Fé demais - histórias de fé e humor

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Entre quedas e vitórias, o humorista e músico Marcelo Marrom relata sua história sem deixar o bom humor de lado. Além de nos ensinar que a luta nunca é falha, e que ter fé é essencial para a vitória, Marrom nos emociona quando fala de sua família e de como foram importantes para a suas conquistas. O livro conta também com ilustrações divertidas e dicas para você manter o bom humor todos os dias. Não é um livro de piadas, mas quem disse que a vida não é uma?

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fé demais

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marcelo marrom

São Paulo 2013

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Fé Demais

Copyright © 2013 by Marcelo Marrom

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesade 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

CoorDenação eDitorialSilvia Segóvia

Elisa Diniz

Capa e projeto gráFiCoLumiar Design

Fotos Da CapaPaulo Fonseca

ilUstraçÕesFábrica de Quadrinhos

revisãoGleice Couto

DaDos InternacIonaIs De catalogação na PublIcação (cIP)(câmara brasIleIra Do lIvro, sP, brasIl)

ÍnDIces Para catálogo sIstemátIco:

2013IMPRESSO NO BRASIL

PRINTED IN BRAZILDIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À

EDITORA NOVO SÉCULO LTDAAlameda Araguaia, 2190 – 11º Andar

Bloco A – Conjunto 1111CEP 06455-000 – Alphaville – SP

Tel. (11) 2321-5080 – Fax (11) 2321-5099www.novoseculo.com.br

Marrom, Marcelo Fé demais / Marcelo Marrom ; [ilustraçõesFábrica de Quadrinhos]. -- Barueri, SP : NovoSéculo Editora, 2013.

1. Atitude (Psicologia) 2. Autoajuda - Técnicas3. Autorrealização (Psicologia) 4. Fé5. Felicidade 6. Realização pessoal 7. Sonhos8. Sucesso I. Fábrica de Quadrinhos. II. Título.

13-07762 CDD-158

1. Sonhos : Realização : Psicologia aplicada 158

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fé demais 5

sumário

prefácio [7]

agradecimentos [9]

introdução [13]

você tem sonhado? [17]

rumo ao Rio [23]

rumo a São Paulo [33]

mãe, liga no Faustão! [43]

é dia de feira [49]

não se contente com pouco [53]

o convite [59]

regendo o universo [67]

a semeadura [73]

vamos limpar o casco? [83]

dicas [87 à 132]

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prefácio

No jazz existe o conceito básico do improviso,

que é o que determina o estilo, o que o diferencia

de outras tendências. Na comédia também existe

esse mesmo conceito.

A arte do Marrom está justamente nessa inte-

ligência, a do improviso. E ele navega suave tanto

na música quanto no texto. Isso é para poucos!

Para ser sincero, não me surpreende o sucesso

dele. Depois de ler este livro, de saber um pou-

co mais sobre a vida de Marrom, de seus sonhos,

suas escolhas, suas decepções e, principalmente,

suas vitórias, não havia como esperar outra coisa

senão a chegada de seu sucesso. E não é um su-

cesso momentâneo, de “celebridade”, mas sim um

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reconhecimento artístico, uma consolidação pro-

fissional, que tem muito a ver com caráter, com

generosidade, com dedicação e com fé!

O Marrom fala muito em fé, em acreditar nos

sonhos, em nunca desistir. Eu também sou assim,

e me identifiquei profundamente com ele – só fal-

tou saber se ele é canceriano como eu, pois colo-

camos a família acima de tudo e de todos!

Ele tem uma loucura saudável, positiva, agre-

gadora.

Afinal, quem em sã-consciência convidaria um

daltônico para falar sobre o Marrom?

Um beijo enorme, do tamanho do seu coração!

Derico

Músico

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O pessoal da editora me mandou agradecer.

Caracas, escrevi um livro! Quem diria? Foi muito

difícil escrever o que penso, e aqui escrevi muita

coisa sem pensar, apenas inspirado por um sen-

timento que tomou minha alma e me fez enten-

der coisas nas quais jamais havia pensado. Nesse

momento, me pergunto: a quem sou grato de ver-

dade? Quem realmente interferiu nesse processo

criativo, no qual pude me expressar, mas também

descobrir uma força maior em mim? Agradecer

é preciso e, do fundo da minha alma, agradeço a

toda minha família e aos que se consideram parte

dela. Aos amigos Rodrigo Pinheiro, Marcelinho e

Rui (Carangos), Alan (Team Spirit). Ao Serginho

agradecimentos

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Groisman, que me mostrou o sentido da palavra

generosidade, e toda equipe do Altas Horas. A toda

equipe do Programa do Jô, que sempre me tratou

com tanto carinho. Ao amigo Dionízio Bolinha, a

todos que fizeram parte do sonho Deznecessários,

ao Luiz Angelino pela moradia, a minha amiga

Dani Luque, ao parceiro Fabinho Nascimento,

Carmem Capella, ao Thiago Beatriz e sua família

linda, a todos da Yamaha do Brasil, à equipe do Co-

média em Preto e Branco que virou família. Valeu

Salvador Reis, Marcelo Serdeira e André Cruz. E

por falar em Comédia em Preto e Branco, não pos-

so deixar de agradecer aos meus sócios, os ines-

quecíveis Alexandre Paiva, Fabi Rebizzi e Rodrigo

Capella. Esses me aturam de verdade. Obrigado

ainda aos meus pais José Luiz de Moura e Talita.

Renata Pinheiro, Mariah, Cauê e Luca Marrom,

meus maiores presentes nessa vida. Preciso ainda

agradecer ao pessoal da Toral Instrumentos Musi-

cais, Leandro Musse e sua família, à Helena do

Roccio. Ao longo desse processo de conquista do

sonho, houve momentos em que pensei seriamen-

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te em desistir. O inviável se apresentava a mim a

todo momento. As contas chegam sem parar por-

que nossa vida não para. Entendo todos que op-

tam pelo sustento de sua família e abrem mão de

seus sonhos. Isso certamente aconteceria comigo

se não tivesse encontrado gente de verdade, que

via na minha arte algo que valia a pena. Beijo gran-

de em Silvio Lopes e seus filhos Silvinho, Glauco

e Aldo, que se tornaram amigos e torcedores qua-

se que fanáticos. Marrom Futebol Clube. É bom

saber que muita gente acreditou em mim quando

nem eu mesmo acreditava tanto. Obrigado, obri-

gado, obrigado. Eternamente obrigado a todos que

se consideram parte dessa conquista. É só um li-

vro? Talvez seja para aqueles que só conseguem

visualizar o que está escrito. Mas para quem está

de peito aberto a crer no novo e consegue perceber

além das palavras, esse pode ser mais que um li-

vro. Pode se tornar um manancial de água límpida

a ser bebida diariamente. Esse pode ser ainda um

maná no deserto de nossas almas, algo que nos

alimente de verdade, um alimento sólido que nos

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faça crescer. Não há poder no que escrevi, mas há

poder no que vai ler, porque a força está em você o

tempo todo, ainda que não creia. Agradeço ainda,

em memória, ao D. Celsa de Moura, José Antônio

de Moura e Paulo Ribeiro. É sempre bom agrade-

cer a essa turma que partiu, né? Vai que eles resol-

vam voltar para puxar meu pé?! Enfim, obrigado e

que cresçamos juntos.

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O que esperar de um livro escrito por um humo-

rista que se propõe a falar de fé, humor, conquis-

tas, risadas, sonhos, deveres, direitos, entre outras

coisas? Pode parecer piada, mas não é. Esse livro

terá tudo isso e muito mais.

Creio que ele poderá te ajudar a entender de

maneira simples o que chamo de “tramas do uni-

verso”. Além disso, poderá perceber, entre uma

risada e outra, o quanto podemos melhorar nossa

convivência nesse mundo e o quanto é importante

sonhar.

É impossível viver bem sem ter um sonho, um

objetivo na vida, e em Fé demais quero te incen-

tivar a crer que tudo é possível, que você é capaz

introdução

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e que nada pode segurá-lo quando se trata de fé.

Mas qual seria a diferença entre esse livro e os

demais de auto-ajuda que se proliferam nas prate-

leiras das livrarias? Creio que a grande diferença

é que as palavras de fé e incentivo contidas aqui

não foram escritas por um milionário, do alto de

uma cobertura luxuosa, ou por um religioso que

vive em um mar de rosas. Não, dessa vez é um cara

comum como você que está lendo.

Aliás, nada contra os milionários. Pretendo ser

um deles em breve e você acaba de contribuir para

isso comprando esse livro, mas a questão aqui é

outra. Quem te incentiva a mudar de vida e ir atrás

dos seus sonhos é um maluco que vive de fé em fé,

que não possui a mínima estabilidade financeira

por seguir a carreira que escolheu e ainda não rea-

lizou a metade dos seus sonhos pessoais.

Os questionamentos aqui apresentados acon-

teceram comigo, e me fizeram levantar, agir e sair

do lugar comum. O conteúdo desse livro mudou

a minha vida ainda enquanto eu o escrevia. Eu

creio que pode mudar a sua também.

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Fé demais traz algumas histórias sobre vitórias

e derrotas que vivi. Por saber que muitos passa-

ram ou passarão por momentos parecidos nessa

vida, resolvi contá-las aqui, mas definitivamen-

te esse não é um livro para cagões melancólicos,

apaixonados por suas dores e insucessos na vida.

Também não o destino aos fracos que desistem fa-

cilmente de suas conquistas. Não, esse livro e as

palavras que estão contidas aqui não possuem o

menor efeito mágico que te impulsionará a gran-

des vitórias se você não quiser.

Poder discutir questões que existiam ou que ain-

da existem em mim e compartilhar com você é que

me faz ter a esperança de acender algo que já está

no interior de cada um.

Tudo isso sem a menor pretensão de uma con-

versa na vertical, onde de cima das minhas con-

quistas e grandes feitos oriento você, um pobre

mortal. Na verdade, o que desejo é ter uma con-

versa na horizontal, na qual quem ensina está em

fase de aprendizado e percebe, no exato momento

em que escreveu, o que há por trás de cada histó-

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ria revelada nesse livro. Por isso, concentre-se e

prepare-se para viajar em um mundo de infinitas

possibilidades, onde o que deu errado virou piada

e o que deu certo, deu certo com apenas um pro-

pósito do universo: mudar vidas.

Desejo, de verdade, servir de agente transforma-

dor para uma nova fase em sua vida. Juntos, vamos

descobrir um mundo colorido...

Ops! Essa frase é para o meu próximo livro sobre

os pôneis gays da Malásia.

Aqui, o papo é outro!

Boa leitura!

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Em junho de 2007, esse negro que vos escreve

morava em Macaé, cidade ao norte-fluminense do

estado do Rio de Janeiro, e foi nessa cidade que ali-

mentei um sonho durante 16 anos. Naquela época,

com 34 anos, via os jovens da minha idade deseja-

rem casa própria, promoção no emprego, um carro

do ano, mas eu não me permitia sonhar com nada

disso sem antes realizar o meu maior sonho.

Desde pequeno eu já tinha uma veia artística

muito forte. Cantava em um coral na igreja Batista,

compunha algumas músicas e, de alguma maneira,

estava sempre envolvido com a arte.

Aos 23 anos, larguei a publicidade para viver

de música. Toquei em barzinhos, montei algumas

você tem sonhado?

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bandas e deixei um sonho tomar conta de mim

com toda força: ir ao programa do Jô Soares. Sim-

ples assim. Eu só queria dar uma entrevista ao

Jô, e esse objetivo tomou conta da minha alma de

maneira impressionante!

No início, era preciso dormir e esperar o sonho

vir, mas depois era acordado mesmo que eu sonha-

va. Lembro-me perfeitamente de noites e mais noi-

tes em claro imaginando perguntas e respostas, em

como iria reagir, o que dizer diante daquele que

para mim era, ou melhor, é o maior entrevistador

do país. Lembro-me de noites em que eu deitava

pra dormir depois do seu programa e, quando per-

cebia, já havia amanhecido. Embora tivesse perdi-

do uma noite de sono, treinando a entrevista imagi-

nária, aquilo me alimentava e me dava energia para

viver mais um dia atrás do meu objetivo.

Não acredito na possibilidade de viver sem um

objetivo, um ideal, seja ele qual for. Por isso não

quero que pense no tamanho do meu sonho, que

pode parecer até um objetivo bobo, mas quero

que perceba a importância dele. Quando quere-

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mos, temos que planejar e agir. Por isso, devo lhe

perguntar: o que de fato é importante para você?

Com o que tem sonhado? Ou melhor, você tem

sonhado?

Não há nesse mundo quem possa mensurar o

tamanho e a importância de um sonho, a não ser o

próprio sonhador. Então, somos todos iguais diante

do universo que trama o tempo todo para realizar

nossos sonhos.

Certa vez, fui à casa de uma amiga para contar

como o Deus do universo estava colaborando com

a realização dos meus sonhos. Quando acabei de

falar, ela começou a contar a sua realização, en-

tão fiquei atento, a fim de retribuir a atenção já

recebida. A princípio foi estranho para mim, que

acabara de relatar uma conquista no campo ma-

terial tão grande, ter que ficar ali ouvindo sobre

a cura de um cachorro de estimação bem velho.

Enquanto ouvia as suas palavras, porém, comecei

a perceber um brilho em seus olhos que expressa-

va toda a importância daquela situação. Naquele

dia eu pude, então, perceber que nesse universo

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não existem sonhos tolos, bobos, nem pequenos.

Temos que seguir em frente com nossos sonhos

sem se importar com o que vão pensar de nós.

Aos 35 anos, vi minha banda, que estava há dez

anos na estrada, acabar. O sonho parecia ruir e sen-

ti muito o fim da banda por vários motivos. Um de-

les era por ser uma fonte de renda e o afastamento

daqueles amigos de longa data me afetava, mas o

principal era o fato de ser a banda o meu argumen-

to principal para realizar o sonho da entrevista.

Na época, trabalhava em uma rádio da cidade

e tinha um rendimento proveniente de direitos

autorais. Também estava no segundo casamento

com dois filhos do primeiro e morava em um apar-

tamento próprio. Então, eu tinha duas opções: a

primeira era ficar quieto onde eu estava e abrir mão

de algo que sempre acreditei que aconteceria, além

de deixar de lado noites e mais noites passadas em

claro, acalentando meus sonhos. A segunda opção

seria buscar algo novo fora daquela cidade, em um

grande centro onde as oportunidades fossem maio-

res, e assim continuar sonhando.

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Durante todo tempo em que sonhei tive uma

grande aliada: a minha fé. Aprendi desde cedo na

igreja que sem fé é impossível agradar a Deus. A

minha fé me movia, gritava dentro de mim, me em-

purrava para o novo, o inesperado, o desconhecido.

Seria muito cômodo eu ficar ali em Macaé, afi-

nal eu já era quase um quarentão e, embora mi-

nha fé gritasse, havia também uma voz que dizia

que eu não tinha mais idade para tais aventuras.

Essa voz que muitos atribuem ao diabo estava

dentro de mim e eu creio piamente que está den-

tro de cada um de nós, falando aos nossos ouvidos

todos os dias, tentando provar que não somos ca-

pazes, fazendo a gente acreditar que não dá mais,

que o tempo passou e que era só um sonho. A

grande questão é que a fé que há em você é uma

voz que grita o tempo todo te impulsionando para

frente, encorajando, fazendo com que se sinta ca-

paz, mostrando caminhos e fazendo você crer que

pode tudo. A pergunta agora é: a qual voz você

tem dado ouvidos?

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Por comodismo, ou para que sintam pena de

nós, muitas vezes abraçamos a incapacidade que

há em nós, nos apegamos a ela e fazemos dela

um álibi para as nossas derrotas, insatisfações e

desistências.

Você tem sonhado? Qual o tamanho do seu so-

nho? Qual o grau de dificuldade dessa realização?

O que te motiva a levantar pelas manhãs e ir à luta?