27 Agosto 2009 | O MIRANTE38 | TASQUINHAS DE VERÃO - MARINHAIS

Música, animação, folclore, exposiçõese muita gastronomiaem MarinhaisTasquinhas de Verão de Marinhais de 28 a 31 de Agosto

De 28 a 31 de Agosto a vila de Marinhais vai organizar mais uma edição das Tasquinhas de Verão com uma série de petiscos à disposição dos visitantes nas tasquinhas de associações da freguesia. A gastro-nomia local vai ser temperada com muita música, folclore, cantares alentejanos e exposições no pavilhão principal das festas.

A tasquinha do Grupo de Danças “Os Lusitanos” de Marinhais apresenta sopa de peixe, chocos grelhados e bifinhos à lusitano. Na tasquinha da Associação do Carnaval de Marinhais não falta bacalhau à Carnaval, arroz de feijão com petingas e frango de cerveja preta. Os homens do futebol do Grupo Desportivo de Marinhais optam pelo bacalhau assado, frango assado e enguias. Para finalizar as refeições, o Corpo Nacional de Escutas e o Centro de Bem-Estar Social de Marinhais vão ter licores caseiros, café da borra, bolo da avó e doce da mãe, café expresso, sangria, imperial, cocktails, bolos, doces e compotas, respectivamente.

Com tanta fartura à mesa não admira que haja muita animação musical e bailes para ajudar a fazer a digestão. Dia 28, sexta-feira, actuam Jessica e bailarinas, seguidas de baile com Susana Vargas.

Ao final da tarde de sábado há jantar dos ranchos nas tasquinhas, seguido de desfile desde a igreja nova ao largo das festas. A noite é de festival nacional de folclore e termina com baile de Zé Foguete e Manuel Monteiro.

O domingo é preenchido com baile de Jorge Paulo e Susana a abrir e fechar a noite, enquanto pelo meio há cantares

populares com “Alento do Alentejo”. A 31 de Agosto, segunda-feira, actuam os Broa de Mel e há baile com o Duo Jotas. As Tasquinhas de Verão abrem às 20 horas de sexta-feira, sábado e domingo abrem às 17h00 e 15h00, e segunda novamente às 20h00. Encerram diariamente às duas da manhã.

No pavilhão principal das festas estão representadas as associações da terra: Associação Marinhais, Casa do

Povo, Grupo de Danças “Os Lusitanos”, Corpo Nacional de Escutas, Junta de Freguesia, Câmara de Salvaterra de Magos, Conferência de S. Vicente de Paulo, Clube Ornitológico, Associação do Carnaval dos Amigos de Marinhais, Núcleo de Cicloturismo “Os Cansados”, Motantiqua, Clube Recreativo e Grupo Desportivo de Marinhais.

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Falta um centro de exposições na freguesiaBruno Silva, 31 anos, empresário, Marinhais

“A juventude é do melhor que há. Gente porreira numa terra que ainda é pacata”. É assim que Bruno Silva analisa o pessoal mais novo da terra. Pena é que, para si, a vila não ofereça o que os jovens querem. “É por isso que pegam no carro e vão para Santarém ou para Lisboa”, lamenta.

A juventude é uma das coisas boas de MarinhaisQuem anima as tasquinhas de Marinhais é todo o povo mas é da juventude que se espera maior animação e dinamismo. E a juventude da terra é

bem vista embora os mais antigos gostassem de os ver mais afastados dos computadores e mais bairristas.

Juventude de Marinhais mais dispersa e menos bairristaManuel Quitério, 57 anos, gerente comercial, Marinhais

Manuel Quitério considera que a juventude de Marinhais é muito diferente da do seu tempo. “Veio para aqui viver muita gente nova com outros hábitos e costumes. Não há tradição da malta nova se jun-tar. Ou quando se juntam é em pequenos núcleos de acordo com interesses específicos. Nós juntávamo-nos todos em certos sítios, como no café do Cinema ou na sede do Grupo Desportivo. Hoje não se faz isso, não há o mesmo bairrismo”, diz.

Jovens mais dinâmicos e evoluídosIsabel Peixoto Pinheiro, 51 anos, gerente, Marinhais

Nasceu no Zimbabwe mas está em Marinhais há 20 anos. Isabel Peixoto considera que a juventude da terra tem evoluído bastante, sobretudo na aceitação de novas ideias, projectos e ao mostrar mais dinamismo. “Tudo era tabu. Hoje há uma grande diferença e uma maior intercultura-lidade”, acrescenta. “Além disso os jovens não querem ser tratados como crianças”, defende.

Isabel Peixoto diz também que em Marinhais há organi-

Os jovens já não convivem tantoFrancisco Oliveira, 54 anos, comer-ciante, Marinhais

Natural de Ourém, Francisco Oliveira foi trabalhar para o antigo cinema em Marinhais e na vila se estabeleceu familiar e profissionalmente. Com o passar dos anos diz notar que a juven-tude da terra não evoluiu como devia. “Não dá para brincar como antigamente. Agora há mais vio-lência. Não há aquele convívio são na rua. Os jovens ficam em casa em frente aos computadores e no meu tempo brincava-se até às duas ou três da manhã com bicicletas e motorizadas, que se

Em miúdo ia a pé ao bailarico nas povoações vizinhasPaulo Vau, 43 anos, pintor construção civil, Marinhais

Paulo Vau é um grande adepto das festas em Marinhais. Gosta do convívio. “Provo um petisco, bebe-se um copo, fala-se com os amigos e passa-se o tempo! O recinto de festas tem boas condições. Eu aproveito para falar de motas. Faço parte do Núcleo Motantiqua. Somos adeptos de motas antigas”, conta

a O MIRANTE.Quando era mais novo conta

que jogava futebol na rua, anda-va em carrinhos de rolamentos e com arcos feitos dos aros das rodas das bicicletas. Actualmen-te, considera, brinca-se mais aos computadores, na noite e com alguns copos à mistura, agora que têm carros nas mãos desde novos. “No meu tempo havia bailarico de oito em oito dias. E quando não havia íamos para as povoações mais próximas. Até ia e regressava a pé da

Juventude boa que tem de ser mais dinâmicaVítor Coelho, 45 anos, motorista de táxi, Glória do Ribatejo

As tasquinhas vão ser o seu ponto de encontro enquanto durarem. Vítor Coelho diz que vai lá para petiscar e ver os amigos. “A malta gosta. Come-se um chouricinho assado, bebe-se uma bebida…”.“Veremos se temos mais ou menos colec-tividades representadas. Com

as festas que houve há pouco tempo, se calhar estão cansados e vão fazer menos tasquinhas”, reflecte. Quanto à música e ao folclore anunciados diz que são bons acompanhamentos.

Quando questionado sobre a juventude de Marinhais diz que lhe falta “mais dinâmica e iniciativas para ajudar a fazer progredir a vila”. Mas elogia o seu comportamento. “De um modo geral é uma juventude

Diz que, para além de ani-mação falta também algo que chame mais pessoas e negócios. “Talvez um espaço multiusos. Um espaço de exposições dimen-sionado à freguesia”, sugere.

Bruno Silva diz que a fregue-sia se tornou num dormitório durante a semana e que só aos fins-de-semana ou nas festas é que as pessoas conhecidas se juntam.

Glória do Ribatejo”,conta. Mas as diferenças não o impedem de afirmar que “a juventude de hoje também é boa”.

certinha. Às vezes brincamos na praça de táxis”, conta.

escondiam, e tudo reinava sem problemas”, recorda.

Convívio é o que não vai faltar nas Tasquinhas de Verão. Francisco Oliveira gosta de lá ir petiscar de vez em quando para se distrair. Considera que a vila é pacata e saudável. “Gosto de Marinhais”, conclui.

Para a habitante os adultos têm que ajudar os jovens a irem pelos caminhos certos.

As Tasquinhas de Verão são um evento bem-vindo e con-corda com a sua realização no recinto de festas da freguesia. “As anteriores tasquinhas eram realizadas no pavilhão e não tinham o impacto que têm hoje. Nestes dias hei-de ir uma ou duas vezes petiscar”, garante.

zações que se esforçam por ajudar outras pessoas e que estão cada vez mais sensibi-lizadas para os problemas do dia a dia. “Não ficam à espera que os do Governo façam tudo por nós. Eu, por exemplo, fui das primeiras pessoas a chegar aqui de África e a fundar da Juvemar. Pusemos os jovens a fazer ginástica e a praticar danças. Estive lá dez anos e eles continuam com folclore e música tradicional”, realça.