EXEGESE
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EXEGESE(pronúncia: ezegése)
É a interpretação profunda e minuciosa de um
texto ou uma palavra. Do grego exégesis: exposição de
fatos históricos, interpretação, comentário. Do verbo
exegéomai: conduzir, guiar, expor em detalhes, explicar,
interpretar.
A Exegese Bíblica aplica-se na correta interpretação dos manuscritos sagrados, tendo
como princípio básico a correta interpretação de uma palavra a partir da língua original em que a
mesma fôra escrita.
Ser exegeta é aplicar o texto no contexto cultural da época do texto lido e extrair os princípios morais
e culturais para o tempo presente. As palavras com o tempo mudam de significados,
contraindo assim sinônimos, por isso, faz se necessário o uso da exegese.
Faz se necessário o uso de dicionários bíblicos de excelente qualidade, que comprovam a exatidão da
palavra na época em que foi escrita.
Exemplo: Em Gn 6 : 6 diz:
Então, ARREPENDEU-SE o Senhor de haver feito o
homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
Mas em Núm. 23 : 19 está escrito:
Deus não é homem, para que minta; nem filho de
homem, para que se ARREPENDA; porventura, diria
ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?
A palavra ARREPENDIMENTO significa atualmente: Pesar por alguma falta cometida. / Contrição, remorso. / Mudança de
opinião.
Fazendo a Exegese de Gn 6 : 6, vamos encontrar o
significado da palavra ARREPENDEU-SE como:
CONTRISTAR
CONTRISTAR: Tornar triste, entristecer, afligir, penalizar.
Um movimento devastador que se infiltrou na igreja foi o liberalismo teológico junto com seu derivado, o humanismo. Graças a estes maus
gêmeos, a autoridade da Escritura foi rejeitada e substituída por um falso evangelho centralizado no homem. Isto penetrou na pregação e na adoração
comunitária. Boa parte de nossa pregação e adoração hoje, são dominadas, por temas tais “o que eu preciso,” ou
“o que eu devo fazer para me sentir bem.”
Os poderosos temas bíblicos fugiram dos púlpitos
modernos, os temas que elevaram a vida espiritual
não são ouvidos hoje em dia.
Temas como, a ira de Deus, o pecado do homem, a
necessidade da salvação, o poder do evangelho e
outros mais; foram trocados por temas tais como,
“como ser bem-sucedido”, “a prosperidade do
crente”, “você deve se sentir bem”.
Pág. 13
Este estudo é importante porque, infelizmente,
as falácias (afirmação falsa ou errônea) exegéticas são
freqüentes entre nós, cuja graça e
responsabilidade recebidas de Deus são a fiel
proclamação de Sua Palavra.
Pág. 14
Estamos lidando com os pensamentos de Deus;
somos obrigados a nos esforçar ao máximo para
entendê-los verdadeiramente e explicá-los com
clareza. Assim, é revoltante demais encontrar no
púlpito evangélico, onde as Escrituras são
oficialmente reverenciadas, uma constante e
imperdoável negligência ao abordá-las.
Pág. 14Uma interpretação crítica (analisada com minúcias) das
Escrituras é aquela que possui justificação adequada – lexical (relativo a vocábulo da língua clássica
antiga), gramatical, cultural, teológica, histórica, geográfica ou de qualquer outro tipo.
Crítica textual: Disciplina que tem por finalidade a restituição de um texto à sua forma lingüística original, dele retirando todas as alterações que
possa ter sofrido no decurso de sua transmissão.
Pág. 15
Contudo, se a exegese crítica oferece razões bem
fundamentadas, ela deve aprender a rejeitar
justificativas infundadas. Expondo nossas falácias
exegéticas, poderemos nos tornar melhores
profissionais da exegese crítica.
Pág. 18O estudo das falácias exegéticas é importante.
Talvez encontraremos um estímulo a mais para este trabalho se lembrarmos quantas vezes Paulo exorta
os cristãos filipenses a serem unânimes, a pensarem da mesma forma - uma exortação que vai além do mero incentivo a serem indulgentes (disposto a perdoar ou a compreender) uns com os outros,
sendo na verdade uma exigência para que aprendamos a buscar a unanimidade na tarefa
crucial de pensar os pensamentos de Deus segundo Ele.
Pág. 18
A Hermenêutica (ciência da interpretação), a lingüística
(estudo comparativo de línguas), os estudos literários,
maiores sofisticações gramaticais e
desenvolvimentos em tecnologia de informática
têm juntado suas forças para exigir que nos
empenhemos em uma autocrítica de nossas
práticas exegéticas.
Pág. 20Se existem razões pelas quais um estudo das
falácias exegéticas é importante, há também razões pelas quais tal estudo é arriscado.
Pág. 21
O perigo fundamental em todo estudo crítico da Bíblia encontra-se no que os especialistas da hermenêutica chamam “distanciamento”. O
distanciamento é um componente necessário do trabalho crítico; contudo, é uma tarefa difícil e, ás
vezes, penosa.
FALÁCIAS VOCABULARES
Pág. 25Como as palavras são surpreendentes! Elas podem
transmitir informações e expressar ou evocar (recordar) emoções. São os veículos que nos
capacitam a pensar. As palavras estão entre os instrumentos básicos de
um pregador – tanto as que ele estuda quanto as que usa para explicar seus estudos.
Felizmente, existem agora diversas obras
excelentes para introduzir o estudioso no campo
geral da semântica léxica e adverti-lo contra
determinados usos impróprios da língua; isto é
realmente necessário.
Semântica: (estudo das mudanças ou translações sofridas com o
tempo, pela significação das palavras)
Pág. 26Falácias semânticas comuns
1. A falácia do radicalA falácia do radical, um dos erros mais persistentes,
pressupõe que toda palavra realmente tem um sentido ligado à sua forma ou a seus componentes. Dessa
forma, o significado é determinado pela etimologia (parte da Gramática que trata da origem e formação das palavras),
ou seja, pela raiz ou raízes de uma palavra. Por exemplo: a origem da palavra inglesa “Nice”
(agradável) é da latina “néscius” (ignorante). Portanto, nem sempre podemos definir o significado de uma
palavra pelo radical.
Pág. 31
2. Anacronismo semântico(a palavra tem de ser vista ao tempo em que ela fora escrita)
Esta falácia ocorre quando um significado mais
recente de certa palavra é transportado para a
literatura antiga.
Devemos procurar entender as palavras no sentido
em que elas quiseram exprimir na época em que
foram escritas.
Pág. 39
5. Negligência no uso de material de apoio
O exegeta deve ser crítico, inclusive do material que
usa como apoio à sua exegese, não aceitando
simplesmente uma definição de um léxico sem
antes analisar se é coerente com o texto sagrado.
Pág. 43
8. Falsas pressuposições sobre significados técnicos
Nesta falácia, o interprete supõe erradamente que
uma palavra sempre ou quase sempre tem um
determinado significado técnico – um sentido
geralmente derivado de uma subdivisão da
evidência ou da teologia sistemática pessoal desse
estudioso.
Um exemplo simples é a palavra santificação. Em muitas discussões teológicas conservadoras, a
santificação é a purificação progressiva do cristão, o processo pelo qual ele se torna cada vez mais
santo depois de uma justificação. Mas os eruditos paulinos são unânimes em afirmar que, embora o termo santificação possa ter esse valor, ás vezes ele se refere à separação inicial de um indivíduo
por Deus em sua conversão.
Pág. 61
O conflito com o contexto
O problema envolve frases, orações, discursos,
gêneros, estilos, e requer não só estudos
sintagmáticos de palavras (conjunto de palavras que perdem
a sua significação individual para tomar a do conjunto (ex.: céu azul),
mas também estudos paradigmáticos (que questionam
por que esta e não aquela palavra é usada)
Pág. 63
FALÁCIAS GRAMATICAIS
Os estudos vocabulares somam tantas falácias
porque muitos pastores formados em seminários
têm bagagem suficiente para gerá-las, mas não
para cometer alguns tipos de erros gramaticais.
Pág. 64
A análise gramatical não tem sido popular nas
últimas décadas de estudo bíblico. Muito mais
tempo e esforços tem sido consagrados à
semântica léxica do que a gramática.
Algumas falácias gramaticais levantam problemas
de uma complexidade tão grande que deveriam ser
abordadas em monografias separadas antes de
serem apresentadas em nível de seminário.
A Flexibilidade do Novo Testamento gregoA importância prática deste fato é que a gramática do
período do grego clássico, relativamente mais estruturada, não pode ser aplicada de uma só vez de
maneira legítima ao Novo Testamento grego. Os resultados das grandes descobertas papirológicas
(estudos dos antigos papiros) que alertaram os eruditos do Novo Testamento para esta realidade foram
amplamente disseminados (espalhados) somente no fim do século passado (séc. XIX). Isto significa que comentários técnicos sobre o texto do Novo
Testamento grego escritos muito antes dessa época são falíveis em muito pontos gramaticais.
Pág. 651. O tempo aoristo
(tempo verbal da língua grega antiga, que expressa um passado indeterminado.)
Ele simplesmente refere-se à ação em si, sem especificar se é única, repetida, ingressiva,
instantânea, passada ou completa.Por exemplo, em que a expressão todos
pecaram, em Romanos 5:12, deve indicar uma ação definitiva, provavelmente o
pecado de Adão.
Pág. 85
FALÁCIAS LÓGICAS
Observe este silogismo: (tipo de argumento composto de três
proposições: duas premissas e uma conclusão)
“Todos os assentos no parque são bancos.
“Todos os bancos têm dinheiro.
“Todos os assentos no parque têm dinheiro”.
Pág. 117FALÁCIAS HISTÓRICAS E DE PRESSUPOSTOS
(Hipótese, suposição)
Falar sobre falácias em termos históricos e de pressupostos é levantar complexas questões a
respeito da filosofia e história que estão além de minha competência e do objetivo desta obra.
A exegese envolve uma linha de pensamentos e argumentação sistematizadas, e onde houver tal
raciocínio sistematizado, aí também encontraremos falácias de pressupostos.
Pág. 1222. Falácias de causalidade
( qualidade de casual, eventualidade)
São explicações falhas das causas dos eventos. A idéia errônea de que, se o evento B aconteceu
depois do evento A, ele aconteceu por causa do evento A.
Por exemplo: Segundo alguns, em At 17:22-31, Paulo falhou em tentar dirigir-se aos ouvintes de
forma filosófica e não bíblica.
Por isso em I Cor 2:2, Paulo afirma que, vindo de
Atenas, nada procurou saber dos Coríntios, por
causa de sua experiência em Atenas. É um erro
interpretar desta forma o texto. Com certeza Paulo
saiu de Atenas e foi para Corinto, porém não há
evidência de causalidade.
Pág. 1233. Falácias de motivação
Podem ser consideradas uma subdivisão das falácias causais. Uma explicação baseada na motivação pode
ser entendida como um tipo especial de explicação causal na qual o efeito é um ato inteligente, e a causa é o pensamento por trás disso; ou pode ser concebida em termos não-causais, como um paradigma (modelo,
padrão) de comportamento exemplar.Todas estão relacionadas à explicação de certo
desenvolvimento histórico baseando-se em escolhas e preferências específicas.