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FACULDADE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO DE FINANÇAS, AUDITORIA E CONTROLADORIA IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA A PEQUENA EMPRESA Luzia Lizzoni Orientador (a): Cynthia Cândida Corrêa – Mestre Aripuanã, 2010

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FACULDADE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO DE FINANÇAS, AUDITORIA E CONTROLADORIA

IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA A PEQUENA EMPRESA

Luzia Lizzoni

Orientador (a): Cynthia Cândida Corrêa – Mestre

Aripuanã, 2010

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FACULDADE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO

JURUENA

CURSO DE FINANÇAS, AUDITORIA E CONTROLADORIA

IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA A PEQUENA EMPRESA

Luzia Lizzoni

Orientador (a): Cynthia Candida Corrêa - Mestre

Monografia apresentada ao Curso de Finanças,

Auditoria e Controladoria da Faculdade

Ciências Contábeis e Administração do Vale

Do Juruena.

Aripuanã, 2010

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Lizzoni, Luzia

Importância da Contabilidade para a Pequena Empresa /

Luzia Lizzoni. 2010.

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Monografia - Faculdade Ciências Contábeis e

Administração do Vale do Juruena, Curso de Auditoria e

Controladoria, 2010.

Orientação: Professora Cynthia Candida Corrêa - Mestre

1. Micros e Pequenas Empresas. 2. Contabilidade. I.

Importância.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus que me iluminou a cada dia.

Aos professores e funcionários da Faculdade Ciências Contábeis e

Administração do Vale do Juruena, por todo o respeito, dedicação e incentivo

recebido durante o período que estudei na instituição.

A todos os colegas, pelo companheirismo, amizade e pelos momentos

felizes vividos durante todo o curso.

A todos meus amigos e familiares pelo apoio, incentivo e compreensão.

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RESUMO

Este trabalho objetiva contribuir com a contabilidade gerencial na pequena empresa,

observando a sua fragilidade administrativa e sua carência de informações

gerenciais. No desenvolvimento, verificou-se que a Contabilidade Gerencial pode

auxiliar positivamente para o sucesso da pequena empresa, contudo para viabilizar

sua implantação e compreensão por parte dos empresários de pequena empresa é

necessária a adaptação de alguns instrumentos contábeis. Dessa maneira, é

necessário que o Pequeno Empresário tenha o conhecimento, que através da

utilização da Contabilidade Gerencial como instrumento de apoio na gestão dos

negócios, sua empresa poderá tornar-se mais competitiva, utilizando as ferramentas

disponíveis possibilitará gerar informações úteis para a gestão dos negócios, sendo

crucial para a permanência da empresa no mercado.

Palavras-chave: Micro e Pequena Empresa; Importância; Contabilidade.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6

CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 8

1.1. A ORIGEM DA CONTABILIDADE ..................................................................... 8

1.2. A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE NO BRASIL ............................................ 10

1.3. A CONTABILIDADE GERENCIAL E O SEU PAPEL ...................................... 11

1.4. FINALIDADES DA CONTABILIDADE .............................................................13

1.5. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ..................................................................16

1.6. TÉCNICAS CONTÁBEIS...................................................................................16

1.7. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE...................................17

1.8. A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO ........................ 18

1.9. A INFORMAÇÃO CONTÁBIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA TOMADA DE

DECISÃO .................................................................................................................. 19

1.10. AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.......................................................... 20

1.11. O PROCESSO DE GESTÃO DAS MPE’S ...................................................... 23

1.12. A TRIBUTAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL ........ 25

CAPÍTULO 2 - PROCEDIMENTO METODOLÓGICO .............................................. 29

CAPÍTULO 3 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS ................................ 29

3.1. A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL NA MICRO E PEQUENA

EMPRESA ............................................................................................................... 290

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 34

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INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas são um dos principais pilares de sustentação

da economia brasileira, quer pela sua enorme capacidade geradora de empregos,

quer pelo seu grande número de estabelecimentos. Esse trabalho analisa as micro e

pequenas empresas, suas definições contábeis, e expõe a contabilidade como

instrumento maior da administração, sua importância para micros e pequenas

empresas, principalmente a contabilidade gerencial, já que através desta o

empresário pode tomar suas decisões com mais segurança.

O papel das micro e pequenas empresas e sua importância é fundamental

para economia nacional. Dados revelam que existe um alto índice de falência dessas

empresas por motivos como a falta de controle e planejamento pelos seus gestores.

Como as organizações não suportam as pressões normais do cotidiano e acabam

encerrando suas atividades, os empresários defendem que a instabilidade

econômica seria uma das maiores razões para o fechamento de suas empresas. E,

frequentemente, reforçam seus argumentos, através de exemplos relacionados à

obtenção de financiamentos para aquisição de equipamentos e capital de giro, juros

altos, dentre outros. Realmente estes fatores ocorrem e têm grande peso na

administração das Micro e Pequenas Empresas, mas não podem ser considerados

como os principais fatores causadores de tantos problemas.

Em busca desse diferencial, cresce no mercado o número de empresas que

vêm investindo em meios que ofereçam informações estratégicas a fim de

possibilitar aos seus gestores uma tomada de decisão mais segura.

Procura-se, com esse trabalho, contribuir especificamente com a

problemática da capacidade gerencial das Micro e Pequenas Empresas, de sua

fragilidade administrativa e de sua carência de informações gerenciais.

A contabilidade gerencial está sofrendo mudanças importantes para refletir o

novo ambiente que as empresas enfrentam. Informações precisas, oportunas e

pertinentes sobre a economia e o desempenho das empresas são cruciais para o

sucesso organizacional.

A contabilidade e o uso das suas informações são apresentados ao gestor

como uma ferramenta do processo decisório da administração. No entanto, é

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necessário que sua informação seja útil para as pessoas responsáveis pela tomada

de decisões. Uma informação, (PADOVEZE, 2003) mesmo que útil, só é desejável

se conseguida a um custo adequado e interessante para a empresa.

É importante ressaltar que o responsável pela tomada decisões é o gestor,

mas com apoio da contabilidade gerencial, dentro das normas contábeis legais, a

decisão tomada é determinante para o sucesso da empresa.

Diante de mercados altamente concorridos, as empresas começaram a

valorizar um recurso primordial a sua sobrevivência: a informação. Dessa forma, as

empresas perceberam que pela gestão da informação gerencial tornam-se

competitivas, organizadas e aptas a responder às mudanças exigidas.

A contabilidade gerencial é um dos instrumentos utilizados para gerar as

informações que possibilitem a análise e avaliação da rentabilidade e lucratividade

destas empresas.

No entanto, a contabilidade tem sido criticada por não apresentar

informações em quantidade e qualidade desejadas por seus diversos usuários. Em

razão disso, surge o seguinte problema de pesquisa: Qual é a real importância da

contabilidade na micro e pequenas empresas?

O trabalho tem como objetivo geral: Demonstrar a importância da

contabilidade para a pequena empresa. Para isso foram formulados os objetivos

específicos: Caracterizar o papel da contabilidade no Brasil; Caracterizar a atuação

das micro e pequenas empresas no Brasil; Analisar como as informações estão

sendo apresentadas para micro e pequenas empresas.

Diante disso o trabalho foi estruturado da seguinte forma: O primeiro capítulo

traz um panorama da origem e história da contabilidade no Brasil, sua finalidade,

usuários, técnicas, princípios fundamentais da contabilidade, claro que dando ênfase

na contabilidade como ferramenta para a gestão, sua importância para a tomada de

decisão e o processo de gestão e tributação das micro e pequenas empresas no

Brasil. O segundo capítulo mostra como foi desenvolvida a pesquisa. No terceiro

capítulo apresento a importância da contabilidade para a micro e pequena empresa,

mostrando que ao utilizar a contabilidade, ainda que apenas a contabilidade

gerencial, que é a base de uma administração segura, os casos de sucesso e de

sobrevivência dessas empresas aumentaria de maneira significativa, alem de

possibilitar um melhor acompanhamento do desempenho do negócio.

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CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A ORIGEM DA CONTABILIDADE

Precisar com exatidão o início da contabilidade é impossível. Alguns

registros mostram a origem da contabilidade em 6000 a.C., e está ligada a

necessidade de registros do comércio. Desta forma, pode – se perguntar como foi

que surgiu o comércio?

Segundo Iudícibus (2000, p.30):

A Contabilidade seja talvez tão antiga quanto a origem do homo sapiens. Alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas aproximadamente a 4.000 a.C. Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventar o número de instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas das bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade.

O comércio surgiu da necessidade e desejo do homem em obter algo, como

não existia dinheiro na época antiga iniciou-se a troca de bens, por exemplo: um

homem plantava feijão e desejava ter milho, então trocava o produto que ele tinha

por aquele que precisava, é importante lembrar que naquele tempo não havia o

crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista.

Na antiguidade surgiram muitos nomes que se destacaram na contabilidade,

um deles, Lucas Paccioli, um matemático e contabilista, por muitos estudiosos o “Pai

da Contabilidade”, deu inicio as escolas de pensamentos contábeis, evolução na

contabilidade para época, utilizada por muitos estudiosos até hoje, por fazer parte do

ciclo evolutivo da contabilidade.

As escolas de pensamentos mais conhecidas são: Contista, Personalista,

Neocontista, Controlista, Aziendalista, Patrimonialista, Européia e Norte Americana.

• Escola Cotista – Para o contismo, a contabilidade era observada como

ciência das contas.

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• Escola personalista – Admitia a contabilidade como um estudo

volumétrico de direitos e obrigações de pessoas. O personalismo é um contismo

que se transforma a conta em uma pessoa com direitos e obrigações.

• Escola Neocontista – Insinuava que o objetivo da contabilidade era a

riqueza do patrimônio.

• Escola Controlista – Que admitia que a contabilidade possuísse como

objetivo o controle econômico.

• Escola Aziendalista – Que admitia a contabilidade como um ramo de

uma ciência das empresas e instituições.

• Escola Patrimonialista – Que considerava a contabilidade como a

ciência que estuda os fenômenos patrimoniais.

• Escola Européia – Após o surgimento inicial do método contábil, na

Itália, da disseminação da escola italiana por toda Europa surge no século XIX

um período denominado de cientifico, chamado de romântico.

• Escola Norte Americana – Se caracteriza por seu aspecto

essencialmente prático em detrimento de construções teóricas.

No Brasil houve influências tanto da escola americana quanto na escola

italiana, sendo que na escola italiana influenciou inicialmente o país, porém com a

vinda de indústrias estrangeiras norte-americana para o país essa influência foi se

dissipando, ocorrendo uma evolução dos conhecimentos contábeis.

No princípio esta escola limitava-se a base teórica, elevando o conhecimento

prático e os contadores respeitando as normas definidas pela associação

profissional. Depois da quebra da bolsa de New York em 1929, houve uma

necessidade de estabelecer normas padronizadas para o registro contábil, daí o

surgimento dos princípios contábeis.

Na data de 15 de dezembro de 1976, foi publicada no Brasil a Lei 6.404, que

regulamentava os princípios contábeis, com orientação internacional especialmente

norte – americana.

A escola de comércio Álvares Penteado, criada em 1908, foi à primeira

escola especializada no ensino da contabilidade, tendo identificado nesta instituição

professores de grandes nomes, como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior,

Horácio Berlinck, Milton Importa e Antenor da Silva Negrine.

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Hoje a contabilidade brasileira apresenta – se em uma situação paradoxal: a

qualidade das normas contábeis é superior à qualidade atual dos profissionais da

área. Tal fato se deve, em parte, a expansão do número de universidades pelo país,

sendo a maioria privada, oferecendo cursos de baixa qualidade.

1.2 A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE NO BRASIL

Analisando a evolução contábil no Brasil, percebe-se que desde o início, fica

aparente a interferência da legislação, que sempre acompanhou a contabilidade

nacional em seus meandros.

Uma das primeiras grandes manifestações da legislação, como elemento

propulsor do desenvolvimento contábil brasileiro, foi o código comercial de 1850.

Esse código instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração

anual da demonstração do balanço geral, composto dos bens, direitos e obrigações

das empresas comerciais.

O código comercial brasileiro não normalizou os procedimentos contábeis,

apenas determinou que as empresas devessem seguir uma ordem uniforme de

contabilidade e escrituração e a ter os livros para esse fim necessário.

Uma das saídas encontradas pela comunidade contábil brasileira para

qualificar as informações contábeis foi à adoção obrigatória da elaboração de

publicações de demonstrações contábeis complementares referentes às companhias

abertas, em moeda de poder aquisitivo constante. Essa obrigatoriedade foi

estabelecida pela instrução CVM nº 64, de 19 de maio de 1987. Essa instrução

determinou os critérios básicos de conversão, consolidando os procedimentos a

serem a dotados na elaboração das Demonstrações Contábeis complementares, e

constitui o ápice da escola da correção monetária.

1.3 A CONTABILIDADE GERENCIAL E O SEU PAPEL

A contabilidade gerencial segundo Padoveze (1997, p. 26):

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de

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custos, na análise financeira e de balanços etc, colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analíticos ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Conceitualmente, Contabilidade Gerencial segundo a visão de Atkinson et

al. (2000, p.36):

É o processo de produzir informação operacional e financeira para funcionários e administradores, tal processo deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos.

Na visão de Horngren, Sundem e Stratton (2004, p.4):

Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais.

Para Ricardino (2005, p.9):

A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se 'encaixem' de maneira variável e efetiva no modelo decisório do administrador.

Em um cenário econômico cada vez mais competitivo, tornam-se intensas as

quebras de fronteiras, viabilizadas pela velocidade da troca de informações, frente

às novas tecnologias. Nesse ambiente, para manterem vivas e competitivas as suas

empresas, os gestores buscam traçar estratégias cada vez mais eficiente, que levem

suas empresas a se fixarem no mercado. Porém, para se traçar estratégias seguras

e eficazes é preciso que os gestores estejam bem informados da real situação

econômica, operacional e financeira de sua empresa.

A contabilidade gerencial deve fazer uma conexão entre as ações locais dos

gerentes e a lucratividade da empresa, para que estes possam saber que direção

tomar. Medindo corretamente o impacto de ações locais no desempenho global, a

contabilidade gerencial também serve como o agente motivador, pois premia as

pessoas que contribuem significativamente com objetivos da empresa.

Segundo Padoveze (1997, p. 35):

O ponto fundamental da contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para a administração. Se temos a contabilidade, se temos a informação contábil, mas não usamos no processo

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administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento,não existe contabilidade gerencial.

Para que a informação contábil seja usada no processo de administração, é

necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas

responsáveis pela administração da entidade.

A contabilidade tem seu campo de aplicação em entidades econômico-

administrativas, sejam de fins lucrativos ou não.

O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades.

O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à

entidade econômica administrativa.

1.4 FINALIDADES DA CONTABILIDADE

Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações

sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das

atividades econômicas desenvolvidas pela entidade, para alcançar seus fins, que

podem ser lucrativos ou meramente ideais. A contabilidade possui duas funções

básicas. Uma é a administrativa, e a outra é a econômica.

Função Administrativa da Contabilidade - controlar o patrimônio.

• Patrimônio – conjunto de bens, direitos e obrigações suscetíveis de

avaliação econômica, vinculados a uma entidade ou pessoa física.

• Bem – tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas e pode ser

avaliado economicamente.

Classificação dos bens:

Bens tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais – têm existência física,

existem como coisa ou objeto.

Bens intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais – não possuem

existência física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos

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objetivos da empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são

legalmente que são legalmente conferidos aos seus possuidores.

• Direitos – valores de propriedade da entidade que se encontra em

posse de terceiros.

• Obrigações: são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou

natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontra em

nossa posse.

• Composição Patrimonial: o patrimônio é dividido em três partes.

1ª Parte – ATIVO (A) - parte positiva, composta de bens e direitos.

2ª Parte – PASSIVO EXIGÍVEL (PE) - parte negativa, composta das

obrigações com terceiros.

3ª Parte – PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ou SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL) – parte

diferencial entre o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as

obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a

diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com

terceiros (passivo exigível).

Essa parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou

condição da entidade sendo, portanto, considerado como PASSIVO NÃO EXIGÍVEL.

• Equação Fundamental do Patrimônio:

PL/SL = A – PE

Especificação da fórmula:

PL = Patrimônio Líquido

SL = Situação Líquida

A = Ativo

PE = Passivo Exigível

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• Representação Gráfica do Patrimônio

• Situações ou Estados Patrimoniais:

Situação favorável: ocorre quando A > PE, determinando PL > 0. Assim, A =

PE + PL.

Situação plena ou propriedade total dos ativos: ocorre quando A > PE e PE

=0,determinando PL > 0. Assim, A = PL.

Situação nula ou de equilíbrio aparente: ocorre quando A = PE,

determinando PL = 0. Assim, A = PE.

Inexistência de ativos: ocorre quando PE > A e A = 0, determinando PL < 0.

Assim, PE = (PL).

Situação desfavorável: ocorre quando A < PE, determinando PL < 0.

Função Econômica da Contabilidade- apurar o resultado.

• Resultado - Diferença entre o valor das Receitas e o valor das

Despesas (D). O resultado pode ser:

Positivo ou Lucro - quando o valor das receitas é superior ao das despesas;

Negativo ou prejuízo – quando o valor das receitas é inferior ao das

despesas;

Nulo – quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas.

PATRIMÔNIO

ATIVO + PASSIVO (-)

Bem Exigível – Obrigações

Direitos PL/SL

TOTAL TOTAL

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• Receitas - São entradas de elementos para o ativo da empresa, na

forma de bens ou direitos que sempre provocam aumento da situação líquida.

• Despesas - É gasto incorrido para, direta ou indiretamente, gerar

receitas. As despesas podem diminuir o ativo ou aumentar o passivo, mas sempre

provocam diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido.

1.5 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE:

– Sócios, acionistas, proprietários;

– Diretores, administradores, executivos;

– Instituições financeiras;

– Empregados;

– Sindicatos e associações;

– Institutos de pesquisas;

– Fornecedores;

– Clientes;

– Órgãos governamentais;

– Fisco.

1.6 TÉCNICAS CONTÁBEIS

A contabilidade para atingir sua finalidade se utiliza das seguintes técnicas:

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• Escrituração - É o registro de todos os fatos que ocorrem no

patrimônio.

• Demonstrações Financeiras - São demonstrativos expositivos dos fatos

ocorridos num determinado período. Representam a exposição gráfica dos fatos.

São elas:

– Balanço Patrimonial.

– Demonstração do Resultado do Exercício.

– Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.

– Demonstração das Mutações do patrimônio Líquido.

– Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos .

• Auditoria - É o exame e a verificação da exatidão ou não dos

procedimentos contábeis.

• Análise das Demonstrações Financeiras.

• Analisa e interpreta as demonstrações financeiras.

1.7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE

• Princípio da Entidade

O patrimônio da entidade não se confunde com o de seus sócios ou

acionistas ou proprietário individual.

A contabilidade é mantida para a empresa como uma entidade identificada,

registrando os fatos que afetam o seu patrimônio e não o de seus titulares, sócios ou

acionistas.

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Este princípio afirma a autonomia patrimonial evidenciando que este não se

confunde com aqueles de seus sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou

instituições.

• Princípio da Continuidade

A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável,

devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações

patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

Pressupõe a continuidade indefinida das atividades operacionais de uma

entidade até que haja evidências ou indícios muito fortes em contrário. Por

conseqüência, como as demonstrações financeiras são estáticas não podem e não

devem ser desvinculadas de períodos anteriores e subseqüentes.

• Princípio da Oportunidade

Refere-se simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do

patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e

com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Reconhecimento imediato de ativos e passivos nos registros contábeis,

considerando-se, inclusive, para os casos em que não haja uma prova documental

concreta, a possibilidade de uma estimativa técnica, razoável e objetiva, visando

evitar o liberalismo por parte das pessoas.

• Princípio do Registro pelo Valor Original

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais

das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do

País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores,

inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da

entidade.

• Princípio da Atualização Monetária

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser

reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal

dos valores dos componentes patrimoniais.

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Indica a necessidade de reconhecimento da perda do poder aquisitivo da

moeda sobre os valores que integram as demonstrações financeiras.

O objetivo do princípio da atualização monetária é, o de eliminar das

demonstrações financeiras da entidade as distorções causadas pela desvalorização

da moeda.

• Princípio da Competência

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do

período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem,

independentemente de recebimento ou pagamento.

As receitas e as despesas são atribuídos aos períodos de acordo com a real

incoerência dos mesmos, isto é, de acordo com a data do fato gerador e não quando

são recebidos ou pagos.

• Princípio da Prudência

Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do

maior valor para os componentes do PASSIVO, sempre que se apresentem

alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que

alterem o patrimônio líquido. – visa a prudência na preparação dos registros

contábeis, com a adoção de menor valor par os itens do ativo e da receita, e o de

maior valor para os itens do passivo e de despesa.

1.8 A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO

A contabilidade é essencialmente feita pelo homem a partir das relações

socioeconômica existentes. Nelas, as mudanças ocorrem continuamente, sendo,

portanto, necessário que ela se adapte a novas formas e processos de gestão.

O mundo vem assistindo a uma contínua revolução econômico – financeiro –

contábil, o processo de globalização passou a ser, nos últimos anos, uma expressão

corrente da literatura e do noticiário cotidiano, sua influência e presença são

suficientemente marcantes para que não possam deixar de serem considerados.

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A contabilidade é uma grande ferramenta de gerar informações sobre fatos

financeiros, econômicos e patrimônios de uma empresa e é através dessas

informações que os gestores determinam suas estratégias e tomarão suas decisões.

Os investidores procuram um mínimo de segurança para fazerem suas

aplicações, eles requerem que as informações contábeis sejam: confiável,

transparente, relevante e comparável. Quanto mais claras e objetivas forem essas

informações mais seguros e satisfeitos tende a ficar, quem investe. Portanto, com a

tremenda competição global a que assistimos a cada dia, onde pequenos detalhes

podem representar a viabilidade ou não de um investimento, se torna extremamente

necessário que a ciência contábil atenda o seu papel de auxiliar o gestor na tomada

de decisões não só no ambiente interno, mas também no sentido macro econômico,

demonstrando o quanto os efeitos externos podem impactar na atividade

empresarial. Quanto melhor sejam o tratamento contábil dado as empresas, no

sentido de melhor expressar as suas movimentações financeiras e patrimoniais bem

mais seguros estará o publico que se interessa por tal informação.

A contabilidade envolve praticamente todos os aspectos da empresas, os

ativos ou itens de riqueza; os passivos ou interesses de credores que fornecem

dinheiro e mercadorias, ou prestam serviços, e aguardam o pagamento ou a

remuneração e finalmente os direitos de proprietários que realizam investimento. A

contabilidade destina-se a fazer o registro sistemático das receitas e despesas, bem

como os lucros e perdas de uma empresa durante determinado período. Como tal,

pode ser considerado um método quantitativo que compreende a classificação e a

mensuração do valor monetário das transações inscritas nos registros das

empresas.

1.9 A INFORMAÇÃO CONTÁBIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA TOMADA DE DECISÃO

A informação sempre foi um importante fator para tomada de decisão e

determinante para o sucesso gerencial, mas a partir da grande evolução das

tecnologias da comunicação e informação que sua relevância vem tendo um papel

decisivo para a sobrevivência e desenvolvimento das organizações. É possível dizer

que informação é uma mensagem capaz de propiciar a comunicação reduzindo

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incertezas, sendo capaz de proporcionar benefícios ao usuário da mesma. Percebe

– se de imediato que a informação é um recurso fundamental para contribuir na

definição sobre as alternativas de expansão e investimentos necessários, dos

próprios resultados dos negócios.

Segundo Padoveze (1997 p. 45) sistema de informação é como:

Conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados seguindo uma seqüência lógica para o processamento dos dados e tradução em informações, para com seus produtos permitindo as organizações o comprimento de seus objetivos.

A informação contábil deve ser muito clara, concisa, e revestida de

qualidade e objetiva, permitindo que o usuário possa avaliar a situação econômica e

financeira da entidade, bem como fazer projeções futuras, de forma a atender

sempre os objetivos próprios da entidade empresarial.

Na elaboração de um sistema de informação contábil, deve-se buscar

atender de forma sistematizada todos os usuários que necessitam da contabilidade,

com enfoque substancial para as informações requeridas pelo gestor capazes de

garantir a eficiência e eficácia do sistema empresarial.

É importante salientar que o sistema de informação contábil deve procurar

atender todos os usuários das informações contábeis e que o mesmo deve ser

capaz de se tornar a estrutura fundamental do sistema de informações empresarial.

Vale lembrar que a informação contábil não se destaca só nas

demonstrações contábil, mas também em relatórios gerenciais diversos, pareceres,

ou outra forma qualquer de comunicação escrita, que devem propiciar aos usuários

sua plena utilização.

1.10 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Segundo Silva (2002, p.23):

Uma empresa sem Contabilidade é uma entidade sem memória, sem identidade e sem as mínimas condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento.

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As micro e pequenas empresas representam atualmente um dos pilares da

economia nacional. Sua importância se destaca principalmente na geração de renda

e emprego em nosso país, elas também são responsáveis pela captação da maior

quantidade de mão-de-obra, disponível no mercado, tendo participação significativa

no setor produtivo.

Com o crescimento dessas empresas também cresceram o índice de

empregabilidade e renda. É evidente que, quanto maior o número de empresas,

maior será o número de empregos com carteira assinada.

No Brasil as micro e pequenas empresas têm um papel de destaque para a

economia brasileira, pois são elas que geram grande partes dos empregos do país e

são responsáveis aproximadamente por metade da produção nacional segundo o

SEBRAE a maior parte delas encerram suas atividades nos seus primeiros anos de

vida.

Tabela nº1: Micro e pequenas empresas criadas e extintas, Empresas ativas,

criadas, extintas e saldo anual de entradas e saídas no Brasil 2000 a 2006

ANO

EMPRESAS

Total Criadas Extintas Saldo anual

Média - 726.567 493.766 232.800

2000 3.736.766 639.526 414.138 225.388

2001 4.235.793 829.302 330.726 499.026

2002 4.494.784 720.406 461.415 258.991

2003 4.659.594 677.202 512.392 164.810

2004 4.846.609 716.603 529.588 187.015

2005 5.094.572 792.030 544.067 247.963

2006 5.140.951 710.868 664.489 46.379

Fonte: IBGE/Diretoria de pesquisas/Cadastro Central de empresas

Segundo dados do BNDES, em 2008 – (Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social), as micro e pequenas empresas representam

cerca de 98% do total de empresas existentes no Brasil, respondem por cerca de

60% dos empregos gerados e participam com 43% da renda total dos setores

industrial, comercial e de serviços,sendo um fator importante para a geração de

empregos e renda.

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Para contribuir com a longevidade das empresas, é fundamental demonstrar

a importância da aplicação de ferramentas gerenciais, dentre as quais se destaca a

contabilidade gerencial.

Micro e Pequenas Empresas segundo o número de empregados:

MICROEMPRESAS - No comércio e serviços até 09 empregados. Na

indústria até 19 empregados.

EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - No comércio e serviços de 10 a 49

empregados. Na indústria de 20 a 99 empregados.

EMPRESAS DE MÉDIO PORTE - No comércio e serviços de 50 a 99

empregados. Na indústria de 100 a 499 empregados.

EMPRESAS DE GRANDE PORTE - No comércio e serviços mais de 99

empregados. Na indústria mais de 499 empregados.

Tabela nº 2: Classificação das MPE’s segundo o faturamento bruto anual PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL

Microempresas Até R$ 244.000,00

Empresas de Pequeno Porte Entre R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00

Fonte: SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) - SP

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) as

micro e pequenas empresas aumentaram a participação no número de empresas,

geração de postos de trabalho e na geração de receita. O estudo constatou que, das

2,0 milhões de micro e pequenas empresas, 1,1 milhão era do tipo empregadora, ou

seja, que tinha pelo menos uma pessoa na condição de empregado e 926,8 mil

familiares, são aqueles em que trabalhavam apenas os proprietários, os sócios e ou

membros da família.

Com base nos dados disponíveis da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicilio (PNAD) do IBGE e Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do

Trabalho e Emprego (RAIS/TEM), é possível afirmar que as atividades típicas de

micro e pequenas empresas mantêm cerca de 35 milhões de pessoas ocupadas em

todo país, o equivalente a 59% das pessoas ocupadas no Brasil, incluindo nestes

cálculos empregados nas MPE’s, empresários de micro e pequenas empresas e os

indivíduos que possui seu próprio negócio, mas não tem empregados. O número de

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MPE’s industriais exportadoras se aproxima de 4.000 empresas que exportam

anualmente cerca de US$ 800 milhões.

Tabela nº 3: Participação das MPE’s na economia brasileira

VARIÁVEL As MPE’s no Brasil ( em % )

Número de Empresas 98%

Pessoal Ocupado 59%

Faturamento 28%

PIB 20%

Número de Empresas Exportadoras 29%

Valor das exportações 1,7%

Fonte: SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) - SP

As micro e pequenas empresas apresentavam um expressivo crescimento

no volume de pessoas ocupadas (assalariadas e não-assalariadas), passando de

5,5 milhões de pessoas em 1998 para 7,3 milhões em 2001, um aumento

acumulado de 32,2%, ou seja, uma média de 9,7% ao ano. Esse resultado foi bem

superior á taxa de crescimento encontrado nas médias e grandes empresas que

tiveram um crescimento no mesmo período de 2,9% ao ano.

1.11 O PROCESSO DE GESTÃO DAS MPE’S

Toda empresa, principalmente as micro e pequenas empresas, devem

implantar um modelo de gestão adequado ao seu porte, através de um processo de

gestão dinâmico, flexível e oportuno, no qual se tem as etapas de planejamento,

execução e controle sendo desenvolvido de maneira a aperfeiçoar a eficiência e a

eficácia do empreendimento, e ao mesmo tempo procurando minimizar os riscos

inerentes à atividade empresarial.

Devemos dar ênfase em um planejamento adequado, antes de iniciar

qualquer empresa, pois para que a mesma permaneça no mercado será necessário

um planejamento estratégico para a tomada de decisões. Para permanecer no

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mercado, temos que acertar no processo de gestão adequado, estar mais do que

atendo as variações do comércio, da clientela e também, da economia. Sendo

assim as micro e pequenas empresas podem competir, e principalmente sobreviver

no mercado.

No processo de gestão das micro e pequenas empresas, o planejamento,

tem por finalidade organizar e prever os acontecimentos possíveis, o que deve ser

feito, o que é melhor. A capacidade de organizar e prever os efeitos de uma série

de eventos, atuando assim de forma preventiva às possíveis consequências

indesejáveis, resultante dos mesmos, nada mais é que o planejamento. O

planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a

direção a ser seguida pela organização, visando o melhor grau de interação com o

ambiente, considerando ainda a capacitação da organização para este processo de

adequação.

O planejamento possui dois aspectos básicos, vitais para as organizações:

• Determinar os objetivos da organização.

• Escolher os meios para alcançar objetivos.

Vale enfatizar que estes aspectos básicos não podem ser encarados como

intuitivos, necessitando de métodos, técnicas, planos ou lógica para suportá-los. O

grande benefício do planejamento é a tendência da redução dos efeitos de uma

série de incertezas em um processo qualquer a ser considerado. Trata de um

delineamento, uma percepção provável do cenário esperado e os meios para

alcançá-lo.

O despreparo dos profissionais responsáveis pela gestão das micro e

pequenas empresas, conduzem em geral às tomadas de decisões de forma

empírica, muitas vezes essas decisões são baseadas em preocupações de curto

prazo dos sócios-proprietários da empresa. As decisões devem ser tomadas

segundo um processo que visa assegurar o conhecimento das opções mais

acertadas ou possíveis, função adequadamente atendida por um eficaz programa de

planejamento.

A execução é o momento onde coloca-se em prática o planejamento, onde

tudo acontece. É nessa etapa que o planejamento é praticado, efetivado, ocorrendo

a concretização das transações. É o momento onde se pode efetuar mudanças para

a melhor organização do planejamento, se houver necessidades, efetuar ajustes.

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O Controle - a última etapa, é o conjunto de procedimentos, métodos ou

rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis

confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da

empresa. Na realidade essa etapa ocorre juntamente com o planejamento e a

execução. O controle compreende o plano de organização e todos os métodos e

procedimentos relacionados com a preservação do patrimônio da propriedade dos

registros contábeis. O controle contábil preocupa-se com os princípios que

guardam o patrimônio e registros da empresa. Representa um reflexo de todas as

demais funções, propiciando a mensuração e a avaliação dos resultados da ação

empresarial. O controle interno tem como objetivos proteger os ativos, produzir

os dados contábeis confiáveis e ajudar na condução ordenada dos negócios da

empresa, assinalar as faltas e os erros a fim de que se possa repará-los e evitar sua

repetição. Um sistema de contabilidade que não esteja apoiado em um controle

interno eficiente é, até certo ponto, inútil, uma vez que não é possível confiar nas

informações contidas nos seus relatórios.

As micro e pequenas empresas, devem implantar um modelo de gestão

adequado ao seu porte, através de um processo de gestão dinâmico, flexível e

oportuno.

1.12 A TRIBUTAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

É possível verificar a anos na legislação comercial e fiscal brasileira um

enfoque diferenciado para as empresas de menor porte, que são as chamadas

microempresas e empresas de pequeno porte. Esse destaque é justificado quando

se pode verificar nas estatísticas a importante participação dessas empresas na

economia nacional. Tratando-se em sua maioria de empreendimentos familiares,

essas empresas estão presentes em inúmeros segmentos do mercado e

representam uma importante fatia do Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar da relevante representatividade econômica, essas empresas se

apresentam como pequenos e médios negócios familiares que em muitos casos não

dispõem de toda estrutura organizacional e administrativa necessária ás grandes

empresas. Nessa realidade, as pequenas e médias empresas não poderiam ser

penalizadas com a mesma legislação fiscal e comercial das grandes empresas.

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A legislação fiscal no nível federal direcionada para as micro e pequenas

empresas, quando foi instituída tinha por objetivos então facilitar o desenvolvimento

das atividades dessas empresas, diminuindo as suas obrigações junto ao fisco e a

carga tributaria em relação ás grandes empresas.

No que se refere ao importante papel da contabilidade para essas empresas,

ele é antigo quando a legislação fiscal em nível federal, dispensadas essas

empresas de realizarem a escrituração contábil completa. Tal dispensa entra em

vigor atualmente em duas formas de tributação das micro e pequenas empresas, a

tributação federal através do lucro Presumido e a tributação realizada através do

SIMPLES.

O primeiro modelo de tributação federal que desobriga as micro e pequenas

empresas de realizarem os procedimentos contábeis completos é o modelo do lucro

presumido. Como o próprio nome sugere a legislação federal já preestabelece

percentuais de lucro de acordo com o ramo desenvolvido pela empresa.

No outro modelo de tributação, o SIMPLES que foi instituído pela lei n°

9.317/96, todos os impostos e contribuições federais são unificados em um único

tributo, compreendidos desde impostos e contribuições sobre vendas e serviços

como PIS (Plano de Integração Nacional) e a COFINS (Contribuição e Fins Sociais),

até impostos e contribuições sobre o lucro, como o imposto de Renda e a

contribuição social sobre o Lucro Líquido.

A demonstração de resultados de exercícios (DRE) das micro e pequenas

empresas que se enquadram no regime de tributação do Simples é diferente do

modelo padrão utilizado nas sociedades anônimas ou nas empresas que são

tributadas pelo sistema do lucro real. Abaixo podemos verificar a diferença entre os

dois padrões de acordo com o sistema de tributação federal.

Tabela nº 4: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES

(+) Receita bruta de vendas e serviços (+) Receita bruta de vendas e

serviços

(-) Dedução sobre vendas e serviços (-) Deduções sobre vendas e

serviços

(PIS / COFINS/ ICMS/ ISS, ETC) (SIMPLES/ ICMS/ ISS, ETC)

(=) Receita liquida (=) Receita liquida

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(-) custo dos produtos serviços (-) Custos dos produtos e serviços

(=) Lucro Bruto (=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais (-) Despesas operacionais

(=) Resultado Operacional (=) Resultado do operacional

(+/-) Resultado não operacional (+/-) Resultado não operacional

(=) Resultado antes do IRPJ, CSLL e

Participações

(-) Provisão de IRPJ e CSLL

(-) Participações

(=) Resultado do Exercício (=) Resultado do Exercício

FONTE: Prática Tributária da Micro e Pequena Empresa

Como é possível verificar, o PIS e a COFINS que reduzem a receita bruta

são substituídos pelo SIMPLES (Imposto Simples Nacional). Mesmo conhecendo-se

que o imposto unificado engloba também os tributos que incidem sobre o lucro, a

classificação do simples como uma dedução da receita bruta na DRE

(Demonstração de Resultados de Exercícios) é a mais apropriada pelo fato dele

estar vinculado diretamente ao faturamento de vendas e serviços, independendo do

resultado do exercício ser lucro ou prejuízo, pois o fato gerador do imposto é

exclusivamente a receita creditada no exercício fiscal.

Diante desses dois modelos apresentados, é possível confirmar que para

fins tributários em nível federal a contabilidade completa não contribuiria em muito,

esta que é uma das principais razões que leva o fisco federal a dispensar as

empresas enquadradas nos dois modelos, de apresentarem a contabilidade

completa.

Devido à dispensa concedida pelo fisco federal, muitas dessas empresas

deixam de realizar os registros e procedimentos contábeis tal como os princípios e

as convenções da ciência contábil determinam.

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CAPÍTULO II

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A pesquisa foi delimitada apenas no que se refere aos benefícios da

utilização de um sistema de planejamento e controle gerencial na administração de

empresas de pequeno porte, as chamadas Micro e Pequenas empresas, a geração

de informações que possibilite a tomada de decisões da melhor forma possível.

A pesquisa bibliográfica é constituída principalmente de artigos, livros e

revistas além de dados fornecidos pelo SEBRAE.

Sendo a pesquisa bibliográfica, a principal fonte, o instrumento de coleta de

dados consistiu na retirada de informações desta, objetivando a otimização do

estudo a ser realizado. Dessa forma, através dos artigos contendo registros de

dados documentais necessários ao desenvolvimento e fundamentação do estudo.

Os dados coletados foram dispostos em fichas bibliográficas. Após a coleta

dos dados e leitura crítica e interpretativa das fontes, foram observados os critérios

utilizados por cada autor no que se refere à disposição dos assuntos. Assim sendo,

foi possível ter uma noção de como separar os assuntos componentes do

desenvolvimento do estudo.

O método utilizado para a análise dos dados consistiu no método indutivo,

ou seja, partindo de princípios particulares e chegando à generalização como um

produto posterior do trabalho de coleta dos dados particulares. Dessa forma, se

tornou possível a observação dos fatos e/ou fenômenos cujas causas se desejavam

conhecer.

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CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS

1.13 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL NA MICRO E PEQUENA EMPRESA

De acordo com Ricardino (2005, p.234), a importância da Contabilidade

Gerencial:

Quanto menos restrições na adoção de critérios contábeis, maior o número de ângulos pelos quais as operações da empresa podem ser visualizadas, se isso pode não ser interessante para um analista financeiro, certamente é fundamental para alguém que precise mensurar as ações futuras de sua empresa.

Segundo Pizzolato (2004, p.195):

A contabilidade Gerencial está voltada para a informação contábil que pode ser útil à administração, de forma adequada para assessorar nos processos decisórios.

A contabilidade é um instrumento que auxilia a supervisão a tomar

decisões, coletando os dados econômicos, mensurando-os monetariamente,

registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou comunicados, que

contribuem sobremaneira para tomada de decisões.

Na contabilidade, os acontecimentos econômicos são as fontes básicas

da informação contábil; o contador atua como transmissor, observando esses

acontecimentos e codificando-os para transmitir a informação por meio dos

relatórios contábeis. As informações que a contabilidade fornece é um instrumento

importante de que dispõe o administrador para rever suas atividades. Essas

informações são úteis em todas as áreas de controle gerencial: planejamento, ação,

controle e avaliação.

A contabilidade, além de gerar informações, permite explicar os fenômenos

patrimoniais, construir modelos de prosperidade, efetuar análises, controlar e

também serve para prever e projetar exercícios seguintes, entre tantas outras

funções.

As informações geradas pela contabilidade devem propiciar a seus

usuários base segura a suas decisões, pela compreensão do estado em que se

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encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades

que oferece. Essas informações serão úteis para prever, comparar, avaliar a

capacidade de uma empresa em gerar riqueza futura e julgar a habilidade do

administrador em utilizar os recursos da empresa com eficiência no atendimento de

seu objetivo principal. Assim, o contador pode identificar a melhor forma de

contribuir para que a organização alcance seus objetivos, a partir do conhecimento

das variáveis que influenciam o processo decisório nas organizações. No

componente financeiro das empresas, as variáveis relevantes consideradas no

processo decisório são: lucro, faturamento, custo, preço, liquidez, margem de

lucro, rentabilidade, endividamento e patrimônio.

A contabilidade se expressa por diferentes meios: demonstrações contábeis,

escrituração ou registros permanentes e sistemáticos, documentos, livros,

planilhas, listagens, diagnósticos e descrições críticas.

Um dos objetivos da contabilidade é levar ao seu usuário as informações

de que ele necessita para gerir seus negócios, fazendo-os por meio de relatos,

pareceres, tabelas, planilhas e outras formas. Cumprindo seu papel como fonte

de informações úteis para o processo de tomada de decisão, a contabilidade

deve acercar-se de características fundamentais à administração, como ser útil,

oportuna, clara, íntegra, relevante, flexível, completa.

As micro e pequenas empresas tem a sua sobrevivência e crescimento,

ligada na grande maioria dos casos, em uma única pessoa - seu proprietário. Assim,

o funcionamento é uma extensão da personalidade de uma única pessoa, o

proprietário. Ocorrendo uma centralização para a tomada de decisões. A

centralização na tomada de decisões implica em uma supervisão direta,

administração fechada, sobre as atividades da empresa. Dessa forma, todas as

decisões importantes tendem a passar pelas mãos do proprietário. Estas, geram

dificuldade de se considerar planos de longo prazo para a organização, visto que as

atividades diárias consomem todo o tempo do proprietário-gerente.

As pequenas empresas acabam oprimidas no seu cotidiano por fatores

diversos que afetam a sua produção e que estão incluídos à sua estrutura

organizacional, à dinâmica da força de trabalho, à aplicação dos recursos materiais

e financeiros disponíveis e à inadequação ou falta de utilização de técnicas

gerenciais adequadas.

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A alma da empresa é a contabilidade, onde estão armazenados todas as

ações e acontecimentos. Se as ações do executivo são corretos: documentação

adequada, transações negociais dentro do objeto da empresa, o reflexo é imediato:

a contabilidade é transparente. Caso contrário pode ser utilizada para incriminar a

empresa, sócios, administradores e contador que foram relapsos e desleixados.

Os executivos das médias e pequenas empresas, na sua grande maioria

possuem um vício, não se preocuparem com a contabilidade. Atitude, que acaba

custando muito caro, ocasionando crime fiscal, indisponibilidade dos bens dos

sócios e administradores, pesadas multas, tributos, ingerência, concordata, falência,

etc.

Claro que os executivos e contadores conhecem os crimes, fraudes, dolos,

erros, simulações, arbitramentos fiscais, distribuição de lucros, responsabilidade;

meios e privilégios de manter a escrita contábil saudável, como prova a favor da

empresa nos mais variados embates em que estão sujeitos.

O contador necessita colocar em ordem a Contabilidade da empresa.

Portanto, harmonizar a contabilidade com os documentos e os diversos relatórios

dos demais setores que abonam os lançamentos contábeis, bem como organizar

planilhas, relatórios e composição dos saldos da contas contábeis, ou seja,

planilhas demonstrando a correção dos saldos existentes na contabilidade.

A contabilidade é o controle que a empresa possui sobre sua vida

econômica, financeira e patrimonial, de grande importância para a gestão dos

negócios. Ela é indispensável para que a empresa possa realizar negócios,

contratos, licitações, etc.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização deste trabalho, observei a problemática das micro e

pequenas empresas em nosso país, as quais representam a grande maioria das

empresas e, consequentemente, maior representatividade em termos quantitativos

de empregados. Concluí que o principal problema enfrentado por estas empresas é

a falta de planejamento no decorrer da execução de suas atividades. O contador

pode contribuir para a mudança desse quadro através de seus conhecimentos, pois,

esse profissional vive intensamente a realidade do mercado externo e tem o aporte

teórico suficiente para interpretar determinadas situações nas quais o empresário

sozinho em muitas vezes não teria a capacidade o fazer. Os gestores poderão

planejar o futuro de suas empresas utilizando-se de ferramentas comuns de serem

aplicadas como o fluxo de caixa e o orçamento, fundamentados em informações

geradas pela própria administração e contabilidade da empresa. Executar seus

planos traçados e, eventualmente se encontrar alguma mudança no caminho,

corrigi-lo durante o processo de execução. E finalmente, na fase do controle, realizar

a comparação entre o traçado e o realizado, chegando assim a um resultado final.

A partir do estudo feito, pode-se concluir que a contabilidade é uma peça

essencial para o bom funcionamento da empresas, tendo em vista que as

informações contábeis são responsáveis pelo direcionamento das atividades de

todos os setores da empresa. O sistema contábil é de fundamental importância para

a gestão empresarial, precisa estar presente de forma efetiva nas empresas

contribuindo para seu sucesso. A informação contábil surge cada vez mais como

instrumento fundamental para a tomada de decisões, pois sem uma informação

detalhada e precisa, torna-se difícil tomar decisões racionais. Isto pode ser

comprovado através dos empresários, que demonstram ter consciência da

importância da contabilidade dentro das empresas, uma vez que ações efetivas e

eficientes dentro da organização precisam se pautar em dados e informações de

qualidade e neste sentido, as informações contábeis dão suporte aos processos

táticos e estratégicos de uma organização, auxiliando e coordenando as decisões de

planejamento e execução das metas traçadas pela empresa.

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Com a análise da importância da contabilidade podemos verificar que a

mesma é uma dos pré-requisitos na gestão de um negócio, uma vez que permite

que a empresa se organize e que mensure os resultados operacionais através da

geração de informações capazes de orientar os gestores na tomada de decisões,

garantindo eficiência na administração econômica e financeira da empresa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Sônia Cristina Lopes; ASSUNÇÃO, Jean Ferreira. A utilização da

informação contábil na tomada de decisões empresas de pequeno porte: um

estudo exploratório nas indústrias metalúrgicas com contabilidade terceirizada em

Cláudio (MG). Revista brasileira de contabilidade, maio/jun. - 2008.

ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de renda das empresas. 3ª ed. São

Paulo: Atlas, 2006.

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