F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

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FORMULÁRIO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) Por quê as pessoas usam drogas? Diferentes pessoas usam diferentes drogas por diferentes razões. Podem experimentar drogas por curiosidade, por diversão (recreação), por pressão do grupo social (os seus amigos também o fazem) ou por problemas de ordem psicológica e de autoestima. Fonte(s) da resposta : http://www.drugs.ie/pt/informacaeo_sobre_drogas/por_que_e_que_as_pessoas_usa m_droga s/ http://fundacaotelefonica.org.br/educacao-do-seculo-xxi/como-abordar-temas-ligado s-ao- consumo-de-drogas-na-escola/ 2) Como evitar ou reduzir o uso? Depende da população de que tratamos. As pessoas com problemas de uso abusivo de drogas provém de todos os níveis sociais e podem apresentar uma grande variedade de problemas físicos, mentais, laborais, sociais e/ou familiares, intimamente associados ao padrão de consumo, inclusive comorbidades de saúde associadas, impactando, assim, a possibilidade de tratamentos farmacológicos, decorrente da interação medicamentosa. Fonte(s) da resposta : Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).

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FORMULÁRIO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Por quê as pessoas usam drogas? Diferentes pessoas usam diferentes drogas por diferentes razões. Podem

experimentar drogas por curiosidade, por diversão (recreação), por pressão do

grupo social (os seus amigos também o fazem) ou por problemas de ordem

psicológica e de autoestima.

Fonte(s) da resposta:

http://www.drugs.ie/pt/informacaeo_sobre_drogas/por_que_e_que_as_pessoas_usa

m_droga s/

http://fundacaotelefonica.org.br/educacao-do-seculo-xxi/como-abordar-temas-ligado

s-ao- consumo-de-drogas-na-escola/

2) Como evitar ou reduzir o uso? Depende da população de que tratamos. As pessoas com problemas de uso

abusivo de drogas provém de todos os níveis sociais e podem apresentar uma

grande variedade de problemas físicos, mentais, laborais, sociais e/ou familiares,

intimamente associados ao padrão de consumo, inclusive comorbidades de saúde

associadas, impactando, assim, a possibilidade de tratamentos farmacológicos,

decorrente da interação medicamentosa.

Fonte(s) da resposta: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar

das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).

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3) Como lidar com estudantes ao falar sobre drogas? Clima de terror não ajuda em absolutamente nada e pode até dificultar. Isso

porque as primeiras experiências de consumo de drogas são prazerosas, então o

aluno terá dificuldade de entender a seriedade do problema. Recomendo ter

informações para contrapor.

A temática das drogas exige um alinhamento entre a escola e a família. É

fundamental ter um diálogo aberto, franco e honesto para conhecer como a questão

é discutida dentro da casa dos alunos. Muitas vezes, as drogas lícitas fazem parte

do cotidiano dos próprios familiares. Portanto, é fundamental conhecer a realidade

dessas famílias e chamá-las para um diálogo na escola. Nesse sentido, o ideal é

fugir de discursos moralistas: a abordagem deve ser reflexiva.

Como as drogas lícitas (a exemplo do tabaco e do álcool) acabam fazendo

parte da vida dos estudantes desde muito cedo, devem ser os primeiros abordados

dentro da sala de aula. Entretanto, é importante evitar um discurso extremista, pois

será difícil criar uma relação direta entre a abordagem e a realidade vivida pelos

estudantes. O trabalho deve ter um tom muito mais informativo. Os educadores,

ademais, devem estar abertos às dúvidas e questionamentos dos estudantes a

qualquer momento.

Fonte(s) da resposta:

http://fundacaotelefonica.org.br/educacao-do-seculo-xxi/como-abordar-temas-ligado

s-ao- consumo-de-drogas-na-escola/

https://escoladainteligencia.com.br/como-abordar-a-prevencao-as-drogas-na-educac

ao/

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4) Por quê proibir ou descriminalizar o porte de drogas para

consumo pessoal? Apesar de concordarmos com o argumento de que medidas repressivas

podem não ser as mais apropriadas para o enfrentamento do tema, bem como que

o encarceramento em massa de pequenos traficantes e pessoas utilizadas como

massa de manobra para o tráfico está longe de ser a solução, não estamos certos

de que houve, no Brasil, uma abordagem séria, articulada e organizada que possa

se aproximar de um “estado de guerra às drogas”.

A Coordenação do Projeto Estratégico Semear se filia à abordagem proposta

pela psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras

Drogas (Abead), Ana Cecília Marques, no sentido de que para “Superar o fenômeno

precisamos da estruturação de uma verdadeira política de drogas, apoiada no tripé

prevenção, tratamento e controle da oferta”.

Concordamos que “não estamos preparados para a legalização total e a

economia das drogas é a grande responsável por isso. Sempre vai existir o

traficante vendendo mais barato over the counter (ilegalmente)”. Além disso,

precisamos superar inúmeros desafios relacionados à estruturação de uma rede de

serviços de atenção e cuidados destinada aos usuários de drogas, que ainda não se

revela efetiva.

Outra medida imprescindível seria aprimorar a capacitação da polícia para

compreender o fenômeno, principalmente em relação aos usuários, como

extremamente complexo. É preciso entender a dependência química enquanto uma

doença crônica, desconstruindo o estigma em torno do usuário e respeitando-o

enquanto sujeito de direitos.

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A Dra. Ana Cecília é enfática, ainda, quanto à alteridade que deve permear a

discussão: “O meu direito é aquele que termina quando invado o seu. A partir do

momento que estou sob efeito de algo e mudo meu comportamento, já passei do

limite e posso ser um risco à sua vida”.

Há, ainda, vários argumentos que devem ser sopesados quando se está

diante de temas como a descriminalização e a legalização das drogas:

1) As drogas produzem dependência química, causando inúmeros males aos

usuários e suas famílias, bem como a toda a sociedade. Não parece ser

razoável, portanto, que a descriminalizaçao do porte para consumo seja a melhor

maneira de desestimular o seu uso.

2) Legalizar não quebra a relação traficante-usuário

Mesmo em países onde o uso de drogas é permitido, como a Holanda e o Uruguai,

diariamente são descobertos plantios clandestinos de cannabis, por exemplo.

3) Legalizar não significa mais dinheiro nos cofres públicos

O contrabando de produtos legalizados, a título ilustrativo, é uma realidade no país.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul pontua, ainda,

que “Os impostos advindos da produção e venda da maconha estatal não serão

suficientes para pagar o custo do tratamento de um dependente químico e o custo

da desorganização de sua família”.

4) O Estado deve coibir condutas prejudiciais à sociedade

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5) Proibir o uso de drogas não faz aumentar o consumo

A Associação Brasileira de Psiquiatria já registrou, em nota, que a

“legalização levaria justamente ao aumento do consumo, inclusive por

adolescentes”. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande Sul também já se

manifestou no sentido de que: “A área de saúde no Brasil não está organizada de

modo a comportar um possível aumento do número de dependentes químicos” e a

Diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, Nora D. Volkow, no artigo

“Efeitos Adversos à Saúde pelo Uso da Maconha”, alerta que “Os efeitos da droga

legal ou ilegal sobre a saúde do indivíduo são determinados não apenas por suas

propriedades farmacológicas, mas também por sua disponibilidade e aceitação

social”.

A esse respeito, drogas legais (álcool e tabaco) oferecem uma perspectiva

preocupante, representando o maior número de doenças associadas às drogas, não

porque são mais perigosas que as drogas ilegais, mas porque seu estatuto jurídico

permite uma exposição mais ampla.

6) Legalizar não reduz a criminalidade

A ABP também já afirmou em nota que “a legalização da maconha não é o

caminho para diminuir a violência. As leis e as proibições não eliminam totalmente

os crimes, mas diminuem a sua incidência e o número de vítimas”.

7) Criminalizar o porte para uso significa proteger a saúde e segurança

públicas

As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas diminuem a

sua incidência e o número de vítimas.

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8) Criminalizar não gera estigmatização

O usuário e o dependente precisam ser reinseridos. Mas isso não se deve à

criminalização, e sim ao fato de suas condutas não serem aceitas pela maioria da

população. Em outras palavras, a finalidade da política de drogas é reinserir o

usuário e o dependente, que já estão afastados do seio social, e não se tornam

afastados por praticarem uma conduta tipificada como crime.

É necessário estabelecer uma política de ressocialização, que abarque todos

os estigmatizados sociais, o que inclui os que vivem em situação de rua e os

egressos do sistema prisional, as pessoas com deficiência e em certa medida os

fumantes, tendo em vista que é cada vez mais comum a pressão dos grupos

contrária ao tabagismo.

É preciso, ainda, estimular a constituição de equipes multidisciplinares,

ambientes nos quais há a possibilidade efetiva do usuário participar das audiências

de advertência sobre os malefícios das drogas, expondo seus problemas e

angústias, enfim, refletindo sobre a sua relação com o uso das drogas. Ou seja,

basta vontade política para que o problema seja minimizado e isso não passa pela

descriminalização.

9) Holanda e Uruguai adotaram medidas repressivas após a legalização

As experiências holandesa e uruguaia não deveriam ser copiadas pelo Brasil.

Nossa nação possui mais de 8,5 milhões de km2 de área, enquanto o Uruguai tem

pouco mais de 176 mil km2 e a Holanda não chega a 42 mil km2. Some-se a isso a

questão populacional: somos 66 vezes mais populosos que o Uruguai e 12 vezes

mais que a Holanda.

O Brasil é um país continental: excetuando Chile e Equador, todas as nações

da América do Sul fazem fronteira conosco. Isso significa que estamos lado a lado

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com a Colômbia, a Bolívia, o Peru e a Venezuela, que, de acordo com o Relatório

Monitoramento de Territórios Afetados por Cultivos Ilícitos produzido pela ONU em

2015 são 4 dos maiores produtores de drogas do mundo.

Tanto a Holanda quanto o Uruguai passam por experiências extremamente

negativas após a legalização. Na Holanda desde 2012 os Coffee Shops que podem

vender até 5 gr. de maconha por usuário passaram a ser mais fiscalizados, tiveram

horários de funcionamento restringidos e foram impedidos de estar a menos de 250

metros de escolas.

Outro exemplo mais próximo de nós no espaço e no tempo é a legalização no

Uruguai, que aconteceu em 2013. Segundo o Jornal El Observador, pouco depois

da legalização foi realizada uma pesquisa na capital do país com consumidores

frequentes.

Em resposta à pergunta sobre quais atividades realizaram sob os efeitos da

maconha, 99% dos entrevistados disseram ter ido caminhar em espaços públicos,

54% usaram bicicleta, 21% se deslocaram de automóvel e 55% foram trabalhar.

Diante disso, em 02 de maio de 2016, o Poder Executivo aprovou o Decreto

128/116, que proibiu o consumo e a posse de maconha durante a jornada de

trabalho. Esse mesmo jornal Uruguaio em recentes reportagens sobre a situação

local publicou que “O toxicologista Antonio Pasacale confirmou que nos últimos

anos houve várias mortes por conta do uso de drogas sintéticas. Cada vez mais

policiais e bombeiros militares são flagrados em exames que indicam consumo de

cocaína e maconha; em novembro de 2016 se estimou que apenas 1⁄4 dos

consumidores habituais de maconha conseguiram adquiri-la através dos três

mecanismos previstos na lei, quais sejam: venda em farmácias, clubes canábicos e

autocultivo”.

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5) Como atrair uma pessoa para a Rede de Atenção Psicossocial –

RAPs quando ela se recusa a frequentar os serviços? A Entrevista Motivacional (EM) é uma técnica de entrevista baseada na

terapia centrada no cliente e desenvolvida originalmente para o tratamento

psicoterapêutico de dependência de drogas e álcool. Seu objetivo é desenvolver

motivação intrínseca para o tratamento, ou seja, uma mudança de comportamento

por parte do dependente para buscar e/ou aceitar ajuda, mediante uma abordagem

indagativa que permita superar ambivalências.

A EM mudou a perspectiva de que só é possível ajudar quem quer.

Fonte(s) da Resposta: https://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista_motivacional

Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades

com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).

6) Quais são os serviços oferecidos no tratamento do uso abusivo

e da dependência de drogas? Usualmente, as pessoas que procuram o serviços de apoio à superação da

dependência química, são encaminhadas à rede via relacionamentos pessoais ou

institucionais a que estão vinculadas. Contudo, é importante destacar o papel do

“Consultório de Rua”, serviço que pretende fazer interlocução com os dependentes

químicos em situação de rua, ou que por ali estejam transitando.

Do ponto de vista das instituições que integram a rede, o primeiro passo para

o estabelecimento de um plano terapêutico ao dependente químico, pautado na

definição dos encaminhamentos que serão feitos e serviços que comporão o seu

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tratamento, é a realização, por um profissional especialista no tema, de uma

avaliação ou entrevista inicial que leve em conta as particularidades de cada caso.

A partir deste momento inicial, tornam-se possíveis encaminhamentos:

Tratamento ambulatorial (que pode se dar por intermédio de acompanhamento

individual, terapia de grupo, e/ou acompanhamento terapêutico); Internação (que

pode se dar em hospital geral, na própria casa do usuário - internação domiciliar -,

em hospital psiquiátrico, ou em clínicas especializadas).

Outros serviços importantes neste setor, disponíveis na coletividade, são os

Grupos de Mútua Ajuda (AA, NA, Amor Exigente, etc) e os acompanhamentos

realizados pelas Comunidades Terapêuticas (CTs), ambos pautados na premissa da

motivação para a mudança, independente da motivação para o tratamento.

Fonte da resposta: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar

das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007).

7) Como fomentar o lazer sem drogas? Use estratégias criativas, principalmente dando voz, no âmbito escolar, aos

alunos que vêem os possíveis benefícios que as drogas podem trazer e preferem

escolher outras formas de alcançar esses benefícios (descontração, relaxamento,

sentir-se parte da “turma”, ter coragem de paquerar).

Procure adaptar o seu trabalho a seu público-alvo: se você é educador na

área de esportes, por exemplo, seu trabalho de prevenção vai render mais entre

jovens que adoram esportes (e que, em geral, não são muito atraídos por matérias

que requerem leitura e estudo). Assim, procure adaptar sua mensagem a seu

público, e evite recomendar livros para discussão, ou aulas teóricas sobre o

assunto.

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Para se contrapor a uma cultura grupal de esculpir o corpo com remédios e

beber até cair depois do jogo é preciso atuar no próprio palco onde essa sub-cultura

é construída - nas quadras, nos treinos.

É necessário escolher adultos apropriados para trabalhar com esses jovens.

Para estudantes atletas, que, muitas vezes, pouco valorizam o currículo formal,

pedir para o professor de Ciências trabalhar o problema na sua disciplina seria

possivelmente inócuo (senão contraproducente).

Fonte(s) da resposta (p. 36-37):

http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore

s.pdf

8) Como lidar emocionalmente com a frustração e a ansiedade? A ansiedade e a frustração são naturais, ou seja, são respostas orgânicas

que possuem repertório fisiológico e neurofisiológico para a sua manifestação, tendo

inclusive um caráter protetivo para a vida, pois compõem o sistema de alerta, assim

como o é a febre alta. O problema surge quando a ansiedade se torna recorrente,

ampliando sua manifestação enquanto tensão na vida; situação que pode denotar

tanto dificuldade em lidar com limites, quanto dar indícios de que a pessoa esteja

exposta a situações de assédio moral num ambiente que deveria ser protetivo.

Fundamental é ter flexibilidade e observar as circunstâncias que geram este

tipo de mal-estar fisiológico buscando diversificar a interpretação e o sentido dos

mesmos no cotidiano. Cria-se, assim, novos cenários, que permitirão janelas para

abordar a vida e ampliar a consciência sobre tais circunstâncias.

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Quando tal tensão ganha proporções a ponto de impactar o corpo biológico

na manifestação de sintomas psicossomáticos, é importante procurar ajuda

especializada na área de saúde, inclusive na esfera mental.

9) Como fazer prevenção nas escolas? Vários trabalhos científicos mostram que ajudar os jovens a lidar com

questões de timidez, sensibilidade extrema, frustração, dificuldade de se colocar

diante de um grupo, dentro do currículo escolar, resulta numa diminuição do uso de

drogas entre estudantes, que perdura por, pelo menos, seis anos após o

desenvolvimento das atividades.

O projeto mais exemplar nesse campo é o Life Skills Training (LST),

(Treinamento das Habilidades de Vida) concebido na Cornell University por Gilbert

Botvin e colegas. Esse programa convida estudantes e professores a discutir os

desafios afetivos e emocionais dentro da sala de aula e a tentar criar e exercitar

formas de lidar com eles. Propõe três eixos de atividades, cada um focado no

desenvolvimento de habilidades sociais distintas:

a) Autogerenciamento - ajuda estudantes a analisar sua auto-imagem e os

efeitos dela no seu comportamento, determinar objetivos pessoais de vida,

monitorar progressos nesse sentido, identificar comportamentos e decisões

cotidianas que foram influenciadas por outras pessoas, analisar essas situações e

aprender a avaliar as consequências de determinados comportamentos antes de

adotá-los;

b) Habilidades sociais gerais - ajuda os estudantes a superar a timidez e a

dificuldade de se comunicar, a obter firmeza na comunicação verbal e não verbal,

tanto na recusa como na aceitação de convites, assim como trabalhar com o

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reconhecimento de alternativas viáveis à passividade ou agressividade diante de

situações difíceis;

c) Habilidade de resistir a drogas - ajuda os jovens a reconhecer os mitos e

concepções equivocadas, disseminadas socialmente, em relação ao cigarro, álcool,

medicamentos e drogas ilícitas, assim como lidar com a pressão dos meios de

comunicação de massa e dos amigos para usá-los.

Fonte da resposta (p. 35-36):

http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore

s.pdf

10) O que fazer e o que não fazer em uma roda de conversa? Esta cartilha não vai fornecer uma fórmula secreta de como trabalhar em sala

de aula, até porque... essa fórmula não existe. Mas as experiências mostram que

alguns princípios e abordagens surtem mais efeito do que outros:

a) Apresente informações fundamentadas sobre drogas de maneira isenta e

honesta; sem usar exagero ou estratégias de amedrontamento. Os diferentes

setores da escola devem ter coerência na forma de abordar as questões;

b) Inclua informação realista sobre os riscos de se usar drogas, mas

mencione também os benefícios de não usá-las;

c) Caso vá explorar os vários motivos pelos quais as pessoas usam drogas,

discuta também alternativas, outras atividades que as pessoas poderiam ter

escolhido ao invés de usar drogas;

d) Não faça sermão, tente envolver seus alunos ao máximo, usando as

opiniões e visões que eles oferecem;

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Page 13: F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

e) Não exagere os dados de consumo de drogas na nossa sociedade. A

maioria dos nossos jovens é saudável e prefere se abster. Exagero só faz com que

os jovens desenvolvam uma visão deformada da realidade, pensando que se eles e

seus amigos não usam drogas, é porque estão “por fora”; afinal os jornais, seus pais

e professores garantem que o consumo de drogas está cada vez mais disseminado;

f) Não generalize as informações como se todas as drogas fossem iguais,

fazendo afirmações do tipo “não use drogas” ou “os problemas que as drogas

causam”. É importante saber que, embora seja desejável que os adolescentes

retardem o início do consumo, existem usos de algumas drogas ou medicamentos

que não trazem prejuízos. Os efeitos são diferentes, o que torna necessário que as

informações sejam dadas nomeando as drogas sobre as quais estamos falando;

Fonte da resposta (p. 31-32):

http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-edu

cadores.pdf

11) Como lidar com os usuários abusivos e dependentes de

drogas? a) Amizade é fundamental: seja o melhor amigo que você puder ser.

Algumas amizades são breves e outras duram uma vida toda. Ajudar um amigo a

vencer uma luta como a dependência química é uma maneira de fortalecer uma

amizade. Com a evolução do relacionamento, você tende a se preocupar mais com

a pessoa. Durante uma crise, você naturalmente quer ajudá-la. Esteja presente

quando ela precisar de você e ouça o que ela tem a dizer. Existem razões para que

ela abuse das drogas. Escutá-las pode permitir que ela expresse pensamentos e

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sentimentos que podem ajudá-lo a entender a causa do vício. Seja respeitoso, leal e

confiável.

b) Utilize comunicação não-violenta: expressar seus sentimentos é uma

coisa corajosa de se fazer, mas que pode ser arriscado também. Você pode

reconhecer isso dizendo: “Eu sei que isso pode ser difícil para você e estou honrado

por você compartilhar essas informações comigo. Eu o respeito por fazê-lo e estou

aqui se quiser conversar”. Ajudar uma pessoa com dependência química pode

demorar e ser a coisa mais difícil que você fará em sua vida, mas será a mais

gratificante.

c) Mostre empatia: ser ouvido e compreendido são componentes essenciais

para o crescimento pessoal. A experiência emocional de lidar com uma

dependência química vai estimular uma pessoa a crescer, o que pode ser doloroso.

Você pode ajudar a aliviar a dor dela escutando-a ativamente. Coloque-se no lugar

da pessoa. Aprenda a ser compassivo e compreensivo em vez de julgá-la. Pode ser

difícil de entender, mas você pode sempre tentar. Trate a pessoa como você

gostaria de ser tratado. Você provavelmente já experimentou lutas em sua vida e

sabe o que foi útil e o que não foi.

d) Comunique sua preocupação acerca da situação: é difícil ver alguém

sofrer ou fazer más decisões que impactam negativamente sua vida. Em algum

momento, você terá que dizer à pessoa que está preocupado com o bem-estar dela.

Ela pode ou não querer ouvir o que você tem a dizer. Isso é bom, pois você estará

sendo você mesmo e demonstrando que se importa.

e) Peça permissão para se envolver: se uma pessoa estiver no auge do

vício, ela pode não perceber que precisa de ajuda, mas pode estar aberta a isso.

Você pode dizer coisas como: “Parece que você está tendo problemas com as

drogas. Eu estou aqui com você se quiser ajuda. Tudo bem para você?”. Não tenha

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medo de fazer as perguntas difíceis. Confrontar assuntos difíceis que possam pôr

em risco um relacionamento é um desafio. Você vai precisar fazer perguntas diretas

e honestas como “Você acha que está dependente desta droga?” e “Eu sei que

pode ser difícil falar sobre isso, mas você está disposto a acabar com sua saúde e

seus relacionamentos por causa de um problema assim?”.

Fontes da resposta:

https://www.clinicasmaster.com.br/como-ajudar-um-dependente-quimico/

https://www.psicologiasdobrasil.com.br/18-passos-para-ajudar-um-dependent

e-quimico/

12) Por que álcool é lícito e outras drogas não? O álcool é uma droga lícita, mas não pelo fato de ser menos prejudicial à

saúde se comparado a outras drogas. Pelo contrário, também causa dependência

aos usuários, sendo inclusive pontuado que a incidência de problemas de saúde

decorrentes do uso indiscriminado das drogas ilícitas é superior às drogas ilícitas.

Tal como o cigarro, o álcool é legalizado, produzido e comercializado na

sociedade por ser socialmente aceito. Cumpre frisar que o critério de legalidade ou

não de uma droga é historicamente variável, geralmente dependente dos interesses

políticos e socioeconômicos vigentes.

Droga é droga. Não é porque ela é lícita que causa menos dano à saúde ou

deve ser vista de forma diferente.

O cigarro e a cerveja apenas são lícitos porque o Congresso Nacional assim

decidiu com a pressão da indústria do tabaco e da cerveja. O Brasil, conforme

dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), é o terceiro

produtor mundial de cerveja, perdendo apenas para China e EUA. Só no Brasil a

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Indústria cervejeira tem faturamento superior a R$ 70 bilhões ao ano e representa

1,6% do PIB. Só a AMBEV registrou lucro de mais de R$ 12 bilhões de reais apenas

em 2019. Por isso que, absurdamente, a Lei que restringe a propaganda de cigarro

e outras bebidas alcoólicas não atinge a cerveja. Lembrando que estamos falando

apenas de cerveja e não de toda a indústria do álcool e tabaco.

O SEMEAR inclui o álcool e tabaco como droga, bem como os anabolizantes,

remédios para emagrecer e para dormir. O motivo que leva as pessoas a usarem

drogas são basicamente os mesmos: esquecer problemas e frustrações através de

uma distração; escapar da timidez e insegurança para conseguir amizades e

paqueras; necessidade de experimentar novas emoções e sensações imediatas

sem pensar nas consequências futuras; falta de perspectiva ou planos; influência

social ou familiar, mal exemplo da mídia, entre outros. Numa sociedade hedonista e

imediatista é natural que as pessoas busquem um prazer instantâneo sem pensar

nas consequências futuras.

Depois arranjam os gatilhos mais diversos como precisar da droga para

relaxar, para acordar, para trabalhar, para dormir, para emagrecer, para comer, etc.

a droga trabalha no cérebro de um jeito que nem o indivíduo se dá mais conta de

que ela influencia no seu julgamento. Por isso, a dependência é considerada uma

doença pela OMS, CID 10 F19.

Os malefícios causados pelo álcool e tabaco muitas vezes chegam a ser

mais graves que de outras drogas ilícitas, por isso, têm tratamento igual no projeto

SEMEAR.

Fontes:

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/drogas-licitas-ilicitas.htm

https://www.todamateria.com.br/droga-licita/

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http://www.actbr.org.br/post/alcool-e-tabaco-sao-mais-danosos-do-que-qualquer-outr

a-droga/17330/

13) A maconha causa menos mal do que o álcool? Os estudos sobre a maconha e seus possíveis danos no organismo são mais

recentes se relacionados ao álcool. Por conta disso, os efeitos do uso contínuo da

maconha ainda não são tão conhecidos. Alguns estudos, no entanto, têm apontado

que o álcool é pior do que a maconha para o cérebro, sendo a maconha quase 144

vezes menos mortal do que o álcool. Ainda assim, a maconha também causa

malefícios à saúde: ela produz prejuízos cognitivos, alterando a capacidade racional

e o equilíbrio físico de uma pessoa. O uso também pode dificultar a reprodução,

causar problemas psiquiátricos em quem é predisposto, inclusive antecipando o

surgimento de condições psiquiátricas em pessoas jovens.

Fontes:

https://m.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais

-mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm

https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/alcool-e-pior-do-que-maconha-para-o-cer

ebro-diz-estudo/

https://exame.abril.com.br/tecnologia/maconha-e-144-vezes-mais-segura-que-o-alco

ol-diz-estudo/

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14) Existe dose segura para as drogas?

É possível identificar duas principais formas de consumo de drogas: a) o uso

recreativo, definido pela utilização esporádica e associada a situações de lazer e

entretenimento; b) a dependência química, caracterizada não só pelo abuso da

substância, mas pelo fato dela ser utilizada em praticamente qualquer situação,

como hábito e necessidade. É sabido que, em geral, o sujeito começa com o uso

recreativo e progride até o vício, fato esse que se encontra diretamente relacionado

com a figura da tolerância às drogas. O organismo se acostuma e fica tolerante à

droga, que passa a fazer cada vez menos efeito, de modo que o sujeito passa a

aumentar as doses de maneira considerável para obter os efeitos desejados. Por

esses motivos, é muito difícil quantificar com precisão uma dose que seria

considerada segura para o uso de drogas, especialmente se considerada a alta

variedade existente no mercado. Alguns estudos têm se limitado a medir a diferença

entre uma dose efetiva e uma dose letal.

Fonte:

https://hypescience.com/drogas-menos-perigosas-alcool/

https://blog.viversemdroga.com.br/uso-recreativo-de-drogas-limite-entre-uso-s

ocial-e-dependencia/

https://www.antidrogas.com.br/2008/03/28/o-que-e-tolerancia-a-drogas/

15) Existe interferência do estado emocional? Pode-se controlar

mais ou menos? Existem pessoas que controlam mais e outras

menos? As drogas se encontram diretamente relacionadas com a interferência no

estado emocional, tendo em vista que são utilizadas, na maioria das vezes, com

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Page 19: F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

esse intuito. No entanto, esse efeito acaba por destituir o indivíduo da posição de

“ator” no cenário emocional, sendo consideravelmente mais devastador se ocorre no

período de desenvolvimento (em que o sujeito amadurece e constrói estruturas e

recursos para o manejo emocional). Afinal, é criada uma rotina de uso de

entorpecentes para o manejo de conflitos, fator esse que interrompe o processo

emocional que possibilitaria o encaminhamento do sujeito para a superação destes.

Além de o vício em entorpecentes gerar prejuízos à saúde emocional, a própria

síndrome de abstinência, caracterizada pela suspensão do uso abusivo, pode

desencadear sintomas emocionais negativos, dentre eles a depressão, a ansiedade

e outros transtornos de humor.

Fontes:

http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=180607&e=7

www.crianca.mppr.mp.br/pagina-457.html

https://hospitalsantamonica.com.br/consequencias-das-drogas-entenda-o-real-perig

o-do-uso-de-drogas/

16) Existem pessoas que têm mais propensão para o vício? Os estudos desenvolvidos a respeito da propensão para o vício têm

alavancado diversas hipóteses nesse sentido. Por exemplo, a partir da análise dos

cérebros de viciados em crack ou cocaína com o cérebro de seu irmão ou irmão,

que nunca utilizaram drogas, observou-se que ambos possuíam as mesmas

anomalias na região que controla o comportamento, o que pode decorrer do fato de

terem crescido na mesma casa ao invés de uma propensão genética. Outros

pesquisadores concluíram que o abuso de drogas resulta de uma complexa

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Page 20: F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

interação de fatores genéticos, psicossociais e culturais. Em que pese os estudos

apontem, em geral, a possível predisposição hereditária à dependência química, é

preciso não perder de vista outros elementos que também influenciam no quesito

dependência química, tal como o histórico familiar, a exposição em idade precoce e

a estrutura familiar.

Fontes:

https://hypescience.com/certos-cerebros-podem-ser-propensos-ao-vicio/

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000600010

https://blog.viversemdroga.com.br/mito-ou-verdade-afinal-dependencia-quimica-e-he

reditaria/

17) Quanto às drogas ilícitas, quais representam o maior desafio

para as autoridades hoje? No âmbito epidemiológico, o estudo brasileiro mais recente sobre o consumo

de drogas (3o Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População

Brasileira, produzido pela Fiocruz e divulgado em 2019) evidencia que entre as

substâncias ilícitas a mais consumida aqui é a maconha. 2,5% dos brasileiros

fizeram uso da droga no período, o que corresponde a 3,8 milhões pessoas.

Todas as outras drogas ilegais têm taxas de consumo abaixo de 1%, sendo a

cocaína a segunda droga ilícita mais usada (0,9% dos brasileiros a consumiram nos

últimos 12 meses, o que, em números absolutos, corresponde a 1,3 milhão

pessoas).

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Page 21: F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

O uso de crack no último ano foi citado por 0,3% dos entrevistados e os que

reportaram o uso nos últimos 30 dias foram 0.1% da população, ou 172 mil pessoas.

Ecstasy, heroína e solventes foram usados por menos de 0,2% dos entrevistados

nos últimos 12 meses.

Esses dados, contudo, segundo os próprios pesquisadores, podem estar

subestimados, uma vez que a metodologia adotada foi a de pesquisa domiciliar,

deixando de captar usuários que estivessem na rua ou em presídios.

Além disso, há estudos publicados que indicam o crescimento constante e

persistente do mercado mundial de drogas ilícitas, que atinge a cifra astronômica de

quase 900 bilhões de dólares ao ano, desafiando a compreensão de pesquisadores,

governantes, formuladores de políticas sociais e demais autoridades responsáveis

pelos órgãos de vigilância e repressão e da sociedade como um todo.

Trata-se de um panorama agravado pela indústria e comércio de

medicamentos e substâncias como o álcool e o tabaco, que são as drogas mais

consumidas no Brasil e, embora legalizadas, são fonte de grandes prejuízos para a

saúde e para a vida social.

A realidade sobre o consumo de drogas enquanto fenômeno global não está

restrita a classe social, gênero ou etnia. Durante a primeira década do milênio, o

narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano, segundo o Escritório

das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). A cifra é equivalente a 35% do

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ou a 1,5% de toda a riqueza produzida no

globo. Trata-se de um mercado extremamente dinâmico, sempre alimentado por

“novidades” (como as metanfetaminas e as sintéticas, em geral) ou por ondas

renovadas de consumo de drogas antigas .

O cenário é ainda mais grave quando se considera que o narcotráfico

impulsiona e alimenta 40% das demais frentes de negócios mantidas pelo crime

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organizado, segundo a Unodc, com base em dados do final da década passada. As

atividades, que incluem tráfico de armas, de pessoas e lavagem de dinheiro, entre

outros, giraram 2,1 trilhões de dólares, ou seja, 3,6% do PIB global. Mas não é só. O

narcotráfico ainda estabelece uma relação “cooperativa” com o mercado de drogas

permitidas e socialmente aceitas, como o álcool e o tabaco, para gerar um quadro

catastrófico para a saúde pública.

O Global Drugs Survey (GDS) desponta como uma ferramenta importante

para compreensão do problema. Coordenado no Brasil por Clarice Sandi Madruga,

psicóloga e professora afiliada da disciplina de Psiquiatria da Escola Paulista de

Medicina da Universidade Federal de São Paulo, a coleta on-line feita pela pesquisa

contou, em 2015, com a participação de 107.624 pessoas. O relatório final revela

dados surpreendentes, que envolvem consumo de álcool, versões alteradas de

ecstasy, baixo preço da cocaína e, principalmente, o uso da maconha sintética no

Brasil.

O estudo detectou pela primeira vez o uso de maconha sintética no país, que,

conforme já mencionado, é a substância ilícita mais consumida aqui. A droga nada

tem a ver com a versão natural. “O spice (nome comercial) é uma versão da

molécula do THC sintetizada em laboratório. Por se ligar a receptores cerebrais de

forma diferente que a molécula original, aumenta em até 60 vezes as chances do

indivíduo desenvolver dependência química e em 30 as de ter uma emergência

médica após o uso”, segundo a pesquisadora Clarice Madruga. Das 434 entradas

de emergência em hospitais detectadas pelo estudo, 50,9% ocorreram pelo seu uso.

É vendido em forma de óleo para cigarros eletrônicos ou como fertilizante da planta

Cannabis.

Já o preço da cocaína brasileira é o mais baixo do mundo: em torno de R$

50,00 o grama. O equivalente em crack também é barato – em torno de R$ 25,00,

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Page 23: F O R MU L Á R I O D E P E R G U N T A S E R E S P O S T A S

segundo órgãos brasileiros de entorpecentes. O “pó” também foi identificado como o

mais potente, uma vez que o país apresentou os maiores índices de procura de

serviços de emergência após o uso.

SOBRE A MACONHA 1) Qual o efeito da maconha a curto e largo prazo?

Diversos são os estudos sobre os efeitos decorrentes do uso de maconha a curto e longo prazo. Pode-se, no entanto, mencionar aqueles que mais comumente aparecem nas pesquisas, a saber: Efeitos a curto prazo do uso da maconha: sensação de bem-estar e relaxamento (não aparece para todos os usuários), prejuízos na memória e atenção, delírios, alucinações, tempo de reação elevado, aceleração dos batimentos cardíacos, hiperemia conjuntival (olhos avermelhados), diminuição na produção de saliva; Efeitos a longo prazo do uso da maconha: perda de memória, prejuízo na capacidade de aprendizagem (que pode se tornar irreversível), diminuição da motivação, comportamento violento, dependência, doenças pulmonares e/ou cardíacas, aumento do risco para desenvolvimento ou agravamento de transtornos mentais e psiquiátricos, disfunções sexuais relacionadas com a diminuição na produção de testosterona em até 50-60%.

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Tais efeitos tornam-se ainda mais acentuados se a maconha for consumida

simultaneamente a outras substâncias psicoativas. De acordo com matéria publicada no website da clínica de reabilitação Cleuza Canan, por exemplo, a mistura das drogas maconha, cocaína e crack aumenta de forma substancial os riscos para a saúde, uma vez que intensifica a aceleração dos batimentos cardíacos e o aumento da pressão arterial, tornando maior a chance de paradas cardíacas fatais.

Ademais, estudiosos afirmam que o consumo de maconha

concomitantemente ao álcool aumenta os níveis de THC no sangue, intensificando os efeitos da droga. Enquanto esta prejudica a percepção do usuário, o álcool prejudica a coordenação motora, de modo que o risco de envolvimento em acidentes de grandes proporções fica elevado.

Dentre os efeitos psicológicos a curto prazo, pode-se destacar:

● Problemas de memória a curto prazo;

● Ansiedade severa, incluindo o medo de que se está sendo observado ou seguido (paranoia);

● Comportamento muito estranho, ver e ouvir ou sentir o cheiro de coisas que

não estão lá, não ser capaz de distinguir a imaginação da realidade (psicose);

● Pânico;

● Alucinações;

● Perda do sentido de identidade pessoal;

● Tempo de reação elevado;

● Problemas com a coordenação (prejudicando a condução segura ou a prática de esportes).

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Dentre os efeitos psicológicos a longo prazo, pode-se destacar:

● Declínio do QI (em até 8 pontos se o uso prolongado começou na idade da adolescência);

● Desempenho escolar precário e maior probabilidade de abandonar os estudos;

● Capacidade para pensar, aprender e executar tarefas complexas prejudicada; Baixa satisfação na vida;

● Dependência química (cerca de 9% dos adultos e 17% das pessoas que começaram a fumar quando adolescentes);

● Pode induzir um estado de diminuição da motivação, que pode chegar à síndrome amotivacional, ou seja, a pessoa não sente vontade de fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça, perder a importância;

● Problemas de relacionamento, violência do parceiro sexual;

Nesse ponto, não apenas os aspectos relacionados à saúde dos indivíduos preocupam as autoridades, mas também as suas relações interpessoais.

Em declaração recente, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu que todos os países protegessem mulheres e crianças, as principais vítimas de violência doméstica. Nesse alerta, Guterres mostra evidências de que o confinamento das pessoas em suas casas durante a pandemia da COVID-19, nesse período de isolamento social devido à pandemia, levou a um surto de violência doméstica.

É notório que um dos fatores mais correlacionados com a violência doméstica no Brasil é o uso de álcool. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu Relatório Global sobre Saúde e Álcool de 2018, aponta que o consumo nocivo de álcool está relacionado a cerca de 18% dos casos de violência doméstica. O fato de

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as pessoas ficarem em casa pode favorecer o uso abusivo de álcool e facilitar os atos violentos.

Dados do governo brasileiro demonstram um aumento de 9% no volume de denúncias recebidas através do Disque 180, referentes à violência doméstica, na semana de 17 a 25 de março de 2020, comparado com a semana anterior. No Rio de Janeiro, houve um aumento de 50% nas denúncias, quando comparado com o mesmo período de 2019.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) também realizou um levantamento que apontou que, embora seja observada uma diminuição nos registros de boletins de ocorrência de casos de violência doméstica, o número de mortes relacionadas ao feminicídio aumentou: em São Paulo, por exemplo, o crescimento foi de 46% na comparação entre março deste ano e março de 2019.

Primeiro, porque estamos todos confinados e sofrendo dentro de casa. Segundo, porque, com o isolamento, muita gente parou de trabalhar e não tem o salário garantido e está com a própria sobrevivência comprometida. Também há lugares em que as acomodações são pequenas e todo mundo fica confinado junto. Então, realmente há a criação de um ambiente para o agressor ficar mais nervoso, mais irritado, com os problemas se avolumando, junto com o medo e a angústia.

● Comportamento anti social incluindo roubar dinheiro ou mentir;

● Dificuldades financeiras;

● Maior dependência de assistência social;

● Maior probabilidade de estarem desempregados ou não conseguir empregos.

As consequências do consumo de maconha a longo prazo pode afetar o equilíbrio neurofisiológico do corpo, seja positiva ou negativamente. Entender como essa droga afeta o funcionamento do organismo é importantíssimo para adquirir mais consciência em prol de uma vida saudável.

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Existem os efeitos superficiais e imediatos, associados a sensações

momentâneas de prazer. Normalmente, são aquilo que motiva os usuários a fazer uso da substância. Mas também há os efeitos de longo prazo, que podem comprometer a vida de quem usa e de todos à sua volta.

O mais interessante, porém, é saber que seus mecanismos de prazer podem ser substituídos por outros alimentos e atividades, o que traz um alívio muito mais eficiente e eficaz às dores e tristezas de quem busca a maconha.

Assim, apresentamos os esclarecimentos abaixo para serem apreciadas de coração e mente aberta: Perda de memória:

O uso da maconha traz um efeito devastador na chamada memória de curto prazo. Ela é gerenciada no cérebro, mais especificamente no hipocampo, essencialmente ligado às funções de aprendizagem no ser humano. Em um organismo afetado pela droga, o cérebro é impedido de registrar novas memórias.

Assim, o uso prolongado da droga pode dificultar a assimilação de coisas simples, como as regras de legislação para tirar carteira de motorista ou procedimentos básicos para viajar de avião. Ele receberá as informações, mas ao precisar acioná-las em seu cérebro, terá maiores dificuldades que o normal, ou simplesmente não conseguirá.

Essa é uma importante reflexão a ser feita, pois esses exemplos do cotidiano, a princípio, parecem simples de serem executados. Mas a habilidade para executar essas simples tarefas diminuirá consideravelmente com o consumo regular de drogas como a maconha. Desencadeamento de comportamentos violentos:

Com o nível de raciocínio diminuído ou mais lento, a percepção da vida é consideravelmente afetada. A dependência, que será abordada a seguir, comandará

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as ações do consumidor de cannabis, que poderá tomar atitudes a todo custo para alimentar o constante estado eufórico que o efeito do entorpecente provoca.

Não é incomum, por exemplo, que dependentes químicos e usuários de maconha contraiam dívidas, tenham comportamentos violentos e proporcionem outros males à sua vida e de quem está à sua volta.

É importante a família e pessoas mais próximas estarem sempre alertas, pois a violência pode acontecer a qualquer momento, sendo comum que os dependentes cometam roubos, furtos e, caso o grau de dependência seja maior, possa até mesmo provocar situação de violência física que concorra para a morte alguém.

Ou seja, pode-se observar que seus efeitos são bidirecionais, afetando tanto a saúde quanto o ambiente em que eles vivem. Dependência

A dependência de qualquer tipo de droga vai variar de uma pessoa para outra, pois tem relação direta com a idade, genética e condições mentais pré existentes. Quanto mais jovem for o usuário, mais serão os efeitos e danos no organismo, especialmente no desenvolvimento mental.

É importante ressaltar que a dependência ocorre porque o cérebro vai se ajustar à substância e assim reduzir o número de receptores e a função da dopamina. Quando isso acontece, o dependente passa a usar uma quantidade cada vez maior da droga, buscando experimentar o efeito de antes.

A dependência é desencadeada pelo organismo que, uma vez acostumado com a utilização da droga, demanda doses maiores para se satisfazer. Caso essa necessidade não seja satisfeita, surgem os efeitos da abstinência.

As sensações colaterais da dependência impulsionam o usuário a buscar novamente a droga para aliviar suas novas crises, incluindo as suas dores e carências emocionais.

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Outro fator importante da dependência é que, por ser uma resposta orgânica, é muito difícil iniciar o uso de alguma substância entorpecente e não ficar submisso a ela. Doenças pulmonares e cardíacas

O consumo da maconha envolve sua queima e consequente absorção pelo aparelho respiratório da fumaça resultante. Portanto, é impossível que o pulmão não sofra com os efeitos do uso prolongado desta droga.

Quando a maconha é queimada, outros elementos tóxicos são absorvidos pelo organismo, como amônia e cianeto de hidrogênio. Com o tempo, o usuário da droga desenvolve tosse crônica, dificuldades respiratórias e produz catarros e mucos em excesso, entupindo frequentemente suas vias nasais. Tais ocorrências podem, por exemplo, impedir ou diminuir a capacidade para caminhar, praticar esportes e fazer outras atividades rotineiras, ou seja, do dia a dia.

O componente ativo da maconha, o tetra-hidrocarbinol (THC), responsável pelos efeitos alucinógenos e de relaxamento do corpo, é inalado e transportado no organismo por meio do sangue. Além do THC, outras substâncias tóxicas também são lançadas na corrente sanguínea, causando aceleração dos batimentos cardíacos. Pessoas com doenças cardíacas preexistentes, desconhecidas ou não, agravam os efeitos de suas doenças ao utilizarem a maconha. Aumento do risco para o desenvolvimento de transtornos mentais e psiquiátricos

Se um indivíduo possui propensão ao desenvolvimento de transtornos de ordem mental ou psiquiátrica, a maconha poderá deflagrar o aparecimento dos sintomas.

Riscos como a aceleração da esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos podem afastar ainda mais o indivíduo do convívio da sociedade. Cria-se assim um

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ciclo vicioso, pautado no acúmulo de motivações para que ele continue procurando a droga.

Transtornos afetivos de bipolaridade, de ansiedade, depressão e humor

podem, inclusive, terem seus efeitos e surtos ampliados com o uso da cannabis. Isso vale também para os impactos negativos nas fases agudas do uso da maconha.

A ansiedade, por exemplo, é considerada um mal da sociedade e muitas pessoas fazem relatos sobre seus efeitos danosos. Porém, pode ser tratada de diversas maneiras, inclusive sem interferências clínicas, por meio da prática de atividades físicas e do acompanhamento psicológico. Fontes da Resposta: https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana/short-and-long-term-effects.html https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-consequencias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/ http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf https://cleuzacanan.com.br/drogas-maconha-cocaina-e-crack/ 2) Posso usar a maconha para relaxar?

Quando se trata de pensar e discutir a questão do uso e dos efeitos do uso de substâncias psicoativas é de suma importância ter em mente, primeiramente,

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que para cada sujeito, com seu arranjo biológico próprio, relações e história de vida particulares, a busca pelo consumo da droga, a dose, e sua repercussão, seja ela física, mental e/ou social, é bastante ímpar.

Neste sentido se, geralmente, os efeitos gerados pelo uso da maconha são descritos pela literatura como uma sensação de bem-estar, acompanhada de calma e relaxamento, menos fadiga e hilaridade, há casos em que a utilização desta droga pode ser seguido de estados de angústia, atordoamento, ansiedade e medo de perder o autocontrole, com tremores e sudorese.

Ademais, conforme estudo realizado pela Washington State University (EUA)

a maconha pode aliviar estresse e ansiedade, mas piorar depressão com o tempo (seu efeito antidepressivo aconteceria apenas a curto prazo, portanto).

Esses efeitos podem ser descritos, em alguns casos, como uma sensação de

bem-estar, acompanhada de calma e relaxamento, menos fadiga e hilaridade, enquanto, em outros casos, podem ser descritos como angústia, atordoamento, ansiedade e medo de perder o autocontrole, com tremores e sudorese. Há uma perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, além de um prejuízo da memória e da atenção. Com doses maiores ou conforme a sensibilidade individual, podem ocorrer perturbações mais evidentes do psiquismo, com predominância de delírios e alucinações.

Maconha pode aliviar estresse e ansiedade, mas piorar depressão com o tempo: Estudo da Washington State University, nos Estados Unidos, também analisou dados de pacientes que fazem uso da erva medicinal em casa. Alívio de sintomas da depressão só acontece no curto prazo, avaliam cientistas. Os cientistas chegaram às seguintes conclusões:

● Cannabis rica em CBD e baixa em THC pode reduzir sintomas da depressão no curto prazo;

● Duas baforadas de qualquer tipo de cannabis reduzem os sintomas de ansiedade;

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● Dez ou mais baforadas de cannabis com altas concentrações de CBD e THC produziram as maiores reduções no estresse;

● O uso de cannabis para o tratamento da depressão pode piorar os sintomas ao longo do tempo.

Fontes da Resposta: http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf https://g1.globo.com/bemestar/noticia/maconha-pode-aliviar-estresse-e-ansiedade-mas-piorar-depressao-com-o-tempo.ghtml 3) Qual a diferença entre as maconhas? Fêmea, hidropônica, haxixe, skank? Qual a mais forte ou potente?

São conhecidas as seguintes apresentações da Maconha: → Haxixe

Haxixe é o nome dado à resina extraída da planta da maconha que posteriormente é seca e prensada. É considerada uma forma mais concentrada da maconha e apresenta uma quantidade maior de substâncias psicoativas do que aquela que é habitualmente fumada (folhas e grãos da planta seca). O haxixe é geralmente utilizado por meio da ingestão ou inalação (fumando). → Skunk

No caso do skunk, temos uma variedade da maconha que foi cultivada e que se destaca pelos seus elevados índices de tetra-hidrocanabinol. Desse modo, podemos concluir que se trata de uma versão mais forte do que a tradicionalmente utilizada e que possui, portanto, efeitos mais poderosos. Pesquisas indicam que o

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uso de skunk pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver psicose, podendo triplicar o risco. → Fêmea

Os termos maconha, erva, liamba ou marijuana referem-se às folhas secas das plantas Cannabis e às flores das plantas femininas.[171] Este é o modo mais amplo de consumir-se cannabis. Contém um teor de THC que pode variar de 3% até 22%;[172] em contrapartida, a Cannabis utilizada para produzir linhagens industriais de cânhamo contém menos de 1% do THC.[173] → Hidropônica

A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.[1] Na hidroponia as raízes podem estar suspensas em meio liquido (NFT) ou apoiadas em substrato inerte (areia lavada por exemplo). Trata-se, portanto, de uma variedade de cultivo. Quanto à potência da Maconha:

Um estudo federal recente descobriu que “a potência do material vegetal ilícito de cannabis tem aumentado de forma consistente ao longo do tempo, desde 1995, de cerca de 4% em 1995 para aproximadamente 12% em 2014”. Este acentuado aumento representa uma mudança quando os fumantes começaram a trocar a maconha plantada em terra para a hidropônica.

Em uma impressionante batida de 2009, o DEA apreendeu uma maconha

que marcava impressionantes 33,12%, a maior concentração de THC que a agência já viu em uma amostra nacional da erva.

Tenha em mente, as estatísticas governamentais não incluem amostras do

mercado “legal”, onde a maconha costuma ficar acima de 20% e até mesmo de

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30%, com cannabis concentrada subindo para a faixa dos 90%, um feito notável na história da humanidade. De um modo geral, qualquer coisa acima de 15% é considerada “da boa”.

Resumindo, a maconha é mais potente porque a qualidade do processo de cultivo tem sido reforçada pela iluminação e hidroponia, assim como a extração de THC, que cria um produto muito mais potente. Quanto às variedades de Maconha:

De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), a quantidade de tetraidrocanabinol (THC) presente em uma amostra de canábis é geralmente utilizada como medida de potência desta cannabis. Os três principais tipos de produtos derivados da cannabis são a erva, a resina (haxixe) e o óleo (óleo de haxixe). O UNODC afirma que a cannabis normalmente contém 5% de seu conteúdo composto por THC, enquanto a resina pode conter até 20% de conteúdo, e o óleo de haxixe cerca de 60%.

Um estudo publicado em 2000 no Journal of Forensic Sciences concluiu que

a potência da cannabis confiscada nos Estados Unidos passou de "cerca de 3,3% em 1983 e 1984" para "4,47% em 1997." Concluiu igualmente que "outros grandes canabinóides [o canabidiol (CBD), o canabinol (CBN) e o canabicromeno (CBC)] não mostraram qualquer mudança significativa na sua concentração ao longo dos anos. Tipos de cannabis ao redor do mundo:

O Centro Nacional de Informação e Prevenção da Canábis da Austrália afirma que os 'brotos' da cannabis de sexo feminino contém a concentração mais alta de THC, seguido pelas folhas. Os caules e as sementes têm "níveis muito mais baixos". A ONU afirma que as folhas podem conter dez vezes menos THC do que os brotos, e os caules cem vezes menos THC. Após revisões na classificação da cannabis no Reino Unido, o governo alterou a planta para uma droga da classe C para uma de classe B. A razão disso foi o aparecimento de variedades de cannabis de alta potência. O governo contabiliza que entre 70 e 80% das amostras

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apreendidas pela polícia é de skunk (apesar do fato de que o skunk pode às vezes ser confundido incorretamente com todos os tipos de cannabis herbácea). Extratos como o haxixe e o óleo de haxixe normalmente contêm mais THC do que as flores de cannabis de alta potência.

Apesar de críticos apontarem que cannabis de "alta potência" poderia

representar um risco para a saúde, outros observaram que os usuários desse tipo de droga facilmente aprendiam a compensar os efeitos nocivos reduzindo suas doses, beneficiando-se da redução dos efeitos colaterais de fumar, como o choque térmico ou o monóxido de carbono.

Vários laboratórios analíticos que fornecem a indústria da cannabis medicinal

na costa oeste dos Estados Unidos avaliaram os níveis de THC a cannabis vendida. Os níveis típicos variam entre 16 e 17%, enquanto as amostras de cannabis com menos de 10% de THC são raras. Atualmente os limites máximos de THC para folhas de cannabis cultivadas na Califórnia são de 23/25%.

Dentre as muitas pessoas em todo o mundo que fazem uso de maconha,

poucas delas compreendem o aumento da potência dessa droga ao longo do tempo. A maconha vem sofrendo intensas transformações desde os anos 70. Novos métodos de produção, tais como o cultivo hidropônico, têm aumentado a potência e os efeitos negativos do tetrahidrocanabinol (THC), a substância mais psicoativa encontrada na maconha. É importante compreender a potência da maconha devido a seu vínculo com problemas de saúde, inclusive a saúde mental.

Geralmente se considera a quantidade de THC numa amostra de maconha

para medir a sua potência. Um dos estudos mais esclarecedores sobre o tema foi conduzido em 2004 pelo Centro Europeu de Monitoramento de Drogas e Vício (EMCDDA, na sigla em inglês) e concluiu que houve um modesto crescimento na potência na maconha compactada, possivelmente relacionado ao uso intensivo de métodos de cultivo em locais fechados. Não obstante, os autores perceberam que a quantidade de THC contido nas amostras variou amplamente.

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Enquanto o Estudo do Escritório Interno do Reino Unido em 2008 encontrou

uma pequena mudança, passando de 14% de potência média de maconha sem semente em amostras entre 2004 e 2005 a 15% em 2008. Aumentos de longo prazo também foram registrados nos Estados Unidos, chegando a uma potência média de 10% em 2008.

Múltiplas questões metodológicas que têm sido levantadas, que afetam a

capacidade de geração de informações comparáveis e a inferência de tendências. Variáveis importantes a serem consideradas incluem a fitoquímica; o tipo do produto de maconha; o método de cultivo, a amostragem e o armazenamento.

Como detalhado a seguir, cada um desses fatores podem afetar a medição

da potência da maconha:

Parte da planta usada: A secreção de THC é mais abundante no topo das flores e nas folhas. A quantidade de resina secretada é influenciada por condições ambientais durante o crescimento (luz, temperatura e umidade), o gênero da planta, e o período de colheita. O THC contido varia entre as partes da planta: de 10-12 % nas flores, 1-2% nas folhas, 0,1-0,3 % nos caules, até 0,03% nas raízes; Tipo de produto: Há três tipos principais produtos da maconha: erva (maconha), resina (haxixe) e óleo (óleo de haxixe); A erva da maconha é composta por flores e folhas secas. Contém freqüentemente até 5% de THC. A maconha sem semente é derivada da planta fêmea não-fertilizada, e pode ser muito mais potente; A resina da Maconha pode conter até 20% de THC; A forma mais potente da maconha é o óleo de maconha, derivado do extrato de resina concentrado. Ele pode conter até 60% de THC. O aumento no market share de um tipo de produto específico pode influenciar os valores médios de potência registrados. Por exemplo, o aumento de 10% registrado na quantidade média de THC em amostras apreendidas em 2008 pelo Escritório Nacional de Políticas de

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Combate às Drogas dos Estados Unidos está associado ao market share de 40% para maconha de alta potência (presumidamente cultivadas em locais fechados). Métodos de cultivo: A planta de maconha cresce em vários ambientes climáticos. A quantidade e a qualidade da resina produzida dependem de temperatura, da umidade, da luz e da acidez ou alcalinidade do solo. Nesse sentido, a produção extensiva de maconha apresenta uma variação considerável da potência. Já a produção intensiva de plantas fêmeas e clonadas, usando luz artificial, algumas vezes sem solo (cultivo hidropônico), e com melhores condições de cultivo, é capaz de produzir maconha de maior potência; Amostragem: A maior parte dos dados sobre a potência da maconha deriva de análises de amostras apreendidas. Portanto, tais amostras precisam ser representativas da apreensão como um todo, para que inferências e extrapolações possam ser feitas; Armazenamento: O THC se converte em canabinol se exposto ao ar e à luz. Este processo reduz a concentração de THC, especialmente em amostras mais antigas que ainda não foram mantidas sob condições adequadas (ou seja, em locais amenos e protegidos da luz). Acredita-se que indicadores de aumento na potência do preparo de maconha confiscada em um período de 18 anos nos Estados Unidos devem ter sido afetados pelas condições de armazenamento de THC nas amostras antigas. Assim, apenas por meio de uma avaliação criteriosa desses fatores, poderemos chegar a uma análise mais sistemática, científica e comparável da potência da maconha nos diferentes locais do mundo e ao longo do tempo. Fontes da Resposta: https://brasilescola.uol.com.br/drogas/maconha.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_(psicotr%C3%B3pico) https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidroponia

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https://gizmodo.uol.com.br/por-que-a-maconha-esta-mais-potente/ https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2009/04/29-por-que-a-potencia-da-maconha-e-importante.html https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/thcprincipal-componente-ativo-maconha.htm 4) O que vem na composição da maconha?

A maconha é uma planta rica em diferentes substâncias químicas. Algumas delas apresentam propriedades medicinais e também efeitos psicotrópicos, ou seja, afetam o sistema nervoso central. Estima-se que a maconha possua mais de 400 componentes. Destes, 60 representam os compostos psicoativos da planta e recebem o nome de canabinóides.

O tetra-hidrocanabinol (THC) é a principal substância psicoativa da maconha,

apresentando grande influência no cérebro em especial na funcionamento dos receptores do sistema nervoso central, a partir do que pode-se observar os efeitos já conhecidos da droga tais como alucinações, delírios e redução da velocidade de resposta. Sua quantidade, inclusive, é determinante da potência da substância a ser consumida.

Somar-se-ia a este componente, segundo o professor e pesquisador Antonio

Waldo Zuardi, substâncias como o canabidiol (CDB), nabilona e dronabinol (sintéticos), tetrahidrocanabivarina (THCV), canabigerol (CBG), além de terpenos (ou óleos aromáticos) tais como o mirceno, o limoneno, o cariofileno, entre outros.

No que se refere à adulteração da composição da maconha, pesquisas

mostram que apesar de ser menos frequente sua ocorrência na cannabis (comparada a outros tipos de drogas), substâncias como giz, nos Países Baixos, e partículas de vidro, no Reino Unido, têm sido utilizadas para fazer o produto parecer

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ter qualidade superior. Há notícias, ademais, sobre o uso de chumbo para aumentar o peso dos produtos de haxixe na Alemanha, gerando riscos de intoxicação.

Ainda, de acordo com os sites "Talk to FRANK" e UKCIA, a análise do

chamado Soap Bar, o tipo mais comum de haxixe no Reino Unido, permitiu detectar, em sua composição, tranquilizantes, betume, hena e até fezes de animais.

A planta da maconha contém diversos componentes (canabinóides)

estudados quanto aos seus efeitos terapêuticos, sendo os principais o delta-9-THC (ou THC) e o canabidiol (CBD). Há, ainda, outras substâncias relacionadas à planta que fazem parte desses estudos, como nabilona e dronabinol (sintéticos), tetrahidrocanabivarina (THCV), canabigerol (CBG), além de terpenos (mirceno, limoneno, cariofileno, entre outros).

Entre os usos terapêuticos do THC, podemos citar o tratamento de glaucoma,

distúrbios de movimento, perda de apetite em pacientes com AIDS e tratamento de sintomas desagradáveis gerados pela quimioterapia, como dor, náusea e vômito.

Quanto as adulterações da maconha, é menos comum a presença de

adulterantes na cannabis do que em outras drogas. Giz (nos Países Baixos) e partículas de vidro (no Reino Unido) têm sido utilizados para fazer o produto parecer de melhor qualidade. O uso de chumbo para aumentar o peso dos produtos de haxixe na Alemanha provocou intoxicações com chumbo em pelo menos 29 usuários. Nos Países Baixos, foram encontrados dois similares químicos do Sildenafil (Viagra) em cannabis adulterada. Fontes da resposta: https://brasilescola.uol.com.br/drogas/maconha.htm https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/33623-maconha https://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_(psicotr%C3%B3pico)

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5) Qual o mercado da maconha em nível mundial?

A maconha, segundo parecer apresentado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) era, no ano de 2010, a droga mais consumida do mundo, fato consoante com os dados divulgados em relatório da ONU, segundo o qual a maconha seria cultivada em quase todos os países e consumida por aproximadamente 130 a 190 milhões de pessoas pelo menos uma vez por ano.

Quase 10 anos depois, em 2018, informações e previsões veiculadas pela

Knowledge Sourcing Intelligence (KSI), corroboram as constatações supramencionadas, uma vez que apontam para a tendência de que o mercado mundial de cannabis aumente a uma taxa de crescimento anual de 19.64%, atingindo o valor de US$ 36,9 bilhões em 2024, com significativa participação da América do Norte na incrementação destes números, haja vista a progressiva legalização da maconha para fins médicos e recreativos em determinadas regiões dos Estados Unidos.

Ainda de acordo com a KSI, os principais fatores contribuintes para o

crescimento deste mercado podem ser assim elencados:

● O aumento do número de países em que a substância é legalizada;

● A tendência de produção de produtos comestíveis com maconha; e

● Incentivos de governos. Relatório da Knowledge Sourcing Intelligence prevê que o mercado mundial

de cannabis deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta de 19,64%, atingindo o valor de US$ 36,9 bilhões em 2024 –ante os US$ 12,5 bilhões de 2018. O mercado da América do Norte deve manter uma participação significativa, principalmente pela crescente legalização da cannabis para fins médicos e recreativos em regiões dos Estados Unidos. Até 20 de dezembro, 10 Estados

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norte-americanos legalizaram a compra e o uso da erva. Em 34 dos 50, pessoas com condições médicas específicas podem ter acesso à cannabis medicinal de forma legal.

Segundo o relatório, os principais fatores para o crescimento do mercado são o aumento do número de países em que a substância é legalizada, a tendência de produção de produtos comestíveis com maconha e incentivos de governos.

Mais de 40 nações já legalizaram a cannabis medicinal. A cada ano, o uso

legal da cannabis para fins médicos e recreativos cresce, mas varia de país para país com base na posse, distribuição, cultivo e indicações médicas para consumo. Médicos utilizam a erva para tratar, por exemplo, espasmos musculares, náuseas, falta de apetite e perda de peso.

A estimativa é que também cresça o uso da maconha como alimento

funcional, com benefícios à saúde, superando o que os consumidores podem obter com itens como couve, açafrão ou kombucha. Espera-se que a maconha seja incluída nas tendências alimentares nos próximos anos.

Quanto ao consumo da Maconha:

Maconha ainda é a droga mais consumida do mundo, diz Relatório da agência da ONU ao demonstrar que é consumida entre 130 e 190 milhões de pessoas pelo menos uma vez por ano, apontando, ainda, para tendência mundial de consumo em novos mercados e novas substâncias, como a anfetamina.

O relatório revela mudanças nos padrões de abuso de substâncias ilícitas,

como evidências de cultivo em locais internos de maconha para fins comerciais em 20 países, principalmente na Europa, Austrália e América do Norte.

Outra tendência observada é o deslocamento do consumo para novas

substâncias. O número global de pessoas que usam estimulantes do tipo anfetamina é estimado entre 30 e 40 milhões, e deve ultrapassar em breve o total de consumidores de opiáceos e cocaína.

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Evidenciou o aumento de 20% no número de laboratórios clandestinos em

2008, inclusive em países onde antes esses locais não existiam, e a fabricação do ecstasy tem aumentado na América do Norte e partes da Ásia.

Os países pobres, que são os principais locais de abastecimento e de tráfico

de drogas, também sentem os efeitos, com crescimento do uso de cocaína na África Ocidental e na América do Sul e de heroína na África Oriental. Fontes da resposta: https://www.poder360.com.br/internacional/mercado-mundial-da-cannabis-deve-chegar-a-us-369-bilhoes-em-2024/ https://www.douradosagora.com.br/noticias/ciencia-e-saude/maconha-ainda-e-a-droga-mais-consumida-do-mundo 6. Quais os efeitos do uso da maconha em adolescentes?

O organismo do adolescente enfrenta uma das maiores revoluções hormonais de toda a vida. Se isso muitas vezes deixa o jovem confuso sobre seus sentimentos, a ponto de despertar seu interesse por alívios imediatos, também potencializa os efeitos da maconha em seu corpo.

Segundo um estudo conduzido pela Universidade Duke demonstrou que

pessoas que começaram a consumir maconha ainda na adolescência perderam, ao menos 8 pontos em avaliações de QI entre seus 13 e 38 anos.

A grande questão não está no teste em si, mas no fator inteligência e

capacidade de raciocínio, que mesmo depois da interrupção do uso da droga, não foram recuperados. Alguns pais incentivam o uso da droga, na adolescência, sem conhecer os efeitos que podem acompanhar o jovem por toda a vida.

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Assim, quando um adolescente utiliza a droga, fragiliza todo seu sistema,

muitas vezes potencializando alguma fraqueza que pode trazer danos irreversíveis à vida.

Os efeitos do uso da maconha podem trazer uma série de consequências

negativas, gerando carências emocionais e de autoestima. Muitas vezes, tais carências fragilizam ainda mais o usuário, que busca na droga a solução para os problemas que a droga mesmo contribui para agravar.

Problemas como depressão, ansiedade, baixo desempenho escolar, entre

outras, podem ser administrados com soluções muito mais eficazes, saudáveis e definitivas. Fonte da resposta: https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-consequencias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/ 7. O efeito da Maconha aumenta ou altera se usada com outra droga? Quais são os efeitos relacionados à mistura da maconha com outras drogas?

Estudos apontam que a mistura das drogas maconha, cocaína e crack aumenta os riscos para a saúde. As drogas maconha, cocaína e crack oferecem diferentes efeitos. A maconha, dependendo do tipo, pode ser estimulante ou sedativo, enquanto a cocaína e o crack são estimulantes e alucinógenos. Quando o usuário consome a mistura estas drogas, aumenta os riscos dos efeitos e não tem consciência do que vai ocorrer com seu cérebro e com seu organismo.

A combinação das drogas maconha, cocaína e crack aumenta muito mais os batimentos sanguíneos e a pressão arterial do que apenas uma droga. Quando o

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usuário toma mais de um estimulante, vai multiplicar esse efeito, podendo ter uma parada cardíaca fatal.

Combinar as drogas maconha, cocaína e crack, portanto, não é uma ideia que deva ser levada adiante. A combinação de sedativos e estimulantes no organismo faz com que os princípios ativos tentem equilibrar o efeito de uma droga com o efeito da outra e, em alguns casos, pode não oferecer os efeitos psicoativos, mas levar o usuário a um estado de prostração física que, em geral, vai precisar de assistência médica.

A mistura de maconha e de álcool geralmente faz a pessoa se sentir tonta e enjoada. O álcool aumenta os níveis de THC no sangue muito mais rapidamente, deixando o usuário ainda mais “chapado”. Enquanto o álcool prejudica a coordenação motora, a maconha prejudica a percepção. Fontes da Resposta: https://cleuzacanan.com.br/drogas-maconha-cocaina-e-crack/ 8. Afinal, o que é a maconha?

Maconha é o nome dado no Brasil a uma planta cientificamente denominada de Cannabis sativa.

Suas folhas e inflorescências secas podem ser fumadas ou ingeridas. Há também o haxixe, uma pasta semi sólida que é obtida por meio de grande

pressão nas inflorescências. Nesta preparação são obtidas maiores concentrações de THC (tetra-hidrocanabinol),.

O THC é uma das diversas substâncias produzidas pela planta, principal

responsável pelos seus efeitos psíquicos.

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Há uma grande variação na quantidade de THC produzida pela planta,

conforme as condições de solo, clima e tempo decorrido entre a colheita e o uso. A sensibilidade das pessoas a ação do THC também varia, o que explica a

capacidade de a maconha produzir efeitos mais ou menos intensos entre os usuários. Fontes da Resposta: http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf

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ANEXOS

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ANEXO N° 01

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MACONHA: O QUE O MÉDICO PRECISA SABER

A maconha é a substância ilícita mais consumida no mundo todo, com uma estimativa de 192 milhões de indivíduos referindo seu uso nos últimos 12 meses em 2018, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2020, do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODCP).

O termo maconha tradicionalmente designa preparações secas contendo ramos, folhas e flores de plantas do gênero Cannabis, contendo mais de 100 substâncias denominadas canabinóides, sendo as mais conhecidas o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). O THC é o principal princípio ativo que gera os efeitos psíquicos perceptíveis e que os usuários buscam. Ao consumir maconha, muitas pessoas experimentam uma euforia agradável e uma sensação de relaxamento. Outros efeitos comuns, que podem variar dramaticamente entre diferentes pessoas, incluem acentuação de percepções sensoriais (como cores mais brilhantes), risos imotivados, alterações da percepção do tempo e aumento de apetite. Experiências prazerosas com maconha não são absolutamente universais. Ao invés de relaxamento e euforia, algumas pessoas apresentam ansiedade, medo, desconfiança ou até ataques de pânico. Tais efeitos são mais frequentes quando o indivíduo consome grandes quantidades, a maconha apresenta um teor elevado de THC ou o usuário é inexperiente. Algumas pessoas podem apresentar sintomas psicóticos agudos, que incluem alucinações, delírios e uma perda do senso de identidade pessoal. Esse quadro pode ser temporário, mas, como veremos adiante, o uso de maconha tem sido associado a quadros psicóticos crônicos como a esquizofrenia.

A maconha é frequentemente fumada, o que faz com o que o THC atinja o cérebro rapidamente pela corrente sanguínea, produzindo efeitos quase que imediatamente. Embora o THC possa ser detectado no organismo do usuário por dias ou mesmo semanas após o consumo, os efeitos subjetivos da maconha fumada duram em média de 1 a 3 horas. A maconha também pode ser ingerida, o que faz com que os efeitos levem mais tempo (cerca de 30 minutos a 1 hora) para serem percebidos, permanecendo por um tempo maior (várias horas). Isso pode fazer com que o usuário consuma inadvertidamente mais THC do que ele intencionava, além de não permitir ao indivíduo ter controle sobre a intensidade dos

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efeitos, o que o fumante pode fazer, reduzindo a administração. Também se discute se a via oral pode predispor o usuário a mais efeitos adversos. Como o THC é bastante lipofílico, sua absorção por via linfática (quilomícrons) pode ser considerável, evitando metabolismo hepático de primeira passagem, que ocorre mais extensamente com substâncias absorvidas primordialmente por via sanguínea.

O THC exerce seus efeitos por atuar em receptores canabinóides, normalmente ativados por substâncias produzidas pelo próprio organismo, os canabinóides endógenos (como, por exemplo, a anandamida). É curioso notar que a existência desse sistema endocanabinóide é usada por alguns como argumento em defesa da legalização da maconha. Se considerarmos que também há opióides endógenos (as endorfinas), que atuam nos receptores opioides, fica mais fácil de se entender que existência desses sistemas endógenos explica por que substâncias de origem vegetal como o THC e a morfina são capazes de produzir efeitos em nosso organismo, não sendo evidência de sua segurança. Nesse momento, por exemplo, os Estados Unidos vivem uma epidemia de uso de opioides, sendo que a probabilidade de um americano morrer de overdose por opióide é maior do que de um acidente de automóvel.

A maconha tem mudado consideravelmente ao longo das últimas décadas. Nos Estados Unidos, tem sido documentado um aumento sustentado do teor de THC da maconha apreendida. No início da década de ’90, a média do teor de THC era de menos de 4%, passando de 15% em 2018, ao passo que o teor do CBD (uma substância potencialmente protetora) vem sendo reduzido. Além disso, outros produtos derivados da planta, tais como resina (haxixe, “hash”), óleos (“hash oil”) e mesmo canabinóides sintéticos (alguns muitas vezes mais potentes do que o THC) têm ficado mais disponíveis, assim como produtos comestíveis (“edibles”). O uso de vaporizadores também tem se popularizado entre usuários de maconha, com risco de efeitos sérios sobre a saúde dos consumidores, recentemente relatados com essa forma de uso. O maior teor de THC, a menor percepção de risco no consumo e a maior disponibilidade de maconha podem estar associados ao aumento de atendimentos em serviços de emergência associados ao consumo dessa droga. Por exemplo, no Colorado, que aprovou o uso da maconha para fins medicinais em 2009 e o uso recreativo em 2014, foi relatado um aumento de mais de 3 vezes entre 2012 e 2016 nos atendimentos relacionados ao uso de cannabis num serviço de emergência médica associado à Universidade do Colorado. Os quadros clínicos que

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motivaram o atendimento incluíram intoxicação aguda, quadros psiquiátricos agudos, sintomas cardiovasculares, além de sintomas digestivos, incluindo síndrome de hiperemese canábica (descrita em 2001 em usuários crônicos de maconha). Embora a maior parte dos pacientes atendidos no serviço de emergência fizessem uso de maconha fumada, a participação de produtos comestíveis era maior do que o que seria esperado pela proporção de indivíduos que utilizam essa via de administração.

A maconha pode causar dependência. Segundo a Organização Mundial da Saúde, dependência é um transtorno do controle do uso de uma substância, originado do uso contínuo ou repetido. Ela caracteriza-se por um forte impulso interno para usar a substância, incapacidade de controlar seu uso, aumento da prioridade cada vez mais elevada do uso da substância em detrimento de outras atividades e persistência do uso apesar de consequências negativas desse consumo. Fenômenos de adaptação fisiológica tais como tolerância (necessidade de doses progressivamente maiores com o uso repetido para se obter o efeito que a droga produzia inicialmente com doses menores) e síndrome de abstinência (um quadro de sinais e sintomas desagradáveis que se manifesta quando um uso repetido ou crônico é reduzido ou interrompido, e que é aliviado quando o indivíduo volta a consumir a substância) podem estar presentes. No caso da maconha, os sintomas de abstinência incluem irritabilidade, alterações de humor, dificuldades com o sono, redução do apetite, “fissura” (um forte desejo para consumir maconha), inquietação e várias formas de desconforto físico que atingem um pico na primeira semana após a interrupção do uso e duram até 2 semanas. Estudos recentes sugerem que cerca de 30% dos usuários de maconha apresentam alguma forma de descontrole ou prejuízos (transtorno por uso de maconha), sendo que aqueles que iniciam o uso antes dos 18 anos de idade têm de 4 a 7 vezes mais probabilidade de ter esse tipo de problema do que os que iniciam após os 22 anos. Pesquisas epidemiológicas sugerem que cerca de 9% dos usuários de maconha vão desenvolver dependência, sendo que essa estimativa sobe para 17% naqueles que iniciam o uso na adolescência.

Um mito frequentemente repetido é que “maconha não mata ninguém”. Podemos lembrar que o cigarro é uma das maiores causas de morte, não por overdose de nicotina, mas através das doenças associadas ao tabagismo. De fato, o potencial tóxico direto das substâncias encontradas na maconha não é alto, mas

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devem ser considerados os riscos que os usuários correm quando estão sob efeito dessas substâncias. A maconha interfere de modo significativo com o julgamento, coordenação motora e tempo de reação, e diversos estudos encontraram uma relação direta entre a concentração de THC no sangue e prejuízos na capacidade de dirigir veículos. A maconha é a droga ilícita mais frequentemente encontrada no sangue de motoristas que se envolveram em acidentes, inclusive os fatais. Dois grandes estudos europeus demonstraram que motoristas com THC no sangue tinham probabilidade duas vezes maior de serem culpados por um acidente fatal do que motoristas que não tinham usado álcool ou drogas. A pessoa que dirige sob efeito de THC não é necessariamente um dependente de maconha, do mesmo modo que nem todo motorista que dirige alcoolizado é um dependente do álcool.

É comum entre os que defendem a legalização da maconha uma ênfase nos efeitos agudos e de curto prazo da substância, em detrimento de efeitos crônicos e duradouros. Mesmo entre os efeitos agudos e transitórios da maconha, devemos destacar o impacto negativo do THC sobre a memória (mesmo que de forma transitória) e sua potencial repercussão nas vidas de crianças e adolescentes que utilizam essa droga durante o período de escolarização. Mas existem evidências crescentes de que os adolescentes podem ser particularmente vulneráveis a efeitos adversos do uso da maconha. A adolescência representa um período crítico do neurodesenvolvimento, caracterizado por poda sináptica acentuada e aumento de mielinização. Além disso, o sistema endocanabinóide parece estar envolvido na regulação de processos chave do neurodesenvolvimento, sugerindo que a introdução de canabinóides exógenos durante a adolescência pode alterar o desenvolvimento normal do cérebro. Diversos estudos demonstram que o início de uso mais precoce da maconha se associa a maiores prejuízos cognitivos na via adulta (incluindo dificuldades de atenção, memória e até mesmo a redução de medidas gerais de inteligência como o QI).

Diversos estudos têm associado o uso de maconha a um aumento do risco para vários quadros psiquiátricos, incluindo psicose, depressão, transtornos de ansiedade e transtorno por uso de outras substâncias. O uso na adolescência (antes dos 17 anos) foi associado a um aumento de tentativas de suicídio ao longo da vida. O uso de maconha piora a evolução de diversos transtornos mentais, mas tem crescido a evidência de que a maconha aumenta o risco de quadros psicóticos crônicos, incluindo a esquizofrenia. A esquizofrenia é uma psicose grave e

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irreversível, que além de alucinações e delírios, mais presentes na fase aguda, tende a evoluir para quadros crônicos envolvendo deterioração da resposta emocional, da cognição e da interação social. Vários estudos têm trazido fortes evidências (fisiológicas e epidemiológicas) sugerindo uma relação causal entre uso de maconha e esquizofrenia. A associação é mais forte nos indivíduos com uso intenso ou frequente durante a adolescência, uso mais precoce, ou uso de maconha com teores elevados de THC. Segundo esses estudos, o uso de maconha aumenta o risco de esquizofrenia em cerca de 2 vezes, sendo que o uso frequente de maconha com maiores níveis de THC aumenta esse risco em 6 vezes. Estudos longitudinais relatam que o uso de maconha precede a psicose, independentemente do uso de álcool ou outras drogas. A persistência do uso de maconha após um primeiro episódio psicótico piora o prognóstico e, mesmo nos casos em que o uso de maconha tenha sido interrompido, a idade da iniciação da maconha correlaciona-se com a idade do início da psicose, também sugerindo uma relação causal. Mesmo que não ocorra posteriormente um quadro psicótico completamente caracterizado, há evidências de associação do uso da maconha na adolescência com o desenvolvimento de transtorno esquizotípico de personalidade (caracterizado por sintomas psicóticos subclínicos, como experiências sensoriais incomuns, crenças não compartilhadas, comportamento estranho e isolamento social), o que novamente aponta para adolescência como um período de maior vulnerabilidade para o surgimento de quadros persistentes associados ao uso da maconha.

Cabe ainda um breve comentário sobre o uso medicinal da maconha. As propriedades medicinais de substâncias provenientes da maconha têm sido objeto de pesquisa e debate por décadas. O próprio THC tem propriedades antieméticas e integra medicamentos aprovados nos Estados Unidos para tratamento de náusea em pacientes realizando quimioterapia para câncer e síndrome consumptiva da AIDS. Mas o maior interesse sobre potenciais terapêuticos de canabinóides recai sobre o CBD, uma substância que não apresenta potencial de abuso e não produz efeitos psicotrópicos agudos intensos como o THC. O CBD é aprovado nos Estados Unidos para o tratamento de duas síndromes epilépticas em crianças (síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut) e tem seu uso reconhecido para epilepsia de crianças e adolescentes pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil, como uso compassivo (sendo vedado ao médico a prescrição de cannabis in natura para uso medicinal em nosso país). Mas o CBD tem sido utilizado para tratamento de

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diversas outras condições, algumas vezes com evidências mais consistentes de pesquisa (como no caso de dor e espasticidade da esclerose múltipla), enquanto em outras condições (como em diversos quadros psiquiátricos) a evidência de pesquisa ainda não seja suficiente. Também é importante reconhecer que o CBD pode produzir efeitos colaterais incluindo, segundo a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, hepatotoxicidade, sonolência, alterações gastrointestinais (diarreia e inapetência), alterações de humor (irritabilidade e agitação), havendo a possibilidade de toxicidade reprodutiva masculina (observada em outras espécies animais). Existe ainda o risco de interações medicamentosas, particularmente com álcool e outras substâncias sedativas. Há também a questão de produtos comercializados como contendo CBD e que não são aprovados por agências reguladoras. A testagem pelo FDA de alguns deles evidenciou que diversos desses produtos não continham a quantidade anunciada de CBD e estão sendo investigados relatos de produtos contendo níveis não seguros de contaminantes como pesticidas, metais pesados e THC.

Esse texto procurou sintetizar algumas questões relevantes relacionadas à maconha e seu consumo. Pontos importantes a destacar incluem o aumento nos teores de THC ao longo do tempo nas preparações disponíveis de maconha, assim como novas formas de administração (vaporizadores, produtos sintéticos) e consequências duradouras, por vezes irreversíveis, que estão associadas ao uso dessa substância, particularmente entre adolescentes. Deve ser considerado que o potencial de dependência existe, assim como o de acidentes envolvendo até mesmo indivíduos que fazem uso da maconha sem serem dependentes. E que, embora haja um potencial terapêutico de substâncias provenientes da maconha, esse fato não pode ser usado como um pretexto para a liberação do uso recreativo ou indiscriminado da maconha, com todo o impacto social e de saúde pública potencialmente envolvido nesse processo. Referências: 1.Conselho Federal de Medicina (CFM). 2014. Resolução CFM No 2.113/2014. Publicada no D.O.U., 16 de dezembro de 2014, seção I, p 183.

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ANEXO N° 02

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DECÁLOGO SOBRE MACONHA

1. A cannabis sativa e a indica não podem ser consideradas medicamentos e, portanto, não existe “maconha medicinal”; 2. A planta tem pelo menos 400 substâncias, sendo que uma, o THC, tem potencial de causar dependência e apenas uma, o CBD, está sendo investigada com o objetivo de verificar se existe ou não um potencial terapêutico; 3. Como os poucos resultados obtidos estão longe de ser generalizados, mesmo que o uso controlado possa ser feito, deve-se levar em conta os potenciais malefícios já comprovados; 4. Para qualquer substância com potencial de causar dependência em uso terapêutico, até hoje, a regulamentação é especial, pois os benefícios iniciais podem ser substituídos por danos decorrentes do uso crônico, visto que ainda não existem estudos a longo prazo que comprovem a segurança; 5. As consequências do consumo de maconha fumada costumam ir além do usuário e podem atingir toda a família. Por exemplo, as alterações de humor e mudanças de comportamento são comuns e afetam as pessoas próximas e provocam acidentes no trânsito; 6. O consumo de maconha pode levar a dependência, diminuição da atenção, memória e funções executivas. Prejudica a percepção da realidade e a tomada de decisões. Leva ao declínio de até 8 pontos no QI (Quociente intelectual); 7. Estudo recente mostrou que maconha usada na adolescência pode aumentar o risco suicida nesta faixa etária e também na fase adulta; 8. A maconha pode induzir à esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar quadros de ansiedade, como ataques de pânico; 9. O consumo de maconha na gestação leva a alterações no cérebro do feto; 10. O consumo de maconha pode levar a câncer de pulmão, bronquite, enfisema e infecções respiratórias, dentre outras alterações nos diferentes sistemas orgânicos. Elas são mais graves que aquelas decorrentes do uso de cigarro comum.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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