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Sociedade da Mesa 119 Fevereiro 2013 clube de vinhos R$ 13,00

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Sociedade da Mesa119Fevereiro 2013

c l u b e d e v i n h o sR$ 13,00

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04 - Seleção Mensal /

12 - Projeto Gravuras Arte Contemporânea20 - Pimentões

26 - Diário da Bodega - A Poda de Inverno

32 - Drinks / 34 - Taças Cor-de-rosa

40 - Entrevista: Eudes Assis /

48 - Um pouco de receita: Arroz Integral com Grão-de-Bico

50 - Notícias / 54 - Programa Saca-Rolha /

60 - Acessórios / 61 - Vinhos em Estoque

63 - Próxima Seleção Mensal

índice

Dario Taibosócio-diretor

DireçãoDario Taibo

Direção da revista Dario [email protected]

Editora-chefe Paula [email protected]

Projeto gráfico e diagramaçãoOchoa Comunicação [email protected]

Redaçã[email protected]

Atendimento ao cliente [email protected]

Contato de Publicidade [email protected]

Impressão 14.000 exemplares

Sociedadeda Mesa

c l u b e d e v i n h o s

Rua Branco de Moraes, 248/11Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP - BrasilCEP 04718-010(55-11) 5180-6000 0800-7740303www.sociedadedamesa.com.br

Valor da Revista R$13,00 (+ Correio)Valor da Assinatura Anual R$109,00 (+ Correio)

Editorial

Fato UmHá muito em comum entre o mundo do vinho e o mundo da arte, e tanto o vejo assim que poderíamos até colocá-lo desta forma: a arte e o vinho são manifestações diversas de uma mesma coisa, aquela coisa difícil de definir, que faz dos humanos, humanos.

Fato DoisA capa desta revista foi nos últimos 17 números, uma obra original de autoria de um artista Basco, “Mintxo”. Muitos associados nos escreveram elogiando as capas.Outros tantos, e talvez estimulados pela entrevista concedida pelo Mintxo no nosso número 102, nos escreveram interessando-se em adquirir obras desse mesmo artista.

Fato TrêsDan Albert Benveniste é um importante galerista de arte e possivelmente o melhor gravurista do mundo.

Fato QuatroEle é o proprietário da Benveniste CP&P Contemporary Publishing and Printmaking, que edita com regularidade gravuras de artistas internacionais e consagrados, para atender um seleto grupo de colecionadores de arte, de forma muito parecida ao que a SM faz com os vinhos.

Fato CincoDan Albert é meu amigo.

ConclusãoEste ano vamos oferecer aos associados da Sociedade da Mesa quatro edições de gravuras.As edições são limitadas e produzidas exclusivamente para nós, pela Benveniste Contamporary.Os artistas selecionados foram convidados por Dan Albert especificamente para este projeto.

Por quê?Porque podemos!

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O Vinho em Portugal (2011)Superfície de vinhedo: 240.000 HectaresRanking mundial superfície de vinhedo: 7ºVolume de vinho produzido: 5.925.000 hl Ranking mundial por produção de vinho: 11º

SELEÇÃO MENSALTexto: Alberto Pedrajo Pérez e Javier Achútegui DominguezFotos: divulgação

A região de Alentejo é um refúgio perfeito para os amantes do vinho. E desta vez, não pudemos resistir à tentação e entramos no carro para conhecer os vinhedos mais importantes do sul de Portugal. Durante esta última vindima, andamos pelas estradas do Alentejo, cheias de pequenas cidades carregadas de história, de pessoas amigáveis e próximas e de um autêntico mar de vinhas, saboreando sua deliciosa gastronomia e dando conta de um grande número de garrafas dos vinhos da região.

Alentejo,além do Tejo

MARIANA 2010Portugal

Estamos na maior região de Portugal, que ocupa cerca de um terço do país. De norte a sul, a região tem aproximadamente 20.000 hectares de vinhedos banhados por sol intenso e distribuídos entre vastas planícies que se estendem até o horizonte, e colinas suaves, onde um clima estável, quente e de pouca precipitação esculpiu uma paisagem, cuja principal beleza está além de seus extensos vinhedos, nos bosques de pinheiros, oliveiras, carvalhos que alimentam os porcos “pata negra”, e sobreiros que nos fornecem a cortiça. Aqui é produzida uma grande quantidade de rolhas do mundo: 75% da rolha mundial vem de Portugal e, mais especificamente, do Alentejo.

É uma região histórica na produção de vinhos, uma extensa região no interior de Portugal, onde somente nos últimos anos redescobriu-se o grande potencial para produzir vinhos de qualidade. Tivemos por anos a esperança de que esta região vinícola se tornasse por direito próprio uma referência, não somente dentro do país, que já é, mas também internacionalmente.

Espanha

PortugalAtlântico

Atlântico

Espanha

Alentejo

O rio Tejo tem servido para dividir tradicionalmente as regiões agrícolas de Portugal. Ribatejo significa “Ribera do Tejo”, Alentejo significa “além do Tejo”. Para a maior parte dos consumidores, Porto ou do Douro são as referências mais conhecidas do vinho português. Alentejo, como outras regiões, foi durante décadas relacionada aos vinhos a granel e aos de mesa, o que não permitia seu conhecimento mais além de Portugal. Tratava-se de uma pequena região vitivinícola. Mas no Alentejo, algo está mudando rapidamente: sua tradição de produzir vinhos a granel está gradualmente se transformando em uma viticultura de qualidade. E se acrescentamos a isso a transformação de suas bodegas e uma nova geração de enólogos ávidos por reivindicar sua terra, temos hoje uma região vitivinícola de grande futuro, sem dúvida.

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Esta vasta região divide-se em oito sub-regiões, em relação aos vinhos: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja e Moura, algumas das quais chegaram a ser Denominação de Origem independente, até que finalmente, em 1998, foram unificadas sob um mesmo nome, Alentejo DOC e IGP Alentejano, o que fortaleceu o potencial da região.

Vinhedos

Alentejo é principalmente a terra dos vinhos tintos. Embora as variedades de uva tradicionais portuguesas dominem a região, como Trincadeira, Castelão, Touriga Nacional, Aragonez (Tempranillo), Alicante Bouschet, as reestruturações recentes do vinhedo têm feito com que variedades como Syrah e Cabernet Sauvignon tenham se incorporado, ainda que como parte de uma coupage com variedades locais. Se Alentejo produz principalmente vinhos tintos, os brancos gradualmente vão encontrando seu espaço, com variedades como a Roupeiro, Rabo de Ovelha, Arinto e a que, a meu ver, junto com esta última, tem maior interesse: a Antão Vaz, cujos aromas tropicais e flores brancas seduzem.

Clima e solo

Como já dissemos, é uma região bastante extensa e, portanto, com diferentes microclimas e composições de terreno. O clima sofre influência de uma mistura de clima mediterrâneo e continental, que origina verões muito quentes, com baixa precipitação, e invernos longos e frios. Obviamente as sub-regiões são mais quentes e com menor índice pluviométrico, quanto mais ao sul e mais ao interior estiverem.

Este clima tão característico do Alentejo representa um dos maiores riscos para a viticultura. As temperaturas médias elevadas da primavera ao outono, são geralmente responsáveis pelo amadurecimento precoce nos vinhedos, que normalmente estão relacionados com vinhos de alta graduação alcoólica. É comum encontrarmos vinhos com 15% nos rótulos da região, o que se traduz em vinhos quentes e, em ocasiões, excessivamente alcoólicos.

Herdade do Rocim

A Herdade do Rocim é uma propriedade vinícola localizada entre Vidigueira e Cuba, na região do Baixo Alentejo, com cerca de 100 hectares, dos quais aproximadamente 60 estão ocupados por vinhedos. O resto é formado por oliveiras, florestas de pinheiros e azinheiras. A propriedade foi adquirida em 2000, quando foi envolvida em uma ambiciosa reestruturação de trabalho e qualificação, concluída com o plantio da maior parte do vinhedo que hoje compreende a propriedade.

Trata-se de um projeto global, onde a bodega combina a produção de vinhos de qualidade com a estética cuidadosa de sua arquitetura e sua funcionalidade, tanto produtiva como enoturística. Visitando a bodega, você pode participar de um minucioso passeio através do processo de vinificação, observando, em primeira mão, cada um dos passos na produção, desde a recepção das uvas até o engarrafamento do vinho.

Mas a viticultura da região tem evoluído, tomando como referência outros modelos vitícolas de referência internacional, adaptando-se às novas técnicas de cultivo. Isto, junto ao uso generalizado da irrigação, está conseguindo importantes avanços no desenvolvimento e amadurecimento de seus antigos vinhedos, excessivamente condicionados pelo clima. A irrigação não era permitida anteriormente, o que, infelizmente, condicionava o desenvolvimento vegetativo, comprometendo, em algumas ocasiões, a própria sobrevivência do vinhedo.

Os solos da região são principalmente de granito e ardósia, com alguns bolsões de argila e calcário.

A demanda por vinhos com caráter de fruta madura colaborou para dar a conhecer os vinhos do Alentejo, com variedades como a nativa Trincadeira, capaz de produzir vinhos elegantes e estruturados, com boa dose de fruta. Suas grandes propriedades, seu clima estável e a disponibilidade de água para a irrigação estão produzindo um efeito similar ao que aconteceu em Mendoza (Argentina). Sua terra está se valorizando e produzindo vinhos com uma relação qualidade-preço mais do que competitiva.

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Seus vinhedos

Dos 100 hectares que formam a propriedade, 70 são vinhedos, com 53 hectares de variedades tintas e 17 com variedade de uva branca. Inicialmente, a propriedade contava com aproximadamente 20 hectares de vinhedos velhos de uva tinta, onde predominavam as variedades Aragonez e Trincadeira, e outros 10 hectares, aproximadamente, com variedades de uva branca, principalmente Antão Vaz. Após a compra da propriedade no ano 2001, começou a reestruturação do vinhedo, para o qual foi feito um mapa de solos detalhado, destinando cada variedade a uma localização específica. Foram plantados 13 hectares com as variedades de uva tinta Syrah e Cabernet Sauvignon, escolhendo solos principalmente arenosos; e Aragonez em solos argilosos. Em 2004, foram plantados aproximadamente 17 hectares de variedades tintas: Touriga Nacional, Aragonez, Trincadeira e Bouschet Alicante. Touriga Nacional é encontrada em solos arenosos, enquanto que as outras variedades são encontradas em solos argilosos. Em 2006, foram plantados 7 hectares de variedades brancas, sobretudo Antão Vaz, Arinto e Alvarinho.

• Localização: Cuba, Alentejo, Portugal

• Extensão: 100 Ha; 67 Ha de vinhedo

• Altitude: 200 – 250 metros

• Idade de vinhedos: 30 hectares com mais de 30 anos, 13 hectares plantados em 2001, 17 hectares plantados em 2004 e 7 hectares plantados em 2006.

• Sistema de condução: espaldeira

• Sistema de irrigação: por gotejamento

• Densidade: diferentes marcos e densidades

• Tipo de solo: principalmente solos arenosos e solos argilosos.

• Variedades: Touriga Nacional, Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet, Syrah, Cabernet Sauvignon, Antão Vaz, Arinto e Alvarinho

A bodega

Depois de pegar a última rotatória na estrada de Évora, chegamos a uma entrada. À nossa frente está a Herdade do Rocim, uma bodega única e de estilo moderno, que se destaca pela sua fusão completa com a paisagem. É uma bodega de tamanho grande para sua produção, que fica parcialmente enterrada no meio de uma colina sutil. A entrada da bodega abre-se para um pátio interno com um grande anfiteatro onde, nos dias de primavera e verão, são organizados diferentes eventos. A bodega é composta por uma sucessão de edificações totalmente integradas, onde se misturam o uso produtivo e lúdico, o que faz deste conjunto não somente uma bodega equipada com a mais nova tecnologia e mídia, mas também um elemento de comunicação muito dinâmico, aberto a todos os enófilos.

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Uma bodega onde se tem claro que o bom vinho parte do vinhedo, mas onde a tecnologia, o conhecimento e a mídia são necessários para tirar o melhor aproveitamento possível de uma excelente matéria-prima. Desta filosofia surge MARIANA, um vinho elaborado com uma coupage tradicional de uvas procedentes de seus 70 hectares de vinhedo: Trincadeira (35%), Aragonez (30%), Touriga Nacional (20%) e Alicante Bouschet (15%), que envolvem a bodega.

Depois de decidir pela melhor data da colheita, as uvas foram colhidas manualmente em caixas para ficarem protegidas até sua chegada à bodega. Uma vez recebida a uva, esta foi selecionada em mesa e colocada em pequenos tanques de aço inoxidável, onde, depois da maceração pré-fermentativa a frio, fermenta-se a uma temperatura média baixa, para preservar todo seu componente frutado. Uma vez realizada a fermentação alcoólica e maloláctica, o vinho é afinado em tanques durante 12 meses, até seu engarrafamento.

ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) T: +34 941210448 F: +34 941287072 www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa

Região: Alentejo, Portugal

Uva: Trincadeira (35%) Aragonez (30%) Touriga Nacional (20%) e Alicante Bouschet (15%)

Cata: Trata-se de um vinho de cor rubi muito bonita. Notas doces com aromas destacados de fruta madura, menta e alcaçuz. De entrada equilibrada na boca, mas com corpo, respeita as sensações percebidas no nariz, acompanhadas de um toque terroso próximo ao cacau, longo e final normalmente alcoólico.

Harmonização: É um vinho agradável e fácil de beber. Acredito que seja um excelente companheiro para um aperitivo informal com queijo meia cura de ovelha e cabra, e um bom embutido de porco, como presunto cru ou chouriço.

Temperatura: Seus aromas mentolados e seu final um pouco alcoólico são recomendados a não ultrapassar 17 e 18˚C de temperatura de consumo.

MARIANA 2010

MARIANA 2010, Vinho Regional Alentejano

A alma mater desta bodega é sua enóloga e diretora técnica, Catarina Vieira. Durante a visita, tivemos a oportunidade de conversar com ela e degustar, como não, todos os seus vinhos, o que nos permitiu mergulhar em sua filosofia e projeto. Catarina é uma pessoa aparentemente tímida, mas seu dinamismo é percebido a cada palavra e gesto. Cada passo é medido e controlado nesta bodega. Catarina transmite seu conhecimento e paixão a cada um de seus vinhos e, se algo surpreende em seu trabalho, é sua meticulosa e estrita forma de produzí-los, sempre de olho no vinhedo. A visita pela bodega surpreendeu-nos quanto à tecnologia e mídia, que não procuram mais do que expressar seus vinhedos: “A tecnologia acompanha e nos ajuda nos anos difíceis; a usamos com esta única finalidade, que possa expressar o trabalho realizado no campo naqueles anos mais complicados”.

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Projeto GravurasARTE CONTEMPORÂNEA

Artistas contemporâneos, selecionados pelo galerista Dan Albert Benveniste, desenvolverão obras com edição limitada exclusivamente para você, nosso associado.

A partir de março de 2013, as obras serão apresentadas a você, uma a uma, com breve apresentação do artista, detalhes da obra e valor. Após os pedidos, o ateliê Benveniste Contemporary, em Madri, procede com as gravuras. As obras em questão serão entregues aos associados após 40 dias do pedido, acompanhadas por um Curriculum Vitae do artista, uma descrição técnica da obra e um certificado de autenticidade, assinado pela editora.

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aprecie sem moderação.

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O sucesso alcançado pela Sociedade da Mesa é baseado na oferta de uma excelente seleção de vinhos para um grupo de clientes diversificado que, por sua vez, procura tanto a qualidade quanto o prazer de degustar novos vinhos trazidos para o Brasil. Esta relação ajuda o cliente a desfrutar, ao mesmo tempo que aumenta seu conhecimento de vinho da maneira mais desafiadora: através de sua própria experiência e do prazer que isso implica. Assim, o vinho torna-se um passaporte sofisticado para outras culturas e outras evocações para um grupo de clientes ousados e contemporâneos, pessoas que saboreiam a vida e estão dispostas a expandir seus horizontes.

Neste sentido, o paralelo entre a oferta de novos vinhos e a arte contemporânea é muito próximo, pois em ambos os casos trata-se de abrir fronteiras a partir de duas grandes bases: o prazer e a exploração de outras culturas.

Os clientes da Sociedade da Mesa, para os quais destina-se o projeto que apresentaremos em seguida, estão convidados a saborear a arquitetura fascinante que existe por trás tanto da produção do vinho como a de uma obra de arte. Essa arquitetura constrói obras de arte contemporânea de artistas importantes em diferentes estágios de suas respectivas carreiras, que exigem a visão de um cliente arrojado, que aprecie ver-se cercado de elementos que estimulem tanto seu intelecto, quanto seu gosto.

O projetoA Sociedade da Mesa mantém um pulso constante para continuar oferecendo valores que permitam aos seus associados conhecerem e ampliarem novos horizontes. Com este novo projeto, queremos aumentar a gama de produtos que já oferecemos, completando o prazer de descobrir e desfrutar de vinhos do mundo todo com a oportunidade de conhecer e colecionar, por sua vez, artistas e obras de grande valor artístico. Há, portanto, o casamento perfeito da cultura gastronômica com a cultura artística.

A editoraA Sociedade da Mesa, clube de vinhos líder no Brasil, e a Benveniste Contemporary, editora de obras gráficas contemporâneas famosa na Espanha, estabeleceram uma nova parceria, destinada a oferecer obras de arte publicadas exclusivamente para os clientes da Sociedade da Mesa, favorecendo o acesso ao trabalho de artistas de renome internacional a preços exclusivos para os associados do nosso Clube.

Benveniste Contemporary foi fundada por Dan Albert Benveniste, está localizada no centro de Madri e estabeleceu uma carreira profissional baseada na busca pela excelência plástica e técnica com alguns dos

artistas mais interessantes e renomados dos últimos 20 anos no cenário da arte contemporânea internacional. Seu ateliê, considerado um dos 5 melhores em edição de obra contemporânea do mundo, é reconhecido internacionalmente pela excelência das edições produzidas, que são encontradas em coleções de prestígio, assim endossando a trajetória desta editora.

O que oferecemos e para que contribui A iniciativa de introduzir a gravura em sua oferta segue uma longa tradição difundida na Europa e nos Estados Unidos. Em ambos os contextos, o trabalho gráfico tem sido essencial para os artistas, por duas razões principais: o processo permite uma múltipla edição da obra, que facilita a disseminação do trabalho e, por sua vez, permite que obras de qualidade plástica altíssima

sejam mais acessíveis para o colecionador. Isto torna a obra gráfica ideal tanto para os novos colecionadores, quanto para aqueles que querem ter acesso à obra de artistas já reconhecidos internacionalmente, cuja cotação é muito elevada.

Queremos pensar nos clientes da Sociedade da Mesa como centros de influência em seus respectivos ambientes. Estamos falando de pessoas, empresários e profissionais que sabem apreciar a importância de catar e descobrir novos vinhos e que, portanto, estão abertos para descobrir e apreciar outro estímulo igualmente sofisticado: a arte contemporânea. Sabemos também que o que nos rodeia fala de nós, e por isso pensamos que, se nossos associados estão rodeados por obras de arte contemporâneas de alto nível de reconhecimento (e também de cotação de mercado), estaremos contribuindo para melhorar o aspecto cosmopolita e profissional tão importante nos dias de hoje.

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A Sociedade da Mesa ea Benveniste Contemporary lançam projeto exclusivo e inédito no Brasil.

arte contemporânea: descubra e aprecie.

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edição limitada.

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Os artistasVamos trabalhar com três grupos de artistas: consagrados, reconhecidos e novos talentos. No entanto, um pré-requisito na hora de selecionar os artistas engajados neste projeto é que – independentemente da idade - seus respectivos currículos e as coleções em museus e coleções públicas a que pertencem, demonstrem que são artistas de primeira linha. É importante ressaltar que o trabalho que estamos propondo não é meramente decorativo. Estamos apresentando obras de artistas que requerem tempo e reflexão para ser apreciadas em toda a sua profundidade. Além disso, não temos a intenção de produzir cópias que reproduzam obras já realizadas, mas peças originais de arte contemporânea produzidas exclusivamente para os associados da Sociedade da Mesa.

Vamos introduzir uma série de artistas internacionais e nacionais, cujo reconhecimento e capacidade artística faz o projeto ser um importante conjunto de obra enquanto fruição artística e de investimento. Por isso, decidimos oferecer uma variedade internacional de artistas: queremos abrir as possibilidades para os clientes que acessam a arte gerada em ambientes tão diversos como Reino Unido, Espanha, Escandinávia, Cuba, Polônia ou E.U.A., assim como o Brasil, entre outros países.

De cada um dos artistas propostos será feito um artigo, que será publicado na revista da Sociedade da Mesa. Assim, juntamente com a apresentação da obra realizada, será fornecida uma informação crítica e curricular completa junto com exemplos de outras obras que ajudem o colecionador a conhecer em detalhe a linguagem particular de cada artista.

O ProcessoApresentação Através de nossa revista e a cada trimestre, apresentaremos uma obra gráfica de um determinado artista, produzida e distribuída exclusivamente para os associados da Sociedade da Mesa, junto com um artigo sobre o artista e sua obra em geral.

PedidosO associado tem até 2 semanas para pedir a obra, a partir do qual a edição é fechada. Uma vez encerrada a edição, o ateliê de Madri procede com as gravuras.

Estabelecemos uma edição adicional de 15 exemplares para poder cobrir pedidos feitos fora do prazo.

Os preçosO preço da obra apresentada na revista divide-se em 3 grupos, segundo os pedidos realizados: até 33 exemplares, até 66 exemplares e até 99 exemplares (limite máximo de edição: 100 exemplares).

As condições desta parceria entre Sociedade da Mesa e Benveniste Contemporary tornam possível um desconto mínimo de 30% sobre os respectivos preços de mercado dos artistas.

Oferecemos prazos de pagamento de até 3 meses.

EntregaOs clientes receberão sua obra, assinada e numerada pelo artista, 40 dias após o pedido, entregue em mãos. Anexaremos o Curriculum Vitae do artista, uma descrição técnica da obra e um certificado de autenticidade, assinado pela editora.

Informação adicionalVamos preparar um hot site onde o cliente encontrará todas as informações de cada artista, juntamente com uma reprodução da obra em alta resolução para poder estudar os detalhes do trabalho.

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Quem éDan Albert e Benveniste Contemporary

Dan Albert Benveniste

Dan Albert Benveniste (1966, Copenhague, Dinamarca) é um gravurista com mais de 30 anos de experiência profissional, instalado há mais de 20 anos na Espanha, onde dirige o ateliê Benveniste Contemporary, de edição de obras gráficas. Este ateliê é considerado como um dos 5 melhores em edição de obra contemporânea do mundo. Dan Albert Benveniste começou sua formação em 1981, como aprendiz do gravurista dinamarquês Niels Borch Jensen. Entre 1981 e 1986, colaborou com artistas como Jim Dine, Keith Haring, A.R. Penk, Jörg Immendorf e Per Kirkeby.

Entre 1986 e 1987, percorreu Brasil, Europa e Israel, e trabalhou no Burston Graphic Center de Jerusalém, sob a supervisão de Nehama Hillman, diretora do Museu da Gravura de Israel. Em 1988, retornou a Copenhague e trabalhou até 1990 com seu antigo mestre.

Em 1991, depois de um período em Nova Iorque, estabeleceu-se em Madri, onde trabalhou como estampador em EEGEE-3 com Jose Luis Fajardo. Ao mesmo tempo, fundou a Ediciones Benveniste – hoje ateliê Benveniste Contemporary - nos estúdios de Don Herbert, ateliê este que hoje é considerado um dos 5 melhores do mundo por sua excelência e capacidade técnicas. Em 2007, abriu a Galeria Benveniste

Contemporary no centro de Madri, onde mostra edições exclusivas em seu ateliê, com artistas de renome internacional como Cristina Iglesias, Abraham Lacalle, Miki Leal, Jacobo Castellano e Federico Guzmán, entre os artistas espanhóis, e Rita McBride, Diango Hernández, Glen Rubsamen, Troels Wörsel, Alison Wilding, Ann-Sofi Sidén, entre os estrangeiros. Em 2012, a galeria mudou para o mesmo edifício onde está situado o ateliê. Assim, ambos estão localizados no mesmo local, o ateliê no primeiro andar e a galeria no segundo. Desta maneira, é possível triplicar o espaço expositivo para cobrir projetos de formatos maiores e vincular muito mais a produção com os projetos site specific característicos de Benveniste.

O ateliê Benveniste Contemporary é reconhecido internacionalmente pela excelência de sua produção em técnicas tradicionais de baixo relevo sobre cobre, photo gravure em P&B e a cores, xilogravura sobre madeira ou monotipia. Também é um dos poucos capazes de produzir impressões em formatos grandes, chegando em pranchas de até 120 x 250cm, e até 150 x 300cm em papel.

Coleções públicas internacionais com obras editadas pela Benveniste Contemporary (Seleção)

Entre as instituições e coleções públicas que contam com obras editadas por Dan Albert Benveniste estão, entre outras, o Banco de España, Madri; Grunwald Center for the Graphic Arts; Hammer Museum, Los Angeles; Den Kgl. Kobberstiksamling, Copenhague; Horsens Kunstmuseum, Horsens; JP Morgan, Nova Iorque; KIASMA, Helsinque; Kunsthalle, Hamburgo; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri; Museum of Modern Art (MOMA), Nova Iorque; Staalische Graphische Sammlung, Munique; Tate Collection, Londres; The Henry Moore Foundation, Londres; The National Gallery of South Australia; The New York Public Library, Nova Iorque; The Phillips Morris Collection, Madri; Washington Museum of Art, Washington ou o Whitney Museum for American Art, Nova Iorque, entre outros.

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www.sociedadedamesa.com.br/arte

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PIMENTÕES

REVISTA SOBREMESAAutor: Álvaro López del Moral Imagens: Antonio de Benito

Presentes em mais de 50% dos pratos espanhóis, sua versatilidade e sua enorme variedade tornam os pimentões produtos de exigência necessária para nossos chefs, que os utilizam como prato principal ou como acompanhamento.

Quando Pedro Almodóvar escreveu a famosa cena do filme A flor do meu segredo, onde as atrizes Chus Lampreave e Rossi de Palma discutiam sobre o paradeiro de uma série de pimentões, seu instinto de cineasta devia ter dito que, com isto, estava dando uma dimensão cotidiana ao roteiro através de um produto doméstico e essencial, que está presente em quase 50% dos pratos da cozinha espanhola. Tão representativo da idiossincrasia do país como o Toro de Osborne ou a garrafa de Tío Pepe, o pimentão, seja fresco, moído ou seco, desperta paixões

ultrajantes entre nossos chefs, que o tornaram pedra angular de seu livro de receitas, com pratos que vão desde o ensopado de frango feito sobre tiras de pimentões vermelhos fritos, até os pimentões recheados de carne ou bacalhau, passando pelos “choriceros” com os quais é feito o Bacalhau a Bilbao, os verdes de Gernika – cuja suavidade torna-os particularmente adequados para acompanhar, fritos, os bifes e as carnes vermelhas - ou os da variedade “cornicabra”, que são altamente indicados na hora de fazer sopas e dar qualidades saborosas inconfundíveis ao Besugo à Rioja.

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Como argumento prioritário ou como acompanhamento, estes frutos da família das solanáceas terminaram por se tornarem elementos básicos da dieta nacional espanhola, graças a seu sabor, textura e adaptabilidade ao clima mediterrâneo.

A força nacional espanhola

No entanto, quanto à sua origem, existem diferentes teorias. A versão oficial afirma que vieram do outro lado do oceano. Isto é afirmado na História Geral das Índias, onde Francisco López de Gómara explica como Cristóvão Colombo, na sua chegada ao Novo Mundo em 1493, ofereceu o “ají” para os reis católicos provarem, “uma espécie indígena que queimou a língua”, e que poderia ser equivalente aos jalapeños, poblanos ou ao chili mexicano. Porém, há também quem diga que este fruto já estava presente nas antigas civilizações helênicas e romanas. Inclusive, existem aqueles que argumentam que o mesmo chegou à Espanha através da antiga Pérsia, há mais de um milhão de anos, reservando ao conquistador genovês o único mérito de ter descoberto sua aptidão como conservante para alguns produtos de carne.

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Qualquer que seja a realidade, a verdade é que as primeiras referências escritas sobre o pimentão, cuja denominação científica é Capsicum annuum, datam do século XVII, mas sua inclusão nas receitas oficiais não ocorreu até o século XVIII, quando o Dicionário de Autoridades editado pela Real Academia Espanhola diferenciou-o da pimenta e definiu pela primeira vez o pimentón (coloral), um condimento de cor vermelha e sabor característico, obtido através de diferentes variedades secas e moídas (na Espanha são muito famosos o de Murcia e o da região de Vera, em Extremadura), que são fundamentais

para a produção de chouriços e de alguns pratos regionais, como o Polvo à Galega ou as Batatas à Rioja. Todas essas referências, juntamente com as numerosas alusões literárias dos clássicos espanhóis – Lope de Vega, Calderón de la Barca e Benito Pérez Galdós são exemplos claros disso -, provam o caráter de longevidade de um vegetal que encontrou ao sul dos Pirineus o território adequado para sua proliferação e se integrou perfeitamente à culinária hispânica.

Da vida todaVerdes, amarelos ou vermelhos, doces ou picantes, a enorme variedade destes frutos justifica sua onipresença na cozinha. Dentro do imaginário coletivo dos espanhóis, os pimentões representam a força culinária de um estado quente e confortável, onde tudo se move de acordo com a coerência, lógica mas impecável, da terra. No entanto, cada região conta com suas próprias regras na questão das variedades. As mais requisitadas são os pimentões vermelhos, doces, carnudos e de formato retangular ou quadrado, que concentram a seu favor mais da metade da produção mundial. Destes resultam os famosos de Rioja, com I.G.P. próprio e adequados para assar, mesmo que também aceitem inúmeros tipos de preparações culinárias. Pertencem à variedade Najerano e costumam ser usados no setor de conservas. Também doces são os verdes italianos, com aroma intenso, pele fina e cor verde brilhante, que depois torna-se vermelha. Entre os picantes, destacam-se os de piquillo, originários de Lodosa (Navarra) e com Denominação de Origem, cuja colheita vive momentos felizes por ter sido aumentada durante 2011 em mais de 20%; as guindillas, as alegrias de Rioja; as ñoras e os choriceros – a partir de

uma seleção destes, são produzidos os de Gernika, que são consumidos somente antes de terem atingido 9cm, pois quando amadurecem, desenvolvem uma pele grossa demais. De formato quadrado são os maravila de Califórnia, sitaki e salsa, enquanto que os de Reus e lamuyos costumam ser usados com maior frequência no consumo diário (esta última é a variedade mais popular da Espanha). As bolas de Murcia, os agridoces de Extremadura e os nativos da América do Sul (pasilla, anaheim, ancho, negro ou de Havana, entre muitos outros) completam a extensa amostra deste produto.

Menção à parte requerem os pimentões de Padrón, famosos porque, como diz o slogan, uns ardem “e outros não” (normalmente, os que ardem são mais duros e compactos que a maioria), que traz uma emoção adicionada à sua ingestão. O concello coruñés que lhes dá o nome produz uma variedade pequena, de cor verde brilhante, que alcançou uma enorme notoriedade graças à sua excelência nutricional e à sua colheita abundante.

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Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección.

Graças à produção em estufa, podemos ter pimentões o ano todo. No entanto, devemos saber que, embora suportem muito bem as altas temperaturas, são muito sensíveis ao frio. Por isso, a época de cultivo ideal compreende os meses entre o verão e o outono. Na hora de comprá-los, é importante escolher frutos carnudos, duros e firmes, cujo peso esteja proporcional a seu tamanho. A pele deve estar limpa e brilhante, sem sombra de rugas ou manchas (caso contrário, significa que foram armazenados por muito tempo, levando à perda de nutrientes essenciais). Também tenha em mente o estado de seu talo, que deve ser verde, firme e consistente. Podem ser mantidos até quinze dias na geladeira, dentro de um saco plástico perfurado. Quando cozidos, podem ser também congelados.

Cuidado com as manchas

Agora, esta não é uma Denominação de Origem e, geralmente, os frutos que são vendidos no mercado com esse nome vêm da Almeria. A verdadeira D.O. chama-se Pimiento de Hebrón e inclui, além do citado município de Padrón, aos termos de Dodro e Róis, em A Coruña e as cidades de Pontecesures e Valga, que contam com condições de solo e clima semelhantes, muito adequadas para a colheita do tão cotado artigo.

Amigos para sempreComo aqueles velhos amigos que sempre usaram para se aventurar em territórios desconhecidos, os chefs da alta gastronomia também abraçaram o uso dos pimentões em sua reciclagem da culinária clássica, embora sem se arriscar muito (tudo deve ser dito). No entanto, há exceções notáveis: Albert e Ferran Adrià fazem um brunoise de abobrinha, cebola, tomate, pimentão verde, pimentão vermelho e cebolinha sobre uma base para acompanhar seu Salmonete Gaudí. Elena Aymerich recomenda fazê-los no vinagrete, para acompanhar o dourado ao sal. Sergio Fernández prefere-os recheados com cogumelos e espinafre, de txangurro ou de bacalhau com molho de lulas pequenas. Pedro Larumbe, ao contrário, aposta em recheá-los com peixes como a merluza, o tamboril ou o robalo, enquanto a nutricionista Marta Aranzadi apoia-se em suas inúmeras virtudes nutricionais para prescrevê-los, assados em tiras, acompanhando o rosbife.

São diferentes possibilidades para um produto que é particularmente aconselhável na dieta das mulheres durante a gravidez, graças a seu alto teor de acido fólico, uma vitamina essencial para o desenvolvimento do feto. Da mesma forma, os pimentões são uma fonte de selênio e de antioxidantes que ajudam a reduzir o risco de inúmeras doenças cardiovasculares e cerebro-vasculares. Favorecem a formação do colágeno, reforçam as defesas e, além disso, não engordam nada – de fato, seu baixo teor calórico e alto teor de água, assim como sua

comprovada ação diurética, tornam-nos artigos muito recomendados para aqueles que precisam de dieta de emagrecimento -. A única desvantagem é que comer pimentão pode provocar indigestão (especialmente quando são fritos, devido à grande quantidade de óleo que absorvem) e, inclusive, diarreias àqueles que sofrem de um estômago delicado. Mas não se engane: seu sabor delicado e seu preço razoável são argumentos que justificam, por si só, a possibilidade de sofrer um incidente tão trivial. E além disso, quantos de nós poderíamos fugir do discreto encanto de sua versatilidade?

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Neste capítulo, vamos olhar para o campo. O trabalho na bodega relaxou a espera do término das fermentações malolácticas e posteriores mudanças, mas no campo, enfrentamos o trabalho mais importante após a colheita: a poda. Com a chegada do inverno e uma vez que a planta acumulou reservas depois da perda das folhas para o próximo período vegetativo, passamos a realizar a poda de inverno. Com esta técnica, regula-se a videira para a próxima colheita e, do mesmo modo, consegue-se direcionar a planta segundo o sistema de cultivo estabelecido. É a principal ferramenta para a regulação, gestão e equilíbrio da planta. A ação de podar consiste em remover, em parte ou na totalidade, determinados órgãos aéreos da videira. Durante os primeiros anos de implantação do vinhedo, a poda condicionará em grande parte a adaptação do vinhedo. Nestes primeiros anos, devemos parar o desenvolvimento produtivo da planta para a formação correta da mesma, retardando, na medida do possível, a entrada em produção no vinhedo nos primeiros anos, que iria, em demérito da correta implantação e adequação, ao meio dos órgãos vegetativos da planta.

DIÁRIO DA BODEGATexto: Alberto Pedrajo Pérez e Javier Achútegui DominguezFotos: divulgação

A poda de frutificaçãoÉ a encarregada de regular a colheita que será produzida no próximo ciclo vegetativo. Para a realização deste tipo de poda, deve-se ter em conta as gemas férteis que posteriormente darão os frutos. Deste modo regulamos a produção do vinhedo conforme uma série de necessidades, que vão do tipo técnico ao legal.

As do tipo técnico referem-se às condições próprias do cultivo. Busca-se orientar a produção da colheita com base nos resultados obtidos no ciclo agronômico anterior. A força que a planta tem, o tipo de solo, variedade, clima, entre outros, poderão exigir podas específicas para estimular seu correto desenvolvimento vegetativo.

As condições legais são limitadas às regras que cada Denominação de Origem ou região vitícola estabelece para regular a produção, indicando o número de gemas que deve ser deixado em cada planta, número este que então condicionará a carga de uva por videira.

DIÁRIO DA BODEGAA PODA DE INVERNO As podas de produção podem ser

divididas em:

Podas curtas: são realizadas tanto em conduções em vaso como em espaldeira, com braços curtos ou compridos. Deixando na poda de uma a três gemas francas sobre a cega, é chamado “esporão”.

Podas longas: podas nas quais o número de gemas francas é superior a quatro por sarmento. Tais sarmentos são denominados “varas”, “espadas” ou “uveros”.

Podas mistas: como diz o nome, incluem varas e esporões no mesmo braço. Não é comum esta prática em nossa viticultura, por ser considerada complexa. É o modelo com mais variantes, sendo a poda tipo Guyot a mais generalizada.

Poda mínima ou “não poda”: a origem desta modalidade é para reduzir o trabalho e melhorar os mecanismos de auto-regulação da planta procurando o equilíbrio vegetativo-produtivo, que dificulta o resto dos trabalhos culturais acelerando o envelhecimento da planta. Por isso se faz uma poda mínima ou pré-poda.

Classificar os diferentes tipos de poda é complexo, por isso, partiremos da divisão entre a poda de frutificação e a poda de formação, para, a partir deste ponto, explicar as diferentes variantes.

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A poda de formaçãoA poda de formação visa adaptar a planta ao sistema de condução desejado. No entanto, não devemos esquecer que a videira é uma trepadeira e, portanto, comporta-se como tal. A poda de formação procura adaptar esta trepadeira ao cultivo, para o qual existem três formas, bem livres em vaso tradicional, em abandono, muito esticada em países como Espanha ou Portugal ou bem dirigida, em espaldeira ou caramanchão.

Não se trata de escrever um compêndio de sistemas de condução de vinhedo, mas de apresentar os principais sistemas utilizados.

Cordão simples e duplo (Royat): consiste na formação de um ou dois braços permanentes, podendo renovar, se for o caso, a parte terminal, onde serão inseridos os esporões correspondentes. Este método é o mais adequado para a mecanização e gestão do vinhedo, e pode ser aplicado às principais variedades de videira, que o aceitam corretamente. Por outro lado, favorece altos rendimentos se não for feito um controle aprofundado de diversas condições não relacionadas a este trabalho. Também pode gerar excesso de madeira velha se não for renovado.

Guyot simples e duplo: forma um esporão e uma vara (simples) ou dois esporões e duas varas (duplo). Consiste na renovação anual de um ou dois braços. Permite atingir uma ótima qualidade e controlar o volume de madeira formado, já que este sistema favorece a regulação da planta. Requer maior destreza por parte do viticultor e deve ser aplicado nas variedades que, por sua força, necessitam dele para seu equilíbrio vegetativo-produtivo. Geralmente usadas em variedades com excesso de força ou regulação, como Merlot ou variedades brancas.

Parreiral: é uma técnica em desuso, embora em algumas regiões vitícolas como a Argentina, continue sendo praticada. Este sistema de condução é realizado sobre estrutura permanente (parreiral), e é condicionado principalmente pelo clima. Na realidade, trata-se de uma poda de formação, já que as podas produtivas podem adaptar-se aos diferentes modelos de poda longa ou mista. É um modelo típico de terras férteis e úmidas.

Qual a função da poda de frutificação?1- Regular o crescimento vegetativo em relação ao produtivo

Podamos para que a planta atinja um equilíbrio vegetativo-produtivo. Não interessa o excesso de força que aumentará o volume de madeira em relação ao produtivo, o que poderia atrasar o amadurecimento da uva. Pelo contrário, um excesso produtivo impedirá o desenvolvimento da massa vegetal que garante um fruto maduro e de uma ótima qualidade.

2- Gerenciar a carga produtiva reduzindo o número de gemas

Reduzindo o número de gemas férteis, reduzimos o número de cachos. Devemos entender esta afirmação a partir da perspectiva global do condicionamento do cultivo, variedade, fertilidade do solo etc., pois podemos encontrar-nos em situações nas quais as podas excessivamente curtas podem não ser as mais produtivas.

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Qual a função da poda de formação?1. Formar a planta para o sistema de cultivo pré-estabelecido (Poda de formação)

A principal função do viticultor, durante os três primeiros anos de cultivo, é conseguir a melhor adaptação da planta ao solo, dando prioridade ao desenvolvimento de órgãos subterrâneos, assim como a estrutura de apoio do vinhedo (tronco e braços), procurando o equilíbrio do desenvolvimento, tanto em sistemas conduzidos, como em sistemas livres, através da divisão simétrica de seus braços e feixes condutores.

2. Controlar o alongamento excessivo dos ramos

A videira é uma planta trepadeira, portanto, para o seu desenvolvimento é marcada sua dominância apical, que tende a alongar em excesso seus órgãos vegetativos aéreos. Por isso, temos que gerenciar todo este desenvolvimento para facilitar sua formação adequada, assim como a mecanização e trabalhos culturais.

3. Direcionar os ramos para orientar a exposição solar

Procura-se formar uma estrutura de apoio para otimizar a função fotossintética dos órgãos vegetativos, aumentando a exposição solar e potencializando a verticalidade e horizontalidade da planta, gerando um plano direcionado.

Guyot

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ASPA INGENIEROS: C\ La Campa nº 11 26005 Logroño (La Rioja) T: +34 941210448 F: +34 941287072 www.aspaingenieros.com skype: alberto.pedrajo.aspa

4. Adaptar o cultivo até a mecanização

Os trabalhos de poda facilitam o resto dos trabalhos culturais, minimizando o espaço de colonização de brotos e ramos. Os sistemas conduzidos em espaldeira facilitam outros trabalhos de mecanização complexa, como os desfolhados, a pré-poda ou tratamentos mais eficazes, assim como a própria aeração de folhas e ramos.

5. Regularizar o conjunto da imagem do vinhedo

Cada vez mais aumenta a dimensão média das explorações, tornando-se muitas vezes a vitrine da bodega. Que paradoxo! Lembremos da aposta, entre outros, do enoturismo em expansão. Não se trata de cultivar jardins, mas de melhorar o aspecto global de toda a operação, mediante formações corretas e o mais homogêneas possíveis, nunca desmerecendo o próprio cultivo.

A poda é uma tarefa que deve ser realizada por pessoal qualificado, já que a colheita do ano depende de sua correta execução, assim como um bom desenvolvimento do cultivo e sua permanência no tempo, sem esquecer do risco envolvido por ser utilizado material de corte, que pode causar acidentes aos usuários. Além disso, este trabalho é responsável por 25 a 30% do custo em mão de obra total de uma exploração vitícola. Por isso, se o custo econômico não é feito corretamente, fica inviável a rentabilidade da mesma.

Em todos os momentos, devemos entender que a poda serve para direcionar a planta para que seja condicionada pelos diferentes fatores que foram explicados anteriormente, de modo que qualquer um pode encontrar o método mais adequado, evitando qualquer demérito ao fruto. Por isso, deve-se executar de modo que se consiga uma correta exposição dos órgãos vegetativos, um fluxo correto da seiva através dos feixes condutores, a formação mais simétrica possível e também controlar a capacidade produtiva, de acordo com a variedade, tipologia do solo, manejo do cultivo etc.

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DRINKSThaís SinhoriniFotos: Dean Claudio

Caffé LatteLatte em italiano significa leite. Já na América do norte, o termo é utilizado para descrever bebidas que envolvam café e leite. Ao vir para o Brasil, ganhou o nome mais popular de média.

A proporção padrão é um terço de café e dois terços de leite. Dessa receita base, é possível criar uma infinidade de variações como, por exemplo: chocolate, especiarias e xaropes. Há uma ramificação da bebida conhecida por Latte Art, que é a habilidade de desenhar sobre o café apenas utilizando leite vaporizado e o controle das mãos. Atualmente, muitas cafeterias do Brasil possuem baristas habilidosos que preparam verdadeiras obras de arte para serem apreciadas e deliciadas pelos clientes.

O Drink perfeito éAquele que reaviva todos os sentidos.

Vinho tinto combina comAlmoço em família. Vinho branco combina comEntardecer a dois. Um brinde paraO bem viver.

Ping Pong com Thaís Sinhorini

Ingredientes

Doce de leite latte2 colheres de sopa de doce de leite150 ml de leite quente50 ml de café coado

Receita

É possível preparar um bom latte em casa. A barista Thais Sinhorini, que trabalha há cinco anos na área de bares e restaurantes ensina como preparar a bebida, incrementada com doce de leite (foto na página seguinte). Prepara-se um bom café em prensa francesa, mas também pode ser o tradicional, coado em filtro. Em outro recipiente, aqueça o leite. Com a ajuda de um minimixer, bata a superfície do líquido para criar uma espuma cremosa. Para montar a bebida, coloque o doce de leite no fundo de uma xícara transparente. Verta o leite. Adicione o café devagar, pelo centro da xícara com leite . É o processo de colocar o leite primeiro e adicionar o café depois que criará o efeito fásico do Latte.

Na cafeteria, na balada ou em casa, o importante é desfrutar da maravilhosa mistura de aromas e sabores que esse casamento secular nos proporciona.

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Jovem, fresco e livre de sua suposta condição de vinho sazonal, o rosé ganha todos os dias e se consolida não somente como uma escolha brilhante para os fãs, mas também uma alternativa sólida dentro do mercado de exportação. É cada vez maior o número de bodegueiros que apostam em um produto cujo volume de negócio parece ter aumentado consideravelmente na escala internacional, tornando-se um bem importante da economia espanhola (como exemplo, os casos da Alemanha, Holanda e Reino Unido, onde, desde 2010, as compras dos rosés espanhóis aumentaram 53%, segundo dados do Instituto do Comércio Exterior, ICEX).

Em parte, isso é devido à melhora nos processos produtores, assim como uma melhor preparação dos enólogos hispânicos e uma seleção cuidadosa dos frutos, circunstâncias estas que favoreceram o surgimento no cenário nacional de vinhos equilibrados, aromáticos e não carentes de complexidade, cuja tonalidade atual é mais atraente que a de alguns anos atrás.

Os sommeliers são claros: o rosé espanhol é hoje um vinho versátil, muito solicitado em qualquer tipo de mesa.

Na pesquisa realizada pela Revista Sobremesa entre profissionais de diferentes lugares da Espanha, todos concordam em afirmar que, ainda que a Garnacha siga sendo sua uva por excelência – não é casualidade que, no XXI Concurso de Qualidade Vinhos de Navarra, fora eleito o melhor rosé da Comunidade Foral um monovarietal desta fruta, Las Campanas 2011 -, hoje é possível usar, para sua produção, outras variedades tintas de nível bom, como a Prieto Picudo (Pablo Martín, do Meson Cándido em Segovia, a enchia de elogios ao recomendar Vivaz, da D.O. Tierra de Leon: “um rosé muito encorpado e com todas as vantagens de um vinho frutado sem açúcar residual”), ou cepas estrangeiras amplamente aclimatadas ao país, com as quais podem ser realizados coupages equilibrados.

Nem branco nem tinto, o rosado, considerado por muitos como o patinho feio, é na verdade um cisne. O rosado espanhol, um vinho que lá em seu país de origem sempre foi de consumo interno e taberneiro, começa a chamar a atenção do mercado internacional já não só pela qualidade crescente, mas também pela versatilidade intrínseca do rosado, que vem sendo descoberta vagarosa, mas consistentemente, pelo mercado consumidor.

SOBREMESAAutor: Álvaro López del Moral Imagens: Antonio de Benito

TAÇASCOR-DE-ROSAO que dizemos sommeliers

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O valor do equilíbrioFerran Vila, do Restaurante La Banyeta, aposta em Notoua 2011, da D.O. Penedés, a partir da Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, enquanto José Roldán Grande, presidente da Associação de Sommeliers de Málaga - Costa del Sol, inclina-se por Cortijo Los Aguilares Rosado, da D.O. Sierras de Málaga, em cuja produção foram usadas Merlot, Syrah, Tempranillo e Petit Verdot. Roldán Grande define-o como “a modernidade unida à tradição. Um vinho vivo junto a um quiosque de guloseimas, que pode ser tomado tanto no almoço como no jantar, e combina perfeitamente com qualquer alimento da dieta mediterrânea”.

No vasto território do rosé espanhol há espaço para tudo. Sua grande diversidade fez com que, em apenas algumas décadas, estes itens passassem de crianças tolas da família vinícola espanhola a objeto de sedução e importante fonte de renda. No entanto, convém desmentir alguns boatos que circulam em torno deles. Talvez o mais arbitrário de todos seja o que atribui sua cor à mistura de vinhos

tintos e brancos. Nada mais distante da realidade. O rosé é produzido a partir de mosto de uvas tintas ou tintas e brancas, cuja fermentação é realizada na ausência da pele, depois de ter sofrido uma drenagem estática sem pressão, durante a qual adquire sua tonalidade característica pelo contato com a fruta (para uma maior ou menor coloração, o produtor prolonga esta fase pelo tempo que quiser). A partir disso, segue os mesmos passos de um vinho branco, dando lugar a um produto no qual a limpeza deve ser prioridade.

Simplicidade extremaO vinho rosé deve ser aromático e frutado. Normalmente não exige complexidade – mesmo que o equipamento tecnológico das bodegas e os processos de produção atuais permitam perseguí-la -, mas deve-se ter um cuidado extremo, que garanta a simplicidade de seu aroma. Cuidado especial deve ser tomado com o dióxido de enxofre, que é muitas vezes usado para evitar a oxidação, mas também gera um odor parecido com o de enxofre. Na boca, todos os sommeliers concordam que este tipo de produto tem que apresentar suavidade, equilíbrio, corpo e persistência. Geralmente, não são criados em barris, embora possam permanecer por um longo tempo em tanques antes de serem engarrafados.

Existem rosés para qualquer ocasião, que podem acompanhar uma infinidade de receitas. Combinam bem com saladas, carnes brancas, legumes grelhados, peixes, arroz e massas, sem esquecer da cozinha oriental. Na Espanha existem diferentes regiões de produção, que desfrutam de boa reputação: Cigales (Valladolid e Palencia, em Castilla e Leon), Navarra, Rioja, Mentrida, Penedés ou Calatayud e Campo de Borja, em Zaragoza, são somente alguns exemplos). Mikel Zeberio, presidente da Associação de Sommeliers Navarros, inclina-se pelos rosés tradicionais de lágrima, produzidos segundo o “método de sangramento”. Entretanto, desde Castellón, Teresa Gárate, de La Cambra dels Vins, recomenda Alma Tobía, um produto da D.O. Ca. Rioja que rompe a suposição de que os rosés são vinhos necessariamente simples. E a conta assim vai, porque a partir deste ponto, abre-se para o consumidor um leque de possibilidades, que lhe permitirá desfrutar da vida em rosa do jeito que achar melhor.

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Os sommeliers escolhem

Pablo Martín Martín (Mesón Cándido, Segovia). Pte. Associação de Sommeliers de Castilla e Leon -Doña Pilar (D.O. Robera del Duero). Bodegas Callejo. Um monovarietal de Tempranillo fresco e frutado, que ganhou o Prêmio Envero 2011.

Vivaz (D.O. Tierra de Leon). Bodega Unión del Valle Soc. Coop. Villacalbiel-Leon. Rosé com um toque de xarope de romã e leve carbônico natural, a partir de Prieto Picudo.

Sinfo (D.O. Cigales). Bodegas Sinforiano. Sangramento de lágrima de cor forte, frutado, fresco e longo no nariz.

José Roldán Grande. Pte Associação de Sommeliers de Málaga-Costa del Sol.Billecart-Salmón Brut Rosé (D.O. Champagne). Bodega Billecart-Salmon. Um champanhe rosé agradável, a partir de Chardonnay, Pinot Meunier e Pinot Noir.

Gran Caus Rosado (D.O. Penedés). Bodega Can Rafols dels Caus. Monovarietal de Merlot complexo, com um potencial enorme. Consumir a 14˚.

Cortijo Los Aguilares Rosado (D.O. Sierras de Málaga). Bodega Cortijo Los Aguilares. Produzida coupage pela enóloga Bibi García, que é uma das apostas da casa.

Teresa Gárate (La Cambra dels Vins). Pta. Associação de Sommeliers de Castellón.Petjades 2010 (D.O. Penedés). Cavas Torelló. Prazeroso, com notas de frutas vermelhas e uma cor agradável.

Clan (D.O. Bierzo). Bodegas Estefania. A partir de Prieto Picudo, é um vinho perfeito para combinar com arroz de marisco. Cor brilhante e ecos de fruta madura, algo floral.

Alma Tobía (D.O.Ca. Rioja). Bodegas Tobía. Muito complexo, longo na boca, com notas de frutas vermelhas e toques de especiarias.

Mikel Zeberio (La mesa de Pamplona e Kixkia). Pte. Associação de Sommeliers de Navarra.Mediodía (D.O. Navarra). Bodegas Inurrieta. Monovarietal de Garnacha, com cor e aroma. Limpo, elegante.

Homenaje Rosado (D.O. Navarra). Bodegas Marco Real. Frutado, ganancioso, de perfil aromático complexo, obra de uma grande enóloga.

Aroa Larrosa (D.O. Navarra). Aroa Bodega. Procedente de viticultura ecológica, tem uma cor espetacular e apresenta-se em formato 50 cl.

Ferran Vila (Restaurante La Banyeta). Pte. Associação de Sommeliers de Girona.Celler Masroig (D. O. Montsant). Coop. Celler el Masroig. Vinho fresco e fácil de entender, com uma excelente relação qualidade-preço.

Radix (D.O. Penedés). Bodega Pares Balta. Monovarietal de Syrah encorpado, irresistível e próximo ao tinto em cor e estrutura.

Notoua (D.O. Penedés). Produzido para Autentics Liquids. Uma coupage de Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah, de cor limpa e apresentação rápida. Produção limitada a 300 garrafas (servido somente entre março e agosto).

MENDOZA

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Programação

SÃO PAULO

Viaje pelo mundo do vinho com a Sociedade da Mesa

Faça já sua reserva e aproveite esta oportunidade de conhecer uma das mais famosas regiões produtoras de vinho do mundo. E o melhor, bem aqui pertinho!

Um roteiro exclusivo para você, nosso associado:Familia Barberis, Bodega Catena Zapata,Finca La Anita e Las Perdices.

28 a 31 de março de 2013(de quinta a domingo)

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28 de março (quinta-feira)

Saída de São Paulo (Brasil) com escala em Santiago (Chile) e chegada em Mendoza (Argentina). Traslado ao Hotel Diplomatic. Após o check-in no hotel, boas-vindas em uma conversa com o Enólogo Adrian Barberis, da Bodega Família Barberis. Jantar no hotel com vinhos da Bodega Família Barberis.

29 de março (sexta-feira)

Saída do Hotel `as 9h para a Bodega Catena Zapata para visita e degustação. `As 12h, ida para a Bodega Finca La Anita para almoço e visita. Retorno ao hotel `as 17h30, com noite livre.

30 de março (sábado)

Saída do Hotel `as 10h para a Bodega Las perdices para visita e degustação. As 12h30 saída para a Cavas Wine Lodge para um coquetel seguido de almoço com vinhos da Bodega Las Perdices. Retorno ao hotel as 17h30. Noite livre.

31 de março (domingo)

Saída para o aeroporto de Mendoza (Argentina). Voo com escala em Santiago (Chile) e chegada a São Paulo (Brasil).

Mais informações, ligue para0800-774 0303 ou envie um email para [email protected]

Programação sujeita a alterações.

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Sociedadeda Mesa

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ENTREVISTATexto: Cristiana Couto

A história do chef Eudes Assis é um enredo digno de filme. Daqueles que mostram a ascensão ao sucesso de uma pessoa simples, por conta de sua perseverança e força de vontade para superar os desafios da vida. Caçula de 14 rebentos de um casal de moradores de um bananal na pequena cidade de Boiçucanga, no litoral norte de São Paulo, Assis cresceu sem luz elétrica e começou a trabalhar aos 13 anos. Sua vida mudou ao decidir ser cozinheiro. Sem diversões próprias da adolescência, guardou todo o dinheiro de seu trabalho, pagou os estudos em francês e aulas de cozinha na França, fez estágios e acabou chef de um iate de luxo, com o qual conheceu mais de 20 países pelo mundo. Nas fotos que adora tirar, está ao lado dos maiores cozinheiros do planeta - com quem trabalhou ou para quem cozinhou -, como os franceses Alain Ducasse e Daniel Boulud, e o catalão Ferran Adrià. De toda a experiência, ficou a lição: voltar às suas origens e mostrar aos paulistanos uma cozinha caiçara com técnicas apuradas e bela apresentação. Atualmente chef do restaurante Vinea, em Alphaville (SP), Eudes sabe que, assim como ele, outros jovens podem contar a mesma história de sucesso. Por isso, encontra tempo para se dedicar a um projeto social na sua região, em que ensina às crianças, mais do que gastronomia, mas também dedicação e disciplina, condutas que o levaram a conquistar o sonho de ser chef.

Eudes Assis

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Quem foi a maior influência na cozinha para você?

Sou o caçula de 14 irmãos e desde cedo vi minha mãe cozinhar. Nasci em Boiçucanga e, naquela época, não havia luz elétrica onde morávamos. Minha mãe, então, secava o peixe no varal e guardava as carnes em lata, banhadas em gordura, para conservá-las. Minha primeira influência na cozinha foi, portanto, minha mãe, uma pessoa incrível em todos os aspectos. Minha mãe tinha plantação de mandioca e fazia farinha, fazia o bolinho de taioba, plantava café. O peixe que o pescador trazia, ela ajudava a limpar e já ganhava um deles para cozinhar em casa – peixe, banana, mandioca, é o que a gente comia. A influência caiçara é muito grande na minha vida.

Como você começou a cozinhar?

No Litoral, ou você trabalha em hotéis e restaurantes ou vira pescador. Não tem muita opção. Aos 13 anos, eu fui trabalhar em um restaurante de Boiçucanga, chamado Neno. Mas não achava que seria o trabalho da minha vida, naquela época ele era apenas o meu sustento. Comecei lavando louça, passei a ajudante de cozinha e fui usando os conhecimentos que tive em casa no restaurante. Em 1996, com um ano de restaurante, eu já era o cozinheiro. Um belo dia, uma escola local promoveu um jantar em que os chefs Luciano Boseggia e Carla Pernambuco cozinharam. Tive que fazer o pão italiano para a bruschetta, filetei peixe, ajudei a fazer sobremesa. O Boseggia então perguntou se eu era padeiro, cozinheiro ou peixeiro! Daí, pedi para fazer um estágio no Fasano, onde o Boseggia trabalhava na época. Nunca tinha pisado em São Paulo na vida! Consegui uma casa para ficar e comecei a estagiar no famoso restaurante.

Como foi essa experiência?

Foi onde eu vi a primeira trufa da minha vida. Imagine uma pessoa que nunca teve acesso a produtos sofisticados, de alta qualidade: quando o Boseggia preparou uma polenta, com gema mole e trufa laminada por cima, tive a sensação de bater a cabeça na parede e voltar. Daí, fiquei conhecendo arroz arbório, queijo grana padano, tinta de lula, e decidi: quero ser chef de cozinha. Fiquei três meses estagiando no Fasano. Daí, pensei em me profissionalizar. Então, me matriculei no Senac Águas de São Pedro, num curso de cozinheiro básico – era um curso gratuito e durava seis meses. Depois do Senac, fui trabalhar no tradicional restaurante Manacá, em Cambury.

Como foi sua experiência no Manacá?

Foi uma passagem muito importante na minha vida. O Manacá, do chef Edinho Engel, sempre fez peixes e frutos do mar de forma refinada. Nessa área, o restaurante foi um aprendizado enorme. Hoje me considero um chef de peixes e de frutos do mar. Mas o mais curioso é que, quando entrei para a alta gastronomia, nunca quis saber da cozinha caiçara... Depois de algum tempo, abriu um restaurante em Juqueí, chamado Freijó, e me ofereceram fazer a consultoria do lugar – montar o cardápio, treinar a equipe. Me apaixonei pelo lugar e o dono estava precisando de um chef.

Disse para mim mesmo que o cozinheiro seria eu. Tinha 20 anos na época. Quando conversei com o chef Edinho, ele me disse: “vá voar”. Ele sabia que eu não era aquele cozinheiro que ficaria muitos anos no restaurante. Logo depois do Freijó abrir, ele virou “o” restaurante do litoral. O Josimar Melo (crítico gastronômico) foi fazer um guia para a Folha no litoral, visitou o Freijó e foi o primeiro a falar de um “chef caiçara”. Naquele tempo, ser caiçara era visto como algo pejorativo. Trabalhei lá de 1999 a 2001. Estava indo muito bem, a casa saía nas revistas. Mas achei que precisava sair do Brasil. Em agosto de 2001, prometi para mim mesmo que, em junho do ano seguinte, eu iria para a França. Comecei a guardar dinheiro na caderneta de poupança, não ia para as baladas, me inscrevi num curso de francês, e, de cara, me identifiquei com a língua. Em junho, já tinha a passagem comprada e 4 mil euros no bolso. Meu pai, que já tinha sido estivador, me disse: “Filho, compre um terreno, faça um pé-de-meia”. Eu decidi viajar para Lyon.

Arroz lambe-lambe de mariscos.

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Como você armou essa viagem?

Tinha um francês na praia que tinha um amigo, dono de um hotel próximo a Lyon. O marido da minha professora tinha um apartamento na cidade. Saí com o esquema todo montado daqui. Chegando lá, comecei a estagiar no restaurante do hotel, chamado La Bourgonnaise. Daí, uma coisa levou à outra e acabei estagiando em mais dois restaurantes de lá. Costumo dizer que a França abriu as portas pra mim. Minha professora me ensinou um francês formal, o que me aproximou das pessoas de lá, que são formais no tratamento. E eu era muito guerreiro na cozinha, o que conquistava as pessoas também. Fiquei hospedado na casa de gente que eu nunca tinha visto na vida.

Fiquei seis meses na França. Quando saí de lá, estava até contando piada em francês. Antes de voltar ao Brasil, me inscrevi em dois cursos da escola Le Cordon Bleu. Fiquei em albergue da juventude, que era barato, e ia para a escola de metrô. Daí vem a primeira “sacada” caiçara: ainda em Lyon, o meu amigo professor de línguas, tinha vários amigos, de várias nacionalidades, e eles sempre se encontravam para fazer uma festa. Numa delas, percebi que eles

brigavam por conta da gastronomia, quer dizer, brigavam por causa de seus produtos. Fiquei abismado: eles defendiam sua região com unhas e dentes. Daí eu pensei: nenhum restaurante do litoral faz um peixe azul marinho, um arroz lambe-lambe, coisas típicas da nossa culinária caiçara

E depois da escola, o que você fez?

Um dia, tinha um anúncio no mural da Le Cordon Bleu, sobre uma vaga num iate particular. Um amigo sugeriu que fôssemos à entrevista para o cargo. Resumo da história: consegui o emprego em meio a vários chefs internacionais, mais velhos e experientes do que eu, porque, entre outras coisas, eu sabia fazer cozinha brasileira. Foram quatro anos maravilhosos nesse barco. Visitei 23 países, entre eles, Grécia, Turquia, Croácia... Fiz todo o Mediterrâneo e o mar do Caribe. Mas não fui um cara que ficou guardando dinheiro: aproveitei, fiz passeio de submarino, fui a musicais, espetáculos. Em 2004, o barco foi parar em um estaleiro em Barcelona para um conserto e eu pensei: estou na terra do Ferran Adrià, na época já o melhor cozinheiro do mundo. Decidi conhecer o restaurante, pelo menos passar na frente dele.

Aluguei um carro em Barcelona e fui para a Costa Brava, onde ficava o elBulli. Chegando lá, vi apenas uma plaquinha discreta e um portão fechado. Como brasileiro atrevido, pulei o terreno do restaurante para tirar uma foto. Um ajudante me viu e perguntei a ele se eu podia conhecer a cozinha. Daí veio o subchef do restaurante e me levou para conhecer a cozinha. Tinha ganho o dia! Ele também me convidou para participar de um seminário com o chef número 1 do mundo! Voltando a Barcelona, liguei para a responsável pelas matrículas e ela me respondeu, secamente: “o mundo inteiro quer fazer o curso com o Adrià, ele está lotado há meses”. Foi um balde de água fria. Mas acreditei que algo poderia acontecer de última hora, então liguei novamente no dia do curso e, por sorte, havia surgido uma vaga!

Como foi o curso?

Eu era muito leigo nesse mundo da “cozinha molecular”. Me senti um idiota no primeiro dia: cozinhar em baixa temperatura? Daí o Ferran Adrià disse: “vocês estão aqui para aprender”. No final, ele tirou foto com todo mundo. Fiquei mergulhado nesse universo durante uma semana, dias inteiros. No último dia de aula, fizemos o menu degustação do elBulli, e foi um dos melhores dias da minha vida.

Quando você voltou ao Brasil?

Eu vinha ao Brasil a cada três meses. Numa dessas vindas, em 2007, a minha namorada engravidou. Daí eu decidi voltar. Mas bateu uma insegurança, pois estava fora fazia alguns anos e fiquei pensando onde poderia trabalhar no Brasil. Daí aquele episódio na festa dos amigos do meu colega professor de línguas voltou à cabeça: vou fazer comida caiçara, reunir essas influências que tive no meu aprendizado fora e trabalhá-las nos ingredientes da terra, com uma bela apresentação dos pratos. Naquele ano, encontrei uma antiga colega do Manacá, Julia Dannamm, que iria abrir um restaurante em Maresias, o Seu Sebastião, e me tornei o chef da casa.

Como era o restaurante?

Fazíamos comida caiçara. Enquanto todos os bons restaurantes do litoral eram contemporâneos, eu decidi fazer a nossa comida. Fazia peixe com banana, bolinho com taioba, coisas da região, que havia aprendido com minha mãe. A vida é engraçada: durante muito tempo, não quis nem saber da comida caiçara... O restaurante fechou em 2012, mas já tinha despertado o interesse da mídia, virado referência na região para gourmets, e eu fiquei bastante conhecido. Por conta do meu trabalho lá, ganhei o prêmio Chef-revelação em 2010, pela revista “Prazeres da Mesa”. Trabalhei lá até 2011. Até participei de um livro do fotógrafo brasileiro Sérgio Coimbra, com grandes chefs do mundo.

Camarão na Moranga.

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Cristiana Couto é jornalista de gastronomia, doutora em História da Ciência e autora do blog Sejabemvinho. É autora do livro Arte de cozinha: dietética e alimentação em Portugal e no Brasil (sécs. XVII-XIX), pela editora Senac-São Paulo.

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Como você foi trabalhar no restaurante Vinea, em São Paulo?

Tive que sair do restaurante porque o terreno seria vendido. Nesse meio tempo, Walter Fonseca de Souza, proprietário da Vinea, importadora de vinhos em São Paulo, era cliente do restaurante e se apaixonou pela minha comida. No meio do ano passado, Walter convidou-me para dar consultoria no restaurante que ele estava abrindo e levava o mesmo nome da importadora, em Alphaville. No restaurante Vinea, que tem 80 lugares, faço uma cozinha mais contemporânea. Estou feliz de trabalhar no restaurante, pois é uma possibilidade de mostrar meu trabalho na capital. E também de trabalhar melhor a harmonização entre vinhos com comida, já que a Vinea é uma importadora. Quando há eventos de vinho, com visitas de produtores de outros países, faço menus harmonizados nas duas unidades da importadora – uma delas no bairro do Paraíso, em São Paulo. É mais uma oportunidade de mostrar meu trabalho para os jornalistas da área.

Como você vê o uso dos peixes nos cardápios dos restaurantes?

A situação é robalo, linguado e salmão. No máximo uma pescadinha.

Existe um monte de peixes da nossa costa a serem explorados. Mas as pessoas estão muito acostumadas a comer pescada, linguado, robalo e salmão apenas. O robalo é caríssimo, está em extinção e há centenas de peixes mais gostosos que ele, que poderiam ser servidos. Por exemplo, o sargo de beiço, a sororoca – que é um pescado delicioso – o budião, o vermelho-ciova, o carapau, o xarelete, peixes do litoral norte do estado que, só pelo nome, já causam estranhamento nas pessoas. Mas na verdade, não tem o que errar: quando o alimento é fresco, vale a máxima de que “menos é mais”: é só temperá-lo com sal e limão. Por outro lado, todo peixe tem a sua época: é preciso ter um respeito ao seu defeso. Quando ele desova, por exemplo, não é hora de pescá-lo.

Como é a gastronomia em Alphaville?

Nosso desafio no Vinea é fazer com que o comensal não precise ir a São Paulo para comer num bom restaurante. Temos uma casa de qualidade, com vinhos de excelência a bons preços e harmonizados com os pratos. Se outros restaurantes tivessem esse intuito, a gastronomia de Alphaville conseguiria manter-se. E poderíamos inclusive, trazer clientes de outros lugares, o que também procuramos fazer.

Você faz um projeto social ligado à gastronomia, certo? Conte um pouco sobre ele.

O projeto Buscapé é um projeto social da Polícia Militar, que atende 120 crianças do Litoral Norte de São Paulo e reúne várias atividades, como acrobacias em tecido, artes, jiu-jitsu, aulas de música, natação, teatro e gastronomia. Sou responsável por esta última oficina, que acontece todas as quartas-feiras. Tudo isso que contei, tudo o que a gastronomia me proporcionou – cozinhar para o grande chef francês Alain Ducasse, cozinhar ao lado do francês Daniel Boulud (que tem vários restaurantes em Nova Iorque), cozinhar no restaurante do Alex Atala (o Dalva e Dito) – é uma história que pode acontecer com aquelas crianças. Basta ter dedicação, disciplina e possibilidade

de conhecimento, que é o que eu ofereço. Por causa do Facebook, onde posto as fotos de nossas atividades, vários chefs amigos se interessaram em dar aulas lá: desde 2011, não teve uma quarta-feira sem um chef convidado – já participaram cozinheiros como Bel Coelho, Alberto Landgraf, Henrique Fogaça, Checho Gonzales, Christian Burjakian... O projeto foi montado por um PM chamado Wiliam Silveira Freitas, para tentar conter a criminalidade na região. A maioria dessas crianças, que tem entre 7 e 13 anos, quer ser cozinheiro. Eu ensino para elas, e elas dizem que querem ser cozinheiras, não chefs, porque chef é um cargo. Temos cerca de 40 alunos em cada período – manhã e tarde. O aluno tem que ter boas notas, e eles cantam os hinos do país e da PM todos os dias. Se todos as policias militares tivessem um projeto Buscapé, teríamos menos criminosos na rua.

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UM POUCO DE RECEITATexto: Mateus GiovanniFotos: divulgação

O Marrocos sempre me traz a lembrança do filme Casablanca, mas há muito mais contrastes e exotismo do que na ficção neste país de maioria muçulmana, que é um reino desde 1957, um ano depois de libertar-se do domínio francês.

Um dos grandes baratos do Marrocos é sua variada e rica cozinha. A confluência de pratos e ingredientes vindos dos povos nômades do deserto, de mediterrâneos, árabes e franceses criou uma identidade gastronômica única. As refeições vêm perfumadas com toques de açafrão, limões e hortelã - além de muitos outros condimentos, sempre envolvendo clássicos como o arroz com grãos, cuscuz e tajines variados.

Inicie fazendo o arroz integral, cozinhando somente com um pouco de sal e sem temperos. Use água o quanto baste, deixando que o ponto fique “al dente” e reserve.

Você precisará de 3 cebolas médias fatiadas bem finas em rodelas; 300g de grão-de-bico cozido e escorrido; um punhado de amêndoas em lascas; 4 dentes de alho picados e um pouco de salsa picada.

Frite as cebolas em uma frigideira com 3 colheres de sopa de azeite e uma pitada de sal. Vá mexendo para que fiquem queimadas por igual. Devem ficar marrons e não pretas! Reserve.

Pegue as amêndoas e coloque em uma frigideira no fogo alto, para que torrem levemente até ficarem

Um Toque Marroquino

crocantes. Tire-as da frigideira quando atingirem aquele tom bege, pois mesmo com o fogo apagado, elas continuam torrando.

Na panela onde você vai preparar o arroz, frite o alho em 1 colher de azeite de oliva, coloque o arroz, vá mexendo e adicionando todos os outros ingredientes: cebola com o azeite onde foi frita, grão-de-bico, amêndoas e salsa picada. Este é o momento de acertar o sal, pois por ser um prato onde se prepara diversos ingredientes de forma avulsa, a melhor dica é deixar para salgar no final, caso contrário, corre-se o risco de errar para mais.

Para acompanhar, sugiro um filé mignon alto passado na manteiga de salsinha. Tempere apenas com sal e, no momento de ir à frigideira, dê uma grelhadinha de 1 ou 2 minutos e coloque uma colher de manteiga, 2 dentes de alho picados e, no final, um bom punhado de salsinha e 2 colheres de sopa de alcaparras em conserva escorridas.

Os sabores combinam muito, apesar da manteiga não ser tão usada na cozinha marroquina. Ela traz o lado francês do Marrocos para este prato.

Deguste um vinho tinto de sua preferência ou prefira um Cabernet Sauvignon, que é mais suave, para sentir as nuances de sabores do prato.

Essa receita agrada a todos. Receba os amigos e saboreiem.

Arroz Integralcom Grão-de-Bico

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VINHO: CORTIÇA OU SCREW CAP? GOVERNO PORTUGUÊS QUER MENÇÃO NO RÓTULOO tema rolha de cortiça ou tampa de rosquear tem ocupado a pauta de debates do governo português, que estuda a obrigatoriedade de mencionar no rótulo qual o tipo de vedante utilizado. Apesar da defesa da ampla discussão entre os setores envolvidos, produtores e distribuidores já se posicionaram contra a proposta.

Para os produtores de vinho que utilizam a screw cap (tampa de rosquear), a homologação da lei é um retrocesso do ponto de vista técnico, econômico-financeiro e ambiental. Eles defendem a efetividade desse tipo de vedação e, portanto, melhor conservação do vinho, além de argumentarem que o alumínio é um material reciclável e, por isso, de menor impacto ambiental.

Já o Ministério da Agricultura de Portugal, entende que a menção na rotulagem é importante, pois valorizaria a ligação do vinho a cortiça. É bom lembrar que o país é o maior produtor mundial de cortiça, com uma cota de mais de 60% do mercado mundial: um negócio de milhões de euros. No plenário, outro forte argumento a favor da medida é que os consumidores devem ter acesso ao maior leque possível de informações sobre o produto que vão comprar.

Enquanto as partes interessadas são consultadas, a Comissão Europeia foi notificada sobre a recomendação que está sendo debatida no plenário em Portugal. O governo português deve liderar essa discussão junto das instituições e dos seus parceiros europeus.

ESCOLA DE SAMBA VAI-VAI USARÁ UVAS PARA HOMENAGEAR VINHO EM DESFILE EM SPA escola de samba paulista Vai-Vai irá levar ao sambódromo muitas uvas e o vinho brasileiro. Ela vem para a avenida para enaltecer o vinho nacional e de qualidade. Com o enredo Sangue da Terra, Videira da Vida: um brinde de amor em plena avenida – Vinhos Brasil, a Vai-Vai aposta na valorização e popularização da bebida produzida no país.

Segundo o carnavalesco da escola, Cahê Rodrigues, a ideia é levar para a avenida a alegria de reunir e de harmonizar pessoas, qualidades imanentes ao vinho. É com esse espírito que a agremiação está desenvolvendo seu carnaval e acredita conquistar o seu 15 º título. A iniciativa tem o patrocínio do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Muitos quilos de uvas serão transportados de Bento Gonçalves para o sambódromo de São Paulo. O propósito é recompor a história, a cultura e a tradição do vinho, trazido pelos imigrantes para o Brasil. Para Rodrigues, o vinho movimentou muito a estrutura do país, através do trabalho dos imigrantes que, com muita luta e superação, empenharam suas heranças históricas e culturais para que o vinho brasileiro se tornasse um vinho de qualidade.

A Vai-Vai terá cinco carros, trinta e uma alas e 3,6 mil componentes. O destaque será o carro abre-alas: será uma superalegoria que vai retratar a arca de Noé. Sob a perspectiva do enredo, a arca não só é a responsável pela sobrevivência das espécies, mas também pela preservação das sementes da videira e da vinicultura milenar. A Arca do Futuro fechará o desfile. Nessa alegoria, a escola faz alusão ao projeto norueguês de banco de armazenamento de sementes, conhecido como “a caixa forte do juízo final.” A intenção é provocar a reflexão sobre a preservação ambiental.

Em meio a alusões bíblicas, luxo e história, a expectativa da escola é poder brindar o título e, desta vez, com vinho.

CHAMPAGNE 2012: SAFRA EXCEPCIONALAs geadas de abril, chuvas de granizo e um dos verões mais úmidos já registrados, apontavam para um cenário bastante pessimista para os produtores de champagne, a respeito da safra de 2012. Contudo, os bons ventos mudaram as impressões e o que se observa é muita surpresa e contentamento. A qualidade e a intensidade das uvas são suficientes para que essa seja considerada uma safra excepcional.

Ao contrário do que se esperava, a natureza encarregou-se de compensar seus próprios caprichos. O clima de agosto foi oportunamente quente. Ao se aproximar da colheita, notava-se que a menor quantidade de uvas nas videiras era de excelente qualidade. Em setembro, enquanto as frutas eram colhidas e prensadas - com cerca de 10% de álcool -, os enólogos ficaram surpresos com a concentração de sabor, açúcar e acidez naturais.

Jean-Phillipe Moulin, diretor de produção da Champagne Barons de Rothschild e da Paul Goerg, afirmou que os vinhos de base mostram uma riqueza adorável, bem como acidez necessária para fazer champagnes excepcionais de longa duração. Outros grandes produtores concordaram com o parecer de Moulin. Benoit Tarlant, da ChampagneTarlant, disse que faria menos vinho non-vintage este ano.

A média de colheita em 2012 foi ligeiramente abaixo de 9000kg/hectare, e significativamente abaixo do máximo permitido, de 1000kg/hectare.

SYDNEY LANÇA A PRIMEIRA FEIRA DE VINHO “NATURAL”Uma feira de vinhos australiana, a Rootstock Sydeney, vai oferecer mais de 100 vinhos de mais de 30 produtores. Entre os países, estão Itália, França, Grécia, Espanha, Estados Unidos e Austrália. Segundo o site do evento, os produtores participantes compartilham a mesma filosofia a respeito da viticultura, vinificação e sustentabilidade. Até aí, tudo bem! A feira não incomoda por si mesma, mas pelo termo “natural”, incluído ao nome do evento. Há muitos vinicultores australianos torcendo o nariz para os autointitulados produtores “naturais”.

Criada por Giorgio De Maria, dono de um bar em Sydney, Mike Bennie, escritor especializado em vinhos e James Hird, dono do bar Wine Librry, o festival pretende reunir pequenos produtores que se consideram “naturais” ou “artesanais”. Na Austrália, a discussão sobre a pertinência do termo “natural” existe por causa do domínio dos grandes produtores que se consideram “naturais” ou “artesanais”, incomodando os pequenos produtores que realmente produzem vinhos naturais.

Para Bennie, o termo simplesmente pretende ajudar o consumidor a interpretar a proveniência de vinhos com origens mais pastorais, em oposição à agricultura mais mecanizada, industrial. No entanto, ele avalia que a maioria dos consumidores não tem conhecimento da discordância entre os grandes e pequenos produtores, a respeito do tema e do próprio termo, e que essa é uma discussão meramente comercial. Como o próprio Bennie diz, “a maioria dos australianos apenas se preocupa se o vinho é bom”.

VALOR DO VINHO AUSTRÍACO PARA EXPORTAÇÃO DOBRAA escassez de vinho austríaco, de baixo preço, foi provocada por intempéries naturais, como as geadas da primavera. Mesmo assim, o valor das exportações da bebida dobrou na última década, apesar do declínio em volume.

A manobra dos produtores austríacos é conseguir convencer os consumidores locais e dos países exportadores de que seus vinhos merecem um preço justo pela qualidade que agregam. Esses produtores sabem que o discurso precisa persuadir, para que seja possível sustentar a estrutura e o custo local da vinicultura no país. Ao que tudo indica, tem dado certo. A Alemanha representou quase 60 % das exportações de vinho austríaco em 2012. Além dela, Estados Unidos, Noruega e China despontam como mercados em rápido crescimento, em volume de exportação da bebida.

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fonte: www.decanter.com fonte: www.decanter.com

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fonte: redação. fonte: www.infovini.com

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PROGRAMA SACA ROLHAAqui nesta coluna publicamos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia, com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! *

Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha

Rua Pedroso Alvarenga, 1170Itaim Bibi - SP(11) 3167-0977

Rua Dr. Mario Ferraz, 213Itaim bibi - SP(11) 3816-4333

Rua Dr. Sodré, 241AVila Olímpia - SP(11) 3845-7743

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MARIPILI São PauloRua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio - SP(11) 5181-4422

Rua Joaquim Távora, 1266Vila Mariana - SP(11) 5549-3210

CALÁ DEL GRAU São PauloCalá del Grau

Rua Joaquim Floriano, 466Itaim-Bibi - SP Brascan Open Mall (11) 3079-3500

Rua Fradique Coutinho, 37 - Pinheiros - SP(11) 3032-7403

MONET São Paulo

EÑE São Paulo

GRAZIE A DIO São Paulo

Rua Harmonia, 277Vila Madalena - SP(11) 2691-7628

CHE BÁRBARO São Paulo

Rua Girassol, 67Vila Madalena - SP(11) 3031-6568

Rua Manuel Guedes, 545Jardim Europa - SP(11) 2533-7710

Rua Lisboa, 346 Pinheiros - SP(11) 3064-3438

Genova

Rua Comendador Miguel Calfat, 296 V. Olímpia - SP(11) 2083-1593

Av. Ministro Gabriel de Resende Passos, 319Moema - SP(11) 5054-1199

NICO São PauloRua Costa Aguiar, 1586Ipiranga - SP(11) 2068-3000

Rua Hungria, 1.000Jardim Europa - SP(11) 2579-1029

CASUAL MIL São Paulo

Rua Marechal Hastinfilo de Moura, 233 Morumbi - SP(11) 3743-6039

ATMOSPHERE São Paulo

ANTONIETTA São Paulo

AIRUMÃ São Paulo

Rua Tolentino Filgueiras 55 Gonzaga - Santos – SP(13) 3288-1982

PARRILLA SAN PABLO Santos

Alameda Tietê, 40Jardins - SP(11) 4327-3400

Rua Mato Grosso, 402Higienópolis - SP(11) 3214-0079

Rua Antonio de Oliveira, 22Santo Amaro - SP(11) 5184-2303

Rua Bom Pastor, 1660Ipiranga – SP(11) 3798-7616

PAELLAS PEPE São Paulo

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Av. Portugal, 694Brooklin - SP(11) 5041-6818

Rua Mourato Coelho, 1267Vila Madalena - SP(11) 3032-8605

Rua Conselheiro Brotero, 903Santa Cecília - SP(11) 3664-8313

Rua Rio Grande, 304Vila Mariana - SP(11) 4304-0300

Rua Harmonia, 359Vila Madalena - SP(11) 3037-7223 - 3031-8466

Rua Frei Caneca, 669Consolação - SP(11) 3259-0932

r e s t a u r a n t e rot isser ia

Rua Joaquim Antunes, 224 Pinheiros - SP(11) 3068-9888

Rua Fidalga, 340Vila Madalena - SP(11) 3812-7815

O POTE DO REI São Paulo

Estrada Municipal Darcy Penteado, 3301 São Roque - SP(11) 4714-2041

CASCUDO São Roque

Av. Pedro Paula de Morais, 703Ilhabela - SP(12) 3896-5241

PASTA DEL CAPITANO Ilhabela

DiVinoQuinta Avenida, 144 – Loja 6 Vale do Sol - Nova Lima - MG(31) 3541-4272 e 9958-9512

DIVINO Nova Lima

Estrada PDD, 128Bairro dos Pires – Piedade – SP(11) 8259-7788

RONCO DO BUGIO Piedade

Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85Jatiúca - Maceió - Alagoas(82) 3235-1016

DIVINA GULA Maceió

Estrada Fazenda Aroeira, 757Piraí - RJ (21) 2487-4011

RESERVA AROEIRA Piraí

Rua Oriente, 609Serra - Belo Horizonte - MG(31) 3227-6760

FLORES Belo Horizonte

Estrada do Pico Agudo, km 5, Bairro Sertãozinho - Sto. Antônio do Pinhal - SP(12) 3666-1873

CEDRO Sto Antônio do Pinhal

TORERO VALESE São Paulo

SANTA GULA São Paulo

SPADACCINO São Paulo

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APRIORI CUCINA São Paulo

DIVERSIT`A BISTRO São Paulo

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SACRA ROLHA São Paulo

* O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve 2 garrafas de vinho, à sua escolha, para degustar com a sua companhia. Você pode ir quantas vezes desejar no mesmo restaurante participante.

Rua Francisco Deslandes, 156Anchieta - Belo Horizonte - MG(31) 3281-7965

DEGLI ANGELI Belo Horizonte

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Av. Cel. José Vicente Faria Lima, 2107Reino - IlhaBela - SP(12) 3896-3346

ILHA SPLENDOR Ilhabela

Rua Horácio Lafer, 638Itaim-Bibi - SP(11) 3168-7917

TAYPÁ BrasíliaQI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 Fashion Park - Lago Sul - Brasília(61) 3248.0403 / 3364.0403

Rua Haddock Lobo, 1014Jardins - SP(11) 2737-4009

Rua Pirapora, 218Vila Mariana - SP(11) 3052-1473

BOTTEGA PARADISO São Paulo

GUAIAÓ São PauloRua Dom Lara, 65Boqueirão - Santos - SP(13) 3877-537

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Novidade do Mês

PRAÇA SÃO LOURENÇO INAUGURA UNIDADE EM ALPHAVILLE

O Praça São Lourenço, restaurante que, há seis anos, é referência culinária na região da Vila Olímpia, em São Paulo, inicia atividades em Alphaville. A nova unidade reforça o conceito de “unir boa gastronomia a um ambiente agradável” que já é sinônimo da marca. Os sócios Airton Valadão Junior, Aurélio Rodrigues Melo, João Paulo Gentille e Rubens Gentille Neto, juntamente com um grupo de investidores, são os responsáveis pela chegada da casa ao Iguatemi Alphaville.

Os 815 m² do Praça São Lourenço de Alphaville têm capacidade para receber mais de 250 pessoas, em um salão com pé direito de 5 metros, imponente bar, mesas coloridas, adega e buffet em madeira, fornos a lenha e cozinha de finalização. O novo restaurante contará com um cardápio semelhante ao já trabalhado no espaço da marca no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo, porém terá sua personalidade. No menu, apresenta uma seleção de dez tipos de pratos frios e mais de 15 opções de pratos quentes, além de antepastos, pastéis, tortas e panzotti em tamanho aperitivo. Para acompanhar, são servidos grissinis, pão-folha, pão de campanha com alecrim e limão siciliano, e focaccias, tudo preparado diariamente na casa e assado no forno a lenha. Após o horário comercial, o Praça São Lourenço será uma opção para as reuniões de final de tarde e celebrações.

PRAÇA SÃO LOURENÇO

Com projeto arquitetônico de Adriana Monzillo de Oliveira, mesma criadora da unidade de São Paulo, a nova unidade mantém o estilo “rústico elegante”, com utilização de muita madeira e piso de tijolo. O Praça São Lourenço de Alphaville é indoor, está localizado no Shopping Iguatemi, mas a ideia de oferecer um ambiente tranquilo e aconchegante para saborear boa comida com proximidade à natureza foi mantida. A alternativa da arquiteta, para reproduzir a sensação de estar longe de um centro urbano, foi a instalação de área verde composta por vasos com irrigação automática que, suspensos em estrutura metálica, formam um forro vivo de plantas rústicas. Além disso, panos em tecido de fibra dão acabamento ao forro.

PRAÇA SÃO LOURENÇOShopping Iguatemi AlphavilleAlameda Rio Negro, 111 - BarueriTel.: (11) 3053-9307

Salão Unidade Alphaville

Tagliatelli ao sugo (acima). Bombom com mil folhas.

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SACA-ROLHASModelo Sommelier

Preço para associado:R$ 28,00

VACUVINBomba de vácuo com rolhas para melhor garantir as características do vinho.

Preço paraassociado: R$ 57,00

BOLSA “SEIS”De lona vermelha, modelo engradado. Prática e ideal para carregar até 6 garrafas.

Preço paraassociado:R$ 84,00

TAÇAS BORDEAUXPar de taças de cristal

Preço para associado:R$ 50,00 (o par)

TAÇAS BORGONHAPar de taças de cristal

Preço para associado:R$ 50,00 (o par)

Faça suas compras por telefone (0800-774 0303) ou site até o dia 10 do mês e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

RevistasNossas revistas estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura!

Vinhos em consignação e-newsSe você vai fazer um evento, festa ou jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você. Assim, nem sobrará nem faltará. Sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião.

Enviamos mensalmente informações sobre harmonização com o vinho do mês e artigo técnico sobre a cultura do vinho.

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Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de fevereiro. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque.

IMPORTANTE:

Confira abaixo nossos vinhos em estoque.Faça seu pedido por telefone (0800-774 0303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

HAHN MERITAGE 2010

NOMAD 2009

AMANI I AM 1 2009GOUGUENHEM 2011

Origem: Estados UnidosUvas: 48% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 10% Cabernet Franc, 9% Malbec e 8% Petit Verdot.Preço para associado: R$ 98,00

Origem: RomêniaUvas: Feteasca NeagraPreço para associado: R$ 39,80

Origem: África do SulUvas: 36% Cabernet Sauvignon, 28% Merlot, 21% Cabernet Franc, 10% Shiraz, 3% Malbec e 2% Petit Verdot.Preço para associado: R$ 79,25

Origem: ArgentinaUva: MalbecPreço para associado: R$ 42,50

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BOLSA “TRÊS”De lona verde com detalhes em couro. Ideal para carregar até 3 garrafas.

Preço paraassociado:R$ 120,00

DECANTERCRISTALEX

Preço para associado:R$ 69,00

Las PerdicesGran Seleccion de BarricasOrigem: ArgentinaUvas: 80% Malbec, 10% Petit Verdot, 5% Cabernet Sauvignon, 5% TannatPreço para associado: R$ 98,00

Tonada Finca La Anita 2007Origem: ArgentinaUvas: Syrah, Malbec e Cabernet SauvignonPreço para associado: R$ 39,80

Chateau La Gravette Lacombe 2009Origem: FrançaUva: Syrah, Malbec e Cabernet SauvignonPreço para associado: R$ 103,00

Casilda 2009 Gran ReservaOrigem: ChileUva: 70% Cabernet Sauvignon e 30% Carmen`erePreço para associado: R$ 40,20

Stone RoadMerlot 2011Origem: África do SulUvas: MerlotPreço para associado: R$ 40,20

Crash 2011Origem: EspanhaUvas: Garnacha Tintorera, Garnacha Negra, Syrah, TempranilloPreço para associado: R$ 41,80

Benchmark Shiraz 2011Origem: AustráliaUva: Shiraz 100%Preço para associado: R$ 42,70

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Seleção

Março 2013Grandes Vinhos

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Março PRÓXIMAS SELEÇÕES

BOURGOGNE PASSETOUTGRAINS 2011Região: Bourgogne Passetougrains, Borgonha, França.

Uvas: 2/3 Gamay e 1/3 Pinot Noir

Produtor: Gauthey-Cadet&Fils

Este vinho é caracterizado por sua cor de intensidade média, compensada por um requinte elegante no nariz e na boca. São vinhos que pareciam da velha escola, mas que cada vez têm mais consumidores entusiasmados, por serem complexos e, ao mesmo tempo, sutis e de fácil consumo.

Valor para associado: R$43,60

Valor aproximado no mercado: R$53,00

CHABLIS 2011Região: Chablis, Borgonha, França

Uvas: 100% Chardonnay

Produtor: F. Colin Barollet

“Chablis” é um dos vinhos brancos mais conhecidos no mundo. Seu sucesso contribuiu para a projeção dos vinhos brancos franceses, sempre menos populares que os tintos. Pouco ou nada tem a ver um “Chablis” com um “Chardonnay” de climas quentes. Parece quase impossível que, nestas latitudes - “Chablis” é a região vitícola mais ao norte de Borgonha - esta uva atinja a maturação, é puro “terroir” ao limite. “Chablis” é sinônimo de vinho branco elegante e complexo, um vinho de personalidade marcante, de acidez elevada e notas minerais abundantes, que se misturam com notas de fruta verde, resultando em um vinho fresco, gorduroso, um pouco austero, que com o tempo evolui, dando sentido a uma espera paciente, que nos fará entender onde está a magia e o preço alto destes vinhos. São vinhos quase “mutantes” em ocasiões simples, vinhos jovens que crescem com os anos, transformando-se em verdadeiras joias enológicas. Um bom vinho, que é um prazer apresentar aos associados

Valor para associado: R$98,00

Valor aproximado no mercado: R$160,00

12 se leções /ano

seleçãoMensal

4 se leções /ano

seleçãoGrandes

Vinhos

Lembrete: recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como alteração de quantidades, pedidos de Seleção Grandes Vinhos, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de março. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque.

Importante: inscreva-se na Seleção Grandes Vinhos, até o dia 10 de março e receba esta seleção.Pedidos sujeitos a confirmação no estoque.

IMPORTANTE:

A França é o incontestável líder mundial do vinho, onde são produzidos cerca de 50 milhões de hectolitros de vinhos, dos 800.000 hectares de vinhedos espalhados por todo o país. Este ícone do vinho mundial tem três das regiões vinícolas de maior prestígio do mundo: Borgonha, Bourdeaux e Champagne. E já era o momento de apreciarmos os vinhos de Borgonha, então fizemos coincidir nossa próxima seleção

Aqui você se preocupa em brindar, o resto deixa com a gente.

Sociedadeda Mesa

c lube de v inhos 0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br 4 se leções /ano

seleçãoGrandes

Vinhos

Cadastre-se já e receba!

Cadastre-se pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 0800 774 0303 e receba a Seleção Grandes Vinhos!

Além da assinatura da Seleção Mensal, a Sociedade da Mesa também oferece a Seleção Grandes Vinhos (trimestral).Na Seleção Grandes Vinhos (trimestral) são selecionados vinhos para guardas mais longas e para situações especiais. Uma seleção mais formal com um valor fora do alcance da Seleção Mensal.Funciona tal como a Seleção Mensal, exceto que o envio é feito de 3 em 3 meses e o preço médio por garrafa é R$100,00. A Seleção Grandes Vinhos (trimestral) é anunciada no mês que antecede a seleção na revista, newsletter e site, e os cancelamentos devem ser feitos até o dia dez do mês da seleção.

Só para lembrar:SeleçãoGrandes Vinhos,4 vezes por ano.

CHABLIS 2011ChardonnayBorgonhaFrança

mensal e a dos Grandes Vinhos nesta prestigiosa Região Vitivinícola.

Não é fácil fazer uma seleção de vinhos de uma região de tanto prestígio, repleta de inúmeras denominações e classificações, onde temos que nadar entre vinhos excelentes e não tão bons, que tratam de sobreviver como parasitas sob a reputação de uma marca Borgonha, mas acreditamos que acertamos com esta seleção.

Dentro da seleção mensal, apresentamos um Borgogne Passetoutgrain, onde encontramos uma interessante coupage de duas variedades míticas de Borgonha: Pinot Noir e Gamay. Mas como não podia ser de outra forma, a seleção Grandes Vinhos, nesta ocasião, nos apresenta um grande entre os grandes, “Chablis”, o grande clássico borgonha branco, 100% Chardonnay.

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0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br

O mundo do vinho na porta de sua casa.A Sociedade da Mesa é o maior clube de vinhos do Brasil. Pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos a valores especiais comparados aos do mercado, uma revista mensal gratuita, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho.

São duas opções de assinatura:

Seleção Mensal

1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas mensalmente.1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Mensal do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$42,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

Seleção Grandes Vinhos (trimestral)

1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas a cada 3 meses.1 revista com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Grandes Vinhos do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$100,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

Escolha a sua (ou fique com as duas!) e deixe o resto com a Sociedade da Mesa.

Quem disse que não dá para conhecer o mundo sem sair de casa?

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