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FACULDADE TECSOMA Bacharelado em Administração Cristiane Lopes de Souza A ESTRATÉGIA MOTIVACIONAL COMO FATOR DE EXCELÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA: Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias Paracatu 2014

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FACULDADE TECSOMA

Bacharelado em Administração

Cristiane Lopes de Souza

A ESTRATÉGIA MOTIVACIONAL COMO FATOR DE EXCELÊNCIA NA

GESTÃO PÚBLICA: Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias

Paracatu

2014

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Cristiane Lopes de Souza

A ESTRATÉGIA MOTIVACIONAL COMO FATOR DE EXCELÊNCIA NA

GESTÃO PÚBLICA: Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias

Monografia apresentada ao curso de Administração

da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para

obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientador Teórico: Adm. Me. Fernando Antônio

Antunes

Orientador Metodológico: Esp. Geraldo Benedito B.

Oliveira

Paracatu

2014

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SOUZA, Cristiane Lopes de.

S254ae A Estratégia Motivacional como Fator de Excelência na Gestão Pública:

Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias./ Cristiane Lopes de

Souza. Paracatu, BR-MG, 2014.

154 f. Il color

Orientador: Fernando Antônio Antunes.

Trabalho de conclusão de curso da Faculdade Tecsoma em Paracatu-

MG. Graduação em Administração.

1. Gestão Pública. 2. Motivação. 3. Gestão de Pessoas 4. Excelência

I. Cristiane Lopes de Souza. II. Faculdade Tecsoma de Paracatu Minas

Gerais. III. A Estratégia Motivacional como Fator de Excelência na Gestão

Pública.

CDU: 658-3

CDU: 658-3

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Cristiane Lopes de Souza

A ESTRATÉGIA MOTIVACIONAL COMO FATOR DE EXCELÊNCIA NA

GESTÃO PÚBLICA: Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias

Monografia apresentada ao curso de Administração

da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em Administração.

Adm. Me. Fernando Antônio Antunes

Coordenador do Curso de Administração/ Professor Orientador

Esp. Geraldo Benedito Batista de Oliveira

Orientador Metodológico

Adm. Esp. Carlos Alberto Kraemer

Presidente da banca

Adm. Esp. Ana Maria Andrade e Silva

Professor (a) Convidado (a)

Paracatu, 11 de Dezembro de 2014.

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A minha mãe, pai (In memoriam) e irmãos, pelo amor incondicional,

cumplicidade e incentivo!!! Sou grata pelas demonstrações de carinho

e ensinamentos oferecidos ao longo da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força e perseverança, pela existência da vida e as

possibilidades de conquista e por fazer de todos os meus dias momentos únicos de esperança,

conhecimento e aprendizagem constantes nestes quatro anos de caminhada.

A minha querida mãe Maria por toda dedicação e amor a mim e nossa família.

Ao meu amado Pai Francisco (in memoriam) por ter repassado todos os seus valores,

formado meu caráter, tornando-me quem sou. Pelos ensinamentos de vida, a quem tenho

maior orgulho e amor. Só lamento por seu tempo aqui ao nosso lado ter sido curto demais

para comemorar conosco mais essa vitória.

Aos meus amados sete irmãos, Antônio Carlos, José Osmar, Luiz Cláudio, Patrícia,

Fernanda, Tatiane e Ana Carolina, sempre presentes dentro do meu coração!

Ao Exmo. Sr. Prefeito Municipal, por ter me oportunizado desenvolver esta pesquisa e estudo

na Prefeitura de Três Marias.

A Chefe da Divisão de Recursos Humanos e minha Orientadora de estágio Sonaly Dias, pelo

carinho, dedicação e ensinamentos diários; estendendo o agradecimento a toda equipe da

DRH, pelo coleguismo, apoio e paciência nesta etapa extraordinária de aprendizado e

conhecimento da minha vida, e por serem colaboradores diretos do meu crescimento

acadêmico e profissional.

Aos meus queridos e verdadeiros amigos, que são tantos, mas que aqui represento através de

Roseni Gonçalves, Dayse Anne Gomes, Tiago Dutra, Poliane Medeiros, Eusana Célia e

Daiana Dlan pelo companheirismo e incentivo e por estarem ao meu lado sempre!

A todos meus mestres, representados pelos professores José Flávio, Gleice Ane, Flávio

Vasconcelos, Ana Maria, Geraldo, Carlos Kraemer, que contribuíram muito para que eu

pudesse alcançar este objetivo.

Em especial ao meu Orientador e Coordenador Adm. Me. Fernando A. Antunes, por toda a

paciência e atenção nesta jornada. Por acreditar e confiar em mim quando muitas vezes eu

mesma duvidei.

Por fim, aos colegas da ADM, por terem tornado essa jornada mais prazerosa e agradável...

O meu muito Obrigado!

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“Precisamos de motivação para ir além.”

(Daan Ferreira)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo central mensurar o grau de motivação dos servidores

públicos efetivos da Prefeitura Municipal de Três Marias – MG. É um estudo de caso sob o

título ―A estratégia motivacional como fator de excelência na gestão pública‖. Para este

objetivo a pesquisa teve como fundamentos teóricos uma ampla pesquisa bibliográfica,

tratando principalmente da motivação na gestão pública, em consenso com as teorias

motivacionais mais conhecidas Maslow, Herzberg e Vroon. O estudo ainda abrange a

percepção dos servidores em relação à QVT, cultura organizacional, treinamento &

desenvolvimento, satisfação e produtividade, além do desafio da gestão de pessoas no setor

público. Metodologicamente a pesquisa é um estudo de caso, censitário não probabilístico,

com caráter quantitativo, devido ao tamanho da população representativa da organização e a

análise do conteúdo, estatística descritiva. Por último, analisou os dados coletados da pesquisa

realizada junto aos servidores do quadro de provimento efetivo de todas as secretarias e

setores da Prefeitura de Três Marias, por meio da aplicação de questionário. O resultado do

estudo deixa claro que o alto índice de desmotivação dos servidores operacionais em relação

aos investidos em cargo de comissão. Quando utilizada a teoria bifatorial de Herzberg, como

base de análise, os resultados obtidos na pesquisa apontam que os fatores higiênicos

―estabilidade e relação com a liderança da equipe‖ e os fatores motivadores ―gostar do que

faz; ser valorizado e reconhecido pelo trabalho que executa e integração da equipe de

trabalho‖ são os fatores que mais influenciam os servidores e os que mais contribuem para a

satisfação e motivação na organização, proporcionando a este ambiente um estado de

equilíbrio e, assim, propenso para as pessoas trabalharem. Por fim foram descritas a

dificuldades encontradas no decorrer da elaboração da pesquisa e oferecidas propostas de

melhoria a Organização.

Palavras-chave: Motivação. Gestão pública. Excelência. Organização.

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ABSTRACT

This work is mainly aimed to measure the degree of motivation of effective public servants of

the Municipality of Três Marias - MG. It is a case study entitled "The motivational strategy as

a factor of excellence in public administration." For this purpose the research was theoretical

foundations a wide literature, mainly dealing motivation in public administration, in

consensus with the best known motivational theories Maslow, Herzberg and Vroon. The study

also covers the perception of the servers in relation to QVT, organizational culture, training &

development, satisfaction and productivity, and the challenge of managing people in the

public sector. Methodological research is a case study, not probabilistic census, with

quantitative approach, due to the size of the population representative of the organization and

the content analysis, descriptive statistics. Finally, analyzed data collected from the study

conducted by the servers of the effective provision of framework for all departments and

sectors of Tres Marias Prefecture, through a questionnaire. The result of the study makes it

clear that the high motivation index of operating servers in relation to invested in charge of

commission. When using the two-factor theory of Herzberg, as a basis for analysis, the results

of the survey show that the hygiene factors "stability and relationship with the leadership

team" and the motivating factors "like what you do; be valued and recognized for the work

they perform and integration of the work team "are the factors that most influence the servers

and the main contributors to the satisfaction and motivation in the organization, providing this

environment a state of equilibrium and thus prone to people work. And finally, we described

the difficulties encountered in the course of doing research and the Organization offered

suggestions for improvements.

Keywords: Motivation. Public management. Excellence. Organization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

FIGURA 01 - Organograma da Prefeitura Municipal de Três Marias ..................................... 30

FIGURA 02 – Principais ramos da abordagem clássica de gestão........................................... 50

FIGURA 03 – Motivos internos e externos que geram motivação .......................................... 63

FIGURA 04 – Pirâmide de Maslow ......................................................................................... 66

FIGURA 05 – Componentes do Sistema de Incentivos ........................................................... 75

FIGURA 06 – Modelo de Excelência em Gestão Pública........................................................ 88

FIGURA 07 – Organograma da Administração pública da Prefeitura de Três Marias .......... 107

FIGURA 08 – Etapas da pesquisa .......................................................................................... 118

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

QUADRO 01 – Cronograma .................................................................................................... 38

QUADRO 02 – Diferença entre Treinamento e Desenvolvimento ........................................ 100

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LISTA DE TABELA

TABELA 01 – Recursos humanos. .......................................................................................... 39

TABELA 02 – Recursos materiais .......................................................................................... 39

TABELA 03 – Recursos financeiros ....................................................................................... 40

TABELA 04 – Total dos recursos ........................................................................................... 40

TABELA 05 – Perfil dos Servidores ...................................................................................... 120

TABELA 06 – Política de Relacionamento interpessoal ....................................................... 138

TABELA 07 – Implementação de um sistema de promoção ................................................. 139

TABELA 08 – Treinamento e Capacitação continuada ......................................................... 140

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – Secretaria que trabalha ................................................................................. 122

GRÁFICO 02 – Motivação em trabalhar na Organização .................................................... 123

GRÁFICO 03 – Satisfação com o salário atual ...................................................................... 124

GRÁFICO 04 – Considera sua remuneração adequada ........................................................ 125

GRÁFICO 05 – Defasagem remuneração PMTM ................................................................ 126

GRÁFICO 06 – Principais fatores motivacionais ................................................................. 127

GRÁFICO 07 – Relacionamento entre os colegas para alcançar metas ................................ 128

GRÁFICO 08 – Desempenho da Organização para motivar a equipe .................................. 129

GRÁFICO 09 – A Organização procura valorizar a figura humana ..................................... 130

GRÁFICO 10 – Facilidade de acesso e clareza nas informações .......................................... 131

GRÁFICO 11 – Condições ambientais do local de trabalho ................................................. 132

GRÁFICO 12 – Qualidade de vida no trabalho .................................................................... 133

GRÁFICO 13 – Preocupação da Organização em treinamento e capacitação ....................... 134

GRÁFICO 14 – Os treinamentos oferecidos satisfazem suas necessidades ......................... 135

GRÁFICO 15 – As informações passadas nos cursos têm aplicabilidade na sua prática

diária.... ................................................................................................................................... 136

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AERH – Administração Estratégica de Recursos Humanos

BPC – Benefício de Prestação Continuada

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CRAS – Centros de Referência da Assistência Social

CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social

DO – Desenvolvimento Organizacional

DRH – Divisão de Recursos Humanos

GP – Gabinete do Prefeito

MG – Minas Gerais

PG – Procuradoria Geral

PMTM – Prefeitura Municipal de Três Marias

QVT – Qualidade de Vida no Trabalho

RH – Recursos Humanos

SECETUR – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Esporte, Turismo e

Cultura

SEFAZ – Secretaria Municipal da Fazenda

SEMAD – Secretaria Municipal de Administração

SEMAGRI – Secretaria Municipal de Agricultura

SEMAPS – Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social

SEMEC – Secretaria Municipal de Educação

SEMEIA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SEMOBS – Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos

SEPLAN – Secretaria Municipal de Planejamento

SESAU – Secretaria Municipal de Saúde

SUAS – Sistema Único de Assistência Social

SUS – Sistema Único de Saúde

T & D – Treinamento e Desenvolvimento

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SUMÁRIO

1 DADOS DA EMPRESA ...................................................................................................... 29

1.1 Razão Social ...................................................................................................................... 29

1.2 Nome fantasia .................................................................................................................... 29

1.3 Endereço ............................................................................................................................ 29

1.4 Inscrições ........................................................................................................................... 29

1.4.1 Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica .......................................................................... 29

1.5 Forma Jurídica ................................................................................................................. 29

1.6 Capital Social .................................................................................................................... 29

1.7 Objetivos Sociais da Empresa ......................................................................................... 29

1.8 Missão da Empresa ........................................................................................................... 30

1.9 Público Alvo da Empresa ................................................................................................. 30

1.10 Organograma .................................................................................................................. 30

2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO ........................................................................... 31

2.1 Coordenador do Estágio .................................................................................................. 31

2.2 Professor Orientador Teórico.......................................................................................... 31

2.3 Professor Orientador Metodológico................................................................................ 31

2.4 Supervisor de Estágio na Empresa ................................................................................. 31

2.5 Área de Conhecimento do Estágio .................................................................................. 31

3 PROJETO MONOGRÁFICO............................................................................................ 32

3.1 Título .................................................................................................................................. 32

3.2 Tema .................................................................................................................................. 32

3.3 Objetivos ............................................................................................................................ 32

3.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 32

3.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 32

3.4 Problematização................................................................................................................ 32

3.4.1 Hipóteses ......................................................................................................................... 33

3.5 Justificativa ....................................................................................................................... 34

3.6 Resultados Esperados ....................................................................................................... 35

3.7 Metodologia ....................................................................................................................... 36

3.8 Cronograma ...................................................................................................................... 38

3.9 Recursos ............................................................................................................................. 39

3.9.1 Recursos humanos .......................................................................................................... 39

3.9.2 Recursos materiais .......................................................................................................... 39

3.9.4 Valor total dos recursos .................................................................................................. 40

4. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 41

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 43

5.1 Administração Pública ..................................................................................................... 43

5.2 Dificuldades na Gestão Pública ....................................................................................... 45

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6. GESTÃO DE PESSOAS .................................................................................................... 47

6.1 Abordagens Clássicas de Gestão ..................................................................................... 50

6.1.1 Administração Científica ................................................................................................ 50

6.1.2 Princípios Administrativos ............................................................................................. 53

6.2 O papel das pessoas .......................................................................................................... 54

6.3 O papel da administração pública .................................................................................. 55

6.4 Modelo Estratégico de Gestão de Pessoas ...................................................................... 55

7 MOTIVAÇÃO ..................................................................................................................... 60

7.1 Conceitos ........................................................................................................................... 61

7.2 Teorias Motivacionais ...................................................................................................... 64

7.2.1 Teoria das Necessidades Humanas de Maslow ............................................................. 65

7.2.2 Teoria dos dois Fatores de Herzberg ............................................................................. 67

7.2.3 Teoria da Expectação de Vroom .................................................................................... 69

7.3 Motivação nas organizações ............................................................................................ 71

7.4 Motivação no Setor Público ............................................................................................. 74

8 CULTURA ORGANIZACIONAL .................................................................................... 77

8.1 Valores compartilhados ................................................................................................... 80

8.2 Conceito de Cultura ......................................................................................................... 81

8.3 Desenvolvimento Organizacional .................................................................................... 84

9 MODELO DE EXCELÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA ............................................... 87

9.1 Desafio da gestão de pessoas no setor público ................................................................ 90

9.2 Qualidade de Vida ............................................................................................................ 92

9.3 Clima organizacional ........................................................................................................ 94

9.4 Treinamento e Desenvolvimento ..................................................................................... 96

9.4.1 Treinamento .................................................................................................................... 98

9.4.2 Desenvolvimento ............................................................................................................. 99

9.5 Satisfação e Produtividade ............................................................................................. 102

10 ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS MARIAS .......... 106

10.1 Origem e Caracterização do Município de Três Marias........................................... 106

10.2 Histórico da organização ............................................................................................. 106

10.3 Competências das secretarias e órgãos de assessoramento ...................................... 108

10.3.1 Secretaria Municipal de Administração .................................................................... 108

10.3.2 Secretaria Municipal de Agricultura ......................................................................... 108

10.3.3 Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social .......................................... 109

10.3.4 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Esporte, Turismo e Cultura

................................................................................................................................................ 109

10.3.5 Secretaria Municipal de Educação ............................................................................ 110

10.3.6 Secretaria Municipal da Fazenda .............................................................................. 111

10.3.7 Secretaria Municipal de Meio Ambiente ................................................................... 111

10.3.8 Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos .................................................. 112

10.3.9 Secretaria Municipal de Saúde .................................................................................. 112

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10.3.10 Secretaria Municipal de Planejamento ................................................................... 113

10.3.11 Gabinete do Prefeito ................................................................................................. 113

10.3.12 Procuradoria Geral do Município ........................................................................... 114

10.4 Análise geral da PMTM ............................................................................................... 114

10.5 Metodologia da pesquisa .............................................................................................. 116

10.5.1 Etapas do trabalho ...................................................................................................... 117

10.5.2 Limitações da pesquisa ............................................................................................... 119

10.6 Análise dos dados .......................................................................................................... 119

10.7 Descrição da amostra ................................................................................................... 119

10.7.1 Perfil dos Servidores públicos .................................................................................... 120

10.7.2 Aspectos Motivacionais .............................................................................................. 123

10.7.3 Fatores Higiênicos ...................................................................................................... 128

10.7.4 Aspectos de Satisfação, qualidade de vida e treinamento ......................................... 131

11 PROPOSTAS DE MELHORIA ..................................................................................... 137

12 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 141

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 143

APÊNDICE ........................................................................................................................... 150

ANEXOS ............................................................................................................................... 154

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1 DADOS DA EMPRESA

1.1 Razão Social

Prefeitura Municipal de Três Marias

1.2 Nome fantasia

Prefeitura Municipal de Três Marias

1.3 Endereço

Praça Castelo Branco - 03, Centro.

1.4 Inscrições

1.4.1 Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CNPJ: 17.695.008/0001-12

1.5 Forma Jurídica

Empresa Pública, regida pelo Regime Estatutário.

1.6 Capital Social

Não possui

1.7 Objetivos Sociais da Empresa

Ser referência em gestão pública, com bases alicerçadas, turismo consolidado e

equilíbrio sócio-ambiental.

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1.8 Missão da Empresa

Fazer a diferença na gestão pública para servir a população, assegurar os direitos

através de políticas públicas igualitárias e promover o desenvolvimento sustentável de Três

Marias.

1.9 Público Alvo da Empresa

Os servidores públicos municipais e a população Trimariense como um todo.

1.10 Organograma

Figura 1- Organograma da Prefeitura Municipal de Três Marias.

Fonte: Prefeitura de Três Marias, 2004.

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2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO

2.1 Coordenador do Estágio

Prof. Adm. Me. Fernando Antônio Antunes.

2.2 Professor Orientador Teórico

Prof. Adm. Me. Fernando Antônio Antunes.

2.3 Professor Orientador Metodológico

Prof. Espec. Geraldo Benedito Batista de Oliveira.

2.4 Supervisor de Estágio na Empresa

Sonaly Tatiane Matoso Barbosa Dias.

2.5 Área de Conhecimento do Estágio

Administrativa - Recursos Humanos.

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3 PROJETO MONOGRÁFICO

3.1 Título

A ESTRATÉGIA MOTIVACIONAL COMO FATOR DE EXCELÊNCIA NA

GESTÃO PÚBLICA: Um Estudo de Caso na Prefeitura de Três Marias

3.2 Tema

Gestão de Pessoas

3.3 Objetivos

3.3.1 Objetivo Geral

Mensurar o grau de motivação e analisar os fatores que influenciam na motivação dos

servidores públicos efetivos da Prefeitura de Três Marias - MG.

3.3.2 Objetivos Específicos

analisar a influência da motivação no desenvolvimento do servidor;

verificar a qualidade de vida no setor público;

propor treinamento e capacitação continuada;

sugerir uma política de relacionamento com os servidores.

3.4 Problematização

O presente estudo aborda o tema motivação como fator de excelência na gestão

pública e qual a contribuição que os programas motivacionais podem trazer para a melhoria

da qualidade e produtividade dos servidores públicos.

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Busca-se a descoberta da relação entre motivação, qualidade e produtividade no

trabalho, entretanto sem grande sucesso, devido ao grande número de variáveis

envolvidas. O que tem ocorrido e que qualquer forma de movimentação de pessoas,

independentemente de sua origem ou finalidade, seja chamada de motivação.

(BERGAMINI, 1998, p. 11).

Considerando o número de servidores efetivos da Prefeitura de Três Marias, faixa de

920, recrutados pelo regime estatutário que ganham estabilidade depois de 03 anos de

exercício efetivo do cargo, as distintas funções exercidas, a diferença de vantagens concedidas

aos servidores nas diversas secretarias, gerou um quadro de funcionários acomodados e sem

motivação para inovar e melhorar a prestação de seus serviços. Além da tentativa de motivar

os servidores esbarrar em uma estrutura pouco flexível e na inexistência de diretrizes gerais

para o desenvolvimento contínuo dos mesmos, o que faz perpetuar a imagem burocrática e

ineficiente que tem não só o setor de RH como todos os outros órgãos que formam a

Administração Pública.

Os efeitos causados pela desmotivação no ambiente de trabalho podem gerar graves

problemas tanto para a Prefeitura quanto para as pessoas que nela trabalham. A Prefeitura

pode sofrer perda em seu padrão de atendimento, qualidade e produtividade, enquanto que por

parte dos servidores, as consequências são relacionadas às questões de saúde física e mental,

como o stress, o absenteísmo (licença sem vencimento, afastamento, etc.) à queda na

produtividade e no desempenho do trabalho.

Segundo Bowditch e Buono (1999), um dos principais desafios no estudo do

comportamento humano no ambiente de trabalho é compreender por que algumas pessoas se

esforçam ao máximo no desenvolvimento de suas atividades, enquanto outras fazem apenas o

mínimo necessário.

Neste sentido e a partir da referência acima citada, a problemática a ser explorada se

fundamenta na: Identificação de elementos motivadores ou desmotivadores dos servidores

públicos municipais efetivos no ambiente de trabalho, verificando se há relação entre a

motivação dos mesmos e o sucesso da organização, no que tange a excelência na prestação de

serviços á sociedade como um todo.

3.4.1 Hipóteses

As pessoas, por apresentarem diferenças e serem diferentes entre si, comportam-se

com a própria personalidade e motivação de formas variadas. Em razão disso, motivar pessoas

no trabalho não é uma tarefa fácil.

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A Prefeitura encoraja iniciativas, faz avaliações de desempenho de forma que os

servidores se sintam valorizados?

Como a Prefeitura pode criar um ambiente motivador, onde os servidores busquem

satisfazer suas necessidades próprias?

3.5 Justificativa

A realização deste estudo justifica-se em função de compreender e identificar os

fatores que podem gerar a motivação ou desmotivação dos servidores públicos municipais

efetivos da Prefeitura de Três Marias, de modo que após esta verificação, sugerir meios que

satisfaçam, capacite e melhore o ambiente laboral. Com o servidor satisfeito e motivado, as

metas e diretrizes de gestão tendem a ser atingidas com mais facilidade e eficácia, melhorando

rotinas e qualificando a prestação de serviços à população.

Motivação é um processo endógeno nos indivíduos, em que cada um desenvolve

―forças motivacionais distintas em momentos distintos‖ e também reconhecer que

estas forças afetam diretamente a maneira de encarar o trabalho e suas próprias

vidas. [...] Uma vez entendido o processo como tal, todos os lideres da estrutura

devem sintonizar-se em uníssono para que o acorde seja perfeito. (MARRAS, 2009,

p. 277).

Na Gestão pública, administrar não significa apenas prestar e executar serviços, mas

dirigir e governar buscando o bem comum e a satisfação do coletivo. Para tanto, é preciso que

toda a estrutura administrativa esteja em harmonia, e, para além do simples cumprimento dos

ditames legalistas e burocráticos, procure satisfazer, de forma planejada, ordenada e contínua

além das necessidades dos cidadãos os anseios dos servidores municipais. Para Tachizawa,

Ferreira e Fortuna (2001, p. 244), ―Somente o individuo motivado estará disposto a se

comprometer com os objetivos da empresa [...]‖. Tal compreensão poderia certamente levar à

obtenção de grande poder, uma vez que permitiria o controle do comportamento.

Foi observada a valorização, gestão de pessoas e clima organizacional, bem como a

administração pública, para, assim, analisar quais fatores organizacionais que influenciam na

satisfação e na motivação. Compreendendo que a motivação origina-se no interior de cada

pessoa, mas sem esquecer que as influências internas do ambiente de trabalho também

condicionam o comportamento e interferem no grau de motivação dos servidores públicos

municipais efetivos. De acordo com Araújo e Garcia (2009, p. 54) ―Que não é possível

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35

motivar quem quer que seja, pois as pessoas já trazem dentro de si expectativas pessoais que

ativam ou não determinado tipo de busca de objetivos‖.

Considerando que a administração pública vem mudando muito, buscando a satisfação

do cidadão e os usuários dos serviços públicos, voltada para resultados e eficácia

organizacional, é fundamental que os servidores que dão esta sustentação estejam

comprometidos e motivados.

3.6 Resultados Esperados

O resultado esperado neste estudo de caso é mostrar que a motivação é uma mola

propulsora para o desempenho dos servidores, sabendo que os pilares de uma organização são

as pessoas, surge então, necessidade de tornar as organizações sensibilizadas e atentas quanto

à importância das pessoas, pois na Gestão Pública, elas são o cartão de visitas do Município.

Dependendo da maneira que são tratadas, incentivadas, motivadas garantirão eficiência e

qualidade na execução de sua função. Com os servidores motivados a Prefeitura de Três

Marias, juntamente ao Município, obterão resultados satisfatórios, excelência no clima

organizacional e gestão pública além de formar equipes comprometidas com o Município,

―[...] para uma mudança de mentalidade na busca de uma gestão mais participativa‖.

(DENHARDT, 2004, p.175).

Neste contexto, os resultados esperados são:

a) atendimento eficiente para melhores resultados à população;

b) capacitação e treinamento contínuo dos servidores;

c) qualidade de vida ao servidor;

d) integração entre equipes (Divisões e Secretarias Municipais).

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36

3.7 Metodologia

A metodologia adotada no desenvolvimento e embasamento deste projeto a princípio

foi através de levantamento de dados, utilizando procedimentos como pesquisa bibliográfica,

documental, artigos e meios eletrônicos, onde serão pesquisados conceitos e teorias sobre o

assunto em questão.

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já

tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,

jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até

meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais:

filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com

tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. (MARCONI;

LAKATOS, 2010, p. 166).

Posteriormente será aplicado o estudo de caso, visando analisar a situação e percepção

com maior profundidade dos servidores públicos municipais efetivos, em relação ao nível de

motivação e satisfação na Prefeitura Municipal de Três Marias. O problema de pesquisa em

foco é ―A Estratégia Motivacional Como Fator De Excelência Na Gestão Pública‖ a fim de

que, com revisão de literatura e pesquisa, poder fazer descobertas, levantamentos e

questionamentos sobre o contentamento dos funcionários públicos até então ignorados.

Pois, o estudo de caso permite a retenção de características holísticas e significativas

dos eventos da vida real, comportamento dos grupos, processos organizacionais e

administrativos.

Segundo Yin (2010, pag. 58), para o estudo de caso é essencial o desenvolvimento da

teoria como parte da fase do projeto, caso o estudo de caso subsequente seja desenvolver ou

testar a teoria. Assim, a pesquisa proporcionará orientação na coleta e nas estratégias para

análise dos dados.

Também, será aplicada pesquisa de campo, onde serão distribuídos para servidores e

suas respectivas chefias imediatas questionários e entrevistas, que buscam colher informações

relevantes, onde através da análise e tabulação dos dados, evidenciará respostas para a

situação do assunto abordado.

De acordo com Gil (1999, p. 130), questionário é uma técnica de investigação

composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às

pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,

expectativas, situações vivenciadas.

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O questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade. Se for muito longo,

causa fadiga e desinteresse; se curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes

informações. [...] Deve estar acompanhado por instruções definidas e notas

explicativas, para que o informante tome ciência do que se deseja dele. O aspecto

material e a estética também devem ser observados. (MARCONI; LAKATOS, 2010,

p. 186).

A pesquisa qualitativa, que possui como estratégia metodológica o estudo de caso,

igualmente será de grande valia na elaboração deste projeto. A pesquisa qualitativa se

preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado, respondendo a questões

bastante particulares, como a percepção do servidor sobre a empresa e quais fatores devem ser

evidenciados para melhoria da qualidade e satisfação dos mesmos na prestação de serviços.

Este método garante a precisão dos resultados, evita distorções de análise e interpretação,

além de possibilitar uma margem de segurança quanto às interferências.

[...] trabalha com o universo de significados, motivações, aspirações, crenças,

valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos

processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de

variáveis. (MINAYO, 2004, p. 22).

Já o método quantitativo tem como foco principal a identificação de fatores que

determinam ou contribuem para a ocorrência dos de fatores que influenciam a desmotivação

do servidor, a qualidade na prestação de serviços e o relacionamento interpessoal, o que

significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.

Sendo também objetivo do presente estudo, a identificação de relações entre a

motivação dos funcionários e o sucesso da organização pública, na busca da excelência na

prestação de serviços, características estas da pesquisa descritiva ―visa descrever as

características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações

entre variáveis‖ (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p. 28) a fim de identificar,

descrever e analisar os servidores e o fenômeno motivacional na organização.

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38

3.8 Cronograma

Quadro 1 – Cronograma

ATIVIDADES

ETAPAS/MÊS

ANO 2014

1º SEMESTRE 2º SEMESTRE

Fev

Ma

r

Ab

r

Ma

io

Ju

n

Ju

l

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez

DESENVOLVIMENTO PROJETO TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO

Pesquisa bibliográfica X X X

Leitura X X X X X

Escolha do tema X

Metodologia X X X

Elaboração do projeto X X X X

Revisão Gramatical X X

Entrega do projeto X

Qualificação X

DESENVOLVIMENTO MONOGRAFIA

Desenvolvimento da

Monografia X X X X

Aplicação questionário X X X

Análise/ Tabulação X

Revisão geral X X

Redação final X X

Apresentação da

Monografia X

Fonte: Elaborado pela autora

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39

3.9 Recursos

3.9.1 Recursos humanos

Tabela 1 – Recursos humanos

ATIVIDADE RESPONSÁVEL CUSTO R$

Orientador do Projeto Me. Fernando Antônio Antunes 0,00

Orientador Metodológico Prof. Geraldo B. B. de Oliveira 0,00

Orientadora do Estágio RH Sonaly Tatiane Matoso Barbosa Dias 0,00

Correção ortográfica

Português/Inglês

Elaboração do Projeto

Edvalda Vicente de Souza

Cristiane Lopes de Souza

0,00

0,00

Fonte: Elaborado pela autora

Os recursos humanos deste projeto se resumem no comprometimento, dedicação e

empenho de todas as pessoas envolvidas direto e indiretamente na colaboração da elaboração

deste trabalho monográfico, a fim de se obter o resultado esperado.

3.9.2 Recursos materiais

Tabela 2 – Recursos materiais

Quant. Especificação Custo Un. R$ Valor total R$

03 Pct folha A4 – 500 Um 13,80 41,40

02 Pastas Suspensas 2,50 5,00

01 Notebook Samsung 1.890,00 1.980,00

Total 2.026,40

Fonte: Elaborado pela autora

Recursos materiais foram os recursos empregados na elaboração, desenvolvimento e

execução deste projeto monográfico.

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3.9.3 Recursos financeiros

Tabela 3 – Recursos financeiros

Quant. Unid. Especificação Valor unit. (R$) Valor total (R$)

60 Litros Gasolina 3,10 186,00

03 Un Encadernação 3,00 9,00

Correção ortográfica

Despesas diversas

150,00

150,00

150,00

150,00

Total 495,00

Fonte: Elaborado pela autora

3.9.4 Valor total dos recursos

Tabela 4 – Total dos recursos

Setores Sub total (R$)

Recursos humanos 0,00

Recursos de materiais 2.026,40

Recursos de financeiros 495,00

Total geral 2.521,40

Fonte: Elaborado pela autora

Somatória de todos os recursos empregados para conclusão do projeto.

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4. INTRODUÇÃO

O presente estudo de caso aborda como tema a motivação dos funcionários públicos

como fator importante para o sucesso de uma Organização de Gestão Pública. Entendendo

que o comprometimento do funcionário com a organização é a base para o sucesso no que

tange a excelência na prestação de serviços.

A motivação tem sido um dos temas mais estudados em gestão de pessoas e mesmo

assim permanece sendo um dos temas mais preocupantes para as organizações devido a sua

complexidade.

A motivação é influenciada pela idade, por circunstâncias pessoais, pela fase que a

pessoa está atravessando na vida e em sua carreira do momento, entretanto isso não

é tudo. O ambiente externo também afeta a motivação, nos períodos de recessão

econômica, estabilidade no emprego é apontado com muita frequência.

(MONTANA; CHARNOV, 2003, p. 234).

Nas Organizações privadas, pela busca de ascensão profissional, cautela com o

emprego e acima da competitividade no mercado é perceptível o crescente desempenho

laboral de seus colaboradores, já nas empresas do ramo público como a Prefeitura Municipal

de Três Marias aqui estudada, os funcionários efetivos usufruem do privilégio da estabilidade,

asseguradas pelo estatuto que rege o os servidores públicos municipais, os quais recrutados

mediante concurso, tornando-se vinculados a um regime estatutário, no qual lhes asseguram a

permanência fixa do emprego, com remota possiblidade de demissão.

Subtende-se que a estabilidade aferidos aos servidores públicos efetivos, pode

configurar um dos fatores relacionados à baixa produtividade e motivação habitualmente

impostos a gestão pública. Então é de suma importância o gestor conhecer e aprimorar os

elementos motivadores em seu ambiente de trabalho. Assim como detectar pontos que causam

a desmotivação e neutralizá-los.

Administração Pública passa a ser entendida como se referindo aos interesses dos

cidadãos (Interesse público primário) e não aos interesses da máquina administrativa

(Interesse público secundário). Em razão disso, os recursos humanos, materiais e

financeiros de que dispõe a Administração Pública devem ser utilizados em

beneficio do cidadão para se obter melhor qualidade e eficiência na prestação de

serviços. (PIETRO, 1999, p. 30).

Se os temas motivação e satisfação são fundamentais para a gestão de recursos

humanos na iniciativa privada, não poderia ser diferente na administração pública, mesmo que

tenham características peculiares e muito distintas. Segundo Faller (2004) uma nova gestão

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pública é necessária para que o Estado possa cumprir sua função de melhorar a qualidade de

vida e responder ao cidadão-cliente de modo a satisfazê-lo, o que sem dúvida decorre por

funcionários motivados que prestarão melhores serviços.

Outro fator, é que a organização pública, diferentemente da privada, tem por

finalidade atender aos mais variados interesses da coletividade, essenciais à ordem social e

econômica. Assim, ela destina seus objetivos e ações ao cliente-cidadão, que manifesta suas

necessidades e escolhas por ser detentor de direitos e deveres pautados na constituição.

Com a contextualização teórica, colocou-se em ênfase o objetivo do estudo de caso,

que é mensurar o grau de motivação e a satisfação dos servidores públicos da Prefeitura

Municipal de Três Marias.

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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta etapa será desenvolvida a revisão da literatura, com o objetivo de apresentar as

teorias de diversos autores em relação à administração pública, gestão de pessoas, clima

organizacional e, principalmente sobre motivação e satisfação no trabalho e a

representatividade destes fatores na saúde da Prefeitura de Três Marias e dos servidores

municipais.

5.1 Administração Pública

Para melhor compreensão do campo de aplicação do presente trabalho, será feita, a

seguir, uma breve apresentação do sentido da expressão ―administração pública‖.

O verbo administrar significa gerir, zelar. O adjetivo público pode ter o significado de

Poder Público, mas também pode ser associado à ideia de coletividade ou ao público em

geral.

Pietro (2006) afirma que, em sentido objetivo, a Administração Pública pode ser

definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve sob regime jurídico de

direito público, para consecução dos interesses coletivos. A administração pública pode ser

caracterizada basicamente, por ser orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados,

pressupondo-se que servidores e funcionários públicos buscam juntos o mesmo resultado, o

bem comum do cidadão.

O termo gestão pode ser compreendido como sinônimo de administração.

Administrar, por sua vez, constitui um processo complexo com diversas definições possíveis.

Uma delas, e talvez a mais simples, é: executar de forma contínua e virtuosa o processo

administrativo Bergue (2007, p. 17).

Nesse sentido, administrar é ministrar, governar ou reger negócios particulares ou

públicos, buscando lucro ou atendendo às necessidades da população. Segundo Meirelles

(2004, p. 84), ―[…] em sentido lato, administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a

finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias.‖

Segundo Camargo (2010, p. 40), ―a origem da administração pública decorre da

importação de mecanismos utilizados pelos agentes privados em suas atividades para obter

lucro‖. Foram adaptados alguns fundamentos da administração privada para sua execução na

gestão pública. Portanto, adota-se uma concepção econômica, com ênfase na eficiência,

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avaliação de custos, produtividade e na definição do cidadão como um cliente a ser atendido

com rapidez e qualidade.

A administração é o instrumento que o Estado dispõe para realizar suas políticas de

governo, e a modernização da administração pública é o processo contínuo no qual modelos

são constantemente implantados na expectativa de que a estrutura governamental possa

atender de forma eficiente e eficaz às demandas sociais.

Pietro (2003, p. 46) aborda a administração pública sob três aspectos:

Sob o aspecto subjetivo, a Administração Pública é o conjunto de órgãos e pessoas

jurídicas; sob o aspecto objetivo, compreende as atividades do Estado destinadas à

satisfação concreta e imediata dos interesses públicos; e, sob o aspecto formal, é a

manifestação do poder público decomposta em atos jurídico-administrativos dotados

da propriedade da auto-executoriedade, ainda que de caráter provisório.

A administração pública abrange o conjunto das pessoas coletivas públicas e também

os órgãos que exercem atividades administrativas, sempre em nome do interesse coletivo. De

acordo com Meirelles (2004, p. 64), o conceito de administração:

Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções

necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o

desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado ou

por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a

Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à

realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.

Alguns princípios administrativos devem nortear a atividade dos administradores

públicos e seus servidores, trazendo para o campo pragmático as exigências e anseios da

consciência coletiva.

O princípio da legalidade se aplica normalmente à administração pública, de forma

rigorosa e especial, norteando o administrador público a fazer somente o que estiver

expressamente autorizado em lei, pois é permitido apenas realizar o que a lei não proíbe.

O princípio de impessoalidade impõe a prática do ato para o seu fim legal, tendo como

objetivo o interesse público. Ele veda a prática de ato administrativo sem interesse público ou

conveniência para a administração.

Pelo princípio da moralidade administrativa, não bastará ao administrador o estrito

cumprimento da legalidade no exercício de sua função pública, mas também respeitar os

princípios éticos da razoabilidade e justiça, pois a moralidade constitui a partir da constituição

de 1988, pressuposto de validade de todo ato da administração pública.

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O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com

presteza, perfeição e rendimento funcional, para obtenção de resultados positivos ao serviço

público e atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.

No que diz respeito à Administração Pública, a ideia é transformá-la de administração

pública burocrática, rígida, ineficiente, voltada para si própria e controle interno, para uma

administração pública gerencial, flexível e eficiente voltada para o atendimento do cidadão.

Segundo Pietro (1999, p. 40):

A eficiência da administração pública – a necessidade de restringir custos e

aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário – torna-se

essencial. A reforma do aparelhamento do Estado passa a ser orientada

predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade de prestação de serviços

públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações.

Evidencia-se que o caminho a ser trilhado pelos gestores públicos parece apontar para

a capacitação técnica e humana dos servidores e gestores, com o objetivo de se alcançar

efetividade e excelência na gestão pública.

A administração pública, como qualquer organização, gera produtos, esses produtos

são bens e serviços postos à disposição da população. Quando os bens e os interesses são da

coletividade, a administração é pública, devendo visar o bem comum em benefício da

coletividade. Meirelles (2000, p. 78-79) define administração pública como todo ―o aparelho

de Estado preordenado a realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades

coletivas‖.

As pessoas que integram os quadros da Administração Pública têm papel fundamental

no processo de concretização de uma boa administração e de eficiência.

Como a Gestão Pública deve proceder para atingir essa ―Excelência e Eficiência‖, no

quadro de servidores públicos municipais?

5.2 Dificuldades na Gestão Pública

A administração de recursos humanos necessita implantar um sistema de incentivos

para o profissional, pois é evidente a falta de uma política de formação, capacitação

permanente e remuneração coerente com o exercício da função pública.

Desenvolver recursos humanos não significa uma ação periódica de aprimorar o

desempenho do exercício de certa função, mas um processo individual, grupal e

organizacional permanente de autocrítica, descoberta e atualização do potencial de

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criatividade e realização humana em seus diversos níveis de manifestação. A dificuldade das

organizações públicas em atraírem e manterem profissionais capazes de atender demandas

exigentes e com qualidade é um dilema que atinge diretamente ao alcance dos objetivos

organizacionais. E é por isso que deve ser encarado como a pedra fundamental na estratégia

política e organizacional da reforma administrativa. (MADUREIRA, 2005).

Segundo Dutra (2009, p. 29), a atuação da área de Gestão de Pessoas, numa concepção

estratégica tem como premissa básica, a geração de comprometimento, que demanda tempo,

estratégias adequadas e constante avaliação, com a adoção de medidas corretivas. Com raras

exceções, as organizações públicas apresentam problemas graves em termos conjunturais e

estruturais, que resulta, como bem salienta (VIEIRA et al, 2011, p. 7), em ―um clima de

desmotivação, insatisfação, desânimo‖. A autora aponta alguns desses problemas:

a) Incapacidade financeira da entidade estatal para a realização de novos

investimentos urgentes e inadiáveis; b) Falta de efetividade organizacional, gerencial

e estratégica da entidade estatal, em razão, entre outros aspectos, da interferência

politica, da descontinuidade na sua administração, e da fragilidade do poder

institucional vinculado ao clientelismo e corporativismo; c) Vácuos tecnológicos e

ameaça de sucateamento das instalações, em razão das baixas taxas de investimento

liquido verificadas. (VIEIRA et al, 2011, p. 7).

O quadro de pessoal das organizações públicas deve ser composto de indivíduos que

possuam conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a prestação dos serviços

públicos. Os profissionais de recursos humanos exercem papel fundamental na organização,

devendo utilizar meios adequados para a locação das pessoas, bem como a identificação de

capacitação, reciclagem e treinamento dos servidores.

[…] tendo em vista as peculiaridades dos processos seletivos das organizações

públicas, conduzidos com o objetivo de elevar seus níveis de efetividade, é mister

definir metodologias que permitam a elaboração de estratégias de recrutamento

eficazes. (PIRES, 2005, p. 23).

É preciso que as organizações públicas busquem, além da seleção por meio de provas

e comprovação de títulos, outras formas de avaliação, procurando identificar as competências

interpessoais, estratégicas e gerenciais de cada candidato. Essa nova maneira de avaliar

objetivaria contar com servidores aptos a desempenhar suas funções, além da motivação em

suas carreiras. As pessoas que integram os quadros da Administração Pública têm papel

fundamental no processo de concretização de uma boa administração, ou da eficiência.

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6. GESTÃO DE PESSOAS

A administração pública tem nos princípios constitucionais de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, seu norteador para buscar soluções

práticas para as exigências e anseios da coletividade.

Nesse sentido, a gestão de pessoas na área pública tem um papel estratégico, pois visa

ao alinhamento entre os objetivos estratégicos da organização pública e às políticas de

desenvolvimento de pessoas.

As organizações públicas têm sido forçadas a encontrar maneiras de competir com o

setor privado no recrutamento dos poucos talentos remanescente no mercado. Por

razões políticas, uma organização pública não pode oferecer salários extremamente

altos e ―incentivos‖ exorbitantes. Uma organização pública pode, por outro lado,

estimular um sentimento de orgulho no serviço público e fazer investimentos ativos

no desenvolvimento pessoal e profissional de um indivíduo [...]. (COELHO, 2004,

p. 104).

Ao se referir à gestão de pessoas no setor público, Bergue (2007, p. 18) a define como

―[…] esforço orientado para o suprimento, a manutenção e o desenvolvimento de pessoas nas

organizações públicas, em conformidade com os ditames constitucionais e legais, observadas

as necessidades e condições do ambiente em que se inserem.‖

A empresa que opta pela gestão de pessoas certamente obterá resultados benéficos a

sua saúde organizacional, aumentando a produtividade, garantindo a sobrevivência do

negócio e propiciando satisfação aos empregados.

A gestão de pessoas é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas,

empregados, funcionários, recursos humanos, talentos ou qualquer denominação

utilizada para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. Os nomes como

departamento de pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimento

de talentos, capital humano ou intelectual, são utilizados para descrever a unidade,

departamento ou equipe relacionado como a gestão de pessoas, sendo cada qual

refletindo na maneira de lidar com as pessoas. (CHIAVENATO, 2004, p. 10).

O objetivo do sistema de gestão de pessoas é auxiliar as organizações a desenvolverem

competências diferenciadas e a conquistar consistentemente um desempenho melhor e o

crescimento e desenvolvimento da organização e das pessoas que nela trabalham.

A gestão de pessoas não pode ser vista isoladamente das demais áreas que envolvem a

administração pública, necessita de planejamento para desenvolver não apenas a parte

burocrática que lhe cabe, mas também para articular mecanismos de desenvolvimento e

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capacitação dos servidores, propiciando melhorias na qualidade de trabalho e no atendimento

à população.

Dutra (2009, p. 21) apresenta um conceito contemporâneo, afirmando que ―[…] gestão

de pessoas consiste na capacidade de mobilizar os colaboradores para o alcance dos objetivos

organizacionais.‖ Isso é possível quando os gestores possuem conhecimento da função que

exercem, em aspectos, como avaliação, progressão, capacitação e também na política de

remuneração, pois isso tudo propicia uma parceria entre a organização e os funcionários.

A gestão de pessoas envolve várias ações previamente planejadas das necessidades

entre a organização e as pessoas. O objetivo do sistema de gestão de pessoas é auxiliar as

organizações a desenvolverem competências diferenciadas e a conquistar consistentemente

um desempenho melhor e o crescimento e desenvolvimento da organização e das pessoas que

nela trabalham.

As pessoas podem aumentar ou diminuir as forças e fraquezas de uma organização

dependendo da maneira como são tratadas, podendo ser fonte de sucesso ou fonte de

problemas, para que os objetivos da gestão de pessoas sejam alcançados é necessário que as

pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia organizacional.

O desempenho de uma organização depende das pessoas que a compõem, da forma

como elas estão organizadas, estimuladas e capacitadas, além do ambiente em que trabalham.

Sabe-se que a gestão deve estar orientada para resultados, com mecanismos que levem aos

objetivos traçados.

Segundo Ribeiro (2007, p. 3), a ―[…] gestão de pessoas é uma área ou departamento

da organização que se ocupa com um conjunto de atividades relacionadas às pessoas. Não há

organização sem pessoas.‖

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), afirmam que a gestão de todo o processo da

empresa é desenvolvida pelas pessoas cujas atitudes, conhecimentos e comportamentos são

variáveis de desempenho importante que influenciam o trabalho.

As organizações e o trabalho estão incluídos na vida dos seres humanos desde a sua

criação. Lidar com pessoas nas organizações tem sido uma responsabilidade que atualmente,

se reveste de uma complexidade muito maior do que há poucos anos atrás. De alguma forma,

todos nós estamos ligados a uma organização de forma direta ou indireta. E se por algum

motivo não estão desempenhando o seu trabalho da melhor maneira possível cabe aos

profissionais da área observar o que está acontecendo e buscar soluções adequadas para

resolver.

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Para Lacombe (2005), as pessoas são os atores das organizações. São elas que tomam

as decisões em nome das melhorias desejadas. São também agentes econômicos que tem

como objetivo maximizar sua satisfação.

Portanto as atividades econômicas e administrativas são conduzidas por pessoas, que

procuram satisfazer suas necessidades, desejos e até mesmo seus caprichos e se essas pessoas

não estiverem motivadas seus resultados talvez não atinjam os objetivos desejados por todos.

A literatura sobre gestão de pessoas na área privada é bastante ampla, no entanto

aquela específica para a gestão de pessoas na área pública é escassa e dispersa.

Sabe-se que por muito tempo a gestão de pessoas no setor público brasileiro se pautou

apenas pela realização de atividades operacionais, não existindo diretrizes claras para as

políticas de recursos humanos, além de que muitos dos resultados se perderam devido à falta

de objetivos, de participação e capacitação, pois a mudança exige grande discussão e elevado

nível de comprometimento que nem sempre é visto como melhoria.

A tendência atual é fazer com que cada pessoa deva conscientizar-se de que ela deve

ser o elemento de diagnóstico e de solução de problemas para obter uma melhoria contínua de

seu trabalho dentro da organização.

Conforme Cabrera (2008, p.18):

A gestão de pessoas teve que evoluir da gestão de um vínculo simples para a gestão

de uma coleção de trocas simbólicas, teve que entender a evolução das pessoas de

trabalhadores organizacionais para trabalhadores do conhecimento e teve que

aprender a trabalhar com um novo modelo de avaliação.

Segundo o mesmo autor (2008, p.19) ―a área de gestão de pessoas não deve ser

conhecida pelo que faz, mas sim pelos resultados que entrega e que aumentam a

competitividade da empresa e pela contribuição para criar valor para os clientes, acionista e

empregado.‖

O quadro de pessoal das organizações públicas deve ser composto de indivíduos que

possuam conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a prestação dos serviços

públicos. Os profissionais de recursos humanos exercem papel fundamental na organização,

devendo utilizar meios adequados para a locação das pessoas, bem como a identificação de

capacitação, reciclagem e treinamento dos servidores.

Nesse contexto, a gestão de pessoas busca atingir a satisfação e motivação dos

funcionários e que, acima de tudo, os empregados devem receber um tratamento de acordo

com os valores que a organização representa.

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6.1 Abordagens Clássicas de Gestão

O estudo das Abordagens Clássicas de Gestão inicia-se com as abordagens Científica e

posteriormente os Princípios Administrativos, associando cada um com uma pessoa na

história do pensamento gerencial. É importante conhecer esses termos, pois eles continuam

amplamente utilizados nas conversas de gestão nos dias atuais. A abordagem clássica

compartilha da concepção de que as pessoas no trabalho agem de uma maneira racional que

visam oportunidades e que façam o que for necessário para obter maior ganho pessoal e

financeiro possível.

Figura 2- Principais ramos da abordagem clássica de gestão.

Fonte: Elaborado pela autora conforme (SCHERMERHORN, 2011, p. 29).

6.1.1 Administração Científica

No inicio do século XX, a Administração surge como uma ciência que mudaria a

forma de gerenciar e supervisionar uma empresa. Schermerhorn, (2011).

A Administração Científica baseava-se na concepção do homo economicus, segundo o

qual o comportamento do homem é motivado exclusivamente pela busca do dinheiro e pelas

recompensas saláriais e materiais do trabalho, onde ele pretende maximizar seus rendimentos

e cujos princípios se basearam na estrutura formal e nos processos das organizações

Surge então a Escola de Administração Científica a qual teve como percussor o

engenheiro americano Frederick Wilson Taylor, que levaria ao extremo suas ideias, bem

como seus valores e crenças para o ‗‗chão de fábrica‖, com o intuito de aumentar a eficiência

industrial, tendo como ferramenta primordial a observação e a mensuração dos tempos e

Abordagens Clássicas

Suposição: Pessoas são racionais

Administração Científica

Frederick Taylor

Princípios Administrativos

Henry Fayol

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movimentos, como forma de elevar os níveis de produtividade por meio das técnicas de

engenharia industrial.

A administração científica enfatiza a seleção cuidadosa e o treinamento dos

trabalhadores, além do suporte da supervisão, também conhecida como Taylorismo, é a teoria

gerencial que analisa e sintetiza os movimentos e tempos gastos em cada tarefa, melhorando a

produtividade do trabalho.

Frederick Taylor explicava que há sempre um método mais fácil e rápido de executar

uma tarefa e isso pôde ser observado quando o autor verificou que os operários aprendiam a

maneira de executar as tarefas do trabalho por meio das observações dos companheiros

vizinhos. Isso demonstrou que com observação e analise de dados à organização poderia

produzir mais, para o patrão e também melhorar ao máximo a prosperidade do empregado.

De acordo com Chiavenato (2011), essa era ficou conhecida como Organização

Racional do Trabalho, que iria substituir métodos de trabalhos empíricos em métodos

científicos.

Segundo Schermerhorn, (2011, p. 30) ―o primeiro princípio de Taylor o estudo do

movimento é a ciência que procura reduzir uma função ou tarefa aos seus movimentos

físicos‖, ou seja a análise do trabalho e do estudo de tempos e movimentos, onde o trabalho é

sistematicamente analisado em toda sua esfera.

Os movimentos desnecessários são eliminados e os movimentos úteis são

simplificados, surgindo assim, o tempo médio que o operário leva para desenvolver uma

tarefa, para que possa chegar ao tempo padrão, com a finalidade de padronizar o método de

trabalho e também o tempo destinado a execução desse trabalho.

Vantagens da Administração Científica:

a) otimização dos movimentos, redução dos tempos de produção;

b) racionalização da seleção e do treinamento;

c) melhoria da eficiência do operário, mais rendimento da produção;

d) distribuição uniforme do trabalho;

e) estabelecimento de base uniforme para salários e prêmios;

f) definição mais precisa do custo unitário.

Nota-se então que, a organização racional do trabalho, não surgiu apenas como mais

uma teoria, mas como uma forma de executar melhor as tarefas do trabalho tendo como

referência a observação no chão de fábrica.

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A obra de Taylor e susceptível de críticas, que não diminuem o mérito e o galardão

de pioneiros e desbravadores da nascente teoria da Administração. Na época, a

mentalidade reinante e os preconceitos, tanto dos dirigentes como dos empregados, a

falta de conhecimento sobre assuntos administrativos, a precária experiência

industrial e empresarial não apresentavam condições propícias de formulação de

hipóteses nem o suporte adequado para elaboração de conceitos rigorosos.

(CHIAVENATO, 2011, p. 65).

Taylor também estabeleceu o conceito de que o ser humano agiria de acordo com o

seu interesse material (―homo economicus‖), ignorando outras fontes de motivação e

simplificando excessivamente os aspectos psicológicos do comportamento.

1. substituição do critério individual do operário por uma ciência;

2. seleção e aperfeiçoamento cientifico do trabalhador, que é estudado, instruído,

treinado e, pode-se dizer, experimentado, em vez de escolher ele os processos e

aperfeiçoar-se por acaso;

3. cooperação íntima da administração com os trabalhadores, de modo que façam

juntos o trabalho, de acordo com as leis científicas desenvolvidas, em lugar de

deixar a solução de cada problema, individualmente, a critério do operário.

(TAYLOR, 2012, p. 43).

Com a aplicação destes novos princípios, em lugar do antigo esforço individual e com

a divisão equânime entre direção e trabalhadores, das partes de cada tarefa diária, a

administração encarrega-se das atribuições para as quais está mais bem aparelhada.

A preocupação de racionalizar as tarefas do trabalho acabou dando origem a quatro

princípios básicos, segundo Taylor (2012) a saber:

1. Princípio de planejamento – Substituir no trabalho a improvisação dos operários por

métodos cientificamente comprovados, onde a improvisação dava lugar ao

planejamento dos métodos de trabalho.

2. Princípio de preparo – Esse princípio tinha como finalidade selecionar

cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e treiná-los para

produzir mais e melhor.

3. Princípio do controle – Controlar o trabalho para certificar de que está sendo

executado de acordo com os métodos estabelecidos.

4. Princípio da execução – Distribuir atribuições e responsabilidades para que a

execução do trabalho seja disciplinada.

Taylor deixa um legado de seguidores de suas teorias como Gilbreth, Ford e tantos

outros que se basearam em seus princípios para que alcançassem êxito na administração da

produção das fábricas.

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Nesse contexto surge na década de 1920 à Engenharia Industrial, que reinaria no chão

das fábricas até o final da década de 1980, quando surge a Teoria das restrições, a qual

explicava que o fluxo de produção possui o seu nível máximo de eficiência determinado pelo

seu ponto de maior ineficiência, ou seja, para melhorar sua produtividade a fábrica precisa

descobrir onde se localiza as restrições e estrangulamento ao longo da cadeia produtiva, em

outras palavras, onde concentra-se o gargalo da fábrica.

6.1.2 Princípios Administrativos

Henry Fayol diferenciava-se de Taylor porque, enquanto Taylor via os processos

administrativos da base para o topo, a análise de Fayol era inversa, de cima para baixo. Sua

visão, da organização, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um

gerente ou diretor.

O mais importante de tudo era que Fayol acreditava que as técnicas de gestão

podiam ser ensinadas. Era muito preocupado com a melhoria da qualidade da gestão,

e estabeleceu uma serie de ―princípios‖ para guiar a ação gerencial. [...] eles incluem

o princípio da cadeia escalar de Fayol – de que deve existir uma linha clara e

ininterrupta de comunicação do topo ate a base de uma organização; princípio da

unidade de comando – cada pessoa deve receber ordens de apenas um chefe; e o

princípio da unidade de direção – alguém deve ser responsável por todas as

atividades que visam alcançar o mesmo objetivo. (SCHERMERHORN, 2011, p.

31).

Motta (2002) disserta que Ford também adotou três princípios básicos para acelerar a

produção, sendo eles:

1. Princípio de intensificação que se baseava na diminuição do tempo de duração com

a utilização imediata dos equipamentos e a colocação dos produtos no mercado.

2. Princípio de economicidade que era reduzir ao mínimo o volume de estoque da

matéria prima em transformação, onde a velocidade de produção deve ser rápida e

eficiente.

3. Princípio de produtividade que tinha como função, aumentar a produção do homem

no mesmo período por meio da especialização da linha de montagem. Nesse caso o

empregado ganha mais e o empresário tem uma maior produção.

Ford também adotou um sistema de controle operacional, bastante simples, baseado

nos desvios padrões normais, onde tudo o que ocorre dentro dos padrões normais não deve

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ocupar demasiadamente a atenção do administrador, pois este deve estar preocupado com os

as ocorrências que se afastam dos padrões.

Chiavenato (2011) acrescenta que apesar de ser bastante criticada a obra de Taylor e

seus seguidores, a mesma forneceu subsídios para a moderna organização do trabalho e

esclarece que:

A obra de Taylor e susceptível de críticas, que não diminuem o mérito e o galardão

de pioneiros e desbravadores da nascente teoria da Administração. Na época, a

mentalidade reinante e os preconceitos, tanto dos dirigentes como dos empregados, a

falta de conhecimento sobre assuntos administrativos, a precária experiência

industrial e empresarial não apresentavam condições propícias de formulação de

hipóteses nem o suporte adequado para elaboração de conceitos rigorosos.

(CHIAVENATO, 2011, p. 65).

Observa-se então que, apesar das críticas veladas à teoria cientifica, seus percussores

erraram tentando acertar, utilizando para isso as ferramentas e conhecimentos adquiridos com

a experiência do chão de fábrica.

De acordo com Motta (2002) a administração científica restringiu-se às tarefas e aos

fatores ligados à função do operário. Muito embora a organização seja constituída de pessoas,

deu-se pouca importância ao fator humano e consequentemente construí-se uma organização

como um arranjo físico estático e também bastante rígido, onde o homem era considerado um

apêndice da máquina, ou seja, da mesma forma que se constrói uma máquina para uma

finalidade, a organização também era construída e idealizada por meio de um projeto, daí a

denominação de ―teoria da máquina‖.

6.2 O papel das pessoas

Um dos impactos mais expressivos das mudanças no ambiente, por parte das

organizações é o aumento da qualificação e de conhecimento exigidos dos profissionais, com

implicação direta na gestão de pessoas e nos modelos utilizados em sua administração.

Cabe às pessoas a gestão de seu desenvolvimento, de sua competitividade profissional

e de sua carreira. As pessoas estão adquirindo consciência de seu papel e passam a cobrar de

si mesmas a gestão de sua carreira, e da empresa as condições objetivas de desenvolvimento

profissional.

As pessoas são depositárias do patrimônio intelectual da empresa, bem como da

capacidade e da agilidade de resposta da organização aos estímulos do ambiente e,

ainda, da capacidade de visualização e exploração de oportunidades de negócio.

(DUTRA, 2001, p. 26).

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O ser humano é um somatório de características e deve ser considerado como um todo.

Da mesma forma é impossível separar por completo as condições emocionais das físicas, ou a

vida profissional da pessoal. Isso é possível quando os gestores possuem conhecimento da

função que exercem, em aspectos, como avaliação, progressão, capacitação e também na

política de remuneração, pois isso tudo propicia uma parceria entre a organização e os

funcionários.

6.3 O papel da administração pública

Cabe às empresas criar espaço e estimular o desenvolvimento e oferecer suporte e as

condições para uma relação de alcance mutuo das expectativas e necessidades.

A empresa não conseguirá fazê-lo sem estar em continua interação com as pessoas e,

ao fazê-lo conseguirá alavancar sua competitividade por meio das pessoas. Sabe-se da

importância de uma administração eficiente, com planejamento em todas as suas áreas, pois é

ela responsável em analisar as qualidades e habilidades de cada servidor, para encaminhá-lo

ao setor no qual melhor desenvolva suas atribuições, gerando um atendimento de excelência à

população.

[…] a gestão de recursos humanos deixou de se pautar por mecanismos que

privilegiavam a progressão e as melhorias salariais associadas ao tempo de serviço,

logo praticamente automáticos, e passou a se vincular a instrumentos que incentivem

o desempenho. (MARCONI, 2009, p. 35).

Para isso é preciso servidores capacitados e motivados para realizar os objetivos

organizacionais e atingir os resultados esperados. O planejamento na gestão de pessoas deve

considerar o ambiente interno e externo, buscando maior atuação e inserção dos agentes

públicos, para alcançarem os objetivos da instituição e a satisfação da coletividade.

Para Bergamini (2010, p. 139) a direção do comportamento motivacional é

estabelecida através de procedimentos e estruturas que dão sentido aos estímulos internos e

externos, que dirigem a ação humana no sentido da satisfação de necessidades, a motivação

envolve o comportamento direcionado a um objetivo.

6.4 Modelo Estratégico de Gestão de Pessoas

Mundialmente as administrações públicas estão sendo pressionadas a atender as

demandas do cidadão com eficiência, eficácia e efetividade. Eficiência significa utilização

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racional dos recursos, eficácia significa capacidade de atingir resultados e a efetividade

significa fazer a coisa que tem que ser feita, isto é, a capacidade de se atingir o objetivo

definido.

Para que estes valores sejam aliados ao dia-a-dia da gestão pública são necessários

servidores públicos qualificados com habilidades técnicas, humanas e gerenciais. Contudo,

raras administrações públicas municipais não conseguem criar estratégias efetivas de

qualificação do corpo funcional.

Além disso, o servidor público municipal é aquele que encontra maior dificuldade em

desenvolver competências profissionais por conta própria na busca da adequação dos seus

serviços a novas exigências da sociedade civil.

Fischer (2002, p. 21) também enaltece a influência da escola de relações humanas

como fator determinante para a modificação na forma de atuação da área de gestão de

recursos humanos, quando enfatiza: ―uma de suas principais contribuições foi descobrir que a

relação entre a empresa e as pessoas é intermediada pelos gerentes de linha. Reconhecer a

importância e levar o gerente de linha a exercer adequadamente seu papel constituiu a

principal preocupação da gestão de recursos humanos‖.

A gestão estratégica deve ser percebida como um processo macro, essencial para a

condução dos objetivos definidos pela instituição e pela necessidade das mudanças, na

maioria das vezes radicais, movidas pelas turbulências de ordem política, na maioria das

vezes ditadas pela incompetência na formulação das políticas públicas ou até mesmo, pelo

egocentrismo ou a falta de preparo do gestor na condução dos bens e serviços destinados a

sociedade.

No âmbito do setor público, em que pesem as limitações em termos de estudos

produzidos nesta área, encontram-se presentes componentes bastante próprios para

analise do fenômeno motivacional. São os condicionantes normativos das relações

entre administração e agente público; a natureza do produto do setor público (bens e

serviços públicos); a dinâmica das atividades internas ao ambiente de trabalho; as

relações pessoais, etc. (BERGUE, 2007, p. 298).

O elemento essencial para a condução de uma boa gestão estratégica é que possa ser

implementada num ambiente em que a vontade e a disposição dos entes públicos sejam

prioritárias e voltadas para esse objetivo.

É necessário se entender que a gestão estratégica nas organizações públicas ou

privadas está intimamente identificada com a realidade das modificações e que por vezes são

imprevisíveis, do meio onde as organizações atuam.

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A partir do momento que o ente público decide por uma gestão estratégica, na área de

sua competência, o passo seguinte é a elaboração de um plano que seja montado a partir de

informações consistentes, relevantes e precisas sobre o seu ambiente interno e externo

expressos no planejamento estratégico da instituição.

O advento da era competitiva, iniciado na década de 90, presente até os dias atuais,

exigiu novo papel da gestão de recursos humanos. De acordo com Fischer (2002, p. 25) a

intenção de criar vínculos cada vez mais próximos entre desempenho e resultados da empresa

se intensifica a ponto de requerer nova definição conceitual do modelo. Haja vista, a julgar

pelo movimento dos anos 1990, a descentralização da área de recursos humanos contínua.

Cada vez mais a área passa a assessorar outras áreas da empresa na atração e na

retenção de pessoas. Nos anos 1990, a área recebeu várias denominações como: Gestão de

Pessoas, Gestão de Talentos, Gestão de Gente, Gestão Estratégica de Recursos Humanos,

entre outras. Tipicamente, seu foco de atuação passa a ser a gestão de competências e, ao

menos no discurso, a construção de modelos de gestão de pessoas mais flexíveis e orgânicos.

O modelo de gestão de pessoas deve responder a fatores internos e externos à

organização, uma vez que a ação dos gestores de pessoas deve considerar os

interesses dos diversos atores organizacionais (grupos de empregados, sindicatos,

acionistas, gerentes) assim como do governo e da comunidade, sem perder de vista

as pressões situacionais. (LUZ et al., 2009, p. 3).

Desta forma, temas como estratégia competitiva, vantagem competitiva, reengenharia

e reestruturação, competências essenciais e reinvenção do setor passam a predominar na

gestão empresarial.

Para a construção de um modelo de gestão de pessoas, devemos considerar:

Papel das pessoas: as pessoas estão tomando para si a responsabilidade de

gestão de carreira e cobrando da empresa condições objetivas de

desenvolvimento profissional;

Papel das empresas: as empresas devem criar o espaço, estimular o

desenvolvimento e oferecer suporte e condições para a mútua satisfação das

expectativas e necessidades. Para que isso ocorra, é preciso estar em constante

interação com as pessoas, para conseguir impulsionar, por meio delas, sua

competitividade, mediante mútuo comprometimento;

Processos de gestão de pessoas: a gestão de pessoas deve considerar os

processos de movimentação, desenvolvimento e valorização delas.

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a) Desenvolvimento: capacitação, carreira e desempenho;

b) Valorização: remuneração, premiação, serviços e facilidades;

c) Movimentação: inclui captação, internalização, transferências,

promoções, expatriação, recolocação.

A Gestão Estratégica de Pessoas e a estratégia da organização se influenciam

mutuamente, em várias dimensões. De acordo com Dutra (2002), a estratégia da organização

é determinada em função da forma como esta deseja atuar no ambiente e do seu patrimônio de

conhecimento. As pessoas influenciam e implementam a estratégia da organização, pois

compõem o seu patrimônio de conhecimento, que está em constante desenvolvimento. A ação

consciente das pessoas é um grande diferencial competitivo na implementação da estratégia

organizacional.

Sobre a motivação dos colaboradores Silva (2005, p. 141) complementa:

A motivação intrínseca está relacionada a recompensas psicológicas, tais como a

oportunidade de usar a habilidade de alguém, um sentido de desafio e realização,

recebimento de um reconhecimento positivo ou apreciação, ser tratado de maneira

considerável. A motivação extrínseca está relacionada a recompensas tangíveis ou

materiais, tais como: salários, benefícios adicionais, seguros de vida, promoções,

contratos de trabalho, ambiente e condições de trabalho.

A gestão estratégica é o conjunto de decisões e ações estratégicas que determinam o

desempenho de uma corporação em longo prazo. Hoje, a gestão estratégica tem como

fundamento ajudar a organização a operar de maneira bem sucedida em um ambiente

dinâmico e complexo. Para serem competitivas em ambientes dinâmicos, as corporações estão

tendo que se tornarem menos burocráticas e mais flexíveis.

Este novo enfoque refere-se ao que se chama atualmente de Administração Estratégica

de Recursos Humanos (AERH), à qual Marras (2000, p. 253) define como ―a gestão que

privilegia como objetivo fundamental, através de suas interações, a otimização dos resultados

finais da empresa e da qualidade dos talentos que a compõem‖.

A gestão estratégica de pessoas na organização pública tem início com uma vasta

discussão sobre seu papel, diante das necessidades atuais da sociedade, pois são os fatores

econômicos e políticos do ambiente que definirão as restrições orçamentárias a serem

enfrentadas, além das competências e atribuições do quadro pessoal.

Sabe-se que o planejamento é de vital importância para o sucesso da organização,

principalmente quando esta for pública. Então, conforme Bergue (2007, p. 97), o

planejamento estratégico de recursos humanos deve ser parte integrante do planejamento

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estratégico da organização, devendo nele constar: valores institucionais relativos à gestão de

pessoas; cenário atual e futuro de atuação do órgão ou ente público e diretrizes gerais das

políticas de dimensionamento das necessidades de pessoas, treinamento e desenvolvimento

destas, remuneração e incentivos, atuação e integração social.

Para que estas políticas sejam geridas de forma eficiente, é fundamental que haja um

sistema de informações ágil que subsidie o processo decisório; um banco de talentos

que possibilite acompanhar o desenvolvimento e promover a alocação adequada dos

servidores; uma legislação clara e consolidada, um sistema de comunicação e

atendimento que possibilite a disseminação da política e o cumprimento de suas

regras e um sistema de avaliação das políticas que possibilite analisar os resultados

alcançados na área de recursos humanos e revisar as metas se necessário. (DUTRA,

2009, p. 42).

Percebe-se que as administrações públicas não valorizam e não proporcionam a devida

importância à área de recursos humanos, tratando-a apenas como um setor que contrata e

demite pessoas, esquecendo que ele deve buscar a qualificação dos servidores, além de servir

como elo entre estes e a administração. Sabe-se que nos órgãos públicos havia um grande

apadrinhamento de pessoas da família, sem contar a falta de capacitação de tais pessoas. Com

isso, a Constituição de 1988 iniciou um processo de mudança nesse quadro, buscando da

administração pública maior transparência, profissionalismo e menos injustiças, além de

concursos públicos que ofereçam aos cidadãos oportunidades iguais no ingresso ao serviço

público.

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7 MOTIVAÇÃO

A motivação não é nem uma qualidade individual, nem uma característica do trabalho.

Não existem indivíduos que estejam sempre motivados nem tarefas igualmente motivadoras

para todos. Na realidade, a motivação é bem mais do que um composto predeterminado.

Motivação refere-se a forças que energizam, dirigem e sustentam os esforços de uma

pessoa. [...] Uma pessoa totalmente motivada trabalhará com afinco para dirigir

metas de desempenho. Com habilidade e entendimento adequado de sua função,

essa pessoa será altamente produtiva. (BATEMAN E SNELL, 1998, p. 360).

Trata-se de um processo que é ao mesmo tempo função dos indivíduos e da atividade

que desenvolvem. É por isso que a força, a direção e a própria existência da motivação estarão

estreitamente ligadas à maneira pessoal que cada um percebe, compreende e avalia sua

própria situação no trabalho.

Conforme afirma Ribeiro (2006), a motivação é algo que pode ser caracterizada da

seguinte forma: é a força interna que pode levar alguém a determinada forma de

comportamento. A motivação constitui um recurso essencial de grande valor para as pessoas

que atingirem os objetivos propostos pelos seus interesses.

Mesmo sabendo que o estudo da motivação humana tem raízes na Antiguidade, dentro

da administração, ele surge a partir da Escola de Relações Humanas, que foi a primeira a

enfatizar a satisfação do funcionário, a se ocupar com suas questões afetivas e pessoais,

estudando e analisando de maneira sistemática os aspectos humanos dentro da organização.

Nas teorias clássica e científica, o enfoque motivacional era baseado na remuneração

do funcionário, porém, se observa no decorrer do processo, uma maior preocupação por parte

de empregado em manter seu emprego do que na própria remuneração.

Isso demonstra que o aspecto econômico é somente um dos fatores motivacionais,

existindo, no entanto, outros fatores que também tem sua relevância.

Uma energia, uma tensão, uma força, ou ainda, um impulso interno aos indivíduos.

Sobretudo, o que é relevante considerar é que a motivação é interior a cada

indivíduo e leva-o a agir espontaneamente para alcançar determinado objetivo.

Assim, não é possível motivar uma pessoa, o que é possível é criar um ambiente

compatível com os objetivos da pessoa, um ambiente no qual a pessoa se sinta

motivada. (MARRAS, 2002, p. 7).

A motivação em si é muito complexa, depende de muitos fatores, isso se dá devido à

dinâmica do comportamento humano, pois as necessidades motivadoras geram padrões de

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comportamento que são variáveis de indivíduo para indivíduo e os valores pessoais, a

capacidade de atingir metas e os sistemas cognitivos também são diferentes entre as pessoas,

além disso, deve-se considerar que essas necessidades mudam no mesmo indivíduo com o

passar dos anos, tornado o processo ainda mais complicado.

Segundo Bergamini (1997, p. 26), a motivação cobre grande variedade de formas

comportamentais. A diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar,

de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas

razões.

É dentro dessa diversidade que se encontra a principal fonte de informações a respeito

do comportamento motivacional, assim procuramos abordar de maneira objetiva, alguns

estudiosos e suas teorias, a fim de descrever suas conclusões sobre as razões pelas quais as

pessoas se comportam de certo modo.

7.1 Conceitos

É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que este tem sido

utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivação é tudo aquilo que impulsiona a

pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um

comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo

externo ou também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.

Pode-se definir motivação como a disposição de um indivíduo para fazer alguma

coisa que ao mesmo tempo seria condicionada pela capacidade dessa ação trazer a satisfação

de uma necessidade deste indivíduo.

Esta necessidade seria uma deficiência física ou psicológica que torna certa ação

atraente. Assim, as pessoas motivadas desempenham melhor suas tarefas do que as

desmotivadas. (ROBBINS, 2008).

A motivação é o resultado de forças que agem sobre uma pessoa levando-a a agir com

determinado entusiasmo. Para que haja uma ação ou reação é preciso que exista um estímulo

ou necessidade que pode ser externo ou interno.

Definir motivação como o processo responsável pela intensidade, direção e

persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.

Motivação geralmente é relacionada ao esforço para atingir qualquer objetivo [...].

Os três elementos chave para definição de motivação são intensidade, direção e

persistência. (ROBBINS, 2005, p. 132).

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Intensidade se refere a quanto de esforço a pessoa despende. É o elemento que mais se

refere quando falamos de motivação.

Contudo a intensidade não é capaz de levar a resultados favoráveis a menos que seja

conduzida em uma direção que beneficie a organização. É preciso considerar a qualidade do

esforço, tanto quanto sua intensidade. O tipo de esforço que devemos buscar é aquele que vai

em direção aos objetivos da organização e que são coerentes com eles.

A motivação também tem uma dimensão de persistência, esta é medida de quanto

tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Os indivíduos motivados se mantem na

realização da tarefa até que seus objetivos sejam atingidos.

Salgado (2005) complementa este pensamento definindo motivação como a inclinação

do indivíduo em esforçar-se permanentemente, em favor das metas da empresa,

condicionando que este esforço seja capaz de satisfazer alguma necessidade individual.

A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. Em seu

sentido original, a palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é

incentivado, estimulado ou energizado por algum tipo de motivo ou razão. O

comportamento humano sempre é motivado. Sempre há um motor funcionando, que

movimenta o comportamento humano. De vez em quando o motor fica em ponto

morto ou pára defuncionar e a pessoa fica desmotivada. (MAXIMIANO, 2006, p.

147).

Motivação também pode define-se pelo desejo de exercer altos níveis de esforço em

direção a determinados objetivos, organizacionais ou não, condicionados pela capacidade de

satisfazer algumas necessidades individuais.

Podemos dizer que as principais características básicas da motivação são que ela é um

fenômeno individual, ou seja, somos únicos e devemos ser tratados com tal; que a motivação

é intencional, uma vez que está sob o controle do trabalhador; a motivação é multifacetada,

depende tanto do estímulo como da escolha do comportamento empregado.

Motta (1995, p. 192) afirma que a ―motivação é a energia oriunda do conjunto de

aspirações, desejos, valores, desafios e sensibilidade individuais, manifestada através de

objetivos e tarefas específicas‖, ambos, focalizando a dimensão interna do indivíduo, ou seja,

a motivação é a força motriz que alavanca as pessoas a buscarem a satisfação.

Outra característica encontrada é que não podemos medir a motivação diretamente,

medimos o comportamento motivado, ação e forças internas e externas que influenciam na

escolha de ação, pois a motivação não é passível de observação.

Maximiano (2006) descreve mais profundamente a motivação como a interação entre

motivos internos do indivíduo e estímulos externos causados por uma situação.

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Motivos internos são os motivos que diferenciam as pessoas. Cada indivíduo

valoriza certas tarefas e não outras e tem certos desejos menosprezando outros.

Motivos externos são os estímulos e incentivos que as empresas, as situações e

ambientes oferecem que podem satisfazer necessidades e despertar desejos.

Figura 3- Motivos internos e externos que geram motivação.

Fonte: (MAXIMIANO, 2006, p. 147)

Como pode ser ressaltado na figura, os estímulos internos e externos levam ao desejo

de algo, a motivação de chegar a algum lugar ou ter alguma coisa (MAXIMIANO, 2006).

É importante salientar que quando uma pessoa se direciona a fazer algo ela não está

necessariamente motivada.

Muitas vezes as pessoas fazem determinadas coisas por temerem uma punição ou para

receber uma recompensa, neste caso existe um fator externo que leva a certa ação e, portanto

a motivação não partiu do indivíduo, não sendo uma motivação real, apesar de existir estudos

que defendem a recompensa e a punição. Mas se o impulso a esta ação for interno, gerado por

uma necessidade interior, há uma vontade própria o que caracteriza a motivação.

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Portanto, são muitos conceitos e ideias sobre a motivação. Mas independente de qual

conceito é mais interessante ou não, a motivação transformou-se em um requisito importante

para o homem e sua profissão. E por isso é um assunto de extrema importância na área de

Recursos Humanos.

7.2 Teorias Motivacionais

De acordo com Bergamini (1997, p. 30) embora diferentes teorias sobre motivação

tenham apresentado diferentes enfoques científicos a respeito das características e do processo

em que ela corre, há considerações gerais que podem caracterizar-se como sintomas capazes

de distingui-la de outros tipos de funções próprias do comportamento humano.

Um ponto central para as organizações é motivar os empregados para alcançar altos

níveis de satisfação, desempenho e produtividade buscando estabelecer metas e objetivos no

processo motivacional para propor modelos e planos de ação.

Três teorias serão abordadas aqui, embora hoje sejam muito questionáveis em termos

de sua validade, essas teorias provavelmente ainda são as explicações mais conhecidas sobre

motivação dos trabalhadores. Elas são conhecidas como a Hierarquia das necessidades, Teoria

dos dois fatores e Teoria da expectativa ou expectação.

Dependendo da situação, essas teorias podem prever as escolhas de comportamento

para a tarefa, o esforço ou a persistência dessas pessoas. Presumindo-se que os

indivíduos tenham habilidades necessárias e que os limitadores do desempenho

sejam relativamente baixos, altos graus de motivação devem levar a bons

desempenhos no trabalho. (SPECTOR, 2004, p.199).

É importante perceber que mesmo havendo críticas às teorias acima expostas, não se

pode negar a sua importância, uma vez que auxiliam o gestor e contribuem para a

implementação de políticas de recursos humanos em organizações públicas ou privadas.

Deve-se salientar que essas teorias não devem ser aplicadas separadamente, cabendo

ao gestor público avaliar a conveniência e a oportunidade de sua aplicação, com base no

conhecimento mais abalizado das pessoas gerenciadas e do perfil motivacional de cada grupo,

tendo em vista a otimização do planejamento das medidas a serem adotadas.

Representam ainda os fundamentos sobre os quais as teorias modernas se

desenvolveram e pelo fato de alguns gestores ainda utilizarem estes conceitos para explicar a

motivação de seus colaboradores.

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Nota-se que as diferentes teorias resultam em um modelo de motivação que significa

que todo comportamento sempre tem uma causa, seja ele interna ou externa, que causa efeito

no comportamento das pessoas e essas teorias construíram uma das bases do enfoque

comportamental na administração.

7.2.1 Teoria das Necessidades Humanas de Maslow

Abraham Maslow na década de 1950 desenvolveu uma teoria com base nas

necessidades humanas, fundamental para os debates futuros sobre a motivação. Seus estudos

estavam voltados para a análise da teoria da personalidade e do desenvolvimento humano.

(MOTTA, 2002).

Vergara (2006) afirma que para Maslow as necessidades humanas estão organizadas

hierarquicamente e o que nos motiva a tomar alguma atitude é a busca de satisfazê-las. Para

isso, identificou as principais necessidades do ser humano e as classificou conforme uma

escala ascendente de hierarquização, tendo como aspecto fundamental a suposição de que

cada tipo de necessidade deve ser satisfeito suficientemente antes do que os outros colocados

nos níveis mais altos na escala proposta.

Maslow, mostrando como as organizações podem satisfazer os diferentes níveis de

necessidades através de ações que envolvem segurança e condições agradáveis de trabalho,

seguro-doença, segurança no emprego, organização do trabalho de modo a permitir a

interação com os colegas, criação de cargos que permitam a realização, autonomia,

responsabilidade e controle pessoal, encorajamento ao completo comprometimento do

empregado, entre outras.

A ideia de hierarquizar ou de classificar os motivos humanos, como Maslow propôs

em 1948, foi inovadora para que se pudesse compreender melhor o comportamento humano

na sua variedade.

Ao hierarquizá-lo, pode-se compreender que tipo de objeto está sendo perseguido

pelo indivíduo em dado momento, isto é, que necessidades energizam o seu comportamento.

Para Bergamini (1997, p.73), a razão da grande aceitação da teoria de Maslow ―é a sua

simplicidade e a equivalência entre a pirâmide hierárquica organizacional e forma de

apresentação também em pirâmide da sequência das necessidades motivacionais‖

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Figura 4- Pirâmide de Maslow

Fonte: Adaptado pela autora conforme (ROBBINS, 2005, p. 133).

O comportamento humano é motivado, onde a motivação é a tensão persistente que

leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou mais

necessidades. É necessário que haja um ciclo motivacional, onde o organismo humano

permanece em estado de equilíbrio psicológico, até que um estímulo o rompa e crie uma

necessidade. Essa necessidade cria um estado de tensão que conduz a um comportamento ou

ação para alcançar a satisfação da necessidade, quando há a satisfação, o organismo retorna a

seu estado de equilíbrio inicial até que outro estímulo sobrevenha.

Na base encontram-se as necessidades fisiológicas que compõem todas as

necessidades humanas, tais como: necessidade de alimentação, sono, descanso, abrigo e

desejo sexual. Por sua vez estão relacionadas a nossa preservação e sobrevivência.

Pouco acima vem a necessidade de segurança, que são à busca de proteção,

estabilidade e contra a ameaça ou privação, a fuga ou perigo.

Já as necessidades sociais (amor/relacionamento), que estão no 3º nível, surgem com o

desejo de associação, de participação, de troca de amizade, de afeto e amor. Quando o

indivíduo não consegue satisfazer suas necessidades sociais pode tornar-se antagônico e hostil

com relação às outras pessoas com que convive.

No próximo nível encontram-se as necessidades de estima, que nada mais é que a

necessidade de aprovação social e respeito, status, prestígio e consideração. A frustração

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produz sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência, desamparo e como consequência,

desânimo.

Segundo Maslow, há uma tendência, na maioria das pessoas, para procurar

satisfazer, primeiro, as necessidades básicas. Após o atendimento delas, procuram-se

satisfazer as de segurança e, a seguir, as de associação, as de status e as de auto

realização, nessa ordem, na maioria dos casos. Dois pontos precisam ficar claros: as

necessidades de cada pessoa variam no tempo, não só em função de sua satisfação

como em função das alterações em sua hierarquia dos valores de cada um; e a

hierarquia de Maslow representa uma tendência média e não deve ser encarada

como uma escala rígida. (LACOMBE, 2005, p. 131).

Quanto mais alto estiver o nível de satisfação de uma dada necessidade do indivíduo

maior será a sua propensão para manifestar um comportamento positivo (positivo no sentido

de atender aos objetivos da organização, implicando esforço, dedicação, comprometimento) e,

ao contrário, quanto menos satisfeita estiver uma determinada necessidade menor será a

propensão para um comportamento positivo.

As necessidades de ordem mais baixa têm prioridade - elas precisam ser satisfeitas

antes de as necessidades de ordem mais alta serem ativadas. As necessidades são

satisfeitas em sequência: as necessidades fisiológicas vêm antes das necessidades de

segurança, que vêm antes das necessidades sociais, e assim por diante. Uma pessoa

que deseja segurança física dedicará seus esforços para um ambiente mais seguro e

não estará preocupada com as necessidades de estima ou auto-realização. Uma vez

que uma necessidade é satisfeita, ela declina em importância e a próxima

necessidade mais alta é ativada. (DAFT, 2006, p. 401).

Vale dizer: a propensão de o indivíduo voltar-se aos objetivos organizacionais

aumenta ou diminui à medida que, respectivamente, diminui ou aumenta a preocupação com

suas necessidades pessoais.

7.2.2 Teoria dos dois Fatores de Herzberg

A Teoria dos dois Fatores , algumas vezes chamada de teoria da higiene-motivação foi

proposta por Frederick Herzberg, com a crença de que há relação de uma pessoa com seu

trabalho é básica e de que a atitude pode determinar o seu sucesso ou o seu fracasso.

Existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: fatores higiênicos ou

extrínsecos e fatores motivacionais ou intrínsecos.

Herzberg classifica a motivação em duas categorias (HERZBERG, 1997):

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Fatores de Higiene: são os fatores extrínsecos e são insatisfacentes, ou seja, os

que previnem a insatisfação; giram em torno do ―Contexto do Cargo‖ como a

pessoa se sente em relação à empresa, as condições de trabalho, salários,

prêmios, benefícios, vida pessoal, status, relacionamentos interpessoais;

Fatores de Motivação: são os fatores intrínsecos, associados a sentimentos

positivos e estão relacionados com o ―Conteúdo do Cargo‖: como a pessoa se

sente em relação ao cargo: o trabalho em si, realização pessoal,

reconhecimento, responsabilidades. O funcionário que está motivado tem um

gerador interno e executa a tarefa pôr ela mesma, pela realização, o

reconhecimento, a responsabilidade e progresso.

É importante lembrar que os fatores motivacionais e higiênicos são independentes e

não se conectam um com o outro. A teoria dos dois fatores estabeleceu que a motivação vem

do trabalho e não do ambiente de trabalho, as pessoas em geral gostam mais de seu trabalho

do que do ambiente, especialmente quando desempenham tarefas que correspondem a suas

capacidades ou objetivos.

Segundo Herzberg (1997) o oposto da satisfação não é a insatisfação, como

normalmente se acredita. A eliminação das características de insatisfação de um trabalho não

o torna necessariamente satisfatório.

Neste estudo apresenta-se que a melhor forma de motivar os colaboradores de uma

empresa é investir nos fatores de motivação porque os fatores de higiene não promovem a

motivação, mesmo que estes fatores sejam muito favoráveis na empresa.

Coloca-se que a satisfação e a insatisfação no trabalho são estruturas separadas. Os

fatores motivacionais, por exemplo, podem levar a satisfação, mas se esses fatores não são

encontrados na empresa tem-se apenas a falta de satisfação e a ausência dos fatores de higiene

podem levar a insatisfação, mas dificilmente levarão a satisfação de seus funcionários se

presentes na empresa.

Os fatores que levam a satisfação no trabalho não são diferentes e separados

daqueles que levam a insatisfação. Portanto, os executivos que procuram eliminar os

fatores que geram insatisfação podem conseguir paz, mas não necessariamente a

motivação dos funcionários. Eles vão apaziguar os funcionários, e não motiva-los.

(ROBBINS, 2005, p. 135).

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Dentro do ponto de vista desta teoria, a chave da motivação se encontra na

reestruturação dos cargos, tornando-os mais desafiadores e gratificantes, elementos estes, que

foram tirados dos mesmos pela excessiva especialização.

Os fatores de desenvolvimento ou motivadores inerentes ao próprio trabalho são:

realização, reconhecimento da realização, o próprio trabalho, responsabilidade e

desenvolvimento ou progresso. Os fatores de prevenção da insatisfação ou higiene

compreendem: política e administração da companhia, supervisão, relações

interpessoais, condições de trabalho, salário, situação e segurança. (HERZBERG,

1997, p. 117).

Assim, de acordo com Oliveira (2006), a partir dos estudos realizados Herzberg pode

listar fatores que geram insatisfação e satisfação:

Fatores que quando ausentes ou deficientes geram insatisfação: salário,

segurança, estrutura, status, métodos empresariais, qualidade de supervisão e

qualidade nas relações entre pessoas.

Fatores que quando presentes trazem a motivação e satisfação (motivacionais):

realização, reconhecimento, responsabilidade, progresso e crescimento.

Muitas críticas foram feitas à teoria no que diz respeito à metodologia empregada

sendo limitada ao seu modelo, quando não empregado, gera resultados divergentes e também

são criticadas as suposições consideradas na teoria, em outras palavras, é questionada a

suposição que dois conjuntos de fatores operam primariamente em uma única direção.

7.2.3 Teoria da Expectação de Vroom

Teoria da Expectação foi desenvolvida em 1964 por Victor Vroom e é baseada em

uma visão econômica do indivíduo, vendo as pessoas como seres individuais com vontades e

desejos diferentes relativos ao trabalho, fazendo com que tomem decisões selecionando o que

mais lhe cabe no momento.

Essa Teoria, proposta por Victor Vroom, propõe que a motivação depende das

expectativas das pessoas em função de sua capacidade de realização de tarefas e receber

recompensas desejadas.

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1. Atração. A importância que o indivíduo dá ao resultado ou à recompensa

potencial que será alcançado no trabalho. Baseia-se nas necessidades não satisfeitas

do indivíduo.

2. Relação desempenho-recompensa. O grau que o indivíduo acredita que

determinado nível de desempenho levará a obtenção do resultado desejado.

3. Relação esforço-desempenho. A probabilidade detectada pelo indivíduo de que

uma quantidade específica de esforço o conduzirá ao desempenho. (ROBBINS,

2008, p. 55).

A ideia central é a compreensão das metas de cada pessoa e a relação entre esforço e

desempenho, entre desempenho e recompensas, e entre recompensas e satisfação do

indivíduo.

Segundo Salgado (2005) a teoria afirma que quando uma tarefa trás a expectativa de

recompensas organizacionais e desta forma bons resultados pessoais o indivíduo apresenta-se

mais motivado a realizá-la.

A relação entre esforço e desempenho é a percepção do indivíduo da probabilidade de

que um determinado esforço pessoal o levará ao desempenho. A relação entre desempenho e

recompensa é o grau de confiança do indivíduo de que o desempenho o levará ao alcance do

resultado desejado. Já a relação entre recompensas e objetivos pessoais é o grau de satisfação

dos objetivos ou necessidades pessoais, proporcionado pela recompensa organizacional e a

atratividade que essa recompensa tem para o indivíduo.

Essa Teoria apresenta três aspectos básicos, que são a expectância, a instrumentalidade

e a valência.

Valência: a força do desejo de um indivíduo para um resultado particular; é o valor

subjetivo relacionado a um incentivo ou recompensa;

Expectativa: o conjunto de esforços para o primeiro nível de resultados, em outras

palavras, os trabalhadores acreditam que seus esforços irão levá-los aos resultados desejados;

Instrumentalidade: é a relação entre o desempenho e a recompensa. Caso seus esforços

forem devidamente recompensados teremos uma relação positiva, caso contrário, será

negativa.

A expectativa é ―probabilidade subjetiva que uma pessoa tem sobre sua capacidade de

adotar um tipo de comportamento. Ela é parecida com a autoestima ou autoconfiança,

segundo a qual o indivíduo acredita ou não ser capaz de realizar uma tarefa em um

determinado nível‖ (SPECTOR, 2006, p. 205). A valência é o quanto uma pessoa deseja algo,

a importância do resultado da ação realizada.

A expectância é grau de confiança depositada pelo indivíduo de que seu esforço no

trabalho terá como consequência certo desempenho na tarefa. Já a instrumentalidade é a

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probabilidade esperada pelo indivíduo de que certo desempenho o levará a obter recompensas

no trabalho.

Pode haver mais de um resultado ou recompensa para um determinado

comportamento. Para cada resultado possível, o meio e a valência são multiplicados;

em seguida cada resultado é somado em um total, que é multiplicado pela

expectativa para resultar em um nível de força. Se o nível de força for alto, a pessoa

será motivada a buscar os resultados de um trabalho. Se o nível for baixo, a pessoa

não será motivada a essa iniciativa. (SPECTOR, 2006, p. 206).

A teoria das expectativas, segundo Robbins (2008), analisa os resultados e

recompensas e, portanto é importante que essas recompensas oferecidas pelas empresas

estejam dentro do que desejam os funcionários. A realidade não é levada em consideração,

somente as percepções individuais. Portanto, para esse autor a teoria deixa falhas.

Porém, Spector (2006) apresenta que muitos estudos sustentam esta teoria, afirmando

que a motivação é como um elemento nos sistemas que conduzem o comportamento no

trabalho.

7.3 Motivação nas organizações

Lidar com processos motivacionais das pessoas nas organizações é uma tarefa por

demais complexa, ainda que necessária. Foram abordadas teorias de entendimento da

motivação humana no trabalho, apresentando as mais relevantes e importantes neste estudo,

contudo é indispensável lembrar que nenhuma das teorias consegue abarcar toda verdade

sobre a motivação. Cada uma fornece sua contribuição e também apresenta suas limitações.

O principal aspecto que merece relevância é que a motivação pessoal para o trabalho

torna-se uma tendência natural, na medida em que ela atende algum objetivo ou

desejo próprio atual ou futuro de quem trabalha [...] Portanto, [...] Uma pessoa não

consegue jamais motivar alguém; o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa.

Quando se quer que alguém siga certa orientação no curso de determinada ação, é

necessário que a direção esteja diretamente ligada á força de um desejo que seja

valorizado por ela. (BERGAMINI, 2008, p. 106).

Diante de tais fatos, diversos estudos foram sendo desenvolvidos acerca da motivação

no ambiente de trabalho, com a intenção de entender como o homem se comporta e o que

pode ser feito para que se obtenha um melhor rendimento das pessoas em seus ambientes de

trabalho.

Alguns destes estudos conceituam o processo motivacional como um ciclo composto

por três elementos independentes, as necessidades que surgem sempre diante da existência de

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um estado de desequilíbrio aos estímulos ou impulsos a fim de amenizar as necessidades e

compõem a parte principal do processo motivacional, e os objetivos, que ao serem alcançados

no fim do processo motivacional tendem a restaurar o equilíbrio fisiológico e psicológico,

reduzindo ou eliminando completamente os esforços para solucionar as necessidades.

A energia na teoria motivacional está relacionada com a satisfação das necessidades

internas. A direção do comportamento motivacional é estabelecida através de procedimentos e

estruturas que dão sentido aos estímulos internos e externos, que dirigem a ação humana no

sentido da satisfação de necessidades. (BERGAMINI, 1998, p. 6).

A motivação tem sido vista como uma saída para melhorar o desempenho profissional

no que diz respeito à produtividade quanto à saúde organizacional e a satisfação dos

trabalhadores.

A motivação para o trabalho representa o estado psicológico de disposição favorável

em atingir uma determinada meta, portanto como diz Maximiano (2000, p. 347), precisamos

compreender os motivos que influenciam o desempenho das pessoas, ―Uma vez que o

desempenho depende da motivação, a compreensão dos mecanismos da motivação para o

trabalho é de extrema importância no estudo da administração das organizações‖.

O papel do gestor deverá ser sempre o de identificar os norteadores de comportamento

aos seus colaboradores, assumindo a natureza intrínseca e individual da motivação de modo a

gerir a direção da energia que naturalmente se encontra dentro do sentido compatível como os

objetivos da organização e como o crescimento de cada integrante de seu grupo de trabalho.

Percebe-se que o comportamento das pessoas dentro das organizações parece

tumultuado, tornando improdutiva qualquer tentativa de controle. Esse comportamento

desafia os administradores e faz surgir à indagação: ―como é possível conseguir que as

pessoas produzam sob condições em que elas normalmente não estariam motivadas a

trabalhar?‖, Bergamini (1998, p. 9). Parte da resposta a essa questão está ligada ao

comportamento motivacional como fonte de energia dentro de cada pessoa, diferente daqueles

comportamentos impulsionados pelos prêmios ou punições existentes no ambiente de

trabalho, tratando-se de algo independente, interior a cada um, não se submetendo a qualquer

espécie de controle.

As pessoas representam o sistema social interno da organização. Sobre elas existem

três conceitos básicos:

Diferenças individuais: Todas as pessoas são diferentes. Desde o nascimento,

cada pessoa é única e as experiências adquiridas tendem a torná-las ainda mais

diferentes.

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A pessoa como um todo: Os diferentes traços humanos podem ser estudados

separadamente, mas são sistemas que constrói o todo do individuo. As pessoas

funcionam como seres humanos totais.

O comportamento motivado: Segundo a psicologia moderna o

comportamento normal tem certas causas que podem estar relacionado às

necessidades ou às consequências de suas ações. As pessoas não se motivam

por aquilo que se pensa que elas desejariam ter, mas por aquilo que elas

mesmas querem.

Cada teoria apresentada possui uma visão da natureza humana, cada homem tem

peculiaridades, preferências, traços de personalidade e processo motivacional. Cada teoria se

aplica diferentemente as distintas visões do homem e da vida.

Portanto é útil integrar as teorias apresentadas à noção dos traços de personalidade

como diferenciadores do comportamento humano.

A multiplicidade de teorias sobre a motivação também torna-se complexa na sua

aplicabilidade na prática. Satisfazer as necessidades do indivíduo é chave para um nível

excelente de clima organizacional. Gera ajustamento e alinhamento com a cultura da empresa,

desta forma produz resultados satisfatórios, agregando valor às pessoas e a gestão pública.

O líder só pode obter resultados com e através das pessoas, se tiver capacidade de

selecionar e desenvolvê-las, comunicar-se, motivá-las e tomar decisões que

estimulem a sua realização. Com uma liderança adequada, as pessoas podem realizar

muito, mesmo se lhes faltem planos e controles, com estes propósitos as pessoas

tornam-se excepcionais. (VIVEIROS, 1997, p. 57).

Verifica-se, portanto a necessidade de implementar estratégias organizacionais que

visam obter um ambiente que motive os servidores, para que eles atuem de forma

comprometida, em consonância, gestores, chefias imediatas e servidores buscando objetivos

comuns.

No cenário atual de crescente especialização, de grande competitividade e de

recursos escassos a serem otimizados, o trabalho em time aparece como uma das

alternativas viáveis de gestão de recursos humanos, para levar a organização aos

patamares de desenvolvimento esperados. (CASADO, 2002, p. 236).

Segundo Evangelista e Costa (2008, p. 1), no serviço público, sempre são

questionados os diversos métodos utilizados que poderiam ser simplificados, no entanto

sempre depende de pessoas e procedimentos a serem realizados. Questionamentos sobre o

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funcionalismo público sobre a finalização de processos, respostas, centralização de poder,

dependência de terceiros, tempo ocioso de funcionários.

Motivar é certamente uma missão difícil para os gestores em geral. O processo

motivacional é extremamente complexo para ser explicado. De acordo com Tachizawa,

Ferreira e Fortuna (2001), a motivação resultaria da difusão de uma visão comum, um

pensamento que possa arder na mente e nos corações da equipe, dando lhe uma razão de ser.

Espera-se, assim, do funcionário da área pública, um direcionamento para as ações,

marcado pelo propósito de realizar. Além disso, espera-se que, ao invés de apenas obedecer, o

funcionário assuma responsabilidades, e deixe de ser um sujeito passivo dentro da

organização. Levando-se em consideração a estabilidade do servidor público vigente na

maioria dos países, temos que a gerência de Recursos Humanos deve voltar-se a ações

capazes de readequar os funcionários às novas exigências e novas responsabilidades.

7.4 Motivação no Setor Público

É irrefutável que ninguém consegue motivar alguém, uma vez que a motivação nasce

no interior de cada um. Entretanto, é possível, segundo Bergamini (1997), manter pessoas

motivadas quando se conhece suas necessidades e se lhes oferece fatores de satisfação para

tais necessidades. O desconhecimento desse aspecto poderá levar à desmotivação das pessoas.

Para Bergue (2007) a motivação das pessoas é divergente no ambiente público,

contrastando com os organismos da esfera privada, reveste-se em especial da complexidade

decorrente de características de cultura, politica, legal e econômica que particularizam este

setor. Por isso a quantidade de teorias que abordam este tema.

Segundo o mesmo autor é possível observar, em uma análise superficial dos grupos de

trabalho em organizações do setor público, segundo diferentes níveis de intensidade,

demonstrando fortes trações apresentados na administração Clássica, enquanto enfatiza

tarefas e estrutura, hierarquia, cargo, remuneração; Humanista ao inaugurar a humanização

das organizações e Comportamental pelo conceito de entendimento das necessidades

humanas para compreensão da motivação que leva a maior produtividade e satisfação dos

colaboradores.

Bergue (2007) ainda discorre que, as pessoas nos setores públicos assumem cargos e

funções na administração pública motivadas pela combinação de um conjunto de fatores, onde

podemos destacar os seguintes componentes do sistema de incentivos:

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Figuras 5- Componentes do Sistema de Incentivos

Fonte: BERGUE, 2007, p. 255

Ainda o mesmo autor aponta que a possibilidade de aquisição da estabilidade é fator

preponderante que caracteriza os cargos públicos, seguido pela remuneração, busca por

realização pessoal, profissional, exercício do cargo além do poder de segurança decorrente

das condições de trabalho do serviço público.

Além da possibilidade de aquisição de habilidade e competências, possíveis no

decorrer da trajetória funcional de um servidor, que também podem ser utilizadas como

mecanismo de desenvolvimento da qualidade dos serviços públicos em sentido amplo, além

de instrumento de valorização e motivação profissional das pessoas em relação ao trabalho.

Para se ter uma perspectiva do aumento da eficiência das organizações e das políticas

públicas, adequando racionalmente os recursos aos objetivos, Carvalho Filho (2009, p. 25)

propõe as seguintes questões:

a) Como se estabelecem os objetivos, ou seja, o processo de tomada de decisão;

b) Qual á a disponibilidade dos diversos tipos de recursos;

c) Qual o nível de racionalidade disponível para processar tal adequação entre meios

e fins, entre recursos e objetivos.

É percebido que aumento de eficiência está intimamente ligado a um procedimento

racional de estabelecimento de objetivos, ou seja, forma de definição dos objetivos adequada;

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controle e domínio sobre disponibilidade e características dos recursos necessários para a

consecução desses objetivos, e também, recursos racionalmente utilizados para que se atinjam

os fins desejados.

Portanto, a grande preocupação da administração não deve ser em adotar estratégias

que motivem as pessoas, mas acima de tudo, oferecer um ambiente de trabalho no qual a

pessoa mantenha o seu tônus motivacional.

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8 CULTURA ORGANIZACIONAL

A cultura organizacional, independente do conceito ou da abordagem que se utilize, é

composta de diversos elementos e níveis. Ela é necessária para o bem estar individual e

coletivo por que através dela ocorre a interação social, o crescimento e desenvolvimento,

tornando os indivíduos seres mais humanizados.

De acordo com Marras (2011, p. 291), toda organização possui uma cultura própria

que a identifica e que forma o conjunto que realça seus costumes, crenças e valores. É pela

cultura que uma empresa fixa a marca do seu perfil e também orienta ou controla o

comportamento daqueles que a formam.

A cultura pode ser entendida como sistema simbólico como linguagem, mito,

comunicação entre as pessoas e grupos sociais. O papel da cultura se destaca como essencial

para o sucesso da organização, por que seu conjunto de pressupostos é geralmente formado

por premissas compatíveis entre si. O conceito de cultura organizacional se refere a um

sistema de significados compartilhados por uma grande parte de membros de uma

organização e que distingue uma organização das outras.

Cada autor divide e conceitua a cultura a partir de seu ponto de vista.

Cultura Organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um grupo assimilou

na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação e de integração interna e

que funcionaram suficientemente bem a ponto de ser considerada válida e, por isso,

deve ser repassada aos novos membros de grupo como a maneira correta de

perceber, pensar e sentir em relação a estes problemas. (SHEIN, 1997, p. 56).

Alguns dividem em diversos níveis, outros não falam em níveis, apenas em elementos.

Importa, entretanto, buscar compreender evidentemente o maior número de elementos que

permitam a compreensão de forma mais ampla possível do conceito e o que ele representa.

Schein (1997) dividiu a cultura em três níveis de compreensão:

a) nível dos artefatos visíveis: são aqueles mais visíveis e representados pelos

elementos físicos da organização;

b) nível dos valores que governam o comportamento das pessoas: ele incluiu aqui

filosofias da empresa, metas e estratégias. São elementos que assumem aspectos

valorativos na organização e são passíveis de orientar o comportamento dos

indivíduos, e

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c) nível dos pressupostos inconscientes: incluídos aqui as crenças, percepções,

pensamentos e sentimentos.

Todos esses níveis – artefatos, valores e pressupostos - representam práticas de

comportamento. O que os diferencia é o quão consciente as pessoas estão deles e o quão

compreensíveis são para quem interage com a organização.

Artefatos são facilmente perceptíveis; ao tempo que pressupostos são quase

inconscientes, e demandam uma imersão prolongada de um observador externo para serem

percebidos. Muitas iniciativas de mudança não consideram os níveis mais profundos da

empresa. Quando são conduzidos somente por pessoas internas, isso se torna ainda mais

difícil. Novos membros e pessoas mais críticas com relação à organização são mais sensíveis

a essas características da cultura, e podem ser uma boa fonte de informação.

Para Morgan, toda organização está inserida em um espaço cultural e social e é este

espaço que determina como a organização será administrada. Toda organização recebe

influência do contexto cultural onde se insere.

A estrutura organizacional, regras, políticas, objetivos, missões, descrições de cargos

e procedimentos operacionais padronizados desempenham uma função

interpretativa... atuam como pontos primários de referência para o modo pelo qual as

pessoas pensam e dão sentido aos contextos nos quais trabalham. (MORGAN, 1996,

p. 36).

As organizações são instrumentos criados para atingirem outros fins. A organização

depende das pessoas para atingir seus objetivos. É por meio da interação entre as pessoas que

se definem os propósitos das organizações. É por isso que as ideias sobre tarefas, metas,

propósitos e objetivos se tornaram conceitos organizacionais tão fundamentais.

É importante que os líderes conheçam o mais profundamente possível a cultura da

empresa em que atuam, que sejam conscientes do seu poder de influência e éticos em relação

a isso, e que direcionem o desenvolvimento desses valores para um aumento da probabilidade

de sucesso da empresa (e não de pequenos grupos dentro da empresa) em longo prazo –

algumas práticas podem funcionar em curto prazo, mas diminuem a probabilidade de sucesso

da empresa no futuro. Devem saber que podem precisar quebrar alguns paradigmas pessoais

para então quebrar paradigmas culturais.

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[...] A busca da participação consciente dos indivíduos, por meio de grupos de

trabalho cooperativos, no esforço para realização de objetivos comuns, humanos e

organizacionais, deve ser a nova mentalidade dos profissionais que trabalham com a

comunicação estratégica, criando e modificando valores, identificando os padrões

culturais, refletindo a cultura organizacional. (MARCHIORI, 1999, p. 3).

A Cultura é o conjunto de práticas de comportamentos de um grupo de pessoas - como

a maneira certa de pensar, agir e sentir - que foram dando certo ao longo da história do grupo

e que por isso vão sendo transmitidas às gerações futuras. Principalmente em seu surgimento,

a Cultura é fortemente influenciada pelo que chamamos de líder fundador, aquele que, por

causa de seu poder de decisão, orienta as ações que vão sendo estabelecidas como a forma

certa de agir à medida que vão dando certo naquele contexto.

É importante considerar que a cultura das organizações reflete em muitos aspectos das

culturas regional e nacional. São delas que surgem os primeiros valores e experiências que

poderão ou não ser mantidos na cultura da empresa. Isso explica também por que a cultura

pode ser tão difícil de transformar, suas raízes podem ser muito mais profundas do que

imaginamos em um primeiro contato.

[...] conjunto obviamente mutável, dinâmico e dependente das mudanças dos

cenários que permeiam o interno e o externo da empresa, fazendo o que se entenda à

cultura como um processo constante de adaptação a contínuas mudanças que o

tempo e o espaço produzem através das mutações dos próprios sistemas e valores

que o sustentam. (MARRAS, 2011, p. 293).

Existem, claro, pessoas ou pequenos grupos na organização que se diferenciam e até

resistem à cultura influente. A depender do tamanho e da influência desses grupos, podemos

chamar sub-culturas.

A cultura é concebida como um conjunto de valores e pressupostos básicos expresso

em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir

a identidade organizacional, tanto age como elemento de comunicação e consenso, como

oculta e instrumentaliza as relações de dominação.

Assim, pode-se dizer que por cultura entende-se aqui um conjunto complexo e

multidimensional de tudo o que constitui a vida em comum nos grupos sociais. Seria ainda

um conjunto de modos de pensar, de sentir e de agir, mais ou menos formalizados, os quais,

tendo sido aprendidos e sendo partilhados por uma pluralidade de pessoas, servem de maneira

ao mesmo tempo objetiva e simbólica, e passam a integrar essas pessoas em uma coletividade

distinta de outras. É o resultado de ações cujos componentes e determinantes são

compartilhados e transmitidos pelos membros de um dado grupo.

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As organizações de serviços públicos dependem em maior grau do que as demais do

ambiente sociopolítico: seu quadro de funcionamento é regulado externamente à

organização. As organizações públicas podem ter autonomia na direção dos seus

negócios, mas, inicialmente, seu mandato vem do governo, seus objetivos são

fixados por uma autoridade externa. (DUSSAULT, 1992, p. 13).

Segundo Mintzberg e colaboradores (2000), a cultura organizacional é a base da

organização. São as crenças comuns que se refletem nas tradições e nos hábitos, bem como

em manifestações mais tangíveis — histórias, símbolos, ou mesmo edifícios e produtos.

Para o autor, a força de uma cultura está em legitimar as crenças e os valores

compartilhados entre os membros de uma organização. A cultura organizacional não existiria

sem as pessoas.

A cultura organizacional é um conceito essencial à construção das estruturas

organizacionais. Percebe-se, então, que a cultura de uma organização será um conjunto de

características que a diferencia em relação a qualquer outra. A cultura assume o papel de

legitimadora do sistema de valores, expressos através de rituais, mitos, hábitos e crenças

comuns aos membros de uma organização, que assim produzem normas de comportamento

genericamente aceitas por todos.

8.1 Valores compartilhados

Denominam-se compartilhados os valores que tanto os empregados quanto a

Organização tem em comum.

Esse conjunto de valores representa a concentração de esforços da administração

estratégica na construção de uma cultura organizacional. Não somente formam a pilastra de

sustentação de uma cultura que se destaca assim por ser coesa e homogênea, como também

identificam e aproximam as partes integrantes no atingimento de objetivos comuns.

Esses valores compartilhados devem ser entendidos como geradores dos impulsos do

comportamento e das atitudes dos membros da Organização.

À medida que as organizações expandiram a amplitude de controle, ―achataram‖ a

estrutura, introduziram o trabalho em equipe, reduziram a formalização e deram

mais autonomia aos funcionários, os valores compartilhados, decorrentes de uma

cultura organizacional forte, asseguraram que todas as pessoas caminhassem para a

mesma direção. (ROBBINS, 2005, p. 378).

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Seguramente, ao procurarmos conhecer as razões de determinadas atitudes ou

comportamentos adotados tanto pelos gestores da Organização quantos pelos seus

colaboradores nos encontraremos no auge do próprio sistema de valores compartilhados.

8.2 Conceito de Cultura

A palavra cultura vem da raiz semântica colore, que originou o termo em latim

cultura, de significados diversos como habitar, cultivar, proteger, honrar com veneração

(WILLIAMS, 2007, p.117).

Definir o que é cultura não é uma tarefa simples. A cultura evoca interesses

multidisciplinares, sendo estudada em áreas como sociologia, antropologia, história,

comunicação, administração, economia, entre outras. Em cada uma dessas áreas, é trabalhada

a partir de distintos enfoques e usos.

Segundo (SILVA, Kalina; 2006) e (SILVA, Maciel; 2006) a definição criada por

Edward Tylor no século XIX afirma que cultura abrange todas as realizações materiais e os

aspectos espirituais de um povo. Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido

pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até

ideais e crenças. Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana

empregada socialmente. Além disso, é também todo comportamento aprendido, de modo

independente da questão biológica.

Bosi (1996) afirma que cultura é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de

valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência social. Mas

para haver cultura é preciso antes que exista também uma consciência coletiva que, a partir da

vida cotidiana, elabore os planos para o futuro da comunidade.

Tal definição dá à cultura um significado muito próximo do ato de educar. Assim

sendo, nessa perspectiva, cultura seria aquilo que um povo ensina aos seus descendentes para

garantir sua sobrevivência.

Cultura é a soma dos saberes acumulados e transmitidos pela humanidade, considerada

como totalidade, ao longo de sua história; Cuche (2002, p. 21). Tomando em seu amplo

sentido etnográfico, cultura é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte,

moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como

membro de uma sociedade.

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São crenças e conceitos que moldam o contorno cultural de um grupo, estabelecendo

padrões de comportamento, de avaliação e imagem. Em uma organização. O sistema

de valores baliza e demonstra claramente quais as prioridades e os caminhos que a

empresa normalmente deseja seguir na busca de seus objetivos. (MARRAS, 2011, p.

293).

Em todo universo cultural, há regras que possibilitam aos indivíduos viver em

sociedade; nessa perspectiva, cultura envolve todo o cotidiano dos indivíduos. Assim, os seres

humanos só vivem em sociedade devido à cultura. Além disso, toda sociedade humana possui

cultura. A função da cultura, dessa forma, é, entre outras coisas, permitir a adaptação do

indivíduo ao meio social e natural em que vive. E é por meio da herança cultural que os

indivíduos podem se comunicar uns com os outros, não apenas por meio da linguagem, mas

também por formas de comportamento. Isso significa que as pessoas compreendem quais os

sentimentos e as intenções das outras porque conhecem as regras culturais de comportamento

em sua sociedade.

Em seus estudos, Laraia (2006) concluiu que a diferença fundamental entre os grupos

humanos era de ordem cultural e não racial ou determinada pelo ambiente físico. Sendo

assim, defendia que, ao estudar os costumes particulares de uma determinada comunidade, o

pesquisador deveria buscar explicações no contexto cultural e na reconstrução da origem e da

história daquela comunidade. Decorre dessa constatação o reconhecimento da existência de

culturas, no plural, e não de uma cultura universal.

A partir desses estudos iniciais, outras abordagens do conceito de cultura se

desenvolveram nas ciências sociais e em diversas áreas do pensamento humano como

consequência do fenômeno que Rubim (2007, p. 2) chama de ―automação da cultura como

campo singular‖, que mobiliza mercados consumidores e permite atuações profissionais,

acadêmicas e políticas. Para o autor, ―cabe propor mesmo uma centralidade para a cultura‖ no

mundo contemporâneo.

Diante da multiplicidade de interpretações e usos do termo cultura, adotamos como

referência neste trabalho três concepções fundamentais de entendimento da cultura, como:

Modos de vida que caracterizam uma coletividade; ―interação social dos indivíduos,

que elaboram seus modos de pensar e sentir constroem seus valores, manejam suas

identidades e diferenças e estabelecem suas rotinas‖, como ressalta Botelho (2001, p. 2).

No sentido de invenção coletiva de símbolos, valores, ideias e comportamentos, a

afirmar que todos os indivíduos e grupos são seres e sujeitos culturais. Valoriza-se o

patrimônio cultural a tradição, a organização social de cada comunidade, os costumes, as

crenças e as manifestações da cultura popular que remontam ao mito formador de cada grupo.

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[...] tem em vista a formação global do indivíduo, a valorização dos seus modos de

viver, pensar e fruir, de suas manifestações simbólicas e materiais, e que busca, ao

mesmo tempo, ampliar seu repertório de informação cultural, enriquecendo e

alargando sua capacidade de agir sobre o mundo. O essencial é a qualidade de vida e

a cidadania, tendo a população como foco. (BOTELHO, 2001, p. 110).

Na segunda concepção as Obras e práticas da arte, da atividade intelectual e do

entretenimento, vista como atividade econômica. No sentindo de que a produção, distribuição

e consumo de bens e serviços que conformam o sistema de produção cultural se tornou

estratégica para o desenvolvimento das nações, na medida em que estas atividades

movimentam uma cadeia produtiva em expansão, contribuindo para a geração de emprego e

renda.

A terceira concepção da cultura ressalta o papel que ela pode assumir como um fator

de desenvolvimento social. As atividades culturais são realizadas com intuitos

socioeducativos diversos: para estimular atitudes críticas e o desejo de atuar politicamente.

Portanto, afirmamos que na atualidade é possível compreender a cultura através de três

concepções fundamentais. Primeiro, em um conceito mais alargado onde todos os indivíduos

são produtores de cultura, que nada mais é do que o conjunto de significados e valores dos

grupos humanos. Segundo, como as atividades artísticas e intelectuais com foco na produção,

distribuição e consumo de bens e serviços que conformam o sistema da indústria cultural.

Terceiro como instrumento para o desenvolvimento político e social, onde o campo da cultura

se confunde com o campo social.

A Cultura desempenha diversas funções dentro de uma Organização. Em primeiro

lugar, ela tem papel de definidora de fronteiras, ou seja, cria distinções entre uma

Organização e as outras. Segundo, ela proporciona um senso de identidade aos

membros da Organização. Terceiro, facilita o comprometimento com algo maior do

que os interesses individuais de cada um. Quarto, estimula a estabilidade do sistema

social. A cultura é a argamassa social que ajuda a manter a Organização coesa,

fornecendo padrões adequados para aquilo que os funcionários vão fazer ou dizer.

(ROBBINS, 2005, p. 378).

A cultura significa então o comportamento convencionalizado e aceito pela sociedade

e provoca enorme influência e condicionamento sobre todas as ações e comportamentos das

pessoas.

Sob um ponto de vista genérico, a cultura consiste de padrões explícitos e implícitos

de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo e que constituem uma

característica própria de cada sociedade.

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Através da cultura, a sociedade impõe suas expectativas e normas de conduta sobre os

seus membros condicionando-os a se comportarem da maneira socialmente aceitável aos seus

padrões, crenças, valores, costumes e práticas sociais.

8.3 Desenvolvimento Organizacional

Autores como Marras (2011), Daft (2006) e Silva (2005) concordam que

Desenvolvimento Organizacional é a mudança organizacional planejada, isto é, um esforço

educacional complexo destinado a mudar os comportamentos e a estrutura da organização

para que ela possa se adaptar melhor às exigências de novos mercados, tecnologias e toda

ordem de desafios impostos pelo seu funcionamento interno e pelo ambiente.

“desenvolvimento organizacional é uma estratégia educacional adotada para trazer

à tona uma mudança organizacional planejada, exigida pelas demandas às quais a

organização tenta responder, e que enfatiza o comportamento baseado na

experiência. Normalmente a mudança é conduzida por agentes externos à

organização, trabalhando em conjunto com participantes internos”. (BENNIS,

2014, sem p.).

O desenvolvimento organizacional desempenha importante missão, diz respeito as

responsabilidades de planejar e acompanhar o crescimento organizacional, no seu todo, ao

longo do tempo, garantindo que os objetivos estrategicamente traçados mantenham-se no

rumo. O DO é um processo estratégico de mudança planejada, a longo prazo, que objetiva

alavancar a organização a estágios cada vez mais avançados, ao mesmo tempo que integra

metas individuais, grupais e empresariais.

O tamanho de uma organização tem implicações óbvias para o desenho de sua

estrutura. Em toda e qualquer pequena organização existe pouca necessidade de uma

estrutura forma; mas com o aumento do tamanho e dos problemas associados com a

execução de atividades administrativas, a organização pode ser dividida em

departamentos ou em subunidades semi-autônomas, ou em organizações de negócios

de diferentes tipos de atividades. (SILVA, 2005, p. 378).

O DO é uma teoria que procura estudar a operacionalização dos conceitos da Teoria

Geral da Administração bem como indicar as aplicações desses conceitos nas diversas

situações em que determinados conhecimentos são requeridos para resolução de problemas ou

aprimoramento do funcionamento organizacional.

Os modelos de DO voltados para os aspectos comportamentais objetivam encorajar

maior participação nas decisões, melhor distribuição da autoridade e responsabilidade entre os

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participantes da organização. Logo não devem ser aplicadas em organizações que utilizam

eficientemente o modelo burocrático. No entanto, quando o diagnóstico indicar maior

necessidade de flexibilização, a adoção de tipos alternativos de estrutura, mais flexíveis e

sensíveis às mudanças ambientais, torna-se necessária.

O segundo ponto de vista relacionado ao processo de DO é a questão que chamamos

saúde organizacional, ou seja, o status quo da estrutura organizacional e seus componentes em

relação ao desempenho. Há que se partir do pressuposto de que uma empresa com boa saúde

tem necessariamente melhor desempenho que outra cujo quadro de saúde esteja prejudicado e,

portanto, é portadora de certas ―doenças‖, prejudicam seu desempenho geral.

Uma organização doente tende a deteriorar-se ao longo do tempo se ações preventivas

e corretivas não forem aplicadas correta e adequadamente. Para Marras (2011, p. 305) um

programa de DO pode ser entendido como um antidoto organizacional, à medida que

representa um programa de combate a entropia e as doenças adquiridas acidentalmente ou não

durante a vida da empresa.

Também pode ser visto como o conjunto de forças que agem no sentindo contrário à

deterioração organizacional, não permitindo o agravamento da saúde da empresa ou

mantendo-a em níveis adequados.

Cabe a administração estratégica de recursos humanos implementar um programa de

Desenvolvimento Organizacional para fazer frente a esse circulo vicioso de

deterioração organizacional, acompanhado diagnosticamente e realimentado o

processo com medidas que permitam ajustar – o mais rapidamente possível –

qualquer eventual desvio de rota percebido ao longo do tempo. (MARRAS, 2011, p.

306).

O programa de DO, por ser um programa de ordem preventiva do que corretiva, é um

instrumento, a principio aplicável, ou seja, deve ser mantido em funcionamento ao longo de

todo o período da vida da Organização.

É interessante notar que as patologias comuns a maioria das organizações não são

congênitas, como se poderia pensar, mais sim oriundas da forma de administrar os recursos.

Sistemas considerados ineficazes com excessivos controles, chefias centralizadoras e

autocráticas, geram resposta por parte dos empregados, comportamentos tidos como

disfuncionais como apatia, desmotivação e insatisfação. Por sua vez essas disfunções

originam problemas como absenteísmo, comunicação inadequada, baixa produtividade e

baixa qualidade.

A inabilidade ou mesmo a incompetência de alguns gestores de permanecer em

silêncio em situações como esta, reforça o comportamento dessas chefias de colaborar para

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consolidação dessas patologias, enquanto sintomas ou disfunções iniciais poderiam ter sido

combatidos, neutralizados ou dissipados se detectados e enfrentados no momento certo, com

coragem e a competências necessárias.

Se não houvesse outras, essa seria uma razão mais do que suficiente para que as

organizações priorizassem a implementação de programas de DO.

É pelo DO que se diagnosticam falhas, lacunas e necessidades, na tecnologia, nos

processos e nos recursos disponíveis na organização. Implementa as mudanças necessárias

para garantir não só a saúde organizacional, mas também o atingimento de estágios mais

avançados ao longo do tempo.

[...] desenvolvimento de uma cultura organizacional de aprendizagem é dificultado

devido a tendência natural, na maior parte das empresas, de uma preservação dos

padrões culturais e de resistência à mudança, que propiciam o surgimento de normas

que atuam como um impeditivo da adoção de práticas de gestão orientadas para uma

aprendizagem mais eficiente e duradoura. (DAFT, 2006, p. 46).

O desenvolvimento organizacional é necessário sempre que a organização concorra e

lute pela sobrevivência em condições de mudança. Toda mudança é um problema que deve

ser solucionado de forma racional e eficiente. Cada época desenvolve uma forma

organizacional mais adequada e característica à sua natureza. As mudanças que estão

ocorrendo no mundo moderno tornam necessário revitalizar e reconstruir as nossas

organizações. Estas têm de se adaptar às mudanças do ambiente.

Os autores do Desenvolvimento Organizacional consideram que mudar a estrutura

organizacional não é suficiente para mudar uma organização. A única maneira viável de

mudar uma organização é mudar sua cultura, isto é, os sistemas dentro dos quais as pessoas

vivem e trabalham. Para que as organizações possam sobreviver e se desenvolver, para que

exista a renovação e a revitalização, deve-se mudar a cultura organizacional.

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9 MODELO DE EXCELÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA

As organizações modernas estão cada vez mais preocupadas em direcionar os

investimentos no desenvolvimento humano, de modo que agreguem valor as empresas e

principalmente para as pessoas.

Figueiredo (2009) resumiu as três grandes questões que os estudiosos da

administração pública procuram responder em suas pesquisas: primeiro, como se desvencilhar

do complexo de normas e procedimentos que impedem o alcance de resultados; Segundo,

como motivar os funcionários para que atuem no sentido do alcance dos objetivos públicos; e,

por fim, como medir o desempenho das agências públicas e como melhorar os resultados

atingidos?

Ao colocarmos organização e pessoas lado a lado, podemos verificar um processo

contínuo de troca de competências. A organização transfere seu patrimônio de

conhecimento para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar

novas situações profissionais e pessoais (...). As pessoas ao desenvolverem sua

capacidade individual, transferem para organização seu aprendizado, capacitando a

organização para enfrentar novos desafios. Esse processo pode ser gerenciado e

potencializado com efeitos benéficos para organização e para as pessoas. (DUTRA,

2002, p. 126).

A busca pela excelência é alvo de estratégias dentro das organizações, contudo, esta

denominação só se encontra disponível para aquelas organizações cuja sua estrutura são

formalmente organizada, que reflete diretamente em processos administrativos, transparência

dos processos internos e consecução dos objetivos propostos, a administração planejada.

Segundo Silva (2005) a chave é a motivação e em reestruturar significamente os

cargos, para que sejam desafiadores e recompensadores, que provoquem oportunidades

crescentes para realização, responsabilidade, crescimento e reconhecimento.

Oliveira e Pacheco (2007, p. 5), enfatizam ainda que para se manter uma estrutura

formalmente organizada é necessário detalhar as funções e responsabilidades de cada cargo

existente dentro da organização, desta forma, é possível pela descrição de cargos e funções a

percepção, pelos trabalhadores, da importância de seu papel na organização e na busca pela

melhoria da qualidade das informações ou comunicação interna da organização.

É evidente que o sucesso ou não de uma Política Pública, desde a formulação até a

execução, concentra-se nas Pessoas. Os profissionais devem ser vistos como talentos a serem

continuamente lapidados, de forma a desenvolverem as competências-chave tanto para o seu

sucesso como indivíduo, quanto para o sucesso da organização.

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O modelo de excelência em gestão pública, conforme apresentado, deve ser

compreendido num contexto sistêmico e segundo as inter-relações seguintes:

Figura 6 - Modelo de Excelência em Gestão Pública

Fonte: Adaptado pela autora conforme (MINAS GERAIS, 2013, p. 7).

A Liderança, ouvindo os Cidadãos e a Sociedade, elabora as Estratégias e Planos que

direcionam a organização;

Os servidores, utilizando-se dos Processos, concretizam as ações que transformam

objetivos e metas em resultados;

A execução de todo esse ciclo, conduz a Resultados; que, uma vez mensurados,

servem para acompanhar o atendimento à satisfação dos destinatários dos serviços e da ação

do Município, orçamento e as finanças, a gestão das pessoas, o desempenho dos serviços e

dos processos organizacionais;

Informações e Conhecimentos, representados pelos dados e fatos internos da

organização e aqueles provenientes do ambiente externo, que, de alguma forma, podem

influenciar o seu desempenho, devem ser continuamente analisados sob o enfoque da

melhoria das práticas de gestão e do desempenho.

No modelo gerencial, os profissionais são vistos como talentos a serem continuamente

lapidados, de forma a desenvolverem as competências-chave tanto para o seu sucesso como

indivíduo, quanto para o sucesso da organização. (DUTRA, 2009).

Assim, a empresa deve prover condições para que os servidores se desenvolvam

profissional e humanamente, num ciclo de aprendizado contínuo, visando o desenvolvimento

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de competências necessárias ao aumento do desempenho e do comprometimento ético com a

empresa.

A administração gerencial caracteriza-se pela existência de formas modernas de

gestão pública, modificando os critérios de aplicação do controle dos serviços

públicos, as relações estabelecidas entre o Poder Público e seus servidores e

alterando, também, a própria atuação da administração, que passa a enfatizar a

eficiência, a qualidade e a efetiva concretização do regime democrático, mediante a

participação mais intensa dos cidadãos. (COELHO, 2004, p. 259).

Desses novos direcionamentos para a administração pública surge a administração

pública gerencial, sendo um dos seus principais pressupostos a administração voltada para o

cidadão As competências a ser avaliadas são: Relacionamento Interpessoal, Iniciativa,

Conhecimento do trabalho, Planejamento e organização, Comprometimento e resultados e

Ética Pública.

De acordo com Klering, Porsse e Guadagnin (2010, p. 7) ―a eficiência da

administração pública – a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços,

tendo o cidadão como beneficiário – torna-se, então, primordial‖, ainda mais com o

maturação crescente da conscientização do cidadão em relação aos seus direitos de receber

um serviço digno, eficiente e de qualidade.

Um conjunto de habilidades e tecnologias, e não uma única habilidade e tecnologia

isolada. A integração é a marca de autenticidade das competências essenciais.

Competências essenciais são o aprendizado coletivo na organização, especialmente

como coordenar as diversas habilidades de produção e integrar diversas correntes de

tecnologia. Competências essenciais são a comunicação, o envolvimento e um

profundo comprometimento para trabalhar pelas fronteiras organizacionais (...).

(WOOD, 2004, p. 73).

Este contexto abriu espaço para os novos modelos de administração pública

democráticos com a filosofia de valores compartilhados, recuperando o sentido da cidadania e

possibilitando maior participação social como o novo serviço público, a coprodução e a

governança pública.

Para o estabelecimento de um serviço público mais eficiente, há a implicação de um

mecanismo de gestão administrativa e de pessoas, que busque valorizar cada vez mais o

agente público, de modo a motivá-lo e comprometê-lo com a causa pública, tornando por

consequência, a gestão mais estratégica e voltada para resultados, dinamizando os processos e

realizando em suma, o bem público.

Os fundamentos da gestão pública de excelência constituem valores que precisam ser

paulatinamente internalizados até se tornarem definidores da gestão de uma organização. À

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90

medida que forem transformados em orientadores das práticas de gestão, tornando

gradativamente hábitos e, finalmente, valores inerentes à cultura organizacional.

9.1 Desafio da gestão de pessoas no setor público

A administração pública, em especial no que diz respeito à gestão de pessoas,

necessita de urgente modernização de procedimentos e atitudes, sem isso, as tentativas de

alcançar o efetivo atendimento ao cidadão ficarão comprometidas.

Precisão (distribuição prévia de competências para decidir e executar); Rapidez

(conhecimento de antemão do trâmite e dos canais pelos quais os papéis passam);

Interpretação feita pela autoridade máxima, acompanhada por todos; Uniformidade

de rotinas (redução dos erros); Substituição do pessoal afastado, por outro de igual

competência técnica; Redução da fricção entre as pessoas; Constância, com decisões

iguais tomadas para casos semelhantes; Subordinação; Confiabilidade e Mérito e

carreira por esforço pessoal. (SARDI, 2007, p. 19).

O desafio da gestão de pessoas é proporcionar à organização pessoas com

características superiores e experientes, bem capacitadas, motivadas e leais, contribuindo com

uma cultura de alto desempenho, além de se manter rigoroso e atuar disciplinadamente

conforme as diretrizes definidas.

A inexistência da definição de diretrizes gerais para as políticas de recursos

humanos aliada à falta de informação faz com que a área de RH no setor público

continue a possuir uma imagem burocrática, associada à ineficiência. De modo geral

acaba sendo uma gestão de problemas, emergencialista, que trabalha para ―apagar

incêndios‖ constantemente, priorizando tarefas rotineiras e emergenciais, onde

atividades como definição de políticas para contratar, capacitar e remunerar ficam

em segundo plano. (DUTRA, 2009, p. 38).

As organizações da administração pública possuem natureza permanente, no entanto,

estão submetidas às contínuas transformações devido às mudanças de gestão. Por isso, o

grande desafio é manter a estabilidade da organização e conviver com a mudança. Isso

implica desenvolver estratégias de recursos humanos com maior flexibilidade, possibilitando

constituir organizações públicas coerentes e permanentes.

Para Siqueira e Mendes (2009, p. 241), ―[…] a modernização da administração pública

é um processo contínuo em que modelos e modismos gerenciais são constantemente

implantados na expectativa de que a estrutura governamental possa atender de modo mais

eficiente e eficaz às demandas sociais.‖

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Para tanto, é preciso servidores capacitados e motivados para realizar os objetivos

organizacionais e atingir os resultados esperados. O planejamento na gestão de pessoas deve

considerar o ambiente interno e externo, buscando maior atuação e inserção dos agentes

públicos, para alcançarem os objetivos da instituição e a satisfação da coletividade.

A motivação é tema fundamental nas administrações, assim como a gestão de pessoas

para a qualificação e aprimoramento dos mecanismos de gestão voltados para a produtividade

e alcance de resultados, atrelado ao bem estar dos colaboradores e a manutenção das

organizações.

A gestão de pessoas representa a maneira como as organizações procuram lidar com

as pessoas que trabalham em conjunto em plena era da informação. Não como

recursos organizacionais que precisam ser passivamente administrados, mas como

seres inteligentes e proativos, capazes de responsabilidade e de iniciativa e dotados

de habilidades e de conhecimentos que ajudam a administrar os demais recursos

organizacionais. (SANTOS, 2009, p. 30).

Percebe-se que a gestão de pessoas no setor público se encontra no estágio de

administração de pessoal, exercendo muitas vezes atividades puramente burocráticas, sendo

necessário evoluir para novos estágios, buscando integração entre a organização e seus

servidores.

O desenvolvimento de competências profissionais ou humanas é um processo de

aprendizagem que visa suprir a lacuna entre os conhecimentos, as habilidades e as atitudes

requeridos pelo órgão público e os apresentados pelos servidores. Estabelecidas em função do

cargo ou da posição ocupada pelo indivíduo na organização, essas competências remetem, sob

a ótica da qualificação profissional, não apenas aos saberes cognitivos e técnicos, mas

também aos saberes em ação, ou seja, à capacidade de os servidores resolverem problemas, de

lidarem com situações imprevistas e de compartilharem e transferirem conhecimentos.

Proporcionar uma visão abrangente e integrada das futuras funções do servidor,

assegurando a posse das competências necessárias ao exercício das atividades

relevantes e buscando a eliminação das lacunas entre os requisitos desejados e

aqueles aferidos na primeira etapa do concurso. (PIRES, 2005, p. 26).

Segundo Bergue (2007, p. 169), ―[…] a avaliação de desempenho na gestão de pessoas

pode enfocar: a) as pessoas no exercício de suas atividades; b) os processos inerentes à área

de gestão de pessoas.‖

As pessoas precisam ser avaliadas na atividade e no local em que estão desenvolvendo

suas tarefas, devendo ser adequadas em setores nos quais suas habilidades melhor contribuem

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na organização e no setor público, e isso deve ser encarado com seriedade, pois o produto

oferecido é o bem coletivo. Nesse sentido, uma gestão de pessoas eficiente é aquela em que as

pessoas utilizam todo seu potencial, tanto em habilidade e competência quanto em atividade e

serviço.

9.2 Qualidade de Vida

O conceito de qualidade de vida no trabalho tem sido avaliado e questionado através

de anos, definindo-se não como modismo passageiro, mas como um processo que consolida a

busca do desenvolvimento humano e organizacional. Vem ganhando expressão cada vez

maior no ambiente empresarial brasileiro dentro das estratégias de gestão de pessoas, seja no

que tange competitividade, atendimento as exigências dos clientes ou por meio de melhorias

das condições de trabalho.

Na busca de qualidade no desempenho no trabalho, políticas e práticas de gestão de

pessoas referentes à qualidade de vida no trabalho (QVT) têm sido valorizadas como forma de

integrar o indivíduo à organização harmonicamente, mantendo sua integridade física e mental,

gerando um melhor rendimento funcional e qualidade do processo produtivo.

Pode-se definir qualidade de vida no trabalho como:

[...] a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio

psicológicos que afetam a cultura e renovam o clima da organização, com reflexo no

bem-estar do trabalhador e na produtividade das empresas. (FERNANDES, 1996, p.

45).

Para que o trabalho seja executado com qualidade, é preciso que os executores do

trabalho tenham qualidade de vida. Não se pode falar de Qualidade Total sem abranger a

qualidade de vida das pessoas no trabalho.

Gil (2001) ressalta que os programas de QVT são de responsabilidade do gestor de

pessoas, integrando os objetivos individuais com os objetivos da organização. Um programa

de qualidade de vida no trabalho deve atender as características da organização, por meio de

ações que promovam o bem estar dos indivíduos no trabalho, resultando em maior

produtividade e comprometimento com a organização.

Segundo Limongi-França; Arellano (2002) são fatores de um programa de Qualidade

de Vida no Trabalho:

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a) remuneração justa e adequada;

b) segurança e saúde no trabalho;

c) uso e desenvolvimento das habilidades;

d) oportunidade de crescimento e segurança;

e) integração social na organização;

f) normas claras, respeito aos direitos, liberdade de expressão;

g) trabalho e vida privada; e,

h) significado social da atividade do indivíduo.

Entre os resultados de um programa de Qualidade de Vida no Trabalho estão, custos

reduzidos com saúde e segurança, capital humano diferenciado, flexibilidade, inovação e

desenvolvimento. A solução é contar com funcionários mais felizes, satisfeitos e

comprometidos porque eles são mais produtivos e em consequência, fazem os clientes mais

satisfeitos.

A satisfação quanto à qualidade de vida no trabalho implica em maior motivação para

o trabalho e um real interesse dos funcionários em contribuir para o progresso da empresa. A

QVT tem o potencial de promover um maior comprometimento do funcionário para com a

empresa a qual ele pertence.

Dessa forma, observa-se que a Administração Pública vem, ainda que lentamente,

buscando incorporar os conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho amplamente utilizados

na iniciativa privada, princípios orientadores do Programa da Qualidade e Participação na

Administração Pública como: satisfação do cliente; envolvimento de todos os servidores;

gestão participativa; gerência de processos; valorização do servidor público; constância de

propósitos; melhoria contínua e a não aceitação de erros. (FERREIRA, 1999).

Ferreira (1999) aponta que a melhoria dos serviços prestados pela Administração

Pública deve associar-se à adoção da qualidade como instrumento de modernização, levando-

se em conta, simultaneamente, a dimensão formal – que se refere à competência para produzir

e aplicar métodos, técnicas e ferramentas – e a sua dimensão política – que se refere à

competência para projetar e realizar organizações públicas que atendam às necessidades dos

cidadãos.

A qualidade de vida no trabalho sintetiza um conjunto de ações interligadas que

abrange melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho

sintonizando para o alcance das condições plenas de desenvolvimento humano.

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9.3 Clima organizacional

No entendimento de Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) clima organizacional é

atributo do ambiente organizacional que é percebido ou praticado pelos membros da empresa

ou ainda, algo que tendência o comportamento dos mesmos. O ambiente interno em que

convivem os membros de uma organização está relacionado ao seu grau de motivação e

satisfação. O clima organizacional é influenciado pelas crenças e valores que regem as

relações interpessoais, determinando o que é bom ou ruim para todos. Desta forma, o

ambiente de trabalho é favorável quando permite a satisfação pessoal de cada um, e

desfavorável quando frustra suas necessidades pessoais.

O clima organizacional é um fenômeno decorrente da interação dos vários elementos

da cultura. Ele manifesta-se por um conjunto de características ou atributos relativamente

constantes do ambiente interno que é experimentado por todos os seus integrantes e influencia

significativamente o seu comportamento.

O clima retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no trabalho.

Observa-se que este clima influencia profundamente a produtividade do indivíduo e,

consequentemente da empresa. Assim sendo, o mesmo deve ser favorável e

proporcionar motivação e interesse nos colaboradores, além de uma boa relação

entre os funcionários e a empresa. (LUZ, 1995, p. 147).

Embora as características individuais e organizacionais sejam fatores determinantes do

clima organizacional, uma vez constituído, ele passa a atuar como uma variável independente,

e como tal, constitui um importante fator de disponibilidade ou resistência às mudanças.

Para Fleury e Sampaio (2002), o clima de uma organização expressa um conjunto de

satisfações e insatisfações dos membros de uma organização em determinado período de

tempo... É mais volátil e menos estrutural que a cultura organizacional.

Clima Organizacional é constituído por um conjunto de propriedades mensuráveis do

ambiente de trabalho, percebidas direta ou indiretamente pelos indivíduos que vivem e

trabalham neste ambiente e que influenciam a motivação e o comportamento dessas pessoas.

Deriva de vários fatores relacionados a normas e valores da empresa, interpretações das

normas, disputas internas, perfil dos empregados, comunicação, processos de trabalho, entre

outros que podem alterar e comprometer seus resultados.

O clima organizacional é uma importante variável que reflete o comportamento dos

indivíduos na organização, isto é, os atributos específicos desta, seus valores ou atitudes, que

afetam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho

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(LUZ, 1995). Algumas variáveis afetam o clima organizacional, dentre elas: estilos de

liderança, salários praticados, possibilidades de desenvolvimento profissional, feedback

recebido, tipo de trabalho realizado, benefícios, estabilidade no emprego, desempenho,

recompensas e punições, oportunidades recebidas e percebidas.

Como o clima organizacional evidencia-se como atributo da organização, conforme a

percepção de seus participantes (SANTOS, 1999), ele é uma variável que apresenta

possibilidade de mensuração por meio de medidas objetivas e subjetivas e, consequentemente,

de intervenção por parte da organização.

Vários são os indicadores que podem definir o clima em uma organização pública. De

acordo com Luz (1995) a supervisão, o salário, o trabalho em si, os benefícios e estabilidade

do emprego são alguns dos fatores que, de alguma forma, influenciam a maneira de agir e o

comportamento das pessoas no trabalho. Este comportamento pode estar diretamente

relacionado ao sentimento de satisfação com o trabalho realizado.

Um fator que merece destaque na forma como se descrevem as situações da

organização é a percepção. Segundo Soto (2002, p. 65) ―a percepção se refere ao processo

ativo de perceber a realidade e organizá-la em interpretações ou visões sensatas‖. Algumas

variáveis compõem o clima organizacional como:

atividade realizada pelos setores e participação individual nos resultados;

política salarial e de benefícios;

integração entre departamentos;

comunicação e relacionamento interpessoal;

segurança do trabalho;

objetivos Organizacionais;

orientação da empresa para resultados;

envolvimento e comprometimento em todos os níveis;

planejamento estratégico.

Conforme Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), a pesquisa de clima busca fornecer

informações sobre atitude do público interno com relação à organização, suas expectativas e

integração. Além disso, pode ser um importante instrumento estratégico para o planejamento

eficaz da empresa.

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As pessoas que compõem o quadro funcional de uma organização devem sentir-se

seguras e apoiadas, ou seja, a motivação dos recursos humanos é fundamental para uma

Organização.

O clima organizacional é um fenômeno decorrente da interação dos vários elementos

da cultura. Ele manifesta-se por um conjunto de características ou atributos relativamente

constantes do ambiente interno que é experimentado por todos os seus integrantes e influencia

significativamente o seu comportamento.

Embora as características individuais e organizacionais sejam fatores determinantes do

clima organizacional, uma vez constituído, ele passa a atuar como uma variável independente,

e como tal, constitui um importante fator de disponibilidade ou resistência às mudanças.

Para Fleury e Sampaio (2002), o clima de uma organização expressa um conjunto de

satisfações e insatisfações dos membros de uma organização em determinado período de

tempo. É mais volátil e menos estrutural que a cultura organizacional.

O clima organizacional, portanto, define o sucesso e estabelece os padrões de

qualidade que devem ser alcançados na organização. Dentro de uma organização, o clima não

é necessariamente percebido da mesma forma por todos os seus membros, em razão das

diferenças do setor, de cargo exercido, do gênero, do tempo de serviço, da natureza das

atividades, das formas de organização do trabalho; perfil da liderança; oportunidades; entre

outros fatores.

9.4 Treinamento e Desenvolvimento

O T&D (Treinamento e Desenvolvimento) tem sido considerado pelas organizações

uma importante ferramenta estratégica, e conquistado espaço cada vez mais significativo nos

orçamentos empresariais, de modo que as empresas o utilizam como forma de

desenvolvimento e aprimoramento contínuo das áreas, buscando assim uma maior

competitividade perante o mercado.

De acordo com Gil (2001, p. 121), treinamento é "o meio para adequar cada pessoa a

seu cargo, com vista ao alcance dos objetivos da organização".

Contudo, Milioni (2001, p. 10), afirma que o treinamento "é a ação sistematizada de

educação para a capacitação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento do indivíduo". O que

nos leva a entender que o treinamento, visa capacitar os colaboradores das organizações, de

acordo com suas metas e objetivos, de modo que os colaboradores cheguem cada vez mais

próximos do ideal, que é o de alcançar o perfil de funcionário desejado pela organização.

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Por estarmos vivendo na era do conhecimento e da competitividade, na qual as

competências são cada vez mais valorizadas. Dentro do setor público isso não deveria ser

diferente, entretanto, os órgãos públicos são vistos como um sistema burocrático e

desatualizado quando se trata de (T&D).

Marras (2009) esclarece essa percepção quando diz que treinamento e

desenvolvimento são dois caminhos distintos, ainda que os dois utilizem técnicas similares,

almejam objetivos diferenciados.

Para Marras (2009, p. 167), ―O treinamento prepara o homem para a realização de

tarefas específicas, enquanto um programa de desenvolvimento gerencial oferece ao treinando

uma visão macro do business, preparando-o para voos mais altos, a médio e longo prazos.‖

O trabalho dos profissionais ligados a área de T&D busca através de suas atividades

atingir objetivos de curto, médio e longo prazo, seu trabalho consiste em identificar fatores

restritivos e facilitadores do uso das habilidades, capacidades e atitudes adquiridas e das

condições necessárias para que tais níveis melhorem. (TAMOYO E ABBAD, 2006).

Treinamento então pode ser definido como quaisquer procedimentos, de iniciativa

organizacional, cujo objetivo é ampliar a aprendizagem entre os membros da organização. Ou

seja, faz parte da constituição de um processo de aprendizagem, que inclui desenvolvimento

dos funcionários e educação, capaz de alterar o comportamento das pessoas em prol dos

objetivos da organização.

No que tange ao aspecto técnico do treinamento, a área de T&D deve submeter sua

programação a cada setor específico da empresa em que o treinamento será aplicado,

principalmente no que diz respeito ao conteúdo, resultados esperados, pessoal a ser

treinado. A ‗homologação‘ desses itens pelo setor ‗cliente‘ garante à área de T&D

uma maior probabilidade de acerto técnico nos resultados finais, ao mesmo tempo

que cria um laço de comprometimento entre o cliente e a organização de T&D,

extremamente importante para a credibilidade e visibilidade do sistema. (MARRAS,

2000, p. 149).

Um programa de T&D não pode ser aplicado de forma aleatória para os funcionários,

deve ter seus objetivos concentrados em transmitir informações sobre a empresa, seus

serviços e produtos; melhorar as habilidades para desenvolvimento de suas atividades;

proporcionar uma mudança de atitude das pessoas; ou até mesmo mudar conceitos e

desenvolver ideias ajudando as pessoas a pensarem em termos globais e amplos.

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9.4.1 Treinamento

Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que tem por objetivo

reciclar conhecimentos, habilidades diretamente relacionados a execução de tarefas ou a sua

otimização no trabalho. Tem como finalidade adequar as características dos colaboradores às

exigências de suas respectivas funções através de um processo sistemático que visa agregar

conceitos, habilidades, regras e atitudes, e que o desenvolvimento é voltado para a carreira,

outras experiências, aprimoramento das capacidades e motivação do corpo intelectual da

organização.

[...] treinamento está interligado à educação, na medida em que treinar implica

despertar dons, aptidões e capacidades que, na maioria das vezes encontram-se

latentes. Isso significa que tais características são inerentes ao ser humano. (CARVALHO, NASCIMENTO E SERAFIM, 2012, p. 167).

Gil (2001, p. 121), disserta que treinamento é "o meio para adequar cada pessoa a seu

cargo, com vista ao alcance dos objetivos da organização". Ou seja, é um elemento

importante da administração, devendo ser internamente consistentes com outras iniciativas

que enfoquem a mudança, sendo uma forma de complemento. O que nos leva a entender que

o treinamento, visa capacitar os colaboradores das organizações, de acordo com suas metas e

objetivos, de modo que os colaboradores cheguem cada vez mais próximos do ideal que é o

de alcançar o perfil de funcionário desejado pela organização.

Entre os objetivos do treinamento, Marras (2002, p. 147) defende dois importantes

objetivos: os objetivos específicos – são os que trazem a qualificação do profissional e a

oportunidade de elevar os seus conhecimentos e de estarem sempre atualizados às inovações

dentro das suas atividades. Os objetivos específicos devem ser realizados em treinamentos

claros e precisos de acordo com a necessidade estabelecida.

Marras (2002, p. 148) define os objetivos específicos sendo eles:

Formação Profissional: que tem como base, elevar o conhecimento do profissional

à sua profissão, para elevar o seu desempenho nas suas atividades.

Especialização: oferece a oportunidade do empregado de treinamentos voltados a

uma área de conhecimento específico.

Reciclagem: é a oportunidade de se atualizar dos conhecimentos já aprendidos na

sua rotina de serviço.

Objetivos genéricos – são os que trazem a oportunidade de elevar o desenvolvimento

do empregado a desenvolver a sua motivação dentro da organização. O retorno do

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treinamento é a elevação da qualidade da produção e fazer o empregado alcançar o

desenvolvimento organizacional da empresa.

Assim o treinamento é a atividade responsável pela transmissão de conhecimentos e

informações com a finalidade de preencher deficiências, estimular e desenvolver habilidades,

potencialidades visando a um crescimento tanto no aspecto profissional, cultural do indivíduo

como da empresa, no que tange à obtenção e manutenção de uma mão-de-obra mais

qualificada e preparada para assimilar e superar desafios.

O conceito de treinamento segundo Chiavenato (2004) vem se transformando ao longo

da história sendo que no início se concentrava especificamente no cargo ocupado pelo

indivíduo, vindo posteriormente a ser considerado como um meio para alavancar o

desempenho do cargo, mas modernamente, o treinamento é considerado um meio de

desenvolver competências nas pessoas para que se tornem mais produtivas, criativas e

inovadoras, potencializando de maneira eficaz a agregação de valor às pessoas, à organização

e aos clientes, enriquecendo assim o patrimônio humano da organização.

Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo que objetiva

repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados diretamente

a execução de tarefas ou a sua otimização no trabalho [...].que deve estar em

uníssono com a posição ocupada em uma estrutura organizacional e com as

responsabilidades divididas. (MARRAS, 2011, p. 133-134).

O Treinamento produz um estado de mudança no conjunto de conhecimento,

habilidades e atitudes de cada servidor, de forma que implemente a bagagem particular de

cada um. Segundo Milioni (2001, p. 10), afirma que o treinamento "é a ação sistematizada de

educação para a capacitação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento do indivíduo". O que

nos leva a entender que o treinamento, visa capacitar os colaboradores das organizações, de

acordo com suas metas e objetivos, de modo que os colaboradores cheguem cada vez mais

próximos do ideal que é o de alcançar o perfil de funcionário desejado pela organização.

9.4.2 Desenvolvimento

A moderna Gestão de Pessoas tem como objetivo principal a busca do

desenvolvimento integrado e contínuo, tanto das organizações como das pessoas que fazem

parte de seu contexto, e é a capacidade que as organizações tem para desenvolver as pessoas

que vai determinar seu futuro e ao mesmo tempo torná-las permanentemente viáveis.

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Desenvolvimento é a busca pelo despertar de suas potencialidades, permitindo que essas

aflorem e cresçam até o nível desejado de resultados.

Segundo Milkovich e Boudreau (2000, p. 338) desenvolvimento é o processo de longo

prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados, a fim de torná-los

futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento não inclui apenas treinamento,

mas também a carreira e outras experiências.

Quando Marras (2009) aborda o tema desenvolvimento é empregada a expressão

―desenvolvimento de talentos‖ centrando todo trabalho na evolução das pessoas, sendo que

dentro do programa proposto todos os empregados são contemplados com treinamentos

visando atender aos indivíduos potencialmente aptos a se desenvolverem, sem uma

preocupação específica com o cargo desempenhado, mas sim com o objetivo de investir

naqueles que vão compor o seu amanhã, ou seja, ―todo processo de desenvolvimento de

talentos está centrado nas pessoas e não nos processos‖. (MARRAS, 2009, p. 168).

O Treinamento prepara o funcionário para a realização de tarefas específicas, enquanto

um programa de desenvolvimento gerencial oferece ao treinando uma macro visão do todo.

Assim sendo, percebe-se que o treinamento de pessoas visa à melhoria no desempenho

das atribuições do cargo. Já o desenvolvimento, tem como alvo o aperfeiçoamento dos fatores

ligados à carreira do funcionário, à educação moral e ao crescimento pessoal do profissional

(MILIONI, 2001). Segue abaixo um quadro demonstrativo em que podemos observar mais

claramente as principais diferenças entre treinamento e desenvolvimento.

Quadro 2 – Diferença entre Treinamento e Desenvolvimento

Fonte: (PEARSON, 2010, p. 149)

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De acordo com Milioni (2001), na avaliação dos resultados é verificado se os objetivos

do programa foram alcançados, avaliando a reação após o treinamento, o nível de absolvição

do que foi ensinado, a mudança comportamental e os resultados organizacionais obtidos.

Partindo de um pressuposto similar, Pearson (2010) define a avaliação dos resultados

em quatro níveis:

satisfação dos treinados quanto ao programa implementado;

avaliação do aprendizado dos treinados;

comportamento dos treinados depois de já terem passado por todo o processo

de capacitação, ou seja, após um determinado prazo pós-treino, alguns dos

colaboradores da organização que se relacionam diretamente com a pessoa

treinada são chamados para comentar sobre a mudança comportamental da

pessoa;

resultados definitivos alcançados graças ao programa de treinamento

elaborado.

Assim sendo o Treinamento e desenvolvimento de pessoal é a forma pela qual a

empresa valoriza o seu colaborador, pois ela está demonstrando que existe interesse em

investir em seu pessoal, o que de fato, motiva o trabalhador, e desse modo, tanto empresa

como colaborador saem ganhando.

Assim sendo, percebe-se que o treinamento de pessoas visa à melhoria no desempenho

das atribuições do cargo. Já o desenvolvimento, tem como alvo o aperfeiçoamento dos fatores

ligados à carreira do funcionário, à educação moral e ao crescimento pessoal do profissional.

E é com essa visão que as empresas se dedicam a alinhar os objetivos dos

colaboradores aos organizacionais, que para Fiorelli (2003, p. 100) quando a motivação

acontece "[...] as pessoas tornam-se mais produtivas, atuam com maior satisfação e produzem

efeitos multiplicadores".

No cenário atual em que as empresas estão inseridas, ocorre a conscientização da

importância do fator humano, e da necessidade da valorização do mesmo, Knapik (2011)

considera que a administração contemporânea avalia as pessoas como peças-chave, onde não

são mais tratados como ferramentas produtivas e sim como recursos indispensáveis à

organização.

Às vezes, o sucesso da capacitação não está em programas de treinamentos e

desenvolvimento sistematizados, mas no acesso as informações precisas de um determinado

conteúdo. Todos os funcionários podem e devem ser treinados e desenvolvidos. Nas

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organizações bem sucedidas, treinar e desenvolver pessoas não representa um custo, e sim um

investimento calculado, onde retorno é garantido para a empresa, o funcionário e

principalmente para a satisfação da sociedade como um todo.

9.5 Satisfação e Produtividade

Os primeiros estudos sobre a satisfação no trabalho, segundo Siqueira (2008), eram

considerados como um componente da motivação, que levava os trabalhadores a

apresentarem indicadores de comportamento importantes para o interesse empresarial, tais

como o aumento do desempenho e da produtividade. Para compreendermos o que é e o que

causa a satisfação no trabalho é preciso entender a satisfação como uma forma de atitude e

com sua conotação bastante ampla.

―[...] Para que um trabalho tenha sentido, é importante que quem realize saiba para

onde ele conduz; em outras palavras, é essencial que os objetivos sejam claros e

valorizados e que os resultados tenham valor aos olhos de quem realiza‖. (MORIN,

2001, p. 18).

Segundo Spector (2004, p. 221), a satisfação no trabalho é uma variável de atitude que

mostra como as pessoas se sentem em relação ao seu trabalho, seja no todo, seja em relação a

alguns de seus aspectos. ―É o quanto as pessoas gostam do trabalho delas‖. Dessa forma, é

necessário que a organização possa entender a satisfação do empregado como os valores,

atitudes e objetivos pessoais que precisam ser identificados, compreendidos e estimulados

para que estes consigam sua efetiva participação na empresa.

De acordo com Morin (2001) os trabalhadores estarão motivados, satisfeitos,

desempenhando suas tarefas com qualidade e produtividade e serão assíduos no trabalho

quando três estados psicológicos estiverem presentes:

Significação percebida – grau em que o indivíduo percebe o trabalho de maneira

importante, valiosa e significativa.

Responsabilidade percebida – grau de responsabilidade que o indivíduo experimenta

em relação aos resultados de seu trabalho.

Conhecimento dos resultados do trabalho – grau de entendimento do indivíduo quanto

à efetividade de seu trabalho.

A satisfação com o trabalho representa uma parcela da satisfação com a vida. A

natureza do ambiente de alguém fora do trabalho influencia seus sentimentos no trabalho.

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Portanto a satisfação está muito ligada às expectativas individuais do indivíduo como relação

à organização.

O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a compreenderem

as atitudes expectativas de cada empregado no trabalho.

Desta forma, é necessário que a organização possa entender a satisfação do

funcionário como os valores, atitudes e objetivos pessoais que precisam ser identificados,

compreendidos e estimulados para que estes consigam sua efetiva participação na empresa.

[...] três estados psicológicos teriam, assim, um impacto importante na motivação e

na satisfação de uma pessoa no seu trabalho: o sentido que uma pessoa encontra na

função exercida, o sentimento de responsabilidade que ela vivencia em relação aos

resultados obtidos e o conhecimento de seu desempenho no trabalho [...] quando ela

o acha importante, útil e legítimo. (MORIN, 2001, p. 10).

Inicialmente, faz-se a relação da satisfação no trabalho com o salário e seus benefícios,

estes, considerados fatores extrínsecos de satisfação. Oliveira (2006, p. 82) diz que ―partindo

do contrato de trabalho, o trabalhador despende energia para produzir em força de uma

remuneração pelo trabalho, com a qual reproduz sua energia: o salário‖. Com essa ideia,

conclui-se que o salário e os benefícios são os meios que o trabalhador possui para conseguir

seus bens fundamentais, satisfazendo assim suas necessidades.

Segundo Robbins (2010, p. 75) ―trabalhos interessantes que fornecem treinamento,

variedade, independência e controle, satisfaz a maioria dos funcionários‖. Desta forma,

quanto mais a organização proporciona formas de crescimento e desenvolvimento, mais o

empregado tende a ficar satisfeito com seu trabalho.

A satisfação no trabalho é um fator crítico dentro do tema comportamento

organizacional. Necessita, portanto, ser compreendido, acompanhado e trabalhado

de modo a evitar os problemas potenciais da insatisfação que podem vir a prejudicar

a vida das organizações. (DAVIS; NEWSTROM, 1992. p. 125).

A satisfação no trabalho pode ser vista como uma resposta afetiva do servidor a suas

condições de trabalho. Assim, sob um enfoque multidimensional, a satisfação no trabalho é

vista como o resultado de avaliações particulares, feitas pelo trabalhador a cada um dos

aspectos componentes do trabalho. Os aspectos do trabalho considerados relevantes e mais

frequentemente avaliados em pesquisas têm sido: chefia, colegas de trabalho, natureza do

trabalho, salário, a organização, condições físicas de trabalho, desenvolvimento/crescimento

pessoal e carga de trabalho. (TAMAYO, 1996).

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Para Robbins (2005, p. 67), o termo satisfação no trabalho se refere à ―atitude geral de

uma pessoa em relação ao trabalho que ela realiza‖. Uma pessoa que tem um alto nível de

satisfação com seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto uma

pessoa insatisfeita apresenta atitudes negativas.

Robbins (2005, p. 75) fala ainda sobre os efeitos da satisfação com o trabalho sobre o

desempenho do funcionário citando três aspectos: ―satisfação x produtividade; satisfação x

absenteísmo; satisfação x rotatividade‖, nos quais a felicidade no trabalho pode ser traduzida

em crescimento profissional, qualidade de vida, ambiente propício para o desenvolvimento de

talentos e reconhecimento.

A palavra "produtividade" atualmente é utilizada por muitas organizações, com o

objetivo de melhorar os seus rendimentos no trabalho. Esse rendimento envolve uma série de

fatores, tais como qualidade e condição de trabalho oferecida; atualização tecnológica

utilizada; habilidade profissional dos empregados; condições do ambiente de trabalho etc.

As avaliações representam uma oportunidade para proporcionar um feedback regular

aos empregados. Assim, convém aproveitar esses momentos para ressaltar suas

conquistas e traços positivos. Para tanto, deve-se perguntar aos membros da equipe:

quais seus principais pontos fortes e fracos, o que atrapalhou seu desempenho e o

que poderia ser feito para melhorá-lo? (GIL, 2001, p. 215).

Contudo, entre todos esses fatores, um destaca-se sobremaneira por sua crescente

importância: o grau de interesse com que os empregados utilizam sua capacidade para obter

um aumento na quantidade e qualidade do rendimento de suas tarefas. Esse fator denomina-se

"produtividade de trabalho", e depende exclusivamente da motivação interior do indivíduo.

Neste cenário de administração pública, onde é mais difícil manter os agentes públicos

motivados e com alta produtividade, surge uma situação desafiadora, em que o desempenho

do setor público vem sendo pressionado pela comparação com o setor privado no que se

refere à qualidade e custos dos serviços prestados, surgindo inovadoras e boas práticas de

gestão, como cita Ferlie (1999, p. 1):

Princípios e práticas da gestão privada, sem perder de vista as especificidades da

administração pública. O primeiro elemento de inovação na gestão pública é o

compromisso com resultados. O instrumento para isso é o planejamento estratégico

com definição clara dos objetivos, escolha dos projetos estruturadores, definição de

metas quantitativas, acompanhamento, avaliação e cobrança [...]. A estratégia exige

o reconhecimento por meio de recompensa por desempenho.

Stoner e Freeman (2009) ainda afirmam que Taylor, a partir dos incentivos salariais e

prêmios de produção, que remunerava o trabalhador de acordo com a produtividade, tinha

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convicção que os trabalhadores que melhor desempenhavam suas tarefas, ultrapassando os

padrões de desempenho, beneficiariam a empresa e consequentemente a si própria; ou seja, a

prosperidade da empresa traria prosperidade também ao trabalhador.

O que todas as Organizações devem fazer é criar um ambiente no qual pessoas

trabalhem bem, um ambiente que ajude a aprimorar e enriquecer a vida dos colaboradores, um

lugar que deva satisfazer tanto os anseios do trabalhador quanto do seu empregador,

atendendo as necessidades da comunidade como um todo.

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10 ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS MARIAS

10.1 Origem e Caracterização do Município de Três Marias

Três Marias está localizada no noroeste de Minas gerais, na Macrorregião Central,

polarizada pela capital do Estado.

O município de Três Marias nasceu do antigo Distrito de Barreiro Grande, que se

emancipou de Corinto em 1963. Supõe-se que o início do povoamento começou em

Andrequicé, Distrito de Três Marias, que teria sido desmembrado de Corinto no mesmo ano.

Mas antes da emancipação, em maio de 1957, o então presidente, Juscelino

Kubitschek, iniciou o trabalho de construção da Barragem de Três Marias, objetivando a

regularização do curso das águas do Rio São Francisco nas cheias periódicas e melhorar a

navegabilidade, a utilização do potencial hidrelétrico e o fomento da indústria e irrigação. O

projeto era empreendedor e significou a construção de uma das maiores barragens de terra do

mundo. A conclusão da obra se deu em janeiro de 1961.

Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Barreiro Grande,

pela Lei Estadual nº 2764, de 30/12/1962, com terras desmembradas do Distrito de

Andrequicé pertencente ao Município de Corinto. Sede no atual Distrito de Barreiro Grande

(ex-localidade). Constituído de 2 distritos: Barreiro Grande e Andrequicé. Instalado em

01/03/1963.

Pela Lei Estadual nº 6756, de 17/12/1975, o Município de Barreiro Grande tomou a

denominação de Três Marias. Em divisão territorial datada de 01/01/ 1979, o município é

constituído de dois distritos: Três Marias e Andrequicé.

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), realizado no ano de 2010, Três Marias possui uma população de 28.318 habitantes,

com estimativa de 30.673 habitantes no ano de 2014.

10.2 Histórico da organização

O prédio da Prefeitura de Três Marias foi adquirido na gestão do prefeito Joaquim

Cândido Gonçalves com o apoio da Câmara Municipal em 25 de Dezembro de 1982, localiza-

se na Praça Castelo Branco, nº 03, centro, onde permanece situada até a presente data

(Dezembro/14).

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A PMTM conta no mês de Outubro/2014 com um quadro de provimento de 1.325

servidores (914 servidores efetivos, 87 investidos em cargo de comissão, destes 56 servidores

são efetivos e 380 contratados) que prestam serviços à população aproximada de 30.673

munícipes.

Faz parte da estrutura a Prefeitura Municipal de Três Marias: I- os Órgãos consultivos;

II- Órgãos de assessoramento (Procuradoria Geral e Gabinete do Prefeito); III- Órgãos

auxiliares (Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Fazenda); IV- Órgãos da

administração específica (Secretaria Municipal de Saúde, Desenvolvimento Econômico

Esporte, Turismo e Cultura, Educação, Obras e Serviços Urbanos, Agricultura, Assistência e

Promoção Social e Meio Ambiente); V- Órgão de descentralização territorial (Sub Prefeitura

de Andrequicé) e VI- Órgão de administração descentralizada (Fundação Municipal São

Francisco) que estão diretamente ligados ao Prefeito dando suporte para a tomada de decisão

e gestão do Município.

O Organograma Geral do Executivo e da Administração Pública da Prefeitura

Municipal de Três Marias.

Figura 7- Organograma da Administração pública da

Prefeitura de Três Marias

Fonte: Prefeitura de Três Marias, 2001.

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10.3 Competências das secretarias e órgãos de assessoramento

10.3.1 Secretaria Municipal de Administração

A Secretaria Municipal de Administração – SEMAD, conta com 70 servidores efetivos

e tem por principais finalidades:

Coordenar, elaborar e implantar planos, programas e projetos de organização

e modernização administrativa;

Programar, executar, supervisionar e controlar as atividades de administração

de pessoal, recrutamento e seleção, aperfeiçoamento de recursos humanos;

Realizar licitações para compra, obras e serviços necessários às atividades da

prefeitura; proteção e conservação dos bens imóveis e semoventes;

Promover a manutenção dos serviços de garagem, oficina mecânica e do

transporte interno da prefeitura; serviços de vigilância patrimonial;

Elaborar estudos sobre as normas e estruturas organizacionais, métodos e

processos de trabalho de administração municipal e assessorar cada órgão na

implementação de novos métodos e processos, visando assegurar o êxito da

execução dos planos, programas e projetos.

10.3.2 Secretaria Municipal de Agricultura

A Secretaria Municipal de Agricultura - SEMAGRI, conta com 09 servidores efetivos

e tem por principais finalidades:

Fortalecer a agroindústria, artesanato, turismo rural e lazer;

Administrar a Feira dos Produtores Rurais;

Elaborar estudos para a criação do parque de exposição agropecuária;

Projetar e supervisionar a construção e conservação de estradas rurais.

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10.3.3 Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social

A Secretaria Municipal de Assistência e Promoção Social - SEMAPS conta com 56

servidores efetivos, tem a missão institucional de formular, implantar, regular, financiar,

executar, monitorar e avaliar a Política Municipal de Assistência Social, como parte

integrante do SUAS – Sistema Único de Assistência Social. Seu âmbito de ações é o da

Seguridade Social que, conforme a Constituição Federal compõe-se de três áreas da política

pública: saúde, previdência e assistência social.

Em Três Marias, a SEMAPS presta atendimento sócio assistencial às pessoas e

famílias, articula os serviços e potencializa a rede de proteção social básica tendo como porta

de entrada os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS); e, no caso do apoio,

orientação e acompanhamento a situação de ameaça ou violação de direitos, este se realiza por

intermédio do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS).

O município de Três Marias encontra-se habilitado em nível de gestão plena na

Assistência Social e já está estruturada de acordo com as novas classificações de programas e

serviços da Política Nacional de Assistência Social, ao organizar a área finalística em três

Diretorias:

Proteção Social Básica;

Proteção Social Especial de Média Complexidade;

Proteção Social Especial de Alta Complexidade.

As políticas estão voltadas para o atendimento integral às famílias, às crianças e aos

adolescentes, às mulheres, aos idosos, às pessoas em situação de rua e às pessoas com

deficiência, estabelecendo-se como prioridade os segmentos que se encontrem em situação de

maior vulnerabilidade social.

Há ainda os recursos federais que não integram o orçamento municipal e que, no

entanto, destinam-se à área de Assistência Social na cidade de Três Marias, como são os casos

do Programa Bolsa Família e do BPC – Benefício de Prestação Continuada, em que os valores

são repassados diretamente aos beneficiários.

10.3.4 Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Esporte, Turismo e Cultura

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Esporte, Turismo e Cultura-

SECETUR, conta com 27 servidores efetivos que tem por principais finalidades:

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Elaborar, implantar e implementar políticas relacionadas com o

desenvolvimento da indústria, da expansão do comércio, de programas de

incentivo à agropecuária, das atividades turísticas e produtivas do município;

Articular a integração dos municípios da região, principalmente do Lago de

Três Marias, visando intensificar o intercâmbio e as parcerias para o

desenvolvimento econômico do município e da região;

Fomentar, apoiar e atender as pequenas, micros e médias empresas;

Fortalecer a produção pesqueira, a produção artesanal, as feiras, exposições,

eventos e programas de orientação e divulgação dos projetos municipais;

Elaborar e executar planos e projetos municipais de esporte, turismo e lazer,

compatíveis com as necessidades da comunidade em geral;

Incentivar o turismo rural, bem como apoiar e auxiliar nos estudos de novos

locais de visitação pública, tais como trilhas, córregos, cachoeiras, matas,

fazendas e outros atrativos campestres;

Organizar e promover festividades e acontecimentos locais relacionados com

o calendário histórico e cultural.

10.3.5 Secretaria Municipal de Educação

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Educação - SEMEC, conta com 428

servidores efetivos e tem por principais finalidades:

Elaborar os planos municipais de educação pré-escolar, ensino fundamental e

médio, em consonância com o planejamento nacional e estadual e com a

realidade do município;

Executar diagnósticos e planejamento para a localização das escolas

municipais; demanda escolar, de pré-escola, dos ensinos fundamental e

médio;

Executar o planejamento e a distribuição de meios e critérios de transporte de

estudantes da zona rural e bairros afastados;

Elaborar estudo sobre a realidade social da periferia da cidade e da zona rural,

juntamente com as Secretarias de Saúde e de Assistência e Promoção Social;

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Propor e executar estratégias e projetos visando à habilitação, a reciclagem e

o aperfeiçoamento do quadro de professores;

Acompanhar a execução do programa de merenda escolar.

10.3.6 Secretaria Municipal da Fazenda

A Secretaria Municipal da Fazenda - SEFAZ, conta com 30 servidores efetivos e tem

por principais finalidades:

Executar a política fiscal do município;

Acompanhar e fiscalizar a arrecadação de transferências intragovernamentais

no âmbito do município; Cadastrar, lançar e arrecadar as receitas municipais;

Fazer o processamento da despesa e manutenção dos registros e dos controles

contábeis dos sistemas financeiros, orçamentário e patrimonial;

Fiscalizar e realizar a tomada de conta dos órgãos de administração

descentralizada encarregados de movimentação de dinheiro e outros valores;

Analisar o Código Tributário Municipal e propor medidas de aplicação,

aperfeiçoamento e atualização constante.

10.3.7 Secretaria Municipal de Meio Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMEIA, conta com 14 servidores

efetivos e tem por principais finalidades:

Executar a política ambiental em observância da legislação municipal,

estadual e federal;

Articular com o Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio

Ambiente, para traçarem as diretrizes e prioridades do desenvolvimento

sustentável do município, observadas as peculiaridades locais;

Prestar assessoria técnica ao Codema e à Curadoria do Meio Ambiente do

Ministério Público;

Propor a criação de áreas de interesse do município para proteção ambiental;

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Fiscalizar o cumprimento de leis e normas sobre meio ambiente e orientar

ações de recuperação ambiental, quando for o caso;

Implementar políticas de saneamento ambiental, elaborar e acompanhar

projetos, como a Estação de Tratamento de Esgoto e Adequação dos Resíduos

Sólidos;

Elaborar, implantar e manter parques, praças, jardins públicos, hortos

florestais, e a preservação do ambiente natural.

10.3.8 Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos - SEMOBS, conta com 143

servidores efetivos e tem por principais finalidades:

Executar atividades relacionadas com a implantação, conservação e

manutenção das redes pluviais das áreas urbanas;

Projetar, construir e conservar as vias urbanas, as obras públicas e instalações

em geral do município;

Realizar trabalhos topográficos de apoio às obras e serviços;

Promover planos municipais de implantação e extensão dos serviços de

iluminação pública;

Embargar edificações, demolições de quaisquer obras em desacordo com a

legislação municipal; Executar serviços de limpeza pública; Administrar os

cemitérios, aeroporto e terminal rodoviário. Executar serviços de

abastecimento de água.

10.3.9 Secretaria Municipal de Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde - SESAU conta com 110 servidores efetivos e tem

por principais finalidades:

Desenvolver atividades de medicina social e atendimento básico à população,

na área de sua competência; Controlar a qualidade dos serviços da saúde

prestados à população do Município;

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Planejar e executar atividade de vigilância sanitária; Executar programas de

assistência médico-odontológica;

Executar programas que visem o combate de epidemias, o controle e a

erradicação de problemas de saúde;

Promover o estudo e emitir pareceres sobre minutas de convênios e contratos

com a União e o Estado para a execução de campanhas e programas de saúde;

Planejar e coordenar o SUS – Sistema Único de Saúde.

10.3.10 Secretaria Municipal de Planejamento

A Secretaria Municipal de Planejamento – SEPLAN, conta com 09 servidores efetivos

e tem por principais finalidades:

Elaborar, atualizar e aprovar planos municipais de desenvolvimento, bem

como elaborar projetos, estudos e pesquisas necessários ao desenvolvimento

das políticas estabelecidas pelo Governo Municipal;

Planejar e controlar a execução do orçamento;

Coletar e analisar dados estatísticos e preparar indicadores necessários ao

Planejamento Municipal;

Elaborar os Projetos de Lei do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e

Orçamentos Anuais, de acordo com a legislação vigente.

10.3.11 Gabinete do Prefeito

O órgão de apoio Gabinete do Prefeito - GP, conta com 04 servidores efetivos.

Tem por principais finalidades, Coordenar o relacionamento e atividades políticas do

Prefeito Municipal com o Poder Legislativo, autoridades político-administrativas, entidades

públicas e privadas, Unidades Administrativas e munícipes em geral, bem como coordenar as

atividades políticas do Prefeito com os munícipes, órgão representativos e Câmara.

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10.3.12 Procuradoria Geral do Município

O órgão de apoio Procuradoria Geral do Município – PG, conta com 05 servidores

efetivos e tem por principais finalidades:

Fazer a representação e a defesa em juízo do município;

Promover estudos e emitir pareceres sobre a aplicabilidade de normas

jurídicas federais e estaduais no município;

Organizar e manter os serviços de referência legislativa, doutrinária e

jurisprudencial, para utilização dos órgãos da Prefeitura, bem como a

organização de coletâneas de leis, decretos e outros atos normativos de

competência da União, do estado e do município;

Emitir pareceres sobre minutas de anteprojetos de lei, projetos e decretos;

Instruir as autoridades competentes, quanto ao exato cumprimento das

decisões judiciais.

10.4 Análise geral da PMTM

Através do auxílio da revisão de literatura e também experiência pessoal da

pesquisadora na organização, que é servidora municipal há quase cinco anos, foi possível

fazer uma análise holística e empírica da saúde da Organização e dos seus servidores como

um todo.

Baseado em observações, conversas informais foi possível perceber o quanto a

Prefeitura Municipal de Três Marias (PMTM) encontra-se sensível, fato que comprova esta

afirmação é quantidade de afastamentos (licenças de saúde, licenças sem vencimento para fins

de estudo e particular) e atestados médicos recebidos na Divisão de Recursos Humanos.

Fatores que justificam esta ausência e o esgotamento psicológico em que os servidores se

encontram o que compromete diretamente a realização do seu trabalho, produtividade e

atendimento eficiente de qualidade a sociedade.

As obras de Morin (2001) e Spector (2004) descrevem que os servidores só estarão

motivados, satisfeitos e desempenhando suas tarefas com qualidade e de forma produtiva

quando são assíduos no trabalho e quando é percebido que a tarefa que desempenha é

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importante, a responsabilidade pelo resultado alcançado além de ter o pleno conhecimento e

entendimento da sua função.

Pelo fato de a PMTM estar passando por uma fase difícil de contenção de gastos e

despesas, onde foram ceifados alguns benefícios dos servidores, como redução do pagamento

de horas extras, adiamento de férias o que provocou descontentamento perceptível em grande

parte dos servidores atuantes nas demais secretárias. Oliveira (2006), através de estudos

realizados, mostra que os fatores Higiênicos de Herzberg, são insatisfacentes, ou seja, os que

previnem a insatisfação; giram em torno do contexto do cargo como a pessoa se sente em

relação à organização, as condições de trabalho, salários, benefícios, relacionamentos

interpessoais etc.

Seguindo o mesmo raciocínio, Salgado (2005) expõe que teoria proposta por Victor

Vroom onde a motivação depende das expectativas das pessoas em função de sua capacidade

de realização de tarefas e receber recompensas organizacionais desejadas, e quando alcançado

bons resultados pessoais o indivíduo apresenta-se mais motivado a realizá-la, ações estas que

não estão sendo implantados na PMTM.

Como é descrito por Maximiano (2006), o clima de uma organização é uma técnica

que permite aferir de modo de modo sistêmico os sentimentos das pessoas a respeito de vários

aspectos da organização e de seu trabalho. O clima organizacional em sua essência é o mapear

das percepções interna da empresa e a satisfação das pessoas em relação ao trabalho que

executa. Nas Secretarias observadas como Administração, Planejamento, Fazenda, Turismo e

órgão de apoio como Procuradoria Geral é notório a dedicação e compromisso dos servidores

na execução de suas tarefas, tanto como integração nas equipes e bom relacionamento

interpessoal, mas ao mesmo tempo é evidente a lentidão que se tem, devido à burocracia na

formalização e agilidade de procedimentos nos setores públicos, onde a cadeia hierárquica e

muito extensa aumentando ainda mais sua lentidão.

Um dos fatores que propiciam a desmotivação por parte dos servidores é a celeridade

dos processos, e a demora de todo o caminho a ser percorrido podendo levar de 1 mês ou mais

para se obter o resultado/resposta esperada.

Pietro (1999) disserta que a Administração Pública é burocrática, rígida, ineficiente,

voltada para si própria e para o controle interno, e que se faz necessário uma administração

pública gerencial, flexível e eficiente voltada para o atendimento do cidadão, de forma rápida

e eficiente.

Também é possível perceber a falta de qualificação de alguns servidores que estão a

frente dos setores, pois a morosidade e o repasse de informações erradas podem causam

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grandes transtornos, contribuindo para demora na solução de problemas e agilidade de

documentos.

Oliveira e Pacheco (2007) enfatizam ainda que para se manter uma estrutura

formalmente organizada é necessário detalhar as funções e responsabilidades de cada cargo

existente dentro da organização, desta forma, é possível pela descrição de cargos e funções a

percepção, pelos trabalhadores, da importância de seu papel na organização e na busca pela

melhoria da qualidade das informações ou comunicação interna da organização.

Na Secretaria de Saúde, é percebida a falta de qualidade no atendimento e a falta de

cuidado do servidor para com a comunidade. Situações explicitas nos PSFs (Programa de

Saúde da Família) onde o paciente espera de meia hora a quarenta minutos para aferir pressão,

pois o funcionário responsável por tal atendimento está ocupado ou não está no seu local de

trabalho cumprindo com sua obrigação. A falta de mão de obra qualificada também é

causadora de sobrecarga no que implica demora e qualidade na prestação de serviços.

Para Gil (2001), treinamento é o meio para adequar cada pessoa a seu cargo, com

vista ao alcance dos objetivos da organização. Ou seja, é um elemento importante da

administração, devendo ser internamente consistentes com outras ações que enfoquem a

mudança, sendo uma forma de complemento. O que nos leva a entender que o treinamento,

visa capacitar os colaboradores das organizações, de acordo com suas metas e objetivos, de

modo que os colaboradores cheguem cada vez mais próximo do ideal que é o de alcançar o

perfil de funcionário desejado pela organização e pela sociedade.

10.5 Metodologia da pesquisa

Diante do objetivo de identificar elementos motivadores e/ou desmotivadores dos

servidores no ambiente de trabalho, foi realizada uma pesquisa censitária na Prefeitura

Municipal de Três Marias. No mês de Outubro/14 a Organização conta 1.325 funcionários

ativos, mas para tal intuito, definiram-se como população de pesquisa 914 (Novecentos e

quatorze) os quais são servidores efetivos da organização.

Inicialmente foi realizada na Prefeitura Municipal de Três Marias uma pesquisa

documental com a finalidade de obter dados e informações concretas a respeito da

Organização, e das secretarias onde o trabalho seria desenvolvido. Esse foi o primeiro

levantamento para melhor conhecer politicas, práticas e o ambiente onde o estudo se

desenvolveu. Gil (2008, p. 8) define método como o caminho para se chegar a determinado

fim.

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117

Em uma segunda etapa foi realizada em Setembro/2014 uma reunião informal com o

Prefeito Municipal e Chefia imediata da Divisão de Recursos Humanos para avaliação,

autorização e liberação para aplicação dos questionários. Para Gil (2008) o pré-teste de um

instrumento de coleta de dados que tem por objetivo assegurar-lhe validade e precisão.

Na pesquisa de campo, foram distribuídos para servidores e suas respectivas chefias

imediatas questionários de forma individual, dando-se um prazo para as respostas e posterior

devolução, que buscam colher informações relevantes, e possibilitar maior percepção sobre o

assunto. Para as questões fechadas foi utilizada a escala de Likert para a classificação das

respostas. Visto que, segundo Malhotra (2001), esse tipo de escala é de fácil aplicação e

entendimento por parte dos entrevistados.

De acordo com Gil (2001) devido à dificuldade de se recolher informações de uma

população inteira, pode-se optar pela seleção de uma amostra representativa do universo para

a realização da pesquisa. Contudo, o presente estudo de caso foi realizado através de pesquisa

censitária não probabilística, devido ao tamanho da população representativa da organização.

O espaço amostral da organização é composto por 914 (Novecentos e quatorze) servidores

efetivos, distribuídos em três turnos de trabalho (manhã/ tarde/noite). Contudo, a autora

encontrou resistências por parte de 255 colaboradores, 27,9% do público alvo em responder a

pesquisa, e a população teve sua representatividade através dos 659 respondentes.

O método utilizado para a tabulação e análise dos dados foi a estatística descritiva, que

mostra o perfil da população através de dados como sexo, faixa etária e preferências pessoais

(Gil, 2002). E a distribuição de frequência objetiva a contagem do número de respostas, a

associação de valores às variáveis envolvidas e posterior expressão dessas contagens em

termos percentuais, de acordo com Malhotra (2001).

O tratamento dos dados foi feito através de tabulação, por meio do Software Excel, na

qual se obteve os valores percentuais, e, posterior exposição em gráficos viabilizar a análise.

10.5.1 Etapas do trabalho

Para uma melhor compreensão do processo e de como o trabalho foi realizado, a

figura a seguir ilustra as etapas de realização da pesquisa:

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Figura 8 - Etapas da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora

Objetivando identificar o entendimento dos servidores em relação à importância, à

finalidade e a vários outros aspectos sobre a motivação e a satisfação no serviço público, a

presente pesquisa foi desenvolvida em etapas:

Realização da fundamentação teórica através da busca em livros, revistas e

artigos por conceitos, formas e objetivos que vieram a compor este trabalho;

Elaboração do instrumento para coletar os dados pretendidos dos servidores,

observação empírica e questionário;

A coleta dos dados foi efetivada através da aplicação do questionário

(Apêndice A).

Análise de dados de um estudo de caso, segundo Yin (2010) consiste da tabulação das

evidências coletadas para compreender e esclarecer, validar e refutar os objetivos iniciais do

estudo. A análise dos dados foi realizada através das afirmativas dos questionários, todas

foram tabuladas e analisadas estatisticamente para possibilitar uma leitura da percepção dos

servidores referente ao assunto.

Segundo Gil (2008) o principal aspecto que deve ser considerado no processo de

interpretação é a ligação entre as informações e dados empíricos coletados e as teorias ligadas

aos mesmos. Durante o processo de análise dos dados, optou-se por dispô-las em tabelas para

se obter uma melhor visualização e comparação com o referencial teórico exposto, que

nortearam o próprio desenvolvimento do estudo de caso.

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10.5.2 Limitações da pesquisa

O grande desafio enfrentado no desenvolvimento desse estudo foi ausência de

literatura de motivação na área pública. Na falta de livros específicos, foi preciso adaptar os

artigos, revistas encontradas sobre o tema, para o serviço público.

A amostra pesquisada, por ser composta somente de uma porcentagem de servidores

efetivos e cargos em comissão, não permite a apuração exata dos resultados de toda a

Prefeitura Municipal de Três Marias. No entanto pode ser utilizada para orientar futuras

pesquisas de motivação e satisfação nessa organização, especialmente pelo fato deste tema

ter-se mostrado fundamental para a gestão estratégia de recursos humanos.

10.6 Análise dos dados

Considerando-se a importância e as dificuldades que poderiam ocorrer nessa etapa da

pesquisa, utilizou-se, visando garantir, o máximo possível, a qualidade e objetividade dos

resultados, a técnica da análise quantitativa. Os dados foram coletados através da aplicação do

questionário referente ao assunto em todas as secretarias e setores da Prefeitura de Três

Marias para uma amostra de 914 servidores que lá trabalham.

Com uma população de seiscentos e cinquenta e nove servidores efetivos da PMTM,

os quais responderam um questionário composto de vinte e cinco questões fechadas, iguais

para todos os participantes da pesquisa, aplicado entre os dias 17 de Setembro/14 a 19 de

Novembro/2014. Dos 980 questionários distribuídos nos setores, retornaram 659 respondidos.

Os dados foram analisados através das afirmativas do questionário: insatisfeito, pouco

satisfeito, satisfeito e muito satisfeito/ péssimo, ruim, bom, muito bom. Cada afirmativa gerou

uma resposta que foi tabulada e analisada estaticamente com o auxílio do Microsoft Office

Excel.

10.7 Descrição da amostra

Após a aplicação do questionário foi possível realizar a análise dos resultados sobre o

grau de satisfação e motivação no trabalho dos servidores da PMTM.

A seguir será apresentada a análise dos dados coletados pela aplicação do

questionário. Essa análise foi elaborada através da leitura dos blocos, apresentados e dividida

em três seções: a primeira diz respeito ao perfil dos servidores pesquisados, na sequência

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buscar identificar o grau de satisfação e motivação no trabalho dos servidores através dos

fatores motivacionais e higiênicos; a seguir a seção aborda os aspectos que você considera

principais fatores de satisfação, motivação, qualidade de vida e treinamento para servidores da

PMTM. Os resultados serão demonstrados através de gráficos para melhor interpretação,

utilizando-se da análise quantitativa.

10.7.1 Perfil dos Servidores públicos

Em relação aos aspectos sociodemográficos dos 659 (seiscentos e cinquenta e nove)

colaboradores pesquisados, os resultados dos dados e informações colhidas permitiram a

identificação do perfil da maioria dos servidores efetivos. Em algumas das afirmativas

tivemos algumas abstenções de respostas.

Tabela 5 – Perfil dos Servidores

AFIRMATIVAS ALTERNATIVAS % UN. TOTAL

SEXO

FEMININO

MASCULINO

73,0%

27,0%

481

178

659

CARGO

COMISSÃO

DEMAIS CARGOS

6,4%

93,6%

42

617

659

IDADE

ATÉ 24 ANOS

ENTRE 25 E 40 ANOS

ACIMA DE 41ANOS

9,2%

63,3%

27,4%

60

411

178

649

TEMPO DE

PMTM

DE 01 A 02 ANOS

DE 02 A 05 ANOS

DE 05 A 10 ANOS

MAIS DE 10 ANOS

13,9%

35,4%

19,2%

31,5%

91

232

126

206

655

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Observa-se em relação ao gênero dos servidores entrevistados a predominância do

sexo feminino 73,0% (481 colaboradoras) sobre o masculino representado em 23,0% (178

colaboradores).

A expressiva vantagem do sexo feminino refere-se ao fato de a mulher tem se inserido

no mercado em todas as atividades possíveis, com uma força tamanha que não era visível em

décadas passadas. Na PMTM é perceptível essa vantagem quanto à ocupação no serviço

público.

Quando perguntados qual o cargo ocupado, pode-se notar um número bem expressivo

de 93,6% (617 colaboradores) que ocupam outros cargos. Funções estas bem diversificadas,

desde parte técnica, administrativa e operacional, que fazem o diferencial e o funcionamento

da máquina pública. Quarenta e dois (42) dos colaboradores entrevistados que representam

6,4% ocupam cargos de chefia, por critérios públicos de confiança, normalmente vinculado ao

cargo politico maior, o Prefeito Municipal, estes estão concentrados nas áreas administrativas,

contribuindo diretamente na gestão do bem público.

Em relação à faixa etária, a pesquisa revela que a maior parte dos servidores

entrevistados pertence a uma faixa etária adulta jovem, compreendida entre 25 a 40 anos

(63,3%), que evidencia pessoas que buscam ascensão profissional e estabilidade. Esta faixa

representa uma porcentagem bem relevante sobre os servidores da faixa etária adulta, ou seja,

mais madura, acima de 41anos que são representadas em 27,4% (178 colaboradores). Os

servidores com faixa etária até 24 anos são a minoria, 60 servidores, (9,2%), que estão

formados, ou/em processo de formação buscando experiências e crescimento no mercado de

trabalho.

No que tange o tempo de serviço com relação à PMTM, a pesquisa revelou que a

maioria dos entrevistados 35,4% (232 colaboradores) fazem parte da Organização a 05 anos,

número influenciado pelo concurso público realizado no ano de 2009, onde mais de trezentos

e cinquenta servidores foram empossado em Janeiro/2010.

Em relação aos servidores que fazem parte da organização a mais de 10 anos, (31,5%),

período este normalmente vinculado aos servidores que tem como intuito fazer carreira na

área pública.

Quanto aos servidores que tem sua minoria 13,9% (91 colaboradores) que fazem parte

da Organização a menos de 02 anos, podem ser identificados como os servidores concursados

que tomaram posse nos anos de 2012 e 2013, e que passaram a fazer parte do quadro de

provimento efetivo. A vantagem do sexo feminino se mantem em todos os aspectos acima

analisados.

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Gráfico 1 – Secretaria que trabalha

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O Gráfico 01, aborda a secretaria onde os servidores são lotados e prestam seu

trabalho, dos seiscentos e trinta e nove (639) respondentes, em sua maioria 304 pessoas, ou

seja, 47,2% dos servidores estão exercendo suas funções na Secretaria Municipal de

Educação, é nela também que se encontra concentrada o maior número de funcionários da

Prefeitura Municipal de Três Marias, pois a cidade conta com um número bem expressivo de

escolas municipais e creches.

O segundo maior percentual de respondentes foi dos servidores da Secretaria

Municipal de Obras e Serviços Urbanos, 14,3%, noventa e dois servidores, estes que zelam

pela limpeza e manutenção da cidade em prol da sociedade.

A Secretaria Municipal de Saúde também teve uma expressiva representatividade com

12,9% (83 servidores), que encontram em exercício em Postos de saúde, secretaria de saúde,

Divisão Odontológica, Divisão de Vigilância Sanitária entre outros. O setor menos

significativo em relação ao quantitativo é o Gabinete do Prefeito (0,3%), pelo fato de contar

com poucos funcionários efetivos em seu departamento.

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10.7.2 Aspectos Motivacionais

Esse processo origina-se em carências internas que induzem o indivíduo a um

comportamento de busca, objetivando a satisfação dessas necessidades. Fatores Motivacionais

são aqueles que realmente levam a formação de atitudes positivas no trabalho.

Gráfico 2 – Motivação em trabalhar na Organização

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Ao serem questionados sobre ―Se sentem motivados em trabalhar na Organização‖,

contatou-se através do Gráfico 02, que 67,8%, (374) dos servidores que ocupam cargos

operacionais se encontram desmotivados, número bem discrepante quando comparado aos

servidores investidos em cargo de comissão. As chefias pesquisadas estão em um

posicionamento bastante respeitável, uma vez que 100% dos colaboradores entrevistados

estão motivados com o modo de gestão, relacionamento direto com seu superior, ou seja, em

todos os aspectos.

Este nível de desmotivação é preocupante, pelo fato de funcionários insatisfeitos

podem apenas não se dedicar de forma adequada ao seu trabalho, como pode também

desempenhar alguma atividade contrária aos princípios da organização.

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Gráfico 3 – Satisfação com o salário atual

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Sobre a remuneração, foi perguntado se os servidores estavam satisfeitos com o seu

salário atual, verificou-se um percentual alto de discordância correspondente a 75,0% (463

servidores) que ocupam cargos operacionais na PMTM.

Quando a pergunta foi direcionada aos servidores que ocupam cargos de chefia,

observa-se a satisfação praticamente da maioria dos respondentes, 88,1%, 37 (trinta e sete)

dos 42 (quarenta e dois) chefes que responderam ao questionário.

Considerando as teorias estudadas, entende-se que a remuneração é uma necessidade

básica, que, na medida em que o indivíduo ascende profissionalmente, se torna também

crescente, devido aos novos padrões de expectativas. São visíveis os benefícios advindos do

salário para a satisfação do funcionário, e quanto a essa pesquisa é preciso destacar esse fator

como resultado mais influente para a insatisfação no trabalho.

Assim pode-se que concluir que se a Organização pagasse uma remuneração

adequada, aos servidores de baixo escalão, eles estariam mais entusiasmados e satisfeitos com

o trabalho, além do número de insatisfação ser provavelmente menor. Os fatores higiênicos

não fazem as pessoas produzirem mais, mas sua presença garante que esteja conseguindo

manter o nível de insatisfação dos servidores em grau mínimo.

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Gráfico 4 – Considera sua remuneração adequada

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A questão de número 12, do questionário pergunta aos servidores de demais cargos e

os investidos em cargo de comissão se você considera a sua remuneração adequada ao

trabalho que realiza, de modo a identificar como os se sentem quanto essa adequação.

Entre os respondentes que trabalham nos cargos operacionais, aponta que 63,9% não

concordam que a sua remuneração seja condizente aos seus afazeres.

Entre os cargos de chefia, essa afirmativa foi a que mais demonstrou uma leve

negação de 26,2% por parte dos chefes, que ainda se sentem insatisfeitos com seu salário em

relação às responsabilidades a eles aferida. Contudo, 73,8%, 31 (trinta e um) dos chefes

respondentes aprovam a adequação da sua remuneração.

A pesquisa apontou que a maioria dos servidores operacionais não concordam com a

afirmativa, e os investidos em comissão concordam em sua maior parte. Isto e um retrato do

que acontece em diversas Organizações, seja ela pública ou privada, onde é percebida certa

insatisfação das pessoas quando analisam o seu nível de conhecimento em comparação com o

de outras pessoas no mesmo ambiente de trabalho e percebem que há uma distinção no nível

de remuneração, aliadas as suas funções e capacidade de ir além.

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Gráfico 5 – Defasagem remuneração PMTM

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação o Gráfico 05, foi feito um comparativo dos últimos 05 (cinco) anos do

aumento dado pelo Governo no que tange o salário mínimo, em relação ao percentual dado

pela PMTM no que se refere ao piso salarial, é notório que o valor deste benefício vem

reduzindo e desvalorizando ao longo dos anos.

Nota-se que não ocorreu uma redução no valor do benefício, mas houve sim uma

"perda salarial", defasagem do piso salarial da Prefeitura Municipal, um dos fatores que pode

explicar o descontentamento de 75,0% dos servidores em relação a sua remuneração atual.

Se fizermos o cálculo da diferença percentual das remunerações nestes últimos cinco

anos, encontraremos a somatória de mais de 17,0% de discrepância. Se continuar neste

mesmo ritmo, vai chegar um momento que o piso salarial da PMTM vai se igualar ao salário

base do governo, uma vez que nenhum cidadão pode receber remuneração inferior ao salário

mínimo. Situação preponderante que pode ser fato gerador de mais servidores desmotivados

na Organização.

Vale ressaltar ainda, que as políticas de aumento do piso salarial devem ser

trabalhadas em paridade com outras políticas de inclusão social, como o fornecimento de bons

serviços públicos, saúde básica, e, principalmente, educação de qualidade que forme cidadãos

capazes de exercer com qualidade de vida as suas funções pessoal e profissional.

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Gráfico 6 – Principais fatores motivacionais

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Em relação ao Gráfico 06, nesta questão foram perguntados quais os principais fatores

de motivação, e estimulados a escolher três fatores de uma lista de dez aspectos retratados

atualmente como mais motivares a um servidor público para o desempenho do seu trabalho

com mais satisfação. Pode-se notar que os fatores motivacionais higiênicos, explanados na

teoria dos dois fatores de Herzberg, estão em grande vantagem sobre os são os fatores

extrínsecos. Gostar do que faz (17,0%), integração da equipe de trabalho (13,9%), ser

valorizado e reconhecido pelo trabalho que executa (13,2%), são os que mais apareceram e

que mais influenciam positivamente na satisfação dos servidores.

Já os fatores insatisfacentes, que previnem a insatisfação e giram em torno do cargo,

como estabilidade no emprego (16,5%), salário somado a benefícios (10,0%), que é como os

servidores se sentem em relação à empresa ficaram em segundo plano. Imagem da

Organização (2,9%) e autonomia (2,0%) foram os fatores que em menor proporção foram

citados, podendo deduzir que são os que mais estão gerando insatisfação na Organização.

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10.7.3 Fatores Higiênicos

Esse bloco abordara os aspectos extrínsecos ao trabalho, que embora não sejam

considerados motivacionais, tem a capacidade de desmotivar quando seu nível não é

satisfatório.

Gráfico 7 – Relacionamento entre os colegas para alcançar metas

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Ao perguntar como é o relacionamento entre os colegas de trabalho para alcançar as

metas da Organização, foi apresentado um resultado bem positivo, 59,7%, representados por

374 servidores consideraram bom o relacionamento com os colegas. Assim podemos destacar

como um fator favorável dos fatores higiênicos, em vista do grande número de satisfação

apresentado pelos colaboradores.

Nas relações entre colegas de trabalho, embora houvesse concordância 59,7%,

identificaram-se dificuldades, confirmadas pelos percentuais de discordâncias de e apenas

4,5% (28 servidores) onde apontaram como péssimo. Tais dificuldades podem representar

elementos desmotivadores, visto que, as necessidades sociais incluem o relacionamento

interpessoal, através do qual surgem sentimentos como amizade e aceitação no grupo de

trabalho.

Sabendo que esse é um fator intrínseco que tem real influência na satisfação no

trabalho, é possível, através de políticas de interação social, transformar e melhorar o

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129

posicionamento dos colaboradores, que passariam a associar esses relacionamentos positivos

como um ponto forte do ambiente de trabalho.

Nesta afirmativa, obtivemos praticamente maioria dos servidores como respondentes,

626 (seiscentos e vinte e seis) colaboradores.

Gráfico 8 – Desempenho da Organização para motivar a equipe

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Apurou-se no (Gráfico 08) que um total de 35,0% (222 colaboradores) disse

considerar bom o desempenho da empresa para motivar a equipe; e um total de 32,4% (206

colaboradores) disse ser ruim. Se fizermos a somatória entre os níveis positivos e negativos,

podemos perceber que as afirmativas ruim e péssimo, 57,4%, sobressaem em relação ao bom

e muito bom, 42,6%, assim podemos notar também nesta afirmação a desmotivação dos

servidores em relação a preocupação da Organização em motivar a equipe.

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Gráfico 9 – A Organização procura valorizar a figura humana

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Diante a afirmativa ―Você considera que a organização procura valorizar a figura

humana do profissional‖, questão 08 do questionário, observa-se por parte dos servidores

ocupantes de diversos cargos operacionais em sua maior parte 54,6%, que não tem concepção

dessa valorização por parte da Organização.

A mesma afirmação foi feita aos servidores que estão investidos em cargos de

confiança, e foi discrepante as respostas, 88,1% destes servidores tem sentimento de orgulho

pelo cargo ocupado e sentem-se plenamente valorizados pela Organização.

A falta de reconhecimento interno e de valorização foi fator apontado como causador

de insatisfação no trabalho dos respondentes, com 54% de discordância. Ter o próprio

trabalho reconhecido é uma das principais expectativas do trabalhador.

O reconhecimento e valorização da figura humana do profissional refletem

positivamente na autoconfiança e na autoestima e também atende as necessidades de prestígio

e consideração. Neste sentido o resultado da pesquisa se alinhou com a teoria de Herzberg

(1997) que aponta reconhecimento profissional como fator contribuinte da valorização no

trabalho.

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Gráfico 10 – Facilidade de acesso e clareza nas informações

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Apurou-se no Gráfico 10 - quanto à satisfação sobre a facilidade de acesso e clareza

nas informações, 42,7% dos servidores encontram-se satisfeitos o que leva a crer que, a

disseminação de informações nos setores e secretarias da PMTM é adequada. As

comunicações internas relacionadas aos aspectos que dizem respeito aos servidores,

especialmente aqueles que identificam os objetivos e metas da organização, influenciando

positivamente na satisfação dos servidores públicos. E apenas 12,0%, (72) dos servidores

entrevistados estão insatisfeitos.

Pode-se concluir que maioria dos servidores, sejam eles operacionais ou investidos em

cargo de comissão, compartilham da mesma opinião quanto as comunicação e a transmissão

de informação entre os setores.

10.7.4 Aspectos de Satisfação, qualidade de vida e treinamento

Esse bloco abordara os aspectos extrínsecos ao trabalho, que embora não sejam

considerados motivacionais, tem a capacidade de desmotivar quando seu nível não é

satisfatório.

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Os aspectos higiênicos segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg considerados

nesta avaliação foram: ambiente de trabalho, iluminação, higiene, ventilação, organização,

equipamentos e móveis.

Gráfico 11 – Condições ambientais do local de trabalho

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Quanto à satisfação em relação às condições físicas do ambiente de trabalho

(organização, equipamentos, mobiliário etc.), observou-se a satisfação de 37,0% dos

servidores e 18,0% se mostraram insatisfeitos quanto às condições de trabalho oferecidas.

Retomando a Teoria de Herzberg, de acordo com Robbins (2005), identificaram-se os

fatores extrínsecos como insatisfacientes, que previnem a insatisfação no ambiente de

trabalho da organização, uma vez que maioria dos entrevistados mostrou-se contentamento

em relação ao ambiente físico.

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133

Gráfico 12 – Qualidade de vida no trabalho

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Quando questionados quanto o nível de satisfação com a qualidade de vida no trabalho

de forma genérica, destaca-se o quase parcial desequilíbrio do nível de satisfação e de

insatisfação; 56,4% dos respondentes disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos, enquanto

33,6% disseram estar pouco satisfeito ou insatisfeitos.

Porém, como a organização deve privilegiar a satisfação do servidor com a sua

qualidade de vida no trabalho. Conclui-se que mesmo com um grau de satisfação razoável da

Qualidade de vida total em geral, torna relevante o desenvolvimento de atividades que

permitam a potencialização de uma melhor qualidade de vida de seus servidores.

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Gráfico 13 – Preocupação da Organização em treinamento e capacitação

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A questão número 23, abordou a questão da preocupação da Organização em

investimento em treinamento e capacitação dos servidores e como seria esta classificação na

administração pública.

Como resultado, 34,3%, 209 (duzentos e nove) dos colaboradores, afirmaram estar

pouco satisfeitos, havendo a necessidade modernizar e aprimorar as suas estratégias e 32,2%

afirmaram estar insatisfeitos, mostrando que o sistema precisa investir muito em treinamento,

21,8% classificaram como satisfeitos, que possui algumas falhas, mas ainda assim é eficiente

e eficaz. Para 11,7% os investimentos realizados pela organização em capacitação e

treinamento foi considerado muito satisfatório.

Programas de treinamento elevam a efetividade e a visibilidade do sistema de

treinamento e auxilia na construção de um diagnóstico coeso, passamos a compreender como

é indispensável a elaboração de um levantamento de necessidades antes de se investir em um

programa de Treinamento e Desenvolvimento.

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Gráfico 14 – Os treinamentos oferecidos satisfazem suas necessidades

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

No que se refere ao investimento em treinamentos e cursos oferecidos pela

Organização, se os mesmos satisfazem as suas necessidades de formação e aperfeiçoamento,

os respondentes demonstraram um número expressivo de 57,2% de negação, que corresponde

a 345 servidores. Os demais servidores representados por 42,8% concordam que os cursos

sim, têm aplicabilidade no exercício diário de suas funções. Treinamento é um processo

contínuo e deve ser realizado periodicamente para ser válido, pois os conceitos estão sempre

sendo modificados, em processo de evolução, principalmente no período em que vivemos no

qual a inovação é tão valorizada.

De acordo com Dutra (2009), as transformações tecnológicas no ambiente externo

afetam profundamente as expectativas das pessoas a respeito do seu trabalho. Desta forma, as

oportunidades de adquirir novos conhecimentos e habilidades técnicas podem ser

identificadas como elementos motivadores para os funcionários da organização como um

todo.

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136

Gráfico 15 – As informações passadas nos cursos tem aplicabilidade na sua

prática diária

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Por fim e ainda sobre treinamento foi perguntado sobre a sua aplicabilidade no

trabalho diário, os servidores adotaram um posicionamento negativo, dado o percentual

representativo das concordâncias negativa 67,8% e positiva 32,2%.

No atual contexto organizacional, a pessoa que quer crescer, e melhorar a cada dia,

passa a ser um agente do processo e do seu próprio desenvolvimento profissional, a afirmativa

entendeu que a Organização deve oferecer cursos que de fato possam ser aplicados, tais como

habilidades técnicas, constituindo um fator motivacional a ser apreciado pela organização.

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137

11 PROPOSTAS DE MELHORIA

Primeiramente é importante frisar que a avaliação dos servidores em relação à

motivação não deve ser vista como o fim de um processo e sim como um meio. Ela é uma

ferramenta usada para avaliar o presente, mas seu principal foco é a melhoria do desempenho

futuro, ou seja, seus resultados devem ser apresentados, discutidos e precisam servir para

estimular a criação de meios que motivem os servidores e consequentemente melhorar o

desempenho dos mesmos na Organização.

Através da pesquisa realizada, que teve por finalidade mensurar o grau de motivação

dos servidores efetivos da PMTM, permitiu concluir, a partir dos dados coletados com a

aplicação do questionário, que a maioria dos servidores que ocupam cargo operacional, quase

70% está desmotivada. Porém é possível apresentar algumas sugestões para aumentar e

manter a motivação dos funcionários na organização e fortalecer o relacionamento entre os

membros no alcance das metas organizacionais.

Política de relacionamento interpessoal dos servidores, afim de potencializar a

interação das equipes;

Implementação de um sistema de promoção, aliando tempo de serviço à

competência e desenvolvimento do servidor;

Plano de treinamento e capacitação continuada com o objetivo de capacitar,

agregar conhecimento, habilidade aos servidores, de forma que possam ter

aplicabilidade não só na execução de suas funções mas no crescimento pessoal.

As propostas acima expostas visam melhorar o ambiente de trabalho, promover a

integração entre os servidores, de modo a prestar melhores serviços à comunidade. O sistema

de promoção tem como intuito promover a valorização do servidor, reajuste salarial e

consequentemente motivá-los.

A capacitação e treinamento continuada visam aprimorar o conhecimento e habilidade

dos servidores públicos municipais. Desta forma os servidores estarão mais bem preparados

para as tarefas inerentes ao cargo que ocupam na mesma proporção que estarão satisfeitos e

motivados.

Para a execução das Propostas de Melhorias foi utilizado o plano de ação 5W2H,

principalmente no mapeamento e padronização de processos, estabelecimento de

procedimentos associados aos indicadores acima citados.

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138

É de cunho basicamente gerencial e busca o fácil entendimento através de definição de

responsabilidade, métodos, prazos, objetivos e recursos associados.

PLANO DE AÇÃO 01

Tabela 6 – Política de Relacionamento interpessoal

META

O que fazer

Intensificar a política de relacionamento interpessoal

LOCAL/SETOR

Onde

Em todas as Secretarias Municipais da Prefeitura de Três

Marias

RESPONSÁVEL

Quem

Representantes designados por cada Secretário Municipal

MOTIVO

Por quê

Em todos os setores da Organização, buscando promover a

integração; Unificar e fortalecer as equipes de trabalho;

PROCESSO

Como

Através de eventos organizados especialmente para os

servidores, alem de reuniões periódicas.

PRAZO

Quando

Anualmente, com execução prevista em Dezembro/2015

ORÇAMENTO

Quanto custa

Angariar parcerias, ou realizar o evento com o valor até

R$8.000,00;

Fonte: Elaborado pela autora

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139

PLANO DE AÇÃO 02

Tabela 7 – Implementação de um sistema de promoção

META

O que fazer

Implementar um sistema de promoção

LOCAL/SETOR

Onde

Em todas as Secretarias Municipais da Prefeitura de Três

Marias

RESPONSÁVEL

Quem

Prefeito Municipal em conjunto com o Procurador Geral do

Município e Sindicato dos servidores públicos.

MOTIVO

Por quê

Em todos os setores da Organização, promovendo a

valorização do servidor através promoção e

consequentemente reajuste salarial;

PROCESSO

Como

Através de inovação no estatuto do servidor, ou por meio de

Decreto ou Lei.

PRAZO

Quando

Primeiro semestre 2016, por demandar estudo e

planejamento.

ORÇAMENTO

Quanto custa

Sem custo;

Fonte: Elaborado pela autora

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140

PLANO DE AÇÃO 03

Tabela 8 – Treinamento e Capacitação continuada

META

O que fazer

Investimento em treinamento e capacitação continuada

LOCAL/SETOR

Onde

Em todas as Secretarias Municipais da Prefeitura de Três

Marias

RESPONSÁVEL

Quem

Divisão de Apoio Administrativo

MOTIVO

Por quê

Em todos os setores da Organização, de forma a aprimorar o

conhecimento e habilidade dos servidores públicos

municipais;

PROCESSO

Como

Identificação das necessidades mais críticas de treinamento

em todos os setores da organização;

Desenvolvimento de planos dirigidos de treinamento.

PRAZO

Quando

Semestralmente, com inicio no segundo semestre de 2015

ORÇAMENTO

Quanto custa

Sem custo;

Parceria da Prefeitura Municipal com SENAC Três Marias;

Fonte: Elaborado pela autora

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141

12 CONCLUSÃO

Trabalhar com o tema Motivação em uma organização pública foi um desafio muito

intenso e complexo tendo em vista as várias dificuldades encontradas no desenvolvimento e

estudo do tema. Para pesquisar o comportamento humano é preciso, apesar de todo o rigor e

critério que devem estar presentes em qualquer pesquisa, levar em conta que este é um espaço

para a subjetividade.

O objetivo deste estudo foi mensurar o grau de motivação e analisar os fatores

organizacionais que influenciam na motivação dos servidores públicos efetivos da Prefeitura

de Três Marias - MG.

Quanto à análise dos fatores que interferem na motivação dos servidores públicos

pesquisados, pudemos constatar que a maior influência é dos fatores higiênicos (salário,

segurança, estrutura) do que os fatores motivacionais.

Os resultados obtidos na pesquisa apontam que os fatores higiênicos ―estabilidade e

relação com a liderança da equipe‖ e os fatores motivadores ―gostar do que faz, ser valorizado

e reconhecido pelo trabalho que executa e integração da equipe de trabalho‖ são os fatores

que mais influenciam os servidores e os que mais contribuem para a satisfação e motivação na

organização. Tudo isso em conjunto promove condições para que a missão organizacional

seja alcançada de forma plena e eficaz.

Outra observação necessária é sobre a satisfação e adequação salarial, que foi

apontada nas pesquisas como sendo o fator higiênico que mais causa insatisfação, nota-se

claramente um descontentamento por parte dos servidores efetivos que ocupam cargos

operacionais, este fato resulta na baixa qualidade dos serviços prestados. Ao persistir esta

política, a insatisfação com a organização pode se generalizar e afetar negativamente a

eficiência e a eficácia da organização.

Em relação à qualidade de vida no trabalho, um dos objetivos específicos a ser

estudado e apurado na pesquisa é que maioria dos servidores encontram-se satisfeitos ou

muito satisfeitos, no entanto a organização deve buscar sempre a qualidade de vida no

trabalho visando o aumento da capacidade de iniciativa e da produtividade.

No que tange as condições ambientais, mesmo sendo observado um resultado

favorável por parte dos servidores, a organização deve contribuir constantemente na melhoria

do ambiente institucional para as condições de trabalho e, assistir aos servidores na solução de

seus problemas e crescimento profissional, visar a potencialização dos pontos fortes que é o

trabalho em equipe e comprometimento dos servidores para o alcance de metas

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142

Organizacionais. Além de desenvolver ações voltadas à manutenção da saúde ocupacional,

reduzindo os índices de absenteísmos, acidentes de trabalho e doenças profissionais.

A partir da identificação de que o trabalho em si é um fator motivacional relevante

para os servidores da Prefeitura Municipal de Três Marias, é necessário adotar atitudes

proativas, considerando a importância do componente humano e investindo em planejamentos

e políticas que visem sua valorização e, consequentemente, impulsione a organização através

do potencial intelectual dos servidores que a compõe.

Os funcionários públicos têm um papel importantíssimo na busca pela melhoria dos

serviços prestados à população, pois em última análise, é quem de fato realiza o trabalho.

Assim a motivação seja ela pessoal ou profissional é de suma importância tanto para o

servidor quanto para a Organização, essa interação propicia benefícios mútuos, o servidor

com mais dedicação, empenho e responsabilidade nas suas funções e os cidadãos e a

sociedade como um todo por receber uma prestação de serviço eficaz e de qualidade.

Por fim é importante destacar as limitações do estudo referente principalmente no que

tange ao tamanho limitado da amostra, que se materializou devido à recusa de responder o

questionário de alguns funcionários da Organização em estudo, outros por questão de

logística, e uma razoável porcentagem por se encontrarem afastados e/ou licenciados, fator

preponderante que dificultou a obtenção de resultados mais amplos e precisos. Outro desafio

enfrentado no desenvolvimento desse estudo foi ausência de literatura de motivação na área

de gestão pública.

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150

APÊNDICE

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA MOTIVACIONAL

Este questionário é parte integrante de um trabalho de conclusão de curso de graduação em

Administração, da acadêmica Cristiane Lopes de Souza na Faculdade Tecsoma, Paracatu-MG.

Procure contribuir fornecendo sua opinião e resposta de forma honesta, escolhendo uma das

alternativas para cada um dos itens do questionário a seguir. As respostas serão anônimas e

sigilosas apenas para fins acadêmicos.

01. Qual o seu sexo?

( ) Feminino ( ) Masculino

02. Qual a sua idade?

( ) Até 24 anos ( ) Entre 25 e 40 anos ( ) Acima de 41 anos

3. Há quanto tempo você trabalha na Prefeitura Municipal de Três Marias?

( ) De 01 a 02 anos ( ) De 02 anos a 05 anos

( ) De 05 anos a 10 anos ( ) Mais de 10 anos

04. Cargo que ocupa?

( ) Cargo em Comissão ( ) Demais Cargos

05. Qual Secretaria você trabalha?

( ) SEMAD ( ) SEMEC ( ) SEMEIA ( ) SEMOBS ( ) SEFAZ ( ) PG

( ) SEPLAN ( ) SESAU ( ) SECETUR ( ) SEMAGRI ( ) SEMAPS ( ) GP

06. Você se sente motivado a trabalhar na Organização?

( ) Sim ( ) Não

07. Você é bem tratado no seu local de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

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08. Você considera que a Organização procura valorizar a figura humana do profissional?

( ) Sim ( ) Não

09. Assinale abaixo indicando a relação de cada afirmativa, com a sua motivação no seu

trabalho:

AFIRMATIVAS

MU

ITO

BO

M

BO

M

RU

IM

SS

IMO

Como é o ambiente de trabalho

Como é o relacionamento entre os colegas de trabalho para alcançar as

metas da Organização

Como são transmitidas as informações entre os setores

Acesso ao superior hierárquico (para tratar de assuntos de seu interesse)

Como é a condição de trabalho oferecida pela Organização

Como é o desempenho da empresa para motivar a equipe

10. Como você classificaria a execução do seu trabalho para o sucesso da Organização?

( ) Muito importante ( ) Pouco importante

11. Você está satisfeito com o seu salário atual?

( ) Sim ( ) Não

12. Você considera a sua remuneração adequada ao trabalho que você faz?

( ) Sim ( ) Não

13. Você acredita na oportunidade de crescimento em sua carreira?

( ) Sim ( ) Não

14. Você se sente apto para assumir maiores ou mais responsabilidades?

( ) Sim ( ) Não

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15. Você gostaria de trabalhar em outro Setor (Secretaria) da Organização?

( ) Sim ( ) Não

16. A Organização oferece oportunidades para o seu desenvolvimento e crescimento

profissional?

( ) Sim ( ) Não

17 – Dos itens abaixo relacionados, marque até 03 opções que você considera atualmente como

os principais fatores de motivação para os funcionários da Prefeitura Municipal de Três Marias.

Marque somente as opções que retratam o real sentimento de hoje, não aquilo que você gostaria

que ocorresse.

1 - ( ) Integração da equipe de trabalho

2 - ( ) Oportunidade de crescimento

3 - ( ) Autonomia

4 - ( ) Estabilidade no emprego

5 - ( ) Gostar do que faz

6 - ( ) Salário somado a benefícios

7 - ( ) Imagem da Organização

8- ( ) Relação com a liderança da equipe

9 - ( ) Ser valorizado e reconhecido pelo trabalho que executa

10 - ( ) Ser ouvido

18. Sobre sua qualidade de vida na Prefeitura Municipal de Três Marias, você está?

( ) Insatisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito

19. Quanto às condições ambientais do seu local de trabalho (iluminação, higiene, ventilação,

organização, equipamentos, móveis, etc.), você está?

( ) Insatisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito

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20. Quanto ao fluxo de informações (facilidade de acesso e clareza nas informações), você

está?

( ) Insatisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito

21. Quanto ao seu ambiente de trabalho, as condições de saúde e segurança, você está?

( ) Insatisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito

22. Fora de seu trabalho, você tem tempo disponível para lazer e/ou atividades sociais?

( ) Sim ( ) Não

23. Quanto à preocupação da Organização em investimento em treinamento e capacitação,

você está?

( ) Insatisfeito ( ) Pouco Satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito

24. Os treinamentos e cursos oferecidos pela Organização satisfazem suas necessidades de

formação e aperfeiçoamento?

( ) Sim ( ) Não

25. As informações passadas nos cursos têm aplicabilidade na sua prática diária de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

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ANEXOS

ANEXO A – FOTOGRAFIA DA FACHADA PMTM