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Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. www.opovonoenem.com.br Inscreva-se já! 02 fascículo Carlos Davyson Xavier Targino Flaudio José do Nascimento Sílvio Mota Matemática e suas Tecnologias Ana Barros Jucá Cláudio Neves Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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Opovo no enem

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33Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha.

É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime.

www.opovonoenem.com.br

Inscreva-se já!

02fascícu

lo

Carlos Davyson Xavier Targino

Flaudio José do Nascimento

Sílvio Mota

Matemática e suas Tecnologias

Ana Barros Jucá

Cláudio Neves

Linguagens, Códigose suas Tecnologias

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Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio FalcãoCoordenação do Curso: Sílvio Mota Coordenação Editorial: Eloísa VidalCoordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin

Coordenação de Design Gráfi co: Deglaucy Jorge TeixeiraProjeto Gráfi co e Capas: Mikael Baima, Suzana Paz, Welton TravassosEditoração Eletrônica: Mikael Baima, Welton Travassos Ilustrações: Suzana PazRevisão: Wilson Pereira da Silva

A importância desse tema é bastante re-conhecida por professores e alunos, por seu uso no cotidiano das pessoas. Os

números estão presentes nas notícias veiculadas em jornais e revistas, nos textos científi cos, nas compras e vendas, nas expressões de medidas, nas estatísticas.

Leia a notícia abaixo e observe que, em diversos parágrafos, a comunicação se dá através da lingua-gem matemática. Essa comunicação só ocorrerá se o leitor tiver habilidade para interpretar correta-mente as informações, fato que só é possível com o domínio dos números e suas operações.

Pescou pneu e virou empresárioDepois da roda, quase tudo hoje é pneu. Esse

artefato abriu vias, possibilitou negócios, levou gente, conduziu o capital do século XX.(...)

Estava tudo indo bem para o Brasil quando, de repente, o pneu fi cou careca. Milhões deles. E cada um levaria 600 anos para deixar de existir.

(...) No Brasil, são produzidos 46 milhões e descartados, aproximadamente, 40 milhões de pneus por ano. As estimativas apontam para uma reciclagem de 40% dos pneus descartados.

Do pneu, nem a fumaça escapa da reciclagem (...), até os gases e óleos resultantes dos processos de reciclagem de pneus podem ser usados como matéria-prima para combustíveis potentes.

Cada quilograma de pneu libera entre 8,3 e 8,5 kilowatt s por hora de energia. (...)

Os custos de reciclagem variam muito em função do processo utilizado e do produto que se deseja obter, mas reciclar é sempre um bom negócio. A simples coleta, trituração e transpor-te para um centro de reciclagem tem um custo aproximado de R$ 200 a tonelada.(...)

No mundo, ocupamos o segundo lugar na recauchutagem. Falta interesse comercial para fi carmos em 1º lugar, neste país de renda per ca-pita média que só compra pneu novo.

De acordo com a Resolução 258 do CONAMA, em vigor desde 1º de janeiro de 2002, os fabricantes e importadores estão obrigados a reciclar um pneu para cada quatro pneus fabricados, em 2003, um pneu para cada dois fabricados, em 2004, um pneu para cada pneu produzido, e, a partir de 2005 deve-rão ser reciclados cinco pneus para cada quatro fa-bricados ou importados. Se as indústrias cumprirem a Resolução, dentro de alguns anos, deveremos ter-minar com o passivo ambiental dos pneus no Brasil.

(...) No Brasil, aproximadamente 100 milhões de pneus velhos ainda estão espalhados em aterros, terrenos baldios, rios e lagos. Além de serem um fa-tor de risco ambiental em si, tornam-se depositários de larvas do mosquito da dengue, por exemplo.

Sugiro a pesca de pneu como nova alternati-va de trabalho para a população de baixa renda. É assim que a humanidade se vira, quando se chega a um limite. (Disponível em: htt p://www.faap.br. Acesso em 10 de abril de 2010 (Adaptado).

Matemática e suas Tecnologias

Só faz sentido alguém frequentar a escola e aprender Matemática se, nessa escola, se adqui-

rem os meios para agir sobre o mundo e no mundo. “A Matemática constitui um patrimônio

cultural da humanidade e um modo de pensar. A sua apropriação é um direito de todos. Nes-

se sentido, seria impensável que não se proporcionasse a todos a oportunidade de aprender

Matemática de um modo realmente signifi cativo, do mesmo modo seria inconcebível eliminar

da escola básica a educação literária, científi ca, ou artística. Isso implica que todas as crianças

e jovens devam ter a possibilidade de contatar, a um nível apropriado, as ideias e os métodos

fundamentais da Matemática e de aprender o seu valor e a sua natureza.” (Abrantes, 1999, p.17)

Competência de área I: Construir signifi cados para os números naturais, inteiros,racionais e reais.

Expediente

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35Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Questão 1Texto 1:“De acordo com a Resolução 258 do CONAMA, em vigor desde 1º de janeiro de 2002, os fabricantes e im-portadores estão obrigados a reciclar um pneu para cada quatro pneus fabricados, em 2003, um pneu para cada dois fabricados, em 2004, um pneu para cada pneu produzido e a partir de 2005 deverão ser reci-clados cinco pneus para cada quatro fabricados ou importados.”Texto 2:Essa lei começou a vigorar em 2002 e tem as Recicla-gens de pneus as seguintes premissas: em 2002, os responsáveis deveriam reciclar uma quantidade igual a 25% dos pneus produzidos no ano. Em 2003, esse número deverá ser de 50%. Em 2004, serão obrigados a reciclar 100% e fi nalmente, em 2005, com o propósi-to de acabar com o passivo de 100 milhões de pneus descartados inapropriadamente no país, as empresas deverão reciclar um número de pneus igual a 125% do total da produção (ABIP, 2003) (Disponível em: htt p://www.puc-rio.com.br. Acesso em 10 de abril de 2010)Comparando os dois textos no que diz respeito às representações numéricas, podemos afi rmar que elas são iguais somente em:a) 2002 b) 2003 e 2004c) 2002 e 2004 d) 2002,2003 e 2004e) 2002, 2003, 2004 e 2005.Solução comentada: Na tabela abaixo fazemos as comparações entre os dados expostos nos dois textos:

Ano Texto 1 Texto 2

2002 1 reciclado para cada 4 produzidos: 1/4 = 25/100 = 25% 25%

2003 1 reciclado para cada 2 produzidos: 1/2 = 50/100 = 50% 50%

2004 1 reciclado para cada 1 produzidos: 1/1 = 100/100 = 100% 100%

2005 4 reciclados para cada 5 produzidos: 4/5 = 125/100 = 125% 125%

Resposta: E

Questão 2“Estava tudo indo bem para o Brasil quando, de re-pente, o pneu fi cou careca. Milhões deles. E cada um levaria 600 anos para deixar de existir.” De acordo com o trecho podemos concluir que um pneu produ-zido hoje estará totalmente decomposto no século:a) MMDCX b) XXVI c) XXVIId) XXVIII e) XXIX

Solução comentada: Século é uma medida de tempo, usualmente representado em algarismos romanos, que equivale a 100 anos. Se hoje estamos no século XXI e o pneu levará 6 séculos (6 x 100 anos) para se decompor, concluímos que o pneu estará totalmente decomposto no século XXVII.Resposta: C

Muitos materiais podem ser reaproveitados. Plásti-co, vidro, papel, metal e pneus podem ser reciclados e transformados em produtos novos, com custo mais barato ao consumidor.Por isso, prefi ra sempre adquirir produtos em em-balagens recicláveis. Elas consomem menos energia elétrica, poluem menos e utilizam menos recursos naturais para a sua fabricação.Veja a seguir o tempo que cada material leva para se decompor: Papel - 3 a 6 meses. Tampa de garrafa – 15 anos. Sacos plásticos – 30 a 40 anos. Latas de alumínio – 200 anos. Fralda descartável – 600 anos. Vidro – 1 milhão de anos. (Disponível em: htt p://www.bra-silescola.com/brasil/a-populacao-brasileira.htm Acesso em 10/04/2010)

Questão 3Texto 1:“No Brasil, são produzidos 46 milhões e descartados aproximadamente 40 milhões de pneus por ano. As estimativas apontam para uma reciclagem de 40% dos pneus descartados.”Texto 2:“Até o início de 2010, a população do Brasil totaliza-va 192.304.735 habitantes. Esse elevado contingente populacional coloca o país entre os mais populosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar den-tre os mais populosos, superado somente pela China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314 milhões) e Indonésia (229 milhões).”(htt p://www.brasi-lescola.com/brasil/a-populacao-brasileira.htm)Se, nos próximos 8 anos, não forem tomadas provi-dências em relação ao destino fi nal dos pneus descar-tados e não reciclados no Brasil, a quantidade desses pneus será equivalente à população atual:a) dos E.U.A b) do Brasilc) da China d) da Índiae) da Indonésia

Reconhecer, no contexto social,

diferentes signifi cados e suas repre-

sentações dos números e operações

- naturais, inteiros, racionais ou reais.

Desenvolvendo Habilidades H-01

Identifi car padrões numéricos ou

princípios de contagem.

Desenvolvendo Habilidades H-02

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36

Solução comentada: Dos pneus descartados, 40% são reciclados, ou seja, 16 milhões; restando, então, anual-mente, para a conta do “Meio Ambiente”, 24 milhões de pneus; ao fi nal de 8 anos, serão 192 milhões. En-tenda que tal resultado é comparativo; a ideia é fazer uma mudança de cenário, levando-nos a ver o núme-ro 192 milhões não mais em pneus, mas sim em pes-soas, com a fi nalidade de alertar a sociedade para a quantidade assustadora de pneus descartados e não reciclados; ao fi nal de apenas 8 anos, essa quantidade já será igual à população atual do Brasil.Resposta: B

Questão 4 (Enem 2009 – Prova Anulada)“Pneus usados geralmente são descartados de forma inadequada, favorecendo a proliferação de insetos e roedores e provocando sérios problemas de saúde pública. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, sejam descartados 20 milhões de pneus usados. Como al-ternativa para dar destinação fi nal a esses pneus, a Petrobrás, em sua unidade de São Mateus do Sul, no Paraná, desenvolveu um processo de obtenção de combustível a partir da mistura dos pneus com xisto. Esse procedimento permite, a partir de uma tonelada de pneus, um rendimento de cerca de 530kg de óleo.” (Disponível em \\htt p:www.ambientebrasil.com.br. Acesso em 3 de outubro de 2008 (Adaptada).Considerando que uma tonelada corresponde, em média, cerca de 200 pneus, se todos os pneus descar-tados anualmente fossem utilizados no processo de obtenção de combustível pela mistura com xisto, se-riam então produzidas:a) 5,3 mil toneladas de óleob) 53 mil toneladas de óleoc) 530 mil toneladas de óleod) 5,3 milhões de toneladas de óleoe) 530 milhões de toneladas de óleo

Solução comentada: Do texto: “Estima-se que, no Brasil, a cada ano, sejam descartados 20 milhões de pneus usados.”Do pós texto: “...uma tonelada corresponde, em mé-dia, cerca de 200 pneus...”Dessas duas informações podemos concluir que 20 milhões de pneus correspondem a toneladas de pneus; como cada tonelada produz 530 kg de óleo, en-tão as 100.000 toneladas de produzirão 53.000.000 kg (530 x 100.000) de óleo.

Atente ao fato de a unidade de medida utilizada nos itens ser tonelada, obrigando, então, a transformação de kg para toneladas; 53.000.000 kg correspondem a 53.000 toneladas. Resposta: B

Questão 5Texto 1“Nós somos contra [a importação de pneus usados e reformados] basicamente por dois aspectos: primei-ro, por uma questão ambiental, ou seja, o Brasil, am-bientalmente, é prejudicado por receber esses pneus usados ou reformados aqui no Brasil. Segundo, por uma questão econômica, concorrencial, onde isso se caracteriza por uma concorrência desleal para com a indústria de pneus novos existente no Brasil.” (Vilien José Soares, Diretor Geral da Associação Nacional da Indús-tria de Pneumáticos – ANIP).Texto 2“É uma vergonha o que o governo brasileiro está fazendo nesse aspecto [política de importação de re-moldados/guerra dos pneus]. ... A política do governo com relação a remoldado, tanto os importados como os fabricados no Brasil, é de atender os reclamos das multinacionais, nada mais, o resto é falácia!Pior cego é aquele que não quer ver! Eu nunca vi até agora o MMA, o IBAMA, o MDIC e os ambientalistas que estão encastelados no MMA se referirem a essas preocupações [saúde pública e meio ambiente] em re-lação aos 70 milhões de pneus que a Goodyear, a Fires-tone e a Pirelli deixaram de coletar somente em 2004, e um tanto maior em 2005. Mas eles se manifestaram preocupadíssimos com os 10,5 milhões de importados de pneus usados. Não lhe parece estranho no mínimo isso?” (Francisco Simeão, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados).(Disponível em: htt p://www.faap.br. Acesso em 10 de abril de 2010).

Resolver situação-problema envol-

vendo conhecimentos numéricos.

Desenvolvendo Habilidades H-03

Avaliar razoabilidade de um resulta-

do numérico na construção de argu-

mentos sob afi rmações quantitativas.

Desenvolvendo Habilidades H-04

Ton

elad

as

80,00070,00060,00050,00040,00030,00020,00010,000

2003 2004

9,542

70,849

Meta

Destinação

0

Meta e Destinação de Pneumáticos Inseriveispelos Importados de Pneus Usados

9,865

5,043

Gráfi co 1

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37Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

Solução comentada:Itens a e c falso; apesar de ser verdade que as impor-tadoras de pneus não cumprem sequer 15% da meta, a comparação percentual não é justa dada a grande diferença entre as metas estabelecidas. Item b falso; observando os percentuais, percebe-se que a situação mais crítica é a das importadoras. Item d verdadeiro; sempre que fazemos comparações entre percentuais, devemos ter o cuidado de observar se estão relacionados aos mesmos valores, pois nesse caso é muito claro que os fabricantes são os maiores responsáveis pelo problema.Item e falso; apesar de ser verdade que o discurso de José Soares não é amparado pelo que se vê nos gráfi cos e que Francisco Simeão tem razão em estar indignado, a fi scali-zação não pode preocupar-se apenas com os fabricantes de pneus novos, afi nal os importadores, mesmo que em uma parcela menor, têm responsabilidades que não estão sendo cumpridas, devendo ser, também, alvo das fi scalizações. Resposta: D

Questão 6A sociedade moderna confronta-se com questões so-cioambientais que não mais permitem prorrogação em seu prazo de solução. Entre os problemas a serem resolvidos está o destino fi nal dos pneus inservíveis que, quando incorreto, é um dos maiores fatores da proliferação da dengue.Algumas alternativas foram sendo criadas para que este resíduo possa ser utilizado como matéria-prima para um novo produto. Sendo assim, várias tecnologias vêm sendo desenvolvidas para dar suporte a essas novas op-ções de uso dos pneus automotivos descartados.A tabela abaixo mostra as aplicações adotadas pelos países europeus diante desse problema.

Situação do Resíduo de Borracha (%). Aplicações adotadas por países europeus

Mét

odo

Fran

ça

Ale

man

ha

Itál

ia

Ingl

ater

ra

Bélg

ica

Hol

anda

Suéc

ia

Recauchutagem 20 17,5 22 27 20 60 15

Reciclagem 16 11,5 12 16 10 12 13

Energia 15 46,5 23 31 30 28 61

Aterro 45 4 40 23 5 0 5

Exportação 4 16 2 3 25 NA 7Fonte: Adhikari-et-al. (2000).

Os textos 1 e 2 representam a chamada “Guerra dos Pneus”, que deixa em lados opostos fabricantes de pneus novos e os importadores de pneus usados.Os gráfi cos mostram as metas estabelecidas pelo gover-no e os valores realmente conseguidos pelas empresas.Diante das opiniões e dos gráfi cos, referentes aos da-dos do ano de 2004, podemos concluir que: a) A opinião de José Soares, demonstrando preocu-

pação ambiental, é reforçada pelo gráfi co I, pois nele vemos que as importadoras de pneus usados não conseguiram cumprir sequer 15% da meta estabelecida, sendo as maiores responsáveis pela poluição do meio ambiente com pneus usados.

b) Francisco Simeão tem razão ao sentir-se persegui-do pelos órgãos de fi scalização federais, afi nal, percentualmente, os fabricantes de pneus novos estão longe de cumprir sua meta, situação bem di-ferente das importadoras.

c) Francisco Simeão não tem razão ao sentir-se perse-guido, afi nal os gráfi cos demonstram com clareza que as importadoras são as maiores responsáveis pelo problema dos pneus no meio ambiente, já que não conseguem cumprir 15% da meta estabelecida.

d) Fazer comparações percentuais não é um método efi caz, visto que as metas estabelecidas são muito diferentes. Dizer que as importadoras não cum-prem 15% de sua meta, enquanto os fabricantes ul-trapassam os 30%, não é uma mentira; porém quan-titativamente (em toneladas), fi ca clara a maior responsabilidade das fabricantes de pneus novos.

e) O sentimento de preocupação com relação à ques-tão ambiental presente no comentário de José Soares não condiz com a realidade apresentada nos gráfi cos; já Francisco Simeão tem razão de se mostrar indignado, pois a fi scalização do gover-no deve preocupar-se apenas com os fabricantes de pneus novos, que são os maiores responsáveis pelo problema da destinação fi nal dos pneus.

Ton

elad

as

400,000350,000300,000250,000200,000150,000100,00050,000

20032002 2004

Meta

Destinação

0

98,826174,190

134,999

378,978

61,636

Meta e Destinação de Pneumáticos Inseriveispelos Frabricantes

83,986

Avaliar propostas de intervenção na

realidade utilizando conhecimentos

numéricos.

Desenvolvendo Habilidades H-05

Gráfi co 2

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Se o Brasil tentar resolver o problema da destinação fi nal dos pneus inservíveis tomando por base apenas a experiência europeia, deverá investir prioritaria-mente em:a) Recauchutagem b) Reciclagemc) Energia d) Exportaçãoe) AterroSolução comentada: O método de transformação de resíduo de borracha em energia obteve o maior per-centual em 4 países; Alemanha (46,5%), Inglaterra (31%), Bélgica (30%) e Suécia (61%); além desse fato, se observamos a média de cada método por país, ve-remos que novamente a transformação de resíduo em energia estará em 1º lugar. É importante observar, no enunciado, que o Brasil consideraria apenas a experi-ência europeia como base para solucionar seu proble-ma, porém o mais adequado seria a realização de um estudo interno, objetivando um levantamento das reais necessidades brasileiras e das condições técnicas para implementação do método, para tomar-se fi nalmente uma decisão com relação ao investimento prioritário.Resposta: C

Aprenda Fazendo

Q1. Área1 / Habilidade1 (Enem 2002)

Um estudo realizado com 100 indivíduos que abaste-cem seu carro uma vez por semana em um dos postos X, Y ou Z mostrou que:• 45 preferem X a Y, e Y a Z.• 25 preferem Y a Z e Z a X.• 30 preferem Z a Y, e Y a X.Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 consumidores continuarem se orientando pelas pre-ferências descritas, é possível afi rmar que a liderança de preferência nunca pertencerá a:a) X b) Y c) Zd) X ou Y e) Y ou Z__________________________________________Q2. Área1 / Habilidade1 (Enem 2008) A contagem de boisEm cada parada ou pouso, para jantar ou dormir, os bois são contados, tanto na chegada quanto na saída. Nesses lugares, há sempre um potreiro, ou seja, deter-minada área de pasto cercada de arame, ou mangueira, quando a cerca é de madeira. Na porteira de entrada do potreiro, rente à cerca, os peões formam a seringa ou funil, para afi nar a fi la, e então os bois vão entran-do aos poucos na área cercada. Do lado interno, o con-dutor vai contando; em frente a ele, está o marcador, peão que marca as reses. O condutor conta 50 cabeças e grita: - Talha! O marcador, com o auxílio dos dedos das mãos, vai marcando as talhas. Cada dedo da mão

direita corresponde a 1 talha, e da mão esquerda, a 5 talhas. Quando entra o último boi, o marcador diz: - Vinte e cinco talhas! E o condutor completa: - E dezoito cabeças. Isso signifi ca 1.268 bois.(Boiada, comitivas e seus peões. In: O Estado de São Paulo, ano VI, ed. 63, 21/12/1952 (com adaptações). Para contar os 1.268 bois de acordo com o processo descrito anteriormente, o marcador utilizou:a) 20 vezes todos os dedos da mão esquerda.b) 20 vezes todos os dedos da mão direita.c) todos os dedos da mão direita apenas uma vez.d) todos os dedos da mão esquerda apenas uma vez.e) 5 vezes todos os dedos da mão esquerda e 5 vezes

todos os dedos da mão direita.__________________________________________Q3. Área1 / Habilidade2 (Enem 2002) O código de barras, contido na maior parte dos pro-dutos industrializados, consiste num conjunto de várias barras que podem estar preenchidas com cor escura ou não. Quando um leitor óptico passa sobre essas barras, a leitura de uma barra clara é convertida no número 0 e a de uma barra escura, no número 1. Observe abaixo um exemplo simplifi cado de um có-digo em um sistema de código com 20 barras.

Se o leitor óptico for passado da esquerda para a di-reita irá ler: 01011010111010110001Se o leitor óptico for passado da direita para a esquer-da irá ler: 10001101011101011010No sistema de código de barras, para se organizar o processo de leitura óptica de cada código, deve-se le-var em consideração que alguns códigos podem ter leitura da esquerda para a direita igual à da direita para a esquerda, como o código 00000000111100000000, no sistema descrito acima. Em um sistema de códigos que utilize apenas cinco barras, a quantidade de códi-gos com leitura da esquerda para a direita igual à da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras ou todas as escuras, é:a) 14 b) 12 c) 8d) 6 e) 4__________________________________________Q4. Área1 / Habilidade 2 (Enem 2005) A escrita braile para cegos é um sistema de símbo-los no qual cada caráter é um conjunto de 6 pontos dispostos em forma retangular, dos quais pelo menos um se destaca em relação aos demais. Por exemplo, a

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letra A é representada porO número total de caracteres que podem ser represen-tados no sistema braile é:a) 12 b) 31 c) 36 d) 63 e) 720__________________________________________Q5 – Área1 / Habilidade 3 (Enem 2001) Nas últimas eleições presidenciais de um determina-do país, onde 9% dos eleitores votaram em branco e 11% anularam o voto, o vencedor obteve 51% dos vo-tos válidos. Não são considerados válidos os votos em branco e nulos.Pode-se afi rmar que o vencedor, de fato, obteve de to-dos os eleitores um percentual de votos da ordem de:a) 38% b) 41% c) 44%d) 47% e) 50%.__________________________________________Q6. Área1 / Habilidade 3 (Simulado C7S) LEI Nº 8609 DE DEZEMBRO DE 2001.A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVA:Art. 1º - O art. 1º da Lei Nº 8.496, de 18 de dezembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:Art. 1º - O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) incidente sobre os imóveis residenciais terá cobrança progressiva em razão do valor venal e do uso do imóvel, calculado mediante a aplicação das seguintes alíquotas:I. de 0,6% (zero vírgula seis por cento) sobre o va-

lor venal dos imóveis residenciais, desde que esse valor seja igual ou inferior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); (NR)

II. de 0,8% (zero vírgula oito por cento) sobre o va-lor venal dos imóveis residenciais, desde que esse valor seja superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e inferior ou igual a R$ 180.000,00 (cen-to e oitenta mil reais); (NR)

III. de 1,4% (um vírgula quatro por cento) sobre va-lor venal dos imóveis residenciais, desde que esse valor seja superior a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais); (NR)

O texto apresentado diz respeito à regulamentação da lei que institui a cobrança do IPTU na cidade de For-taleza. Com base no exposto, o imposto a ser pago por uma propriedade de valor venal igual a R$ 60.000,00 é igual a:a) R$ 60,00 b) R$ 180,00 c) R$ 240,00d) R$ 360,00 e) R$ 480,00__________________________________________Q7. Área1 / Habilidade 4 (Enem 2001) Em um colégio, 40% da arrecadação das mensalida-des correspondem ao pagamento dos salários dos seus professores. A metade dos alunos desse colégio

é de estudantes carentes, que pagam mensalidades reduzidas. O diretor propôs um aumento de 5% nas mensalidades de todos os alunos para cobrir os gas-tos gerados por reajuste de 5% na folha de pagamento dos professores.A associação de pais e mestres concorda com o aumen-to nas mensalidades, mas não com o índice proposto.Pode-se afi rmar quea) o diretor fez um cálculo incorreto e o reajuste pro-

posto nas mensalidades não é sufi ciente para co-brir os gastos adicionais.

b) o diretor fez os cálculos corretamente e o reajuste nas mensalidades que ele propõe cobrirá exata-mente os gastos adicionais.

c) a associação está correta em não concordar com o índice proposto pelo diretor, pois a arrecadação adicional baseada nesse índice superaria em mui-to os gastos adicionais.

d) a associação, ao recusar o índice de reajuste pro-posto pelo diretor, não levou em conta o fato de alunos carentes pagarem mensalidades reduzidas.

e) o diretor deveria ter proposto um reajuste maior nas mensalidades, baseado no fato de que a meta-de dos alunos paga mensalidades reduzidas.

__________________________________________Q8. Área1 / Habilidade 4 (Enem 2003) Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostraram o processo de devastação sofrido pela Região Amazônica entre agosto de 1999 e agosto de 2000. Analisando fotos de satélites, os especialistas con-cluíram que, nesse período, sumiu do mapa um total de 20.000 quilômetros quadrados de fl oresta. Um órgão de imprensa noticiou o fato com o seguinte texto:O assustador ritmo de destruição é de um campo de futebol a cada oito segundos.Considerando que um ano tem aproximadamente 32 x 106 s (trinta e dois milhões de segundos) e que a me-dida da área ofi cial de um campo de futebol é apro-ximadamente 10-2 km2 (um centésimo de quilômetro quadrado), as informações apresentadas nessa notícia permitem concluir que tal ritmo de desmatamento, em um ano, implica a destruição de uma área de:a) 10.000 km2, e a comparação dá a ideia de que a de-

vastação não é tão grave quanto o dado numérico nos indica.

b) 10.000 km2, e a comparação dá a ideia de que a devasta-ção é mais grave do que o dado numérico nos indica.

c) 20.000 km2, e a comparação retrata exatamente o rit-mo da destruição.

d) 40.000 km2, e o autor da notícia exagerou na com-paração, dando a falsa impressão de gravidade a um fenômeno natural.

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e) 40.000 km2 e, ao chamar a atenção para um fato realmen-te grave, o autor da notícia exagerou na comparação.

__________________________________________Q9. Área1 / Habilidade 5 (Enem 2000)João deseja comprar um carro cujo preço à vista, com todos os descontos possíveis, é de R$ 21.000,00, e esse valor não será reajustado nos próximos meses. Ele tem R$ 20.000,00, que podem ser aplicados a uma taxa de juros compostos de 2% ao mês, e escolhe deixar todo o seu dinheiro aplicado até que o montante atinja o valor do carro. Para ter o carro, João deverá esperar:a) dois meses, e terá a quantia exata.b) três meses, e terá a quantia exata.c) três meses, e ainda sobrarão, aproximadamente,

R$ 225,00.d) quatro meses, e terá a quantia exata.e) quatro meses, e ainda sobrarão, aproximadamen-

te, R$ 430,00.

Q10. Área1 / Habilidade 5 (Enem 2009 Prova Anulada)Três empresas de taxi W, K e L estão fazendo promo-ções: a empresa W cobra R$ 2,40 a cada quilômetro rodado e com um custo inicial de R$ 3,00; a empresa K cobra R$ 2,25 a cada quilometro rodado e uma taxa inicial de R$ 3,80 e, por fi m, a empresa L, que cobra R$ 2,50 a cada quilometro rodado e com taxa inicial de R$ 2,80. Um executivo esta saindo de casa e vai de táxi para uma reunião que é a 5 km do ponto de táxi, e sua esposa sairá do hotel e irá para o aeroporto, que fi ca a 15 km do ponto de táxi.Assim, os táxis que o executivo e sua esposa deverão pegar, respectivamente, para terem a maior economia são das empresas:a) W e L b) W e K c) K e Ld) K e W e) L e K.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias“Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. A linguagem permite ao homem exprimir-se e é isso que torna possível a vida social.” (Aristóteles 384-322 a.C.)

Competência de área I: Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

A Linguagem está relacionada a fenôme-nos comunicativos, podendo ser enten-dida como qualquer sistema de signos

que serve como meio para comunicar ideias e sentimentos; os signos que compõem a lingua-gem podem ser gráfi cos, sonoros, gestuais, etc. Assim, os elementos que constituem a lingua-gem são gestos, sinais, símbolos ou palavras.

São várias as possibilidades (Linguagens) criadas pelo homem para interagir com o mun-do que o cerca utilizando signos que, convencio-nados socialmente, transformam-se em Códigos que constroem e transmitem mensagens.

“Código é uma convenção estabelecida por um grupo de pessoas ou por uma comunidade. Por meio de códigos são construídas e transmi-tidas mensagens com rapidez. Por essa razão, é comum encontrarmos códigos no trânsito, ae-roportos, shopping centers, etc. São códigos os sinais de trânsito, os símbolos, o código Morse, as buzinas dos automóveis, as indicações de cai-xas em bancos ou de vagas em estacionamentos reservadas para idosos, etc.” (William Roberto Cere-ja- Thereza Cochar Magalhães).

A língua portuguesa – como as demais –,con-venção social que é, também constitui um código

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da comunicação (verbal escrito ou oral), embora mais complexo, pois é fruto de um processo so-cial e histórico com constantes transformações.

Para que se realize a interação do indivíduo com o mundo, são utilizadas as Tecnologias da Informa-ção e da Comunicação (TIC); as novas TIC vieram ampliar ou renovar os recursos existentes, pois os meios informáticos oferecem acesso a múltiplas possibilidades de interação, mediação e expressão de sentido, extrapolando as limitações clássicas dos modelos tradicionais de comunicação de massa como o rádio, o cinema, a imprensa, a televisão.

“As novas tecnologias da comunicação e da informação (NTCI) transformam o conceito de conhecimento. O adquirir de competências tor-na-se um processo contínuo e múltiplo, em suas fontes, em suas vias de acesso, em suas formas. Um autêntico “universo oceânico de informa-ções” (Lévy, 1999).

A ideologia do Enem (associada às Leis de Di-retrizes e Bases), que veio dar um novo sentido ao ensino médio, espera a formação de cidadãos que se apropriem – leiam e compreendam – das diver-sas formas de textos que circulam em diferentes situações sociais do uso da língua, sendo esse o ca-minho para a autonomia e para a cidadania.

Trata do conhecimento que se deve ter dos sistemas de comunicação – o informativo, o pu-blicitário, o artístico e o de entretenimento, etc – como processos organizados pela integração de diferentes linguagens para a produção de senti-do. Esse conhecimento deve ser aplicado na vida prática do indivíduo : na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

O desenvolvimento dessa competência é fun-damental para que o indivíduo se sinta inserido nos sistemas de comunicação e possa movimentar-se autonomamente em uma vida em sociedade.

Questão 1 – Simulado INEPConcordo plenamente com o artigo “Revolucione a sala de aula”. É preciso que valorizemos o ser hu-

mano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na importância de aprender a respeitar nossos limites e superá-los, quando possível, o que será mais fácil se pudermos desenvolver a capacidade de relaciona-mento em sala de aula. Como arquiteta, concordo com a postura de valorização do indivíduo, em qualquer situação: se procurarmos uma relação de respeito e colaboração, seguramente estaremos criando a base sólida de uma vida melhor. (Tania Bertoluci de Souza. Por-to Alegre, RS. Disponível em: <:htt p://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>. Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).Em uma sociedade letrada como a nossa, são construí-dos textos diversos para dar conta das necessidades co-tidianas de comunicação. Assim, para utilizar-se de al-gum gênero textual, é preciso que conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é um gênero textual que:a) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado

pela tipologia da ordem da injunção (comando) e estilo de linguagem com alto grau de formalidade.

b) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é o de descrever os assuntos e temas que circularam nos jornais e revistas do país semanalmente.

c) se organiza por uma estrutura de elementos bastan-te fl exível em que o locutor encaminha a ampliação dos temas tratados para o veículo de comunicação.

d) se constitui por um estilo caracterizado pelo uso da variedade não padrão da língua e tema cons-truído por fatos políticos.

e) se organiza em torno de um tema, de um estilo e em forma de paragrafação, representando, em con-junto, as ideias e opiniões de locutores que intera-gem diretamente com o veículo de comunicação.

Solução comentada: O texto apresentado foi enviado por uma leitora para um articulista da revista Veja. Seu conteúdo revela que ela concorda com os pontos de vis-ta do artigo citado e ainda tece comentários pessoais. O comando da questão refere-se a uma sociedade letrada, que exige a manipulação da linguagem para a produção de diversos tipos de textos para atender às necessidades cotidianas de comunicação. Ou seja, trata-se de usar o código (língua portuguesa escrita) para estabelecer um sistema de comunicação efi ciente. O comando declara o gênero, a carta de leitor. O que isso demonstra? Demons-tra que o objetivo da questão não é saber quantos gêneros você decorou nas aulas de redação, mas, se, quando soli-citado, você saberá entender como ele funciona e, em úl-tima análise, se, quando confrontado com a necessidade concreta de, como leitor, ter de escrever uma carta dessa natureza, será capaz de fazê-lo com efi ciência. A carta do leitor trata do tema do artigo, é escrita em prosa (logo em parágrafos) e traduz as ideias dos interlocutores (leitores) que escrevem diretamente para o veículo de comunica-ção (revista Veja). Valem aqui duas lembranças:

Identifi car diferentes linguagens e

seus recursos expressivos como ele-

mentos de caracterização dos siste-

mas de comunicação.

Desenvolvendo Habilidades H-01

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42

1) Chamamos de interlocutores, num sistema de co-municação, o emissor e o receptor. E por quê? Porque toda mensagem enviada pelo emissor pro-voca uma resposta. Logo ambos invertem sucessi-vamente suas posições no processo.

2) Embora usados cotidianamente como sinônimos, meio e veículos não signifi cam a mesma coisa. Tecnicamente, um meio de comunicação é uma categoria genérica. Por exemplo, quando nos refe-rimos a jornal e televisão, sem especifi carmos qual publicação ou qual a emissora. Já o termo veículo refere-se a uma empresa específi ca, por exemplo, o Jornal O POVO, ou, no caso, a revista Veja.

Resposta EImportante: A situação proposta não exigiria, de fato, a leitura do texto da questão. Isso acontece em muitas questões do Enem. Por isso, diante princi-palmente de textos mais longos, vale a pena testar diretamente o comando. Lembre-se de que a prova de Linguagens e Códigos é aplicada conjuntamen-te com a Redação e a de Matemática e suas Tecno-logias e que, por isso, conta muito saber maximizar o tempo. Também vale lembrar que as legendas de imagens, bem como as indicações de fontes dos textos, não devem ser negligenciadas. Na questão analisada, perceba que a fonte (Revista Veja) está explícita abaixo do texto. No caso, a fonte nos re-vela a natureza da publicação e o público-alvo do excerto, elementos importantíssimos para maior rapidez e efi cácia na hora da resolução.

Questão 2 – Enem 2009 (Prova Anulada)A fi gura é uma adaptação da bandeira nacional. O uso dessa imagem no anúncio tem como principal objetivo:a) mostrar à população que a Mata Atlântica é mais im-

portante para o país do que a ordem e o progresso.b) criticar a estética da bandeira nacional, que não refl ete

com exatidão a essência do país que representa.

c) informar à população sobre a alteração que a ban-deira ofi cial do país sofrera.

d) alertar a população para o desmatamento da Mata Atlântica e fazer um apelo para que as derrubadas acabem.

e) incentivar as campanhas ambientalistas e ecológi-cas em defesa da Amazônia.

Solução comentada: O comando é direto: quer saber o objetivo do autor do anúncio ao usar a bandeira do Brasil em sua comunicação. Estamos, portanto, frente a uma questão que versa sobre funções (intenções) da linguagem. Todavia devemos perceber que, como em toda propaganda, os elementos são empregados em sentido conotativo ou fi gurado. Por isso, a bandeira tem dois de seus elementos modifi cados de modo a causar impacto no leitor. São eles:1) No lugar do lema “Ordem e Progresso”, consta

a mensagem “SOS Mata Atlântica”. A colocação central do chamado de socorro (SOS) deixa claro que nele reside o núcleo do anúncio. Trata-se de uma campanha de conscientização.

2) O fundo da bandeira (verde numa reprodução em cores) indica originalmente nossas fl orestas, que constituem nossa mais representativa e abundante riqueza natural. Porém esse fundo está irregular-mente incompleto, remetendo-nos, de imediato, à ideia de desmatamento – o que completa a ideia-núcleo, a da necessidade de salvar a Mata Atlân-tica, ecossistema de incrível biodiversidade e hoje imensamente degradado.

O recurso expressivo fi ca evidente. A bandeira é usada simultaneamente como metáfora e metonímia do Brasil. E a intenção do anúncio é a de fazer um apelo (função conativa da linguagem) e alertar sobre a devastação da Mata Atlântica, alçada aqui a símbolo nacional, de gran-deza e de simbolismo equivalentes ao de nossa bandeira.Resposta E

Sempre que quisermos compreender com efi cácia uma dada habilidade, devemos isolar e analisar suas palavras-chave. A primeira é o ver-bo relacionar, que difere de meramente identifi -car. Não basta reconhecer, mas estabelecer nexos objetivos entre informações, com ênfase na fun-ção social dessas informações e dos sistemas em que são geradas.

Recorrer aos conhecimentos sobre

as linguagens dos sistemas de comu-

nicação e informação para resolver

problemas sociais.

Desenvolvendo Habilidades H-02

Relacionar informações geradas nos

sistemas de comunicação e informa-

ção, considerando sua função social.

Desenvolvendo Habilidades H-03

Estão tirando o verde da nossa terraDisponivel em: http:www.heliorubiales.zip.net

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43Universidade Aberta do Nordeste | Colégio 7 de Setembro

verbal sustenta o impacto da composição. O subtí-tulo defi ne o contexto. A peça foi veiculada no Dia Mundial de Combate à Aids. Daí que seja empre-gado, visualmente, um mecanismo de combate a incêndios. A referência ao Dia Mundial de Comba-te à Aids também revela tratar-se de uma propa-ganda de oportunidade, ou seja, veiculada numa data específi ca. No canto inferior esquerdo, temos a assinatura. Vemos que é de uma empresa privada. Logo traduz a ideia de responsabilidade social.

Resposta EImportante: Ao analisar uma peça de propaganda:1) Identifi que o tipo de peça (anúncio, outdoor,

etc.).2) Identifi que a orientação de leitura (no caso,

vertical).3) Procure perceber o tipo de comunicação (se

governamental, se privada).4) Faça uma primeira análise geral do conjunto.5) Não despreze nenhum elemento (por exem-

plo, a assinatura).6) Verifi que o público-alvo, bem como a intenção

da mensagem (venda de produtos, de servi-ços, utilidade pública, etc.).

7) Analise, se for o caso, os elementos não ver-bais. Lembre-se de que, quase sempre, a ima-gem serve de base ao texto.

8) Não despreze nem se apegue demais à sua primeira impressão. Verifi que se a interação entre os elementos a afasta ou a confi rma.

Perceba que as habilidades obedecem a uma ordem crescente de complexidade: identifi car as lingua-gens, recorrer aos conhecimentos dessas lingua-gens, relacionar as informações fornecidas por elas e, fi nalmente, reconhecer posições críticas quanto aos usos sociais das linguagens. É que quanto mais desenvolver suas habilidades, mais inserido no mundo estará o cidadão, portanto mais capacitado a posicionar-se criticamente, podendo transformar o mundo através de suas opiniões.

Questão 3Título: Em caso de emergên-cia ou não, quebre o vidro.Subtítulo: Prevenção, trans-mita essa ideia. 1 de dezem-bro, Dia Mundial de Com-bate à Aids.A propaganda, como se sabe, utiliza recursos expressivos para provocar uma respos-ta em seu público-alvo. No caso em questão, busca-se conscientizar o leitor sobre a

necessidade da prevenção no combate à transmissão do vírus da Aids. Desse modo, é correto afi rmar sobre a peça publicitária acima que:a) O órgão público responsável pela comunicação

refere-se a um contexto sexual específi co em que o preservativo deve ser usado.

b) Os elementos visuais são, de fato, autossufi cien-tes, podendo, para a consecução de seus objetivos, prescindir dos elementos verbais.

c) Trata-se de anúncio componente de uma campanha intensiva, da qual, por sua óbvia atualidade, deve-mos inferir que se repetirá, durante certo tempo.

d) O principal elemento verbal, o título, estabelece uma oposição com os objetos que, combinados, resultam numa mensagem de caráter mais emo-cional que racional.

e) Demonstra como as ações de conscientização en-volvem iniciativas não governamentais que reme-tem à ideia de responsabilidade social coletiva.

Solução comentada: A propaganda utiliza basica-mente dois recursos expressivos: a metáfora e a me-tonímia. E utiliza-os com a fi nalidade de provocar um efeito inesperado (surpresa, humor, etc.). Estamos, portanto, diante de uma combinação de elementos verbais e não verbais que deve ser entendida conota-tivamente – que é o que diferencia a propaganda do jornalismo. Este busca o entendimento literal, denota-tivo, a função referencial da linguagem.Logo procederemos à análise da peça considerando:1) Os elementos visuais: A composição é simples, po-

rém surpreendente. Temos um preservativo den-tro de uma caixa de vidro acompanhada de um martelo. Ora, isso nos remete a um dispositivo de combate a incêndios. Trata-se de uma metáfora. E nossa primeira associação é a do preservativo a uma situação de emergência.

2) Os elementos verbais: No título, a expressão “Em caso de emergência ou não” desfaz aquela primei-ra associação. O preservativo, portanto, deve ser usado sempre. A oposição entre o verbal e o não

Reconhecer posições críticas aos usos

sociais feitos das linguagens e dos sis-

temas de comunicação e informação.

Desenvolvendo Habilidades H-04

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44

Observe o seguinte exemplo:Questão 4 – Enem 2009

Veja, 7 maio 1997.Na parte superior do anúncio, há um comentário es-crito à mão que aborda a questão das atividades lin-guísticas e sua relação com as modalidades oral e es-crita da língua. Esse comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da lingua-gem, enfatizando ser necessário:a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvol-

tura, naturalidade e segurança no uso da língua .b) conhecer gêneros mais formais da modalidade

oral para a obtenção de clareza na comunicação oral e escrita.

c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com adequa-ção, efi ciência e correção.

d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da moda-lidade escrita.

e) utilizar recursos mais expressivos e menos des-gastados da variedade padrão da língua para se expressar com alguma segurança e sucesso.

Solução comentada: Como o próprio comando deixa explícito, a questão aborda as modalidades da língua, tanto escrita quanto oral, e, por conseguinte, a norma padrão e a norma popular. Vale lembrar que uma nor-ma não invalida a outra e que ambas podem ser usadas com coerência, em contextos específi cos. Imagine uma conversa descontraída entre amigos, e chega aquele sujeito que fala como se escrevesse poesia barroca. Ha-veria, claro, um mal-estar, resultante de ruído de co-municação, causado pela inadequação da linguagem ao ambiente. Da mesma forma, na redação do Enem, você não vai usar uma gíria, não vai transformar “está” em “tá” ou algo do gênero. O vocabulário e a norma devem adequar-se à modalidade. E, na modalidade es-crita, sabemos, deve-se privilegiar a norma culta.Resposta: D

Aprenda FazendoQ1. Área – 1 / Habilidade 1 (Colégio 7 de Setembro)Uma mensagem publicitária veiculada em fevereiro/2002 nesta cidade dizia: “Mude o clima de seu carnaval: festi-val de jazz em Guaramiranga”. O toque de criatividade linguística que dá sentido a essa mensagem está:a) no uso da forma verbal imperativa que instiga o

leitor à obediência.b) na sugestão de uma festa sofi sticada, sendo tam-

bém um ato de resistência cultural.c) na sonoridade das frases de mesma medida métri-

ca, separadas pela pontuação.d) na rima interna construída entre carnaval e festival.e) no fato de a palavra clima apresentar mais de um

sentido.__________________________________________Q2. Área – 1 / Habilidade 1 (Enem 2009 Prova Anulada)Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço es-querdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lá-bios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de bran-co, sugeriu que devia sofrer de ataque. (TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro: Civiliza-ção Brasileira, 1964 (adaptado)).No texto, um acontecimento é narrado em linguagem li-terária. Esse mesmo fato, se relatado em versão jornalís-tica, com características de notícia, seria identifi cado em:a) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me

apoiar no guarda-chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui escorregando. Foi mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava fa-lou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estate-lado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!

b) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira, no centro da ci-dade, ontem por volta do meio-dia. O homem ain-da tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-lo não conseguiu dar qualquer informação.

c) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. O homem, todo aprumado, de guarda-chuva no braço e cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar.

d) Vítima. Idade: entre 40 e 45 anos; Sexo: masculino; Cor: branca; Ocorrência: Encontrado desacordado

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na rua da Abolição, quase esquina com Padre Viei-ra. Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A caminho.

e) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo!

__________________________________________Q3. Área – 1 / Habilidade 1 (Enem 2009 Prova Anulada)

Texto 1No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedraTinha uma pedra no meio do caminhoTinha uma pedraNo meio do caminho tinha uma pedra[...])ANDRADE. C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/São Paulo: Re-cord. 2000. (fragmento))

Texto 2

DAVIS, J. Garfi eld, um charme de gato - 7. Trad. da Agência Internacional Press. Porto Alegre: L&PM, 2000.

A comparação entre os recursos expressivos que cons-tituem os dois textos revela que:a) o texto 1 perde suas características de gênero poéti-

co ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as es-

colhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.c) a escolha do tema, desenvolvido por frases seme-

lhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mes-mo gênero.

d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com fi nali-dades distintas.

e) as linguagens que constroem signifi cados nos dois textos permitem classifi cá-los como pertencentes ao mesmo gênero.

Q4. Área – 1 / Habilidade 1 (Enem 2009 Prova Anulada)

O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para utilizá-los em situações específi cas de interlocução. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o diálogo em momentos e/ou lugares distintos levou a adoção universal de alguns desses sistemas. Con-siderando que a interpretação de textos codifi cados depende da sintonia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se afi rmar que aa) recepção das mensagens que utilizam o sistema

simbólico da fi gura 1 pode ser feita horas depois de sua emissão.

b) recepção de uma mensagem codifi cada com o au-xílio do sistema simbólico mostrado na fi gura 2 independe do momento de sua emissão.

c) mensagem que é mostrada na fi gura 4 será decodi-fi cada sem o auxilio da língua falada.

d) fi gura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é anterior à criação do sistema mostrado na fi gura 2.

e) fi gura 4 representa um sistema simbólico que re-corre à utilização do som para a transmissão das mensagens.

Figura 2 - Disponível em http:// www.poracaso.com

Figura 3 - Disponível em http:// deco-difi candocodigos.pbwiki.com

Figura 1 - Disponível em http:// www.numaboa.com

Figura 4 - Disponível em http:// www.numaboa.com

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Q5. Área – 1 / Habilidade 2 (Enem 2009)Infl uenza A (Gripe Suína):Se você esteve ou manteve contato com pessoas da área de risco e apresenta os seguintes sintomas:• Febre alta repentina e superior a 38 graus.• Tosse.• Dor de cabeça.• Dores musculares e nas articulações.• Difi culdades respiratórias.Entre em contato imediatamente com o Disque Epi-demiologia: 0800-283-2255.Evite a contaminação:• Quando tossir ou espirrar, cubra sua boca e nariz

com lenço descartável. Caso não o tenha utilize o antebraço.

• Se utilizar as mãos, lave-as rapidamente com água e sabão.

• O uso de máscaras é indicado para prevenir conta-minações.

(BRASIL. Ministério da Saúde, 2009 (adaptado)).O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,a) descrevendo a situação do país em relação à gripe

suína.b) alertando a população para o risco de morte pela

Infl uenza A.c) informando a população sobre a iminência de

uma pandemia de Infl uenza A.d) orientando a população sobre os sintomas da gripe

suína e procedimentos para evitar a contaminação.e) convocando toda a população para se submeter a

exames de detecção da gripe suína.__________________________________________Q6. Área – 1 / Habilidade 4 (Enem 2009)Teatro do Oprimido é um método teatral que siste-matiza exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemen-te falecido, que visa à desmecanização física e inte-lectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, as-sim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o prota-gonista e mudar a condução ou mesmo o fi m da histó-ria, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor. (Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado)).Considerando-se as características do Teatro do Opri-mido apresentadas, conclui-se que:

a) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a linguagem rebuscada e hermética falada normal-mente pelo cidadão comum.

b) a forma de recepção desse modelo teatral se desta-ca pela separação entre atores e público, na qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.

c) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para compre-ensão e interpretação do mundo em que vive.

d) o convite ao espectador para substituir o protago-nista e mudar o fi m da história evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.

e) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido se-gue a concepção do teatro clássico aristotélico, que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.

__________________________________________Q7. Área – 1 / Habilidade 1 (Enem 2009)Texto I[...] já foi o tempo em que via a convivência como vi-ável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que re-conhecia a existência escandalosa de imaginados va-lores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de pro-blemas; num mundo estapafúrdio – defi nitivamente fora de foco – cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, nin-guém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pen-sar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de fi car sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes [...]. (NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo: Companhia das Letras, 1992).Texto IIRaduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto ver-bal entre amantes, em que a fúria das palavras cortan-tes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um

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Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar. (CO-MODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em: htt p://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009).Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da literatu-ra produzida na década de 70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com relação à temática abordada e à concepção narrativa da novela, o texto Ia) é escrito em terceira pessoa, com narrador onis-

ciente, apresentando a disputa entre um homem e uma mulher em linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do pe-ríodo da ditadura militar.

b) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de linguagem simples e objetiva, que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador.

c) representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva e de ponto de vista distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras.

d) evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fl uxo verbal contínuo de tom agressivo.

e) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a par-tir do ponto de vista interno, os dramas psicológi-cos da mulher moderna, às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento da vida familiar e amorosa.

__________________________________________Q8. Área – 1 / Habilidade 3 (Enem 2009)O “Portal Domínio Público”, lançado em novembro de 2004, propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime e gratuita, colocando à disposição de todos os usuários da Internet, uma biblioteca vir-tual que deverá constituir referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. Esse portal constitui um ambiente virtual que per-mite a coleta, a integração, a preservação e o compar-tilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras lite-rárias, artísticas e científi cas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que te-nham a sua divulgação devidamente autorizada.(BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: htt p://www.domi-niopublico.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2009 (adaptado)).Considerando a função social das informações gera-das nos sistemas de comunicação e informação, o am-biente virtual descrito no texto exemplifi ca: a) a dependência das escolas públicas quanto ao uso

de sistemas de informação.

b) a ampliação do grau de interação entre as pessoas, a partir de tecnologia convencional.

c) a democratização da informação, por meio da disponi-bilização de conteúdo cultural e científi co à sociedade.

d) a comercialização do acesso a diversas produções culturais nacionais e estrangeiras via tecnologia da informação e da comunicação.

e) a produção de repertório cultural direcionado a acadêmicos e educadores.

__________________________________________Q9. Área – 1 / Habilidade 3 (Enem 2009)Sr. Prefeito, junte-se a nós na luta contra a dengue.A sua participação é fundamental.

A dengue é um dos grandes desafi os que enfrenta-mos na área de saúde no Brasil, mas, felizmente, é possível controlá-la. Para isso, é necessário que os governos estaduais e municipais e o governo federal trabalhem juntos. Nesse sentido, a sua atuação como prefeito é fundamental. Organize mutirões, envol-vendo líderes comunitários da sua cidade, para lutar contra a dengue. No site www.combatadengue.com.br há todas as informações necessárias para auxiliá-lo, inclusive com materiais para download de uso livre. A mobilização social é a chave para o sucesso no combate à dengue. (BRASIL. Ministério da Saúde. Revista Nordeste, João Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun. 2009).O texto exemplifi ca um gênero textual híbrido entre carta e publicidade ofi cial. Em seu conteúdo, é possí-vel perceber aspectos relacionados a gêneros digitais. Considerando-se a função social das informações ge-radas nos sistemas de comunicação e informação pre-sentes no texto, infere-se que:a) a utilização do termo download indica restrição

de leitura de informações a respeito de formas de combate à dengue.

b) a diversidade dos sistemas de comunicação empre-gados e mencionados reduz a possibilidade de aces-so às informações a respeito do combate à dengue.

c) a utilização do material disponibilizado para do-wnload no site www.combatadengue.com.br res-tringe-se ao receptor da publicidade.

d) a necessidade de atingir públicos distintos se re-vela por meio da estratégia de disponibilização de informações empregada pelo emissor.

e) a utilização desse gênero textual compreende, no próprio texto, o detalhamento de informações a respeito de formas de combate à dengue.

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PromoçãoParceriaPatrocínio Apoio Realização

Q10. Área – 1 / Habilidade 2 (Colégio 7 de Setembro)As imagens abaixo fazem parte de uma campanha de conscientização sobre a Aids.

O anúncio é uma peça de propaganda que usa recur-sos verbais e não verbais para provocar uma resposta no público-alvo. Nas peças acima, o anunciante:a) dirige-se aos jovens soropositivos, estimulando-os

ao tratamento.b) utiliza a imagem dos heróis para retratar a cora-

gem dos soropositivos que lutam diariamente contra a doença.

c) faz a oposição entre as personagens e o meio em que se encontram para declarar que a referida do-ença está sendo vencida.

d) pretende alertar quanto à difi culdade dos trata-mentos para a Aids, que implicam coragem e per-severança dos pacientes.

e) pretende alertar que mesmo os jovens e saudáveis, que se julgam imunes à AIDS, também correm ris-cos de contágio.

Atenção!! Inscreva-se já e tenha acesso a outros materiais sobre o Enem no www.opovonoenem.com.br

Tradução do título: “A Aids nos iguala”. Tradução do título: “A Aids nos iguala”.

Matemática – Gabarito Q1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

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Linguagens e Códigos - GabaritoQ1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q9Q10

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