Explorando as novidades do velho mundo

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40 dias de intercâmbio na Europa; + de 25 hospitais referência em Arquitetura Hospitalar na Holanda, Inglaterra e França; 5 dos maiores escritórios de Arquitetura para Saúde; http://imaginalcamp.tumblr.com

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ARQUITETURA

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95AGOSTO DE 2014

C ompartilhando um pe-

culiar apreço pela ar-

quitetura hospitalar,

o casal Fábio Cardoso

e Moema Falci Lores, no início do ano,

começou a caçar espaços na agenda e le-

vantar recursos próprios para um novo e

ortodoxo investimento: deixar para trás

suas merecidas férias e visitar mais de 25

hospitais na Europa.

E foi assim que, em 20 de março, o en-

genheiro e a arquiteta zarparam para a

Holanda, com duas passagens aéreas,

adquiridas em programa de milhagem,

rumo a um intercâmbio de 40 dias entre

o que há de mais novo no Velho Mundo

quando se trata de design hospitalar. “A

motivação foi a gente estar nesse mercado

e a vontade de buscar coisas novas”, disse

Fábio, que, junto com sua esposa Moema,

possuem um escritório de arquitetura, o

IMAginal, e uma empresa de design de

móveis hospitalares, a Imma.

O objetivo da experiência, claro, seria

ver de perto alguns dos mais avançados

centros médicos da Europa. Mas, como

toda jornada em busca de conhecimento,

esse tour europeu serviu como uma ver-

dadeira motivação pessoal e, por que não,

como uma abertura de “novos horizontes”.

Com um custo total entre 20 mil e 25

mil reais, eles visitaram, além da Holanda,

a Inglaterra e a França, com direito a uma

folga de sete dias na Bélgica para descan-

so, porque ninguém é tem design de ferro.

A hospedagem deu-se mediante arran-

jos feitos plataforma online de aluguéis

Airbnb, que acabam saindo mais em con-

ta do que hotéis, e as passagens aéreas,

da-lhe classe econômica. Além disso, mui-

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Loures

por acreditarmos na importân-

o IMMA Design.

de ferro.

três

Ao longo da viagem, o casal ficou hospedado

em apartamentos alugados através do website

da

e permite tembém o con-

tato com moradores do país.

viajaram

o roteiro e agendando as reuniões, embarcaram

. Depois de dois meses planejando

cia de buscar novos conhecimentos.", disse

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tas da refeições incluíram a boa e barata

culinária hospitalar europeia, ao custo

estimado de 5 euros. Pode não ser uma

viagem de luxo, mas isso tampouco im-

portava para eles. “É um in-

vest imento que em nen hum

momento a gente p ens ou

que não va l i a a p ena”, a f i r-

mou Fábio.

Eles agora buscam maneiras

de colocar em prática o que

analisaram de perto. “Vamos

trazer um pouco dessa ex-

periência para o Brasil, e abrir

um pouco os horizontes”,

segundo Fábio.

“A gente tem uma possibili-

dade até de uma parceria lá da Holanda

para uma possível interação com aqui

no Brasil. A gente foi buscando uma

experiência, e talvez no médio e longo

prazo possa trazer frutos disso tudo,

mas não foi o objetivo principal”, disse

Fábio.

A meta principal foi ver o

f lorescimento da arquitetura

hospitalar contemporânea,

novos desenvolvimentos de

tecnologia e, claro, analisar

aplicações no Brasil.

O IMAginal já trabalha em

um projeto inovador na Santa

Casa de Juiz de Fora, mas

tudo indica que o escritório

está pronto para novos em-

preendimentos, talvez ainda

mais ousados. “O que vimos

são construções bem planejadas e pro-

jetadas, com custos semelhantes com

a realidade do Brasil”, escreveu a ar-

96 SETEMBRO DE 2014

“O que vimos são construções bem planejadas e pro-jetadas, com cus-tos semelhantes com a realidade

do Brasil”

- Moema Falci Lores

Centro Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, França

ARQUITETURA

nós pensamos

Nós estamos estudando a possibilidade

Moema Loures

de uma parceria entre a Holanda e o Brasil,

junto com alguns contatos que estabele-

cemos. Buscamos principalmente adquirir

voltamos com a possibili-

dade de uma interação entre os dois países.",

disse Fábio Cardoso.

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quiteta em um artigo sobre a viagem.

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Apesar de todos os países terem agre-

gado muitas coisas para a experiência

do casal, não é necessário investigar

muito para saber qual foi o mais im-

pressionante. “A Holanda certamente é

um dos principais pontos de arquitetura

hospitalar de alta qualidade na Europa,

talvez no mundo”, disse Cardoso, acres-

centando que eles visitaram nada menos

do que 15 hospitais em 20 dias por lá.

Eles citaram como exemplos bastante

notáveis o Orbis Medisch Centrum,

na cidade de Sittard, considerado por

muitos como o “hospital do futuro”, o

Martini Hospital, com sua construção

f lexível e grande incidência de i lumi-

nação natural, e o Den Bosch, o maior

hospital não universitário do país.

Tal dinamismo na arquitetura hos-

pitalar, no entanto, é um cenário que

destoa de grande parte da realidade

brasi leira, apesar de alguns empreendi-

mentos pontuais no país . “No Brasi l ,

você ainda tem pouca inovação na ar-

quitetura hospitalar e em design de

móveis para saúde, apesar de ter bons

hospitais e bons projetos.”

Ele citou como caso a pouca atenção

dada à destinação orçamentária para o

projeto arquitetônico de um novo hos-

pital, em comparação aos grandes gas-

tos como equipamentos e outros itens

mais diretamente ligados ao funciona-

mento de um centro de saúde.

Segundo Moema, no entanto, a questão

da saúde está tão ligada ao design do

97SETEMBRO DE 2014

disse Moema

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Foram 40 dias de intercâmbio na Europa, mais de 25 hospitais

referência em Arquitetura Hospitalar na Holanda, Inglaterra e França

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TI

“No Brasil, você ainda tem pouca inovação na ar-quitetura hospi-

talar e em design de móveis para

saúde, apesar de ter bons hospitais e bons projetos.”

- Fábio Cardoso

ambiente quanto aos equipamentos e

funcionalidades disponibilizados. “A

arquitetura possui vários artif ícios que

podem diminuir o estresse do ambiente

hospitalar, ajudar na recuperação mais

rápida do paciente, além de

criar um espaço de trabalho

que estimule enfermeiros, mé-

dicos e funcionários”.

Apesar de os Países Baixos

estarem à frente do Brasil

em termos de design, há

um quesito no qual ambos

os países são bastante equi-

paráveis: o contato de pessoas

de fora do meio médico. “A

gente começou tentando mar-

car direto com os hospitais, e

foi um fracasso, a gente não

teve retorno, era dif íci l ter uma área es-

pecíf ica que recebia pessoas de fora. No

Brasil é muito dif íci l também visitar um

hospital”, af irmou Cardoso.

Um problema, o qual, segundo eles,

foi resolvido da forma mais proveitosa

possível. ”A gente começou a entrar em

contato com os escritórios de

arquitetura responsáveis pe-

los grandes projetos hospital-

ares… e fomos muito bem re-

cebidos”, disse o engenheiro.

Um tipo de contato que

não apenas foi satisfatório

para conhecer as instalações

na Holanda, como também

gerou bastante interesse das

contrapartes europeias nos

trabalhos dos brasileiros.

Já na Inglaterra, o casal

teve um contato maior com fabri-

cantes de diversos produtos para hospi-

tais, inclusive mobiliário, uma área de

100 SETEMBRO DE 2014

ARQUITETURA

hospita-

lares

Fábio.

´

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bastante interesse do casal. “Na Ing la-

terra havia poucos hospitais novos…

o pr incipa l de lá eram de inovações

em produtos e mobi l iár ios para área

de saúde”, disse e le . Um dos dest aques

foi o Wi l he lmina C hi ldren Hospit a l ,

que tem um caráter organizac iona l e

f í s i co b ast ante inovador.

A França também teve um gosto espe-

cial, especialmente por conta do Centro

Hospitalar Lagny Marne-la-Vallée, no

centro do país, cujas fachadas mudam

de cor de acordo com a intensidade da

luz do sol, o que, segundo Fábio, dá um

tom de humanização à natureza hospi-

talar, geralmente vista pelos pacientes

como asséptica.

“Não foi nem o principal projeto que

fomos ver, mas o trabalho que ele tem na

fachada, com os painéis de cor, em um

momento do dia quando aquela luz bate

e você vendo de todo o hospital… aqui-

lo dão uma sensação muito agradável.”

Foi uma visita ao conhecido Velho

Mundo, mas poderia muito bem ter sido

um tour pelo futuro.

101SETEMBRO DE 2014

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focamos em visitar centros de

segundo Moema

Ficamos bastante sensibilizados com o

trabalho das fachadas, com painéis que mudam de cor de acordo com a variação da luz solar…

é possível ver estas variações em diversas

perspectivas do hospital.", afirmou Moema.