35- Aceitaria fazer um jantar com o meu professor e restantes colegas de turma.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Diferenças culturais
36- É importante conhecer a cultura do professor, antes de assistir a aulas de
professores estrangeiros.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se
encontre num meio cultural diferente do seu.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura dos alunos.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
191
40- Os alunos não deveriam ter de se adaptar à cultura de ensino do país onde estão
a estudar.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
41- É da responsabilidade do professor estrangeiro procurar informações sobre o
país de origem dos seus alunos, de forma a evitar o choque cultural.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
42- É da responsabilidade do aluno procurar informações sobre o país onde está a
estudar, de forma a evitar o choque cultural.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
43- Já interpretei mal o meu professor português por ter atitudes diferentes dos
meus professores chineses.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
44- A cultura influencia o que se passa na sala de aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
45- A cultura do país onde se estuda é a que deve ser predominante na sala de aula.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário.
Discordo plenamente/ Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Anexo 14 - Questionários: Alunos chineses a estudar ou que estudaram português com professor português e que estiveram em Portugal a estudar pelo menos um ano.
192
193
Anexo 15
Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a
alunos chineses
Caro professor(a),
No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e
Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,
solicito a sua colaboração neste inquérito.
Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na
sala de aula, constituída por alunos chineses e professores portugueses e posteriormente
a comparação dos dados com a dos professores chineses.
As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica,
estando assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.
Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.
Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]
Eulália Gomes
Sexo
Idade
Anos de serviço
Universidade onde leciona
Universidade onde lecionou na China
Universidade onde lecionou em Portugal
Métodos de ensino
1- No ensino de português língua não materna, a oralidade e a escrita são
igualmente fundamentais.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número
de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
3- Acho importante que os alunos participem ativamente na aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
194
4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a
aprendizagem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
7- Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos
possam discutir sobre os temas abordados.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Métodos de avaliação
9- É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
10- Os testes escritos são os mais importantes para a nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos
do aluno.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
14- A postura do aluno na sala de aula não interfere na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Interação com os alunos em contexto de aula
15- Os meus alunos participam ativamente na aula.
195
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
16- É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
17- Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
18- Os meus alunos são obedientes.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
19- Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias
vezes.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
20- Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
21- Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Problemas encontrados em contexto de aulas
22- Os meus alunos são pouco participativos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
23- Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
24- Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
25- Os meus alunos são barulhentos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
26- Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
27- Os meus alunos interrompem o meu discurso para contradizer o que estou a
dizer.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
28- Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Relação com os alunos
196
29- Tenho uma relação amigável com os meus alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles
apenas dentro da sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
31- Os meus alunos tratam-me de maneira formal.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
32- Sei o nome de todos os meus alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
33- Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
34- Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
35- Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Diferenças culturais
36- É importante conhecer a cultura dos alunos, antes de começar a lecionar a
alunos estrangeiros.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se
encontre num meio cultural diferente do seu.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura de ensino dos alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
40- Os professores não devem ter que adaptar os seus métodos de ensino à cultura
do país onde estão a estudar.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
41- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de
origem dos seus alunos, de forma a evitar choque cultural.
197
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
42- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está
a lecionar de forma a evitar o choque cultural.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
43- Já interpretei mal os meus alunos chineses por terem atitudes diferentes dos
alunos portugueses.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
44- Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
45- A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Anexo 15 - Questionários: professores portugueses de Português Língua Não Materna a alunos chineses.
198
199
Anexo 16
Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos
portugueses
Caro professor(a),
No âmbito da minha dissertação "Influência Cultural nos Estilos de Ensino: Chinês e
Português como Língua Estrangeira" do Instituto de Letras da Universidade do Minho,
solicito a sua colaboração neste inquérito.
Este questionário tem como intuito recolher informações sobre a influência cultural na
sala de aula, constituída por alunos portugueses e professores chineses e posteriormente
a comparação dos dados com a dos professores portugueses.
As informações recolhidas destinam-se apenas a fins de investigação académica, estando
assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados.
Muito obrigada pela sua disponibilidade e atenção.
Em caso de dúvidas, por favor contacte-me por email: [email protected]
Eulália Gomes
Sexo
Idade
Anos de serviço
Universidade onde leciona
Universidade onde lecionou em Portugal
Universidade onde lecionou na China
Métodos de ensino
1- No ensino de chinês língua não materna, a oralidade e a escrita são igualmente
fundamentais.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
2- O número de horas despendido no ensino da escrita e da gramática, e o número
de horas despendido para a oralidade devem ser as mesmas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
3- Acho importante que os alunos participem ativamente na aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
4- A realização de exercícios escritos e orais durante a aula são importantes para a
200
aprendizagem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
5- Os alunos devem ouvir atentamente o professor durante a aula e só fazer
perguntas no final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
6- É importante que os alunos tirem notas durante as aulas.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
7- Acho importante dispensar algum tempo da aula para que os meus alunos
possam discutir sobre os temas abordados.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
8- Os exercícios de resposta automática são os melhores para aprender uma língua estrangeira.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Métodos de avaliação
9- É essencial dar trabalhos de casa para os alunos estudarem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
10- Os testes escritos são os mais importantes para a nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
11- A participação em aula não deve ser contabilizada na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
12- As apresentações orais são essenciais para o professor avaliar os conhecimentos
do aluno.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
13- Os trabalhos de grupo ajudam os alunos a melhorar a sua competência
linguística.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
14- A postura do aluno na sala de aula não interfere na nota final.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Interação com os alunos em contexto de aula
15- Os meus alunos participam ativamente na aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
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16- É comum os meus alunos fazerem perguntas durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
17- Os meus alunos só tiram as dúvidas no final da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
18- Os meus alunos são obedientes.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
19- Os meus alunos falam entre si durante a aula, tendo de pedir silêncio várias
vezes.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
20- Sempre que questiono algum aluno, ele responde-me prontamente.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
21- Tenho dificuldade em comunicar com os meus alunos durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Problemas encontrados em contexto de aulas
22- Os meus alunos são pouco participativos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
23- Sou frequentemente interrompido pelos meus alunos durante a aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
24- Os meus alunos demonstram pouco interesse nas atividades da aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
25- Os meus alunos são barulhentos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
26- Os meus alunos saem da sala de aula sem pedirem.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
27- Os meus alunos interrompem o meu discurso para me contradizer.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
28- Os meus alunos reclamam por ter de fazer trabalhos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Relação com os alunos
29- Tenho uma relação amigável com os meus alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
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30- Os professores devem manter distância dos seus alunos, interagindo com eles
apenas dentro da sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
31- Os meus alunos tratam-me de maneira formal.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
32- Sei o nome de todos os meus alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
33- Conheço bem os meus alunos e sei do que cada um é capaz.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
34- Gosto de incentivar os meus alunos a terem melhores resultados.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
35- Aceitaria se me convidassem para jantar com a turma.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Diferenças culturais
36- É importante conhecer a cultura dos alunos, antes de começar a lecionar a alunos
estrangeiros.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
37- As diferenças culturais entre os alunos e os professores podem influenciar
negativamente o ensino e a aprendizagem da língua.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
38- O professor deve tentar ir ao encontro das expectativas do aluno, mesmo que se
encontre num meio cultural diferente do seu.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
39- O professor não deve adaptar as suas aulas à cultura de ensino dos alunos.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
40- Os professores não devem ter que adaptar os seus métodos de ensino à cultura do
país onde estão a lecionar.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
41- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país de origem
dos seus alunos, de forma a evitar o choque cultural.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
42- É da responsabilidade do professor procurar informações sobre o país onde está a
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lecionar de forma a evitar o choque cultural.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
43- Já interpretei mal os meus alunos portugueses por terem atitudes diferentes dos
alunos chineses.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
44- Nunca pensei que a cultura pudesse influenciar o que se passa na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
45- A cultura do país onde se ensina é a que deve ser predominante na sala de aula.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
46- Os alunos devem adaptar-se ao método de ensino do professor e não ao
contrário.
Discordo/ concordo/ concordo plenamente
Anexo 16 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos portugueses - Versão Portuguesa
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205
Anexo 17
问卷调查:以葡萄牙学生 授课对象的中国对外汉语教师
师您好!
是一 研究中葡跨文 交流的硕士生, 在撰写题 "文 对教学方式的影响:以汉语和葡语非母语教学 例"的论文,在 想请求您填写这个问卷调查。
本问卷调查的目的是收集中国 师对葡萄牙学进行课堂教学过程中文 因素的影响。问卷调查的结果将用于和葡萄牙 师的结果进行比较。
本 问卷调查收集的信息只作学术研究之用,所有信息均采用匿 和保密机制。
非常感谢您 贵的时间和热心的 。
如果有任何问题,请随时 联系:[email protected]
衷心感谢您的 作!
Eulália Gomes
别
龄
教学经验 :
在任职的大学:
过去在中国任职的大学:
过去在葡萄牙任职的大学:
教学方法
1. 在对外汉语教学中,听说 读写 要
完全 意, 意, 意,非常 意
2. 分配给读写和语法的教学时间应 听说部分的教学时间相 。
完全 意, 意, 意,非常 意
3. 认 学生积极参 课堂活 非常 要。
206
完全 意, 意, 意,非常 意
4. 课堂 进行读写和听说 对汉语学 十分 要。
完全 意, 意, 意,非常 意
5. 课堂 学生应集中注意力听讲,提问 节应留到课 或课 进行。
完全 意, 意, 意,非常 意
6. 学生在课 记笔记很 要。
完全 意, 意, 意,非常 意
7. 认 应抽 部分时课堂间 学生 论课 所学的相 话题。
完全 意, 意, 意,非常 意
8. 外语学 中,最有效的 类型是客观题。
完全 意, 意, 意,非常 意
考 方法
9. 应该给学生布置家庭作业。
完全 意, 意, 意,非常 意
10. 最终 绩应该 要由笔试 绩 定。
完全 意, 意, 意,非常 意
11. 课堂参 度 应计入最终 绩。
完全 意, 意, 意,非常 意
12. 口头展示对于考 学生知识水 非常 要。
完全 意, 意, 意,非常 意
13. 小 作业有 于提高学生的语言能力。
完全 意, 意, 意,非常 意
207
14. 学生的态度 应计入最终 绩。
完全 意, 意, 意,非常 意
学生的课堂互
15. 的学生常积极参 课堂活 。
完全 意, 意, 意,非常 意
16. 的学生常在课 提问。
完全 意, 意, 意,非常 意
17. 的学生一般只在课 提问。
完全 意, 意, 意,非常 意
18. 的学生很听话。
完全 意, 意, 意,非常 意
19. 的学生常在课 讲话,因 得 断停 来整顿纪律。
完全 意, 意, 意,非常 意
20. 向学生提问时,学生一般能够快速作答。
完全 意, 意, 意,非常 意
21. 在课堂 , 学生交流有困难。
完全 意, 意, 意,非常 意
课 遇到的问题
22. 的学生很少参 课堂活 。
完全 意, 意, 意,非常 意
23. 课 能够顺利无障碍地 学生交流。
208
完全 意, 意, 意,非常 意
24. 的学生对课堂活 没有 大趣。
完全 意, 意, 意,非常 意
25. 的学生很吵闹。
完全 意, 意, 意,非常 意
26. 学生 课时会 经批准随意进 教室。
完全 意, 意, 意,非常 意
27. 学生会在 讲课时会打断 以进行反驳。
完全 意, 意, 意,非常 意
28. 的学生会因 作业而抱 。
完全 意, 意, 意,非常 意
学生的 系
29. 跟学生的 系很好。
完全 意, 意, 意,非常 意
30. 师 学生应该保持距离,只有 课的时候才跟学生交流。
完全 意, 意, 意,非常 意
31. 的学生对 很尊 。
完全 意, 意, 意,非常 意
32. 知道 所有学生的 。
完全 意, 意, 意,非常 意
33. 很了解 的学生,熟悉每个学生的水 。
209
完全 意, 意, 意,非常 意
34. 喜 鼓励 的学生 得更好的 绩。
完全 意, 意, 意,非常 意
35. 如果 到 请, 愿意 班级聚餐。
完全 意, 意, 意,非常 意
文 差异
36. 在开始给外国学生授课前,有必要了解学生的文 背景。
完全 意, 意, 意,非常 意
37. 师生之间的文 差异会负面影响语言的教学。
完全 意, 意, 意,非常 意
38. 即使文 境 , 师 应该尽量满足学生的期望。
完全 意, 意, 意,非常 意
39. 师 应该 据学生的文 背景调整课堂内容。
完全 意, 意, 意,非常 意
40. 师 应该 据授课国家的文 背景调整自己的授课方式。
完全 意, 意, 意,非常 意
41. 师有责任 了解学生的文 背景,以 免产生文 。
完全 意, 意, 意,非常 意
42. 教师有责任 了解授课国家的文 背景,以 免产生文 。
完全 意, 意, 意,非常 意
43. 曾因 葡萄牙学生 中国学生之间的态度差异,对 的葡萄牙学生产生
210
误解。
完全 意, 意, 意,非常 意
44. 从未想过文 会影响课堂氛围。
完全 意, 意, 意,非常 意
45. 学生所在国家的本土文 应该在课堂 占 导地位。
完全 意, 意, 意,非常 意
46. 应该由学生来适应 师的教学方法,而 是反之。
完全 意, 意, 意,非常 意
Anexo 17 - Questionários: professores chineses de Chinês Língua Não Materna a alunos portugueses - Versão Chinesa