Ética para um Jovem
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“Ética para um Jovem”
1º Capitulo
Neste capítulo é contada a história de Heitor e esta é comparada á história das
térmitas, Heitor ao contrário das térmitas possui a capacidade de escolha perante as
situações e acontecimentos que surgem, por outro lado as formigas são condicionadas
pela natureza, agindo de uma forma automática perante os acontecimentos que
surgem.
As formigas agem sempre da mesma forma perante as adversidades que ocorrem
sempre que o seu formigueiro é destruído, mas por outro lado, Heitor foi corajoso e
valente pois mesmo podendo fugir, ele escolheu ficar. Heitor lutou porque quis, ao
contrário das térmitas, que protegem o seu formigueiro porque têm de o fazer.
Neste capítulo é dada a ideia de que somos livres como Heitor, temos oportunidades
de escolha assim como ele teve.
Fernando Savater explica que não somos livres de escolher o que nos acontece
como por exemplo: ficar doente, cair... Mas somos livres de actuar e de escolher.
2º Capitulo
Neste segundo capitulo, Fernando Savater dá a definição de motivo, visto que para
ele, motivo é a razão que se tem para fazer algo. Savater explica a diferença entres
três tipos de motivos: As ordens, Os costumes e Os caprichos.
As ordens são o que somos levados a fazer, obrigações. Os costumes são coisas que
fazemos repetidamente e não nos questionamos sobre elas, os costumes são
repetições de atos, hábitos. Os caprichos vêm do nosso interior, somos nós que
escolhemos os nossos caprichos, e só dependem de nós pois ninguém manda neles.
3º Capitulo
Neste capítulo, o autor ensina-nos a decidir por nós próprios, a tomarmos as nossas
próprias decisões. Uma ordem pode não cumprida, isto é, somos livres de cumprir ou
não uma ordem, poderá haver consequências mas somos livres. Um costume também
não precisa necessariamente de ser sempre cumprido, temos a liberdade de parar
com a nossa rotina, como somos livres podemos, criar novos costumes que nos
convenham mais.
Um capricho pode também ser facilmente ignorado, como por exemplo os caprichos
de uma criança mimada, pode não ser um capricho conveniente, logo pode ser
ignorado e substituído por outro capricho. Ou seja, devemos pensar nas nossas
ordens, caprichos e costumes, podemos faze-los ou podemos contrariá-los, mas para
isto temos de pensar por nos próprios visto que somos livres, temos que ser nós a
fazer as nossas próprias escolhas.
4º Capitulo
Neste capítulo do “Faz o que quiseres”, esta uma ordem para fazermos o que
quisermos ou para fazermos o que não quisermos que é realmente o que queremos.
As ordens na maioria dos casos tiram-nos a liberdade. Não podemos escolher ser
livres, somos livres, como também não podemos escolher querer, queremos e não há
nada que com que se poda contradizer estes factos.
Neste capítulo Savater diz-nos para pensar naquilo que fazemos para termos uma boa
vida, para não nos deixarmos levar por simples caprichos e sermos conscientes das
consequências que podem ter. As vezes podemos querer coisas que entram em
conflito com as nossas ideias. Temos de impor ordens de prioridades em relação as
ideias para termos uma boa vida, mas uma boa vida humana é uma vida quando
socializamos com outros seres humanos. Se formos muitos ricos mas não tivermos
amigos de nada nos vale o dinheiro. Por outro lado, pode-se ser muito pobre mas
tendo companhia para superar a pobreza e tendo pessoas amigas que nos ajudem
torna a nossa vida muito melhor.
5º Capitulo
Neste capítulo o autor deu-nos a conhecer que a riqueza, o dinheiro não nos traz a
felicidade completa, não é isso que nos faz ter uma vida boa, porque mesmo que
tenhamos muito dinheiro há sempre coisas que não conseguiremos comprar, tal como
o amor, o companheirismo, a fidelidade, a amizade, confiança, família. Poderíamos
pagar a alguém para que nos fizesse companhia quando estivéssemos sozinhos mas,
mesmo assim sabíamos que a presença dessa pessoa estaria a ser forçada. Teríamos
muito poder mas, isso não nos dava aquilo que precisávamos. Sem o afecto dos
amigos, da família e de outras pessoas nós iríamos ficar cada vez mais frios.
Tratarmos as pessoas como coisas só nos vai prejudicar a nós. Na minha opinião este
capítulo acorda-nos para a realidade das coisas, pois nem tudo é tão bonito na vida
real como é no sonho.
6º Capítulo
Fernando Savater diz-nos que ele precisa de um bastão ou de uma bengala para
andar. Mas não é a bengala que as pessoas usam para se apoiarem, mas sim de uma
bengala espiritual que serve para sustentar o nosso espírito. Ele refere também 5 tipos
de imbecis: O que acredita que não quer nada, o que acredita que quer tudo, o que
não sabe o que quer nem se dá ao trabalho de apurar, o que sabe que quer e sabe o
que quer, o que quer com força e ferocidade. O mais imbecil de espírito é aquele que
acredita que não quer nada, apesar de todos eles o serem, e de certa forma os
imbecis nunca irão viver uma boa vida. A consciência por sua vez é o contrário de se
ser espiritualmente imbecil. A consciência que consiste em curar a imbecilidade
consiste nos seguintes passos:
“a) Saber que nem tudo vem a dar no mesmo porque queremos realmente viver e,
além disso, viver bem, humanamente bem”.
“ b) Estarmos dispostos a prestar atenção para vermos se aquilo que fazemos
corresponde ou não ao que deveras queremos”.
“c) À base de prática, irmos desenvolvendo o bom gosto moral, de tal modo que haja
certas coisas que nos repugne espontaneamente fazer (por exemplo, termos ‘nojo’ de
mentir como temos em geral nojo de mijar na terrina da sopa que vamos comer a
seguir…).”
“d) Renunciarmos a procurar argumentos que dissimulem o facto de sermos livres e
portanto razoavelmente responsáveis pelas consequências dos nossos actos.”
Ainda conseguimos perceber neste capítulo que ao estarmos a evitar o nosso mal é
sermos egoístas connosco porque não queremos nada de mal para as nossas vidas.
7º Capítulo
8º Capítulo
No 8º capítulo do livro, Fernando Savater diz-nos que o prazer nos distrai, por vezes,
mais que o devido, ou seja, passando do uso ao abuso e isso poderá vir a ser-nos
fatal, razão pela qual este se encontra rodeado de tabus e limitações. No entanto o
autor faz-nos apelo á exploração dos prazeres contudo uma exploração controlada.
Quando usamos um prazer estamos a enriquecê-lo e a melhorar a nossa vida, se esta
talvez sofrer um empobrecimento estamos a abusar do prazer e só este se enriquece
tornando-se prejudicial para nós.
Savater aconselha-nos a aproveitar os prazeres que temos ao nosso dispor em
determinado momento e saber retirá-los e aproveitá-los ao máximo em vez de
estarmos numa procura constante de algo que nem vem a propósito. Savater faz
referência àqueles por ele denominados de “caluniadores profissionais do prazer” ou
seja, os puritanos, aqueles que se satisfazem não deixando os outros satisfazer-se.
9º Capítulo
No 9º capítulo Savater fala sobre a relação entre a ética e a política referindo
algumas diferenças como: o carácter individual para a ética e o colectivo para a
política, a liberdade e a importância da intencionalidade das acções para a ética
enquanto para a política a importância destina-se somente ao resultado das acções.
A organização política do ponto de vista ético preferível deve assentar nas exigências
que a democracia moderna tem tentado, primeira teórica depois praticamente,
implementar: o cumprimento dos Direitos Humanos que segundo ele é ainda hoje
apenas um catálogo de bons princípios. Para a existência de uma vida boa de cada
indivíduo a comunidade política teria que assentar em três princípios básicos: a
liberdade, justiça e assistência.
Nesta organização política, existiria um grande respeito pela liberdade, o nosso maior
bem, e assim ao dar-lhe importância surgiria a responsabilidade social em que cada
indivíduo porém teria a liberdade segundo as suas acções. A justiça assentaria na
igualdade de direitos sem distinções por raça, cor de pele.
Apreciação global:
Gostei da leitura deste livro, pois fez-me reflectir sobre certos assuntos como por
exemplo: a riqueza, o dinheiro não nos trazer a felicidade completa mas por vezes
pensamos o contrário por sermos jovens e não termos responsabilidade, porque
mesmo que tenhamos muito dinheiro há coisas que não conseguiremos comprar, tal
como o amor, a amizade, família… Ele também ensinou a decidir-mos por nos
próprios, a tomarmos as nossas próprias decisões, pois nós somos livres de escolher.
Biografia de Fernando Savater
Fernando Savater nasceu San Sebastian no dia 21 de Junho de 1947, é filósofo e
escritor espanhol essencialmente dedicado à reflexão sobre a política, professor de
Filosofia na universidade.
Entre outros galardões, recebeu o Prémio Francisco Cerecedo da Associação de
Jornalistas Europeus e o Prémio Sakharov de Direitos Humanos.
Fernando Savater é um dos pensadores mais destacados de Espanha e tem vindo a
ganhar grande popularidade no mundo inteiro.