EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO...

74

Transcript of EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO...

Page 1: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de
Page 2: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA

DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS

ALEXSANDRO LUCCA

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO DA PLANTA Pereskia aculeata MILLER COMO AUXILIAR

COAGULANTE/FLOCULANTE NO PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Dissertação

PATO BRANCO 2017

Page 3: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

ALEXSANDRO LUCCA

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO DA PLANTA Pereskia aculeata MILLER COMO AUXILIAR

COAGULANTE/FLOCULANTE NO PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, do Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Biotecnologia. Orientador: Dra. Raquel Dalla Costa da Rocha Co-orientador: Dra. Sirlei Dias Teixeira

PATO BRANCO 2017

Page 4: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

Ficha Catalográfica elaborada por Maria Juçara Silveira CRB-9/1359 Biblioteca da UTFPR Campus Pato Branco

L934e Lucca, Alexandro.

Extração, caracterização e aplicação do biopolímero da planta Pereskia aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de tratamento de água. / Alexsandro Lucca. – 2017.

71 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Profª. Drª. Raquel Dalla Costa da Rocha. Coorientador: Profª. Drª.Sirlei Dias Teixeira. Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. Pato Branco, PR, 2017.

Bibliografia: f. 58 – 71.

1.Ora-pro-nobis. 2. Mucilagem. 3. Sulfato de alumínio. 4. Floculação / coagulação. I. Rocha, Raquel Dalla Costa da, orient. II. Teixeira, Sirlei Dias, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. IV. Título.

CDD 22. ed. 630

Page 5: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

TERMO DE APROVAÇÃO Nº 61

Título da Dissertação

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO DA PLANTA Pereskia

Aculeata Miller COMO AUXILIAR COAGULANTE/FLOCULANTE NO PROCESSO DE

TRATAMENTO DE ÁGUA.

Autor

Alexsandro Lucca

Esta dissertação foi apresentada às 9h do dia 25 de abril de 2017, como requisito parcial

para a obtenção do título de MESTRE EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUÍMICOS E

BIOQUÍMICOS – Linha de pesquisa em biotecnologia – no Programa de Pós-Graduação

em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. O autor foi arguido pela Banca

Examinadora abaixo assinada, a qual, após deliberação, considerou o trabalho aprovado.

__________________________________ Profa. Dra. Raquel Dalla Costa da Rocha –

UTFPR/PB Presidente

______________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Brackmann – UTFPR/PB

Examinador

_____________________________________ Profa. Dra. Leila Cristina Konradt Moraes –

UEMS/Dourados Examinador

O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do PPGTP

Visto da Coordenação

Prof. Dra. Cristiane Regina Budziak Parabocz Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em

Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos – PPGTP

Ministério da EducaçãoUniversidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Pato Branco Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos

Page 6: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à Deus, por iluminar minha trajetória e por me dar

forças para sempre seguir em frente.

Agradeço imensamente aos meus pais pelo incentivo, apoio, carinho e

companheirismo concedidos ao longo de todo o curso.

À Prof.ª Dra. Raquel Dalla Costa da Rocha pela orientação deste trabalho,

pela paciência, pela compreensão, por todo o conhecimento transmitido, e por seu

apoio em meus momentos de dificuldade o meu eterno carinho e admiração.

À Prof.ª Dra. Sirlei Dias Teixeira pela co-orientação e pela forte colaboração

nas tomadas de decisão deste trabalho.

Aos membros da banca de defesa.

Ao Wendell da Silva Santos, pela compreensão e pelo aporte no

desenvolvimento das extrações e análises.

À minha esposa e amiga Aline Lucca pelo apoio, suporte e compreensão, no

momentos difíceis.

Por fim, agradeço a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram com a

realização deste trabalho.

.

Page 7: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.”

(Chico Xavier)

Page 8: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

RESUMO LUCCA, Alexsandro. Extração, caracterização e aplicação do biopolímero da planta (P. aculeata Miller), como auxiliar coagulante/floculante no processo de tratamento de água. 2017. 71 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017. No meio da ampla biodiversidade da flora brasileira, a ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Miller) desperta especial interesse, pela alta quantidade de mucilagem em suas folhas. Plantas mucilaginosas são estudadas há algum tempo no processo de floculação/coagulação em tratamentos de água, com a intenção de, reduzir ou até mesmo suceder a utilização do sulfato de alumínio. A mucilagem é um biopolímero com grande capacidade de formar gel, soluções viscosas e estabilizar sistemas de emulsão. O presente trabalho teve como finalidade, avaliar o rendimento da mucilagem em processos de extração, caracterizar a mucilagem não clarificada, e clarificada e aplicar o biopolímero clarificado da P. aculeata, no processo de coagulação/floculação. Para tal as folhas foram secas em estufa até peso constante, foi feita a extração da mucilagem em solução aquosa por duas metodologias diferentes avaliando assim o rendimento, caracterização da morfologia por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e difratometria de raio X (DRX), composição estrutural por infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR), determinação do pH potencial de carga zero e do comportamento térmico por análise termogravimétrica (TG/DSC). Para a avaliação de coagulação e floculação, o biopolímero foi avaliado em água do Rio Pato Branco por ensaios em Jar Test avaliando a eficiência da remoção de turbidez, remoção de substâncias húmicas, e aromáticas. A extração da mucilagem foi avaliada no rendimento da produção, em que a extração a 95 ºC (30 min) apresentou rendimento três vezes maior que a extração a 60 ºC (6 horas). A caracterização morfológica exibiu uma estrutura amorfa, esponjosa e com adesão de partículas menores à superfície das partículas maiores, indicando um material higroscópico que pode ser usado como coagulante, sendo semelhante a outras mucilagens pesquisadas, em aspectos de grupos funcionais e de comportamento térmico. A P. aculeata se confirmou como auxiliar no processo de coagulação/floculação em relação aos parâmetros e faixas estudadas, sendo mais eficaz em conjunto com o sulfato de alumínio. Como é uma planta de fácil cultivo, atóxica e com custo relativamente baixo para a extração do seu biopolímero é uma alternativa promissora no tratamento de água e efluentes diminuindo a utilização do sulfato de alumínio no processo de floculação/coagulação. Palavras-chave: Ora-pro-nobis. Mucilagem. Sulfato de alumínio. Floculação/coagulação.

Page 9: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

ABSTRACT

LUCCA, Alexsandro. Extraction, characterization and application of the plant biopolymer (Pereskia aculeata miller) as a coagulant / flocculating aid in the water treatment process. 2017. 71 f. Dissertation (Master in Technology of Chemical and Biochemical Processes), Federal Technological University of Paraná. Pato Branco, 2017.

In the midst of the wide biodiversity of Brazilian flora, the ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Miller) arouses special interest because of the high amount of mucilage in its leaves. Mucilage plants have been studied for some time in the flocculation / coagulation process in water treatments, with the intention of reducing or even succeeding the use of aluminum sulphate. Mucilage is a biopolymer with great gel-forming, viscous solutions and stabilizing emulsion systems. The purpose of this study was to evaluate the yield of the mucilage in extraction processes, to characterize the clarified and clarified mucilage and to apply the clarified biopolymer of P. aculeata in the coagulation / flocculation process. For this, the leaves were oven dried to constant weight, the mucilage was extracted in aqueous solution by two different methodologies, evaluating the yield, characterization of the morphology by scanning electron microscopy (SEM) and X-ray diffractometry (XRD) (FT-IR), determination of potential zero charge pH and thermal behavior by thermogravimetric analysis (TG / DSC). For the evaluation of coagulation and flocculation, the biopolymer was evaluated in water of the Pato Branco River by tests in Jar Test evaluating the efficiency of the removal of turbidity, removal of humic and aromatic substances. The extraction of the mucilage was evaluated in the yield of the production, in which the extraction at 95 ºC (30 min) yielded a three times higher yield than the extraction at 60 ºC (6 hours). The morphological characterization showed an amorphous structure, spongy and with adhesion of smaller particles to the surface of larger particles, indicating a hygroscopic material that can be used as a coagulant, being similar to other mucilages studied, in aspects of functional groups and thermal behavior. P. aculeata was confirmed as an aid in the coagulation / flocculation process in relation to the parameters and ranges studied, being more effective in conjunction with aluminum sulphate. As it is an easy-to-grow, non-toxic plant with relatively low cost for the extraction of its biopolymer, it is a promising alternative in the treatment of water and effluents by reducing the use of aluminum sulphate in the flocculation / coagulation process. Keywords: Ora-pro-nobis. Mucilage, Aluminum sulfate. Flocculation / coagulation.

Page 10: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema de tratamento de água para consumo humanoErro! Indicador

não definido.0

Figura 2 – Agrupamento das partículas coloidas na coagulaçãoErro! Indicador não

definido.1

Figura 3 – Etapas envolvidas na floculação: a) mistura, b) adsorção, c) reordenação

de cadeias adsorvidas d) floculação).. ....................... Erro! Indicador não definido.3

Figura 4 – (a) Folhas e (b) flores da P. aculeata Miller lErro! Indicador não

definido.7

Figura 5 – P. aculeata Mill., Cactaceae. Secção transversal da folha, evidenciando o

sistema de revestimento. es: estômato, ep: epiderme Erro! Indicador não definido.9

Figura 6 – P. aculeata Mill., Cactaceae – folha. Vista frontal da epiderme foliar, face

adaxial, mostrando estômatos. es: estômato. ........................................................... 29

Figura 7 – P. aculeata Mill., Cactaceae. Secção transversal da nervura central,

indicando a presença de células mucilaginosas e drusas de oxalato de cálcio. dr:

drusas de oxalato de cálcio, ep: epiderme, mu: célula mucilaginosa ........................ 30

Figura 8 – Fluxograma do processo de extração, caracterização e aplicação da

mucilagem de P. aculeata Miller ................................................................................ 34

Figura 9 – Biopolímero sem clarificação (a) e Biopolímero

clarificado (b) ............................................................................................................. 41

Figura 10 – Ponto de carga zero das amostras de biopolímeros

de P. aculeata Miller sem clarificação (SC) e clarificado (BC)................................... 42

Figura 11 – Espectros de IV-TF das amostras dos polímeros liofilizados: biopolímero

clarificado (BC) e biopolímero sem clarificação (SC) ............................................... 43

Figura 12 – Micrografias do biopolímero liofilizado sem clarificação em diferentes

amplificações: (a) x50, (b) x120 e (c) x300................................................................ 44

Figura 13 – Micrografias do biopolímero liofilizado clarificado em diferentes

amplificações: (a) x50, (b) x120 e (c) x300 ............................................................. 45

Figura 14 – Difratograma de Raio X do biopolímero não clarificado ......................... 46

Figura 15 – Difratograma de Raio X do biopolímero clarificado ................................ 46

Figura 16 – Análise termogravimétrica da P. aculeata .............................................. 47

Page 11: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

Figura 17 – Gráficos das curvas de contorno para a variável resposta R254 em

função das interações entre as variáveis (a) [B] e CTC e (b) [B] e CTF no processo

de coagulação/floculação de água superficial pelo biopolímeros de P. aculeata Miller

.................................................................................................................................. 53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Limites dos parâmetros microbiológicos e de turbidez estabelecidos pela

legislação brasileira ................................................................................................... 17

Tabela 2 – Exemplos de algumas condições de qualidade das águas doces previstas

na Resolução Conama no 357 de 17 de março de 2005 ........................................... 19

Tabela 3 – Níveis das variáveis estudadas de acordo com o DCCR ........................ 39

Tabela 4 – Média dos rendimentos das mucilagens nos processos de extração ...... 40

Tabela 5 – Condições de qualidade dos rios de águas doces classe II, previstas na

Resolução Conama no 357 de 17 de março de 2005.................................................49

Tabela 6 – CCRD para o processo de coagulação/floculação por biopolímeros de

P.aculeata Miller ........................................................................................................ 50

Tabela 7 – Efeitos principais, efeitos de interação, coeficientes de regressão e

interações para a variável SS .................................................................................... 51

Tabela 8 – Análise de variância para SS .................................................................. 52

Page 12: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15

3.1 ÁGUA .................................................................................................................. 15

3.2 PROCESSOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUA ............................... 16

3.3 COAGULAÇÃO E FLOCULAÇÃO ...................................................................... 20

3.3.1 Reagentes Utilizados no Processo de Coagulação/Floculação ....................... 24

3.3.2 Pereskia aculeata MILLER ............................................................................... 27

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 34

4.1 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA DA Ora-pro-nObis ............................................. 35

4.2 PROCESSOs DE EXTRAÇÃO DA MUCILAGEM DAS FOLHAS SECAS .......... 35

4.2.1 Processo A ....................................................................................................... 35

4.2.2 Processo B ....................................................................................................... 36

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA MUCILAGEM LIOFILIZADA SEM CLARIFICAÇÃO E

CLARIFICADA EXTRAÍDAS DO PROCESSO COM MAIOR RENDIMENTO ........... 37

4.3.1 Determinação do pH potencial de carga zero (pHpzc) ....................................... 37

4.3.2 Determinação dos grupos funcionais ............................................................... 37

4.3.3 Difratometria de raio-X (DRX) .......................................................................... 37

4.3.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .................................................... 38

4.3.5 Análise Térmica ................................................................................................ 38

4.4 APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO NO TRATAMENTO DE ÁGUA ...................... 38

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 40

5.1 EXTRAÇÃO DA MUCILAGEM ............................................................................ 40

5.2 DETERMINAÇÃO DO PH POTENCIAL DE CARGA ZERO (PHPZC) .................. 41

5.3 DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS FUNCIONAIS ............................................... 42

5.4 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS ............................................................. 44

5.5 DIFRATOMETRIA DE RAIO X ............................................................................ 45

5.6 ANÁLISE TÉRMICA ............................................................................................ 47

6.0 AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA .......................... 49

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 55

8.0 PROPOSTAS FUTURAS .................................................................................... 57

Page 13: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58

Page 14: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

12

1 INTRODUÇÃO

A água é indispensável à vida humana, devendo estar disponível em

quantidade e qualidade para a população mundial. Porém, ao longo dos anos, tem

se tornado mundialmente escassa e muitas vezes imprópria para o consumo. O

crescimento da urbanização, o aumento na carga de produtos químicos que são

utilizados na agricultura e no meio ambiente aumenta consideravelmente a poluição

dos recursos hídricos, e como é um recurso limitado e indefeso, é necessário dar

ênfase a sua proteção, conservação e ao seu manejo sustentável, se considerando

que qualquer ação que é infligida aos cursos hídricos, vai de uma forma ou outra

afetar a qualidade de água, sendo necessário um tratamento eficaz e

economicamente viável (RICHTER; AZEVEDO, 1991; BRAGA et al., 2005;

VICTORINO, 2007).

O tratamento de água para o consumo humano é extremamente necessário,

devido a grande carga poluidora dos rios e lagos. Neste tratamento, duas etapas são

extremamente importante, coagulação e floculação, que consistem em processos

físico-químicos que agregam partículas pequenas formando flocos, que depois são

decantados (GLEICK et al., 2009; CALIJURI; CUNHA, 2013).

Tendo em vista a necessidade de criar novos métodos de tratamento, ou

torná-los mais viáveis, existe como alternativa, a utilização de coagulação/floculação

a partir de agentes coagulantes naturais, como por exemplo, os encontrados em

plantas cactáceas (SÁNCHEZ-MARTÍN et al, 2010a; MORISADA, et al., 2011).

Uma ampla biodiversidade de plantas é encontrada no Brasil, das quais são

utilizadas suas propriedades e características para os mais diversos fins, sendo eles

alimentícios, farmacológicos, ambientais, entre outros.

A grande extensão do nosso país acaba envolvendo vários tipos de clima, o

qual propicia o desenvolvimento dessa infinidade de plantas, tanto nativas quanto

cultivadas. Sendo uma dessas plantas, a P. aculeata Miller (ora-pro-nobis), planta

que pertencente à família Cactaceae. Ela é conhecida por seu emprego na culinária

e em ornamentação de jardins. Visando explorar os demais potenciais da planta, há

de se fazer um levantamento acerca de sua composição e caracterização química.

Devido à presença de alta quantidade de mucilagem na ora-pro-nobis, que

possui alta capacidade para formar gel, soluções viscosas ou ainda estabilizar

Page 15: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

13

sistemas de emulsão, o trabalho tem como objetivo analisar o potencial desta

mucilagem como agente coagulante ou floculante no tratamento de águas para

consumo humano.

Page 16: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Extrair e caracterizar a mucilagem presente nas folhas secas da P. aculeata

Miller com a finalidade de estudar o potencial desse biopolímero no processo de

coagulação/floculação para o tratamento de água.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o rendimento da mucilagem em processos de extração;

Caracterizar o biopolímero não clarificado e clarificado em termos estruturais,

morfológicos e de comportamento térmico;

Avaliar a eficiência da planta mucilaginosa nos processos de

coagulação/floculação em tratamentos de água por meio de planejamento

experimental.

Page 17: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

15

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ÁGUA

Em relatório feito pela UNESCO, o Brasil ocupa uma situação confortável,

quanto à disponibilidade de recursos hídricos. Mas um dos recursos vitais para a

sobrevivência dos seres humanos passa por uma grave crise de abastecimento.

Estima-se que cerca de 40% da população global sofra com a atual situação de

estresse hídrico. São pessoas que vivem em regiões em que a oferta anual de água

é inferior a 1.700 metros cúbicos por habitante, limite mínimo considerado seguro

pela UNESCO. Nesse caso, a carência de água é frequente e, como agravante, a

perspectiva para o futuro é de grande escassez (UNESCO, 2015b).

A água potável é um recurso natural limitado e essencial à vida humana,

animal e vegetal, sendo um importante componente para assegurar a integridade e

sustentabilidade dos ecossistemas mundiais. Este recurso responde as

necessidades fundamentais do homem, sendo um elemento chave no

desenvolvimento econômico, social e cultural (UNESCO, 2015a).

A necessidade de utilizar algum tipo de tratamento para águas destinadas ao

consumo humano é bastante antiga. Os egípcios já realizavam técnicas

rudimentares de tratamento de água para fins potáveis por meio da decantação em

cisternas. Com o passar do tempo, as noções acerca da relação entre a água e a

saúde humana foram se consolidando paralelamente aos avanços do conhecimento

nas diversas áreas das ciências, fazendo com que pesquisas em torno do

tratamento e manutenção da água para a utilização da população se tornasse de

extrema importância (GLEICK et al., 2009).

A qualidade da água natural é definida por um conjunto de características

sendo elas, físicas, biológicas, químicas e radiológicas. Essas características são

adquiridas ao longo dos ciclos hidro geológicos e bioquímicos na natureza (GLEICK

et al., 2009; CALIJURI; CUNHA, 2013).

A garantia de acesso à agua é de suma importância, pois, são essenciais

para manter a biodiversidade dos organismos e a sobrevivência da espécie humana,

com o crescimento contínuo da população humana aumentando a expansão

Page 18: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

16

demográfica e atividades econômicas na indústria e agricultura, nem uma fonte de

água superficial pode ser considerada segura para consumo, independente da fonte

de procedência sempre é necessário uma ou outra forma de tratamento antes de ser

utilizada (RICHTER; AZEVEDO, 1991; REBOUÇAS et al., 2002; TUNDISI, 2006;

LEÃO et al., 2014).

3.2 PROCESSOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUA

Nos processos diários das atividades humanas, é imprescindível, utilizar

estratégias eficazes de controle da poluição da água. Mesmo após ser captada de

uma fonte que atenda os padrões de captação, é necessário que se utilize um

tratamento adequado visando assegurar a saúde do consumidor.

Para isso, a qualidade dessas águas deve sempre atender aos Padrões de

Potabilidade, que são estabelecidos por órgãos competentes, com base em critérios

que visam à garantia da saúde do consumidor. No Brasil tem-se a Portaria 2.914 de

12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde (BRASIL 2011b; CALIJURI;

CUNHA, 2013) que adota critérios físicos, químicos, organolépticos, bacteriológicos

e radiológicos, definindo os valores máximos permitidos (VMP) e estabelecendo a

frequência mínima de amostragens.

A Tabela 1 apresenta dados dos padrões microbiológicos e de turbidez

mínimos, para tratamento da água para o consumo humano de acordo com a

Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde do Brasil

(BRASIL, 2011b).

Page 19: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

17

Tabela 1 – Limites dos parâmetros microbiológicos e de turbidez estabelecidos pela legislação brasileira

I – PADRÃO MICROBIOLÓGICO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

Tipo de água Parâmetro VMP(1)

Água para consumo humano Escherichia coli (2)

Ausência em 100 ml

Água

tratada

Na saída do tratamento Coliformes totais (3)

Ausência em 100 ml

No sistema de distribuição (reservatórios e rede)

Escherichia coli Ausência em 100 ml

Coliformes totais

(4)

Sistema ou soluções alternativas coletivas que abastecem menos de 20 mil habitantes

Apenas uma amostra, entre as amostras examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo

Sistemas ou soluções alternativas que abastecem a partir de 20 mil habitantes

Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês.

II - PADRÃO DE TURBIDEZ PARA ÁGUA PÓS-FILTRAÇÃO OU PRÉ-DESINFECÇÃO

Desinfecção (para águas subterrâneas) 1,0 uT (5)

em 95% das amostras

Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta)

0,5 uT (5)

em 95% das amostras(6)

Filtração lenta 1,0 uT (5)

em 95% das amostras (6)

Observações: (1) Valor máximo permitido;( 2) Indicador de contaminação fecal; (3) Indicador de eficiência de tratamento; (4) Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede); (5) Unidade de turbidez; (6) ver metas progressivas conforme § 2 inciso do Artigo 30 da Portaria 2.914 do MS.

Fonte: Brasil (2011b).

Para se alcançar os parâmetros necessários para utilização da água para

consumo humano, a mesma precisar passar por uma sequência de operações que

trabalham em conjunto para melhorar suas características. Para isso, as águas são

encaminhadas para estações de tratamento específicas, as estações de tratamento

de água (ETAS) (BRASIL, 2011a; EDZWALD; TOBIASON, 2010).

Uma estação de tratamento de água (ETA) transforma a água natural, através

dos variados processos, em água potável. Porém o uso de diversos agentes

químicos geram subprodutos indesejáveis, tais como os lodos (TSUTIYA; HIRAT,

2001; EDZWALD; TOBIASON, 2010 ).

Para definir os procedimentos apropriados para o tratamento de água é

essencial considerar parâmetros de qualidade da água bruta, entre eles, o pH que é

uma variante impactante na química dos componentes da água e na eficiência dos

processos de tratamento, águas com valores baixos de pH podem ser corrosivas ou

agressivas no interior das canalizações de distribuição de água tratada, e águas com

pH elevado tendem a formar incrustações; a alcalinidade mede a capacidade da

Page 20: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

18

água em neutralizar os ácidos, é a partir do seu teor que é estabelecido a dosagem

dos produtos químicos utilizados, sob as condições naturais as águas apresentam

alcalinidade suficiente para reagir com o sulfato de alumínio, quando ela é muito

baixa se cria uma alcalinidade artificial pela adição da cal hidratada, quando é muito

alta se acidifica a água para que ela alcance teor suficiente para a reação com o

sulfato de alumínio. A dureza ocorre devido a existência de íons metálicos bi e

trivalentes na água, principalmente os íons Ca2+ e Mg2+, ela que determina os

processos utilizados no sistema de tratamento. Da mesma forma que a alcalinidade,

afeta a escolha do método de controle de corrosão. O oxigênio dissolvido (OD) tem

grande importância na regulação das condições de oxidação-redução e da

especiação química de um grande número de constituintes da água (VON

SPERLING, 1996; FUNASA, 2004; EDZWALD; TOBIASON, 2010).

A Turbidez é a medida do material particulado presente na água. Ela afeta a

escolha dos métodos de clarificação e pode definir se há ou não necessidade de

pré-tratamento da água antes de outros processos. Corresponde ao grau de

intervenção da passagem de luz pelo meio da água pela existência de sólidos em

suspensão, como areia, silte, argila e detritos orgânicos, como algas, bactérias e

plâncton (BRASIL, 2004; VON SPERLING; DE LEMOS CHERNICHARO, 2005;

EDZWALD; TOBIASON, 2010).

Os Sólidos dissolvidos totais (SDT) constituem uma medida do conteúdo de

sais e de minerais da água, o qual pode afetar tanto as necessidades de tratamento,

em termos de processos e operações, quanto a aceitabilidade de um manancial

como fonte para abastecimento. A existência de matéria orgânica natural (MON) nas

águas conecta a formação de subprodutos da desinfecção, essa característica

amplia a demanda de produtos coagulantes e oxidantes, sendo capaz de influenciar

múltiplos processos de tratamento. Uma parte significativa e importante da MON é

formada de substâncias húmicas, que também atribuem cor às águas naturais. Pode

ser caracterizada por meio de várias determinações indiretas como carbono

orgânico Total (COT), absorbância de luz ultravioleta (UV254) e cor verdadeira.

Elevados níveis de MON e a sua capacidade de formar subprodutos (trihalometanos,

cloraminas entre outros) durante o tratamento de desinfecção, se mostrou um

grande desafio a nível mundial devido as suas características carcinogênicas e

mutagênicas (CHOW et al., 2005; ALVAREZ-PUEBLA et al., 2006; XUE et al., 2011;

QIN et al., 2015).

Page 21: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

19

Outro componente importante da (MON) são os compostos aromáticos com

absorbância de luz ultravioleta (UV280), que podem ser contaminantes

farmacêuticos, agrotóxicos, estrógenos sintéticos e naturais ou subprodutos

industriais, que são facilmente encontrados em efluentes e corpos de água,

contaminando praticamente todas as fontes de abastecimento, pela sua

hidrofobicidade ou lipofilicidade, esses compostos podem ser bioacumulados ao

longo da cadeia alimentar sendo capaz de provocar grandes níveis de toxicidade no

organismo humano quando o mesmo é exposto por longos períodos de tempo

(ALMEIDA et al., 2007; LOCATELLI, 2011; MONTAGNER; JARDIM, 2011).

A Tabela 2 guarnecida por dados da Resolução Conama no 357 de 13 de

maio de 2011, demonstra alguns exemplos de padrões de turbidez, cor e pH da

Portaria MS 2.914 (BRASIL, 2005).

Tabela 2 – Exemplos de algumas condições de qualidade das águas doces previstas na Resolução Conama n

o 357 de 17 de março de 2005.

Parâmetro

Unidade

Classe

1 2 3 4

Turbidez (UT)** ≤40 ≤75 ≤75 (2)

Cor verdadeira mgPt L-1

(1) ≥75 ≥75 (2)

pH 6 a 9

Coliformes, toxicidade, óleos e graxas e outros parâmetros.

*Ver texto completo da Resolução CONAMA 357 (BRASIL, 2005)

Observações: (1) nível de cor natural do corpo de água em mgPt/L ; (2) não há limites. ** UT – unidade de turbidez

Fonte: Brasil (2005).

Na Figura 1 estão representadas as fases tidas como convencionais no

tratamento de água salientando as operações e processos mais frequentes.

Page 22: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

20

Figura 1 - Esquema de tratamento de água para consumo humano (as setas representam as operações e processos unitários mais frequentes). Fonte: Adaptado de VIEIRA et al., (2007).

Dentro dos processos de tratamento de água, a coagulação e a floculação

têm fundamental importância, pois desempenham um papel crucial na cadeia de

processos de tratamento de água (LETTERMAN; YACOUMI, 2010; EDZWALD;

TOBIASON, 2010).

3.3 COAGULAÇÃO E FLOCULAÇÃO

A coagulação consiste no processo de desestabilização das partículas

coloidais e suspensas, essa reação acontece pela junção de ações físicas e

químicas, onde as partículas menores colidem formando partículas maiores

(LETTERMAN; YACOUMI, 2010; LIBÂNIO, 2010).

Coloides são formados por elementos que variam de tamanhos entre 1 nm

(10-7) a 0,1 nm (10-8) e provocam cor e turbidez (MASLIYAH; BHATTACHARJEE,

2006; BACHE; GREGORY, 2007). Apresentam propriedades elétricas criando uma

força de repulsão que impossibilita a aglomeração e a sedimentação, os sistemas

MISTURA RÁPIDA Coagulação Adição de

coagulantes Correção e pH

FLOCULAÇÃO

DECANTAÇÃO

FILTRAÇÃO Correção de

pH/agressividade

DESINFECÇÃO

Page 23: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

21

coloidais são referidos usualmente com hidrófobos ou suspensoides (DI

BERNARDO; DANTAS, 2005; EDZWALD; TOBIASON, 2010).

Coagulantes químicos são adicionados na água para estimular a agregação

dos sólidos em suspensão com a intenção de facilitar a formação de partículas

maiores para que possam sedimentar ou serem removidas por métodos físicos, a

coagulação é o mecanismo que gera o desequilíbrio essas partículas colidais

fazendo que as partículas aumentem de tamanho em decorrência do choque entre

essas partículas (METCALF; EDDY, 2003; BORCHATE et al., 2014; WILSON,

2014).

O coagulamente que é usualmente mais utilizado no tratamento de água é o

sulfato de alumínio AL2(SO4)3, quando é adicionado a água se formam óxidos

hidratados de alumínio, fazendo com que ocorra a neutralização das cargas e a

formação dos flocos (Figura 2) formando os precipitados,a alcalinidade é necessária

para que ocorra a reação do sulfato de alumínio por este motivo é adicionado a cal

hidratada para controle do pH, a reação do sulfato de alumínio é demonstrada

abaixo (RAVINA; MORAMARCO, 1993; LETTERMAN; YACOUMI, 2010).

Figura 2 - Agrupamento das partículas coloidas na coagulação Fonte: Adaptado de SASAKI (2015).

Page 24: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

22

É uma desestabilidade em que, se acrescentando produtos químicos se

neutralizam as potenciais forças elétricas, se invalida as energias repulsivas

(coagulação) (METCALF; EDDY, 2003; BORCHATE et al., 2014; WILSON, 2014).

Alguns mecanismos principais agem no processo de coagulação sendo eles:

a compressão de camada difusa que provoca a desestabilização dessas partículais

coloidais pela adição de íons de carga contrária, essa adição de íons causa o

aumento de densidade de cargas na camada difusa diminuindo o diâmetro de

atuação das partículas gerando a coagulação por compressão (DI BERNARDO;

DANTAS, 2005).

A desestabilização da dispersão coloidal ocorre na adsorção e neutralização

de cargas e consiste nas interações entre o coagulante e as partículas livres no meio

aquoso, diminuindo a barreira energética e formando flocos estáveis. Nesse

mecanismo o coagulante precisar ter carga contrária do coloide ocorrendo a

neutralização de cargas permitindo a aglutinação (RAVINA; MORAMARCO, 1993; DI

BERNARDO; DANTAS, 2005).

A varredura implica na adição de doses maiores de coagulantes químicos

normalmente os sais de alumínio ou ferro, com a intenção de formar flocos maiores

e que sedimentem com maior facilidade, essa técnica vem sendo mais utilizada nas

estações de tratamento de água do tipo completa, pela formação dos flocos maiores

aumentando a velocidade de sedimentação (RAVINA; MORAMARCO, 1993; DI

BERNARDO; DANTAS, 2005). A Adsorção e formação de pontes é caracterizada

pela utilização de polímeros que têm grandes cadeias moleculares, eles servem de

pontes entre a superfície em que estão aderidos e as outras partículas, é utilizado

com o mecanismo de adsorção e neutralização de cargas proporcionando uma

sedimentação mais rápida (RAVINA; MORAMARCO, 1993; DI BERNARDO, 1993).

A segunda fase, a floculação, é um agrupamento dos coloides

“descarregados” eletricamente, até que ocorra a formação de flocos, e que os

mesmos se depositem a uma velocidade apropriada. A aglomeração torna-se mais

simples com a agitação suave, facilitando assim o contato entre os flocos, sem que

ocorra a fragmentação (EDZWALD; TOBIASON, 2010; ZEMMOURI et al., 2012). O

uso de polímeros iônicos como agentes floculantes é evidente pelas suas atribuições

características, são fácil manuseio, se solubilizam imediatamente em sistemas

aquosos não afetando o pH do meio, são altamente eficazes em pequenas

Page 25: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

23

quantidades, os flocos formados são fortes e densos com formas regulares com

bons atributos de sedimentação (MAHVI; RAZAVI, 2005; RAZALI et al., 2011).

A Figura 3 demonstra as etapas que implicam na floculação de partículas

utilizando polímero adsorvente.

Figura 3 - Etapas envolvidas na floculação: a) mistura, b) adsorção, c) reordenação de cadeias adsorvidas d) floculação). Fonte: BOLTO; GREGORY (2007).

Na floculação, ocorre contato entre as impurezas que estão instáveis e o

precipitado do metal para formação de aglomerados que em seguida vão ser

retirados por sedimentação, flotação ou filtração, não sendo necessária uma

agitação intensa como a da mistura rápida (LETTERMAN, 1999).

O processo de coagulação, floculação e sedimentação começa na câmara de

mistura rápida ela gera condições para que rapidamente, o coagulante seja

espalhado de maneira uniforme por toda a massa d‟água. Ao sair da câmara de

mistura, a água segue para a câmara de floculação. Nesta, os flocos (sementes de

flocos gerados na coagulação) irão se agregar por adsorção, as partículas

dissolvidas ou em estado coloidal. Ao sair da câmara de floculação, a água segue

para os decantadores, onde a velocidade é bem pequena, fazendo com que os

flocos sedimentem. Durante este caminho eles vão arrastando (e ativando)

Page 26: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

24

partículas que vão encontrando até atingir o fundo do decantador, para constituírem

assim o chamado lodo químico (formado pela adição de coagulantes, comumente

não naturais) (LETTERMAN, 1999; LIBÂNIO, 2010; CALIJURI; CUNHA, 2013).

De acordo com Dennett et. al, (1996) e Edwards e Amirtharajah (1985), a

eficiência no processo de coagulação/floculação na retirada de matéria orgânica

depende da concentração dessas substâncias húmicas na água, do coagulante que

é utilizado e do pH de coagulação, ainda afirmam que a remoção mais eficiente de

cor ocorre em faixas de pH menores (pH 4 a 5,5) do que aquelas usualmente

utilizadas para remoção de turbidez (pH 6 a 8).

3.3.1 Reagentes Utilizados no Processo de Coagulação/Floculação

Os reagentes químicos mais utilizados no processo de coagulação são

coagulantes constituídos normalmente de sulfato de alumínio ou cloreto férrico pois

produzem hidróxidos gelatinosos e insolúveis gerando uma floculação parcial, são

também utilizados auxiliares de coagulação com argila bentonita, silicato de sódio ou

carvão ativado, são adicionados na água com a intenção de agilizar e melhorar o

processo de coagulação, devido a alta densidade desses materiais a velocidade de

sedimentação é alta (ABREU-LIMA, 2007; LIBÂNIO, 2010; TZOUPANOS;

ZOUBOULIS, 2008; CALIJURI; CUNHA, 2013) .

Na água reservada ao abastecimento público é comum a existência de um

residual de alumínio, não só pela sua frequência na água de origem para captação

como também pelo emprego periódico de coagulantes à base de sais de alumínio no

tratamento (PORTELLA et al., 2003; DE ALMEIDA NETO et al., 2016).

No entanto o uso desses produtos químicos, especialmente o alumínio, pode

ter várias consequências ambientais, implicações para a saúde humana como

Alzheimer e outras doenças com propriedades cancerígenas (PRIEST et al., 1988;

BONDY, 2010; DARBRE et al., 2013).

Page 27: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

25

3.3.1.1 Alumínio

O alumínio (Al) é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre

estando presente em todas as águas superficiais, como sais de alumínio ou sulfato

de alumínio. A possível contribuição para o acréscimo do teor em Al na água tratada

e os conhecidos ou suspeitos efeitos na saúde humana têm suscitado interesse e

preocupação no seio da comunidade científica (CRISPONI et al., 2012).

A maioria das águas naturais contêm quantidades praticamente

imperceptíveis do metal; no entanto o uso de alumínio em sistemas de purificação

de água leva a quantidades não tão insignificantes deste íon metálico pelo sistema

municipal de águas e sua especiação tem que ser levada em conta (CRISPONI et

al., 2012).

Estudos como o de Exley (2013), citam as principais vias de absorção do

alumínio no corpo humano.

Cada uma das superfícies externas do corpo, principalmente a pele, nariz, pulmão e trato gastrointestinal, é uma via de absorção de alumínio no corpo e um fator que contribui diretamente para a carga corporal total de alumínio. Historicamente estas quatro vias principais de impacto só foram consideradas barreiras para a absorção e acumulação sistêmica subsequente de alumínio enquanto que elas são realmente contribuintes significativas para a carga corporal total do alumínio e, importante, eles também são os próprios alvos para as atividades biológicas e, por

conseguinte, para toxicidade, de alumínio (EXLEY, 2013).

Wang et al. (2013), sugere que a ação do alumínio também é conhecida por

ter um perfil genotóxico, causando modificações de cromatina e no DNA. Darbre et

al. (2013), destaca evidências recentes que ligam o acúmulo de alumínio no

organismo humano com a etiologia do câncer de mama.

“A presença de alumínio no peito humano também pode alterar o rompimento microambiente da mama causando ruptura ao metabolismo do ferro, o dano oxidativo aos componentes celulares, as respostas inflamatórias e alterações da motilidade das células” (DARBRE et al., 2013).

Page 28: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

26

A exposição humana ao alumínio é inevitável, uma vez que está

presente numa vasta gama de produtos e é utilizado em diversas áreas. No entanto,

existe uma considerável preocupação no que diz respeito ao alumínio que é ingerido

tanto nos alimentos como na água (BONDY, 2010).

Devido aos diversos problemas relacionados com a ingestão em excesso do

alumínio, torna-se essencial a redução do seu uso. Diversos biopolímeros são

pesquisados no tratamento de água, tendo como objetivo principal a coagulação e a

floculação, sendo comprovado o melhoramento na formação dos flocos tornando-os

mais resistentes (ABREU-LIMA, 2007; MANGRICH et al., 2013; ZHANG et al.,

2016). Alguns dos biopolímeros mais estudados são provenientes da: Moringa

oleífera (DA SILVA et al., 2003), da acácia negra (TANAC, 2008; MANGRICH et al.,

2013), e da quitosana (KONRADT-MORAES et al., 2005). Esses biopolímeros

poderão se constituir em potenciais aliados, quando se considera que o excesso de

alumínio pode causar problemas para o organismo humano, além de contribuir com

a diminuição dos custos dos tratamentos de água.

3.3.1.2 Biopolímeros

Biopolímeros são polímeros que são produzidos a partir de um organismo

vivo podendo ser (proteínas, ácido nucleico ou polissacarídeos), biomaterais

consistem em materiais bioativos uma vez que detêm a habilidade de interagir com

os tecidos naturais, podendo eles ser naturais ou sintéticos (BORSCHIVER et al.,

2008; RUDIN; CHOI, 2012).

Vários polímeros são citados na literatura, como, o polilactato (PLA), o

polihidroxialcanoato (PHA) e a goma xantana, o PLA é um poliéster feito por síntese

química tem como base no ácido láctico produzido pela fermentação bacteriana da

glicose que é retirada do milho, o PHA faz parte de um vasto conjunto de poliésteres

gerados por bactérias pela biossíntese de carboidratos de cana-de-açúcar, milho ou

óleos vegetais retirados basicamente da soja e da palma, os PA são polissacarídeos

alterados quimicamente ou não, sendo extraídos a partir do amido que é retirado do

milho, batata, trigo ou mandioca, um exopolissacarídeo que é extraído por

microrganismo tendo como base carboidratos que são retirados do milho ou da

Page 29: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

27

cana-de-açúcar é a Goma xantana que possui vasta aplicação na área alimentícia,

de cosméticos e é estudado na exploração de petróleo (PRADELLA, 2006;

BORSCHIVER et al., 2008).

São utilizados em pesquisas no tratamento de água desde os anos 50, em

especial como auxiliadores na coagulação e floculação, tendo como maior vantagem

a sua utilização como auxiliares no desenvolvimento de flocos maiores e mais fortes

ccm maior capacidade de resistir as forças de cisalhamento (ABREU-LIMA, 2007).

Diversos polímeros naturais são avaliados como auxiliares nos processos de

coagulação e floculação, com a sua utilização além de oferecer melhorias à

qualidade da água tratada, benefícios para o meio ambiente e para a saúde dos

consumidores, por meio da redução do uso dos coagulantes metálicos que se

encontram presentes em menores concentrações na água tratada que será ingerida

e no lodo das estações de tratamento, provavelmente ainda será ocasionado uma

maior facilidade para a disposição final do lodo gerado. Entretanto existem diversas

lacunas sobre o conhecimento acerca da aplicação de biopolímeros, em especial os

de origem vegetal, no tratamento de efluentes industriais (DA SILVA et al., 2003).

3.3.2 Pereskia aculeata MILLER

A ora-pro-nobis (Figura 4), nome popular das espécies Pereskia aculeata

Miller, pertencente à família Cactaceae e é uma angiosperma eudicotiledônea com

folhas, caules, frutos e sementes bem caracterizados morfologicamente (GARCIA et

al., 2000; DUARTE; HAYASHI, 2005; LOPES et al., 2008; QUEIROZ, 2012). É uma

planta que pertence ao reino Plantae, classe Equisetopsida C. Agardh, sub classe

Magnoliidae Novákex Takht superordem Caryophyllanae Takht. ordem

Caryophyllales Juss. ex Bercht. & J. Presl, família Cactaceae Jusse gênero

Pereskia Mill (TROPICOS, 2015).

Page 30: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

28

(a)

(b)

Figura 4 – (a) Folhas e (b) flores da P. aculeata Miller Fonte: Arquivo pessoal.

Estudos morfoanatômicos de Duarte e Hayashi (2005) e Squena et al., (2014)

descreveram a P. aculeata Miller, como uma planta que apresenta folha simples,

verdes e suculentas. Cada folha possui cerca de 7 cm de comprimento e 3 cm de

largura, são simétricas com formato elíptico, com ápice agudo-acuminado, somente

a nervura central é nítida, o pecíolo é curto e simétrico, são uniestratificadas,

recobertas por uma cutícula espessa e lisa, a filotaxia é alterna, possuindo espinhos

junto ao pecíolo. O gênero Pereskia se diferencia das demais cactáceas suculentas

pela presença de folhas normais, deste modo, dificultando o reconhecimento como

um membro da família.

As figuras 5 e 6 exibem secções da folha evidenciando o sistema de

revestimento e a epiderme foliar.

Page 31: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

29

Figura 5 - P. aculeata Mill., Cactaceae. Secção transversal da folha, evidenciando o sistema de revestimento. es: estômato, ep: epiderme. Fonte: Squena et al. (2014).

Figura 6 - P. aculeata Mill., Cactaceae – folha. Vista frontal da epiderme foliar, face

adaxial, mostrando estômatos. es: estômato. Fonte: Squena et al. (2014).

As folhas possuem grande quantidade de células contendo mucilagem e

cristais de oxalato que são caraterísticos na família das Cactaceae. Aos cristais de

oxalato são atribuídas diversas funções, como defesa mecânica contra-ataques de

herbívoros, reserva de cálcio e manutenção do equilíbrio iônico. (Figura 7) (GARCIA

et al. 2000; FRANCESCHI; HORNER Jr., 1980).

Page 32: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

30

Figura 7 - P. aculeata Mill., Cactaceae. Secção transversal da nervura central, indicando a presença de células mucilaginosas e drusas de oxalato de cálcio. dr: drusas de oxalato de cálcio, ep: epiderme, mu: célula mucilaginosa.

Fonte: Squena et al. (2014).

O gênero Pereskia é considerado um ancestral dos cactos, compreende 17

espécies incluindo arbustos folhosos e plantas arbóreas, cujos caules não são

suculentos (NOBEL, 2002; EDWARDS e DONOGHUE, 2006).

São classificadas como suculentas, pois exibem uma grande capacidade de

armazenamento de água em um ou mais órgãos. A maioria das Cactaceae tem um

amplo e superficial sistema de enraizamento que permite rápida absorção de água

após a chuva, a raiz primária é determinante no crescimento (NOBEL, 2002;

EDWARDS e DONOGHUE, 2006; SHISHKOVA et al., 2013).

O gênero Pereskia é considerado o menos evoluído da família. Geralmente

existe contração das raízes, mantendo assim a planta perto da superfície do solo

(MAUSETH, 1999; SHISHKOVA et al., 2013).

Em alguns países a espécie é considerada uma erva daninha devido a sua

alta capacidade de dispersão e a baixa necessidade hídrica, o que torna a planta

altamente adaptável e de fácil cultivo (PATERSON et al., 2009). No Brasil a taxa de

dispersão da planta é alta, alcançando praticamente todos os estados (TOFANELLI;

RESENDE, 2011; ZAPPI et al., 2015):

Page 33: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

31

Popularmente, a utilização medicinal é conhecida em algumas regiões do

Brasil, e pesquisas científicas têm confirmado a potencialidade das folhas como anti-

inflamatório, cicatrizante e antitumoral (ROYO et al., 2005; VALENTE et al., 2007;

SARTOR et al., 2010).

Na medicina popular, as folhas são amplamente utilizadas no abrandamento

das evoluções inflamatórias e no restabelecimento da pele em ocorrências de

queimadura, já os frutos apresentam propriedades expectorantes e antissifilíticas

(SANTOS et al., 2011).

A P. aculeata Miller. é uma planta tropical que integra a flora brasileira nativa

(TOFANELLI; RESENDE, 2011) e como nativa não endêmica por Zappi et al. (2015).

No Brasil é mais conhecida como ora-pro-nobis, embora possam ser sinônimas as

designações lobrobó, cipó-santo, mata velha, trepadeira-limão, espinho-preto,

espinho-de-santo-antônio e rosa-madeira. Sendo utilizada como alimento humano e

também como medicamento fitoterápico popular (DUARTE; HAYASHI, 2005; SILVA

JÚNIOR et al., 2010). É rica em biopolímeros comestíveis formados a partir de

arabinogalactanos, fazendo dela uma fonte potencial de aditivo para indústria

farmacêutica e alimentícia (MERCÊ; LANDALUZE, 2001).

A Pereskia aculeata Miller é consumida na culinária regional brasileira e se

destaca pelo elevado conteúdo de proteínas e mucilagem de suas folhas (MERCÊ;

LANDALUZE, 2001; DUARTE; HAYASHI, 2005).

3.3.2.1 Mucilagem

Na literatura são encontradas diversas designações para o termo mucilagem,

como gomas, coloides hidrofílicos (ou hidrocoloides) ou ainda polissacarídeos

solúveis em água (JAHANBIN et al., 2012)

Mucilagens são utilizadas para diversas aplicações devido a sua grande

capacidade de formar géis, soluções viscosas ou como agentes emulsificantes

(MIRHOSSEINI; AMID, 2012; CEVOLI et al., 2013).

Normalmente a sua procedência é de origem vegetal, possuindo grande

potencial para ser utilizada nas indústrias cosméticas, alimentares e farmacêuticas

com as mais variadas utilidades como, por exemplo, agentes de espessamento,

Page 34: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

32

gelificantes, modificadores de textura e como agentes de ligação (DEORE;

KHADABADI, 2008; KOOCHEKI et al., 2009; LAI; LIANG, 2012).

A sua variedade é ampla na natureza, com origem microbiana, animal ou

vegetal. A composição da mucilagem depende da sua origem e dos tipos de

polissacarídeos que a compõem, pois os polissacarídeos podem ter diversas

características e possuírem diferentes funções (RENARD et al., 2012).

De acordo com Robert Hine e Elisabeth Martin no Dictionary of Biology.

A mucilagem, no sentido botânico é uma secreção rica em polissacarídeos.

Retém a água aumentando de volume. Encontra-se, em alta concentração,

em raízes aquáticas para sua proteção, envolvendo algumas sementes etc.

No sentido farmacológico, é uma substância viscosa resultante da solução

de determinadas matérias em água. Grande grupo

de polissacarídeos complexos, frequentemente presentes nas paredes

celulares das plantas aquáticas e nos tegumentos de algumas outras

espécies. Mucilagem é rígida quando seca e pegajosa quando úmida. Tem

possivelmente uma função protetora e de âncora nas plantas (HINE;

MARTIN, 2005).

Prajapati et al. (2013) descrevem alguns atributos e vantagens dos

materiais naturais adquiridos a partir das plantas, como a biodegradabilidade, baixo

custo, a fácil disponibilidade, entre outros.

Várias partes da planta como as frutas, sementes, folhas, raízes e os

exsudatos de árvores, possuem células superficiais que são ricas em mucilagens,

fibras e proteínas (RANA et al., 2011).

Como a mucilagem é considerada um agrupamento de hidrocoloides,

associados basicamente com polissacarídeos e proteínas que apresentam forte

interação com a água (MALVIYA et al., 2011).

Dentro destas novas possibilidades, estudos de produtos vegetais como

agentes de tratamento de água potenciais têm uma longa história. Polímeros

vegetais são ótima opção sustentável ao uso sistemático dos coagulantes químicos,

pois são biodegradáveis, não causam nenhum dano à saúde e tem menor custo.

Coagulantes e/ou auxiliares de coagulação de origem orgânica que possuem base

de tanino ou mucilaginosas, constituídos a base de polissacarídeos, proteínas e

principalmente, os amidos, como, farinha de mandioca, araruta e fécula de batata

Page 35: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

33

(DI BERNARDO, 1993); amido modificado com taninos em gel (MORISADA, et al

2011); plantas, tais como: o quiabo (Abelmoschus esculentus), a mutamba

(Guazuma ulmifolia) e o cacau (Theobroma cacau) (DE ABREU; LIMA, 1998),

Quebracho (Schinopsis balansae) e Mimosa (Acacia mearnsii) (SENGIL; ÖZACAR,

2008; YURTSEVER; SENGIL, 2009; SÁNCHEZ-MARTÍN et al., 2010b), Moringa

(Moringa oleífera) (SÁNCHEZ-MARTÍN et al., 2010b), coco (Cocos

nucifera) (FATOMBI et al., 2013).

A utilização de coagulantes/floculantes para a remoção de turbidez, cor e

matéria orgânica têm sido realizada com sucesso para o tratamento de águas

superficiais para a produção de água potável (SÁNCHEZ-MARTÍN et al.,2010a).

Page 36: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

34

4 METODOLOGIA

As etapas com as atividades do estudo da potencialidade da mucilagem da P.

aculeata Miller são apresentadas no fluxograma descrito na Figura 8.

Figura 8 - Fluxograma do processo de extração, caracterização e aplicação da mucilagem de P. aculeata Miller

PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

• Coleta das folhas

• Desinfecção

• Lavagem com água

• Secagem

• Moagem

EXTRAÇÃO

• Avaliação de rendimento:

• Processo A

• Processo B

CARACTERIZAÇÃO

• Físico-química

• Térmica

• Grupos Funcionais

• Morfológica

APLICAÇÃO DO EXTRATO

• Planejamento experimental fatorial completo 23 incluindo 6 pontos axiais e repetições no ponto central

• Variáveis independentes: concentração de biopolímero, tempo de coagulação e de floculação

• Variáveis respostas: turbidez, compostos que absorvem em 254 nm (medida indireta de substâncias húmicas ) e compostos que absorvem em 280 nm (medida indireta de substâncias aromáticas )

Page 37: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

35

4.1 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA DA ORA-PRO-NOBIS

As amostras de Ora-pro-nobis (P. aculeata Miller) foram coletadas no verão

na Região Oeste do Paraná. A exsicata da planta foi depositada no Herbário da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná sob o número HPB 959.

As folhas foram lavadas com água corrente, imersas em solução de

hipoclorito de sódio a 200 µL L-1,por um período de 10 minutos e lavadas com água

destilada. Após as lavagens, foram secas em estufa com circulação de ar (Sterilifer-

SXCR40) a 40 ºC até peso constante. O material seco foi triturado em moinho de

facas (Willye STAR FT-50) de acordo com a metodologia proposta por De Almeida et

al. (2014).

4.2 PROCESSOS DE EXTRAÇÃO DA MUCILAGEM DAS FOLHAS SECAS

Para extração foram avaliados dois processos, adaptados a partir de duas

metodologias, a fim de selecionar o processo com maior rendimento de mucilagem.

4.2.1 Processo A

O processo (A) foi adaptado das metodologias de Alzueta et al. (2002) e Amin

et al. (2007).

Ao material seco e triturado (MS) foi adicionado água destilada na proporção

2,5:1 (L de água destilada: kg de MS), mantidos sob temperatura de 95 ºC e

agitação constante em chapa de aquecimento (Logen), por 30 minutos, com

posterior decantação a 50 ºC por 15 minutos. O sobrenadante foi filtrado em peneira

de 50 mesh (Bertel).

A solução extrativa foi clarificada a 50 ºC com peróxido de hidrogênio (H2O2)

(30%) na proporção de 5:1 (H2O2:solução extrativa – v/v), gerando o extrato

clarificado (DENG et al., 2012). Etanol 95% na proporção 2,5:1 (etanol: extrato

Page 38: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

36

clarificado – v/v) foi adicionado no extrato clarificado para precipitação do

biopolímero. E, a fim de separar o sobrenadante, a amostra foi centrifugada a 4000

rpm (Hermle).

4.2.2 Processo B

No processo (B), a extração da mucilagem da folha foi adaptada dos estudos

de Lima Junior et al. (2013): o MS foi adicionado em água destilada na proporção

2.5:1 (L de água destilada:kg de MS), mantidos sob temperatura de 60 ºC e agitação

constante por 6 horas em chapa de aquecimento (Logen). O sobrenadante foi

filtrado em peneira de 50 mesh (Bertel).

O sobrenadante também foi clarificado conforme adaptação de Deng et al.,

(2012). Como o descrito no item 4.2.1.

Para ambas as extrações, o rendimento foi calculado por meio da Equação

(1). Os biopolímeros precipitados foram resfriados a - 4 ºC e liofilizados (Liotop–

L1019).

mm 00

(1)

Em que,

R: rendimento da extração (%)

Mm : massa de mucilagem obtida (mg)

P: massa (mg)

Page 39: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

37

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA MUCILAGEM LIOFILIZADA SEM CLARIFICAÇÃO E

CLARIFICADA EXTRAÍDAS DO PROCESSO COM MAIOR RENDIMENTO

4.3.1 Determinação do pH potencial de carga zero (pHpzc)

No ponto de carga zero (PCZ), se determina o pH em que as cargas

superficiais são nulas. Neste trabalho, o PCZ foi determinado conforme estudos de

Regalbuto e Robles (2004) e Da Silva Guilarduci et al. (2006), segundo os quais, o

biopolímero (50 mg) foi adicionado em solução aquosa (50 mL) sob diferentes

condições de pH inicial (1 a 12) por 24 h. Os ajustes de pH foram realizados por

adição de HCl e NaOH.

4.3.2 Determinação dos grupos funcionais

A determinação dos grupos funcionais presentes no biopolímero foi realizada

por espectroscopia no infravermelho médio com transformada de Fourier. Estas

análises foram realizadas no espectrofotômetro (Modelo: Perkin Elmer FT-IR

Frontier) na faixa de 400-4000 cm-1, com resolução em 2 cm-1, utilizando pastilhas

de KBr contendo biopolímeros nas proporções de 99mg:1mg, respectivamente.

4.3.3 Difratometria de raio-X (DRX)

Difratometria de raio–X (DRX) (Miniflex da Rigaku) com varredura de 5 a 80 e

passo de 5º de 2θ e fonte de Cobre Kα com 30 KV e 30 mA, foi utilizada para

verificar o grau de cristalinidade do material.

Page 40: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

38

4.3.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As características morfológicas da superfície do biopolímetro foram obtidas

por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV (Modelo: Hitachi TM3000),

nas ampliações de 50, 120 e 300x, a fim de verificar a morfologia e a

homogeneidade das partículas.

4.3.5 Análise Térmica

Para a análise térmica foi utilizado o equipamento Shimadzu Thermo

gravimetric Analyzer – modelo TA-50, sob atmosfera de ar sintético (10mL min-1),

razão de aquecimento: 2 °C min-1 até 600 oC e porta-amostra de -alumina.

4.4 APLICAÇÃO DO BIOPOLÍMERO NO TRATAMENTO DE ÁGUA

Amostra de água superficial foi coletada no rio que abastece o município de

Pato Branco – Paraná, Brasil (Rio Pato Branco) no ponto de coleta da empresa de

abastecimento. A amostra foi armazenada em frascos de polietileno a 4 oC.

O Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR) 23 (2 níveis, 3 pontos

centrais e 6 pontos axiais) foi empregado para avaliar o desempenho do biopolímero

(Tabela 3) no processo de coagulação/floculação em relação aos fatores (variáveis

independentes) concentração de biopolímeros clarificado ([B]), tempo de contato na

coagulação (TC) e tempo de contato na floculação (TF) e sobre as variáveis

dependentes, redução de turbidez (RT), remoção de compostos que absorvem em

254 nm, como medida indireta de substâncias húmicas (R254) e compostos que

absorvem em 280 nm, como medida indireta de substâncias aromáticas (R280).

Foram determinadas por turbidímetro (Tecnopon TB-1000) e por espectrofotômetro

UV-Vis (Evolution 60S), respectivamente.

Page 41: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

39

Tabela 3 - Níveis das variáveis estudadas de acordo com o DCCR.

Variáveis independentes Símbolo Níveis codificados e reais

-1,68 -1 0 1 1,68

Concentração do biopolímero (g L-1

) [B] 0,50 1,40 2,75 4,10 5,00

Tempo de coagulação (s) TC 20 53 100 147 180

Tempo de floculação (s) TF 600 1207 2100 2993 3600

Os ensaios para avaliação do biopolímero no processo de

coagulação/floculação do tratamento de água foram conduzidos em aparelho de Jar

test (JT-203/M6), em copos de Béckeres com volume de água de 250 mL. A

velocidade de mistura rápida (120 rpm), velocidade de mistura lenta (30 rpm), pH da

amostra de água (6,7), concentração e volume de sulfato de alumínio (0,5 g L-1 e 1

mL) e tempo de decantação (1 h) foram mantidos constantes. Análise de variância

(ANOVA) foi utilizada para avaliar a qualidade e o ajuste dos modelos matemáticos

gerados.

Page 42: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

40

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 EXTRAÇÃO DA MUCILAGEM

As medidas de rendimento da extração da mucilagem da ora-pro-nobis (P.

aculeata Miller) estão representadas na Tabela 4 onde (A) é a determinação

realizada a 95 oC. e (B) a 60 oC., ao final dos processos de extração da mucilagem

as amostras foram comparados para avaliação da maior eficiência de extração.

Tabela 4- Média dos rendimentos das mucilagens nos processos de extração

PARÂMETROS PROCESSO (A) PROCESSO (B)

P(g)

10,000 10,000

Mg

0,179 0,050

R (%)

1,790 0,500

P – massa; mg – massa de mucilagem obtida; R – rendimento da extração.

Os rendimentos na extração da mucilagem para as duas condições estudadas

(Tabela 4) apresentaram valores de 1,79% para o (processo A) e 0,50% para o

(processo B). O que foi observado é um rendimento 3,6 vezes maior quando a

extração ocorre a temperatura maior (95 ºC), demonstrando maior eficácia do

processo de extração (A), possivelmente reduzindo significativamente os custos da

operação em comparação com o processo de extrato (B), no qual a planta

permanece em suspensão por 6 horas em temperatura constante de (60 ºC).

Extrações já estudadas para vegetais mucilaginosos, como a linhaça,

(LUCYSZYN et al., 2015), cactos Oputia fícus-indica, Nopalea cochenillifer, Opuntia

humifusa Raf (MAGALHÃES 2009, HWAN et al., 2013), Morus alba L (LIN; LAi,

2009), Asplenium australasicum (LAI; LIANG, 2012), e também com a ora-pro-nobis

(LIMA JUNIOR et al., 2013; CARVALHO et al., 2014; CONCEIÇÃO et al., 2014),

Page 43: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

41

utilizaram de temperaturas entre 80 e 100 ºC, concluindo que mudanças no tempo

de extração e de temperaturas acima dos 100 ºC, não indicam ganhos significativos

no rendimento dos extratos.

A Figura 9 mostra uma amostra do biopolímero da P. aculeata Miller antes (a)

e depois (b) do uso de H2O2 30% na clarificação.

Figura 9 - Biopolímero sem clarificação (a) e Biopolímero clarificado (b) Fonte: arquivo pessoal

5.2 DETERMINAÇÃO DO pH POTENCIAL DE CARGA ZERO (pHPZC)

Os resultados obtidos para os pontos de carga zero dos biopolímeros sem

clarificação (SC) e clarificado (BC) são apresentados na Figura 10, os resultados

mostram que os valores do pHPZC obtido para UB e CB foram, respectivamente, 5,50

e 5,80, em que os pH finais se mantiveram constantes independente do pH inicial.

Page 44: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

42

Figura 10 - Ponto de carga zero das amostras de biopolímeros de P. aculeata Miller sem clarificação (SC) e clarificado (BC).

Houve uma pequena diferença entre o pH final do biopolímeros sem

clarificação (SC) e do biopolímero clarificado (BC), sendo que o pH clarificado foi

ligeiramente superior. O ponto de carga zero permite prever a ionização de grupos

funcionais de superfícies e sua interação eletrostática com substâncias na água

(WAN NAGH et al., 2002; SANTOS, et al., 2008). Substâncias catiônicas tendem a

ser aglomeradas quando o pH for superior ao pH de carga neutra, enquanto que

para aniônicos essa aglomeração ocorre em pH inferior. O ponto de carga zero

encontrado (5,80) para o biopolímero clarificado (CB) (Figura 10) é próximo a outros

biopolímeros utilizados no tratamento de água e efluentes, como para quitosana

(5,59), goma de acácia (6,7), e Moringa oleifera (6,96) (SINGH; SINGH 2011; SAINI

et al., 2016).

5.3 DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS FUNCIONAIS

Os principais grupos funcionais das amostras liofilizadas, o biopolímero

clarificado e o biopolímero sem clarificação, foram identificados utilizando

Page 45: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

43

Espectroscopia na região do Infravermelho médio por Transformada de Fourier (IV-

TF), os espectros obtidos são apresentados na Figura 11.

Figura 11 – Espectros de IV-TF das amostras dos polímeros: biopolímero clarificado (BC) e biopolímero sem clarificação (SC).

Ao comparar-se os espectrogramas de IV dos biopolímeros de P. aculeata

Miller, com espectrogramas encontrados na literatura, os biopolímeros apresentaram

características típicas de polissacarídeos com a presença de componentes

proteináceos, semelhantes a goma arábica (WANG et al., 2014), goma da acácia

(SINGH; SINGH, 2011), alginato e quitosana (REINAS et al., 2014), Moringa oliefera

e goma da Pereskia aculeata Miller (CONCEIÇÃO et al., 2014). Foram observadas

absorções na região de 800 a 1200 cm-1 devido a vibração do anel aromático

sobreposto com a vibração da ligação da hidroxila e vibrações de ligações

glicosídicas. Essas bandas nessa posição e com intensidade média, se constituem

em uma espécie de impressão digital de um polissacarídeo. Os espectrogramas

apresentam bandas também, entre 3450 e 3300 cm-1 que podem ser atribuída ao

estiramento vibracional do grupo O-H, para ambas as amostras (SC e BC). Bandas

na faixa de 2926 cm-1 e 2853 cm-1 correspondem à deformação axial assimétrica (as

CH2) e a deformação axial simétrica (s CH2), respectivamente, (SILVERSTEIN;

WEBSTER, 2000) e podem corresponder a unidades de monossacarídeos

(TAVARES et al., 2011). Bandas em 1343 cm-1 podem corresponder a estiramento

Page 46: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

44

de -CH resultado próximo ao encontrado por WANG; HE. (2002). Ligações N-H

(grupo amino) podem ser observadas em 1646 cm-1, resultado semelhante ao

observado por Reinas et al., (2014) em espectrograma de infravermelho de

quitosana. Estiramento -C-O-C- pode ser observado na banda em 1100 cm-1, que é

observada em polissacarídeos (CAI; KIM, 2008; BAPTISTA et al., 2017).

Conforme Razavi et al., (2014) e Lima Junior et al., (2013), a existência de

grupos carboxila e de proteína, possibilitam uma interação com a água, contribuindo

para formação de géis.

A goma estudada apresentou faixas e bandas próprias de polissacarídeos,

sendo que a partir desta análise e por meio da comparação com a literatura é

possível afirmar que o biopolímero estudado se trata de uma glicoproteína, pois

apresentam carboidratos em sua constituição (SINGTHONG et al., 2009;

MAGHCHICHE et al., 2010; LIMA JUNIOR et al., 2013; CONCEIÇÃO et al., 2014 ).

5.4 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

As características morfológicas foram obtidas por meio de microscopia

eletrônica de varredura, onde se verifica partículas relativamente cristalinas,

possuindo constituição variável e sem forma prevalecente. Essas características

estão sendo apresentadas nas Figuras 12 e 13 (microscopia para o biopolímero sem

clarificação e para o biopolímeo clarificado, respectivamente).

Figura 12 - Micrografias do biopolímero liofilizado sem clarificação em diferentes ampliações: (a) x50, (b) x120 e (c) x300.

Page 47: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

45

Figura 13 - Micrografias do biopolímero liofilizado clarificado em diferentes ampliações: (a) x50, (b) x120 e (c) x300.

As imagens, verificadas por microscopia eletrônica de varredura para o

biopolímero sem clarificação e para o biopolímero clarificado apresentadas nas

Figuras 12 e 13, revelam estruturas diferentes do ponto de vista morfológico.

A estrutura do biopolímero sem clarificação (Figura 12) é maior e uniforme e

apresentam pouca aderência entre as partículas, demonstrando contaminação por

outras substâncias como, por exemplo a clorofila.

Na Figura 13 (biopolímero clarificado) verifica-se grande atração e adesão das

partículas menores à superfície das partículas maiores, que indicam que essas

estruturas se organizaram durante o processo de liofilização. Essa forte adesão

amplia a viscosidade do material e seu aspecto esponjoso que também é

característico de um material higroscópico, semelhante à quitosana, o tanfloc SG

(Tanac®), à goma guar e a goma kondagogu, que são utilizados no tratamento de

água (WANG et al., 2002, 2006; VINOD et al., 2008; MONTEIRO et al., 2009;

RENAULT et al., 2009; LIMA JUNIOR et al., 2013; CONCEIÇÃO et al., 2014).

5.5 DIFRATOMETRIA DE RAIO X

A caracterização por difratometria de raio X é de grande importância para

determinar o grau de cristalinidade de uma amostra. Um bom floculante/coagulante

precisa ter características amorfas, com pontos de cristalinidade, que possivelmente

podem estar relacionados à constituição química, taticidade e massa molecular,

porém pode também apresentar cristalização de açúcares amorfos (ROSS, 1998),

Page 48: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

46

justamente para proporcionar uma maior adesão entre as partículas que estão em

suspensão no tratamento de água, otimizando os processos de floculação e

coagulação. As Figuras 14 e 15 representam os difratogramas do biopolímero não

clarificado e clarificado respectivamente.

Figura 14 - Difratograma de Raio X do biopolímero não clarificado

Figura 15 - Difratometria de Raio X do biopolímero clarificado

Em ambos os difratogramas, verifica-se a formação de um anel característico

de compostos amorfos, com pontos de cristalinidade possivelmente pode estar

Page 49: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

47

relacionado a constituição química, taticidade das ramificações e massa molecular,

porém pode também apresentar cristalização de açúcares amorfo quando

comparado com outros estudos de gomas e biopolímeros a formação do anel é

característica, alcançando um resultado parecido, indicando que a goma natural é

completamente amorfa em sua natureza, sendo econtrando todas as características

necessárias de um semi cristalino (ROSS, 1998; Vinod et al., 2008; COZIC et al.

2009; CONCEIÇÃO et al., 2014), quando este tipo de composto é aplicado, se

mostra como um bom agente floculante/coagulante.

5.6 ANÁLISE TÉRMICA

A utilização da análise termogravimétrica (TGA) possibilita delimitar faixas de

temperaturas onde os produtos possam ser expostos sem que ocorra degradação, a

qual prejudicaria a estrutura do material. É um conjunto de técnicas onde uma

característica física é avaliada durante o tempo em que a amostra é sujeitada a um

programa com controle de temperatura (BANNACH et al., 2011).

O desempenho térmico do biopolímero extraído pode ser observado na Figura

16.

Figura 16 - Análise termogravimétrica da P. aculeata, a) biopolímero não clarificado (SC), b) biopolímero clarificado (BC).

Page 50: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

48

Observa-se perda de massa nas amostras do biopolímero sem clarificação

(SC: 8,4%) e do biopolímero clarificado (BC: 13,8%) abaixo de 175 °C. Essa perda

pode ser atribuída à evaporação de água livre e estrutural contida no biopolímero.

Zohuriaan; Shokrolahi (2004) descrevem perda de massa similares na goma

arábica, goma xantana, quitosana e alginato de sódio, o que corresponde ao

aspecto hidrofílico dos grupos funcionais nestes biopolímeros. Conforme Kittur et al.

(2002), polissacarídeos higroscópicos possuem uma desordenação nas estruturas o

que facilita a hidratação do material. O mesmo é observado em estudos com

biopolímeros de P. aculeata Miller (MERCÊ; LANDALUZE, 2001; CONCEIÇÃO et

al., 2014).

Perdas de massa subsequentes podem estar associadas à decomposição

inicial dos polissacarídeos (ZOHURIAAN; SHOKROLAHI, 2004), o que inicia após

200 oC e finaliza em 600 oC, (degradação oxidativa dos polissacarídeos presentes).

Foram observados comportamentos semelhantes na goma arábica, goma xantana,

quitosana e alginato de sódio. Geralmente processos como desidratação,

despolimerização e decomposição pirolítica são encontrados nestes estágios e

resultam na formação de água (H2O), monóxido de carbono (CO) e metano (CH4),

porém devido a variações nos tipos estruturais e de grupos funcionais dos polímeros

as vias de degradação são diferentes (ZOHURIAAN; SHOKROLAHI, 2004), estudos

com outras plantas como a acacia, (SINGH & SINGH, 2011), a Albizia procera,(

PACHUAU et al., 2012), a goma arábica, (MOTHÉ; RAO, 2000) e com a ora pro

nobis, (LIMA JUNIOR et al., 2013; CONCEIÇÃO et al., 2014), chegaram a

resultados semelhantes de perda de massa nos materiais orgânicos com as

mesmas alterações de temperatura. Os autores sugerem ainda, que o biopolímero

apresenta uma boa estabilidade térmica.

Page 51: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

49

6.0 AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

O DCCR (Tabela 6) foi determinado para investigar a concentração de

biopolímero ([B]), tempo de contato na coagulação (CTC) e tempo de contato na

floculação (CTF) nos ensaios de coagulação/floculação com o biopolímero extraído

da P. aculeata Miller considerando as variáveis dependentes: redução de turbidez

(RT), remoção de compostos que absorvem em 254 nm, como medida indireta de

substâncias húmicas (R254) e compostos que absorvem em 280 nm, como medida

indireta de substâncias aromáticas (R280).

Rio Pato Branco é classificado como classe II (Tabela 5) conforme resolução

brasileira CONAMA 357/2005, e pode ser destinado ao abastecimento para

consumo humano após tratamento convencional. A amostra coletada para a

realização dos ensaios apresentou pH 6,8 e turbidez de 56 NTU (Unidade de

turbidez nefelométrica), valores dentro do estabelecido pela legislação nacional (pH

entre 6,0 - 9,0 e Turbidez:<100 NTU) (BRASIL, 2005). Os valores obtidos para as

absorbâncias em UV254 e UV280 (0,086 e 0,077), respectivamente correspondem a

existência substâncias húmicas e aromáticas na amostra coletada.

Tabela 5 – Condições de qualidade dos rios de águas doces classe II, previstas na Resolução Conama n

o 357 de 17 de março de 2005.

Águas que podem ser destinadas

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado.

b) à proteção das comunidades aquáticas.

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução do Conama n

o 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película.

e) à proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.

Fonte: Brasil (2005).

As substâncias húmicas são materiais orgânicos proveniente de

decomposição de plantas e animais, podendo ser carboxilas, fenóis e hidroxilas

(ALVAREZ-PUEBLA et al., 2006; QIN et al., 2015). Causam efeitos desagradáveis

Page 52: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

50

devido a sua coloração (amarelada), podendo ainda reagir com o cloro gerando

produtos cancerígenos (trihalometano) (XUE et al., 2011). Substâncias que

absorvem em UV280, são compostos aromáticos, muitos deles recalcitrantes, como

contaminantes farmacêuticos (ibuprofeno, diclofenaco, entre outros) (ALMEIDA et

al., 2004), têxteis (corantes com ligações duplas) (NAGEL-HASSEMER et al., 2012)

ou então derivados da lignina proveniente de contaminação de áreas de indústria de

papel e celulose (BARROS; NOZAKI, 2002) ou natural, como restos de plantas.

Tabela 6 - CCRD para o processo de coagulação/floculação por biopolímeros de P. aculeata Miller.

Níveis codificados Níveis reais Resultados

Teste [B] CTC CTF [B]

(g L-1

) CTC (s)

CTF

(s)

RT

(%)

R254

(%)

R280

(%)

1 -1,00 -1,00 -1,00 1,40 53 1207 83,04 88,37 19,48

2 1,00 -1,00 -1,00 4,10 53 1207 81,07 00,00 00,00

3 -1,00 1,00 -1,00 1,40 147 1207 85,18 86,05 14,65

4 1,00 1,00 -1,00 4,10 147 1207 84,29 00,00 00,00

5 -1,00 -1,00 1,00 1,40 53 2993 80,71 65,12 57,14

6 1,00 -1,00 1,00 4,10 53 2993 78,57 13,95 00,00

7 -1,00 1,00 1,00 1,40 147 2993 81,43 72,09 05,19

8 1,00 1,00 1,00 4,10 147 2993 86,43 75,58 00,00

9 -1,68 0,00 0,00 0,50 100 2100 79,29 94,19 94,81

10 1,68 0,00 0,00 5,00 100 2100 75,00 10,47 68,83

11 0,00 -1,68 0,00 2,75 20 2100 71,25 10,47 41,56

12 0,00 1,68 0,00 2,75 180 2100 69,11 22,09 49,35

13 0,00 0,00 -168 2,75 100 600 68,21 47,67 80,52

14 0,00 0,00 1,68 2,75 100 3600 85,54 25,58 51,95

15 0,00 0,00 0,00 2,75 100 2100 80,54 31,40 57,14

16 0,00 0,00 0,00 2,75 100 2100 83,04 22,09 50,65

17 0,00 0,00 0,00 2,75 100 2100 81,96 30,23 48,05

Page 53: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

51

Considerando os resultados obtidos, os pontos centrais apresentaram

pequena variação para as respostas, indicando uma boa reprodutibilidade do

processo. O pH permaneceu constante no decorrer do experimento com o

biopolímero de P. aculeata Miller conforme os valores iniciais.

De acordo com os resultados obtidos, a eficiência na redução da turbidez

variou de 68,21% (teste 13) a 86,43% (teste 8), e de compostos que absorvem a 254

nm de 00,00% (testes 2 e 4) a 94,19% (teste 09) enquanto que para a remoção de

compostos que absorvem a 280 nm variou de 00,00% (testes 2, 4, 6 e 8) a 94,81%

(teste 9).

Os conjuntos de dados para a redução de turbidez e de R280 foram

submetidos à análise estatística e não apresentaram variação significativa para

nenhuma das variáveis independentes. Porém, evidencia-se que as porcentagens

de remoção de turbidez são acima de 70%, podendo ser considerada satisfatória

para o processo de coagulação/floculação pelo biopolímero de P. aculeata Miller.

Para a remoção R280, houve duas remoções acima de 80% (ensaios 9 e 13),

também podendo ser considerado satisfatório o processo de tratamento com o

biopolímero nestes casos.

Na Tabela 7, podem-se observar os valores dos efeitos estimados,

coeficientes de regressão, as interações com parâmetros significativos e não

significativos, além do erro associado aos efeitos e aos coeficientes, bem como o

valor de p, para a variável de resposta R254. Na análise das estimativas dos efeitos

foram considerados os valores significativos para o intervalo de confiança de 95%

(p<0,05).

Tabela 7 - Efeitos principais, efeitos de interação, coeficientes de regressão e interações para a variável SS. (continua)

Fatores Efeito Erro

padrão

tcal Valor-p Coeficiente Erro de

coeficiente

Média* 26,932 9,098 2,959 0,021 26,932 9,098

[B] (L)* -53,170 8,550 -6,218 0,000 -26,585 4,275

[B] (Q)* 23,828 9,420 2,529 0,039 11,914 4,710

CTC (L) 12,576 8,550 1,470 0,184 6,288 4,275

CTC (Q) -1,716 9,420 -0,182 0,860 -0,858 4,710

Page 54: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

52

Tabela 7 - Efeitos principais, efeitos de interação, coeficientes de regressão e interações para a variável SS. (conclusão)

Fatores Efeito Erro

padrão

tcal Valor-p Coeficiente Erro de

coeficiente

CTF (L) 2,229 8,550 0,260 0,801 1,114 4,275

CTF (Q) 12,700 9,420 1,348 0,219 6,350 4,710

[B] x CTC 14,245 11,167 1,275 0,242 7,122 5,583

[B] x CTF* 31,685 11,167 2,837 0,025 15,842 5,583

CTC x CTF 17,730 11,167 1,587 0,156 8,865 5,583

L: linear; Q: Quadrático

* Fatores estatisticamente significativos (p<0,05).

A R254 foi influenciada consideravelmente pelos fatores concentração de

biopolímeros e tempo de contato na floculação, ao nível de 5% de significância. Os

coeficientes significativos gerados foram [B] linear e quadrático com p-valor de 0,000

(L) e 0,039 (Q), respectivamente. A análise estatística mostrou que, somente a

interação entre os fatores [B] x CTF foi significativa (p-valor de 0,025). Utilizando o

conjunto de dados (Tabela 8) foi possível gerar os modelos codificados que

descrevem os processos de redução de compostos que absorvem a 254 nm dentro

das faixas estudadas e examiná-los em termos de qualidade do ajuste (Tabela 8).

Tabela 8 - Análise de variância para SS

Fonte de Variação GL SQ QM Fcalc Fcalc/tab

Modelo 1 13247,54 13247,54 56,33 12,55

Resíduo 16 3762,49 235,16

Total 17 17010,03

GL: grau de liberdade; SQ: soma dos quadrados; QM: quadrado médio.

R2 = 0,8974; F0,05;1;16 = 4,49.

A razão da variância do modelo pela variância do resíduo, Fcalc/tab, mostrou

que este modelo foi altamente preditivo (Fcalc >> Ftab). O coeficiente de

determinação, R2, para o modelo gerado foi 0,8974, indicando que 89,74% da

Page 55: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

53

variabilidade dos dados podem ser explicados pelo modelo proposto, e assim, é

considerando satisfatório.

Os dados de R254 foram submetidos à regressão linear múltipla e o modelo

quadrático que relacionam R254 em função das variáveis independentes [B]-CTC e

[B]- CTF (Equação 2 e 3), considerando os parâmetros significativos e não

significativos pode ser apresentados.

254( 26.932 26.585 .9 4 2 6.288 C C 0.858C C

2 7. 22 C C (

254( 26.932 26.585 .9 4 2 . 4 C 6.350 C

2 5.842 C (

Os gráficos das curvas de contorno, originados a partir dos modelos (Equação

1 e 2) mostram a influência das variáveis dependentes significativas sobre a R254

(Figura 17).

(a) (b)

Figura 17 - Gráficos das curvas de contorno para a variável resposta R254 em função das interações entre as variáveis (a) [B] e CTC e (b) [B] e CTF no processo de coagulação/floculação de água superficial pelo biopolímeros de P. aculeata Miller.

O comportamento do processo (Figura 15) indica que os valores escolhidos

do ponto mínimo para a concentração de biopolímeros (0,50 g L-1) e o menor tempo

de contato para o processo de floculação (600 s) levam a uma maior redução de

compostos orgânicos, como substâncias húmicas, que absorvem em um

Page 56: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

54

comprimento de onda de 254 nm, sendo este comportamento para qualquer tempo

de contato no processo de coagulação estudado.

De acordo com a Tabela 6 o teste 09 teve a maior eficiência, observado

reduções superiores a 79,0% para a RT e 94,0% para compostos orgânicos R254 e

R280, demostrando que há propriedades importantes no biopolímeros de P.

aculeata Miller para uso no processo de coagulação/floculação.

Page 57: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

55

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada utilizando a P. aculeata Miller levaram as seguintes

considerações finais:

Dois processos com temperaturas diferentes foram avaliados para a

extração da mucilagem, com a intenção de quantificar qual dos

processos é mais eficaz na extração, o processo A utilizando

temperatura de (95 ºC) e como tempo de contato de 30 minutos foi

mais eficiente na retirada da mucilagem tendo um rendimento de 0,179

Mg sendo 3,6 vezes maior que o processo B que utilizou temperatura

de (60 ºC), mantendo o extrato da planta em suspensão por 6 horas e

obteve um rendimento de extração de 0,050 Mg.

pH de carga zero do biopolímero sem clarificação foi de 5,50 e para o

biopolímero clarificado foi de 5,80, sendo próximo a outros

biopolímeros utilizados no tratamento de água e efluentes.

A Espectroscopia na região do Infravermelho médio por Transformada

de Fourier (IV-TF), mostrou que o biopolímero de P. aculeata Miller

possuiu atributos específicos de polissacarídeos, com grupos carboxila

e proteicos, sendo de uma glicoproteína pela presença de carboidratos

na sua constiuição demonstrando que o biopolímero em contato com

água, contribui para a formação de géis.

As características morfológicas forma obtidas pela microscopia

eletrônica de varredura, demonstrando diferenças entre o biopolímero

clarificado e o sem clarificação quanto a sua estrutura e adesão,

possivelmente pela contaminção do biopolímero não clarificado, o

biopolimero clarificado apresentou maior adesão entre as partículas

confirmando as características higroscópicas do material.

Na difratometria de Raio X foram confirmadas as características

amorfas do material apresentando pontos de cristalização que

proporcianam maior adesão entre as partículas.

A análise termogravimetrica demostrou que o biopolímero possui ótimo

equilíbrio térmico, tendo pouca perda de massa até os 175 oC,

podendo ser desidratado e reidratado com facilidade.

Page 58: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

56

De acordo com os resultados obtidos no processo de avaliação da

água do Rio Pato Branco, a redução de turbidez teve variações de

65,21% até 86,43%, a redução de substâncias que adsorvem na faixa

de 254 nm e 280 nm houve oscilações entre 00,00% até 94,0% na

redução dos compostos orgânicos, sendo considerado satisfatório a

utilização do biopolímero em associação como sulfato de alumínio

(Al2(SO4)3).

O biopolímero se confirmou como um bom agente coagulante/floculante, uma

vez que a estrutura do material, mostrou-se com grande capacidade de adesão de

partículas. Além disso, é uma planta de fácil cultivo, atóxica, com custo relativamente

baixo para extração da sua mucilagem. Portanto, é uma possibilidade promissora no

tratamento de água diminuindo assim a ingestão do sulfato de alumínio pelo

organismo humano, muito utilizado no tratamento de águas para o consumo

humano, prevenido doenças correlacionadas ao excesso do mesmo no corpo.

Page 59: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

57

8.0 PROPOSTAS FUTURAS

Para estudos posteriores, poderia se interessante, testar o biopolímero

proveniente da ora-pro-nóbis, como auxiliar de floculação e filtração no tratamento

de esgoto em associação com outros coagulantes, testar o biopolímero como

coagulante em conjunto com coagulantes químicos, para avaliar a remoção de cor,

no tratamento de esgoto para reuso e na redução de microrganismos, promover o

uso do biopolímero proveniente da ora-pro-nóbis em despejo industriais, verificando

a eficácia do processo.

Page 60: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

58

REFERÊNCIAS

ABREU-LIMA, G. J. Uso de polímero natural do quiabo como auxiliar de floculação e filtração em tratamento de água e esgoto. 2007. 154 f. Tese (Doutorado em engenharia ambiental) – Programa de Pós-Graduação Em Engenharia Ambiental, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. ALVAREZ-PUEBLA, R. A.; VALENZUELA-CALAHORRO, C.; GARRIDO, J. J. Theoretical study on fulvic acid structure, conformation and aggregation: a molecular modelling approach. Science of the total environment, v. 358, n. 1, p. 243-254, 2006. ALZUETA, C. et al. Effects of removal of mucilage and enzyme or sepiolite supplement on the nutrient digestibility and metabolyzable energy of a diet containing linseed in broiler chickens. Animal Feed Science and Technology, v. 97, n. 3, p. 169-181, 2002. ALMEIDA, Edna et al . Tratamento de efluentes industriais por processos oxidativos na presença de ozônio. Quím. Nova, São Paulo , v. 27, n. 5, p. 818-824, Oct. 2004 . ALMEIDA, Fernanda V. et al. Persistent toxic substance (PTS) in Brazil. Química Nova, v. 30, n. 8, p. 1976-1985, 2007. AMIN, Amiza Mat et al. Extraction, purification and characterization of durian (Durio zibethinus) seed gum. Food Hydrocolloids, v. 21, n. 2, p. 273-279, 2007. BACHE, D., GREGORY, R. Flocs in Water Treatment. IWA Publishing, London, 2007. BANNACH, Gilbert et al. Efeitos da história térmica nas propriedades do polímero PET: Um experimento para ensino de análise térmica. Quimica Nova, p. 1825-1829, 2011. BARROS, Marcos José de; NOZAKI, Jorge. Redução de poluentes de efluentes das indústrias de papel e celulose pela floculação/coagulação e degradação fotoquímica. Química. Nova, São Paulo , v. 25, n. 5, p. 736-740, Sept. 2002 .

Page 61: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

59

BAPTISTA, Aline Takaoka Alves et al. Protein fractionation of seeds of Moringa oleifera lam and its application in superficial water treatment. Separation and Purification Technology, v. 180, p. 114-124, 2017. BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o Desafio do Desenvolvimento Sustentável, 2ª edição. 2005. BRASIL. Resolução Conama no 357 de 17 de março de 2005. Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Ministério do Meio Ambiente. 2005. BRASIL. Resolução Conama no 430 de 13 de maio de 2011. Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Ministério do Meio Ambiente 2011a. BRASIL. Portaria 2.914 de 12/11/2011b . DOU, Seção I, no 239, 14/12/2011, 39-46. Ministério da Saúde. 2011b. BRASIL. Portaria MS nº 518. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Ministério da Saúde 25 de março de 2004.

BONDY, Stephen C. The neurotoxicity of environmental aluminum is still an issue. Neurotoxicology, v. 31, n. 5, p. 575-581, 2010. BORCHATE, S. S. et al. A review on applications of coagulation-flocculation and ballast flocculation for water and wastewater. International Journal of Innovations in Engineering and Technology, v. 4, n. 4, p. 216-222, 2014. BORSCHIVER, Suzana; ALMEIDA, Luiz FM; ROITMAN, Tamar. Monitoramento tecnológico e mercadológico de biopolimeros. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v. 18, n. 3, p. 256-261, 2008. CAI, Z.; KIM, J. Characterization and electromechanical performance of cellulose–chitosan blend electro-active paper. Smart Materials and Structures, Bristol, v. 17, n. 3, p. 1-8, June 2008. CALIJURI C.M., CUNHA F.G.D. Engenharia ambiental - conceitos, tecnologia e gestão. 30 Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2013.

Page 62: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

60

CARVALHO, Eber Goulart et al. Wound healing properties and mucilage content of Pereskia aculeata from different substrates. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 24, n. 6, p. 677-682, 2014. CEVOLI, Chiara et al. Rheological characterisation of selected food hydrocolloids by traditional and simplified techniques. Food hydrocolloids, v. 33, n. 1, p. 142-150, 2013. CHOW, Alex T.; GAO, Suduan; DAHLGREN, Randy A. Physical and chemical fractionation of dissolved organic matter and trihalomethane precursors: A review. Journal of Water Supply: Research and Technology-AQUA, v. 54, n. 8, p. 475-507, 2005. COZIC, Céline et al. Analysis of arabic gum: Study of degradation and water desorption processes. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 7, p. 1930-1934, 2009. CRISPONI, G. et al. Chelating agents for human diseases related to aluminium overload. Coordination Chemistry Reviews, v. 256, n. 1, p. 89-104, 2012. DA SILVA, Fernando JA et al. Uso potencial de biopolímeros de origem vegetal na descolorização de efluente têxtil índigo. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental No. 22; V Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental. ABES, p. 1-6, 2003. DA SILVA GUILARDUCI, Viviane Vasques et al. Adsorção de fenol sobre carvão ativado em meio alcalino. Química Nova, v. 29, n. 6, p. 1226-1232, 2006. DARBRE, Philippa D.; MANNELLO, Ferdinando; EXLEY, Christopher. Aluminium and breast cancer: Sources of exposure, tissue measurements and mechanisms of toxicological actions on breast biology. Journal of inorganic biochemistry, v. 128, p. 257-261, 2013. DE ALMEIDA NETO, Alonso Freire; DE ARAÚJO MACENA, Ítalo Matheus; OLIVEIRA, Josiane Silva. Análise da concentração de alumínio residual no Rio Gramame proveniente dos efluentes da ETA-Gramame, João Pessoa-PB. Revista Ambiental, v. 2, n. 1, p. 88-96, 2016. DE ALMEIDA, Martha Elisa Ferreira et al. Caracterização química das hortaliças não-convencionais conhecidas como ora-pro-nobis. Bioscience Journal, v. 30, n. 3, 2014.

Page 63: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

61

DENG, Chao et al. Chemical analysis and antioxidant activity in vitro of a β-d-glucan isolated from Dictyophora indusiata. International journal of biological macromolecules, v. 51, n. 1, p. 70-75, 2012. DENNETT, Keith E. et al. Coagulation: its effect on organic matter. American Water Works Association. Journal, v. 88, n. 4, p. 129, 1996. DEORE, S. L.; KHADABADI, S. S. Standardisation and pharmaceutical evaluation of Chlorophytum borivilianum mucilage. Rasayan J Chem, v. 1, n. 4, p. 887-92, 2008. DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água. Rio de Janeiro: ABES 1993. DI BERNARDO, L; DANTAS, Â. D. B. Métodos e técnicas de tratamento de água. 2. ed., ABES, 2005. DUARTE, Márcia do Rocio; HAYASHI, Sirlei Sayomi. Estudo anatômico de folha e caule de Pereskia aculeata Mill.(Cactaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 2, p. 103-109, 2005. EDZWALD, J. K.; TOBIASON, J. E. Chemical Principles source water composition and watershed protection. In: EDZWALD, J. K. (editor). Water quality & treatment: a handbook on drinking water. American Water Works Association. Colorado: McGraw -Hill, 2010. EDWARDS, G. A., AMIRTHARAJAH, A. Removing color caused by humic acids. Journal-American Water Works Association, v. 77, n. 3, p. 50-57, 1985. EDWARDS, E. J.; DONOGHUE, M. J. Pereskia and the orgin of the cactus life-form. The American Naturalist, v. 167, n. 6, p. 777-793, jun 2006. EXLEY, Christopher. Human exposure to aluminium. Environmental Science: Processes & Impacts, v. 15, n. 10, p. 1807-1816, 2013. FATOMBI, J. K. et al. A natural coagulant protein from copra (Cocos nucifera): Isolation, characterization, and potential for water purification. Separation and Purification Technology, v. 116, p. 35-40, 2013. FRANCESCHI, Vincent R.; HORNER, Harry T. Calcium oxalate crystals in plants. The Botanical Review, v. 46, n. 4, p. 361-427, 1980.

Page 64: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

62

FUNASA. Manual prático de análise de água. 1ª ed. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004. GARCIA, M. et al. Anatomia foliar comparada de cuatro especies del genero Pereskia (Plum.) Miller (Cactaceae). Ernstia, v. 10, p. 27-41, 2000. GLEICK, P. H.; COOLEY, H.; COHEN, M.; MORIKAWA, M.; MORRISON, J.; e PALANIAPPAN, M. The World's Water 2008-2009:The Biennial Report on Freshwater Resources . Estados Unidos da América: Island Press 2009.

HINE, Robert; MARTIN, Elisabeth A. Dictionary of Biology. 5. ed. UK: Grange Books, 2005. HWAN, J.; LEE, H.; PARK, Y.; et al. LWT - Food Science and Technology Mucilage removal from cactus cladodes ( Opuntia humifusa Raf .) by enzymatic treatment to improve extraction ef fi ciency and radical scavenging activity. LWT - Food Science and Technology, v. 51, n. 1, p. 337–342, 2013. JAHANBIN, Kambiz et al. Isolation, purification and characterization of a new gum from Acanthophyllum bracteatum roots. Food hydrocolloids, v. 27, n. 1, p. 14-21, 2012. KOOCHEKI, Arash et al. Rheological properties of mucilage extracted from Alyssum homolocarpum seed as a new source of thickening agent. Journal of Food Engineering, v. 91, n. 3, p. 490-496, 2009. KITTUR, F. S. et al. Characterization of chitin, chitosan and their carboxymethyl derivatives by differential scanning calorimetry. Carbohydrate polymers, v. 49, n. 2, p. 185-193, 2002. KONRADT MORAES, L. C. J.; BERGAMASCO, R. TAVARES, C. R. G.; RIBEIRO, R. M. Utilização do polímero natural quitosana no processo de coagulação/floculação/ultrafiltração para a produção de água potável. In: XXIII Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Campo Grande, 2005. LAI, Lih-Shiuh; LIANG, Hui-Yuan. Chemical compositions and some physical properties of the water and alkali-extracted mucilage from the young fronds of Asplenium australasicum (J. Sm.) Hook. Food hydrocolloids, v. 26, n. 2, p. 344-349, 2012.

Page 65: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

63

LEÃO, Marcelo Franco; OLIVEIRA, Eniz Conceição; DEL PINO, José Claudio. Análises de água: um estudo sobre os métodos e parâmetros que garantem a potabilidade dessa substância fundamental para a vida. Revista Destaques Acadêmicos, v. 6, n. 4, 2014. LETTERMAN, D. R; YACOUMI, S. Coagulation and Flocculation. In: EDZWALD, J. K. (editor). Water quality & treatment: a handbook on drinking water. American Water Works Association. Colorado: McGraw -Hill, 2010. LETTERMAN, R. D. Water Quality and Treatment: A Handbook of Community Water Supplies. McGraw-hill,. 1999.

LIBÂNIO, MARCELO. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010. LIMA JUNIOR, Fausto Alves et al. Response surface methodology for optimization of the mucilage extraction process from Pereskia aculeata Miller. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 1, p. 38-47, 2013. LIN, Hsiang-Yun; LAI, Lih-Shiuh. Isolation and viscometric characterization of hydrocolloids from mulberry (Morus alba L.) leaves. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 3, p. 840-848, 2009. LOCATELLI, Marco Antonio F.; SODRÉ, Fernando F.; JARDIM, Wilson F. Determination of antibiotics in Brazilian surface waters using liquid chromatography–electrospray tandem mass spectrometry. Archives of environmental contamination and toxicology, v. 60, n. 3, p. 385-393, 2011. LOPES, W. A. L.; SOUZA, L. A.; MOSCHETA, I. M.; ALBIERO, A. L. M.; MOURÃO, K. S. M. A comparative anatomical study of the stems of climbing plants from the forest remnants of Maringá, Brazil. Gayana Botanica, Concepción, Chile, v. 65, n. 1, p. 28-38, 2008. LUCYSZYN, N., SOARES, A.M.C., DE SOUZA, C.F., SILVEIRA, J.L.M., DE LIMA, N.N. “ ropriedades reológicas de mucilagem de sementes castanha e dourada de linhaça (linum usitatissimum obtidas a partir diferentes processos de e tração”, In: Anais... do 55º Congresso Nacional de Química, Goiânia, p., 1-4, 2-6, 2015. MAGALHÃES, ACTV de. Estudo de fibras vegetais, mucilagem de cacto e gesso em componentes construtivos. 2009. 123 f. 2009. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Escola de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

Page 66: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

64

MAGHCHICHE, A.; HAOUAM, A.; IMMIRZI, B. Use of polymers and biopolymers for water retaining and soil stabilization in arid and semiarid regions. Journal of Taibah University for science, v. 4, p. 9-16, 2010. MAHVI, A.H; RAZAVI, M. Application of polyelectrolyte in turbidity removal from surface water, American Journal of Applied Sciences, v. 2, n. 1, p. 397–399 2005. MALVIYA, Rishabha; SRIVASTAVA, Pranati; KULKARNI, G. T. Applications of mucilages in drug delivery-a review. Advances in Biological Research, v. 5, n. 1, p. 1-7, 2011. MANGRICH, Antonio S. et al. Química verde no tratamento de águas: uso de coagulante derivado de tanino de Acacia mearnsii. Revista Virtual de Química, v. 6, n. 1, p. 2-15, 2013. MASLIYAH, Jacob H.; BHATTACHARJEE, Subir. Electrokinetic and colloid transport phenomena. John Wiley & Sons, 2006. MAUSETH, James D. Anatomical adaptations to xeric conditions in Maihuenia (Cactaceae), a relictual, leaf-bearing cactus. Journal of Plant Research, v. 112, n. 3, p. 307-315, 1999. METCALF, E.; EDDY, H. Wastewater engineer treatment disposal, reuse. New York: McGRaw, 2003. MERCÊ, Ana Lucia Ramalho et al. Complexes of arabinogalactan of Pereskia aculeata and Co 2+, Cu 2+, Mn 2+, and Ni 2+. Bioresource technology, v. 76, n. 1, p. 29-37, 2001. MIRHOSSEINI, H.; AMID, B. T. A review study on chemical composition and molecular structure of newly plant gum exudates and seed gums. Food Research International, Barking, v. 46, n. 1, p. 387-398, 2012. MONTAGNER, Cassiana C.; JARDIM, Wilson F. Spatial and seasonal variations of pharmaceuticals and endocrine disruptors in the Atibaia River, São Paulo State (Brazil). Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 22, n. 8, p. 1452-1462, 2011. MONTEIRO, D.T., BERGAMASCO, R., MORAES, L.C.K. Estudo da Viabilidade de Utilização do Polímero Natural (TANFLOC) em Substituição ao Sulfato de Alumínio no Tratamento de Águas para Consumo, In: Anais... do 2nd International Workshop | Advances in Cleaner Production, São Paulo, p., 1-9, 20-22 mai 2009.

Page 67: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

65

MORISADA, Shintaro et al. Adsorption removal of boron in aqueous solutions by amine-modified tannin gel. Water research, v. 45, n. 13, p. 4028-4034, 2011. MOTHÉ, C. G.; RAO, M. A. Thermal behavior of gum arabic in comparison with cashew gum. Thermochimica Acta, v. 357, p. 9-13, 2000. NAGEL-HASSEMER, Maria Eliza; CORAL, Lucila Adriani; LAPOLLI, Flávio Rubens and AMORIM, Maria Teresa Souza Pessoa de. Processo UV/H2O2 como pós-tratamento para remoção de cor e polimento final em efluentes têxteis. Química Nova [online]. v.35, n.5, pp.900-904 2012. NOBEL, Park S. (Ed.). Cacti: biology and uses. Univ of California Press, 2002. PATERSON, I. D.; DOWNIE, D.; HILL, M. P. Using molecular methods to determine the origin of weed populations of Pereskia aculeata in South Africa and its relevance to biological control. Biological Control, Orlando, v. 48, p.84-91, 2009. PACHUAU, Lalduhsanga; LALHLENMAWIA, H.; MAZUMDER, Bhaskar. Characteristics and composition of Albizia procera (Roxb.) Benth gum. Industrial Crops and Products, v. 40, p. 90-95, 2012. PRADELLA, José Geraldo da Cruz. Biopolímeros e Intermediários Químicos, relatório técnico n. 84396-205, Centro de Tecnologia de Processos e Produtos, Laboratório de Biotecnologia Industrial - LBI/CTPP, 2006. Disponível em: <http://www.redetec.org.br/wp-content/uploads/2015/02/tr06_biopolimeros.pdf>. Acesso em 25 mar. 2016. PRAJAPATI, Vipul D. et al. Pharmaceutical applications of various natural gums, mucilages and their modified forms. Carbohydrate polymers, v. 92, n. 2, p. 1685-1699, 2013. PRIEST, N. D. et al. Uptake by man of aluminium in a public water supply. Human & experimental toxicology, v. 17, n. 6, p. 296-301, 1998. PORTELLA, Kleber Franke et al. Caracterização físico-química do lodo centrifugado da estação de tratamento de água Passaúna–Curitiba–PR. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária Ambiental, v. 22, 2003.

Page 68: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

66

QUEIROZ, Carla. R. A. dos A. Cultivo e composição química de ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Mill.) sob déficit hídrico intermitente no solo. 2012. 144 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual aulista “Julio de Mesquita ilho”, Jaboticabal, 2012. QIN, Xiaopeng et al. Fractionation of humic acid upon adsorption to goethite: Batch and column studies. Chemical Engineering Journal, v. 269, p. 272-278, 2015. RANA, V. et al. Modified gums: approaches and applications in drug delivery. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 83, n. 3, p. 1031-1047, Jan. 2011. RAVINA, Louis; MORAMARCO, Nicholas. Everything you want to know about Coagulation & Flocculation. Zeta-Meter, Inc, p. 1-37, 1993. RAZALI, M. A. A. et al. Treatment of pulp and paper mill wastewater with various molecular weight of polyDADMAC induced flocculation. Chemical Engineering Journal, v. 166, n. 2, p. 529-535, 2011. RAZAVI, Seyed Mohammad Ali et al. Some physicochemical properties of sage (Salvia macrosiphon) seed gum. Food Hydrocolloids, v. 35, p. 453-462, 2014. REBOUÇAS, Aldo da C.; BRAGA, Benedito; TUNDISI, José G (Org.). Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação. 2ª edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2002. 703p. REGALBUTO, J. R.; ROBLES, J. The engineering of Pt/Carbon Catalyst Preparation – For application on Proton Exchange Fuel Cell Membrane (PEFCM). University of Illinois, Chicago. p.4-7, 2004. REINAS, Alexandre Espada et al. Preparation and characterization of microcapsules of Pterodon pubescens Benth. by using natural polymers. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 50, n. 4, p. 919-930, 2014. RENARD, Denise et al. Structure of arabinogalactan-protein from Acacia gum: From porous ellipsoids to supramolecular architectures. Carbohydrate polymers, v. 90, n. 1, p. 322-332, 2012. RENAULT, François et al. Chitosan for coagulation/flocculation processes–an eco-friendly approach. European Polymer Journal, v. 45, n. 5, p. 1337-1348, 2009.

Page 69: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

67

RICHTER, C.; AZEVEDO NETO, J.M. Tratamento de água: Tecnologia atualizada, 1ª Ed, São Paulo, 1991. ROYO, V. de A.; MORAES, F. R. C. de; CESTARI, A.; LIMA, T. C.; SILVA, M. L. A. e; MARTINS, C. H. G.; FURTADO, N. A. J. C. Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato bruto de ramos de Pereskia aculeata Mill. In: ENCONTRO REGIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, XIX, Ouro Preto, MG. Anais... Ouro Preto: SBQ, p. 171. 2005. RUDIN, Alfred; CHOI, Phillip. The elements of polymer science and engineering. Academic press, 2012. SAINI, Ramesh Kumar; SIVANESAN, Iyyakkannu; KEUM, Young-Soo. Phytochemicals of Moringa oleifera: a review of their nutritional, therapeutic and industrial significance. 3 Biotech, v. 6, n. 2, p. 203, 2016. SASAKI, T. APEC Virtual Center for Environmental Technology Exchange 2015. Retirado de APEC: <http://www.apec-vc.or.jp/e/modules/tinyd00/index.php?id=57&kh_open_cid_00=43> Acesso em 15 maio 2017. SANTOS, Sílvia CR; VILAR, Vítor JP; BOAVENTURA, Rui AR. Waste metal hydroxide sludge as adsorbent for a reactive dye. Journal of Hazardous Materials, v. 153, n. 3, p. 999-1008, 2008. SANTOS, A. G. et al. Avaliação das atividades antimicrobiana sobre patógenos bucais e hemolítica das folhas de pereskia aculeata. VII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Centro Universitário de Maringá, 2011. SARTOR, Claudenice Francisca Providelo et al. Estudo da ação cicatrizante das folhas de Pereskia aculeata. Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 2, 2010. SÁNCHEZ-MARTÍN, J.; BELTRÁN-HEREDIA, J.; SOLERA-HERNÁNDEZ, C. Surface water and wastewater treatment using a new tannin-based coagulant. Pilot plant trials. Journal of environmental management, v. 91, n. 10, p. 2051–8, 2010a. SÁNCHEZ-MARTÍN, J., GONZÁLEZ-VELASCO, M., & BELTRÁN-HEREDIA, J. Surface water treatment with tannin-based coagulants from Quebracho (Schinopsis balansae). Chemical Engineering Journal, 165(3), 851–858 2010b.

Page 70: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

68

SILVA JÚNIOR, A. A. et al. Pão de ora-pro-nóbis: um novo conceito de alimentação funcional. Agropecuária Catarinense, Santa Catarina, v. 23, n. 1, p. 35-37, 2010. SILVERSTEIN, R. M., WEBSTER, F. X. Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos. 6ª Ed. LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2000. SQUENA, Angra Priscila et al. Análise Morfoanatômica de partes vegetativas aéreas de Pereskia aculeata Mill., Cactaceae. Saúde, v. 2, n. 8, 2014. SENGIL, A., ÖZACAR, M., Biosorption of Cu (II) from aqueous solutions by mimosa tannin gel. Journal of Hazardous Materials, v. 157, 277-285, 2008. SINGH, Vandana; SINGH, Somit Kumar. Synthesis and characterization of gum acacia inspired silica hybrid xerogels for mercury (II) adsorption. International journal of biological macromolecules, v. 48, n. 3, p. 445-451, 2011. SINGTHONG, Jittra; NINGSANOND, Suwayd; CUI, Steve W. Extraction and physicochemical characterisation of polysaccharide gum from Yanang (Tiliacora triandra) leaves. Food Chemistry, v. 114, n. 4, p. 1301-1307, 2009.

SHISHKOVA, Svetlana et al. Determinate primary root growth as an adaptation to aridity in Cactaceae: towards an understanding of the evolution and genetic control of the trait. Annals of botany, v. 112, n. 2, p. 239-252, 2013. TANAC, Boletim Informativo. Montenegro, 57 p, 2008. TAVARES, Sandra Aparecida et al. Physical and chemical characteristics of the mucilage of lyophilized yam. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 5, p. 973-979, 2011. TOFANELLI, Mauro B. D.; RESENDE, Sueilo G. Sistemas de condução na produção de folhas de ora-pro-nobis. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 41, n. 3, p. 466–469, 2011. TZOUPANOS, N. D.; ZOUBOULIS, A. I. Coagulation-flocculation processes in water/wastewater treatment: the application of new generation of chemical reagents. In: 6th IASME/WSEAS international conference on heat transfer, thermal engineering and environment (HTE’08), August 20th–22nd, Rhodes, Greece. p. 309-317. 2008.

Page 71: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

69

TSUTIYA, Milton Tomoyuki; HIRATA, Angelical Yumi. Aproveitamento e disposição final de lodos de estações de tratamento de água do estado de São Paulo. In: XXI Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, João Pessoa. 2001. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. acesso em 14 Sep 2015. http://www.tropicos.org/Name/5100447. TUNDISI, José Galizia. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revista USP, n. 70, p. 24-35, 2006. UNESCO. Facing the challenges: case studies and indicators. United Nations World Water Assessment Programme, Paris, v. 2, p. 74, 2015a. UNESCO. United Nations World Water Development Report 2015: Water for a Sustainable World. 2015b. VALENTE, Ligia MM et al. PHCOG MAG.: Research Article Evaluation of the antitumor and trypanocidal activities and alkaloid profile in species of Brazilian Cactaceae. Phcog Mag, v. 3, n. 11, p. 167, 2007. VICTORINO, Célia Jurema Aito. Planeta água morrendo de sede: uma visão analítica na metodologia do uso e abuso dos recursos hídricos. EDIPUCRS, 2007. VIEIRA, P.; ROSA, M. J.; ALEGRE, H. Estações de tratamento de água para consumo humano em Portugal. Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2007. VINOD, V. T. P. et al. Morphological, physico-chemical and structural characterization of gum kondagogu (Cochlospermum gossypium): A tree gum from India. Food Hydrocolloids, v. 22, n. 5, p. 899-915, 2008. VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Editora UFMG, 1996. VON SPERLING, Marcos; DE LEMOS CHERNICHARO, Carlos Augustos. Biological wastewater treatment in warm climate regions. IWA publishing, 2005.

Page 72: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

70

XUE, Gang et al. Synergy between surface adsorption and photocatalysis during degradation of humic acid on TiO 2/activated carbon composites. Journal of Hazardous Materials, v. 186, n. 1, p. 765-772, 2011. WAN NGAH, W,S; ENDUD, C, S.; MYANAR, R. Removal of copper (II) ions from aqueous solution onto chitosan and cross-linked chitosan beads. Reactive & funcional polymers. v. 50. p. 181-190, 2002. WANG, Kang; HE, Zhimin. Alginate–konjac glucomannan–chitosan beads as controlled release matrix. International journal of pharmaceutics, v. 244, n. 1, p. 117-126, 2002.

WANG, Qi; ELLIS, Peter R.; ROSS-MURPHY, Simon B. Dissolution kinetics of guar gum powders. I. Methods for commercial polydisperse samples. Carbohydrate Polymers, v. 49, n. 2, p. 131-137, 2002. WANG, Jing-Zhang et al. Aluminum (III) interferes with the structure and the activity of the peptidyl-prolyl cis-trans isomerase (Pin1): A new mechanism contributing to the pathogenesis of Alzheimer's disease and cancers?. Journal of inorganic biochemistry, v. 126, p. 111-117, 2013. WANG, Hao; WILLIAMS, Peter A.; SENAN, Chandra. Synthesis, characterization and emulsification properties of dodecenyl succinic anhydride derivatives of gum Arabic. Food Hydrocolloids, v. 37, p. 143-148, 2014. WILSON, Lee D. An overview of coagulation-flocculation technology. Water Cond. Purific Mag, v. 56, p. 28-34, 2014. YU SEVE , Meral; ŞENGIL, İ. Ayhan. iosorption of b (II ions by modified quebracho tannin resin. Journal of Hazardous Materials, v. 163, n. 1, p. 58-64, 2009. ZHANG, Yue et al. Deposition behavior of residual aluminum in drinking water distribution system: Effect of aluminum speciation. Journal of Environmental Sciences, v. 42, p. 142-151, 2016. ZEMMOURI, Hassiba et al. Coagulation flocculation test of Keddara's water dam using chitosan and sulfate aluminium. Procedia Engineering, v. 33, p. 254-260, 2012.

Page 73: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de

71

ZAPPI, D.; TAYLOR, N.; SANTOS, M.R.; LAROCCA, J. Cactaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB1633>. Acesso em: 24 Ago. 2015. ZOHURIAAN, M. J.; SHOKROLAHI, F. Thermal studies on natural and modified gums. Polymer Testing, v. 23, n. 5, p. 575-579, 2004.

Page 74: EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2328/1/PB_PPGTP_M_Lucca... · aculeata Miller como auxiliar coagulante / no processo de