FACULDADE CAPIVARI FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE … · 2019. 6. 5. · planejamento de...
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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CONTROLE DE FLUXO DE CAIXA: UMA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO NA
EMPRESA DG COMÉRCIO DE VIDROS LTDA - ME
Aluna: Taiane Borges Mendes
Orientador: Esp. Adm. Alessandro Ramos Costa
RESUMO
Este artigo trata de uma proposta de implantação com base no fluxo diário, na empresa DG
Comércio de Vidros, localizada no município de Tubarão Estado de Santa Catarina. Para tanto,
a pergunta dessa pesquisa é qual o modelo adequado para a implantação do controle de fluxo
de caixa em uma empresa do ramo comercial varejista de vidros localizada em Tubarão - SC?
Nesse contexto, o objetivo geral é implantar um modelo de controle do fluxo de caixa adequado
com a realidade e necessidades da empresa Dg Comércio de Vidros Ltda - ME (Vidrosul). Para
elaboração da fundamentação teórica realizou-se uma pesquisa bibliográfica com a abordagem
das definições e aspectos pertinentes ao Fluxo de Caixa e sua relação com a contabilidade.
Quanto à metodologia é uma pesquisa exploratória, com estudo de caso na empresa concedente
do estágio. Como resultado, realizou-se estudos comparativos entre os métodos tradicionais de
controle por fluxo de caixa, sendo optado pelo método direto em função da facilidade de
compreensão e operacionalização por parte dos colaboradores da empresa estudada. Através
dessa opção, concluiu-se que para melhor desempenho da utilização da ferramenta, esta deveria
contemplar e focar no controle diário de contas a receber e a pagar. O fluxo baseou-se no
controle e lançamento de dados totalizadores de entradas e saídas no modelo desenvolvido em
Excel, proporcionando o cálculo de liquidez diária do caixa e uma análise por cumulatividade
de sobras e faltas em cada período estudado e no período como um todo. Em acordo com a
empresa, a implantação deu-se nos meses de junho, julho e agosto de 2018, onde os dados
capturados foram organizados no modelo proposto, permitindo a geração de informações
fidedignas sobre as movimentações financeiras e capacidade de giro do caixa. Com as
informações geradas, percebeu-se que a empresa possui diversos dias onde o caixa não tem
cobertura por seu próprio movimento, sendo necessária a utilização de capital de giro para
completar o montante para liquidação dos pagamentos do dia. Esse montante de capital de giro
foi gerado pela própria cumulatividade do caixa, onde constatou-se que o caixa consegue manter
os níveis de pagamento necessários. Em uma análise para identificar o potencial cumulativo do
caixa, foi evidenciado que a partir do mês de julho o caixa acumulado fica positivo em um
crescente, demonstrando que a ferramenta implantada cumpre seu papel na administração dos
dados e possibilita a análise e tomada de decisão por parte dos gestores.
Palavras-chave: Controle Financeiro, Implantação, Fluxo de Caixa, Análise.
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1 INTRODUÇÃO
O artigo trata da proposta de implantação de controle financeiro por fluxo de caixa, para
uma empresa do ramo comercial varejista de vidros localizada em Tubarão - SC. Atualmente,
é fundamental para o sucesso econômico de uma empresa, a utilização de modelos para
proporcionar o planejamento e execução de sua gestão financeira. Através da aplicação dessa
ação, será possível manter um controle financeiro sobre as operações de entradas e saídas, o que
possibilita uma avaliação constante dos resultados desses controles, embasando decisões e
verificando o sucesso ou não dessas decisões.
Devido a necessidade da organização de dados é indispensável a utilização da ferramenta
fluxo de caixa em seu dia a dia. Com a avaliação dos dados organizadas e apresentados por essa
ferramenta, a gestão da empresa, obterá informações úteis referentes ao giro financeiro do
negócio, o que fundamenta ações estratégicas e operacionais para manter os caixas em dia.
O fluxo de caixa é uma ferramenta fundamental para o controle e a gestão de um
empreendimento, nele é demonstrado toda movimentação financeira periódica, apresentado o
saldo disponível e o capital acumulado. Dependendo da forma como se é utilizado, ainda
possibilita a separação, identificação e rastreamento dos gastos e recursos aplicados. Com o
detalhamento dos dados do caixa, os gestores terão em mãos informações reais e confiáveis para
tomar decisões conforme os resultados apresentados. De acordo com Zdanowicz (1998), é
através do fluxo de caixa que o administrador planeja, organiza, coordena e controla os recursos
financeiros da empresa em um determinado período.
Como a empresa foco da pesquisa não possui uma organização sistemática de suas
contas, primeiramente pretende-se apresentar a sua Direção a ferramenta fluxo de caixa e propor
sua implantação junto ao controle diário dos valores movimentados em entradas e saídas, bem
como conhecer seus saldos e o comportamento da cumulatividade desses. Essa ação visa
identificar dias críticos onde os recursos do caixa não cobrem as saídas programadas para o dia,
bem como, permite a visualização dos dias de sobras e da cumulatividade de saldos no período.
Essas informações possibilitam ao gestor avaliar e tomar medidas para distribuir as saídas de
forma a serem compensadas pelos saldos ou, se necessário for realizar operações financeiras
com bancos para compor as necessidades do caixa.
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Após o fechamento mensal do fluxo de caixa, que será executado conforme as operações
diárias efetuadas na empresa, estas servem para alimentar bases de cálculos de médias referentes
a sobras, faltas, saldos e cumulatividade do caixa.
Portanto, o problema de pesquisa é: qual o modelo de controle por fluxo de caixa que
melhor se adequa a uma empresa do ramo comercial varejista de vidros localizada em Tubarão
- SC?
Nesse contexto, o objetivo geral é implantar um modelo de controle do fluxo de caixa
adequado com a realidade e necessidades da empresa Dg Comércio de Vidros Ltda – ME,
conhecida pelo se nome fantasia Vidrosul.
Para alcançar o cumprimento do objetivo geral tem-se como objetivos específicos: a)
levantar, perante a literatura os modelos de fluxos de caixa; b) identificar o atual controle
financeiro utilizado pela empresa estudada; c) demonstrar os requisitos básicos para o
planejamento de um controle de fluxo de caixa; d) identificar o modelo adequado para
implantação do controle por fluxo de caixa; e) implantar o modelo definido durante os meses
de junho, julho e agosto de 2018; f) analisar o comportamento dos dados diários de entradas e
saídas organizados no fluxo de caixa.
O motivo da escolha desse tema tem como finalidade permitir um conhecimento maior
a respeito do fluxo de caixa e da importância e os benefícios proporcionados para empresa
usuária desse método.
O planejamento do fluxo de caixa contribuirá para o crescimento e organização da
empresa Dg Comércio de Vidros Ltda – ME. A empresa foco pertence ao ramo de comércio
varejista de vidros, onde é realizada a fabricação de artigos de vidros decorativos, esquadrias
de metal e também a fabricação de estruturas metálicas. É optante do Simples Nacional e está
localizada na Rua Augusto Hulse número 213, bairro Humaitá de Cima, Tubarão-SC.
A estrutura do trabalho organiza-se na seguinte forma: Introdução, tratando dos
objetivos da pesquisa, da justificativa, e da delimitação da pesquisa. Em segundo momento,
tem-se o referencial teórico, que trata dos aspectos fundamentais do controle, subdivididos em:
controle de estoque, controle financeiro dando ênfase ao fluxo de caixa, os dois métodos de
fluxo de caixa: direto e indireto e por último planejamento e elaboração de fluxo de caixa. O
terceiro capítulo apresenta os Métodos e Técnicas da pesquisa. No quarto capítulo encontra-se
a Apresentação dos Resultados; no quinto capítulo, as Considerações Finais e, por fim, as
referências.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção, será apresentado o referencial teórico que apoia a pesquisa, demonstrando-
se da seguinte forma: Controles: aspectos fundamentais, controle de estoque, controle
financeiro, dando ênfase ao fluxo de caixa, método direto e indireto do fluxo do caixa, e por
último o planejamento e a elaboração de um fluxo de caixa.
2.1 CONTROLES: ASPECTOS FUNDAMENTAIS
O controle interno refere-se aos procedimentos e a organização adotados como planos
permanentes da empresa, os métodos adotados nele servem para compreender o plano de
organização e processos implantado pela empresa para proteger seus ativos e controlar os dados
fornecido pela contabilidade (CREPALDI, 2007).
Oliveira et al. (2014) define que controle interno é composto pelos planos de
organização e pela coordenação dos métodos e medidas que são implantados pela empresa e
assim estar protegendo seu patrimônio, através de fiscalização e a verificação dos
administradores e da exatidão de processos e de dados contábeis.
Nos dias de hoje, não basta apenas ter uma boa contabilidade, o mercado de trabalho
competitivo exige que a Contabilidade ofereça informações completas, com qualidade e voltada
ao tempo real para uma tomada de decisões, dessa forma ter um controle interno se torna
indispensável (ZONTA; VIER, 2013).
Já para Gil et al. (2013) a função do controle tem por sua finalidade garantir que o que
foi planejado seja devidamente seguido, visto que é através dele que se acompanha as etapas do
processo administrativo, assim facilitando a correção de erros atuais e prevenindo erros futuros.
Oliveira et al. (2014), afirmam que o controle tem como objetivo prevenir erros e fraudes,
possibilitando a correção em caso de ocorrência dos mesmos e assim evitando desperdícios e
determinando extensões e atribuições de responsabilidade.
Attie (2000) cita que, o controle interno engloba vários métodos e práticas e que juntos
dar-se um determinado fim, que é controlar. Assim especifica quatro objetivos básicos: a
salvaguarda dos interesses da empresa; precisão e confiabilidade dos informes e relatórios
contábeis, financeiros e operacionais; estímulo à eficiência operacional e aderência às políticas
existentes.
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A partir do conceito de controle interno pode ser estabelecido uma diferenciação entre
controles contábeis e administrativos. Controles Contábeis é a tática adotada que está
diretamente relacionado com a defesa do patrimônio e dos registros contábeis. Já controle
administrativo está relacionado com a eficiência das operações voltado para a política de
negócios da empresa e indiretamente com os registros financeiros. Sendo assim esses conceitos
são importantes a serem ressaltados, enquanto o controle contábil preocupa-se diretamente com
os princípios que guardam o patrimônio e registro da empresa, os controles administrativos são
voltados aos interesses dos procedimentos da empresa (ATTIE, 1985).
Para Crepaldi (2007), está sob responsabilidade do administrador o controle interno da
empresa, controle de cumprimento de funcionários e de novas adaptações. É através dele que o
empresário tem a garantia do fluxo de operações para garantir a continuidade da mesma.
O controle pode ser adotado pelas empresas com uma finalidade de tornar os riscos e
melhorar os processos. O controle interno tem alguns principais objetivos como proteger os
ativos da empresa, cativar informações adequadas, promover a eficiência operacional da
organização e por último estimular a obediência e o respeito às políticas da administração
(ASSI, 2014). Quanto melhor for o controle maior a segurança no trabalho e quanto menor for
o controle o cuidado é ainda mais exigido na realização de suas tarefas (CREPALDI, 2012).
De acordo com Atkinson et al. (2000), o controle é um método que os membros da
empresa podem estar usando para que possam mantê-lo no mercado e alcançar suas metas. Já
para Almeida (1996), o controle tem como finalidade proteger seus ativos e produzir dados
contábeis confiáveis e auxiliar a administração da empresa. Segundo Rodil (2000), controles
internos são todos os processos e rotinas, seja ela de natureza administrativa ou contábil, onde
é determinado que a empresa e colaboradores respeitem as políticas traçadas pela
administração.
Finaliza Motta (2001), que o controle se encontra em todos seus segmentos, como:
vendas, fabricação, compras, tesouraria, entre outros. Atualmente é impossível conceber uma
organização que não apresente algum tipo de controle interno, visto que é através do controle
que as entidades garantem a continuidade do fluxo de suas operações e informações propostas.
2.1.1 Controle de estoque
Os princípios básicos para o controle de estoque é determinar o que deve permanecer
em estoque, quantidade, número de itens etc. quando devem estar reabastecendo os estoques,
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quanto de estoque é necessário para um determinado período, estar acionando o departamento
de compras para executar a aquisição de estoque, receber, armazenar e estar atendendo os
materiais estocados de acordo com a necessidade (DIAS, 1993).
A função do estoque é maximizar o retorno de vendas e o ajuste do planejamento e
programação da produção, complementa também que sem estoque é impossível da empresa
trabalhar, o estoque é o amortecedor entre as várias etapas da produção até a venda final do
produto. A intenção é estar otimizando o investimento e aumentando a eficiência dos meios
financeiros e reduzindo as necessidades do capital investido (DIAS, 2010).
Afirma Pozo (2007), que a administração de estoques é uma das funções mais
importantes para a empresa, a principal é o aumento do uso de recursos que estejam envolvidos
na logística da empresa e que tenha um grande efeito dentro dos estoques, baixos estoques
podem estar acarretando, se não forem adequadamente administrados e os custos serão difíceis
para realizar a contabilização, onde pode ocorrer atrasos na entrega e a insatisfação dos clientes,
principalmente a perda de clientes pelo atraso das mercadorias. O controle de estoque se compõe
pelos seguintes materiais e produtos como: matéria-prima, material auxiliar, material de
manutenção, materiais para escritório e por último material e peças em processos e produtos
acabados.
Segundo Ching (2010), existem três custos associados a estoque, o custo de pedir que
está incluso os custos fixos para a aquisição das quantidades para a reposição dos estoques, o
custo para estar realizando o preenchimento do pedido da compra e etc. custos de manter o
estoque que está associado a todos os tipos de custos necessário para estar mantendo a
quantidade certa de mercadorias por um determinado período e por último o custo total que é
definido como a soma de todos os custo de aquisição e estar mantendo em estoque.
2.1.2 Controle financeiro
O controle financeiro possibilita um conhecimento ainda maior a respeito das
alternativas de investimento, financiamentos empréstimos etc. As empresas de grande porte têm
de costume controlar as finanças, e também compartilham com alguns colaboradores da
empresa. O controle financeiro precisa ser organizado e possuir informações confiáveis para
que possa ser utilizado nas tomadas de decisões empresariais, são utilizados para ter um controle
referente as datas de entrada e saídas dos recursos financeiros, ter uma noção exata para empresa
assumir algum compromisso financeiro, analisar e controlar os prazos de pagamento e
recebimento (SELEME, 2012)
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Para uma empresa, o controle financeiro é uma das áreas mais significativa para a gestão
financeira. A partir do controle financeiro que pode ter a soma do montante dos desembolsos e
recebimentos, e assim estar realizando um planejamento apropriado. O colaborador que é
responsável pela área financeira, tem como função estar efetuando os pagamentos e
recebimentos da empresa, controlar a conta bancária, estar analisando se há possibilidade de
realizar empréstimos e financiamentos e controlar as contas para que a empresa não obtenha
prejuízo, ou seja o desembolso tem que ser maior que seus recebimentos, sendo assim deve ser
nomeado um só colaborador para que possa estar administrando o controle financeiro, para que
seja respeitado e controlado por toda a organização (BERNARDO, 2010).
Finaliza Seleme (2012), que nos dias de hoje já é mais prático realizar o controle
financeiro, pois existem softwares que realizam esse controle como também o Excel que é muito
usado nas empresas. Porém as planilhas precisam ser alimentadas informações corretas para
que a empresa possa garantir um resultado confiável para ajudar nas tomadas de decisões.
2.2 FLUXO DE CAIXA
Silva (2014), define que fluxo de caixa é uma ferramenta que controla toda
movimentação financeira de uma empresa. Esse recurso é fundamental para que os gestores
saibam a situação financeira que a empresa se encontra, é através do resultado que a empresa
pode estar decidindo que caminho seguir. Sendo assim, é um instrumento principal para a
empresa, é através do fluxo de caixa que a empresa pode planejar, analisar e controlar todas
receitas, despesas e investimentos realizados em um determinado período. Assim finaliza que
o fluxo de caixa é um recurso gerencial e indispensável para a empresa, que consiga alcançar
todos os resultados esperados.
Desta forma, Araújo et al. (2015) esclarece que o fluxo de caixa é uma ferramenta
simples para o controle gerencial de uma empresa e que tem um grande valor para a análise de
controle. Com essa ferramenta, não só projeta receitas financeiras, mas pode ser utilizada para
grandes decisões de investimentos do presente e do futuro também.
Já para Gonçalves e Moreira (2015), o fluxo de caixa tem como principal objetivo de
estar prevendo as saídas do montante da empresa em um determinado período, e estar evitando
que a empresa tenha surpresas no decorrer do tempo com débitos em aberto onde não conseguira
alcançar suas metas. Sabendo-se assim que o fluxo de caixa facilita na toma de decisões e
fornece grandes oportunidades no mercado sem estar prejudicando o capital de giro da empresa.
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De acordo com Frezatti (2014), a geração do fluxo de caixa é fundamental desde da fase
inicial até a final de uma empresa. Quando o fluxo de caixa não contém informações corretas e
detalhada leva a empresa não ter bons resultados e assim não entender qual a sua liquidez, é
muito comum a empresa entrar em uma situação crítica por falta de liquidez. A partir do
momento que a empresa tem um fluxo de caixa positivo significa que a empresa está no caminho
certo na gestão e obterá bons resultados gerando lucros, quando passa a ter um fluxo de caixa
negativo é um alerta para que possa estar corrigindo e não prejudicar os resultados.
Segundo Sá (2012), o fluxo de caixa pode ser utilizado para os dois tipos de pessoas:
a física e jurídica, sendo assim é um método que facilita na organização financeira. Através do
fluxo de caixa que pode estar visualizando se vai obter lucro ou prejuízo.
A demonstração dos fluxos de caixa permite que o administrador financeiro encontra-se
interessados e possa analisar o passado e teoricamente também o futuro da empresa. O
empreendedor deve ter uma atenção especial nas principais categorias do fluxo de caixa, quanto
aos itens individuais de entradas e saídas para que possa detectar quaisquer desvios referentes
as finanças da empresa, a demonstração é utilizada para estar avaliando se as metas projetadas,
foram alcançadas (ARAÚJO, 2012).
Para Carneiro (2011), o fluxo de caixa estabelece informações detalhadas referente a
entradas e saídas onde atende as necessidades financeira da empresa e facilita o controle dos
custos e despesas em um determinado período. O fluxo de caixa tem um propósito de beneficiar
a empresa, colocando em prática uma ferramenta de informações gerenciais que permite
identificar a movimentação do dinheiro e a liquidez da empresa e as futuras necessidades do
caixa, permite também verificar se o recebimento de um determinado período é suficiente para
estar cobrindo os pagamentos do mesmo período, por esse motivo o fluxo de caixa se torna
viável, pois proporciona uma segurança ainda maior para a tomada de decisões.
Assaf e Silva (2007) finaliza que o fluxo de caixa é um método que possibilita a empresa
estar planejando os controles de recursos financeiros e que relaciona as saídas de um
determinado intervalo. Sendo assim o fluxo de caixa é fundamental para o crescimento das
empresas. Não necessariamente é uma preocupação voltada somente para a área financeira, o
comprometimento é voltado para todos os setores com os resultados líquidos se destacando em
alguns setores como área de produção, compras, vendas e cobrança.
Existem dois modelos que devem ser seguidos por questões legais, que são: o modelo
direto e o indireto. O método direto está mais voltado às entradas e saída brutas do caixa, como
por exemplo, recebimento de clientes e pagamentos a fornecedores e seus valores reais e modelo
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indireto é ajustado de acordo com o lucro líquido e as variações de contas do balanço
patrimonial.
2.2.1 Método direto do fluxo de caixa
Conforme Silva (1993), no modelo de fluxo de caixa direto são apresentados todos os
recebimentos e pagamentos da empresa a partir da demonstração de suas entradas e saídas
(contas a pagar e contas a receber), representados por seus valores brutos, ou seja, (não
considera os impostos), é um método de fácil entendimento e facilita a análise para tomada de
decisões.
De acordo com Santos (2011), esse é um método que mostra efetivamente todos os
recebimentos e pagamentos de cada atividade operacional da empresa, que contribuem para
variação das disponibilidades da mesma. É o método que permite um melhor detalhamento
financeiro, pois suas informações são mais detalhadas e de fácil entendimento de todos os
usuários, conforme demonstrado no quadro 01.
Quadro 01 - Fluxo de Caixa pelo método direto
Fluxo de Caixa pelo Método Direto
Recebimento de Clientes 2.500
- Pagamentos:
Aquisição de Máquinas (120)
Pagamento de Dividendos (10)
Pagamento de Fornecedores (650)
Pagamento de Impostos (330)
Pagamento de Despesas Operacionais (400)
=Total do Fluxo do Período 990
+ Saldo Inicial 150
= Saldo Final de Caixa 1110
Fonte: Silva; Santos; Ogawa, 1993.
2.2.2 Método Indireto do fluxo de caixa
O modelo de fluxo de caixa indireto parte dos resultados da Demonstração do Resultado
do Exercício – DRE, que são ajustados através da amortização, depreciação e variação das
contas patrimoniais. Ele tem esse nome justamente por não estar ligado diretamente ao fluxo do
caixa da empresa.
Segundo Azevedo (2008), é um método que começa pelo resultado da empresa e faz os
ajustes necessários para chegar ao mesmo valor obtido pelo método direto, ele não relata as
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movimentações do caixa, mas deve relatar a mesma importância das atividades operacionais
através dos ajustes, visto que a Demonstração do Resultado do Exercício- DRE é feita pelo
regime de competência, ou seja, foram lançados despesas e recebimentos que não foram
efetivamente realizados, conforme demonstrado no quadro 02.
Quadro 02 - Fluxo de Caixa pelo método indireto
Fluxo de Caixa pelo Método Indireto
Lucro Líquido do Exercício 122
+ Depreciação 8
+ Despesa Financeira 50
+ Despesa Seguros 20
- Aquisição de Maquinas (100)
+ Variação de Estoques 200
+ Variação de Dividendos (3)
+ Variação de Fornecedores 100
+ Variação de Impostos (150)
= Total 247
+ Saldo Inicial de Caixa 100
= Caixa Final 347
Fonte: Silva; Santos; Ogawa, 1993.
2.3 PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
Segundo Zdanowicz (1989), a elaboração do fluxo de caixa é efetuada a partir do
momento que a empresa vai repassando todas as informações necessárias de todos os
departamentos, onde será enviado para a área financeira.
De acordo com Almeida (1996), primeiramente para realizar a elaboração de um fluxo
de caixa, deve-se dar início após o recebimento de todas as informações de diversos setores da
empresa, de acordo com os controles internos.
Sendo assim, Santos (2001) afirma que para realizar a elaboração do fluxo de caixa deve
ser considerado as seguintes informações: Classificação do fluxo de caixa, sendo de curto ou
longo prazo, onde isso vai estar dependendo do seguimento, tamanho e a necessidade da
empresa. O detalhamento dos ingressos de desembolsos de caixa referente a estoques,
pagamentos e recebimentos. Se o prazo for determinado de curto prazo, o percentual de 10% é
considerável, caso seja de longo prazo, deve-se considerar um prazo de 15%. O gerente da
empresa deve conter conhecimento que o fluxo de caixa serve como uma ferramenta para o
planejamento financeiro, sendo assim não utilizar para fins de controle de inadimplência,
controle de gastos e entre outros. É recomendado que não ultrapasse dos 10% do total dos
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registros de entradas e saídas de caixa. Para estar cobrindo o fluxo de caixa de curto prazo, é
utilizado geralmente o calendário do dia primeiro ao dia trinta do mês. Sendo assim, para o
fluxo de caixa de longo prazo, também se utiliza o calendário fixo como base.
Já para Marion (1995), o fluxo de caixa pode ser elaborado de duas maneiras: a primeira
pode ser feita através do livro de caixa, organizando todas as operações e assim extraindo os
dados necessários. A segunda maneira, caso a empresa não tenha acesso ao livro de caixa,
utiliza-se a demonstração financeira da empresa, beneficiando assim a elaboração do fluxo de
caixa para as demais empresas.
Complementa Zdanowicz (1989), que para a projeção do fluxo de caixa os requisitos
citados acima devem ser considerados como dados econômico-financeiros, onde serão captados
pelo gestor através do plano de operação da organização. Para que a empresa obtenha bons
resultados, deve-se manter o saldo de caixa e de bancos razoável para que posso atender suas
necessidades rotineiras.
Silva (2006), esclarece que para a elaboração e aplicação do fluxo de caixa, o
administrador financeiro elabore planilhas, que vai servir de auxílio na alimentação dos dados
totais para a planilha final do fluxo de caixa. Essas planilhas tem a finalidade de agrupar e
planejar os dados que será transportado para a planilha do fluxo de caixa, que a empresa pode
utilizar como forma de organização dos dados coletados.
Após os requisitos básicos para a elaboração do fluxo de caixa, deve ser considerado
para a implantação do fluxo de caixa os seguintes requisitos: O apoio e o auxílio da liderança
da empresa são indispensáveis para que possa garantir bons resultados na implantação do fluxo
de caixa. Inclusão entre todos os departamentos. Informações bem definidas a partir dos dados
elaborados e das planilhas que será utilizada. Datas e prazos da entrega dos dados e responsáveis
pela realização de projeções. A escolha de qual modelo do fluxo de caixa se enquadra nas
necessidades da empresa. Realização de treinamentos para as pessoas que irão implantar o fluxo
de caixa. A compreensão de todos os níveis da empresa para que possa alcançar os objetivos
projetados pelo uso do fluxo de caixa e por último a criação dos controles financeiros (SILVA,
2006).
Desta forma, Zdanowicz (1989) cita que para a implantação do fluxo de caixa é
necessário ocupar-se das informações que será fornecida pela empresa, conforme o regime de
caixa. Sendo assim, é significativo que o administrador pela empresa leve em consideração
todos os itens que influenciam diretamente no fluxo de caixa da empresa.
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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA
Essa seção trata dos métodos e técnicas de pesquisa considerando o enquadramento
metodológico e os procedimentos de coleta e análise dos dados.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Em relação a natureza do objetivo, essa pesquisa enquadra-se como exploratória, pois
gera conhecimento sobre o controle de fluxo de caixa, a partir de um estudo de caso na empresa
Dg Comércio de Vidros Ltda – ME. Andrade (2010) afirma que, esse tipo de pesquisa tem como
propósito buscar informações sobre um determinado assunto e assim facilitar a delimitação do
tema. Ou seja, é através da pesquisa exploratória que é capaz de avaliar a possibilidade de iniciar
o desenvolvimento de uma boa pesquisa sobre um determinado assunto.
No que se refere a natureza do artigo, trata-se de um estudo teórico e prático. Teórico
por ter um embasamento que combinam estudos conceituais baseados em livros e artigos
científicos da área. Teórico por se tratar de um estudo do tema através de referências
bibliográficas (DEMO, 1995). Prática, pois, investiga em profundidade um único objeto de
estudo, a empresa concedente do estágio. Segundo Andrade (2010), pode ser considerado
também um aspecto prático o resumo de um assunto, pois a pesquisa não se limita em apenas a
cópias e sim a análise do tema.
Quanto a lógica da pesquisa é dedutiva, pois parte dos conhecimentos gerais para um
estudo específico de fluxo de caixa. Para Marconi e Lakatos (2011), é um método dedutivo,
pois parte de um raciocínio genérico para um particular, ou seja, é através de estudos e
experiências dos autores da contabilidade, onde chega-se a um resultado apropriado para a
organização estudada, sendo assim é possível responder à pergunta de pesquisa e estar
alcançando os objetivos específicos e o objetivo geral do artigo.
A coleta da pesquisa se dá a partir de dados secundários, pois a pesquisa delimitou-se na
proposta de implantação do fluxo de caixa na empresa foco, sendo que a mesma não utiliza essa
ferramenta como gestão administrativa e foram utilizados materiais já publicados para a
conclusão do estudo. Segundo Marconi e Lakatos (2002), as pesquisas são de fontes
secundárias, pois utilizam contribuições que já foram publicadas para auxiliar a resolver os
problemas e achar novas ideias onde os problemas não foram ainda concluídos.
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Já em relação à abordagem da pesquisa, têm-se predominantemente aspectos
qualitativos, pois segundo Beuren (2008), a pesquisa qualitativa planeja as análises mais
intensas em relação ao assunto que está sendo estudado. Complementa ainda que a pesquisa
qualitativa aborda de uma forma mais complexa.
Quanto ao resultado da pesquisa pode-se afirmar que se trata de um estudo aplicado,
pois gera conhecimento em resposta à solução da pergunta: “Qual o modelo de controle por
fluxo de caixa que melhor se adequa a uma empresa do ramo comercial varejista de vidros
localizada em Tubarão - SC? ”. Para Prodanov (2013), é aplicado a metodologia em nível que
descreve os métodos e as técnicas da pesquisa, para que tenha como objetivo encontrar a
resolução do problema do estudo.
Em relação aos procedimentos técnicos trata-se de uma pesquisa bibliográfica de um
estudo de caso. Conforme cita Gil (2007), pesquisa bibliográfica, pois, é elaborada através de
livros, artigos científicos etc. Estudo de caso pois envolve um estudo intenso, amplo e detalhado
na empresa Dg Comércio de Vidros Ltda - ME.
3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
A primeira etapa da pesquisa foi dedicada para busca de conhecimento sobre o tema
proposto, após isso se deu início as pesquisas para a constituição do referencial teórico, sendo
baseado em livros e artigos da área contábil.
Após a fundamentação teórica os sócios proprietários da empresa foram questionados
sobre a forma de administração atual. A partir desse questionamento, realizou-se a coleta de
dados referente a história da empresa, apresentando-se desde seu surgimento, desenvolvimento,
até a situação atual que a empresa se encontra.
E para a coleta de dados tornou-se necessário fazer o acompanhamento das rotinas
financeiras da empresa, para analisar os procedimentos utilizados com relação as entradas e
saídas para que assim, fosse possível averiguar o modelo de fluxo de caixa adequado para a
empresa Dg Comércio de Vidros Ltda. – ME.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo será apresentada a história da empresa Dg Comércio de Vidros Ltda –
ME, onde será especificado parte de sua história e as características principais da empresa. Logo
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após, serão analisados os dados coletados, para um diagnóstico da empresa, bem como a
avaliação das necessidades e da viabilidade da proposta de implantação de controle de fluxo de
caixa.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
A empresa Dg Comércio de Vidros Ltda. – ME, inscrita no CNPJ 23.803.155/0001-61
localizada na Rua Augusto Hulse, 213, Humaitá de Cima, Tubarão/SC, CEP 88708-100. Surgiu
a partir da ideia de quatro amigos, que decidiram ir morar na Capital do Estado de SC para
trabalhar em uma empresa no ramo vidros. Descontentes com as formas de trabalho utilizadas
pela empresa na qual atuavam, perceberam que podiam fazer melhor e buscar algo satisfatório.
Nessa oportunidade surgir a ideia de ter seu próprio negócio no ramo de vidros. Então, iniciou-
se um processo de busca de informações e o estudo empírico do mercado cliente, auxiliando a
definir onde e como se daria a melhor forma para realizar o investimento. Com a ideia
amadurecida, retornaram a sua cidade de origem e iniciaram o empreendimento.
A empresa, teve sua fundação em 07 de dezembro de 2015 na cidade de Gravatal/SC,
dando início a suas atividades em 27 de janeiro 2016. Inicialmente, a empresa foi estabelecida
em uma pequena sala e após alguns meses, percebeu-se a necessidade de ocupar um lugar
fisicamente maior, pois sua atual sede não comportava as quantidades de mercadorias e não
proporcionava segurança e conforto aos seus clientes. A partir desse momento, os sócios
decidiram mudar a sede para um lugar amplo e com melhor estrutura, transferindo o
empreendimento para cidade de Tubarão, onde permanece até esse momento. O quadro de
sócios da empresa compõe por dois integrantes: Deivid Motta Da Silva e Gustavo De Oliveira
da Silva.
A empresa é um comércio varejista de vidros de pequeno porte optante do Simples
Nacional e atende toda região abrangida pela Amurel.
A gestão da empresa visa identificar os possíveis erros e programar melhorias que
tornarão o produto mais competitivo no mercado. Busca atingir benefícios e aumento da
produtividade, identificando as capacidades dos colaboradores e seu desempenho, permitindo
um direcionamento de tarefas individuais, verificando quais tarefas estão tomando mais tempo
para ser cumpridas e assim estar corrigindo as falhas para melhorar a produtividade e a entrega
dos produtos no prazo certo.
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15
A empresa é composta pelos seguintes setores: Recepção – Recepcionar os clientes e
fornecedores e entre outros. Setor Administrativo – Responsável pelo planejamento estratégico
e a gestão das tarefas, fiscalizando os setores e fornecendo os dados para a decisão de tomada
de decisões. Setor Financeiro – Controle de movimentação de contas. Setor de Compras – Para
realizar a compra de materiais e produtos necessários para a empresa. Setor Comercial –
Realizar vendas internas e externa, orçamentos e divulgações dos produtos. Setor de Recursos
Humanos – Procura sempre manter o bem-estar dos funcionários. Setor de Produção e
Expedição – Realiza o processo e a preparação dos materiais para a entrega.
Seus principais clientes são Vale Ambientes Planejados; Inovação Móveis; Baesso
Móveis Sob Medida, e os fornecedores Polividros – Distribuidora de vidros e espelhos; Real
Vidros – Distribuidora.
Mantém contrato de contabilização terceirizado com a empresa Contabilidade
Esmeraldino localizada na cidade de Gravatal/SC. Onde a empresa faz a entrega dos
documentos rotineiros e mensais como o cartão ponto, notas fiscais de compra e venda, salários
de funcionários, férias, atestado médicos etc. A contabilidade visita a empresa duas vezes no
mês para entrega dos impostos a pagar.
Suas expectativas e projetos visão crescer no mercado de trabalho 7% anualmente, ter
mais agilidade no prazo de entrega, pesquisar melhor preço de fornecedores para a compra do
material, estudar sempre o mercado de trabalho para atender os clientes com um diferencial
tendo qualidade dos produtos e preços e assim expandir as vendas para toda região do sul de
Santa Catarina.
Para isso, a empresa tem como missão expandir seu mercado de consumo, investindo
em tecnologia, qualidade e com confiabilidade buscando melhoria continua no serviço prestado,
buscando a satisfação plena das necessidades dos nossos clientes, garantindo com isso retorno
do capital investido e satisfação que proporcionam o crescimento da empresa. Tendo em visão
tornar uma empresa referência no ramo de vidros. E com valores de satisfazer os clientes com
atendimento de qualidade, profissionalismo, transparência, ética, cumprimento de prazos,
otimização de serviços, atendimento ágil em qualquer lugar da região.
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Esta seção trata da análise e discussão dos resultados da pesquisa a partir do cumprimento dos
objetivos específicos.
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4.2.1 Modelos de fluxo de caixa
O primeiro objetivo específico da pesquisa é levantar, perante a literatura os modelos de
fluxo de caixa apresentados. Esse objetivo encontra-se respondido no item 2.2.1 e 2.2.2 do
referencial teórico.
Desta forma sabe-se que no método direto são apresentados todos os recebimentos e
pagamentos da empresa a partir da demonstração de suas entradas e saídas (contas a pagar e
contas a receber), já o método indireto é um modelo mais detalhado, pois é ajustado através da
amortização, depreciação e variação das contas patrimoniais e não está ligado diretamente ao
fluxo do caixa da empresa.
4.2.2 Controle financeiro atual da empresa estudada
O segundo objetivo específico do estudo é identificar o atual controle financeiro
utilizado pela empresa estudada.
Com a aplicação de uma breve entrevista informal com a colaboradora tainara,
responsável pelo setor administrativo, constatou-se que a empresa estudada, não possui um
controle financeiro periódica formal, onde identificou-se que o controle de entradas e saídas é
realizado de modo esporádico, através da utilização de uma planilha em um Excel. Porém, na
maioria das vezes, utiliza-se apenas anotações manuscritas em um caderno de controle, sendo
raramente anotado algo em um livro de caixa, não há registrados e informações em software de
gestão ou controles contábeis formais.
Visto também que para a despesas fixas da empresa como, água, energia, seguro é feito
diretamente em débito autorizado, então todo dia 10 debita da conta da empresa o valor total
dessas despesas, onde a empresa não controla corretamente a movimentação de demais contas
como fornecedores. Já a maioria das entradas são registradas no caderno de controle, porém
como não é um software, raramente obtém-se um controle de previsões de recebimentos e
evidenciou-se a dificuldade de controlar clientes inadimplentes, pela própria falta dos controles
em distribuição de numerários por datas previstas.
-
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4.2.3 Requisitos para o planejamento de implantação do fluxo de caixa
Em resposta ao terceiro objetivo específico do estudo que visa demonstrar os requisitos
básicos para o planejamento de um controle de fluxo de caixa, existem alguns requisitos
indispensáveis para que possa ser feito a implantação do mesmo.
Dando-se início pelo acesso a diretoria da organização, definir o modo de como vai ser
realizado as cessões de informações, contratar colaboradores que estejam devidamente
capacitados para que possam realizar suas devidas funções com sucesso e atender os objetivos
da empresa na elaboração do fluxo de caixa.
Organizar a forma estrutural e funcional da empresa, pois através da organização a
empresa atingira o resultado esperado.
Coletar dados verídicos, pois com a captura de todo a entrada e saída a empresa
conseguira ficar a par de toda sua movimentação diária.
Criação de um manual de operação financeira, o responsável pelo financeiro da empresa
deve elaborar planilhas que auxiliarão na alimentação dos dados totais para a planilha final do
fluxo de caixa e realizar o registro de todos os recebimentos desde de venda à vista e a prazo.
4.2.4 Modelo de Fluxo de Caixa adequado à empresa
O quarto objetivo específico do estudo é identificar o modelo adequado para a
implantação de um controle de fluxo de caixa para empresa foco. Será apresentado o modelo
de fluxo de caixa simplificado, o qual teve sua implantação durante o período compreendido
pelos meses de junho, julho e agosto de 2018, visando capturar e organizar os dados financeiros
das entradas, saídas e saldos por dia, conforme o modelo constante na Tabela 1:
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Tabela 1 – Modelo de fluxo de caixa diário
DIA ENTRADAS SAÍDAS SALDO SALDO ACUMULADO
01/jul
02/jul
03/jul
04/jul
05/jul
...
26/jul
27/jul
28/jul
29/jul
30/jul
TOTAIS R$ - R$ - R$ - Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Sendo assim, o método adotado para a implantação do fluxo de caixa da empresa foi o
método direto, por ser um método de compreensão facilitada e de operacionalização
simplificada. Porém, como a empresa é de pequeno porte, foi escolhido um modelo simplificado
onde são capturados apenas os dados monetários de entradas e saídas, com construção posterior
dos saldos e a apresentação de sua cumulatividade, organizados por dia e com somatório ao
final de cada mês.
Essa escolha deu-se para facilitar a adaptação da empresa a esse novo método,
permitindo iniciar um controle mais confiável, possibilitando entender como funciona o
comportamento do dinheiro em função dos dias do mês. Devido a necessidade de familiarização
dos colaboradores que operacionalização o fluxo de caixa e para evitar um prolongamento da
etapa de implantação, optou-se por não utilizar as separações dos valores por planos de contas,
assim facilitando a visualização e compreensão do usuário com foco dirigido para verificação
das posições de saldos positivos ou negativos.
4.2.5 Fluxo de caixa implantado
O quinto objetivo especifico do estudo é implantar o modelo definido durante os meses
de junho, julho e agosto de 2018. A implantação do fluxo de caixa deu-se durante o mês de
junho, através do acompanhamento e auxílio na captura dos dados referente as entradas e saídas
monetárias realizadas nas empresas no referido mês. Esses dados foram coletados e organizados
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em uma planilha eletrônica em software Excel, seguindo os campos definidos conforme modelo
da Tabela 1.
Após a inserção e organização dos dados, a planilha em Excel foi apresentada à Direção
da empresa, onde foi validada. Assim, deu-se continuidade aos lançamentos pelos próprios
colaboradores da empresa, nos meses de julho e agosto, possibilitando uma coleta de dados
fidedigna, o que permitiu estabelecer as análises pertinentes e constantes no item 4.2.6.
4.2.6 Comportamento dos dados coletados do fluxo de caixa
Para finalizar, o sexto objetivo específico é analisar o comportamento dos dados
organizados em fluxo de caixa. A partir dos dados coletados dia a dia, construiu-se o lançamento
diário conforme demonstrado nas Tabelas 2, 3 e 4, onde evidenciou-se a movimentação
financeira da empresa. Foi realizada a coleta de todas as entradas e saídas ocorridas no período
de implantação e organizadas de forma diária com lançamento de seus totais. Com dados
originados, realizou-se a operação de apuração de saldos através da diminuição dos valores
totais de saídas pelos totais de entradas, gerando o saldo do dia. Para finalizar o processo,
estipulou-se o cálculo dos saldos acumulados dia a dia, a fim de permitir uma melhor avaliação
da liquidez de caixa, bem como, de seu endividamento.
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Tabela 2 – Fluxo de caixa diário mês de junho
DIA ENTRADAS SAÍDAS SALDO SALDO ACUMULADO
01/jun R$ 4.614,09 R$ - R$ 4.614,09 R$ 4.614,09
02/jun R$ - R$ - R$ - R$ 4.614,09
03/jun R$ - R$ - R$ - R$ 4.614,09
04/jun R$ 168,10 R$ - R$ 168,10 R$ 4.782,19
05/jun R$ 5.979,76 R$ - R$ 5.979,76 R$ 10.761,95
06/jun R$ 14.932,70 R$ - R$ 14.932,70 R$ 25.694,65
07/jun R$ 3.687,56 R$ 3.563,00 R$ 124,56 R$ 25.819,21
08/jun R$ - R$ - R$ - R$ 25.819,21
09/jun R$ - R$ - R$ - R$ 25.819,21
10/jun R$ - R$ 9.974,74 (-R$ 9.974,74) R$ 15.844,47
11/jun R$ - R$ 1.584,36 (-R$ 1.584,36) R$ 14.260,11
12/jun R$ 450,75 R$ - R$ 450,75 R$ 14.710,86
13/jun R$ 755,03 R$ 45,92 R$ 709,11 R$ 15.419,97
14/jun R$ 138,00 R$ - R$ 138,00 R$ 15.557,97
15/jun R$ - R$ - R$ - R$ 15.557,97
16/jun R$ - R$ - R$ - R$ 15.557,97
17/jun R$ - R$ - R$ - R$ 15.557,97
18/jun R$ - R$ 3.166,77 (-R$ 3.166,77 ) R$ 12.391,20
19/jun R$ - R$ 193,67 (-R$ 193,67) R$ 12.197,53
20/jun R$ 3.258,87 R$ 420,00 R$ 2.838,87 R$ 15.036,40
21/jun R$ 1.316,69 R$ 274,48 R$ 1.042,21 R$ 16.078,61
22/jun R$ 2.095,27 R$ - R$ 2.095,27 R$ 18.173,88
23/jun R$ - R$ - R$ - R$ 18.173,88
24/jun R$ - R$ - R$ - R$ 18.173,88
25/jun R$ 1.043,37 R$ 1.061,82 (-R$ 18,45) R$ 18.155,43
26/jun R$ 3.497,24 R$ - R$ 3.497,24 R$ 21.652,67
27/jun R$ - R$ - R$ - R$ 21.652,67
28/jun R$ 170,00 R$ - R$ 170,00 R$ 21.822,67
29/jun R$ 600,42 R$ - R$ 600,42 R$ 22.423,09
30/jun R$ - R$ 3.500,00 (-R$ 3.500,00) R$ 18.923,09
Totais R$ 42.707,85 R$ 23.784,76 R$ 18.923,09 R$ 18.923,09 Fonte: Elaborado pela autora (2018).
O mês de junho, conforme mostra a Tabela 2, foi um mês positivo, pois obteve-se mais
entradas do que saídas, porém a gestão da empresa precisa ficar atenta aos dias em que necessita
efetuar pagamentos sem cobertura de caixa do dia, tendo de utilizar os saldos acumulados.
Existem dias em que não há nenhuma entrada no caixa, porém com contas a pagar previstas,
levando ao caixa do dia negativo, necessitando de cobertura pelo saldo acumulado. Isto é
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evidenciado, principalmente, no período analisado que compreende os dias 10, 11, 18, 19, 25 e
30, onde o saldo diário ficou negativo. A empresa precisa remanejar suas contas a pagar para
os dias em que tem mais entradas e assim não terá um saldo negativo no final do dia, utilizando
menos o saldo acumulado.
Tabela 3 – Fluxo de caixa diário mês de julho
DIA ENTRADAS SAÍDAS SALDO SALDO ACUMULADO
01/jul R$ - R$ - R$ - R$ -
02/jul R$ - R$ - R$ - R$ -
03/jul R$ - R$ - R$ - R$ -
04/jul R$ 2.447,99 R$ - R$ 2.447,99 R$ 2.447,99
05/jul R$ 44,00 R$ - R$ 44,00 R$ 2.491,99
06/jul R$ - R$ - R$ - R$ 2.491,99
07/jul R$ - R$ 3.563,00 (-R$ 3.563,00) -R$ 1.071,01
08/jul R$ - R$ - R$ - -R$ 1.071,01
09/jul R$ 7.013,53 R$ - R$ 7.013,53 R$ 5.942,52
10/jul R$ 420,43 R$ 9.880,80 (-R$ 9.460,37) -R$ 3.517,85
11/jul R$ 746,98 R$ 522,54 R$ 224,44 -R$ 3.293,41
12/jul R$ 420,01 R$ - R$ 420,01 -R$ 2.873,40
13/jul R$ 339,25 R$ 44,39 R$ 294,86 -R$ 2.578,54
14/jul R$ - R$ - R$ - -R$ 2.578,54
15/jul R$ - R$ - R$ - -R$ 2.578,54
16/jul R$ 5.791,52 R$ 1.061,82 R$ 4.729,70 R$ 2.151,16
17/jul R$ - R$ 193,45 (-R$ 193,45) R$ 1.957,71
18/jul R$ 216,00 R$ - R$ 216,00 R$ 2.173,71
19/jul R$ 43,20 R$ - R$ 43,20 R$ 2.216,91
20/jul R$ 13.069,23 R$ 420,00 R$ 12.649,23 R$ 14.866,14
21/jul R$ - R$ 1.000,00 (-R$ 1.000,00) R$ 13.866,14
22/jul R$ - R$ - R$ - R$ 13.866,14
23/jul R$ 200,78 R$ 1.200,00 (-R$ 999,22) R$ 12.866,92
24/jul R$ 4.856,58 R$ - R$ 4.856,58 R$ 17.723,50
25/jul R$ - R$ - R$ - R$ 17.723,50
26/jul R$ 700,00 R$ - R$ 700,00 R$ 18.423,50
27/jul R$ - R$ - R$ - R$ 18.423,50
28/jul R$ - R$ - R$ - R$ 18.423,50
29/jul R$ - R$ - R$ - R$ 18.423,50
30/jul R$ 1.895,05 R$ 3.200,00 (-R$ 1.304,95) R$ 17.118,55
31/jul R$ - R$ - R$ - R$ 17.118,55
Totais R$ 38.204,55 R$ 21.086,00 R$ 17.118,55 R$ 17.118,55 Fonte: Elaborado pela autora (2018).
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No mês de julho, como pode-se analisar a empresa teve uma diminuição do valor das
entradas, porém com saídas aproximadamente igual ao mês de junho, mantendo um
comportamento de dias negativos similar ao mês anterior, no que tange número de dias.
Tabela 4 – Fluxo de caixa diário mês de agosto
DIA ENTRADAS SAÍDAS SALDO SALDO ACUMULADO
01/ago R$ 3.587,36 R$ - R$ 3.587,36 R$ 3.587,36
02/ago R$ 1.943,25 R$ - R$ 1.943,25 R$ 5.530,61
03/ago R$ 7.431,97 R$ - R$ 7.431,97 R$ 12.962,58
04/ago R$ - R$ - R$ - R$ 12.962,58
05/ago R$ - R$ - R$ - R$ 12.962,58
06/ago R$ 876,11 R$ - R$ 876,11 R$ 13.838,69
07/ago R$ 72,90 R$ 3.563,00 (-R$3.490,10) R$ 10.348,59
08/ago R$ 973,88 R$ - R$ 973,88 R$ 11.322,47
09/ago R$ - R$ - R$ - R$ 11.322,47
10/ago R$ 2.998,03 R$ 8.023,74 (-R$5.025,71) R$ 6.296,76
11/ago R$ - R$ 522,54 (-R$ 522,54) R$ 5.774,22
12/ago R$ - R$ - R$ - R$ 5.774,22
13/ago R$ 1.167,07 R$ 44,39 R$ 1.122,68 R$ 6.896,90
14/ago R$ - R$ - R$ - R$ 6.896,90
15/ago R$ 3.216,34 R$ 310,00 R$ 2.906,34 R$ 9.803,24
16/ago R$ 4.261,71 R$ - R$ 4.261,71 R$ 14.064,95
17/ago R$ 143,55 R$ - R$ 143,55 R$ 14.208,50
18/ago R$ - R$ 3.537,50 (-R$3.537,50) R$ 10.671,00
19/ago R$ - R$ - R$ - R$ 10.671,00
20/ago R$ 546,12 R$ 420,00 R$ 126,12 R$ 10.797,12
21/ago R$ 70,76 R$ 1.000,00 (-R$ 929,24) R$ 9.867,88
22/ago R$ 2.752,84 R$ - R$ 2.752,84 R$ 12.620,72
23/ago R$ 73,00 R$ 1.200,00 (-R$1.127,00) R$ 11.493,72
24/ago R$ - R$ - R$ - R$ 11.493,72
25/ago R$ - R$ - R$ - R$ 11.493,72
26/ago R$ - R$ - R$ - R$ 11.493,72
27/ago R$ 1.483,68 R$ - R$ 1.483,68 R$ 12.977,40
28/ago R$ 467,38 R$ - R$ 467,38 R$ 13.444,78
29/ago R$ - R$ - R$ - R$ 13.444,78
30/ago R$ - R$ 3.861,00 (-R$3.861,00) R$ 9.583,78
TOTAIS R$ 32.065,95 R$ 22.482,17 R$ 9.583,78 R$ 9.583,78
Fonte: Elaborado pela autora (2018.)
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No mês de agosto a empresa diminuiu ainda mais o valor de suas entradas e o valor das
despesas continuou similar ao dos outros meses avaliados. Onde o saldo do mês diminuiu quase
que pela metade. Sendo assim a empresa precisa ficar atenta, pois com o passar dos meses está
decaindo as entradas e as despesas permanecendo iguais, deixando os saldos acumulados de
caixa baixos. Corre-se o risco de uma ruptura no capital e giro formado por essa cumulatividade
do caixa, podendo levar a empresa a situações em que não consiga liquidar seus pagamentos
previstos com capital próprio, possibilitando o surgimento de endividamentos.
Seguem análises em forma de gráfico do saldo acumulado do período avaliado:
Figura 1 – Representação dos saldos diários
Fonte: Elaborado pela autora.
Na Figura 1, é possível analisar que no mês de junho a empresa começou o mês bem,
porém no dia 10 deve uma queda incoerente, que é repetido nos meses subsequentes, com o
decorrer dos dias começa a ficar instável e no final do mês decai novamente.
Já no mês de julho, percebe-se que a empresa já começa o mês sem despesas e sem
entradas, mas com o decorrer dos dias isso vai mudando, o pior dia para a empresa no mês de
julho foi o dia 10 e os melhores entre os dias 19 e 21.
No mês de agosto a empresa começa o mês bem, porém no dia 10 cai seu volume de
caixa, sendo assim, constata-se que não houveram tantas quedas como nos outros meses.
Observa-se que sempre no período do dia 10, o saldo permanece negativo. A empresa
nesse dia tem despesas fixas programadas em periodicidade. Realizou-se questionamento com
a colaboradora responsável pelo setor financeiro da empresa, de como a empresa opera com
-10000
-5000
0
5000
10000
15000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico dos saldos diários
Junho Julho Agosto
-
24
esse problema recorrente. A mesma informou que em um dia específico como esse, é utilizado
o dinheiro da reserva (saldo acumulado) para que se possa garantir os pagamentos do dia.
Também citou que a empresa acaba passando dificuldades nesse dia, pelo fato de ter
uma quantidade de devedores que não efetuam o pagamento de forma adimplente, causando a
falta de cobertura de caixa e como tem que efetuar o pagamento de suas obrigações, necessita
utilizar a reserva financeira do caixa da empresa.
Figura 2 – Representação dos saldos acumulados mês a mês
Gráfico dos saldos acumulados mês a mês
Fonte: Elaborado pela autora (2018)
Na figura 2, apresenta-se os saldos acumulados dos três meses de aplicação da
ferramenta fluxo de caixa diário junto a empresa foco de pesquisa. Constata-se que em todo o
período do mês de junho o caixa acumulado apresentou um desempenho positivo. Porém,
migrando a análise dos comportamentos de saldos de caixa acumulados dia a dia, percebe-se no
gráfico do mês de julho o desempenho baixo no início do mês levando a uma cumulatividade
negativa, caindo de forma abrupta no período compreendido entre os dias 10 a 15.
Como esse comportamento não ocorreu no mês de junho, realizou-se um
questionamento junto ao setor financeiro da empresa identificando que o motivo dessa oscilação
negativa a partir do dia 10 permanecendo com o saldo negativo até dia 15, deve-se ao fato de a
empresa possuir contas fixas de alto valor nesse período e o atraso no recebimento de duplicatas
de seus clientes, entre os dias 11 a 14, onde a empresa não obteve um saldo de entradas para
cobrir as saídas previstas.
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
junho julho agosto
-
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A partir do dia 16 o caixa retoma força fechando o mês com uma boa cumulatividade.
No mês de agosto a empresa recupera sua estabilidade com saldos acumulados e permanece
positiva durante todo o período, o que indica um ajuste no sistema de contas a pagar e receber
nos meses de junho para julho, levando a melhora no enquadramento das datas de vencimentos
trazendo uma maior estabilidade e força ao caixa acumulado.
Percebe-se que o resultado no final de junho e julho é praticamente igual, porem no mês
de agosto apresenta uma queda, devido aos ajustes nas contas a pagar e receber executados no
final do mês de julho e início de agosto, para evitar o surgimento de um período negativo similar
ao ocorrido durante julho. Sendo assim, é visto que a empresa possui um caixa não muito forte,
porém com liquidez, sofre uma alteração elevada conforme o dia a dia, não tendo uma matriz
constante de recebimentos e pagamentos.
Figura 3 – Representação dos saldos acumulados do período completo
Fonte: Elaborado pela autora.
Na figura 3, demonstra-se o comportamento acumulado do caixa da empresa durante o
período de análise, contata-se que o caixa acumulado não atingiu bons resultados no início em
comparação com o final do período, demonstrando uma instabilidade de fluxo de caixa, durante
os dois primeiros meses de sua implantação. No decorrer do período, principalmente a partir de
20 de julho, é possível observar a melhora do resultado, onde os caixas acumulados ampliam-
se, trazendo uma tranquilidade quando a disponibilidade de capital de giro próprio e na
capacidade de liquidação da empresa.
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100000
200000
300000
400000
500000
01 /jun 08 /jun 15 /jun 22 /jun 29 /jun 06 /jul /jul 13 20 /jul 27 /jul 03 /ago 10 /ago 17 /ago 24 /ago
Gráfico do caixa ACUMULADO do período de junho a julho de 2018
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Mesmo com saldos acumulados apropriados diretamente aos meses de análise, o saldo
acumulado do período integral demonstra-se muito promissor, mas pelas baixas nas contas a
receber e uma constância no valor de contas a pagar, principalmente nos meses de julho e
agosto, faz-se necessário um controle periódico dos fenômenos do caixa e uma constante análise
e organização dos contas a pagar e receber, para evitar possíveis desencaixes e diminuição do
capital de giro originado por esse acúmulo de caixa.
4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO
De acordo com Marion (2008), a contabilidade registra as movimentações monetárias,
resumidas em relatórios que auxiliam na tomada de decisões para os interessados.
Já para Araújo, Teixeira e Licório (2015), a gestão no planejamento de fluxo de caixa
para o controle financeiro de micros e pequenas empresa tem uma forte ligação. Sendo assim
as microempresas e a pequena empresa e MEI não é obrigatório realizar a elaboração da DFC,
mas essa ferramenta se torna fundamental no sentido de estar detalhando toda sua
movimentação, ou seja, entrada e saídas de moeda corrente, assim evitará possíveis ocorrências
em um certo período.
Dessa forma, percebe-se uma forte relação entre a contabilidade com o tema abordado
no trabalho, ou seja, é através do fluxo de caixa que se obtém as informações necessárias para
análise financeira da empresa e dos patrimônios, sendo que se ela cumprir o objetivo buscado
se identifica os ajustes que possam reverter situações. Tem como objetivo manter o patrimônio
financeiro da empresa saudável gerando lucros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o conteúdo apresentado no artigo, conclui-se que o Fluxo de Caixa tem
uma grande importância na organização financeira de uma empresa. Por esse motivo a planilha
em Excel desenvolvida e aplica-se para a formalização de um Fluxo de Caixa, deve continuar
sendo alimentada diariamente com informações verídicas e atualizadas. Garantindo assim,
informações de qualidade em pouco espaço de tempo, permitindo uma análise e tomada de
decisão pela gestão mais rápida e assertiva.
O objetivo geral desse estudo foi implantar um modelo de controle do fluxo de caixa
adequado com a realidade e necessidade da empresa VidroSul, dando se início no mês de junho
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de 2018. O objetivo proposto foi alcançado, pois através dos dados coletados foi implantado o
controle de entradas e saídas. Através desse controle foi possível realizar a implantação do fluxo
de caixa diário, mostrando o real resultado do saldo acumulado nos meses de junho, julho e
agosto de 2018.
Como a empresa não possuía nenhuma ferramenta formal e sistematizada para que
fossem feitas possíveis análises, toda a implementação do modelo por fluxo de caixa cumpriu
este fim, gerando informações apresentadas nas tabelas e gráficos de resultados apresentados,
possibilitando a proposição de algumas melhorias conforme segue:
A primeira sugestão é a prévia organização dos documentos que originam todas as
entradas e saídas de dinheiro, para que o lançamento em planilha seja mais simples,
organizado e rápido;
A segunda sugestão é para que a empresa contrate um colaborador focado na
administração e operacionalização das contas a pagar e a receber. Contatou-se que na
situação atual, existe uma colaboradora, que é responsável por todo o departamento
administrativo, não tendo tempo hábil para melhorar a organização e a gestão da área
financeira;
A última sugestão é para que a empresa continue com a análise mensal do fluxo de
caixa e alimente a planilha de controle, como realizado nos meses objetivo do estudo,
possibilitando uma geração de informações de forma contínua e um constante
acompanhamento da saúde financeira da empresa.
Através do fluxo de caixa implantado foi possível verificar que a empresa obtém mais
entradas do que saídas, porém necessita remanejar as contas fixas para os dias que tem mais
entradas para que não fique com o seu saldo do dia negativo. Constatou-se que quando o caixa
diário não tem cobertura para os pagamentos do dia, a utilização de capital de giro oriundo dos
saldos acumulados faz-se necessária, demonstrando a importância de manter os valores de
sobras quando caixa diário positivo em forma acumulada. Essa ação, tem a possibilidade de
uma melhor fluidez dos pagamentos e um desempenho positivo dos resultados de caixa.
Sendo assim, as análises apresentadas mostram a importância do fluxo de caixa diário
para empresa, onde através dessa ferramenta a gestão da empresa consegue obter mais clareza
dos valores que entraram e saem no dia a dia. Finalizando contata-se que através desse fluxo de
caixa os sócios da empresa terão informações de base tomar futuras decisões, assim as
movimentações financeiras da empresa permanecem organizadas.
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