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FALA , marco 2012 Jornal do Colégio João XXIII www.joaoxxiii.com.br Cristina Mello Diz a sabedoria popular que um ser humano só tem uma vida completa quando planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho. Para alguns alunos da 6ª série ao Ensino Médio, um terço dessa “missão” já foi cumprida. Logo nas primei- ras semanas de aula, eles plantaram árvores frutífe- ras próximo à área verde da Etapa de 1º ao 5º ano do EF e na horta da Escola, jun- to com a Direção, a Equipe Técnica e os Professores. Agora, estudantes, árvores e frutos vão crescer e ama- durecer juntos. A educação dá frutos A educação dá frutos

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FALA,marco 2012Jornal do Colégio João XXIII

www.joaoxxiii.com.br

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Diz a sabedoria popular que um ser humano só tem uma vida completa quando planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho. Para alguns alunos da 6ª série ao Ensino Médio, um terço dessa “missão” já foi cumprida. Logo nas primei-ras semanas de aula, eles plantaram árvores frutífe-ras próximo à área verde da Etapa de 1º ao 5º ano do EF e na horta da Escola, jun-to com a Direção, a Equipe Técnica e os Professores. Agora, estudantes, árvores e frutos vão crescer e ama-durecer juntos.

A educação dá frutosA educação dá frutos

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Miragem e realidadeA perfeição é uma miragem. Não exis-

te. Entretanto, mesmo não existindo fisica-mente, é ela a estrela-guia de qualquer ser humano ou projeto. E quando se fala de perfeição, é preciso pensar em equilíbrio. Em uma escola, a equação envolve estru-tura física e proposta pedagógica, estando a primeira sempre subordinada à segunda.

Neste início de ano letivo a comu-nidade escolar encontrou a Escola re-novada (veja matéria Mãos à Obra, nas páginas 6 e 7), mas com um calor de 40 graus sobre Porto Alegre, a climatização nas salas de aula foi questionada, ge-rando um debate e a oportunidade de lembrar como são estabelecidas as prio-ridades do Colégio João XXIII.

Algumas palavras-chaves são funda-mentais: planejamento, prioridade e se-gurança. Antes de qualquer outra consi-deração, é preciso pensar que o João é um “senhor” de 47 anos, com uma longa e firme trajetória.

O planejamento financeiro das obras e dos investimentos tem dado conta não apenas da manutenção e do cuidado com a estrutura física, como também com as demandas geradas pela proposta pedagógica. Para que isso seja possível, as prioridades são construídas, debatidas com a comunidade escolar e aprovadas em reuniões do Conselho Deliberativo.

Vale ressaltar, ainda, que todo este processo criterioso, democrático e transpa-rente tem papel importante no momento positivo vivido pelo Colégio, incluindo o crescimento do número de alunos. Isso não ocorre de graça, mas em consequência das ações pedagógicas e de gestão. Trata-se, portanto, de uma realidade construída por todos nós, e não apenas de uma miragem.

Cristina PozzobonPresidente da Fundação

EDITORIAL

Jornal do Colégio João XXIII

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Cristina Toniolo PozzobonVice-presidente: Afonso Mossry Sperb

Diretor Financeiro: José Carlos Carpes CastiglioDiretor Jurídico: Blair Costa D’Ávila

Diretor de Patrimônio: Pedro Chaves Barcellos FilhoDiretora de Comunicação: Jaqueline Tittoni

INSTITUTO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIDiretora Geral: Anelori Lange

Vice-Diretora: Maria Tereza Coelho

Edição: Rosina Duarte Textos: Luana Dalzotto

Diagramação e editoração: Cristina Pozzobon

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A Senhora SecomA rotina de Dona Mercedes no João ocupa 35 dos seus quase 90 anos

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No início, as idas de Dona Mercedes Widholzqr ao João XXIII aconteciam ape-nas para levar e buscar os netos. Mas, de repente, ela ficou viúva e precisou dar um novo rumo a sua vida. Foi aí que o recém criado Serviço Comunitário da Escola (Se-com) assumiu um papel importante em sua rotina e ocupou 35 anos dos 90 que está prestes a completar. Em setembro de 2012, essa senhora de mente e corpo saudáveis deixará de estar “encos-tadinha nos 90”, como diz a bisneta Luiza, para entrar de cabeça nessa nova década de sua vida, que certamente in-cluirá o João, o Se-com e os trabalhos voluntários para a Vila dos Eucaliptos, também conhecida como Orfanatrófio.

Inicialmente, Merce-des se encarregou de ensi-nar crochê para as mães da Vila dos Eucaliptos, mas, em seguida, passou de professora à coordenadora do Secom. A promoção surgiu com a troca de di-retoria do Colégio, que influenciou tam-bém os trabalhos comunitários e volun-tários. “Ganhei muita coisa boa da vida e estava na hora de retribuir”, fala Dona Mercedes explicando o porquê de abrir

mão do salário que até então era pago a sua antecessora no cargo.

O “reinado” de Dona Mercedes, que durou até o início deste ano, implantou novos cursos – hoje há oito possibilidades – e agregou mães e avós do João, “porque no início só as mulheres da comunidade participavam”, recorda.

“Vou sair da coordenação, mas vou continuar ajudando”, afirma. Para assumir

seu lugar, Dona Mercedes escolheu a professora de pintura e teci-

do, Nilva Ferreira da Silva. “Ela sempre me auxiliou

muito e é a pessoa ide-al porque tem tempo para se dedicar para o Secom”, explica.

Além das aulas que começam em março e

acabam em novembro – com a exposição dos

trabalhos produzidos du-rante o ano – o Secom realiza

ações beneficentes para a creche Boa Esperança, localizada na Vila Orfanatrófio, como arrecadação de ovos de Páscoa, no-velos de lã para confecção de blusões e presentes para o Dia das Crianças e Natal.

Os cursos do Secom são abertos para quem quiser participar. O único pré-requisito é o pagamento da taxa de inscrição, no valor de 40 reais.

”Esse trabalho manteve minha

cabeça e meu

corpo ativos”Dona Mercedes

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O sobrepeso virou epidemia entre as crianças (veja quadro). Diante des-sa preocupante realidade, o governo federal lançou, em março, o Programa Brasileiro de Combate à Obesidade In-fantil, com implantação prevista em 22 mil escolas públicas de duas mil cida-des. No último ranking do Ministério da Saúde, divulgado neste mês, Porto Alegre aparece como líder em sobre-peso. No Colégio João XXIII, entretanto, o estímulo à alimentação saudável faz parte da rotina há muitos anos. Além de cardápios elaborados por nutricio-nistas, os alunos são orientados sobre o tema e participam de atividades que estimulam o consumo de produtos na-turais em substituição aos fast-foods.

Mensalmente, são elaborados 13 cardápios para a Educação Infantil, o Joãozinho Legal e a Etapa de 1º ao 5º ano. Além disso, Magali Martins, da Cantina Azanona, e Joseane Mancio, nutricionistas da Escola, são responsá-veis pela supervisão dos “menus”, e das dietas especiais para as crianças quem têm algum tipo de alergia ou sensibili-dade alimentar. “O cardápio do Colégio inclui os principais grupos da pirâmide alimentar, que são os energéticos, os construtores e os reguladores. Mas, na hora de montar a dieta, também leva-mos em consideração a preferência dos alunos”, explica Joseane.

A preocupação com a alimentação não se reduz aos horários das refeições – lan-che e almoço. Em sala de aula, são realiza-dos trabalhos sobre educação nutricional, que, entre outras coisas, alertam para as possíveis doenças causadas pela má ali-mentação. “Tem momento para tudo. Pi-colé, chocolate e refrigerante podem ser

consumidos nos finais de semana e em pouca quantidade.”, diz a nutricionista.

Assim como Josi, os professores, princi-palmente os da Etapa de 1º ao 5º ano, tam-bém incentivam hábitos saudáveis. Porém, é importante a participação da família. “A escola ajuda, mas é indispensável que os pais esti-mulem e deem o exemplo”, alerta.

Outra dica importante é explicar à cr iança por que é impor-tante comer cer-tos alimentos diaria-mente, e outros não.

Muito mais do que sujeira na entrada da Escola, o Jambolão – aquela frutinha roxa que está sempre no chão – é um alimento. Entre as várias opções, está a geleia da fruta, que pode substituir o

doce de leite no pão. Quem quiser ex-perimentar, basta juntar as frutas caídas (mesmo as que estão amassadinhas), lavá-las bem, retirar o caroço e colocar no liquidificador. A proporção é de 1 kg

de Jambolão para 500g de açúcar mas-cavo. Ingredientes misturados, leve ao fogo brando até atingir ponto de geleia. Depois, é só se deliciar com a receita feita em casa.

Alimentação saudável é antídoto contra epidemia de obesidade infantil

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Nas turmas de 1º, 2º e 4º anos cada grupo irá elaborar lanches caseiros

NÚMEROS DE PESO

Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, indicam que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima

do peso. Em 20 anos, os casos de obesidade quadruplicaram

entre crianças de 5 a 9 anos, chegando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). Quando se consideram também as crianças com excesso de peso, o problema é

pior. De 1989 para 2009, o sobrepeso duplicou

entre meninos, e triplicou entre meninas.

Jambolão, cai aqui no meu pão. Jambolão, cai aqui no meu pão.

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Ao in i -ciar este es-

paço o projeto Crônicas do João, a primeira in-quietação que surge diz respeito ao tema – e a crônica tem sempre o seu ponto de partida na beleza e na memória do tema. Mas convenha-mos que assunto não falta quando tratamos de um universo tão amplo e maravilhoso como é o espaço de vivência de um colégio (e todas as suas variáveis). Hoje escolhemos os pássaros, os pequenos.

Quem cruzou por ali já pode presenciar a hora dos pássaros: quando a criançada das séries iniciais se reúne para lanchar

na cantina. Começam a chegar, em fila, quase ordeiros, mas logo enchem o salão do bar com sua cantoria, inquietação, movimento, calor. Chegam em busca do lan-che da tarde e de folia, afinal os pássaros querem voar – querem o pátio – e as professoras são suaves cordões de isolamento. Mas quem também ficar por ali espiando o recreio – o sonho de todos os pais não é observar o crescimento de seus filhos? – vai poder assistir à beleza da guirizada solta no pá-tio, na brita, neste chão de tantas invenções e pulsações, onde voam os pássaros do nosso futuro.

Para além dessas pérolas escon-

didas no cotidiano, sabemos que a vida segue seu próprio curso nos recantos do colégio, da escola, do João. Nas salas de aula, no pátio, nas quadras e no ginásio, no bar e nos corredores – e em qualquer outro espaço de nossa imagina-ção – a vida corre seu ritmo líri-co por debaixo dos compromissos de aprendizado, e é essa a melhor parte de nos sentirmos integrados a esta comunidade. Sejamos crianças em pleno lanche, sejamos nós, cida-dãos do João, alçando voo.

Edgar AristimunhoEscritor, comunicador e pai de Mateus, 5º ano

Em uma escola comprometida com o preservação do Planeta, combater o desperdício faz parte da rotina. No caso do João, até mesmo os unifor-mes entram nessa regra de ouro. Por isso, há quatro anos nasceu o Brechó de Uniformes, onde anualmente são revendidas e trocadas as peças usadas pelos alunos e ex-alunos. Neste ano, os “negócios” bateram recorde em ra-pidez e quantidade. A arrecadação é integralmente repassada à Creche Boa Esperança, da vizinha Vila Orfanotrófio.

Além de ser um evento beneficen-te, o Brechó é educativo, pois incentiva a solidariedade e desestimula o con-sumismo, chama a atenção a diretora Anelori Lange. Isso sem falar na sem-pre bem-vinda economia proporcio-nada às famílias.

Brechó de uniformes: solidário e econômicoFo

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As vendas e a participação em 2012 bateram todos os recordes

Históriasdo

JoãoO projeto Crônicas do João é uma das tantas iniciativas de integração de nossa comunidade. A ideia é criar um espaço literário aberto em que a comunidade possa mostrar sua escrita criativa. Esperamos o seu texto.

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“Se você fosse um lugar em Porto Alegre, qual seria?” A pergunta pode parecer fácil, mas se torna um pouco mais complicada quando é feita para uma turma inteira de crianças. É preciso que todos concordem, ou pelo menos, a maioria. E depois, que todos partici-

pem, não apenas com seu traço, mas também com a escolha da técnica ar-tística, explica a coordenadora da etapa do 1º ao 5º, Ianne Ely Godoy Vieira.

O resultado da epopeia foi expos-to em março, na entrada da Escola. Os cinco painéis mostraram o Monumento

dos Açorianos, o Moinho de Vento, o Planetário, o Gasômetro e o Pôr do Sol do Guaíba representados com mosaico, tinta e giz pastel, entre outras técnicas. Esse foi o presente dos alunos para Por-to Alegre que completou 240 anos em 26 de março.

Um presente para a cidade

De braços abertosNovo ou velho, no João

todos são ben-vindos. Por isso, além de eventos pla-nejados especialmente para quem está chegando – como o Encontro das Famílias dos Alunos Novos e o seminário com direito a um gostoso lanche para os novatos da 6ª série em diante – os alunos da Educação Infantil e do 1º ano do Ensino Fundamental também receberam trata-mento especial. “Na primeira semana eles foram divididos em grupos menores para in-centivar a aproximação entre colegas e, também, entre as crianças e os professores, fa-

cilitando assim a adaptação escolar”, explica a diretora Anelori Lange.

Foi o que aconteceu com Eduardo Nunes, 1F. “Ele se identificou mais com os co-legas do 2º dia de aula, tal-vez porque naquele grupo tivessem mais alunos novos”, conta a mãe, Daniela Rocha.

Nem só as crianças pre-cisam ser acolhidas. Mesmo em sua 5ª escola, a estudan-te da 1ª série do EM, Fabiane Iesbich Meneghini, nunca ti-nha participado de uma re-cepção assim: “É legal por-que aproxima as pessoas”. E aproxima mesmo. Pois até

quem chegou de cantinho para o encontro, no final

estava dando risada com os novos amigos.

As boas-vindas vão além do reencontro com os colegas

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Como se um tatu gigante tivesse es-colhido o colégio João XXIII para se abri-gar, o pátio virou um labirinto de cana-letas, onde 189 metros de canos de PVC envelopados em concreto garantiram um novo e seguro sistema de esgotos. Uma criança fantasiosa até poderia se sentir dentro do set de filmagens de Transfor-mers, ao ver a possante retroescavadeira movimentando os braços articulados de metal e o gigantesco guindaste, encarre-gado de içar os podadores das árvores. Para completar o cenário, nuvens de pó branco pairando sobre as salas da Biblio-teca e da Informática, que tiveram o ges-so e a pintura do teto recuperados. Em meio a esse burburinho, uma legião de 60 operários e trabalhadores de áreas diver-sas entravam, saíam, perfuravam, serra-vam, martelavam, pintavam e limpavam.

Assim foram as “anti-férias” do João. Enquanto a comunidade escolar desfruta-va o merecido descanso, durante o verão, na administração do Colégio a ordem do dia era “Mãos à obra”. O trabalho de pre-parar a Escola para o novo ano letivo en-volveu obras de manutenção e demandas pedagógicas. Como as férias são curtas, porém, tudo ocorreu simultaneamente. Dimensionar uma atividade desse porte é uma tarefa difícil, e realizá-la é ainda mais. Que o diga Fátima Eschberger, gerente ad-ministrativa do João.

Areias peneiradas As equipes de manutenção foram res-

ponsáveis pela troca dos 189 metros de esgoto (mais de 50% do sistema); pela im-permeabilização da caixa d’água (quatro reservatórios de 30 mil litros); pela recu-peração e pintura do gesso da Biblioteca, do banheiro do prédio 4 e da Informática, bem como, pela poda de 11 árvores de grande porte, além da eliminação de um guapuruvu e de um eucalipto – ambos no estacionamento – que estavam secos por dentro e com risco de queda. “Contrata-mos um biólogo para dar um laudo sobre a situação das árvores e encaminhar o pe-dido de autorização à Secretaria Munici-pal do Meio Ambiente”, informa Fátima. No caso das paineiras podadas, relata, foi

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A preparação para o novo ano letivo envolveu obras de manutenção...

... e demandas pedagógicas que garantem a qualidade da educação

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Fique atento ao calendário das eleições do Conselho Deliberante do João XXIIIAté 20 de abril os candidatos poderão se inscrever pelo email [email protected] ou

preencher o formulário recebido pelo correio, que deve ser entregue na Secretaria da Escola.2 a 16 de maio – realização das eleições

Hora de votar!

Estudantes, árvores e frutos vão crescer e amadurecer juntos. Um to-tal de 15 mudas de pitangueira foram compradas pelo Colégio e distribuí-das entre a meninada. E as responsa-bilidades dos plantadores vão além do ato de enterrar as raízes na terra. Eles têm a missão de acompanhar o crescimento e vistoriar a saúde das árvores. “O objetivo é incentivar o cuidado com o meio ambiente, con-sigo mesmo e com o grupo”, explica Mirian Zambonatto, supervisora pe-

dagógica do João XXIII.As mudas plantadas pelos estudan-

tes são as mais novas integrantes de uma “florestinha” composta por apro-ximadamente 45 espécies diferentes de árvores nativas. Todas são vistoriadas permanentemente por técnicos, que acompanham a sanidade das espécies e as podas (veja matéria Mãos à obra), evitando qualquer risco de queda ou quebra de galhos. A identificação das espécies foi feita em 2011, com a par-ceria com a Ufrgs.

Depois de carregarem toneladas de latas, motores e pessoas sobre o asfalto quente, a pedra irregular ou a areia derrapante, alguns pneus tiveram uma aposentadoria digna. Pintados de cores alegres, foram transformados em floreiras, e hoje vivem felizes, cercados por crianças e adolescentes. Essa his-tória com final feliz teve como palco o pátio do João XXIII que, uma vez mais, encontrou uma maneira singular de contribuir com a saúde da natureza.

“O pneu demora para se decom-por. As estimativas chegam a 600 anos até ele virar pó”, explica a professora de Ciências, Maristela Dutra. Além dis-so, quando queimado ao ar livre, libe-ra fumaça poluente. No leito dos rios, atrapalha o fluxo natural das águas. No João, eles ganharam um novo destino. “É importante criar ambientes que tragam a natureza para o convívio do homem, investindo no ecologicamente correto e economicamente viável”, afirma.

Pneus viram jardins

Árvores e alunos crescem juntos

preciso peneirar parte da areia do pátio do Ensino Fundamental, pois os enormes espinhos dos troncos serrados poderiam ferir os alunos.

As obras planejadas a partir da neces-sidade do pedagógico, também envol-veram um trabalho de porte, incluindo estruturas físicas reformadas, reorganiza-das, deslocadas, ampliadas, remobiliadas, equipadas ou mesmo construídas. Na Etapa Infantil, elas atingiram as salas do Nível (uma turma), Joãozinho Legal (duas turmas), refeitório do Joãozinho Legal, Secretaria/Sala da Coordenação/Sala dos Professores, Lavanderia e Administrativo. Ainda na Infantil, ocorreu a revitaliza-ção dos brinquedos do pátio, a compra de três climatizadores e a adaptação da rede elétrica. “A rede elétrica foi instalada subterrâneamente, conforme se preten-de fazer em todo o Colégio no futuro”, salienta a gerente.

Na Etapa do 1º ao 5º, aconteceu a re-formulação da sala do 1º ano tarde (uma turma) e 5º ano (duas salas), incluindo lixamento e pintura dos armários. Além disso, antes do início do ano letivo, ocor-reu a troca da grama sintética da Qua-drinha, sendo adquiridos um datashow e três climatizadores.

Pela rota das reformas passou, ainda, a Etapa do 6º ao Ensino Médio, em espe-cial a nova Sala de Artes, o corredor dos armários e o Laboratório de Ciências, que recebeu mobiliário novo, vidrarias e uma TV de 40 polegadas. A Etapa ganhou, ain-da, dois datashows, três aparelhos de som, um DVD e um secador de papel horizontal, específico para a sala de Artes.

Para Fátima, porém, a grande obra das férias não é feita de cimento, madeira, máquinas e operários. Ela salienta que, à frente de tudo, estão dois princípios fun-damentais: a proposta pedagógica e a se-gurança dos alunos. Em outras palavras: a educação é e sempre será a grande obra do João XXIII.

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Espaço dos estudantes do João XXIII

A Inquietação“Haveria algo no seu quarto que

você quereria tirar?” foi a pergunta que inquietou minha mente. Afinal, todos nós sabemos que temos coisas desnecessárias dentro dos armários...Mas não fora essa a pergunta. Ela (a professora de Filosofia) perguntara se haveria alguma coisa que quereríamos tirar. Uma simples questão de querer. E foi por isso que a pergunta não saiu da minha cabeça.(...)

(...) É nessas horas que nos vemos en-curralados, forçados a encarar a realidade nua e crua: é simplesmente uma questão de vontade. Todas as coisas desnecessá-rias que temos conseguimos apontar. Mas queremos tirá-las de lá? Se queremos, por que não ofazemos?A verdade pode doer; todavia, no final temos que enxergar. Ela sempre esteve ali: nós não queremos mu-dar nada de fato, acabar com o consumis-mo. Estamos acomodados nele. (...)

Os fatosAo chegar a minha casa (...), refleti:

quero de fato tirar alguma coisa da-qui?(...) Meu olhar caiu rapidamente sobre as roupas. Elas. (...) Quem precisa de todas as roupas que tem?(...) Dois sa-colões de 20 litros foram para o porta-

-malas do carro, com o escrito: “Roupas para quem for usá-las”.

Voltei para o meu quarto pensando que poderia me orgulhar de mim mes-ma(...) Mas meus olhos me traíram e subiram um pouco mais que a linha do horizonte, encontrando algo que tam-bém estava em quantidade ali. Livros. Não! Eu não iria me desfazer dos meus livros! (...) E assunto encerrado!

Naquela noite (...) o ar condicionado fora ligado.(...) Quando acordei, vi meus pais ao lado da minha cama com pa-nos e mais panos, secando o chão. O ar-condicionado começara a pingar no meio da noite, deixando a cama vira-da em um barquinho no meio de um açude...(...) Limpamos o chão, o criado--mudo...Até chegarmos às prateleiras.(...) Meus livros- parte deles- estavam encharcados. (...)

Corri para o banheiro e busquei o se-cador de cabelo, em prantos, para secar todas aquelas páginas que já se gruda-vam. Meu pai disse que parasse de cho-rar, que não era motivo para aquilo tudo, mas será que ele não entendia? Eram meus livros! Minha mãe mandou eu ir me arrumar para a escola, mas eu não queria sair dali. Ela pegou o secador, disse que faria por mim.

O pensar Indo para o colégio, permaneci muda;

meu pai não falava nada, mas eu podia notar que não concordava com o meu luto. Ao voltar, o televisor estava ligado. Um rapaz jovem falando sobre o incêndio que destruíra o edifício onde ele morava. (...)Meu pai não me olhou, mas disse: “Sem casa e sem livros”. Voilà. Neste momento a ficha caiu. Fui para o meu quarto atônita.

(...) Os livros, em si, não valiam nada. Apenas o que se poderia aprender com eles (...)Olhei para todo o meu quarto mais uma vez, todavia com um olhar diferente. Não era por ser necessário ou não que as coisas deveriam estar ali. Como também não era problema querer algumas coisas em nossas vidas que não são fundamentais! A grande questão era não depender daquelas coisas (...)

O consumismo (...) é culpa de um não querer pensar (...)de não digerir os pró-prios problemas, não tentar compreender o mundo, de achar que, comprando, te-mos tudo. (...) Mas não basta. Na calada da noite, no mais profundo da nossa mente....

...Vazio

Luciana Lopes Correa (3ª C do EM)Disciplina de FilosofiaO texto completo no site da Escola

ConsumismoExacerbado