FARRAZINE # 21

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Edição recheada de entrevistas com grandes nomes dos quadrinhos nacional e internacional. Conversamos com Márcio Baraldi; Gustavo Duarte; Luciana Cafaggi; Jack Herbert; o australiano Ben Templesmith; Geraldo Borges; o chileno Alberto Montt e os podcasters do Arg!Cast: Hilliam e Matheus Shortfall. HQ inédita do roteirista Rafael C. de Oliveira, “Cidade Nua”, com arte de Bruno Romero (Snuckbinks). Diretamente das ruas de Nova Iorque, uma fã arte com roteiro de Brenno Dias, arte de Vinicius Cruz, cores de Troiano e letras de Rdelton: “O Justiceiro - Boas Vindas”. Matérias especiais sobre música (Gorillaz e Metallica), cinema (Adaptações), quadrinhos (Youngblood, Aulas de roteiro, Comic Code), história (Favelas) e os melhores contos selecionados para seu entretenimento. Lançamento 20.04.11 – 72 páginas

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www.rascunhostudio.com

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Por Rafael Camargo de Oliveira

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[email protected]

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Gorillaz foi criado em 1998 pelo líder da antiga banda Blur, Damon Albarn, junto com o desenhista Jamie Hewlett, criador do personagem de quadrinhos TANK GIRL. Na reali-dade, Hewlett foi o que teve a ideia inicial depois de perce-ber que não havia nada divertido vendo a MTV inglesa. Daí ele pensou: “O que poderia ser mais divertido que uma banda de "rock" de desenhos animados?”

Sendo amigo de Damon, em uma noite regada a álcool e outras substâncias alucinógenas, o projeto de Jamie vem à tona e os dois se põem a criar a estrutura que teria a banda.

A coisa prometia mesmo ser revolucionária... Uma banda virtual criada por um ex-rockeiro e um desenhista de HQ com uma carreira estável. O projeto tinha tudo para ser uma reviravolta que balançaria os alicerces dos mercados musicais, virtuais, comiqueiros, da TV, dos games e de um largo etc.

De fato, o primeiro álbum do grupo vendeu mais de 7 milhões de cópias (Ele também está no Guinness como o álbum mais vendido de um grupo virtual, como se eles tivessem competência, não é?).

Seguindo com essa incomum ideia, em uma ocasião, Damon e Jamie disseram que a intenção principal ao criar o grupo era sacanear todo o lixo que se podia ver na MTV. Por isso também, eles (Leáse Damon Albarn) dizem que gostam tanto de misturar e experimentar estilos diferentes nas músicas. A intenção era não ficar estereotipado como a mai-oria das coisas que existem no mercado fonográfico.

Com relação a canções o grupo teve um relativo êxito com singles como

“Clint Eastwood”, “Tomorrow Comes Today”, “19-2000”,

“Feel Good Inc.” entre outros...

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Mas, com relação a mitologia da banda, os dois escorre-garam feio e bateram (E ainda batem!) com a nuca no chão.

Absurdos como tentativas de roubar órgãos, infidelida-de, abusos a menores, mortes e ressurreições, amnésias e outras tantas bizarrices são comuns na biografia virtual da banda.

Realmente a junção música-história é tão mal aproveita-da pelos criadores que chega a se cansativo ler sobre o que acontece, ou aconteceu com o grupo. Algo raro de se ver no mundo da música... Geralmente o que os fãs mais curtem, depois das músicas, é a questão de saber detalhes de como foram criadas certas canções, como eles se conheceram e o cotidiano da banda... Nesse quesito, que poderia ser uma mina de ouro no caso de Gorillaz (no sentido financeiro e de entretenimento), a dupla acusa falta de criatividade e ambi-ção. Parece que o grupo é simplesmente um capricho para expor seus delírios mais insanos... Que não são poucos.

O último disco da banda, “The Fall”, foi feito todinho no Ipad demonstrando a diversificada habilidade de Albarn em fazer experiências. Também inovaram na maneira de fazer o lançamento porque ele foi disponibilizado para download gratuito para alguns fãs e é possível ouvi-lo on-line mesmo no link .

Gorillaz é uma ideia bem bacana que dá margem a muita coisa legal dentro da cultura pop, seja como quadrinhos, música, vídeos, filmes e/ou qualquer outra coisa... Infeliz-mente, esse potencial não é tão bem aproveitado pela dupla criadora...

Reconheço que não curto a banda, mas acho que o projeto em si tem muita coisa divertida a oferecer aos fãs, mesmo com todos os dispara-tes e exageros da equipe cria-tiva. Ou, talvez, eles estejam na medida certa do que todo mundo quer ver e ouvir nessa nova juventude... A Geração Y,

não é?

http://thefall.gorillaz.com/

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A Filosofia das Adaptações de Quadrinhos

Por FiliPêra, do Nerds Somos Nozes

Hollywood, lá por meados da década de 2000, abraçou desesperadamente os

quadrinhos como um último refúgio de algum tipo de criatividade. Mas não é

uma via de mão única, logicamente, vivemos em um mundo mercadológico onde

uma série de regras malucas aponta na única direção de proteger e

aumentar os lucros. O Cinema Americano precisa de boas

histórias com ganchos para encher os bolsos, e o mercado

de quadrinhos - em crise financeira aguda depois de

uma fase negra com especulações milionárias e edições com vendagens infladas -

precisa de dinheiro e de público renovado. Os dois se abraçaram, e se abraçaram de

verdade, oficialmente. Tanto que a DC Comics é parte integrante da Warner e a

Marvel foi comprada pela Casa do Mickey, e todos sorriram, porque roteiros

minimamente originais valem ouro na Hollywood dos dias de hoje. Que o digam

os remakes de filmes que saíram há pouco mais de dois anos (Deixa Ela Entrar, O

Homem que Não Amava as Mulheres) os escritores de HQs que foram

contratados por Hollywood (Brian Vaughan, Joss Whedon) e um certo Frank

Miller que no primeiro vôo solo dirigindo um filme queimou as asas e agora tá

sem rumo, no meio dos dois mundos.

Não podemos dizer que essa

relação foi sempre íntegra, boa para os

dois lados. Batman nos cinemas começou bem até

que virou motivo de piada (pela segunda vez, depois de uma série

de TV absolutamente cômica por causa do clima de insanidade do

Macartismo. Ao menos ele foi reabilitado na TV com a perfeita Batman-Animated Series), e fãs choravam de

raiva, como bem lembro de amigos meus de colégio jogando revistas do personagem fora... aos prantos.

Superman se saiu bem até que Richard Pryor entrou no terceiro filme e transformou tudo numa grande festa

circense. A Marvel ficou no canto dela e viu a DC fazer dinheiro com Hollywood e merchandising até que o

homem de negócios Avi Arad mudou para sempre os termos dessa união quadrinhos-celulóide. Com esquemas

no melhor estilo Irmãos Weinstein (também judeus, o que significa que são negociadores implacáveis), ele

negociou diversas franquias milionárias da Casa das Idéias, que foram transformadas em sucessos de público

incontestáveis - e, algumas vezes, em sucesso de crítica também (tipo Homem-Aranha 2). Mais uma vez, um

ciclo se fecharia, quando a Marvel capitulou, com os péssimos terceiros capítulos de suas maiores franquias:

Homem-Aranha 3 e X-Men 3, duas bombas que mostraram o quão desgastados estavam os filmes

adaptados de gibis.

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http://www.nerdssomosnozes.com/

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Começamos por 2006, com a seguinte manchete: “Banda Grossa: quadrinhos sob amea-ça de censura em Joinville” (matéria por Marcelo Naranjo, publicada em ). Após receber apoio cultural do governo, a revista de humor Banda Grossa acabou sendo barra-da na Câmara dos Vereadores com a desculpa de que não havia sido mencionado nenhum conteúdo relacionado a sexo e uso de drogas na revista. Avançando um pouco no tempo, temos a HQ “Dez na área, um na banheira e ninguém no Gol” comprada pelo governo para ser distribuído nas bibliotecas escolares do país. Ao saber do conteúdo adulto (palavrões de cunho sexual) e até mesmo uma referência ao PCC (pelo jeito o governo não conhece figuras de linguagem...), a HQ foi recolhida e classificada por José Serra como de “muito mau gosto”. Em 2009, ainda tivemos casos parecidos como o citado acima, desta vez, com as HQ's do mestre Will Eisner (Um Contrato com Deus, O Joga-dor e O Nome do Jogo). Esses são só alguns dos diversos casos que temos por aí, muitos deles nem tão divulgados assim. Só em nível de comparação: no Japão são permitidos os mangás tidos como “pedófilos” por aqui, pois de acordo com os japoneses isso é na verdade uma crítica a esta prática e não uma apologia. Pobre do autor que fizer isso por aqui, vai ser preso, apedrejado, e... bom, fico só nesses dois exemplos mesmo. A última das polêmicas foi o caso “petralha”, uma palavra que causou tanto alvoroço e olha que ela nem tinha nenhum cunho sexual (nem foi criada pelo Marquês de Sade...). Petralha foi um termo criado como forma de acusação aos petistas, uma mistura de petista com os Irmãos Metralha da Disney. Porém, com o passar do tempo, o termo ganhou uma nova conotação. Só o termo, porque as pessoas... Aliás, os petistas com dor de cotovelo resolveram agir e acusaram o favorecimento de uma posição política por parte da editora Panini.

Casos e mais casos, quando tudo mudará de vez? Se depender da cabeça de um povo preso a uma moral Kantiana completamente irracional (segundo Nietzsche), com certeza, nunca! Primeiramente, os quadrinhos devem ser não somente titulados como arte, mas serem tratados como tal. Em segundo lugar, tal como existem livros adultos, existem quadri-nhos... A mentalidade de uma concepção infantilizada dos quadrinhos tem que ser extinta. Enquanto isso, as HQ's são tratadas como papel higiênico. Ao mais otimista, sobra o pessi-mismo e ao mais pessimista, o pessimismo, é claro. Vivam os sádicos (ou seriam masoquis-tas?) quadrinhos brasileiros!

www.universohq.com

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www.universohq.com

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http://caricaturadias.blogspot.com/

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nha personalidade nele. Considero que há personagens mais “vendáveis” que outros, e o Roko com certeza é muito vendá-vel!

FZ - Como surgiu a idéia de desenvolver um game? Não é um produto que se veja com muita frequência sendo desenvolvido “na raça”. Como foi chegar ao disco de platina tripla (400 mil cópias) com ele?

MB - De fato, infelizmente o Brasil ainda não tem tradição de produzir games e esse foi realmente um produto pioneiro den-tro do ainda virgem mercado brasileiro. Foi feito em apenas três pessoas, eu, o Sidney Guerra, designer, e o Richard Agui-ar, programador de computadores, além da banda Exxótica, que fez a trilha sonora. O game deu uma repercussão danada, saímos em muitos jornais, revistas e programas de TV. Aprove-

Agencia Nacional de Cinema, pra defender e incentivar o cine- itamos a boa repercussão e encartamos o game em dezenas ma brasileiro, deveria haver um órgão governamental similar de revistas especializadas em games, que somadas, vende-para o Quadrinho brasileiro. Sem uma legislação dessa o ram mais de 500 mil cópias. Depois, ainda aproveitamos e Quadrinho Nacional jamais irá pra frente. Eu divulgo meu tra- criamos uma versão remix, com mais fases e um documentário balho e mantenho o site Bigorna ( ) para divul- com o making-of do game, e lançamos tudo num DVD. Ou gar o trabalho de todos os artistas nacionais, justamente por- seja, o game gerou vários subprodutos e se multiplicou muito, que a categoria não tem nenhuma ajuda governamental. Se alcançando muita gente. Até hoje a molecada pede pelo game nós tivéssemos uma política cultural voltada para o desenvol- ou pra fazer um novo. Eu tenho vontade de fazer mas ando vimento do nosso Quadrinho, não precisaríamos nos matar super ocupado com meus livros e os 500 empregos que eu tanto pra fazer o serviço de empresário e assessor de impren- preciso ter para sobreviver (risos)! Mas, se Deus quiser, ainda sa de nosso próprio trabalho. Simplesmente produziríamos e faremos mais games, tanto do Roko como de outros persona-venderíamos Quadrinhos e deixaríamos essa outras funções gens meus.para outros profissionais. Mas como , infelizmente, isso não existe no Brasil, somos obrigados a ser, cada um de nós, um FZ – Em um determinado momento, você estava publicando “Exército de um homem só”! em 11 revistas de rock ao mesmo tempo, e publica o Roko-Loko desde sua criação na

FZ – O Roko-Loko completou 15 anos de publicações, ultra- Rock Brigade. Isso quer dizer

passou os limites dos quadrinhos e virou boneco e o primei- que fidelidade sim, mas sem

ro game 100% nacional para adolescentes, com temática exclusividade?

Rock 'n Roll. Pode-se dizer que é seu personagem predi-leto? Ou então, o mais rentável?

MB - Eu não uso essa expressão “predileto”, porque depois de tanto tempo desenhando eu já enxergo meus personagens como meus filhos, então sempre vou gostar de todos igualmente. Cada personagem tem uma personalidade e um discurso próprios, geral-mente cada um é voltado para um público mais ou menos específico, então todos são importantes para mim e cada um me representa um canal de comunicação com o mundo. O Roko-Loko é um persona-gem muito importante pra mim porque foi o que estou-rou mais rápido e me trouxe (e traz) bastante público, além do que, com o tempo, eu desco-bri que há muito da mi-

www.bigorna.net

“O Roko-Loko é um personagem muito importante pra mim porque foi o que estourou mais rápido

e me trouxe (e traz) bastante público...”

entrevist

a

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do tivermos uma educação e uma pelo contrário, sou bem consciente e mídia melhores e mais comprometi- pé no chão. Sou um cara que enfren-das com a paz mundial. tou mil adversidades, jamais desistiu Com relação às novidades, este ano de seus sonhos, sempre trabalhou vou lançar o livro do Rap Dez, meu duro, criou um trabalho alegre, inteli-personagem rapper que é publicado gente e extremamente pessoal, cor-há 8 anos na revista Viração, uma reu atrás de clientes e de público, revista politizadíssima para adoles- aprendeu a administrar sua carreira e centes. Dá uma olhada aqui: a empreender, e que além de tudo,

ainda arrumou tempo pra ser solidário É o primeiro personagem rapper dos quadrinhos e suas históri- com os colegas. Cá entre nós, caras como eu estão em extin-as são hiper politizadas e toda em versos rimados, cada histó- ção(risos)! Toda noite quando eu boto a cabeça no travesseiro ria aborda assuntos como aborto, drogas, ECA (Estatuto da eu só peço três coisas a Deus: Saúde, Trabalho e Bom-Senso. Criança e Adolescente), racismo, política, educação, sexuali- O resto deixa que eu conquisto!dade, lazer, etc. É outro livro bem legal e positivista que vai agradar gente de todas as idades. Sai no segundo semestre e FZ – Com livros prefaciados pelo Ziraldo e pelo Lula, com depo-deve ter prefácio do rapper Rappin Hood. imentos gravados por músicos do Sepultura, Angra, Korzus e Exxótica, além da amizade com grandes quadrinistas como o

FZ – Você corre atrás de trabalho como poucos que conheci. É Marcatti, quem falta abrir as portas para o Baraldão?

essa a principal dica pra quem quer viver de quadrinhos? O MB - A Mega Sena (risos)!!! Adoraria que me dessem alguns que você recomenda pra quem está começando? milhões (risos)! Brincadeiras a parte, eu estou realizado: tenho

MB - Recomendo que tenha certeza se é isso o que quer da uma carreira muito honesta e bonita, tenho fãs e amigos por

vida mesmo. Que estude sem parar e entre no mercado o mais toda parte, conquistei tudo que uma pessoa normal precisa ter.

cedo possível, comece de baixo, na humildade, e vá crescen- E, sobretudo, construí tudo sem precisar abrir mão de minhas

do. Crie seus personagens, suas tiras e HQS e faça ao menos crenças, sonhos e ideologia. Sem precisar deixar de ser eu

um blog para apresentar seu trabalho ao público. Faça amiza- mesmo!

de com os colegas de profissão e tenha autocrítica, melhore seu trabalho e a si mesmo sempre. FZ - As mensagens que você busca passar com seus persona- gens, além de belíssimas, mostram uma constante preocupa-

FZ – Ganhar o prêmio Ângelo Agostini é o objetivo de todo ção com o bem-estar geral. Os Prêmios Jornalísticos Vladimir

quadrinista ou cartunista que busque reconhecimento nacio- Herzog de Anistia e Direitos Humanos (ganhos em 2002 e

nal. Você ganhou onze vezes! Consecutivas! Como fica sua 2004) coroaram essa busca?

cabeça com esse carinho por parte dos fãs? MB - Com certeza! Isso é um reconhecimento a esses anos

MB - Veja só que curioso. Alguns “críticos” por aí ,que não vão todos fazendo um trabalho voltado pra democracia e pra evolu-

muito com a minha cara, me acusavam de fazer campanha ção do Ser Humano. Esse é um prêmio importantíssimo pra

junto ao público para ganhar o Prêmio. Mas ano passado eu fiz imprensa brasileira, um prêmio que não é meramente estético

campanha publicamente para NÂO VOTAREM em mim e e sim político! Um prêmio dado a quem luta por Justiça social!

ganhei assim mesmo!!! Isso prova que o público realmente Então é um prêmio que muito me honra e foi um prazer subir

gosta de mim, do meu trabalho e da minha autenticidade. Isso duas vezes no palco do Memorial da América Latina para rece-

vale ouro num mercadinho dominado pela falsidade, inveja e bê-lo. E o fiz nas duas ocasiões com camiseta do PT, o que

hipocrisia como o dos Quadrinhos! E serviu pra calar a boca gerou protestos dos conservadores, mas também centenas de

suja desses mal-amados também. Eu ganhei esses prêmios aplausos esfuziantes para mim.

todos porque, modéstia a parte, os mereço, assim como mui-

tos outros mais. Eu não fico deslumbrado com os prêmios, FZ - Você trata de espiritualidade, ecologia e questões sociais,

www.viracao.org/artigo.php?id=2178Baraldão com Maurício de Sousa no HQMix de 2009

entrevist

a

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não é minha praia. Não pós-punk e de blues. Depo-quero ser prisioneiro do is, entrei na faculdade de “politicamente correto” mas sim, parceiro do bom- Artes Plásticas e larguei tudo, passei a me dedicar senso. 100% ao trabalho de cartunista, pois já estava na idade de ganhar grana e pensar no futuro. Mas meu baixo, guitarra e

FZ – A fronteira do nosso país não te segurou, não é? Quais os tecladinho ainda estão lá em casa, empoeirados. Estão me

outros países que estão publicando seus personagens? esperando (risos). Quem sabe algum dia eu volte pra eles.

MB - Já publiquei em revistas de Portugal e do Equador. Eu só

não vazei pra outros países ainda porque não criei vergonha FZ - O que está rolando agora no player para responder

na cara pra estudar inglês decentemente até hoje. Na verdade minhas perguntas?

não tive tempo pra isso, pois sempre trabalhei muito e me MB - Estou com uma pilha de Cds aqui do lado: Queen, Cha-concentrei no mercado brasileiro, que é a minha prioridade meleons, Icicle Works, Chron Gen, Stone Roses, Morrissey, mesmo. Publicar em outro país pra mim é apenas “um bônus”. Engenheiros do Hawai, Exxótica e Spider Murphy Gang. Foi o Minha carreira sempre foi voltada pro povo brasileiro mesmo. que eu ouvi enquanto respondia a entrevista. São Cds mesmo, Mas eu ainda sou novo, tenho muito chão pela frente e com não é MP3. Acho que eu sou o único cara que ainda compra certeza terei tempo para analisar essa questão com calma. Cds (risos)!...

FZ – Voltando as suas origens, por conta de uma juventude um FZ – Puxando um pouco a brasa pra nossa sardinha, como foi tanto atribulada, você procurou sua independência o quanto que você nos conheceu e o que acha do formato que adota-antes, prometendo não constituir outra família. Essa promessa mos, de revista eletrônica? E, te explorando mais um pouco, ainda está em pé? que conselho nos daria?

MB - Você tá bem informado, heim (risos)?!? Eu já constituí MB - Conheci na Internet, que é a coisa mais sensacional que minha família faz tempo: são meus amigos, amigas e meus inventaram nos últimos anos. Uma ferramenta espetacular pra personagens. Casar, ter filhos, bater cartão, ter sócios e funci- conhecer coisas e pessoas! Eu gosto de revistas eletrônicas e onários é algo que está totalmente fora de cogitação pra mim. pra mim está claro que este será o futuro para todos. Lenta-Essas coisas todas são complicadas demais para mim. Defini- mente o papel está sendo substituído pelos arquivos digitais. É tivamente eu não tenho vocação para elas! Eu nunca me enca- mais barato, não envelhece, não rasga, não ocupa espaço e é ixei tão bem no Sistema assim. Como diriam os Ramones: “It´s ecologicamente mais saudável, pois não precisa derrubar not my place in the 9 to 5 world!”. árvores e depredar o planeta. Pra mim vocês estão no caminho certo, sintonizados na época atual . A revista está muito bonita

FZ – A Turma dos Químicos está sendo publicada desde o final e foi um prazer participar dela. Podem contar comigo sempre,

dos anos 80, passando por revistas, jornais, cartazes, adesi- tanto como leitor como colaborador.vos, gibis, camisetas e outros tantos materiais de divulga- ção. Eles têm um significado especial pra você, por FZ – Baraldão, espaço aberto pra você, meu representarem o começo da sua carreira? chapa. Diga o que faltou ser dito, deixe um MB - Sim, com certeza! Eu os criei quando era alô para os seus fãs e como encontrá-lo adolescente, para o Sindicato dos Químicos na web. do ABC paulista, foi meu primeiro emprego MB - Muito obrigado pelo espaço e no ramo e foi meu ponto de partida na car- consideração. Sucesso e saúde a reira e na vida, por assim dizer. Quando eu todos! Pela democracia no mundo era adolescente passei mais tempo dentro todo! Abaixo o Gaddafi e todo e qualquer do Sindicato que em qualquer outro lugar. ditador deste planeta. Por democracia e Minha vida era lá, eu vivi aquilo intensa- desenvolvimento em todos os países da mente. Então sempre vou ter um carinho África ,Ásia e do Oriente Médio. A América por aqueles personagens e por aquele local. Latina já passou por essas ditaduras escro-Minhas raízes são do ABC paulista, isso sem- tas e sabemos muito bem a desgraça que isso é pre me marcará! para as nações! Solidariedade a todos esses povos. Vamos todos lutar por um mundo livre, sem

FZ – Claro que o Rock 'n Roll não ficou só no papel, afinal você guerras, ditadores ou imperialistas escrotos! Está mais do que já tocou em banda. Como foi a experiência? na hora da Humanidade aprender a ser feliz!

MB - Foi legal, mas foi coisa que fiz quando ainda era garotão Visitem meu site e me achem lá: mesmo, pois não ganhei grana com isso. Foi só uma forma divertida de passar a adolescência. Toquei em banda punk,

www.marciobaraldi.com.br

Eu gosto de revistas eletrônicas e pra mim está claro que este será o futuro para todos. [...] Pra mim vocês estão

no caminho certo, sintonizados na época atual.

entrevist

a

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•por brontops baruq

Os leitores do jornal

esportivo Lance!

conhecem bem

o traço elegante

e preciso de Gustavo

Duarte em suas

charges e

caricaturas.

Mas, depois de CÓ!

(ganhador de dois

prêmios no HQMix

do ano passado)

e de TAXI, ficou

evidente seu talento

para criar histórias

em quadrinhos.

Por telefone,

Gustavo revelou um

pouco mais dessas

produções

independentes, sua

trajetória, seu

trabalho e como

chegou até aqui.

DESENHO ANIMADO

Os quadrinhos de Gustavo Duarte me remetem (e bastante) a desenhos

animados, como as histórias clássicas da Pantera Cor-de-Rosa. Ele não

negou a influência, e explicou que o tema dos episódios eram improvisa-

dos de acordo com o andamento da história.

CÓ! é sobre uma estranha experiência ufológica vivida por um fazendeiro

isolado, cujo pior resultado não é ser transformado em um porco, mas sim

uma infestação incontrolável de galinhas.

TAXI também segue uma linha delirante, mas parte de uma situação – aparentemente - mais

banal. Um músico prestes a se apresentar com sua banda esquece de algo essencial para sua

apresentação. A presença de figuras famosas do jazz circulando em ambientes “domésticos”

chama a atenção para o talento de caricaturista de Gustavo.

Ambas as histórias são “mudas”, quadrinhos sem balões ou diálogos entre os persona-

gens. A leitura em silêncio produz um “som”, uma "música" à história e libera o cérebro

do leitor de decifrar onomatopeias.

A melodia não é inspirada apenas pelo formato de EP da revista. O tema, os persona-

gens, os diferentes ambientes e os rumos inesperados da história sugerem a improvisa-

ção e a liberdade do jazz com direito às presenças de Dr. Lonnie Smith, Ron Carter,

Wynton Marsalis e Harry Connick Jr. Destes, talvez os dois últimos sejam mais facilmen-

te identificáveis para quem não é conhecedor. Alguns anos atrás, a TV Cultura transmitiu

uma série em episódios voltados para o público juvenil, nos quais Marsalis apresentava

a história do jazz e a estrutura básica de uma orquestra. Harry Connick Jr também é ator

e já atuou em vários filmes, como por exemplo, Independence Day, Menphis Belle, e até

na animação The Iron Giant. Dr. Lonnie Smith é um organista com mais de cinquenta

anos de carreira ( ) e Ron Carter, um contrabaixista acla-

mado, que já tocou com grandes feras, como o famoso Miles Davis.

INFLUÊNCIAS

A música foi uma influência óbvia em TAXI. Gustavo já esteve em shows dos artistas

representados em sua história e, inclusive, chegou a conversar com Dr. Lonnie

Smith. O jazz e a narrativa sem diálogos me remeteram ao desenho animado da

Pantera Cor-de-Rosa. Gustavo reconheceu a influência, revelando como eram

improvisadas as trilhas, a partir do tema da Pantera de Henry Mancini e da exibi-

ção do episódio diante dos músicos.

Os traços longos e ondulados das caricaturas de Gustavo me fizeram lembrar o

grande Loredano ( ou melhor ainda

). Mas além de

http://www.drlonniesmith.com/

http://veja.abril.com.br/161002/p_138.html

http://issuu.com/cmvfx/docs/catalogo_loredano_2010_nnn

Bate-bola com Gustavo Duarte

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http://mangabastudios.blog.uol.com.br

www.impulsohq.com

Loredano, Gustavo também admira e admite a influência do norte-americano Al

Hirschfeld (1903-2003 ), ilustrador e caricatu-

rista da New York Times.

Nos quadrinhos, ainda há Bill Watterson (Calvin) e do principal responsável pela escolha

da carreira: Charles Schulz. Gustavo sempre ficou impressionado como estes autores

conseguem dar vida aos personagens. Ele se lembra de, aos seis anos de idade, ter

assistido a um documentário na TV Manchete sobre o criador de Charlie Brown, Snoopy e

cia. Ao final do programa, disse “Taí, eu quero fazer isto quando crescer.” Ziraldo e Laerte

foram mencionados entre os artistas nacionais, Goscinny e Quino, de fora dos EUA.

FUTEBOL

Ao se visitar seu blog ( ) fica evidente um apuro

visual em design gráfico, principalmente ao se observar seus flyers, convites, posteres

de shows e outros lançamentos. Tudo muito limpo, claro, despoluído, combinações

incomuns de cores. Gustavo estudou design gráfico na Unesp

em Bauru e começou muito bem, sendo um dos selecionados

do disputado Curso Abril

( ).

O Curso abriu muitas portas neste sentido e

ajudou a criar uma rede de contatos que o

auxiliou nos primeiros anos, mas que

também o levou a algumas arapucas. Ele

foi empregado em um dos primeiros sites

gratuitos do Brasil (“Foi e continua sendo

meu melhor salário”, lembra-se.) mas que faliu e, com

isso, lá se foi o sonho de iates, mulheres, mansões, mulhe-

res, carros...

Felizmente, Gustavo conseguiu se recolocar. Sem dúvida, o fato de

gostar de futebol ajuda bastante no trabalho do Lance! “Penso que a

maioria dos cartunistas não gosta de futebol. Além de mim mesmo, conheço

o Baptistão ( ), o Mario Alberto ( ),

o Loredano, o Junião ( ), o Orlando

( )... ”.

Entretanto, apesar da paixão pelo bom futebol, Gustavo gosta cada vez menos

dos caminhos para os quais o esporte anda sendo conduzido. “O futebol é a

coisa mais importante, dentre as menos importantes. O futebol tem que

se levar menos a sério, ele anda muito chato... patético...”, afirma.

“O campeonato brasileiro de 2010 foi decepcionante. Apesar de eu

ser são-paulino, preferia assistir aos jogos do Santos”, afirma, e vai

além: " O estrelismo, as somas absurdas envolvidas, a falta de raça e

vontade dos jogadores, as pressões da mídia e patrocinadores, tudo

parece contribuir para um desencanto com o esporte. ", desabafa.

http://www.alhirschfeld.com/index2.html

http://mangabastudios.blog.uol.com.br/

http://cursoabril.abril.com.br/oqueecurso/oquecurso.shtml

http://baptistao.zip.net/ http://marioalbertoblog.blogspot.com/

http://www.juniao.com.br/weblog/

http://www.fotolog.com.br/orlandopedroso

Agradeço a

Laura Fuentes,

do Instintos da Pele

( ),

que me ajudou

e me incentivou

a escrever esta

pequena

“reportagem”.

http://instintosdapele.blogspot.com/

Charge da final da Taça Guanabara, publicada no jornal Lance! em 1º/03/11

• um site com a qualidade do grupo mangabastudios •

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Mary Jane Watson criança, na tirinha do Puny

Parker?

LC - Não. Eu adoraria dizer que sim, mas não é

verdade. A gente brinca com isso porque, no ano A história da professora de pernas rechonchudas é

passado, pintei meu cabelo de vermelho por uns verdadeira, sim, (risos). Nunca mais encontrei

tempos. Isso aconteceu bem na época que teve o essa professora para contar isso a ela. Na verdade,

FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), aqui quando comecei a criar os personagens para a

em BH. Nesse FIQ, conhecemos o Gustavo Duarte tira, nem me lembrava mais de ter inventado a

(somos fãs dele!) e o Gustavo é que brincou, dizen- palavra "pantozelos", não me lembrava das per-

do que eu era a Pequena MJ, porque tinha o cabelo nas dela, nem nada. Foi tudo coincidência: no dia

vermelho e sou bem baixinha e tudo o mais. Depo- em que comecei a esboçar a primeira tira, eu esta-

is disso, eu até comecei a reparar melhor que a va remexendo nuns cadernos de escola e encon-

Pequena MJ e eu temos muitas características em trei, no meio desses rabiscos de última página, um

comum. Mas meu cabelo já nem está vermelho rabisco de um par de pantozelos. Ao lado do rabis-

mais. Ele se inspirou foi na própria Mary Jane co estava escrito "são pantozelos ou tornurri-

mesmo. lhas?", que seriam as duas formas de misturar

tornozelos com panturrilhas, né? Foi aí que me

FC - Sua tirinha ( ) voltou tudo à cabeça e decidi chamar a tira de "Los

é apaixonante e a personagem prin- Pantozelos", porque já tinha definido que queria a

cipal é superquerida. Todo esse sentimento faz a personagem principal com pernas gordinhas.

gente pensar que a protagonista é alguém que Uma coisa engraçada é que não consigo me lem-

conhecemos pessoalmente (no meu caso, como brar de onde vieram os dois personagens: a Cá e o

exceção, quando olho para ela sempre lembro da Maricas. Guardo os primeiros rascunhos dos dois

Francine, de Strangers in Paradise, não sei por e tudo, mas não sei de onde a minha cabeça tirou

quê... E eu adoro a Francine!). Como foi a ideia de esses dois. Não sei de onde me veio o nome “Mari-

criar as tirinhas? É certo que o nome Los Pantoze- cas”, por exemplo. Eu sei que o nome da Cá, que

los veio do fato de uma de suas professoras ter as nunca disse qual é nas tiras, mas é Carisma, veio

pernas tão rechonchudas, que não era fácil saber porque é um anagrama com Maricas. Mas isso

onde terminava a panturrilha e começava o tor- nunca foi uma coisa que parei para pensar e para

nozelo, e daí veio o apelido de pantozelo? A sua embaralhar as letras do nome. Veio tudo do nada.

professora conhece essa história? (risos) E não lembro como foi que inventei a cara dos

dois. Eles simplesmente apareceram no papel. Eu LC - Puxa, maior honra do universo! Eu sou malu-

preciso inventar uma história melhor para quan-ca por Estranhos no Paraíso! Adoro a Francine!

do me perguntarem como foi que criei a tira, por-Nunca tinha pensado nas minhas tiras dessa for-

que essa história verdadeira é muito louca e até ma.

http://lospantozelos.blogspot.com/

Los Pantozelos

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me assusta um pouco. zonte. Pouca gente co-

nhece, pouquíssima gen-

FC - Existe algum projeto te frequenta, o que é uma

para que a tirinha saia pena. Chama-se Gibiteca

impressa em jornal ou Gobbo. Eu mesma fiquei

livro? Você pode comen- conhecendo o lugar só há

tar algum projeto futuro uns poucos meses e ela já

pra gente? Alguma coisa existe há dezoito anos! O

em conjunto com seu que tenho lido, recente-

irmão está prevista? mente, é o que encontro

por lá. Eles têm uma bela coleção de quadrinhos LC - Nunca pensei em publicar Pantozelos em

franceses, uns álbuns com artes tão lindas que dá meio impresso. Mas, quem sabe? Eu criei a tira

vontade de comer! Da última vez que fui lá, li "La apenas com a intenção de publicá-la no blog, sema-

Fille Du Professeur", de Joann Sfar e Emmanuel nalmente, para me "condicionar a desenhar sem-

Guibert.pre", como meu irmão diz. Mas ainda sou muito

indisciplinada e não foi bem assim que tudo funci-

onou. FC - Você é uma das fundadoras do blog Lady's

Meu projeto futuro chama-se "An Olive Song". É Comics ( ), um projeto

uma história (mais ou menos longa) que mostra bacana mostrando o lado feminino da Banda Dese-

uma jovem professora de piano revirando suas nhada... Já rolou briga com algum namorado

lembranças mais antigas, para recuperar a força para você ler o gibi dele? (risos) Brincadeira, mas

que precisa para se reencontrar e seguir com a realmente a presença feminina nos quadrinhos

vida e com seus projetos. É uma história sobre sempre foi menor e isso vem mudando bastante

criações artísticas e sobre o que chamo de "fantas- (Ainda bem!)... A que você atribui essa mudança?

mas da solidão". Tenho uma outra ideia também Eu acho que o sonho de todo nerd é poder discutir

no papel, mas essa eu não contei nem para o meu com a namorada o psicodelismo da Saga dos Meta-

irmão ainda, é a coisa mais secreta do mundo. barões de Jodorowsky-Gimenez ou na dúvida de

quem merece vencer o embate entre Light Yagami

ou "L" Lawliet em Death Note (risos).FC - Quais são seus autores prediletos hoje? E o

que você anda lendo ultimamente? LC - Nunca namorei um cara que fosse realmente

fã de quadrinhos. Eu é que emprestava meus qua-LC - Acho que os meus preferidos são os mesmos

drinhos (e os quadrinhos do meu irmão) para eles. preferidos de todo mundo. Charles Schulz, Bill

Lembro de ter emprestado Bone para um deles e Watterson, Jeff Smith, Terry Moore, Daniel Clo-

ele gostou bastante. Meus presentes de aniversá-wes e Vitor Cafaggi (risos).

rio de namoro eram todos quadrinhos. Uma vez, Eu acabei de encomendar "Koko, Be Goog", da Jen

dei Spider-Man Blue completa, outra vez, eu Wang, e estou ansiosa para ler. Não dá para citar a

mesma fiz uma história em quadrinhos para dar Jen como minha autora de quadrinhos preferida

de presente. Até que eu não era uma namorada ainda, porque ainda não li a história, mas ela é

ruim, (risos). Gosto de ver que alguns dos meus uma das minhas desenhistas preferidas.

ex-namorados, mesmo nunca tendo sido fãs de Tem uma gibiteca superlegal aqui em Belo Hori-

http://ladyscomics.com/

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EN

TR

EV

IST

A

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você ou as contas pra pagar não te deixam ter crises de êxito profissional?criatividade?

FZ - Quando você puder, faça uma visita no Studio Made in PB! Estamos aprimorando a estrutura e

acredito que você vai gostar FZ - Sabemos que publicações dependem de acordo das novidades! entre editoras. Porém, há perspectiva de publicações

em que você trabalhou chegarem às bancas, livrarias e lojas brasileiras? Até hoje eu espero por Red Sonja e Battlestar Galactica!

FZ - Quais os quadrinhos que você está lendo ulti-mamente?

FZ - Diga para os nossos leitores, futuros desenhistas, o que é necessário para ser um bom desenhista e ter

JH - Bom, creio que vou fugir um pouco do: “desenhar, JH - Eu creio que já deve ter acontecido sim, principalmente desenhar e desenhar” que todo mundo fala. Para se ter quando se faz capas de revistas (risos). Mas tive que fazer êxito e ser um profissional de “responsa”, você tem que assim mesmo (risos). Com os quadrinhos pode até afetar estudar bastante! Desde linguagem corporal, cânones, um pouco, mas nem tanto, já que fazemos os layouts com desenvolvimento de personagens, anatomia (isso é uma antecedência, e já nos layouts encontramos a energia da parada que poucos dos profissionais realmente manjam), história completa! Você só tem que passar a limpo perspectiva, narrativa, desenvolver um bom estilo... (geralmente 1 página a cada dia), a maior parte do que Mesmo assim, mesmo estudando muito, isso corresponde deveria ser criado, já está ali. Então você desenha apenas a 30%, os outros 70% é trabalho duro! Nesse ramo normalmente, o que difere apenas, é que um dia se está não adianta apenas o conhecimento teórico, é preciso que mais inspirado que outros. Nesses dias você se supera, o artista saiba aplicar isso na prática. mas nos outros, você se mantém. Mas nada que prejudique o resultado final da revista.

JH - Claro, farei uma visita assim que possível! Obrigado.

JH - Por enquanto, o único material que produzi, pude comprar numa banca daqui e ler foi o Avengers Invaders. Infelizmente, outras publicações minhas como Red Sonja e Queen Sonja, acho difícil ver por aqui, até porque as vendagens de uma minissérie da Sonja que veio ao Brasil há pouco tempo não foram muito boas. Mas estou bastante esperançoso que o trabalho que estou fazendo atualmente (o Kirby: Genesis) venha a ser publicado aqui no Brasil! Mas por enquanto, não há nada certo ainda, só esperança (risos).

JH - Confesso que atualmente não estou lendo nada de quadrinhos, infelizmente. O último material que eu li foi o "Bando de Dois" do Danilo Beyruth.

Art&Comics International(twitter)

(portfolio virtual) (blog)

http://twitter.com/j4ckherberthttp://jacksonherbert.deviantart.comhttp://jackh3rb3rt.blogspot.com

Fontes de Pesquisa:

- blog do Zan com trechos dos textos de Sidney Gusman e Marcos Ramone.Imagens: Orkut e Facebook do entrevistado.

http://jackh3rb3rt.blogspot.com/

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FARRAZINE - Vimos que grande parte de sua

base como desenhista veio do tempo em que

desenhava fanzines, de onde é que surgiu o

amor por esse tipo de trabalho?

FZ - Você ainda acompanha fanzines?

FZ - De que forma você acha que a Internet

pode contribuir para os fanzines?

FZ - Em uma outra entrevista, você foi pergun-

tado sobre a sua participação no quadro de

profissionais que criou o CURSO PRÁTICO DE

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ONLINE DA

UNIFOR, sobre os resultados esperados do

projeto. Na ocasião, você comentou que, em

breve, sairia uma coletânea das HQS produzi-

Geraldo Borges - Fanzines apareceram pra

mim como uma válvula de escape para criar

minhas próprias histórias.

GB - Confesso que muito pouco por falta de

tempo, mas vejo pelo menos as notícias dos

zines e revistas independentes que estão

saindo Brasil afora.

GB - A internet veio pra ajudar no grande

problema do fanzine que é a distribuição;

fazer a HQ chegar à mão do leitor e mais,

aumentar o raio de alcance... o que no

formato impresso limitava-se a no máximo

500 pessoas, na rede não existe limite.

das no curso. Como anda o projeto? As HQ's já

foram publicadas? Há intenção de continuar a

fazê-las com os alunos?

FZ - Seu histórico como professor de desenho é

lindo e é impossível não observar como você

ama essa atividade. Sendo assim, seguindo

ainda a mesma linha de perguntas com relação

ao trabalho autoral e ensino, você acha que sua

ida para a DC ajudou a potencializar e chamar

atenção para projetos como o da UNIFOR e

outros? Há outros projetos parecidos em

andamento?

FZ - Você teve, alguma vez, problemas de

aceitação das editoras por não "americanizar"

seu nome?

GB - Ainda não foi publicada porque preciso

me organizar melhor para fazê-lo; mas

pretendo não só publicar as HQ's da primei-

ra turma, como também da segunda turma

que está rolando agora.

GB - Sim, o fato de trabalhar com a DC sem

dúvida ajudou a chamar a atenção para este

curso de quadrinhos, fora o fato de o curso

ser totalmente à distância, o que estendeu o

raio para qualquer aluno de qualquer parte

do planeta que entenda o idioma português

(risos). O outro projeto similar da Unifor será

o Curso de Mangá, criado pelo grande J. J.

Marreiro (MSP+50) e vai arrebentar com as

estruturas, pois está muito bem produzido;

a previsão é que comece no meio do ano de

2011.

GB - Nunca tive problemas com isso, parti-

cularmente.

58 http://geraldopenciller.blogspot.com/

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FARRAZINE - Como você descobriu o talento para desenhar?

FZ - Quais ilustradores e desenhistas você admira?

FZ - E os seus personagens favoritos?

FZ - Suas tirinhas têm um humor fora do comum. Como você procura inspiração para desenvolvê-las?

FZ - Sempre trabalhou com desenho?

FZ - E se tivesse que escolher outro profissão, qual seria?

Alberto Montt - Eu não descobri, porque eu desenho desde que tenho lembran-ças. Entretanto, não acho que seja um talento, pelo menos, não um talento único. Acho que se todo mundo continuasse desenhando desde o momento que come-ça, ou seja, aos 3 ou 4 anos de idade, a maioria dese-nharia muito melhor que eu. É só prática e gosto.

AM - A lista é enorme e se divide entre os que eu admiro por conceito e por estética, mas assim rapidi-nho eu posso dizer, Quino, Larson, Fontanarrosa, Liniers, Isol, Fanelli, Cantone... Ufff, milhões!

AM - Mafalda e toda sua trupe, Ren & Stimpy, Pea-nuts, Olafo... Outra lista enorme.

AM - Eu, igual a todo mundo, tenho estados de âni-mos. Às vezes, sou sarcástico e escuro, outras alivio um pouco, sou alegre ou absurdo. O que eu faço é passar as ideias que vem no papel e pronto! É um exercício que, provavelmente, qualquer pessoa pode-ria fazer, mas não se dá ao trabalho de fazê-lo. Trato, isso sim, de manter a cabeça muito aberta para que nada fuja. Isso acabou me tornando muito mais

observador e crítico do que eu costumava ser.

AM - Sim, sempre.

AM - Eu sempre gostei de arquitetura e de leis. Creio que eu poderia ter sido um exce-

lente advogado... Eu acho isso, pelo menos.

FZ - Há um monte de artistas que encontram dificuldades para poder se realizar profissional-mente. Nesse caso, que conselho você daria para aqueles que pre-tendem iniciar a carreira como ilustrador?

FZ - Como membro fundador de SIETERAYAS COLETIVAS, o que você pode contar pra gente sobre isso?

FZ - Seu estilo é bastante diferencial. O traço, o tra-balho com as texturas... Como chegou nessa identida-de visual?

AM - É uma carreira difícil (como todas), mas há 3 pontos que são primordiais:1. Amar o que você faz com toda sua alma.2. Ter tolerância com a frustação. E faz muita falta!3. Ser suficientemente autocrítico para saber reconhecer se existe algo mais que só vontade sobre o assunto.

AM - Quando eu comecei a ilustrar profissionalmen-te, conheci um grupo de pessoas que estava no mesmo caminho e estado profissional, nós fizemos amizade e decidimos unir forças para conseguir abrir campo aos ilustradores. Organizamos-nos como coletivo e organizamos tam-bém “oficinas”, exposições e projetos. Serviu muito para aparecer e assim, gerar um nome como coletivo e como indivíduos. O coletivo é uma grande ferramen-ta para começar.

AM - Muita gente me perguntou como se consegue um estilo pessoal. Na verdade, acho que o estilo não seja algo que se busque. Pelo contrário, sinto que o artista tem muitas deficiências no momento de trabalhar, problemas com perspectiva, com o dese-nho e as cores, sei lá, mil coisas! O negócio é encontrar a maneira de tirar prove-ito desses erros e converter isso em marca pessoal. Por exemplo, eu mesmo, tinha muitos problemas em desenhar maxilares e ombros, por isso meus desenhos quase não tem essas coisas. Entendeu?

60 http://www.dosisdiarias.com/ http://blogdelmontt.blogspot.com/ http://twitter.com/albertomontt http://www.sieterayas.cl/

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Foi uma das minhas poucas experiências no Skype...

Reconheço que sou “analfanético" com algumas tecnologias da internet.

Principalmente com relação a chat ou conversas em tempo real.

Eu não sabia manejar muito bem o programa (eu sei, nem é tão complicado

assim, enfim...) mas o pessoal do Arg!Cast foi bacana e paciente.

Abaixo um bate-papo cheio de descontração e risadas

com o Matheus Shortfall e o Hilliam.

Por RdeltonPor Rdelton

Hilliamhttp://twitter.com/Hilliam_ARG

62626262

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www.argcast.com.br

Matheus Shortfall

63636363

http://twitter.com/matheusoj

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http://www.bodegadoleo.com/

O melhor do QuadrinhoO melhor do Quadrinho

Independente.Independente.Tudo num só lugar!Tudo num só lugar!

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Já estão abertas as inscrições para o “5º Concurso Cultural da Turma do Gabi – Desenho” e vão até o

dia 30 de Junho. Este ano, “Bichos” foi o tema escolhido para a elaboração dos desenhos. Podem

participar crianças e jovens de todo o país com idade de 9 a 14 anos. Os desenhos devem ser feitos em

papel ofício e enviados para o Casarão Cultural Pau Preto: Rua Pedro Gonçalves, 477, Jardim Pau Preto,

CEP: 13.330-210, Indaiatuba, SP. A premiação para os três melhores trabalhos será um MP3 e um kit de

revistas da Turma do Gabi (Ed. Júpiter II / Emt). A exposição com os trabalhos selecionados acontecerá de

04 a 31 de Julho no Casarão Cultural. A realização é do EMT – Estúdio Moacir Torres, com o Apoio da

Fundação Pró-Memória e Prefeitura Municipal de Indaiatuba. Veja o regulamento no site:

. Maiores informações: (19) 3875-8383 – 3834-6319. Participe!www.turmadogabi.blogspot.com

ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA

O 5º CONCURSO CULTURAL

DA TURMA DO GABI – DESENHO

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