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FACULDADE CAPIVARI FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANÁLISE DE CUSTOS: UM ESTUDO SOBRE O CUSTO DO TRANSPORTE DA EMPRESA SOULART MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Autor: Lucas Farias Orientadora: Profª Maria Aparecida Cardozo, Msc. RESUMO O transporte rodoviário representa a forma mais utilizada realizar as entregas de mercadorias no Brasil, são várias as estradas ligando as mais diversas cidades do país, onde se faz a ligação entre indústria, comércio e cliente. O estudo tem como objetivo calcular o custo do transporte de mercadorias da empresa Soulart Materiais de Construção entre os bairros Santiago e Ribeirão Pequeno. A pesquisa se caracteriza como exploratória e se apresenta predominantemente de forma qualitativa, pois estuda as particularidades de determinada empresa. No entanto, expressa dados de forma quantitativa, onde se utiliza cálculos estatísticos. Abordou-se o período de um trimestre (maio, junho e julho) do ano de 2017, e engloba dois veículos para efeito de comparação, onde durante esse período obtiveram-se os principais custos a cada transporte efetuado. Para a maior parte das contas apresentadas utilizou-se o método de rateio. Sendo que foram elencados gastos com combustível, salário dos motoristas, encargos sociais, licenciamento anual, manutenção, seguro veicular e despesas administrativas. A partir dos dados coletados é possível verificar onde está alocado a maior parte do custo nesse serviço e comparar com os dois veículos que foram analisados. Palavras-chave: Custos, análise de custos, controle interno, transporte. 1 INTRODUÇÃO Atualmente o mercado está altamente competitivo, visto que as empresas fornecem o mesmo produto, com a mesma qualidade. O que normalmente diferencia estas e faz com o que o cliente adquira o produto, é o custo que este implica ao consumidor. Outro fator no qual influencia o mercado, é a situação do país, de modo que os consumidores estão mais atentos e pesquisam muito antes de comprar uma mercadoria. E avaliam a qualidade e o custo benefício destes antes da aquisição. Diante o exposto é estritamente necessário um rigoroso controle

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DE CUSTOS: UM ESTUDO SOBRE O CUSTO DO TRANSPORTE DA

EMPRESA SOULART MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Autor: Lucas Farias

Orientadora: Profª Maria Aparecida Cardozo, Msc.

RESUMO

O transporte rodoviário representa a forma mais utilizada realizar as entregas de mercadorias

no Brasil, são várias as estradas ligando as mais diversas cidades do país, onde se faz a

ligação entre indústria, comércio e cliente. O estudo tem como objetivo calcular o custo do

transporte de mercadorias da empresa Soulart Materiais de Construção entre os bairros

Santiago e Ribeirão Pequeno. A pesquisa se caracteriza como exploratória e se apresenta

predominantemente de forma qualitativa, pois estuda as particularidades de determinada

empresa. No entanto, expressa dados de forma quantitativa, onde se utiliza cálculos

estatísticos. Abordou-se o período de um trimestre (maio, junho e julho) do ano de 2017, e

engloba dois veículos para efeito de comparação, onde durante esse período obtiveram-se os

principais custos a cada transporte efetuado. Para a maior parte das contas apresentadas

utilizou-se o método de rateio. Sendo que foram elencados gastos com combustível, salário

dos motoristas, encargos sociais, licenciamento anual, manutenção, seguro veicular e despesas

administrativas. A partir dos dados coletados é possível verificar onde está alocado a maior

parte do custo nesse serviço e comparar com os dois veículos que foram analisados.

Palavras-chave: Custos, análise de custos, controle interno, transporte.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente o mercado está altamente competitivo, visto que as empresas fornecem o

mesmo produto, com a mesma qualidade. O que normalmente diferencia estas e faz com o

que o cliente adquira o produto, é o custo que este implica ao consumidor. Outro fator no qual

influencia o mercado, é a situação do país, de modo que os consumidores estão mais atentos e

pesquisam muito antes de comprar uma mercadoria. E avaliam a qualidade e o custo benefício

destes antes da aquisição. Diante o exposto é estritamente necessário um rigoroso controle

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interno das empresas através da contabilidade de custos, para que assim possam reduzir seus

custos, o que impactara no valor final do produto ao cliente.

Visto que a contabilidade de custos é responsável por fornecer informações que

auxiliam e influenciam a performance da organização, pois ela coleta, classifica e registra das

informações (LEONE, 2010).

A contabilidade de custos, através da ferramenta de controle interno versa de

procedimentos que visão reduzir os custos das empresas para a produção ou venda de suas

mercadorias, de modo que tais fatores possam influenciar no valor total do produto repassado

ao cliente. Ela é uma técnica utilizada para determinar os custos dos produtos vendidos,

gerando informações precisas aos gestores, que através destas analisam onde estão sendo

utilizados gastos que não são necessários, para que assim possam reduzir estes e

consequentemente diminuir o valor do produto vendido (CREPALDI, 2004).

Para tal é feita a apropriação dos custos, sendo utilizados os métodos de custeio, sendo

estes por absorção ou variável. No método de custeio por absorção são apropriados ao produto

em um determinado período todos os custos ligados a produção, sendo eles fixos ou variáveis.

Já o método de custeio variável ou direto, é aquele que considera somente os custos variáveis,

e não os fixos (CREPALDI, 2004). Tais procedimentos são realizados por profissionais da

contabilidade que geram relatórios das informações, e orientam os gestores na tomada de

decisão.

A contabilidade é o instrumento responsável pela vida da empresa, pois controla todo

seu patrimônio. Visto que o seu faturamento é a principal fonte de aquisição de riquezas da

organização, utiliza-se como tema deste estudo de caso, pois ela é um conjunto de contas que

seguem regras, princípios e normas legais de registro para controlar e guardar o patrimônio da

empresa (SANTOS, 2009).

No cenário atual, é imprescindível o conhecimento e utilização destas ferramentas

pelas empresas, devido a situação que se encontra o mercado, conforme supracitado.

Sendo assim, a pergunta de pesquisa é: qual custo do transporte de mercadorias da

empresa Soulart Materiais de Construção entre os bairros Santiago e Ribeirão Pequeno?

Desta forma, o objetivo geral é calcular o custo do transporte de mercadorias da

empresa Soulart Materiais de Construção entre os bairros Santiago e Ribeirão Pequeno.

Para cumprir a este, tem-se como objetivos específicos: (i) Diferenciar os conceitos de

custos e despesas atribuídos pela literatura; (ii) Levantar os custos e despesas referente ao

transporte do o trajeto Santiago e Ribeirão Pequeno durante os meses de março, abril e maio

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de 2017; (iii) Calcular o custo total por mês; (iv) Analisar os resultados da empresa objeto de

estudo por serviço prestado.

O trabalho justifica-se pela alta competitividade do mercado, com produtos muitos

semelhantes e diferentes preços, de modo que visa contribuir para que a Soulart consiga ainda

mais reduzir seus custos e consequentemente o valor final de seus produtos, se tornando mais

atrativa a seus clientes, obtendo vantagem em relação a seus concorrentes.

A Soulart foi criada em 1999 pelo empreendedor Miguel Machado Farias que buscava

atender a região de Pescaria Brava com materiais de construção.

A pesquisa se delimita quanto ao estudo e análise da contabilidade de custos e de

métodos de custeio e controles internos que possam reduzir os custos dos produtos vendidos

pela empresa objeto desse estudo. Os resultados encontrados podem ser diferentes para outra

empresa do mesmo ramo ou de outra atividade.

A primeira parte do estudo é composta por essa introdução e pelo referencial teórico,

através do qual é possível conhecer a contabilidade de custos e suas diversas ferramentas, bem

como os métodos de controle utilizados pela organização atualmente. O trabalho segue com a

caracterização da empresa objeto de estudo e com a análise e discussão dos resultados,

finalizando com as considerações finais.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Nesta seção estima-se ser importante abordar o conceito de contabilidade de custos,

bem como os métodos utilizados por esta para a apuração dos custos das mercadorias

vendidas. A fim de demonstrar os métodos de redução de custos de mercadorias para revenda,

para que assim, busque-se ações para a redução destes na empresa.

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos está ligada a contabilidade gerencial, visto que ela controla

os “gastos”, ou seja os custos que as empresas possuem em relação aos seus produtos

vendidos ou serviços prestados. Ela é responsável pelo planejamento, organização, registros e

análises relacionadas a atividade fim da empresa. De modo que auxilie os gestores em suas

decisões, para que as empresas possam continuar no mercado, possuindo a preferência de seus

clientes, através de um produto atrativo e com um bom custo benefício (CREPALDI, 2004).

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Sendo assim, conceitua-se como um procedimento por meio do qual através de normas

contábeis são registrados todos os custos para a fabricação, venda de um produto ou até

mesmo para a prestação de um serviço. Por exemplo, para produzir uma caneta é necessário

um tubo de plástico, tinta, embalagem para o produto, a ponta da caneta, bem como outros

acessórios. A contabilidade de custo neste caso, iria verificar todos os custos para produzir

está caneta, direta e indiretamente, para verificar se o que se está sendo utilizado é realmente

necessário, ou traz prejuízo para a empresa, de modo que auxilie os gestores em sua tomada

decisão. Como, no caso em questão, qual a demanda do mercado? Realmente, é viável a

fabricação de canetas? O retorno desta fabricação e venda é satisfatório e rentável para o

negócio. Como dentre outras respostas (BRUNI; FAMA, 2004).

Os custos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os diretos são aqueles

associados a fabricação do produto. Nos quais é possível a percepção no próprio produto. Um

clássico exemplo de custo direto, são as matérias primas utilizadas nestes, pois ao observar o

produto, não é possível identificar a energia elétrica que foi utilizada para produzi-lo, no

entanto, no caso de uma cadeira por exemplo, é possível identificar que para a produzi-la é

necessário madeira, cola, dentre outros materiais (BRUNI, 2008).

Os custos indiretos são aqueles que ao observar o produto físico não é possível a fácil

identificação. Ou seja, não é possível ver que tal custo foi utilizado naquele produto, não é

possível mensura-lo. Por exemplo, ao olhar um livro, é notável que para produzi-lo, foi

utilizado papel, tinta, linha, cola, contudo não é possível identificar quanto foi gasto de

energia elétrica, aluguel, conta de telefone, salários da produção, dentre outros. Estes são os

custos indiretos, e geralmente são alocados nos produtos através de rateios (CARIOCA,

2014).

Um dos maiores problemas da contabilidade está nesta transferência dos custos

indiretos, de aloca-los de maneira correta, visto que se torna difícil sua mensuração, e por isso

é feita por meio de rateio (BRUNI, 2008).

2.2 MÉTODOS DE CUSTEIO

São as formas utilizadas para a apropriação dos custos. Ou seja, definir os custos.

Atualmente se utilizam o método por absorção ou custeio variável, nos quais serão a

conceituados na próxima seção (CREPALDI, 2004).

Os métodos de custeio se subdividem-se em absorção e variável. O método de

absorção tem como base a contabilidade de custos analisada por meio da contabilidade

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financeira, visto que preocupa-se com o registro legal das informações. No qual são utilizados

para os cálculos todos os custos utilizados no processo produtivo, sendo os fixos, diretos e

indiretos (BRUNI, 2008).

No entanto, no método variável, utiliza como base de cálculo, conforme o próprio

nome respalda, os custos variáveis, com o fundamento de que somente estes são proporcionais

aos volumes produzidos, de modo que ignora e não é componente para o cálculo dos custos

neste método, os custos que são fixos. Outra justificativa, para tal procedimento é que estes

custos não mudam dependendo do volume produzido e que estes existem independente da

fabricação do produto ou não (CREPALDI, 2004).

2.3 CUSTO DO PRODUTO VENDIDO

Certifica Wernke (2018) que para que um gestor gerencie os custos dos produtos

vendidos de sua empresa é fundamental que este saiba de forma adequada os conceitos

ligados a ele, logo o que Wernke (2018) expõe, é que é necessário o conhecimento conceitual

do administrador de gastos, investimentos, despesas, custos, visto que estes interferem

diretamente no preço de venda da empresa, bem como no retorno que esta terá em relação ao

exercício de suas atividades, valores estes também influenciados pelas perdas e desperdícios

que são responsáveis pela subtração do resultado da organização.

Sendo assim, o gestor que conhece e sabe diferenciar e classificar estes conceitos

corretamente, consegue alocar de maneira apropriada cada recurso utilizado pela empresa,

fazendo com que esta elabore um preço de venda justo, tenha um controle interno e deste

modo seja aceita no mercado pelo consumidor devido sua atratividade em relação ao valor e

qualidade do produto ou serviço oferecido, para que deste modo alcance seus objetivos e

consiga o retorno almejado (WERNKE,2018).

Diante o exposto, nota-se a importância de compreender os conceitos e classificações

cada recurso utilizado pela empresa em suas atividades, assim sendo, segue abaixo o conceito

de cada concepção supracitada segundo as lições de Wernke (2018).

A nomenclatura Gastos é utilizada de modo geral nas empresas para valores que ela

desembolsa para adquirir um serviço ou produto necessário em suas operações diárias, como

por exemplo um pagamento a fornecedores, ao banco e entre outros. Dado que este conceito

abrange muitos recursos que a empresa paga a terceiros ele pode abranger termos de custos,

onde pode-se considerar um exemplo de tal fato o pagamento de matéria-prima para um

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fornecedor, gasto este que pode-se classificar com um custo fabril e alocando-o deste modo

no CPV desta competência (WERNKE,2018).

Os investimentos são valores que a empresa despende para adquirir ativos com a

pretensão de obter um benefício no futuro, como por exemplo a aquisição de uma máquina

para a produção da mercadoria a ser vendida pela empresa. No entanto, os valores dos salários

dos operários, energia elétrica e depreciação da máquina devem ser enquadrados como custos

dos produtos vendidos (WERNKE,2018).

A concepção de perdas abrange casos fortuitos que ocorrem na organização de modo

involuntário e indesejável pelos gestores da empresa. Deste modo aloca-se neste conceito

deteriorações ocasionadas por incêndios, furtos de mercadorias, ou até mesmo provocadas

pela própria natureza, como inundações, ou ainda por erros no corte do produto no momento

da fabricação. Desta forma, conforme reitera Wernke (2018) por não fazerem parte das

normalidades da empresa estes gastos não podem fazer parte do valor dos custos dos produtos

vendidos.

No que tange as despesas, classificam-se como tal os recursos desembolsados pela

empresa de forma voluntária a fim de angariar receitas, posto que estes valores não estão

relacionados com a produção dos produtos, mas são imprescindíveis para o andamento da

empresa. Em vista disto são exemplos de despesas: aluguel, energia elétrica e salários da

administração da organização, as quais classificam-se como despesas administrativas

(WERNKE,2018).

Dito isto, classificam-se como custos todos os gastos ligados a produção de um

produto ou prestação de um serviço, desde que não seja possível alocar tais valores como um

investimento, despesa, perda ou desperdício, onde este último refere-se aos custos e despesas

não utilizadas de forma adequada, os quais não agregam valor a empresa e podem acabar

gerando prejuízo para a organização (WERNKE,2018).

Desta forma, diante das alegações acima considera-se custo do produto vendido de

uma empresa as somas dos valores utilizados na produção ou venda de um produto, bem

como na prestação de um serviço em um período. Que são considerados como custo, pois

estão diretamente ligado na produção da mercadoria vendida ou serviço prestado pela

empresa. O CPV, é constituído, conforme supracitado, pelos custos diretos e indiretos, nos

quais são denominados pela contabilidade como, materiais diretos (MD) e mão-de-obra direta

(MOD), bem como com os custos indiretos de fabricação (CIF) (CREPALDI, 2004).

A apuração do CPV, é realizada através da seguinte fórmula: CP = MD +MOD + CIF

(CREPALDI, 2004).

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Figura 01 – Conceitos Base do CPV.

Fonte: Wernke (2018) – Modificado pelo autor.

A figura 01 demonstra o ciclo para a composição do custo dos produtos vendidos,

CPV, onde o processo se tem início com apuração dos gastos, em seguida sendo observados

as perdas que ocorrem durante o segmento, seguindo pela análise dos custos ligados

diretamente na fabricação, até o momento em que se chega aos investimentos aplicados para

fabricação de tal produto.

2.4 CONTROLE INTERNO

Segundo o Dicionário Financeiro (2018), controle é: “uma medida adotada nas

organizações visando a melhoria e a padronização de seus processos, assegurando a qualidade

de seus produtos ou serviços.” Deste modo o controle interno é um medida utilizada para

salvaguardar os patrimônios da empresa, para que assim ela possa também aumenta-lo.

GASTOS Abrangem os demais

conceitos.

PERDAS

Gastos

Involuntários e

indesejáveis.

CUSTOS Gastos no processo

de fabricação.

DESPERDÍCIO Gastos que não

agregam valor para

a empresa.

DESPESA

Gastos

administrativos

para angariar

receitas.

INVESTIMENTO

Gastos com

expectativas de

retornos no futuro.

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O controle interno dá-se através de ferramentas de controle e eles servem para manter

a empresa no mercado conforme supracitado (ASSI, 2014; FINANCEIRO, 2018).

Sendo assim, é a partir de um bom controle interno que é possível controlar as

entradas e saídas da organização, auxiliando juntamente a contabilidade de custos no controle

e majoração destes valores para auxiliar os gestores em suas tomadas de decisões e para

preservar a empresa e evitar problemas que possam interferir no preço final do produto,

onerando o consumidor final e fazendo com que este não adquira mais os produtos desta

empresa (ASSI, 2014).

O controle interno tem três objetivos dentro de uma organização, podendo ser

preventivo, detectivo ou corretivo. Ele é preventivo, quando busca a prevenção de futuros

problemas, detectivo, quando encontra um problema em um processo e corretivo, quando

possui o intuito de corrigir um problema que já tenha ocorrido em algum processo dentro da

empresa (DIAS,2010).

Para que a organização tenha um retorno positivo com o controle interno é necessário

que haja uma padronização dos procedimentos dentro da empresa, pois por meio deste é

possível identificar quais os ganhos e perdas destes controles e como a empresa pode

melhorar seus processos para aumentar os ganhos (DIAS, 2010).

Ressalta-se que o controle interno está diretamente ligado ao conceito de governança

corporativa, uma vez que esta são as técnicas e os relacionamentos organizacionais que visam

melhorar constantemente a performance da empresa e controle interno dentro de uma

organização examina situações passadas e prevê futuras para auxiliar os gestores em suas

decisões para que obtenham um melhor controle da empresa, como por exemplo o controle de

checagem de estoque, nele é identificado o que se tem de saldo de estoque e o que se deveria

ter, para que assim se tome a decisão de possíveis ajustes nas condutas de controle dos

estoques e se altere os processos executados na empresa até a data da checagem , para que

assim a organização continue a alcançar seus propósitos (LINHARES, 2018; VASSEN, et al.,

2013).

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

Esta seção trata dos métodos e técnicas utilizadas na elaboração desta pesquisa. Para

tanto, considera-se o enquadramento metodológico e os procedimentos para a coleta e análise

dos dados.

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3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Quanto a natureza do objeto, a pesquisa se enquadra como exploratória, pois segundo

Beuren (2008), consiste no aprofundamento de conceitos preliminares sobre determinada

temática não contemplada de modo satisfatório, contribuindo para o esclarecimento de

questões superficialmente abordadas sobre o assunto. Como base, é utilizado informações

bibliográficas para facilitar a delimitação do tema a ser estudado, de forma à auxiliar na

definição dos objetivos (ANDRADE, 2006).

Com relação à natureza da pesquisa, trata-se de um estudo teórico e prático,

pois combina o estudo de caso com a fundamentação teórica apoiada em pesquisas em livros e

artigos científicos da área contábil e afins. Conforme descreve Lakatos (2010), é necessário

um embasamento detalhado e amplamente fundamentado.

A pesquisa teórica não muda a realidade do trabalho, mas contribui com conhecimento

conceitual. Ainda pode ser descrito como prático considerando que o estudo investiga a

Empresa de transporte com profundidade, podendo chegar a uma intervenção, observando a

veracidade das informações adquiridas (GIL, 2010).

A lógica desta pesquisa é dedutiva, pois conforme Lakatos e Marconi (2011), o

processo dedutivo leva o pesquisador do conhecimento para o desconhecido, mas também de

alcance limitado. Pois se desenvolve em forma de raciocínio, tanto os seus fundamentos

quanto suas formas de realização.

A coleta de dados que o estudo utiliza é feita por meio de fontes primárias e

secundárias. Primárias devido aos quadros elaborados para os cálculos pertinentes ao estudo.

Os secundários se dão onde a pesquisa sobre o tema estudado se ampara em dados

pesquisados anteriormente, ou seja, dados que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às

vezes, até analisados, com outros propósitos (BEUREN, 2008).

Quanto à abordagem da pesquisa o estudo se apresenta de forma qualitativa e

quantitativa, pois segundo Lakatos e Marconi (2011), a metodologia qualitativa preocupa-se

em analisar e interpretar aspectos mais profundos, fornecendo análise mais detalhada sobre as

investigações. Já no método quantitativo vale-se de amostras amplas e de informações

numéricas.

Em relação ao resultado da pesquisa, se define como aplicada pelo fato de

gerar conhecimento em resposta a solução de um problema específico, sendo assim, o

objetivo da pesquisa é de proporcionar esclarecimento de como está o custo de uma entrega

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específica da transportadora em questão, o que traz benefícios à tomada de decisões,

avaliando todos os seus efeitos (GIL, 2010).

Conforme Gil (2007), as técnicas de pesquisa para a realização deste trabalho

ocorreram por meio da pesquisa documental, onde as fontes são muito mais diversificadas e

dispersas, podendo incluir inúmeras informações; pesquisa bibliográfica que é desenvolvida

com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos;

e estudo de caso, pois consiste em um estudo profundo de um ou poucos objetos de maneira

que permita seu amplo detalhado conhecimento.

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O primeiro passo para a realização da pesquisa foi a busca de embasamento teórico

para direcionar o processo durante a construção da pesquisa, a partir de livros da área de

custos para alcançar um melhor entendimento sobre o tema estudado.

Em seguida buscou identificar se a Empresa possuía um controle de custos operante

para detectar o processo de transporte que auxiliasse na tomada de decisões, além de constatar

as operações desde a origem do carregamento, até a entrega das mercadorias no cliente.

Logo após se realizou um estudo de caso de modo a apurar os valores inerentes aos

gastos envolvidos nas operações de transporte da empresa objeto de estudo, a fim de

organizar e tabular para obtenção de resultados.

Posteriormente com os dados devidamente organizados foram realizadas as análises e

avaliações com o intuito de identificar o real custo dos serviços prestados no trajeto

estabelecido.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A apresentação dos resultados visa buscar a resposta para a pergunta de pesquisa

abordada na introdução do estudo, visto que também será exposta a visão sistêmica.

Sendo assim, serão apresentadas as características administrativas e operacionais da

empresa objeto de estudo, bem como sua estrutura para realização de suas operações.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO 1

1 Soulart Materias de Construção Ltda. EPP.

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A Soulart Materiais de Construção Ltda EPP, CNPJ Nº 03.221.320/0001-60,

localizada na Estrada Geral S/nº, no bairro Santiago, Município de Pescaria Brava, estado de

Santa Catarina, foi fundada em 28 de julho de 1999, por Miguel Machado Farias, no qual é

fundador e atual diretor da empresa. Suas atividades tiveram início em uma sala comercial de

50 m² alugada. Sua estrutura inicial contava com 1 colaborador e uma frota composta por um

caminhão 608 e uma escavadeira.

No ano de 2003, a Soulart deu um grande passo e iniciou o projeto de construção de

uma nova estrutura, sendo uma sala comercial de 420 m². No ano seguinte, passou por um

processo de ampliação aumentando seu espaço na área de vendas, totalizando uma estrutura

de 800 m². A empresa conta com um amplo depósito para estoque de materiais de construção,

com uma área coberta de 2000m² e mais uma área aberta de 4000m² conjugados.

Atualmente a organização conta com uma frota de 5 caminhões, 1 máquina pá

carregadeira, 1 empilhadeira e 1 pick-up. Sua equipe de colaboradores expandiu para 20

funcionários. Possui uma variedade de 15 mil itens em seu estoque, sendo alguns deles: tintas,

cerâmica, azulejos, pisos, porcelanatos, materiais elétricos, hidráulicos, ferragens, ferramentas

manuais e elétricas, materiais de segurança, eletrodomésticos, materiais de agropecuária e

diversas utilidades domésticas.

Atualmente a empresa possui como principais fornecedores a Cerâmica Cejatel,

Resicolor Tintas, Tigre Brasil Tubos e Conexões e Materiais Hidráulicos e Pierini

Revestimentos Cerâmicos.

Os valores seguidos pela empresa são: seriedade, compromisso e honestidade com

cada cliente. E sua missão, é garantir a satisfação de seus clientes, visando sempre se tornar

referência no ramo da construção, em relação ao fornecimento de materiais de construção.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS (para TCC II)

Nesta seção serão elencados os principais custos pertinentes aos serviços

prestados pela empresa em realização ao trajeto de Santiago a Ribeirão Pequeno, ou seja,

apresenta a análise e discussão dos resultados da pesquisa a partir do cumprimento dos

objetivos específicos, quais sejam: (i) Diferenciar os conceitos de custos e despesas atribuídos

As informações contidas nesta seção possuem como fonte: informações obtidas no estágio, bem como conversas

informais com os gestores e informações retiradas do site da empresa: < http://www.soulart.net.br/site/empresa>.

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pela literatura; (ii) Levantar os custos e despesas referente ao transporte durante o trajeto de

Santiago e Ribeirão Pequeno durante os meses de março, abril e maio de 2017; (iii) Calcular o

custo total por mês; (iv) Analisar os resultados da empresa objeto de estudo por serviço

prestado.

O primeiro objetivo específico foi cumprido no referencial teórico da pesquisa. Os

demais estão expostos nessa seção conforme segue.

4.2.1 Processo de transporte de Santiago para Ribeirão Pequeno

Para execução dos serviços a empresa opera com cinco caminhões toco, o que

significa ser composto de um eixo direcional e um eixo tração, sendo equipados com muk,

uma espécie de guincho paralelo ao veículo, para realização do descarrego ao momento da

chegada aos clientes nos devidos destinos pré-estabelecidos.

As operações do serviço se iniciam após o carregamento na empresa com todo o

cuidado e organização da carga para que seja feito da melhor forma a retirada dos materiais a

serem entregues no cliente, além de estar programado todo o itinerário de viagem conforme o

carregamento.

O trajeto que liga a origem em Santiago à Ribeirão Pequeno totaliza 18 km, percurso

que os motoristas levam cerca de sessenta minutos para cumprir, de acordo com o tempo e as

convicções das estradas. Cabe destacar que, em média, cada caminhão faz 2 viagens por dia.

Figura 02 – Localização

Fonte: Google Maps (2018)

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4.2.2 Controle de custos relacionado ao transporte

Os custos elencados relacionados ao transporte entre os bairros de Santiago a Ribeirão

Pequeno são referentes aos meses de maio, junho e julho do ano de 2017, dados que foram

adquiridos diretamente na sede da empresa através de relatórios apurados via sistema de

controle e também por meio de conversas com os gestores.

A empresa conta com cinco caminhões toco para realizar as operações diárias, sendo

que cada um é direcionado para uma região diferente. Deste modo foram pegos dois veículos

para apuração e comparação dos resultados durante o período analisado, sendo eles: o

primeiro MKO-6264, ano 2013, e o segundo MCP-5474, ano 2005, que serão definidos como

veículo 1 e veículo 2, respectivamente, para elaboração do estudo.

A pesquisa visou apurar o custo do transporte dos materiais da empresa em cada mês

do período analisado, em seguida foi elaborado uma análise diária de acordo com o que cada

veículo gera de custo para a empresa, por meio do levantamento e tabulação dos dados

apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Relação dos custos com combustível

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS TOTAL GASTO C/

COMBUSTÍVEL

TOTAL GASTO C/

COMBUSTÍVEL

MAIO R$ 1.302,48 R$ 1.576,95

JUNHO R$ 1.154,94 R$ 1.245,52

JULHO R$ 1.145,95 R$ 2.916,85

TOTAL R$ 3.603,37 R$ 5.739,32

Os valores apresentado na tabela 1 estão relacionados ao gasto com combustível de

ambos veículos durante o trimestre em questão no ano de 2017. Os dados foram obtidos por

meio de um relatório de controle interno onde apresentava o custo total de combustível em

cada mês por veículo.

O combustível é o principal gasto envolvido nas operações relacionadas ao transporte,

havendo alterações e diferenças constantes nos relatórios devido as grandes mudanças de

preços constantes do insumo, além de que dependo do veículo cada um pode ter um

desempenho melhor em relação ao consumo.

Deste modo cabe ressaltar que o veículo 2 teve um diferença a maior de R$ 2.135,95

de gasto com combustível no período, valor que representa cerca de 60% a mais.

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Tabela 2 – Relação dos custos com salário motorista

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS GASTO C/

SALÁRIO

GASTO C/

SALÁRIO

MAIO R$ 1.942,48 R$ 1.873,59

JUNHO R$ 1.956,46 R$ 1.829,70

JULHO R$ 1.894,30 R$ 1.861,22

TOTAL TRIMESTRE R$ 5.793,24 R$ 5.564,51

A empresa trabalha suas operações com a programação de pagamento de salários fixos

para seus motoristas, sendo que nos dados apresentados na tabela 2 estão inclusos os valores

referente as horas normais e também horas extras.

As variações apresentadas se devem ao cumprimento das horas trabalhadas, onde o

motorista do veículo 2 recebeu a menos que o motorista do veículo 1, diferença que pode ter

ocorrido devido às faltas, sendo assim representando, de certa forma, um custo menor para a

empresa.

Tabela 3 – Relação dos custos com encargos

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS TOTAL GASTO C/

ENCARGOS

TOTAL GASTO C/

ENCARGOS

MAIO R$ 533,10 R$ 533,10

JUNHO R$ 533,10 R$ 533,10

JULHO R$ 533,10 R$ 533,10

TOTAL TRIMESTRE R$ 1.539,91 R$ 1.539,91

A tabela 3 demonstra a relação dos custos com encargos presente no pagamento para

os motoristas assalariados da empresa. Sabendo que de acordo com a CLT (Consolidação das

Leis do Trabalho) são de direito dos trabalhadores o pagamento de FGTS, além de décimo

terceiro e férias mais um terço.

Sendo uma empresa enquadrada no simples nacional, os valores para apuração deste

item foram calculados sobre R$ 1.942,48 o que é considerado o salário base mais horas extras

dos motorista da empresa, de acordo com as horas e tipo de serviços prestados dentro da

mesma.

Deste modo se chegou a um gasto total no trimestre de R$ 1.539,91, o que para

representar na tabela 3 foi pego este total e divido por 3 o que é equivalente aos 3 meses do

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trimestre analisado, sendo assim chegando a um custo mensal de provisões que são feitas para

o pagamento dos devidos encargos.

Tabela 4 – Relação de custo com licenciamento anual

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS

TOTAL

GASTO LIC.

MENSAL

TOTAL

GASTO LIC.

MENSAL

MAIO R$ 99,07 R$ 71,07

JUNHO R$ 99,07 R$ 71,07

JULHO R$ 99,07 R$ 71,07

TOTAL TRIMESTRE R$ 297,20 R$ 213,21

O artigo 130 referente à lei número 9.503 do Código de Trânsito Brasileiro dispõe que

todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semirreboque, para transitar na via,

deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito

Federal, onde estiver registrado o veículo (BRASIL, 1997).

Para isso, é necessário pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

(IPVA), o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via

Terrestre (DPVAT) e a taxa de licenciamento, além de eventuais multas atribuídas ao veículo.

A tabela 4 apura os valores gastos com o licenciamento anual de ambos os veículos,

onde estão inclusos os valores pertinentes a IPVA (imposto sobre veículo automotor), seguro

e a taxa de licenciamento anual do Detran.

Para chegar a tais valores foi pego diretamente no site do Detran o custo que a

empresa tem anualmente com ambos os veículos que são eles R$ 1.188,78 e R$ 852,84 para

os carros 1 e 2, respectivamente. Sendo assim estes dados foram divididos por 12 meses

chegando assim ao custo mensal que a empresa tem com licenciamento da documentação para

transitar nas vias públicas.

O custo apresentado é considerado fixo pois não há variação durante o ano, sendo

assim o veículo 1 apresentou gasto fixo de R$ 99,07 e o veículo 2 R$ 71,07 demonstrando

que o segundo carro gera um custo menor para a empresa cerca de 28%.

Tabela 5 – Relação do custo com seguro

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS

TOTAL

GASTO C/

SEGURO

TOTAL

GASTO C/

SEGURO

MAIO R$ 251,73 R$ 255,15

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VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS

TOTAL

GASTO C/

SEGURO

TOTAL

GASTO C/

SEGURO

JUNHO R$ 251,73 R$ 255,15

JULHO R$ 251,73 R$ 255,15

TOTAL TRIMESTRE R$ 755,19 R$ 765,44

O seguro automotivo é contratado para proteger contra batidas e diversos tipos de

acidentes. Dependo do tipo de seguro constatado o segurado tem direito a indenização no

valor de até 100% correspondente ao valor do seu veículo indicado pela Tabela Fipe, em

casos de sinistro por perda total.

Sendo assim, os dados apresentados na tabela 5 são pertinentes aos valores gastos pela

empresa com seguro para proteção de seus veículos durante o momento que realizam suas

devidas operações diárias.

O custo total por ano é de R$ 3.020,75 para o veículo 1 e 3.061,75 para o veículo 2, o

que do mesmo modo que o item anterior, foi pego o custo por ano e divido pelos 12 meses

para chegar então ao custo mensal com seguro.

Sendo um custo fixo por mês, é notório destacar há uma pequena diferença em relação

os custo de um carro para o outro, de modo que o gasto gerado por mês foi de R$ 251,73 e

255,15 diferença esta que apresenta cerca de 1,5%.

Tabela 6 – Relação dos custos com manutenção.

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS TOTAL GASTO C/

MANUTENÇÃO

TOTAL GASTO C/

MANUTENÇÃO

MAIO R$ 14,09 R$ 573,79

JUNHO R$ 743,90 R$ 3.115,90

JULHO R$ 346,03 R$ 602,24

TOTAL TRIMESTRE R$ 1.104,02 R$ 4.291,93

A manutenção dos veículos é um custo variável, pois quanto mais rodar, maior será

esse custo. Essa manutenção é necessária para que a integridade do bem e a segurança do

motorista e da carga. Essa manutenção, se efetuada de forma preventiva, pode evitar outros

gastos desnecessários ao longo de um tempo. Desta forma, a mesma pode influenciar

diretamente no consumo do veículo, que é um dos principais custos do ramo.

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A manutenção preventiva tem como objetivo corrigir falhas e problemas, antes mesmo

deles acontecerem. Auxiliando, assim, a redução de custos e aumentando a eficiência da

manutenção.

A tabela 6 traz os valores referentes ao gasto com manutenção que a empresa teve no

período de estudo, de modo que os valores foram apurados através de relatórios fornecidos

pela mesma, sendo assim como os gastos foram apresentados de forma separada mês a mês

não houve a necessidade de se aplicar algum critério de rateio.

Destaca-se o alto valor gasto no mês de junho com o veículo 2, que chegou a

impressionantes R$ 3.115,90 apenas neste mês, onde foi realizado na empresa Jaime de Souza

Guarezi – ME o recondicionamento do motor do veículo.

Deste por conta do alto valor gasto no segundo mês do período estudado o veiculo 2

apresentou um gasto maior que o primeiro, o que representou cerca 290% a mais, lembrando

que ocorreu variações em todos os meses pois este gasto é considerado um custo variável.

Tabela 7 – Relação da despesa com o administrativo da empresa.

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS TOTAL GASTO C/

DESP. ADM

TOTAL GASTO C/

DESP. ADM

MAIO R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

JUNHO R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

JULHO R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

TOTAL TRIMESTRE R$ 6.000,00 R$ 6.000,00

Para planejar um serviço de transporte, é necessário que se tenha uma boa equipe

administrativa, a qual conta com uma equipe de quatro funcionários. O rateio do valor da

despesa da mesma ocorreu da seguinte maneira.

A empresa conta com uma equipe que está ligada diretamente ao transporte das

mercadorias vendidas, função esta que executam para planejar todo o processo logístico das

entregas feitas diariamente, o que se chega a um valor de R$ 10.000, para a manutenção do

pagamento de estas despesas acessórias, incluindo folha de pagamento, materiais de

escritórios, energia, água, telefone e entre outros.

Conforme o tabela 7, primeiro encontrou-se a despesa total, R$ 10.000,00 em seguida

esse valor foi dividido pelo número de veículos da frota, cinco veículos. Após ser encontrado

o valor referente a cada veículo onde se chegou a uma despesa mensal.

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Tabela 8 – Relação dos gastos com veículo 1

MÊS COMBUSTÍVEL SALÁRIO ENCARGOS Lic.

Mensal MANUTENÇÃO SEGURO DESP. ADM

MAIO R$ 1.302,48 R$ 1.942,48 R$ 533,10 R$ 99,07 R$ 14,09 R$ 251,73 R$ 2.000,00

JUNHO R$ 1.154,94 R$ 1.956,46 R$ 533,10 R$ 99,07 R$ 743,90 R$ 251,73 R$ 2.000,00

JULHO R$ 1.145,95 R$ 1.894,30 R$ 533,10 R$ 99,07 R$ 346,03 R$ 251,73 R$ 2.000,00

Tabela 9 – Relação dos gastos com veículo 2

MÊS COMBUSTÍVEL SALÁRIO ENCARGOS Lic.

Mensal MANUTENÇÃO SEGURO DESP. ADM

MAIO R$ 1.576,95 R$ 1.873,59 R$ 533,10 R$ 71,07 R$ 573,79 R$ 255,15 R$ 2.000,00

JUNHO R$ 1.245,52 R$ 1.829,70 R$ 533,10 R$ 71,07 R$ 3.115,90 R$ 255,15 R$ 2.000,00

JULHO R$ 2.916,85 R$ 1.861,22 R$ 533,10 R$ 71,07 R$ 602,24 R$ 255,15 R$ 2.000,00

Tabela 10 – Relação total dos custos

VEÍCULOS MKO-6264 MCP-5474

MÊS CUSTO

MENSAL

CUSTO

DIÁRIO

CUSTO

MENSAL

CUSTO

DIÁRIO

MAIO R$ 6.142,95 R$ 255,96 R$ 6.883,65 R$ 286,82

JUNHO R$ 6.739,20 R$ 280,80 R$ 9.050,44 R$ 377,10

JULHO R$ 6.270,18 R$ 261,26 R$ 8.239,63 R$ 343,32

TOTAL TRIMESTRE R$ 19.152,32 R$ 24.173,71

CUSTO MÉDIO TRI. R$ 6.384,11 R$ 8.057,90

Relacionados e apurados os principais custos dos serviços prestados entre o percurso

de Santiago a Ribeirão Pequeno, chegou ao custo médio mensal que a empresa teve nos meses

de maio, junho e julho do ano de 2017 para cada veículo analisado, conforme exposto na

tabela 10.

Cabe destacar que durante o trimestre analisado o veículo 2 apresentou um custo

maior em relação ao veículo 1, valores que representam uma diferença a maior de 27%, ou

seja o carro 1 tem um menor custo para a empresa de acordo com os valores levantados no

período em questão.

Para se fazer uma analise mais detalhada se é possível chegar ao valor médio gasto

por dia para cada um dos veículos, sendo que para o primeiro apresentou um custo médio

diário de R$ 266,00 e para o segundo R$ 335,75, sendo que para chegar a estes valores foram

considerados 24 dias por mês trabalhados, descartando os domingos e os períodos vespertinos

dos sábados que é quando os veículos estão desativados.

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Tabela 11 – Análise vertical em relação aos gastos

ANÁLISE VERTICAL

GASTO VEÍCULO 1 VEÍCULO 2

COMBUSTÍVEL R$ 1.201,12 18,81% R$ 1.913,11 23,74%

SALÁRIO R$ 1.931,08 30,25% R$ 1.854,84 23,02%

ENCARGOS R$ 533,10 8,35% R$ 533,10 6,62%

LIC. ANUAL R$ 99,07 1,55% R$ 71,07 0,88%

MANUTENÇÃO R$ 368,01 5,76% R$ 1.430,64 17,75%

SEGURO R$ 251,73 3,94% R$ 255,15 3,17%

DEP. ADM R$ 2.000,00 31,33% R$ 2.000,00 24,82%

TOTAL R$ 6.384,11

R$ 8.057,91

A tabela 11 apresenta uma relação dos gastos em comparação com custo total do

transporte, onde é descriminado o percentual que cada tipo de gasto represente em relação ao

total do custo.

4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO (para TCC II)

A ciência contábil, ou como mais popularmente conhecida contabilidade, passou por

diversas transformações desde a época em que o método das partidas dobradas criado pelo

frei Luca Pacioli era o meio mais confiável para o controle das entradas e saídas da empresa

(DÉBITO/CRÉDITO).

Deste modo, nos dias atuais a ciência contábil atingiu os mais diversos setores do

ramo empresarial, passando a ser mais do que um sistema de débito e credito, mas sim se

tornando uma importante ferramenta para auxiliar na tomada de decisão por meio da geração

de informações dos relatórios contábeis.

A pesquisa se torna de suma importância no ponto em que é possível se fazer uma

análise dos custos que a empresa está pagando para realizar suas operações, de modo que

possuindo estas informações em mãos é viável a possibilidade de uma modificação no

processo diário para melhor desempenho em relação aos gastos, o que de certo modo faz com

que a performance da empresa, melhore sua lucratividade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta seção trata das considerações finais pertinentes ao estudo realizado na empresa Soulart

Materiais de Construção referente ao custo do transporte de mercadorias entre os bairros de

Santiago e Ribeirão Pequeno, durante os meses de maio, junho e julho do ano de 2017.

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Para realização de suas operações diárias a empresa conta com uma frota de 5

caminhões, 1 máquina pá carregadeira, 1 empilhadeira e 1 pick-up. Ainda que possui uma

grade de 20 colaboradores.

Possui uma variedade de 15 mil itens em seu estoque, sendo alguns deles: tintas,

cerâmica, azulejos, pisos, porcelanatos, materiais elétricos, hidráulicos, ferragens, ferramentas

manuais e elétricas, materiais de segurança, eletrodomésticos, materiais de agropecuária e

diversas utilidades domésticas.

A empresa não se utiliza de um controle especifico para calcular qual o custo exato do

transporte quando realiza a entrega das suas vendas, deste modo os gastos estão de certa

forma embutidos no valor dos seus produtos. Sendo assim o estudo proporcionou um cálculo

mais preciso para que o gestor da organização possa ter informação suficiente em relação aos

seus gastos.

Relacionados e tabulados os valores incorridos no transporte durante o período de

estudo foi possível chegar custo médio mensal de R$ 6.111,47 para o veículo 1 e

R$ 7.785,27 para o veículo 2, valores que representam uma eficiência maior do conjunto B

para o conjunto A, representado por uma diferença de 27%.

Os valores que compõem o custo final estão relacionados aos gastos com combustível,

salário dos motoristas, encargos sociais, licenciamento anual, seguro veicular, manutenção e

despesas administrativas.

Já comentado anteriormente o gasto que tem maior influencia no custo final do

transporte é o combustível, o que de tal forma representa cerca de 19,50% para o veiculo 1 e

24,50 para o veículo 2 em relação ao custo total do período em questão.

O estudo foi de grande valia, pois proporcionou aos gestores informações das quais os

mesmos não tinham conhecimento e assim podem estar estudando uma forma de estar

reduzindo os custos e melhorando o desempenho de suas operações.

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