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Dosagem de concreto
Prof.ª: Rebeca Bastos Silva
Faculdade de Tecnologia e Ciências Curso de Engenharia Civil Materiais de Construção Civil II
Histórico
- Egípcios e os etruscos empregava argamassa na construção de pirâmide e túmulos.
- Gregos e Romanos desenvolveram o emprego da cal, e desta associada às cinzas do Vesúvio.
Panteão - Roma
Histórico
- 1758 o engenheiro britânico
John Smeaton foi incumbido de desenvolver um cimento resistisse à ação erosiva da água do mar, que veio a ser utilizado na construção do Farol de Eddystone, que durou mais de um século.
- Cimento romano; - Cimento inglês - 1824 Cimento Portland - 1926 Primeira fábrica de
cimento no Brasil. - 1936 ABCP.
O concreto ocupa lugar de destaque em virtude da versatilidade.
Burj-Khalifa – utilizou aditivo hiperplastificante – 180.000m³ de concreto – fck> 80 MPa.
Roda de Falkirk - Escócia
A dosagem de concreto é o processo de obtenção da combinação correta de cimento, agregados, água, adições e aditivos, para produzir o concreto de acordo com as especificações dadas.
Esse processo é considerado uma arte, mais do que uma ciência.
A dosagem de concreto deve atender aos seguintes requisitos: 1. No estado fresco, deve possuir trabalhabilidade adequada para que, de acordo com os meios disponíveis na obra, possa ser transportado, lançado e adensado, sem ocorrência de segregação.
A dosagem de concreto deve atender aos seguintes requisitos: 2. No estado endurecido, o concreto deve possuir as características especificadas no projeto da obra, isto é, deve ter resistência, durabilidade, permeabilidade, etc.
A dosagem de concreto deve atender aos seguintes requisitos: 3. Finalmente, todas estas propriedades exigidas do concreto, tanto no estado fresco como no estado endurecido, devem ser conseguidas com o menor custo possível, para que a obra seja economicamente viável e competitiva com outros materiais alternativos para a sua execução.
Trabalhabilidade Determina a facilidade com que uma mistura de concreto pode ser manipulada sem que haja segregação prejudicial. O termo trabalhabilidade representa diversas características do concreto no estado fresco, que são difíceis de mensurar quantitativamente.
Trabalhabilidade Considerações gerais sobre a trabalhabilidade:
A consistência do concreto fresco não deve ir
além da necessária para a facilidade de aplicação, compactação e acabamento.
O consumo de água requerida aumenta com o aumento da relação agregado miúdo/agregado graúdo.
Para dosagem de concretos que requerem alta consistência no momento do lançamento, o uso de aditivos redutores de água e retardadores de pega deve ser considerado.
Resistência - Resistência à compressão, tração e tração
na flexão, aderência, cisalhamento, resistência ao desgaste.
Resistência é determinada pela pasta de cimento endurecida (grau de hidratação e porosidade), agregado e ligação pasta-agregado. Durabilidade Capacidade de resistir à ação do tempo, aos ataques químicos, abrasão ou qualquer outra ação de deterioração.
a) caracterização dos materiais componentes do concreto;
b) estudo de dosagem do concreto; c) ajuste e comprovação do traço de concreto; d) elaboração do concreto.
Etapas de execução do concreto (NBR 12655/2006)
Caracterização dos materiais componentes do concreto, conforme a NBR 12654; Os materiais componentes do concreto devem
permanecer armazenados na obra ou na central de dosagem, separados fisicamente desde o instante do recebimento até a mistura.
Agregados – Cimento – Água - Aditivos
• Os agregados devem ficar sobre uma base que permita escoar a água.
• Não deve ter contato com o solo.
Etapas de execução do concreto (NBR 12655/1996)
Condições de preparo do concreto
A resistência de dosagem deve atender às condições de variabilidade prevalecentes durante a construção. Esta variabilidade medida pelo desvio-padrão Sd é levada em conta no cálculo da resistência de dosagem, segundo a equação:
Fcj = fck + 1,65 Sd
Onde: fcj é a resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j dias, em megapascals; fck é a resistência característica do concreto à compressão, em megapascals; Sd é o desvio-padrão da dosagem, em megapascals.
Condições de preparo do concreto O cálculo da resistência de dosagem do concreto depende, entre outras variáveis, da condição de preparo do concreto.
Condição Classe do concreto
Desvio-padrão (Sd)
MPa Características de produção
A C10 até
C80 4,0
O cimento e os agregados são medidos em massa, a água de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados.
B C10 até
C25 5,5
O cimento é medido em massa, a água de amassamento é medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados medidos em volume. O volume de agregado miúdo é corrigido através da curva de inchamento estabelecida especificamente para o material utilizado.
C C10 e C15 7,0
O cimento é medido em massa, os agregados são medidos em volume, a água de amassamento é medida em volume e a sua quantidade é corrigida em função da estimativa da umidade dos agregados e da determinação da consistência do concreto.
* Sd conhecido => 20 resultados em 30 dias = mínimo 2,0 MPa
Método de dosagem
O objetivo final da dosagem é a determinação da quantidade com que cada material entra na composição do concreto, ou seja, o consumo dos materiais por metro cúbico de concreto.
Métodos existentes no Brasil: Instituto Tecnológico do Rio Grande do Sul –
ITERS Instituto Nacional de Tecnologia – INT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo – IPT Associação Brasileira de Cimento Portland –
ABCP (Baseado no método ACI – adaptado aos materiais Brasileiros).
Método de dosagem
MÉTODO ABCP Recomendados para a dosagem de
concretos com consistência semi-plástica à fluida e não é aplicável à concretos confeccionados com agregados leves.
O método fornece uma primeira
aproximação do traço, devendo-se, obrigatoriamente, ser executada uma mistura experimental.
Método de dosagem
MÉTODO ABCP Exige o conhecimento prévio das seguintes informações: a) MATERIAIS - Tipo, massa específica e nível de resistência
aos 28 dias do cimento a ser utilizado; - Análise granulométrica e massa específica
dos agregados disponíveis; - Massa unitária compactada do agregado
graúdo.
Método de dosagem
MÉTODO ABCP Exige o conhecimento prévio das seguintes informações: b) CONCRETO - Dimensão máxima característica admissível. - Consistência desejada do concreto fresco,
medida pelo abatimento do tronco de cone. - Condições de exposição e finalidade da
obra. - Resistência de dosagem do concreto.
Os procedimentos a serem seguidos são: 1. Fixação da Relação água/cimento (a/c) Baseados na resistência mecânica e durabilidade. Curva de Abrams. Curvas de WALZ.
Método de dosagem/ Método ABCP
Método de dosagem/ Método ABCP
Método de dosagem/ Método ABCP
2. Determinação aproximada do Consumo de água do concreto (Ca)
Método de dosagem/ Método ABCP
2. Determinação aproximada do Consumo de água do concreto (Ca) Correção do teor de água em função do abatimento
Car = Cai (ar/ai)0,1
Car= consumo de água requerida Cai= consumo de água inicial ar= abatimento requerido Ai= abatimento inicial
Método de dosagem/ Método ABCP
3. Determinação do Consumo de Cimento (C) Calculado com base no consumo de água, e na relação água/cimento estabelecidos nos passos 1 e 2.
𝐂 =𝑪𝒂
𝐚/𝒄
Método de dosagem/ Método ABCP
4. Determinação do Consumo de Agregados 4.1 Determinação do Consumo de agregado graúdo (Cb) É função da dimensão máxima característica
(Dmáx) e do módulo de finura (MF) da areia
Método de dosagem/ Método ABCP
4. Determinação do Consumo de Agregados 4.1 Determinação do Consumo de agregado graúdo (Cb) A determinação é Cb é feita pela expressão:
Cb= Vc x Mc (kg/m³)
Vc = volume compactado por m³ de concreto Mc = massa unitária compactada do agregado graúdo
Método de dosagem/ Método ABCP
4. Determinação do Consumo de Agregados 4.1 Determinação do Consumo de agregado graúdo (Cb)
Britas utilizadas Proporção
B0, B1 30% B0 e 70% B1
B1, B2 50% B1 e 50% B2
B2, B3 50% B2 e 50% B3
B3, B4 50% B3 e 50% B4
Quando não for possível determinar a massa unitária das britas, adotar o valor aproximado
de 1500 kg/m³.
Método de dosagem/ Método ABCP
4. Determinação do Consumo de Agregados 4.2 Determinação do Consumo de agregado miúdo (Cm) O volume do concreto é formado pela soma dos volumes absolutos do cimento (Vc), água (Va) e agregados (Vm ; Vb). Portanto, para 1 m³ de concreto tem-se: Onde ρc, ρb e ρa são, respectivamente, as massas específicas do cimento, agregado graúdo e água.
𝑽𝒎 = 𝟏 − (𝑪
𝝆𝒄+
𝑪𝒃
𝝆𝒃+
𝑪𝒂
𝝆𝒂)
Método de dosagem/ Método ABCP
4. Determinação do Consumo de Agregados 4.2 Determinação do Consumo de agregado miúdo (Cm) O consumo de areia é dado por:
Cm = ρm x Vm
Método de dosagem/ Método ABCP
5. Apresentação do Traço de Concreto Traço: indicação da quantidade, em massa ou volume, que cada material entra na composição do concreto, em relação a uma unidade de medida de cimento.
Cimento (1): areia : brita: relação a/c
𝟏 ∶ 𝑪𝒎
𝑪∶
𝑪𝒃
𝑪:
𝑪𝒂
𝑪
Método de dosagem/ Método ABCP
Exemplo de aplicação do método
Pretende-se dosar um concreto para ser utilizado na estrutura (revestida) de um edifício residencial. O transporte será feito em caçambas e o concreto deve apresentar as seguintes características: Fc28 = 24 MPa Dmáx = 25,0 mm Abatimento = 60 mm
Cimento tipo Portland Comum Resistência aos 28 dias = 35 MPa ρ = 3100 kg/m³
Características da areia e britas:
Peneira (mm)
% Retido acum.
4,8 0
2,4 6
1,2 20
0,6 52
0,3 84
0,15 97
ρ (kg/m³) 2650
Absorção (%)
0,4
Peneira (mm)
% Retido acum.
Brita 1 Brita 2
32 0 0
25 0 6
19 3 58
12,5 59 97
9,5 74 99
4,8 100 100
2,4 100 100
1,2 100 100
0,6 100 100
0,3 100 100
0,15 100 100
Mu (kg/m³) 1450 1470
ρ (kg/m³) 2650 2650
Absorção (%) 0,5 0,3