EXPERI NCIA DE VIDA DOS DOCENTES SURDOS NA … · O objetivo influência do neoliberalismo e a in...
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UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
Realização:
EXPERIÊNCIA DE VIDA D
Resumo: Velar pela busca e pelmarginalizados ou discriminados levopolítica. Minorias linguísticas, de raçde afirmação e direitos sociais nuncprincipal investigar a experiência debuscar uma reflexão sobre os dados fopercepção por parte dos professores sVida marcada por obstáculos, mas tapolíticas. Os dados apontam como asescolar. Destaca a história de cidadãoque hoje usam seu conhecimento e suos surdos. As constatações apontam pEstado e as associações nacionais de núcleos de tomadas de decisão.
Palavras–chave: Docentes Surdo. En
Introdução
A busca pelo reconhecime
ou discriminados marcou a nec
influência na arena política. Vário
mulheres, os negros e os homoss
direitos na busca de cada vez mais
as políticas públicas passassem a
participação era quase inexistente
não proporcionava o mínimo da
impedindo-o de reivindicar seus d
partir dos anos 2000, com os avan
1 Mestre em Educação. Professor do Insti
IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-49
A DOS DOCENTES SURDOS NA INSTITUIÇSUPERIOR
Eixo: Processos de Esco
Autor: Falk Soares Ram
e pelo reconhecimento de direitos por parte de os levou a uma mudança de paradigma social com grade raça e gênero iniciaram um movimento de reivindis nunca antes vistos na sociedade brasileira. Esta pecia de vida dos docentes surdos na instituição do enados foi utilizada a metodologia de História de Vida noores surdos. Os resultados indicaram que os docentes tmas também por luta, organização coletiva e superaçmo as políticas agiram de forma positiva e negativa nodadãos surdos que superaram preconceitos e desafios eto e sua posição como docentes para influenciar as polntam para a necessidade de tanto a academia como as aais de pesquisa incluírem os docentes surdos em suas a
do. Ensino Superior. Experiência de Vida.
ecimento de direitos por parte de grupos consider
a necessidade de uma mudança de paradigma
. Vários grupos minoritários como os deficientes,
omossexuais, dentre outros, reivindicaram espaço
z mais se firmarem e ampliarem seus direitos políti
sem a abarcá-los (BRASIL, 2010). Em relação
stente, pois a ausência de meios de comunicação
mo da acessibilidade no processo de uma verd
seus direitos e de se fazer presente. Talvez por ess
s avanços tecnológicos e o reconhecimento da Lín
o Instituto Federal de Brasília-IFB.
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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TUIÇÃO DO ENSINO
e Escolarização dos Surdos
s Ramos MOREIRA, IFB1
te de grupos considerados m grande influência na área ivindicação por uma política sta pesquisa tem como foco do ensino superior. Para se ida no intuito de analisar esta entes trazem uma História de peração como resultada das
tiva no processo de formação afios educacionais e sociais e as políticas de inclusão para o as agências de fomento do
suas agendas de discussão e
nsiderados marginalizados
igma social com grande
entes, os trabalhadores, as
espaços de participação e
políticos no intuito de que
lação ao sujeito surdo, a
cação feita em sua língua,
a verdadeira participação,
or esse motivo, somente a
da Língua de Sinais como
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uma língua de uso e de direito do s
novo mundo se abre; a Língua d
surdos (STROBEL, 2008). Nas ú
reconhecimento, a educação de sur
de compreender as diferenças hu
historicamente construídos, sendo
minoritária caracterizada por com
modos de socialização próprios” (
momento de transição significat
passando a representar os surdos
socioantropológico (STROBEL, 2
concebida não mais como uma lim
pela diferença, que, além de i
consequências nos âmbitos social,
faz-se de suma importância averig
propiciadas aos sujeitos surdos, op
próprios pontos de vista, de mod
vivências em educação de surdos.
percepções de docentes surdos que
inclusiva voltadas para os surdos
atuais pertencentes. O objetivo
influência do neoliberalismo e a in
educacional formal.
Política Linguística: um aspecto
Várias foram às mudança
acessibilidade do surdos. Conform
Sinais passa a ser reconhecida por
por um deficiente. Porém apesar
processo educacional do sujeito s
educacional nas histórias de vida
superior em relação às políticas d
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to do sujeito surdo, as lutas tenham se intensificado
gua de Sinais é reconhecida e permite uma maio
Nas últimas décadas, por meio da luta dos surd
de surdos vem sendo demarcada, paulatinamente,
ças humanas e passa a reconhecer os sujeitos su
sendo considerados pertencentes a “[...] uma com
r compartilhar de uma língua de sinais e valores
ios” (SKLIAR, 2004, p.102). Em face disso, obser
nificativa, deixando-se para trás o paradigma c
surdos e a surdez num outro campo paradigmáti
EL, 2008). Sob esse olhar emergente, portanto,
ma limitação e/ou um defeito, mas como um traço
de implicações nos campos linguístico e cu
ocial, político e educacional. Portanto, tendo em v
averiguar as experiências escolares que foram e q
os, oportunizando lhes narrar suas trajetórias escol
e modo a ser possível explorar suas representaç
urdos. Dessa forma, se fez necessário investigar a
os que atuam na educação superior em relação às p
urdos no Brasil desde a Lei 10.436/2002 (BRAS
tivo foi de compreender o caminho percorrido pe
e a inclusão das pessoas com deficiência em todos
pecto em construção
anças que ocorreram na sociedade como um todo n
nforme o Decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005), a
da por uma sociedade como língua e não apenas
pesar de as leis terem um impacto profundo e
jeito surdo, tem se a seguinte questão: qual a inf
e vida e as percepções de docentes surdos qu
ticas de educação inclusiva? Tal questionamento
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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ificado tanto no Brasil. Um
a maior interação entre os
s surdos em busca do seu
ente, por uma nova forma
itos surdos como social e
a comunidade linguística
alores culturais, hábitos e
, observa-se atualmente um
gma clínico-terapêutico e
igmático, conhecido como
anto, a surdez passa a ser
traço cultural demarcado
e cultural, passa a ter
em vista essa perspectiva,
am e que continuam sendo
escolares a partir dos seus
esentações acerca de suas
igar a história de vida e as
ão às políticas de educação
RASIL 2002) até os dias
rido pelos docentes ante a
todos os níveis do sistema
todo no que diz respeito a
05), a Língua Brasileira de
penas um gestual utilizado
do e modificador sobre o
l a influência do processo
s que atuam na educação
ento pode ser feito, pois,
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apesar de a legislação reconhecer
lacunas foram deixadas na área de
Brasil, há um grande movimento
onde a Língua de Sinais seja a líng
modalidade escrita ser a segunda
importância para o surdo, a Escol
FEDERAL, 2012) que autoriza o g
Brasileira de Sinais como primeira
segunda língua, ainda está em proc
além do sistema escolar inclusivo
(BRASIL, 2005), que todos os cu
Língua Brasileira de Sinais (LIB
profissionais que ministram a m
prioridade de ensino deve ser dada
Apesar da Lei garantir e pr
ainda uma série de lacunas no pr
passaram. Essas lacunas ainda exi
início o conceito do procedimen
surdos sobre as políticas educac
conquista em um mundo ouvinte.
Procedimento metodológico
Um dos tipos de estudo qu
Vida. Segundo Paulilo (1999), pela
individual com o social, ou seja,
evocados no presente, “[…] podem
uma visão total de seu conjunto, e
aprofundada do momento passado
origem do termo História de Vid
historie, original do francês, reme
que a vivenciou. No caso de story
um indivíduo ou grupos de indiví
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nhecer a Língua Brasileira de Sinais como a líng
rea de atendimento educacional e de acessibilidade
mento a favor da criação da Escola Bilíngue, um
a língua de instrução educacional e a língua oral m
egunda língua a ser ensinada. Apesar de ser um
Escola Bilíngue, instituída pelo Projeto de Lei 72
iza o governo distrital à criação de tal escola para
rimeira língua, e a Língua Portuguesa em sua mod
m processo de conquista para ser reconhecida e ace
clusivo. Atualmente, é obrigatório, com base no
s os cursos de Licenciatura e Fonoaudiologia ten
s (LIBRAS) no seu conteúdo programático. Po
a matéria são surdos, apesar de estar explícito
r dada ao profissional surdo.
tir e priorizar o ensino da Língua de Sinais em alg
no processo político de ensino, que muitos surd
da existem e se faz necessário uma mudança desse
dimento metodológico e posteriormente apresent
ducacionais e como as mesmas alteraram ou n
inte.
udo que podem ser feitos na abordagem qualitativ
), pela História de Vida, é possível captar como oc
u seja, permite que elementos do passado possa
podemos assim, dizer, que a vida olhada de forma
nto, e que o tempo presente que torna possível um
assado” (PAULILO, 1999, p. 3). Segundo Spíndol
de Vida tem dois significados distintos. Se anal
, remete-se àquela que designa a história de vida
story e history do inglês, compreende o estudo apr
indivíduos. A História de Vida trabalha com a “e
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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a língua do surdo, muitas
lidade linguística. Hoje, no
e, um espaço educacional
oral majoritária do país na
ser um espaço de grande
Lei 725/2012 (DISTRITO
para surdos, com a Língua
a modalidade escrita como
a e aceita como uma opção
se no Decreto 5.626/2005
ia tenham a disciplina de
o. Porém, poucos desses
plícito no Decreto que a
m alguns segmentos. Tem
s surdos, hoje professores
sse panorama. Abaixo
resento alguns relatos de
ou não seu processo de
litativa é o da História de
mo ocorre a intersecção do
possam ser restaurados e
forma retrospectiva faculta
vel uma compreensão mais
píndola e Santos (2003), a
e analisado pela tradução
e vida contada pela pessoa
do aprofundado da vida de
a “estória ou o relato de
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vida”, ou seja, a história contada
analisar a autenticidade dos fatos
Segundo os autores “[...] o objetiv
vida conforme ela é relatada e int
nos relatos de práticas sociais, re
momento da sua história. Nessa ab
do seu discurso. Na verdade, seg
modificam um ao outro, no momen
das pessoas é retratado por meio
marcante e significativo, um forma
Através das
organizar de
esta reflexão
cotidiana, do
mas que den
(SPÍNDOLA
Para Queiroz (1988), a His
permite pesquisar o momento em
social, e como um elemento afeta
que tem como principal caracterí
sujeito. A História de Vida, para
determinada pessoa ou grupo, que,
“História de Vida”, para os auto
vivência, a experiência de indivíd
determinado evento ou questão, ap
História de Vida não se apoia unic
também sob a perspectiva da soc
análise de relatos representa uma r
O pesquisador percebe o informan
está inserido, revelando, assim, os
história. De acordo c
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ontada por quem a vivenciou; nesse caso, o pes
fatos, pois o importante é o ponto de vista de
objetivo desse tipo de estudo é justamente apreen
e interpretada pelo próprio ator” (SPÍNDOLA; S
A História de Vida busca apreender eleme
iais, respeitando as formas como o indivíduo pe
essa abordagem, o pesquisador respeita a opinião d
e, segundo Glat (2004), o pesquisador e o suje
momento do discurso, em uma relação dinâmica e d
meio de suas histórias de vida e percebido co
formador de direção do aprendizado e das experiên
s das narrativas de sua vida, o indivíduo se preenche de s
zar de modo coerente as lembranças desorganizadas e s
flexão do si faz emergir em sua narração todos os microeve
na, do mesmo modo que as durações, provavelmente com
e dentro da experiência individual contribuem para a const
OLA; SANTOS, 2003, p.6).
, a História de Vida é uma ferramenta muito impo
to em que ocorreu a intersecção entre a vida ind
afeta o outro. Em Silva et all (2007), a História d
racterística sua preocupação com o vínculo ent
, para Closs e Antonelo (2012), é um registro esc
o, que, por meio de conversas e entrevistas, pode s
s autores, pode ser utilizado para denominar rela
indivíduos ou de uma coletividade, possibilitando
ão, apontando o tempo ou local. No entanto, é pr
ia unicamente numa visão do indivíduo com suas
da sociedade na qual está inserido. Como afirm
uma rede elaborada a partir da vida individual e s
ormante como o representante de um grupo, da com
im, os traços e aspectos mais significativos que c
ordo com Silva et all (2007), a História de Vida
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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o pesquisador não busca
ta de quem está narrando.
preender e compreender a
LA; SANTOS, 2003, p.3).
elementos gerais contidos
uo percebeu determinado
inião do sujeito e participa
o sujeito se completam e
ica e dialética. O cotidiano
o como o momento mais
periências.
e de si mesmo, se obrigando a
s e suas percepções imediatas:
croeventos que pontuam a vida
te comuns aos grupos sociais,
construção social da realidade
o importante e valiosa que
da individual e o contexto
tória de Vida é um método
tre o pesquisador e o
tro escrito da vida de uma
pode ser montada. O termo
ar relatos que registram a
litando, assim, reconstruir
o, é preciso destacar que a
suas especificidades, mas
afirma Queiroz (1988), a
ual e seu reflexo no social.
da comunidade na qual ele
que constituíram toda uma
e Vida foi utilizada como
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método pela primeira vez na obra
Polish Peasant in Europ in Am
reorganização dos poloneses ao
desenvolvido foi feito por meio d
como análise de documentos. A u
introduzida no meio acadêmico em
na Polônia. A partir da década de 1
de análise do vivido, constituind
relações sociais (BARROS, 2002).
entendida com a arte de contar e
credibilidade à pesquisa educacion
vida desses dois elementos.
Tendo como base a concep
apresentados investiguei a históri
educação superior acerca das polí
Vida, valendo-se da entrevista sem
Participantes
A pesquisa contou com a pa
de Educação Superior (IES) e mini
No intuito de preservar a
ordem alfabética, nomeando o prim
V”. As entrevistas foram gravadas
de três Tradutores Intérpretes de L
Termo de Integridade e Sigilo. Fo
masculino. Estão na faixa etária
doutorando, um mestre, dois mestr
que atuam em IES e ministram
participação de docente do sexo
grávida e afastada do trabalho, por
Os docentes foram s
ou seja, são usuários da Língua de
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obra pioneira de W.I Thomas e F. Znanineck, em
n América” tem com tema central o projeto d
es ao se integrarem à cultura americana. Na o
eio de trabalhos de campos e recolhimentos dos
A utilização da História de Vida como abordag
ico em 1920, pela Escola de Chicago, e desenvol
da de 1960, esse método de pesquisa procurou estab
tituindo um método de coleta de dados do hom
2002). Para Sousa (2006), a Histó
ntar e trocar experiências entre sujeito e pesquis
cacional. Para o autor, a riqueza dessa troca se dá n
concepção do que é História de Vida e com base
história de vida e as percepções de docentes su
as políticas públicas existentes, utilizou a metodo
ta semiestruturada como instrumento para coleta do
m a participação de cinco professores surdos que a
e ministram a disciplina de Língua Brasileira de Si
rvar a identidade dos entrevistados, utilizarei um
o primeiro de “Docente I”, o segundo de “Docent
avadas em vídeo por mim, o pesquisador e degrava
s de Língua Brasileira de Sinais – Português que ta
Foram entrevistados cinco professores surdos p
etária de 29 a 39 anos. No tocante à titulação ac
mestrandos e um especialista. Ressaltando que sã
stram a disciplina de LIBRAS. Cumpre destacar
sexo feminino, pois a docente que participaria
o, por ser uma gravidez de alto risco.
oram selecionados com base no uso da LIBRAS co
gua de Sinais como língua de comunicação e apren
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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ck, em 1918. A obra “The
jeto de organização e de
Na obra, todo o estudo
s dos relatos da vida, bem
ordagem metodológica foi
senvolvida por Znaniescki,
u estabelecer as estratégias
homem no contexto das
História de Vida deve ser
esquisador, que dá vida e
se dá nos laços que unem a
base nos conceitos acima
tes surdos que atuam na
etodologia de História de
leta dos dados.
que atuam em Instituições
de Sinais (LIBRAS).
rei uma identificação por
ocente II” até o “Docente
egravados por uma equipe
que também assinaram um
rdos participantes do sexo
ção acadêmica, temos um
que são professores surdos
stacar, ainda, que não há
iparia da pesquisa estava
AS como primeira língua,
aprendizado. Esta seleção
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tomou por base o conceito de Stro
tem a possibilidade de melhor re
identidade surdas inseridas em
contém os dados sobre a formação
estão ligados, anos de ensino de LI
Tabela: car
PARTICIPANTE
Docente I Universidad
Docente II Universidad
Docente III Instituto Fed
Docente IV Universidad
Docente V Faculdade P
Fonte: o autor, com base nos dados da pe
Após análise das Histórias
entrevistas. Os resultados foram
história de vida; b) as políticas de
trabalho dos docentes surdos na
docentes surdos na educação super
a) Os docentes surdos e sua histó
Esta categoria tem por fina
antes de ter acesso e contato com
social que este mesmo sujeito pas
consequência, o aprendizado efetiv
Ser surdo em uma sociedade ouvin
[...] eu ainda
fazia sentido
achava que e
inferior. Eu c
entendido ou
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e Strobel, (2010) ao afirmar que o usuário materno
hor representar os conceitos acerca da comunida
um mundo ouvinte. Para melhor compreens
mação e trabalho dos participantes da pesquisa, tipo
de LIBRAS e nível acadêmico.
la: caracterização dos participantes da pesquisa
IES TEMPO DE DOCÊNCIA
NACAD
rsidade Pública 7 anos Mestre
rsidade Pública 3 anos Doutoran
to Federal 2 anos Mestrand
rsidade Particular 3 anos Mestrand
dade Particular 2 anos Especialis
da pesquisa.
istórias de Vida, criamos categorias construídas a
oram organizados em quatro categorias: a) os do
cas de inclusão na percepção dos docentes surdos
os na educação superior; d) cidadania e engaja
superior.
história de vida
r finalidade apresentar a concepção do sujeito surd
o com a Língua de Sinais. Aborda também a mu
ito passa a ter, após interagir junto a uma Comuni
efetivo da LIBRAS.
ouvinte.
ainda não percebia como era o mundo, eu não me via surdo
entido algum até então. À medida que fui crescendo, eu
que era igual a elas, mas, como se eu tivesse uma mentalid
r. Eu conversava com as pessoas e pra mim era normal, m
ido ou não entendia o que as pessoas falavam por fazer l
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
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aterno da Língua de Sinais
unidade, da cultura e da
preensão, a Tabela abaixo
sa, tipo de instituição a que
NÍVEL ACADÊMICO
utorando
strando
strando
ecialista
ídas após as análises das
os docentes surdos e sua
urdos; c) as condições de
engajamento político dos
to surdo acerca da sua vida
a mudança de paradigma
omunidade Surda e, como
a surdo ou ouvinte, isso não me
do, eu via as outras pessoas e
ntalidade inferior, eu me sentia
mal, mas muitas vezes não era
azer leitura labial e sentia que
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havia até ce
(DOCENTE
No trecho acima, é possível
de ser surdo no mundo ouvinte,
despreparo dos pais, dos médicos
Sinais. Não há uma explicação de
relato, fica evidente a falta de inf
como forma de comunicação com
quando essa diferença é percebida
reduzida valorização do ser surdo
cobrança de vida e, quando não a
aspecto intelectual. Não são pouco
como os demais colegas por um lo
passa a seguir um padrão social
inferioridade. De acordo com Alm
que permite ao surdo desenvolve
surda assim como a língua oral est
Para Kelman (2009), os
princípio, de forma similar aos d
vivenciadas nas dinâmicas culturai
esses processos ocorram, é necessá
seus pares o mais precocemente p
linguístico. Segundo Góes (2000
comunidade de surdos que permit
numa língua efetiva a qual tem ca
Assim sendo, o núcleo familiar é o
constituídos de significados e sent
possibilitando o desenvolvimento d
b) As políticas de inclusão na per
Esta categoria tem por fin
participantes da pesquisa. Todos
norteiam a educação de surdos: a
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certo preconceito comigo, mas mesmo assim, eu seg
NTE I- IES A).
ossível perceber como se sente o entrevistado com
vinte, evidenciando a ausência de informações
dicos e dos familiares como um todo sobre a orali
ão de que, apesar da imitação auditiva, existem ou
de informação dos pais quanto a uma iniciação
o com o filho. Por muito tempo, os surdos não se
cebida, a mesma se torna uma marca interior de in
surdo, da Língua de Sinais. A oralização do sur
não atingida, gera um rótulo preconceituoso, incl
poucos os relatos de surdos que acreditavam que
r um longo tempo e, geralmente após a descoberta
social no qual, se a fala não é alcançada, carre
m Almeida (2009), a Língua de Sinais é o elemen
volver todas as suas capacidades cognitivas. Ela
ral está para a criança ouvinte: mediadora de proce
os processos de internalização nos sujeitos s
aos das pessoas ouvintes, por meio da apropria
ulturais, levando a um desenvolvimento integrado.
ecessário que o surdo tenha a possibilidade de esta
ente possível, na medida em que eles compartilh
(2000, p. 48), “[...] torna-se fundamental o con
ermite a criança significar-se como surdo e como
tem características próprias e configura-se como f
liar é o local no qual emergem os vínculos comun
e sentidos absorvidos por meio da internalização d
ento do pensamento.
na percepção dos docentes surdos: a educação b
por finalidade apresentar como ocorreu o proce
Todos eles participaram das três grandes corrent
os: a Corrente Oralista, a Comunicação Total, a B
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u segui convivendo com elas
com a primeira impressão
ações e, muitas vezes, do
a oralização e a Língua de
tem outros caminhos. Pelo
iação da Língua de Sinais
não se percebem surdos. E
r de inferioridade. Há uma
do surdo passa a ser uma
o, inclusive em relação ao
que eles fossem ouvintes
oberta da surdez, o sujeito
, carrega-se um rótulo de
elemento simbólico central
s. Ela está para a criança
processos de significação.
eitos surdos ocorrem, em
ropriação de significações
rado. No entanto, para que
e estabelecer relações com
partilham do mesmo canal
o contraponto dado pela
como sujeito que enuncia
omo fonte de identidade”.
omunicacionais primários,
ação das trocas dialógicas,
ção básica
processo educacional dos
orrentes educacionais que
tal, a Bilíngue e o impacto
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delas no processo de socialização
formação acadêmica.
Eu sempre fu
nem aos sei
existência da
meu aprendi
nessa fase p
Língua de Si
educacional
português. Eu
II- IES A).
O relato acima é uma evidê
apresenta o isolamento nas salas de
com o aluno surdo. A postura de
mostra o não conhecimento da imp
de ensino/aprendizagem, que ocor
intérpretes educacionais mediando
aluno tenha a oportunidade de me
por diversas vezes, o participante
“deixavam” passar, sem ter nenhum
toda a matéria do quadro, mesmo
oralização do aluno e na Língua Po
Quadros (1997), em sua ob
maior parte das escolas em todo o
o principal objetivo da educação d
parte do seu tempo nas escolas re
deixado para segundo plano, lev
alunos com surdez. A essa filosofi
(1997), o Oralismo ou Filosofia O
ouvintes, dando-lhe condições de
alguns defensores desta filosofia,
única forma de comunicação dos
necessário que ela saiba oralizar.
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zação e aprendizado vivido durante a educação bá
pre fui obrigado a oralizar. Não tive nenhum tipo de contat
os seis, nem aos sete anos, nenhum tipo de contato. N
cia da comunidade surda, sempre oralizando e na escola
prendizado era limitado, ler lábios era difícil, mas o tempo
fase porque não havia estímulos visuais que me fizessem
de Sinais e isso seria muito melhor, mas só usava a líng
ional começou com o português. Meu ensino fundamenta
uês. Eu estudava numa sala do ensino regular onde eu era o
a evidência de como o surdo passa pelo sistema es
alas de aula e o despreparo por parte dos professore
ra de tornar a Língua Portuguesa como a única d
da importância da Língua de Sinais. A escola não v
corre pelo aspecto visual, pelo uso de imagens
iando as duas línguas presentes em sala e uma sal
de melhor entender o conteúdo. Durante este mo
ipante apresentou, por meio dos sinais, como os p
nenhuma preocupação se havia aprendido; o princi
esmo que não houvesse aprendizado. Novamente
gua Portuguesa.
sua obra “Educação de Surdos”, aponta que, no in
odo o mundo deixa de usar a Língua de Sinais. A o
ação das crianças surdas e, para aprenderem a fala
las recebendo treinamento oral. O ensino das disc
o, levando a uma queda significativa no nível d
ilosofia educacional denominaram Oralismo. De a
ofia Oralista visa à integração da criança com surde
es de desenvolver a língua oral (no caso do Brasi
sofia, a linguagem restringe-se à língua oral send
ão dos surdos. Acreditam que para a criança su
izar.
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ão básica, que é a base da
contato com a Língua de Sinais
ato. Nem ao menos sabia da
escola tinha muita dificuldade,
tempo foi passando. Foi ruim
izessem desenvolver como na
a língua oral. O meu processo
mental foi apenas com uso de
era o único surdo. (DOCENTE
ma escolar. O entrevistado
fessores em como trabalhar
nica de instrução do surdo
não valorizava o processo
agens. Há necessidade de
ma sala de recursos onde o
te momento da entrevista,
o os professores apenas o
principal era ter “copiado”
ente o foco era apenas na
no início do século XX, a
is. A oralização passa a ser
a falar, passavam a maior
as disciplinas escolares foi
ível de escolarização dos
De acordo com Goldfield
surdez na comunidade de
Brasil, o português). Para
l sendo por isso mesmo a
nça surda se comunicar é
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c. As políticas de inclusão na per
Esta categoria tem como o
surdos no sistema de educação su
concluíram alguma graduação em
participaram do curso de graduaç
Federal de Santa Catarina – UFSC
entre as formas de ensino em uma
como a língua utilizada como f
entrevistas frequentaram também e
a totalidade dos colegas de sala e
existentes e se elas auxiliam e gar
de Educação Superior.
Quando term
havia um pro
de contrataçõ
intérpretes qu
mesmo agon
eram mais s
Aprendi de
doutorando!
conseguir! (D
O trecho acima mostra o va
Tradutor Intérprete de Língua de S
o surdo nos mais diferentes meios
ainda um grande obstáculo, há d
fluente na língua e não alguém co
acima relata que continuou a prim
ou seja, estava sempre se sentind
característica péssima. Mas ao ingr
LIBRAS e seus colegas de sal
conhecimento acadêmico, a gradua
doutorando e mostra como a univ
desenvolvimento pleno. Em um es
educação superior devem fazer fre
IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-49
a percepção dos docentes surdos: a educação su
omo objetivo apontar como ocorre o processo de
ção superior e o processo identitário. Dentre os e
ão em Instituições de Educação Superior inclusi
aduação Letras LIBRAS - Licenciatura promovid
UFSC. Sendo assim, foi possível estabelecer um
m uma instituição junto a alunos ouvintes, tendo
omo forma de comunicação na sala de aula. O
bém espaços onde a língua de instrução era a Líng
sala eram surdos. Neste tópico também são abor
e garantem o processo de acessibilidade para o s
o terminei o magistério, eu entrei para a faculdade de Peda
m profissional intérprete e era ótimo. Mas depois ele saiu
tratações de intérpretes foi sucedendo e a cada novo intér
etes que iam sendo contratados tinham um nível sempre ma
agoniado com a situação, eu continuei meus estudos co
ais simples. Depois fiz outra faculdade Letras LIBRAS
i de verdade os conceitos da Linguística. Terminei, fiz
ando! Sempre tive muitos obstáculos na minha vida, m
uir! (DOCENTE I – IES A).
ra o valor do profissional intérprete no meio educac
a de Sinais – TILS é uma importante ferramenta d
meios da nossa sociedade. Porém, como a acessibi
, há de se levar em conta a importância de esse
ém com um curso básico, e ainda muito precário
a primeira graduação e descreve que seu sentiment
sentindo mal, e que para o processo de ensino a
ao ingressar no curso de Letras/LIBRAS, onde a lín
de sala surdos, todo esse sofrimento é esque
graduação o estimulou a uma vida acadêmica; atua
a universidade passou de um espaço de agonia e
um estudo desenvolvido por Bisol et all (2010), su
zer frente a expectativas, normas e modos de funci
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
4959
ção superior
sso de inclusão de alunos
e os entrevistados todos já
nclusivo como também já
movida pela Universidade
er uma comparação nítida
tendo a Língua Portuguesa
ula. Os participantes das
a Língua de Sinais e quase
o abordadas as legislações
ra o surdo nas Instituições
Pedagogia, isso em 2007, e lá
e saiu da faculdade e uma série
intérprete eu percebia que os
re mais baixo que o outro. Mas
dos com esses intérpretes, que
IBRAS. Me estimulou muito!
i, fiz mestrado e hoje já sou
da, mas sei que posso e vou
educacional. Na verdade, o
enta de acessibilidade para
essibilidade para o surdo é
e esse profissional ser um
recário. O professor surdo
timento era de “agoniado”,
sino aprendizagem é uma
de a língua de instrução é a
esquecido. Além de um
a; atualmente é acadêmico
onia educacional para um
0), surdos que entraram na
e funcionamento diferentes
UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
Realização:
daqueles de sua experiência escola
características pessoais, de suas ha
desenvolvimento próprio da faixa
da autonomia, de ideais e de relaçõ
Faculdade nã
Os professor
ou eu escrevi
o melhor era
Muitos nem
nível univers
tínhamos tem
Assim no fin
Espero que u
fazer Letras (
Para muitos, o ingressar do
O trecho acima mostra que para o
respeitem a sua diferença linguísti
caderno? Se o professor dita um co
refém da estrutura escolar, um esp
pedido contínuo para os ouvintes d
bem analisado é o olhar que o su
evidente a falta de interesse ou
Felizmente, ao frequentar o curso
comenta como era respeitado e est
Quando um sujeito surdo é levado
com outros surdos, sua surdez tend
a cada dificuldade que essa pesso
surdo se mantenha integrado em s
identidade surda, de se aceitar com
haja uma segregação com a comun
sucesso alcançado pela abordagem
comunicativas, mediante a aquisi
identidade como pessoa surda par
2008). Outro ponto de análise
IVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-49
escolar anterior. A adaptação a essa nova realidad
uas habilidades, de sua história e da forma como en
faixa etária do jovem adulto, marcado pela const
relações interpessoais.
ade não foi nada fácil. Eu pensava se na verdade era difíci
fessores falavam muito e os colegas copiavam. No meu ca
escrevia. No final tinha que tirar xerox dos cadernos de cole
or era quando apresentava os trabalhos. Os professores s
nem olhavam a fundo o que eu fazia. Acho que pensavam
niversitário é uma conquista. No curso de Letras LIBR
os tempo de copiar e sempre que vinha um conceito era apre
no final tudo era enviado por e-mail. Muito melhor e a
que um dia as outras faculdades façam isso. Não são tod
etras (DOCENTE V – IES D). (grifo nosso).
sar do surdo como estudante na educação superi
para o aluno surdo o grande obstáculo é a ausênc
guística. Olhar para o intérprete ou anotar o que e
um conceito, como fazer para copiar? Assim o su
m espaço que não pensa em como se tornar acess
intes dos materiais que eles escrevem. Porém, o qu
e o surdo percebe do professor para os trabalho
o olhar de “não vou cobrar porque você já
curso de Letras/LIBRAS, o participante muda s
o e estimulado para se tornar realmente um estudan
levado a conviver apenas com uma comunidade o
ez tende a ser ocultada e depreciada. O estigma do
pessoa passa, ao tentar se igualar com o ouvinte.
o em sua comunidade. O objetivo dessa interação
tar como uma pessoa normal, se enxergar com pot
comunidade ouvinte (SKLIAR, 2004). Em todos o
rdagem bilíngue no desenvolvimento de compet
aquisição espontânea da linguagem. Ressalte-se q
da parece não se repetir na aprendizagem da esc
álise é o espaço da educação superior proporc
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
4959
alidade dependerá de suas
mo encara esse período de
construção da identidade,
difícil para todos os ouvintes.
eu caso, ou eu via a intérprete
de colegas. Vivia pedindo. Mas
sores sempre diziam parabéns.
nsavam: ele é surdo já estar no
LIBRAS não, lá era cobrado,
ra apresentado em power point.
or e acessível para todos nós.
ão todos os surdos que querem
uperior é o ponto máximo.
usência de estratégias que
que está no quadro para o
o surdo se vê novamente
acessível! O resultado é o
, o que nessa fala deve ser
abalhos apresentados. Fica
cê já fez o seu máximo”!
uda seu relato de vida e
studante do nível superior.
dade ouvinte, sem contato
ma do deficiente agrava-se
vinte. É importante que o
ração é construção de sua
m potencial, isso sem que
dos os relatos, fica claro o
ompetências linguísticas e
se que a construção da
da escrita (FERNANDES,
roporcionar aos surdos a
UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
Realização:
capacidade de elaborar e construi
Para muitos alunos, as dificulda
frustrando-os quanto à capacidade
possa reconhecer sua identidade su
surda para que realize sua identifi
diferença da sua condição. Por i
acepção e representação de si
comportamento diante dessas vivên
d. Cidadania e engajamento polí
Esta última categoria tem
das políticas públicas existentes
professores surdos e até que ponto
também a “fala” dos professore
movimentos surdos têm atuado ju
surdo. Como tópico final, o pesq
relação à política da escola bil
abrangência ainda muito limitada n
Como eu per
muitos os p
mensalão, ex
recordo o sin
presidente D
tudo é muito
projeto é lin
acessibilidad
pelo Govern
antigamente
sinalizo e el
entrevistado)
O relato acima represent
esclarecimento por parte do surdo
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nstruir o conhecimento em patamares semelhant
ficuldades de leitura e escrita acabam interferin
cidade individual de estarem nesse nível de ensin
ade surda, é importante que ele estabeleça o contat
dentificação com a cultura, os costumes, a língua
Por intermédio das relações sociais, o sujeito t
de si próprio e do mundo, definindo suas c
s vivências sociais.
o político dos docentes: reivindicações, mudança
tem como objetivo apresentar a perspectiva dos
tentes e como elas influenciaram seu processo
ponto auxiliam sua atuação como docente na edu
essores surdos sobre a elaboração dessas polít
ado junto ao Estado nas elaborações das polític
o pesquisador aproveita para apresentar as angú
la bilíngue, Projeto esse tão desejado pela co
itada no corpo das políticas de inclusão apoiadas pe
eu percebo a política hoje? A política atual não é 100% ef
os problemas. Algo que me incomoda profundamente
lão, existe uma série de problemas. Focando na questão
o o sinal, mas o Viver sem Limites, por exemplo, é um
e Dilma, em que percebemos várias leis excelentes, mas
muito demorado. Os surdos aguardam e não percebem o
é lindo, mas na prática, restam somente as falhas. Para
ilidade às leis já é demorado. Não tem quase nada em Lín
overno. Nós que fazemos mesmo! Mas hoje eu já
ente eu precisava falar para reclamar, hoje eles olham
e eles. TEM QUE ACEITAR! (DOCENTE III – IES
stado).
resenta o verdadeiro teor desta pesquisa. É p
surdo acerca do que é direito, da legislação como
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
4959
elhantes aos dos ouvintes.
terferindo nesse processo,
ensino. Para que o surdo
contato com a comunidade
língua e, principalmente, a
jeito tem possibilidade de
uas características e seu
danças e desafios
a dos entrevistados acerca
cesso de formação como
na educação superior. Traz
políticas e de como os
políticas existentes para o
angústias dos surdos em
ela comunidade, mas de
das pelo MEC.
0% eficaz. Eu percebo que são
ente é a corrupção, existe o
uestão da deficiência, não me
é um projeto, já assinado pela
s, mas na prática, nada resolve,
bem os direitos respeitados. O
Para os surdos, o processo de
m Língua de Sinais produzidas
u já posso reclamar, porque
lham desconfiados, mas eu já
IES B) (risos por parte do
. É possível perceber o
como um todo, dos papéis
UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
Realização:
do Estado e a sua cidadania. Mas t
“[...] um grupo junta aqui e outro
entender o que a Lei está dizendo
ofereça as leis de forma acessív
Portuguesa e que por isso o escrito
observação de que, antes, para re
pois ele já pode sinalizar. Send
utilizar a LIBRAS como meio de
permita ou que exija o uso da li
aprender a língua oral, será melhor
quanto em Língua Portuguesa. M
questiona o motivo de os surdos b
tal questionamento não deveria
movimentos sociais dos surdos, é
surdo no meio escolar.
CONCLUSÃO
Nas últimas décadas, as
demarcadas por um novo olhar d
surdos se reconhecem como suje
própria, e a Língua de Sinais se
identidade própria, determinando u
Este estudo permitiu ana
comunidade linguística, que atuam
voltadas para os surdos e criadas
utilizou a abordagem qualitativa,
onde os grupos são afetados pelas p
Como procedimento metod
elementos gerais do cotidiano da
significativos contidos nos relat
possibilitou um momento de “es
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Mas todos esses conceitos foram criados como? N
outro ali e fazem, ou pedem a tradução para a L
izendo!” É importante ressaltar que não há um s
cessível. É sempre o discurso sobre o surdo ter
escrito deve ser o acessível. O ponto mais claro do
ara reclamar, o indivíduo surdo precisava falar, m
Sendo assim, a Comunidade Surda tem seu d
eio de comunicação em massa, diante de qualqu
da linguagem. E se acaso, a criança surda tive
elhor ainda, porque daí ela será realmente bilíngu
Mas o que a maior parte dos depoimentos ap
rdos buscarem uma escola bilíngue. Mas se a Lei
everia existir. Nos depoimentos, e até mesmo
dos, é possível perceber que há uma imposição d
s, as políticas educacionais, voltadas para os
lhar de percepção das diferenças humanas. Nes
o sujeitos social e historicamente constituídos d
ais se institui como uma marca linguística env
ando uma comunidade.
u analisar as percepções dos docentes surdos,
atuam na educação superior acerca das políticas de
riadas no Brasil desde a Lei 10.436/2002 (BRAS
ativa, buscando entender os processos e trocas fei
pelas políticas atuais inclusivas.
metodológico, utilizou-se a História de Vida, que
no das pessoas retratado por meio dos momento
relatos de práticas de suas histórias de vida
e “escuta” ou, melhor ainda, de permitir dar-se
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
4959
mo? No trecho ele explica:
ra a Língua de Sinais para
um site do Governo que
do ter de saber a Língua
aro do discurso consiste na
alar, mas hoje é diferente,
seu direito garantido de
qualquer situação que lhe
a tiver a possibilidade de
ilíngue, tanto em LIBRAS
tos aponta é que ainda se
a Lei garante esse direito,
esmo na tendência nos
sição de “inclusão” para o
ra os surdos vêm sendo
s. Nesse novo cenário, os
ídos de uma característica
a envolvida de valores e
urdos, participantes desta
icas de educação inclusivas
BRASIL, 2002). O estudo
cas feitas no espaço social
, que ajuda a compreender
mentos mais marcantes e
vida. Essa metodologia
se “voz” a um grupo
UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
Realização:
linguisticamente minoritário, para
e, principalmente, as relacionadas
profunda reflexão, apreensão e
pesquisador. É possível afirmar q
constituiu-se num processo inves
Singular e particular, uma vez qu
própria, única e exclusivamente d
que enquanto trajetos seguidos, c
demais vidas, sobretudo quando r
relatos das práticas sociais, valore
análises dos relatos, foi possível t
educação superior voltada para os
do Estado. As contratações de pro
todas as IES possibilitam condiçõ
vagas abertas, quer sejam em IE
mostram que não se deixam faci
neoliberal, que têm como bases a
de desrespeitos às diversidades cul
culturas diversas, isto é, formatand
Conclui-se que pensar e di
diferenças ainda é difícil; trabalha
especificidades trazidas com a Lín
pensado nas condições de proporc
termos saído da visão clínica para
esquecido; ao contrário, também n
Por fim, este estudo possib
dar voz aos docentes surdos, u
educacional vivenciado por eles. D
há muito que percorrer na investig
estudos dirigidos no que tange à
seja, é um campo fértil de trabalho
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, para que relatasse seu modo de ver, suas próprias
onadas à sua trajetória educacional, o que foi fun
ão e aprendizagem, pois em muito reflete a
mar que o método de História de Vida, para este
investigativo singular e particular, além de com
ez que é notável que cada vida pesquisada tenha
ente de uma pessoa e não de outra; complexo e a
idos, cada história de vida tem notoriamente tra
ando representa uma expressão de identidade e,
valores e atitudes do grupo ao qual o indivíduo p
sível também perceber a falta de políticas de incl
ara os surdos, tanto nas instituições da qual fazem
de professores surdos elucidam novos desafios, pe
ondições equitativas para que os sujeitos surdos p
em IES pública, quer sejam em IES privada. A
m facilmente apreender conceitos que fazem rup
ses a competição e a produção. Isso implica nas p
es culturais que colorem e caracterizam o Brasil n
atando o multiculturalismo.
r e dialogar em um ambiente ainda despreparado
abalhar e fazer com que os demais respeitem a mi
Língua de Sinais ainda é um longo caminho. C
roporcionar igualdade de condições entre os cidadã
a para uma visão socioantropológica não pode ser d
bém não deve ser pensado como algo acabado.
possibilitou conhecer um pouco as histórias de vid
os, uma contribuição para o conhecimento e
eles. Dada a importância da temática abordada, co
nvestigação dessa área de conhecimento, tendo em
nge à docência na educação superior do surdo e s
balho para futuras pesquisas e continuidade do pre
ESPECIAL – CEPAE LÂNDIA
4959
óprias experiências de vida
foi fundamental para uma
te a história do próprio
a este estudo em especial,
e complexo e abrangente.
tenha uma história, que é
xo e abrangente, haja vista
te traços comuns com as
de e, como tal, representa
íduo pertence. Durante as
e inclusão próprias para a
fazem parte como também
ios, pelo fato de que, nem
rdos possam concorrer às
ada. As realidades sociais
m rupturas no paradigma
a nas perpetuadas questões
rasil na sua composição de
arado para a aceitação das
a minoria linguística e as
ho. Caminho que deve ser
cidadãos surdos. O fato de
e ser diminuído, tampouco
de vida dos entrevistados e
to e estudo do processo
da, considera-se que ainda
do em vista a escassez de
do e sua emancipação, ou
do presente estudo.
UNIVER CENTRO DE ENSINO, PESQ I CONGRESSO NACIONA
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