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Ficha para identificação do artigo – Turma 2016

Título: A intertextualidade temática na literatura abordando o ciúme

Autor: Rosilda Maria Santos Pinheiro

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua

localização:

Colégio Estadual Rio Branco-Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Rio Branco do Ivaí

Núcleo Regional de Educação:

Ivaiporã

Professor Orientador: Jaime dos Reis Sant Anna

Instituição de Ensino Superior:

UEL

Relação Interdisciplinar: Arte

Resumo: O presente artigo traz reflexões acerca do projeto de leitura “A intertextualidade temática na literatura abordando o ciúme”, por meio do qual se objetiva incentivar a leitura literária e formar leitores reflexivos e críticos. O ponto de partida é a leitura de textos literários porque consideramos que a leitura é uma prática que se aprende com estímulos e incentivos e que a escola deve criar espaços e condições para sua prática. Ele foi planejado a partir da análise dos resultados de avaliações em larga escala que mostraram o baixo nível de proficiência dos alunos na leitura e na interpretação de texto. O público-alvo foi o alunado do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Rio Branco-Ensino Fundamental e Médio, aos quais o Projeto foi aplicado no 1º semestre de 2017. Como estímulo e incentivo para a leitura foram realizadas diversas atividades como dinâmicas e atividades em grupo, pesquisa e socialização dos resultados, aulas teóricas, vídeos e recortes de filmes, entre outras. Os textos literários utilizados – ambos abordando o “ciúme” como eixo norteador – são: A hora da verdade, de Pedro Bandeira, no gênero romance; e Otelo, de Shakespeare, no gênero drama, propiciando o estudo dos mecanismos de intertextualidade, bem como os efeitos da abordagem do tema sobre aspectos psicológicos e sociais dos adolescentes.

Palavras-chave: Leitura; Literatura; texto literário; ciúme

Formato do Material Didático:

Unidade didática

Público:

Alunos do 2º ano do Ensino Médio

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RESUMO

O presente artigo traz reflexões acerca do projeto de leitura “A intertextualidade temática na literatura abordando o ciúme”, por meio do qual se objetiva incentivar a leitura literária e formar leitores reflexivos e críticos. O ponto de partida é a leitura de textos literários porque consideramos que a leitura é uma prática que se aprende com estímulos e incentivos e que a escola deve criar espaços e condições para sua prática. Ele foi planejado a partir da análise dos resultados de avaliações em larga escala que mostraram o baixo nível de proficiência dos alunos na leitura e na interpretação de texto. O público-alvo foi o alunado do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Rio Branco-Ensino Fundamental e Médio, aos quais o Projeto foi aplicado no 1º semestre de 2017. Como estímulo e incentivo para a leitura foram realizadas diversas atividades como dinâmicas e atividades em grupo, pesquisa e socialização dos resultados, aulas teóricas, vídeos e recortes de filmes, entre outras. Os textos literários utilizados – ambos abordando o “ciúme” como eixo norteador – são: A hora da verdade, de Pedro Bandeira, no gênero romance; e Otelo, de Shakespeare, no gênero drama, propiciando o estudo dos mecanismos de intertextualidade, bem como os efeitos da abordagem do tema sobre aspectos psicológicos e sociais dos adolescentes.

A INTERTEXTUALIDADE TEMÁTICA NA LITERATURA

ABORDANDO O CIÚME

Rosilda Maria Santos Pinheiro- Professora PDE1

Professor Dr. Jaime dos Reis Sant`Anna- Orientador2

INTRODUÇÃO

O Projeto de leitura “A intertextualidade temática na literatura abordando o

ciúme”, na linha de estudo do Ensino e aprendizagem de leitura - Concepções de

leitura e sua implicação no ensino, teve como objetivo geral incentivar o gosto pela

leitura e formar leitores reflexivos e críticos, por meio da leitura de textos literários

porque considera que a leitura é uma prática que se aprende com estímulos e

incentivos e que a escola enquanto Instituição de Ensino deve criar mais espaço e

condições para a prática da mesma.

Ele foi planejado a partir da análise dos resultados de avaliações em largas

escalas que mostraram o baixo nível de proficiência dos alunos na leitura e na

interpretação de texto.

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O Projeto foi desenvolvido com alunos do 2º ano do Ensino Médio, do

Colégio Estadual Rio Branco-Ens. Fundamental e Médio, no 1º semestre de 2017. O

qual teve como principal objeto de estudo a leitura das obras: A hora da Verdade de

Pedro Bandeira, no gênero romance e Otelo de Shakespeare no gênero drama. As

quais abordaram a temática do ciúme.

A opção por textos da esfera literária, fez-se pela natureza da linguagem

verbal e figurada, carregada de emoção e sentimento que além de contribuir na

formação do conhecimento, também proporciona o entretenimento, a fuga da

realidade e o prazer.

O diagnóstico do nível de proficiência dos educandos em leitura e

interpretação foi feito a partir dos dados estatísticos da Prova Brasil e do SAEP

(Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná) de 2013, do Colégio Estadual

Rio Branco - Ensino Fundamental e Médio.

Tabela 1

SAEP- SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ - 2013

COLÉGIO ESTADUAL RIO BRANCO – ENS. FUND.MÉDIO

Nível de proficiência

Abaixo do básico

Básico Adequado Avançado

6º ano 36,7% 50% 11,7% 1,7%

1º ano 33,3% 59,9% 4,2% 2,8%

Fonte: SEED – Secretária de Estado da Educação

Durante a implementação do projeto, foram realizadas algumas atividades,

como estratégia que direcionaram e incentivaram os alunos para a leitura dos

referidos textos literários. A escolha destas obras se deu pelo fato de abordarem o

tema ciúme e por considerá-lo um sentimento que faz parte da vida do ser humano e

dos relacionamentos familiares, sociais, e conjugais.

Neste sentido, os textos foram abordados como objeto de estudo,

Nas dimensões de suas relações com as situações de produção e de recepção, nas quais se incluem elementos do contexto social, do movimento literário, do público, da ideologia, etc. E de suas relações dialógicas com outros textos, verbais e não verbais, literários e não literários. (CEREJA, 2005, P.161)

Após as leituras, foi explorado a temática do “ciúme” e seus efeitos nos

aspectos psicológicos e os impactos causados nos aspectos sociais. Abordou-se

também sobre os crimes passionais e qual a relação destes com o sentimento do

ciúme.

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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Considerando a escola enquanto instituição que “por meio da socialização

dos saberes sistematicamente organizados, especializados e historicamente

acumulados pela humanidade” constrói o conhecimento científico, entende-se que a

ela também cabe a responsabilidade de proporcionar aos estudantes o contato com

textos das diferentes esferas sociais.

No entanto, as avaliações em larga escala como a Prova Brasil, SAEB,

SAEP e ENEM tem mostrado a grande dificuldade dos alunos, para ler e extrair dos

textos os significados necessários a sua compreensão e interpretação, ou seja, não

conseguem interagir com os discursos que os cercam.

Para entender um pouco desta problemática, faz-se necessário uma

reflexão acerca do processo histórico da educação pública no Brasil. Nesta

perspectiva, vale lembrar que, para cada época, havia um contexto diferente, marcado

pelas formas de poder e organização da sociedade.

O atual contexto da escola pública, no Brasil, é o resultado de um processo

histórico, marcado por vários fatores negativos que ainda influenciam até hoje, como:

uma escola que era só para a elite, acesso para todos só a partir dos anos 1960,

ensino não obrigatório, currículo marcado pelo ensino do latim e não da língua oficial,

ensino de língua centrado no repasse de teorias gramaticais, entre outros.

Embora, desde a reestruturação do Ensino de 2º grau em 1988, e do

Currículo Básico, de 1990, a orientação é para “um ensino de língua portuguesa

focado na leitura e na produção, tendo o texto como ponto de partida”, conforme

DCEs, 2008, p.46, os resultados das avaliações em larga escala, mostram uma

situação de analfabetismo funcional, os quais conforme as concepções existentes de

leitura, são aqueles que fazem apenas a decodificação das palavras e com alguma

dificuldade fazem leitura das camadas mais superficiais de um texto.

Diante destes resultados, o trabalho em sala de aula exige uma profunda

reflexão em relação ao ensino de língua portuguesa e em relação a metodologia

utilizada. É preciso que a ação pedagógica do professor

Valorize as práticas que o aluno traz ao ingressar na escola, é preciso que, a partir disso, seja trabalhada a inclusão dos saberes necessários ao uso da norma padrão e acesso aos conhecimentos para os multiletramentos, a fim de constituírem ferramentas básicas no aprimoramento das aptidões linguísticas dos estudantes. É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a

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oralidade, com finalidade de inserí-los nas diversas esferas de interação (PARANÁ, P. 48, 2008)

Para a prática da disciplina de língua portuguesa, as DCEs orientam para

um ensino pautado na “Concepção de linguagem que se efetiva nas diferentes

instâncias sociais, onde o conteúdo estruturante da disciplina seja o discurso como

prática social,” do qual derivam os conteúdos básicos e específicos. Os quais devem

ser abordados de forma que contemplem as práticas de leitura, oralidade e escrita.

Quanto maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades se têm de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo. A ação pedagógica referente a linguagem, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e a escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações. (PARANÁ, pág. 55, 2008)

Por isso, é urgente repensar as práticas pedagógicas que permeiam o

processo de ensino e aprendizagem de leitura, onde a escola seja um espaço que

promova, o letramento do aluno, por meio de textos das diferentes esferas e funções

sociais, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua.

Segundo Soares, o letramento vai além da alfabetização que garante ao

sujeito conhecimento do código linguístico (codificação e decodificação), para ela o

letramento refere-se ao indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita praticando-

a, posicionando-se e interagindo com as exigências da sociedade diante das práticas

de linguagem, demarcando a sua voz no contexto social. (Apud PARANÁ, 2008, p.

50):

De acordo com Foucambert (1994, p.15) “só é possível entender um texto

quando previamente já se sabe mais sobre ele do que nele consta”. Segundo ele, é

preciso possuir quatro vezes mais informações do que aquela que se vai procurar.

Para Kleiman (2013, p.9), “nas teorias cognitivistas, o objeto de estudo são

os procedimentos mentais envolvidos na produção de sentidos e nas enunciativo

discursivas, interessam os processos de produção de sentidos em situações de uso

da linguagem, como na leitura”. De acordo com estas teorias, a percepção, a atenção,

a memória e a inferência constituem um papel central na compreensão e na reflexão

sobre as estratégias utilizadas pelo leitor durante a leitura.

Entretanto, para a escola formar leitores competentes, é necessário abrir

espaço para a leitura, com atividades intencionalmente planejadas. É preciso ensinar

aos alunos procedimentos/estratégias que conduzam ao entendimento do texto,

desvelando os explícitos e os implícitos, chegando aos sentidos abstratos imanentes

deste.

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Nos conceitos de leitura, há várias formas para conduzir o processo de

leitura em sala de aula. Mas em todas, é um processo lento e contínuo. Exige esforço,

planejamento, intenção e motivação. É preciso que a leitura seja trabalhada desde a

educação infantil numa perspectiva de letramento, e não do mero reconhecimento do

código linguístico. É preciso que em todas as séries/anos da educação básica, a

leitura tenha espaço nas aulas de língua portuguesa. Só assim será possível

incentivar os alunos a serem leitores.

Ao refletir sobre as práticas pedagógicas que podem incentivar os alunos a

se tornarem leitores, a intertextualidade temática no texto literário se apresenta como

uma possibilidade. Já que permite um trabalho de diálogo entre textos de diversos

gêneros que além de levar a reflexão, permite entender a fala e o pensamento, como

produto de tudo aquilo que de alguma forma vivenciamos, seja pela leitura, pela

interação ou por experiência vivida.

Segundo Izidoro Blikstein,

O discurso, seja qual for, nunca é totalmente autônomo. Suportado por toda uma intertextualidade, o discurso não é falado por uma única voz, mas por muitas vozes, geradoras de muitos textos que se entrecruzam no tempo e no espaço, a tal ponto que se faz toda uma escavação “ filológico-semiótica” para recuperar a significação profunda dessa polifonia.[...] Tal escavação revelará como o sentido do texto nem sempre corresponde a significação profunda do intertexto em que se teceu esse discurso. (Apud BARROS & FIORIN, 2011, p. 45)

Para Barros & Fiorin (2011, p.30), a intertextualidade é o processo de

incorporação de um texto em outro texto, seja para reproduzir o sentido incorporado,

seja para transformá-lo. Ainda no conceito destes, a intertextualidade pode acontecer

através da citação, da alusão ou da estilização:

Na citação, ela pode confirmar ou alterar o sentido do texto citado;

Na alusão, não precisa citar diretamente as palavras, mas pode-se

reproduzir construções sintáticas em que certas figuras são substituídas

por outras, mas referindo ao mesmo tema.

Na estilização é a reprodução de um conjunto dos procedimentos do

discurso de outro, tanto na forma de se expressar, quanto nos conteúdos

produzidos.

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2.1 - Ciúme, literatura e formação de leitores

Ao pensar em atividades de leitura, o texto literário tem destaque especial

porque trabalha com a ficção, o imaginário, a fantasia, o sonho, o desejo entre outros

sentimentos.

Embora, a escola seja o lugar na qual a leitura é o fio condutor de todo o

processo de ensino e aprendizagem, das diversas disciplinas curriculares, constata-

se em diversos tipos de avaliação, que a maioria dos estudantes não possuem

proficiência para a realização da mesma.

Diante desta realidade, surge a necessidade de refletir como tem sido as

práticas de leitura no âmbito escolar para que possa haver mudanças significativas no

processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Rezende,

Sendo a escola e a universidade instituições formadoras, têm priorizado a leitura somente da palavra escrita (...) Por outro lado, este início de século é marcado pela presença forte de imagem em nosso dia a dia. A TV, o cinema, o teatro, outdoors, placas e letreiros em geral são exemplos dessa presença contínua da imagem. No entanto, ainda que o contexto seja esse, a escola/universidade tem descuidado da leitura da imagem. Rezende, (2009, p.3 e 4)

Para ela, a escola não está considerando que existe “presenças textuais

múltiplas em nosso dia a dia” e que para formar leitores é preciso que haja uma leitura

de mundo, onde os diversos tipos de textos, com as mais diversas linguagens se

entrelaçam no espaço, na cor, na palavra, no movimento, na imagem e no som.

De acordo com o conceito da autora, para formar leitores, não é suficiente

só o uso da língua escrita, mas é preciso que a “leitura de mundo” seja um eixo a

interligar as mais diversas leituras possíveis.

O tema escolhido e abordado nas leituras realizadas foi o “ciúme” por

considerar que o público alvo era adolescentes, e portanto, intensos em seus

sentimentos e emoções. As leituras permitiram que eles como interlocutores

participassem de duas histórias de épocas diferentes, onde o conflito e a trama é

gerado pelo ciúme.

A definição de ciúme no dicionário Aurélio da língua portuguesa é de:

Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém; zelos. Emulação, competição, rivalidade. Despeito

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invejoso, inveja. Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo (FERREIRA, 1995, p.154).

O Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico - online traz a

seguinte definição:

1.inveja de alguém que usufrui de uma situação ou de algo que não se possui ou que se desejaria possuir em exclusividade. 2.sentimento de possessividade em relação a algo ou alguém. 3.sentimento gerado pelo desejo de conservar alguém junto de si ou por não conseguir partilhar afetivamente essa pessoa; sentimento gerado pela suspeita da infidelidade de um parceiro.

Considerando a origem da palavra ciúme, que vem do latim zelumen, zelu,

inveja, e as definições do ciúme, nos dicionários, como sentimento de zelo ou o medo

de perder, pode-se dizer, que de uma forma ou de outra, todos já o sentiram em algum

momento da vida.

Enquanto para alguns, o ciúme é uma forma de expressar o sentimento

pela pessoa amada, para outros, é sofrimento porque sente insegurança e tem medo

da perda.

De certa forma, ele faz parte da vida humana. Porém, quando uma pessoa

não tem controle sobre este sentimento, ele torna-se um problema e geralmente não

tem aspecto positivo porque gera desconforto e sofrimento, tanto para quem sente,

quanto para a pessoa amada.

No artigo de Ana Lúcia Santana, lemos que

Quando o indivíduo não consegue desenvolver o suficiente sua autoestima, sente-se inferior ao outro e, portanto, está constantemente inseguro. (...) em estado de alerta nesta persistente competição que ele mesmo engendrou. ... começa a ver fantasmas onde eles não existem, e acaba transformando seu medo de perder o ser amado em uma terrível obsessão. Desta forma, acaba afastando o outro, o que o deixa ainda mais inseguro, ciumento e obsessivo, criando uma espécie de círculo vicioso. (SANTANA, 2004. N. p.)

É comum a pessoa ciumenta ter o desejo de controlar a vida da outra e

mesmo que não haja motivo, está sempre insegura e muitas vezes até acusa a outra

que em muitos casos leva ao fim do relacionamento. Este sentimento em excesso é

perigoso e já provocou muitos assassinatos, os chamados “crimes passionais” que

frequentemente são estampados nas manchetes de jornais, conforme publicado no

jornal Notícias Terra.

Quando a paixão vira ódio. Ciúme, traição e vingança são alguns dos elementos que tornam ainda mais complexos os crimes do amor. Homens, mulheres e adolescentes, cegos de paixão e ódio, se transformam em homicidas, às vezes por uma fração de segundo. As tragédias chocam pela carga emocional envolvida e aumentam a especulação sobre o que acontece na intimidade de cada um.

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O referido jornal relembrou e selecionou alguns dos casos em que o amor

acabou em morte e que foi destaque nos principais meios de comunicação,

comovendo muita gente

Inconformado com o fim do namoro com Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, o motoboy Lindemberg Alves, 22 anos, invadiu o apartamento em que a ex fazia um trabalho com três colegas de colégio, em Santo André (SP), e fez os quatro reféns. Sob a mira de uma arma, um a um foi sendo libertado. Menos Eloá, que, após 101 horas, foi baleada na cabeça poucos antes da invasão da polícia. Ela morreu no dia seguinte. O caso ficou marcado pela negociação atrapalhada: a melhor amiga de Eloá, já libertada, retornou ao cativeiro e Lindemberg chegou a ser entrevistado por um programa de televisão, por telefone. A invasão também foi criticada, já que não conseguiu evitar que as duas adolescentes fossem baleadas. A amiga de Eloá sobreviveu. Lindemberg foi condenado, em 2012, a 98 anos e 10 meses de prisão.

Outro Caso relembrado pelo Terra foi um que aconteceu em 1970, com a

seguinte manchete” pai de atriz mata mulher a facadas”

O procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo matou a mulher com 11 facadas. Transtornado com a suspeita de que Margot Proença Gallo tinha um caso com seu professor de francês e depois de fazer uma investigação particular, ele discutiu com a mulher e cometeu o crime em casa, segundo relato do livro Paixão no Banco dos Réus, da procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf. Uma das filhas do casal é a atriz Maitê Proença. Ainda segundo o livro, Augusto foi absolvido em dois julgamentos e morreu em 1989. Apesar da grande repercussão do caso na época, Maitê Proença evitava falar sobre o crime em público. Até que, em 2005, durante o quadro Arquivo Confidencial, o programa Domingão do Faustão trouxe à tona o assunto ao vivo. Depois disso, ela escreveu um livro com histórias de sua vida pessoal misturadas com ficção.

É o que se vê retratado na famosa tragédia “Otelo” O Mouro de Veneza do

poeta e dramaturgo inglês, William Shakespeare, publicada pela primeira vez por volta

de 1622.

A história gira em torno da traição e da inveja e inicia-se quando Otelo, um

general mouro que serve o reino de Veneza, promove Cássio, um jovem soldado ao

posto de Tenente. Era ele que intermediava as relações de Otelo com sua amada

Desdêmona, filha de Brabâncio, um rico senador de Veneza.

Iago, sentindo inveja e ciúmes, começa a tramar uma forma de vingança.

Então, ele decide contar para Brabâncio que sua filha tinha se casado com o Otelo.

Quando o pai de Desdêmona fica sabendo, procura-o para matá-lo. Mas ao encontrar

Otelo, este faz a sua defesa, relatando sua história de amor que foi confirmado por

Desdêmona.

Como Otelo, era general do reino de Veneza e gozava da estima e da

confiança do Estado por ser muito leal, corajoso e ter atitudes nobres, além de ser o

único capaz de conduzir um exército no contra-ataque a uma esquadra turca que se

dirigia à ilha de Chipre, ele foi inocentado e o casal pode seguir para a ilha.

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Em Chipre, Iago continuou com o desejo de vingança. Ele sabia que

Cássio, além de possuir a confiança de Otelo, era belo e eloquente, qualidades que

agradam às mulheres, e despertam o ciúme de outro homem, principalmente se for

de idade avançada e casado com uma jovem e bela mulher, como era Otelo.

Começou a realizar seu plano de vingança, induzindo Casio a embriagar-

se e envolver-se em uma briga para perder o posto de Tenente. Depois de Cássio ter

sido destituído de seu posto. Começou jogar Casio contra Otelo. Para Cássio dizia

que Otelo tinha sido muito duro. Para Otelo insinuava que Desdêmona estava traindo-

o com Cássio.

Iago fez com que Otelo se escondesse e ouvisse uma conversa sua com

Cássio. Eles falaram sobre Bianca, amante de Cássio, mas como Otelo que só ouviu

partes da conversa, ficou com a impressão de que eles estavam falando a respeito de

Desdêmona. Ficou descontrolado e foi à procura de sua esposa acreditando que ela

o havia traído e matou-a em seu quarto.

De acordo com Anelise F. de Souza Michelin e Lia Dauber, autoras de uma

pesquisa descritiva acerca da Concepção de Ciúme realizada com os Alunos do Curso

de Psicologia da Unigran, o ciúme pode ser classificado em “normal e patológico”.

Segundo os estudos de Alex Barbosa Sobreira de Miranda, publicado no

Portal Educação, intitulada ‘Uma Breve Compreensão sobre o Complexo de Édipo,” o

ciúme pode começar desde o início da vida, pois é comum a criança sentir ciúmes da

mãe quando nasce outro irmão, ou ainda quando a mãe dá atenção para o pai ou

outra pessoa qualquer. Naturalmente desde pequeno, o ser humano, gosta de

exclusividade na atenção.

Isto, no decorrer dos anos vai sendo controlado, mas conforme

experiências vividas desde a infância, pode motivar mais ou menos uma pessoa para

o sentimento do ciúme.

A pesquisa feita sobre o ciúme, com os alunos de psicologia da UNIGRAN,

mostra o ciúme normal como transitório, onde a pessoa não fica com a ideia fixa e

logo passa. É aquele de uma situação específica, e não de todo e qualquer momento.

Como por exemplo: sentir ciúmes de uma pessoa, ou de um lugar onde o outro vá,

A pesquisa apontou que o ciúme normal é baseado em fatos reais, ou seja,

a pessoa tem ciúmes quando acontece alguma coisa concreta, como um presente que

o outro tenha recebido, algum indicio real de que algo possa estar “roubando” a

pessoa amada. O maior desejo é de preservar o relacionamento e ficar bem com o

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outro. Enquanto que O ciúme patológico segundo Ballone GJ, Moura EC - “é um

desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do

outro(a)” (IN. PSIQWEB,-CIÚME PATOLÓGICO).

Para ele, as preocupações são infundadas e absurdas. Basta um telefone

que não seja atendido, já é o suficiente para imaginar inúmeras coisas e exigir

satisfação.

Segundo a psicóloga Marisa de Abreu Alves, no ciúme patológico existe

um desejo inconsciente de que haja mesmo a ameaça de um rival. De alguma forma

a ideia dessa ameaça pode ser estimulante para o ciumento. Para ela a pessoa

ciumenta, geralmente sente-se ansiosa, às vezes depressiva, com raiva, vergonha,

insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, desejo de vingança, e é muito comum

também o aumento do desejo sexual.

Para o médico psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, no livro Ciúme: o medo

da perda, 1998, p. 20

O sentimento do ciúme é caprichoso, imperativo, sempre doloroso, polimorfo em um mesmo indivíduo, em situações idênticas, em pessoas diferentes. Embora seja mesmo natural, como saudade, raiva, vergonha alegria, por exemplo, ele tem particularidades que muitas vezes nos deixam atônitos e confusos. É sem dúvida, um sentimento desagradável, e são poucas as pessoas que dizem gostar de senti-lo e, mesmo assim, em muitas dessas pessoas, dizer isto é apenas uma manifestação racionalizada na tentativa de consolar-se.

De acordo com o pensamento dele, a pessoa ciumenta é extremamente

emocional. Ela vive o amor de uma forma distorcida, que vira um sentimento doentio.

No caso de ciúme patológico, a pessoa fica muito sensível, vulnerável,

muito desconfiada, tem a autoestima lá embaixo. De modo geral, a pessoa ciumenta

sente o desejo de ter exclusividade no amor das pessoas que ela ama. Muitas

explicações são encontradas nos estudos feitos pela psicanálise, como a publicada

por Alex, onde explica-se a origem do ciúme através do chamado” complexo de Édipo”

da concepção de Freud, surgido na tragédia onde Édipo, sem saber que Jocasta é

sua mãe, se casa com ela, após assassinar o próprio pai, Laio, inconsciente do

parentesco entre ambos. Ao descobrir a verdade, ele cega a si mesmo enquanto a

mãe se suicida.

Segundo ele, este complexo explicado por Freud, tem início na fase que a

criança tem aproximadamente 3 anos de idade. Desde o nascimento até este

momento, geralmente, a atenção dos pais é exclusiva para ela. A partir dessa idade

começa as correções e proibições e a criança percebe que não pode fazer tudo o

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quiser e bem entender. Ela passa a perceber que não é o centro de todas as atenções,

especialmente, quando acontece de nascer outro bebê na família.

Para a psicanálise, provavelmente, é uma das fases da vida, mais

importante, porque definirá seu comportamento na idade adulta, principalmente no

que diz respeito à sua sexualidade.

Conforme Freud, citado por Alex, na referida publicação do Portal

Educação, a criança sente uma forte atração pelo sexo oposto – a menina pelo pai, o

menino pela mãe – e hostiliza, ao mesmo tempo, seu adversário – no caso da garota,

a figura materna; no do garoto, a imagem paterna, sentimentos conflitantes que

configuram o Complexo de Édipo.

Na concepção dele, quando o desenvolvimento e o relacionamento

ocorrem normalmente, a probabilidade é da menina se identificar com a mãe,

desenvolvendo comportamento femininos, enquanto o garoto passa a reproduzir o

masculino, herdado do pai. Porém, quando sente medo de ficar sem a posse daquele

que ela hostiliza, pode ocorrer uma empatia com a pessoa do sexo oposto, o que

provavelmente traria futuramente atitudes homossexuais.

Há variações de manifestação do ciúme segundo Ferreira-Santos,1998, 23

Alguns consentem ser enganados, desde que lhe digam ou lhe peçam permissão; outros imploram para que lhes seja oculto qualquer informação, e chegam a negar evidências colossais. Há aqueles que não suportam a ideia de que o companheiro tenha relação com outra pessoa às escondidas, mas que permitem, e muitas vezes até apreciam muito, que isso aconteça na sua presença.

Para ele, cada pessoa com sua personalidade e comportamento obedece

a regras de forma extremamente individualizada.

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3. METODOLOGIA

O Projeto de Intervenção pedagógica, com o título a Intertextualidade

temática na literatura, foi implementado no Colégio Estadual Rio Branco- Ensino

Fundamental e Médio, na cidade de Rio Branco do Ivaí-PR, no 1º semestre do ano

letivo de 2017. Teve como público alvo 23 alunos do 2º ano do Ens. Médio.

Além das atividades com os alunos, o Projeto também foi o objeto de estudo

do GTR Grupo de trabalho em rede) no qual participaram vários professores de

diversas regiões do Paraná.

3.1 – Metodologia do GTR

O Grupo de Trabalho em Rede foi realizado por meio do portal da SEED

Secretaria de Estado da Educação no endereço www.diaadia.pr.gov.br, no qual

participaram os professores da rede, nas suas disciplinas de atuação.

O Projeto de Intervenção Pedagógica “a Intertextualidade temática na

literatura abordando o ciúme” e a Produção Didático Pedagógica produzidos durante

o período do PDE, foram disponibilizados para estudo, análise, comparação,

discussão e sugestões, entre eles a problematização. As atividades propostas eram

compartilhadas e discutidas entre os participantes do curso, visando descobrir

caminhos e metodologia que ajudassem superar o problema do baixo nível de

proficiência dos estudantes em leitura e interpretação.

O GTR era composto por atividades diversas como Fóruns, Diários e

Avaliação por meio de rubrica.

3.1.1 - Como a escola pode incentivar os alunos a serem leitores competentes,

capazes de irem além das informações que se encontram nas camadas

superficiais do texto?

Foram várias contribuições, como pode ser visto nos enunciados a seguir.

“Parto do princípio que não se forma alunos leitores se não formos professores leitores, (...) Os resultados das avaliações externas indicam que

Page 15: Ficha para identificação do artigo€¦ · letramento refere-se ao indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita praticando-a, posicionando-se e interagindo com as exigências

nossos alunos não são capazes de compreender ideias mais aprofundadas de um texto, (... ) pois são hiper estimulados com flashs de informações liquefeitas que pouco acrescentam ao seu cabedal de conhecimentos e ao seu vocabulário. ( ... ). Estudos recentes apontam as práticas de leitura dos jovens fundadas numa recusa dos cânones da literatura, tornando-se experiências livres de sistemas de valores ou de controles externos. Essas leituras, por se darem de forma desordenada e quase aleatória (PETRUCCI, 1999, p. 222), podem ser chamadas de escolhas anárquicas. (...)”

“...penso que o incentivo à leitura deve ser constante e que sempre que possível, dentro de qualquer assunto, (...) Na minha escola os alunos emprestam livros de literatura e desenvolvem leitura em casa. (...) A cada trimestre lemos um livro com a turma, temos um exemplar por aluno, e à medida que fazemos a leitura diretiva exploramos o que for possível. Já programamos no PDT para todas as séries do fundamental e do médio os livros a serem trabalhados. Temos excelentes resultados. Além disso, um dia por semana a escola toda para e realiza leitura silenciosa. Nesse horário o professor da turma define o material, mas quase sempre optam pelos livros de literatura.”

“...esse é um desafio diário pra mim. Vivo constantemente tentando explicar aos professores de outras áreas que Leitura não é "coisa" da aula de Português; que ler é vida e vida não tem disciplina específica. ( ... )a leitura acaba ficando a cargo do Professor de Língua Portuguesa, o qual assume sozinho uma responsabilidade absurda. Se os alunos não leem, é culpa nossa; se os alunos não sabem interpretar, falta esforço nosso; se os alunos não escrevem, falta.... Na verdade, todos os dias é preciso despertar a paixão pelo conhecer (...) e isso é tarefa de todos os professores, da família e de toda a sociedade.”

“(...) Na escola onde atuo, além das atividades em sala que desenvolvo, temos o projeto de leitura que conta com a participação de todos os professores. Funciona assim: para cada série três professores de áreas diferentes ficam responsáveis para desenvolver atividades ligadas à leitura de textos literários. Essas atividades são registradas em cadernos específicos e esses registros se dão das mais variadas maneiras como: pinturas, resumo de obras, fichas de leitura, danças, teatros, maquetes, etc. No fim do ano letivo, esses trabalhos são expostos para toda comunidade.”

Além dessas contribuições acerca da problematização, tiveram muitas

outras em diversos momentos, pois o GTR é composto por diversas atividades que os

professores para participarem precisam de leitura, pesquisa e embasamento teórico

que sustente suas proposições e ideias. Por exemplo os Fóruns.

3.1.2 - Fórum – Relacionando a teoria à prática

Cada cursista considerando o tema proposto e os materiais

disponibilizados, indicava aprofundamentos teóricos, que poderiam complementar ou

contrapor a linha teórica em estudo no GTR sobre Ensino e aprendizagem de leitura

- Concepções de leitura e sua implicação no ensino. Para isso, o cursista escolhia um

texto científico, com o objetivo de compartilhar e discutir com os colegas de GTR. Em

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seguida produzia e apresentava um pequeno resumo (máximo de 5

linhas) que justificava a escolha do texto.

“O grande desafio do professor de língua portuguesa é conseguir despertar no aluno o gosto pela leitura de textos literários. Todos nós aprendemos a gostar de algo à medida que compreendemos o que nos foi passado e desse modo o aluno só vai sentir necessidade de ler um texto literário à medida em que esse texto fizer sentido para ele. E a partir do momento que faz sentido desperta nesse aluno a transformação, a criatividade e a criticidade que tanto buscamos pois, "O ensino da literatura, para ser transformador, precisa promover a reflexão, precisa instigar o leitor a interagir como texto e a reconstruí-lo, precisa levá-lo a ser co-autor do texto."

Como então o professor pode ser esse elo de ligação entre o texto literário e o aluno na busca pela construção dos sentidos?

Sugiro para discussão o texto

http://www.academia.edu/7212778/Como_um_texto_liter%C3%A1rio_contribui_para_o_desenvolvimento_humano

3.1.3 - Fórum - A relação do projeto de intervenção pedagógica com os

desafios identificados pelo professor PDE na sua escola de atuação

A partir da leitura do texto “O projeto de intervenção pedagógica e a

realidade escolar”, o cursista identificava um motivo apontado no projeto de

intervenção pedagógica na escola que contribuísse na superação dos desafios

apresentados no texto e que o cursista considerasse relevante, de modo que

justificasse a proposição do referido Projeto no PDE.

“Considerando que a leitura é importantíssima na vida de todos e que infelizmente nossos alunos leem cada vez menos, pelo menos os meus, se considerar 5 anos atrás, penso que o projeto, que é objeto de estudo neste curso, de fato é um bom recurso para que despertemos em nossos estudantes um motivo a mais para conhecer novas histórias e, de fato, perceber que apesar das histórias serem antigas, refletem o momento atual.”

3.1.4 - Fórum: A relação do projeto de intervenção pedagógica com os desafios

identificados pelo cursista, a partir do local de atuação dele.

Nesta atividade o cursista apresentava a realidade da escola de atuação

dele, por meio de dados oficiais, pesquisas e/ou discussões realizadas pelo coletivo

escolar/institucional que se relacionassem com a temática da pesquisa no PDE. A

partir disso, o cursista deveria dizer como o projeto" A intertextualidade temática na

literatura abordando o ciúme", poderia contribuir para superar os desafios

identificados na escola de atuação dele.

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“Na escola onde atuo - Colégio Estadual ...- a nota do IDEB é de 3,7. Essa nota tem oscilado muito a cada ano avaliado. Num ano ela é maior e, no outro, menor. Isso se dá pela clientela de alunos do sexto ano que recebemos todos os anos. Ou seja, essa nota depende da qualidade dos alunos de sexto ano que recebemos. Trabalhar com esses alunos que aliam o baixo rendimento na leitura e na escrita com a indisciplina, não é fácil. Prepará-los para o Ensino médio se torna um trabalho difícil, pois para obtermos bons resultados, precisamos da colaboração dos alunos, da dedicação às atividades propostas, ao estudo como um todo e na grande maioria deles não percebemos isso. (...)Mas a luta não pode parar e esse projeto que envolve um tema comum a todos, com certeza, nos ajudará a amenizar a defasagem apresentada pelos alunos. Terá resultados melhores se desenvolvido com os alunos do nono ano ao quarto ano do Curso Formação de Docente”.

“O Colégio Estadual ..., possui cerca de 1100 alunos, funciona durante os três turnos e no que se refere a questão a leitura nossos resultados não são animadores, se considerarmos os resultados da última Prova Brasil no ano de 2013, Língua Portuguesa apresentou a nota 249,62 enquanto que os resultados do IDEB foi 4,0. O Projeto A intertextualidade temática na literatura abordando o ciúme, pode contribuir para a melhoria do desempenho desses resultados por assegurar práticas que despertam o interesse do aluno por leitura de textos que tratam de um sentimento muito latente na sociedade que é o ciúme”.

“É notável que nossos alunos estão cada vez mais desmotivados. Eu acho que a questão da internet tem contribuído para isso, e sem dúvida este projeto é um recurso a mais para tentarmos discutir a literatura de um modo que seja interessante para eles.”

No decorrer das interações, constatou-se que embora sejam comunidades

com realidades diferentes, as dificuldades de leitura e interpretação pelos resultados

das avaliações em larga escala, são semelhantes.

3.2 – Implementação do Projeto com os alunos

As atividades foram permeadas pela leitura, pesquisa, análise,

comparação, discussão, debate e reflexão. Onde todos puderam levantar hipóteses

confirmá-las ou refutá-las.

A leitura foi abordada por meio de estratégias que tinham como objetivo

ativar e fomentar o cognitivo do aluno com questionamentos direcionados para o

antes, o durante e o depois.

1ª Ação – Apresentação do Projeto

A primeira ação foi a apresentação do projeto à Direção, Equipe

Pedagógica, Professores e funcionários para ciência das ações que seriam

desenvolvidas no decorrer do Projeto.

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2ª Ação - Apresentação do Projeto

A segunda ação foi a apresentação do Projeto de leitura para os alunos,

justificando o porquê do mesmo.

3ª Ação – Dinâmica” folha de papel”

Visando despertar os alunos para o contexto da leitura e estimulá-los a

reconhecer o livro como instrumento que propicia o conhecimento foi realizada a

dinâmica folha de papel.

Dinâmica “folha de papel”

Materiais: 01 folha de papel em branco (sulfite)

01 folha de jornal (sem muitas ilustrações, com bastante palavras, textos).

De frente para os alunos, foi apresentado uma folha de papel A4 branca.

Questionando se eles estavam vendo alguma coisa. Disseram que nada estão vendo,

pois a folha estava em branco, sem uma marca sequer. Fez-se a relação da folha

branca com a mente de uma pessoa que não tem hábito de leitura, que não gosta de

ler.

Então a folha foi posta sobre uma mesa e em seguida pegou-se uma folha

de jornal. Mostrou-se a eles dizendo que aquela folha, toda escrita, coberta de

informações, é como a mente de uma pessoa que costuma ler muito. Quando eles

menos esperavam e estavam olhando fixamente para a folha de jornal, amassou-se a

folha, num movimento brusco e com ela fez-se uma bolinha bem apertada.

Em seguida, convidou-se um aluno da turma para desamassar a folha de

jornal sobre uma superfície lisa. O aluno procedeu conforme foi orientado e quando a

folha estava totalmente aberta, mostrou-se novamente a folha de jornal, levemente

amassada. Fez-se uma relação entre a folha de jornal e a mente de uma pessoa que

costuma ler. Pois ela guarda consigo uma bagagem incrível de possibilidades, para

criar novos mundos e para entender o próprio mundo.

Depois, mostrando as marcas que permaneceram na folha de jornal,

mesmo após a insistência do aluno em fazê-la voltar ao normal, destacou-se que as

marcas deixadas pelas leituras que fazemos são eternas, e jamais será possível fazer

com que volte ao normal uma mente que foi marcada pela leitura, assim como não se

consegue fazer voltar ao normal uma folha amassada.

Para finalizar a dinâmica, pegou-se novamente uma folha branca e uma

folha de jornal e questionou-se os alunos “O que vocês querem ser: uma folha branca

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que nada sabem, nada tem a oferecer e é totalmente desinteressante, ou uma folha

de jornal carregada de possibilidades de mudar o mundo?”

Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13430

4ª atividade- Questionário

Para instigar os alunos a falarem sobre o espaço que a leitura ocupa na

vida deles, foram propostas algumas questões sobre quais eram as memórias que

eles tinham de leitura. As quais foram respondidas por meio de um questionário e

apresentadas a seguir por meio de gráficos.

Gráfico 1

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação Gráfico 2

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

43,40%

8,68%13,02%

8,68%4,34% 4,34% 4,34%

13,02%

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

1- Você se lembra de alguma história que conheceu na infância?

Os três porquinhos Branca de Neve; Chapeuzinho vermelho Turma da Mônica;

101 Dálmatas; A festa no céu; A raposa e as uvas Citaram várias infantis

39,06%

17,36%

8,68% 8,68%

4,34% 4,34% 4,34% 4,34%

8,68%

0,00%

20,00%

40,00%

1

Histórias que conheceu na infância? Quem contou? Onde?

na escola foi contada pela professora; a mãe contava e também por filmes;

a irmã contava em casa quando era pequeno conheceu a história porque ganhou livro da madrinha

a avó que contava quando visitava ela na chácara a prima tinha uma coleção e o aluno lia junto;

Quando foi à uma biblioteca com uma amiga leu um livro sozinha.

não lembra

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Gráfico3

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

Gráfico 4

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

Gráfico 5

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

34,72%

21,70% 21,70%

8,68%4,34% 4,34% 4,34%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

3 - Lembranças que vêm à memória quando se lembra das histórias que ja leu?

lembranças da infância; das brincadeiras e da escola; não lembram de nada

lembra da Pré-escola e primário lembra das primas das amigas que liam juntas;

lembra da escola onde estudou;

43,0%

26,0%30,4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Você gosta de ler?

sim não mais ou menos

17,36%

13,02%13,02%

8,68% 8,68%

4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34%

0,00%

10,00%

20,00% Quando costuma ler?

coisas que recebe no celular quando não tem nada para fazer;

de vez em quando só nas aulas, na escola

raramente nunca;

quando quero me distrair nas mensagens de whatsapp

nas aulas e na casa quando necessita de alguma informação

às vezes lê livros digitais frequentemente

ssó na escola, cartaz e aviso todo dia de tarde.

Page 21: Ficha para identificação do artigo€¦ · letramento refere-se ao indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita praticando-a, posicionando-se e interagindo com as exigências

Gráfico 6

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

Gráfico 7

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

Gráfico 8

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

13,02%

4,34% 4,34%

13,02%

8,68% 8,68%

4,34%

8,68% 8,68% 8,68% 8,68% 8,68%

0,00%

10,00%

20,00%

1

O que leem?

notícias e informações leituras diversificadas

literatura e ficção; leituras exigidas pelos professores na escola

Jornais e livros na escola; Livros que a escola pede e informações da internet

Não respondeu Romance e revista;

Livros diversos, jornais e revistas Histórias infanto-juvenil;

Histórias em quadrinhos fofocas das redes sociais

34,72%

52,08%

4,34%

13,02%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

7-sente alguma diferença após terminar a leitura de algum livro, revista, jornal?

sim. Sinte-se mais informado não depende da leitura sim. Uma sensação de mais conhecimento

52,08%

4,34%

8,68%

4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34% 4,34%

8-Sentem alguma diferença depois de ler quais gêneros?

alunos não responderam; leituras informativas;

leitura das redes sociais, notícias; histórias de aventuras

livros de religião, romance e outros leitura informativa sobre filmes e notícias das redes sociais

informações sobre saúde e doenças sobre séries e filmes

livros que leio inteiro histórias de aventura e ação

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Gráfico 9

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

Gráfico 10

Fonte: SEED – Secretaria de Estado da Educação

5ª Atividade

A quinta atividade foi a abordagem sobre a importância da leitura por meio

da Música” Livros” de Caetano Veloso

Acesso da letra da música no link https://www.letras.mus.br/caetano-

veloso/81628/

Destacou-se como era difícil, no passado, ter acesso aos livros e a

satisfação que o eu-lírico expressa na canção quando esse contato se tornava

possível. (relembrou-se a o conceito de eu lírico)

Em seguida foram abordadas as seguintes questões:

4,34%

8,68%

13,02%

21,70%

8,68%

4,34%

8,68%

30,38%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

9-Quantos livros lembra-se de ter lido?

nenhum poucos não lembra

vários, não lembra exatamente aproximadamente 20 aproximadamente 15

aproximadamente 10 livros menos de 8 livros

65,10%

34,72%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

10-Quais lembranças têm das últimas leituras realizadas?

Citaram histórias infantis Best sellers

Page 23: Ficha para identificação do artigo€¦ · letramento refere-se ao indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita praticando-a, posicionando-se e interagindo com as exigências

1. Qual é o efeito que o livro causa ao entrar na vida dos que os leem? Discutiu-se oralmente sobre quais as possíveis interpretações para “Os livros (...) são

como a radiação de um corpo negro/ apontando para a expansão do Universo/ porque a frase, o conceito o enredo, o verso (...)/ É o que pode lançar mundos no mundo”.

Destacou-se que o livro permite a de criação de novos mundos. Ao ler a pessoa distancia-se da realidade para criar outras.

2 . Ao que o livro é comparado no poema? A resposta esperada “maços de cigarro” Com a comparação instigou-se os alunos para

que estabelecessem uma relação entre o vício que o cigarro provoca (maléfico) e o vício (positivo) que se deve adquirir em relação à leitura.

A música faz alusão a liberdade que o eu-lírico manifesta em relação ao livro, dizendo que podemos até lançá-lo pela janela, ou escrever um, proliferando “vãs palavras”. Embora o eu lírico use a palavra “vãs”, ele tem ciência da importância e do poder delas, que são inclusive a matéria prima para que se crie o próprio poema musicado de Caetano Veloso.

Dica de cinema:

O filme "Fahrenheit 451", de François Truffaut. extr. É um clássico do cinema, cuja reflexão recai sobre a ausência de liberdade numa sociedade repressiva, onde até os livros são proibidos, por serem considerados perigosos. Então as pessoas desenvolvem estratégias para que eles não desapareçam.

Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13430 Acesso em 10/12/2016

6ª Atividade

Com os objetivos de refletir sobre o papel da leitura na vida das pessoas e

de despertar o gosto pela leitura utilizou-se 3 (três) vídeos. Sendo eles:

“Os Fantásticos Livros Voadores do Senhor Lessmore.” (15 min.)

Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=LjkdEvMM5xs

Acesso 20/11/2016;

“A menina que odiava livros”. (7 min.) disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q Acesso em

10/12/2016

“A importância da literatura”. (5:30 min.) Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=er2O2-bXks4. Acesso em

20/11/2016

O primeiro vídeo, “Os Fantásticos Livros Voadores do Senhor Lessmore”,

é um curta metragem que traz uma mensagem sobre o livro e a leitura. O curta mostra

como um livro vivo consegue mudar a vida do personagem principal, conduzindo-o ao

mundo dos livros.

Reflexão oral seguida de atividade escrita

a) No vídeo, o que mais chamou sua atenção e o que mais gostou? Comente.

b) Você identificou qual era a profissão de senhor Lessmore? Em que momento você chegou a essa conclusão?

c) Por que o Sr Lessmore ficou intrigado com a ventania?

Page 24: Ficha para identificação do artigo€¦ · letramento refere-se ao indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita praticando-a, posicionando-se e interagindo com as exigências

d) Que fato ocorreu que levou o Sr Lessmore ao mundo dos livros vivos

e) O que o filme nos apresenta sobre livro e leitura?

f) No vídeo há um momento em que o livro antigo estava doente. Qual seria o motivo para a doença do livro? O que fez o livro voltar à vida?

O segundo vídeo: A menina que odiava livros (7 minutos)

https://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q Acesso em 10/12/2016

Após o vídeo, discutiu-se qual a relação entre os vídeos “Os Fantásticos

Livros Voadores do Senhor Lessmore e A menina que odiava livros.”?

O terceiro vídeo, A importância da literatura. (5:30)

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=er2O2-bXks4. Acesso em

20/11/2016.

7ª Atividade

Com o objetivo de mostrar que há diferentes gêneros textuais com

diferentes finalidades e com o objetivo de inserir os alunos na prática do letramento

através da leitura de textos diversos, realizou-se a dinâmica “caixa surpresa”.

Preparou-se uma caixa com diversos tipos de textos como: bula de

remédio, estrofe de poema, trechos de música, conta de água e luz, piada, artigo de

opinião, charges, tirinhas, textos humorísticos, reportagens, curriculum vitae, entre

outros. Cada aluno pegou um texto aleatoriamente. Depois que todos pegaram um

texto, foi solicitado que falassem sobre o que pegou se aquele texto era conhecido,

comum ou estranho para ele.

Para explorar as características dos gêneros abordou-se, oralmente,

algumas questões, conforme propõe Solé (1998. P.73-74)

Qual a função daquele texto na sociedade; Onde circula? Sobre o que fala? Quem é o enunciador? Onde foi produzido? Por que ou para que vou ler? Que sei sobre o conteúdo do texto? Que outras coisas sei que podem me ajudar a entender este texto? Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto? As ideias expressas têm coerência? Entende-se o quer exprimir? Qual dificuldade apresenta? Que pretendia-se explicar nesse parágrafo-título? Que ideia posso extrair? Posso reconstruir o fio de argumentos expostos? Posso reconstruir as ideias contidas nos principais pontos, entre outras.

Finalizou-se a dinâmica, destacando que nenhum texto é neutro, todos têm

uma finalidade, uma intencionalidade.

Destacou-se também que para todos os gêneros textuais há níveis e

estratégias de leituras, como:

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1º Leitura superficial: É aquela em que se faz a decodificação linguística (FAZER SABER) Nesta leitura busca-se o que o texto tem a intenção de informar, comunicar, transmitir, fornecer dados para o leitor.

O que o texto quer nos fazer saber?

2º Leitura profunda: É aquela em que o leitor faz uma análise interna (elementos do texto, informações explícitas, implícitas, encontrar os temas a partir das figuras, a veridicção a verdade do texto (FAZER CRER) intenção de manipular, convencer, persuadir o leitor). A interpretação insere-se nesta etapa.

Qual é a verdade do texto? Em que ele quer que acreditemos?

3º Leitura ideológico-argumentativa: (centrada no leitor), onde o mesmo argumenta, opina, posiciona-se diante do texto (SABER FAZER)

Como você leitor age, assume, transforma diante do texto/ enunciado?

8ª Atividade – Pesquisa sobre a origem dos livros e o histórico da leitura no

mundo

Para saber sobre a origem dos livros e o histórico da leitura no mundo e a sua

importância na vida das pessoas, a turma foi dividida em 5 grupos e pesquisaram em

várias fontes: internet, texto impresso, vídeo e outros materiais.

Após realizar a pesquisa, cada grupo socializou com a turma os principais

e mais relevantes fatos registrados, como:

1 - Qual é a data provável da origem dos livros? 2. Em que lugar surgiu o primeiro livro? 3. Como era os primeiros livros? 4. Quem tinha acesso aos livros? 5. Que tipo de assunto era registrado nos livros? 6. A linha do tempo desde os primeiros livros até os livros digitais, citando suas principais características e a época. 7. Como está a disponibilidade dos livros hoje e quem são as pessoas que leem? 8. Você já teve acesso a livros digitais?

Sugestão para pesquisa

Breve história da leitura disponível em

http://redemebox.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26218:breve-historia-da-leitura-e-da-escrita&catid=282:287&Itemid=21

Origem dos livros disponível em

https://minimoeomaximo.wordpress.com/2016/04/12/qual-a-origem-dos-livros/

Origem dos livros

http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/origem-dos-livros.htm

História da leitura disponível em

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_leitura

Vídeo: a importância da leitura. Tempo: 2:46 Cenas do filme O substituto https://www.youtube.com/watch?v=M9tlOD0IbjU

Texto: Livros digitais

http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=8737

9ª Atividade – Filme “O nome da Rosa”

Como complementação para reflexão sobre o valor do livro exibiu-se o filme

“O nome da Rosa” baseado no livro de Umberto Eco, destacando a época em que a

leitura ficava restrita aos mosteiros, bem como eram guardados os livros.

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10ª Atividade – Aula expositiva sobre definição e função da literatura.

Com o objetivo de definir e conceituar o que é literatura e qual sua função,

abordou-se os seguintes conceitos:

A definição de literatura no dicionário Online de Português é:

s.f. Arte de escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. Conjunto das produções literárias de um país, de uma época. Profissão de homem de letras: dedicar-se à literatura. Conjunto de obras sobre um determinado assunto; bibliografia: literatura sobre o câncer. Literatura de cordel, literatura popular, de pouco ou nenhum valor literário, geralmente em brochuras ou folhetos pendurados em cordel de bancas de jornaleiros ou vendidos em feiras do Nordeste. Literatura de ficção, o romance, a novela, o conto.

A origem da palavra, de acordo com a WIKIPEDIA, vem do latim "litteris"

que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em

latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de

escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética.

Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística.

O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto

escolhido de textos como, por exemplo, a literatura portuguesa, a literatura espanhola,

a literatura inglesa, a literatura brasileira, a literatura japonesa, etc.

Para Antônio Cândido (1972), literato e crítico brasileiro sociólogo e

professor universitário. Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma

obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil, “a literatura é

vista como arte que transforma/humaniza o homem e a sociedade”.

Segundo Candido, a literatura tem três funções: psicológica, formadora e

social” (p.57)

● FUNÇÃO PSICOLÓGICA: proporciona fuga da realidade, mergulho num

mundo de fantasias, com possibilidades de reflexão, identificação e catarse, a

literatura atua na constituição psicológica do sujeito.

● FUNÇÃO FORMADORA: atua como instrumento de educação,

retratando realidades não reveladas pela ideologia dominante, a literatura cuida da

formação do sujeito.

● FUNÇÃO SOCIAL: retrata os diversos segmentos da sociedade, a

literatura faz a representação social e humana. Candido cita o regionalismo para

exemplificar essa função.

Segundo Cândido, 1972, a Literatura é um fator indispensável de

humanização: “Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no

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homem aqueles traços que reputamos essenciais, como: 1. O exercício da reflexão,

2. A aquisição do saber, 3. A boa disposição para com o próximo 4. O afinamento das

emoções, 5. A capacidade de penetrar nos problemas da vida, 6. A percepção da

complexidade do mundo e dos seres, 7. O senso da beleza, 8. O cultivo do humor.

Segundo CANDIDO, 1972 “A literatura desenvolve em nós a quota de

humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a

natureza, a sociedade, o semelhante.”

As DCEs (Diretrizes Curriculares Estaduais) de Língua Portuguesa

abordam a literatura por meio da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito, na qual

a literatura deve permitir ao leitor a possibilidade de sentir e de expressar o que sentiu,

com condições de reconhecer, nas aulas de literatura, um envolvimento de

subjetividade que expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação

que está presente na prática de leitura.

A concepção de literatura abordada nestas DCEs, é a da Estética da

Recepção que ressalta o papel do leitor no momento da recepção do texto literário.

Para isso, apresentam 7 teses, expostas a seguir.

Na primeira tese, aborda a relação entre leitor e texto, afirmando que o

leitor dialoga com a obra atualizando-a no ato da leitura.

A segunda tese destaca o saber prévio do leitor, o qual reage de forma

individual diante da leitura, influenciado, porém, por um contexto social.

“A terceira enfatiza o horizonte de expectativas, o autor apresenta a

ideia de que é possível medir o caráter artístico de uma obra literária

tendo como referência o modo e o grau como foi recebida pelo público

nas diferentes épocas em que foi lida (distância estética).

A quarta tese aponta a relação dialógica do texto, uma vez que, para o

leitor, a obra constitui-se respostas para os seus questionamentos.

Na quinta, Jauss discute o enfoque diacrônico, que reflete sobre o

contexto em que a obra foi produzida e a maneira como ela foi recebida

e (re)produzida em diferentes momentos históricos. Trata-se do

processo histórico de recepção e produção estética.

A sexta tese refere-se ao corte sincrônico, no qual o caráter histórico

da obra literária é visto no viés atual. Jauss defende que a historicidade

literária é melhor compreendida quando há um trabalho conjunto do

enfoque diacrônico com o corte sincrônico.

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Na última tese, o caráter emancipatório da obra literária relaciona a

experiência estética com a atuação do homem em sociedade,

permitindo a este, por meio de sua emancipação, desempenhar um

papel atuante no contexto social.

Wolfgang Iser reflete sobre o resultado estético da obra literária no leitor

durante a recepção. Ao desenvolver esse estudo, Iser trabalha com os conceitos de

leitor implícito: “[...] a concepção de leitor implícito designa [...] uma estrutura do texto

que antecipa a presença do receptor”. Sendo assim, no ato da escrita ocorre uma

previsão, por parte do autor, de quem será o seu interlocutor, aquele que dará

vida/sentido ao seu texto. Trata-se de um leitor ideal, que nem sempre será o real.

Estruturas de apelo - O texto literário permite múltiplas interpretações,

uma vez que é na recepção que ele significa. No entanto, não está aberto a qualquer

interpretação. O texto é carregado de pistas/estruturas de apelo, as quais direcionam

o leitor, orientando-o para uma leitura coerente.

Vazios do texto - Além disso, o texto traz lacunas, vazios, que serão

preenchidos conforme o conhecimento de mundo, as experiências de vida, as

ideologias, as crenças, os valores, etc., que o leitor carrega consigo. O texto literário,

assim como os demais, tem o que dizer, há ideologias, vozes e intencionalidades,

para atingi-las, utiliza de vários recursos que a língua possibilita. O objetivo da leitura

do texto literário é formar um leitor crítico/questionador que seja capaz de perceber as

vozes sociais, as ideologias, as intencionalidades escondidas nos textos

Ainda sobre a leitura e a literatura, exibiu-se os vídeos de Antônio Candido

Vídeo 01- Conversa com Antônio Candido em abril de 2014. Tempo 5:43

Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4cpNuVWQ44E acesso em

25/11/2016

Vídeo 02- Antônio Cândido para formandos USP LETRAS 2008. Tempo

3:41 https://www.youtube.com/watch?v=bonUMnPNXnw Acesso em 25/11/2016

11ª Atividade - leitura do livro “A hora da verdade” de Pedro Bandeira.

Com o objetivo de incentivar a leitura de textos literários como momento

mágico, lúdico e prazeroso foi realizado a leitura do livro “A hora da verdade” de Pedro

Bandeira. A qual foi iniciada na sala de aula e terminada em casa

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Imagem 1 – Capa do livro A hora da Verdade Imagem 2- Livros para acesso dos alunos.

Para isso, foi disponibilizado um exemplar do livro para cada aluno. Iniciou-

se explorando o título. Os estudantes foram questionados sobre o que o título permitia

inferir sobre a história. Como incentivo para a leitura, fez-se a propaganda do livro,

informando parte da história, seus personagens, o local onde ela se passa. Abordou-

se sobre o autor da obra e destacou-se que a maioria dos fatos se passa com

adolescentes numa escola e que traz detalhes do relacionamento dos personagens,

envolvidos numa trama de ciúme e preconceito, etc.

12ª Atividade – discussão e socialização das impressões da leitura do livro “A

hora da verdade” de Pedro Bandeira”

Imagem 3. Atividades em grupo Imagem 4. Atividades em grupo

.

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Após a leitura, dividiu-se a turma em grupo, onde seguiram um roteiro de

questões. As quais foram discutidas no grupo e em seguida compartilhadas com a

turma da sala.

Roteiro

1. Qual o tema abordado?

2. Ele é atual ou não?

3. Quais os aspectos mais relevantes?

4. Quais fatos chamaram mais a atenção?

5. Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto?

6. O desfecho teve um fim esperado ou inesperado?

7. Gostou do livro? Por que?

8. Você conhece algum fato semelhante ao do Romance?

9. Posso reconstruir a história produzindo outro desfecho?

10. Analisar alguns trechos destacando os aspectos mais relevantes, discutindo a postura de cada personagem.

11. Quais aspectos da história se assemelha a realidade?

12. Quais as atitudes positivas dos personagens?

13. Quais as atitudes negativas dos personagens? Espera-se que percebam as atitudes de preconceito e que o fio condutor da trama é o ciúme.

13ª Atividade - leitura de Otelo de Willian Shakespeare

Imagem 5. Capa do livro Otelo Imagem 6. Livros para acesso dos alunos

Com o objetivo de discutir sobre o comportamento humano em relação ao

sentimento do ciúme em diferentes épocas, identificando semelhanças e diferenças,

realizou-se também a leitura do clássico Otelo de Willian Shakespeare. Para isso,

cada aluno recebeu um exemplar da obra com dedicatória, fato que gerou um

momento muito especial e serviu de estímulo para a leitura que iniciou-se em sala,

continuou em casa e terminou em sala.

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Imagem 7- Leitura em sala de “Otelo” Imagem 8- Leitura em sala de “Otelo”

Imagem 9- Leitura em sala de “Otelo” Imagem 10 - Leitura em sala de “Otelo”

Concluída a leitura de Otelo, fez-se a exploração oral do conteúdo temático,

da linguagem utilizada, do gênero textual drama e dos elementos composicionais dos

mesmos, relacionando-o e comparando-o com “a hora da verdade” de Pedro

Bandeira. Alguns dos questionamentos foram: Qual o tema abordado em cada obra?

Quais as semelhanças? Quais as diferenças? O comportamento humano é diferente

em frente ao sentimento do ciúme? Qual personagem de uma obra corresponde a

outra em relação ao comportamento e o papel desempenhado? Quais pontos são

convergentes e quais são divergentes?

Para estabelecer as relações intertextuais das referidas obras, fez-se uma

breve conceituação teórica de intertextualidade, conforme consta nas páginas 3 e 4.

14ª atividade – Aula teórica sobre Concepção do ciúme segundo a psicanálise

Após a leitura e análise das duas obras foi apresentado a concepção de

ciúme, segundo a psicanálise, conforme consta nas páginas 4 a 8 desta produção.

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15ª atividade – Pesquisa sobre crimes passionais que se tornaram manchetes

no Brasil.

Ainda com o objetivo de discutir sobre o comportamento humano em

relação ao sentimento do ciúme em diferentes épocas, identificando semelhanças e

diferenças, os alunos pesquisaram sobre crimes passionais que se tornaram

manchete no Brasil. Dentre os crimes encontrados, cada aluno registrou de 3 a 5 que

mais chamou a atenção deles. Posteriormente, socializaram com os colegas em

classe. Sugestão de pesquisa http://noticias.terra.com.br/brasil/crimes-passionais

16ª Atividade – Produção de texto

Com o objetivo de coletar informações e compará-las com a opinião inicial

dos alunos, foi proposto aos alunos que escrevessem sobre as impressões deixadas

pelas leituras por meio de um questionário, conforme está na sequência.

1 - Qual foi o seu sentimento quando foi proposto a leitura do livro?

56,42% tiveram o sentimento de negação, 39,06% de aceitação e 4,34% sentiu-se ansioso.

2 - Você teve interesse ou não?

47,74% responderam que sim e 52,08% não.

3 - Após a leitura, você diria que gostou ou não?

95,48 responderam que gostaram e que foi melhor do que imaginaram e 4,34% não gostaram

4 - O que mais chamou sua atenção?

21,7% a linguagem mais complexa;

21,7% a maldade de Iago;

4,34% Iago ter convencido Otelo apenas com suposições;

8,68% o ciúme de Otelo e a desonestidade e falsidade de Iago;

8,68% o fato do Livro a hora da verdade de Pedro Bandeira e Otelo de Shakespeare ser de épocas tão diferentes, mas os personagens agirem de forma semelhante;

8,68% o ciúme levar as pessoas fazerem coisas absurdas;

4,34% a forma como as coisas eram no passado, no caso do livro Otelo (organização social

17,36% o desfecho da história, não esperava que Otelo fosse matar Desdêmona;

4,34% uma pessoa sentir ciúme por uma suposta traição.

5 - Como foi essa experiência?

26,04% boa, acima do esperado;

8,68% boa, trouxe mais conhecimento;

8,68% legal, gostei do livro e me interessei pela leitura;

8,68% aprendi muito;

4,34% boa, já gostava de ler e agora com esta experiência passei a gostar mais ainda;

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8,68% legal, nenhum professor tinha proporcionado a leitura dessa forma ( refrindo-se ao fato de ter sido disponibilizado 01 volume do mesmo livro para cada aluno);

8,68% foi legal, pois trouxe mais conhecimento;

8,68% amei, pois gosto de ler e estes livros exigiram bastante atenção;

4,34% muito boa, em alguns momentos parecia que eu estava participando da história.

4,34% difícil porque não gosto de ler.

6 - Quais os a pontos positivos e os negativos do projeto de incentivo à leitura?

Positivos

30,38% melhora a capacidade de entender o que lê.

8,68% ganhamos mais conhecimento;

8,68% as leituras foram interessantes;

8,68% permite conhecer um vocabulário diferente e melhorar como leitor;

17,36% aumenta o interesse pela leitura;

4,34% as atividades foram diferentes e ajudaram a melhorar a capacidade de entender o que lê, de produzir textos e também melhorou o convívio da turmas com as interações que aconteceram;

8,68% ter lido 2 livros inteiros e ter gostado da leitura;

8,68% a oportunidade e o incentivo para os alunos lerem;

4,34% não respondeu.

Negativo

17,36% o barulho das outras salas atrapalhou a concentração;

26,04% não houve pontos negativos;

17,36% No começo foi difícil entender a história, mas diminui no decorrer da leitura

4,34% dificuldade para entender partes da história devido a linguagem ser difícil;

8,68% Pouco tempo durante as aulas para fazer a leitura;

4,34% demora muito;

21,7% não respondeu.

7 - Você sugeriria estes livros para seus colegas?

56,08% disseram que sugeririam o livro A hora da verdade de Pedro Bandeira;

34,72% sugeririam o livro Otelo de Shakespeare;

8,68% só sugeririam se soubessem que a pessoa gostasse de ler.

17ª Atividade - Comparação entre a produção inicial e a produção final

De posse do questionário produzido inicialmente e a produção final, fez-se

a coleta de informações por meio das respostas dos alunos, as quais permitiram a

análise e a comparação sobre os conceitos e os sentimentos apresentados pelos

alunos em relação a leitura. Um dos aspectos mais relevantes, foi o fato de que

mesmo aqueles que não apresentaram interesse quando foi proposto o Projeto, após

a experiência do contato com o livro e da leitura do mesmo, disseram ter gostado e

apontaram vários aspectos positivos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os resultados do SAEP de 2013, do Colégio Estadual Rio

Branco, divulgados pela SEED, o público alvo que participou da avaliação, está muito

abaixo dos parâmetros de aprendizagem esperados. Pois pela escala de proficiência

e os descritores utilizados para avaliar os participantes, pode-se afirmar que a maioria

não consegue fazer inferências, estabelecer relações lógico-discursivas, identificar

temas; localizar informação explícita e entender as implícitas, identificar gênero,

função ou destinatário; identificar os elementos estruturadores de uma narrativa;

estabelecer relações intertextuais, entre outras.

Sabe-se que estes resultados são frutos de vários fatores envolvidos dentro

do processo de ensino e de aprendizagem. Porém, a sociedade de modo geral, atribui

somente ao professor de língua portuguesa a tarefa de formar alunos leitores, não

considerando os fatores externos a escola que influenciam na vida de cada estudante,

como: o incentivo, a valorização do estudo e participação da família na formação do

filho, investimento em políticas públicas para a qualidade do ensino e a valorização

do professor, condições adequadas de trabalho, ambiente e espaço físico que não

contribuiu para o protagonismo do jovem no processo de construção do seu

conhecimento, entre outros.

No entanto, quando se proporciona espaço, tempo, material e condições

favoráveis para os estudantes, constata-se que o envolvimento e a participação

destes é surpreendente. Como no caso, deste Projeto de leitura que foi articulado o

conteúdo curricular do Plano de Trabalho Docente com os gêneros literários

abordados nas obras lidas.

O fato de terem sido realizadas diversas atividades para estimular e

incentivar os alunos para a leitura. Quando chegou o momento do contato com o livro,

já havia se criado no aluno uma alta expectativa. Isto permitiu atingir a maioria dos

objetivos do projeto.

Nas lembranças de infância verifica-se que as experiências de leitura foram

bem maiores e mais marcantes na escola, do que em casa com seus pais. Porém,

quando questionados sobre as experiências de leituras recentes, constata-se que

para a maioria dos alunos, as experiências de leitura ainda são voltadas para o público

infantil. O que permite inferir que nas séries iniciais eles tiveram mais contato com os

livros.

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De acordo com depoimentos dos professores participantes do GTR (Grupo

de Trabalho em Rede) é comum a falta de interesse dos alunos pela leitura, porém,

com a realização deste Projeto de leitura que exigiu planejamento, tempo, espaço e

condições para a leitura, pode-se dizer que quando se oferece possibilidades e

atividades direcionadas, eles participam com bastante interesse e entusiasmo.

Embora a maioria dos alunos, no início do Projeto, tivessem dito que não

gostavam de ler, no decorrer das atividades propostas, houve uma mudança no

conceito que tinham em relação a leitura, se comparado com o conceito final

apresentado por eles, tanto pelo empenho e participação efetiva nas atividades

propostas, quanto pelas respostas apresentadas por eles.

Conforme pode ser verificado no depoimento dos participantes, nas

páginas anteriores deste texto, eles apreciaram e gostaram tanto da leitura “A hora da

verdade”, obra contemporânea, quanto do clássico “Otelo”. Isto chama a atenção pelo

fato que as experiências de leitura citada por eles, eram mais de histórias infantis, se

comparada com o nível de complexidade da linguagem de Shakespeare, e o fato deles

terem lido e gostado da obra.

Diante desta constatação, faz-se necessário pensar em que nível tem sido

as leituras oferecidas pela escola e o quanto elas são desafiadoras para os

adolescentes?

Portanto, é urgente uma profunda reflexão sobre as práticas pedagógicas

que permeiam o processo de ensino e aprendizagem e sobre o espaço e lugar da

leitura na escola e, principalmente, nas aulas de língua portuguesa.

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REFERÊNCIAS

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Solé, Isabel. Estratégias de leitura; tradução: claudia Schilling; revisão técnica: Maria da Graça Souza Horn. -6ª ed. Porto Alegre: Penso, 1998