Fatores abióticos: Æreas e açıes · conservaçªo concernente aos fatores físicos. A...

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37 Fatores abióticos: Æreas e açıes prioritÆrias para a conservaçªo da Caatinga PARTICIPANTES DO SEMIN`RIO GRUPO TEM`TICO ‘FATORES ABIÓTICOS‘ IŒdo Bezerra de SÆ Coordenaçªo Aguinaldo Araœjo Silva Filho Carlos Amiro Moreira Pinto George AndrØ Fotius Gilles Robert RichØ Hernande Pereira da Silva Rebert Coelho Correia Renival Alves de Souza

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Fatores abióticos:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO `FATORES ABIÓTICOS`

Iêdo Bezerra de SáCoordenação

Aguinaldo Araújo Silva Filho

Carlos Amiro Moreira Pinto

George André Fotius

Gilles Robert Riché

Hernande Pereira da Silva

Rebert Coelho Correia

Renival Alves de Souza

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Quatro sub-regiões bastantepreocupantes foram identificadas (Figura 1).

A primeira corresponde às margensdo rio São Francisco. Essa área foiexplorada intensamente quando daextração de madeira para as caldeiras dosbarcos a vapor que faziam o transportefluvial da região, o que levou a umempobrecimento da vegetação ribeirinha.Isso tem causado desbarrancamento etodo o processo erosivo e de assoreamentoa ele associado.

A segunda corresponde às áreas deaqüíferos subterrâneos em áreas sedi-mentares, os quais são utilizados para supriro consumo humano ou para irrigação.O uso não sustentável, associado aosdesmatamentos e às queimadas, prejudicaos setores de recarga, e com isso causarebaixamento nos níveis piezométricos; o

A fragilidade do ambiente e o nívelde pressão antrópica foram os principaiscritérios em que se fundamentou aidentificação das áreas prioritárias para aconservação concernente aos fatoresfísicos. A identificação baseou-se na formade utilização agroecológica das áreas, emvirtude de suas características marcantesquanto a recursos naturais esocioeconômicos. Como fontes para atomada de decisão foram utilizados mapasde altitude, de geomorfologia, de solos, declima (principalmente de distribuição daschuvas), de vegetação natural, e derecursos hídricos (tanto superficiais quantosubsuperficiais). No tocante às fontesagrossocioeconômicas, as principaisvariáveis enfocadas foram: a densidadedemográfica, a estrutura fundiária e ossistemas de produção/exploração usadospelas comunidades.

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Parque Nacional Serra das Confusões - PI

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que poderá comprometer seriamente aacumulação de água num futuro próximo.

A terceira sub-região correspondeaos locais de atividade de mineração.Como principal exemplo pode-se citar opólo gesseiro da chapada do Araripe quevem, ao longo dos anos, utilizando-se dosrecursos vegetais da caatinga comoelemento principal na calcinação dagipsita, e provocando a total devastaçãoda biota nativa e sua conseqüenteexaustão.

Finalmente, a quarta sub-região,merecedora de destaque, corresponde àsexpressivas zonas sujeitas a processos dedesertificação, em níveis que vão desde omoderado até o severo. Nesses locais avegetação nativa é alvo permanente deexploração, daí a expressiva degradaçãoambiental. Desses processos decorremfragilidades econômicas e sociaissignificativas, as quais são potencializadaspela ocorrência dos repetidos eventos dassecas.

Figura 1Áreas

prioritáriaspara

conservaçãoda Caatinga

com base nosfatores

abióticos

Áreas e ações críticas

Desmatamento e queimadas da vegetação nativaGestaçaõ e exploração dos recursos naturaisPreservação da vegetação, fauna e floraPreservação da vegetação, fauna e flora - Recursos hídricos subterrâneos /Superexploração / Desmatamento e queimadas em zonas de recarga

Proteção aos recursos hídricos / Elevada biodiversidade /Susceptibilidade a desertificaçãoRecursos hídricos subterrâneos / Superexploração /Desmatamento e queimadas em zonas de recarga

Recursos hídricos superficiais / Desmatamento da vegetaçãociliar e assoreamentoVegetação / Atividades industriais predatórias

Hidrografia

Limite estadualLimite do bioma caatinga

Recursos hídricos superficiais / Desmatamento da vegetação ciliar

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1 - MARGENS DO RIO SÃOFRANCISCO

Localização: BA: Curaçá, Glória, PauloAfonso, Rodelas, Abaré, Chorrochó,Juazeiro, Casa Nova, Remanso, PilãoArcado, Itaguaçu da Bahia, Xique-Xique,Barra, Morpará, Sobradinho, Sento Sé,Ibotirama, Paratinga; PE: Petrolina,Floresta, Petrolândia, Itacuruba, Cabrobó,Belém de São Francisco, Orocó, SantaMaria da Boa Vista; AL: Delmiro Gouveia.

Justificativa para inclusão: As margens dorio São Francisco foram, por muitos anos,exploradas intensamente para extração demadeira para as caldeiras dos barcos avapor que faziam o transporte fluvial daregião. A vegetação ribeirinha sofreu e sofreum forte empobrecimento de materiallenhoso, sobretudo nas áreas maisadjacentes ao leito do rio. Deste modo,estas áreas estão contribuindo fortementepara o desbarrancamento e todo oprocesso erosivo e de assoreamento a eleassociado.

Aspectos físicos/geográficos: A área objetode intervenção compreende as margensdireita e esquerda partindo do municípiode Paratinga (BA) até Delmiro Gouveia (AL)(margem direita) e Paulo Afonso (BA)(margem esquerda).

Pressões antrópicas: No passado recenteestas áreas foram objeto de exploraçãoindiscriminda das margens para atender anecessidade de material combustível dosbarcos a vapor. No presente a pressãoantrópica tem sua maior expressão naampliação dos campos de cultivo, sobretudopara a prática da agricultura irrigada.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

2 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 1(TUCANO/JATOBÁ)

Localização: AL: Delmiro Gouveia,Pariconha; BA: Tucano, Euclides da Cunha,Quijingue, Canudos, Jeremoabo, PauloAfonso, Glória, Santa Brígida, Rodelas,Canindé do São Francisco; PE: Tacaratu,Petrolândia, Inajá.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveispiezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se nos estados dePernambuco e Bahia. Em Pernambucositua-se na porção centro sul do sertão,enquanto na Bahia imediatamente anordeste.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

3 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 2(BELMONTE)

Localização: PE: São José do Belmonte.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigaçãoaliados aos desmatamentos e queimadas,vem prejudicando os setores de recargaassim como causando rebaixamento nosníveis piezométricos que podem compro-meter, seriamente, a acumulação de águano futuro próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no estado dePernambuco, zona do sertão, nas seguintescoordenadas: 7.86139 de Latitude S e38.7597 Longitude W.

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Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

4 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 3(APODI)

Localização: RN: Açu, Mossoró

Justificativa para inclusão: A exploraçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer para abaste-cimento humano ou irrigação, aliada aosdesmatamentos e queimadas, vem prejudi-cando os setores de recarga assim comocausando rebaixamento nos níveis piezo-métricos que podem comprometer, seria-mente, a acumulação de água no futuropróximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no oeste do estadodo Rio Grande do Norte, zona do sertão,nas seguintes coordenadas: Açú: 5.57667Lat S e 36.9086 Long W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

5 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 4(ARARIPE)

Localização: CE: Barbalha, Missão Velha,Crato, Juazeiro do Norte.

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveis

piezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no estado do Ceará,região do Cariri, nas seguintes coordena-das: Crato: 7.23417 latitude S e 39.4094longitude W; Juazeiro do Norte: 7.21306latitude S e 39.3153 longitude W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminaçãoprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

6 - AQÜÍFEROS SUBTERRÂNEOSEM BACIAS SEDIMENTARES ÁREA 5(PARNAÍBA)

Localização: PI: Jaicós, Picos

Justificativa para inclusão: A explotaçãoindiscriminada dos aqüíferos subterrâneosem áreas sedimentares, quer paraabastecimento humano ou irrigação, aliadaaos desmatamentos e queimadas, vemprejudicando os setores de recarga assimcomo causando rebaixamento nos níveispiezométricos que podem comprometer,seriamente, a acumulação de água nofuturo próximo.

Aspectos físicos/geográficos: As baciassedimentares interiores do Nordesteconstituem expressões topográficas bemdefinidas com extensão regional a sub-regional. Localizam-se no Estado do Piauíborda oriental da província do Parnaíba, nasseguintes coordenadas: Picos: 7.07694latitude S e 41.4669 longitude Wr; Jaicós:7.35917 latitude S e 41.1378 longitude W.

Pressões antrópicas: Super exploração dosaqüíferos; desmatamento e queimadas noentorno das zonas de recarga; intrusão deagentes patogênicos e contaminação porprodutos químicos nos lençóis freáticos.

Ações recomendadas: Uso sustentável;investigação científica.

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7 - CAATINGA SETENTRIONAL

Localização: PE: Buíque, São Joaquim doMonte, Agrestina, Águas Belas, Alagoinha,Venturosa, Tacaimbó, São Caetano, SãoBento do Una, Sanharó, Sairé, Pesqueira,Pedra, Paranatama, Caruaru, Capoeiras,Camocim de São Félix, Caetés, Cachoei-rinha, Brejo da Madre de Deus, Bezerros,Belo Jardim, Altinho.

Justificativa para inclusão: A referida áreaapresenta alto grau de susceptibilidade àdesertificação, elevada biodiversidadeflorística, e tensão ecológica. Devido à fortepressão antrópica, é necessária a proteçãoaos recursos hídricos da área.

Aspectos físicos/geográficos: A área situa-se no agreste de Pernambuco, entre os riosIpanema e Ipojuca. Área de altimetriavariando entre 500 a 800 metros dealtitude.

Pressões antrópicas: Desmatamento;efluentes industriais e domésticos nosprincipais recursos hídricos da região;gestão inadequada; crescente densidadedemográfica.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

8 - RIO PARNAÍBA

Localização: MA: Brejo, Santa Quitéria doMaranhão, Aroiases, Magalhães deAlmeida, São Bernardo; CE: Ibiapina, SãoBenedito, Ubajara, Tinguá, Viçosa doCeará; PI: Brasileira, Domingos Mourão,Carnaubal, Cocal, Piracuruca, São José doDivino, Batalha, Capitão de Campos,Campo Maior, Alto Longá, Coivaras,Cabeceiras do Piauí, Barras, Esperantina,Joaquim Pires, Buriti dos Lopes, Parnaíba.

Justificativa para inclusão: O desmata-mento das matas ciliares, provocado pelaação do homem no rio Parnaíba, vemcausando assoreamento da sua calhaafetando a navegabilidade, além deprejudicar a economia que depende dapesca. O delta do Parnaíba, importanteecossistema, também deve ser preservadoda ação do homem, quer através doturismo ou da pesca predatória. A proteçãodos recursos hídricos e o elevado grau de

susceptibilidade à desertificação são fatoresessenciais para a recuperação destemanancial.

Aspectos físicos/geográficos: A área objetodesta ação compreende o médio e baixotrecho do rio Parnaíba, localizado na regiãolimítrofe dos estados do Piauí e Maranhão.

Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento;gestão inadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

9 - AÇUDE ARARAS

Localização: CE: Santana do Acaraú, Coreaú,Moraújo, Uruoca, Granja, Massapê,Monsenhor Tabosa, Tamboril, Catunda, SantaQuitéria, Hidrolândia, Nova Russas, Ipueiras,Ipu, Pires Ferreira, Varjota, Reriutaba, Cariré,Groaíras, Forquilha, Sobral.

Justificativa para inclusão: Principalreservatório de perenização do rio Acaraú, oAçude Araras se constitui no único manancialde abastecimento humano, animal e práticasde irrigação do setor oeste do Ceará. Osconflitos de uso da água, além do lançamentode efluentes e práticas inadequadas deirrigação, induzem à sua proteção, e o elevadograu de susceptibilidade à desertificaçãoconstituem-se em fatores essenciais para arecuperação deste manancial.

Aspectos físicos/geográficos: O Açude Ararasé o principal reservatório do oeste do Cearáe perenizador do rio Acaraú, que corre nosentido sul-norte.

Pressões antrópicas: Assoreamento; gestãoinadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

10 - AÇUDE ORÓS E RIO JAGUARIBE

Localização: CE: Saboeiro, Aiuaba, Russas,Jaguaruana, Quixerê, Tabuleiro do Norte,Limoeiro do Norte, Morada Nova, São Joãodo Jaguaribe, Alto Santo, Jaguaretama,Jaguaribara, Icó, Jaguaribe, Quixelô, Orós,Cariús, Iguatu, Jucás, Acopiara, Mombaça,Tauá, Catarina, Antonina do Norte.

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Justificativa para inclusão: O desmatamentodas matas ciliares, provocado pela ação dohomem no rio Jaguaribe, aliado aos projetosde irrigação mal dimensionados, vemcausando assoreamento da sua calha, alémde prejudicar a economia que depende dapesca. O açude Orós, principal manacial deperenização deste rio, também deve serpreservado da ação do homem, quer atravésdo turismo ou da pesca predatória.A proteção dos recursos hídricos e o elevadograu de susceptibilidade à desertificação sãofatores essenciais para a recuperação destemanancial.

Aspectos físicos/geográficos: O rioJaguaribe é o principal manancial do estadodo Ceará, correndo na direção sul-norte, e,na área selecionada, próximo do limite comos estados da Paraíba e Rio Grande doNorte. O Açude Orós, principal agenteperenizador do Jaguaribe, corresponde oprimeiro açude do Estado em volume deágua, e está situado no municípiohomônimo.

Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento;gestão inadequada.

Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

11 - RIO PIRANHAS E AÇU

Localização: PE: Brejo Santo, Barro, Mauriti;PB: Santana de Mangueira, Coremas, Brejoda Cruz, Belém do Brejo da Cruz, São Joãodo Rio do Peixe, Ibiara, Monte Horebe,Conceição, Bonito de Santa Fé, Aguiar,Carrapateira, Serra Grande, São José deCaiana, São José de Piranhas, Diamante, BoaVentura, Pedra Branca, Itaporanga, Igaracy,Santana dos Garrotes, Piancó, São José daLagoa Tapada, Nazarezinho, Cajazeiras,Souza, Emas, Pombal, Paulista, Riacho dosCavalos, São Bento; RN: Serra Negra doNorte, Jardim das Piranhas, São Fernando,Santana dos Matos, São Rafael, AugustoSevero, Jucurutu, Paraú, Alto do Rodrigues,Afonso Bezerra, Ipanguaçu, Macau,Pendência, Serra do Mel, Areia Branca,Carnaubais.

Justificativa para inclusão: O desmatamentodas matas ciliares, provocado pela ação dohomem no rio Piranhas/Açu, principalmanancial do semi-árido dos estados daParaíba e Rio Grande do Norte, temprovocado o assoreamento e a consequenteinundação das margens nos períodos deinverno. Principal manancial de recarga daBarragem de Açu, maior reservatório doestado do Rio Grande do Norte, será oprincipal meio de transporte das águas doSão Francisco. A proteção dos recursoshídricos e o elevado grau de susceptibilidadeà desertificação são fatores essenciais para arecuperação deste manancial.Aspectos físicos/geográficos: O Rio Piranhas/Açu, que corta os estados da Paraíba e RioGrande do Norte, está localizado no sertãodesses estados, portanto inserido comple-tamente no semi-árido.Pressões antrópicas: Desmatamento equeimadas das matas ciliares; lançamentode agentes poluidores; assoreamento; gestãoinadequada.Ações recomendadas: Uso sustentável;restauração.

12 - ÁREA DE CARVOEJAMENTOLocalização: PE: Arcoverde, Buíque,Tupanatinga, Calumbi, Flores, Betânia,Serra Talhada, Ibimirim, Floresta, Sertânia,Custódia.Justificativa para inclusão: Existência degrande exploração da vegetação nativa paraa produção de carvão vegetal, necessitandode manejo visando impedir a retiradapredatória.Aspectos físicos/geográficos: A área situa-se no semi-árido pernambucano, limi-tando-se pelos municípios de Cruzeiro doNordeste, Custódia, Sertânia, Floresta,Ibimirim e Serra Talhada.Pressões antrópicas: Exploração irracionalda vegetação nativa.Ação recomendada: Uso sustentável.

13 - RASO DA CATARINALocalização: BA: Santa Brígida, Glória,Rodelas, Macururé, Jeremoabo, Canudos,Paulo Afonso.

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Justificativa para inclusão: Esta área temcomo características gerais uma baixa amédia potencialidade do ponto de vista daagropecuária. A agricultura restringe-sepraticamente a culturas para subsistênciae o excedente para comercialização emfeiras locais. A inclusão desta áreadepreende-se dela apresentar umavegetação nativa de caatinga arbóreaarbustiva, que serve de refúgio para a faunasilvestre e também como uma reserva demuitas espécies vegetais específicas destestipos de ambientes.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zonacaracteriza-se por clima muito quente comchuvas de outono, com uma precipitaçãomédia de 600mm. Apresenta superfíciesplanas cortadas pelos entalhes profundosdos rios Macururé e Vaza Barris. Os solospredominantes são: areias, bruno nãocálcicos, litólicos e solos aluviais.

Pressões antrópicas: Zona de ocupaçãomuito fraca, aproximadamente umhabitante por quilômetro quadrado epredominância de médias propriedades(100-200ha). Predomínio absoluto dapecuária extensiva de caprinos e ovinos emsistema de subsistência.

Ação recomendada: Proteção integral.

14 - NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO

Localização: PE: Belém de São Francisco,Cabrobó, Orocó.

Justificativa para inclusão: Já são expressivasas áreas sujeitas a processos de desertificaçãono interior do semi-árido, quer a exploraçãode suas terras estejam sendo feitas em grandeou pequena escala. Em decorrência, resultamfragilidades econômicas e sociais con-sideráveis, potencializadas pela ocorrênciados repetidos eventos das secas, ne-cessitando providências no campo da gestãoeconômica do meio ambiente.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zona estácaracterizada por superfícies aplainadas derelevo suave ondulado com elevaçõesresiduais. Apresenta um clima quente e semi-árido com estação chuvosa no outono. Estáinserida no sertão do Moxotó, no estado dePernambuco.

Pressões antrópicas: Zona com poten-cialidade baixa a média, com uma densidadedemográfica em torno de 28 hab/km2.A pecuária praticada é extensiva comatividades agrícolas limitadas. Aproximada-mente 90% das propriedade tem menos de50 hectares.

A vegetação nativa é alvo permanente deexploração, daí a expressiva degradaçãoambiental.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.

15 - POLO GESSEIRO

Local ização: PE: Araripina, Ipubi,Trindade, Exu, Ouricuri, Bodocó; PI:Simões.

Justificativa para inclusão: As atividadesde mineração constituem-se ematividades transformadoras do meioambiente. O polo gesseiro do Araripe vem,ao longo dos anos, utilizando-se dosrecursos vegetais da Caatinga comoelemento principal na calcinação dagipsita, provocando uma total devastaçãoda biota nativa e a sua consequenteexaustão. A necessidade de um programaadequado de manejo e a restauração davegetação são elementos fundamentaispara a recuperação da área objeto deintervenção.

Aspectos físicos/geográficos: Esta zona estácaracterizada por superfícies altas, poucodissecadas, predominantemente planas notopo das chapadas, com vertentesíngremes nas bordas. Apresenta climaquente e semi-árido com estação chuvosade verão, com precipitação média de930mm. A zona em questão é conhecidacomo Chapada do Araripe.

Pressões antrópicas: Desmatamentointensivo com remoção quase quecompleta da vegetação nativa. Atividadesindustriais desordenadas e gestãoinadequada dos recursos florestais.Apresenta uma densidade demográficamédia em torno de 30 hab/km2.

Ações recomendadas: Restauração; usosustentável.