Fichamentos 12 - 17 Cidades

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FICHAMENTO 12 - IMPRIMIR PARA ENTREGAR A HITA ACCIOLI, Sonia. Redes Sociais e Teorias Social: revendo os fundamentos do conceito. Em: Ver. Inf. Londrina, vol. 12, n. Esp. 2007. Logo no resumo a autora diz: “[...] É um estudo conceitual que pretende situar historicamente a noção de redes, buscando ainda identificar as formas as quais a expressão redes sociais tem sido articulada e as abordagens empreendidas”. Objetivo do artigo “O presente trabalho tem por objetivo desnaturalizar a noção de redes, situando-a historicamente, buscando ainda identificar os usos aos quais a expressão redes sociais tem sido articulada e as várias abordagens empreendidas”. (P. 1) Noção de redes em Ciências Sociais “Em Ciências Sociais, rede seria o conjunto de relações sociais entre um conjunto de atores e também entre os próprios atores. Designa ainda os movimentos pouco institucionalizados, reunindo indivíduos ou grupos numa associação cujos limites são variáveis e sujeitos a reinterpretações (COLONOMOS, 1995)”. “Para a Antropologia Social a noção de redes sociais busca apoiar ‘a análise e descrição daqueles processos sociais que envolvem conexões que transpassam os limites de grupos e categorias’ (BARNES, 1987, p.163)”. (P.2: 1)

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FICHAMENTO 12- IMPRIMIR PARA ENTREGAR A HITA

ACCIOLI, Sonia. Redes Sociais e Teorias Social: revendo os fundamentos do conceito. Em: Ver. Inf. Londrina, vol. 12, n. Esp. 2007.

Logo no resumo a autora diz: “[...] É um estudo conceitual que pretende situar

historicamente a noção de redes, buscando ainda identificar as formas as quais a

expressão redes sociais tem sido articulada e as abordagens empreendidas”.

Objetivo do artigo

“O presente trabalho tem por objetivo desnaturalizar a noção de redes, situando-a

historicamente, buscando ainda identificar os usos aos quais a expressão redes sociais

tem sido articulada e as várias abordagens empreendidas”. (P. 1)

Noção de redes em Ciências Sociais

“Em Ciências Sociais, rede seria o conjunto de relações sociais entre um conjunto de

atores e também entre os próprios atores. Designa ainda os movimentos pouco

institucionalizados, reunindo indivíduos ou grupos numa associação cujos limites são

variáveis e sujeitos a reinterpretações (COLONOMOS, 1995)”. “Para a Antropologia

Social a noção de redes sociais busca apoiar ‘a análise e descrição daqueles processos

sociais que envolvem conexões que transpassam os limites de grupos e categorias’

(BARNES, 1987, p.163)”. (P.2: 1)

“Três possíveis abordagens inspiradas na leitura de Barnes, Mitchell e Clyde

buscando pensar as possibilidades de análise utilizando a noção de rede. São elas:

uma abordagem metafórica, que estaria voltada à filosofia de rede ou ainda a uma

aproximação conceitual; uma analítica centrada na metodologia de análise de redes, e,

uma tecnológica, cuja preocupação está voltada para as redes de conexões, para as

possibilidades que se colocam em relação às interações possíveis na sociedade através

de redes eletrônicas, de informações, interorganizacionais”. (P.2: 6).

Para Aciolli: “trabalhar com a idéia de redes significa trabalhar de forma articulada com

a idéia de informação”. (P.3: 2).

“Ao buscarmos retomar as raízes históricas da noção de redes trabalharemos com duas

abordagens - a metafórica e a analítica”: (P.3: 3).

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“Para Barnes (1972), não existe uma teoria de redes sociais, sendo possível a adaptação

da noção de rede à diversas teorias. A concepção básica de redes - tanto para uso

metafórico, quanto para o uso analítico - seria a de que a configuração de vínculos

interpessoais entrecruzados são de forma inespecífica conectados às ações dessas

pessoas e às instituições da sociedade. A idéia que permeia a metáfora de redes, é a de

indivíduos em sociedade, ligados por laços sociais, os quais podem ser reforçados ou

entrarem em conflito entre si”. (P.3: 5).

“Mitchell (1969) nos indica que como metáfora a noção de rede não permite a

percepção de vários aspectos das relações sociais tais como - ausência de ligação,

intensidade, status, papel social. A preocupação de Mitchel parece ser a de tensionar as

duas possibilidades de uso - o metafórico e o analítico, na medida em que também

sugere os limites colocados para o uso analítico de redes que limitaria a representação

de pessoas em "nós" de uma rede, e os relacionamentos entre eles em "linhas" ou "elos".

Nesse sentido, o mesmo autor lembra que a noção de redes sociais como método de

análise deve ser usada de modo complementar a outros métodos da Sociologia e da

Antropologia”. (P.3: 5).

“RadcliffeBrown numa abordagem sociocêntrica percebe a rede social como uma rede

na qual todos os membros da sociedade ou parte da sociedade estão imersos (BARNES,

1972)”. “Radcliffe refere-se à uma rede total - que contém todos os laços sociais

existentes - no entanto, a maior parte dos estudos lidam com redes parciais - que contém

apenas elos sociais de um tipo específico”. “Na metáfora de Radcliffe, a rede social

envolve todos os membros da sociedade, que existem independentemente de qualquer

investigador”. (P.4:1).

“Para Barnes teria sido Elizabeth Bott (1971) uma das primeiras antropólogas a usar a

idéia de rede enquanto uma ferramenta de análise dos relacionamentos entre pessoas,

seus elos pessoais e entre as organizações do contexto em que se inserem”. (P.4:1).

Do Uso Analítico ao Metafórico

“Em redes que tem um grande número de membros, utiliza-se como estratégia começar

a análise por um indivíduo e seus contatos mais diretos. O tamanho da rede é, portanto

importante para definirmos a análise, como também a multiplicidade de links, ou seja,

de relações existentes, e a qualidade das relações - descontínuas, a importância dos

papéis que os indivíduos definem para si mesmos nas relações, sua intensidade,

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durabilidade, freqüência. Como membro de uma rede, o indivíduo é percebido como

uma pluralidade de relações. Para captar essa pluralidade, o estudo de redes tem que se

debruçar em entrevistas e observação participante”. (P. 6:6) (Itálico nosso).

Pensar em redes: os usos metafórico, analítico e tecnológico

METAFÓRICO

“Ao refletir a relação indivíduo / sociedade Norbert Elias entende o social, o todo,

enquanto um conjunto de relações [...] Sociedade para Elias se constituiria a partir dessa

rede de funções / relações desempenhadas pelas pessoas. O autor usa a metáfora da rede

para explicitar sua concepção relacional de sociedade”. (P. 7: 2,3).

Para “Milton Santos, através das redes podemos reconhecer três níveis que articulam o

global, o regional e o local. São eles: o nível mundial; o território, país ou Estado; e o

lugar – ‘onde fragmentos de rede ganham uma dimensão única e socialmente

concreta’(SANTOS, 1996, p.215)”. (P. 7: 4,5).

ANALÍTICO

“O uso analítico de rede ou ainda a metodologia de análise de redes tem sido utilizada

especialmente na análise das chamadas redes de movimentos, redes de solidariedade,

que são expressões vinculadas à estudos do campo dos movimentos sociais. Esses

trabalhos partem da análise de redes utilizada pela Antropologia Social, articulando

conhecimentos das Ciências Sociais e da Geografia, como caminho metodológico que

facilite a apreensão das interações sociais, espaciais, informais e/ou institucionalizadas e

temporais, que se estabelecem nesse campo. (P. 8: 1).

TECNOLÓGICO

“[...] nesse campo estamos englobando o núcleo de tecnologias da informação - redes de

informações, redes de conexões ou redes temáticas, redes interorganizacionais, ou seja,

grupos que utilizam o termo rede no sentido de meio de acesso a informações, contato

com grupos ou pessoas através de redes de computadores’.” (P. 9: 1).

Algumas considerações finais

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“Como aponta Colonomos (1995), o debate sobre redes no campo das ciências sociais

ao iniciar-se traz em seu bojo a oposição entre estruturalismo e individualismo

metodológico. [...] Esse autor aponta que os estudos de rede ressaltam as alianças e

coligações que os atores constroem com o objetivo de consolidação do seu poder.

As redes nascem num espaço informal de relações sociais, mas seus efeitos são visíveis

para além desse espaço através das relações com o Estado, a sociedade e de outras

instituições representativas. A partir de interações estratégicas se dariam novas

perspectivas de análise, ou um novo individualismo metodológico (COLONOMOS,

1995). [...] Giddens (1991) nos confronta com a questão da modernidade e suas

descontinuidades. Ele ressalta na modernidade a reivindicação de que o conhecimento é

circular, ou seja, circula dentro e fora do ambiente que descreve. [...] As tendências

globalizantes da modernidade são simultaneamente extensionais e intencionais - elas

vinculam os indivíduos a sistemas de grande escala como parte da dialética complexa de

mudança nos pólos local e global. Muitos dos fenômenos freqüentemente rotulados

como pós-modernos na verdade dizem respeito à experiência de viver num mundo em

que a presença e ausência se combinam de maneiras historicamente novas (GIDDENS,

1991, p.175-176). [...] Nesse sentido, o entrelaçamento entre o local e o global torna-se

uma reorganização do tempo e do espaço que pode como diria Giddens, dissolver o

sujeito num mundo de signos sem centro. Daí a necessidade de pensar o local e o global

de modo articulado, com também as várias formas de valorização dos espaços internos -

entendidos como os espaços locais”. (P. 10:2-5).

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VELSEN, Van. “A analise situacional e o método do estudo do caso detalhado”. Em: Bianco, Bela Feldman (Org.) Antropologia das sociedades contemporâneas. Global Universitária, 1987, p. 345-375.

Velsen explica que no ensaio sugeriu formas de coletas etnográficas.

“Neste ensaio esbocei métodos de análise e pesquisa de campo desde a composição de costumes coletados ao acaso, passando pelo método estrutural — mais modesto, mas também mais frutífero com sua ênfase na morfologia social —, e chegando a um método que visa analisar as inter-relações das regularidades estruturais ("universal") de um lado, e o comportamento real ("único") de indivíduos, de outro.[...], apresentei algumas sugestões com referência à coleta do tipo de material que mais provavelmente satisfará as necessidades de algumas das teorias atuais. Estas necessidades tendem para uma análise sincrônica de princípios estruturais gerais que está intimamente ligada com

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uma análise diacrônica da operação destes princípios por atores específicos em situações específicas”. (p. 371:2,3).

A constituição do “presente etnográfico”.

“À medida que a pesquisa de campo tornou-se aceita como método de coleta de material antropológico, a ênfase, que antes se concentrava no estudo das sociedades como um todo, foi gradualmente deslocada para comunidades específicas ou segmentos de sociedades. [...] Daí o termo "presente etnográfico". Infelizmente esta mistura de material relativa ao passado e ao presente não é sempre adequadamente controlada, desembocando muitas vezes numa combinação feita ao acaso de informações vindas de diferentes períodos e consequentemente de diferentes condições sociais, políticas e econômicas. (p.347).

Aspectos do enfoque estruturalista.

P. 348 (1 e 2)

Critica a Evans-Pritchard, Fortes e Firth.

P. 350 (2)

Reconhecimento ao trabalho de Richards.

P. 351 (1)

O papel do informante em Velsen.

P. 352 (1,2)

Variação, mudança e o conflito de normas.

“[...] O enfoque estrutural de referência não é adequado à análise de conflito das normas e da resultante escolha da ação disponível aos indivíduos. [...] Este enfoque nos leva à "história" conjectural ou à "reconstrução" do sistema de normas tradicional (ver, p. ex., Hammond Took, 1962, e também Van Velsen, 1965).”. (p. 356:1)

Antropologia compreensiva.

P. 359, 360

Velsen diz que não houve ruptura na antropologia apesar da existência das correntes estruturalista e pós-estruturalista. P. 361.

Analise situacional e pesquisa de campo.

“[...] A meu ver, a análise situacional pode ser muito útil para se lidar com este processo de opção, isto é, a seleção feita pelo indivíduo, em qualquer situação, de uma variedade de relações possíveis — que podem ser elas mesmas governadas por diferentes normas —, daqueles comportamentos que consideram que melhor servirão a seus objetivos. As

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relações e normas selecionadas podem provavelmente variar com referência aos mesmos indivíduos de uma situação a outra, bem como com referência a situações similares de um indivíduo ao outro”. (p. 363:2).

“Um problema relacionado de significação sociológica, pára b qual a análise situacional parece ser relevante, refere-se à discrepância entre, por um lado, as crenças das pessoas e a aceitação declarada de certas normas, e, por outro lado, o seu comportamento real”. (p. 364:1).

“Para que se possa apreender e, mais tarde, descrever o processo da opção, é necessário registrar, em detalhes meticulosos, as ações de determinados indivíduos específicos durante um período de tempo. [...]. O pesquisador terá que enfrentar certos problemas para dar ao seu material de caso uma perspectiva histórica”. (p. 364:2),

Continua discorrendo sobre a analise situacional detalhadamente nas paginas 367 (1,2) e 368 (2), especialmente.

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CAIAFA, Janice. Aventura das cidades. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2007, 184 p.

Na introdução do ensaio (Algum tipo de viagem), Caiafa faz breve retrospecto sobre o nascimento da etnografia. Diz que a disciplina se tornou uma atividade do antropólogo nos finais do XIX e que Malinowski teve um papel importantíssimo na instituição da etnografia como ciência, afinal foi a partir de Malinowski que entramos em contato com o METODO ETNOGRAFICO. Caiafa diz que a característica central do estilo de trabalho de campo legitimada por Malinowski e: “colocar-se numa situação em que se poderá ter um certo tipo de experiência”. (P. 136:1).

Um método pensamento.

“[...] a etnografia e uma pesquisa qualitativa que lida com dados diversos, [...] e informações que espocam nos encontros de campo. [...] O etnógrafo, na situação [...] desse método pensamento”. (P. 138:3 e 139: 3).

Problemas de uma atividade vigorosa.

“Talvez um dos mais [...] interpretativa”. (P. 142:1).

“Na etnografia da briga de galos, [...] interprete”. (P. 143:1).

“[...] antropologia dialógica [...] ‘proferidos pela multidão’”. (P. 144:1).

Um momento muito fértil

“O que chamo aqui de momento fértil, [...] ou uma abordagem definitiva”.(P. 145:2), marcados com ROSA

O trabalho de campo.

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Segundo a autora este pode ser o aspecto mais desafiador da etnografia porque o etnógrafo deve exercitar o processo de estranhamento e ainda assim agir com empatia e solidariedade: os agenciamentos operam por co-funcionamento ou solidariedade/empatia; e um sentimento de sentir com... o outro. (P. 147(3) a 157).

O texto etnográfico:

O discurso misto (direto e indireto) e o ideal: “[...] A expressividade do [...] narrativo”. (P. 163:3, 164:2, 165:1, 168:2, 3, 169:4, 171:1).

Possibilidades de aplicação do método etnográfico em outros campos da ciência:

P. 173: 2.

77777777777777777777777777777777777777777777777LEFEVBRE, Henry. O direito a cidade/ Perspectivas e prospectiva/ Teses sobre a cidade, o urbano e o urbanismo. Em Henri LEFEVBRE. O direito a cidade. Centauro: São Paulo, 2006. 5 ed. P. 102-145.

O direito a cidade

Conceito de direito a cidade para o autor

“O direito a cidade so pode ser formulado como um direito a vida urbana [...]”. (P. 116:3) Neste paragrafo L. continua discorrendo sobre o papel do trabalhador em imprimir urbanidade a cidade pelo valor de uso que faz de seu espaço.

Necessidades sociais inerentes a sociedade urbana

“As necessidade sociais tem um fundamento antropológico; [...] compreendem necessidades [...]. Enfim, a necessidade da cidade e da vida urbana so se exprime livremente nas perspectivas qu tentam aqui se isolar e abrir os horizontes. [...] não seria tomada pelo valor de troca, pelo comercio e pelo lucro?”. (P.103).

A ciência da cidade tem a cidade por objeto, dai a necessidade premente de uma ciência analítica da cidade. A terefa e difícil porque o objeto da cidade esta emaranhado no passado,no presente e no possível, que não se separam. “ A ciência da cidade exige um período histórico para se construir e para orientar a pratiaca social”. (P. 104:1, 2 e 110:2).

O fim do humanismo

Henri Lefevbre associa a desumanização causada pelas duas grandes guerras mundiais e o fim do humanismo como caracterizadores do urbanismo que passou a existir desde então, criado para o novo homem (novo?). Conforme o autor, “ a vida urbana ainda

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não começou”. Essa vida urbana depende de relações sociais que foram desmanteladas pelas duas grandes guerras. (P. 105: 1-6).

Demarches mentais

Mudancas de pensamento, reflexão, enfim démarches “parecem indispensáveis”. Sugestoes de démarches (providencias para conseguir alguam coisa, diligencia): transduccao, utopia experimental, a estrutura, a função, a forma e o sistema de significacoes. (P. 108:1 -109:5).

“A estratégia urbana [...] não agae por si mesma”. Para funcionar a estratégia urbana carece de redes de apoio obtidos na historia, sociologia e na própria sociedade consumidora do urbanismo, segundo o autor, a classe operaria. A estratégia urbana com “um programa politico de reforma urbana e projetos urbanísticos bem desenvolvidos devera ser pensada “a curto, médio e longo prazo”.(P. 111:2).

Como surgem os direitos.

“No seio dos efeitos sociais, devidos a pressão das massas,o individual não morre se afirma. Surgem direitos [...].Os urbanos transportam o campo consigo, ainda que não carreguem a urbanidade!” (P. 115:1 – 116:1).

Perspectiva e prospectiva

Perspectiva:“Panorama; tudo o que se consegue ver ao longe; aquilo que os olhos alcançam desde um certo lugar”.

Prospectiva : “Estudo das causas técnicas, científicas, econômicas e sociais que aceleram a

 evolução do mundo moderno e previsão das situações que poderiam derivar das suas influências conjugadas”.

Crescimento orientado (prospectar/antever as novas necessidades). (P. 125:1, 2)

A perspectiva

“A cidade futura [...]. Seria a cidade efêmera, perpetua obra aos seus habitantes [...]”. (P. 134:1)

A cidade para o cidadão“Que a realidade urbana esteja destinada aos “usuários” [...], e uma versão justa porem enfraquecida desta verdade”. (P. 127:4). O autor historicia a pendulacão da balança a favor dos interesses do capital e dos grandes conglomerados a qual tem desenhado os projetos urbanísticos da cidade. (P. 126:1-128:2).

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A cidade que existe

Lefevbre não cala a pergunta insurgente: a cidade que existe - Nova Iorque, Paris ou outra megalópole, existe a serviço de quem e para quem? Estas cidades e seus ocupantes (proletários e ate mesmo intelectuais) são colocadas analogamente na mesma perspectiva das cidades feudais. Os cidadãos são vassalos das elites econômicas. (P. 120:1).

Os modos de produção e os tipos de cidades. (P. 129:1-131:1).

A prospectiva

A arte ao serviço do urbano – significados

“[...] Isso querr dizer que os tempos-espaços tornam-se obra de arte e que a arte passada e considerada como fonte e modelo de apropriação do espaço e tempo. [...] Sem que sejam rompidas, nem rejeitadas, essas categorias recebem alguma outra coisa, algo novo: outro sentido”. (P. 134:2)

O novo sentido do direito a cidade

“[...] direito a liberdade, a individualização na socialização, ao habitat e ao habitar. [...] estão implicados no direito a cidade”. (P. 135:1)

Teses sobre a cidade, o urbano e o urbanismo.

São doze as teses de Lefevbre: (P. 141-145)

1. “Dois grupos de questões [...]: as questões da moradia e do habitat [...], as questões da organização industrial e da planificação global”.

2. “Esses dois grupos de problemas foram e são colocados pelo crescimento econômico, pela produção industrial”.

3. “O duplo processo de industrialização e de urbanização [...] ao crescimento industrial. Só uma teoria permite utilizar os dados práticos e realizar efetivamente a sociedade urbana”.

4. “Para esta realização não bastam nem a organização da empresa, nem a planificação global, ainda que necessárias. [...] Nem o Estado nem a Empresa fornecem os modelos indispensáveis de racionalidade e de realidade.”

5. “A realização da sociedade urbana exige [...] igualmente indispensável”.6. “A classe operaria sofre as consequências da explosão das antigas morfologias.

[...] a miserai de seu “habitar” designam-na pratica a classe operaria”.7. ”Em condições difíceis, [...] e, por conseguinte se inscrevem nas perspectivas da

revolução sob a hegemonia da classe operaria”.

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8. “Para a classe operaria, rejeitada dos centros para a periferia, [...] e tornar eficazes essas obsessões”.

9. “A transformação revolucionaria da sociedade tem por campo e alavanca a produção industrial. [...] revolucionaria. Ela da lugar a uma estratégia que se opõe a estratégia da classe dominante”.

10. “Só o proletariado pode investir sua atividade social e politica na realização da sociedade urbana. [...]. só ele também pode [...] sobre a natureza material”.

11. “Entretanto, persiste a diferença entre produto e obra. Ao [...] contem o sentido da obra”.

12. “Isso exige, ao lado da revolução econômica [...] uma revolução cultural permanente”.

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URIARTE, Urpi M. A rebelião do vivido. Henry Lefebvre no Centro de Salvador. Apresentado na URBI C 3: III Seminario internacional Urbicentros. Salvador, 22 a 24 de outubro de 2012.

Breve biografia de Henri Lefevbre. “[...]Apesar de ser um homem de partido (membro do Partido Comunista Francês durante trinta anos, de 1928 a 1958), Lefebvre nunca foi um marxista ortodoxo, fechado no dogma, conformado com interpretações prontas. Do marxismo, bebeu principalmente duas ideias: a teoria da alienação e a crítica do Estado (DEULCEUX; HESS, 2009)”. (P. 2:4)

Conceito de revolução urbana para Lefevbre: “Em A revolução urbana definiu a mesma como o “conjunto das transformações que a sociedade contemporânea atravessa para passar do período em que predominam as questões de crescimento e de industrialização (...) ao período em que a problemática urbana prevalecerá decisivamente” (2002: 18). Acreditava ser a cidade o lugar da revolução e as questões urbanas os motivos desta: “as contradições não se situam mais entre a cidade e o campo. A contradição principal se desloca e se situa no interior do fenômeno urbano: entre a centralidade do poder e as outras formas de centralidade, entre o centro „riqueza-poder‟ e as periferias, entre a integração e a segregação” (2002: 155)”. (P. 17:3)

Objetivo do artigo: “Este artigo pretende trazer Henri Lefebvre para o centro de Salvador: usar suas ideias e categorias para interpretar alguns discursos e cenas na capital baiana, demonstrando como o que ele chamou de direito à cidade está sendo exigido hoje no Pelourinho e como o que ele denominou de a rebelião do vivido está acontecendo em espaços centrais, tais como a Avenida Sete de Setembro”. (Resumo)

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A rebelião do vivido e o espaço abstrato: “Lefebvre se refere à rebelião do vivido para falar da importância do cotidiano e da práxis como condições e arenas essenciais para enfrentar a suposta racionalidade, enfim, o espaço abstrato [...] Por espaço abstrato,[..] Lefebvre entendia, um espaço onde primavam os pactos de não-agressão, as distâncias respeitosas, o consenso e, no entanto, a violência permanecia latente. [...] No caso do centro de Salvador, reconhecemos esta rebelião nas queixas e propostas da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH) em relação ao espaço que desejam para si e nos espaços praticados pelos vendedores informais de rua”.(P. 2:3)

A escolha da autora ao escrever sobre o Centro de Salvador a partir de Lefevbre:

“O que mais admiramos na obra de Lefebvre é sua confiança no possível, que não deve confundir-se com um simples otimismo. Lefebvre era um visionário, um homem de possibilidades, interessado em descobrir as virtualidades contidas no presente. [...] Ele acreditava que a imaginação só podia emergir do que já existe, conclamando para que as virtualidades do presente sejam vistas, para que sejam captadas as possibilidades alternativas contidas nas práticas efetiva”. (P. 3).

Marxista, Lefevbre critica Marx que não se ocupou dos problemas urbanos, porem ele próprio ousou ao “abordar aspectos da realidade tidos como secundários para os marxistas: a vida cotidiana, a produção do espaço, a conjuntura”. (P. 4:3)

O DIREITO À CIDADE NO PELOURINHO

O que e o direito a cidade: “[...] é necessário não confundir o direito à cidade com o direito a alguma ou algumas coisas, como a rua asfaltada, um teto, eletricidade ou água encanada. [...], mas algo mais vago, porém, essencial: a vida cotidiana na cidade, uma cidade feita de satisfação e prazer, de encontros, ludicidade e imprevisibilidade; o direito a habitá-la, a praticá-la, a moldá-la em função dos valores de uso, o direito à obra. Assim, a meu ver, o que Lefebvre chamou de o direito à cidade não é o direito a uma casa, ou uma praça (isto é, espaços), mas o direito ao valor de uso primar sobre o valor de troca (isto é, os usos dos espaços)”. (P. 6:1).

Habitar ou habitat?

“Em O direito à cidade, o autor propôs uma distinção conceitual entre habitar e habitat. [...] Habitar é participar, se apropriar [...]Já o habitat é uma imposição, uma “soma de coações”, algo “instaurado pelo alto”; [...]”. (P. 6:2).

A autora historicia o processo de gentrificacao ocorrido no CHS e de como se verificou na pratica a negação do direto a cidade aqueles oradores originais. (P. 7-9:1)

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A troca dos valor de uso pelo valor de troca e perniciosa por roubar do lugar o sentimento de pertencimento que apenas os que valorizam o lugar pelo uso que fazem dele tem: “Segundo Lefebvre, o urbano, a vida urbana, se baseia no valor de uso, que não se confunde com o valor de troca, que é a equivalência no mundo da mercadoria”. [...] É o valor de uso privilegiado pelo morador que nos ajuda a entender por que muitos invasores se negam a abandonar seus chamados barracos para morar em bairros distantes: a facilidade de transporte e proximidade do trabalho, a recusa da alta densidade populacional, mas, principalmente, a vizinhança conhecida, tornam-se mais importantes do que os valores materiais da infraestrutura urbana (ruas retilíneas, meios fios, escoamento pluvial, iluminação pública) (OLIVIERI, 1999: 68)” . (P. 9:2 – 10:1).

Perda de significado ao se impor o habitat ao habitar: “ Ao contrário dos assentamentos ilegais,[...]. Os espaços pequenos não foram pensados para ampliações e, assim, toda adequação da unidade supõe necessariamente a transgressão do espaço comum. [...] Todavia, o maior problema apontado pelos moradores é a ausência de vida social, de coletividade e vizinhança: “Para aqueles habitantes que provêm de acampamentos e que trazem uma história de participação e pobreza, não é a estreiteza de suas moradias o que mais lhes incomoda. É a ausência de gestos de solidariedade e de uma vida comunitária que eles mais sentem falta” (MÁRQUEZ, 2005: 171)” (P.10:2-11:1).

‘A AMACH reivindica o valor de uso’: “Chegamos assim à relação entre habitar, valor de uso e direito à cidade: ‘ Habitar é criar, é produzir mediante apropriações do espaço (e do tempo), mediante relações. [...] (LEFEBVRE, 1969: 108)”. (P. 11:2,3)

OS BURACOS DO POSSÍVEL NA AVENIDA SETE DE SETEMBRO

A sobrevivencia do urbano na anti-cidade: “Segundo Lefebvre, isso se dava porque a realidade urbana era produzida por duas forças: de um lado, os processos globais (econômicos, sociais, políticos) que modelaram o espaço urbano e a cidade, generalizando as trocas comerciais e a industrialização; de outro, a ação criadora, a apropriação, inventando, esculpindo o espaço, atribuindo ritmos, transformando a vida quotidiana (1969: 52)”. (P. 13:2).

“É importante salientar que o conceito de vida urbana (em singular) representava, na prática, várias formas de vida urbana: ‘[não] negligenciar as singularidades da vida urbana, os modos de viver da cidade, o habitar propriamente dito. Donde uma outra definição, pela pluralidade, pela coexistência e simultaneidade no urbano de padrões, de maneiras de viver a vida urbana (o pavilhão, o grande conjunto, a copropriedade, a locação, a vida quotidiana e suas modalidades entre os intelectuais, os artesãos, os comerciantes, os operários etc.) (LEFEBVRE, 1969: 57)’”. (P. 14:1). (Negritos nossos).

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A prática da apropriação. “Diante da passividade dos espaços absolutos, espaços abstratos da sociedade em transição, Lefebvre opõe a prática social nova, a da sociedade urbana, que é a “prática da apropriação, pelo ser humano, do tempo e do espaço, modalidade superior de liberdade” (2000: 131). A apropriação é um conceito-chave para entender como, no meio de uma anti-cidade, a vida urbana pode não só sobreviver como se intensificar. Apropriar-se de espaços (e tempos) é não aceitar o imposto, é metamorfosear o imposto em obra (1969: 106), é a capacidade de transformar a realidade, logo, é a apropriação que restitui à cidade o seu sentido de obra e não apenas produto.” (P. 14:4). (Grifos nossos).

Etnografia na rua do Forte de São Pedro

“As ideias e conceitos de Lefebvre expostos até aqui nos ajudam a interpretar alguns personagens, lugares e práticas que encontramos na Avenida Sete de Setembro, no centro de Salvador.[...] Na Rua do Forte, os becos são os lugares do possível”. (P. 15:2 – 17:1)

À GUISA DE CONCLUSÃO: SAINDO DOS CAMPOS CEGOS

“Em A revolução urbana, ele (Lefevbre) designava o seu momento atual como um estágio entre duas épocas, no meio, no corte, nas dobras delas. Entre elas, existiam campos cegos, na medida em que não conseguíamos enxergar: ‘Em que consiste tal cegueira? No fato de olharmos atentamente o campo novo – o urbano – vendo-o, porém, com os olhos, com os conceitos, formados pela prática e teoria da industrialização, com um pensamento analítico fragmentário e especializado no curso desse período industrial, logo, redutor da realidade em formação’ (LEFEBVRE, 2002: 38). Para sair da cegueira, é preciso se despojar de velhos conceitos ou ideias fixas, e ver nas novas práticas, novos atores e novos lugares, embriões de uma nova realidade urbana. A luta não se reduz a um discurso articulado, a uma prática organizada, a um movimento centralizado. Lefebvre abriu um caminho ao nos lembrar que é preciso enxergar com novos olhos o campo novo que surge”. (P. 17:4-18:1).

777777777777777777777777777777777777777777777HARVEY, David. A criação dos bens comuns urbanos. Cidades Rebeldes: Do direito a cidade a revolução urbana.São Paulo: Martins Fontes, 2014. 3 ed. p. 134-170.

Tese central: A plasticidade do comum. “Portanto, o comum [...] o aspecto do ambiente tratado como um comum sera tanto coletiva quanto não mercantilizada – para além dos limites da logica das trocas e avaliações de mercado. [...] Desse modo [...] comercializada”. (P. 145:1).

Os bens comuns urbanos são criados a partir do surgimento das cidades e dizem respeito a tudo que as pessoas partilham em comum nas cidades; “são os recursos de propriedade comum”. Possiveis causas da perda da comiunalidade nos dias atuais: “privatizações, cercamentos, controles espaciais, policiamento e vigilância”. (P. 134).

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Na metafora do gado critica a argumentação de que a privatização dos bens comuns seja a solução para o uso perdulário dos recursos naturais. (P. 135).

Blocos antagônicos: dos que defendem a propriedade privada e os que defendem a intervenção estatal autoritária. (P. 136: 1).

Harvey traz a autora Elinor Ostrom, defensora da não intervenção estatal na administração de recursos comuns, criticando a tese de Ostrom pela amostra mínima que a autora apresenta. Harvey cre que sob certas circunstanacias a intervenção estatal e indispensável. (P. 136: 2,3).

Especificidades hao de ser observadas. Segundo Harvey, o cercamento de comuns ocasionalmente pode se revelar a única maneira de protege-los. (P. 139: 2).

Tendencia nas cidades modernas – comuns excludentes. (P. 141:1).

Os vários tipos de comuns – tangíveis e intangíveis. (P. 142:1-3).

O uso do espaço na cidade: espaço publico, bem publico e bens comuns. (P. 143:2-3).

Alienacao do comum (?) “ O comum,[...], pode ser vendido, mesmo não sndo uma mercadoria em si”. O ambiente [...]. Esse tipo de rua não e um comunm”. Capitalizacao de comuns urbanos e seu impacto na comunalizacao. [...] Contudo este tipo de comum [...] a não ser os muito ricos”. (P. 146:1).

Os efeitos da gentrificacao em alguns setores nos EUA e Europa. (P. 152).

O capital exclui o trabalhador que agrega valor ao comum.“A luta pelo direitos a cidade e contra os poderes do capital que se alimenta impiedosamente e extraem renda da vida comunal que outros produziram”. (P. 153:2- 154:1).

Urbanizacao em Harvey. “A urbanização nada mais e [...] por interesses privados”. (P. 1526:2).

Harvey prevê a escalada das desigualdades sociais entre comunidades. Ex: Nova Iorque. (P. 162: 1 e depois, nesta ordem 161: 2)

O urbanismo foi afetado pela crise econômica global (P. 166).

Alternativas a perdas dos bens comuns apresentadas por Harvey. (P. 168: 1,2)