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FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE - CIEPH CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA FABIANA CONTATTO DOS SANTOS A ACUPUNTURA NA CHINA E NO BRASIL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Florianópolis, 2014.

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FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE - CIEPH

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

FABIANA CONTATTO DOS SANTOS

A ACUPUNTURA NA CHINA E NO BRASIL:

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

Florianópolis, 2014.

FABIANA CONTATTO DOS SANTOS

A ACUPUNTURA NA CHINA E NO BRASIL:

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do grau

de especialista em Acupuntura pela Faculdade

de Tecnologia em Saúde - CIEPH.

Orientação: Prof. Marcelo Fábian Oliva

Florianópolis, 2014.

FABIANA CONTATTO DOS SANTOS

A ACUPUNTURA NA CHINA E NO BRASIL:

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do grau

de especialista em Acupuntura pela Faculdade

de Tecnologia em Saúde - CIEPH.

_________________________________________________

Professor Orientador: Marcelo Fábian Oliva

(Faculdade de Tecnologia em Saúde CIEPH)

________________________________________________

Membro Profa. Thais Habkost Machado

(Faculdade de Tecnologia em Saúde CIEPH)

_________________________________________________

Membro Profa. Ana Paula Barreto Godoy

(Faculdade de Tecnologia em Saúde CIEPH)

À minha família, que proporciona os maiores

ensinamentos e aos mestres que proveram os

conhecimentos mais grandiosos.

Transportai um punhado de terra todos os

dias e fareis uma montanha.

(Confúcio)

AGRADECIMENTOS

Para mim, ser farmacêutica acupunturista é desfrutar de uma obrigação, é fazer do

trabalho uma obra que, com prazer, todos os dias aperfeiçoarei.

Agradeço a todos aqueles que com muito carinho, disposição e até mesmo dificuldades

me auxiliaram nesta conquista, que marca uma nova fase de minha vida.

Aos meus pais, que lutaram e fizeram o que puderam para me proporcionar a felicidade

que estou desfrutando de poder concluir mais essa etapa e estar realizando um grande sonho.

Agradeço, ainda, aos mestres da Faculdade de Tecnologia em Saúde – CIEPH e do

“China Beijing International Acupuncture Training Center”– CBIATC, pelos os valorosos

ensinamentos ministrados.

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência adquirida pela autora, durante

estudos de Acupuntura realizados na China e no Brasil, detalhando os locais de estudo, as

técnicas preconizadas e as práticas realizadas, as diferenças culturais e cotidianas, a importância

da biossegurança, analisando as diferenças nas metodologias de ensino para o conhecimento e

o aprendizado. Mediante realização de análise bibliográfica é demonstrada a importância da

prática da MTC na China e no Brasil, detalhando a experiência da autora na realização de dois

cursos de Acupuntura, na cidade de Pequim/China, realizados no “China Beijing International

Acupuncture Training Center – CBIATC”, comparando-os com a Acupuntura Bioenergética

estudada no curso de especialização em Acupuntura na Faculdade de Tecnologia em Saúde -

CIEPH em Florianópolis/SC nos quais a autora obteve aulas teóricas e práticas clínicas. Este

trabalho procura demonstrar a importância da inserção das práticas complementares –

Acupuntura na busca pela saúde dos pacientes que almejam solucionar

problemas/doenças/síndromes que muitas vezes já têm transcorrido por diversos tratamentos

médicos e na maioria das vezes falhos do ponto de vista medicamentoso. O Brasil e China

buscam a inserção destes tratamentos, em tempos distintos, porém com um objetivo único – a

promoção da saúde do indivíduo.

Palavras-chave: Acupuntura. China. Estudos. Saúde. Tratamentos.

ABSTRACT

This study aims to report the experience of the author during acupuncture studies in China and

Brazil detailing the study sites, the techniques recommended and practices performed, cultural

and everyday differences, the importance of biosecurity, analyzing the differences in teaching

methodologies for knowledge and learning. By conducting literature review it is demonstrated

the importance of TCM practice in China and Brazil, detailing the author's experience in the

realization of two Acupuncture courses in the city of Beijing / China, performed on "China

Beijing International Acupuncture Training Center - CBIATC "comparing them with

acupuncture Bioenergetics studied in the course of specialization in acupuncture at the

Faculdade de Tecnologia em Saúde - CIEPH in Florianópolis / SC in which the author received

theoretical and practical work. It seeks to demonstrate the importance of integrating

complementary practices - Acupuncture in the pursuit of health of patients who aim to solve

problems / diseases / syndromes that often have already passed by various medical treatments

and most often failed the medical point of view. Brazil and China seek the inclusion of these

treatments at different times, but with a single objective - the promotion of the individual's

health.

Keywords: Acupuncture. China. Studies. Health. Treatments.

RESUMEN

Este estudio tiene como objetivo informar de la experiencia del autor durante los estudios de

acupuntura en China y Brasil detallando los sitios de estudio, las técnicas recomendadas y las

prácticas realizadas, las diferencias culturales y cotidianas, la importancia de la bioseguridad,

el análisis de la diferencias en las metodologías de enseñanza para el conocimiento y el

aprendizaje. Mediante la realización de revisión de la literatura se demuestra la importancia de

la práctica de la medicina tradicional china en China y Brasil, que detalla la experiencia del

autor en la realización de dos cursos de acupuntura en la ciudad de Beijing / China, realizado

en "Centro de China Beijing Internacional de Formación Acupuntura - CBIATC

"comparándolos con Bioenergética acupuntura estudiada en el curso de especialización en

acupuntura en la Facultad de Tecnología de la Salud - CIEPH en Florianópolis / SC en el que

el autor recibió teórica y práctica clínicas.Este trabajo busca demostrar la importancia de

integrar las prácticas complementarias - Acupuntura en la búsqueda de la salud de los pacientes

que tienen como objetivo resolver los problemas / enfermedades / síndromes que a menudo ya

han pasado por diversos tratamientos médicos y más a menudo fallaron el punto de vista

médico. El Brasil y China buscan la inclusión de estos tratamientos en diferentes momentos,

pero con un solo objetivo - la promoción de la salud del individuo.

Palabras-clave: acupuntura. China. Estudios. Salud. Tratamientos.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Yin e yang....................................................................................................22

Figura 2 – 5 elementos..................................................................................................22

Figura 3 – Formas de Qi...............................................................................................23

Figura 4 – Aplicação de ventosas com sangria.............................................................33

Figura 5 – Aplicação de ventosas com sangria.............................................................34

Figura 6 – Aplicação de agulhas profundas..................................................................34

Figura 7 – Falta de assepsia no uso de agulhas.............................................................35

Figura 8 – Tratamento para acne - antes.......................................................................36

Figura 9 – Tratamento para acne - depois.....................................................................36

Figura 10 – Tratamento para acne – uso de agulhas.....................................................37

Tabela 1 - Conteúdo programático curso básico..........................................................27

Tabela 2 - Conteúdo programático curso avançado.....................................................29

Tabela 3 – Matriz curricular.........................................................................................32

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11

1.1 APRESENTAÇÃO.............................................................................................................11

2 OBJETIVOS.........................................................................................................................14

2.1. OBJETIVO GERAL..........................................................................................................14

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................14

3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................15

4 METODOLOGIA................................................................................................................16

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................17

5.1. HISTÓRIA DA ACUPUNTURA......................................................................................17

5.2 ACUPUNTURA CLÁSSICA CHINESA E A ACUPUNTURA BIOENERGÉTICA......20

5.3 A ADAPTAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DE ACUPUNTURA PARA O

OCIDENTE...............................................................................................................................20

5.4. TEORIAS DA MEDICINA TRADICIONAL...................................................................21

5.4.1. Yin e yang e a lei da relatividade......................................................................................21

5.4.2 Teoria dos cinco elementos..............................................................................................22

5.4.3. O Homem e as energias....................................................................................................23

5.4.4. Planos energéticos...........................................................................................................23

5.5. A BIOSSEGURANÇA NA ACUPUNTURA...................................................................24

5.5.1. O Ambiente de trabalho...................................................................................................25

6 RESULTADOS.....................................................................................................................26

6.1. CHINA: ESPAÇO, TEMPO E MEIOS..............................................................................26

6.1.1. O aprendizado, diferenças culturais e cotidianas..............................................................31

6.2. BRASIL: ESPAÇO, TEMPO E MEIOS............................................................................31

6.2.1. O conhecimento adquirido no Brasil................................................................................33

6.3. BIOSSEGURANÇA E A UTILIZAÇÃO DAS AGULHAS.............................................35

6.4. CURIOSIDADES SOBRE ALGUNS TRATAMENTOS REALIZADOS NA CHINA..36

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................38

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS..................................................................................39

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

Dois antigos sistemas médicos – um ocidental e outro oriental – apresentam conceitos

de saúde e de doença que se assemelham em vários aspectos. Um desses sistemas é a tradição

da medicina hipocrática, que está nas raízes da ciência médica ocidental; o outro é o sistema da

medicina chinesa clássica, que serve de base à maioria das tradições médicas do leste asiático

(CAPRA, 1982).

A MTC é um grande tesouro e uma parte indispensável da clássica cultura chinesa. No

seu grande curso de desenvolvimento, com a clássica filosofia chinesa, cultura e ciência, tem

mostrado a luta do povo chinês contra as doenças. É rica em teoria e na Prática do tratamento.

Hoje, a medicina moderna está avançada, porém a MTC ainda é utilizada com significativo

efeito clínico de tratamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem reconhecido a importância das chamadas

medicinas tradicionais e medicinas alternativas e complementares (MAC) em todo o mundo.

Dentre elas, destaca-se a medicina tradicional chinesa (MTC), que se configura como uma

racionalidade médica. A categoria "racionalidade médica" foi criada por Luz para estudar

sistemas médicos complexos. Permite compreendê-los e analisá-los sem tomar como critério

de verdade a biomedicina, que passa a ser mais um sistema de cura a ser compreendido, dentre

outros. A MTC engloba uma série de práticas terapêuticas além da acupuntura, como

fitoterapia, massagens, práticas corporais, dieta etc. (Rio de Janeiro, 11/2013).

A medicina chinesa tem como finalidade realizar a melhor adaptação possível do

indivíduo ao meio ambiente como um todo. Para alcançar essa meta, o paciente desempenha

um papel importante e ativo. Na concepção chinesa, o indivíduo é responsável pela manutenção

de sua própria saúde e até, em grande parte, pela recuperação da saúde quando o organismo se

desequilibra. O médico participa do processo, mas o paciente é o principal responsável (Capra,

1982).

A medicina chinesa baseia-se nos princípios filosóficos da cultura oriental, o que a

diferencia consideravelmente da medicina alopática do Ocidente. Para a MTC, o fundamental

12

não é saber do que o corpo humano é constituído, nem de que forma seus órgãos se dispõem,

mas sim observar o modo como o corpo é estimulado, tanto por fatores endógenos quanto

exógenos.

É fácil perceber que um sistema de medicina, que considere o equilíbrio e a harmonia

com o meio ambiente a base da saúde, enfatiza necessariamente as medidas preventivas. Com

efeito, o papel principal dos médicos chineses sempre foi o de evitar o desequilíbrio de seus

pacientes (Idem, 1982).

A saúde do indivíduo é o resultado de um equilíbrio entre duas forças opostas – o yin e

o yang – cuja complementação é fundamental. Essas forças circulam no organismo sob a forma

de energia, que percorre o corpo dentro dos canais. A distribuição dessa energia vital pode

sofrer perturbações e os órgãos enfrentam desequilíbrios por excesso ou insuficiência de

energia. Dessa forma, o corpo funcionaria sob o efeito da circulação dessa energia posta em

movimento, e não da circulação de sangue.

Esses conceitos e atitudes demonstram que o papel do médico é bem diferente daquele

desempenhado no ocidente. Na medicina ocidental, o médico que goza da mais alta reputação

é o especialista, com um conhecimento detalhado sobre uma parte específica do corpo. Na

medicina chinesa, o médico ideal é um sábio, que entende que todos os modelos do universo

funcionam em conjunto; que trata dos pacientes individualmente; cujo diagnóstico não

classifica o paciente como portador de uma doença específica, mas que registra o mais

completamente possível o estado total da mente e do corpo do indivíduo e tal relação com o

meio ambiente natural e social (Ibidem, 1982).

A medicina ocidental e a medicina praticada na China têm origem muito antiga. Ambas

apresentam pontos distintos, porém, também encontram aspectos em comum. Com a evolução

da história, a medicina chinesa e a ocidental se encontraram; na China, a medicina ocidental é,

hoje, comumente praticada. No ocidente, observa-se a crescente assimilação da medicina

chinesa, e o aumento em sua prática tem sido observado nos últimos anos.

No Ocidente, quando se fala em energia, se refere a um conceito mecanicista, como uma

força que indica a maior e a menor capacidade de ação e reação do ser humano, por exemplo,

energia elétrica, térmica, etc. Nossa sociedade usa os possíveis efeitos energéticos para efeitos

imediatos, sem se dar conta de toda esta origem energética. Para os Orientais, o Qi é o princípio,

é a origem do todo e constitui o objeto principal dos seus estudos. Para os chineses, dominar

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este princípio é controlar suas manifestações em proveito do ser humano e a harmonia de sua

saúde. (PÉREZ, 2011).

14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Relatar a experiência adquirida pela autora durante estudos de Acupuntura realizados

na China e no Brasil.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Detalhar o espaço, o tempo e os meios através dos quais foram abordados o local de

estudo, as técnicas preconizadas e as práticas realizadas;

- Comparar diferenças culturais e cotidianas enfrentadas no aprendizado, no Brasil e na

China;

- Descrever a importância da Biossegurança para com a prática na Acupuntura;

- Destacar a busca do conhecimento e do aprendizado a partir da análise das diferentes

metodologias de ensino e práticas clínicas;

- Apontar os principais pontos de interesse durante os estudos realizados, tanto para o

crescimento profissional e pessoal;

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3 JUSTIFICATIVA

De acordo com alguns relatos do governo do estado da saúde do Brasil, nosso sistema

de saúde é um modelo para muitos Países estrangeiros, dentre eles a África do Sul e, inclusive,

a China. Em visita ao Brasil em 2011, Ministro da Saúde da China, Chen Zu, juntamente com

o Ministro da Saúde no Brasil na ocasião, propôs que o Brasil coopere com a China para a sua

atual reforma no sistema de saúde chinês e também para a incorporação da medicina chinesa

nas práticas médicas (BRASIL, 2011).

As experiências nestes dois Países tão distintos, porém muito próximos em sua busca

pela atenção aos pacientes, demonstra a importância da Acupuntura dentro das Ciências da

Saúde. Visto que essa prática é tão remota em sua natureza, pode vir a ser muito útil na

promoção da saúde nos tempos atuais devido a sua constante aceitação pela sociedade ocidental.

A Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura traz economia para os sistemas de saúde

públicos e privados, pois promove uma agressão menor à saúde dos pacientes que recebem o

tratamento. Esses estão tanto prevenidos quanto tratando síndromes, podendo assim estarem

deixando de utilizar medicamentos agressivos ao corpo, bem como realizarem minimizarem

procedimentos invasivos.

Este trabalho visa demonstrar um comparativo entre a prática da Acupuntura na China

e no Brasil, demonstrando pontos em comum e diferenças observadas pela autora nas práticas

realizadas.

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4 METODOLOGIA

Mediante realização de análise bibliográfica e relato descritivo, será demonstrado a

importância da prática da MTC na China e no Brasil. Será detalhando a experiência da autora

na realização de dois cursos de Acupuntura, aonde obteve aulas entre os meses de abril a

novembro de 2007, na cidade de Pequim/China, um curso extracurricular básico e outro

avançado. Ambos foram realizados no “China Beijing International Acupuncture Training

Center – CBIATC” e serão comparados com a Acupuntura Bioenergética, estudada no curso de

especialização em Acupuntura na Faculdade de Tecnologia em Saúde - CIEPH em

Florianópolis/SC, no período de fevereiro de 2010 a março de 2013, nos quais a autora obteve

aulas teóricas e práticas clínicas.

17

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 HISTÓRIA DA ACUPUNTURA

O mais importante entre os primeiros textos clássicos médicos é o Nei Jing e sua autoria

foi atribuída ao lendário Imperador Amarelo Huang Ti (2698-2598 a.C.), terceiro na sucessão

de imperadores lendários, sendo o primeiro Fu Hsi (2953 a.C.) e o segundo Chen Nong (2838

a.C.). A obra clássica recebeu o nome de Huang Ti Nei Ching (Questões simples de medicina

interna do Imperador Amarelo).

Transmitidos oralmente, os diálogos só vieram a ser escritos originalmente por Chun

Yu Yi, nascido em 216 a.C. No século seguinte, o conjunto dividiu-se em dois volumes, o Su

Wen e o Ling Shu. O Su Wen tratava de questões simples e princípios básicos da medicina

chinesa, enquanto o Ling Shu relatava a prática da acupuntura (INADA, 2000; URBAN, 2002).

O Imperador Amarelo Huang Ti ficou surpreso quando ouviu um soldado ferido por

uma flecha dizer que se sentia curado de uma doença artrítica que os médicos lhe asseguraram

não existir cura. O imperador mandou, então, efetuar experiências nos outros enfermos,

especialmente nos presos, os quais durante vários anos foram objeto de experiências com pontas

de flecha e pedras, mais tarde agulhas de pedra. As anotações e os rudimentares esboços

resultantes destas experiências constituíram os primeiros passos para a descoberta dos

meridianos. E a evolução destes conhecimentos, através da prática, veio criar bases para

estruturar várias ciências médicas integrantes do vasto complexo atualmente conhecido por

Medicina Oriental (LEUNG ET AL., 1974).

Ao longo das diferentes dinastias, o desenvolvimento e a aplicação da acupuntura foi

acompanhando intimamente às diferentes escolas filosóficas, ligando-se especialmente ao

taoismo e ao confucionismo.

Durante a Dinastia Tsin (256-420) efetuaram-se compilações de diagramas e

identificaram-se 349 pontos energéticos. Durante a Dinastia Sung (960-1279), efetuaram-se

dois moldes do corpo humano em bronze, em tamanho natural, para que os estudantes de

medicina soubessem localizar os pontos com a mais rigorosa precisão, além da elaboração de

manuais minuciosos onde os médicos podiam obter as mais detalhadas informações sobre as

faculdades de cada ponto (Idem, 1974).

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Na Dinastia Ming (1368-1644), na consequência da movimentação política originada

pela invasão dos Manchus, foi encetada uma perseguição aos budistas, com destruições de

templos e chacinas de monges. Muitos monges conseguiram sobreviver desempenhando

funções como médicos e professores. Sabe-se que os progressos na digitopuntura deveram-se

aos monges, e por uma razão simples: os que permaneceram fiéis às regras fixadas por Buda,

estavam presos ao juramento de nada mais poderem possuir além do que uma tigela, um bordão

e o seu próprio manto. Até as simples agulhas de pedra usadas na acupuntura ultrapassavam os

limites do que lhes era permitido possuir. Por este motivo, tornaram-se peritos na utilização dos

dedos, que colocavam em determinadas condições sobre alguns pontos, conseguindo curas

satisfatórias (BARBOSA, 2002).

A acupuntura passou por períodos de maior e menor desenvolvimento. Durante a

Dinastia Ching (1644-1911), coincidindo com a pressão econômica e crescente política no

sentido da aproximação à industrialização ocidental, a acupuntura e toda a Medicina

Tradicional Chinesa caíram numa profunda estagnação (Idem, 2002). No final da Dinastia

Ching, a acupuntura foi excluída do ensino oficial e foram abertas faculdades de medicina

ocidental. O exercício da Medicina Tradicional foi proibido (o que não passou de teoria), mas

a acupuntura nunca deixou de ser praticada. Isso foi devido, por um lado, à escassez de médicos

com formação ocidental, perante um tão vasto e populoso território; por outro lado, estava muito

arraigada no povo das extensas zonas rurais, onde era a única medicina a que se podia ter acesso

(Ibidem, 2002).

As correntes nacionalistas (1911/49) e a criação da República Popular da China (1949)

levaram a uma nova orientação na política da saúde e à procura de meios terapêuticos que

permitissem acudir às zonas rurais menos acessíveis e mais subdesenvolvidas do país. Só a

medicina antiga correspondia aos requisitos ideais: não implicava em grandes gastos, numa

altura em que o país atravessava uma grave crise econômica; as técnicas eram relativamente

fáceis de aprender e permitiam uma imediata e rápida formação de médicos (Barbosa, 2002).

Assim, desde a Fundação da República Popular da China, em 1949, o governo

reconhece oficialmente a Medicina Tradicional, equiparando-a a Medicina Ocidental.

Conjugam, em colaboração e complementação, os médicos tradicionais ao trabalho de

investigação clínica e experimental dos médicos com formação ocidental. Desde então,

verificou-se um rápido desenvolvimento. Durante a Revolução Cultural na República Popular

da China, em 1955, a acupuntura, moxabustão e fitoterapia chinesa foram reconhecidas

19

oficialmente (INADA, 2000). Em 1959, foi realizada com êxito a primeira operação com

anestesia mediante a acupuntura. Em 1979 a Organização Mundial de Saúde (OMS),

reconheceu oficialmente a acupuntura como meio terapêutico para a cura de 43 enfermidades

diferentes (IBIDEM, 2002).

No ocidente, a acupuntura foi introduzida por jesuítas no século XVIII. Mais tarde foi o

cônsul da França na China, Souliét de Morant (1878-1955) que se interessou pela acupuntura e

a aprendeu, guiado por vários médicos chineses. Morant traduziu obras e reuniu grande

quantidade de material informativo. Por este motivo, foi na França onde, no ocidente, se

começou a praticar e a utilizar a acupuntura e onde se criaram as primeiras associações de

acupuntura. Posteriormente, foi difundida por toda a Europa (LUNA, 2002). Apesar disso, nos

EUA, a acupuntura não suscitou interesse até 1972, o que só ocorreu com a visita do presidente

Nixon à China.

A partir da década de 1970, a acupuntura apresentou um grande desenvolvimento devido

ao maior intercâmbio oriente-ocidente. A situação atual da acupuntura varia nos diferentes

países, segundo o sistema sanitário vigente em cada um deles. Em Portugal, assim como em

muitos outros países ocidentais, o ensino da acupuntura não está oficialmente estabelecido. No

Brasil, o professor Frederico Spaeth a introduziu em 1950, sendo fundada em 1958 a

Associação Brasileira de Acupuntura (BARBOSA, 2002).

A história da acupuntura no Brasil facilmente se confunde com a da imigração dos povos

orientais ao Brasil. Naqueles tempos remotos, os pioneiros imigrantes vindos do outro lado do

mundo, trouxeram na bagagem uma cultura milenar que contribuiu de maneira significativa não

só para o desenvolvimento das terapias naturais, como também das artes plásticas e marciais,

da culinária, da religião, da ciência, da tecnologia, da filosofia e do pensamento.

No Brasil a história da acupuntura sempre envolveu certa aura de mistério, tais as

marcantes diferenças existentes entre a Medicina Tradicional Chinesa e a ocidental. Hoje, a

milenar terapia das agulhas, que já foi taxada inadvertidamente até como charlatanismo e

curandeirismo, é reconhecida por inúmeros Conselhos Federais de Saúde como especialidade.

Reconhecimento este plenamente legitimado pelo imenso apoio popular e ações

governamentais obtidas em nosso país.

20

5.2. ACUPUNTURA CLÁSSICA CHINESA X ACUPUNTURA BIOENERGÉTICA

A Medicina Tradicional Chinesa se baseia em conceitos taoístas e energéticos, os quais

enfocam o indivíduo como um todo e como parte integrante do universo. Para ela, o indivíduo

é constituído por um conjunto de energias, provenientes do céu e da terra, que fluem por todo

o corpo, e que devem estar em constante equilíbrio; quando isso não ocorre, temos então a

manifestação de Patologias. A terapêutica objetiva reestabelecer o fluxo da energia vital pelo

organismo, e para isso, lança mão de vários recursos, tais como a acupuntura e a moxabustão.

A Acupuntura Bioenergética não muito diferente da Acupuntura Clássica Chinesa

segue as mesmas teorias, porém nos explica esse conjunto de energias. Segundo, Dr. Carlos

Nogueira Pérez, os campos energéticos interagem produzindo as reações que todos

conhecemos. Não há química sem energia. É a energia que induz a ligação, que produz a

química. É imprescindível, pois uma determinada quantidade de energia para a formação de

moléculas, proteínas, açúcares e, portanto, as membranas de células, tecidos, órgãos, dentre

outros.

As funções bioquímicas estarão, portanto, corretas se os impulsos energéticos que

promovem as ligações estiverem corretos. Mas se a energia se desarmoniza, as funções

bioquímicas também se desarmonizam e o processo, podendo levar ao aparecimento da doença.

Sendo necessário compreender, do ponto de vista estritamente científico, os “canais de

acupuntura”, o “halo energético” ou os “reservatórios energéticos” que permitem manter os

processos biológicos em caso de falta de aportes ou gasto excessivo.

5.3 A ADAPTAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DE ACUPUNTURA PARA O OCIDENTE

A medicalização interfere culturalmente nas populações, com um declínio da

capacidade de enfrentamento autônomo de parte dos adoecimentos. O processo tende a penetrar

em todos os setores da vida. Ele não é em si necessariamente negativo ou positivo. Todavia, no

contexto do cuidado profissional no SUS, há certa identificação do termo "medicalização" com

o seu excesso, sustentada pela frequente medicalização abusiva de vivências e aspectos da vida,

associada a uma comum redução e restrição dos significados e dos cuidados (autônomos e

21

heterônomos) às categorias nosológicas biomédicas e aos seus tratamentos consagrados

(quimioterapia e cirurgia). (Rio de Janeiro, 2013).

Se as pessoas envolvidas na saúde soubessem que o ser humano é um ser

eminentemente energético, atuariam diretamente na energia. Teriam assim a possibilidade de

tratar o paciente na fase prodrômica (aparecimento dos primeiros sintomas) e, mais importante,

parar a progressão da doença para não passar a estágios de pior prognóstico e tratamento.

Existem dezenas de sinais clínicos que não envolvem alterações bioquímicas, morfológicas e

funcionais em um estágio inicial, mas que acabarão se manifestando se não aumentarmos a

capacidade de autocura do corpo, além de, quando necessário, atuar terapeuticamente. O

organismo está cheio de "sinos de alarme" na forma de dor, fadiga, sudorese, sensações

distérmicas, apetite, sede, mudança de caráter, espasmos musculares, secura ou umidade

excessiva, depressão, irritabilidade.

O especialista bioenergético sabe interpretar estes sinais englobando-os em uma

determinada síndrome, geralmente através da anamnese e das biomedições, para depois dar uma

resposta adequada com as técnicas bioenergéticas. A maioria dos diagnósticos clínicos

ocidentais não alcança estes estágios iniciais da doença, uma vez que nem as análises e nem as

várias provas de imagem as detectam. É nessa fase subclínica e prodrômica que mais pode

acrescentar a Medicina Energética.

5.4. TEORIAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

5.4.1. Yin e yang e a lei da relatividade

Lao Tse nos disse que o TAO produz o um e o um compreende o dois e se manifesta

como o três produzindo os 10.000 seres. A energia única – o Qi – produzida pelo TAO do

nascimento a uma manifestação existencial que se transformará, segundo a lei de bipolaridade,

em duas forças complementares o dois, denominadas Yi e Yang (figura 1) que são antagônicos,

porém complementares, não podendo existir um sem o outro (PÉREZ, 2011).

22

(Fig. 1. Fonte: MINILUA, sd)

5.4.2 Teoria dos cinco elementos

Originalmente na China, designava-se os cinco elementos de Wu-Hsing; sendo que wu

significa cinco e Hsing, andar. Os cinco elementos (a madeira, o fogo, a terra, o metal e a água)

(figura 2) são, os cinco elementos básicos que constituem a natureza. Existem entre eles uma

interdependência e uma inter-restrição que determinem seus estados de movimento e mutação.

Segundo Wen, a Teoria dos Cinco Elementos ocupa um lugar importante na medicina

chinesa, porque todos os fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do corpo

humano, estão classificados e são interpretados pelas inter-relações desses elementos, sendo

usada como guia na prática médica.

(Fig. 2 Fonte: Acupuntura vida)

23

5.4.3. O Homem e as energias

O conceito de QI é o princípio fundamental, porém o homem possui outras energias,

no momento da concepção, por aporte genético, da união do óvulo com o espermatozoide,

recebe a energia mais importante do ser humano, a energia ancestral, herdada, genética,

cromossômica o Zongqi (figura 3), responsável por todas as trocas bioenergéticas e bioquímicas

do organismo ao longo da formação do feto.

As energias adquiridas, provenientes da respiração e da alimentação denominadas Wei-

defensiva e Rong-nutritiva, Rong (figura 3) é formada pelos alimentos e pelo oxigênio. (PÉREZ,

2011).

(Fig. 3 Fonte: Terapeuta Aline Coelho)

5.4.4. Planos energéticos

A mais antiga referência de à teoria dos meridianos encontra-se no livro Huang Ti Nei

Jing, contendo descrições precisas dos seus princípios, porém desconhece-se o modo como foi

criada, acreditando-se que a Acupuntura e o Qi Gong tenham contribuído para sua formação,

que ao estimular determinados pontos do corpo, havia sensação de parestesia e calor e que

durante as práticas de Qi Gong havia uma sensação de calor que percorria pelo corpo, sendo

fruto de observação desde os primórdios (WEN, 2002).

Segundo Wu Changguo, os meridianos e colaterais são importantes componentes do

corpo, são lineares em forma e divididos em níveis que são conectados entre si. Sua função

24

principal é transportar Qi e sangue, conectam as vísceras aos órgãos são eles: Taiyin, jueyin,

shaoyin, yangming, shaoyang, taiyang, taiyin, jueyin, shaoyin, shaoyang e taiyang.

5.5. A BIOSSEGURANÇA NA ACUPUNTURA

A Biossegurança envolve não apenas o acidente, mas sim todos os fatores que levaram

a sua ocorrência, visando o homem e seu bem estar. Tem como objetivos reconhecer, avaliar e

controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho.

A Comissão de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a define como:

“O conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes

as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de

serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente

ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”.

No Brasil, muitos profissionais fazem o uso da Acupuntura sem os devidos cuidados

com a prevenção de acidentes, o que facilita a exposição a doenças infectocontagiosas. As

grandes causas de acidentes, estão relacionadas a: Instrução inadequada, supervisão ineficiente,

mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), não observação de normas existentes,

práticas inadequadas, planejamento falho, jornada excessiva de trabalho. (BRASIL, 2006).

Para boas práticas de atendimento a pacientes, devem-se conhecer as normas e os

procedimentos de segurança, para minimizar os riscos de acidentes. Cabe ressaltar alguns

cuidados durante a prática de Acupuntura:

• Na introdução das agulhas, nunca tocar na lâmina das mesmas, o que pode ser evitado

com a utilização do tubo guia. No caso das agulhas longas chinesas devem-se utilizar luvas e

gaze estéril.

• Na retirada das agulhas, ter atenção para evitar acidentes.

Segundo a ANVISA, devem ser utilizadas agulhas descartáveis de uso único.

25

5.5.1. O Ambiente de trabalho

Os consultórios devem ser amplos e arejados, de acordo com a RDC 50/02 a sua

metragem deverá ser de 7,5m². O piso e paredes deverão ser de material lavável e

preferencialmente na cor clara. Deverá dispor de lavatórios/pias exclusivos para lavagem das

mãos, as torneiras devem ter comando do tipo que dispensem o contato das mãos, quando do

seu fechamento. Junto aos lavatórios deverá haver dispersadores de sabão líquido e provisão de

papel toalha.

O ambiente deverá ser mantido livre de sujeira e poeira. A limpeza deverá ser feita com

água e sabão e hipoclorito de sódio a 1%. Não é permitida a colocação de plantas, devido a

possibilidade de contaminação por aspergillus, o que poderá ocasionar riscos ao paciente. É

importante destacar, ainda, o controle da qualidade do ar no ambiente, que deverá seguir as

recomendações da portaria 3523/98 e da RDC 09/03. (BRASIL, 1998).

26

6 RESULTADOS

6.1 CHINA – ESPAÇO TEMPO E MEIOS

Em meados de junho de 2006, a autora do presente trabalho chegou na capital e segunda

maior cidade da República Popular da China, Pequim “Beijing”, cujo nome significa capital do

Norte. Pequim possui cerca de 10,3 milhões de habitante e está situada, como sugere a

nomenclatura, no Norte do País. O clima é continental, e a cidade possui as estações bem

determinadas: o verão é bastante chuvoso e o inverno é muito frio.

Acompanhando sua família em uma missão diplomática, a autora, à época estudante do

curso de Biomedicina em Brasília/DS, partiu para este lugar tão desconhecido, mas, também,

muito impressionante, e propôs-se a estudar a milenar técnica chinesa da Acupuntura durante a

sua estadia na China.

Podendo conviver diretamente com a cultura, com professores chineses, tanto nas aulas

teóricas quanto nas práticas hospitalares, primeiramente foi necessário aperfeiçoar a língua

inglesa, tendo em vista o cumprimento de aulas em mandarim com traduções para o referido

idioma. Assim, a autora inscreveu-se, também, um curso de mandarim, para poder obter uma

convivência melhor no dia-a-dia na cidade, utilizando o seu tempo disponível entre junho de

2006 e abril de 2007 para estudar as duas línguas.

Em abril de 2007, iniciou o curso Básico de Acupuntura pelo “China Beijing

International Acupuncture Training Center” (CBIATC), fundado em 1975 pela OMS e pela

Academy of Chinese Medical Sciences (CACMS), cujo endereço é Nanxiaojie,

Dongzhimennei, Beijing, China. No local, foram realizadas aulas teóricas durante as manhãs.

Já as aulas de práticas clínicas ocorreram no “Acupuncture Hospital of China Academy of

Chinese Medical Sciences”.

As aulas teóricas começaram com os tópicos principais sobre teorias básicas, yin e yang,

cinco elementos a fisiologia dos órgãos zang-fu, técnicas de acupuntura, moxabustão e

ventosaterapia. Meridianos, colaterais e os pontos de acupuntura, etiologia, quatro métodos

diagnósticos, diferenciação das síndromes, introdução aos tratamentos. Diagnóstico, tratamento

de determinados casos, de acordo com o cronograma (Tabela 1).

27

Curso Básico de Acupuntura

Abril a junho de 2007. Pequim/China

1. Teorias básicas de MTC: Yin-Yang - Conceitos básicos

- Conteúdo básico

- Significado clínico da teoria do yin-yang

2. 5 Elementos - Lei dos 5 elementos

3. Fisiologia dos Zang-Fu - Classificação, produção, funções

4. Qi, sangue e fluidos corpóreos - Classificação, produção E funções

5. Técnicas de Acupuntura, moxabustão e

ventosas

- Classificação, funções, indicações,

efeitos colaterais (manipulações básicas)

6. Introdução aos meridianos, colaterais e

pontos de acupuntura

- 12 meridianos principais

- 2 Extraordinários (Du e Ren)

- Curso dos meridianos e pontos de

acupuntura

- 160 mais comuns pontos

- Métodos de localização

- Pontos específicos e ideia principal da

terapêutica dos 14 meridianos

7. Etiologia - 6 fatores exógenos

- 7 emoções

- Alimentação, cansaço, estresse e excesso

de exercícios físicos

- Traumatismos, picadas de insetos ou

animais

8. 4 Métodos de diagnóstico - Anamnese

- Inspeção (língua)

- Ausculta e olfação

- Palpação (pulso)

9. Diferenciação das síndromes - De acordo Com os 8 princípios

- De acordo com a teoria dos órgãos zang-

fu

28

Tabela 1: Conteúdo programático curso básico. Fonte: CBIATC/2007.

As aulas práticas se deram no hospital de segunda a sexta durante as manhãs, a sala na

qual as práticas clínicas eram realizadas estava composta de diversas macas, todas separadas

com cortinas. No local, diariamente, eram atendidos diversos pacientes com os mais variados

casos, entre os quais pode-se destacar: sequelas de AVC, depressão, nódulos mamários,

coloasma, acne, bursites, tendinites, gripes e resfriados dentre outros. Nesse sentido, teve-se a

oportunidade tanto de conviver com diversos médicos chineses, quanto com estudantes de

outros países, a partir de enriquecedora troca cultural e de aprendizado neste país de cultura

milenar.

O curso básico encerrou em julho de 2007, porém os estudos não findaram-se, visto que

foi obtida a oportunidade de fazer um curso avançado de acupuntura, o qual diferente do

primeiro, discorria de outros tópicos e outras síndromes. Também as práticas hospitalares foram

realizadas em outros dois hospitais, igualmente localizados na cidade de Pequim.

Tão logo, o curso avançado teve início em agosto de 2007. Dentre os temas já estudados,

foram incluídos tópicos sobre a história e o desenvolvimento da acupuntura, algumas técnicas

10. Introdução ao tratamento em

Acupuntura

- Princípios de seleção de pontos

- Métodos de combinação de pontos

- Aplicação de pontos específicos

- Tratamento de doenças comuns

11. Estudos de casos (diagnóstico e

tratamento)

12. Tópicos especiais - Acupuntura com laser e eletroacupuntura

- Doenças infantis; oftalmológicas;

- Doenças Femininas;

- Auriculoterapia (diagnóstico e

tratamento);

- Acupuntura estética

- Qi Gong

13. Tópico em pesquisas científicas - Pesquisas em neurofisiologia

(desenvolvimento de pesquisas básicas em

Acupuntura).

29

suplementares de acupuntura como massagem tui na, Acupuntura estética, fisiologia e teoria

em pesquisas, aplicações para algumas ervas medicinais chinesas e um grande número de

estudo de casos em seminários de acordo com cronograma (Tabela 2).

Curso Avançado de Acupuntura

Agosto a novembro de 2007

1. Yin-yang - Teoria em MTC;

2. 5 Elementos

3. Órgãos Zang-fu - Relações entre os órgãos;

4. Qi, sangue e fluidos corpóreos - Relações;

5. Técnicas de Acupuntura e Moxabustão - Terapia com agulha de três pontas;

- 9 Agulhas clássicas e métodos de

punctura (Clássico internos);

- Terapia com agulhas intredérmicas;

- Moxabustão com cones e palitos de

Artemísia;

6. Os meridianos e colaterais - 8 meridianos extraordinários;

- 12 meridianos e 15 colaterais

- 12 regiões musculares e cutâneas

7. Pontos de Acupuntura - 201 pontos: localização, função e

indicação;

8. Etiologia - Fleuma e estagnação de sangue;

- Manifestações das doenças causadas

pelos 6 fatores exógenos e 7 emoções;

9. Patogenia - Desarmonia entre yin-yang

- Conflito entre qi-patogênico e

antipatogênico;

- Subida e descida de Qi;

10. Diferenciação de síndromes - De acordo com: teoria de Qi e sangue

30

- wei, Qi, ying e fluidos corpóreos

- De acordo com: teoria dos meridianos e

colaterais

- 6 Meridianos

11. Princípios de tratamento - Regular yin-yang

- Fortalecer resistência e eliminar fatores

patogênicos;

- Diferenciar primário e secundário;

- Localizações geográficas e individuais;

- Tratamento de acordo com o clima e

estações

- Métodos terapêuticos: aquecer,

desobstruir, ascender, descender

-Princípios de seleção e combinação de

pontos

12. Tópicos sobre tratamento de doenças

internas

13. Tópicos especiais - Aplicação de tui-na

- Acupuntura estética

- Diabetes e estudos em HIV

- Teorias fisiológicas de pesquisas com

acupuntura

- Aplicação de fitoterapia

Tabela 2: Conteúdo programático curso avançado/ Fonte: CBIATC

As práticas foram realizadas em outros dois hospitais, estes não sendo somente de

medicina tradicional chinesa (MTC), eram hospitais mistos com medicina ocidental, porém

possuíam alas separadas para a MTC. Um foi o Hospital de Pequim, instituição mais moderna

do que os que atendem somente MTC. Já o outro tratou-se do “Tong Ren Hospital”. O descrito

curso foi concluído em novembro de 2007.

Dentre os dois principais cursos, foram cumpridos dois, ambos de uma semana: um

sobre o tópico Tui Na e outro focado em Acupuntura Estética.

31

6.1.1. O aprendizado – diferenças culturais e cotidianas

Pode-se perceber quando se viaja para um determinado país inúmeras diferenças

culturais, especialmente quando se tem contato com uma cultura tão distante da brasileira. Esse

é o caso da cultura chinesa, ligada às tradições orientais e, portanto, discrepante da realidade

nacional, o que não anula o seu caráter interessante e profícuo quando comparada com o Brasil.

Com a prática clínica, foi possível averiguar como o cidadão chinês é fechado e recatado: não

é comum a exposição tal como vista na sociedade brasileira. Os chineses não costumam

transmitir ensinamentos antes de estabelecer uma relação de cumplicidade e reparar no interesse

e na credibilidade dos alunos. Nesses termos, isso não é tão dificultoso assim: repasse o que

sabe apenas para quem saberá como aplicar este conhecimento, cativar é a palavra certa, assim

como confiar.

Os brasileiros procuram sempre repassar para os alunos uma infinidade de assuntos,

muitas vezes não tão a favor da vontade deles. Entende-se que todo aprendizado pode ser mais

bem aproveitado, quando for do interesse e da força de vontade de cada estudante, podendo

desta forma escolherem suas próprias áreas de atuação.

6.2. BRASIL – ESPAÇO TEMPO E MEIOS

De volta ao Brasil, alguns anos após o retorno da China, já no ano de 2010, na cidade

de Florianópolis/Santa Catarina, a autora ingressou em um dos mais renomados cursos de

Especialização em Acupuntura do Sul do País. A Faculdade de Tecnologia em Saúde – CIEPH

- Centro Integrado de Pesquisas e Estudos do Homem: trata-se de uma clínica-escola, que

difundiu a Acupuntura Bioenergética por toda a região.

Com o seguimento do fundador da Acupuntura do Bioenergética, Dr. Carlos Nogueira

Pérez – CEMETEC/Espanha, a escola forma todos os anos acupunturistas provenientes das

diversas áreas da saúde, tais como Fisioterapeutas, Enfermeiros, Farmacêuticos, Naturólogos,

dentre outros.

De uma maneira um pouco mais palpável, porém não diferente, obtém-se um

conhecimento rico sobre a Acupuntura. Segundo Pérez (2011), os dois pilares que suportam a

32

Medicina Tradicional Chinesa, a Lei dos Opostos e Complementares – ou Lei do Yin e Yang –

e a Lei dos Cinco Movimentos podem ser explicados graças aos dois grandes princípios da

Física Quântica: a Relatividade e a Interdependência. Sustentando-se assim, todos os

conhecimentos milenares sobre a Acupuntura em dois principais pilares: a física moderna e a

física quântica.

Nesse sentido, a partir de uma perspectiva mais moderna, é explicado para os alunos

que os conhecimentos empíricos da medicina vitalista podem ser integrados ao contexto

técnico-acadêmico.

As aulas aconteceram a cada quinze dias aos sábados. Foram abordados temas focados

na Acupuntura: teorias básicas da MTC, Canais e conectores, pontos e técnicas de Acupuntura,

diagnóstico na MTC e métodos terapêuticos. Já outros assuntos menos específicos foram

contemplados para engrandecer este conhecimento: ética, bioética, biossegurança,

neurociências, biologia da dor, metodologia científica e do ensino superior. (Tabela 3).

Curso de Especialização em Acupuntura Bioenergética

Matriz Curricular

Disciplinas

Teorias Básicas da MTC

Ética e Legislação

Bioética

Canais e Conectores

Biossegurança

Pontos de Acupuntura

Neurociências

Técnicas em Acupuntura

Biologia do Dor

Psicologia aplicada

Metodologia científica

Métodos terapêuticos

Prática clínica

Tabela 3: Matriz curricular/Fonte: CIEPH/2010

33

A partir desses preceitos, durante um curso de dois anos, ao qual somou-se mais um ano

de práticas clínicas, em um total de 525 horas, pode-se concluir a especialização em Acupuntura

Bioenergética em março de 2013.

6.2.1. O conhecimento adquirido no Brasil

A análise comparativa entre os dois países considerados proporcionou alguns

aprendizados e análises. Na China, é sabido que que a dor é mais tolerável, assim como as

interfaces nada estéticas que, por exemplo, as ventosas deixam na pele e a aplicação de sangria

com ventosas (Fig. 4 e 5). Outro fator são as aplicações de agulhas muito profundamente (Fig.

6), com a chegada do T’Chi muito fortemente. No Brasil, a dor não é uma sensação muito

tolerada, assim como as marcas promovidas pelas ventosas. Por estes fatores, o aprendizado no

Brasil traz uma grande noção sobre os diferentes níveis de tolerância do brasileiro, dados

importantes para a futura prática da atividade no país.

(Fig. 4)

34

(Fig. 5)

(Fig. 6)

O conhecimento da Bioenergética traz uma interessante noção em conjunto quando

associada com aquilo estudado nos cursos de graduação da área da saúde. Uma questão, por

exemplo, é a de que as doenças no Ocidente não são encontradas na bioquímica por acaso, mas,

porque não existe ligação química sem energia; quando esta energia entra em desarmonia as

funções bioquímicas também entrarão, levando ao aparecimento da doença.

Desta maneira, o curso de Acupuntura Bioenergética é de suma importância para

reconhecer e estudar os canais de acupuntura, o halo e os reservatórios enérgicos explicados

pelos ensinamentos que promove.

35

6.3. BIOSSEGURANÇA E A UTILIZAÇÃO DAS AGULHAS

Outro ponto importante é a biossegurança, assunto muito abordado no Brasil e muito

fiscalizado pelas agências reguladoras sanitárias no Brasil.

Na China, por ser um País muito populoso, as técnicas de biossegurança exigidas no

Brasil não são executadas com frequência. A troca do lençol a cada paciente diferente a ser

atendido normalmente não é efetuada, assim como as fronhas dos travesseiros, que muitas vezes

são contaminadas por sangue.

No Brasil, deve-se ser trocado o lençol, esse descartável a cada troca de paciente, e

ainda, ser feita a assepsia com álcool 70%.

Outro ponto a ser abordado é sobre a utilização das agulhas. No País oriental, as agulhas

muitas vezes não eram descartadas, e sim autoclavadas, ou somente realizada uma assepsia para

a utilização em outros pacientes (Fig. 7).

(Fig. 7)

Segundo dados da OMS, um dos maiores índices de hepatites virais no mundo se

localiza na China. A legislação brasileira preconiza que as agulhas sejam sempre descartadas

após o uso e nunca reutilizadas

Na China, durante a prática clínica, pode-se observar, também, que os médicos

utilizavam poucas agulhas em seus tratamentos, o que se torna muito viável para a prática

clínica no Brasil devido ao fato do brasileiro não ter um alto nível de tolerância à dor.

36

Um ponto que chama a atenção, à título de comparação entre o que é considerado

primordial em casa país, é o de que o médico durante a prática clínica na China sempre realiza

o diagnóstico obtido pelo pulso a cada atendimento, procedimento muito importante no

diagnóstico acupuntural na China.

6.4. CURIOSIDADES SOBRE ALGUNS TRATAMENTOS REALIZADOS NA CHINA

Depressão

Foi realizado um tratamento em uma paciente F., 82 anos, durante 3 meses. O fator

que chamou atenção foi o de que durante o tratamento a médica, ao inserir e estimular a agulha

com bastante vigor, causava emoção à paciente. Essa ficou muito emotiva e, após o período de

tratamento, observou-se que a mesma havia obtido uma melhora considerável no quadro

clínico.

Acne

Foi realizado um tratamento de um paciente M., 24 anos, que possuía uma

considerável quantidade de acne facial nos primórdios do tratamento. Ele foi submetido a duas

sessões por semana, nas quais eram realizadas técnicas de (sangria na face, sangria nas costas

com a aplicação de ventosas). Após 3 meses, pode-se constatar (figura 8, 9 e 10) uma melhora

significativa.

(Fig. 8) (Fig. 9)

37

(Fig. 10)

Utilização da fitoterapia chinesa

É importante acrescentar que, em quase todos os tratamentos, os pacientes faziam uso

concomitante de medicamentos fitoterápicos, tanto produzido/separados no hospital, quanto

disponíveis em Farmácias da cidade de Pequim. Tal prática revela uma melhora qualitativa e

quantizava nos tratamentos realizados.

Através do curso básico realizado na China foi possível compreender a inclusão de uma

disciplina sobre fitoterapia e dietética chinesa, o que se torna algo interessante ser adicionado

aos currículos dos cursos de Acupuntura no Brasil, visto que dá ao estudante uma noção sobre

um outro lado do tratamento tradicional chinês. Por mais que a utilização das plantas medicinais

Chinesas não seja autorizada pela legislação e fiscalização das agências reguladoras no Brasil,

é sabido que existem estudos que adaptam o uso de tais medicamentos aos fitoterápicos

encontrados. Esta prática dá uma continuidade ao tratamento com a Acupuntura para o paciente

em sua residência.

38

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ato de exercer um trabalho se torna muito mais grandioso a partir do cruzamento de

distintas experiências, sendo possível, assim, a análise de pontos positivos e negativos

adquiridos em uma determinada jornada. Ao conviver com uma cultura tão diferenciada, se tem

não só um enorme engrandecimento profissional, quando se está estudando ou realizando algum

ato, mas também pessoal. Tornar-se uma pessoa mais tolerável e disposta em adquirir

conhecimentos, são apenas alguns dos pontos positivos adquiridos em uma experiência tal

como a compartilhada.

Porém, o retorno ao lar é um fator que não tem preço. O cumprimento de um estágio no

exterior é interessante por adquirir tudo que possa ter de melhor, mas, igualmente, dar valor

aquilo que temos, sentir falta do que nos é intrínseco e do que nos foi dado.

Tais conclusões podem ser tanto filosóficas ou emotivas, mas são, também, importantes

aliadas na hora de se exercer uma determinada atividade. Por exemplo, na MTC, quando se

exerce a Acupuntura, é necessário ter experiências e, a partir delas, saber assimilar os pontos

positivos passados por nossos mestres, para então saber nos encontrar e operacionalizar a

melhor forma de realizar aquilo com o que nos identificamos. Aprender diferentes

ensinamentos a partir de diferentes pessoas, tanto na forma de agir, quando na forma do

próximo. Nesse sentido, é possível valorizar cada indivíduo a partir de suas particularidades,

afinal, cada um tem uma personalidade e trajetória própria: importante é proporcionar um

tratamento com cuidado e embasado com conhecimentos técnico-científicos, não obstante a

vontade de que o objetivo final do tratamento se concretize.

Assim, este trabalho procurou demonstrar a importância da inserção das práticas

complementares em Acupuntura na busca pela saúde dos pacientes que buscam solucionar

problemas/doenças/síndromes e, muitas vezes, já foram submetidos a diversos tratamentos

médicos, em sua maioria falhos do ponto de visto medicamentoso. O Brasil e a China têm

buscado e promovido a inserção de tratamentos em Acupuntura a partir de tempos, espaços e

práticas distintas, porém com um objetivo único: a promoção da saúde dos indivíduos. O estudo

comparativo desenvolvido contribui, nessa direção, para a ampliação do conhecimento sobre a

Acupuntura, promovendo uma reflexão sobre como as diferenças apresentadas podem

acrescentar ao aperfeiçoamento da área em ambos os países considerados.

39

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