FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Thalisson Ryller...

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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Thalisson Ryller Caixeta AVALIAÇÃO TIREOIDIANA DOS IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO EM PARACATU, MINAS GERAIS. Paracatu -MG 2012

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Biomedicina

Thalisson Ryller Caixeta

AVALIAÇÃO TIREOIDIANA DOS IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE

PAULO EM PARACATU, MINAS GERAIS.

Paracatu -MG

2012

Thalisson Ryller Caixeta

AVALIAÇÃO TIREOIDANA DOS IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE

PAULO EM PARACATU, MINAS GERAIS

Monografia apresentada ao Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma como

requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Biomedicina.

Orientador temático: MSc. Márden Estêvão

Mattos Júnior

Orientador metodológico: Geraldo B. B. de

Oliveira.

Co-orientador: MSc. Cláudia Peres da Silva;

Rita de Cássia Medeiros de Oliveira.

Paracatu - MG

2012

Caixeta , Thalisson Ryller, (1990)

Avaliação Tireoidiana dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo em

Paracatu Minas Gerais/ Thalisson Ryller Caixeta. Paracatu, 2012.

41 f.

Orientador: MsC. Márden Estêvão Mattos Júnior

Monografia (graduação) – Faculdade Tecsoma, Programa de Graduação em

Biomedicina.

1. Avaliação Tireoidiana. 2. Hipotireoidismo. 3. Idosos. I Júnior,

Márden Estêvão Mattos. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU:616.43

Thalisson Ryller Caixeta

AVALIAÇÃO TIREOIDIANA DOS IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE

PAULO EM PARACATU, MINAS GERAIS

Monografia apresentada ao Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma como

requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Biomedicina.

_____________________________________________________

Orientador temático: Msc. Márden Estêvão Mattos Júnior

______________________________________________________

Orientador metodológico: Geraldo B. B. de Oliveira

______________________________________________________

Msc. Cláudia Peres da Silva (Coordenadora)

Paracatu/MG, 16 de Junho de 2012.

Ao meu pai,

pelo incentivo.

As minhas amigas,

Amanda, Rita e Cíntia

por toda colaboração

na execução deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica expressa minha

gratidão especialmente:

A Deus que me iluminou durante todo este tempo.

Ao Professor Márden, pela orientação, e por toda colaboração na minha

formação como Biomédico.

À professora Rita Medeiros, que durante todo tempo esteve ao meu lado como

um exemplo de profissional, colaborando de forma ativa da execução deste projeto.

Às minhas colegas de classe Amanda Mariano e Cíntia, pela grande ajuda e

troca de experiências.

À Enfermeira Ane e a Diretora do Lar São Vicente de Paulo, por toda ajuda

prestada e apoio durantes os trabalhos no Lar São Vicente de Paulo.

Aos bibliotecários, pela ajuda incondicional.

A todos que, de alguma forma, contribuíram para esta construção.

RESUMO

A Glândula Tireóide produz e secreta os hormônios tireoidianos, que desempenham um

importante papel no controle do metabolismo corporal. Em idosos devido o

envelhecimento o organismos sofre mecanismos de adaptação que podem incluir efeitos

na tireóide. Sinais e sintomas que aparecem durante a idade podem ser confundidos com

manifestações clínicas comuns em patologias tireoidianas. Este trabalho tem como

objetivo determinar a prevalência de patologias tireoidianas em idosos com idade

superior a 60 anos institucionalizados do Lar São Vicente de Paulo. Foi realizado um

estudo com a participação de 37 idosos do lar, sem diagnóstico confirmado de doenças

tireoidianas, procedendo-se com uma dosagem sérica de TSH (hormônio

tireoestimulante) e T4 livre (tiroxina livre) no soro dos pacientes. Além disso, coletou-

se dados sobre idade, sexo e uso de medicamentos. A prevalência de hipotireoidismo

encontrada foi de 18,91%, sendo que 13,51% apresentam hipotireoidismo clínico e

5,4% hipotireoidismo subclínico. Dos 18,91% diagnosticados com hipotireoidismo

71,42% eram do sexo masculino e 28,58% do sexo feminino. A prevalência de

hipotireoidismo primário no sexo masculino foi de 80% e de hipotireoidismo subclínico

20%, já no sexo feminino a prevalência de hipotireoidismo primário foi de 50% e de

hipotireoidismo subclínico de 50%. Foi determinada alta prevalência de hipotireoidismo

(18,91%), na amostra pesquisada. Os resultados encontrados neste trabalho estão de

acordos com dados literários e servem de alerta para o aparecimento expressivo de

hipotireoidismo em idosos.

Palavras-chave: Avaliação Tireoidiana. Hipotireoidismo. Idosos.

ABSTRACT

The thyroid gland produces and secretes thyroid hormones, which play an important

role in controlling the body's metabolism. In the elderly because the aging body

undergoes adaptation mechanisms that include effects on the thyroid. Signs of

symptoms that appear during the age may be confused with common clinical

manifestations of thyroid disease. This study aims to determine the prevalence of

thyroid disease in the elderly aged over 60 years of institutionalized Home St. Vincent

de Paul. We conducted a study involving 37 elderly home without a confirmed

diagnosis of thyroid diseases, proceeding with a serum TSH (thyroid-stimulating

hormone) and T4 (free thyroxine) in the serum of patients. In addition, data were

collected on age, sex and drug use. The prevalence of hypothyroidism was found to be

18.91% and 13.51% had overt hypothyroidism and 5.4% subclinical hypothyroidism.

Of 18.91% to 71.42% diagnosed with hypothyroidism were male and 28.58% female.

The prevalence of primary hypothyroidism in males was 80% and 20% of subclinical

hypothyroidism, as in females the prevalence of primary hypothyroidism was 50% and

50% of subclinical hypothyroidism. He was determined high prevalence of

hypothyroidism (18.91%) in the sample studied. The results of this study are in

agreement with literary data and serve as a warning to the expressive appearance of

hypothyroidism in the elderly.

Keywords: Evaluation of Thyroid. Hypothyroidism. Elderly.

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Sinais e Sintomas de Tireotoxicose ........................................................23

QUADRO 2 – Classificação Etiológica da Tireotoxicose ..............................................23

QUADRO 3 – Classificação Etiológica do Hipotireoidismo .........................................25

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Características da população pesquisada..................................................30

TABELA 2 - Médias do TSH e T4 livre ........................................................................31

TABELA 3 - Médias Controles TSH e T4 Livre ...........................................................33

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Distribuição Categórica TSH (Mulheres) ..............................................31

GRÁFICO 2 – Distribuição Categórica T4 Livre (Mulheres) ........................................31

GRÁFICO 3 – Distribuição Categórica de TSH (Homens) ...........................................32

GRÁFICO 4 – Distribuição Categórica de T4 livre (Homens) ......................................32

GRÁFICO 5 – Prevalência Geral de Hipotireoidismo primário e subclínico ................33

GRÁFICO 6 – Prevalência por gênero de Hipotireoidismo primário e subclínico ........33

LISTAS DE SIGLAS

CTLA-4 – Fator Genético CTLA-4

DNA – Ácido desoxirribonucleico

DIT – Diodinados

GPRC – Proteína G transmembrana

HLA-DR – Fator Genético HLA-DR

MIT – Monoidionases

Na/I – Sódio e Iodo

NIS – Simportador iodeto de sódio

PAX-8 – Homeobox 8

PTPN2 – Gene Regulador da célula T

RNA – Ácido ribonucleico

T3 – Triiodotironina

T4 – Tiroxina

T4L – Tiroxina livre

Tg – Tireoglobulina

TPO – Peroxidase tireoiana

TRα – Receptores tireoidianos nucleares α

TRβ – Receptores tireoidianos nucleares β

TR – Receptores tireoidianos nucleares

TRH – Hormônio liberador de tireotropina

TSH – Hormônio estimulador da tireóide

TSH-R – Receptor do hormônio tireoestimulante

TSI – Imunoglobulina estimulante da tireóide

TTF – Fator de transcrição tireoidiana

TTF 1 – Fator de transcrição tireoidiana 1

TTF-2 – Fator de transcrição tireoidiana 2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

1.1 Justificativa .......................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16

2.1 Objetivo Geral....................................................................................................... 16

2.2 Objetivos Específicos............................................................................................ 16

3 REFERENCIAL TEORICO................................................................................. 17

3.1 Desenvolvimento da glândula tireóide................................................................

3.2 Fisiologia da Tireóide...........................................................................................

3.2.1 Captação do Iodo................................................................................................

3.2.2 Regulação do eixo tireoidiano e síntese dos hormônios tireoidianos...............

3.2.3 Transporte e metabolismo dos hormônios tireoidianos....................................

3.2.4 Ação dos hormônios tireoidianos.......................................................................

3.2.5 Efeitos Fisiológicos dos hormônios tireoidianos no organismo.......................

3.2.5.1 Efeito do Hormônio Tireoidiano sobre o crescimento................................

3.2.5.2 Efeitos dos Hormônios Tireoidianos sobre o Metabolismo de

Carboidratos e Lipídios ............................................................................................

3.2.5.3 Efeitos dos Hormônios Tireoidianos sobre o Sistema Cardiovascular......

3.3 Envelhecimento da Glândula Tireóide...............................................................

3.4 Patologias Tireoidianas........................................................................................

3.4.1 Hipertireoidismo.................................................................................................

3.4.1.1 Classificação Etiológica da Tireotoxicose.....................................................

3.4.1.2 Doença de Graves ..........................................................................................

3.4.1.3 Doença de Plummer .......................................................................................

3.4.2 Hipotireoidismo..................................................................................................

3.4.2.1 Classificação Etiológica do Hipotireoidismo................................................

3.4.2.2 Hipotireoidismo Auto-imune ........................................................................

3.4.4.3 Hipotireoidismo Subclínico ...........................................................................

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4 METODOLOGIA ..................................................................................................

4.1 Público Alvo .........................................................................................................

4.2 Tipo de Estudo......................................................................................................

4.3 Local de Estudo....................................................................................................

4.4 Caracterização do município...............................................................................

4.5 Caracterização do Lar São Vicente de Paulo ....................................................

4.6 Critérios de Inclusão ...........................................................................................

4.7 Critérios de Exclusão............................................................................................

4.8 Aspectos éticos.......................................................................................................

4.9 Desenvolvimento do estudo .................................................................................

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5 RESULTADOS........................................................................................................ 30

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 34

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 36

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 37

APÊNDICES ............................................................................................................. 39

14

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural e universal, onde todo indivíduo, nasce,

desenvolve-se, cresce, envelhece e morre. Envelhecer é um fenômeno em que apesar de

todo avanço da medicina, nada é capaz de resolver ou reverter tal processo. (MOTA et

al., 2010).

A população idosa brasileira tem mostrado nos últimos anos um grande

crescimento. Muitos destes idosos vivem em instituições, portanto este efeito tem

levado um aumento da demanda de pesquisas a respeito da saúde e patologias que

aparecem com maior freqüência do que na juventude. (TONIAL, 2007).

A tireóide é uma glândula do sistema endócrino, responsável pelo controle e

funcionamento de vários órgãos. Os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3),

sendo o primeiro o principal, são sintetizados por ela e funcionam na regulação do

metabolismo em diversos órgãos. A produção destes hormônios é controlada pelo

hormônio estimulador da tireóide (TSH), secretado pela glândula hipófise. O T3 e T4

são hormônios compostos de iodo em vertebrados, sendo o T3 produto da deiodinização

em tecidos periféricos, tornado-se um hormônio ativo no organismo. Os hormônios

secretados na tireóide estão ligados a tireoglobulina e armazenados na própria glândula

tireóide. O processo de síntese, liberação e ação dos hormônios tireoidianos são todos

regulados pelo hipotálamo, hipófise e a própria tireóide. (RAUEN et al., 2011).

Patologias tireoidianas são geralmente confundidas com manifestações clínicas

comuns com o envelhecimento, geralmente a glândula tireóide apresenta alterações

anatômicas com o passar dos anos. Trabalhos mostraram diminuição do volume da

glândula e aparecimento de bócio, causando disfunções. (BORTOLI, 2006).

Dentre as principais patologias tireoidianas podemos citar o hipertireoidismo e

hipotireoidismo. O hipotireoidismo está relacionado com uma alteração na glândula que

resulta na diminuição dos hormônios tireoidianos e um aumento da secreção do TSH.

No hipertireoidismo existe uma grande produção e exposição de hormônios livre aos

tecidos decorrente a hiperfunção da glândula tireóide. (BORTOLI, 2006).

Dentre algumas causas de hipertireoidismo ou tireotoxicose primário incluem:

uma hiperplasia difusa associada à doença de Graves, bócio multinodular hiperfuncional

e entre as causas secundárias os adenomas hipofisários tireotrópicos. O hipertireoidismo

possue algumas manifestações clínicas comuns que são induzidas pelo excesso de

15

hormônio, como manifestações cardíacas, alterações oculares e as alterações

neuromusculares. (COTRAN, 2006).

O hipotireoidismo é causado por uma alteração estrutural na glândula. Dentre as

causas mais comuns estão o hipotireoidismo relacionado à deficiência de iodo ou

causado pela tireoidite de Hashimoto. Suas manifestações clínicas são: o cretinismo e

mixedema. (COTRAN, 2006).

Existem também algumas disfunções mínimas na Tireóide, como o

Hipotireoidismo subclínico e Hipertireoidismo subclínico, onde os hormônios da

tireóide apresentam dosagens normais, enquanto isso o hormônio TSH apresenta valores

séricos elevados ou suprimidos. (ROMALDINI; SGARBI; FARAH, 2004).

No diagnóstico de doença da tireóide, as dosagens tradicionalmente conhecidas

como “testes de avaliação tireoidiana” empregadas são as dosagens de TSH e T4 livre.

(HENRY,2008).

O aparecimento de alterações da tireóide aumenta com o passar dos anos e uma

das patologias mais encontradas em idosos é o hipotireoidismo subclínico. O

hipotireoidismo subclínico pode representar um dos primeiros sinais de uma disfunção

tireoidiana, podendo ser também benéfica e protetora que aparece com normalmente

com o envelhecimento. (RAUEN et al., 2011).

1.1 Justificativa

Com o processo de globalização e constante evolução de métodos de diagnóstico

e saúde, a expectativa de vida vem aumentando nas últimas décadas. A população com

mais de 60 anos representa a faixa etária que mais cresce na atualidade e desperta

interesse mundial. Outro fator determinante é que não existem muitos trabalhos

envolvendo este público alvo.

Baseado nestes dados e ainda que a tireóide exerça função de extrema

importância no organismo, é necessário averiguar possíveis patologias envolvendo

idosos, principalmente pacientes internados em clínicas e lares onde muitas vezes não

existe uma atenção exclusiva para cada idoso.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Determinar a prevalência das alterações da função tireoidiana dos idosos do Lar

São Vicente de Paulo em Paracatu, Minas Gerais, através da dosagem dos hormônios

T4 livre e TSH.

2.2 Objetivos Específicos

Correlacionar os resultados encontrados, com dados fornecidos por trabalhos de

mesmo perfil, público alvo e dados epidemiológicos como faixa etária e sexo.

Correlacionar resultados e dados clínicos para determinar prevalência de

hipotireoidismo, hipotireoidismo subclínico, hipertireoidismo e hipertireoidismo

subclínico nos idosos com mais de 60 anos.

Encaminhar os resultados alterados para avaliação médica, possibilitando assim

o inicio da terapia contra a doença.

17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

A glândula tireóide está localizada abaixo da laringe e ocupa regiões laterais e

anteriores da traquéia, entre a cartilagem cricóide e a incisura supra-esternal. Com um

peso que corresponde de 15 a 20 g, é vascularizada e macia. A tiróide é composta por

folículos fechados (de 100 a 300 micrômetros de diâmetro), cujo interior é formado por

uma substância secretora chamada colóide e revestido por células epiteliais secretoras.

O colóide é formado pela glicoproteína tireoglobulina (Tg), que é a molécula que

contém os hormônios tireoidianos. (GAW et al., 2001).

3.1 Desenvolvimento da glândula tireóide

A tireóide começa a ser formada na terceira semana de gestação e se desenvolve

a partir do assoalho da faringe primitiva. Ao longo do desenvolvimento ocorre uma

migração do ducto tireoglosso até sua localização final que é no pescoço. Normalmente

na 11ª semana de gestação começa a síntese dos hormônios tireoidianos. Derivados da

crista neural que são de origem ultimobranquial dão origem as células C medulares da

tireóide, que produzem o hormônio calcitonina responsável pela redução do cálcio. As

células C estão espalhadas por toda glândula apesar de sua densidade ser superior.

(FAUCI, 2008).

O desenvolvimento da tiróide é orquestrado pela expressão coordenada de

vários fatores de transcrição desenvolvimentais. O fator de transcrição

tireoidiano (TTF) 1, TTF-2 e o par de homeobox-8 (PAX-8) se expressão

seletivamente, porém não exclusivamente, na tireóide. Em combinação,

determinam o desenvolvimento das células tireoidianas e indução de genes

tireóides-específicos, tais como a tireoglobulina (Tg), perioxidase tireoidiana

(TPO), o simportador do iodeto de sódio (NIS) e o receptor do hormônio

tireoestimulante (TSH-R). As mutações nesse fatores de transcrição

desenvolvimentais ou de seus genes-alvo e a jusante são causas raras de

agenesia da tiróide ou disormonogênese, apesar de as causas da maioria das

formas de hipotireoidismo congênito continuarem sendo desconhecidas

(FAUCI, 2008, p.2224).

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3.2 Fisiologia da tireóide

3.2.1 Captação do Iodo

O iodeto ingerido por via oral (alimentação) é absorvido pelo trato

gastrointestinal, sendo que grande parte é excretada pelos rins. Apenas um quinto do

iodeto presente no sangue é absorvido pelas células tireoidianas para síntese de

hormônios. O transporte deste iodeto é feito através de uma membrana basal das células

tireoidianas com capacidade de bombear iodeto para o interior da célula. Em uma

glândula normal a bomba é capaz de gerar uma concentração de iodeto 30 vezes maior

que do sangue. Dentre os fatores estimuladores deste processo o mais importante é a

ação do hormônio tireoestimulante (TSH). (GUYTON, 2006).

A captação do iodo é mediada pelo simportador Na+/I- (NIS) que se expressa

na membrana basolateral das células foliculares da tireóide. O NIS se

expressa mais altamente na tireóide, porém níveis baixos estão presentes nas

glândulas salivares, na mama que esta produzindo leite e na plascenta. O

mecanismo de transporte do iodo é altamente regulado, permitindo as

variações no suprimento dietético. Os níveis baixos de iodo fazem aumentar a

quantidade de NIS e estimulam a captação, enquanto os altos níveis de iodo

suprimem a expressão e captação de NIS (FAUCI, 2008, p.2225).

3.2.2 Regulação do eixo tireoidiano e síntese dos hormônios tireoidianos

O TSH é um hormônio produzido pela hipófise, secretado pelas células

tireotróficas que desempenha o papel de regular o eixo tireoidiano funcionando também

como marcador da ação dos hormônios tireoidianos. O TSH controla através de um

processo de retroalimentação negativo que envolve o hipotálamo, hipófise e a tireóide

na síntese e secreção dos hormônios tireoidianos. O TSH regula as funções tireoidianas

através de um receptor acoplado a sete proteínas G transmembrana (GPCR) e a

subunidade α da proteínas G estimuladora. (FAUCI, 2008); (WAJNER et al., 2008).

Através da ação do hormônio liberador de tireotropina (TRH) e da concentração

sérica dos hormônios tireoidianos (feedback negativo), o hipotálamo atua na

estimulação da secreção de TSH. Ocorre ainda um controle neurológico, sendo que a

dopamina é a responsável. (BORTOLI, 2006).

19

A síntese dos hormônios tireoidianos ocorre na glândula tireóide no processo

que envolve a captação de iodo pelo NIS, oxidação e incorporação em resíduos de

tirosina. No processo de oxidação e incorporação da tirosina haverá a formação de

resíduos monoidinados (MIT) e diodinados (DIT), que através de ligações enzimáticas

formam tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). A liberação de T4 e T3 é feita por

endocitose e digestão lisossomal na célula folicular. A tireóide produz em maior escala

o T4, embora o T3 é a forma biologicamente ativa no organismo. (WAJNER et al.,

2008).

Depois que o iodo penetra na tireóide, é captado e transportado até a

membrana apical pelas células foliculares da tireóide, onde é oxidado em

uma reação de organização que envolve TPO e peróxido de hidrogênio. O

átomo de iodo reativo é acrescentado a resíduos selecionados de tirosil dentro

da Tg, uma grande proteína dimérica (600 kDa) que consiste em 2.769

aminoácidos. A seguir, as iodotirosinas na Tg são acopladas através de

ligação de éter em uma reação também catalisada pela TPO (tireóide

peroxidase). Tanto T4 quanto T3 podem ser produzidas por essa reação,

dependendo do número de átomos de iodo presentes nas iodotirosinas.

(FAULCI, 2008, p.2226).

3.2.3 Transporte e metabolismo dos hormônios tireoidianos

O T3 e T4 são liberados pelas células foliculares da tireóide e mais de 99% dos

dois hormônios são ligados a proteínas plasmáticas como a globulina ligadora de

tiroxina (TBG) e a pré-albumina, hoje também conhecida como transtiretina (TTR).

Essas proteínas retardam a depuração hormonal e auxiliam no fornecimento do

hormônio em alguns tecidos específicos. (GUYTON, 2006); (FAUCI et al., 2008).

Somente 0,03% de T4 e 0,3% de T3 secretados pela tireóide circulam livres no

organismo, o restante está ligado às proteínas plasmáticas, ligação esta, que aumenta a

meia vida dos hormônios assegurando uma distribuição regular no tecido alvo. A

principal forma de entrada e saída dos hormônios tireoidianos nas células é através de

transportadores específicos, mas também pode ser realizada por difusão passiva.

(HENRY, 2008).

O T4 depois que entra na célula é convertido em T3 que se liga com alta

afinidade as proteínas associadas ao DNA (ácido desoxirribonucléico) do núcleo,

resultando na síntese de RNA (ácido ribonucléico) mensageiro e proteínas, de acordo

20

com os efeitos produzidos por cada tipo celular. O T4 pode ser considerado um

precursor para a T3, sendo transformada pelas deiodinases. (FAUCI, 2008).

A deiodinase tipo II que é encontrada na hipófise, cérebro e tireóide possui

maior afinidade com a T4, sendo que a deiodinase tipo I encontrada no fígado, rim e

tireóide tem baixa afinidade com a T4. A deiodinase tipo II tem como função regular

localmente as concentrações de T3, regulação que pode ser importante na reposição

tireoidiana por levotiroxina, pois o hipotireoidismo induz a enzima acelerar a conversão

de T4 em T3. Essa conversão pode ser prejudicada por traumatismos agudos, jejum e

alguns medicamentos como: amiodarona, propranolol e glicocorticóides. A deiodinase

tipo III tem como função a inativação de T3 e T4. (FAUCI, 2008).

3.2.4 Ação dos hormônios tireoidianos

Os hormônios tireoidianos agem nas células principalmente através de

receptores, mas também por estímulos na membrana plasmática e por respostas

enzimáticas mitocondriais. (FAUCI, 2008).

Existem dois receptores tireoidianos nucleares (TR), os receptores α e β. Esses

receptores se expressam na maioria dos órgãos, podendo variar sua concentração de

acordo com o sítio. O TRα é abundante no cérebro, rim, gônodas, músculos e coração,

enquanto TRβ está presente em maior quantidade no fígado e hipófise. Esses receptores

podem se unir e formar isoformas ímpares, um exemplo clássico, é a formação do TRβ2

que exerce função sobre o controle do feedback, no eixo tireoidiano. (FAUCI, 2008).

Apesar de a glândula tireoidiana produzir T4 em maiores quantidades que T3, a

T3 é quem se liga com maior afinidade aos receptores, afinidade esta que pode chegar a

15 vezes mais que a afinidade que o T4 possui. Isso explica teoricamente a conversão da

T4 em T3 pelos tecidos periféricos, a maior biodisponibilidade da T3 no plasma e a

maior afinidade dos receptores pela T3. (FAUCI, 2008).

3.2.5 Efeitos Fisiológicos dos hormônios tireoidianos no organismo

Os hormônios tireoidianos exercem no organismo alguns efeitos importantes,

desde o crescimento até o fim vida. (GUYTON, 2006).

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3.2.5.1 Efeito do Hormônio Tireoidiano sobre o crescimento

Os hormônios tireoidianos têm efeitos importantes sobre o crescimento,

manifestando principalmente nas crianças. Crianças com hipotireoidismo apresentam

um crescimento retardado e já nas com hipertireoidismo um crescimento esquelético

considerado alto em idade precoce. Na vida fetal os hormônios tireoidianos possuem

efeitos no desenvolvimento cerebral, sendo prolongado até os primeiros anos de vida.

Quando o feto não secreta quantidades suficientes de hormônios o crescimento e o

desenvolvimento do cérebro são amplamente retardados. O diagnóstico e tratamento de

recém nascidos com deficiência ou sem a glândula da tireóide é de extrema importância,

pois sem tratamento específico permanecem mentalmente deficientes para o resto da

vida. (GUYTON, 2006).

3.2.5.2 Efeitos dos Hormônios Tireoidianos sobre o Metabolismo de Carboidratos e

Lipídios

No metabolismo dos carboidratos, os hormônios tireoidianos agem estimulando

alguns processos como: a captação rápida de glicose pelas células, glicólise,

gliconeogênese, absorção da glicose pelo trato gastrointestinal e na secreção de insulina.

Já no metabolismo dos lipídeos podemos citar que praticamente todos os aspectos são

influenciados por ação dos hormônios tireoidianos. (GUYTON, 2006).

3.2.5.3 Efeitos dos Hormônios Tireoidianos sobre o Sistema Cardiovascular

O aumento do metabolismo devido à ação dos hormônios tireoidianos pode

provocar alguns efeitos sob o Sistema Cardiovascular, primeiro: o aumento do fluxo

sanguíneo e débito cardíaco, efeito este provocado pela vasodilatação devido à

utilização mais rápida de oxigênio e a liberação de uma quantidade aumentada de

produtos metabólicos, segundo: o aumento da freqüência cardíaca conforme esperado

pelo aumento no débito cardíaco, e por fim aumento da força cardíaca devido à elevação

da atividade enzimática. (GUYTON, 2006).

22

3.3 Envelhecimento da Glândula Tireóide

Patologias tireoidianas são geralmente confundidas com manifestações clínicas

comuns com o envelhecimento, geralmente a glândula tireóide apresenta alterações

anatômicas com o passar dos anos, trabalhos mostraram diminuição do volume da

glândula e aparecimento de bócio, causando disfunções. (TAVARES et al., 2009).

O aparecimento de alterações da tireóide aumenta com o passar dos anos e uma

das patologias mais encontradas em idosos é o hipotireoidismo subclínico. O

hipotireoidismo subclínico pode representar um dos primeiros sinais de uma disfunção

tireoidiana, podendo ser também benéfica e protetora que aparece com normalmente

com o envelhecimento. (RAUEN et al., 2011).

3.4 Patologias Tireoidianas

As patologias tireoidianas podem ser classificadas em uma base funcional como

hipertireoidismo, hipotireoidismo e eutireoidismo. (FAUCI, 2008).

3.4.1 Hipertireoidismo

O hipertireoidismo ou tirotoxicose é uma alteração tireoidiana que resulta na

produção excessiva de hormônios tireoidianos. Trata-se de uma doença comum com

prevalência na população de 0,2 a 0,5%. Dentre as causas mais comuns destaca-se a

doença de Basedow-Graves ou bócio difuso tóxico e bócio nodular ou multinodular

tóxico também conhecido como doença de Plummer. (PRADO et al., 2007).

O hipertireoidismo apresenta alguns sinais e sintomas comuns, como a

intolerância ao calor, taquicardia, perda de peso, fraqueza, labilidade emocional e

tremores. Nos idosos os sinais e sintomas podem ser mascarados ou se apresentarem de

forma discreta, mas normalmente observa-se: fadiga e perda de peso, condição

conhecida como tireotoxicose apática. Os principais sinais e sintomas estão descritos na

tabela abaixo (Quadro 1) (FAUCI, 2008); (PRADO et al., 2007).

23

Quadro 1 – Sinais e Sintomas de Tireotoxicose (Na ordem descendente de

freqüência)

Sintomas Sinas

Hiperatividade, irritabilidade, disforia Taquicardia; fibrilação atrial no idoso

Intolerância ao calor e transpiração Tremor

Palpitações e fraqueza Bócio

Perda de peso com apetite aumentado Pele quente e úmida

Diarréia Fraqueza muscular, miopatia proximal

Poliúria Retração ou retardo palpebral

Fonte: Adaptado de FAUCI, 2008.

3.4.1.1 Classificação Etiológica da Tireotoxicose

Quadro 2 – Classificação Etiológica da Tireotoxicose

Patologia Causas

Hipertireoidismo primário Doença de Graves

Bócio Nodular tóxico

Adenoma tóxico

Metástases funcionantes de carcinoma de

tireóide

Mutação Ativadora do receptor de TSH

Hipertireoidismo secundário Adenoma hipofisário secretor de TSH

Síndrome de resistência ao hormônio

tireoidiano

Tumores secretores de gonadotropina

coriônica

Fonte: Adaptado de FAUCI, 2008

24

3.4.1.2 Doença de Graves

Existe uma combinação de fatores ambientais e genéticos que incluem o

polimorfismo (HLA-DR, CTLA-4 e PTPN22 (um gene regulador da célula T), que

contribui para o desenvolvimento da doença de Graves, porém existe uma condição para

a doença de Graves em gêmeos monozigotos que pode chegar até 20%, quando

comparado com gêmeos dizigotos. A doença de Graves hoje é responsável por cerca de

60 a 80% dos casos de hipertireoidismo, porcentagem essa que pode variar em

populações onde a alta ingestão de iodo esta associada a doença de Graves. (FAUCI,

2008).

A doença de Graves é mais freqüente em mulheres, e trata-se de uma patologia

que raramente começa na adolescência, ocorre tipicamente entre os 20 e 50 anos

podendo afetar idosos. Existe evidencias que sugerem que o estresse esta entre os

principais fatores ambientais relacionados com aparecimento da doença, bem como o

uso do fumo. O hipertireoidismo da doença de Graves é causado pela presença de

imunoglobulinas estimulantes da tireóide (TSI) que são produzidos na tireóide, medula

óssea e linfonodos. Esses anticorpos em grávidas podem atravessar a placenta e a assim

causar um hipertireoidismo congênito. Na doença de Graves em 80% dos casos os

anticorpos anti – TPO funcionam como marcador de auto-imunidade. (FAUCI, 2008).

3.4.1.3 Doença de Plummer

A doença de Plummer (bócio nodular tóxico ou adenoma tóxico) é ocasionado

pela produção exagerada de hormônios tireoidianos devido um aparecimento de um

tecido autônomo, por uma mutação no receptor de TSH, que fica ativado

constitutivamente e inicia, então a produção de hormônios, independentemente do

estímulo normal do TSH. (FAUCI, 2008).

3.4.2 Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é causado por uma alteração estrutural na glândula. Dentre as

causas mais comuns estão o hipotireoidismo relacionado à deficiência de iodo ou

25

causado pela tireoidite de Hashimoto. Suas manifestações clínicas são: o cretinismo e

mixedema. (COTRAN, 2006).

Existem também algumas disfunções mínimas na Tireóide, como o

Hipotireoidismo subclínico e Hipertireoidismo subclínico, onde os hormônios da

tireóide apresentam dosagens normais, enquanto isso o hormônio TSH apresenta valores

séricos elevados ou suprimidos. (ROMALDINI; SGARBI; FARAH, 2004).

Entre os principais sintomas do hipotireoidismo podemos citar: cansaço,

fraqueza, pele seca, sensação de frio, queda de cabelo, dificuldade de concentração e

memória precária, prisão de ventre, aumento de peso, dispnéia, voz rouca, menorragia e

audição prejudicada, já dentre os sinais mais observados temos: extremidades

periféricas frias, mixedema, e bradicardia. (FAUCI, 2008).

3.4.2.1 Classificação Etiológica do Hipotireoidismo

Quadro 3 – Classificação Etiológica do Hipotireoidismo

Patologia Causas

Hipotireoidismo primário Hipotireoidismo auto-imune (tireoidite de

Hashimoto

Medicamentos: excesso de iodo (incluindo

meios de contraste que contém iodo e

amiodarona, lítio, agentes antitireoidianos,

interferon-α e outras citocinas.

Hipotireoidismo congênito

Deficiência de Iodo

Hipotireoidismo secundário Hipopituitarismo: tumores, cirurgia ou

irradiação da hipófise

Deficiência ou inatividade isolada de TSH

Fonte: Adaptado de FAUCI, 2008

3.4.2.2 Hipotireoidismo Auto-imune

Geralmente o hipotireoidismo está associado à tireoidite de Hashimoto ou

tireoidite com bócio. Este processo auto-imune reduz a função tireoidiana, existe

26

também uma fase de compensação quando os níveis normais de hormônios são

mantidos pela elevação do TSH. (FAUCI, 2008).

A suscetibilidade do hipotireoidismo auto-imune pode ser determinada pela

combinação de fatores genéticos e ambientais. O risco de desenvolvimento de um

hipotireoidismo clínico também está diretamente associado a presença de anticorpos

TPO positivos. (FAUCI, 2008).

Existem polimorfos HLA-DR, que são os fatores de risco genético relacionados

ao hipotireoidismo auto-imune, especialmente o HLA-DR3, HLA-DR4 e HLA-DR5,

que juntamente com os polimorfos CTLA-4, que é um gene regulador da célula T, são

responsáveis por cerca de metade da suscetibilidade genética ao hipotireoidismo auto-

imune. (FAUCI, 2008).

3.4.4.3 Hipotireoidismo Subclínico

O hipotireoidismo subclínico é definido através de valores de TSH aumentado

valores de T4 livre normais. Esta situação pode indicar um primeiro sinal de disfunção

tireoidiana, mas alguns estudos apontam uma condição benéfica nos muito idosos,

refletindo uma resposta protetora aos efeitos do envelhecimento. (TEIXEIRA et al.,

2006).

27

4 METODOLOGIA

4.1 Público Alvo

Idosos internos do Lar São Vicente de Paulo em Paracatu, Minas Gerais.

4.2 Tipo de Estudo

Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativo-descritiva e analítica. Este tipo

de estudo é empregado em grupos de uma instituição com o objetivo de conseguir

informações e/ou conhecimentos de um problema. Projetos quantitativo-descritivo

procuram delimitar e analisar das características de fatos, assim como fenômenos

acompanhado de procedimentos que visam observar, medir e atingir certos resultados

através de conduta laboratorial. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

4.3 Local de Estudo

Lar de Idosos São Vicente de Paulo, Paracatu-MG.

4.4 Caracterização do município

Paracatu é um município do estado de Minas Gerais, no Brasil. Sua população

no último censo em 2010 era de 84.718 habitantes. (IBGE, 2011).

A cidade conta com 28 estabelecimentos municipais de saúde. No dia 17 de

fevereiro de 2011, foi inaugurado um novo Pronto Socorro e uma nova unidade de

internação no Hospital Municipal, considerado um dos mais modernos do país, além de

possuir a única Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Noroeste de Minas.

(PARACATU, 2011).

4.5 Caracterização do Lar São Vicente de Paulo

O trabalho foi realizado no Lar de Idosos São Vicente de Paulo, em Paracatu

estado de Minas Gerais. O lar conta com ajuda da prefeitura e doações para se manter

28

em funcionamento. Atualmente 47 idosos estão vivendo como internos da instituição.

Todos os internos contam com atendimento diário, onde também funciona uma Clínica

especializada em Saúde do Idoso. Estruturalmente o lar apresenta 49 leitos, consultórios

médicos, enfermaria, cozinha e banheiros que atende a necessidade dos internos.

4.6 Critérios de Inclusão

Foi selecionada para o estudo toda a população com 60 anos completos ou mais

em Abril de 2012, dos internos do Lar São Vicente de Paulo em Paracatu- MG.

Utilizou-se como critério de inclusão a autorização de pacientes ou responsáveis,

através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A).

4.7 Critérios de Exclusão

Foram excluídas do trabalho todas as pessoas com idade inferior 60 anos

completos em 25 de abril de 2012 e em tratamento medicamentoso para doenças

tireoidianas.

4.8 Aspectos éticos

O presente estudo passou pela aprovação dos diretores e responsáveis pelos

internos do lar. Pacientes que apresentaram evidências de disfunção tireoidiana foram

encaminhados ao médico de assistência para avaliação e início de terapia adequada.

4.9 Desenvolvimento do estudo

No mês de março de 2012, a direção do Lar São Vicente de Paulo foi

apresentada ao projeto, e quando aprovado pela direção, emitiu-se um Termo de Livre

Esclarecimento (APÊNDICE A) em comum para todos os internos, pois a direção é

responsável judicialmente por todos.

Através de uma ficha clínica (APÊNDICE B), preencheram-se todos os dados

clínicos e de identificação de cada um dos idosos, diante disso analisaram-se quais

idosos participariam da pesquisa.

29

Mediante autorização, as coletas foram marcadas com antecedência. Todos os

participantes foram submetidos ao jejum de pelo menos 8 horas. A obtenção do material

foi através de venopunção no ante-braço de paciente, após análise de veia adequada .

Através da punção venosa no antebraço, após anti-sepsia com álcool 70%, foi

coletado 5 ml de sangue, com seringas de 5 ml e agulhas 25 x 8mm, ambas descartáveis.

Obtemos soro através de centrifugação em Centrifuga RDE i, a 3500rpm por 10

minutos. O soro foi armazenado em tubos sem anticoagulante. As amostras foram

encaminhas para o Centro Especializado em Análises Clínicas, situado no mesmo

município.

O níveis de TSH e de T4 livre foram mensurados através do método

Imunoenzimático – ELISA. Os aparelhos utilizados na análise foram Leitora de Tiras

Bioeasy S2000 (Número de Série: SRO0180511BEY)e Lavadora de Tiras Bioeasy

(Número de Série: WS0050211BEY). Os valores de referências empregados, conforme

o método utilizado era de 0,39 e 6,16 MICRO UI/mL para o THS, e 0,80 a 2,00 ng/dL

para o T4 livre. O kit utilizado para dosagem de TSH foi o Monobind Inc (Lote E1A-

3K12A2) e na dosagem de T4 livre foi o Monobind Inc (Lote E1A – 12K8K1). Durante

as dosagens hormonais utilizou-se controles de qualidade, com valores normais e

alterados conforme as referências dos testes.

Os dados estatísticos foram gerados por pelos programas Actions e Excel –

2007.

30

5 RESULTADOS

O estudo envolveu os idosos com idade igual ou superior a 60 anos do Lar São

Vicente de Paulo em abril de 2012, ou seja, 47 pessoas. Deste total 37 participaram do

projeto. Não concordaram em coletar a amostra de sangue 9 pacientes, e 1 já possuía

doença tireoidiana diagnosticada, sendo excluído da pesquisa conforme os critérios de

exclusão, restando então uma população a ser estudada de 37 pacientes.

Dos 37 pacientes coletaram amostra de sangue, 40,54% (15/37) eram do sexo

feminino, e 59,46% (22/37) do sexo masculino. Com relação às faixas etárias 43,24%

encontravam-se entre 60 a 70 anos, 18,91% entre 71 a 80 anos e 37,85% com idade

igual ou superior a 81 anos (Tabela 1).

Tabela 1 – Características da população pesquisada

N=37 Porcentagem (%)

Sexo Feminino

Masculino

15

22

40,54

59,46

Faixa Etária 60 a 70 anos

71 a 80 anos

>80 anos

16

7

14

43,24%

18,91%

37,85%

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Entre os 37 pacientes que coletaram a amostra de sangue 81,09% (30/37) não

apresentaram alterações nos níveis de TSH sérico e 18,91% (7/37) apresentaram valores

superiores ao limite da referência (0,39 a 6,16 MICRO UI/mL). Os valores médios

encontrados foram de 5,27 MICRO UI/mL (± 8,22). Na dosagem de T4 livre 86,49 %

(32/37) dos pacientes não apresentaram nenhuma alteração e 13,51% (5/37)

apresentaram valores inferiores ao limite de referência (0,80 a 2,00 ng/dL) os valores

médios encontrados foram de 1,04 ng/dL (± 0,27) (Tabela 2).

31

Tabela 2 – Médias do TSH e T4 livre

Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

TSH 0,46 42,79 5,27 8,22

T4 Livre 0,62 1,71 1,04 0,27

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Entre 15 mulheres que participaram do estudo 13,33% (2/15) apresentaram

valores aumentados de TSH (Gráfico 1) e 6,66% (1/15) valores diminuídos de T4 livre

(Gráfico 2). Dos 22 homens que participaram do estudo 22,72% (5/22) apresentaram

valores aumentados de TSH (Gráfico 3) e 13,63% valores diminuídos de T4 livre

(Gráfico 4). Observou-se que os valores de T4 livres diminuídos estavam presentes nos

mesmos pacientes com valores de TSH aumentados. Resultados de TSH e T4 livre

foram concordantes com a clínica dos pacientes.

Gráfico 1 – Distribuição Categórica TSH (Mulheres)

86,67%

0%13,33%

TSH - Normal

TSH - Diminuído

TSH - Aumentado

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Gráfico 2 – Distribuição Categórica T4 Livre (Mulheres)

93,34%

6,66% 0%

T4 livre - Normal

T4 livre - Diminuído

T4 livre - Aumentado

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

32

Gráfico 3 – Distribuição Categórica de TSH (Homens)

77%

0%

23%

TSH - Normal

TSH - Diminuído

TSH - Aumentado

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Gráfico 4 – Distribuição Categórica de T4 livre (Homens)

86,37%

13,63% 0%

T4 livre - Normal

T4 livre - Diminuído

T4 livre - Aumentado

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Através da análise das dosagens de TSH e T4 livre observou-se que dos 37

pacientes 18,91% (7/37) apresentaram hipotireoidismo, sendo que 13,51% (5/7)

apresentaram hipotireoidismo clínico (manifestações clínicas e dados laboratoriais

compatíveis) e 5,4% (2/7) hipotireoidismo subclínico (sem manifestações clínicas, com

elevação discreta na dosagem de TSH) (Gráfico 5). Dos 18,91% diagnosticados com

hipotireoidismo 71,42% (5/7) eram do sexo masculino e 28,58% (2/7) do sexo feminino

(Gráfico 6). A prevalência de hipotireoidismo clínico no sexo masculino foi de 80%

(4/5) e de hipotireoidismo subclínico 20% (1/5), já no sexo feminino a prevalência de

hipotireoidismo clínico foi de 50% (1/2) e de hipotireoidismo subclínico de 50% (1/2).

Dos 7 pacientes com alterações nas dosagem hormonais 2 encontravam-se na faixa

etária de 71 a 80 anos e os demais com faixa etária > 80 anos. Nenhuns dos pacientes

estavam em terapia com amiodarona e lítio.

33

Gráfico 5 – Prevalência Geral de Hipotireoidismo clínico e subclínico

13,51%

5,40%

81,09%

Hipotireoidismo clínico

Hipotireoidismo subclínico

Não apresentaram alterações

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Gráfico 6 – Prevalência por gênero de Hipotireoidismo clínico e subclínico

28,58%

71,42%

Sexo Feminino

Sexo Masculino

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

Para verificação da qualidade na realização dos testes foram aplicados 14

controles durante a dosagem laboratorial de TSH e 14 controles durante a dosagem de

T4 livre, sendo que dosagem de TSH foram utilizados os de 2,5 e 10,00 MICRO UI/mL

e na dosagem de T4 livre 1,00 e 4,5 ng/dL. As médias dos controles do TSH foram de

2,50 para controles de 2,50 MICRO UI/mL (±0,13) e 9,72 para controles de 10,0

MICRO UI/mL (±0,69). As médias dos controles do T4 livre foram de 0,96 para

contoles de 1,00 ng/dL (±0,07) e 4,56 para controles de 4,50 ng/dL (±0,32) (Tabela III).

Tabela 3 – Médias Controles TSH e T4 Livre

Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Controle TSH 2,41

8,75

2,65

10,70

2,50

9,72

0,13

0,69

Controle T4

Livre

0,84

4,20

1,08

4,92

0,96

4,56

0,07

0,32

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador – Paracatu/MG, 2012.

34

6 DISCUSSÃO

A prevalência de 18,91% de hipotireoidismo encontrada nos idosos foi

semelhante aos resultados encontrados em vários estudos. O hipotireoidismo subclínico

foi o desfecho menos freqüente. A prevalência de hipotireoidismo entre as mulheres

estudadas foi de 28,58% e entre homens foi de 71,42%.

Corroborando com nossos achados, um estudo realizado em idosos da cidade de

Criciúma – SC, encontrou uma prevalência de 10,1% de hipotireoidismo, a prevalência

foi bem semelhante a nossa com exceção a prevalência do subclínico que foi maior em

relação aos casos do hipotireoidismo clínico. (TONIAL et al., 2007).

Em estudo também realizado em Criciúma, observaram uma prevalência de

86,2% de resultados normais na dosagem de TSH e 6,2% de alterações acima dos

limites de referência caracterizando hipotireoidismo, prevalência semelhante à

encontrada no nosso estudo. (BORTOLI, 2006).

Nas dosagens de TSH, os valores encontrados foram semelhantes aos

encontrados em Criciúma (81,09%), porém a prevalência de valores aumentados de

TSH foram superiores (18,91%). Este fato pode ser explicado devido ao número

amostral.

A prevalência mundial de hipotireoidismo subclínico em pacientes acima de 60

anos é estimada ente 1% e 10%, existindo uma tendência de os níveis de TSH

aumentarem com a idade. A prevalência de hipotireoidismo subclínico encontrada neste

estudo foi de 5,4 % confirmando a estatística mundial. (RAUEN et al., 2011).

Em Uberlândia – MG determinaram uma prevalência de 8,1% de

hipotireoidismo, em indivíduos com idade superior a 50 anos, prevalência inferior a

encontrada em nossas análises (18,91%). (MENDONÇA; JORGE, 2002).

Um estudo realizado em uma população adulta com 25.862 participantes de

todas as idades no Colorado nos Estados Unidos, a prevalência de hipotireoidismo foi

de 8,95% aumentando com o aumento de idade. (TONIAL et al., 2007).

Com relação a faixa etária, observou-se que todos os casos de hipotireoidismo

diagnosticados estavam entre as faixas etária de 71 a 80 anos e > que 80 anos,

confirmando os achados nos Estados Unidos, associando o aparecimento da patologia

com o passar dos anos.

35

A prevalência de hipotireoidismo (primário e secundário) encontrada em nosso

estudo (18,91%) superou as estatísticas mundiais, bem como um estudo realizado com

idosos institucionalizados em Itajubá que foi de 26,7%. (SILVA et al.,2003).

Em estudo realizado em Marília – SP, nos casos de hipotireoidismo a

prevalência foi maior no sexo feminino (5,9%), e menor no sexo masculino (2,9%), ao

contrário no nosso estudo onde a prevalência foi maior entre homens. Em estudo similar

realizado mais recentemente na Inglaterra confirmaram a maior prevalência em

mulheres (6,0%), enquanto nos homens (2,4%). (ROMALDINI, SGARBI e FARAH,

2004).

A alta prevalência em homens e não em mulheres de hipotireoidismo

evidenciadas neste trabalho pode ser explicada pelo seguinte motivo: o número de

homens presentes no estudo era superior ao número de mulheres.

36

7 CONCLUSÃO

Baseado na análise da literatura e nos dados encontrados na execução do projeto

verificou-se que a prevalência de hipotireoidismo é significativa, mas varia de acordo

com cada estudo.

A prevalência de 18,91% de hipotireoidismo encontrada corresponde às taxas

encontradas em estudos semelhantes realizados no Brasil e em outros países, porém

superior a estatística mundial. A prevalência de hipotireoidismo subclínico corresponde

aos dados literários e as estatísticas mundiais.

Embora que com o envelhecimento as alterações tireoidianas possam ser

adaptativas e as manifestações clínicas podem ser interpretadas como próprias do

envelhecimento, patologias tireoidianas podem ocasionar um aumento do risco

cardiovascular e deficiência na qualidade de vida. Deste modo torna-se importante um

diagnóstico rápido e prático, para estabelecer diretrizes terapêuticas adequadas a

população idosa.

Através das análises laboratoriais, não foi encontrado nenhum caso de

hipertireoidismo. Todos os pacientes diagnosticados com hipotireoidismo foram

encaminhados para assistência médica e começaram um tratamento de reposição

hormonal.

37

REFERÊNCIAS

BORTOLI, Isabel de Carli. Alterações dos níveis séricos do hormônio

tireoestimulante (TSH) em estudo transversal da população de octogenários e

nonagenários do município de Sidéropois-SC. 2006. Dissertação (Mestrado em

Medicina) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

COTRAN, Robbins. Fundamentos de Patologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

FAUCI, Anthony S. Harrison Medicina Interna. 17. ed. Rio de Janeiro: MacGraw-

Hill Interamericana do Brasil, 2008.

GUYTON, Arhur C., Tratado de Fisiologia Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2006.

GAW, Allan. et al. Bioquímica Clínica: um texto ilustrado em cores. 2. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

HENRY, John Bernard. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos

Laboratoriais. 20 ed. Rio de Janeiro: Manole, 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Informações territoriais sobre

Paracatu MG. Disponível em: <www.ibge.gov.br/paracatu.html> Acesso em: 25 nov.

2011.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de

metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MENDONÇA, Suzan; JORGE, Paulo. Estudo da Função Tireoidiana em Uma

População com Mais de 50 anos. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e

Metabologia. São Paulo, n.46, p.557-565, maio. 2002.

MOTA, Marina Sousa Pinheiro et al. Diagnóstico de Uma População da Terceira Idade.

Estudo Interdisciplinar do Envelhecimento. Porto Alegre. v.15, n.2, p.255-264, 2010.

PARACATU, Prefeitura Municipal de Paracatu. Informativo. Disponível

em:<http://www.paracatu.mg.gov.br/index.php?m=layout_paginas_1.php&paginas_id=

544> Acesso em: 25 nov. 2011.

PRADO, Felício Cintra. et al. Atualização terapêutica 2007: manual prático de

diagnóstico e tratamento. 23 ed. Artes Médicas Ltda, 2007.

RAUEN, Giselle et al. Abordagem do hipotireoidismo subclínico no idoso. Revista

Brasileira de Clínica Médica. São Paulo, Ano 4, n.9, p.294-9, jul-ago. 2011.

38

ROMALDINI, João Hamilton; SGARBI, José Augusto; FARAH, Chady Satt.

Disfunções Mínimas da Tireóide: Hipotireoidismo Subclínico e Hipertireoidismo

Subclínico. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo, n.48,

fev. 2004.

SILVA, Afonso Carlos et al. Avaliação da Função Tireoidiana em Idosos

Institucionalizados de Itajubá. Moreira JR Editora. São Paulo, jun. 2003.

TAVARES, Fernanda Silveira et al. Envelhecimento Tireoidiano: Aspectos Fisiológicos

e Patológicos. Revista Interciência. Brasília, v.34, n.10, 2009.

TEIXEIRA, Patrícia de Fátima dos Santos et al. Avaliação Clínica e Sintomas

Psiquiátricos no Hipotireoidismo Subclínico. Revista Associação Médica Brasileira.

Rio de Janeiro, n.52, abr. 2006.

TONIAL, Ricardo et al. Prevalência de hipotireoidismo em residentes das seis

instituições para idosos do município de Criciúma – SC. Arquivos Catarinenses de

Medicina. Criciúma, v.36 n.04, 2007.

WAJNER, Simone. et al. O papel dos Hormônios Tireoidianos na Função Testicular.

Revista HCPA. São Paulo, n.28, jan. 2008.

39

APÊNDICES

40

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de consentimento livre e esclarecido ao diretor do Lar São Vicente de Paulo de Paracatu

(MG)

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO

Título da pesquisa: Avaliação tireoidiana dos internos do Lar São Vicente de Paulo.

Acadêmico: Thalisson Ryller Caixeta, Biomedicina – Faculdade Tecsoma.

Objetivo do estudo: Avaliar a função tireoidiana dos pacientes internos do Lar São Vicente de

Paulo.

Procedimento: No mês de abril de 2012, serão realizadas as dosagens de TSH e T4 livre dos

internos do Lar São Vicente de Paulo; os dados serão comparados por técnicas matemática e

plotados em gráficos e tabelas.

Riscos e benefícios ao paciente: Riscos inerentes à venopunção, como hematomas. Benefícios:

Avaliação Tireoidiana.

Confidencialidade: Os pacientes participantes da pesquisa serão informados através de um

Informativo Técnico e verbalmente sobre o estudo; caso consintam livremente, o próprio ou

responsável assinará o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados pessoais do

paciente não serão divulgados.

Por este termo de consentimento livre e esclarecido pós-informacional, declaro que fui

devidamente informado, de forma clara e detalhada, dos motivos para a realização desse trabalho.

Por isso, permito a realização desse estudo veiculado ao Lar São Vicente de Paulo ao qual sou

diretor.

___________________________________________________

Responsável Técnica do Lar São Vicente de Paulo

___________________________________________________

Thalisson Ryller Caixeta

Acadêmico Responsável pela Pesquisa

41

APÊNDICE B – FICHA DE IDENTIFICAÇÃO E DADOS CLÍNICOS

1 – Identificação

Nome:

Idade: Telefone:

Sexo: Origem:

Endereço:

2 - Dados Clínicos

Sinais e Sintomas:

Doenças Crônicas:

Manifestações Clínicas:

Medicamentos: