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193 Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. http://enem.fdr.com.br Inscreva-se já! 12 fascículo Carlos Davyson Xavier Targino Francisco Antônio Martin(Max) Sílvio Mota Matemática e suas Tecnologias Ana Barros Jucá Cláudio Neves Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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193Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha.

É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime.

http://enem.fdr.com.br

Inscreva-se já!

12fascícu

lo

Carlos Davyson Xavier Targino

Francisco Antônio Martin(Max)

Sílvio Mota

Matemática e suas Tecnologias

Ana Barros Jucá

Cláudio Neves

Linguagens, Códigose suas Tecnologias

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Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio FalcãoCoordenação do Curso: Sílvio Mota Coordenação Editorial: Eloísa Vidal, Ricardo MouraCoordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin

Coordenação de Design Gráfi co: Deglaucy Jorge TeixeiraProjeto Gráfi co e Capas: Mikael Baima, Suzana Paz, Welton TravassosEditoração Eletrônica: Mikael Baima, Welton Travassos Ilustrações: Suzana PazRevisão: Wilson Pereira da Silva

Os gráfi cos e as tabelas representam formas de comunicação que possibilitam a trans-missão de um grande número de informa-

ções de modo sintético e fácil, sendo um importante recurso para a resolução de problemas do cotidiano. Interpretar gráfi cos refere-se à habilidade de ler, ou seja, de extrair sentido dos dados. Enumeraremos a seguir, uma série de habilidades matemáticas que são necessárias à compreensão de uma representa-ção de dados através de gráfi cos:1. Localizar pontos extremos (máximo e mínimo)2. Localizar, classifi car e quantifi car as varia-

ções (crescimento, decrescimento)3. Localizar e quantifi car a maior ou menor va-

riação (crescimento e decrescimento)4. Localizar uma categoria a partir do valor da

frequência (eixo x)5. Localizar o valor da frequência de uma cate-

goria (eixo y).

Utilizar informações expressas em

gráfi cos ou tabelas para fazer infe-

rências.

Desenvolvendo Habilidades H-24

Texto de referênciaCombate ao desmatamento na Amazônia

O aumento do desmatamento na região amazô-nica resultou, de um lado, da exaustão das fl orestas da Mata Atlântica e do esgotamento progressivo das fl orestas tropicais da Ásia. De outro, o desequi-líbrio estrutural nas outras regiões do Brasil, aliado à implantação de grandes empreendimentos, como a abertura de estradas, a construção de usinas hi-

drelétricas, a implantação de grandes projetos de mineração e os próprios projetos de assentamento e reforma agrária do governo contribuíram – e conti-nuam contribuindo, direta ou indiretamente – para que milhares de famílias de agricultores e desem-pregados migrem para o Pará e outros estados da Amazônia, por não encontrarem, em seus locais de origem, as condições básicas necessárias para terem uma vida digna. Não podemos confundir os impac-tos primários, qualquer que seja o tipo de explora-ção, com os impactos secundários da colonização espontânea e o desmatamento total associados à agricultura de corte e queima, problemas seculares de origem socioeconômica agravados com a ino-perância e até mesmo a omissão do Estado, com relação à exigência de compensações no processo de licenciamento ambiental de grandes empreendi-mentos.Nelson Batista Tembra, engenheiro agrônomo e consultor ambiental. htt p://www.ecodebate.com.br/. Texto adaptado.

Questão 01O gráfi co e a tabela a seguir, ambos retirados do rela-tório Prodes2008, representam a taxa de desmatamen-to anual da Amazônia Legal (1988-2008) e as ações de fi scalização, respectivamente:

Competência de área V: Interpretar informações de natureza científi ca e social obtidas da leitura de gráfi cos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, inter-polação e interpretação.

Expediente

Matemáticas e suas Tecnologias

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195Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Ações Integradas Fiscalização 2003 2004 2005 2006 2007

Número de Operações 32 26 57 105 134

Efetivo IBAMA 198 247 580 1078 1076

Efetivo EXÉRCITO 42 75 454 177 1162

Efetivo Polícia Militar 68 96 159 510 539

Efetivo Polícia Federal 38 78 780 740 89

Efetivo Polícia Rodoviária 24 53 56 23 236

370 549 2029 2528 3102

Das informações mostradas, podemos observar que:a) o aumento das fi scalizações integradas a órgãos

desvinculados do Ministério do Meio Ambiente não apresenta resultados positivos, devido à falta de conhecimento técnico do efetivo desses órgãos.

b) a clara redução anual na taxa de desmatamento deve-se, exclusivamente, à intensifi cação da fi sca-lização.

c) a partir de 2003, início das fi scalizações integradas do IBAMA com Exército e Polícias, percebe-se uma queda constante nas taxas de desmatamento da Amazônia Legal.

d) o decrescimento nas taxas de desmatamento anual da Amazônia Legal coincide com a intensifi cação das fi scalizações conjugadas.

e) o decrescimento nas taxas de desmatamento da Amazônia Legal é proporcional ao número de operações realizadas.

Solução comentada: Para a resolução da questão, co-mentaremos cada um dos itens.a)Errado, pois percebemos que houve uma nítida re-dução na taxa de desmatamento, portanto as fi scaliza-ções estão resultando positivamente.b)Houve, indiscutivelmente, redução na taxa de des-matamento, porém não podemos ligar esta redução exclusivamente às fi scalizações, pois não dispomos de outros dados que garantam esta exclusividade.c)Houve decrescimento, mas o gráfi co não nos permi-te afi rmar, com certeza, que houve um decrescimento constante. d)Correto. O decrescimento coincide com o aumento das fi scalizações. Não podemos afi rmar que este au-mento das fi scalizações é o único responsável, ou o maior responsável, ou até se houve relação entre as fi scalizações e a queda das taxas. Podemos afi rmar apenas que houve uma coincidência de fatos; outras informações podem nos garantir com maior efi cácia esta relação.e)A mesma resposta do item C.Resposta: D

Resolver problema com dados apre-

sentados em tabelas ou gráfi cos.

Desenvolvendo Habilidades H-25

Texto de referência 1

A água que você não vêNós temos sede, e tudo o que consumimos,

também. Veja, aqui, o quanto de água potável é necessário para produzir itens do nosso cotidia-no que já compramos “prontos”, como mantei-ga, carne, arroz e cerveja. Em:htt p://planetasustentavel.abril.com.br/infografi cos/

Texto de referência 2Cesta Básica

Cesta básica é o nome dado a um conjunto formado por produtos utilizados por uma fa-mília durante um mês. Este conjunto, em geral, possui gêneros alimentícios, produtos de higie-ne pessoal e limpeza.

Não existe um consenso sobre quais produ-tos formam a cesta básica, sendo que a lista de produtos inclusos pode variar de acordo com a fi nalidade para a qual é defi nida, ou de acordo com o distribuidor que a compõe. Há leis em al-guns estados brasileiros que proporcionam isen-ção de impostos sobre produtos da cesta básica defi nida por cada um deles.

No Brasil, o Dieese utiliza a Cesta Básica Na-cional, ou Ração Essencial Mínima, composta de treze gêneros alimentícios com a fi nalidade de monitorar a evolução do preço deles através de pesquisas mensais em algumas capitais dos es-tados brasileiros. A quantidade dos gêneros na cesta varia conforme a região.Fonte: htt p://pt.wikipedia.org/wiki/Cesta_basica

Questão 2A tabela a seguir mostra alguns dos itens da cesta bá-sica de Fortaleza e suas respectivas quantidades:

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Produtos Quantidades

Carne(boi) 4,5kg

Leite 7kg

Arroz 3kg

Banana 7,5kg

Manteiga 750g

htt p://www.dieese.org.br/rel/rac/cesta.xml

Baseando-se no texto de referência 1, serão gastos, aproximadamente, quantos litros de água para a pro-dução dos itens acima citados?a) 56.000. b) 78.000. c) 106.000.d) 125.000. e) 152.000.Solução Comentada: A solução desta questão exige do aluno bastante atenção com as contas.Observe:Carne 4,5 x 17.100 = 76.950 litrosLeite 7 x 712,5 = 4.987,5 litrosArroz 3 x 2500 = 7.500 litrosBanana 7,5 x 499 = 3.742,5 litrosManteiga 0,75 x 18.000 = 13.500 litros

Total de água: 76.950 + 4.987,5 + 7.500 + 3.742,5 + 13.500 = 106.680 li-trosResposta: C

Analisar informações expressas em

gráfi cos ou tabelas como recurso

para a construção de argumentos.

Desenvolvendo Habilidades H-26

Texto de referênciaMistura de álcool e direção dá multa a 272 motoristas no fi m de semana

A mistura de álcool e direção foi a responsá-vel pelo fl agrante em 272 motoristas, por equi-pes do Detran, no seu trabalho de fi scalização com base na Lei Seca, no fi nal de semana, de quinta-feira (3) a domingo (6), em que se reali-zaram 32 operações. Sete condutores foram de-tidos porque o resultado do teste no etilômetro apontou um índice acima de 0,30mg por cada litro de ar expelido pelos pulmões. Abaixo desse índice (a partir de 0,13mg), o infrator recebe a penalidade administrativa.

Os motoristas multados administrativamen-te tiveram o índice entre 0,13mg e 0,29mg de álcool por cada litro de ar expelido pelos pul-mões. Os casos em que o condutor é encaminha-do para delegacias ocorre quando o resultado do teste de bafômetro aponta o teor de álcool igual ou acima de 0,3mg de álcool por cada litro de ar expelido pelos pulmões. Além da multa e do processo administrativo, o motorista tam-bém responderá a processo criminal.

Assessoria de Imprensa do DetranPaulo Ernesto SerpaEm: htt p://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias (adaptado).

Questão 3O metabolismo do álcool e o teor de concentração no sangue dependem de fatores como peso corporal, condições e tempo após a ingestão. O gráfi co mostra a variação da concentração de álcool no sangue de um indivíduo que bebeu três latas de cerveja após o jantar.

A conversão dos valores do teor de álcool no ar expi-rado (TAE), medido pelo bafômetro em teor de álcool no sangue (TAS), é baseada no princípio de que 1mg de álcool por litro de ar expirado equivale a 2,3g de álcool por litro de sangue.Para não infringir a Lei Seca, este indivíduo só pode-rá dirigir após, aproximadamente:a) duas horas e meia.b) três horas e meia.c) quatro horas.d) cinco horas.e) seis horas e meia.Solução comentada: Primeiramente, é importan-te compreender do texto que o limite tolerável é de 0,13mg de álcool por cada litro de ar expelido. Em se-gundo lugar, para transformar essa medida de álcool

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197Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

cos decorre da escolha das diferentes escalas.e) os dois Gráfi cos são incomparáveis, pois usam es-

calas diferentes.__________________________________________Q2. Área – 6 / Habilidade 24 (Enem 2008)

No gráfi co acima, estão especifi cados a produção bra-sileira de café, em toneladas; aárea plantada, em hectares (ha); e o rendimento mé-dio do plantio, em kg/ha, no período de 2001 a 2008.A análise dos dados mostrados no gráfi co revela que:a) a produção em 2003 foi superior a 2.100.000 tonela-

das de grãos.b) a produção brasileira foi crescente ao longo de todo

o período observado.c) a área plantada decresceu a cada ano no período de

2001 a 2008.d) os aumentos na produção correspondem a aumen-

tos no rendimento médio do plantio.e) a área plantada em 2007 foi maior que a de 2001.

__________________________________________Q3. Área – 6 / Habilidade 24 (Enem 2009)A suspeita de que haveria uma relação causal entre tabagismo e câncer de pulmão foi levantada pela pri-meira vez a partir de observações clínicas. Para testar essa possível associação, foram conduzidos inúmeros estudos epidemiológicos. Dentre esses, houve o estu-do do número de casos de câncer em relação ao núme-ro de cigarros consumidos por dia, cujos resultados são mostrados no gráfi co a seguir:

no ar expelido para álcool no sangue, utilizaremos o dado da questão que estabelece a seguinte relação:1mg álcool/ L de ar corresponde a 2,3g álcool /L de sangue, portanto, 0,13mg / L de ar corresponde a 0,13 x 2,3 = 0,299g de álcool/ L de sangue.Concluímos que o limite tolerável de álcool no san-gue, segundo a lei, é 0,299g/L.Nosso objetivo é determinar quanto tempo após a in-gestão, esse consumidor apresentará no sangue a taxa 0,299g/L. Observando o gráfi co, vemos que, após cin-co horas, o teor de álcool no sangue desse indivíduo é, aproximadamente, 0,3g/L, logo ele poderá dirigir após cerca de cinco horas. Resposta: D

Aprenda Fazendo

Q1. Área – 6 / Habilidade 24 (Enem 1999)

Para convencer a população local da inefi ciência da Companhia Telefônica Vilatel na expansão da ofer-ta de linhas, um político publicou no jornal local o Gráfi co I, abaixo representado. A Companhia Vilatel respondeu publicando dias depois o Gráfi co II, onde pretende justifi car um grande aumento na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram instaladas, efetivamente, 200 novas linhas telefônicas. Analisando os gráfi cos, pode-se concluir que:a) o Gráfi co II representa um crescimento real maior

do que o do Gráfi co I.b) o Gráfi co I apresenta o crescimento real, sendo o

Gráfi co II incorreto.c) o Gráfi co II apresenta o crescimento real, sendo o

Gráfi co I incorreto.d) a aparente diferença de crescimento nos dois gráfi -

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Centers for Disease Control and Prevention CDC-EIS Summer Cour-

se – 1992 (adaptado).De acordo com as informações do gráfi co: a) o consumo diário de cigarros e o número de casos

de câncer de pulmão são grandezas inversamente proporcionais.

b) o consumo diário de cigarros e o número de casos de câncer de pulmão são grandezas que não se re-lacionam.

c) o consumo diário de cigarros e o número de casos de câncer de pulmão são grandezas diretamente proporcionais.

d) uma pessoa não fumante certamente nunca será diagnosticada com câncer de pulmão.

e) o consumo diário de cigarros e o número de casos de câncer de pulmão são grandezas que estão rela-cionadas, mas sem proporcionalidade.

__________________________________________Q4. Área – 6 / Habilidade 25 (Enem 2006)Uma cooperativa de radiotáxis tem como meta atender, em no máximo 15 minutos, a pelo menos 95% das chama-das que recebe. O controle dessa meta é feito ininterrup-tamente por um funcionário que utiliza um equipamen-to de rádio para monitoramento. A cada 100 chamadas, ele registra o número acumulado de chamadas que não foram atendidas em 15 minutos. Ao fi nal de um dia, a co-operativa apresentou o seguinte desempenho:Total acumulado de chamadas 100 200 300 400 482

Número acumulado de chamadas não atendi-das em 15 minutos

6 11 17 21 24

Esse desempenho mostra que, nesse dia, a meta esta-belecida foi atingida:a) nas primeiras 100 chamadas.b) nas primeiras 200 chamadas.c) nas primeiras 300 chamadas.d) nas primeiras 400 chamadas.e) ao fi nal do dia.

Q5. Área – 6 / Habilidade 25 (Enem 2007)O gráfi co abaixo, obtido a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o crescimento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.

Se mantida, pelos próximos anos, a tendência de cres-cimento mostrada no gráfi co, o número de espécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a:a) 465. b) 493. c) 498. d) 538. e) 699.__________________________________________Q6. Área – 6 / Habilidade 25 (Enem 2008)Uma pesquisa da ONU estima que, já em 2008, pela primeira vez na história das civilizações, a maioria das pessoas viverá na zona urbana. O gráfi co a seguir mostra o crescimento da população urbana desde 1950, quando essa população era de 700 milhões de pessoas, e apresenta uma previsão para 2030, baseada em crescimento linear no período de 2008 a 2030.

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De acordo com o gráfi co, a população urbana mundial em 2020 corresponderá, aproximadamente, a quantos bilhões de pessoas?a) 4,00. b) 4,10. c) 4,15. d) 4,25. e) 4,50.__________________________________________Q7. Área – 6 / Habilidade 25 (Enem 2009)O gráfi co a seguir mostra a evolução, de abril de 2008 a maio de 2009, da população economicamente ativa para seis Regiões Metropolitanas pesquisadas.

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego. Disponível em: www.ibge.gov.br.Considerando que a taxa de crescimento da popula-ção economicamente ativa, entre 05/09 e 06/09, seja de 4%, então o número de pessoas economicamente ati-vas em 06/09 será igual a:a) 23.940. b) 32.228. c) 920.800.d) 23.940.800. e) 32.228.000.__________________________________________Q8. Área – 6 / Habilidade 26 (Enem 2007)A queima de cana aumenta a concentração de dióxido de carbono e de material particulado na atmosfera, causa alteração do clima e contribui para o aumento de doenças respiratórias. A tabela abaixo apresenta números relativos a pacientes internados em um hos-pital no período da queima da cana.

Pacientes P r o b l e m a s respiratórios causados pelas queimadas

P r o b l e m a s respiratórios resultantes de outras causas

O u t r a s doenças

Total

Idosos 50 150 60 260

Crianças 150 210 90 450Escolhendo-se aleatoriamente um paciente internado nesse hospital por problemas respiratórios causados pelas queimadas, a probabilidade de que ele seja uma criança é igual a:a) 0,26, o que sugere a necessidade de implementação

de medidas que reforcem a atenção ao idoso inter-

nado com problemas respiratórios.b) 0,50, o que comprova ser de grau médio a gravi-

dade dos problemas respiratórios que atingem a população nas regiões das queimadas.

c) 0,63, o que mostra que nenhum aspecto relativo à saúde infantil pode ser negligenciado.

d) 0,67, o que indica a necessidade de campanhas de conscientização que objetivem a eliminação das queimadas.

e) 0,75, o que sugere a necessidade de que, em áreas atin-gidas pelos efeitos das queimadas, o atendimento hospitalar no setor de pediatria seja reforçado.

__________________________________________Q9. Área – 6 / Habilidade 26 (Enem 2007)

As fi guras acima apresentam dados referentes aos consumos de energia elétrica e de água relativos a cin-co máquinas industriais de lavar roupa comercializa-das no Brasil. A máquina ideal, quanto a rendimento econômico e ambiental, é aquela que gasta, simulta-neamente, menos energia e água.a) Com base nessas informações, conclui-se que, no

conjunto pesquisado, quanto mais uma máquina de lavar roupa economiza água, mais ela consome energia elétrica.

b) a quantidade de energia elétrica consumida por uma máquina de lavar roupa é inversamente proporcio-nal à quantidade de água consumida por ela.

c) a máquina I é ideal, de acordo com a defi nição apre-sentada.

d) a máquina que menos consome energia elétrica não é a que consome menos água.

e) a máquina que mais consome energia elétrica não é a que consome mais água.

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Q10. Área – 6 / Habilidade 26 (Enem 2008)A vida na rua como ela éO Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-te à Fome (MDS) realizou, em parceria com a ONU, uma pesquisa nacional sobre a população que vive na rua, tendo sido ouvidas 31.922 pessoas em 71 cidades brasileiras. Nesse levantamento, constatou-se que a maioria dessa população sabe ler e escrever (74%), que apenas 15,1% vivem de esmolas e que, entre os moradores de rua que ingressaram no ensino supe-rior, 0,7% se diplomou. Outros dados da pesquisa são apresentados nos quadros abaixo.

As informações apresentadas no texto são sufi cientes para se concluir que:

a) as pessoas que vivem na rua e sobrevivem de esmo-las são aquelas que nunca estudaram.

b) as pessoas que vivem na rua e cursaram o ensino fundamental, completo ou incompleto, são aque-las que sabem ler e escrever.

c) existem pessoas que declararam mais de um moti-vo para estarem vivendo na rua.

d) mais da metade das pessoas que vivem na rua e que ingressaram no ensino superior se diplomou.

e) as pessoas que declararam o desemprego como motivo para viver na rua também declararam a decepção amorosa.

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201Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Podemos afi rmar que a língua é, talvez, o maior patrimônio cultural de uma nação. É através de seu idioma que o saber e o sen-

tir, tanto individuais quanto coletivos, se expres-sam. É através dele que sua identidade se afi rma e registra seu modo particular de ver o mundo, de sentir a experiência da vida em seu curso históri-co. É no idioma que fi cam gravadas as peculiari-dades de cada época. E é através de suas transfor-mações que podemos, muitas vezes, fl agrar, no tempo, em análise diacrônica, as transformações sofridas pela sociedade que a utiliza.

Não é por acaso que Fernando Pessoa diz que “minha pátria é a língua portuguesa”.

Leiamos, sobre esses conceitos, o seguinte co-mentário do sociólogo Gilberto Freyre:

A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais do-ces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas fi nais moles; palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem um sabor quase afri-cano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá, lili (…)

Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da ama negra junto à criança; do es-cravo preto junto ao fi lho do senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contacto do senhor com o escravo, um amolecimento de resultados às vezes deliciosos para o ouvido. Efeitos semelhantes aos que sofreram o inglês e o francês noutras partes da América, sob a mes-ma infl uência do africano e do clima quente.(Freyre, Gilberto. Casa-Grande & Senzala, 9a ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)

Repare que Freyre associa a língua com a culinária e com a relação entre senhores e escra-vos. E não há dúvida de que a variante brasileira do português deve sua singularidade, em boa parte, à marcante presença negra em nossa cul-tura.

Mas a competência 8 é enfática ao dizer que o estudante deve “compreender e usar a língua portuguesa”. Não se trata, portanto, de conhecê-la teoricamente, de recitar listas intermináveis de exceções gramaticais ou verbos irregulares. Trata-se de demonstrar compreensão leitora e domínio dos recursos do idioma.

É evidente, como veremos na análise das questões, que o conteúdo gramatical e estilísti-co é, e sempre será, necessário. Esse conteúdo, todavia, aparecerá sempre através de situações concretas, e não necessariamente em textos lite-rários. Porém não se engane: as questões exigem conhecimento da norma culta – inclusive para reconhecer a norma popular. Por isso, o bom de-sempenho nessa área de competência está dire-tamente relacionado ao conhecimento adquirido e consolidado no estudo da gramática, das varia-ções de registro e dos recursos de estilo (como as fi guras de linguagem).

Identifi car, em textos de diferentes

gêneros, as marcas linguísticas que

singularizam as variedades linguísticas

sociais, regionais e de registro.

Desenvolvendo Habilidades H-25

Questão 1 (Enem 2009)Para o Mano CaetanoO que fazer do ouro de toloQuando um doce bardo brada a toda brida,Em velas pandas, suas esquisitas rimas?Geografi a de verdades, Guanabaras postiçasSaudades banguelas, tropicais preguiças?

Competência de área VIII: Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de signifi cação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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A boca cheia de dentesDe um implacável sorrisoMorre a cada instanteQue devora a voz do morto, e com isso,Ressuscita vampira, sem o menor aviso[...]E eu soy lobo-bolo? lobo-boloTipo pra rimar com ouro de tolo?Oh, Narciso Peixe OrnamentalTease me, tease me1 outra vezOu em banto baianoOu em português de PortugalSe quiser, até mesmo em americanoDe Natal[...]1 Tease me (caçoe de mim, importune-me).LOBÃO. Disponível em: htt p://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fi m de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2).b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3).c) “Que devora a voz do morto” (v. 9).d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v.11-12).e) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14).Solução comentada: Vamos, primeiro, a uma análise do texto. Trata-se de um texto marcado pela intertex-tualidade, ou seja, pelas referências a outros textos e autores. O próprio título (Para o mano Caetano) nos fornece uma pista segura. Lobão, o autor da letra, re-fere-se a Caetano Veloso, um dos expoentes do Tropi-calismo, movimento musical que emergiu no Brasil na década de 1960. Os tropicalistas trouxeram para a cena musical brasileira uma boa dose de irreverência e uma concepção eclética de arte que resgatava o espírito dos primeiros modernistas (principalmente a ideia de “an-tropofagia cultural”, de Oswald de Andrade). Vieram para fazer uma “geleia geral”, expressão ti-rada do título de uma de suas composições mais fa-mosas, misturando infl uências do cinema, da MPB e do rock. Lobão segue essa receita e, em seu texto, faz inúmeras alusões à cena cultural brasileira dos anos 60 e 70, bem como à literatura em geral. Vejamos alguns exemplos:1. “ouro de tolo” – título de uma canção de Raul Seixas.2.“doce bardo” – possível trocadilho envolvendo o grupo Os Doces Bárbaros e o vocábulo “bardo” (vate, poeta de renome – termo geralmente empregado em relação a Shakespeare).3.“brida” – Alusão a outra canção de Raul Seixas.4.“velas pandas” – Alusão ao poema Hora Absurda,

de Fernando Pessoa (“O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas”), repleto de rimas raras.5.“tropicais preguiças” – alusão ao Tropicalismo e, possivelmente, ao personagem Macunaíma, de Mário de Andrade, famoso por sua indolência.6.“A boca cheia de dentes” – citação de trecho de um verso de canção de Raul Seixas.7.“lobo-bolo? lobo-bolo” – Jogo de palavras emprega-do por Chico Buarque na peça Chapeuzinho Amarelo.Há ainda outras referências, menos explícitas. Na verdade, Lobão brinca com as palavras com rara habilidade, assim como o faz Caetano Veloso, e parece querer deixar claro ao leitor sua variedade de infl uên-cias e seu repertório de recursos. Poderíamos afi rmar, portanto, que temos a forte presença da metalingua-gem, uma vez que o texto fala sobre seus próprios re-cursos, como a rima.E o comando da questão trata desses recursos, exi-gindo que o candidato identifi que o extrato sonoro (aliteração ou assonância, por exemplo) e o emprego da linguagem coloquial. Porém fi que atento, porque o item correto deverá contemplar ambos.Vamos à analise dos itens:a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” – O item contempla apenas uma das exigências do coman-do, o uso da aliteração, ou seja, a repetição do som con-sonantal, no caso do fonema /b/. Portanto está incorreto.b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” – Mais uma vez, apenas uma das exigências é contemplada, o uso da linguagem coloquial, através do termo “es-quisitas”. Ou seja, está incorreto.c) “Que devora a voz do morto” – Vemos a presença da assonância, através da repetição da vogal “o”. Não há, porém, a presença da linguagem coloquial. Incorreto.d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo?” - O pri-meiro verso traz a aliteração (/b/ e /l/) e assonância (repeti-ção da vogal “o”. O segundo emprega a linguagem colo-quial na expressão “tipo pra”. É, portanto, o item correto.e) “Tease me, tease me outra vez” – Aqui temos um exemplo de estrangeirismo (usualmente um vício de linguagem, mas aqui empregado como recurso de es-tilo), com a interpolação do verbo e do pronome em inglês. Até podemos perceber aliteração e assonância, porém não há o emprego de termos coloquiais, o que torna o item incorreto.Perceba que a questão exige conhecimento específi -co de fi guras de linguagem e variações de registro e apresenta um relativo grau de difi culdade, pois o can-didato poderia fi car em dúvida entre alguns itens, que estão parcialmente corretos. Mas lembre-se: parcialmente correto, é incorreto.Resposta:D

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203Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

seja um ser algo primitivo com difi culdade de expres-são e assim sabota a estereotipação?- Estereoquê?- Um chato?- Isso.Correio Braziliense, 13/05/1998.

O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da

entrevista, e a saudação fi nal dirigida à sua mãe.b) a linguagem muito formal do jogador, inadequa-

da à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.

c) o uso da expressão “galera” , por parte do entre-vistador, e da expressão “progenitora” , por parte do jogador.

d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação” , e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça” .

e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não cor-responder ao estereótipo.

Solução comentada: Luís Fernando Veríssimo, em sua crônica, tira sua nota de humor através da cons-trução de uma situação inusitada, que subverte as ex-pectativas do leitor. Os jogadores de futebol, em gran-de parte, são oriundos das classes economicamente mais humildes. Boa parcela deles tem escolaridade incompleta, até porque muitos abandonam os estudos justamente por causa das possibilidades de ascensão social que o esporte oferece. Daí que tenhamos um estereótipo (imagem modelo) do jogador de futebol. Esperamos que seu discurso seja quase sempre marcado pela oralidade e pelo em-prego de lugares-comuns (termos desgastados pelo uso), gírias e jargões. E aqui vale fazer uma distinção entre gíria e jargão. Ambos empregam termos cujo sentido não é conhecido, a priori, por todos os falantes da língua. Porém:

- A gíria está ligada a um grupo social (jovens, por exemplo). - O jargão, por sua vez, relaciona-se com uma pro-fi ssão (dizemos, por exemplo, o jargão dos médicos, advogados etc.).Voltando ao texto, o caso é que o personagem da crônica, embora seja um jogador de futebol, não se expressa como tal. Perceba que ele responde às per-guntas de modo sofi sticado e, muitas vezes, rebusca-do, fazendo uso de paráfrases. Diante do espanto do repórter, o jogador chega mesmo a baixar seu registro, “traduzindo” suas respostas em linguagem coloquial.

Relacionar as variedades linguísticas a

situações específi cas de uso social.

Desenvolvendo Habilidades H-26

Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portugue-sa, saber adequar o uso da linguagem ao con-texto discursivo. Para exemplifi car este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discur-so oral que fogem à expectativa do ouvinte.

Questão 2 (Enem 1998)Aí, GaleraJogadores de futebol podem ser vítimas de estereoti-pação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação” ? E, no entanto, por que não?- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.-Minha saudação aos afi cionados do clube e aos de-mais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.- Como é?- Aí, galera.- Quais são as instruções do técnico?- Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energiaotimizada, na zona de preparação, aumentam as pro-babilidades de, recuperado o esférico,concatenarmos um contragolpe agudo com parcimô-nia de meios e extrema objetividade,valendo-nos da desestruturação momentânea do sis-tema oposto, surpreendido pela reversãoinesperada do fl uxo da ação.- Ahn?- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.- Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?- Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível epiegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, in-clusive, genéticas?- Pode.- Uma saudação para a minha progenitora.- Como é?- Alô, mamãe!- Estou vendo que você é um, um...- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta

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E perceba, ainda, que a linguagem do atleta pare-ce inadequada à situação de fala, uma vez que uma entrevista sobre futebol não é o momento adequado para demonstrar sua cultura empregando um voca-bulário difícil e tortuoso.Fica fácil perceber que a alternativa B está correta, pois ela descreve sinteticamente as características peculia-res do discurso do atleta e a subversão do estereótipo.Você talvez tenha fi cado em dúvida quanto à alterna-tiva A, mas repare que o comando da questão pede que você reconheça “duas situações relacionadas”, e não dois trechos da entrevista.Resposta: B.

Reconhecer os usos da norma padrão

da língua portuguesa nas diferentes

situações de comunicação.

Desenvolvendo Habilidades H-27

Questão 3 (Enem 2006)Aula de portuguêsA linguagemna ponta da línguatão fácil de falare de entender.A linguagemna superfície estrelada de letras,sabe lá o que quer dizer?Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,e vai desmatandoo amazonas de minha ignorância.Figuras de gramática, esquipáticas,atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.Já esqueci a língua em que comia,em que pedia para ir lá fora,em que levava e dava pontapé,a língua, breve língua entrecortadado namoro com a priminha.O português são dois; o outro, mistério.Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lem-brar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2).b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras”

(v.5 e 6).c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v.14).d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v.15).e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v.17).

O poema de Drummond, que pertence a seu ciclo de poemas sobre a infância e a adolescên-

cia em Minas (reunidos nos volumes de Boitem-po), traz a lembrança das aulas de português de quando menino. E, ao menino que ele era, e que assume a voz lírica da composição, o idioma ensinado na sala de aula é inteiramente distinto daquele que ele fala.

Temos, por conseguinte, uma antítese entre a norma culta (ensinada) e a norma popular (em-pregada no cotidiano). Essa antítese já vem ex-pressa nos primeiros versos:

A linguagemna ponta da línguatão fácil de falare de entender.XA linguagemna superfície estrelada de letrassabe lá o que quer dizer?

Por isso mesmo é que a norma culta o “Profes-sor Carlos Góis, ele é quem sabe”, pois representa um enigma, que o detentor do saber, o professor, pode decifrar. As palavras difíceis o confundem (“atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me”). O eu lírico se reafi rma ignorante e diz (ironica-mente) que já esqueceu “a língua em que comia, / em que pedia para ir lá fora, / em que levava e dava pontapé”. Caracteriza a norma popular, ou seja, o português cotidiano, como “ breve língua entrecortada / do namoro com a priminha.”

E remata o texto reafi rmando a dicotomia entre o idioma que se aprende e o que se fala: “O português são dois; o outro, mistério.” O ou-tro, claro, é o português rebuscado, repleto de recursos de estilo, que lhe era ensinado em sala de aula.

Vê-se, portanto, que os itens C, D e E referem-se claramente à norma popular.

‘O item A poderia causar alguma dúvida por causa da expressão “na ponta da língua”, que poderia induzir a ideia das regras decoradas pelo aluno, mas tal dúvida se desfaz quando voltamos à antítese que abre o poema e vemos que essa expressão está ligada a “fácil de falar / e de entender”.

A alternativa correta é, portanto, a letra B.Resposta: B

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205Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Aprenda fazendo

Q1. Área – 8 / Habilidade 25 (Simulado Inep)

SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segun-do Caderno, 19 dez. 2008, p.7.O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confi rmada primordialmente pela:a) transcrição da fala característica de áreas rurais.b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas co-

munidades rurais.c) emprego de elementos que caracterizam sua lin-

guagem como coloquial.d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, inco-

muns nos meios urbanos.e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas

zonas mais urbanizadas.__________________________________________Q2. Área – 8 / Habilidade 25 (Enem 2009)

BROWNE, C. Hagar, o horrível. Jornal O GLOBO, Segundo Cader-no.20 fev. 2009.

A linguagem da tirinha revela:a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário pró-

prios de épocas antigas.b) o uso de expressões linguísticas inseridas no regis-

tro mais formal da língua.c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo ver-

bal no segundo quadrinho.d) o uso de um vocabulário específi co para situações

comunicativas de emergência.e) a intenção comunicativa dos personagens: a de es-

tabelecer a hierarquia entre eles.__________________________________________Q3. Área – 8 / Habilidade 26 (Enem 2009)

Gerente - Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?Cliente - Estou interessado em fi nanciamento para compra de veículo.Gerente - Nós dispomos de várias modalidades de

crédito. O senhor é nosso cliente?Cliente - Sou Júlio César Fontoura, também sou fun-cionário do banco.Gerente - Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê ta em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

Na representação escrita da conversa telefônica en-tre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo,

caracterizada pela informalidade.b) à iniciativa do cliente em se apresentar como fun-

cionário do banco.c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Mi-

nas Gerais).d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu

nome completo.e) ao seu interesse profi ssional em fi nanciar o veículo

de Júlio.__________________________________________Q4. Área – 8 / Habilidade 26 (Enem 2009 anulado) A escrita é uma das formas de expressão que as pes-soas utilizam para comunicar algo e tem várias fi na-lidades: informar, entreter, convencer, divulgar, des-crever. Assim, o conhecimento acerca das variedades linguísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a língua nas mais diversas situações comunicativas.Considerando as informações acima, imagine que você está à procura de um emprego e encontrou duas empre-sas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você:a) fará uso da linguagem metafórica.b) apresentará elementos não verbais.c) utilizará o registro informal.d) evidenciará a norma padrão.e) fará uso de gírias.__________________________________________Q5. Área – 8 / Habilidade 27 (Enem 1999)

(QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993)

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Observando as falas das personagens, analise o em-prego do pronome SE e o sentido que adquire no con-texto. No contexto da narrativa, é correto afi rmar que o pronome SE:a) em I, indica refl exividade e equivale a “a si mes-

mas”.b) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mes-

ma”.c) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às

outras”.d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas

às outras”.e) em II e III, indica refl exividade e equivale a “a si

mesma ” e “a si mesmas”, respectivamente.__________________________________________Q6. Área – 8 / Habilidade 27 (Enem 2006) No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o va-queiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:Não se conformou: devia haver engano. (...) Com cer-teza havia um erro no papel do branco. Não se des-cobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beij ada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O pa-trão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.Graciliano Ramos. Vidas secas. 91.ª ed.Rio de Janeiro: Record, 2003.No fragmento transcrito, o padrão formal da lingua-gem convive com marcas de regionalismo e de colo-quialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:a) “Não se conformou: devia haver engano” (ℓ.1).b) “e Fabiano perdeu os estribos” (ℓ.3).c) “Passar a vida inteira assim no toco” (ℓ.4).d) “entregando o que era dele de mão beij ada!” (ℓ.4-5).e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” (ℓ.11).__________________________________________Q7. Área – 8 / Habilidade 27 (Enem 1999) Diante da visão de um prédio com uma placa indican-do SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA?

Levado o problema à sala de aula, a discussão girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acen-tuação e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras. Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes conclusões a respeito da palavra PAPALIA:

I. Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveria ser PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona termi-nada em ditongo crescente.II. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPA-LÍA, pois “i” e “a” estariam formando hiato.III. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPA-LIA, pois não haveria razão para o uso de acento gráfi co.A conclusão está correta apenas em:a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.__________________________________________Q8. Área – 8 / Habilidade 25 (Enem 2008)Dick Browne. O melhor de Hagar, o horrível, v. 2. L&PM pocket, p.55-6 (com adaptações).

Assinale o trecho do diálogo que apresenta um regis-tro informal, ou coloquial, da linguagem.a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?!”b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus

chifres cairão!”c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atra-

vessar a rua…”d) “…e ela me deu um anel mágico que me levou a

um tesouro”e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etió-

pia, onde um dragão…”__________________________________________

Q9. Área – 8 / Habilidade 25 (Enem 2008)A EmaO surgimento da fi gura da Ema no céu, ao leste, no anoitecer, na segunda quinzena de junho, indica o

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207Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

início do inverno para os índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte. É limita-da pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul, ou Cut’uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda a água do nosso planeta. Os tupis-guaranis utilizam o Cut’uxu para se orientar e determinar a duração das noites e as esta-ções do ano.A ilustração a seguir é uma representação dos corpos celestes que constituem a constelação da Ema, na per-cepção indígena.

Almanaque BRASIL, maio/2007 (com adaptações).A próxima fi gura mostra, em campo de visão amplia-do, como povos de culturas não-indígenas percebem o espaço estelar em que a Ema é vista.

Internet: <geocities.yahoo.com.br> (com adaptações).Assinale a opção correta a respeito da linguagem em-pregada no texto A Ema.a) A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado pe-

las populações próximas às aldeias indígenas.b) O autor se expressa em linguagem formal em todos

os períodos do texto.c) A ausência da palavra Ema no início do período “É

limitada (...)” caracteriza registro oral.d) A palavra Cut’uxu está destacada em itálico porque

integra o vocabulário da linguagem informal.e) No texto, predomina a linguagem coloquial porque

ele consta de um almanaque.

__________________________________________

Q10. Área – 8 / Habilidade 27 (Enem 2009 anulado)Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.— A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Ire-ne! — comenta Sílvia, maravilhada diante dos cantei-ros de rosas e hortênsias.— Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também — diz Irene, sorrindo. — Já é um custo aguentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.Todas sorriem. Irene prossegue:— Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das fl ores. Eu sou um fracasso na jardinagem.BAGNO, M. A língua de Eulália: Novela Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respei-to que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o emprego dessas for-mas. A personagem Sílvia emprega a forma “senho-ra” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao se referir à interlo-cutora ocorre porque Sílvia:a) pensa que Irene é a jardineira da casa.b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem

em área rural.d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua

família conhecer Irene.e) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com

a qual não tem intimidade.

Conteúdo Extra!

Luis Fernando Verissimo - Biografi a

Nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Verís-simo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quan-do morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, ten-do cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje insepa-rável de seu saxofone.É casado com Lúcia e tem três fi lhos.Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fi ns de 1966, onde começou

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Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.Na opinião de Jaguar “Verissimo é uma fábrica de fa-zer humor. Muito e bom. Meu consolo — comparando meu artesanato de chistes e cartuns com sua fábrica — era que, enquanto eu rodo pelaí com minha grande capacidade ociosa pelos bares da vida, na busca insa-ciável do prazer (B.I.P.), o campeão do humor traba-lha como um mouro (se é que os mouros trabalham). Pensava que, com aquela vasta produção, ele só podia levantar os olhos da máquina de escrever para pingar colírio, como dizia o Stanislaw Ponte Preta. Boemia, papos furados pela noite a dentro, curtir restauran-tes malocados, lazer em suma, nem pensar. De manhã à noite, sempre com a placa “Homens Trabalhando” pendurada no pescoço.”

Extremamente tímido, foi homenageado por uma es-cola de samba de sua terra natal no carnaval de 2000.

Fonte: htt p://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp

Atenção!! Inscreva-se já e tenha acesso a outros materiais sobre o Enem no http://enem.fdr.com.br

Erramos: No fascículo 10, a descrição da habilidade 24 está incorreta. O texto correto é: Desenvolvendo Habilidades H-24 Reconhecer no texto estratégias argumentativas em-pregadas para o convencimento do público, tais como aa intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

PromoçãoParceria Apoio Realização

como copydesk mas trabalhou em diversas seções (“editor de frescuras”, redator, editor nacional e in-ternacional). Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a co-luna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, do livro “A Grande Mulher Nua”, uma coletânea de seus textos.Participou também da televisão, criando quadros para o programa “Planeta dos Homens”, na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série “Comédias da Vida Privada”, baseada em livro homônimo.Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, A Grande Mulher Nua, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em “Pro-curando o Silva”, Ed Mort em “Disneyworld Blues”, Ed Mort em “Com a Mão no Milhão”, Ed Mort em “A Conexão Nazista”, Ed Mort em “O Sequestro do Zagueiro Central”, Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, Peças Ínti-mas, O Santinho, Zoeira , Sexo na Cabeça, O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, Orgias, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, e A Mesa Voadora, pela Editora Globo e Traçando Paris, pela Artes e Ofícios.Além disso, tem textos de fi cção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do

Matemática – Gabarito Q1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

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Linguagens e Códigos - GabaritoQ1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

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