FOLHA DE ÉTIPÓNLÁ

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FOLHA DE ÉTIPÓNLÁ "A fí pa burúrú,a fí pa burúrú Etiponlá wa fi pá burúrú Ita owó, ita omo Etiponlá wa fi pá burúrú" "Nós utilizamos para acabar com as complicações Etiponlá que nós usamos para acabar com as complicações A folha de Ita atrai dinheiro, Ita atrai filhos Etiponlá que nós usamos para acabar com as complicações" Quando cantamos essa cantiga é costume se arrastar as folhas desses ewe no chão da entrada do barracão até a ení do iyawo, para trazer prosperidade e proteção para todos da casa. Também é comum espalhar suas folhas pelo chão do barracão durante o sirè, demonstrando assim a sua importância. O ewe ítá é uma folha de muita força, utilizada para atrair felicidade e sorte (asé odara), pertencendo a Ossayin e Oxum. É uma folha quente, devendo ser usada com cuidado, principalmente pelos filhos do orixá dos Caminhos (Ogum)... As folhas de étipónlá, assim como o pèrègún (Dracaena fragans) são um ótimo remédio contra feitiços mandados e aproximação de égun. É facilmente encontrada, crescendo espontaneamente em calçadas e vias públicas. Deve ser utilizada em pouca quantidade, pois pode causar ardência e irritação na pele (coceira). Costuma ser atribuída a dois orixás quentes: Xango e Oyá, sendo em alguns casos também ligada a Ifá.

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FOLHA DE ÉTIPÓNLÁ 

"A fí pa burúrú,a fí pa burúrúEtiponlá wa fi pá burúrúIta owó, ita omoEtiponlá wa fi pá burúrú"

"Nós utilizamos para acabar com as complicaçõesEtiponlá que nós usamos para acabar com as complicaçõesA folha de Ita atrai dinheiro, Ita atrai filhosEtiponlá que nós usamos para acabar com as complicações"

Quando cantamos essa cantiga é costume se arrastar as folhas desses ewe no chão da entrada do barracão até a ení do iyawo, para trazer prosperidade e proteção para todos da casa. Também é comum espalhar suas folhas pelo chão do barracão durante o sirè, demonstrando assim a sua importância.

O ewe ítá é uma folha de muita força, utilizada para atrair felicidade e sorte (asé odara), pertencendo a Ossayin e Oxum. É uma folha quente, devendo ser usada com cuidado, principalmente pelos filhos do orixá dos Caminhos (Ogum)...

As folhas de étipónlá, assim como o pèrègún (Dracaena fragans) são um ótimo remédio contra feitiços mandados e aproximação de égun. É facilmente encontrada, crescendo espontaneamente em calçadas e vias públicas. Deve ser utilizada em pouca quantidade, pois pode causar ardência e irritação na pele (coceira). Costuma ser atribuída a dois orixás quentes: Xango e Oyá, sendo em alguns casos também ligada a Ifá.

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EFUN

É um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É muito mais conhecido pelos leigos e o povo da umbanda como pemba, nomenclatura utilizada pela nação angola.No candomblé permanece com o nome de efun.

Tipos de efun:

Efun ou pemba mineral é um pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza em várias cores, também chamada de tabatinga. É utilizado na feitura de santo que serve para pintar o corpo do neófito, chamada de efun fum (pó branco).

Efun ou pemba vegetal é um pó retirado de frutos tipo: obi, orobo, aridan, pichurin, nós-moscada e folhas sagradas. A mistura do efun mineral e o efum vegetal recebe o nome de atin e só deve ser preparada pela iyaefun ou iyalorixa. A farinha de mandioca é chamada naturalmente de efun nos terreiros de candomblé.

Efun ou pemba animal é um pó retirado de ossos e cartilagens dos animais utilizados em sacrifícios aos orixás. Esta extração deve ser feita pelo axogun ou babalorixá, entrando na preparação de assentamento de orixá.

PALHA DA COSTA

É a fibra de ráfia, conhecida como ìko pelo "povo-do-santo", extraída de uma palmeira chamada Igí-Ògòrò pelo povo africano. No Brasil, recebe o nome de Jupati, cujo nome científico é Raphia vinifera.

No candomblé representa a eternidade e transcendência, como prova da imortalidade e reencarnação, utilizado na confecção das roupas dos Orixas, em especial Obaluaye, Omolu (Sakpata). Seu uso é indispensável na iniciação feitura de santo no sentido de proteger a vulnerabilidade dos neófitos.

Outras finalidades

Esta mesma palha trançada com espessura de um dedo mindinho e comprimento de um metro, chama-se Ikan, popularmente chamado de contra-egun pelos leigos e até mesmo pelo povo de santo. Geralmente amarrado nos braços e cintura dos iniciados, com a finalidade de afastar as energias negativa e espírito malévolo, impedindo a incorporação de egun (espírito de morto).

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"Umbigueira", (recebe este nome quando é amarrado na cintura).

"Mokan", (recebe este nome quando é ornado com búzio da costa e amarrado proximo à axila.

"Contra-egun", (recebe este nome quando é amarrado na dobra da parte inferior da junção entre braço e ombro).

A FAVA DE ARIDAN E SEU USO DENTRO DO AXÉ

Dentro dos fundamentos de santo, é comum o uso de favas para que se dê o complemento do encantamento do assentamento ou mesmo a proteção do yawô bem como da casa.

A mais utilizada dentro das casas de Santo, é a Aridan, de origem africana e que lá possui o mesmo nome, sendo que este se traduz como fruta, isso no dialeto yorúba, já na região do congo, ela é conhecida como Kiaka, Evaka, Chiacha, entre outros. Seu nome científico é: tetrepleura ou tetraptera (Schum & Thour).

Foi trazida para o Brasil pelos escravos, com a finalidade ritualística bem como farmacológica. Essa fruta, (fava), existe ainda hoje na África central, e constitui-se basicamente de uma árvore com aproximadamente 30 metros de altura, segundo os estudiosos, e produz seus frutos que são constituídos da seguinte forma: 04 frutos alados, tendo uma polpa carnuda e dentro das mesmas encontramos as sementes. Possui essa fruta um perfume picante e odor aromático. Devido a isso, muitos acreditam que ela tem o poder de repelir insetos.

Dentro da farmacologia afro, ela é utilizada no combate a convulsão, hanseníase, inflamações, e ainda aplicada nas dores de reumatismo.

Nos rituais de Orixá, nada se faz sem o uso dessa poderosa fava, que é utilizada desde os tempos mais remotos, por sacerdotes das diversas regiões da África. 

A Aridan é muito conhecido do povo de Candomblé por ser talvez a mais sagrada de todas as favas de utilidade religiosa, mesmo Exú leva essa fava em seu assentamento, e jamais se faz matança para Orixá sem que ela esteja presente dentro do Ibá Orixá. 

Sua utilidade como disse acima, serve tanto para o encantamento como para a proteção da pessoa e da casa. Nessa utilização, essa fava corta os males feitos por feiticeiros e impede até mesmo que o mal olhado atinja a pessoa, sua casa ou seu local de trabalhoApesar de ter tantas utilidades, ela não é posta na cabeça da pessoa, cabendo essa utilidade apenas ao obi e ao orobô. Em caso a pessoa ser perseguida por inimigos, basta que se mantenha essa fava dentro de casa ou escritório, pronunciando as palavras litúrgicas para que ela mantenha o ambiente salutar e afastar toda a energia negativa.

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Sua utilização dentro do Candomblé é universal, sendo que todas as nações a utilizam e praticamente da mesma forma. Apenas ressalto que somente um sacerdote devidamente preparado pode utilizar essa ou qualquer outra fava nos rituais litúrgico