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1 FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL – UNIBRASIL LUCYLLEN REIS PAULA DOS SANTOS OPINIÃO A MÃO LIVRE: WEBDOCUMENTÁRIO SOBRE CARICATURA, CHARGE E CARTUM EM CURITIBA CURITIBA 2013

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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL – UNIBRASIL LUCYLLEN REIS

PAULA DOS SANTOS

OPINIÃO A MÃO LIVRE: WEBDOCUMENTÁRIO SOBRE CARICATURA,

CHARGE E CARTUM EM CURITIBA

CURITIBA 2013

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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL – UNIBRASIL LUCYLLEN REIS

PAULA DOS SANTOS

OPINIÃO A MÃO LIVRE: WEBDOCUMENTÁRIO SOBRE CARICATURA, CHARGE E CARTUM EM CURITIBA

Projeto Científico de Pesquisa apresentado na disciplina de Projetos em Comunicação II, do curso de Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, das Faculdades Integradas do Brasil – UNIBRASIL. Orientador: Prof. Hendryo André

CURITIBA 2013

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA ..................................................................... 7

2.1. Caricatura, charge e cartum ......................................................... 9

2.2. Texto gráfico no Brasil ................................................................ 10

2.3. A ilustração no Paraná ............................................................... 12

3. PROBLEMATIZAÇÃO .......................................................................... 15

4. OBJETIVOS .......................................................................................... 16

4.1. Objetivos específicos .................................................................. 16

5. JUSTIFICATIVA .................................................................................... 17

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 19

6.1. Jornalismo opinativo ................................................................... 19

6.2. Jornalismo gráfico ....................................................................... 20

6.3. Documentário x Webdocumentário ............................................ 23

6.4. Webdocumentário, mais que um vídeo para a internet .............. 24

7. METODOLOGIA ................................................................................... 26

7.1. Pesquisa bibliográfica ................................................................. 26

7.2. Pesquisa quantitativa .................................................................. 27

7.3. Análise da Pesquisa Quantitativa ............................................... 27

8. DELINEAMENTO DO PRODUTO ........................................................ 37

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 41

10. CRONOGRAMA ................................................................................... 42

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 43

12. ANEXOS..............................................................................................................45

12.1 Roteiro de produção...................................................................... .....45

12.2 Roteiro de perguntas para os personagens...........................................47

12.3 Questionário da pesquisa quantitativa...................................................50

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RESUMO

Três dentre os mais importantes tipos de textos gráficos são a caricatura, a charge e o cartum. Através de um webdocumentário, serão apresentados os processos de produção de um desenho jornalístico, assim como revelar de que modo as informações são transmitidas ao leitor. O recurso utilizado neste trabalho mostra o universo do humor em um texto gráfico na cena do jornalismo curitibano. Também pretende levar ao leitor o interesse de ler e refletir sobre as críticas e sátiras contidas nos desenhos, sempre contextualizado com algum fato histórico, ou apenas um desenho de humor, no seu modo opinativo. Palavras chave: Texto gráfico, jornalismo opinativo, webdocumentário.

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho visa apresentar os textos gráficos1 como fontes de notícia e, ao

final, apropriar-se dos resultados de uma pesquisa de identificação de público-alvo para

a construção de um webdocumentário. Assim, este projeto almeja revelar de quais

maneiras as informações são produzidas e transmitidas para o leitor.

Apresenta-se o universo do texto e do humor gráfico no jornalismo curitibano,

como todo o processo de criação desses jornalistas que, em sua maioria, utiliza o

humor para uma profunda crítica social.

Durante o processo, é apresentado a evolução e o contexto histórico das

caricaturas, charges e cartuns. Os textos gráficos são utilizados no jornalismo

opinativo, como um modo de transcrever a notícia ou o fato ocorrido, de uma forma

mais fácil, rápida e dinâmica.

Para a realização do projeto, foram feitas pesquisas, tanto bibliográficas quanto

de opinião, que ajudam a entender o processo da evolução do jornalismo gráfico até a

plataforma utilizada no trabalho, o webdocumentário.

Para um melhor entendimento da pesquisa foi utilizado, para o webdocumentário,

os autores Pierre Lèvy (2010) e André Lemos (2010). No jornalismo opinativo, uma

maior análise foi feita com base na literatura de José Marques Melo (2003). A

contextualização do trabalho foi embasada no trabalho de Edson Carlos Romualdo

(2004).

Também com o apoio da pesquisa quantitativa, foi possível identificar a

expectativa do público em relação ao produto. Entender melhor qual o perfil das

pessoas que irão consumir o webdocumentário, é fundamental para traçar o perfil do

produto.

Os artistas foram escolhidos através de uma pesquisa realizada e divulgada via

rede social. São eles: Benett, Paixão, Solda e Tiago Recchia, que contam um pouco

sobre seus traços, características e inspirações na criação. Para compor o contexto

histórico, participam deste projeto as historiadoras Aparecida da Silva Bahls e Mariane

Cristina Buso.

1 Os textos gráficos deste trabalho serão delimitados por: caricatura, charge e cartum.

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As ilustrações fazem parte de um período na história, identificando um contexto

social, histórico e político, sempre com a pretensão de chamar a atenção do leitor para

o raciocínio e a leitura do texto escrito. Dessa maneira, percebe-se que é mais fácil

lembrar-se do que se vê, do que o que se ouve.

Em um ambiente onde a temática impulsiona a criatividade, foram gravados

depoimentos com leitores para compreender a recepção das mensagens inseridas

neste gênero visual. Com isso, a coordenadora da Gibiteca, Maristela Garcia,

compartilha sua visão sobre o tema.

A ferramenta webdocumentário foi escolhida como uma melhor forma de

demonstrar e apresentar todos os temas propostos. A plataforma permite uma

interação maior sobre o tema, apresentando os vídeos na página inicial e, para quem

se interessar, mais informações sobre os ilustradores.

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2. DELIMITAÇÃO

Uma imagem vale mais que mil palavras. A máxima do filósofo e historiador da

tradição chinesa Kung Fu Tzu (conhecido como Confúcio), muitas vezes citada ao

longo dos tempos e séculos, está intimamente ligada aos textos gráficos, e ao seu

papel no jornalismo.

O ritmo intenso com que as notícias são expostas às pessoas diariamente,

minuto a minuto ou frame a frame, como num processo de edição de vídeo, com

intervalos de segundos até a próxima notícia, remete à falta de tempo para absorver

essas informações e reportagens jornalísticas.

Essa velocidade acelerada de notícias transmitidas e recebidas gera o temor

ou mal do século: medo de não ter tempo de absorver todas as informações produzidas

no universo jornalístico. De acordo McLuhan (1964), podemos compreender a

influência da internet nesse processo da informação.

Há uma grande vantagem em caminhar rápido, se você caminha de maneira completa, se as mudanças sociais, educacionais e de recreação estejam de passos acertados. Necessário se torna mudar toda a estrutura de uma vez e todo grupo junto – e as próprias pessoas devem decidir-se a mudar (McLUHAN, p. 43, 1964).

Para preencher essa lacuna, é preciso voltar no tempo. Afinal, com a internet

vive-se a fase do reinado e do império das opiniões, identificadas no jornalismo

opinativo. Melo (1985, p. 121) destaca que “uma imagem produz um impacto imediato,

seja pela evidência, seja pelo eventual humorismo, nota-se uma participação

consciente na captação do cotidiano”.

O texto gráfico se torna uma excelente ferramenta para transmitir informações,

ocupando um papel fundamental nas editorias de jornais e revistas, sendo estas

veiculadas na internet ou no impresso. Romualdo (2004, p. 12) indaga que “o objetivo

de uma caricatura não é só ilustrar a notícia, mas também interpretá-la.

O texto gráfico tem, como objetivo, informar utilizando o humor, sátira e a crítica,

normalmente de forma subjetiva, o que gera uma maior aproximação com o leitor.

Para compreender o universo editorial dessas expressões jornalísticas é

necessário traçar o contexto histórico, cultural e social no surgimento da caricatura, da

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charge e do cartum.

O texto gráfico pode ser identificado no século V a.C, na Grécia. No entanto, de

acordo com Romualdo (2004, p. 11), o início dessas produções foi no século XVIII, na

Revolução que libertou os Estados Unidos da Inglaterra, em que o mensageiro Paul

Revère distribuiu folhetos pelas colônias. Acredita-se que ele tenha desenhado alguns

desses folhetos e copiado outros de folhetos ingleses, inserindo novos títulos para

adaptá-los a situação local. Romualdo (2004) identifica que a possibilidade de cópia e

adaptação não desmerece a importância das caricaturas charges como textos críticos e

persuasivos

Romualdo (2004) destaca que a ilustração e o texto gráfico surgem com o objetivo

de crítica a um momento social/histórico, como na primeira ilustração para uma

reportagem, em 1835, feita por James Gordon Bennett. Nela, o artista tentava mostrar

a bolsa de comerciantes de Nova York que havia incendiado, mas com uma qualidade

de impressão muito ruim em que quase não se conseguia identificar o desenho.

O pesquisador e escritor relata que, primeiramente, os folhetos com ilustrações

eram vendidos separadamente. O primeiro jornal a aderir ilustrações em seu editorial

foi o World, de Nova York, de Joseph Pulitzer, mas sem periodicidade. Neste momento,

nota-se que ilustrações em impressos garantiam o aumento na circulação. Ainda

assim, Pulitzer resolve tirar as ilustrações do World e a circulação cai

consideravelmente. Então, as ilustrações no jornal são retomadas.

Com esse nicho de mercado em plena expansão, o Daily Graphic é o primeiro

jornal a inserir ilustrações diariamente, em 1873. Se anos depois, todos os jornais

americanos passaram a ter em seus editoriais o texto gráfico.

Nos jornais americanos, as caricaturas se destinam a atrair leitores para a página editorial e a ilustrar comentários e atitudes editoriais. No entanto o objetivo de uma caricatura não é só ilustrar a notícia, mas também interpretá-la (ROMUALDO, 2004, p. 11).

Já na Europa, principalmente na França, as Ilustrações têm espaço diário e

definitivo em seus jornais somente em 1910, com o Excelsior, primeiro jornal diário

ilustrado.

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2.1. CARICATURA, CHARGE E CARTUM

Essas três formas de humor gráfico estão situadas normalmente como uma

expressão única. Porém, cada uma delas têm simbologias e diferenças sutis que obriga

o leitor a interpretar de forma única os textos gráficos. Para Ramos (2009),

“comumente esses gêneros são analisados por meio de três tipos de comportamentos

teóricos”.

O que vê os quadrinhos como um grande rótulo que abriga diferentes gêneros; o que vincula os gêneros de cunho cômico – charge, caricatura e tiras (em alguns casos, chamados de quadrinhos) – num rótulo maior, denominado humor gráfico ou caricatura (usada neste segundo momento num sentido mais amplo); o que aproxima parte dos gêneros, em especial as charges e as tiras cômicas, da linguagem jornalística (linha teórica apoiada no fato de serem textos publicados em jornal) (RAMOS, 2009, p. 21).

Para uma melhor compreensão identificaremos as diferenças e a origem de cada

uma dessas expressões.

A caricatura vem do italiano, que tem como significado original “ato ou efeito de

carregar”, o que, no resultado, tem esse efeito. Na história, a caricatura é a primeira

expressão e data do século XVI, com os irmãos Caracci.

Queluz (1996) destaca a caricatura como ilustrações com rápidos traços e

diferentes formas, sempre caricaturando de forma exagerada.

Ela [caricatura] expõe julgamentos, mas de forma democrática, possibilitando espaço para a decisão do leitor. É formadora de opinião com a co-autoria do leitor. A caricatura é uma testemunha irreverente, indiscreta, mostrando nuances que não aparecem em outros documentos (QUELUZ, 1996, p. 02).

Já a charge aparece cerca de cem anos depois. De acordo com Sérgio

Rodrigues (2012), “uma palavra francesa que significa “carga”, um sinônimo de crítica

violenta e num uso figurado do sentido militar de carga como ataque, que está presente

numa expressão carga de cavalaria”.

A charge é um tipo de texto que atrai o leitor, pois enquanto imagem é de rápida leitura, transmitindo múltiplas informações de forma condensada. Além da facilidade de leitura, o texto chárgico diferencia-se dos demais gêneros opinativos, por fazer crítica usando constantemente o humor (ROMUALDO, 2004, p. 05).

Já o cartum não precisa estar contextualizado com o momento histórico, social ou

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político. “O cartum, proveniente do inglês “cartoon” que significa cartão, seria o esboço

para servir de modelo em reprodução. É um desenho caricatural que representa uma

situação humorística. Não se prende necessariamente a uma época ou lugar, sendo

facilmente compreendido pelo leitor em diferentes épocas e lugares” (BUSO, p. 17,

2009).

Em síntese, as principais diferenças podem ser que na caricatura o desenho é

exagerado, principalmente de pessoas, crítico ou cômico. É estática, não precisa

contextualizar nada ou contar história. Já a charge inclui o recurso da caricatura, porém

não é obrigatória. Normalmente é contextualizada, em geral, em um único quadro que,

frequentemente, recorre a balões ou legendas. Por fim, o cartum, quando não

empregado como sinônimo dos dois primeiros tipos de textos gráficos, pode ser

chamado de “tirinha”, cuja característica é marcada pela narração de uma história em

poucos quadros.

A vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, trouxe artistas europeus que

transmitiam as informações da corte portuguesa com caricaturas.

2.2. TEXTO GRÁFICO NO BRASIL

No Brasil, as caricaturas (primeira forma de texto gráfico) têm início no período

colonial, e os primeiros ilustradores foram o francês Debret e o alemão Rugendas,

ambos a serviço da corte portuguesa..

Segundo o Jornal da Associação Brasileira de Imprensa, no especial 170 anos da

Caricatura no Brasil, a primeira caricatura do Brasil foi em dezembro de 1837. Foi

publicada no Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, pelo pintor Manuel de Araújo, de

Porto Alegre. Recebeu o título de “A campainha e o cujo”, litografia de um desenho de

um notável da corte recebendo suborno.

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Figura 1 - "A campainha e o cujo", de Manuel Araújo de Porto Alegre

Romualdo (2004) destaca que era uma sátira contra o jornalista Justiniano José

da Rocha que, como todos os folhetos ilustrados, eram vendidos separadamente de

jornais impressos.

Queluz (1996, p. 19) destaca que, “já no Império, em 1826, existiram caricaturas e

pasquins sobre os amores de D. Pedro e D. Domitila, apesar deles terem sido descritos

quase como imagens pictóricas, se supõe que eram manuscritos. Passando de mão

em mão, esses pasquins, não raro obscenos, tinham grande popularidade na época”.

É no final do Império que as charges começam a ser inseridas nos jornais. No

especial 170 anos da Caricatura no Brasil, o jornalista Otávio Aragão destaca a

importância do italiano Angelo Agostini, considerado o primeiro quadrinista do Brasil.

Ele chegou ao país com em 1859. Seu padrasto, Antonio Pedro Marques de Almeida,

proprietário da revista A Vida Fluminense, foi o responsável por colocar Agostini no

jornalismo. Antonio inseriu em sua publicação a série ilustrada As aventuras de Nho

Quim, produzida por seu enteado.

Morando em São Paulo, Agostini inaugura, em 1864, o jornal que é considerado o

primeiro dos ilustrados da cidade: O Diabo Coxo, baseado nas publicações europeias.

Mais tarde, de acordo com Otávio Aragão, em 1876, ele lança a revista Semana

Illustrada – que marca do auge de sua carreira.

Uma revista que marcou época por suas ilustrações foi O Cruzeiro. A seção mais

apreciada era O Amigo da Onça, de Péricles, surgida em 1943. Com a revista, Péricles

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ganhou fama instantânea. Nascido em Recife, ainda jovem foi para São Paulo e

conheceu Assis Chateaubriand, proprietário dos Diários Associados. Para Melo (1995),

a década de 1970 foi o ápice dos cartunistas no Brasil, com nomes como: Millôr

Fernandes, que iniciou na revista O Cruzeiro, em 1948, quando tinha apenas 14 anos.

Mais tarde, criou as colunas Vão Gogo e Pif Paf. Essa coluna, um mês e meio depois

do Golpe Militar, em 1964, virou uma revista quinzenal e foi fechada quatro meses

depois. Em 1969, Millôr participou do lançamento do O Pasquim e, um ano antes, foi

convidado pela Revista Veja para ter uma página. De acordo com o jornalista Luiz

Pimentel, na série dos 170 anos da Caricatura, O Pasquim foi fundado em plena

vigência do Ato Institucional número 5 (AI-5), por um grupo de jornalistas composto por

Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Claudius e Carlos Prosperi, que durou até

1992.

Além dos fundadores e Millôr Fernandes, outro cartunista fez parte: Henrique de

Souza Filho, mais conhecido como Henfill, que ficou famoso por lançar os seus

Fradinhos em O Pasquim e é identificado pelo jornalista Tarik de Souza como o popstar

do humor.

Ziraldo, o pai do Menino Maluquinho, está na lista dos mais importantes

cartunistas desde a revista O Cruzeiro, onde começou como assistente de arte e logo

virou editor. Foi também onde nasceu o Saci Pererê, que no início foi apenas um

cartum publicado nas páginas da revista. Ziraldo teve seus primeiros desenhos

publicados em 1950, no jornal Folha de Minas, em Belo Horizonte.

2.3. A ILUSTRAÇÃO NO PARANÁ

Para Queluz (1996), “a criação e o desenvolvimento da imprensa ilustrada no

Paraná estão ligados ao processo de emancipação da província de São Paulo. Em

1853, Zacarias Goes de Vasconcelos convidou Cândido Martins Lopes para instalar

sua oficina tipográfica em Curitiba, criando assim a "Typographia Paranaense" que, em

1854, passou a imprimir o jornal Dezenove de Dezembro. A partir daí, outras

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publicações aparecem em algumas cidades, como Paranaguá, Antonina e Morretes”.

Considerando-se o humor visual, o primeiro periódico paranaense surgiu em

Paranaguá, sendo o primeiro número de 13 de fevereiro de 1870, O Barbeiro, com a

iniciativa do carioca João Antônio de Barros Júnior, nomeado juiz municipal daquele

município. Foi impresso pelo jornal O Comércio do Paraná era o único que possuía

equipamento razoável e era dirigido por Leocádio Pereira da Costa. “Embora o

periódico tenha se expressado de forma comedida causou tamanho impacto que os

conservadores cessaram sua publicação provocando inclusive a venda do jornal”

(BUSO, p. 21, 2009).

Porém, Barros Júnior montou sua própria oficina tipográfica e lançou o jornal

Operário da Liberdade, em julho de 1870, sendo o primeiro periódico republicano. De

acordo com Buso (2009), “em conseqüência das idéias disseminadas por seu jornal,

Barros sofreu processos e perseguições fazendo-o retornar para Recife”.

Em todas as pesquisas bibliográficas analisadas para este projeto, encontra-se

José Manoel Araújo Porto Alegre como o primeiro caricaturista brasileiro. Mas, “levanta

a polêmica de que o nosso Estado seria o berço do primeiro caricaturista brasileiro que

é João Pedro, o Mulato” (CARNEIRO, apud, BUSO, 2009, p.22). Pois encontram-se

assinadas as obras trazidas que subsistiram de Portugal e pertenceram ao acervo do

Visconde de Vieiros. Porém, Buso (2009) destaca que as informações biográficas de

João Pedro – O Mulato são obscuras, sabendo-se, apenas, que é nascido em Curitiba

A polêmica de Newton Carneiro identificada por Buso (2009) é “acerca do

pioneirismo de João Pedro na caricatura do Brasil, que pode significar uma forma do

estudioso destacar o Paraná nacionalmente”. Newton Carneiro sofreu influência de

ideias paranistas que tinham como objetivo forjar uma identidade para o Estado,

baseado na eleição de heróis, figuras e elementos específicos do Paraná.

Vale destacar que, como a obra de João Pedro, o Mulato, está assinada e datada

de 1807, e a mesma está preservada na Casa da Memória, em Curitiba, demonstra

forte representatividade histórica e iconográfica. Para Buso (2009), “as caricaturas

produzidas satirizavam ângulos da pacata vida colonial de diferentes classes”.

Já o início do século XX passou por transformações marcadas pela evolução

técnica gráfica e regularização política, que fizeram ressurgir as caricaturas. Para Buso

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(2009), “nesse entusiasmo apareceram o Guarany, A Fanfarra, Pierrot, O Mikos e os

Caras, e Carrancas. Mas o que foi considerado o ápice da caricatura paranaense, em

1907, foi o lançamento das Revistas “Olho na Rua” e “A Carga”. Buso (2009) afirma

que o caricaturista Mario de Barros, paulista radicado em Curitiba, têm, em suas

charges e caricaturas, as assinaturas com os pseudônimos Heronio ou Sá Cristão.

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3. PROBLEMATIZAÇÃO

Com as informações expostas ao público, é num ritmo alucinante e intenso que as

notícias são reveladas diariamente. Nota-se que o entendimento e absorção dos textos

gráficos se tornam um desafio.

Na visão do cartunista e quadrinista Jerry Robinson, no documentário da série

“Profissão Cartunista”2, exibido pela TV Brasil, a produção de textos gráficos é um

trabalho extremamente solitário. Alberto Benett (2013), o cartunista curitibano dos

jornais Gazeta do Povo e Folha de São Paulo, em entrevista com as autoras, diz que

para produzir precisa estar na solidão.

Por se tratar de uma ilustração, muitas vezes os textos gráficos podem ser

confundidos entre si. Uma simples frase pode mudar todo o conteúdo do desenho.

Além disso, para compreender um texto gráfico é preciso ter um olhar diferente e estar

por dentro das notícias diárias (mas, nem sempre).

Nesse contexto, como um webdocumentário contribuirá para expor toda a

relevância do conteúdo das caricaturas, charges e cartuns no cenário curitibano?

2 Disponível em http://tvbrasil.ebc.com.br/profissaocartunista

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4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Compreender, por meio de um webdocumentário, a relevância dos textos gráficos

(caricaturistas, chargistas e cartunistas) no jornalismo em Curitiba.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Explicar as diferenças entre caricatura, charge e cartum e sua história.

• Apresentar os bastidores do processo de produção dos textos gráficos e,

consequentemente, os detalhes do brainstormings desses ilustradores gráficos e

opinativos;

• Estabelecer vínculos entre os textos gráficos e o jornalismo opinativo.

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5. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho justifica-se pela importância da temática abordada para o

desenvolvimento deste gênero jornalístico e abre a discussão para a forma como essas

expressões gráficas e sociais são produzidas e entendidas por aqueles que as usam.

No caso da caricatura e da charge, principalmente, a contextualização do tema a

ser tratado é totalmente indispensável ou, ao menos, ter um pequeno conhecimento

geral sobre o assunto para compreender o fato que está sendo retratado.

O cartum, como é atemporal, não necessita de um conhecimento histórico para

entender a mensagem que está sendo passada, pois muitas vezes são histórias

retratadas de um cotidiano, contadas através de um desenho ou de "tirinhas".

A leitura do texto gráfico chama a atenção do leitor para entender do que se trata.

Muitas vezes, quando não entendem, por não estarem contextualizados com o tema

tratado, vão atrás do texto escrito.

Os textos gráficos estão sendo bastante consumidos como conteúdo de

informação, principalmente com a entrada destas ilustrações na internet, que é o meio

de comunicação que contém mais visualizações de caricaturas, charges e cartuns.

Na busca por bibliografias, artigos ou leituras sobre o assunto, ainda mais se

tratando de um assunto de mídia regional, como Curitiba e Região Metropolitana, é

difícil encontrar algo escrito e contextualizado a respeito.

Através de uma busca mais aprofundada sobre o tema, foi possível discorrer

sobre a caricatura, charge e cartum, através dos autores Everardo Ramos, Marilda

Pinheiro Queluz e Edson Carlos Romualdo. Porém, não há uma compreensão maior e

melhor sobre o assunto tratado, a ser discutido no webdocumentário.

Como as leituras e consumo de informações têm sido cada vez mais rápidas e

dinâmicas, é essencial conhecer a diferença entre estes textos gráficos, para

compreender quando se trata de um aspecto político, social ou histórico. As ilustrações

tendem a ter uma leitura mais rápida, com uma compreensão diferente daquilo que é

passado através do texto escrito.

Por meio da produção de um webdocumentário, apresenta-se o processo de

construção dos textos gráficos elaborados por estes ilustradores. Busca-se entender,

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com esta pesquisa, a real relevância jornalística que os caricaturistas, chargistas e

cartunistas exercem na imprensa curitibana e de que forma o jornalismo opinativo está

ligado a estes profissionais.

O webdocumentário foi escolhido como produto final, por se tratar de uma ampla

plataforma multimídia, que possibilita reunir informações em diversos formatos, como

vídeos, fotos, ilustrações, animações, texto escrito e, ainda, um espaço para que os

visitantes do site possam mandar seus próprios vídeos.

O objetivo deste webdocumentário é que o leitor receba as informações e

navegue pelas mensagens de forma não linear, escolhendo a ordem de exibição do

conteúdo. E também permitir que o usuário crie uma relação mais próxima e pessoal

com esse universo gráfico e jornalistas.

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6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Visando compreender o processo de produção e interpretação dos textos

gráficos – caricatura, charge e cartum –, hoje inseridos na mídia impressa em Curitiba,

porém com grande utilização para veiculação na internet, identificamos e descrevemos

algumas teorias que buscam sustentar os argumentos deste trabalho. Além de amparar

a escolha do meio utilizado – internet – como plataforma de divulgação do

webdocumentário.

6.1. JORNALISMO OPINATIVO

O jornalismo opinativo não é, historicamente, uma saída para a crise que se vive

atualmente, mas figura como um dos grandes trunfos e diferenciais do jornal impresso.

O jornalismo opinativo segue reagindo diante das notícias e, como destaca Melo (2003,

p. 29), "difundindo as opiniões, seja as opiniões próprias, seja as que lê, ouve ou vê”.

A comunicação e o jornalismo opinativo têm uma relação intrínseca, e pode ser

identificada por Melo (1978, p. 24) como algo que “nos comunicamos para influenciar,

para afetar com intenção, e concluir que todo comportamento de comunicação tem um

objetivo, uma meta, que é produzir certa reação”.

Produzir uma reação não interfere no princípio do jornalismo que é a objetividade

na transmissão da notícia?

A posição explícita do jornalista sobre determinado assunto acaba por fomentar a

discussão e reflexão do leitor. Observa-se esse contexto desde o início da história do

jornalismo.

O jornalismo opinativo pode ser observado na história muito antes do jornalismo

informativo. De acordo com Mendonça Jorge (2011), “na Revolução Francesa, em

1789, a imprensa e os jornalistas tiveram um período áureo: centenas de folhetos,

livros e panfletos, e quase 200 jornais diários surgiram no período pós-revolucionário”.

Porém, para Melo (2003), “o gênero opinativo tem início do século XIX, chamado de

imprensa opinativa ou ideológica, ou seja, a imprensa de partido. Esse tipo de

jornalismo imperava em virtude do aumento crescente de politização e, ao mesmo

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tempo, da falta de matéria prima para produção de notícias factuais, além do baixo

índice de alfabetização de grande parte da sociedade”.

No Brasil, o gênero opinativo surge com o próprio jornalismo brasileiro, sob a

responsabilidade do jornalista Hipólito Costa, que editava, em Londres, o Correio

Brasiliense (1º de junho de 1808), com o intuito de defender as ideias liberais e a

emancipação da colônia brasileira. Para Melo (2003, p. 11), “os gêneros opinativos e os

mecanismos usados pelos agentes sociais a ele ligados interferem na direção

ideológica dos fluxos informativos”.

Dentro das ferramentas do jornalismo opinativo estão os textos gráficos, mediante

imagens e textos, que se tornam instrumentos eficazes de persuasão. Para este autor,

toda imagem inserida na imprensa tem papel opinativo.

O universo opinativo do jornal e da revista não se limita ao texto, mas incorpora igualmente a imagem. O uso da imagem como instrumento de opinião atende, muitas vezes, ao imperativo de influenciar um público maior que aquele dedicado à leitura atenta dos gêneros opinativos convencionais: editorial, artigo, crônica etc. (MELO, 1985, p. 120).

Romualdo (2004 p.. 15) destaca que, “ao pensar em termos de conteúdo, uma

charge ou uma caricatura podem ser muito mais densas do que outros textos

opinativos, como uma crônica ou até mesmo um editorial”.

O jornalismo opinativo cumpre, então, um papel importante na moldura dos juízos

críticos exercidos pela sociedade e, em especial, os textos gráficos.

O leitor pode deixar de ler estes e outros gêneros opinativos convencionais, optando pela leitura da charge que, por ser um texto imagético e humorístico, atrai mais sua atenção e lhe transmite mais rapidamente um posicionamento crítico sobre personagens e fatos políticos (ROMUALDO, 2004, p. 15).

A primeira forma de jornalismo foi o opinativo e, nesse início, devido

principalmente à taxa de analfabetismo da época do surgimento, o jornalismo gráfico foi

fundamental para transmitir as informações naquele período.

6.1.1. Jornalismo gráfico

Para Bahia (apud ROMUALDO, 2004, p. 14), “a ilustração, na imprensa

brasileira, teve seu momento máximo a partir da segunda metade do século XIX [...] A

imprensa somente voltou a interessar o leitor pela ilustração, abandonada em prol da

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fotografia, com a segunda guerra”.

Hoje em dia, é fácil abrir jornais impressos ou visitar veículos de informações na

internet e se deparar com vários tipos de ilustrações, como fotografias, desenhos,

gráficos, entre outros. Essas ilustrações nunca conseguiam acompanhar o texto

escrito.

Desenhos e fotografias dos acontecimentos aparecem com tanta frequência nas televisões, revistas noticiosas e nos jornais atuais, que muitas vezes não somos capazes de fazer uma ideia da aparência monótona que tinham os jornais dos primeiros tempos. Estas foram ganhando espaço na imprensa, devido a fatores como o aperfeiçoamento nas técnicas de reprodução e a propensão do público a consumir jornais ilustrados (ROMUALDO, 2004, p. 09).

No início, não houve nenhum privilégio. As imagens eram usadas como uma

forma de ilustração. Outro problema era a dificuldade dos leitores em entender qual a

mensagem que a imagem queria passar. Para Ramos (2009), o conteúdo das

ilustrações se transformou em um desafio de interpretação.

É certo que a imprensa ilustrada conquistou um leitor diferenciado. São leitores

que compreendem, por meio de imagens gráficas, a mesma notícia que foi dada, mas

em forma de texto. O fato é que a utilização de caricaturas, charges e cartuns é um

meio muito importante e uma forma de noticiar um fato.

De fato, uma análise atenta das xilogravuras publicadas num grande número de pasquins – e sempre deixadas de lado pelos pesquisadores de hoje – prova que o discurso visual também desempenha um papel extremamente importante nesses periódicos, que as imagens contribuem muito, graças ao seu poder de ênfase e de síntese, para tornar as críticas e os ataques ainda mais eficazes (RAMOS, 2009, p. 292).

Nas ilustrações, os ataques são diversos, seja para um grupo político, uma classe

social ou seguidor de uma mesma ideia. Nelas, encontram-se imagens irônicas, com

conteúdo satírico, zombarias e reflexões.

Com isso, Ramos (2009, p. 298) enfatiza o fato de que “as palavras só

conseguem dizer, e as imagens reforçam o poder evocativo das críticas e dos ataques,

agindo, assim, de uma maneira ainda muito mais direta e enfática sobre a imaginação

do leitor”.

O que, antes, era comum de se ver apenas no jornalismo impresso ganha sua

força na televisão e, principalmente, na internet. As charges estão se adaptando às

novas exigências da mídia e do público. Os fatos contidos nessas ilustrações têm um

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meio mais atrativo, para prender a atenção do leitor.

No contexto político, as charges conquistariam um novo tipo de leitor, uma camada não privilegiada que compreenderia, via imagem gráfica, um novo modo de perceber os acontecimentos através de processos mais explicativos e atrativos (FAUSTO NETO; SANCHOTENE, 2008, p. 02).

A partir do século XX, as ilustrações se modernizam. De forma mais artística e

literária, outras técnicas começam a ser utilizadas, como o uso da zincografia (forma de

impressão de gravuras através de chapas de materiais econômicos, como o zinco e o

alumínio), em substituição ao uso da litografia. É nessa época também que a intenção

de tais ilustrações é, primeiro, divertir, para depois informar.

O final do século XX e início do XXI foi o que criou o marco nesse tipo de

imprensa, mediante o avanço digital e tecnológico. Foi isso que permitiu o ingresso das

caricaturas, charges e cartuns nas novas mídias. Em contrapartida, os vários meios de

comunicação tiveram que passar por um processo de adaptação, como uma forma de

estratégia, para chamar a atenção dos leitores de internet.

Essa nova mídia compreende um universo com ampla possibilidade de variedades e experimentações tanto de textos quanto de informações. Nesse cenário, surgem as charges eletrônicas, com a junção de elementos audiovisuais como som e animações gráficas para encorpar ainda mais a charge “tradicional” (FAUSTO NETO; SANCHOTENE, 2008, p. 18).

Os três tipos de textos gráficos já citados, associam o verbal, juntamente com o

não verbal. É uma maneira de fazer com que a leitura seja feita mais rapidamente,

porém, não menos compreensível. Vários recursos são utilizados, como o humor, o tom

irônico e as figuras de linguagem.

O problema é a reação que uma charge pode causar, seja por parte de um indivíduo, ou de um grupo mais amplo. Nem sempre eles estão preparados para encarar uma crítica, muito menos quando ela diz respeito a um assunto polêmico. Um dos principais e mais antigos alvos dos chargistas, quer pelo aspecto físico, quer pelo papel que representa na política nacional, são os políticos em geral (MORAES; RODRIGUES, 2009, p. 04).

A nomeação dos artistas que produzem os humores gráficos pode ser

considerada incerta. Quem produz charge, é chargista; caricatura, caricaturista; e

cartum, cartunista. De acordo com McCloud (apud SIMÕES, 2010, p. 04), nem sempre

foi assim. “A expressão ‘histórias em quadrinhos’ foi, por muito tempo, vista como algo

negativo, como ‘material de consumo infantil, com desenhos ruins, barato e

descartável”.

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Com isso muitos de seus artistas tinham vergonha de admitir que produziam histórias em quadrinhos, e, por isso, preferiam ser conhecidos como ilustradores e não como cartunistas. Essa designação confusa pode ter colaborado para uma futura dificuldade de teorização dos referidos gêneros, como percebe hoje as áreas da linguagem (SIMÕES, 2010, p. 04).

De acordo com Fausto Neto e Sanchotene (2008, p. 20), a qualidade artística e o

humor de personalidade se mantiveram iguais. “O que mudou foram os traços dos

desenhistas, principalmente pelas mudanças tecnológicas na impressão, onde [sic]

foram possibilitadas e talvez até impostas formas diferentes de desenhar frente ao

mundo contemporâneo” (Ibid.). As ilustrações foram se modernizando e se adaptando

cada vez mais. Isso foi necessário para que essa imprensa tão crítica e humorística

entrasse em diferentes meios de comunicação de massa.

O documentário pode ter a função de transmitir as informações dos textos

gráficos, aproveitando a linguagem documental criada para o cinema e para a

televisão. O webdocumentário permite fazer exatamente a mesma coisa, mas com

adaptação para a internet e as exigências de seus internautas.

6.1.2. Documentário x Webdocumentário

Para entender de que forma o webdocumentário é uma ferramenta essencial e

importante para os meios atuais, é preciso antes entender o que o difere dos

documentários tradicionais. De acordo com Penafria (1999, p. 20), todo filme que tem

como característica principal ser documental leva o nome de documentário, pois “o

filme documentário é aquele que, pelo registro do que é e acontece, constitui uma fonte

de informação para o historiador e para todos os que pretendem saber como foi e como

aconteceu”.

De acordo Melo (2002), todos os documentários têm características únicas, que

faz com que todo diretor ou autor tenha preocupações particulares. Recursos

documentais, como escolha de planos, enquadramento, iluminação, roteiro e as fases

de uma produção de filmes (pré-produção, produção, pós-produção, divulgação,

desprodução) fazem todo o conjunto de um gênero documental.

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O documentarista pode (ou não): usar a figura do locutor (on ou off), construir o filme apenas em cima de depoimentos, utilizar o recurso da reconstituição para contar a história, criar personagens para dar maior dramaticidade à narrativa, apresentar documentos históricos (MELO, 2002, p. 26).

O webdocumentário não se difere muito do gênero documental. O documentário

normal é produzido para ter exibições em televisões e salas de cinema. A principal

diferença do webdocumentário é a interação com o público, se apresentando como

uma ferramenta do mundo atual na internet, já que seu uso se dá apenas pela web.

Como ressaltam Gregolin, Sacrini e Tomba (2010, p. 62), possibilita um conhecimento

maior e "serve como uma ferramenta pedagógica para o mundo contemporâneo", já

que estas diferentes ferramentas proporcionam uma especulação mais ampla e uma

interação maior sobre o tema.

Somente no interior dessa nova concepção de aprendizagem – o construtivismo - é possível pensar em uma ferramenta como o webdocumentário. Pelas suas características, o aprendiz precisa ter relativa autonomia, precisa elaborar o conhecimento e construir suas hipóteses, isto é, precisa participar do processo de aprendizagem (GREGOLIN; SACRINI; TOMBA, 2010).

Não é apenas um produto de informação, mas sim uma plataforma de navegação

mais ampla que possibilita a difusão tanto da notícia como fonte para o resultado final,

mas também agrega elementos culturais e de entretenimento. O que difere o

webdocumentário de uma reportagem em um site ou de um documentário simples é o

projeto visual exclusivo, que possibilita a interação com outras plataformas. Cada tema

apresentado é tratado de forma específica, que contempla e agrega informações ao

produto final.

6.1.3. Webdocumentário, mais que um vídeo para a internet

Diferente dos documentários que, em seu gênero, estão ligados diretamente ao

cinema do século XX, e usados como uma ferramenta de informações, relatos

históricos, culturais e sociais, o webdocumentário tem, em seu formato, uma plataforma

multimídia mais ampla, que reúne informações complementares em diferentes esferas,

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como textos, fotografias, anexos, vídeos ilustrativos e, claro, o documentário. Todo

esse experimentalismo, ao final, expõe de forma moderna e objetiva o tema

apresentado.

O webdocumentário é um gênero experimental de produção documentarista em um meio de origem bastante recente, a Internet. [...] os métodos para a concepção da versão em um meio multimídia estão além dos manuais e muito mais próximos da capacidade do indivíduo que o idealiza e produz. O experimentalismo é, portanto, o principal trunfo da produção web-documentarista - sempre vinculada à possibilidade técnica envolvida (GREGOLIN; SACRINI; TOMBA, 2010).

Por meio do webdocumentário, o usuário não absorve as informações de maneira

passiva, já que esta ferramenta permite romper a linearidade da narrativa do cinema e

da televisão. Tomba (2010, p. 45) afirma que “ao contrário das teses catastróficas de

que a Internet cria cidadãos pacíficos, seus instrumentos podem provocar a

criatividade, na relação webdocumentário/agenciamento do conhecimento”.

Como as comunicações interpessoais vêm se tornando cada vez mais populares

com os avanços tecnológicos, o usuário tem, em suas mãos, o entendimento exclusivo

e pessoal sobre o tema, com rápidas pesquisas em sites de buscas. As ferramentas

são acessíveis, fáceis de usar e gratuitas. O leitor tem a possibilidade de um

entendimento maior sobre temas diversos, abordados pelos jornalistas opinativos

(caricaturistas, chargistas e cartunistas).

As funções pós-massivas permitem um dos princípios básicos da paisagem comunicacional contemporânea, a "liberação da emissão", constituindo-se como uma liberação da palavra em seu sentido mais amplo: sons, imagens, textos, produzidos e distribuídos livremente (LEMOS; LÉVY, 2010, p. 87).

Já que o meio em que se vive permite tal interatividade, tais ferramentas

permitem uma maior democratização da notícia, criando uma "comunidade virtual".

Segundo Lemos e Lévy (2010), esse termo é usado para catalogar pessoas que estão

em relação por intermédio de um ciberespaço.

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7. METODOLOGIA

Foram realizadas duas pesquisas, uma bibliográfica e outra quantitativa, visando

um entendimento maior e melhor a respeito da produção do webdocumentário e,

consequentemente, a eficácia do trabalho.

7.1. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Essa pesquisa foi fundamental para traçar uma linha histórica e iniciar todo o

trajeto do trabalho. Após, foi pensado nos subtítulos que deveriam fazer parte desta

pesquisa. Os tópicos foram divididos em jornalismo opinativo, jornalismo gráfico,

relação entre documentário e webdocumentário e, por último, um tópico para falar

apenas sobre o gênero audiovisual: webdocumentário.

Para abordar o jornalismo opinativo, as teorias de José Marques de Melo foram

usadas. O autor foi escolhido por ter trabalhos mais completos e abrangentes sobre o

tema.

Para falar sobre texto gráfico, foi escolhido Edson Carlos Romualdo. O autor

está identificado em muitos momentos do projeto, pois ele possui um dos livros mais

completos sobre o tema. Foi com base nesse autor que se desenvolveu o trabalho e

houve a descoberta de autores com pensamentos semelhantes sobre a história

mundial dos textos gráficos.

Para dar sequência ao objetivo final deste trabalho, foi escrito a

respeito do webdocumentário e, por si só, o documentário, e suas participações no

cenário da imprensa, produto escolhido para falar sobre estes textos gráficos e sobre o

processo de produção destes ilustradores. Este tópico foi desenvolvido a partir da

teoria de Pierre Lèvy (1999). Segundo ele, “estamos vivendo a abertura de um novo

espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais

positivas deste espaço nos planos econômico, político, cultural e humano”.

A divulgação do trabalho será feita por meio de um webdocumentário,

plataforma multimídia que reúne informações complementares em diferentes formatos.

Para Tomba (2010, p. 62), o "web-documentário deve ser, antes de tudo, um

documentário – de acordo com as concepções e características consagradas em

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relação ao gênero, tal particularidade deve ser observada também, em tese, no web-

documentarismo”. O webdocumentário vai permitir romper a linearidade da narrativa

do cinema e da televisão.

7.2. PESQUISA QUANTITATIVA

Para entender melhor qual o perfil das pessoas que irão consumir o

webdocumentário e traçar o perfil do produto foi construído um questionário com vinte e

uma perguntas que, do dia dez de outubro de 2013 ao dia 20 do mesmo mês, teve

como resultado 192 respostas. O objetivo foi identificar quem é o público que se

interessa pelo tema e produto exposto. Utilizou-se a ferramenta Google Docs, por ser

de fácil acesso dos entrevistados. Segundo Minayo (1993, p. 23), “a pesquisa é uma

atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma

combinação particular entre teoria e dados. Ela se processa através de aproximações

sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no real”. A

pesquisa quantitativa foi identificada como mais funcional para o nosso objetivo, por ser

um método que contribui para o conhecimento mais específico do nosso público, e

também é apropriada para medir tanto opiniões, atitudes e preferências. Para Mc

Carthy e Perreaul (1997), “a pesquisa quantitativa trabalha com amostras maiores e

mais representativas, podendo-se utilizar modelos estatísticos para tirar conclusões”.

Portanto, é o método mais usado em pesquisa de opinião.

O produto webdocumentário Opinião à mão livre tem, como objetivo, apresentar

os cartunistas curitibanos, nesse universo. A área geográfica definida para pesquisa foi

Curitiba, que conta com uma população de 1.882,092 habitantes (IBGE).

Com o apoio da pesquisa, foi possível identificar a expectativa do público em

relação ao produto webdocumentário. Conseguimos saber o tempo disponibilizado

pelas pessoas para assistir documentários na internet, e se há um interesse em

conhecer o universo desses cartunistas.

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7.2.3. Análise da pesquisa quantitativa

Público

Visando reconhecer o público alvo, foram realizadas perguntas com relação a

idade, renda mensal, escolaridade e área de formação. A partir da análise da pesquisa,

foi possível identificar que, no campo da idade, o público alvo é entre 15 e 30 anos

(Gráfico 1).

GRÁFICO 1

A participação do público com renda mensal entre um e dois salários mínimos por

mês mesmo com pouca diferença foi maior (39%) e, com a junção dos que têm renda

de três a cinco salários, que teve 32% das respostas, tem-se um público total de 71%.

Há a possibilidade de juntar os dois últimos, considerando que 11% recebem entre seis

a dez salários e 11% acima de dez salários mínimos (Gráfico 2).

GRÁFICO 2

Na escolaridade, pode-se observar que o público mais interessado pelo produto

está cursando o ensino superior, chegando a 46% dos entrevistados. Mas pode-se

fazer a junção com ensino superior completo e o público total é de 74%. Houve um

relevante número de respostas com pós graduação (especialização, mestrado e

doutorado sendo de 16% dos entrevistados (Gráfico 3).

15 a 20 anos 26 14%

21 a 25 anos 85 44%

26 a 30 anos 26 14%

31 a 40 anos 23 12%

41 a 50 anos 19 10%

Mais de 51 anos 13 7%

Até 1 salário mínimo (até R$678,00) 13 7%

De 1 a 2 salários mínimos (R$678,00 a R$1.356,00) 74 39%

De 3 a 5 salários mínimos (R$2.034,00 a R$3.390,00) 61 32%

De 6 a 10 salários mínimos (R$4.068,00 a R$6.780,00) 22 11%

Acima de 10 salários mínimos (acima de R$6.781,00) 22 11%

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GRÁFICO 3

Na área de formação/atuação, último item para identificação do público alvo,

identifica-se que a área de formação/atuação do público interessado no produto há

uma vantagem expressiva em relação aos outros, sendo 67% dos entrevistados

pertencentes da área de humanas. Na área de exatas, 18% das respostas. No campo

técnico e outros, houve empate que, totalizando, tem-se 34% das respostas (Gráfico 4).

GRÁFICO 4

Texto gráfico e Jornalismo

Com relação ao hábito de leitura textos gráficos, 67% dos entrevistados

responderam que sim (Gráfico 6), o que demonstra um interesse do público pelo tema.

Na periodicidade de leitura, 50% diz ter o hábito semanal da leitura do gênero e 30%

diariamente, o que identifica que os textos gráficos estão presentes no hábito de leitura

das pessoas (Gráfico 7).

Você tem o hábito de ler caricatura, charge e cartum?

Até o Ensino Fundamental 0 0%

Ensino Médio (cursando) 3 2%

Ensino Médio (completo) 17 9%

Ensino Superior (cursando) 88 46%

Ensino Superior (completo) 53 28%

Pós-Graduação (especialização, mestrado, doutorado) 31 16%

Humanas 128 67%

Exatas 18 9%

Biológicas 12 6%

Técnico 17 9%

Other 17 9%

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GRÁFICO 6

Qual a periodicidade em que você lê caricatura, charge e cartum?

GRÁFICO 7

O meio mais utilizado para leitura desse gênero textual foi a internet, com 58%

dos entrevistados, demonstrando que tecnologia está cada vez mais presente nos

meios de comunicação existentes (Gráfico 8). Identificando o que já exposto neste

trabalho, os textos gráficos estão se adaptando às novas exigências da mídia e do

público. O veículo de comunicação mais utilizado é o Jornal Gazeta do Povo, com 55%

(Gráfico 9) das respostas, o que já é esperado, já que o veículo tem 3,4 milhões de

acessos mensais, e 800 mil leitores mensais do jornal impresso. E tem, na Gazeta do

Povo, consequentemente, os cartunistas mais lidos, que são: Benett (22%), Paixão

(21%) e Tiago Recchia (17%) (Gráfico 10).

Qual meio de comunicação você utiliza para ler caricatura, charge e cartum?

Sim 129 67%

Não 63 33%

Diariamente 39 30%

Semanalmente 65 50%

Mensalmente 25 19%

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GRÁFICO 8

Qual veículo de comunicação você utiliza para ler caricaturas, charges e cartum?

GRÁFICO 9

Qual caricaturista/chargista/cartunista de Curitiba você costuma ler? GRÁFICO 10

Com relação a leitura dos textos gráficos como entretenimento, 59%

responderam que sim e 41% dos entrevistados dizem não ler o gênero apenas como

entretenimento (Gráfico 11).

Você lê a caricatura, charge e cartum apenas como entretenimento?

GRÁFICO 11

Jornal impresso 70 38%

Internet 106 58%

Other 7 4%

Gazeta do Povo 90 55%

Tribuna do Paraná 22 13%

Folha de Londrina 2 1%

Other 50 30%

Paixão 67 21%

Benett 71 22%

Thiago Recchia 53 17%

Solda 27 8%

Pryscila Vieira 16 5%

Marco Jacobsen 16 5%

Laqua Parla 9 3%

Cesar Marchesini 9 3%

Dante Mendonça 32 10%

Other 21 7%

Sim 76 59%

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Pode-se observar que grande parte do público (95%) identifica os textos gráficos

como jornalismo (Gráfico 12). Na questão credibilidade da notícia, 64% acredita na

informação transmitida, já 36% do público respondeu às vezes e somente 1% diz não

acreditar na narrativa (Gráfico 13). Nas duas questões, identifica-se a importância do

conteúdo transmitido, retornando ao que já foi exposto nesse objeto de estudo, que é a

função social dessa narrativa para o jornalismo opinativo.

Você acha que caricatura, charge e cartum são uma forma de jornalismo?

GRÁFICO 12

Você acredita na informação transmitida pela caricatura, charge e cartum?

GRAFICO 13

Não 53 41%

Sim 122 95%

Não 7 5%

Sim 82 64%

Não 1 1%

Às vezes 46 36%

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Quanto ao entendimento da notícia, 67% respondeu que entende os textos

gráficos somente quando está contextualizado com o tema, já 33% diz entender

mesmo quando não está por dentro do tema exposto e apenas 1% não entende

(Gráfico 14). O que demonstra que o leitor constrói o sentido do texto gráfico a partir da

relação entre a imagem que vê e a retomada do fato a que ela se refere.

Você entende caricatura, charge e cartum quando

GRÁFICO 14

Quando está contextualizado ("por dentro") pelo tema/notícia 86 67%

Mesmo quando não está por dentro das notícias 42 33%

Não entende 1 1%

Internet

Com relação à internet, 98% dos entrevistados tem o hábito de assistir vídeos

pela internet (Gráfico 15). Entre os tipos de vídeos, os mais citados foram videoclipes

(26%),vídeos engraçados (24%), documentários (23%) e filmes e séries (22%) (Gráfico

16).

Você assiste vídeos pela internet?

GRÁFICO 15

Sim 126 98%

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Quais tipos de vídeos você assiste na internet? GRÁFICO 16

Uma das perguntas foi o tempo aproximado que as pessoas assistem um vídeo

na internet. Por meio desta questão, foi possível identificar que os vídeos com 5

minutos tem boa aceitação (28%), em segundo lugar, os vídeos de 20 minutos, com

24% dos resultados. Porém se houver a junção com os vídeos de 10 minutos, que teve

20% no resultado da pesquisa, teremos um total de 48%. Sendo assim, através destes

resultados, consegue-se chegar a conclusão de que o tempo de duração de um vídeo

pode variar de 5 a 20 minutos, respectivamente (Gráfico 17)

Durante quanto tempo você assiste cada vídeo na internet, em média?

GRÁFICO 17

Não 3 2%

Filmes e series 72 22%

Novela 4 1%

Videoclipes 83 26%

Documentários 74 23%

Vídeos engraçados 78 24%

Other 10 3%

Até 2 minutos 7 4%

3 minutos 20 12%

5 minutos 45 28%

10 minutos 32 20%

15 minutos 19 12%

20 minutos 38 24%

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Qual plataforma você prefere assistir vídeos na internet?

GRÁFICO 18

A internet apresenta-se novamente como um meio eficaz de divulgação e

conhecimento. Na questão sobre já ter conhecido através da internet o trabalho de

chargistas, caricaturistas e cartunistas, 68% dos entrevistados disseram que sim

(Gráfico 20). Para saber o interesse do público em conhecer o trabalho dos cartunistas

de Curitiba, 79% disseram ter interesse em conhecer e somente 21% responderam que

não (Grafico 20), o que demonstra que o webdocumentário pode ser uma ferramenta

eficiente para a divulgação deste gênero jornalístico.

Você já conheceu o trabalho de um caricaturista, chargista ou cartunista pela internet? GRÁFICO 19

Você tem interesse em conhecer o processo de produção dos caricaturistas, chargistas e cartunistas de Curitiba? GRÁFICO 20

Youtube 122 60%

Vevo 26 13%

Vimeo 33 16%

Player próprio 17 8%

Other 5 2%

Sim 86 68%

Não 40 32%

Sim 99 79%

Não 27 21%

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Para finalizar a pesquisa e, com o objetivo de divulgação do webdocumentário,

perguntamos sobre as redes sociais mais utilizadas. O Facebook teve 64% dos votos,

em seguida o Twitter com 18%., SoundCloud com 5%, Tumblr com 4% e Flickr com 4%

(Gráfico 21).

Quais redes sociais você utiliza com mais frequência?

GRÁFICO 21

Conclusão

Deste modo, consegue-se identificar, com esta pesquisa, que esta variável do

jornalismo opinativo cumpre, então, um papel importante na sociedade e que este

gênero forma opinião, já que 95% dos entrevistados identificam o texto gráfico como

jornalismo. A internet se mostrou sempre forte na sequência da pesquisa, já que 98%

dos entrevistados dizem assistir vídeos na rede. Em todos os momentos, foi possível

identificar o interesse das pessoas pelo tema proposto. O que demonstra que o

webdocumentário “Opinião à mão livre” pode fomentar o hábito e reflexão da leitura

deste gênero, por meio do conhecimento do processo e a proximidade do leitor com os

cartunistas, chargistas e caricaturistas de Curitiba.

Facebook 99 64%

Twitter 28 18%

Tumblr 6 4%

Flickr 6 4%

SoundCloud 8 5%

Other 7 5%

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37

8. DELINEAMENTO DO PRODUTO

8.1. CONTEÚDO

O webdocumentário Opinião à mão livre é um produto audiovisual que conta com

quatro vídeos principais. Sendo que dois vídeos são sobre o contexto em que os

cartunistas Paixão, Tiago Recchia, Benett e Solda produzem seus textos gráficos. Com

objetivo de aproximar o leitor deste universo, as gravações aconteceram em suas

residências. A coordenadora da Gibiteca, Maristela Garcia, expõe sua opinião sobre os

personagens centrais. Dois personagens estão presentes nesses dois vídeos, são elas:

a historiadora Aparecida Vaz da Silva Bahls e a artista plástica e historiadora Mariane

Cristina Buso, contextualizando a importância do texto gráfico para o jornalismo O

terceiro vídeo retrata a história da caricatura, charge e cartum no Paraná. Com dois

personagens centrais: a historiadora Aparecida Vaz da Silva Bahls e a artista plástica e

historiadora Mariane Cristina Buso as gravações ocorreram na Livraria Dario Velloso.

Já o quarto vídeo traz, como personagens centrais, os leitores. As gravações

aconteceram na Gibiteca, um espaço que une cenário e tema abordado.

A mistura de formatos, como vídeo, foto, texto e interação com redes sociais

contribui para a narrativa explorando a interatividade com o público.

8.2. LINGUAGEM

Opiniào à mão livre inicia com uma tela com um clipe com os personagens

centrais e imagens do seu trabalho, visando despertar a curiosidade do telespectador

para conhecer a plataforma do documentário.

Os vídeos com os protagonistas foram gravados sempre com a intenção de ser o

mais natural possível. Todas as gravações ocorreram em clima de bate papo, com a

ausência de ensaios, criando um ambiente de intimidade com o telespectador.

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Foi utilizada uma câmera fixa, com captação em Full HD, permitindo muito mais

qualidade na imagem. Uma segunda câmera, no mesmo sistema de captação, fez

detalhes subjetivos acompanhando os detalhes nos personagens, o que possibilitou a

intimidade tão desejada com os ilustradores.

8.2.3. Textos

O modo de texto escrito será na página que conta como este projeto deu início,

assim como uma história resumida sobre caricatura, charge e cartum. Na página inicial

cada jornalista gráfico, tem uma mini-biografia de cada um. Ao lado têm uma foto

produzida durante as gravações do webdocumentário,

8.2.4. Acesso ao webdocumentário

O acesso principal do webdocumentário será através de computadores, pois foi

produzido no formato Flash. A opção pelo formato teve, como objetivo, a qualidade no

produto, pois o conteúdo traz fotos e imagens. O endereço de acesso é

www.opiniaoamaolivre.com.br

8.2.5. Personagens

Para compor o webdocumentário foram escolhidos, a partir de pesquisa

quantitativa, os principais ou os mais lembrados caricaturistas, chargistas e cartunistas

de Curitiba. São eles: Ademir Paixão, Benett, Thiago Recchia e Solda. Esses

personagens são a porta de entrada para outros que possam expor seus trabalhos

dentro do webdocumentário.

8.2.6. Edição

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A edição tem, como fator primordial, utilizar técnicas dinâmicas e, em alguns

momentos, o recurso de segunda tela, para mostrar planos detalhes, como quando os

ilustradores estão produzindo seus desenhos.

8.2.7. Making-off

Além de sonoras e imagens do fato, foi gravado o contexto da produção do

webdocumentário. As fotografias também tiveram a mesma proposta: registrar as

situações que compõem o documentário da forma mais real possível.

8.3. TRILHA SONORA

A trilha sonora é composta para o webdocumentário foi projetada

exclusivamente para o produto, utilizando no início e uma no final de cada vídeo.

8.4. IDENTIDADE VISUAL

A identidade visual do webdocumentário foi criada a partir do conceito dado

através do nome “Opinião à mão livre”. A escolha do nome se deu por esses

desenhistas fazerem um rascunho de seus desenhos, sempre se utilizando do lápis e

papel. O logotipo foi criado pelo cartunista Benett, criando uma estética visual já

reconhecida pelo público

8.5. FORMATO

As entrevistas dos personagens são relatadas através de diferentes formatos

de mídia, como texto, vídeo e fotos. As imagens e sonoras que integram os vídeos

do webdocumentário foram cuidadosamente detalhadas para demonstrar a melhor

imagem do entrevistado.

8.5.1. Tipografia e cores

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O layout do webdocumentário Opinião à mão livre foi construído com elementos

contextualizados aos textos gráficos. Com um fundo branco e cinza, visando não

contrastar com as imagens dos personagens e também presentes no logotipo criado

para evidenciar o objetivo do projeto, na parte interior os links para cada conteúdo.

O uso dos vídeos na primeira página da plataforma agrega um maior valor

artístico ao projeto, realçando sua linguagem de documentário. As cores escolhidas

também integram o conceito de contextualizações implícitas com o tema do

webdocumentário. O branco, cor leve apresenta a liberdade de expressão. Ela também

equilibra o layout, tornando a leitura visual mais agradável ao fundo.

A composição possui uma distribuição visual que facilita a compreensão das

informações e a interatividade com os links, para ter uma área limpa, com a

possibilidade de aproveitar o espaço do centro com o logotipo posicionado na região

superior esquerda do webdocumentário.

As fontes usadas nos vídeos são as CITID e GFAMComic, baixada no site

www.netfontes.com.br. Elas possuem a mesma linha de expressão que o logotipo

desenhado pelo cartunista Benett.

8.7. VEICULAÇÃO

A veiculação do webdocumentário Opinião à mão livre é feita pela internet, em

uma plataforma criada exclusivamente para o produto, por se tratar de um produto feito

para uso exclusivo na web, com as redes sociais Facebook, Twitter, Tumblr, Flickr,

SoundCloud e Google+ interligadas com o documentário. O endereço de acesso é

www.opiniaoamaolivre.com.br.

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho é um webdocumentário com a pretensão de mostrar ao

leitor/telespectador o trabalho de caricaturistas, chargistas e cartunistas. Para a

realização desta pesquisa, foram analisados diversos meios que divulgam o jornalismo

gráfico, como internet, revistas e jornais da capital paranaense.

Para um maior entendimento sobre o tema, as análises apresentadas foram

expostas nos quatro vídeos apresentados no webdocumentário, justificando sempre a

importância destes profissionais para o jornalismo opinativo e a exposição dos textos

gráficos como fonte de notícia e informação.

Os desenhistas escolhidos para compor o webdocumentário foram: o Benett,

que trabalha na Gazeta do Povo, com “tiras” e ilustrações, o Paixão, que trabalha na

Gazeta do Povo há 23 anos, o Tiago Recchia, que trabalha com os Los Tres Inimigos,

na Gazeta do Povo, e com “As aventuras do Delegado Altamira Bezerra”, na Tribuna

do Paraná, e Solda, que trabalha atualmente com ilustrações para livros. Esses são os

quatro artistas que ficaram entre os cinco mais votados como “conhecidos” em Curitiba.

A ideia principal do projeto foi apresentar a relevância dos textos gráficos, e

como são feitas as escolhas de notícias, temas e formatos para apresentar a notícia

para o público final. Com a ajuda das diversas ferramentas que pertencem a um

webdocumentário, o projeto apresenta o caricaturista, chargista e cartunista como

jornalista gráfico e opinativo.

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10.CRONOGRAMA

PERÍODO DE EXECUÇÃO – 2013

ATIVIDADES

FE

V

MA

R

AB

R

MA

IO

JUN

JUL

AG

O

SE

T

OU

T

NO

V

DE

Z

Definição Problema X Elaboração do TCC X X x x x X Pesquisa de Campo X X X x x x X Tabulação dos dados X x X Coleta de Fontes X X X x x x X Processo de produção do trabalho X X X x x x X Pré-Banca X

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAHLS, Aparecida Vaz da Silva; BUSO, Mariane Cristina. Factos da actualidade: charges e caricaturas e Curitiba, 1900-1950. 2009, Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba. v. 33, n. 142. Boletim Casa Romário Martins. FAUSTO NETO, Antônio; SANCHOTENE, Carlos Renan Samuel. O ingresso da charge na mídia: da litografia ao ciberespaço. 2008. GREGOLIN, Maíra; SACRINI, Marcelo; TOMBA, Rodrigo Augusto. Web-Documentário: Uma ferramenta pedagógica para o mundo contemporâneo. 2010. LEMOS, André; LÉVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia. São Paulo: Editora Paulus, 2010. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 1993. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. MC CARTHY, E. J. Perreault. Marketing Essencial: Uma abordagem Gerencial e Global. São Paulo: Atlas, 1997. MELO, Cristina Teixeira Vieira de. O documentário como gênero audiovisual. 2002. Artigo. MELO, José Marques. Jornalismo Opinativo: gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. ed. 3. São Paulo: Editora Campos do Jordão, 2003. MELO, José Marques. Comunicação Social: teoria e pesquisa. ed. 6. São Paulo: Editora Vozes, 1978. MELO, José Marques. A opinião no jornalismo brasileiro. ed. 1. Petrópolis: Editora Vozes, 1985. MELO, José Marques. A opinião no jornalismo brasileiro. ed. 2. Petrópolis: Editora Vozes, 1994. MELO, Patrícia Bandeira. Um passeio pela história da Imprensa: O espaço Público dos grunhidos ao Ciberespaço. 2005. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 1993.

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MORAES, Cleide Pires de; RODRIGUES, Marlon Leal. O discurso das charges dos jornais. 2002 PENAFRIA, Manuela. O filme documentário. 1ª edição. Lisboa: Editora Cosmos, 1999. QUELUZ, Marilda L. Pinheiro. Olho na Rua: o humor visual em Curitiba. 1996. Tese RAMOS, Everardo; Origens da imprensa ilustrada brasileira (1820-1850). 2009. ROMUALDO, Edson Carlos. Charge Jornalística: polifonia e intertextualidade. Maringá: Editora Universidade Estadual de Maringá, 2004. SIMÕES, Alex Caldas. 170 anos da caricatura no Brasil: personagens, temas e fatos.

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11. ANEXOS

11.1 ROTEIRO DE PRODUÇÃO

Como o objetivo é produzir um webdocumentário, temos esse roteiro inicial, que

é uma intenção pré estabelecida, porém, com a realização das entrevistas podem ser

redefinidos e estar sujeito a alterações, já que o objetivo é a naturalidade e a intimidade

dos convidados na produção. Sempre com a pretensão de conseguir o maior número

de informações dos entrevistados, para que no momento de edição se tenha material

suficiente para o produto final.

Roteiro

Vídeo 1 – O que é?

Vídeo

Com a duração estabelecida, após realização de pesquisa

quantitativa e o tempo editado será definido. Este , expõe os

conceitos de cada desenhista sobre charge caricatura e cartum

Áudio

Som ambiente

Fotografias

Fotografias de making off da produção do webdocumentário

Texto

Informações sobre a trajetória de cada desenhista para sua

biografia que constará no webdocumentário

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Vídeo 2 – “A produção”

Vídeo

Com a duração estabelecida, após realização de pesquisa

quantitativa e o tempo editado será definido. O vídeo narra o

contexto de trabalho – desde a criação, produção e veiculação do

trabalho dos jornalistas opinativos

Áudio

Som ambiente

Fotografias

Fotografias de Making Off do processo de produção do

webdocumentário

Texto

Informaçòes sobre a trajetória de cada desenhista para sua

biografia que constará no webdocumentário

Vídeo 3 – “Um capítulo à parte”

Vídeo

Com duração estabelicida após realização de pesquisa

quantitativa o tempo editado será definido,, com uma historiadora

e pesquisadora, narrando o contexto histórico do surgimento dos

textos gráficos – as gravações devem ocorrer em seu espaços de

pesquisa . Com um depoimento da Coordenadora da Gibiteca,

Maristela Garcia no próprio ambiente.

Áudio

Som ambiente

Fotografias

Fotografias de Making Off do processo de produção do

webdocumentário

Texto -

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Vídeo 4 – “ Os leitores”

Vídeo

Com duração estabelecida após realização de pesquisa

quantitativa o tempo editado será definido,,Com objetivo de

apresentar a visão dos leitores de jornal sobre seu entendimento

dos textos gráficos

Áudio

Som ambiente

Fotografias

Fotografias de Making Off das entrevistas.

Texto -

11.2 ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA OS PERSONAGENS

1. “Caricatura, charge e cartum – A diferença entre eles”. Trazer todos os

entrevistados neste primeiro vídeo para contar a diferença entre estes três tipos de

texto gráfico e, embora ainda seja desenho, a diferença entre as profissões

(caricaturista, chargista e cartunista).

Entrevistados: Paixão, Benett, Thiago Recchia, Solda

Questões a serem abordadas: • Qual a diferença entre caricatura, charge e cartum?

• Há alguma coisa que um dos ilustradores (caricaturista, chargista ou cartunista) faça de diferente em sua ilustração que chame muito a atenção para o tipo de texto gráfico.

• A periodicidade das ilustrações é a mesma?

• Como é feita a reunião de pautas para cada um dos profissionais da área?

• Uma ilustração é capaz de informar ao leitor apenas pelo desenho?

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2. “O processo de produção dos textos gráficos”. O segundo vídeo precisa

chamar mais a atenção ainda que o primeiro vídeo, ou seja, precisa falar sobre a

produção dos desenhos, assim como imagens dos ilustradores produzindo em seu

local de trabalho, desde o tema a ser abordado na ilustração até a publicação do

desenho no veículo de comunicação destinado.

Entrevistados: Paixão, Benett, Thiago Recchia e Solda

Questões a serem abordadas: • Qual o horário e local de trabalho diário?

• De onde vem a inspiração cada vez que recebe uma pauta?

• Como são produzidos os desenhos (ideia inicial, crítica, humor utilizado, frases nos balões de conversa, legenda)

• Qual a sensação de fazer jornalismo opinativo, junto com o humor e uma mão livre para desenhar?

• Pontos importantes que sempre devem ser levados em consideração na hora de fazer um desenho

• Como a notícia é transformada?

• Até que ponto um desenho pode ser motivo de criação de opinião por parte dos leitores?

• Como eles escolhem o foco principal a ser tratado?

3. “A história das dos textos gráficos”. O terceiro vídeo com Aparecida Vaz e

Mariane Balhs para contar a história dos textos gráficos e demonstrar como essas

ilustrações têm grande importância na formação da opinião no contexto histórico

Entrevistados: Aparecida e Mariane , como personagens principais, e, possivelmente,

alguns dos ilustradores.

Questões a serem abordadas: • Breve história dos textos gráficos no Brasil

• Contar como chegou ao Paraná e, consequentemente, em Curitiba

• Como os textos gráficos contribuem para o noticiário do dia-a-dia de Curitiba?

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• “Leitores de textos gráficos e suas interpretações”. O quarto vídeo (é tanto

dispensável, quanto indispensável) serão declarações de leitores destes textos

gráficos e público em geral, como eles ligam o desenho com a notícia, suas

interpretações e a dificuldade em entender quando não sabe do que se trata.

Entrevistados: Público, em geral

Questões a serem abordadas: • Qual a sua reação ao ver uma caricatura, charge ou cartum?

• Qual a sua maneira de interpretar uma notícia que está em forma de desenho?

• Qual a maior dificuldade em entender

• O que os leitores fazem quando não entendem: vão atrás da notícia contextualizada na ilustração?

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11.3. QUESTIONÁRIO PESQUISA QUANTITATIVA Nome (não obrigatório) Idade ( ) 15 a 20 anos ( ) 21 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) Mais de 51 anos Escolaridade ( ) Até o ensino fundamental ( ) Ensino médio cursando ( ) Ensino médio completo ( ) Superior cursando ( ) Superior completo ( ) Pós-graduação (especializaçao, mestrado, doutorado.) Área de formação ( ) Humanas ( ) Exatas ( ) Biológicas ( ) Técnico ( ) Outros Renda mensal… ( ) Até 1 salário mínimo ( Até R$ 678,00) ( ) De 1 a 2 salários mínimos (R$ 678,00 a R$ 1.356,00) ( ) De 3 a 5 salários mínimos (R$ 2.034,00 a R$ 3.390,00 ( ) De 6 a 10 salários mínimos ( R$ 4.068,00 a R$ 6.780,00) ( ) Acima de 10 salários mínimos (Acima de R$ 6.780,00) Você tem o hábito de ler charge e cartum?

( )Sim ( ) Não

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Qual a periodicidade que lê charge e cartum? ( ) Diariamente ( ) semanalmente ( ) Mensalmente

Que meio de comunicação utiliza para ler cartum e charge? ( ) Jornal impresso ( ) internet ( ) Outro

Qual veículo de comunicação você utiliza para ler charges e cartum? ( ) Gazeta do Povo ( ) Tribuna do Paraná ( ) Folha de Londrina ( ) Outros

Você lê a charge apenas como entretenimento ?

( ) Sim ( ) Não

Você acha que charge e cartum são jornalismo? ( ) Sim ( ) Não

Acredita na informação transmitida pela charge e o cartum? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Você entende charge e cartum quando? ( ) Quando está contextualizado (“por dentro”) pelo tema/notícia ( ) Mesmo quando não está por dentro das notícias ( )Não entende

Qual cartunista / chargista de Curitiba você costuma ler? ( ) Paixão ( ) Benett ( ) Tiago Recchia ( ) Solda ( ) Pryscila Vieira ( ) Marco Jacobsen ( ) Laqua Parla ( ) Cesar Marchesini ( ) Dante Mendonça Você assiste vídeos pela internet?

( ) Sim ( ) Não Que tipo de vídeos assiste na internet? ( ) Filmes e séries ( ) Novela ( ) Vídeo clipe

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( ) Documentário ( ) Vídeos engraçados ( ) Outros. Quais: ___________ Durante quanto tempo você assiste um vídeo na internet? ( ) até 2 minutos ( ) 3 minutos ( ) 5 minutos ( ) 10minutos ()15minutos ( ) 20 minutos, Qual plataforma prefere para assistir documentários na internet? ( ) You tube ( ) Vevo ( ) Vimeo ( ) Player próprio ( ) Outros Você já conheceu o trabalho de um cartunista e chargista pela internet?

( ) Sim ( ) Não

Você tem interesse em conhecer o processo de produção dos cartunistas de Curitiba, em um documentário?

( ) Sim ( ) Não Quais redes sociais você utiliza com mais freqüência? ( ) Twitter ( ) Facebook ( ) Tumblr ( ) Flickr ( ) SoundCloud ( ) Outros