Fabiano de Cristo - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e ... · Órgão divulgador do Núcleo de...

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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 97 - Novembro/2009 Distribuição Gratuita Segunda e última parte Felicidade Dia de Finados O Suicídio e a Loucura Livros: Caridade; Tempo e Nós Por que os Irmãos são Diferentes? O Lobo Mau Reencarnado A Horta Educativa Destaques desta edição: Fabiano de Cristo

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 97 - Novembro/2009Distribuição Gratuita

Segunda e última parte

FelicidadeDia de FinadosO Suicídio e a LoucuraLivros: Caridade; Tempo e Nós

Por que os Irmãos são Diferentes?O Lobo Mau Reencarnado

A Horta Educativa

Destaques desta edição:

Fabiano de Cristo

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Quanto mais estudamos o Evangelho, mais concluímos o quanto precisamos estudar esta obra de Kardec para que ela nos auxilie em nossa melhoria no campo moral.

Entretanto, notamos que o Evangelho vem sendo trocado por outras obras, até mesmo de conteúdo doutrinário discutível, nos estudos em agrupamentos espíritas.

Temos notícias de agrupamentos que utilizam obras ditas espíritas, em seus estudos públicos, mas que não são fiéis a Kardec. Qual é a responsabilidade do dirigente deste agrupamento, perante a Espiritualidade, divulgando o que não é Luz?

Vemos muito também dirigentes espíritas que fogem do estudo do Evangelho, por se acreditarem já sabedores dos ensinamentos lá constantes.

Que equívoco!Por mais que estudássemos uma vida inteira o Evangelho, desencarnaríamos sem

termos aprendido, praticamente, nada do que ele contém, em razão de nosso orgulho e egoísmo, que dificultam o nosso entendimento e a exemplificação do que é realmente elevado.

Muitos dizem que têm 40, 50 ou 60 anos de Espiritismo. Será que teremos que fundar um sistema previdenciário espírita para acolher estas pessoas que têm todo este tempo, e, aí, aposentá-las? Por que falar em anos de Espiritismo, como se fosse uma prova da condição espiritual, quando sabemos que este tempo é exíguo em nossa evolução e basta olharmos para o nosso interior e vermos o quanto ainda precisamos melhorar?

Muitas vezes acreditamos que apenas conhecendo o texto evangélico já estamos de posse do ensinamento em nosso interior, o que somente ocorre quando o estivermos exemplificando. Isso demanda muito exercício de amor ao próximo, no que somos extremamente deficientes em sua execução.

Vemos muitos dirigentes espíritas que acabam escolhendo a dedo as lições que serão estudadas, evitando algumas lições do Evangelho, por eles consideradas polêmicas.

Quando é que o nosso Mestre Jesus iria nos trazer lições polêmicas? Será que são polêmicas, ou, na verdade, ferem os nossos interesses inferiores e não estamos com disposição de estudar para entender o que realmente a Espiritualidade quer nos transmitir?

É aí que chegamos à conclusão de que cada vez menos se estuda no meio espírita, pelo menos, as obras sérias, aquelas que vêm realmente complementar a base de Kardec: as psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Waldo Vieira e os livros de Caírbar Schutel, Camille Flammarion, Eurípedes Barsanulfo, Yvonne A. Pereira, Bezerra de Menezes, Ernesto Bozzano etc.

Após o desencarne do nosso Chico em 2002, ainda vemos suas obras serem cada vez mais abandonadas por quem deveria divulgá-las, assim como por todos nós que deveríamos fazê-lo. Essas obras são o que de maior nível espiritual temos, depois das de Kardec.

Mas a responsabilidade de incentivar estes estudos é dos agrupamentos espíritas (leia-se: dirigentes espíritas) que, inserindo-os em suas casas espíritas, estariam melhorando o nível de todos os que as frequentarem.

Muitos diriam que estes estudos sérios fazem com que a casa fique com poucas pessoas em suas reuniões. Mas será que estamos com a tarefa da casa espírita para fazer proselitismo ou divulgar a Doutrina do Cristo, de modo honesto?

Como a maioria das casas se preocupa com a quantidade e não a qualidade, é que temos visto muitas casas senão fechando, mas passando por muitas dificuldades de toda ordem, principalmente com o relacionamento dos trabalhadores entre si. Onde não existe seriedade nos estudos, piora a faixa espiritual em que a casa está mergulhada.

Há muitas homenagens a Chico Xavier, principalmente neste ano e haverá outras no próximo, quando se completarem 100 anos de seu nascimento, mas, na prática, o que estamos fazendo para divulgar TODAS as 450 obras dele? Participar de eventos e viagens para homenageá-lo é uma diversão! O que a Espiritualidade quer que façamos é que estudemos TODAS essas obras, e que as exemplifiquemos e as divulguemos. Isto sim é que podemos chamar de homenagem, na qual estaremos dando o devido valor a uma vida inteira do nosso Chico, que deixou todo este legado de elevada importância para os milênios vindouros.

O resto é passeio, turismo e festa, e isto não é Espiritismo!Equipe Seareiro

EditorialÍNDIC

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Publicação MensalDoutrinária-espírita

Ano 10 - nº 97 - Novembro/2009Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da Doutrina Espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua das Turmalinas, 56 / 58

Jardim DoniniDiadema - SP - Brasil

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Cladi de Oliveira SilvaEduardo Pereira

Fátima Maria GambaroniGeni Maria da SilvaIago Santos Muraro

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de AraújoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda NovickasWilson Adolpho

Revisão gramaticalA. M. G.

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433Diagramação e Arte

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Imagem da CapaLivro “Fabiano de Cristo,

O Peregrino da Caridade” - Roque Jacintho - Editora Luz no Lar

ImpressãoVan Moorsel, Andrade & Cia Ltda

Rua Souza Caldas, 343 - BrásSão Paulo - SP

CNPJ: 61.089.868/0001-02Tel.: (11) 2764-5700

Tiragem12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

editorial

Grandes Pioneiros: Fabiano de Cristo - Segunda e última parte - Pág. 3

Kardec em Estudo: O Suicídio e a Loucura - Pág. 11

Clube do Livro: Caridade - Pág. 12Canal Aberto: Saudade e Dor - Pág. 12Livro em Foco: Tempo e Nós - Pág. 14Cantinho do Verso em Prosa: Felicidade -

Pág. 14Tema Livre: Dia de Finados - Pág. 15

Aconteceu: Semana Fabiano de Cristo - Pág. 15

Família: Por que os Irmãos são Diferentes? - Pág. 16

Pegadas de Chico Xavier: A Horta Educativa - Pág. 17

Mensagem: Fabiano, Nosso Mestre e Mentor Espiritual - Pág. 17

Contos: O Lobo Mau Reencarnado - Pág. 18Calendário: Novembro - Pág. 19

3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Fabiano de CristoApós recolhido em sua cela, João meditava. Trazendo

ainda as bem-aventuranças em sua mente, de olhos aber-tos, olhando para o teto, ele teve a impressão de que uma densa fumaça esverdeada o cobria. Fixando mais o local, pareceu-lhe que um buraco se abria e dava passagem para vários vultos, que flutuavam em sua direção. Em meio a eles, começara a compor, através de luzes coloridas, uma fi-gura tão querida ao seu coração. Os vultos se posicionaram ao redor de João que se ajoelhara. E o vulto de Francisco de Assis à sua frente, levantando as mãos, numa atitude de bênçãos, falou-lhe:

— Filho, há tempos remotos, Jesus o incumbiu para uma grande missão, entre os primeiros habitantes desta terra es-colhida por Ele para ser a Pátria do Evangelho. Jesus o reu-niu ao padre Manoel da Nóbrega e a dedicação de ambos ajudou na espiritualização desses primeiros povos. Você, João, orava ao coração de Maria de Nazaré, a Mãe San-tíssima e escrevia versos na areia para firmar sua fé. E Ela o amparava. Hoje, você veio para dar continuidade à obra começada. Muitos daqueles que gravavam as lições recebidas vol-taram à Terra, através da reencarnação, para que você os auxilie a conquis-tar outros valores. Você acertou em, deliberada-mente, doar os bens ma-teriais por crer nos bens espirituais e pela nobre-za dos seus sentimentos. Que a sua humildade seja em orientar os corações aflitos, aqueles que procu-ram esse convento, como forma de refúgio e conso-lo. Mas, você irá agora, em nossa “Caravana Espiritual”, para ter a confirmação da sua missão na Terra. João viu, nitidamente, seu corpo sendo deixado na cama de sua pequena cela e seu espírito, des-prendido, sendo levado pelas mãos de Francisco de Assis.

O caminho era de luzes e, para João, o trajeto fora feito rapidamente. Logo adentraram em uma ampla sala e, no meio, ele conseguiu ver uma mesa redonda, cercada de fi-guras luminosas.

A chegada de Francisco de Assis e da caravana foi de muito respeito. Francisco rumou em direção a uma entidade na qual João pôde perceber um semblante iluminado e belo. Francisco, dirigindo-se a todos, disse:

— Irmãos em Cristo! Estamos diante daquele que, na Terra, é chamado de Anjo Ismael, que representa o Mestre, pelas missões a ele confiadas por Jesus.

Todos o envolveram com pensamentos harmoniosos de paz. Ismael correspondeu com vibrações que se tornaram mais intensas.

Ismael pediu a João que ficasse no meio, entre ele e Francisco de Assis. João, dominado pela emoção, procura-va o controle de suas forças. Seus pensamentos se contur-bavam. Seria real tudo aquilo? Como uma pessoa tão rústi-ca quanto ele, sem instruções superiores, poderia estar em presenças tão elevadas?

Ismael, ouvindo os pensamentos de João, respondeu-lhe:— Meu filho, dizia Jesus à multidão e está em seu Evan-

gelho: “Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus” (Lucas, 12:21).

Ismael continuou:— Você conseguiu fazer brilhar o ouro de seus pensa-

mentos, revertendo-os em sentimentos. Portanto, você vai saber transportar a riqueza obtida pelos seus próprios esfor-ços aos corações sofridos, por não terem ainda entendido o “Amor” que o Cristo testemunhou na Terra.

Se as lições das bem-aventuranças o impressionaram, destine a cada ser humano o que elas representam, com seus exemplos.

E Ismael deu a reunião por encerrada, com a pre-ce ditada pelos lábios de Francisco de Assis. João envolvido por tudo o que vira e ouvira, volta lenta-mente a rever seu corpo, retornando para a realida-de terrena.

Ele conseguiu abrir os olhos e escutar fortes batidas na porta da cela. Levantando-se, meio ator-doado, abrindo o ferrolho da porta, viu que um dos irmãos leigos estava as-sustado e perguntou-lhe:

— Que aconteceu, alguém está passando mal?O irmão leigo respondeu:— Isto é o que eu pergunto, pois o frei Boaventura, preo-

cupado, pediu-me para avisá-lo com urgência, caso o irmão João não abrisse a porta. Já se passaram três dias a que o frei Provincial permite que os irmãos novatos possam fazer suas reflexões, mas esse prazo já está vencido e como o ir-mão leigo não saísse da cela, o frei Boaventura preocupou-se... pensamos que não quisesse mais ficar...

João ouvia o religioso falar sem parar. Por fim, conseguiu perguntar:

— Mas já se passaram três dias? Eu, praticamente, não fui informado sobre esta regra. Mas, creia-me, estou assom-brado por estar na cela há mais de três dias! Francamente, não me dei conta... mas vou imediatamente pedir perdão ao Provincial Boaventura.

Ambos saíram e a cela de João permaneceu perfumada pelas bênçãos do Alto.

Segunda e última parte

Reprodução fotográfica da tela de Benedito Calixto, de 1901, catalogada como Poema à Virgem Maria. Retrata José de Anchieta escrevendo com

seu bordão, na praia de Iperoig (atual Ubatuba - SP), versos de um grande poema em latim clássico, homenageando a Virgem Maria.

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O frei Boaventura se encontrava em seu escritório, acer-tando as reparações que precisavam ser feitas no convento. Assim que João bateu à porta, pediu-lhe que entrasse e o recebeu alegremente.

— E então... sua meditação foi um tanto longa... pensa-mos que havia-se arrependido e estava sem coragem de pedir a saída. Apenas, achei estranho não abrir a porta de sua cela nem para pegar a comida, mas, assim mesmo, jul-guei ser por jejum, querendo testar-se. Porém a quase qua-tro dias sem comer...

João achou por bem não relatar o que se passava. Afinal, ele mesmo ainda estava atônito. E se fosse um sonho? Não contando o sucedido e, meio constrangido, pediu ao frei que perdoasse a sua falta de respeito, mas achou melhor aceitar o que pensava o frei, dizendo-lhe:

— Talvez eu quisesse, mesmo, testar o meu propósito em ser um servo de Jesus, tentando me sobrepor à gula. Mais uma vez, perdão.

O frei Provincial achou graça na simplicidade de João e falou:

— Vai, meu filho, tenho certeza de que não me enganei a seu respeito. Você vai ser um bom servo de Jesus.

Frei Boaventura chamou por um dos irmãos noviços e pediu-lhe para que desse a João a batina de noviço, até que ele fosse aceito como frei leigo da Ordem Franciscana. Isso causa profunda alegria a João. Uma veste simples de franciscano, com um cordão na cintura.

O noviço João se salientava entre os outros. Todos ad-miravam a facilidade com que ele exercia a catequese para as crianças que vinham, aos domingos, com muitas dificul-dades, pelas matas e morros. Mas João as incentivava. Era preciso que aquelas poucas criaturinhas que ali viviam, em meio a tanta pobreza que tão bem ele conhecia, aprendes-sem a amar a Deus. E o pouco que podia ensinar às crianças a ler e a escrever, João o fazia com o maior contentamento cristão. Enfim, o noviço João era a mais preciosa criatura aceita no convento. Os irmãos leigos temiam muito pelas suas vidas, porque o convento se situava em local úmido e muita mata. A região era fértil em cobras. E era comum elas adentrarem pelo interior, escondendo-se, por vezes, nos ni-chos dos altares, no telhado, entre o madeiramento. Vinham à caça de ratos e de outros bichos e João, como tropei-ro que fora durante o período de garimpeiro e acostumado desde pequeno com os perigos da mata, conhecia bem as cobras. Sabia as que eram venenosas e as não-venenosas. Quando elas apareciam, os noviços buscavam João que sa-bia espantá-las sem causar dano às vidas daquelas que ele dizia serem vizinhas. Parecia que João falava a mesma lín-

gua “dessas vizinhas”, pois elas se afastavam rapidamente, rastejando para fora, para seus habitats.

As experiências do noviço João foram-se acentuando cada vez mais, com a vida no convento, e ele havia apren-dido com os índios como tratar os doentes, sem médicos ou remédios tradicionais, usando as plantas, conforme a sabedoria dos índios mais velhos. João aprendera a fazer remédios caseiros, pomadas, xaropes, unguentos para do-res e até calmantes para os que sofriam de insônias no ga-rimpo. Como o convento era o único lugar onde os morado-res dos arredores podiam se socorrer, quando doentes, era para lá que iam, em busca da enfermaria, que atendia aos sacerdotes e os noviços da moradia. João percebera que os remédios eram poucos. Muitas vezes, era preciso fazer padiolas para levar doentes graves ao “Centro de Saúde”, uma improvisação de hospital, para socorro na cidade de Angra dos Reis.

Procurando, mais uma vez, o frei Boaventura, João lhe explicou o seu conhecimento com as plantas e dizia que ficaria feliz se pudesse trabalhar também na enfermaria. Pe-dido aceito, pois o frei achou que seria a solução para todos, de dentro ou de fora do convento, porque a doença aparece a qualquer hora, sem distinção.

A fama do leigo frei do convento de São Bernardino co-meçou a se espalhar, pelas vilas e povoados da região de Angra dos Reis e até do Rio de Janeiro. Diziam que, por muitas vezes, as pessoas que vinham de longe, ao alcança-rem as portas do convento e pedirem um copo de água, se esta viesse pelas mãos do Irmão João, de imediato, o can-saço e as doenças sumiam, sem precisarem de remédios.

Quase no final do ano de 1705, o velho porteiro do con-vento adoeceu. O frei Provincial Boaventura chamou pelo noviço João e perguntou-lhe se ele gostaria de aumentar suas tarefas, ficando com o atendimento também da por-taria do convento. João entusiasmou-se e, em sinal de agradecimento, beijou a mão do frei Provincial, dizendo que seria o ponto principal que seu coração queria, pois teria a oportunidade de conversar com todos os que ali chegas-sem. Frei Boaventura não entendeu muito bem o gesto de João, mas alegrou-se por ver mais um problema resolvido. O fato era que, desde a entrada de João no convento de São Bernardino de Sena, o ambiente mudara. A alegria era geral, os cânticos gregorianos tinham mais sentimento, as cobras desapareceram e até a enfermaria que tinha um am-biente sombrio e cheirando a mofo, agora cheirava a rosas. Rosas que João plantara ao redor do convento, que distribu-íam aromas diversos e atraiam os pássaros que cantavam alegremente.

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”DIA2ª

Domingo

LIVROS ESTUDADOSO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Kardec; Os Mensageiros – André Luiz*O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan KardecSabedoria de Paulo de Tarso – Roque Jacintho & J.Manahen; Cartas e Crônicas – Irmão X*; Das Leis Morais – Roque JacinthoTerapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan KardecO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – André Luiz*; Vida Futura – Roque JacinthoO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas3ª e 6ª, às 15 horas

Domingo, às 10 horasEvangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas

Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h453ª e 6ª, às 14h45

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345 *Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

Convento de Santo Antônio - Rio de Janeiro. O convento é o grande edifício da esquerda, com um campanário.

5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Findo o ano de 1705, João Barbosa recebeu ordens dos superiores para deixar o convento São Bernardino de Sena e transferir-se para o convento de Santo Antonio, no Rio de Janeiro, cidade de São Sebastião. João sensibilizou-se, seu coração batia acelerado. Sua saída daquele local não seria fácil. Para ele, era como se novamente deixasse a família e esse convento fora um marco em sua vida, a passagem da vida externa para o encontro com Jesus. Preparava-se para a viagem. À noite em sua cela, iluminada por um pequeno lampião, ele olhava, já com saudades, as paredes altas e úmidas do lugar em que viu Francisco de Assis. Chorou, em preces de agradecimento a Deus pelas experiências obti-das.

Na hora do almoço, após a prece, João agradeceu a es-tadia tão querida ao seu coração e por ter convivido e sido aceito naquele lar cristão. Todos os noviços, inclusive o frei Boaventura, estavam tristes. O silencio fazia parte da emo-ção, até os doentes da enfermaria se esforçavam para vir abraçar o tão querido “médico das almas”.

Após o almoço, que ficara intacto por não sentirem fome, mas já com saudades daquele valoroso trabalhador, alguns noviços pediram licença ao frei Provincial, para acompanhar João até o embarcadouro.

De dentro da pequena embarcação, braços se levanta-vam e se misturavam com os acenos dos amigos que fica-vam. João soluçava.

Ao chegar ao convento de Santo Antonio, João foi rece-bido entusiasticamente pelos freis Amadeu e Rogério, que ele tivera a satisfação de conhecer no convento de Angra, também em sua chegada àquele local. Abraçaram-se. Para João, aqueles dois freis eram seus conhecidos de longa data. Mas era, mesmo, pois ambos haviam participado com o padre José de Anchieta na catequização dos índios. Dava-se o reencontro e a continuação da tarefa de despertar as criaturas para Deus.

Levado a acomodar-se em sua nova cela, João agrade-ceu e dizia que logo à tarde teria o encontro com o Provin-cial desse convento. Os freis Amadeu e Rogério, reiterando a alegria que sentiam pelo reencontro, se despediram para que João descansasse um pouco, antes do almoço.

Frei João, era como o chamavam os religiosos do con-vento de Santo Antonio, foi levado à presença do superior. Feitas as apresentações ao Provincial, que era conhecido como o “Guardião Superior”, este apertou-lhe a mão e foi-lhe comunicado que continuaria a ser o porteiro do conven-to, pois fora informado, pelo frei Boaventura, que angariara muita simpatia do povo. Continuando sua exposição a João, o guardião lhe dizia que o convento de Santo Antonio ti-nha um movimento muito grande, pois estava localizado no centro da cidade, no “Largo da Carioca”, onde centenas de devotos por ali passavam, em busca de consolo para seus problemas.

Dizia, ainda, o guardião:— Sei que realizou sua função de porteiro, com palavras

caridosas e enxugou muitas lágrimas. Dizem até que suas mãos são milagrosas. O seu trabalho na enfermaria do con-vento de Angra o tornou conhecido como o “Peregrino da Caridade”. Pois bem, aqui também você continuará a tra-balhar na enfermaria. Esta é bem maior que a do convento São Bernardino de Sena. Temos mais recursos, mas você poderá continuar a usar suas ervas medicinais, temos mui-tas plantas cultivadas no quintal do convento.

Portanto seja bem-vindo em seu novo lar. Peço apenas que use o hábito marrom e o cordão com a cruz do Cristo, que é da Ordem Franciscana e gostaria que escolhesse ou-tro nome porque, aqui, você será chamado de frei, não mais de noviço. Sua folha de serviço ao Senhor é preenchida pelo muito amor que você traz em seu olhar. Poderia dizer, sem ousadia alguma, que se parece com o olhar de Jesus. Sinto em meu interior as novas energias que você trouxe a

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esta sala, desde que aqui adentrou. Levantou-se o guardião e, abraçando João, que ficara mudo, perguntou-lhe:

— E, então, já tem o nome escolhido?Saindo de seu mutismo, João falou, meio tímido e gague-

jando:— Sempre gostei do nome Cristo... embora não mere-

cendo, gostaria de ser, daqui para a frente, já que o senhor outorgou-me essa escolha, de ser: Fabiano de Cristo!

— Pois bem, meu filho, todos irão chamá-lo, daqui em diante, de Frei Fabiano de Cristo, o enfermeiro da caridade. Ambos riram. O noviço, agora frei, integrou-se ao trabalho do convento.

Fabiano de Cristo trabalhava intensamente e, como por-teiro, ouvia e orientava a todos que o procuravam. Muitas vezes, ele se via atacado por escravos fujões, criminosos, zombeteiros que, com espíritos perturbados e médiuns que se deixavam levar pelas mesmas faixas espirituais, não conseguiam entender porque Fabiano continuava sempre sereno e sem revides.

Em seus lábios havia o sorriso que era espontâneo. Pre-ces envolviam os oprimidos. Na enfermaria, a água fluidi-ficada pelo seu amor e fé em Maria de Nazareth curava e colocava em pé os mais indiferentes que ali aportavam, afo-ra os próprios sacerdotes e noviços do convento que muito o respeitavam. Para melhor atender os doentes da enfer-maria, Fabiano pediu ao Provincial que o deixasse dormir ali mesmo, pois ficaria mais fácil medicar os doentes mais graves.

O Provincial não teve como negar. Foi providenciado um catre que pouco Fabiano ocupava. Sua preferência era em ficar ao lado dos doentes.

A primeira metade do século XVIII seguia, em grande turbulência, com a Guerra dos Emboabas. Os portugueses, assim chamados, entravam em constantes conflitos com

os índios e com todos os descobridores de minas porque, como cidadãos do Reino, achavam ter todo o direito de ex-plorar as minas brasileiras. E os paulistas também assim achavam, porque estavam no Brasil.

Essas lutas se arrastaram até 1709 e foram rompidas pela criação de uma nova capitania, que reuniu São Paulo e Minas do Ouro, que passaram a pertencer à Coroa por-tuguesa. Tempos depois, com os embaraçosos problemas criados pela política entre Portugal e a França, veio o Brasil, a ser atingido por esses distúrbios. O capitão Carlos Du-clerc, que tinha profundos interesses pela nação brasileira, aproveitou a ocasião e, com um pequeno grupo de solda-dos, desembarcou na Guanabara, atacando a cidade do Rio de Janeiro.

Temendo uma invasão, o Superior do convento de Santo Antonio enviou ao governador o bastão de Santo Antonio, um varão glorificado pela Igreja católica, simbolizando o po-der do santo. Com isso, o local seria preservado, recebendo apenas os combatentes feridos. Porém, o governador achou melhor pedir ao Superior que, para mais garantia, seria pru-dente colocar a imagem de Santo Antonio num lugar visível, no pórtico do convento. Aceitando o parecer do governador, assim procedeu o Frei Superior. Por esses acontecimentos, frei Fabiano de Cristo, teve seu trabalho redobrado na enfer-maria porque, perdendo essa primeira batalha, os franceses voltaram no ano seguinte mais preparados. E foram muitos os feridos que receberam os cuidados de Frei Fabiano.

De Minas Gerais vieram reforços, comandados pelo Ge-neral Antonio de Albuquerque Coelho que ficou hospedado, com a tropa, no convento de Santo Antonio.

A vida no convento ficou alterada. O movimento político e religioso dava indícios calamitosos entre os sacerdotes e os superiores, originados pelos privilégios e distinções de nacionalidades entre portugueses e brasileiros. Diante da crise estabelecida na Ordem Franciscana, que chegara aos

7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

ouvidos do papa, este, de Roma, escreveu uma ordem: de ora em diante, os superiores e sacerdotes deveriam dirigir o convento de Santo Antonio, alternando-se as nacionalida-des entre portugueses e brasileiros.

Frei Fabiano de Cristo ficara muito preocupado. A cada momento, mais conflitos. A população de todos os arredores corria dos combates sanguinolentos que surgiam. Os fran-ceses já ocupavam os morros da Providência, a pedreira de São Diogo, o morro da Saúde e do Livramento. Os reforços, vindos de Parati, não davam conta do caos que se estabele-cera na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

As doenças se alastravam. A falta de higiene colaborava para que muitos morressem à míngua. Os que conseguiam chegar ao convento eram recolhidos por frei Fabiano que orava e distribuía água fluidificada, ajudado por Francisco de Assis. A enfermaria tornou-se pequena demais. Os feri-dos nos combates eram colocados nos corredores, em ma-cas improvisadas pelas mãos do frei Fabiano que, a muitos, ele conseguia curar os ferimentos, com suas mãos abenço-adas, sanando as chagas.

Anos de guerras, de tristes episódios, se sucederam em terras brasileiras até chegarem ao início da colonização, quando o Brasil teve heróis e vilões. Mas as lutas contra invasores, brancos, negros, índios, mestiços despertaram, por fim, um sentimento de emancipação regional. Com um amontoado de capitanias, que foram-se formando, o Bra-sil partia para a sua real nacionalidade. Embora ainda com muitos levantes, a semente da independência começava a germinar. Fabiano não estava ausente. Seu espírito, guiado por Jesus, a tudo via e, silenciosamente, orientava os su-periores, brasileiros ou portugueses, para como deveriam agir a fim de trazer novamente a paz ao Brasil. Dizia a eles que Jesus conhecia bem os homens da Humanidade. Era preciso que cada um tomasse ciência de que a violência nada cooperava com a paz. Os homens aprenderiam a se relacionar quando soubessem que só o Amor traz a união entre os povos. E o Brasil se tornaria nessa Pátria de Amor.

Com isso, e com seu imenso trabalho de doação, frei Fabiano conseguiu trazer de volta o equilíbrio ao convento de Santo Antonio, onde passou a ser chamado de “Pai dos Pobres”.

A vida prosseguia, ora com grandes apreensões, ora com calmarias. Os anos árduos de trabalho estavam deixando o físico de frei Fabiano desgastado. Por volta de 1716, apare-ceu-lhe no joelho esquerdo um calo, que fora detectado pelo fato do frei Fabiano orar constantemente ajoelhado. Mas antes, já havia surgido uma vermelhidão nas pernas, dada pelo médico como uma erisipela. Suas pernas estavam sempre inchadas e essa vermelhidão se alastrava. Havia épocas em que as dores eram terríveis, porém Fabiano não reclamava. Com algum tempo depois, começaram a abrir-se feridas e frieiras dolorosíssimas apareceram. Febres cons-tantes e ínguas na região da virilha. Ele mal podia andar. Na perna direita, outra ferida da qual começou a escorrer pus continuamente. Ele enfaixava as pernas, receoso de causar mal-estar aos outros, pelo cheiro que exalava. Nem suas ervas e os remédios dados pelo médico ofereciam melhora. Para ver se freava a situação do calo, o médico lancetou-o a ferro quente, provocando uma dor terrível, mas a infecção estava difícil de ser debelada. Mas ele não parava de tratar os doentes e nem deixava de atender aos que batiam à por-ta do convento. Sua preocupação era a de trocar os panos que envolviam suas pernas, para não causar náuseas às pessoas que, para Fabiano, tinham dores maiores que as suas.

A resistência de frei Fabiano impressionava, cada vez mais, os freis do convento. Perguntavam a ele onde estaria a receita dessa energia... e ele respondia, com humildade:

— Em Jesus.O que impressionava, porém, todas as pessoas que pro-

curavam por Fabiano, para receber suas orientações e to-mar a água fluidificada, que se conservava numa moringa ao seu lado sobre uma pequena mesa, era o perfume de rosas que se espalhava por todos os lugares do convento, inclusive na água fluidificada.

Era o plano Espiritual agindo sobre aquele coração, que temia importunar os doentes com as feridas de suas pernas.

Isso deixava o médico, que tratava de suas chagas, curio-so. Certa manhã, ao chegar, viu, como sempre, frei Fabiano se arrastando e, com muita dificuldade, distribuindo bên-çãos e a famosa água aos doentes da enfermaria. Como, em todas as manhãs, o perfume de rosas invadia todas as dependências do convento.

O médico esperou frei Fabiano terminar e ir para seu leito como fazia, diariamente, para os curativos. Ao notar a pre-sença do médico, Fabiano, alegremente, o cumprimentou e dirigiu-se para sua cama. Pediu-lhe desculpas por não ser mais rápido, mas foi interrompido pelo clínico que o abor-dou:

— Fabiano, acostumei-me com sua dedicação e bondade para com os doentes, mas não consigo entender o seu ego-ísmo em não confiar o segredo que faz com essa água. Há alguma química, que só você sabe manipular, para levantar doentes, quase em período de morte. Ninguém me contou; eu vi com meus próprios olhos. Todos sabem o que acon-teceu com o governador Gomes Freire de Andrade, à beira da morte, com os recursos médicos sem resposta, quando você, levando essa moringa com “sei lá o quê”, dá-lhe de beber e o governador restabelece suas energias e recupera a saúde... Afinal, o que você coloca nessa água, frei? Conte-me... senão o segredo morrerá consigo... Fabiano olhando para o médico e para os doentes que acompanhavam as palavras do clínico, constrangido e humilde, respondeu-lhe:

— Doutor, peço-lhe perdão... jamais me atreveria a pas-sar por quem não sou. Não sei de segredo algum; apenas rogo ao Maior Médico que Deus permitiu viesse a nós, um dia. É a Ele, doutor, a Jesus que devemos agradecer, pois o que eu faço o senhor também pode fazer e, talvez, com mais eficiência que as minhas precárias palavras. O senhor estudou e tem muitos recursos para oferecer aos químicos do Alto. Eles, sim, os Mensageiros de Jesus é que fluem a água com as energias benéficas que curam os que Deus permite que venham a ser curados. O senhor pode crer-me; apenas oro. Se o senhor orar, por certo, serão ouvidas suas preces por Deus, pois sei que suas virtudes são maiores que as minhas.

O médico, contrito, pega as mãos mais caridosas que já conhecera e, com lágrimas nos olhos, disse-lhe:

— Eu é que lhe peço perdoar-me. Agora, eu consigo sa-ber de onde vem essa essência perfumada que cura. É de seu coração. É da Centelha Divina que o transforma no ser que, mesmo sendo humano, se torna luz, que se projeta em bênçãos de nome “Caridade”, que só agora vim a saber realmente o que é. E, aproximando-se, se abaixa para beijar as faces daquele homem verdadeiramente cristão. Depois, o médico sai da enfermaria, enxugando as lágrimas.

O calendário datava o início do mês de Outubro de 1747.Como sempre, frei Fabiano de Cristo, embora muito des-

gastado em sua saúde física e quase sem poder andar, não parava em suas atividades normais. Olhando o calendário

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sobre a mesa do frei Superior, ele percebeu que o Natal es-tava próximo. Lembrou-se de Francisco de Assis, seu amigo e guia Espiritual. Veio-lhe à mente através de suas conver-sações com Francisco de Assis, o primeiro presépio que Francisco procurou fazer, para chamar a atenção do povo sobre o nascimento de Jesus. Era o ano de 1223. Procurou Francisco encontrar um local semelhante ao em que Jesus fora colocado, ao nascer. Encontrou, então, um estábulo, que não era difícil naquela época, com uma manjedoura, um local onde eram colocados os alimentos vegetais para os animais. Pois bem, recordava frei Fabiano, ao ouvir Fran-cisco de Assis preocupado em fazer os homens e, princi-palmente, as crianças conhecer onde e porque Jesus viera ao mundo em local tão simples e impróprio a um bebê. Foi, então, continuava o emissário de Jesus, que trouxe um boi e um burro e colocou umas palhas naquele pequeno cesto que imitava a manjedoura. Francisco chamou todas as pes-soas que encontrava, inclusive as crianças, para orarem, com ele, naquele local que pudesse lembrar Belém.

Quando todos os que Francisco chamou ali estavam mui-to curiosos, ele tomou um bebê dos braços maternos e dis-se à mãezinha:

— Por alguns instantes, seu bebê será o nosso Mestre Jesus. Com cuidado, colocou a criança entre as palhas, sob os olhares calmos dos dois animais que pareciam enten-der o objetivo de Francisco. E este, levantando os braços ao Alto, numa atitude de agradecimento a Deus, assim se pronunciou:

— Meus irmãos foi dessa forma que nasceu o Salvador; Jesus Cristo. Essa é a imagem da simplicidade, da pureza que deve permanecer para sempre em nossos corações. Nada de riqueza, de poderes mundanos. Ele traz o Amor, a união e a paz entre os homens. Somos todos irmãos.

Com sua lembrança tão nítida, Fabiano olhou pela janela da sala e viu a triste situação do povo. Para eles, ali no con-vento, o calor intenso do verão carioca que já se fazia sentir era amenizado pelo frescor da mata. Mas, assim mesmo, os insetos proliferavam, a sujeira pela cidade era o ponto crítico. As doenças aumentavam e a falta de higiene pros-perava. Fora das praias, o cheiro das águas podres se tor-nava pestilento. E Fabiano gostaria de trazer um pouco de alento ao povo. Era preciso trazer a simplicidade do Cristo e

a esperança aos corações sofridos. Ele resolveu sair e pro-curar um local para fazer o mesmo que Francisco de Assis fizera. Um presépio vivo para fixar a vinda simples de Jesus, avivar a fé no coração do povo. Com toda dificuldade, Fa-biano encontrou numa das subidas para o convento, uma gruta a que chamavam de lapa. Caminhando entre o ca-navial, ele recolheu algumas palhas secas que eram folhas compridas da cana e, entrando na gruta, improvisou uma manjedoura que era um cesto envelhecido, onde os animais se alimentavam. Procurou e trouxe para o local um boi e um burro. Fabiano havia pedido ajuda aos noviços do con-vento que vieram atendê-lo, sem saber o que ele pretendia. Com o local preparado, pediu aos noviços que conduzissem o maior número de pastores das ovelhas, as mulheres do campo e as crianças para que chegassem até a lapa, ao encontro de Jesus. Assim fizeram os futuros freis. A notícia foi-se espalhando. Frei Fabiano esperava, orando. O am-biente começara a ter o perfume das rosas, que encobria o cheiro de mofo do local. Logo, à noitinha, a lapa começou a se repletar de pessoas que chegaram de todos os lugares. Afinal, um pedido do frei Fabiano de Cristo era um bálsamo de fé. Os freis e os superiores também foram avisados e ali adentravam, sem entender o que o frei Fabiano faria. Mas ninguém poderia deixar de ver a intensa luz que se projeta-va da gruta e não era a dos lampiões trazidos pelo povo. Era a luz celestial. No interior da gruta, Fabiano estava rodeado de rosas que puderam ser vistas por todos os que ali vieram atendê-lo. E, como fizera o pobre de Assis, o frei tomou uma das crianças do colo materno e falou:

— Filhos, assim nasceu Jesus, nessa humilde manjedou-ra e, colocando ali o bebê, continuou;

— Estas luzes são as presenças da Virgem Santíssima e de José carpinteiro, os pais do Divino Salvador, sob os olha-res ternos desses animais que aquecem o corpo do Senhor Menino. O povo, emocionado, cantava hinos sacros junto aos sacerdotes, mas frei Fabiano não os ouvia. Ele estava recebendo instruções do Alto e dizia, com voz vibrante:

— Eis aqui, representando o Cristo, essa débil criança como Ele, ao nascer, mas forte, corajosa, para trazer a es-perança do Mundo Maior para melhorias espirituais, aos ho-mens de boa vontade.

Aqui, nesse presépio, está o símbolo do “berço divino”, é o próprio Criador trazendo seu filho na humildade para dar o exemplo da humildade. Neste ponto, as luzes se fizeram mais fortes, era o próprio Francisco de Assis que falava através de Fabiano de Cristo e, mais uma vez, como fizera em sua época, no ano de 1223, o Pobre de As-sis, ergueu a criança e falou:

— “Aqui está o nosso Mestre Salvador”, Ele deseja que, um dia, o Natal permaneça na Terra. Seja esta a mensagem de espe-rança e consolo e não lembrem o Cristo na Cruz, lembrem-No sempre instalado nos seus co-rações, na ajuda constante pela Paz entre todos.

Ninguém mais sentia o cheiro desagradável das águas podres de então. O vento, entre os ca-naviais, trazia o perfume de ro-

9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

sas e o canto das crianças da Espiritualidade se casara com o canto gregoriano do coral do convento de Santo Antonio. E Fabiano assim como todo o povo, ali reunido, agradeceu o encantamento daquela noite, iluminada pelas estrelas do coração de Fabiano de Cristo.

Amanhecia. O dia no calendário marcava “14 de Outubro de 1747”. Fabiano após suas orações, com muita dificuldade, levanta-se, pois mesmo com as pernas inchadas e chaga-das, fazia suas orações ajoelhado e dirige-se à sala do frei Provincial; batendo levemente à porta, tem a permissão de entrar. Diante do Superior, serenamente se explica:

— Senhor, aqui diante de sua bondade em receber-me um dia, nesse abençoado local de trabalho, quero pedir-lhe permissão para des-pedir-me. Dentro de três dias partirei. Gostaria de fazer o mesmo, com todos os meus compa-nheiros e doentes da enfermaria.

O Superior, levado pela surpresa, pergun-tou-lhe:

— Mas como? Você está muito doente, não suportará viagem alguma...e ainda mais com esse calor... não frei... não posso concordar... mas Fabiano o interrompe:

— Perdoa-me senhor, não fui claro... é que está che-gando a hora de voltar para atender ao chamado de Je-sus. Deus me outorgou anos tão felizes aqui na Terra e, agora, tenho de prestar contas dos meus erros e das horas perdidas, quando me equivoquei correndo anos atrás dos bens materiais. Estou me preparando para essa viagem, para pedir as orações a todos os que aqui me suportaram, como o faço nesta hora, diante do senhor. O frei Provincial abraçou Fabiano chorando, já sentindo sua falta andando pelos corredores do convento, levando sua moringa com a água fluidificada aos doentes da enfermaria e trabalhando na portaria do convento de Santo Antonio.

A notícia se espalhou e todos rogavam pela presença de frei Fabiano que, estando enfraquecido, recolhera-se ao leito. Durante dois dias, o frei Provincial permitiu a entrada controlada do povo que visitava o frei que, mesmo doente, os abençoava.

Dia 17 de outubro de 1747!Frei Fabiano de Cristo recebe do Plano Espiritual Supe-

rior a preparação para que seus últimos elos físicos fossem desatados, o cordão fluídico prateado que o libertará e o deixará para que seu espírito retorne, como vencedor, à pá-tria de origem. Nesse transe, ele mal percebe a presença do governador Gomes Freire de Andrade, que re-cebera a triste notícia da partida do frei Fabia-no. Largando seus afazeres, corre para o con-vento. É avisado de que o frei está recebendo orações de todos os que habitam o convento, inclusive dos doentes da enfermaria, que ficara vazia para orarem e agradecerem àquele “Mé-dico dos Pobres” que estava morrendo.

O governador Gomes de Andrade se apro-ximou do leito, do qual os sacerdotes se afas-taram para que frei Fabiano pudesse notar-lhe a presença. O governador abaixa-se e, levan-tando levemente a manta que cobria o corpo de Fabiano, beija-lhe os pés, chorando convul-sivamente. Nesse momento, pétalas de rosas perfumadas, materializadas pelo Alto, cobri-ram o leito do frei. Era a presença do Pobre de

Deus, Francisco de Assis, que à frente de Espíritos Lumino-sos, desataram-lhe os últimos laços que o prendiam ao cor-po físico. Frei Fabiano viu o gesto do governador e o aben-çoou, transmitindo-lhe vibrações de agradecimento. Sendo amparado pelos braços de Francisco de Assis, Fabiano re-

encontra seus primeiros amigos do convento de São Bernardino de Sena, de Angra dos Reis; os noviços da época: Amadeu, Rogério e o frei Provincial que tanto o ajudou, frei Bo-aventura. Abraçaram-se chorando pela sau-dade que agora os reunia novamente. Após esses momentos, Francisco de Assis, pediu ao frei Fabiano que apoiado em seus braços o acompanhasse. Obediente, afastou-se dos amigos e ainda com dificuldades, mas segu-ro por Francisco adentraram por uma alame-da cercada de flores luminosas. No fundo, representando para Fabiano uma gruta, ele exclama erguendo os braços:

— Meu Deus, a lapa do presépio vivo de Jesus?!! Ainda seguro por Francisco de Assis entraram e frei Fabiano viu a Cruz Luminosa do Cristo e à sua frente, Jesus de Nazareth, que pegando em suas mãos lhe falou:

— Filho, de ora em diante, essa Cruz será o símbolo de sua humildade, aqueles que na Terra poderão vê-la, saberão que é a sua presença glorificando a Deus nosso Pai. Entre risos e lágrimas de alegria, frei Fabiano, olhando-se não vê mais suas pernas inchadas e nem as chagas abertas, ele era só Luz!

Dessa forma, frei Fabiano e o luminoso cortejo, tendo à frente o Mestre Jesus, avançaram ao Infinito. A cada mo-mento, gotas brilhantes desciam sobre a caravana e o frei Fabiano, foi informado por Francisco de Assis, que essas gotas eram as preces de agradecimento pelas curas que ele fizera aos que foram envolvidos pela fé e se curaram em nome de Jesus. Voltando-se ao Cristo, humildemente, Fabiano lhe perguntou:

— E agora, Senhor, o que nosso Mestre deseja que eu faça para contribuir com sua grandiosidade, em favor da Humanidade? Sei que é uma obra necessária, mas quero ajudá-Lo como servo menor.

Com serenidade, Jesus respondeu-lhe:— Serás o “Peregrino da Caridade”, reconhecido pela

sua cruz, que espalhará a luz de suas obras cristãs, sobre a Terra, pelas vias espirituais.

Após essas orientações, Fabiano de Cristo fundou no pla-no espiritual muitas casas transitórias que, através da me-

diunidade de Francisco Cândido Xavier foram transmitidas aos espíritas de boa vontade, fundando-as no plano físico. As casas tran-sitórias da Terra, estão fundamentadas nas descrições feitas pelo Espírito de André Luis, em seu primeiro livro “Nosso Lar”, de uma valiosa série, recebidas pelo médium Fran-cisco Cândido Xavier. Nosso Lar situa-se, na Espiritualidade, sobre a cidade do Rio de Ja-neiro. Os fluidos restauradores dessa imensa Colônia Espiritual Socorrista associam-se às camadas próximas da crosta terrestre, distri-buindo vibrações de alto teor fluídico, coman-dados pelos Espíritos mantenedores da Or-dem Superior, por Fabiano e outros Espíritos elevados que abrigam doentes e que ali são socorridos e mantidos em suas variadas po-

Livro “Fabiano de Cristo, O Peregrino da Caridade”

Editora Luz no Lar

Livro “Nosso Lar”Editora FEB

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sições espirituais. “Nosso Lar” é o exemplo das construções das casas transitórias, organizadas na Terra, mais existen-tes no Brasil.

Enquanto tudo isso se passava no plano espiritual, aqui no plano físico, após o desencarne de frei Fabiano, os freis do convento de Santo Antonio renderam as últimas home-nagens a Fabiano, com o povo se despedindo desse após-tolo da Caridade. Resolveram, como era por hábito nessa época, que frei Fabiano de Cristo fosse enterrado no próprio convento. E seus restos ali permanecem, onde se lê: “Se-pultura do Servo de Deus Fabiano de Cristo, Ano de 1747”.

Contam, e está registrado historicamente que, durante o velório, notou-se que as faces de frei Fabiano adquiriram um frescor que impressionava pela beleza de suas expres-sões, tanto que o Provincial pediu a um artista plástico para que fixasse aqueles traços onde mostrasse seus membros sem a rigidez cadavérica, normal após a morte, mas não nos membros do frei Fabiano, tão natural, como se estives-se em sono tranquilo.

O tempo passou, mas os fiéis continuaram visitando o convento e pedindo am-paro a frei Fabiano, diante da “máscara mortuária” do frei, colocada na capela do convento.

Os anos estavam de-monstrando à Ordem Fran-ciscana que já era tempo de ser reconhecida a san-tidade de frei Fabiano. Por isso, os superiores do con-vento de Santo Antonio se organizaram para que o processo desse fato fosse aceito pelo papa em Roma. Mas como, para tanto, há muitos obstáculos a serem cumpridos e a fase contur-bada estava ocasionando muitas mudanças políti-cas e religiosas, houve um resfriamento nesse campo e o entusiasmo da Ordem Franciscana e até mesmo o do povo desapareceu. Passaram-se trinta anos e os superiores do convento de Santo Antonio resolve-ram retirar os ossos de frei Fabiano do sepulcro e colocá-los numa urna de chumbo. Essa urna passou para uma parede que saía da enferma-ria e se estendia até a capela do Senhor Bom Jesus, onde frei Fabiano fazia suas orações. Foi aí colocada uma placa de cobre com a seguinte inscrição: “Como, outrora, Fabiano procuravas a saúde dos enfermos, ajuda-nos, agora, com tua intercessão”. Essas palavras foram escritas em latim e traduzidas por frei Hugo D. Baggio, O. F. M.

Com essa mudança, ficara difícil o acesso do povo à vi-sitação e às orações a Fabiano de Cristo. Os superiores

quiseram preservar a memória de frei, mas tudo aconteceu ao contrário. E no próprio convento, diante dos problemas e brigas internas e também de uma legislação imperial não cumprida pelas ordens religiosas no Brasil, foi o convento transformado, aos poucos, numa espécie de hospedaria. Em 1885, D Pedro II ali hospedou o sétimo Batalhão de In-fantaria do Exército, que foi atacado pela doença béri-béri. O convento, que já estava praticamente abandonado, foi de-predado. A placa que assinalava o local da urna com os res-tos mortais de frei Fabiano ficou desaparecida, assim como outros pertences do próprio frei.

Com a retirada das tropas, tempos depois, ninguém mais sabia onde poderiam estar essas relíquias. Toda procura fora inútil, em meio à destruição do convento.

Em 1924, no final de mês de janeiro, chuvas torrenciais fizeram grandes estragos no Rio de Janeiro e em vários es-tados brasileiros. As chuvas abundantes causaram a queda do muro de contenção que havia atrás do convento de San-to Antonio que, no passado, abrigava a enfermaria, onde frei

Fabiano cuidava dos doen-tes. Os poucos sacerdotes que conseguiram retornar ao convento, após as depreda-ções, foram alertados pelo então guardião da Ordem Franciscana que começara a se recompor, frei Inácio Hinte, que ele iria reiniciar a obra de reconstrução do convento e, para isso, o restante do muro seria der-rubado para que as pedras sobradas fossem usadas na reforma. Com isso, a urna que havia sido procurada re-aparece, contendo os ossos do frei Fabiano intactos. Os operários levaram-na para o guardião frei Inácio, que, de imediato, abrindo-a, re-conheceu que, de fato, eram os ossos de frei Fabiano. E as palavras que se referiam a agradecimentos ao frei ali também se encontravam, num documento coberto de cal e no papel carcomido pelo tempo, com os dizeres: “Frei Fabiano, enfermeiro deste convento”.

A alegria, pela tão valiosa descoberta, tomou conta dos superiores, que ali estavam, que colocaram esses despojos numa urna de mármore, com uma abertura lateral para que todos pudessem ver os ossos de frei Fabiano. A urna foi colocada na capela reformada, no lado esquerdo da Igreja do convento de Santo Antonio.

Tudo foi refeito e as visitações ao frei Fabiano recome-çaram. Em pouco tempo, os fiéis retornaram e novamente estendeu-se a fé nesse Apóstolo de Jesus. Para muitos, os “milagres” voltaram a acontecer e para outros a divulgação dos feitos de frei Fabiano sobre ser ele o “Peregrino da Cari-dade”, até hoje causa curiosidade acerca de sua passagem na Terra, deixando seu rastro de Amor e fidelidade aos ensi-nos do Mestre Jesus.

Sabemos que milagres não existem, mas os exemplos

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro

e pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40

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Foto da máscara mortuária de Fabiano de Cristo

11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Em um passado não muito distante, a ciência tentou provar que, após a morte, nada havia, enquanto que as religiões tentavam provar o contrário.

A ciência tinha como material para os seus estudos o corpo físico. Não encontrava nenhuma evidência em um cadáver que pudesse certificar que a vida continuaria.

A religião baseava-se em um material muito mais precioso: os ensinamentos e as promessas de Jesus Cristo.

Após exaustivos anos de debates infrutíferos e estudos sem nenhum resultado produtivo, a ciência de hoje procura provar o contrário, ou seja, a existência da vida após a morte, chegando muitas vezes a afirmar que indícios já são encontrados.

O Mestre nos esclarece, abrindo um horizonte muito mais amplo do que a ciência: somos espíritos eternos! Na condição de espíritos eternos, devemos agir hoje, pensando no amanhã.

Se alguém nos disser que seremos infelizes por um dia e que os dias futuros serão melhores, teremos paciência e resignação para passar por aquele dia difícil.

Do contrário, ou seja, se acharmos que os nossos sofrimentos não terão fim, nos desesperaremos.

Não sejamos materialistas! Espantemos o pessimismo!Jesus deu-nos a certeza de Seu amparo.“Todos os sofrimentos, misérias, desilusões, dores físicas,

perdas dos entes queridos encontram consolação na fé no futuro, na confiança na Justiça Divina que o Cristo veio ensinar aos homens.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 2).

Esclarecendo os ensinamentos do Mestre, vem o Espiritismo mostrar-nos os próprios suicidas a informar-nos das situações infelizes a que se arrojaram com seu ato.

Relatam que, após o suicídio, passaram a sofrer muito mais do que antes.

Por isso, tenhamos a certeza de uma vida futura, na qual sabemos que seremos mais felizes; a certeza de que, abreviando a atual existência, alcançaremos um resultado exatamente oposto ao que poderíamos esperar; que nos libertaremos de um mal menor para cairmos noutro mal pior ainda, mais longo e mais terrível; que o suicídio é um obstáculo a que nos reunamos, no outro mundo, com as pessoas a quem dedicamos a nossa afeição e as quais esperávamos encontrar.

Fabiano de Cristo, ao atender uma pessoa que estava com a intenção de suicidar-se, comenta:

“O suicídio não é um porto de chegada, mas a travessia de uma grande tormenta. É o princípio de todas as dores e de tormentos infindos, porque a vida é eterna para nós. Afinal, há sempre os que nos amam, cada um a seu jeito, e é preciso entender a linguagem do amor.”

O querido amigo espiritual estava nos alertando sobre os sofrimentos advindos do suicídio, e abrindo a nossa visão sobre as reclamações que possamos ter da vida com a qual não estamos satisfeitos.

Fabiano de Cristo alerta-nos que “ninguém se livra de si mesmo, salvo quando se esquece de si, para viver pelos outros. Há por isso, partidas que nos levam para o bem, fazendo desabrochar virtudes adormecidas em nossos corações e há aquelas que nos arrojam a despenhadeiros insondáveis.”

Kardec em Estudokardec em estudo

dados por esse missionário permanecem para que a fé e o consolo de suas palavras sejam levadas aos que a esse Es-pírito pedem amparo, e sintam-se refeitos, não esquecendo que acima de tudo, está a Misericórdia de Deus, que tudo vê e designa a esses vanguardeiros a proteção espiritual.

Frei Fabiano de Cristo, obrigada pela sua imensa Luz, a cobrir-nos pela eternidade!

Final da segunda e última parte.Eloisa

• Fabiano de Cristo, O Peregrino da Caridade - Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., 1986.

• Mergulhando no Mar de Amor - César Soares dos Reis, Editora F. V. Lorenz, 3ª ed., 2003.

• Imagens:• http://www.novomilenio.inf.br/santos/calixto/

calixt39b.jpg

• http://3.bp.blogspot.com/_vHfhEO08cCE/SNAaM9t1OmI/AAAAAAAAJmU/HoYPMRNpgfo/s1600-h/CONVENTO+STO+ANTONIO+-+RIO.jpg

• http://i727.photobucket.com/albums/ww278/palomasilveira/IMAGENSBIBLICAS01/566.jpg

• livro “Castro Alves” – Alberto da Costa e Silva, Editora Companhia das Letras, 1ª ed., 2006.

Biblio

grafia

O Suicídio e a LoucuraA calma e a resignação, hauridas pela maneira espiritual de encarar a vida terrena, e a sua fé no futuro darão ao espírito uma serenidade ampla. Essa serenidade é a melhor vacina contra a loucura e o suicídio.É certo que a maioria dos casos de loucura é resultante da perturbação produzida pelos sofrimentos da vida, que o homem não tem forças de suportar. Se, no entanto, esse homem passar a ver as coisas deste mundo pela maneira que o Espiritismo lhe fará vê-las, ele passará a receber com indiferença, até com certa alegria, as contrariedades e desilusões que o levariam ao desespero em outras circunstâncias.É evidente que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, preservará a sua razão dos abalos que a poderiam perturbar.

O Evangelho Segundo o EspiritismoCapitulo V “Bem-Aventurados os Aflitos” – item 14

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Nestes momentos de saudade e dor, onde corações e mentes se reúnem para se lembrarem dos seus entes queridos que já atravessaram o portal da morte, recorremos a Ti Senhor!

Que Tu ampares a todos e que eles possam ser merecedores do Teu auxílio e proteção...

Que possam eles, em Ti, encontrar o remédio, o consolo, a libertação, o conhecimento de que a vida continua e de que haverá uma nova oportunidade de recomeçar porque Deus, nosso Criador, é Pai de Justiça e Bondade...

Por meio da Tua presença — Mestre Jesus — nós, que ainda estamos aqui no corpo de carne, encaminhamos a eles, os habitantes do Plano Espiritual, da Verdadeira Pátria, flores de esperança, plasmadas pelos nossos mais nobres pensamentos, embelezando a longa estrada da vida.

Sabemos, através do estudo da Doutrina dos Espíritos, que a morte faz parte do processo evolutivo de cada criatura e que “morremos” a cada amanhecer, no dormir e acordar de cada dia, pois o sono é um ensaio para a morte.

Por isso, ao invés de derramarmos lágrimas que nos entristecem e perturbam, que desequilibram a atmosfera mental na qual estamos inseridos, visto que estamos todos mergulhados num só pensamento que é DEUS, valorizemos estes momentos, entoando o Hino de Amor que por Ti, Jesus, nos foi ensinado para que, quando estivermos aflitos diante das adversidades, elevemos o nosso padrão vibratório por meio de uma prece.

Que o sol brilhe amanhã, para todos nós, com tamanha intensidade e que conserve a nossa mente sã e unida em fraternidade!

Muito obrigado, Senhor!Carlo A. Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ

Saudade e Dor

Canal Abertocanal aberto

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Sigamos as recomendações de nosso amigo espiritual. Partamos para a prática da caridade, sentindo e amparando a dor do próximo, esquecendo a nossa dor. Agindo assim, abriremos o nosso horizonte, enxergaremos um mundo que aguarda por nossa ajuda.

Se sofremos é porque ainda não alcançamos esta visão que Fabiano de Cristo quer nos fazer ver.

Há um mundo, fora de nós, que anseia por nós.Fortaleçamos a nossa fé, procurando estudar os

ensinamentos de Jesus, lendo os livros que os nossos

amigos espirituais nos dedicam e praticando o bem ao próximo. Agindo assim, estaremos criando uma fortaleza espiritual e projetando uma vida futura em harmonia com a Lei do Amor.

WilsonBibliografia: Fabiano de Cristo, O Peregrino da Caridade - Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 5ª ed., 1997.O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 3ª ed., 1991.

Clube do Livroclube do livro

O livro intitulado “Caridade”, psicografado por Chico Xavier, foi enviado pelo Clube do Livro Espírita, “Joaquim Alves (Jô)”, no mês de agosto/09.

A obra reúne os diversos aspectos da prática caritativa, ora em verso, ora em prosa, incentivando a nossa alma ao auxílio do próximo e bendizendo o amparo do Mais Alto que nos envolve, a

cada segundo de nossa existência.Pode-se dizer que cada página enviada, pelos nossos

amigos espirituais, funciona como um despertador às nossas consciências. Se o desligamos e voltamos a dormir, a escolha é nossa.

No prefácio, Emmanuel relata que a ideia de desenvolver este tema surgiu durante uma reunião espírita, ante o

interesse demonstrado pelos irmãos encarnados em receber um livro que fixasse o valor perene da caridade.

Apesar de muito falarmos, ainda estamos longe de entender a real importância da beneficência em nossas vidas, não apenas no sentido do bem que o outro poderá receber mas, principalmente, pelo bem que estamos nos proporcionando. Basta nos reportarmos à máxima: “Fora da caridade não há salvação”, em toda sua pureza.

“Caridade!... — Haverá outra expressão mais nobre para designar o laço de íntima união entre nós, à frente do Criador?” Emmanuel.

Em cada capítulo há uma ilustração e nela há sempre o desenho do Sol, como a simbolizar a Luz Divina, a todo momento, em qualquer situação.

Como rogou o próprio Emmanuel no prefácio, que possamos nos inspirar, com as mensagens dos amigos da Espiritualidade, para aprender a tratar o próximo com o mesmo bem que queremos ter para nós.

Rosangela

Caridade Francisco Cândido Xavier / Espíritos DiversosEditora IDE – 144 paginas14ª edição – 2009

JOANA D’ARCJoana D’Arc, a jovem camponesa da aldeia de Domrémy, na França, que pouco mais que uma adolescente, foi ao encontro das orientações e inspirações que recebeu dos dirigentes espirituais daquela nação.Essa trajetória, você vai conhecer detalhadamente nesta obra de Roque Jacintho.

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GABI E KARDECDiz a sabedoria que por trás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher. A história do Codificador, não poderia ser diferente!Este livro conta a trajetória de Gabi e Kardec em suas lutas diárias e experiências dramáticas.

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ANÁLIA FRANCO - O ANJO DACARIDADESensível à realidade das crianças pobres e abandonadas, Anália Franco dedicou sua vida ao desenvolvimento de um importante trabalho de amor ao próximo.Conheça mais dessa figura ímpar da assistência social, fomentada pelas convicções espíritas.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMOTradução, de Roque Jacintho, do original francês

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Se você busca ajustar-seAos Estatutos do Bem,Na condição em que esteja,Some os recursos que tem.

Se aceita sinceramenteA bênção de Deus na fé;Se usa a própria cabeçaMantendo o corpo de pé;

Se guarda noção de rumo,De tempo, clima e lugar;Se consegue defender-se,Ver, ouvir e conversar;

Se pode estudar e ler,Anotar e fazer conta;Apresentar-se, vestir-se,E sabe como se apronta;

Se tem o pão necessário,Alguma saúde, asseio,Um leito, a bênção de um tetoE o trabalho de permeio;

Se mostra existência útil,Se respeita o seu vizinho;Se pode amparar alguémNos empeços do caminho;

Então não pare na queixa;Trabalhe, melhore e avance.Conserve a felicidade,Que ela está ao seu alcance.

Casimiro Cunha

FelicidadePodemos utilizar a Lei da Vida a nosso favor, é

só agirmos da maneira como gostaríamos de ser tratados.

Embora ainda se torne difícil para nós, a tentativa é o começo e a persistência, a perspectiva promissora de alcançarmos o objetivo.

Nos versos de Casimiro Cunha, encontramos tantos talentos que são usufruídos por nós, ao longo do nosso caminho... o raciocínio, os sentidos, o estudo, a capacidade de locomoção, o alimento, a saúde, o teto, o conforto do lar...

Agradeçamos a Jesus, sejamos caridosos para os que compartilham a mesma estrada, dividindo os recursos de que dispomos, e dos quais, muitas vezes, nem nos damos conta... Ajustemo-nos para uma vida equilibrada e só nos restará abrir a porta para que a felicidade, que ali já se encontra à nossa espera, possa finalmente entrar!

NevesBibliografia: Caminhos de Volta – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos – Editora GEEM, 9ª ed., 2002.Imagem:http://poesiadiaria.files.wordpress.com/2009/04/felicidade.jpg

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Trazemos ao leitor amigo a recomendação de leitura deste pequeno livro “Tempo e Nós”, não pelo tamanho, mas pela riqueza de ensinamentos e reflexões que ele contém.

Pequenas mensagens de Emmanuel que poderão ser estudadas, individualmente ou em grupo, sendo que este livro traz uma novidade: entre uma lição e outra, há uma página para que o leitor possa fazer as suas anotações.

Este livro, embora não seja recente, traz vários assuntos atuais. Começando pelo título, “Tempo e Nós”, podemos reparar que a grande maioria das pessoas reclama da falta de tempo para realizar as suas tarefas, mas nunca menciona que falta tempo para analisar as suas atitudes.

Emmanuel, na primeira lição deste livro, escreveu:

“Estejamos convencidos de que, muitas vezes na vida, um minuto é a oportunidade para a melhor decisão.”

Não precisamos ter muito tempo ocioso; o que é necessário é que, no instante em que precisarmos decidir o rumo a ser tomado, saibamos escolher o caminho correto, tendo como base a Lei do Amor, que inclui o respeito ao próximo.

Muitas vezes, sabemos qual é a melhor decisão a ser tomada mas, por falta de coragem de realizar o correto, nos omitimos, gerando muito sofrimento para os que nos rodeiam e, consequentemente, para nós.

Não desperdicemos o precioso tempo desta reencarnação!Aproveitemos o tempo para conviver com o nosso

semelhante, em harmonia, estudemos coisas boas, crescendo em conhecimento, mas não nos esquecendo de que devemos desenvolver os bons sentimentos.

O tempo é nosso! Basta bem aproveitá-lo.Uma sugestão: aproveite bem o seu tempo, lendo este

bom livro.Vitório

Livro em Focolivro em foco

Tempo e Nós Francisco Cândido XavierEspírito Emmanuel

Editora IDEAL - 88 páginas

15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Para a Doutrina Espírita, como será vista esta questão de existir um dia especial no ano, para comemoração dos mortos? E estes, os desencarnados, será que apreciam essa prática?

Sim, de acordo com as elucidações trazidas pelo Alto e compiladas por Kardec, os Espíritos se regozijam e se fortalecem com as manifestações dos amigos da Terra, neste dia especial.

São atraídos pelo pensamento e se juntam a eles, envolvidos pelo mútuo carinho.

Os nossos pensamentos sempre atraem os desencarnados, de maneira positiva ou negativa, dependendo da faixa em que nos situarmos.

Nesse dia, em especial, como são muitos os que se reúnem, a quantidade de Espíritos que vão ao encontro daqueles que os chamam é, naturalmente, maior.

Conforme em “O Livro dos Espíritos”, só há interesse nessa data para os Espíritos que ainda têm laços afetivos na Terra, do contrário, nada mais os ligará ao planeta.

Estejamos conscientes de que a real importância para os nossos entes e amigos que se foram, será a nossa lembrança. De nada valem os atos exteriores, se não forem feitos com o coração. Podemos orar intimamente em qualquer lugar e as nossas preces terão a mesma eficácia das que forem realizadas nos túmulos, com grandes solenidades. Ambas terão valor, desde que imbuídas de amor e respeito.

As preocupações com os restos mortais e as homenagens servem mais para os homens, pois é uma forma de demonstrarem o cuidado e o carinho pelos entes queridos. Aos que desencarnam, porém, quanto mais elevados, menos interesse terão por estas manifestações de cunho material. Os que se importam ou se aborrecem são os que ainda se encontram numa condição moral inferior.

Para refletirmos sobre esta cultura milenar, em cultuar a memória de nossos mortos, segue a questão 329, da obra acima citada:

“O instintivo respeito que, em todos os tempos e entre todos os povos, o homem consagrou e consagra aos mortos é efeito da intuição que tem da vida futura?

— É a consequência natural dessa intuição. Se assim não fosse, nenhuma razão de ser teria esse respeito.”

RôBibliografia: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, Editora FEB, 84ª ed., 2003.Imagem:http://4.bp.blogspot.com/_7U7wqOuGicg/SQzejkgn_3I/AAAAAAAACsU/wxqxhcxDk_w/s320/mulher_flores.JPG

Tema Livretema livre

Dia de Finados

Com muita emoção e gratidão pelo seu patrono espiritual, realizou-se no Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” a 4ª Semana Fabiano de Cristo, do dia 12 a 17 de outubro.

Todas as noites, antes de se iniciarem as palestras, amigos convidados trouxeram a arte musical, com a finalidade de harmonizar o ambiente, sendo que, no dia 16, apresentou-se o coral formado pelos trabalhadores da casa e, no dia 13, o teatro de fantoches, elaborado pelos participantes da evangelização infantil, com a peça “A mulher de má vida”, retirada do livro “Fabiano de Cristo – O Peregrino da Caridade”, de Roque Jacintho, relatando uma belíssima passagem da vida deste Apóstolo de Jesus e emocionando todos os presentes.

As palestras trouxeram boas explicações, através dos palestrantes e dos temas:

12/10 – José Maria Medeiros – Há muitas moradas na casa de meu Pai

13/10 – Eugenivaldo Fort – Teoria da presciência14/10 – Aderbal Luiz Sereno – Parábola do Semeador15/10 – Marilena Cosate Fort – O Espiritismo e a

reencarnação16/10 – Carlos Almiro Magalhães – Origem e natureza dos

EspíritosPara encerrar a Semana de Fabiano de Cristo, no dia 17,

trabalhadores e convidados reuniram-se no terreno na rua Marimbás, 220 – Jardim Guacuri – São Paulo, onde será construída a nova sede do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança, para o início das obras. Após a leitura de um trecho de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, foi feita emocionante prece e começaram as obras.

Agradecemos a todos os que, de alguma maneira, participaram desta semana.

Equipe do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Aconteceu

Semana Fabiano de Cristoaconteceu

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Ao repararmos o comportamento das famílias, notamos sempre as diferenças que existem entre irmãos.

Alguns são mais quietos e tímidos, outros são mais ex-trovertidos. Não raro, em famílias com muitos filhos, temos vários que são classifica-dos como pessoas boas, cumpridoras de seus de-veres, sendo que somente um destoa de toda a famí-lia, logo sendo chamado de “ovelha negra”.

Chega-se ao ponto de todos os irmãos serem unidos, como devem ser, e somente um ter, até, ódio dos irmãos ou dos pais.

Se consultarmos os pais, logo virá a resposta: — Eu não sei onde eu errei, pois eduquei todos os meus filhos da mesma forma!

Realmente, se conside-rarmos somente do ponto de vista de uma única exis-tência (a atual), não con-seguiremos resposta sa-tisfatória que explique tais diferenças mas, analisando estas situações com as infor-mações do Espiritismo, principalmente as de que o Espírito reencarnado já viveu outras vidas, poderemos entender as causas e os efeitos.

Nas vidas passadas levamos, ao desencarnarmos, ódios e desejos de vingança. Para os mais avançados, ser-lhes-á dado ver uma parte da verdade, no mundo dos Espíritos. Então, estes reconhecerão que não conseguirão avançar em sua evolução espiritual se não perdoarem.

Os que compreenderem esta necessidade pedirão a Deus uma nova oportunidade, através de uma nova reencarnação, na família daquele a quem odiaram.

E qual será a conduta destes Espíritos dentro daquela família, tendo contato incessante? Esta conduta dependerá de maior ou menor persistência e vontade de suas boas resoluções.

Por isso, tanto falamos da importância da educação moral que deve ser dada, desde a primeira infância, ensinando as histórias de Jesus, o respeito ao próximo. Os pais têm uma grande tarefa de reeducar estes Espíritos que lhes são empréstimos de Deus, confiando-lhes o respeito pela vida.

Desta reeducação moral dependerá o futuro dessas crianças.

Se houve erros nas vidas anteriores, eles devem ser esquecidos, através do perdão. Se há ódio, desvio de comportamento, rebeldia, pais e filhos devem se abraçar e dizer: “Um de nós dois é o culpado. Vamos nos perdoar.”

Para que tudo isto se faça presente, a harmonia, o entendimento, os pais devem ficar atentos aos instintos bons ou maus que os seus filhos trazem de existências anteriores e que manifestam desde o berço.

“Quando os pais hajam feito tudo o que devem para o adiantamento moral de seus filhos, se não conseguirem êxito, eles não têm do que se culpar.”

Deus não seria injusto com pais que cumpriram o seu dever moral. Ele não lhes cobrará pelos desvios dos filhos. Mas, conhecendo o coração dos pais, sabemos que

eles não desistirão de trabalhar pela reeducação daqueles filhos que ainda não compreenderam as virtudes cristãs.

Eles, os queridos pais, implorarão para Deus, novas oportunidades para continuarem o trabalho de reeducação moral e, um dia, o filho ingrato os recompensará com o seu amor.

Sabemos também que os Espíritos, que têm os mesmos gostos e evolução moral e afetiva, procuram se agrupar formando famílias unidas e homogêneas. Deus aproveita estas famílias, permitindo que reencarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, espíritos menos evoluídos.

“Esses Espíritos menos evoluídos se tornam a causa, por vezes, da perturbação no meio daqueles que os acolhem, mas neles é que estão as provas e a tarefa a realizar.”

Nossa obrigação moral cristã é de acolhê-los como irmãos, pois, no futuro, teremos a felicidade de ver salvos do “naufrágio moral alguns desses Espíritos infelizes que, por sua vez, poderão salvar outros.”

AdolphoBibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 3ª ed., 1991.Imagem:http: / /1.bp.blogspot.com/_Ll41GAUuOVA/SoivYaXNXuI/AAAAAAAAAE4/WfeMHQzSK-4/s400/preconcei to- fu l l . jpg

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17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Temos, no curso de nossa existência, buscado incessantemente o amparo misericordioso em Jesus, por sabê-lo ser o Caminho, a Verdade e a Vida.

De seu coração, no entanto, chega-nos a ponderação legítima, convidando-nos a encontrar os que nos tutelam a existência, através das manifestações da caridade.

Caridade, Fabiano, é amor que se realiza!Caridade é amparo e misericórdia, é pão e luz.Rogamos-lhe, por outro lado, querido orientador de

nossos dias, que, em lhe recolhendo as bênçãos, em nome de Jesus, sejamos capazes de confessar o nosso

testemunho de gratidão pelo quanto nos é proporcionado, dia após dia.

Esta sua casa, Fabiano, é o refúgio da esperança.Muitos corações aqui encontram o seu oásis e muitos

renovam seus caminhos, sob a sua inspiração amorosa e paternal.

Nossa sopa é farta e o pão não falta em nossas mesas.Possamos, assim, Fabiano, entender estar sob o seu

amparo amoroso e legítimo, compreendendo que, quando nos fazemos seus obreiros, em verdade, terminamos por espelhar, em nossa alma, o Sol do Amor que você faz reluzir

sobre os pântanos de nossos enganos milenares.

E, em tudo e por tudo, rogamos a Jesus abençoá-lo!

E, sabendo de seu amor infinito por todos nós, os mendigos de pão espiritual e da Luz do Mais Alto, entregamos-lhe os nossos corações, quais rosas ainda com espinhos, rogando-lhe cultivar-nos no jardim de seu coração.(Mensagem psicografada em outubro de 1992, por Roque Jacintho, no Grupo Espírita Fabiano de Cristo, no bairro de Americanópolis, cidade de São Paulo, SP)

Fabiano, Nosso Mestre e Mentor Espiritual

Mensagemmensagem

Dentre as inúmeras histórias ocorridas na vida do querido médium Chico Xavier, houve esta em que ele nos conta como sua madrasta lhe ensinou a utilizar o próprio esforço no trabalho digno, para poder estudar.

Dona Cidália, sua madrasta, reuniu os filhos menores de Dona Maria João de Deus e observou que eles precisavam de grupo escolar.

O pai, Sr. Cândido Xavier, foi consultado. A situação econômica era muito difícil.

A época, 1918, foi marcada pela passagem da gripe espanhola.

O salário, no fim do mês, dava escassamente para o ne-cessário.

Não havia dinheiro para cadernos, lápis e livros.Dona Cidália, alma generosa e amiga, chamou o enteado

e lembrou:— Chico, vocês precisam ir à escola. E como não há

recursos para isso, vamos plantar uma horta. Adubaremos a terra, plantarei os legumes e você fará a venda na rua... Com o resultado, espero que tudo se arranje.

— A senhora pode contar comigo, — prometeu o menino.A horta foi plantada.Em algumas semanas, Chico já podia sair à rua com o

cesto de verduras.

— Olhem a couve, a alface! Almeirão e repolho!...

E o povo comprava.Cada molho de cou-

ve ou cada repolho va-lia um tostão.

Dona Cidália guar-dava o produto finan-ceiro num cofre.

Quando abriram o cofre, Dona Cidália, feliz, falou para o ente-ado:

— Você está ven-do o valor do serviço? Agora vocês já podem frequentar as aulas do grupo.

E foi assim que, em janeiro de 1919, Chico Xavier começou o A-B-C.

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O lobo mau, depois de engolir a vovó de Chapéuzinho Vermelho, pusera uma touca na cabeça e deitara na cama, esperando a vinda da menina.

Chapéuzinho não percebeu a trama do velho lobo e foi entrando confiando, achegando-se ao leito onde sua vovó se encontraria deitada.

— O que a senhora tem? — perguntou Chapéuzinho espantada.

— Estou muito doente, minha netinha! — fingiu o arteiro lobo, com água na boca para abocanhá-la. — Chegue mais perto, minha netinha!

Chapéuzinho aproximou-se e logo perguntou: — Por que a sua orelha está tão comprida, vovó?— É para te ouvir melhor!— E por que esses braços tão grandes?— É para abraçar você!— E por que essa boca tão grande, vovó?O lobo lambeu os beiços: — É para abocanhar você! E, dito isso, engoliu Chapéuzinho.Satisfeito com a dupla refeição, o lobo resolveu tirar um

cochilo ali mesmo, enquanto fazia a digestão.O caçador da floresta, que alertara Chapéuzinho sobre os

perigos do lobo mau, aproximou-se da casa e vendo a porta aberta, entrou. O caçador, entendendo o que havia acontecido, tirou uma faca da cintura, cuidadosamente abriu a barriga do lobo, tirando de lá a vovó e Chapeuzinho, sem que o lobo acordasse. No lugar delas, ajustou umas pedras na barriga do lobo e os três rapidamente se mandaram.

Ao acordar, o lobo sentiu muita sede, e foi até a lagoa da floresta. Nela mergulhou e, por estar muito pesado, afundou e morreu.

Enquanto ele afundava, lembrou de todas as maldades que praticara. Chorou, arrependido, porém desencarnou. Seu espírito libertou-se de seu corpo físico que ficou no fundo da lagoa. Sentiu-se leve, tão leve, que se libertou das águas, chegando à superfície da água, porém o quadro que via era outro. O lobo estava agora na Espiritualidade.

Ele ouviu outros lobos maus uivando solitários e, com muito medo e também arrependimento, chorava. Nisso, um espírito aproximou-se mansamente. O lobo rosnara instintivamente, mas o espírito não demonstrou medo; ao contrário, aproximou-

se e acariciou-lhe a cabeça; um gesto de carinho que o lobo jamais conhecera.

— Quem é você? — perguntou o lobo.— Sou o encarregado dos lobos maus e sei que você tornará

a ser bom!Gargalhando, o lobo respondeu: — Toda vida eu fui mau e continuarei a ser!— Se você prefere assim, serei obrigado a abandoná-lo, até

que suas lágrimas de arrependimento me chamem novamente.— Espere! Eu estava brincando. Cansei de ser mau.— Então, venha comigo!O lobo foi encaminhado ao Instituto de Regeneração, onde

passou por vários corredores, até chegar a uma sala, onde um médico o aguardava.

— Sente-se, por favor! — disse o médico ao lobo. Tenho aqui a ficha de sua vida, lobinho.

— De mi-nha vi-da? — o pobre lobo gaguejou.— Sim! Aqui tenho tudo: nascimento, infância, juventude,

maldades pretendidas, uma a uma, até o dia de seu afogamento na lagoa.

— Então viu que sou um caso perdido, não é mesmo? — choramingou o lobo.

— Ninguém nasce para o mal, lobinho. Temos um belo destino pela frente. Com algumas reencarnações será possível corrigir-se das artes e maldades costumeiras.

— Se não houve caso perdido, sou o primeiro. — dizia o lobo chorando de tristeza. — Eu reconheço que sou um caso sem solução, continuarei a ser um lobo malvado para sempre, sei que será assim!

Fazia pena ouvi-lo. O pobre lobo estava irredutível; ele não aceitava que um dia viria a ser bom. Diante disso, a equipe médica que cuidava dele, resolveu mostrar para ele o tele-a-vir, um equipamento cheio de fios que mais parecia uma televisão.

— Resolvemos mostrar-lhe o seu futuro, caro lobo! — disse um dos médicos.

— O meu futuro? — admirou-se o lobo.— Sim! Em casos iguais aos seu, em que se acredita que

será mau pela eternidade, convém mostrar uma pontinha das suas vidas futuras, para que você trabalhe pela sua própria recuperação.

— Irei ver-me nas próximas vidas?— Exatamente!Os médicos ligaram alguns fios ao cérebro do Lobo Mau e

outros ao seu coração. Viraram um botão e a tela iluminou-se.

De imediato, o lobo viu a sua tão conhecida floresta e ele ali estava muito pequenino. O

mesmo caçador que repletara a sua barriga de pedra estava passando por ali e, ao ver aquele pequeno filhote de pastor alemão, exclamou:

— Ah, um cão pastor! Vou levá-lo para a cabana, comigo!

Era um belo cão pastor, ainda um pouco selvagem e bravo, porém muito amigo do caçador.

Um dia, porém...Um dia, o caçador saiu cedo de casa e o

fiel amigo o acompanhava. Subitamente, o caçador assustou-se, uma enorme cascavel espreitava, pronta para dar o bote. O ex-lobo

contos

O Lobo Mau ReencarnadoContos

19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

DIA 011918 - Desencarna em Sacramento,

MG, Eurípedes Barsanulfo. Cristão autêntico, espírita ativo, médium e fundador do Colégio Allan Kardec. Cognominado Apóstolo do Triângulo Mineiro.

DIA 051839 - Nasce em Lincolnshire,

Inglaterra, Stainton Moses, reve-rendo protestante, que se voltou para o Espiritismo, tendo deixado a obra “Ensinos Espiritualistas”. Foi o primeiro presidente da London Spiritualist Alliance.

DIA 061835 - Nasce em Verona, Itália, Cesare

Lombroso. Criminalista, pesquisador e escritor espírita, em experiências com a médium Eusápia Paladino.

1940 - Realizada em Porto Alegre, RS, a primeira Exposição de Jornais, Revistas e Obras Espíritas.

DIA 071913 - Desencarna na Inglaterra o

cientista e pesquisador espírita Alfred Russel Wallace.

DIA 081834 - Nasce em Berlim, Alemanha,

Johann Karl Friedrich Zöllner, pes-quisador espírita.

DIA 101835 - Nasce em Sevilha, Espanha,

Amália Domingos Soler, vulto de grande destaque no Espiritismo es-panhol.

DIA 131932 - Desencarna em Porto Alegre,

RS, Angel Aguarod, grande publicis-ta espírita.

DIA 141849 - As Irmãs Fox realizam as pri-

meiras demonstrações públicas de

suas faculdades mediúnicas no Corinthian Hall, em Rochester.

DIA 151939 - Realizado no Rio de Janeiro o 1°

Congresso Brasileiro de Jornalistas Espíritas.

DIA 181881 - Nasce em Piraí, Rio de Janeiro,

Alfredo José do Santos Nora. Foi um grande poeta e jornalista. Lutou pela divulgação Espírita, através de seus versos, conseguiu aliar adeptos de outros credos quando estudante de Engenharia. Desencarnou em 13 de novembro de 1948, no mesmo local de seu nascimento.

DIA 221897 - Desencarna no Rio de Janeiro

Júlio César Leal. Foi um dos pionei-ros do Espiritismo no Brasil.

DIA 231795 - Nasce em Thiais, França,

Amélie-Gabrielle Boudet, educa-dora e escritora. Casou-se com o Professor Rivail (Allan Kardec) e co-laborou na divulgação do Espiritismo.

DIA 291982 - Desencarna Edgard Armond, li-

gado à Federação Espírita do Estado de São Paulo, autor de várias obras espíritas e pioneiro do movimento de unificação.

NovembroCalendário

calendario

mau não hesitou e abocanhou a cobra, para salvar seu amigo mas, velha e manhosa, a cascavel contorceu-se, picando-o no pescoço. Sem forças, o cão não abandonou a presa, dando tempo para que o caçador fugisse.

Carregado nos braços do caçador, sentiu, pela primeira vez, as lágrima de gratidão de um amigo.

O Lobo Mau estava muito emocionado, diante do tele-a-vir. Ele se preparava para fazer uma pergunta, quando as cenas da próxima existência começaram.

Nascera, agora, como um cão sem raça definida. Ainda filhote, fora abandonado na estrada e, faminto, encontrou uma casa, onde uma boa velhinha o recebeu. Essa velhinha não era outra, senão a vovó de Chapéuzinho que, mesmo com o passar dos anos, continuava firme.

O ex-lobo mau já estava mais dócil e calmo e crescera, ali, com a vovó.

Uma noite, já muito grande que ele era, bom para a vovó e bravo para com os estranhos, eis que três homens perturbados tentaram invadir o pequeno sítio, pondo a dona em perigo. Valentemente, o cão avançou contra os infelizes. Os homens fugiram, mas um deles, armando-se com um pedaço de pau, deu-lhe no focinho com muita força, antes de escapar com os outros para nunca mais voltar.

A vovó, ao vê-lo caído, já sem forças, chorou muito.O ex-lobo mau via as lágrimas amigas da velhinha. Ele

procurou sorrir calmo e, assim, despediu-se dela, agradecido pelo carinho que recebera naquela curta encarnação.

No Instituto de Regeneração, o Lobo Mau chorava diante do tele-a-vir, onde se apagavam as cenas da segunda existência e imediatamente apareciam as imagens da encarnação seguinte.

Reencarnara, dessa vez, como um cãozinho peludo e esperto. Desde pequenino, revelava a boa índole que adquirira nas existências anteriores e, agora, mal podia se imaginar que um dia ele fora um lobo mau da floresta.

O cãozinho era muito amado por todos. Crianças e velhinhos detinham-se a brincar com ele, que encantava a todos.

Chapéuzinho Vermelho, sua dona, fazia questão de que todo mundo viesse a conhecê-lo. Mal chegava uma visita e ele logo se aninhava no colo dos adultos e saltitava brincando com as crianças.

Mas, acima de tudo, vivia para Dedé. Dedé era uma menina que crescera de corpo, mas não de

inteligência e, por isso, nem todas as outras crianças lhe faziam companhia.

O pequeno cãozinho, porém, não se afastava dela e demorava-se a ouvi-la e ficava a dizer-lhe, entre ganidos e aus-aus, as muitas histórias que Chapéuzinho Vermelho lhe contava, qual se Dedé fosse a alma mais querida de seu coração.

Chapéuzinho, que amava muito Dédé, mostrava-se comovida pela gentileza espontânea de seu cãozinho.

Os médicos desligaram o tele-a-vir.O Lobo Mau estava deslumbrado. — Chegarei a ser assim

mesmo? — perguntou.— Dependerá de sua aplicação e comportamento. O que

você viu é parte do que preparamos para a sua regeneração. Partindo do seu arrependimento, esse é o programa ditado pelo seu coração e pelo seu próprio cérebro.

O lobo pensou e logo disse: — Aceito renascer, já que poderei demonstrar o meu

arrependimento a cada um dos que mais prejudiquei.Foi uma grande alegria! O ex-lobo mau, saudado por todos,

foi admitido nos departamentos em que aprenderia a transformar seus impulsos de agressão em gestos de amizade, já que várias existências aguardavam sua atuação, a fim de que pudesse, um dia, encontrar a verdadeira paz e ser feliz para sempre.

IagoBibliografia: Adaptação do livro infantil O Lobo Mau Reencarnado - Roque Jacintho, Editora Luz no Lar.Imagem: do mesmo livro citado acima.

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