FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Administração ...s/2015/TCC Logistica Reversa...
Transcript of FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Administração ...s/2015/TCC Logistica Reversa...
FACULDADE TECSOMA
Curso de Graduação em Administração
Laura Queiroz Dias
LOGÍSTICA REVERSA: Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da
Rocha Pneus.
Paracatu 2015
Laura Queiroz Dias
LOGÍSTICA REVERSA: Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da
Rocha Pneus.
Monografia apresentada ao Curso de Administração
da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Administração.
Coordenador: Adm. Msc. Fernando Antônio Antunes
Orientador Especialista: Alan Kardec Guimarães Jr.
Orientador Metodológico: Geraldo Batista
Oliveira
Paracatu
2015
Ficha Catalográfica
Fonte:Elaborada pela autora
C331 tb Dias, Laura Queiroz, 1992 Logística Reversa / Laura Queiroz Dias. Paracatu- 2015.
Orientador: Alan Kardec Guimarães Junior Orientador Metodológico: Geraldo Batista de Oliveira
1. Meio Ambiente. 2. Sustentabilidade. 3.Descarte Consciente. 4. Responsabilidade Social
CDU:658.089
Laura Queiroz Dias
LOGÍSTICA REVERSA: inovação e diferenciação na Logística Reversa da
Rocha Pneus.
Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.
ProfºMsc Fernando Antônio Antunes (Coordenador de Curso)
Profº Alan Kardec Guimarães Junior (Orientador Teórico)
Profº Especialista Geraldo B.B. de Oliveira (Orientador Metodológico)
Banca Examinadora
Banca Examinadora
Paracatu, 20 de novembro de 2015.
AGRADECIMENTOS Agradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de alguém; é
reconhecer que jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ninguém
se faz sozinho: sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um
gesto de compreensão, uma atitude de amor. Agradeço primeiramente a Deus por
ter me amparado nas minhas fraquezas, ao meu esposo Willian Rocha, que me
apoiou, incentivou, e pode compreender os diversos momentos que não pude estar
presente, devido à faculdade, a minha querida Mamãe e meu irmão Mateus, que
mesmo não estando presente comigo todos os dias, me acolheu com todo seu amor,
me dando força para conseguir, como ela sempre diz ninguém disse que seria fácil,
mais sim que valeria a pena. Aos meus professores e colegas que ao longo desses
anos, ajudou, ensinou, compartilhou experiências que ficaram por toda uma vida.
A todos vocês, que compartilharam dos meus ideais, que compreenderam,
incentivaram, mesmo que no silêncio e na distância, o meu muito obrigado.
RESUMO
Logística Reversa pode ser classificada como sendo uma versão contrária da
Logística que conhecemos, entretanto é um planejamento reverso que utiliza os
mesmos processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de
serviço, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de
informação. No entanto a Logística Reversa deve ser vista como um novo recurso
para a lucratividade e sustentabilidade mundial. Os sinais de descarte tornam-se
cada dia mais evidente, índices de descarte de alguns produtos comprovam na
prática o motivo da preocupação. A produção de plástico no mundo, por exemplo,
cresceu de seis milhões de toneladas de 2004, para 120 milhões de toneladas no
ano de 2014. No Brasil não é diferente. Os sinais de descarte estão presentes e
crescem a cada ano. O aumento do descarte é proporcional à diminuição do ciclo de
vida dos produtos. O crescimento do poder de consumo, gerado pelas novas
tecnologias de fabricação que barateiam o custo de venda, sistemas logísticos que
buscam cada vez mais a qualidade do serviço garantindo a acessibilidade dos
consumidores e o Marketing acirrado em função das vendas são fatores que
acarretam ao problema.
Palavras chaves: Logística Reversa. Sustentabilidade. Descarte Consciente. Meio
Ambiente.
ABSTRACT
Reverse logistics can be classified as a contrary version of the logistics we know ,
however is a reverse engineering using the same procedures as a conventional
planning. Both deal with level of service, warehousing, transportation, inventory level,
flow of materials and information system. However Reverse Logistics should be seen
as a new feature to profitability and global sustainability. The disposal of signs are
becoming clearer day, discard rates of some products ultimate proof that the reason
for concern. Plastic production in the world, for example, has grown from six million
tons of 2004 to 120 million tons in 2014. Brazil is no different. Discarding signals are
present and grow each year. Increased disposal is proportional to the decrease of
the product life cycle. The growth of power consumption generated by new
manufacturing technologies to cheapen the cost of sale, logistics systems that
increasingly seek service quality ensuring accessibility for consumers and Marketing
fierce in the sales function are factors that lead to the problem .
Key words : Reverse Logistics. Sustainability. Discard Aware. Environment .
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – As três abordagens do controle ambiental ...............................................73
Figura 2 – Estrutura do Sisnama ...............................................................................74
Figura 3 – Cadeia de Recuperação de Produtos ......................................................83
Figura 4 – Ciclo dos produtos ....................................................................................87
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Cronograma de Atividades .................................................................... 29
Quadro 2 – Cronograma de Atividades .................................................................... 30
Quadro 3 – Descrição dos Recursos Humano ......................................................... 30
Quadro 4 – Descrição dos Recursos Materiais ........................................................ 31
Quadro 5 – Descrição dos Recursos Financeiros .................................................... 31
Quadro 6 – Total dos Recursos .............................................................................. 32
Quadro 7 – Exemplos das relações atividade-aspecto-impacto ambiental ............. 46
Quadro 8 – Plano de Ação ......................................................................................104
Quadro 9 – Cronograma de implementação do Projeto ..........................................107
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
ACE – Associação Comercial Empresarial
ANIP – Associação Nacional da Industria de Pneumáticos
COP – Conferencia das Partes
SGA – Sistema Gerencial Ambiental
PFPE – Projetos Florestais de Pequena Escala
PNCS – Parâmetros Curriculares Nacional
ONU – Organização das Nações Unidas
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura
SUMÁRIO
1 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA............................................................................ 21 1.1 Razão Social .................................................................................................................. 21 1.2 Nome Fantasia ............................................................................................................... 21 1.3Endereço ........................................................................................................................ 21 1.4 CNPJ ............................................................................................................................. 21 1.5 Inscrição Estadual .......................................................................................................... 21 1.6 Quadro Societário .......................................................................................................... 21 1.7 Capital Social ................................................................................................................. 22 1.8 Organograma ................................................................................................................. 22 1.9 Objetivos sociais da empresa ........................................................................................ 22 1.10 Missão da Empresa ..................................................................................................... 22 1.11 Publico Alvo da Empresa ............................................................................................. 22 1.12 Atividades a desenvolver na empresa .......................................................................... 22
2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO ............................................................................. 23
2.1 Coordenador do Estágio ................................................................................................ 23
2.2 Professor Orientador Metodológico ................................................................................ 23
2.3 Professor Orientador Teórico ......................................................................................... 23
2.4 Supervisor de estagio na empresa ................................................................................. 23
2.5 Área de conhecimento do estágio .................................................................................. 23
3 PROJETO MONOGRÁFICO ............................................................................................ 23
3.1 Titulo .............................................................................................................................. 23
3.2 Tema ............................................................................................................................. 23
3.3 Objetivos ........................................................................................................................ 23
3.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 24
3.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 24
3.4 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................... 24
3.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 25
3.6 RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................................ 26
3.7 METODOLOGIAS DO TRABALHO ................................................................................ 26
3.8 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES .............................................................................. 28
3.9 RECURSOS................................................................................................................... 29
3.9.1 Recursos Humanos ..................................................................................................... 29
3.9.2 Recursos Materiais ..................................................................................................... 29
3.9.3 Recursos Financeiros ................................................................................................. 30
3.9.4 Demonstrativo total de recursos .................................................................................. 30
4 INTORDUÇÃO.................................................................................................................. 31
5 MEIO AMBIENTE ............................................................................................................. 32
5.1 Homem e o Meio Ambiente ............................................................................................ 36
5.2 Cultura e Ambiente ........................................................................................................ 37
5.2.1 Controle Humano sobre natureza ............................................................................... 41
5.2.2 O impacto do homem sobre a terra ............................................................................. 43
5.3 Histórico da Educação Ambiental .................................................................................. 48
5.3.1 Educação Ambiental ................................................................................................... 64
5.4 Riscos Ambientais ......................................................................................................... 69
5.5 Legislação e Licenciamento ........................................................................................... 70
5.6 Gestão Ambiental nas Empresas ................................................................................... 77
6 LOGISTÍCA REVERSA .................................................................................................... 79
6.1 Logística Reversa .......................................................................................................... 80
6.2 A logística reversa - Conceitos e Motivo ........................................................................ 81
6.3 A logística e suas consequências .................................................................................. 83
6.4 A relação entre logística reversa e o meio ambiente ...................................................... 84
6.5 Vantagem Competitiva e Econômica ............................................................................. 86
7 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 90
7.1 História da Rocha Pneus ............................................................................................... 90
7.2 Sustentação da pesquisa.................................................................................................93
7.3 Limitações da pesquisa.................................................................................................. 91
7.4 Apresentação e analise dos resultados .......................................................................... 92
7.4.1 Pesquisa Externa ........................................................................................................ 92
7.4.2 Pesquisa Interna ......................................................................................................... 97
8 CONSIDERAÇÔES FINAIS ............................................................................................ 100
8.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO .............................................................................. 101
8.1.1 Sumário executivo .................................................................................................... 101
8.1.2 Objetivo .................................................................................................................... 101
8.1.3 Justificativa ............................................................................................................... 101
8.1.4 Descrição .................................................................................................................. 102
8.1.5 Escopo ...................................................................................................................... 102
8.1.6 Prazo estimado ......................................................................................................... 102
8.1.7 Benefícios esperados................................................................................................ 102
8.1.8 Plano de ação ........................................................................................................... 102
8.1.9 Resultados Alcançados ..............................................................................................107
Referências ...................................................................................................................... 106
ApêndiceA ..........................................................................................................................113
ApêndiceB ..........................................................................................................................115
ApêndiceC ..........................................................................................................................116
ApêndiceD ..........................................................................................................................118
ApêndiceE ..........................................................................................................................120
21
1INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA
1.1Razão Social
Rocha Pneus e Acessórios Ltda - ME
1.2Nome Fantasia
Rocha Pneus
1.3Endereço
Rua Ouro, 04 – Amoreiras II
1.4 CNPJ
16.806.914/0001-84
1.5Inscrição Estadual
CNPJ: 002.023.777.00-40
1.6Quadro Societário
Willian Henrique da Rocha
Everaldo Sebastião da Silva Rocha
BráulioAnicesio da Silva Rocha
22
1.7Capital Social
R$ 100.000,00
1.8 Organograma
Não tem.
1.9 Objetivos sociais da empresa
Não tem.
1.10Missão da Empresa
Oferecer produtos e serviços automotivos de qualidade aos nossos clientes,
com segurança, rapidez e responsabilidade. Procurando sempre melhor atendê-los.
1.11 Publico Alvo da Empresa
Pessoas de Paracatu e região que possuam automóveis.
1.12 Atividades a desenvolver na empresa
Pretende-se que através do estudo de Logística Reversa, possa avaliar e mostrar
como a empresa pode melhorar o ambiente, e agregar valor ao cliente através das
praticas sustentáveis.
23
2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO
2.1Coordenador do Estágio
Professor Msc. Fernando Antônio Antunes
2.2Professor Orientador Metodológico
Professor :Geraldo Benedito Batista de Oliveira
2.3Professor Orientador Teórico
Professor: Alan Kardec Guimarães Júnior
2.4Supervisor de estagio na empresa
Willian Rocha
2.5Área de conhecimento do estágio
Logística Reversa
3 PROJETO MONOGRÁFICO
3.1 Titulo
Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da Rocha Pneus.
3.2 Tema
Logística Reversa
3.3 Objetivos
Conforme Oliveira (2011, p. 36) ―[...] o objetivo precisa dar conta da totalidade
do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão,
24
evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação do que se pretende
pesquisar.‖
3.3.1 Objetivo Geral
Propor melhor direcionamento para o descarte correto, incentivando
práticas sustentáveis.
3.3.2 Objetivos Específicos
Pesquisar melhor local para fazer o descarte corretamente.
Demonstrar para os colaboradores as mudanças no ambiente de
trabalho, com o descarte correto.
Promover maior participação dos funcionários, maior satisfação e
envolvimento nas práticas sustentáveis.
Pesquisar relação entre Logística Reversa e o Meio Ambiente.
3.4 PROBLEMATIZAÇÃO
Rocha Pneus é uma empresa pequena, que atua no ramo de pneus, peças e
prestações de serviços. Procura oferece um atendimento rápido e com excelência.
Para que os serviços sejam desempenhados com qualidade e agilidade, necessita
de espaço, problema este encontrado no local, devido a grande parte dos resíduos,
como óleo usado, ferro velho, pneus velhos, ficar armazenados no ambiente de
trabalho.
Percebendo essa necessidade, pode um plano para Descarte correto e
Logística Reversa, melhorar as condições de trabalho e elevar o nome da empresa?
25
3.5 JUSTIFICATIVA
As questões ambientais vêm sendo motivo de grande discursão atualmente,
tendo em vista o mundo globalizado, e cada vez mais tecnológico em que estamos
vivendo. As poluições ocasionadas muitas vezes podem ser controladas através de
algumas ações simples, como exemplo a reciclagem, através desta é possível
reaproveitar produtos que não estão mais em uso, contribuindo não somente para o
lucro, mas também para a valorização do meio ambiente.
A reciclagem e o reaproveitamento de produtos em desuso são estratégias
utilizadas pela Logística Reversa, para buscar novas formas de obter lucro e ganho
de imagem de organização ecologicamente correta, pois os clientes estão cada vez
mais conscientes e preocupados com o aquecimento do planeta.
Segundo Tachiwawa apud Mattozinho, as empresas de todo segmento, estão cada vez mais procurando apoiar projetos e iniciativas que visem o bem-estar da sociedade, desenvolvendo atitudes e posturas que demonstrem um novo posicionamento em sua interação com o meio ambiente. (TACHIWAWA apud MATTOZINHO, 2009, p.25).
Visando identificar a importância da Logística Reversa após o uso de
alguns materiais na Rocha Pneus, viu se necessidade desse projeto, para
desenvolvimento da empresa, com programas de apoio para minimizar o impacto
gerado por esses resíduos, e melhoramento interno da empresa. Analisar o
conhecimento dos responsáveis das empresas, sobre o uso e o descarte correto.
A pesquisa é para propor mudanças, através de simples ações que podem
ser tomadas no dia-a-dia para melhorar o ambiente de trabalho, tendo em vista que
tendo um lugar mais limpo e com mais espaço, os colaboradores vão conseguir
desempenhar melhor suas funções.
A Logística Reversa de Pós- Consumo deverá planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós – consumo ou de seus materiais constituintes classificados em função de seu estado de vida e origem: ―Em condições de uso‖, ―Fim de vida útil‖, e ―Resíduos Industriais‖. (LEITE, 2002, p.04).
A maioria das empresas que realizam serviços de troca de óleo, pneus não tem
conhecimento sobre as suas obrigações, por isso a necessidade da pesquisa.
26
3.6 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que a partir do momento que houver maior envolvimento dos
colaboradores, consiga resultados satisfatórios em relação aos problemas descritos.
Que as ações realizadas possam trazer um melhor funcionamento e
desempenho à empresa.
3.7 METODOLOGIAS DO TRABALHO
A primeira etapa do estagio será realizado na empresa Rocha Pneus, no
período de 02 de fevereiro a 10 de junho de 2015, com o intuito de estudar, analisar
e conhecer um pouco melhor a Logística Reversa. Para falar de Logística Reversa, é
importante citar o conceito de Chaves e Batalha (2006, p.2-3):
Nos anos 80, o conceito de logística reversa ainda estava limitado a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na cadeia de suprimentos. Foi na década de 90 que novas abordagens foram introduzidas e o conceito evoluiu impulsionado pelo aumento da preocupação com questões de preservação do meio ambiente. Esta pressão, induzida pelos consumidores, implicou em ações legais dos órgãos fiscalizadores. Além disso, a partir deste período, as empresas de processamento e distribuição passaram a ver a logística reversa como uma fonte importante de redução de perdas. Desta forma, as atividades de logística reversa passaram a ser utilizadas em maior intensidade nos Estados Unidos e Europa, países onde os conceitos e ferramentas clássicas de logística já eram mais disseminados. (BATALHA, 2006, p. 2-3).
A pesquisa contou com dois tipos de universo: as empresas que
comercializam produtos no mesmo segmento e os clientes da loja. Gil (1999, p. 99)
define universo como o conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características. Nesta pesquisa foram coletados dados quantitativos e qualitativos,
para os dados quantitativos foi utilizado questionário para a obtenção das
informações necessárias, a respeito do nível de conhecimento das pessoas.
O questionário, segundo Gil (1999, p.128) pode ser definido ―como a técnica
de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões
apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de
27
opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas,
etc.‖. O tipo de abordagem da pesquisa é considerado qualitativo, que segundo Silva
e Menezes (2000, p. 20), ―a pesquisa qualitativa considera que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números‖. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados é básica no
processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
Através do sistema gerencial da empresa encontra-se um numero de 675
clientes cadastrados sendo 500 ativos, 298 de Paracatu, e o restante da região.
Será realizada uma pesquisa de campo, onde serão entrevistados todos os clientes,
também será feita uma pesquisa com os concorrentes, número esse de
concorrentes que ainda será divulgado pela ACE (Associação Comercial
Empresarial), já foi feito um pedido a mesma para repassar o numero de empresas
do mesmo segmento cadastros em sua base. Pesquisa de campo, segundo Lakatos
(2010, p.169) é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de
uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos
ou as relações entre eles.
Para descrever melhor os dados foi usado o método descritivo, que segundo
(GIL, 2008, p. 147), pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das
características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Ao final de
uma pesquisa descritiva, você terá reunido e analisado muitas informações sobre o
assunto pesquisado. A diferença em relação à pesquisa exploratória é que o assunto
pesquisa já é conhecido. A grande contribuição das pesquisas descritivas é
proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória. Segundo
Gil (1999), as pesquisas exploratórias são aquelas que têm como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias.
28
3.8 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES
QUADRO 01 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADES – 1º SEMESTRE JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Escolha do tema e da empresa, para a realização do projeto.
X
Reunião com Gestor da empresa, para definição de estágio.
X
Levantamento de problemas a serem trabalhados.
X
Início das pesquisas e elaboração do projeto.
X
Levantamentos de dados. X
Desenvolvimento do projeto. X
X
X
X
Finalização do projeto, revisão e entrega.
X
Qualificação do projeto. X
FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto.
QUADRO 02 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADES – 2º SEMESTRE JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Revisão de erros da primeira etapa, e busca de material para elaboração da monografia.
X
Elaboração e aplicação de pesquisas propostas.
X
X
X
Desenvolvimento da monografia. X
X
X
X
X
Finalização da monografia, finalização e entrega.
X
Qualificação da monografia.
X
FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto.
29
3.9 RECURSOS
3.9.1 Recursos Humanos
QUADRO 03 – Descrição dos Recursos Humanos
Ação Responsável Tempo/Quantidade Valor Total
Orientação do estágio supervisionado I
Adm. Msc. Fernando Antunes
Fevereiro à Junho de 2015.
R$ 0,00 R$ 0,00
Orientação Metodológica.
Especialista Geraldo Batista
Fevereiro à Dezembro de 2015.
R$ 0,00
R$ 0,00
Orientação de estágio na empresa.
Willian Rocha
Fevereiro à Dezembro de 2015.
R$ 0,00
R$ 0,00
R$ 0,00 R$ 0,00
Revisão gramatical e ortográfica.
Msc. Hamilton Coelho
100 folhas R$ 2,00
R$ 200,00
Orientação monográfica.
-
Agosto à Dezembro de 2015.
R$ 0,00 R$ 0,00
TOTAL R$ 200,00
FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos humanos utilizados na elaboração do
projeto.
3.9.2 Recursos Materiais
QUADRO 04 – Descrição dos Recursos Materiais.
Produto Quantidade Valor Unitário Valor total
Papel A4 2 pacotes R$ 15,00 R$ 30,00
Canetas 2 R$ 1,50 R$ 3,00
Impressora 1 R$ 400,00 R$ 400,00
Pendrive 1 R$ 25,00 R$ 25,00
Caderno 1 R$ 10,00 R$ 10,00
Pasta suspensa com plástico 1 R$ 2,00 R$ 2,00
TOTAL R$ 470,00
FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos materiais utilizados na elaboração do
projeto.
30
3.9.3 Recursos Financeiros
QUADRO 05 – Descrição dos Recursos Financeiros
Produto Quantidade Valor Unitário Valor total
Internet 12 meses R$ 65,00 R$ 780,00
Recarga Tonner 2 R$ 15,00 R$ 30,00
Impressão e encadernação de projeto
5 R$ 30,00 R$ 150,00
Combustível 50 litros R$ 3,75 R$ 187,50
TOTAL R$ 1.147,50
FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos financeiros utilizados na elaboração do
projeto.
3.9.4 Demonstrativo total de recursos
QUADRO 06 – Total dos Recursos
Recursos Valor
Recursos Humanos R$ 200,00
Recursos Materiais R$ 470,00
Recursos Financeiros R$ 1.147,50
TOTAL DE RECURSOS R$ 1.817,50
Fonte: Elaborado pela autora Nota: Quadro dos recursos totais utilizados na elaboração do projeto.
31
4 INTORDUÇÃO
Em um ambiente onde a as pessoas se encontram tão globalizados, as
organizações enfrentam acirrada competição de mercado, e buscam continuamente
meios de sobrevivência neste meio tão competitivo. Para isso, a busca contínua de
novas técnicas e ferramentas para melhor gerenciar recursos, pessoas e tecnologias
torna-se a base da gestão de muitas organizações. Com este cenário de
competitividade, as empresas precisam conduzir seus sistemas produtivos
paragrandes mudanças, sempre buscando melhor atender e satisfazer os clientes.
E para tanto, um dos conceitos que tem a fundamental responsabilidade de
auxiliar as empresas neste processo de mudança é a logística, que embora muito
antiga, somente nas ultimas décadas tem sido mais enfatizada como forma de
melhor gerenciar o fluxo de matérias-primas, processos e informações da cadeia
produtiva.
Pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu
pontode aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo
logísticoreverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser
gerenciado.
Este fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas. Por
exemplo,fabricantes de bebidas, as siderúrgicas, a indústria de latas de alumínio. O
produto mais estudado neste trabalho foi o pneu, que também passa a ser uma
obrigação dos fabricantes descartarem corretamente. Neste trabalho veremos a
relação entre logística reversa e meio ambiente. E como a conscientização das
pessoas e das empresas pode mudar o atual cenário que estamos vivenciando.
32
5 MEIO AMBIENTE
O século que terminou (XX) foi marcado por um avanço cientifico e
tecnológico sem precedentes na historia da humanidade, mas forammarcados
também por terríveis acontecimentos, fatos que deixaram marcas profundas no meio
ambiente. Desde o surgimento do homem na Terra, existe uma modificação na
natureza. Com isso o processo de degradação do meio ambiente se confunde com a
origem do homem. Antigamente acreditava-se que este seria julgado por tudo que
fizesse contra a natureza. Esta era uma criação divina e deveria ser respeitada, no
inicio o homem não agredia, e dela só retirava o necessário para o seu sustento.
Ainda assim o homem mudou o seu ambiente a fim de adequá-lo às suas
necessidades. Com isso começaram as agressões de grande porte.
O dinamismo da civilização industrial introduziu radicais mudanças no Meio Ambiente físico. Essas transformações implicaram a formação de novos conceitos sobre o ambiente e o seu uso. A Revolução Industrial, que teve inicio no século XVIII, alicerçou-se, ate as primeiras décadas do ultimo século, nos três fatores básicos da produção: a natureza, o capital e o trabalho. Porém, desde meados do século XX, um novo dinâmico e revolucionário fator foram acrescentados: a tecnologia. Esse elemento novo provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos fatores resultantes do processo industrial. Passou-se a gerar bens industriais numa quantidade e uma brevidade de tempo antes impensável. Tal circunstancia, naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental. (CARVALHO, 2003, P.67)
O problema ecológico só foi enfrentado e regulamentado pelos legisladores
no período do segundo pós-guerra do século XX (1939-1945). Nessa fase, a
conscientização de proteção ao meio ambiente se espalhou para o mundo através
de entidades não governamentais.
A humanidade começa a perceber que a proteção ao meio ambiente é
fundamental para sua própria sobrevivência, pois até então as agressões contra ele
eram as mais diversas possíveis. Essa conscientização de protegê-lo é antiga,
começando no momento que o homem passa a valorizar a natureza por ser uma
criação divina, mais ainda não existia preocupação em preservá-la.
Foi a partir do século XIX que se observou a criação de organizações
ambientais, em 1865 na Grã-Bretanha, seguida pelos Estados Unidos (1863), África
do Sul (1883) e, já no século XX, Suíça (1909). Nesse mesmo ano os europeus
reuniram no Congresso Internacional para proteção da natureza, para analisar os
33
progressos da proteção à natureza e também para criação de um organismo
internacional de proteção a natureza. Assim em 1913 criou-se a Comissão
Consultiva para Proteção Internacional da Natureza, assinada por 17 países. Com o
começo da guerra, a Comissão foi esquecida. Com o passar do tempo,
principalmente na década de 50, surge o movimento ambientalista dos cientistas,
que se preocupavam com a poluição industrial dos rios.
Nos anos 60, o movimento ambientalista das ONGs começou a ganha força,
grande numero de obras literárias divulgavam sobre o assunto, e também tinha
frequentes manifestações em defesa da natureza. No inicio de 1970, um numero
razoável de americanos participaram do Dia da Terra, uma das maiores
manifestações ambientalista do planeta. A partir de então, o ambientalismocomeçou
a sofrer uma transformação, dando origem a Revolução Ambientalista norte-
americana.
Essa revolução fez crescer ainda mais a preocupação com a preservação do
meio ambiente. Este novo ambientalismo era mais dinâmico. Tinha um apoio político
maior e considerava que a sobrevivência humana estava em jogo, e que uma
catástrofe ambiental só poderia ser evitada se houvesse uma grande mudança nos
valores. Era um movimento surgido a partir do processo de mudança social e
político, que se preocupava com a qualidade de vida das pessoas. Foi a primeira vez
que problemas políticos, econômicos e sociais do meio ambiente global, foram
discutidos em um fórum intergovernamental, com o intuito de conseguir ações
corretivas. Esse evento marcou a passagem do ambientalismo emocional para o
ambientalismo racional, resultou também na criação do Programa de meio ambiente
das Nações Unidas, estabeleceu um compromisso entre diferentes posições de
meio ambiente defendidas por outros países.
No Brasil na década de 70, o Estado e a sociedade figuraram como dois
atores do movimento ambientalista, um movimento bissetorial com objetivos
complementares e contraditórios ao mesmo tempo, já nos anos 80 o movimento
ambientalista passou a ser um movimento multissetorial, com participação de vários
setores da sociedade, como empresas multinacionais, organizações não
governamentais, sociedade civil e até mesmo o Estado. A década de 90 foi
importante para o ambientalismo brasileiro, pois até então este era um movimento
que se preocupava com os problemas ecológicos, mais não tinha um ligamento com
a questão do desenvolvimento socioeconômico, outro fator que ajudou no
34
movimento foi a aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável, expresso no
Relatório Brundtland de 1988.
Boa parte do sucesso do movimento ambientalista deve-se ao fator de que, mais do que qualquer outra força social, ele tem demonstrado notável a capacidade de adaptação às condições de comunicação e mobilização apresentadas pelo novo paradigma tecnológico. Embora boa parte do movimento dependa de organizações de base, suas ações ocorrem em razão de eventos que sejam apropriados para a divulgação. Ao criar eventos que chamam a atenção da mídia, os ambientalistas conseguem transmitir sua mensagem a uma audiência bem maior que a representada por suas bases diretas. (CASTELLS, 1999, P.161-165).
Para compreender a expressão meio ambiente, não podemos analisá-la
separadamente, pois ela tem uma ligação com outros elementos e principalmente
com o homem, a degradação e o desenvolvimento surgiram praticamente juntos. O
homem para sobreviver precisa retirar seu sustento da natureza, para que isso
aconteça, com o passar dos anos e com aperfeiçoamentos das tecnologias dos
meios de produção vão degradando ainda mais, isso faz com que o ser humano
acumule cada vez mais recursos naturais e transforme os mesmo em capital.
Foi com a Revolução Industrial, no século XVIII, que o processo de
degradação se intensificou, quando a atividade produtiva ganhou maior dimensão, e
também devido às descobertas cientificas e tecnológicas do século XIX, que
possibilitou ao homem uma ampla possibilidade de explorar a natureza. Diante
desses acontecimentos o homem passou a agir como se fosse o dono da natureza.
Não se pode, contudo culpar a tecnologia por gerar a crise ambiental, pois o que
causou a crise é a forma com que o homem usou a tecnologia.
Analisar o significado da expressão meio ambiente não é tarefa fácil, já que
para alguns autores esta expressão é pleonástica, os dois termos significam
praticamente a mesma coisa, ou seja, que na palavra―ambiente‖ está inserida a ideia
de ―meio‖.
Para outros, como Milaré (2002), o meio ambiente pertence a uma daquelas
categorias cujo conteúdo é mais facilmente intuído do que definível, em virtude da
riqueza e complexidade que encerra.
A interação e interdependência do meio ambiente, portanto, pressupõem superar paradigma de dominação que sempre caracterizou as relações entre o homem e o meio ambiente, levando-nos a uma re(significação) que potencialize a ética da alteridade, com ênfase em valores fundamentais. Este novo modelo de organização planetária deve ter como alicerce a
35
responsabilidade, o cuidado e o respeito do homem para consigo mesmo, para com o próximo, para com as outras espécies e, até mesmo, para com os componentes abióticos que constituem a biosfera. (OLIVEIRA E GUIMARAES, 2004, p.27).
Com tudo isso é necessário, superar o modelo antigo e construir um novo conceito,
no qual o homem faça parte da natureza.
A definição de meio ambiente e necessária para compreendê-la a grande
crise ambiental do planeta, ocasionada pela ação de degradação promovida pelo
homem sobre a natureza. Essa degradação deu origem a preocupações com o tipo
de desenvolvimento das nações, surgindo assim a expressão desenvolvimento
sustentável.
A causa da crise está no modo em que as pessoas assimilam os recursos
naturais limitados para satisfazer as necessidades ilimitadas do homem, o que se
baseia no fato de que o homem é o centro das preocupações ambientais, posição
realçada no primeiro principia da Declaração de Estocolmo, de 1972, que sustenta
que os ―[...] seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com
o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em
harmonia com o meio ambiente.‖ Observa, no entanto que a proteção do meio
ambiente é uma questão própria da sobrevivência humana.
―Preservar e restabelecer o equilíbrio ecológico é questão de vida ou morte
(MILARÉ, 2002, p.107)‖. Nesse caso há quem entenda que o meio ambiente
também é sujeito do direito, devido assim ser protegido por ele, esta afirmativa é
defendia pelo chamado biocentrismo, o qual sustenta que o meio ambiente não deve
ser separado dos seres humanos.
Na tentativa de encontrar uma solução para o problema da crise ambiental,
surge o direito para impedir a desordem e o abuso causados ao sistema nacional do
meio ambiente. Assim observa que alguns princípios do Direito Ambiente, visa
apontar essa disciplina jurídica e proteger a vida do planeta, como também
promover a qualidade de vida ao ser humano, nas presentes e futuras gerações.
A antiga ideia de que os recursos naturais não terminariam nunca, saiu de
cena devido à grave crise ambiental que atinge o Planeta, o pensamento capitalista
de acumular riquezas faz com que as pessoas utilizem os recursos naturais de forma
inconsequente, aumentando assim a degradação da natureza. Essa crise do meio
ambiente fez o homem despertar para a necessidade de preservar.
36
5.1Homem e o Meio Ambiente
A educação ambiental está presente na vida dos seres desde o início de sua
existência na Terra, pois, para sua sobrevivência era imprescindível o homem saber
relacionar-se com o meio ambiente. De acordo com DonellaMeadows (1996) ―[...]
desde o primeiro o momento em que os seres humanos começaram a interagir com
o mundo ao seu redor, e ensinaram seus filhos a fazerem o mesmo, estava havendo
educação e educação ambiental‖.
Após o processo de urbanização e industrialização a percepção de que a
educação ambiental se fazia presente em nosso dia-a-dia começou a mudar, o
mundo começou um modelo de ―desenvolvimento insustentável‖, pois não importava
o destino dos resíduos químicos, sendo estes da indústria ou das residências, todos
eram despejados nos rios, nas matas, no meio ambiente em geral.
Devido à emigração rural, há crescimento populacional nas cidades
ocasionando assim aumento na geração de resíduos, os recursos naturais
renováveis são vistos como inesgotáveis, não há nenhuma preocupação com o meio
ambiente. A preocupação com o meio ambiente passou a ter maior importância
devido a desastres socioambientais que causaram o medo e, com isso, começaram
a aparecer definições para um ―desenvolvimento sustentável‖. Porém antes
houveram pequenos manifestos falando dos possíveis danos que poderiam ser
causados pelo uso dos recursos indiscriminadamente. Um desses manifestos
ocorreu em 1854 quando o chefe indígena Seattle enviou uma correspondência ao
governo norte-americano que tentava comprar as terras indígenas alertando para as
consequências da urbanização desenfreada e sem planejamento.
Algumas catástrofes ambientais ocasionadas pela Segunda Guerra Mundial
levaram a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) em 1948, a realizar a Conferência na cidade francesa de Fontainebleau
que levou ao surgimento União Internacional para a Conservação da Natureza
(UICN). Dentre essas catástrofes podemos citar o Smog (termo que combina as
palavras inglesas "smoke" e "fog", fumaça e neblina), poluição atmosférica de
origem industrial em Londres e a imensa poluição do ar, água e do solo devido à
reconstrução dos países pós-guerra.
37
Na atualidade estamos vivenciando inúmeras catástrofes naturais que
ocorrem devido à intervenção do homem na natureza. Considerando isso,
questionamos como a educação se posiciona perante a esta realidade? Qual será a
postura das escolas em relação a essa situação? Será que os professores têm se
sentindo preparados para trabalhar com a educação ambiental? Será que os mesmo
estão prontos para conscientizar seus alunos dos estragos que o meio ambiente tem
sofrido?
5.2Cultura e Ambiente
Para os povos indígenas a terra ―é seu chão cultural, habitada por suas
tradições, referência básica dos seus valores vitais, prenhe de mitos, campo de sua
história‖ No que percebe os indígenas tem um ensinamento de que sempre terá que
ter uma relação harmoniosa com a natureza. O indígena valoriza o saber
comunitário e a natureza, a chamada ―mãe terra‖.
Os saberes que surgem dessa convivência cotidiana referem-se não só ao
cultivo; vai sendo estruturada uma noção de si mesmo originada na tarefa e nas
atividades e disposições requeridas para a aprendizagem do saber cultivar. Entre os
diversos traços e emoções implicados no desempenho, está um longo tempo
dedicado ao silêncio e ao sofrimento. A existência fica impregnada de ‗força vital‘
através do cultivo como saber sagrado. Para saber cultivar, é necessário o respeito
à ‗mãe-terra‘ e o cuidado.
É sábio quão importante é a terra para o indígena. E justamente por adorarem
a terra, a protegem, uma vez que estes povos contam, na prática, somente com os
recursos ambientais bióticos e abióticos para realizar suas necessidades de
subsistência; sua cultura, com relação às atividades agrícolas, por exemplo, não
está voltada para o consumo de bens de mercado, como adubos ou implementos
agrícolas. Por conseguinte, não faz parte dos costumes e hábitos indígenas este tipo
de relação com o mercado, pois vivem uma realidade própria, diversa da do homem
ocidental comum.
Os indígenas, assim como as ditas comunidades tradicionais, respeitam o
meio ambiente, visto que ele é o meio de vida deles. Sua sobrevivência é
diretamente dependente da conservação da natureza. É possível cultivar a terra sem
38
prejuízo do ecossistema, pelo recurso e técnicas de manejo que, ao contrário das
usualmente empregadas por nós, respeitam as características básicas das áreas
manejadas e fomentam a diversidade que lhes é própria.
O conhecimento que estas populações têm ao manejar o meio ambiente,
manejo este que não compromete o ecossistema e acaba beneficiando o solo.
Conforme os estudos de Leonardo Boff acerca a Floresta Amazônica, as
comunidades indígenas desenvolveram grande manejo de floresta, todavia
respeitando a singularidade de cada espécie, não destruindo a natureza. Conclui
que ―ser humano e floresta evoluíram juntos numa profunda reciprocidade‖, o que
resta demonstrado o respeito do indígena para com a natureza.
Outro aspecto extremamente importante a ser observado é o da íntima
relação entre os povos indígenas e a preservação do meio ambiente e a ecologia.
Os povos indígenas são, dentre todos, aqueles cujas formas de vida guardam maior
proximidade com a natureza e o meio ambiente. A preservação do meio ambiente é
uma condição fundamental para a reprodução da vida, nos moldes tradicionais, nas
comunidades indígenas.
Há que se considerar então que existe relação de respeito entre o índio e a
natureza, podendo-se afirmar que o índio, para sua sobrevivência, dentro dos
métodos tradicionais, não agride o meio ambiente, como faz o homem que vive na
sociedade hegemônica.
No mundo todo, as pessoas estão se conscientizando de que o crescimento
econômico e a proteção ambiental devem andar de mãos dadas. Esta é a
mensagem do desenvolvimento sustentável, um conceito que recebeu o apoio de
toda a comunidade internacional na Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento e Meio Ambiente (a Eco'92), realizada no Rio de Janeiro, em
1992.Esta é uma mensagem que os canadenses levam muito a sério. Eles têm sorte
de possuir um alto padrão de vida e uma rica herança ambiental, mas sabem que
devem agir com sabedoria e cuidado para que as gerações futuras também possam
usufruir dos mesmos benefícios.
Por esta razão, o Canadá apoiou ostensivamente a Eco'92 e assinou
importantes convenções e acordos internacionais para proteção ambiental do
planeta. Também por esta razão, o Canadá toma a iniciativa de integrar políticas
econômicas e ambientais nacionais e de fazer da prevenção à poluição uma
prioridade em todos os setores.
39
Os municípios têm um papel importante no apoio à implementação da
legislação ambiental canadense. As organizações não governamentais trabalham
com intuito de elevar a consciência das pessoas sobre assuntos ambientais e
promover ações para os mesmos. O comércio canadense mostra-se à altura do
desafio ao adotar práticas ambientalmente saudáveis e ao explorar as oportunidades
econômicas abertas pela demanda crescente de produtos e serviços ambientais.
Finalmente, centenas de canadenses têm mudado o seu comportamento diário,
fazendo a sua parte em prol do meio ambiente.
O Canadá possui quase 9% da água doce do planeta e a sua costa, a maior
do mundo, estende-se por mais de 244.000 km. No entanto, a urbanização e o
desenvolvimento industrial colocaram seriamente em risco esses preciosos recursos
hídricos, o que hoje faz o Canadá trabalhar para remediar a situação.O Canadá tem
desenvolvido uma política nacional para orientar sobre o uso dos recursos de água
doce. Atualmente, existem estações de tratamento de água potável para quase 80%
dos canadenses. Os planos de ação estão estabelecendo parcerias para a limpeza
da bacia do Rio Fraser, dos Grandes Lagos, do Rio São Lourenço e dos portos do
Atlântico. O Canadá e os Estados Unidos estão coordenando seus esforços no
sentido de resolver os problemas de poluição, como por exemplo, através da
eliminação da emissão de poluentes que causam a chuva ácida, de modo a
melhorar a qualidade da água dos Grandes Lagos.
Em um contexto global, a característica predominante do Canadá é a sua
abundância de terras. De uma extensão territorial total de 9 970 610 Km2, 24% são
usados pela indústria florestal e 7% pela agricultura. Nesses setores baseados em
recursos naturais, o Canadá está introduzindo práticas sustentáveis. Em 1992,
ministros da administração florestal; grupos de aborígenes, de industriais,
trabalhadores e ambientalistas, endossaram uma estratégia florestal nacional, que
apoia a mudança da produção sustentável para o desenvolvimento sustentável na
administração florestal. Isso inclui o estabelecimento de 10 florestas-modelo e
programas de reflorestamento por todo o país. O Canadá apoiou fortemente a
Declaração sobre o Princípios Florestais adotados na Eco'92 e a vê como a base de
uma eventual convenção global de administração florestal.
Para encorajar a sustentabilidade na indústria agro alimentícia, a Iniciativa de
Agricultura Sustentável proporciona pesquisa, transferência de tecnologia,
assistência ao desenvolvimento e educação. O governo federal trata de assuntos de
40
interesse nacional, incluindo a proteção de recursos genéticos, limitação às
emissões de gás de estufas e desenvolvimento de estratégias alternativas de
controle de pragas. Assuntos de interesse regionalincluindo a conservação do solo e
água, preservação do habitat da fauna e controle da poluição e de sobras - são
tratados sob acordosbilaterais com as províncias e territórios.
O Canadá é um importante exportador de peixes - é o quinto do mundo em
exportações. Entretanto, no começo dos anos 90, o número de reservas de peixes
da costa atlântica do Canadá caiu drasticamente, inclusive às reservas de bacalhau
do norte, o peixe mais importante da costa atlântica do Canadá. Em resposta, o
Canadá declarou moratória à pesca do bacalhau em 1992, e para outros peixes em
1993.
As causas para estas quedas podem ser as condições ambientais
desfavoráveis, pesca excessiva e, possivelmente, a ação cada vez maior de
predadores, como as focas e a pesca excessiva feita por navios estrangeiros. A
parte norte do Canadá representa 40% da extensão do país, dois terços da sua
costa marítima e 30% dos seus recursos de água doce. É um ambiente altamente
frágil e, embora remoto, está cada vez mais sendo exposto à ameaça, tais como
poluentes aerotransportados que se originam a centenas ou milhares de quilômetros
de distância.
A fim de preservar a integridade da região norte, o governo federal lançou a
Estratégia Ambiental do Ártico, desenvolvida em parceria com os governos
territoriais, organizações nativas e os residentes do norte. A Estratégia concentra-se
em quatro áreas: contaminantes, sobras, água e integração econômico-ambiental. O
Canadá também tem trabalhado com seus vizinhos do Ártico de modo a proteger a
região, através da Estratégia de Proteção Ambiental do Ártico.
O aumento dos gases de estufa na atmosfera, o afinamento da camada de
ozônio e chuva ácida são assuntos de grande interesse internacional. O Canadá
busca assegurar um lugar para o meio ambiente na agenda das negociações de
comércio internacionais. Atenção especial foi dada aos fatores ambientais durante
as negociações sobre o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano entre o México,
Estados Unidos e Canadá e um acordo ambiental, o Acordo Norte-Americano sobre
Cooperação Ambiental foi desenvolvido por estes três países. Na verdade, a
Comissão Norte-Americana para Cooperação Ambiental, estabelecida sob o Acordo,
será firmada em Montreal.
41
Em prosseguimento à Eco Rio'92, a Comissão sobre Desenvolvimento
Sustentado foi estabelecida pelas Nações Unidas a fim de monitorar o progresso na
realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Juntamente com outros
membros da Comissão, o Canadá fornecerá informação sobre as atividades
realizadas para programar Agenda 21 - um plano global de ação sobre o meio
ambiente e desenvolvimento, realizado no Rio. Esses relatos, que deverão ser
apresentados periodicamente ao longo dos próximos 4 anos, ajudarão a preparar os
membros da Comissão para a Revisão Geral do Agenda 21, em 1997.
Sobre assuntos ambientais, o Canadá está comprometido com a proteção da
saúde e diversidade das espécies, promovendo eficiência energética e tecnologia
que não agridam o meio ambiente de modo a controlar e conservar suas reservas
renováveis para o benefício das gerações futuras.
5.2.1 Controle Humano sobre natureza
Durante o período da chamada Revolução Industrial, não havia preocupação
com a questão ambiental. Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição não
era tão intensa.
A partir da escassez dos recursos naturais, juntando com o crescimento
desenfreado da população e intensidade dos impactos ambientais, surgiu o conflito
da sustentabilidade, tanto nos sistemas econômicos quanto no natural, e fez e esta
fazendo do meio ambiente um tema estratégico e urgente. As pessoas começam a
entender a importância de repensar suas praticas ambientais. A humanidade esta
usando 20% a mais dos recursos naturais do que o planeta é capaz de repor, isso
esta trazendo grandes complicações, e comprometendo as gerações atuais e
futurais.
O grande desafio atual da humanidade é promover o desenvolvimento
sustentável de forma rápida e eficiente. Este é o problema, pois sabemos que o
tempo esta se esgotando, e não agimos para mudar este triste cenário, hoje grande
parte da humanidade se colocar como espectador dos fatos, esquecendo que somos
todos responsáveis pelo futuro que estamos construindo, devemos exercer a
cidadania rapidamente.
42
A conscientização ambiental, só será possível com o entendimento e a
percepção do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas.
O meio ambiente natural é o fundamento invisível das diferenças sócio econômicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O dia em que cada brasileiro entender como esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível, o meio ambiente não precisará mais de defensores. (DREW, 2010, p.28).
Com isso ele quis dizer que preservar o meio ambiente é preservar a própria
pele, fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde, e tudo
mais. Esta falta de entendimento compromete a utilização correta da nossa maior
vantagem competitiva frente ao mundo: recursos hídricos, a maior floresta do mundo
e tantas outras vantagens que nós brasileiros temos e que atrais o olhar do mundo.
Mas se nada for feito de forma rápida e eficiente, as próximas gerações serão
prejudicadas, pelos impactos ambientais e pela falta de visão de nossa geração em
não explorar adequadamente a vantagem competitiva de nossos recursos naturais.
Umas das definições de sustentabilidade mais aceitas no mundo é a do
Relatório Brundtland de 1987: ―[...] desenvolvimento que satisfaz a necessidade do
presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as
suas próprias necessidades.‖ Por mais que pessoas usem em seus trabalhos essa
definição, tem varias criticas a respeito dela.
A começar pela posição de que o homem é o centro de tudo e que a
satisfação das nossas necessidades é o objetivo mais importante desta discussão.
Muitas vezes esquecemos que nós somos parte da natureza. Por mais que
tenhamos características que nos diferenciam dos outros seres vivos que compõe o
meio ambiente, isso não nos dá o direito de usá-lo como bem entendemos.
Outro ponto que me chama bastante a atenção é a própria definição de
necessidade. Será que ela não inclui nossos desejos e ambições pessoais? Sendo
bem realista: quem precisa de 20 pares de sapato? Ou trocar de carro todos os
anos? Pior se for a diesel. Como e onde foi produzida a blusinha daquela loja, que
mobilizou milhares de pessoas na sua chegada ao Brasil, e que custa R$ 9?
Os padrões de produção e consumo da nossa sociedade hoje colocam uma
pressão enorme no meio ambiente. Se todos os seres humanos consumissem como
os norte-americanos, precisaríamos de quatro planetas em termos de recursos
43
naturais. O Brasil anda assustadoramente na mesma direção dos Estados Unidos,
tanto nos padrões de produção e consumo, como nos impactos negativos
decorrentes deles: alto índice de endividamento, consumismo visto como lazer,
hábitos alimentares excessivos, que acarretam em epidemias como obesidade
infantil, hipertensão, stress.Foramosimpactos socioambientais como devastação e
desmatamento, poluição, exploração de mão de obra barata, enfim, a lista é imensa.
Neste atual cenário, a reintegração das pessoas com o meio ambiente é
fundamental. Afinal, somos parte dele, e tudo o que fazemos está diretamente ligado
ao grande e complexo que se chama planeta terra.
5.2.2 O impacto do homem sobre a terra
A palavra impactoambiental é encontrada com frequência na TV, no dia-a-dia.
Na maioria das vezes ela é associada a algum dano a natureza, como poluição dos
rios, mortandade de vários animais da fauna silvestre.
A mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada. (WATHERN, 1988, p.7).
Outra definição de impacto ambiental é dada pela norma NBR ISSO
14.001:2004, ―[...] qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que
resulte, no todo ou em parte, das atividades produtos ou serviços de uma
organização.É interessante conhecer o conceito de impacto ambiental adotado por
essa norma porque muitas empresas e outras organizações tem adotado sistemas
de gestão ambiental nela baseado.
A série ISO 14.000 é uma família de normas sobre gestão ambiental,
começaram a ser desenvolvidas em 1993, tendo por base uma norma britânica de
1992. A família ISO 14.000 compreende normas sobre sistemas de gestão,
desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida de produtos, rotulagem
ambiental, integração de aspectos ambientais.
44
A norma ISO 14.001 introduziu o termo aspecto ambiental. Tal termo era
desconhecido dos profissionais envolvidos na avaliação do impacto ambiental, no
entanto devido à norma passou a ser incluído no vocabulário dos profissionais.
Aspecto ambiental pode ser entendido como o mecanismo através do qual uma
ação humana causa um impacto ambiental. Exemplos desta cadeia de relações são
dados no Quadro abaixo.
Quadro 07: Exemplos de relações atividade-aspecto-impacto ambiental.
Lavagem de roupa Consumo de água redução da disponibilidade hídrica
Lavagem de louçalançamento de água com detergenteseutrofização
Cozimento de pão em forno de lenhaemissão de gases e partículas deterioração da
qualidade do ar
Pintura de uma peça metálica emissão de compostos orgânicos voláteis
deterioração da qualidade do ar
Armazenamento de combustível vazamento contaminação do solo e água
subterrânea
Transporte de cargas por caminhões emissão de ruídos incômodo aos vizinhos
Transporte de carga por caminhões aumento do trafego maior frequência de
congestionamentos
Fonte: Livro Avaliação do impacto Ambiental – Luiz Enrique
Diferencia-se assim de impacto ambiental, entendido como uma alteração na
qualidade do meio ambiente. SegundoMunn ―[...] ações humanas causam efeitos
ambientais, que por sua vez, produzem impactos ambientais.‖
Tudo que permitiu ao homem uma melhor qualidade de vida, umconforto melhor,
foi por ele mesmo destruído, e fez com que ele agisse de uma forma bastante
irresponsável, causou poluição das aguas, dos solos, do ar, esta esgotando os
recursos naturais, enfim agiu da pior forma possível.
Poluição das águas: Quando se fala em poluição das águas, devem ser
abrangidas não só as águas superficiais como também as subterrâneas.
Causas:Uma das principais fontes de poluição das águas são os resíduos
urbanos entre estes:- Resíduos industriais. Neste tipo de resíduos abunda as
descargas de efluentes das fábricas. - Resíduos rurais. O lançamento de
45
esgotos diretamente nas águas sem que tenham sido devidamente tratadas;
a deposição de lixos domésticos nas águas dos rios ou mares; o uso de
produtos químicos na agricultura que acabam por ser transportados pela
chuva para as águas dos rios e mares, contaminando-os e pondo em perigo
toda a fauna e flora. Ambos os tipos de resíduos podem ser despejados num
sentido voluntário ou involuntário.
Consequências:Estes poluentes representam grande ameaça à qualidade da
água, à saúde e ao meio ambiente, pois são capazes de provocar enormes
danos aos organismos vivos, e, consequentemente à cadeia alimentar e à
nossa saúde.
Poluição do solo: o solo é um recurso finito, limitado e não renovável, face
às suas taxas de degradação potencialmente rápidas, que têm vindo a
aumentar nas últimas décadas.
Causas: As principais fontes de poluição dos solos são:
- Agricultura. Na agricultura é usado os fertilizantes, os inseticidas para o
combate às pragas, como também é utilizado a queima da vegetação para
depois começar a plantação.
- Lixeiras. O lixo também tem o seu papel importante na degradação do solo.
Devido à sua grande quantidade e composição (como é o caso dos aterros
sanitários).
Consequências: O uso de fertilizantes e inseticidas prejudicam o solo, a
vegetação e os animais. Com a queima da vegetação, o terreno fica exposto
ao sol e ao vento ocasionando a perda de nutrientes e a erosão do solo. As
lixeiras contaminam o terreno chegando até a contaminar os lençóis de água
subterrâneos.
Poluição do ar: Pode-se considerar poluição atmosférica qualquer
contaminação do ar oriunda de desperdícios gasosos, líquidos, sólidos ou
outros produtos que podem pôr em risco a saúde humana, animal ou vegetal.
A atmosfera tem certa capacidade depuradora que garante a eliminação, em
condições naturais, dos materiais nela descarregados pelos seres vivos. O
desequilíbrio deste sistema natural, levado a cabo pelo Homem, conduz à
acumulação na atmosfera de substâncias nocivas à vida.
46
Causas: Os principais fatores que tem vindo a contribuir para o aumento da
poluição atmosférica destacam-se entre:
- Atividade industrial. Esta atividade lança para o ar gases e poeiras em
quantidades superiores à capacidade de absorção do meio ambiente, ficando
assim estas substâncias acumuladas na atmosfera.
- Circulação rodoviária. Os gases e as substâncias químicas libertadas pelos
veículos motorizados derivam do consume de combustíveis fosseis
utilizados, como é o caso do petróleo.
Consequências:OSmog. Define-se como uma combinação de fumo e de
nevoeiro em áreas urbano-industriais, ou seja, o aumento da temperatura
durante o dia, e em condições de grande arrefecimento noturno. Provoca
diretamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e
cardíacos. E leva a uma elevada concentração de fumos à superfície. -
Chuvas ácidas. As chuvas ácidas formam-se com a libertação de dióxido de
enxofre e de óxido de azoto (provenientes de fábricas e automóveis) para a
atmosfera, ou seja, ocorrendo precipitação, as chuvas ácidas originam a
acidificação dos solos, que vai prejudicar a agricultura e as espécies de
árvores e plantas que vão nascer. Outra consequência é a destruição da
vegetação e a contaminação da água, que é muito prejudicial para a
vegetação assim como para os animais. -O Efeito de Estufa. O efeito de
estufa tem duas consequências, o aquecimento global do planeta, o que
pode provocar a fusão do gelo das regiões polares e a subida dos oceanos e
alterações climáticas. - A destruição da camada de ozônio. A existência de
ozônio na estratosfera é vital para a Terra, pois absorve grande parte da
radiação ultravioleta. O ozônio é assim indispensável, protegendo-nos do
excesso de radiação ultravioleta, embora ao nível do solo seja prejudicial
para a saúde e para o ambiente. A destruição da camada de ozônio
provocada pelo cloro origina variações do clima (aquecimento global) e
poderá acabar com a vida na terra.
Esgotamento dos recursos naturais: Recursos naturais são elementos da
natureza com utilidade para o Homem, com o objetivo do desenvolvimento da
civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Pode ser
47
renováveis, como a energia do Sol e do vento. Já a água, o solo e as árvores,
são já considerados limitados. E ainda não renováveis, como os recursos
energéticos fósseis, como o petróleo e o gásnatural.
Causas: O abuso e destruição dos recursos naturais do nosso planeta pela
mão do homem podem contribuir a curto prazo para o esgotamento dos
recursos não renováveis da Terra.
Consequências: Independentemente do grau de desenvolvimento das
sociedades, os modelos de crescimento com base na exploração dos
recursosnaturais provocam um ciclo de degradação e destruição de todo o
ecossistema Terra.
Soluções para um mundo melhor:Sendo tanto destes desastres claramente
provocados pela mão do Homem, será urgente criar e estabelecer limites.
Limites estes como, reduzir o uso e abuso dos recursos naturais
indispensáveis à sobrevivência da população mundial. Sendo o ar, solo, água,
vida e energia essencial para a vida humana e para a sobrevivência do
sistema econômico será obrigatório repensar nos sistemas atuais. Para
acabarmos com tantos desastres temos diversas soluções tais como: - em
relação à desflorestação, devemos devastar em igual proporção ao
crescimento; plantar árvores, cada árvore absorve até 10kg de CO2 por
ano; conservar as plantas e animais das florestas tropicais, através da
proteção dos habitats; investir na reflorestação de modo a criar novas fontes
de madeira e reabilitar as áreas florestais degradadas. -em relação à poluição
das águas, recuperação dos rios e mares atingidos pela poluição para quese
garanta à população o abastecimento de água não infectada. Entre essas
medidas, ressalta-se o tratamento dos esgotos urbanos. - em relação à
poluição dos solos, Elaboração de substitutos para os inseticidas;
saneamentos básicos; instalação de estações de tratamento e reciclagem de
lixo, em relação aos aterros sanitários estes deveria sercobertos para que não
fossem expostos a céu aberto nem que entrassem em contato com o solo. -
em relação à poluição atmosférica, deveria existir uma redução das emissões
de dióxido de carbono para a atmosfera; utilização de filtros nas chaminés
das fábricas; promoção de energias alternativas, não poluentes; utilização de
tecnologias ―limpas‖; promoção da reciclagem; reutilização de determinados
48
produtos, por exemplo a utilização de garrafas de vidro em substituição das
de plástico descartáveis. - em relação ao esgotamento dos recursos
naturais, poupar energia substituindo as lâmpadas incandescentes por
lâmpadas economizadoras, com estas lâmpadas obtêm-se a mesma luz
poupando 80% de energia; aproveitar toda a energia natural que se puder;
utilizar os transportes públicos; comprar carros híbridos, são mais amigo do
ambiente; utilizar painéis solares em casa, etc.
5.3 Histórico da Educação Ambiental
As décadas de 70 e 80 marcaram o início das lutas sociais organizadas a
nível mundial, entre elas o movimento Hippie, a luta dos negros americanos pela
cidadania, as lutas das mulheres pela igualdade de direitos com os homens, entre
outras. Esses acontecimentos tiveram início os movimentos de defesa da ecologia e
do meio ambiente, cujo marco foi a publicação do livro ―Primavera Silenciosa‖
(1962), da americana Raquel Carson.A partir dessa publicação, que repercutiu no
mundo inteiro, os militantes dos movimentos ambientalistas e a Organização das
Nações Unidas (ONU) realizaram vários eventos internacionais que abordaram a
questão da preservação e da educação ambiental.
O primeiro evento foi a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente
(1972), conhecida como Conferência de Estocolmo. Com a participação de 113
países, esse evento denunciou a devastação da natureza que ocorria naquele
momento, disse que o crescimento humano precisaria ser repensado
imediatamente. Nesse encontro, foram elaborados dois documentos: a ―Declaração
Sobre Meio Ambiente Humano‖ e o ―Plano de Ação Mundial‖.
A principal recomendação dessa conferência foi a de que deveria ser dada
ênfase à educação ambiental como forma de se criticar e combater os problemas
ambientais existentes na época (Dias: 2000 p. 79). É importante lembrar que nesse
evento os países subdesenvolvidos não pouparam críticas aos países ricos, pois
para eles os países ricos querem limitar o desenvolvimento econômico dos países
pobres, [...] ―usando políticas ambientais de controle da poluição como meio de inibir
a competição no mercado internacional‖ (Dias: 2000 p.79).
49
Em função da Conferência de Estocolmo, o governo brasileiro, pressionado pelo
Banco Mundial, criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente, com o objetivo de
implementar uma gestão do meio ambiente. Esse órgão possuía apenas três
funcionários, o que mostrava o descaso da ditadura militar com as questões
ambientais em nosso país. De acordo com Perini (1998), o plano de ação dessa
conferência sugeria a capacitação dos professores, assim como uma metodologia
de ação para a educação ambiental em nível mundial. Tendo em vista essa política,
foram realizadas mais três conferências internacionais sobre educação ambiental
entre as décadas de 70/80.
A primeira foi a Conferência de Belgrado, realizada em 1975, com a participação
de pesquisadores e cientistas de 65 países. Esse encontro resultou em um
documento denominado ―Carta de Belgrado‖, que preconizava uma nova ética para
promover a erradicação da pobreza, do analfabetismo, da fome, da poluição, da
exploração e de todas as formas de dominação humana. Outra ação importante
dessa conferência foi a elaboração dos princípios e diretrizes para o programa
internacional de educação ambiental, de caráter contínuo e multidisciplinar, que
levava em conta as diferenças regionais e os interesses nacionais.
Com base nessa estratégia, a UNESCO criou o Programa Internacional de
Educação Ambiental (PIEA), com relevante atuação internacional, cujo objetivo era o
de editar publicações relatando as experiências mundiais de preservação e
educação ambiental. Além disso, esse programa criou uma base de dados que, no
início da década de 80, contava com informações sobre 900 instituições que
atuavam com educação ambiental e 140 projetos voltados à preservação do meio
ambiente.
No que diz respeito ao Brasil, as ações da conferência de Belgrado,
principalmente aquelas voltadas à educação ambiental, passaram despercebidas
pelos órgãos educacionais tanto na esfera federal quanto na estadual, dada a
conjuntura política que o país vivia naquele momento.
A partir de 1975, alguns órgãos estaduais brasileiros voltados ao meio ambiente
iniciaram os primeiros programas de educação ambiental em parceria com as
Secretarias de Estado da Educação. Ao mesmo tempo, incentivados por instituições
internacionais.
Disseminava-se no país o ecologismo, deformação de abordagem que circunscrevia a importância da educação ambiental à flora e a fauna, à
50
apologia do ―verde pelo verde‖, sem que nossas mazelas socioeconômicas fossem consideradas nas análises. (Dias: 2000, p. 81).
Esse conceito não levava em conta a crítica à pobreza, ao analfabetismo, às
injustiças sociais etc.
Foi na década de 80 que segundo Guimarães (1995), que o termo, ―Educação
Ambiental popularizou-se definitivamente no mundo‖. No ano de 1985 reforça mais
ainda a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de
formação.Integrandos a todas as áreas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva, possibilitando assim a, formação da consciência ecológica do futuro
cidadão.
E no Brasil assim como em muitos países na época considerados pobres,
onde justamente a Educação Ambiental se faria mais necessária, dada a realidade
socioeconômica e modos de degradação da qualidade de vida da população, a
Educação Ambiental ainda não teria se desenvolvido o suficiente para ser capaz de
produzir grandes transformações na população. E só em 1988 que a Constituição da
República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio Ambiente e no Art.
225, Inciso VI, determina ao ―[...] Poder Público, promover a Educação Ambiental em
todos os níveis de ensino...‖, demonstrando assim passos no caminho do
desenvolvimento da Educação Ambiental, que será mais trabalhada posteriormente
neste trabalho, (no capítulo referente a Constituição de 1988 , lei 9.795 e decreto
4.281).
O ano de 1992 foi de extrema importância na composição histórica da
Educação Ambiental no Brasil e porque não no mundo, pois foi neste ano que
aconteceu a Segunda Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro, onde foi desenvolvido o Tratado de
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global,
sendo assinada na Jornada Internacional de Educação Ambiental, no Fórum Global
paralelo á ECO-92.
Acreditando na Educação como formadora de valores e ações que
contribuam para a transformação humana e social em busca da preservação
ecológica, assim procurando gerar uma Educação Ambiental Transformadora que
gere com certa urgência mudanças na qualidade de vida e maior consciência de
conduta pessoal, assim com harmonia entre os seres humanos e destes com outras
51
formas de vida, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global (1992), tem como tópicos: o princípio da Educação para
Sociedade Sustentava e Responsabilidade Global, um Plano de Ação, um Sistema
de Coordenação, Monitoramento e Avaliação, além de apontar Grupos a serem
envolvidos nesta busca pela Educação Ambiental transformadora e os recursos a
serem utilizados.
Segundo Dias (1998), a Conferência de junho de 1992, teve como objetivos:
Examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da
Conferência de Estocolmo;
Identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes
às principais questões ambientais;
Recomendar medidas a serem tomadas nacional e internacionalmente
referentes à proteção ambiental através de política de desenvolvimento
sustentado;
Promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental internacional;
Examinar estratégias de promoção de desenvolvimento sustentado e de
eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento, entre outros.
Atualmente a ECO-92 é reconhecida como o encontro internacional mais
importante desde que o homem se organizou em sociedades, além do planeta
Terra passar a ser visto de maneira diferente depois desta, sendo revisto,
rediscutido e analisado, desenvolvendo assim a ideia de desenvolvimento
sustentável na sociedade como um todo (CASCINO, 2000).
Segundo Cascino (2000):
O número de ONGs (Organizações não Governamentais), depois da Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cresceu e se consolidou muito, constituindo uma nova força efetiva de pressão a favor do meio ambiente e de um desenvolvimento sustentável, aliada á prestação de serviço, junto ao poder público e a iniciativa privada, de maneira a se distribuir de forma global, 22 explodindo o debate ambientalista assim para todos os lados, tendo sido mais presente na Europa e nos Estados Unidos da América. (CASCINO, 2000, p. 57).
52
Em 1992 no Brasil, ainda pode ser evidenciado ações do MEC, promovendo
em Jacarepaguá um workshop com o objetivo de socializar os resultados das
experiências nacionais e internacionais do cenário da Educação Ambiental,
discutindo metodologias e currículos. Do encontro resultou a Carta Brasileira para a
Educação Ambiental. Em 1993 a Portaria 773/93 do MEC, institui em caráter
permanente um Grupo de Trabalho para Educação Ambiental com objetivo de
coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias
para a implementação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os
níveis e modalidades, procurando assim concretizar as recomendações aprovadas
na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Na Grécia mais precisamente em Thessaloniki, em 1997 foi realizada pelo
governo do país aliado a UNESCO, a Conferência Internacional sobre Meio
Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade,
contando com mais de 83 países (Declaração de Thessaloniki,1997). Onde segundo
Cascino (2000), [...] houve o reconhecimento que, passados cinco anos da
Conferência do Rio-92, abordou se o até então desenvolvimento da Educação
Ambiental ter sido ou não o insuficiente.
Em Thessaloniki se deu, portanto mais uma vez a composição de um
documento em um evento internacional chamando a atenção para a Educação
Ambiental, sendo fundada nos conceito da ética, sustentabilidade, identidade cultural
e diversidade, ainda necessitando de fundos de financiamento para realização de
ações de educação em defesa do meio ambiente e efetivação de práticas
interdisciplinares, compondo-se então a chamada Declaração de Thessaloniki. Esta
foi composta pela busca por reorientação de práticas educativas ambientais,
levando-se em consideração o novo modo de vida consumista da presente
sociedade, fator preocupante dado os possíveis reflexos que algumas ações do
―homem moderno‖ poderiam trazer para o planeta.
Segundo a Declaração de Thessaloniki (1997), seria necessária uma
educação apropriada a partir da conscientização pública, sendo para tanto,
reconhecidos valores de sustentabilidade, aliados a legislação, economia e
tecnologia. Sendo ao fim de dez anos de sua existência, ou seja, em 2007, ser
realizada uma conferência para abordar o progresso dos processos educacionais
recomendados (Declaração de Thessaloniki,1997).
53
Um grande passo então para Educação no Brasil foi à elaboração dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o tema ―Convívio Social, Ética e
Meio Ambiente‖, onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal
nos currículos do Ensino Fundamental, aparecendo como Meio Ambiente. Abrigando
noções básicas de Meio ambiente, Sustentabilidade e Diversidade em sua
composição.
Há ainda neste período Declaração de Ahmedabad 2007, indica alguns
problemas ambientais como a crise climática, a perda da biodiversidade, os
problemas nos sistemas de saúde e a pobreza, como indicadores de modelos de
estilos de vida insustentáveis, e que teriam como solução, a existência de modelos
de vida para um futuro sustentável necessitando da urgente ação da população
global para revertemos essa realidade, a partir da utilização da criatividade e
imaginação na busca por novos valores, que terão como reflexo, novas ações que
mudaram uma vida insustentável para uma vida sustentável, estabelecendo assim
uma grande ligação entre a Educação e a vida que levamos, indicando como
possível instrumento a ser trabalhado a Carta da Terra: valores e princípios para um
futuro sustentável.
Sobre a Carta da Terra segundo Gadotti:
Baseada em princípios e valores fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um código ético planetário. Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta da Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos no que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça (Gadotti, 2001, p.100).
Encontros internacionais como os que foram foco nessa retomada dos dados
históricos permitiu um grande debate e trocas de experiências entre especialistas de
todo o mundo, e de acordo com características da UNESCO esses trabalhos são
realizados em esferas oficiais com propostas e perspectivas sobre Educação
Ambiental dos governos dos respectivos países.
Historia das COP
A Conferencia das Partes (COP) é um foro internacional de negociação das
regras e politicas referentes à implantação da Convenção-Quadro das Nações
54
Unidas sobre Mudanças do Clima (CQMC), em vigor desde 1994. Nesses eventos
anuais se revisa as normativas da convenção e se decide sobre aplicação e
funcionamento das diretrizes do tratado, a execução dos mecanismos previstos e o
cumprimento das metas estabelecidade. Enfim é quando se discute a melhor forma
de lidar com as alterações climaticas. A meta concreta para servir de base ao
estabelecimento das ações internacionais foi estabelcidade na terceira conferencia,
a COP-3 atraves do Protocolo de Kyoto. Trata-se de um documento no qual os
paises comprometem-se a reduzir as emissões glogais de gases estufa até 2012 em
pelo menos 5% dos indices medidos em 1990.
Os principais atingidos foram os paises que, juntos eram responsaveis por
55% das emissões de gases em 1990. O grupo foi chamado de ―Partes do Anexo 1‖,
por estarem relacionados nesse aneo do Protocolo, que para entrar em vigor,
deveria ser assinado por pelo menos 55% dessas nações.
Como varios paises, entre eles o Brasil emitem carbono abaixo do nivel
maximo establecido, o documento preve a possibilidade de compensação. Haveria
assim uma troca de cotas entre os dois grupos sem alterar a emissão global. Outra
possibilidade é chamado ―mecanismo de desenvolvimento limpo‖, no qual os paises
cuja situação é mais critica poderiam patrocinar projetos limpos de nações do outro
grupo, podendo aumentar suas emissões sem alterar o nivel global de gases de
efeito estufa.
A primeira Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP-1) ocorreu no período de 28 de março a 7 de abril de
1995, em Berlim, Alemanha. Nela, deu-se início o processo de negociação de metas
e prazos específicos para a redução de missões de gases de efeito estufa pelos
países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento não foram incluídos nesta
reunião, levando-se em conta o princípio da Convenção que fala em
"responsabilidades comuns, porém diferenciadas". Eram os primeiros passos para a
criação do Protocolo de Kyoto. A COP-1 também aprovou o desenvolvimento das
Atividades Implementadas Conjuntamente (AIC), que seriam estabelecidas entre um
país do Anexo I e outro de fora desse grupo, visando à implantação de projetos de
suporte e transferência de tecnologia para facilitar o cumprimento de metas de
mitigação.
De 9 a 19 de julho de 1996 foi realizada em Genebra, Suíça, a segunda
Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
55
do Clima. Foi na COP-2, por meio da Declaração de Genebra, que as partes
decidiram pela criação de obrigações legais de metas de redução. No que se refere
à ajuda financeira, foi decidido que os países em desenvolvimento poderiam solicitar
ajuda à Conferência das Partes, por meio do Fundo Global para o Meio Ambiente, a
fim de desenvolverem programas que reduzissem as emissões de gases de efeito
estufa.
A terceira Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP-3) ocorreu no período de 1º a 10 de dezembro de
1997 em Kyoto,Japão. No encontro foi adotado o Protocolo de Kyoto, que
estabelece metas de redução para gases de efeito estufa para os países
desenvolvidos, chamados "Países do Anexo I". De modo geral, as metas são de
5,2% das emissões de 1990. Porém, Japão (-6%), Estados Unidos (-7%), e União
Europeia (-8%) assumiram compromissos maiores. Os americanos acabaram não
ratificando o acordo. A entrada em vigor do acordo estava vinculada à ratificação
por, no mínimo, 55 países que somassem 55% das emissões globais de gases de
efeito estufa, o que ocorreu apenas em 16 de fevereiro de 2005, vencida a relutância
da Rússia. Os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2001.
De 2 a 13 de novembro de 1998, foi realizada em Buenos Aires, Argentina, a
quarta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (COP-4). A reunião centrou esforços na implementação e
ratificação do Protocolo de Kyoto, adotado na COP-3. O plano de ação de Buenos
Aires trouxe um programa de metas para a abordagem de alguns itens do Protocolo
em separado: análise de impactos da mudança do clima e alternativas de
compensação, atividades implementadas conjuntamente, mecanismos financiadores
e transferência de tecnologia.
A quinta COP foi realizada em Bonn, Alemanha, no período de 25 de outubro
a 5 de novembro de 1999. O encontro teve como destaque a execução do Plano de
Ações de Buenos Aires e as discussões sobre LULUCF (sigla em inglês para Land
Use, Land-Use ChangeandForestry; atividades que promovem a remoção de gás
carbônico da atmosfera, ou seja, florestamento e reflorestamento). A COP-5 tratou
ainda da execução de atividades implementadas conjuntamente em caráter
experimental e do auxílio para capacitação de países em desenvolvimento.
A sexta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima - Parte I (COP-6) foi realizada no período de 13 a 24 de
56
novembro de 2000, em Haia, Países Baixos. O encontro foi uma amostra da
dificuldade de consenso em torno das questões de mitigação. A falta de acordo nas
discussões sobre sumidouros, LULUCF (em inglês, Land Use, Land-Use
ChangeandForestry; atividades que promovem a remoção de gás carbônico da
atmosfera, ou seja, florestamento e reflorestamento), Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, mercado de carbono e financiamento de países em
desenvolvimento levaram à suspensão das negociações, especialmente pela falta
de acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos em assuntos relacionados a
sumidouros e às atividades de mudança do uso da terra.
No período de 16 a 27 de julho de 2001, foi realizada em Bonn, Alemanha, a
segunda parte da sexta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (COP-6), na qual, após a saída dos Estados
Unidos do Protocolo de Kyoto, foi aprovado o uso de sumidouros para cumprimento
de metas de emissão, discutidos limites de emissão para países em
desenvolvimento e a assistência financeira dos países desenvolvidos.
A COP-7 foi realizada no período de 29 de outubro a 9 de novembro de 2001,
em Marraqueche, Marrocos. A reunião teve como destaque dos Acordos de
Marraqueche a definição dos mecanismos de flexibilização, a decisão de limitar o
uso de créditos de carbono gerados de projetos florestais do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo e o estabelecimento de fundos de ajuda a países em
desenvolvimento voltados a iniciativas de adaptação às mudanças climáticas.
No período de 23 de outubro a 1º de novembro de 2002, foi realizada em
Nova Déli, Índia, a oitava Conferência das Partes na Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-8). No mesmo ano da Cúpula
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), tem-se início a discussão
sobre uso de fontes renováveis na matriz energética das Partes. O encontro também
marcou a adesão da iniciativa privada e de organizações não governamentais ao
Protocolo de Kyoto e apresenta projetos para a criação de mercados de créditos de
carbono.
A nona Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP-9) ocorreu de 1º a 12 de dezembro de 2003, em
Milão, Itália. O encontro discutiu a regulamentação de sumidouros de carbono no
âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecendo regras para a
57
condução de projetos de reflorestamento, que se tornam condição para a obtenção
de créditos de carbono.
Em Buenos Aires, Argentina, ocorreu de 6 a 17 de dezembro de 2004, a 10ª
Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (COP-10), na qual houve a aprovação de regras para a implementação do
Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor no início do ano seguinte, após a ratificação
pela Rússia. Outros destaques da COP-10 foram a definição dos Projetos Florestais
de Pequena Escala (PFPE) e a divulgação de inventários de emissão de gases do
efeito estufa por alguns países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
A 11ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP-11) foi realizada em Montreal, Canadá, de 28 de
novembro a 9 de dezembro de 2005, juntamente com a Primeira Conferência das
Partes do Protocolo de Kyoto. Na pauta do encontro entrou a discussão do segundo
período do Protocolo, após 2012, para o qual instituições europeias defendem
reduções de emissão na ordem de 20% a 30% até 2030, e entre 60% e 80% até
2050. Esta foi a primeira conferência realizada após a entrada em vigor do Protocolo
de Kyoto. Pela primeira vez, a questão das emissões oriundas do desmatamento
tropical e a das mudanças no uso da terra são aceitas oficialmente nas discussões
no âmbito da Convenção.
A COP-12 ocorreu no período de 6 a 17 de novembro de 2006, em Nairóbi,
Quênia, tendo como principal compromisso a revisão dos prós e contras do
Protocolo de Kyoto, com um esforço das 189 nações participantes de realizarem
internamente processos de revisão. As nações assumem o compromisso de revisar
o Protocolo de Kyoto e regras são estipuladas para o financiamento de projetos de
adaptação em países pobres. O governo brasileiro propõe oficialmente a criação de
um mecanismo que promova efetivamente a redução de emissões de gases de
efeito estufa originado a partir de desmatamentos em países em desenvolvimento.
Em Bali, Indonésia, foi realizada a COP-13, de 3 a 15 de dezembro de 2007.
A reunião estabeleceu compromissos, transparentes e verificáveis para a redução
de emissões causadas por desmatamento das florestas tropicais para o acordo que
substituirá o Protocolo de Kyoto. Pela primeira vez a questão de florestas é incluída
no texto da decisão final da Conferência para ser considerado no próximo tratado
climático, tendo os países um prazo até 2009 para definir as metas de redução de
emissões oriundas do desmatamento em países em desenvolvimento pós-2012.
58
Esse é um dos pontos que integram o processo oficial de negociação para o próximo
acordo, cujas bases foram estabelecidas pelo texto final da COP-13, o que lhe valeu
o apelido de "Mapa do Caminho". Também foi aprovada a implementação efetiva do
Fundo de Adaptação, para que países mais vulneráveis à mudança do clima possam
enfrentar seus impactos. Diretrizes para financiamento e fornecimento de
tecnologias limpas para países em desenvolvimento entraram no texto final, mas
não foram apontadas quais serão as fontes e o volume de recursos suficiente para
essas e outras diretrizes destacadas pelo acordo, como o apoio para o combate ao
desmatamento nos países em desenvolvimento e outras ações de mitigação.
O consentimento dos países em desenvolvimento na questão do
desmatamento abre espaço para que os Estados Unidos deixem de bloquear o
Protocolo de Kyoto. Um dos argumentos para não ratificar o acordo era a falta de
engajamento das Partes não-Anexo I nos compromissos de mitigação. Mas a
bastante criticada posição norte-americana de colocar empecilhos à Conferência de
Bali colaborou para o principal revés do encontro: o adiamento para 2050 de metas
compulsórias claras para redução de emissões, deixando de lado a proposta de
metas entre 25% e 40% para 2020.
No período de 1º a 12 de dezembro de 2008, ocorreu em Poznan, Polônia, a
14ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (COP-14), na qual representantes dos governos mundiais
reuniram-se para discussão de um possível acordo climático global, uma vez que na
COP-13 chegaram ao consenso de que era necessário um novo acordo. O encontro
de Pozman figurou apenas como um antecessor da esperada COP-15, e deu
continuidade ao processo de negociações estabelecido pelo "Mapa do Caminho",
em 2007. Teve seu valor positivo não só na injeção de esperança de Al Gore, ex-
vice-presidente dos Estados Unidos, mas também no que diz respeito à mudança
oficial de postura dos países em desenvolvimento. A maioria desses países, no
entanto, aguarda uma posição do presidente norte-americano Barack Obama na
próxima conferência.
Na COP-15, realizada entre 7 a 19 de dezembro de 2009, em Copenhague,
Dinamarca, tentou-se buscar consenso em torno do chamado Acordo de
Copenhague (AC). Tal feito, contudo, não foi aprovado pela totalidade dos 192
países membros da Convenção. Apesar de ser politicamente frágil, o AC
representou um grande avanço no sentido de reconhecer a promoção de reduções
59
de emissões resultantes de desmatamento e degradação florestal (REDD) como
medida crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O encontro era
considerado o mais importante da história recente dos acordos multilaterais
ambientais, pois tinha por objetivo estabelecer o tratado que substituirá o Protocolo
de Kyoto, vigente de 2008 a 2012. Uma atmosfera de expectativa envolvia a COP-
15, não só por sua importância, mas pelo contexto da discussão mundial sobre as
mudanças climáticas.
Questões como o impasse entre países desenvolvidos e em desenvolvimento
param se estabelecer metas de redução de emissões e as bases para um esforço
global de mitigação e adaptação, assim como o fim dos oito anos do governo Bush,
que se recusou a participar das discussões e do esforço de combate à mudança do
clima, prometiam mudanças, que não chegaram a ser concretizadas.
A 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP-16)
ocorreu de 29 de novembro a 11 de dezembro de 2010, sem muitas expectativas.
Contudo, uma série de acordos foi fechada. Entre eles, a criação do Fundo Verde do
Clima, para administrar o dinheiro que os países desenvolvidos se comprometeram
a contribuir para deter as mudanças climáticas - foram previstos US$ 30 bilhões para
o período 2010-2012 e mais US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020.
Outro acordo foi a manutenção da meta fixada na COP-15 de limitar a um
máximo de 2°C a elevação da temperatura média em relação aos níveis pré-
industriais. No entanto, os participantes deixaram para decidir no encontro seguinte,
em Durban (África do Sul), no final de 2011, o futuro do Protocolo de Kyoto,
documento que expira em 2012 e obriga 37 países ricos a reduzirem as emissões de
dióxido de carbono (CO2) e outros gases.
Apenas a Bolívia, entre os 194 países presentes na COP-16, foi contra a
aprovação dos acordos por considerá-los insuficientes. Foi na COP-16 que o Brasil
lançou sua Comunicação Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa e
anunciou a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima através
do Decreto nº 7.390, assinado pelo presidente no dia 9 de dezembro. Isto torna o
Brasil a primeira nação a assumir formalmente e se auto - impor limites de reduções
de emissões (no máximo 2,1 bilhões de CO2 até 2020).
Realizada de 28 de novembro a 11 de dezembro de 2011, a 17ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP-17) reuniu representantes de
mais de 190 países em Durban, na África do Sul, que se comprometeram com ações
60
para conter o aumento da temperatura no mundo. Ao reconhecerem a necessidade
de variações para minimizar problemas decorrentes das mudanças climáticas, as
economias concordaram em definir metas até 2015, que deverão ser colocadas em
prática a partir de 2020. Desta forma, surgiu a Plataforma de Durban.
O projeto, que deve substituir o Protocolo de Kyoto em oito anos, foi adotado
ao término de negociações que estiveram à beira do fracasso, e prevê um mapa do
caminho para um acordo em 2015 que engloba grandes países emissores de gases
de efeito estufa, como os Estados Unidos e a China. Uma das principais
expectativas da COP 17 era de prorrogar o Protocolo de Kyoto, que implantou metas
de redução na emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e se encerra em
2012.
O acordo global, porém, segue ainda na teoria, sobameaça de resistência ou
dificuldade de países em modificar padrões como o da queima de combustíveis
fósseis (responsável por mais de 60% das emissões dos países mais
desenvolvidos). Além disso, muitas economias europeias ainda travam a definição
de questões complexas, como a transferência de tecnologia e financiamento para
que países mais pobres e em desenvolvimento consigam acompanhar as mudanças
globais. A ONG Greenpeace criticou a conferência, descrevendo-a como um
"fracasso", e acusa os líderes que participaram de terem fracassado no reforço de
medidas anteriores de proteção do clima.
A 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-18) foi realizada de
26 de novembro a 7 de dezembro de 2012, em Doha, no Catar, com participação de
representantes de 190 países. Após estourar o prazo limite, e adentrar pela
madrugada, as negociações sobre as alterações climáticas terminaram com um
acordo fechado as pressas entre os países participantes para combater o
aquecimento global até 2020.
Na tentativa de evitar um fracasso do encontro, o Catar apresentou um texto
de compromisso para "intensificar os esforços", nas palavras do vice-primeiro-
ministro do Catar, Abdullah al-Attiya, que preside a conferência. Entre os pontos
acordados está a extensão do Protocolo de Kyoto, que o mantém ativo como o único
plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento global,
embora valha apenas para nações desenvolvidas cuja fatia nas emissões mundiais
de gases do efeito estufa seja menor do que 15%.
No final da cúpula, muitas questões importantes ficaram longe de serem resolvidas,
61
como os detalhes da segunda fase do Protocolo de Kyoto e a assistência financeira
aos países em desenvolvimento para lidar com o aquecimento global, centro de um
impasse entre os países dos hemisférios Norte e Sul. A falta de envolvimento dos
anfitriões para tentar destravar a negociação foi criticada por delegados,
principalmente os da União Europeia.
A grande tarefa da 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da
Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começou
dia 11 de novembro e segue até 22 de novembro, em Varsóvia (Polônia), é preparar
o terreno para que a próxima grande conferência do clima, prevista para Paris, em
2015, não repita o fiasco da COP-15 em gerar um documento legal de redução de
emissões mais eficiente do que o Protocolo de Kyoto. Embora um novo acordo
climático só deva ser assinado em dois anos e implantado em 2020, a COP-19 é
fundamental para discutir as bases que tecerão o compromisso global. O encontro
será realizado pouco depois da divulgação do quinto relatório sobre mudanças
climáticas do IPCC, em setembro.
O Brasil deverá pôr em pauta na COP-19 a necessidade de se estabelecer
um novo ordenamento financeiro internacional baseado em uma economia de baixo
carbono. Uma das ideias é a criação de uma espécie de "moeda-carbono", que
remuneraria os países que reduzirem as emissões de gases de efeito estufa,
equivalendo diferentes ações de compensação.De acordo com o presidente da
Subcomissão Especial para a COP-19 da Câmara dos Deputados, deputado Alfredo
Sirkis (PSB-RJ), a ideia é que a unidade de valor fosse conversível em produtos,
tecnologias e serviços que promovessem o desenvolvimento limpo dos países,
facilitando a criação de uma economia de baixo carbono em nível internacional.
A 20ª Conferência das Nações Unidas ocorreu em Lima no Peru. O principal
impasse na COP 20 referia-se ao princípio de diferenciação das responsabilidades dos
países em conter a emissão de gases-estufa. Em uma das plenárias realizadas, ficou
evidente o confronto entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
China, Brasil, Índia e África do Sul, os emergentes, não concordavam com a
abordagem apresentada em um rascunho anterior ao aprovado. Já Estados Unidos,
União Europeia e Rússia, a parte rica, concordavam. Esse princípio foi mais bem
referenciado, deixando claro que no novo acordo será levada em conta a culpa histórica
de emissões.Outro alvo de reclamação do grupo de países em desenvolvimento, o
mecanismo de perdas e danos voltou a ser mencionado, após os países ricos cederem.
62
Criado na conferência de Varsóvia, em 2013, ele prevê ajuda a países vulneráveis já
atingidos por desastres naturais. No entanto, o rascunho não detalha como esse
instrumento vai funcionar.
A 21ª Conferencia das Nações Unidas vai ocorre em Paris em Dezembro de
2015. Terá como principal objetivo costurar um novo acordo entre os países para
diminuir a emissão de gases do efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em
consequência limitar o aumento da temperatura global e 2°C até 2100.
Lideranças de várias partes se reúnem em prol de conseguirem uma ação
rápida e eficiente em relação ao meio ambiente. Entre eles china, Estados Unidos, e
até o vaticano. Em reportagem Papa Francisco falar sobre o consumismo
desenfreado, a degradação ambiental, e o aquecimento global.
Ele exige dos líderes globais uma ação rápida para salvar o planeta da
destruição e defende uma mudança no que chamou de "cultura do consumo
descartável" dos países desenvolvidos. Francisco defende "ações decisivas, aqui e
agora," para interromper adegradação ambiental e o aquecimento global e apoia os
cientistas que afirmam que o planeta está se aquecendo principalmente por causa
da ação humana.
Ele afirma que se baseia "nos resultados da melhor investigação científica
disponível" e chama o aquecimento global de "um dos principais desafios que a
humanidade enfrenta em nossos dias", destacando que os países pobres são os
mais afetados.Francisco defende que os países ricos devem sacrificar parte do seu
crescimento e assim liberar recursos necessários aos países mais pobres.
A humanidade é chamada a reconhecer a necessidade de mudanças de estilo de vida, produção e consumo, a fim de combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou agravam. Chegou a hora de aceitar crescer menos em algumas partes do mundo, disponibilizando recursos para outras partes poderem crescer de forma saudável. Papa Francisco
Ele apela às potências mundiais para salvarem o planeta, considerando que o
consumismo ameaça destruir a Terra transformando num "depósito de porcarias" e
denunciando o egoísmo econômico e social das nações mais ricas. "Hoje, tudo o
que é frágil, como o ambiente, está indefeso em relação aos interesses do mercado
divinizado, transformado em regra absoluta."
63
Francisco critica um sistema econômico que aposta na mecanização para
reduzir custos de produção e faz com que "o ser humano se vire contra si próprio",
defendendo que o valor do trabalho tem que ser respeitado numa "ecologia integral".
Ele rejeita o argumento de que a tecnologia vai resolver todos os problemas
ambientais e que a fome e a pobreza serão eliminadas simplesmente pelo
crescimento do mercado. [...] Uma vez mais, temos de rejeitar uma concepção
mágica de mercado, que sugere que problemas possam ser resolvidos
simplesmente por meio de um aumento nos lucros de empresas ou indivíduos. Papa
Francisco
O papa estabelece uma relação íntima entre os pobres e a fragilidade do
planeta,[...]. Convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo. A
crítica do paradigma que deriva da tecnologia,a busca de outras maneiras de
entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido
humano da ecologia, a grave responsabilidade da política, a cultura do descartável e
a proposta de um novo estilo de vida são os eixos desta encíclica, inspirada na
sensibilidade ecológica de Francisco de Assis‖, lê-se no 16.º parágrafo do
documento papal.
O papa também aborda diretamente alguns dos principais tópicos ambientais.
Ele defende que o consumo de combustíveis fósseis seja banido o mais depressa
possível em favor das energias renováveis. Essa mudança, porém, não será
possível sem que os países mais ricos aceitem ajudar os mais pobres, escreve.
Francisco alerta para o perigo de dar o controle da água às multinacionais,
manifestando-se contra a privatização do que chama de direito humano básico, [...].
―Enquanto se deteriora constantemente a qualidade da água disponível, em alguns
lugares avança a tendência para privatizar este recurso escasso, convertido numa
mercadoria que se regula pelas leis do mercado‖, critica.
O líder da Igreja Católica refere-se ainda aos "pulmões do planeta", repletos
de biodiversidade, como a Amazônia, a bacia hidrográfica do Congo e outros
grandes rios ou os glaciares, todos eles lugares importantes para "todo o planeta e
para o futuro da humanidade".
Francisco propõe ainda que se comece uma "discussão científica e social
responsável e ampla" sobre o desenvolvimento e a utilização dos organismos
geneticamente modificados para alimentação ou medicina.
64
Embora não haja provas definitivas sobre eventuais malefícios dos cereais transgênicos para os seres humanos e estes tenham provocado um crescimento econômico que ajudou a resolver problemas, há dificuldades importantes sobre o uso destes organismos que não podem ser esquecidas, alerta. Papa Francisco.
Segundo ele, o uso de transgênicos levou a que haja "concentração de terras
produtivas nas mãos de poucos e o progressivo desaparecimento de pequenos
produtores, que, tendo perdido as suas terras, tiveram que se retirar" da agricultura.
O papa também critica o uso excessivo das redes sociais., [...] a verdadeira
sabedoria, produto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas,
não se consegue com uma mera acumulação de dados que acabam em saturação e
embaçamento, numa espécie de poluição mental".
O pronunciamento papal mais controverso em meio século já despertou a ira
de setores conservadores, incluindo vários candidatos presidenciais republicanos
dos Estados Unidos, que criticaram Francisco por se aprofundar em questões
científicas e políticas. O apelo papal, porém, ganhou amplos elogios de cientistas,
das Nações Unidas e de ativistas ambientais.
5.3.1 Educação Ambiental
Em nossas vidas mais cedo ou mais tarde, há reflexão do que realmente é
importante para nós, o que definitivamente faz sentido e que permite que tenha
equilíbrio, em busca da tão procurada felicidade. E algo que mais para alguns do
que para outros é um fator importante em sua reflexão é o meio ambiente em que
vive ou a natureza. Segundo Guimarães (1995) ―[..] a natureza pode ser definida
pelo conjunto de elementos vivos e não-vivos que constituem o planeta Terra, onde
todos estes se relacionam influenciando e sofrendo influência entre si em um
equilíbrio dinâmico‖.
Podemos, portanto nominar a natureza como uma força, que ao longo dos
bilhões de anos desde o início da Terra, promove transformações que buscam tornar
o planeta cada vez mais dinâmico em sua composição de relevo, clima, solo,
hidrografia, oceanos e continentes, tendo muitas espécies, surgido, evoluído e
desaparecido ao longo da história, sendo estes eventos absolutamente normais
quando ocorridos naturalmente (Mauro Guimarães, 1995).
65
E o homem primitivo surge compondo uma dessas espécies que integram a
natureza, procurando estar em equilíbrio dinâmico com ela. Mas com o passar do
tempo o homem, como tudo que é da natureza, vai evoluindo, e criando.
Mauro Guimarães (1995) afirma ser uma consciência individual e passa
assim, ao longo do tempo se afastando cada vez mais do equilíbrio dinâmico com a
natureza, passando a apresentar uma relação totalmente desarmônica e acabando
por causar grandes desequilíbrios ambientais no planeta todo, esquecendo que ele
não é um ser independente e que cedo ou tarde as outras partes afetadas por este
farão toda a diferença. E quando pensamos na possível extinção da raça humana,
além de muitas outras, alguns enxergam isto como um futuro distante, sem levar em
consideração o reflexo da atividade consumista do homem moderno, que pode ter
como um de seus reflexos, o grande caos em que a natureza se encontra
atualmente.
Um conhecido vídeo divulgado na Internet e denominado ―A história das
coisas‖ afirma que temos que entender que nós estamos diante de uma situação em
que temos que considerar que moramos em um planeta finito, e, portanto diante de
uma sociedade altamente consumista, e os recursos naturais um dia iram acabar se
nada for feito. O ser humano não vive isolado do resto do mundo. Pois vivemos em
sociedade com outros seres vivos, e também temos que considerar a diversidade
entre a espécie humana, de cultura, economia e ambientes.
Guimarães (1995):
Fala que não bastam atitudes corretas isoladas como, por exemplo, separar o lixo seletivamente para ser reciclado em sua casa se não forem alterados também os valores consumistas, que fazem com que te levem a comprar ‟mais lixo‟, causando um volume cada vez mais crescente de lixo nas sociedades modernas. (GUIMARÃES, 1995, p.48).
Apenas a reciclagem do lixo que produzimos diariamente em nossas casas
não é o suficiente, pois grande parte do lixo simplesmente não é reciclável, pois não
foi feito para isto.
No vídeo ―A história das coisas‖ ainda há a afirmação de que hoje
consumimos o dobro do que há 50 anos e sendo assim, continuar neste ritmo de
consumismo em um planeta como o nosso não parece ser o melhor para todos que
o habitam. Vivemos em um sistema em crise, que necessita de intervenções. O
66
vídeo ainda afirma que atualmente as pessoas precisariam formar um sistema que
não desperdiçasse recursos, livrando-se de ideias como a de se usar e jogar fora. É
com preocupações nesta direção que Guimarães (1995) ―[...] sugere que
deveríamos nos preocupar também com um desenvolvimento realmente sustentável
ambientalmente‖.
O que fazer, então para privar o planeta Terra e tudo que o compõe de seu
fim? Esta é uma excelente pergunta onde a chave de sua resposta pode estar na
Educação. Esta Educação deve ser feita em busca de atingir objetivos de mudanças
de valores e atitudes na sociedade atual. Assim podendo-se construir uma nova
ética ambiental global, de que muitos documentos apoiam como a Carta de Belgrado
e a Declaração de Estocolmo, além de autores como Mauro Grün (1996)―[...] que diz
não ser fácil de estabelecer esta nova ética global, pois não existe uma única saída,
e sim muitos caminhos capazes de apontar perspectivas para podermos pensar em
uma ética ambiental global.
Guimarães (1995) aponta:
a Educação Ambiental como um processo educativo voltado para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de uma melhor qualidade de vida. Para o autor, a Educação Ambiental para as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes, além da população em geral, passa também a ser emergencial dada à situação ambiental em que nos encontramos.
Guimarães (1995) aborda que a Educação Ambiental vem sendo definida
como interdisciplinar, sendo orientada para a resolução de problemas locais
principalmente caracterizados por serem: participativos, comunitários, criativos além
de valorizar a ação. E ainda considerada uma Educação crítica da realidade
vivenciada e formadora da cidadania, além de ser transformadora de valores e
atitudes, através da construção de novos hábitos e conhecimentos, criadora de uma
nova ética, sensibilizadora e conscientizadora para as relações integradas entre o
ser humano, a sociedade e a natureza objetivando o equilíbrio local e global, como
forma de obtenção de melhoria da qualidade de todos os níveis de vida.
Já para Reigota (2007), a Educação Ambiental pode ser fundamentada a
partir de contribuições da filosofia da ciência, da filosofia política e da filosofia da
educação, no contexto de grandes contradições como no Brasil e na América Latina.
Devendo a Educação Ambiental procurar estabelecer uma que ele diz ser uma ―nova
67
aliança‖ entre a humanidade e a natureza, além de criar uma ―nova razão‖ que não
seja a de autodestruição, estimulando a ética nas relações econômicas, políticas e
sociais. Procurando essa ética ao longo de gerações e culturas atingir a esfera local,
continental e por fim a global, com liberdade e justiça de uma sociedade em todos os
níveis.
Dias (1998) considera que a Educação Ambiental recebeu varias definições
ao longo do tempo, como a realizada por Stappet al. (1969 apud DIAS, 1998),
definindo-a como um processo que deve objetivar a formação de cidadãos com
conhecimentos do ambiente biofísico e seus problemas associados, possibilitem um
alerta e levá-los a resolver seus problemas. O CONAMA (Conselho Nacional de
Meio Ambiente apud DIAS,1998) definiu a Educação Ambiental como um processo
de formação e informação, sendo orientada para o desenvolvimento de uma
consciência crítica das questões ambientais e de atividades que levem a
preservação e equilíbrio ambiental por parte das comunidades ―[...] sendo assim a
evolução dos inúmeros conceitos que se tem de Educação Ambiental traz
principalmente a definição de meio ambiente e o modo de como este era percebido
a partir de uma abordagem integradora e universal (DIAS, 1998). Levando-nos a
considerar a nossa situação ambiental atual, e refletir sobre seu possível futuro para
o planeta em que vivemos.
Cascino (2000) trata a Educação Ambiental como não tendo esta uma
especificidade, nem sendo isolada, desconectada fechada ou acabada. Afirmando
que esta só existe na relação que se faz da educação com processos de
transformações maiores que a própria Educação como um todo. Fazendo assim com
que haja sua inserção prática e interdisciplinar, construída a partir de matrizes
teórico-disciplinares, compondo novas construções pedagógicas didáticas escolares,
para uma Educação Ambiental prática e para a prática. Podendo assim estabelecer
um paralelo com o que é proposto nos temas transversais dos Parâmetros
Curriculares Nacionais, no quesito trabalharem com a interdisciplinaridade
aparecendo assim em todas as frentes educacionais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo como tema transversal Meio Ambiente, traz discussões sobre a relação dos problemas ambientais e fatores econômicos, políticos, sociais e históricos, levando a debates sobre responsabilidades humanas voltadas para o bem estar comum e sustentabilidade, com perceptiva de reversão da crise socioambiental planetária. Sendo necessário apresentar-se em diversas áreas do conhecimento dada sua característica de transversalidade, assim as
68
ciências humanas, sociais e exatas, integram-se na construção dos conhecimentos dos alunos (BRASIL, 2000, p 45).
Há ainda a denominada Educação Conservadora, por Guimarães (2006,
p.26), que trata a ―concepção de Educação, ao se colocar inapta de transformar uma
realidade, conserva o movimento de constituição da realidade de acordo com os
interesses dominantes, a lógica da capital, essa tendo como alicerce a visão de
mundo fragmentada a realidade, simplificando e reduzindo perdendo a riqueza e a
diversidade da relação‖. É desta forma que Guimarães defende que a Educação
Ambiental Conservadora tende:
refletindo os paradigmas da sociedade moderna, a privilegiar ou promover: o aspecto cognitivo do processo pedagógico, acreditando que transmitindo o conhecimento correto fará com que o individuo compreenda a problemática ambiental e que isso vá transformar seu comportamento e a sociedade; o racionalismo sobre a emoção; sobrepor a teoria á pratica; o conhecimento desvinculado da realidade; a disciplinaridade frente a transversalidade; o individualismo diante da coletividade; o local descontextualizado do global; a dimensão tecnicista frente á política; entre outros (Guimarães, 2006, p.27).
E é Guimarães (2006, p. 30-31), que ainda propõe o que ele define por ser
uma Educação Ambiental Crítica que tem por ―objetivo promover ambientes
educativos de mobilização de processos de intervenção sobre a realidade e seus
problemas socioambientais, onde possamos superar o que ele chama de armadilhas
paradigmáticas e propiciar um processo educativo, em que sejamos educandos e
educadores, nos formando e contribuindo, pelo exercício da cidadania ativa, na
transformação da grave crise socioambiental‖ em que nos encontramos atualmente.
E desta forma a Educação Ambiental Crítica:
se propõe a desvelar a realidade, para, inserindo o processo educativo nela, contribuir na transformação da sociedade atual, assumindo de forma inalienável a sua dimensão política.Portanto, a educação formal, certamente esse processo educativo não se sabe basta dentro dos muros de uma escola, o que explícita a interface entre essa Educação e a Educação Popular (Guimarães, 2006, p.32).
E tendo essa Educação Ambiental Crítica proposta, a realização de projetos que
sejam desenvolvidos dentro e fora da escola.
69
5.4 Riscos Ambientais
Segundo Valle (2002), os riscos ambientais constituem uma nova
preocupação que deve estar presente nas decisões dos empresários e nos
programas de imagem institucional das organizações.
A legislação ambiental pode punir severamente uma empresa que não se
encaixe nos padrões de qualidade em suas descargas, emissões e descarte que
provoque modificações indesejadas no meio ambiente. Para a empresa não se trata
apenas de pagar multas que a primeira vista pode se parecer ―bobas‖, trata-se
também de enfrentar riscos muitos maiores, de interdição, de prisão de seus
dirigentes e responsáveis e até de interdição definitiva da instalação.
Os riscos de contaminação de comunidades, quando são atingidos o solo e
os copos d‘agua podem assumir proporções que excedem as previsões mais
pessimistas. Nomes antes desconhecidos tornaram tristemente famosos em poucas
horas, confirmam esse temor: Seveso, Bhopal, Chernobyl, Exxon Valdez... Porém
não são apenas grandes acidentes e imprevistos como citados anteriormente que
resultam de riscos ambientais riscos operacionais de ocorrência gradual e quase
sempre previsível, podem também se transformar em grandes impactos ambientais
se não forem identificados a tempo. Contaminações dos solos e das aguas
subterrâneas, provocadas por falhas operacionais e não corrigidas, constituem
exemplos dramáticos de riscos ambientais mal administrados.
A gestão do risco ambiental em uma empresa moderna,consciente de seu papel na sociedade e zelosa de sua imagem, é, portanto, um tema que deve ser encarado com toda a atenção, fazendo parte de seu Sistema de Gestão ambiental (SGA) que se detalha no capítulo ―A Gestão.‖ VALLE, 2002, p. 47).
A identificação dos aspectos ambientais ligados às atividades da empresa e
a avaliação dos possíveis impactos ambientais e de suas consequências constituem
os passos inicias para estabelecer um Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR). Isso se consegue pela avaliação, em cada uma das unidades de
organização e dos diferentes tipos de falhas que podem ocorrer em suas
instalações.
Os riscos envolvendo o meio ambiente podem ser classificados em quatro
tipos:
70
Riscos internos, relativos à contaminação dos locais e à saúde e segurança
dos funcionários, que podem dar motivo a processos trabalhistas e autuações
por órgãos fiscalizadores.
Riscos externos, relacionados com a contaminação de comunidades vizinhas
e ouras áreas, resultando muitas vezes em multas ou interdições pelos
órgãos públicos e pressões exercidas pela sociedade e pelas ONGs.
Riscos de contaminação dos próprios produtos, e acarretando sérios
problemas de marketing e vendas e, em certos casos, resultando em
processos movidos em defesa dos consumidores.
Riscos relacionados com a imagem institucional, agravados quando se trata
de empresa que exporta para países onde os temas ecológicos são tratados
de forma mais rigorosa, algumas vezes até exacerbada.
Os ricos ambientais constituem, portanto uma preocupação que deve estar
presente nas decisões dos empresários que para competir em um mercado
aberto, precisarão se adequar tanto a leis e regulamentos vigentes no local da
instalação como a normas e regulamentos internacionais, entre as quais se
destacam as normas da serie ISO 14000.
O tema riscos ambientais é bastante abundante. A preocupação com a
administração desses riscos ultrapassa os limites da abordagem legal e reque
dos administradores e responsáveis pela empresa uma visão sempre atualizada
desses problemas, que evolui a cada dia. A melhor maneira de enfrentar os
desafios impostos pelos Riscos Ambientais é promover a conscientização de
todos os colaboradores da organização para a importância do tema, dando
treinamentos e criando condições de trabalho capazes de prevenir o surgimento
de situações de riscos.
5.5 Legislação e Licenciamento
Até no inicio da década de 70 não existia no Brasil uma legislação especifica
que abordasse o tema ambiental. Algumas normas e regulamentos que tratavam da
saúde pública, da proteção da fauna e da flora, da segurança e higiene industrial
71
eram tudo que se tinha em relação ao assunto. Atualmente essa legislação existe,
ela é bastante completa, abrangente e avançada.
A legislação ambiental procura controlar os problemas de contaminação do
meio ambiente em três planos distintos:
Locais de produção, a fim de reduzir os impactos ambientais decorrentes das
atividades produtivas e controlar, na origem a geração de resíduos e
emissões.
Produtos a fim de restringir o uso de certas matérias perigosos em sua
composição e estabelecer limites aos impactos causados durante sua
utilização ou em seu descarte, ao fim de sua vida útil.
Condição ambiental de forma abrangente, para limitar, em casos extremos
certas atividades que possam atuar de forma critica em desfavor de uma área
ou região, afetando os ecossistemas locais e em casos mais graves, o
ambiente global.
Na Figura a seguir mostra alguns exemplos das abordagens adotadas pela legislação.
Figura1: As três abordagens do controle ambiental
Fonte: Livro Qualidade Ambiental ISO 14000
Notam-se as grandes dificuldades para a aplicação de controles nas
abordagens citadas acima. É muito mais fácil monitorar um problema localizado em
72
sua origem do que controlar as condições ambientais depois de essas terem sido
afetadas.
A lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981 conhecida como Politica Nacional do
Meio Ambiente, estabeleceu a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama) e introduziu o conceito da responsabilidade objetiva. Essa mesma lei
confere ao Ministério Publico o direito de atuar em defesa do meio ambiente. Pela
mesma lei o meio ambiente é definido como ―o conjunto de condições, leis,
influencias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas‖. No plano federal a estrutura do Sisnama
comporta os seguintes organismos.
Figura 2: Estrutura do Sisnama Fonte: Elaborado pela autora.
O Sisnama incorpora também os órgãos seccionais e municipais, os
correspondentes órgãos locais. Cada estado possui estruturas aproximadamente
73
equivalentes, coordenadas por uma secretaria estadual que se ocupa do tema
ambiental e dispõe de seu Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). As
atividades de licenciamento e controle ambiental são de atribuição dos estados e
são exercidas por seus respectivos órgãos ambientais, que podem delegar essas
atividades aos municípios.
A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo.
Apesar de não serem cumpridas da maneira adequada, as 17 leis ambientais mais
importantes podem garantir a preservação do grande patrimônio ambiental do país.
São as seguintes:
1 - Lei da Ação Civil Pública – número 7.347 de 24/07/1985.
Lei de interesses difusos trata da ação civil publica de responsabilidades por
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico
ou paisagístico.
2 - Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989.
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua
comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da
embalagem.
Exigências impostas:
Obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao
consumidor.
Registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde.
Registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA
O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.
3 -Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981.
74
Lei que criou as ―Estações Ecológicas ―, áreas representativas de
ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10
% podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as ―Áreas de
Proteção Ambiental ‖ ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e
onde o poder público limita as atividades econômicas para fins de proteção
ambiental.
4 -Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977.
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a
responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares.
Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a
instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de
culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos
serão assumidos pela União.Esta lei classifica como crime produzir, processar,
fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e
comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste
setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.
5 - Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998.
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e
punições. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração ambiental, pode ser
penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada
para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se
comprove a recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50
milhões de reais.
6 -Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.
Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o
cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados (OGM), até sua
comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. A autorização e
fiscalização do funcionamento das atividades na área e da entrada de qualquer
produto geneticamente modificado no país, é de responsabilidade dos Ministérios do
Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de
75
engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de Biossegurança, que
deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões
relacionadas à saúde e segurança nesta atividade.
7 -Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989.
Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é
obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental
competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem danos ao meio
ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração
dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira executada
sem permissão ou licenciamento é crime.
8 - Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.
A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres,
caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos derivados de
sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada ) e a caça
amadorística sem autorização do IBAMA. Criminaliza também a exportação de peles
e couros de anfíbios e répteis em bruto.
9 - Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de
preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma
faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de
topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de
1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste
do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em
cartório de registro de imóveis.
10 -Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.
Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro,
ou seja, define o que é zona costeira como espaço geográfico da interação do ar, do
76
mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e
outra terrestre. Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios
planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais
restritivas. Este gerenciamento costeiro deve obedecer às normas do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
11 -Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.
Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as
agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao
IBAMA compete executar a política nacional do meio ambiente, atuando para
conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.
12 -Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979.
Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de
preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em
terrenos alagadiços.
13 -Lei Patrimônio Cultural – decreto-lei número 25 de 30/11/1937.
Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os
monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou
a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens,
ficam proibidas sua demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do
Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN.
14 -Lei da Política Agrícola – número 8.171 de 17/01/1991.
Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus
instrumentos. Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional
do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para
ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de
educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre
outros.
77
15 -Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a
indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério
Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente,
impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos
causados.Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de
Impacto Ambiental (EIA-RIMA).
16 -Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de
Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor
econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia,
transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema
Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores
intervenientes em sua gestão.
17 -Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número
6.803 de 02/07/1980.
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões
ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, exigindo o Estudo de
Impacto Ambiental.
5.6Gestão Ambiental nas Empresas
Há algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do planeta
Terra significa também a preservação da própria vida. No inicio, a preocupação era
pela extinção dos animais, mais tarde a questão da derrubada das florestas, a
poluição do ar.Em seguida, a poluição industrial e agrícola e também a preocupação
78
com a poluição gerada nos países em desenvolvimento, pela falta de infraestrutura
urbana. Finalmente foram identificadas as grandes consequências da poluição
mundial e seus riscos, como o efeito estufa e a camada de ozônio.
Se no inicio tinha alguns idealistas alertando para problemas que pareciam
surreais, mais tarde passou-se a contar com organizações especialistas na questão
ambiental, organizações internacionais e alguns poucos governos comprometidos
com a preservação do Planeta.Hoje, milhões de pessoas em todo o mundo lutam
por esta causa, tentando mostrar os perigos iminentes de uma postura agressiva ao
meio em que vivemos, e os riscos concretos que corremos.
Esta consciência coletiva vem crescendo dia-a-dia, transformando culturas,
quebrando velhos paradigmas e obrigando todos a darem sua colaboração por uma
justa causa, a saúde do nosso Planeta.
Um dos últimos grupos a integrar esta luta, e talvez o que traga resultados mais diretos em menos tempo, é o setor empresarial. Movidos pela exigência de seus consumidores, inicialmente europeus, as empresas começaram a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, e mais, deixar de comprar aqueles que contribuíam para a degradação do Planeta. (DENIS DONAIRE, 1999, p. 52).
Além disto, esta pressão popular atingiu também os governos, os quais
passaram a estabelecer legislações ambientais cada vez mais rígidas, fazendo com
que as empresas tivessem que adequar seus processos industriais, utilizando-se de
tecnologias mais limpas.Esta mudança na percepção da questão ambiental obrigou
o setor industrial, a desenvolver e implantar sistemas de gestão de seus processos
de maneira que atendessem a demanda vinda de seus clientes e cumprissem com a
legislação ambiental vigente.
A estes sistemas denominaram Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Com
estes sistemas, os empresários começaram a verificar que uma postura
ambientalmente correta na gestão dos seus processos refletia diretamente
improdutividade, qualidade e consequentemente melhores resultados econômico-
financeiros.
Além disto, como uma forma de verificar e divulgar quais as empresas que
realmente apresentam uma postura ambientalmente correta estabeleceu-se
sistemas de avaliação de desempenho ambiental, com normas e critérios
79
padronizados para o mundo todo. O conjunto de normas mais conhecido é o da
série ISO 14000.
A implantação de um sistema de gestão ambiental, por uma empresa, exige
um forte comprometimento de sua direção e colaboradores com o meio ambiente.
Não basta apenas anunciar que seus processos não causam danos ambientais, é
preciso provar.A implantação de um SGA e a obtenção de um certificado ISO 14001
jamais pode ser simplesmente uma jogada de marketing ou o cumprimento de uma
cláusula comercial, pois mais cedo ou mais tarde, esta verdade será mostrada, com
prejuízos ainda maiores para a empresa.
Esta decisão deve ser baseada em uma análise criteriosa dos benefícios a
serem obtidos e dos recursos a serem utilizados. É fundamental lembrar que uma
vez obtida à certificação, este compromisso passa a ser permanente, exigindo uma
mudança definitiva da antiga cultura e das velhas práticas.
Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um
Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA) possibilita inúmeros ganhos de
produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas envolvidas diretamente
naquele processo, pois estes aprendem que sempre é possível fazer melhor e
percebem a evolução da qualidade de seus serviços.
E o mais importante neste processo: o cliente passa a confiar muito mais na
empresa e em seus produtos.Atuar de maneira ambientalmente responsável é ainda
hoje um diferencial entre as empresas, destacando-as neste competitivo mercado.
Porém, em breve, este diferencial se transformará em um pré-requisito e
quanto antes às empresas perceberem esta nova realidade maior será a chance de
se manterem no mercado.
6 LOGISTÍCA REVERSA
No século XXI, surgiu na sociedade o interesse em se reaproveitar produtos
após o seu consumo, ou seja, reciclar aqueles materiais que podem voltar ao
mercado em sua forma original ou em outra, como por exemplo, a latas de cervejaou
refrigerante, pneus, papel.
O termo, Logística foi desenvolvido originalmente pelos militares franceses
para designar estratégias de guerra. O termo foi evoluindo ao longo do tempo.
80
Ballou (1993) explica que a logística é a conexão da gestão de materiais com
a distribuição física. Essa conexão é segmentada em etapas como: atividades de
transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos, obtenção,
embalagem protetora, armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de
informações.
A logística é responsável por planejar, implementar e gerenciar, de forma
eficaz, o fluxo de matérias-primas, produtos e informações ao longo da cadeia. A
gestão dos setores de logística tem passado por diversas mudanças. As constantes
reivindicações impostas pelos setores sociais e governamentais são delineadas na
escrituração de legislações cada vez mais severas, na premissa de reduzir a
degradação ambiental. Com o passar dos anos, as organizações começaram a criar
políticas que se adequassem a essas novas ideologias da sustentabilidade, através
de um comportamento ambiental mais proativo. Confirmando a nova tendência
sustentável nos processos logísticos em vigência, Dornier (2000) acrescenta que a
nova realidade de processos logísticos tem a obrigação e acuidade de aglutinar
todos os padrões de movimentação e gestão de informações. Esse promissor
enfoque na logística ampliará sua função na organização, valorizando os fluxos de
retorno de acessórios de produtos comercializados, visto que o clássico fluxo direto
preponderava na gestão logística.
6.1Logística Reversa
De forma mais abrangente, Leite (2003, p.16-17) conceitua logística reversa
da seguinte maneira: ―[...] área da logística empresarial que planeja, opera e controla
o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-
vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos
canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas:
econômica, ecológica, legal, logístico e de imagem corporativa‖.
81
Figura 3 - Cadeia de recuperação de produtos. Fonte: Fleichmannet al. 2000
A chamada logística empresarial tem demonstrado uma grande oportunidade
de crescimento e desenvolvimento para as empresas. Porém, grandes partes
dessas empresas ainda não conhecem e aderiram à logística reversa, a qual
envolve o retorno dos materiais aos fornecedores e sua reutilização após a
reciclagem. Esse fluxo reverso é um complemento da logística direta e, assim como
essa, traz benefícios às empresas, além de prevenir os danos ao meio ambiente.
6.2 A logística reversa - Conceitos e Motivo
Com a evolução da logística, surgiu a necessidade de aprimoramento desse
processo de distribuição, visando uma maior minimização dos custos e um possível
reaproveitamento das sobras dos produtos após o seu consumo, nascendo assim o
termo logística reversa que, simplificando seu significado,é o caminho inverso
percorrido pelo bem após o seu consumo final que se inicia no momento em que é
jogado fora, concluindo em seu reaproveitamento, por meio da reciclagem.
Segundo Guarnieri et al. (2006), logística reversa é o gerenciamento da
cadeia de suprimentos que envolvem a reutilização de bens no processo de
produção, a fim de gerar retorno econômico para a empresa e de reduzir os danos
ao meio ambiente.
82
Esse fluxo reverso relaciona-se com o retorno dos materiais aos
fornecedores, com sua reciclagem e com sua reutilização, complementando, assim,
a logística tradicional (OLIVEIRA et al., 2003).
Giacoboet al. (2003) afirmam que o conceito de logística reversa está em
transição, deixando de ser considerado um processo gerador de custos e sendo
vista como uma fonte provedora de matéria-prima secundária mais barata.
Com as definições de logística reversa detalhada pelos autores acima,
conclui-se que esse processo se trata de um complemento da logística tradicional,
visando continuar o ciclo de vida do produto. A logística surge no momento em que o
bem é produzido, segue uma via em que é distribuída pelos fornecedores até sua
exposição, objetivando a venda, e finaliza após o seu uso pelo consumidor final. O
procedimento reverso se inicia neste momento, por meio do recolhimento deste
bem, sua reciclagem e finalizando o percurso, quando ocorre sua reutilização no
mercado. Leite e Brito (2003, p.4) afirmam:
A logística reversa pode, portanto, ser entendida como a área da logística empresarial que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios através da multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico, legal e de localização. (LEITE E BRITO, 2003, p.4).
Geralmente, um bem é destinado ao procedimento reverso por vários fatores,
como prazo de validade vencido, embalagem amassada, com defeito e até mesmo
por motivos como fraca venda.
De acordo com Butter (2003), são várias as razões para que um produto entre
no fluxo reverso, podendo ser por defeito, produção em excesso, fracasso na venda,
danificação em trânsito,retorno de embalagem, entre outros.
Guarnieri et al. (2006) consideram que ―a logística reversa operacionaliza está
retirada dos produtos de mercado, tanto no que se refere a produtos vencidos ou
contaminados, como também os produtos que estão no final de sua vida útil‖.
Couto et al. (2004, p. 30) exemplifica os principais motivos para um produto
voltar para a cadeia de suprimento: O ciclo reverso de pós-consumo envolve bens
industriais que após utilizados são descartados pela sociedade de diferentes
maneiras e possuem ciclo de vida útil, ou seja, podem ser reciclados ou reutilizados
após revalorização. Já o ciclo reverso de pós-venda envolve bens industriais usados
ou sem vida útil que são devolvidos para a cadeia de suprimentos por diversos
83
motivos, tais como: por terminar a validade deles, por haver estoques excessivos no
canal de distribuição, por estarem em consignação, por apresentarem problemas de
qualidade e defeitos.
6.3 A logística e suas consequências
A logística, segundo Ballou (1993), é uma atividade administrativa essencial
que visa à eficiência do fluxo de produtos por meio do aperfeiçoamento dos serviços
de distribuição. Já para Enomoto e Junqueira (2001), é o processo racional
necessário para a minimização dos custos e melhoria da qualidade do serviço
oferecido, desde o estágio de origem até o consumo.
Conforme definido pelos autores acima, a logística tende a aperfeiçoar o
processo de distribuição de produtos, visando uma diminuição de custos.
Guarnieri et al. (2006, p. 4):
Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenamento de materiais, peças e produtos acabados, sua organização e dos seus canais de distribuição de modo a poder maximizar a lucratividade da empresa e o atendimento e satisfação dos clientes a baixo custo. (GUARNIERI ET AL, 2006, p.4).
Um canal de distribuição bem dirigido significa eficiência nos serviços
oferecidos. Como por exemplo, o estoque de matéria prima de determinada fábrica
ou empresa, que possui fluxo otimizado, tende a não gerar acúmulo de materiais,
por fatores como, pedidos entregues na medida exata e pontualidade.
Consequentemente, o empreendimento desfrutará de crédito e poderá aumentar
suas vendas, aproveitando todo o estoque armazenado.
Por estar diretamente ligado aos custos da organização, o serviço de
distribuição passou a ser valorizado e, assim, originou-se uma nova forma de
gerenciamento centralizada, integrada e lógica, visando um bom desempenho da
cadeia de suprimentos. Assim, uma visão limitada da logística gera excesso no
estoque de matéria-prima, mau processamento dos pedidos, atrasos nas entregas,
entre outros problemas que afetam a confiabilidade da empresa (SOUSA, 2002).
Essa evolução da logística empresarial é recente, e é mencionada como
atividade de vantagem competitiva e essencial para o sucesso da organização. Mas
84
há muito tempo seu conceito já é usado pelas forças armadas, envolvendo a
organização do suprimento de armas, equipamentos e alimentos, sendo que, só
recentemente, as organizações estão reconhecendo e compreendendo seus
benefícios no mercado. Já no Brasil, a logística foi introduzida em meados da
década de 90, logo após a abertura comercial, pela necessidade das empresas em
se manter no mercado globalizado (GUARNIERI et al., 2006).
Segundo Leite e Brito (2003), essa trajetória se deve à eficiência e redução de
custos dos sistemas de informação, avanço da tecnologia, e outros fatores que
possibilitam um planejamento e cumprimento das atividades de forma vantajosa.
6.4 A relação entre logística reversa e o meio ambiente
No século XXI, cresceu a preocupação da sociedade pela preservação do
meio ambiente. O número de novas Organizações Não Governamentais seguiu essa
linha de crescimento, visando pressionar os governos para obter um maior controle
de poluição e desmatamento da natureza, fato que envolve diretamente empresas
que utilizam como matéria prima produtos que possam causas danos ao meio
ambiente.
Empreendimentos fabris são os principais danificadores do meio ambiente,
como afirmam Felizardo e Hatakeyama (2003, p. 3):
É cada vez mais evidente que os sistemas industriais complexos, tanto no \plano organizacional, como no técnico, são as principais forças motrizes da destruição do meio ambiente no mundo, representando com isso a principal ameaça para a sobrevivência da humanidade em longo prazo. (FELIZARDO e HATAKEYAMA, 2003, p. 3)
Para Oliveira et al. (2003), preocupações crescentes para proteger o meio
ambiente e conservar recursos criaram a necessidade de gerenciar fluxos reversos.
Assim, a prática da Logística reversa não tem sido vista apenas como uma
ferramenta para a redução dos custos, mas também como uma nova maneira de
diminuir os impactos ambientais causados pelas próprias organizações.
85
Figura 4: Ciclo dos Produtos Fonte: RS Recicla
Dessa forma, essa completa gestão do ciclo de vida dos produtos tem sido
exigida cada vez mais pelo governo e, até mesmo, pela clientela, sendo, então,
crescente a adoção desse tipo de fluxo por parte das empresas.
Butter (2003, p. 10) certifica que: O crescimento da sensibilidade ecológica
tem sido acompanhado, reativa e proativamente, por empresas e governantes com
visão estratégica variada, visando o equacionamento de ações que amenizarão os
efeitos mais visíveis dos diversos tipos de poluição ambiental, protegendo a
sociedade e seus interesses.
A consciência do desperdício e a preocupação com o meio ambiente estão
contribuindo para a integração da logística empresarial com o sistema de gestão
ambiental e, consequentemente, para o desenvolvimento de canais de retorno, o
que permite novas oportunidades de negócio (BALLOU, 1993).
Conforme Couto et al. (2004), essa conscientização tende a reduzir o despejo
incorreto de materiais na natureza, gerando um equilíbrio entre o fluxo direto e o
reverso. Porém, esses materiais estão concentrados nos centros urbanos,
ocasionando uma dificuldade nas etapas de coleta, separação, consolidação e
transporte.
86
Desse modo, deve-se enfocar a importância da separação do lixo, da sua
disponibilidade em locais de fácil acesso e da instalação das fábricas de reciclagem
em locais próximos aos centros urbanos a fim de viabilizar o ciclo reverso.
No aspecto ambiental, a indústria estrutura o seu progresso também no
cuidado com o meio ambiente, contribuindo para a garantia da manutenção do
ecossistema, do clima, da biodiversidade, utilizando para isso sua capacidade
técnica e intelectual.
São poucos os produtos que possuem matéria prima não reciclável. Há casos
em que o material é totalmente reciclável, mas apenas não pode ser reutilizado para
os mesmo fins, como por exemplo, o plástico de garrafas pet.
Barbosa e Tramontano (2002, p. 2) observam que:
Quase todos os materiais são recicláveis, o que faz a grande diferença é deixar de extrair a matéria-prima original para utilizar, num segundo ciclo de vida, o material reciclado. É nesse sentido que a coleta seletiva pode viabilizar o reaproveitamento desses recursos recicláveis e encaminhá-los a um futuro produto reciclado. (BARBOSA E TRAMONTANO, 2002, p.2).
O sucesso da reciclagem ocorre somente após investimentos nessa área de
reciclagem, como inovações tecnológicas em procedimentos e máquinas, e
programas de separação de lixo, para se aproveitar o máximo possível dele, como
separar plásticos, latas, vidros e assim por diante. O governo também pode ajudar
na evolução desse processo oferecendo benefícios como redução de tributos, às
empresas adeptas dessa prática como forma de incentivo.
De acordo com Forlin e Faria (2002), o progresso da reciclagem se relaciona
com a implementação de empresas recicladoras, programas de coleta seletiva e de
reciclagem, desenvolvimento de tecnologias destinadas à reciclagem, redução de
tributação ou isenção fiscal para a comercialização de produtos reciclados, e
sanções legais para ações ou agentes não integrados com sistemas de reciclagem
na cadeia produção-utilização-consumo de embalagens.
6.5Vantagem Competitiva e Econômica
Segundo LEITE (2009, p. 103), a cadeia logística de suprimentos, tanto direta
quanto reversa, é constituído por elos, ou seja, fornecedores, produtores,
cooperativas, distribuidores, operadores logísticos, consumidores, etc. Esses, como
87
já vimos, buscam (e precisam) obter uma rentabilidade satisfatória em retorno à sua
respectiva função dentro da cadeia de suprimentos, sendo no caso dos agentes da
cadeia inversa, constituída pela coleta de pós-consumo, processamentos diversos
de agrupamento e separação, reciclagem ou manufatura industrial e reintegração ao
ciclo produtivo ou de negócios por meio de um produto aceito pelo mercado.
Porém, os objetivos econômicos devem ser sempre alcançados por todos os
agentes da cadeia reversa para que exista, além da motivação e interesse por estes
em se manter no negócio, o fluxo financeiro correspondente aos esforços e custos
inerentes ao processo e aos valores agregados aos produtos a serem
reaproveitados, para que esses possam manter a continuidade de suas funções.
Resumindo a colocação de LEITE (2009 p.103), a falta da rentabilidade
esperada geralmente resulta em uma característica estrutural negativa para o
mercado de produtos de pós-consumo. Quando um desses se vê obrigado a tomar a
decisão de interromper ou abandonar suas atividades por falta de recursos
financeiros, a estrutura da cadeia é quebrada, ou seja, o fluxo inverso até então
existente fica prejudicado, desfalcado pela ausência desse que saiu. O resultado é o
desequilíbrio entre os fluxos diretos e reversos na oferta e demanda dos produtos de
pós-consumo, prejudicando assim todos os outros agentes da cadeia.
Ballou(1993) afirma que, devido á própria natureza do mercado, muitos canais
reversos se desenvolveram sem mesmo a necessidade de uma legislação ou fatores
ecológicos e sociais que o motivassem a tal processo. A consolidação desses
mercados de fluxo reverso, já existentes há muito tempo em muitos países, se deu
às condições essenciais para a consecução e o desenvolvimento, e os efetivos
ganhos proporcionais aos agentes envolvidos. São os casos, por exemplo, dos
metais ferrosos e não ferrosos, papeis, lubrificantes automotivos, entre outros. Em
contrapartida, é fácil perceber a existência de uma concorrência entre melhores
produtos de pós-consumo, centros de interesse e estruturação da cadeia reversa de
seu setor e provedores dos melhores resultados financeiros pela quantidade
disponível, custo do processo de reaproveitamento, ou pelo seu valor comercial
praticado.
A história e as pesquisas em diversos países demonstram que os canais de distribuição reversos se organizam e se estruturam, apresentando relação eficiente e equilibrada entre o fluxo reverso de materiais e produtos e a disponibilidade de bens de pós-consumo correspondentes, pelo fato de seus agentes da cadeia reversa encontrarem, nas diversas etapas,
88
resultados financeiros compatíveis com suas necessidades, empresas ou trabalhadores isolados. (Penman e Stock, 1995, p.98).
Leite (2009, p. 104) também aponta as características conjunturais de
mercado como sendo responsáveis pela interrupção ou modificação do fluxo reverso
dos materiais reciclados ou produtos a serem reaproveitados. Os fatores que
provocam essas alterações geralmente são a escassez temporária de resíduos
industriais ou de produtos a serem reaproveitados, mercados concorrenciais,
redução de demanda, entre outros, referentes ao mercado em questão.
A utilização da logística reversa como forma de diferencial é importante
para a empresa. A obtenção de vantagem competitiva é um dos principais
fatores que levam as organizações a implementarem o processo reverso de
distribuição. Segundo Chaves (2005), mudanças no comportamento de
consumo das pessoas também têm contribuído para a incorporação da
logística reversa por parte das empresas.
Além deste aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a
mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem
incentivado a logística reversa. Os consumidores estão exigindo um nível de
serviço mais elevado das empresas e estas, como forma de diferenciação e
fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa (CHAVES e
MARTINS, 2005, p. 1).
Segundo (BARBOSA et. al, 2005, p. 2) empresas que possuem um
processo de logística reversa, bem gerido, tendem a se sobressair no
mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e
diferenciada de seus concorrentes Organizações que se anteciparem quanto
à implementação da logística reversa em seus processos irá se destacar no
mercado. Passará para a sociedade uma imagem de empresa corretamente
ecológica, inovará na revalorização de seus produtos e irá explorar produtos e
materiais de pós-venda e pós-consumo, agregando valor a estes. Para
exemplo de logística reversa temos a Reciclanip, que esta perto de nossa
realidade. A Reciclanip foi criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus
89
novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e, em 2010, a Continental juntou-se
à entidade.
Ao longo dos anos, o Programa foi ampliando sua atuação em todas as
regiões do País, o que levou os fabricantes a criar uma entidade voltada
exclusivamente para a coleta e destinação de pneus no Brasil. Assim surgiu a
Reciclanip, em 2007. Desde 1999, quando começou a coleta dos pneus inservíveis
pelos fabricantes, mais de 2,68 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o
equivalente a 536 milhões de pneus de passeio, foram coletados edestinados
adequadamente. Além disso, os fabricantes já investiram mais de R$ 551 milhões
(valor até dezembro de 2013) para coleta e destinação de pneus inservíveis.
A Reciclanip é considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira
na área de responsabilidade pós-consumo. O trabalho de coleta e destinação de
pneus inservíveisrealizado pela entidade é comparável aos maiores programas de
reciclagem desenvolvidos no país, em especial, o de latas de alumínio e
embalagens de defensivos agrícolas.
O projeto teve início em 1999, com o Programa Nacional de Coleta e
Destinação de Pneus Inservíveisimplantado pela Anip (Associação Nacional da
Indústria de Pneumáticos), entidade que representa os fabricantes de pneus novos
no Brasil.
A criação da Reciclanip demonstra a responsabilidade da indústria de
pneumáticos com as questões ambientais e com o estabelecimento de condições
que permitam o desenvolvimento sustentável do País, valorizando, sobretudo, a
preservação da natureza e a qualidade de vida e o bem-estar da população.
A Reciclanip tem como missão administrar o processo de coleta e destinação
de pneus inservíveis em todas as regiões, visando: garantir a captação de pneus,
por meio da participação de todos os elos da cadeia de produção; assegurar sua
autonomia operacional e financeira, reformulando o perfil da entidade de ser o centro
de custos para ―profit-center‖; e tornar-se referência em conhecimento e informação.
Para se ter uma cooperativa dessa em nossa cidade a Prefeitura interessada
em ter o seu Ponto de Coleta de Pneus na sua região devem entrar em contato com
a Reciclanip para obter a minuta do Convênio de Cooperação Mútua e, na
sequência, formalizar o acordo. O Ponto de Coleta de Pneus funciona como um
centro de recepção de pneus usados, para onde são levados os pneus recolhidos
pelo serviço de Limpeza Pública. Os munícipes, borracheiros, revendas de pneus,
90
entre outros, também podem contribuir levando os pneus inservíveis até o Ponto de
Coleta de Pneus. Segue no anexo A modelo de minuta.
7 ESTUDO DE CASO
Até o presente momento foi possível identificar a importância da logística
reversa e do meio ambiente em nossas vidas. Este estudo será realizado com base
em autores bibliográficos e artigos científicos, para que se obtenham resultados
confiáveis.
7.1História da Rocha Pneus
A Rocha Pneus é uma empresa familiar que foi idealizada e fundada por
Willian Rocha e seus irmãos. Pensando em melhores condições de vida para ele e
sua família, deixou de ser empregado para se tornar empresário. Competência e
muita garra foram à fórmula que Willian Rocha utilizou para fazer nascer à
empresa.A Empresa foi fundada no ano de 2012, atende atualmente na Rua Ouro nº
04, Bairro Amoreiras II, Paracatu, Minas Gerais.
A Rocha Pneus é uma empresa de pequeno porte, possui de área construída
de aproximadamente 600 m². A empresa atua na área varejista, atendendo a parte
de suspensão em geral, pneus, troca de óleos, embreagens, higienização de ar-
condicionado, desempeno de rodas, de eixo, alinhamento e balanceamentos,
injeção eletrônica, serviços em geral. Sendo comercializadas mercadorias de
primeira linha de marcas como: Continental, Goodyear, Pirelli, Michelin, Cofap,
Axios, Cobreq, Nakata, TRW, entre outras.
Os serviços realizados englobam todo o funcionamento de um automóvel,
desde o alinhamento de direção e balanceamento de rodas até o completo
funcionamento de um motor. Só não são realizados serviços em partes elétricas
como instalação de rádios, alarmes e travas, vidros e acabamentos externos.
Hoje a empresa possui aproximadamente uma carteira de 950 clientes, e
conta no portfólio com pessoas físicas e jurídicas de Paracatu e região, tendo como
seu público alvo todas as pessoas que possuem automóveis e buscam um
91
atendimento com qualidade e excelência nos serviços prestados.A equipe de
trabalho além do sócio Willian Rocha e a sua esposa, é formada por cinco
funcionários.
7.2Sustentação da Pesquisa
O estudo deste trabalho se deu por notar uma necessidade de mudanças no
ambiente da Rocha Pneus, com intuito de melhorar, avaliar, e propor um melhor
direcionamento para o descarte de materiais. Mostrando que descartando
corretamente, e envolvendo os funcionários nas praticas sustentáveis, pode-se ter
um melhor resultado, e uma imagem constitucional diferenciada em relação aos
outros.
Nasultimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as empresas operam: as empresas que eram vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos fundamentais (o que produzir, como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento de novos papeis eu devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam. (DENIS DONAIRE, 1999, p. 13).
Esse estudo permitiu compreender, e poder passar para outras pessoas,
assuntos que até então eram desconhecidos por boa parte.Serviu também para
orientar pessoas que logística reversa deixa de ser uma diferenciação, uma
qualidade que se poderia ter em relação a outras empresas, e se tornar lei, todos
que comercializam produtos, como pneus, defensivos agrícolas, celulares, óleos
para motor, tem a obrigação de fazer e incentivas às praticas sustentáveis.
A empresa estudada já realiza o processo de logística reversa com pneus,
porem tem muito a melhorar ainda, já que o descarte é feito através da prefeitura
que deixa um pouco a desejar, por isso o desenvolvimento dessa pesquisa.
7.3 Limitações da pesquisa
A pesquisa foi realizada com os clientes da Rocha Pneus, e também com
algumas empresas que prestam e comercializam produtos como, pneus, peças,
92
óleos. Ela apresenta uma limitação em sua quantidade, de forma que nem todos os
clientesmoram na cidade e a dificuldade de encontra-los é muito grande, por se
tratar de pessoas, como produtores rurais, motorista, entre outros, inviabilizando
assim a realização da pesquisa.
Kotler e Armstrong (1993) defendem a ideia de que há condições de oferecer
dados confiáveis dentro de uma perspectiva pequena de clientes, a autora deste
trabalho optou por uma pesquisa ―não-probabilística por julgamento, onde ―[...] o
pesquisador utiliza seu julgamento para selecionar os membros da população que
apresentam boas perspectivas de fornecerem informações precisas‖. (KOTLER;
ARMSTRONG, 1993, p. 70).
Desta forma a pesquisa foi realizada com 50 clientes da loja e 5 empresas
que comercializam produtos (pneus, peças, óleos), afim de obter informações
precisas do questionário aplicado.
7.4 Apresentação e analise dos resultados
Este trabalho foi feito com intuito de avaliar e obter resposta, que possa
ajudar e auxiliar no desenvolvimento de algumas questões não só na Rocha Pneus,
mais como em outras empresas do mesmo segmento.
Através do questionário podemos obter informações a respeito do nível de
conhecimento das pessoas em assuntos da área ambiental. Foi possível observar
também que as empresas ainda, não estão preparadas, e pouco conhecem os seus
deveres e leis sobre a área ambiental. Como citado anteriormente, as empresas vão
precisar se adequar para essas questões.
7.4.1 Pesquisa Externa
A pesquisa externa foi realizada com intuito de medir e avalizar os
conhecimentos das empresas em relação às questões ambientais, que tem sido alvo
de tanta discursão atualmente.
Para se medir o nível de conhecimento dos empresários foi feito um
questionário, onde se podem obter os resultados.
93
Gráfico – 1 Gráfico - 2
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
Quando perguntado se sabiam o que era logística reversa, e se sua empresa
realizava logística reversa, percebe que as respostas foram bem divididas, onde no
gráfico 1, 40% responderam sim, 40% parcialmente, e 20% não,eno gráfico 2, duas
empresas realizam logística reversa, duas realizam parcialmente, e uma não realiza.
Notasse que ainda esse tema logística reversa,que é de grande relevância,
não esta entendido por todos, uma tema que passara a ser lei para as empresas,
onde todas empresas que comercializam produtos que quando ao final de sua vida
útil possa causar danos ao meio ambiente terá a obrigação de realizar a logística
reversa.
De acordo com a Associação Brasileira de Movimentação e Logística, embora
não tenhamos dados precisos sobre o que representam em valores os custos da
Logística Reversa no Brasil, mas considerando-se o mercado americano e
comparando ao Brasil, supõe-se que seja de aproximadamente 4% dos custos totais
de Logística, que foi de US$ 153 bilhões em 1998.RevLog , aponta como principais
razões da adesão das empresas à Logística Reversa: A Legislação Ambiental, que
cobra maior responsabilidade dos fornecedores sobre seus produtos e subprodutos;
Redução de custos com o retorno dos produtos/matérias ao centro de produção,
evitando maiores gastos com o descarte correto do lixo; e a crescente
conscientização ambiental dos consumidores.
A verdade é que, independente dos motivos, se uma empresa e preocupa
com o retorno de seus produtos/matérias ao centro produtivo e com a administração
desse fluxo, está praticando a Logística Reversa. Praticamente os mesmos
40%
20%
40%
Você sabe o que é Logistica Reversa?
Sim Não Parcialmente2
12
Sua empresa realiza Logística Reversa?
94
elementos de um plano logístico convencional são utilizados no planejamento de
Logística Reversa: nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoques,
fluxo de materiais e sistema de informações, mas não é tarefa fácil integrá-las na
área logística de uma empresa, uma vez que o processo do fluxo reverso apresenta
suas incertezas com relação à quantidade e qualidade. Por isso, a maioria dos
autores acredita que as equipes responsáveis pela logística tradicional e pela
Logística Reversa devem ser independentes, já que as características dos fluxos
com os quais elas lidam são bastante diferentes.
Gráfico - 3
Fonte: Elaborado pela autora.
Quando perguntado se a empresa possuía certificação ambiental, 60%
responderam que possuem parcialmente, e 40% não possuem,resultado esse que
preocupa, pois essas empresas podem até serem multadas por falta da
documentação correta, como dito anteriormente, isso já não é mais um fator de
diferenciação no mercado, e sim lei.
0%
40%
60%
Vocês possuem certificação Ambiental?
Sim Não Parcialmente
95
Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora
No gráfico quatro foi perguntado qual tipo de material costumava fazer o
descarte, 31% dos entrevistados descartam mais pneus, 38% óleo, 23% ferro velho
e 8% outros tipos de materiais. Uma das queixas encontradas são as dificuldades do
descarte, onde a Prefeitura recolhe os pneus velhos, e nem sempre tem um dia da
semana para o recolhimento, gerando assim um acumulo nas empresas. Arespeito
que coleta o óleo se tem as mesmas queixas.
No gráfico 05 perguntou se a empresa sabia para onde iam os materiais
descartados, três empresas sabem parcialmente, e duas não sabe. Isso se da pela
falta de informação, geralmente as empresas coletoras, não tem o habito de informar
e manter as empresas descartadoras informadas a respeito do assunto; e também a
empresa descartadora na maioria das vezes não se preocupa em perguntar, em
saber.
Gráfico– 6 Gráfico– 7
FONTE: Elaborado pela autora. FONTE: Elaborado pela autora.
31%
23%
38%
8%
Quais os tipos de materiais vocês
costumam fazer o …
pneus ferro velho oleo outros
2 3
A sua empresa sabe para onde vão os
materiais …
41
Você conhece a Reciclanip?
Sim60%
Não 0%
Parcialmente40%
Você acha que seria interessante ter uma cooperativa em sua …
96
No gráfico 6 foi perguntado se eles conheciam a Reciclanip, quatro
entrevistados não conhecem e um conhece parcialmente.
Para se teruma cooperativa dessa em nossa cidade a Prefeitura interessada
em ter o seu Ponto de Coleta de Pneus na sua região deve entrar em contato com a
Reciclanip para obter a minuta do Convênio de Cooperação Mútua e, na sequência,
formalizar o acordo. O Ponto de Coleta de Pneus funciona como um centro de
recepção de pneus usados, para onde são levados os pneus recolhidos pelo serviço
de Limpeza Pública. Os munícipes, borracheiros, revendas de pneus, entre outros,
também podem contribuir levando os pneus inservíveis até o Ponto de Coleta de
Pneus. Anexo segue minuta de convenio para Prefeituras.
No gráfico sete foi perguntado se eles achavam interessante ter uma
cooperativa como a Reciclanip, na nossa cidade, 60% responderam que sim e 40%
parcialmente. Para isso vai se proposto a implantação de uma na nossa cidade.
Gráfico – 8
FONTE: Elaborado pela autora.
No gráfico oito foi perguntado se a empresa envolvia seus funcionários nas praticas
sustentáveis, duas empresas entrevistadas disseram que não, duas disseram que
envolvem parcialmente, e apenas uma envolve.
Não existem empresas sustentáveis, sem pessoas sustentáveis, esse é um
grande desafio, a mudança tem que começar em cada um da organização. Nesse
novo cenário, os departamentos de gestão de pessoas enfrentam o desafio de se
atualizarem diante da necessidade de incorporar e disseminar os valores da
Sim Não Parcialmente
1
2 2
A sua empresa envolve os funcionários nas praticas sustentaveis?
97
sustentabilidade no dia a dia da organização. ―Satisfazer as necessidades do
presente, sem comprometer a habilidade das futuras gerações de satisfazer as suas
necessidades‖. Relatório de Brundtland.
Uma empresa inovadora pode-se nascer da necessidade de se trabalhar a
Responsabilidade Social Empresarial, aperfeiçoando os modelos de gestões das
organizações através de praticas sustentáveis conquistando assim melhores
resultados e uma maior valorização.
7.4.2 Pesquisa Interna
Outro objetivo a se identificar neste trabalho é como os clientes da Rocha
Pneus estão ligados a assuntos ambientais, e também se eles concordam com a
atual maneira em que se encontra a loja.
Gráfico –9 Gráfico - 10
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
No gráfico nove foi perguntado aos clientes se eles se sentiam seguros em
levarem seus veículos à loja, 84% responderam que sim, 14% disseram que
parcialmente, e 2% disseram que não. Esses dados mostram que tem que ser feito
alguma coisa para reverter esses números, onde o objetivo da empresa é que seus
clientes sintam 100% seguros.
No gráfico 10 foi perguntado se no ambiente da Rocha Pneus os materiais
para descarte se encontram de forma correta, 72% responderam parcialmente, 12%
84%
2%14%
Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao trazer seu carro ?
Sim Não Parcialmente
12%
16%
72%
Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra no ambiente da loja?
Sim Não Parcialmente
98
disseram que sim e 16% responderam que não. Diante desses dados já foram feitos
levantamentos de melhoramento interno da loja, como algumas reformas, envolver
mais os funcionários para que mantenha organizado e limpo o ambiente, para que
tanto o cliente, mais também o funcionário se sinta seguro, e tenha um local mais
espaçoso para trabalhar e atender com segurança e eficiência os clientes. Tais
ações vão ser apresentadas no plano de ação.
Gráfico – 11 Gráfico - 12
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
Quando perguntado aos clientes se eles sabiam o que era
Responsabilidade Social e o que era Sustentabilidade os resultados foram bem
divididos, no gráfico onze 40% responderam que sim, 44% parcialmente e 16% não,
já no gráfico doze 64% responderam que sim, 24% parcialmente e 12% disseram
que não. Percebe-se um numero grandes pessoas que não sabe, ou pouco conhece
a respeito de assuntos tão importantes e tão discutidos atualmente. Para isso será
proposto no plano de ação um maior envolvimento da empresa com o funcionário,
como participação de palestras, work shop.
Sim40%
Não16%
Parcialmente44%
Você sabe o que é responsabilidade
social?
64%12%
24%
Você sabe o que é sustentabilidade?
Sim Não Parcialmente
99
Gráfico – 13 Gráfico - 14
Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.
Nos gráficos treze e quatorze foram perguntados, se eles sabiam que é
reciclagem e se preocupavam com a separação do lixo em suas residências, os
resultados do gráfico treze 56% dos entrevistados responderam que sim, 32%
responderam parcialmente e 12% disseram que não. Segundo o site capital
reciclável, reciclagem consiste no aproveitamento de um bem descartado como
matéria prima para a produção de outros bens. A reciclagem permite diminuição no
impacto ambienta, já que limita a extração de matéria prima da natureza, reduz o
volume de resíduos sólidos e do lixo. A atividade de reciclagem contribui
socialmente para a geração de empregos e renda, melhora a qualidade de vida da
sociedade.
No gráfico quatorze 42% responderam parcialmente, 34% disseram que não e
24% responderam que sim, diante desses dados notasse que ainda tem muito a
trabalhar com as pessoas nesse quesito, e também a prefeitura juntamente com a
coleta seletiva ser um pouco mais eficiente, onde hoje a coleta seletiva só acontece
em alguns bairros da cidade.Para minimizar alguns efeitos serão propostosalgumas
ações no plano de ação, como distribuição de porta lixos para carros.
56%
12%
32%
Você sabe o que é reciclagem?
Sim Não Parcialmente
24%
34%
42%
Voê se preocupa em relação à separação
do lixo em sua …
Sim Não Parcialmente
100
8 CONSIDERAÇÔES FINAIS
A logística reversa consiste no processo que as empresas realizam para
recuperar seus produtos com a intenção de reutilização, revenda, reciclagem e
disposição final. A revenda ou remanufatura pode ser conseqüência de materiais
com defeitos vindos do fornecedor, ou insatisfação por parte do cliente e a
reciclagem pode ser utilizada para recuperação de insumos e utilização em novos
processos de manufatura, ou até mesmo ser exigida por motivos legais.
Se a logística tradicional já foi reconhecida pelas empresas como uma área
estratégica, a logística reversa vem ganhando cada vez mais espaço. Diante de
crescentes regulamentações sobre processo de armazenamento, transporte,
manuseio e disposição final de resíduos provenientes de processos de manufatura,
as empresas têm sido forçadas para adotarem um planejamento para disposição de
tais materiais.
A ideia de desenvolvimento sustentável é cada vez mais apreciada pela
sociedade. Com base nisso, as empresas tem se aproveitado e criado os chamados
produtos verdes, com a intenção de se destacar no mercado e melhorar sua imagem
institucional. O descarte de materiais descartáveis vem se tornando cada vez mais
caro, os aterros sanitários estão cada vez mais cheios, os recursos para fabricação
de componentes cada vez mais caros. Com isso, empresas exploram maneiras
economicamente viáveis para a disposição dos materiais.
Apesar da importância da logística reversa ser cada vez maior, somente
agora algumas empresas estão percebendo o valor estratégico de estudar a área.
De acordo com Rogers & Tibben-Lembke (1998), para a redução no custo da
logística reversa, será necessária a melhora de alguns processos, tais como:
1. Melhora na tecnologia de manuseio dos produtos;
2. Decisões planejadas de disposição final dos produtos;
3. Rápido processamento, para redução do tempo de ciclo reverso;
4. Sistemas de informações integrados.
Um dos produtos de pós-consumo estudado neste trabalho foi o pneu.
Considerado pelos ambientalistas como um dos maiores problemas ambientais do
101
mundo, seu descarte inapropriado no meio ambiente ao longo dos anos acumulou
um passivo de mais de três bilhões de pneus no mundo. No Brasil, são mais de cem
milhões e a cada ano 30 milhões de novos pneus passam a circular no país.
Além da poluição visual, pneus dispostos a céu aberto acumulam água e
facilita a transmissão da dengue, doença que tanto prejudica o país. Levam mais de
600 anos para se decompuser integralmente, e podem ser inflamados, pois sua
composição carrega grande quantidade de óleo.
Diante desses fatos foi feito um estudo com base científica, para analisar, e
buscar uma melhor solução para problemas encontrados no ambiente da Rocha
Pneus. Espera-se que as ações propostas sejam aplicadas.
8.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO
8.1.1 Sumário executivo
São as pessoas que trabalham na organização como também seus gestores
os responsáveis por atingir as metas e os objetivos da mesma, sendo assim a
organização deve procurar com a composição do seu quadro de funcionários buscar
melhorias sustentáveis e ecologicamente corretas,para melhor atender seu cliente e
se mostrar um empresa ambientalmente correta.
8.1.2 Objetivo
Propor melhorias para o ambiente interno da loja, e participar de reuniões e
associações que desempenhe Logística Reversa
8.1.3 Justificativa
Todasas pessoas responsáveis pela execuçãodos serviços precisam ter em
mente qual o valor de se fazer o descarte correto, entender que essas questões
ambientais se tornou um dever de todos os cidadãos. Desta forma deve-se
conscientizá-los que a implantação de um novo modelo de trabalho, onde as
praticas sustentáveis será desenvolvida irá favorecê-los e também os clientes.
102
8.1.4 Descrição
A mudança de comportamento dos funcionários,juntamente com as
empresas, podem melhorar o descarte, e conscientizar mais pessoas para se
envolver e realizar praticas sustentáveis no dia-a-dia.
8.1.5 Escopo
O projeto é um planejamento, para se encontrar a melhor forma de se fazer o
descarte correto na empresa Rocha Pneus e Acessórios Ltda.
8.1.6 Prazo estimado
O prazo estimado para implantação do projeto é de 12 meses sendo que
começará a partir de janeiro de 2016.
8.1.7 Benefícios esperados
Envolver empresa e funcionários nas praticas sustentáveis;
Atender as necessidades dos clientes com responsabilidade social;
Propor criação de uma Cooperativa em nossa cidade que realize o
processo de Logística Reversa.
8.1.8 Plano de ação
As atividades relacionadas ao projeto de implementação irão acontecer no
ambiente externo e no ambiente interno da Rocha Pneus. Onde será utilizado um
plano de ação, onde ele direcionará o que deve ser feito, como deve ser realizado,
quem são as pessoas que farão as atividades e o custo de cada ação.
QUADRO 8– Plano de Ação
O QUE
FAZER
COMO FAZER QUEM FARA QUANDO CUSTO
Melhorar o
armazenamen
to dos
materiais para
Fazer um
espaço
apenas para
armazenar os
Pedreiro
contratado pelo
gestor da
empresa.
Imediato R$ 100,00
mão de obra,
R$ 150,00
materiais.
103
descarte
(Pneu, óleo e
ferro velho).
materiais para
descarte.
Obra
Pequena.
Compra de
lixeira seletiva.
Propor espaço
que fica
estrategicame
nte melhor
para todos
colaboradores
e clientes
verem e
utilizarem.
Lixeiras.
Gestor da
empresa
Imediato R$ 260,00
Melhorar
ambiente
físico da loja
(pintura,
localização de
materiais).
Fazer uma
pintura, e
mudar
algumas
máquinas de
lugar.
Pintor e
Funcionários
Imediato R$ 3.300,00
mão de obra,
R$ 7.000,00
materiais.
Evitar que
óleo e outras
substâncias
caiam no chão
e infiltre para o
solo.
Colocar
Borrachões
em baixo de
cada elevador.
Responsável da
empresa.
Imediato R$ 2.600,00
Envolver
funcionários
nas práticas
sustentáveis
Cursos rápidos
voltados para
área
ambiental.
Empresa
Terceirizada
Sebrae
Janeiro a
março de
2016
R$ 1.500,00
Propor criação
de uma
cooperativa
junto com
Participando
de reuniões,
assembleias e
associações
Prefeitura e
Empresas que
comercializam
produtos no
Abril de
2016
R$ 0,00
104
outros
empresários
do mesmo
segmento,
para
realização de
Logística
Reversa.
relacionadas
ao assunto.
mesmo
segmento.
Folder
institucional
demonstrando
a importância
da Logística
Reversa.
(1.000
unidades)
Colocar na
associação
comercial, na
empresa e
para os
clientes da
empresa, em
prol de
promover esta
ação.
Gestor da
empresa
Janeiro de
2016
R$ 700,00
Sacolinhas de
lixo para carro.
(1.000
unidades).
Distribuir para
todos os
clientes
Gestor da
empresa
Janeiro de
2016
R$ 1.200,00
Proposta de
Work Shop.
Work Shop
com
autoridades da
cidades e
empresários
do mesmo
segmento.
Gestor da
empresa
Maio de
2016
A orçar,
planejament
o futuro.
Pagina
relacionadas a
logística
reversa nas
Criando
paginas, para
postar artigos,
idéias, que
Gestor da
empresa
Fevereiro
de 2016
R$ 0,00
105
redes sociais incentive as
praticas
sustentável.
Direcionada
para clientes e
empresas
Valor total R$16.810,00
8.1.9 Resultados Alcançados
Algumas das ações propostas no plano de ações, já foram desenvolvidas pela
empresa, como a pintura para melhorar o ambiente físico da loja, e a compra dos
borrachões. No anexo X segue fotos das mudanças.
QUADRO 09 – CRONOGRAMA DE IPLEMENTAÇÃO PROJETO
ATIVIDADES DEZ JAN FEV MAR ABR MAI
Compra de Lixeira Seletiva X
Local para armazenamento de materiais
X
Cursos para funcionários
X
Proposta de criação de Cooperativa
X
Sacolinhas de lixo para carros X
Criação de Pagina nas redes sociais X
Proposta de Work Shop X
Fonte: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto
106
Referências
A Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável, 1997.
A Declaração de Ahmedabad 2007: Uma chamada a ação, 2007.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos
depesquisa. São Paulo, v. 36, n. 129, p. 637-651, set./dez. 2006.
AMERICAN STUDIES. 2003, São Paulo. BALLOU, R.H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais edistribuição física. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
BALLOU, Ronald H. Logistica Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências
naturais/Secretaria da Educação Fundamental. 2ª Ed, Rio de Janeiro: DP & A, 2000
BRASIL, Presidência da República. Lei 9.795
BRITO, R. P.; BERARDI, P. C. Vantagem competitiva na gestão sustentável da
cadeia de suprimentos: um meta estudo. Revista de Administração de Empresas
– RAE. São Paulo, v. 50, n. 2, abr./jun. 2010.
BUTTER, Paulo Luiz. Desenvolvimento de um modelo de gerenciamento compartilhado dos resíduos sólidos industriais no sistema de gestão ambiental da empresa. 2003. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de Santa
CALDWELL, B. Reverse Logistics. Information Week, 12 abr. 1999,
In:http://www.informationweek.com/729/logistics.htm. Acesso em 14 set. 2015.
Carta de Belgrado: Uma estrutura para a Educação Ambiental, 1975.
CARVALHO, Carlos Gomes de. O que é Direito Ambiental: Dos Descaminhos da Casa à Harmonia da Nave. Florianópolis: Habitus, 2003.
CARVALHO, José Crespo de; DIAS, Eurico Brilhante – Estratégias Logísticas:
Como servir o cliente a baixo custo. Lisboa. Edições Sílabo. 2004.
Cascino, Fábio. Educação Ambiental: princípios, história, formação de
professores. 2ª ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000.
107
CASTELLS, Manuel, O verdejar do ser: o movimento ambientalista. In:
CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade. Tradução de KlaussBrandini Gerhard.
3ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Catarina, Santa Catarina, 2003.
CHAVES, Gisele de Lorena Diniz; BATALHA, Mário Otávio. Os consumidores valorizam a coleta de embalagens: Um estudo de caso da Logística Reversa em uma rede de supermercados. Gestão & Produção, São Paulo, v. 13, n. 3. 2006. COUTO, Ademilson; LARANJEIRA, Cristina; SILVA, Luciano Figueiredo; LIMA,Lucinéia da Silva; LONGO, Rose Mary Juliano. Logística reversa do Pet:Oportunidades de negócios para as empresas têxteis. 2004. Tese (Monografia) – Declaração de Estocolmo, 1972
Declaração de Thessaloniki,1997.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa.São Paulo:Atlas,1999.
ENOMOTO, Leando Minoru; JUNQUEIRA, Marcelo Saidel. Proposta de custeio detransporte baseada no contexto da logística. Minas Gerais, 2001. 9 p. Faculdade Associada de Cotia, Cotia, 2004. Disponível em: <http://www.mgdlogistica.com.br/tcc_logistica_reversa_10112004.pdf> FELIZARDO, Jean Mari; HATAKEYAMA, Kazuo. A logística reversa emconsonância com a dedução teleonômica: ‗A natureza existe para o usufruto doHomoEconomicus‘. 2003. Tese (Pós Graduação) - Paraná, 2003. Fonte: http://www.cnpma.embrapa.br/informativo/intermed.php3#127 Prof. Paulo Affonso Leme Machado Professor da UNESP – campus de Rio Claro – SP Autor do livro ―Direito Ambiental Brasileiro‖
FORLIN, F.J.; FARIA, J.A.F. Considerações sobre a reciclagem de embalagensplásticas. Polímeros, v. 12, n. 1. São Paulo, 2002. GADOTTI, MOACIR. Pedagogia da terra: ecopedagogia e educação sustentável. In: Torres, C.A. (org.). Paulo Freire y la agenda de laeducación latino americana enelsiglo XXI, (pp.81-132).Buenos Aires: Edições do CLACSO, 2001.
GIACOBO, F.; ESTRADA, R.J.S.; CERETTA, P.S. Logística reversa: a satisfaçãodo cliente no pós-venda. Porto Alegre, 2003. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010. Gil, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo :
Atlas1999.
108
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R.; SILVA, A. B. (orgs.). Pesquisa
qualitativa em estudos organizacionais – paradigmas, estratégias e métodos. São
Paulo: Saraiva, 2006.
Grün, Mauro. Ética e Educação Ambiental: A conexão necessária. 7ª ed.Campinas,SP:Papirus,1996.
GUARNIERI, P.; CHRUSCIACK, D.; OLIVEIRA, I.L.; HATAKEYAMA, K.;SCANDELARI, L. WMS — Warehouse Management System: adaptação proposta para o gerenciamento da logística reversa. Prod. v. 16, n. 1. São Paulo, 2006. GUIMARÃES, M. Educação ambiental crítica. In: Identidades da educação ambiental brasileira. Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; Philippe PomierLayrargues (coord.). Brasília: MMA, 2004.
Guimarães, Mauro. A dimensão ambiental na educação. 1ª ed.Campinas,SP : Papirus,1995.
KRIKKE, H.Recovystrategieand reverse logistics network design. Holanda: BETA – Institute for Business Engineeringand Technology Application, 1998.
LACERDA. L. Logistica Reversa – Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. In: http://www.coppead.urjf.br/pesquisa/cel/new/fr-rev.htm. Acesso em 02 de novembro 2015. LAMBERT, D. M. et al. Administração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. LEITE, P. R. Empresas brasileiras adotam políticas de logística reversa relacionada com o motivo de retorno e como direcionador estratégico? XXXIV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – XXXIV EnANPAD 2010. Anais... Rio de Janeiro/RJ, 25 a 29 de setembro de 2010.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2ª reimpr. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: nova área da logística empresarial. 2002. Disponível em: <http:clrb.com.br/publicações/tecnologia_mar2002.pdf.> Acessado em: Março/2015.
109
LEITE, Paulo Roberto; BRITO, Eliane Zamith. Logística reversa de produtos não consumidos: Uma descrição das práticas das empresas atuando no Brasil. In:CONGRESSO BALAS 2003 - THE BUSINESS ASSOCIATION OF LATIN MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.Fundamentos de metodologia científica.7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATTOSINHO, Cynthia Marise dos Santos; MORAIS, Fábia Maria Tenório de Mello. Os Desafios da Logística Reversa das Embalagens de Agrotóxicos na Região do Vale Do São Francisco. Anais do XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Salvador/BA. 2009. MEI, L. B.; CHRISTIANI, V. S.; LEITE, P. R. A logística reversa no retorno de óleo de cozinha usado. XXXV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – XXXV EnANPAD 2011.Anais... Rio de Janeiro/RJ, 04 a 07 de setembro de 2011.
MINTZBER, H.; QUINN, J. B. O processo da estratégia. 3ª ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001.
MOTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 3ª ed. ver. E atual. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.
NATURA COSMÉTICOS. In http://www.natura.com.br/institucional.htm. Acesso em 20 de set. 2015.
. NOVAS, Antonio Galvão N. ALVARENGA, Antonio Carlos. Logistica Aplicada: Suprimento e Distribuição Física. São Paulo: Pioneira, 1994.
O BOTICÁRIO. In http://www.natura.com.br/institucional.htm. Acesso em 12 out. 2015.
OLIVEIRA, Flávia de Paiva Medeiros de; GUIMARÃES, Flávio Romero. Direito, Meio Ambiente e Cidadania. São Paulo: Editora WVC, 2004.
OLIVEIRA, R. F.; GAMBÔA, F.A.R.; SANTOS, F.R.S. Conceitos de logística reversa e colaboração aplicados à indústria de especialidades químicas.Simpósio de Engenharia de Produção. São Paulo, 2003. PORTER, M. E. Competição. Ed. ver. E ampl. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústria e da concorrência. 2ª ed. 9ª reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentado um desempenho superior. 26ª reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989.
110
POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2004.
RAZZOLINI FILHO, E. Logística: evolução na administração – desempenho e
flexibilidade. 1ª ed. 3ª reimpr. Curitiba: Juruá, 2011.
Reciclanip disponível em: http://www.reciclanip.org.br
REVLOG. Grupo de Estudos de Logística Reversa. S.d,
In:http://www.fbk.eur.nl/OZ/REVLOG/Introduction.htm. Acessoem 10 jan. 2008.
TIBBEN-LEMBKE, R. S. Life afterdeath – reverse logisticsandtheproductlifecycle,
InternationalJournalofPhysicalDistribuition&Logistics Management, v. 32, n. 3, 2002,
p 223-244.
RODRIGUES, G.; PIZZOLATO, N. A Logística Reversa Nos Centros De
Distribuição de Lojas de Departamento. Anais do XXIII ENEGEP, Ouro Preto,
2003.
SILVA, Edna Lúcia da.; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 2000. SILVA, Edna Lúcia da.; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 2000. SOUSA, P.T. Logística interna: modelo de reposição semi-automático de materiais TANURE, B. Gestão à brasileira: somos ou não diferentes?:uma comparação com América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia, 2ª ed. 2ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.
VALLE, C. E. Qualidade Ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.
WANKE, P. F. Dinâmica da estratégia logística de empresas brasileiras. Revista de
Administração de Empresas – RAE. São Paulo, v. 45, n. 4, out./dez. 2005.
.
114
APENDICE C
QUESTIONÁRIO –LOGISTICA REVERSA (EMPRESAS)
1) Você sabe o que é Responsabilidade Social?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
2) Você sabe o que é Sustentabilidade?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
3) Você sabe o que é Logística Reversa?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
4) Sua empresa realiza Logística Reversa?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
5) Vocês possuem certificação ambiental?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
6) A sua empresa realiza o ciclo de reaproveitamento de materiais?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
7) Quais tipos de materiais vocês costumam fazer o descarte?
( ) Pneus ( ) Ferro Velho ( ) Óleo ( ) Outros
Se outros, quais? _______________________________________________
8) A sua empresa sabe para onde vão os materiais que vocês descartam?
115
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
9) Você sabe o destino final dos Pneus?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
10) Você sabia que o que descarte correto dos pneus é lei?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
11) Você conhece a Reclanip?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
12) Você acha que seria interessante ter uma cooperativa em sua cidade que
cuidaria da parte do descarte consciente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
13) A sua empresa envolve os funcionários nas praticas sustentáveis?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
14) Sua empresa oferece treinamentos voltados para área ambiental?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
Se sim, quais? ________________________________________________
15) Você é a favor da Implantação de multas para empresas que não cumprem a
lei em relação a Logística Reversa?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
16) Você sabe qual a importância para o meio ambiente em se destinar os
materiais para um local seguro?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
116
APENDICE D
Questionário – Logística Reversa (Clientes)
1- Qual seu sexo?
( ) Feminino ( ) Masculino
2- Qual sua idade?
( ) Entre 17 a 25 anos ( ) Entre 26 a 35 anos ( ) Acima de 35 anos
3- Você sabe o que é Responsabilidade Social?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
4- Você sabe o que é Sustentabilidade?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
5- Você sabe o que é Logística Reversa?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
6- Você estaria disposto a pagar um preço um pouco mais caro, em uma
empresa que realizasse o descarte consciente e estive regularizado dentro
das normas?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
7- Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao trazer seu
carro?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
8- Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra
no ambiente da loja?
117
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
9- A implantação de uma fiscalização rígida em relação ao descarte de lixo
residencial reduziria danos ao meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
10- Hipoteticamente, você pagaria taxas extras para contribuir com a logística
reversa (coleta do lixo)?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
11- Você sabe o que é reciclagem?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
12- Você se preocupa em relação à separação do lixo de sua residência?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
13- Você acha Responsabilidade da sociedade pode contribuir com a
sustentabilidade e o meio ambiente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
118
APENDICEE
Gráficos dos Resultados da Pesquisa (Clientes)
Gráfico - 1 Gráfico - 2
Gráfico - 3 Gráfico - 4
Feminino24%
Masculino
76%
QUAL O SEU SEXO?
9
23
18
Entre 17 e 25 Entre 26 e 35 Acima de 35
QUAL A SUA IDADE?
Sim40%
Não16%
Parcialmente44%
Você sabe o que é responsabilidade
social?
Sim40%
Não16%
Parcialmente44%
Você sabe o que é responsabilidade social?
119
Gráfico –5 Gráfico - 6
Gráfico–7 Gráfico - 8
Gráfico – 9 Gráfico - 10
5
38
7
Sim Não Parcialmente
Você sabe o que é logística reversa?
8
22
20
Sim
Não
Parcialmente
Você estaria disposto a pagar um preço um pouco mais caro, em uma empresa que realizasse o descarte consciente e estive regularizado dentro das …
84%
2%14%
Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao
trazer seu carro ?
Sim Não Parcialmente
12%
16%
72%
Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra no ambiente da loja?
Sim Não Parcialmente
28
5
17
Sim Não Parcialmente
A implantação de uma fiscalização rígida em relação ao descarte de lixo residencial
reduziria danos ao meio ambiente?
2
40
8
Sim
Não
Parcialmente
Hipoteticamente, você pagaria taxas extras para contribuir
com a logística reversa (coleta do lixo)?
120
Gráfico - 11 Gráfico - 12
Gráfico – 13
Grafico– 13
56%
12%
32%
Você sabe o que é reciclagem?
Sim Não Parcialmente
Sim24%
Não34%
Parcialmente42%
Você se preocupa em relação à separação do lixo de sua
residência?
28%
30%
42%
Você acha Responsabilidade da sociedade pode contribuir
com a sustentabilidade e o meio ambiente?
Sim Não Parcialmente
121
Gráficos de resultados da pesquisa (Empresas)
Gráfico - 1 Gráfico - 2
Gráfico –3 Gráfico - 4
20% 0%
80%
Você sabe o que é Responsabilidade
Social?
Sim Não Parcialmente
0
1
2
3
4
Sim Não Parcialmente
Série1 4 1
Você sabe o que é sustentabilidade?
40%
20%
40%
Você sabe o que é Logistica Reversa?
Sim Não Parcialmente
2
1
2
Sua empresa realiza Logística Reversa?
122
Gráfico - 5 Gráfico - 6
Gráfico–7 Gráfico - 8
Gráfico –9 Gráfico - 10
0%
40%
60%
Vocês possuem certificação Ambiental?
Sim Não Parcialmente
20%
20%60%
A sua empresa realiza o ciclo de
reaproveitamento de materiais?
Sim Não Parcialmente
31%
23%
38%
8%
Quais os tipos de materiais vocês
costumam fazer o …
pneus ferro velho oleo outros
2 3
A sua empresa sabe para onde vão os
materiais descartados?
Série1
Sim0%
Não 40%
Parcialmente60%
Você sabe o destino final dos pneus?
3
2
Sim
Não
Parcialmente
Você sabia que o descarte correto dos
pneus é lei?
Série1
123
Gráfico - 11 Gráfico - 12
Gráfico - 13 Gráfico - 14
Gráfico - 15 Gráfico - 16
41
Você conhece a Reciclanip?
Série1
Sim60%Não
0%
Parcialmente
40%
Você acha que seria interessante ter uma
cooperativa em …
12 2
A sua empresa envolve os
funcionários nas praticas sustentaveis?
5
Sim
Não
Parcialmente
Sua empresa oferece treinamentos
voltados para area ambiental?
0%
80%
20%
Você é a favor da implantação de multas para …
Sim Não Parcialmente
5
Você sabe qual a importância para o
meio ambiente em …