Faculdade Alfredo Nasser (1)

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FACULDADE ALFREDO NASSER PROFESSORE MEIRE LISBOA RESUMO PCN’S LÍNGUA PORTUGUESA ANA CRISTINA NUNES NAYARA SANTOS SOARES

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FACULDADE ALFREDO NASSERPROFESSORE MEIRE LISBOA

reSUMO PCNs LNGUA PORTUGUESA aNA cRISTINA NUNESNAYARA SANTOS SOARES

APARECIDA DE GOINIA2014INTRODUOUma dasdiscussesmaisfreqentesatualmentenareadeeducaoengloba osParmetrosCurricularesNacionais(PCN) eseureflexonoensino. Noquese refere `alnguaportuguesa, os PCN vmapresentarpropostasdetrabalhoquevalorizam a participaocrticadoalunodiantedasualnguaequemostram asvariedadesepluralidadedeusoinerentesaqualqueridioma.Entretanto,apesarde algumasidiasqueaparecemnosPCNnoseremnovaspelocontrrio,soobjetosdedebatehdcadas,como ocaso,porexemplo, dos pressupostos daLingsticaTextual, areaodosprofissionaisdeeducaodiantedessematerialnotem sido dasmelhores. Ascrticas,porvezesfundamentadas, abarcamdesdeocarterdosparmetros, consideradosporalgunscomoimpositivo eforadarealidadebrasileira,atasteoriaslingsticase pedaggicasquenorteiam otexto.Nemsempre,porm, oscrticosse voltamparaotextodos PCNcomoolhardequemconhece arealidadedasaladeaulae asnecessidadesdosalunos. nesseaspectoqueos PCNmaispodemcolaborarnaformaodecidadoscrticoseconscientes.Nesteartigo,seroanalisadas algumaspropostasdos PCN deensinofundamentalparaterceiroequartociclos.Discussespoltico-pedaggicas parte,nose podenegarqueosParmetrostmseuvalore vm servindo, aomenos,paralevantarodebatearespeitodoensinodelnguaportuguesa.OSOBJETIVOSDEUMENSINOMAISPRODUTIVOSe comearmos aanalisaros PCN delnguaportuguesaparaoensinofundamental, veremosqueelesse dividememduaspartes:apresentaodareadelnguaportuguesa,emquese discutemquestessobreanaturezadalinguagem, oensinodessadisciplina(objetivosecontedo) e arelaotextooral-escrito /gramtica; eLnguaportuguesa noterceiroe noquartociclos,emqueaparecem osobjetivosecontedosespecficosdessafase, divididosemprticadeescutadetextosorais/leituradetextosescritos,prticadeproduodetextosoraiseescritoseprticadeanliselingstica.Tambmnesses PCN, naprimeiraparte, prope-se a interdisciplinaridade,paraqueoalunoconsidere alnguaemumaperspectivamaisampla, e arelaodadisciplinaaostemastransversaisquenorteiam os PCN (tica,pluralidadecultural,meioambiente,sade,orientaosexual,trabalhoeconsumo); e, nasegundaparte, constaminformaessobreprojetos,usodetecnologiaemsaladeaulaecritriosde avaliao.Essesaspectos,entretanto,nocomentaremos nesteartigo,porconsiderarmosqueelesse referemmaisaquestesgeraisdos PCNque`areaespecficadelnguaportuguesa.Naprimeiraparte, alnguaportuguesa apresentadacomoumareaemmudana, noquese refere aoensino,poistem sepassadodoexcessoderegrasetradicionalismotpicosdasescolasparaumquestionamentoderegrasecomportamentoslingsticos. Noquese costumachamarde ensinodescontextualizado demetalinguagem (p. 18), otexto usado (quandoo )comopretextopararetirarexemplosde bomuso dalngua, descontextualizados eforadarealidadedoaluno, mostrando uma teoriagramaticalinconsistente (id.).Japerspectivamaiscrticadeensinodelnguaapresenta aleiturae aproduodetextoscomoabaseparaaformaodoaluno, mostrandoquealnguanohomognea,masumsomatriode possibilidades condicionadaspelousoepelasituaodiscursiva.Assim, otextovistocomounidadedeensinoe adiversidadedegnerosdeveserprivilegiada naescola.Omotedessaperspectivadeensinodelnguamaisprodutivoaparece noprpriotextodos PCN: Todaeducaocomprometidacomoexercciodacidadaniaprecisacriarcondiesparaqueoalunopossadesenvolversuacompetnciadiscursiva (p. 23). ,portanto, napercepodassituaesdiscursivasqueoalunopoder seconstituircomocidadoeexercerseusdireitoscomousuriodalngua.ParaqueaidiadefendidanosPCN possaseraplicada, necessrioqueofocodoensinosaiadasregraspr-estabelecidasparasebasearnaanlisedetextos, visando `acompreensoeproduo. Anovidadedos PCN ainclusodetextosoraisnoensinodelngua. Dizemosnovidade,porquenocomumoslivrosdidticose osprofessoresenfatizarem aoralidadenasaladeaula. Marcuschi (1997)jalertavaparaisso, aoanalisardiversosmanuaisdidticosenoencontraremnenhumqualquerrefernciaatextosorais.Segundoos PCN, apluralidadedetextos,oraisouescritos,literriosouno,quefar oalunopercebercomoseestruturasualngua.OutroaspectoimportantenosPCN aimportnciadotrabalhocomtextosproduzidospelosprpriosalunos. Aschamadasredaes,geralmentetextossemobjetivose produzidosmeramentecomoavaliao, passariam asermaterialdeapoioparaosprofessores, umavezquepoderiamseranalisadas e usadasemsalaparamostraraosalunosqueelessoprodutoresdetextosequeagramticanoalgotoabstrato. Sugere-se,ento, a refaco dostextosdosalunoscomoexercciodeanliselingsticaeprticatextual.Assim, pode-sefazerumareflexosobrelnguaelinguageme, comparandotextosoraiseescritos, dosmaisdiversosgneros, oalunovai percebendo as variaeslingsticas.Comrelao`asegundaparte, dos PCN deensinofundamentalparaterceiroequartociclos, oquemaischamaaateno amaneiracomosoapresentadas asdiferentesprticasdetrabalhocomalinguagem,cujoobjetivodesenvolvernoalunoodomniodaexpressooraleescritasemsituaesdeusopblicodalinguagem, levandoemcontaasituaodeproduosocialematerialdotexto(lugarsocialdolocutoremrelaoao(s)destinatrio(s);destinatrio(s) eseulugarsocial;finalidadeouintenodoautor;tempoelugarmaterialdaproduoe dosuporte) eselecionar, apartirdisso, osgnerosadequadosparaaproduodotexto, operandosobreasdimensespragmtica,semnticaegramatical(p. 49).Dessaforma, aprticadeescutadetextosorais/leituradetextosescritos, aprticadeproduodetextosoraiseescritose aprticadeanliselingsticaformariamumtripemcimadoqualsustenta-se oensinodelnguaportuguesa, funcionandocomoumbloconaformaodosalunos. Oscontedospartem,portanto, detextos,sempre,conformejfoidito, valorizando e destacandodiferenasesemelhanas, fazendocomoalunodiscuta oquevlparaconseguirsesentirusuriodalnguae participante doprocessode aprendizagem.Emresumo, tem-se oprincpioUSOREFLEXOUSO(p. 65).Quanto`aprticadeanliselingstica, ressalta-se, notextodos PCN,queelanoumnovonomeparaoensinodegramtica,masumamaneiradeperceberfenmenoslingsticose relacion-los aostextos:Quandosetomaotextocomounidadedeensino,aindaquese considere adimensogramatical,nopossveladotarumacaracterizaopreestabelecida. Ostextossubmetem-se `as regularidadeslingsticasdosgnerosemquese organizam e `as especificidades desuascondiesdeproduo:issoapontaparaanecessidadede priorizao dealgunscontedosenodeoutros(p. 78-79).NOVASIDIAS,VELHOSPROBLEMAS?Uma dascrticasquesofeitasaos PCN refere-se `anecessidadedeprofessoresatualizadosparaqueaspropostassejam aplicadasemsaladeaula.NoscursosdeLetras,nemsemprese discute oque sugeridonosParmetrose,porvezes, asLicenciaturasabordammaisquestespedaggicasquelingsticas.Assim, o formandoemLetrasporvezesnoconseguerelacionarosconhecimentostericosreferentes`aLingsticae `aLnguaPortuguesa aoquedeveserensinadoemsaladeaula, e oresultadojse conhece: repetem-se velhas e desgastadasfrmulas.Quandoosprofessoressoprofissionaisformados hmaistempo,ouprovenientes defaculdadesdequalidadequestionvel, percebe-sequemesmoosconhecimentostericosesto defasados.Muitosprofessoressequertiveramauladelingsticanafaculdadeeoutrosnuncaouviramfalaremconceitoscomocoeso,coerncia, textualidade,inferncia,operadoresargumentativos somenteparacitaralgunstermospresentesnosPCN.Nose pode,portanto,esperarqueesseprofissionalconsigaaplicartudoqueestnosParmetros,emboraalgunsfaam verdadeirosmilagres, adespeitodesuaformaoprecria.Uma dassoluesparaaomenosdiminuiradefasagemdosprofessoresseria oinvestimento,porpartedosgovernosmunicipal, estadual efederal,emcursosde atualizao, oquenovem acontecendocomafreqnciae aorganizaonecessrias. Eassimoprofessor,quesvezessequerconhece os PCN (porquesuaescolanoos recebeuoualgumos escondeu...), continua lecionando dandonfasearegrasdescontextualizadas esemtrabalharefetivamentecomtextos.Outracrticamuitocomumaos PCN apia-seemjustificativassemprepresentesparaafaltade mudanas noensino:excessodetrabalhodoprofessor,turmascheias,alunosdesinteressados,salriosbaixos.Essesmotivos,segundoalguns, seriamresponsveispelanoaplicaodasidiasdos PCN,queestariam foradarealidadebrasileira.Entretanto,mesmoemalgumasescolasnasquaisasturmassomenores, aclientelatemcondiesfinanceirase osalriocompatvel, oensino tradicional. Oproblemaparece,portanto,noestarapenasnascondiesdetrabalho.Essas duascrticas,comose percebe,nose referem especificamente aos PCN,masaaspectosexternosqueprejudicam fato oensinoe,conseqentemente, atrapalham as mudanasqueseriam necessrias.Aindaquenoseconsigacolocaremprticatudooquesugerem os PCN, muitassugestessopossveise necessrias,poisoensinodelnguaportuguesa vem se pautando numasucessodeequvocosquenopodemmaiscontinuar. Dionsio eBezerra(2002) apresentam umasriedetemaspresentesemlivrosdidticose ensinadospelosprofessoresquecarecem defundamentaotericacoerenteesistemtica. Dapontuao`aleituraeproduodetextos, passandopelamorfossintaxe, osartigosorganizados pelas autoras mostramquantosproblemasadvm dafaltadeorganizaodecontedos(cf. Perini, 2000) e dametodologiainadequada. Os PCNsozinhosnoconseguemresolverisso,masindicamalgunscaminhos.ALGUMASSUGESTESDEATIVIDADESAlgunsdosexemplosaseguirjforam publicadosemtesesoulivrosquediscutem, hdcadas, oensinodelnguaportuguesa. Optamosporilustrarasidiasdos PCNcomalgumaspropostasdeexercciosquelhessoanterioresparamostrarcomohsugestesdosParmetrosquenosonovas. Observe-seque,apesardesimples, osexercciosnoabordammetalinguagemeseusobjetivospautam-se napercepodofuncionamentodalngua.Oprimeiroblocodeexerccios(Souza, 1984) apresentatrsatividadesnasquaisoalunoprecisarperceberoseloscoesivos dotexto, anecessidadederepetir/omitirelementos, ousodapontuaoe apossvelmudana/manutenodesentido.Comisso, trabalha-se aleiturae aproduodetextos(aindaquepequenos) e mostra-se aoalunoquealteraes podem e devemserfeitasquandose est elaborandoumenunciado, deacordocomosefeitosdesentidoquese pretende. Noexerccio(2)tambmpossvelmostraras alteraesquefazemos dependendo docontexto,poispodemospensaremenunciadostpicosdaoralidade,comoNo,elenopodefazerotrabalho,no.1) Reduza ogrupodeoraesabaixonumsperodo:a - Juca jovem. Juca est fazendoPs-graduao. Juca leciona naFaculdadePazeAmor. Juca estudou na Alemanha. Juca professor.b - Omeninoesperto. Omeninoestavanervoso. Omeninoviu oassassinato. Omeninofoi polcia. Omeninorelatou oqueviu.2) Introduza apartculanegativanafraseELEPODEFAZEROTRABALHO,emtodas asposiesqueimportemdiferenadesentido:3) Elimine arepetiodos "qus" encontradanosperodosabaixo:a - Atestemunhaafirmaquenopercebeuqueavtimaqueestavacadanochoestavamorta.b -Soestesosestudosquefizdepoisqueterminei ocurso.Nosegundoblocodeexerccios(BASTOS& MATTOS, 1986), enfatiza-se a morfossintaxe,maisespecificamenteregnciaeconcordncia. Oobjetivofazercomqueosalunosidentifiquem asrelaessintticasentreostermose asimplicaessemnticasdecorrentes dessasrelaes.Porexemplo, noprimeiroexerccio, aousarapenasoverborelacionarnaresposta, oalunodeverperceberqueprecisaralterarafrase(d)paraRelacionemoscompletamentetodososfuncionriosdestesetor , mantendo aflexoverbale transformando oadjetivoemadvrbioousubstituindo-oporumpronome.1) Reescreva osperodosabaixo, usandocorretamenteoverborelacionar, detalformaqueesteseja onicoverbodanovaorao:a- Fizeram arelaoentreumtpicoeoutro.b- Fiz alistados contribuintes marcando arespectivasituaodecadaum.c- Estaquestotemsemelhanacomaoutra.d- Faamos umalistacompletadosfuncionriosdestesetor.e-Istotem avercomoseutrabalho?2) Indique aquetermose referecadaformaadjetiva:Damesmaforma, nonossoexerccio[1]aseguir(apudTravaglia, 2003:224-5), aidiafazercomqueoalunoperceba asrelaesdeconcordncianominaleverbale as alteraes necessrias aosubstituirclorofilaporclorofilaeinhame.De unstemposparac, noentanto, osnaturebascomearam adivulgarqueaclorofilacapazdeoperarverdadeiromilagretambmnoscorpinhosquenotmcaule,folhaefrutos.Elalimparia acorrentesangnea, fortaleceria osistemaimunolgico, revitalizaria ocrebro, diminuiria adepresso, retardaria o envelhecimento, evitaria aressacae pasme atajudaria notratamentodedoenascomoocncere aAIDS.(Veja,10 04 2002, p. 73).Notextoacima, substitua clorofilaporclorofilaeinhame e reescreva otextofazendo asadaptaesnecessriasemoutroselementosdotexto.REFERNCIASBIBLIOGRFICASBASTOS, Lcia K. & MATTOS, Ma.Augusta.Aproduoescritae agramtica.SoPaulo: MartinsFontes, 1986.DIONSIO, ngela &BEZERRA, Ma. Auxiliadora (org.).Olivrodidticodeportugus:mltiplosolhares.2 ed.RiodeJaneiro:Lucerna, 2002.