ESTUDO FARMACOEPIDEMIOLOGICO DAS ASSOCIAÇÕES ...
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Jorgenio Miranda Costa
ESTUDO FARMACOEPIDEMIOLOGICO DAS
ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS COM AS NOVAS
DROGAS USADAS EM ESQUEMAS
ANTIRRETROVIRAIS DE RESGATE
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências da
Coordenadoria de Controle de Doenças da
Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo, para obtenção do título de Mestre
em Ciências.
Área de concentração: Infectologia em
Saúde Pública
Orientador: Prof. Dr. Marcos Vinícius
da Silva
São Paulo
2015
Dedico esta dissertação ao meu pai Argeu e à minha mãe Maria
Lúcia por serem a luz de meus caminhos em Todos os momentos.
Agradecimentos
Ao Professor Dr Marcos Vinícius da Silva por sua orientação, apoio, amparo,
ensinamentos e paciência.
À Deysi e Luciana pela ajuda, carinho e participação fundamental em todos os estágios
do trabalho.
À Ana Maria de Paula Campos pela amizade, carinho, apoio e acolhida ao estudo.
Aos funcionários da farmácia do IIER, farmacêuticos, auxiliares, administrativos que
direta e indiretamente contribuíram na conclusão desse trabalho.
Aos coordenadores, professores e funcionários do setor de Pós Graduação da
Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
Aos funcionários do Comitê de Ética em Pesquisa pela orientação e apoio ao trabalho.
Aos pacientes por terem colaborado com o banco de dados da pesquisa.
RESUMO
As associações das novas drogas antirretrovirais com os demais antirretrovirais
empregadas no tratamento da AIDS induzem interações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas que podem produzir concentrações plasmáticas e intracelulares
ideais e potencializar efeitos benéficos no organismo, mas também podem causar
intolerância, efeitos adversos e toxicidade. No presente estudo foram analisadas 70
prescrições médicas de antirretrovirais submetidas à apreciação da Câmara Técnica do
Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, da Secretária de
Saúde do Estado de São Paulo, para autorização e posterior liberação desses novos
medicamentos.
As novas drogas antirretrovirais usadas na terapia de resgate e empregadas na
terapia antirretroviral de alta eficiência (HAART-Highly Active Antiretroviral Therapy)
são opções terapêuticas para pacientes com AIDS e vírus resistentes aos
medicamentos. Deste modo, a etravirina e o darunavir são, respectivamente, não
análogos nucleosídeos e inibidores de proteases que foram introduzidos à terapia
antirretroviral por possuírem maior barreira genética que os demais antirretrovirais das
mesmas classes farmacológicas. O raltegravir, inibidor de integrase, a enfuvirtida,
inibidora de fusão e o maraviroc, antagonista da quimiocina, são os primeiros
medicamentos das novas classes de antirretrovirais que foram incorporados para
atuarem em diferentes estágios do ciclo replicativo do HIV.
No período de setembro de 2010 a abril de 2011 foram levantadas as variáveis
sociodemográficas dos pacientes que eram cadastrados no Sistema de Controle
Logístico de Medicamentos (SICLOM) e retiravam as novas drogas antirretrovirais na
Farmácia Ambulatorial do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo. Descrevemos as
associações medicamentosas das novas drogas antirretrovirais e confrontamos esses
dados com a literatura cientifica sobre interações medicamentosas. Porém, não foi
objetivo deste estudo realizar o acompanhamento dos efeitos terapêuticos que a
associação das novas drogas antirretrovirais produziu no organismo.
Pudemos observar que a falha terapêutica do último esquema HAART, utilizado
antes da solicitação das novas drogas antirretrovirais, ocorreu em 20,4±1,3 meses,
enquanto os pacientes que já utilizavam esquemas antirretrovirais de resgate com
enfuvirtida, darunavir, raltegravir e etravirina apresentaram falha terapêutica em
16,7±1,7 meses. O esquema antirretroviral com lamivudina, tenofovir e darunavir
potencializado com ritonavir e raltegravir foi o preponderante, com 24,2% dos casos.
Não foram autorizadas 5,7% das solicitações devido à indequabilidade dos fármacos e
de associações medicamentosas inapropriadas.
A partir do monitoramento das prescrições médicas com as novas drogas
antirretrovirais foi verificado, ainda, o aumento do potencial terapêutico em decorrência
das associações adequadas das drogas e evitada a possibilidade das associações
inadequadas contribuírem para falha terapêutica. Com base nos resultados desse
estudo, foi iniciado um projeto de assistência farmacêutica aprovado pela Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo, no qual serão fornecidas orientações aos pacientes e
aos demais profissionais assistenciais sobre o uso racional e seguro dos
medicamentos.
Descritores: novos antirretrovirais, interações medicamentosas, terapia de resgate,
AIDS, HIV.
ABSTRACT
The associations of other new antiretroviral drugs with others antiretrovirals used
in the treatment of AIDS induce pharmacokinetic and pharmacodynamic interactions
that may produce ideal plasma and intracellular concentrations and enhance beneficial
effects on the body, but may also cause intolerance, adverse effects and toxicity. In this
study 70 antiretrovirals prescriptions were submitted to the Technical Board of the State
Program on Sexually Transmitted Diseases and AIDS, the Health Secretary of São
Paulo, for authorization and subsequent release of these new drugs.
New antiretroviral drugs used in salvage therapy and employed in high efficiency
antiretroviral therapy (HAART-Highly Active Antiretroviral Therapy) are therapeutic
options for patients with AIDS and drug-resistant virus. Thus, etravirine and darunavir,
are respectively non nucleoside analogues and protease inhibitors wich were introduced
to antiretroviral therapy for having increased genetic barrier than others of the same
antiretroviral drug classes. The raltegravir, integrase inhibitor, enfuvirtide, fusion
inhibitor, and maraviroc, chemokine antagonist, are the first drug of a new class of
antiretrovirals that were incorporated to act at different stages of the replicative cycle of
HIV.
From September 2010 to April 2011 were surveyed the sociodemographic
variables of patients who were enrolled in the Medication Logistics Control System
(SICLOM) and withdrew the new antiretroviral drugs in Outpatient Pharmacy of the
Emilio Ribas Institute in São Paulo were verified. We describe the new drug
combinations of antiretroviral drugs and confront these data with the scientific literature
on drug interactions. However, was not the objective of this study to follow up the
therapeutic effects that the combination of new antiretroviral drugs produced in the
body.
We observed that therapeutic failure of the last HAART regimen used before the
application of new antiretroviral drugs, occurred in 20.4 ± 1.3 months, whereas patients
who were using antiretroviral regimens with rescue enfuvirtida, darunavir, raltegravir
and etravirine showed therapeutic failure in 16.7 ± 1.7 months. The antiretroviral
regimen with lamivudine, tenofovir and darunavir boosted with ritonavir and raltegravir
was the predominant, with 24.2% of cases. Five, seven per cent (5.7%) of the requests
were not authorized due to the inadequability of drugs and inappropriate drug
combinations.
From the monitoring of prescriptions with the new antiretroviral drugs, it was also
found the increase of the therapeutic potential due to the appropriate associations of
drugs and avoided the possibility of inadequate associations contribute to treatment
failure. Based on the results of this study, a project of pharmaceutical assistance
approved by the Secretary of Health of São Paulo began, in which guidelines will be
provided to patients and other healthcare professionals about the safe and rational use
of medicines.
Keywords: new drugs, drug interactions, rescue therapy, AIDS, HIV.
Lista de abreviaturas e siglas
ºC - graus Celsius
3TC- lamivudina
ABC-abacavir
ABCC -ATP-binding cassette transporters sub-family C
(Transportador de cassette de ligação de ATP putative sub-família C)
AIDS- Acquired Immunodeficiency Syndrome
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
APV-amprenavir
ARV- antirretroviral
ATP- adenosina trifosfato
ATZ-atazanavir
AUC– analytical ultracentrifugation (ultracentrifugação analítica)
AZT-zidovudina
BLIP- ß lactamase protein inhibitor (inibidor da proteína ß lactamase)
CA- capsídeo
CART- combination antiretroviral therapy (terapia antirretroviral combinada)
CD4+- cluster of differentiation 4 (aglomerado de diferenciação 4)
CCR5-chemokine (C-C motif) receptor 5 (tipo de receptor CC de quimiocina 5)
CCIH – Comissão de controle de Infecção Hospitalar
CEP- Comitê de Ética em Pesquisa
CFT- Comissão de Farmácia e Terapêutica
Cmáx- concentração máxima biodisponível
Cmin- concentração mínima biodisponível
CRF- circulating recombinant forms (formas recombinantes circulantes)
CXCR4- CXC chemokin receptor 4 (receptor 4 de quimiciona CXC)
CY3A4- enzimas do grupo P450
CYP : citocromo p450
CV- carga viral
D- drug concentration (concentração de droga)
d4T- estavudina
d4T-TP- trifosfato de estavudina
DDA- didesoxiadenosina
DDATP- didesoxiadenosina trifosfato
DDI- didanosina
DNA- desoxyribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico)
DRV- darunavir
DRV/R -darunavir/ritonavir
DST- doenças sexualmente transmissíveis
EFZ- efavirenz
Env- poliproteina do envelope
ETV- etravirina
fabs – frequência absoluta
FDA- “Food and Drug Administration”
FPV- fosamprenavir
FI- fusion inhibitors (inibidores de fusão)
FTC- emtricitabina
fu-fraction of viruses or infection events unaffected by the drug
(fração de vírus ou eventos da infecção não afetados pela droga)
Gag- Group specific antigen polyprotein (grupo poliproteico antigênico específico)
GI- integrase inhibitor (inibidor de integrase)
gp120- glicoproteina 120
gp41- glicoproteina 41
GPR5- G-protein coupled receptor (receptor acoplado a proteína G)
HAART- Highly active antiretroviral therapy (Terapia antirretroviral de alta potência)
HBV- hepatitis B virus (vírus da hepatite B)
HIV- human immunodeficiency virus (virus da imunodeficiência humana)
HLA- human leukocyte antigen (antígeno leucocitário humano)
HR1-heptad repeat -1 (repetição septo 1)
HR2- heptad repeat-2(repetição septo 2)
HSR- sometimes fatal hypersensitivity reactions
(reações de hipersensibilidade graves e às vezes fatais)
I – droga com atividade intermediária
IC50-half maximal inhibitory concentration(metade da concentração máxima inibitória)
IDV-indinavir
IIER- Instituto de Infectologia Emílio Ribas
IN-integrase
IsF- inibidores de fusão
LCR- liquido cefalorraquidiano
LOP- lopinavir
LOP/R-lopinavir//ritonavir
LTR- long terminal repeats (repetições terminais longas)
MA- matriz proteica do HIV
MHC- Major Histocompatibility Complex
(complexo de histocompatibilidade principal)
mL- mililitro
mg- miligrama
MRP-multidrug resistance proteins (proteínas resistentes à multidrogas)
MS- Ministério da Saúde
NADPH: forma reduzida do fosfato de dinucleotídeo de nicotinamida e adenina
NADP+: forma oxidada do fosfato de dinucleotídeo de nicotinamida e adenina
NC- nucleocapsídeo
Nef- negative factor (fator negativo)
NEM- nucleotide excision mutation (mutação de excisão de nucleotídeos)
NIH-USA-“National Institute of Health –United States of America”
nm - nanômetro
NNRTI-non nucleoside reverse transcriptase inhibitor
(inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo)
NRTI-nucleoside reverse transcriptase inhibitors
(inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo)
NT – nota técnica
ONU- Organização das Nações Unidas
NVP - nevirapina
P6- proteína do HIV envolvida na fase de brotamento na membrana plasmática
P7- proteína do nucleocapsídio viral
P17- proteína formadora da matriz proteica
P24-proteína do capsídeo viral
P55-proteína clivada na formação da estrutura do vírus
Pgp- permeability glycoprotein (glicoproteina permeável)
pH- logaritmo negativo da concentração hidrogênionica
PI-protease inhibitor (inibidor de protease)
PI/R- protease inhibitor (inibidor de protease)/ritonavir
PIC- complexo nucleoproteico de pré-integração
pKa- acid dissociation constant logarithmic (constante logarítmica de dissociação ácida)
Pol- polimerase
RAL- raltegravir
Renageno- Rede Nacional de Genotipagem
rev- regulator of viral gene expression (regulador da expressão do gene viral)
RNA-ribonucleic acid ( ácido ribonucleico)
RH –substrato orgânico
ROH- metabólito hidroxilado
RRE- rev responsive element
(elemento responsivo do regulador da expressão do gene viral)
RTV-ritonavir
S – droga com atividade plena
SICLOM- Sistema de Controle Logístico de Medicamentos
SNP – single nucleotide polymorphism (polimorfismo do nucleotídeo único)
SQV-saquinavir
SU- invólucro de superfície do vírus HIV
TAR trans-activation response (trans-ativação da resposta)
TARV- terapia antirretroviral
Tat- trans-activator of transcription (trans-ativador da transcrição)
TAM–thymidine-associated mutation ( mutação associada à timidina)
TDF- tenofovir
TM- transmenbrana
TPV- tipranavir
TR- transcriptase reversa
UDP-uridine 5'-diphospho-glucuronosyltransferase
(uridina 5’-difosfo-glucoronosiltransferase)
UGT1A1- diphosphate glucuronosyltransferase 1A1
(difosfato gucuronosiltransferase 1A1)
UNAIDS-United Nations - Acquired Immunodeficiency Syndrome
(Nações Unidas – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida)
URF-unique recombinant forms (únicas formas recombinantes)
U.S.DHSS- “United States Department of Health and Social Services”
Vif-virion infectivity factor (fator de infectividade do virion)
Vpu viral protein U (proteína viral U)
Vpr – viral protein R (proteína viral R)
Lista de figuras
Figura 1: Estrutura do vírus da imunodeficiência humana adquirida tipo 1. ............................... 19
Figura 2: Ciclo replicativo do HIV .............................................................................................. 22
Figura 3: Ação dos ARV durante o ciclo replicativo do HIV ....................................................... 24
Figura 4: Distribuição por faixa etária dos pacientes que solicitaram as novas drogas utilizadas
para TARV de resgate na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emilío Ribas, no
período de setembro de 2010 a abril de 2011. .......................................................................... 35
Figura 5: Esquema antirretroviral utilizado pelos pacientes anterior à solicitação da terapia de
resgate com as novas drogas ARV, nos pacientes que retiram medicamentos no IIER, no
período de set/2010 a abril/2011. .............................................................................................. 37
Figura 6: Classes de medicamentos ARV utilizados anteriormente à solicitação de TARV de
resgate atual com as novas drogas ARV nos pacientes que retiram medicamentos na farmácia
ambulatorial do IIER, no período de set/2010 à abril/2011. ....................................................... 38
Figura 7: Esquemas ARV autorizados para terapia de resgate com as novas drogas ARV
utilizadas nos pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no
período de set/ 2010 a abril/2011. ............................................................................................. 40
Lista de tabelas
Tabela 1: Drogas antirretrovirais utilizadas no tratamento do HIV/AIDS pelos pacientes que
retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no
período de setembro de 2010 a abril de 2011. .......................................................................... 23
Tabela 2: Características sociodemográficas dos pacientes que solicitaram as novas drogas
utilizadas para TARV de resgate na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emílio
Ribas, no período de setembro de 2010 a abril de 2011. .......................................................... 36
Tabela 3: Classes de antirretrovirais que apresentaram falha terapêutica e esquemas
antirretrovirais de resgate segundo a classe farmacológica empregados nos pacientes que
retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de set/2010 a abril/2011.41
Tabela 4: Esquemas ARV de resgate distribuídos em classes farmacológicas com suas
interações medicamentosas e com o número de pacientes que retiraram medicamentos na
farmácia ambulatorial do IIER, no período de setembro de 2010 a abril de 2011. .................... 44
Índice
1. Introdução .......................................................................................................... 17
1.1. HIV ...................................................................................................................... 19 1.1.1. Ciclo de replicação do HIV .............................................................................. 20
1.2. Classes de fármacos com ação antirretroviral (ARV) ................................ 23
1.3. Falha virológica e resistência viral ................................................................. 24
1.4. Metabolismo ...................................................................................................... 25
1.5. Interação medicamentosa entre as novas drogas antirretrovirais usadas em terapia de resgate .................................................................................................... 27
1.6. Medicamentos de uso restrito ........................................................................ 30 1.6.1. SICLOM .............................................................................................................. 30 1.6.2. Farmácia do IIER .............................................................................................. 31
2. Objetivos ............................................................................................................ 33
2.1. Objetivo geral .................................................................................................... 33 2.2. Objetivos específicos ....................................................................................... 33
3. Casuística e Método ........................................................................................ 34
3.1. Desenho do estudo .......................................................................................... 34
3.2. Casuística .......................................................................................................... 34
3.3. Coleta de Dados ............................................................................................... 34
3.4. Comitê de Ética em Pesquisa ........................................................................ 34
4. Resultados ......................................................................................................... 35
4.1. Variáveis sóciodemográficas .......................................................................... 35
4.2. Esquemas antirretrovirais anteriores à mudança terapêutica com as novas drogas ARV. ........................................................................................................................... 36
4.3. Tempo de duração dos esquemas ARV anteriores à solicitação de TARV de resgate atual ............................................................................................................. 38
4.4. Solicitações dos esquemas ARV de resgate ............................................... 39 4.5. Esquemas antirretrovirais de resgate autorizados...................................... 39 .................................................................................................................................... 40
4.6. Esquemas antirretrovirais de resgate não autorizados .............................. 42
4.7. Pacientes sem adesão ao tratamento .......................................................... 43
5. Discussão .......................................................................................................... 45
6. Conclusões ........................................................................................................ 54
7. Proposta em desenvolvimento ....................................................................... 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 55
ANEXOS ................................................................................................................. 69
17
1. Introdução
A AIDS representa um estágio de depressão do sistema imunológico
humano, provocada pelo vírus HIV. A doença se manifesta devido à
diminuição nas concentrações dos linfócitos T CD4+ para valores inferiores a
200 cels/mm3. Segundo a UNAIDS, em 2012 existiam aproximadamente 35,3
milhões de pessoas vivendo com o HIV no mundo, dessas, até junho deste
ano havia no Brasil 656.701 casos registrados da doença. Apesar do
crescimento da epidemia no mundo, o desenvolvimento dos ARV mudou a
vida dos indivíduos vivendo com HIV/AIDS (RODRIGUES, 2010).
No Brasil, o acesso à TARV é garantido por lei. (BRASIL, 1996) A
morbidade e mortalidade declinaram entre 60 e 80% nos últimos anos, devido
à disponibilidade de diferentes classes de fármacos na TARV. O uso, em
combinação de três ou mais fármacos, constituem a HAART (IBRAHIM, 2010)
(SMITH 2014).
A combinação entre dois NRTI e NNRTI ou um PI, potencializado ou
isolado levou ao controle da doença que duas décadas atrás apresentava
baixa sobrevida. (IBRAHIM, 2010) (LI, 2010). No entanto, apesar dos vários
fármacos disponíveis, até mesmo pacientes que nunca receberam tratamento
podem ser portadores de vírus resistentes aos ARV, pois o HIV apresenta
grande variabilidade genética em decorrência de erros de transcrição da
enzima transcriptase reversa. Isso gera mutações com novos vírus distintos
dos vírus iniciais, sendo, por isso, considerado uma “quasispécie”
(RODRIGUES, 2010) (ESTEBAN, 2012).
A introdução das novas drogas antirretrovirais foi uma opção utilizada
com pacientes que apresentaram falha terapêutica em HAART e
necessitavam de terapia de resgate. A enfuvirtida (T-20), darunavir (DRV),
tipranavir (TPV), etravirina (ETV), maraviroc (MVC) e emtricitabina (FTC)
foram os novos antirretrovirais utilizados para adultos e crianças, no Instituto
de Infectologia Emílio Ribas (IIER). Entretanto, o uso desses novos
antirretrovirais mostrou-se complexo devido às muitas interações
farmacológicas entre as drogas e algumas mutações virais pré-existentes não
detectadas pela falta de monitoramento rotineiro da carga viral e do uso de
critérios clínicos e imunológicos para determinar a falha do tratamento com os
novos ARV. (HUGHES, 2009; BROWN, 2010).
18
A exposição simultânea aos antirretrovirais pode provocar sinergismo
de ações ou perda total ou parcial do efeito farmacológico, devido às
biotransformações que ocorrem. Embora algumas novas classes não sejam
metabolizadas pelo citocromo p450, o processo farmacocinético continua
sendo fundamentalmente hepático. Esse processo envolve duas fases: a fase
de exposição do grupo funcional e a fase de conjugação, na qual ocorre a
ligação aos carregadores para eliminação dos metabólitos. Os pacientes
infectados pelo HIV, em uso de TARV, têm a metabolização dos NNRTI e PI
alteradas devido os fármacos serem indutores, inibidores e substratos do
citocromo P450. Além disso, eles interferem na fase de conjugação e
eliminação dos demais ARV no organismo. (FAHMI, 2010; JETTER, 2010).
Na farmácia ambulatorial do IIER são atendidos, em média, 4800
pacientes por mês, que geralmente fazem retiradas de esquemas ARV e
demais medicamentos para dois meses. Na farmácia são atendidos 11% dos
pacientes com AIDS da Grande São Paulo. Atualmente é a maior farmácia de
distribuição de ARV do Brasil. A analise dos esquemas ARV com as novas
drogas permitirá verificar se estão em acordo com os referencias teóricos. Os
resultados obtidos neste estudo poderão contribuir com ações na farmácia do
IIER para o uso racional e seguro desses novos medicamentos.
19
1.1. HIV
Em 1983, o HIV, foi reconhecido como o agente causador da AIDS pelo
pesquisador Luc Montagnier, (Instituto Pasteur França) e Robert Gallo
(National Institutes of Health USA). A figura 01 mostra a estrutura do vírus
HIV:
Figura 1: Estrutura do vírus da imunodeficiência humana adquirida tipo 1.
Disponível: http://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-estrutura-do-hiv-image23617032
Fonte: alilamedicalmedia.Acesso:06/05/2014
O HIV tem o diâmetro de 100 nm e possui forma esférica. O
revestimento externo é composto por duas camadas lipídicas formadas a
partir de membranas celulares humanas. O HIV é um vírus da família
retroviridae do gênero Lentivirus, que possui duas fitas idênticas de RNA: a
enzima transcriptase reversa (TR) e um envelope fosfolipídico. Os genes
desse vírus podem ser divididos em grupos que codificam as proteínas
estruturais (gag, pol e env) (DEGRÈVE, 2004).
O gene gag codifica a proteína p55, que pode ser clivada em proteínas
menores: p24 (capsídeo), p17 (matriz proteica), p7 (nucleocapsídeo) e p6,
20
envolvida na fase de brotamento do HIV na membrana plasmática do
hospedeiro humano (DEGRÈVE, 2004). A matriz proteica do HIV-1 (MA),
sintetizada como parte do p55 Gag poliproteina, é clivada para maturação do
virion e montagem viral. Ela infecta novas células humanas juntamente com o
RNA viral e outras proteínas virais. A região terminal da MA modula múltiplas
etapas da replicação viral e é responsável pela máxima infectividade (CAI,
2010).
O gene env codifica as proteínas do envoltório viral. A subunidade de
superfície, a gp120, inicia o processo de inscrição viral por meio da interação
sequencial com o receptor CD4+ e um correceptor, induzindo uma mudança
conformacional que permite a transmembrana (TM), subunidade gp41, mediar
a fusão entre as membranas celulares e virais (STANFORD, 2011).
O gene pol codifica as enzimas “transcriptase reversa” (p66 e p51),
“protease” (p10) e “integrasse” (p32), igualmente resultantes da clivagem da
glicoproteina precursora pela protease viral, as quais também constituem o
core do HIV-1 e são essenciais para a replicação viral (BARBOSA, 2009).
Os genes vif, vpr, nef e vpu codificam as proteínas acessórias que
aumentam a infectividade do HIV e os genes tat e rev codificam as proteínas
reguladoras da replicação viral (BARBOSA, 2009) (MELO 2011).
1.1.1. Ciclo de replicação do HIV
A característica mais marcante da infecção pelo HIV é a depleção
seletiva de linfócitos T CD4+ e está associada à evolução da doença. Os
linfócitos T CD4+ desempenham um papel fundamental na orquestração da
resposta imune adquirida humoral e celular contra os patógenos, entretanto,
este vírus também infecta monócitos, macrófagos e células de Langerhans,
entre outras células (FERREIRA, 2010).
O ciclo replicativo pode ser dividido em várias etapas: adsorção;
penetração e desnudamento; transcrição, tradução e replicação; montagem e
liberação do virion (BARBOSA 2009) (MELO 2011).
A adsorção do HIV inicia-se com a ligação da gp120 à célula alvo,
com a participação dos correceptores quimiocínicos CCR5 ou CXCR4. Esses
últimos ativam mudanças conformacionais na membrana, mediadas pela
glicoproteina GP-41, que promove a fusão das membranas viral e celular.
21
Após a fusão, inicia-se a penetração com a injeção do capsídeo do HIV na
célula hospedeira e o posterior desnudamento, com a liberação de seu
material genético e das proteínas MA, TR, IN e Vpr necessárias para
replicação viral (CUNICO, 2008).
Uma vez no citoplasma, o genoma viral RNA é retrotranscrito para
uma fita dupla de DNA pró-viral, pela TR viral. Após a transcrição reversa, o
DNA pró-viral é associado com proteínas virais e celulares em um grande
complexo nucleoproteico PIC, que é transportado para o núcleo celular. Com
a ação da IN, o DNA pró-viral se integra ao genoma celular.
A montagem e liberação do virion formado ocorre após a exportação
das proteínas virais do núcleo, num processo denominado expressão viral. Há
a transcrição do DNA (a partir do RNA) e a tradução com formação das
poliproteinas virais gag e gag-pol, que são posteriormente clivadas no
citoplasma em MA, CA, NC, p6, PR, RT e IN. A poliproteína gp160 formada é
clivada no retículo endoplasmático e produz as gp120 e gp41 reunidas na
superfície celular. As proteínas clivadas MA e NC formam o nucleocapsídeo,
que é envolvido por um envelope, oriundo da membrana plasmática da célula,
na qual estão presentes tanto proteínas de membrana celulares, como
glicoproteínas gp120 e gp41. O virion formado é então liberado por
brotamento da célula hospedeira. (PINTO, 2009) (FERREIRA, 2010). A figura
2 mostra o ciclo de replicação do HIV:
22
Figura 2: Ciclo replicativo do HIV
Disponível em: http://www.am-medicine.com/2013/11/oral-pathology-hiv-aids-and-oral.html.
Acesso em: 06/05/2014
23
1.2. Classes de fármacos com ação antirretroviral (ARV)
Os medicamentos utilizados no tratamento do HIV/ AIDS são divididos
nas seguintes classes: inibidores da transcriptase reversa análogos
nucleosídeos, inibidores da transcriptase reversa não análogos nucleosídeos,
inibidores da protease, inibidores de fusão, inibidores da integrase e
antagonistas do receptor CCR5. A tabela 1 mostra as drogas antirretrovirais
utilizadas no tratamento do HIV/AIDS, classificadas por classes
farmacológicas.
Tabela 1: Drogas antirretrovirais utilizadas no tratamento do HIV/AIDS pelos pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no período de setembro de 2010 a abril de 2011.
Inibidores da
Transcriptase
Reversa
Análogos
Nucleosídeos
Inibidores da
Transcriptase
reversa Não
Análogo
Nucleosídeo
Inibidores da
protease
Inibidores de
Fusão
Inibidores da
Integrase
Antagonist
a do
receptor
CCR5
Zidovudina**
Didanosina
Lamivudina
Estavudina**
Abacavir
Emtricitabina*
Tenofovir***
Nevirapina
Efavirenz
Etravirina*
Saquinavir
Ritonavir
Darunavir*
Fosamprenavir
Indinavir
Lopinavir
Tipranavir*
Enfuvirtida* Raltegravir* Maraviroc*
*Fármacos utilizados em terapia de resgate para pacientes multiexperimentados em TARV
** Inibidor da Transcriptase Reversa Análogo Nuclesosídeo timidínico.
*** Inibidor da Transcriptase Reversa Análogo Nucleotídeo
24
A Figura 03 mostra as diferentes classes de agentes antirretrovirais agindo de
forma a impedir a replicação viral. A descrição dos ARV conforme a classe
farmacológica pode ser vista no anexo I.
Figura 3: Ação dos ARV durante o ciclo replicativo do HIV
Disponível em: <http://biomedicinadiagnostica.blogspot.com.br/>.Acesso em: 14 jul 2014.
1.3. Falha virológica e resistência viral
A falha virológica é caracterizada por carga viral plasmática
detectável após seis meses do início ou modificação do tratamento
antirretroviral, ou por detecção da carga viral nos indivíduos que a mantinham
indetectável na vigência de tratamento. Em todos os casos, a viremia deve
ser confirmada em coleta consecutiva após intervalo de pelo menos quatro
semanas da anterior. A falha virológica deve ser o principal parâmetro para a
definição de falha à terapia antirretroviral, particularmente após a terapia
inicial (PNDST/AIDS, MS 2012).
25
Pacientes em falha virológica normalmente necessitam de alterações
em seus esquemas antirretrovirais, sendo o novo tratamento denominado
“esquema de resgate”.
A resistência genotípica do HIV aos antirretrovirais pode ser identificada
no momento da falha virológica em ate 90% dos casos, podendo ser a causa
ou consequência da falha. A utilização de esquemas ARV com potência
virológica insuficiente gera condições não inibitórias do HIV-1. Nestas
condições o índice de replicação do HIV-1 é cerca de 1010 produções de
partículas virais por dia, oque leva a uma taxa de mutação de cerca de 3,5 x
10-5 por ciclo (ELENA- SANJUÁN, 2005).
Há dois tipos de mutações de resistência: as principais e as acessórias.
As mutações principais alteram a ligação da droga ao seu sítio de ação e
reduzem a suscetibilidade da enzima ao antirretroviral, são específicas para
cada droga e aparecem logo após o início da terapia. As mutações
secundárias ou acessórias compensam a perda da atividade da enzima
causada pela mutação principal e assim contribuem para restaurar a
capacidade replicativa do vírus mutante contribuindo para a resistência
(Baccin, 2007).
O teste de genotipagem é a principal ferramenta de detecção de
resistência do HIV-1 aos antirretrovirais. A genotipagem otimiza a escolha do
esquema de resgate, reduzindo a chance de acumulo progressivo de
mutações e de ampla resistência aos antirretrovirais.
O anexo II mostra o quadro das mutações principais dos ARV.
1.4. Metabolismo
Metabolismo hepático pelo citocromo P450
A exposição ou a utilização simultânea de múltiplas drogas na
terapêutica antirretroviral pode ter várias consequências, como a perda total
ou parcial do efeito farmacológico desejado e danos teciduais no parênquima
hepático. Nessa víscera, estão presentes os principais citocromos
processadores de substâncias químicas estranhas ao organismo, ou seja, os
xenobióticos, portanto, trata-se de um dos locais mais ativos de
biotransformação farmacológica.
26
O conhecimento sobre possíveis discrepâncias na atividade hepática
das enzimas do citocromo P450 (CYP) e dos transportadores de droga nos
pacientes com HIV/AIDS ou nos indivíduos saudáveis é limitada na literatura
(JETTER, 2010).
A biotransformação submete o fármaco às reações químicas,
geralmente mediadas por enzimas, e carrega eletricamente o fármaco para
que, ao passar pelos túbulos renais, ele não seja reabsorvido. Para esses
fármacos, a biotransformação é sinônimo de eliminação. A farmacocinética de
eliminação de um determinado fármaco é um processo fundamentalmente
hepático e envolve, segundo Tanaka (2000), duas fases:
A Fase I é de exposição do grupo funcional terapêutico e determina,
em geral, a perda de atividade, por reações de oxirredução. Normalmente é
realizada por enzimas do citocromo P450. Em humanos, os CYPS são
responsáveis pelo metabolismo de fase I em cerca de 70 a 80% de todas as
drogas usadas clinicamente (SUTTON, 2009).
Na fase II, chamada de fase de conjugação, há a ligação aos veículos
de eliminação do fármaco para o exterior do organismo, tornando os
compostos mais polares e solúveis em água, pela conjugação com
glutadiona, açúcar ou grupo sulfúrico.
A síntese das enzimas hepáticas é induzida pelo consumo de novas
substâncias, que também são capazes de inibir a sua síntese ou a sua função
oxidativa, deixando os fármacos mais hidrossolúveis e de fácil eliminação. A
indução de citocromos P450 específicos pode diminuir os efeitos terapêuticos
das drogas, porque o aumento nos níveis hepáticos de P450 exacerbam o
metabolismo e, portanto, a inativação e/ou a excreção das drogas.
As concentrações e a atividade das enzimas desse sistema em uma
pessoa influenciam o efeito das drogas sobre o respectivo organismo. Dessa
forma, compostos indutores ou inibidores da atividade P450 ou do
polimorfismo de seus genes estruturais podem produzir efeitos inesperados e
adversos. Ao altera-se o metabolismo de uma droga em particular, pode-se
causar efeitos inesperados e adversos que são de grande relevância em
indivíduos que utilizam uma combinação múltipla de drogas. Denomina-se
interação droga-droga aos efeitos indesejados causados pela indução ou
inibição dos citocromos P450 (DEVLIN, 2002) (GAGLIARDINI,2014).
27
Metabolismo por glucuronidação
A glucuronidação é uma via que aumenta a eliminação de muitos
xenobióticos lipofílicos e também das substâncias químicas produzidas pelo
organismo, ou seja, os endobióticos, transformando-os em compostos mais
solúveis em água. Ela faz parte da fase II do metabolismo, na qual a UGT1A1
catalisa a transferência do grupo glicosil da desoxirribose para um grupo
aceptor (KING, 2000) (COTTRELL, 2013).
A glucuronidação é a principal forma de metabolização e de eliminação
do RAL, mediada pela isoforma UGT1A1 (WENNING LA, 2009).
Hidrólise proteolítica
Na hidrólise proteolítica, peptídeos complexos sofrem catabolismo de
seus aminoácidos constituintes resultando em metabólitos mais simples que
podem ser reabsorvidos.
O T-20, inibidor de fusão do HIV-1 com receptores de superfície dos
linfócitos T CD4+, sofre hidrólise proteolítica e seu metabólito terminal não é
NAPH dependente e não há participação no metabolismo pelo sistema
CYP450. (KATZUNG, 2006).
1.5. Interação medicamentosa entre as novas drogas antirretrovirais
usadas em terapia de resgate
Os avanços no tratamento da infecção HIV/AIDS incluem ARV de
segunda geração, como o DRV potencializado com RTV, associados com
agentes de novas classes de ARV. As novas classes de drogas atuam em
diferentes estágios do ciclo de replicação do HIV. Por exemplo, o RAL e o
MVC são os primeiros inibidores de integrase e antagonistas da CCR5.
Quando associados com outros ARV produzem maior potência antirretroviral.
As novas drogas têm a finalidade de suprimir os níveis de RNA viral a menos
de 50 cópias/ml. (HUGHES 2009; BROWN, 2010; COOPER , 2014).
O uso simultâneo de novos fármacos em esquemas antirretrovirais de
resgate para pacientes multiexperimentados mostra-se como uma eficiente
estratégia para potencializar a ação antirretroviral contra os vírus resistentes.
28
As interações medicamentosas podem contribuir para aumentar a eficiência
terapêutica ou induzir efeitos adversos e falha virológica. Portanto, para se
obter o máximo benefício desses novos agentes é fundamental ter-se um
entendimento completo da farmacocinética e da resistência viral.
Grande parte das interações envolvendo antirretrovirais ocorre devido
aos mecanismos de metabolização desses no fígado. No processo de
metabolização os medicamentos são transformados pelas enzimas hepáticas
em metabólitos menores, mais hidrossolúveis. As interações que ocorrem
nessa fase são precipitadas por medicamentos com capacidade de inibirem
ou induzirem o sistema enzimático hepático. A isoenzima CYP3A4 do
citocromo P450 é a mais importante metabolizadora e está envolvida no
metabolismo dos PI e dos NNRTI. Entretanto, cada classe de antirretroviral
possui especificidades dentro de seu grupo nas interações medicamentosas.
Algumas drogas ARV não são metabolizadas pelo citocromo P450 e são
biotransformadas por hidrólise proteolítica e glucoridação, além de sofrerem
influência dos transportadores proteicos intracelulares e extracelulares de
drogas que são responsáveis pela resistência a vários antirretrovirais (LAGE
2006; BROWN, 2010).
O RAL, por exemplo, não tem efeito importante nas drogas com
metabolismo mediado pelo CYP3A4, ele sofre metabolização de conjugação e
glucoronidação, mediada pela isoforma UGT1A1. Além disso, suas
concentrações são diminuídas quando associado aos indutores da isoforma
UGT1A1 (WENNING LA, 2009).
O efluxo de drogas através dos transportadores, como: a)
glicoproteínas P; b) proteínas resistentes à multidrogas MRP ou c)
transportadores de cassette de ligação de ATP (subfamília C), também
resultam em menores concentrações da droga ou dos seus derivados ativos
biodisponíveis no sítio de ação (BOUSQUET, 2009).
A resistência antirretroviral é consequência da inadequada
concentração plasmática das drogas que é também baixa no meio intracelular
(LAGE, 2006). Medicamentos antirretrovirais são usados em uma
concentração acima da metade da concentração máxima inibitória “IC50 - half
maximal inhibitory concentration”, entretanto, a inibição da concentração
29
máxima pode ser prevista através da forma da curva da IC50. Essa, por sua
vez, é influenciada pelas interações medicamentosas (SAMPAH, 2011).
O anexo III mostra o deslocamento da a IC50 devido às mutações do
T20 e RAL. O anexo IV mostra as interações medicamentosas e contra
indicações das novas drogas associadas em esquemas antirretrovirais de
resgate.
Os pacientes com HIV/AIDS e com vírus resistentes à HAART recebem
grande quantidade de fármacos para o tratamento da infecção e de doenças
oportunistas. Para esses pacientes existem limitadas opções de TARV. A
associação dos novos antirretrovirais mostra-se uma nova opção terapêutica,
entretanto, as interações farmacocinéticas das novas drogas ARV podem
produzir metabólitos tóxicos com efeitos indesejados para o organismo.
Quanto mais drogas são associadas ao tratamento, maior a
probabilidade de surgirem efeitos adversos. Nesse sentido, um estudo efetivo
dos efeitos clínicos desejáveis e indesejáveis, que podem ocorrer na
combinação dos medicamentos, orientam as prescrições clínicas na correta
associação dos fármacos e na sua adequação posológica (Stockley, 2002;
Sekar, 2009).
As novas drogas antirretrovirais como o DRV, quando comparadas aos
outros PI, possuem alta barreira genética e são ativas contra o vírus HIV
(Mackeage, 2009). Porém interações medicamentosas podem prejudicar a
ação do DRV e diminuir sua barreira genética como ocorre com os demais PI
usados na TARV. Por exemplo, a associação do efavirenz (EFZ) com o
saquinavir (SQV) não é recomendada porque o EFZ é um indutor da enzima
CYP3A4 e o SQV é substrato da mesma, na interação de ambos ocorre
diminuição da concentração plasmática AUC e Cmáx do SQV, entretanto, a
associação darunavir e ritonavir (DRV/r) e EFZ produz pequeno aumento na
AUC do EFZ e diminuição não significativa na atuação e na curva AUC do
DRV (Hazas, 2010).
A associação DRV/R é benéfica e é usada como estratégia terapêutica
para potencializar os respectivos efeitos farmacológicos. Nessa interação, o
RTV inibe as enzimas hepáticas do citocromo P450, CYP3A, que são
responsáveis pelo metabolismo do DRV, aumentando o tempo de ação da
droga. A revisão de literatura e a descrição das prescrições recebidas no IIER
30
possibilitarão contribuir com o conhecimento para diminuir falhas terapêuticas
induzidas pelas associações de fármacos, pois segundo Brown (2010), a
compreensão do potencial de interações entre essas drogas é fundamental
para o uso apropriado e benéfico dos ARV.
1.6. Medicamentos de uso restrito
As solicitações de dispensa das novas drogas ARV, em esquemas de
resgate para pacientes multiexperimentados, são feitas ao Programa Nacional
DST-AIDS. No estado de São Paulo, a análise é conduzida por uma Câmara
Técnica, constituída por médicos do Comitê Assessor para Terapia
Antirretroviral em Adultos Infectados pelo HIV. Na ficha de solicitação dos
medicamentos estão relacionados dados sobre o histórico da terapia
antirretroviral do paciente, a justificativa para o uso do medicamento solicitado,
a genotipagem com data inferior a um ano da solicitação e cópia do exame de
carga viral. Atualmente, também há a análise da indicação das novas drogas
antirretrovirais para crianças, embora para alguns medicamentos não haja
estudos científicos sobre as indicações (ANEXO V). Após análise das
informações poderá ocorrer:
Não autorização, com uma justificativa do parecer não favorável;
Autorização, com parecer favorável total;
Autorização, com parecer favorável parcial e com sugestões de
novas combinações de antirretrovirais.
Em seguida à autorização é realizada a dispensa dos medicamentos
pelo SICLOM (ANEXO VI).
1.6.1. SICLOM
O SICLOM é um sistema informatizado que permite que o Programa
Nacional de DST/AIDS mantenha-se atualizado sobre o fornecimento de
medicamentos ARV nas várias regiões do país. As informações são utilizadas
para controle dos estoques, logística de distribuição dos ARV e para obtenção
de informações clínico-laboratoriais dos pacientes com AIDS sob diferentes
esquemas terapêuticos. As solicitações dos medicamentos são preenchidas
pelos médicos que atendem os usuários e devem seguir as Recomendações
31
para Terapia Antirretroviral do Ministério da Saúde (MS), que
elabora/recomenda as diretrizes para tratamento da AIDS no país.
Para garantir a aplicação das recomendações e evitar o uso de
esquemas terapêuticos desaconselháveis o aplicativo informa ao dispensador
que a prescrição está em desacordo com o Consenso Antirretroviral e é
expedida uma orientação técnica inviabilizando a dispensação (SICLOM,
2007).
A orientação técnica é apresentada na forma de itens que justificam a
não dispensação e itens que não a impedem, mas que devem ser observados
pelo farmacêutico. Entre os itens que impedem a dispensação, estão as
associações e esquemas de tratamento desaconselháveis. Nesse caso, após
a validação da dispensa, se o SICLOM considerar uma orientação de
tratamento desaconselhável, o sistema bloqueará o fornecimento e não dará
baixa do estoque do dispensador. Em uma orientação impeditiva não se deve
entregar o medicamento ao usuário SUS (ANEXO VII). Nesse caso, o médico
assistente deverá reavaliar a sua prescrição em conformidade com o
Consenso de Terapia Antirretroviral do MS. Para as situações que não
impedem a associação e a dispensação dos antirretrovirais, mas que não
estejam contempladas nas normas do MS, após a avaliação do farmacêutico
e do médico, os medicamentos poderão ser dispensados (SICLOM, 2007).
1.6.2. Farmácia do IIER
O Serviço de Farmácia é subordinado a Divisão de Apoio Técnico e é
integrado funcionalmente as demais unidades assistenciais e administrativas
do IIER. Na farmácia são realizados: planejamento, aquisição, análise,
armazenamento e distribuição de medicamentos e correlatos. A farmácia é
dirigida por profissionais farmacêuticos e é dividida em duas unidades:
farmácia hospitalar e ambulatorial.
A farmácia hospitalar atende os pacientes internados e possui um
sistema de distribuição de medicamentos por dose individualizada. Cada
paciente recebe os medicamentos em doses separadas pelos horários de
administração. São manipulados medicamentos de uso tópico,
quimioterápicos e medicamentos químiotóxicos. Os farmacêuticos participam
das diferentes comissões hospitalares: CCIH, CFT, CEP, Comissão de
32
Controle de Resíduos Sólidos. A farmácia ambulatorial distribui medicamentos
aos pacientes ambulatoriais do IIER e para pacientes de outros serviços
públicos e privados. Os medicamentos ARV são dispensados através do
SICLOM. Os medicamentos de uso contínuo como, por exemplo,
hipoglicemiantes e anti-hipertensivos, são dispensados por seis meses com
carimbo na receita em cada retirada mensal. Os medicamentos do
Componente Especializado de Assistência Farmacêutica utilizados para o
tratamento das hepatites virais, assim como as novas drogas ARV (utilizadas
na terapia de resgate) e os medicamentos tuberculostáticos “isolados”
(usados por pacientes em situações especiais, como intolerância ou com
resistência bacteriana) são dispensados após autorização feita por
especialistas da SES/SP e Programa Estadual DST/AIDS.
Durante a dispensação dos medicamentos e correlatos, os pacientes e
profissionais recebem orientações sobre as vias de administração, posologia,
modo de usar, estabilidade, conservação e efeitos colaterais mais comuns.
33
2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
Descrever as associações medicamentosas dos novos antirretrovirais
empregados na terapêutica de resgate dos pacientes com HIV/AIDS
multiexperimentados em TARV.
2.2. Objetivos específicos
Identificar as variáveis demográficas da população do estudo: idade,
sexo, local de acompanhamento médico (público ou privado) e local de
residência dos pacientes.
Verificar se as associações dos ARV são coerentes com os referenciais
teóricos.
Mostrar os resultados farmacoepidemiológicos da utilização das novas
drogas antirretrovirais utilizadas na terapia de resgate.
34
3. Casuística e Método
3.1. Desenho do estudo
Trata-se de pesquisa epidemiológica descritiva e transversal, com
coleta de dados de fontes primárias.
3.2. Casuística
Participaram do estudo setenta pacientes com HIV/AIDS que tiveram
falha terapêutica na HAART e solicitaram as novas drogas ARV ao Programa
Estadual DST/AIDS/SP. Os pacientes realizavam acompanhamento
ambulatorial em serviços públicos e privados e retiravam os medicamentos na
farmácia ambulatorial do IIER.
Critérios de inclusão de indivíduos para o estudo:
a) Ser cadastrado junto ao SICLOM;
b) Uso de esquema HAART anterior e estar com falha terapêutica;
c) Ter solicitado terapia de resgate com as novas drogas ARV na farmácia
ambulatorial do IIER;
d) Ter apresentado os documentos mínimos necessários (exames de
genotipagem, contagem de linfócitos T CD4+ e CV e apresentar história
terapêutica) para avaliação da Câmara Técnica do Programa Estadual
DST/AIDS.
3.3. Coleta de Dados
Os dados da pesquisa foram obtidos a partir das prescrições médicas
apresentadas na farmácia do IIER, no período de setembro de 2010 a abril de
2011.
3.4. Comitê de Ética em Pesquisa
Este estudo foi submetido e aprovado pelo CEP, 60/2010 (ANEXO
VIII), com parecer de aprovação 303/2010 de 11/11/2010. Não há conflito de
interesses por parte do autor e orientador.
35
4. Resultados
4.1. Variáveis sóciodemográficas
No período do estudo foram atendidos em média pelo SICLOM,
3868±208 pacientes/mês, totalizando 30849 prescrições. Cada paciente fazia
uma retirada de medicamentos ARV por mês, com exceção do mês de
dezembro em que os medicamentos foram dispensados para dois meses.
Retiraram os medicamentos ARV: 2591 pacientes adultos, 128 pacientes
idosos (≥ 60 anos), 812 pacientes jovens (15-24 anos), 332 crianças (<
15anos) e 5 gestantes. Foram 440 (11,4%) os pacientes que iniciaram que
TARV e 70 (1,8%) pacientes que apresentaram falha com a HAART em uso e
solicitaram esquemas ARV com as novas drogas usadas em TARV de
resgate.
Entre os pacientes com as novas drogas ARV, 47 (67,1%) eram
adultos com idade entre 25 e 59 anos (figura 4).
Figura 4: Distribuição por faixa etária dos pacientes que solicitaram as novas drogas utilizadas para TARV de resgate na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emilío Ribas, no período de setembro de 2010 a abril de 2011.
Dos 70 pacientes que solicitaram as novas drogas utilizadas em TARV
de resgate, 67 realizavam acompanhamento ambulatorial em serviços
públicos e 54 deles residiam na cidade de São Paulo, conforme mostrado na
Tabela 02. Nela também são apresentados os resultados da distribuição dos
pacientes que retiram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no
período do atendimento, segundo as seguintes variáveis sóciodemográficas:
sexo, faixa etária, serviço de acompanhamento ambulatorial e local de
residência dos pacientes.
0
10
20
30
40
50
crianças (<15anos)
jovens (15 -24 anos)
adultos (25-59 anos)
idosos (≥60 anos)
36
Tabela 2: Características sociodemográficas dos pacientes que solicitaram as novas drogas utilizadas para TARV de resgate na farmácia ambulatorial do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no período de setembro de 2010 a abril de 2011.
Variáveis Categorias n %
Sexo masculino 43 62,0
feminino 27 38,0
Faixa etária 0-14 6 8,6
(anos) 15-24 15 21,4
25-59 47 67,1
≥60 2 2,9
Acompanhamento público 67 96,0
ambulatorial privado 3 4,0
Local de residência São Paulo 54 77,1
Osasco 4 5,8
Barueri 2 2,9
Itapevi 2 2,9
Jandira 1 1,4
São Bernardo 1 1,4
Santo André 1 1,4
Diadema 1 1,4
Itaquaquecetuba 1 1,4
Itapecerica da
Serra
1 1,4
Arujá 1 1,4
Guaratinguetá 1 1,4
4.2. Esquemas antirretrovirais anteriores à mudança terapêutica com as novas drogas ARV.
Antes de solicitar TARV de resgate com as novas drogas ARV, os 70
pacientes utilizavam 34 esquemas antirretrovirais diferentes. O esquema ARV
com 3TC+TDF+LOP+RIT foi predominante em 8 (11%) pacientes. A
associação entre as classes farmacológicas com 2NRTI+PI/RIT foi utilizada
por 26 (37%) dos pacientes, enquanto 22 (32%) pacientes já apresentavam
falha terapêutica em TARV de resgate com as novas drogas e fizeram nova
solicitação para troca de esquema ARV.
A figura 05 mostra a frequência dos esquemas ARV anteriores à
solicitação encaminhada à Câmara Técnica para troca de esquema ARV.
37
Figura 5: Esquema antirretroviral utilizado pelos pacientes anterior à solicitação da terapia de resgate com as novas drogas ARV, nos pacientes que retiram medicamentos no IIER, no período de set/2010 a abril/2011.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
3TC TDF LOP RTV
3TC TDF DRV RTV T20
AZT 3TC TDF RTV
TDF 3TC DRV RTV
AZT 3TC LOP RTV
3TC TDF ATV RTV
DDI 3TC LOP RTV
3TC TDF EFZ
AZT DDI LOP RTV
3TC TDF ETV DRV RTV
AZT 3TC ABC LOP RTV
3TC TDF LOP RTV T20 RAL
3TC TDF DRV RTV T20 RAL
DDI EFZ LOP RTV
3TC TDF FPV RTV T20
3TC TDF LOP RTV T20
D4T TDF LOP RTV
3TC TDFDRV RTV RAL
3TC TDF EFZ FPV RTV
AZT 3TC EFZ
TDF FPV LOP RTV
ABC 3TC DRV RTV RAL
AZT 3TC EFZ FPV RT V
AZT 3TC SQV LOP RTV
DDI 3TC DRV RTV RAL
DDI D4T LOP RTV
3TC TDF EFZ DRV RTV
3TC TDF NVP
3TC EFZ RTV
AZT 3TC ATV RTV
AZT 3TC EFZ LOP RTV
AZT 3TC TDF EFZ
DDI TDF EFZ ATV
3TC TDF ATV 1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
1,4%
5,8%
2,9%
2,9%
2,9%
2,9%
2,9%
4,4%
10,1%
11,4%
5,8%
5,8%
7,1%
5,8%
frequência
1,4%
Esquemas ARV que precederam as novas solicitações
antirretrovirais
38
As associações entre 2NRTI + NNRTI+PI/R e 2NRTI +PI/R
representaram 41% do total de esquemas antirretrovirais anteriores à
terapia de resgate solicitada. Dos solicitantes, 32% já utilizavam TARV
de resgate com as novas drogas antirretrovirais e apresentaram falha
terapêutica, conforme apresentado na figura 06:
Figura 6: Classes de medicamentos ARV utilizados anteriormente à solicitação de TARV de resgate atual com as novas drogas ARV nos pacientes que retiram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de set/2010 à abril/2011.
4.3. Tempo de duração dos esquemas ARV anteriores à solicitação de TARV de resgate atual
A falha terapêutica dos pacientes deste estudo, fundamentada no
resultado de genotipagem viral, ocorreu após uma média de 16,7±1,7 meses
naqueles pacientes que já utilizavam TARV de resgate com as novas drogas
ARV. Para o último esquema HAART a falha terapêutica ocorreu em 20,4±1,3
meses; porém 13 (18,6%) pacientes já utilizavam o último esquema HAART
antes da implantação do SICLOM, ou seja, parte do tempo não foi tabulado, o
que elevaria o tempo de eficiência terapêutica do esquema HAART.
2 NRTI + PI/R 37%
arv de terapia de resgate
32%
2 NRTI + NNRTI 7%
2NRTI +NNRTI +PI/R
4%
Outros esquemas:
20%
Classes de antirretrovirais utilizados
39
4.4. Solicitações dos esquemas ARV de resgate
Os pedidos dos novos medicamentos utilizados em TARV de resgate
foram encaminhados à Câmara Técnica do Programa Estadual DST/AIDS. As
solicitações deveriam estar de acordo com os consensos de 2008 a 2010, e
notas técnicas nº19/2008, 20/2008, 307/2008, 287/2010 e 67/2011, (ANEXOS
IX-XIII) referentes respectivamente, às autorizações das seguintes
medicações: T-20, DRV, RAL, ETV e TPV, além de MVC com retirada direta
no Programa Estadual e FTC com TDF obtidos por solicitação judicial. A nota
técnica 68/2011 (ANEXO XIV) definiu o fluxo de liberação de antirretrovirais
de uso restrito. A média foi de 12 ± 2 solicitações mensais de esquemas ARV
de resgate. Com a associação das novas drogas na TARV foram solicitados
23 esquemas ARV diferentes que foram utilizados por 70 pacientes.
4.5. Esquemas antirretrovirais de resgate autorizados
Foram analisadas as prescrições autorizadas pela Câmara Técnica do
Programa Estadual de 66 pacientes com as novas drogas ARV. Foram 23
diferentes esquemas ARV de resgate autorizados, sendo 3 classes
farmacológicas as mais frequentes: NRTI, PI potencializado e GI. A
associação de 3TC TDF+ DRV/R +RAL correspondeu a 16 (24,2%)
solicitações; 3TC+ TDF+ DRV+ RTV+ RAL+ ETV a 7 (10,6%); 3TC TDF
DRV/RTV a 6 (9,0 %) das solicitações (Figura 07). A tabela 3 mostra a
classe farmacológica com falha terapêutica, o novo esquema antirretroviral
adotado e as classes farmacológicas utilizadas na terapia de resgate com
suas frequências relativas e absolutas. A figura 8 mostra a porcentagem de
classes de antirretrovirais com falha terapêutica.
40
Figura 7: Esquemas ARV autorizados para terapia de resgate com as novas drogas ARV utilizadas nos pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de set/ 2010 a abril/2011.
0 2 4 6 8 10 12 14 16
3TC TDF DRV RTV RAL
3TC TDF ETV DRV RTV RAL
3TC TDF DRV RTV
3TC TDF EFZ DRV RTV
3TC LOP RTV RAL
3TC EFZ DRV RTV RAL
3TC TDF LOP RTV T20
AZT 3TC TDF DRV RTV
3TC ABV DRV RTV RAL
AZT 3TC TDF ETV DRV RAL
AZT 3TC TDF EFZ DRV RTV
3TC ETV DRV RTV
AZT 3TC DRV RTV
AZT 3TC TDF DRV RTV RAL
EFZ LOP RTV RAL
3TC TDF EFZ DRV RTV RAL
3TC TDF FPV RTV RAL
FTC TDF FPV RTV RAL
3TC ABC DRV RTV
3TC ATV RTV RAL
3TC TDF DRV RTV RAL T20
DRV RTV RAL T20
ETV DRV RTV RAL
antirretrovirais
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%)
1(1,5%
2(3.0%)
2(3,0%)
2(3,0%)
2(3,0%)
2(3,0)%
2(3,0%)
3(4,5%)
2(3,0%)
3(4,5%)
4(6,2%)
4(6,2%)
6(9,1%)
7(10,7%) 16(24,3%
frequência
Esquemas antirretrovirais com as novas drogas ARV usadas na TARV na
prescrição atual de resgate
41
Tabela 3: Classes de antirretrovirais que apresentaram falha terapêutica e esquemas antirretrovirais de resgate segundo a classe farmacológica empregados nos pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de set/2010 a abril/2011.
Classe de
antirretroviral
em falha
terapêutica
Classe terapêutica
utilizada em esquema
de resgate
Antirretrovirais utilizados na
terapia de resgate
Freq.
absoluta
Freq.
relativa
NNRTI
2NRTI +PI/R+GI
3TC TDF FPV RTV RAL
1 1,5
TDF FTC FPV RTV RAL
1 1,5
NRTI + PI/R+GI
3TC ATV RTV RAL
1 1,5
3TC LOP RTV RAL
4 6,1
2NRTI + PI/R+FI
3TC TDF LOP RTV T20
3 4,6
NNRTI +PI
3NRTI + PI/R +GI
AZT 3TC TDF DRV RTV RAL
2 3,0
3NRTI + PI/R
AZT 3TC TDF DRV RTV
2 3,0
2NRTI +PI/R+GI
3TC TDF DRV RTV RAL
16 24,3
3TC ABV DRV RTV RAL
2 3,0
2NRTI + PI/R
AZT 3TC DRV RTV
2 3,0
3TC TDF DRV RTV
6 9,1
3TC ABV DRV RTV
1 1,5
2NRTI +PI/R+ GI +FI
3TC TDF DRV RTV RAL T20
1 1,5
PI
3NRTI + NNRTI
+PI/R
AZT 3TC TDF EFZ DRV RTV
2 3,0
3NRTI +NNRTI +
PI/R+GI
AZT 3TC TDF ETV DRV RAL
2 3,0
2NRTI +NNRTI +
PI/R
3TC TDF EFZ DRV RAL
4 4,6
2NRTI
+NNRTI+PI/R+ GI
3TC TDF EFZ DRV RTV RAL 1 1,5
3TC TDF ETV DRV RTV RAL 7 10,7
NRTI+NNRTI +PI/R
+GI
3TC EFZ DRV RTV RAL
3 4,6
NRTI+NNRTI +PI/R
3TC ETV DRV RTV 2 3,0
NRTI + PI
NNRTI +PI/R +GI
ETV DRV RTV RAL
1 1,5
NRTI
NNRTI +PI/R +GI
EFZ LOP RTV RAL
1 1,5
NRTI + NNRTI
+ PI
PI/R +FI+GI
DRV RTV RAL T20
1 3,0
42
Classes de antirretrovirais que apresentaram falha terapêutica
Figura 8: Classes de ARV que apresentaram falha terapêutica antes para os pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de set/ 2010 a abril/2011.
4.6. Esquemas antirretrovirais de resgate não autorizados
Não foram autorizadas 4 (5,7%) solicitações. Em três delas por
introdução de uma nova droga no esquema ARV sendo que as demais drogas
em uso estavam plenamente ativas, foram elas:
AZT+3TC+TDF+DRV/R+RAL, não foi autorizado o RAL porque a
T20 ainda estava plenamente ativa.
3TC+ TDF+ DRV/ R+RAL não foi autorizada a introdução daT20,
pois as demais drogas estavam ativas não sendo necessário
mais uma droga para a TARV de resgate.
AZT+3TC+TDF+DRV/R, não foi autorizado, pois utilizava
esquema HAART anterior com AZT+3TC+TDF+LOP/R sendo
que o algoritmo de interpretação de genotipagem mostrava
apenas 1 mutação principal e sensibilidade ao PI.
Nessas três solicitações propostas com as novas drogas usadas em
TARV de resgate não havia NNRTI e eram dois ou três ARV da classe dos
NRTI associados as outras classes de ARV.
No quarto caso, no esquema ARV: 3TC+ TDF+ ETV+DRV/R não foi
autorizada a ETV devido ao paciente estar usando simultaneamente a
rifampicina, que diminui a concentração plasmática da ETV.
43
4.7. Pacientes sem adesão ao tratamento
Três (4,2%) pacientes realizaram apenas uma retirada de
medicamentos segundo registro no SICLOM, antes da solicitação TARV de
resgate com as novas drogas ARV.
Paciente 1: último esquema HAART cuja genotipagem mostra a
sensibilidade aos seguintes ARV: 3TC, TDF, ATV e RTV, apresentou
resistência aos NNRTI e PI sendo adotado o seguinte esquema de resgate:
3TC, TDF e ETV.
Paciente 2: último esquema HAART utilizado antes da falha terapêutica
foi 3TC TDF LOP RTV, apresentou resistência viral a NRTI, NNRTI e PI e o
esquema de resgate proposto foi FTC, TDF, FPV RTV e RAL.
Paciente 3; último esquema HAART utilizado foi 3TC, TDF, LOP e RTV
como apresentou resistência viral a NNRTI E PI o esquema de resgate
adotado foi 3TC, TDF DRV e RTV.
44
Na tabela 4 são apresentadas as classes de ARV e os esquemas ARV
empregados, número de esquemas ARV diferentes, número de pacientes em
uso e as interações medicamentosas possíveis de ocorrer entre os ARV das
diferentes classes farmacológicas.
Tabela 4: Esquemas ARV de resgate distribuídos em classes farmacológicas com suas interações medicamentosas e com o número de pacientes que retiraram medicamentos na farmácia ambulatorial do IIER, no período de setembro de 2010 a abril de 2011.
Classes
de
ARV
Esquema ARV Núm. de
esquemas
Pacientes
em uso
Interações
farmacológicas
entre os ARV de
diferentes classes
NRTI
PI
AZT 3TC TDF DRV RTV
AZT 3TC DRV RTV
3TC ABV DRV RTV
3TC TDF DRV RTV
4 11 Sem interações
NRTI
NNRTI
PI
AZT 3TC TDF EFZ DRV
RTV
3TC TDF EFZ DRV RTV
3TC ETV DRV RTV
3 8
EFZ + DRV/RTV
ETV + DRV/RTV
NRTI
NNRTI
PI
GI
AZT 3TC TDF ETV DRV
RAL
3TC TDF EFZ DRV RTV
RAL
3TC TDF ETVDRV RTV
RAL
3TC EFZ DRV RTV RAL
4 13
EFZ + DRV/RTV
ETV + DRV/RTV
ETV + TDF
TDF + RAL
NNRTI
PI
GI
ETV DRV RTV RAL
EFZ LOP RTV RAL
2 2
ETV+ DRV/ RTV
EFZ +LOP/RTV
NRTI
PI
GI
AZT 3TC TDF DRV RTV
RAL
3TC TDF FPV RTV RAL
TDF FTC FPV RTV RAL
3TC TDF DRV RTV RAL
3TC ABCDRV RTV RAL
3TC ATV RTV RAL
3TC LOP RTV RAL
7 27
TDF + RAL FPV/
RTV+ RAL
ATV/ RTV+ RAL
NRTI
PI
FI
3TC TDF LOP RAL T20
1 3 Sem interações
NRTI
PI
GI
FI
3TC TDF DRV RTV RAL
T20 1 1 Sem interações
PI
GI
FI
DRV RTV RAL T20
1 1 Sem interações
O anexo XV analisa as interações medicamentosas das novas drogas ARV utilizadas em esquemas
ARV de resgate.
45
5. Discussão
A população estudada foi constituída de pacientes com AIDS que
apresentavam falha em HAART e com exposição prévia prolongada a um
número elevado de medicamentos. No Brasil, a universalização do acesso à
terapia antirretroviral já tem 3 décadas e possibilitou um novo perfil crônico da
doença: houve diminuição da taxa de mortalidade e morbidade, associada a
maior frequência de comorbidades e tratamentos concomitantes de várias
doenças.
Em nosso estudo, os pacientes multiexperimentados em terapia
antirretroviral iniciaram a terapia de resgate com as novas drogas ARV após a
falha terapêutica.
Nossos dados sociodemográficos ficaram restritos às informações
cadastradas no SICLOM, um sistema eletrônico de dispensação de
medicamentos, no qual os operadores se limitam a preencher os campos
obrigatórios para promover fluidez no atendimento. Os dados de escolaridade
e estado civil, no entanto, estavam incompletos ou indisponíveis no sistema.
Constatou-se que foram, predominantemente, pacientes adultos, na faixa
etária de 25 a 59 anos, que utilizaram a HAART por vários anos consecutivos e
obtiveram maior expectativa e qualidade de vida. Segundo Geocze (2010),
houve uma diminuição em 33% na taxa de mortalidade após início da HAART.
Entre os pacientes, 96% eram usuários de serviços públicos e 77,1%
residentes na capital, todos retirando medicamentos na farmácia ambulatorial
do IIER.
A farmácia do IIER é a maior unidade dispensadora de antirretrovirais do
Brasil. Em 2014, além das ações de aquisição, armazenamento, controle e
distribuição dos medicamentos, implantou-se o projeto de assistência
farmacêutica com acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes
portadores de doenças infecciosas a nível ambulatorial e de enfermarias. O
presente estudo analisou as interações medicamentosas e desencadeou ações
coletivas de educação junto às equipes multiprofissionais e pacientes, visando
o uso racional dos medicamentos.
Em nosso estudo, os esquemas ARV usados na HAART constituíram-se
de três classes farmacológicas: NRTI, NNRTI e PI. As associações mais
encontradas foram: 2 NRTI +PI/R (37%), 2NRTI+NNRTI+PI/R (7%) e 2NRTI+
46
NNRTI (4%). Os esquemas HAART adotados que utilizaram PI foram todos
potencializados com RTV, em virtude da ação inibidora do RTV sobre o
CYP450, principal grupo de enzimas responsáveis pelo metabolismo dos PI.
O tempo transcorrido para o aparecimento da resistência ao esquema HAART
que os pacientes estavam em uso antes da prescrição analisada no presente
estudo foi de (20,4±1,3) meses, o que mostrou durabilidade da associação
das três classes de ARV na infecção pelo HIV/AIDS.
Dos pacientes sem adesão à HAART (4,2%), todos realizaram apenas
uma retirada dos medicamentos antes de apresentarem falha virológica. Não
foi possível determinar quais os fatores que levaram a menor adesão ao
tratamento porque essa informação não foi relatada nas solicitações da TARV
de resgate. Comorbidades, uso de substâncias psicoativas em excesso e
questões sociais relacionadas às condições econômicas são situações
observadas em alguns pacientes atendidos no IIER e podem interferir na
adesão ao tratamento.
A falha terapêutica com a HAART pode ter causas diversas, tanto de
adesão como de potência insuficiente do esquema ARV. É o caso dos
esquemas duplos nos quais houve falha terapêutica de NNRTI e PI/R. Fatores
relacionados à farmacocinética dos medicamentos tais como: absorção,
metabolismo e eliminação do fármaco do organismo são influenciados pelas
interações medicamentosas e produzem alterações nas concentrações
séricas dos fármacos, além de poder provocar falha terapêutica. O teste de
genotipagem para o vírus HIV orientou a escolha das drogas que foram
usadas na prescrição na TARV de resgate com o objetivo de realizar a
supressão viral e consequentemente o controle da doença.
Para iniciar a TARV de resgate, os pacientes que apresentaram falha
terapêutica na HAART solicitaram os novos antirretrovirais junto às Câmeras
Técnicas, cuja avaliação foi fundamentada no Consenso Brasileiro de Terapia
Antirretroviral vigente e normatizada através de Notas Técnicas. Na
elaboração destes documentos, além da eficácia e efetividade dos ensaios
clínicos, o fator custo foi considerado para adoção de determinado
medicamento ou recomendação. A normatização do acesso à TARV provocou
diminuição dos pedidos dos medicamentos ARV pela via judicial. Procurou-se
47
dessa forma atingir a universalidade do acesso à TARV e aumentar o arsenal
terapêutico para o tratamento do HIV/AIDS.
De acordo com o Consenso de 2008, na composição dos esquemas
ARV de resgate não poderiam ser utilizados os NNRTI (EFZ e NVP), sempre
que um deles apresentasse falha virológica provocada pela baixa barreira
genética dos NNRTI. Nesse caso, apenas uma mutação de resistência poderia
levar à resistência a toda classe. Em nossa pesquisa, o EFZ foi utilizado em
cinco (21,7%) dos esquemas ARV de resgate. O EFZ é indutor da CYP3A4 e
substrato das isoforma CYP2A6, sendo que na associação com PI/R, que são
metabolizados pela CYP3A4, ocorrem alterações da AUC do EFZ e dos PI.
No esquema ARV de resgate EFZ+ LPV+ RIT + RAL (4,4%), a
associação de EFZ e LOP provoca diminuição da concentração de LOP. Nesse
caso, foi necessário ajustar as doses do LOP para (400/100) mg duas vezes
ao dia. Na associação do EFZ com DRV/R, presente em quatro esquemas
(17,3%) ARV de regate, houve aumento da concentração de EFZ e não foi
necessário ajuste de doses, mas segundo Hazas (2010), seria necessário
monitorar a toxicidade do EFZ no SNC.
Nenhum esquema ARV de resgate tinha NVP. Além da baixa barreira
genética atestada pela genotipagem, drogas com maior toxicidade são
preteridas em relação a outras da mesma classe. Segundo Wit (2008), a
restrição ao uso da NVP deveu-se às lesões e insuficiência hepática que ela
poderia causar. A ETV, NNRTI de segunda geração, possui maior barreira
genética que os demais ARV da mesma classe, além de sofrer metabolismo
oxidativo realizado por isoformas do citocromo P450 com posterior
glucoronidação. Em quatro (17,4%) dos esquemas ARV de resgate foi
utilizada a ETV. Como se trata de um fraco indutor da CYP3A4, a ETV foi
usada quando a ação antiviral dos outros PI/R estava reduzida e associada
ao DRV/R, sem necessidade de ajuste de doses.
Em nossa pesquisa, 56,5% dos esquemas ARV de resgate associavam 3TC
com TDF e AZT. A 3TC sempre deveria ser utilizada mesmo com a mutação
(M184V), pois ela aumenta a atividade inibitória do TDF e AZT. Entretanto, na
associação 3TC +ABC+DRV/R foi autorizada para um paciente, mesmo na
presença da mutação de resistência (M184V) o que, ao contrário dos outros
NRTI, diminuiu a resposta do ABC. A FTC que é fosforilada dentro da célula e
48
totalmente eliminada através dos rins (por possuir estrutura semelhante a
3TC) foi utilizada com a mesma função, ou seja, potencializar a ação antiviral
do TDF. Segundo Hazas (2010) a associação de 3TC e TDF não produz
alterações das quantidades biodisponíveis das drogas, mas a um riso de
toxicidade renal com elevação dos níveis de ureia e creatinina devido a
diminuição da depuração o que pode provocar disfunção tubular proximal.
Na associação com os demais antirretrovirais FTC+ TDF+ FPV/R +
RAL não foram esperadas interações medicamentosas que afetassem a ação
das demais drogas, seja por metabolismo hepático (FPV/R) ou por serem
metabolizadas pela UGT1A1 (RAL). Para 83,3% dos esquemas HAART que
apresentaram a falha virológica em PI/R de 1ª geração, a opção, como TARV
de resgate, foi o DRV potencializado com RTV, associados aos NRTI, NNRTI,
GI ou T20.
O Comitê Assessor em Terapia Antirretroviral estabeleceu sua
indicação quando não existissem mais opções de PI com a administração
potencializada pelo RTV, atividade I ou S do DRV, e presença de outra droga
com atividade I ou S, pertencente a outra classe. Segundo Marcellin (2010),
não há resistência cruzada entre o DRV e os demais PI, e para ocorrer a
resistência ao DRV são necessárias quatro ou mais mutações virais. 95,6%
dos esquemas ARV de resgate eram com PI/R e, entre os PI, 69,5% eram
DRV/R. Segundo Molina (2007), os PI/R são empregados na maioria dos
esquemas adotados na TARV de resgate.
A ação inibitória do RTV sobre o metabolismo hepático aumentaria as
concentrações séricas das demais drogas e conferiria maior barreira genética
aos esquemas ARV, diminuindo o risco de novas mutações e de falha
terapêutica. Dois pacientes (3,0%) utilizaram o esquema ARV AZT+ 3TC +
TDF+ ETV+DRV + RAL, que não foi potencializado pelo RTV, com a
justificativa que havia mutações na protease que conferiam resistência ao
RTV. Porém, o RTV não é utilizado por sua ação antiviral, mas sim, por sua
ação inibitória na isoforma CYP3A4. A escolha do DRV e a ausência do TPV
nos esquemas ARV de resgate com as novas drogas ARV foi atribuída à
genotipagem, ao perfil multacional e à maior hepatoxicidade significativa do
TPV (KATZUNG, 2006). Observe-se ainda, que o uso inicial do TPV é restrito
às crianças e adolescentes com até 18 anos de idade, sem mais opções com
49
PI de 1ª geração, como FPV e LOP potencializados com RTV (PNDST/AIDS,
MS, NT 67/2011).
Os PI de 1ª geração utilizados na TARV de resgate foram ATV, LOP e
FPV, todos eles com indicação para se associar ao RTV, por causa da ação
inibidora do RTV sobre a isoforma 3A4 do citocromo P450. No esquema
3TC+ ATV\R+ RAL (4,5%) não ocorreram interações medicamentosas entre o
ATV e o NRTI, pois a 3TC possuía eliminação renal e não interferiu no
metabolismo do ATV. Na associação ATV com RAL não se esperavam efeitos
que alterassem a farmacocinética do RAL. No esquema proposto não
estavam associados NNRTI, pois na associação com o ATV, ocorreria
diminuição das concentrações dos NNRTI e aumento da resistência viral por
causa da baixa barreira genética dessa classe.
O LOP estava presente em três dos esquemas ARV de resgate: 3TC+
LOP\ R+ RAL, 3TC+ TDF+ LOP\ R+ T20 e EFZ+ LOP\ R+ RAL. Não
ocorreram interações medicamentosas que apresentassem significado clínico
entre os NRTI (TDF e 3TC) com o LOP. A ação indutora do EFZ sobre a
CYP3A provocou diminuição da concentração do LOP nos pacientes com uso
prévio de outros PI.
Também não ocorreram alterações na AUC do LOP na associação com
a T20, pois ela não modifica o metabolismo das drogas biotransformadas
pelas enzimas do CYP450. O FPV esteve presente em dois esquemas ARV
de resgate 3TC+ TDF+ FPV/ RTV+ RAL e TDF+ FTC+ FPV/ RTV+ RAL. Na
associação com NRTI (3TC, TDF, FTC), o potencial de interação
medicamentosa foi baixo e não houve alterações farmacocinéticas nas
drogas. A associação do FPV com RAL provocou diminuição da AUC e Cmin
e Cmáx do RAL. A T20, por ser um peptídeo e sofrer hidrólise proteolítica, foi
administrada por via subcutânea, não interagindo com drogas com
metabolismo hepático (NNRTI ou PI) ou que sofreram glucoridação (RAL).
Para aumentar a eficiência e ação antiviral, a T20 foi associada ao PI/R
e não aos NNRTI, devido à baixa barreira genética dos FI e NNRTI, o que
poderia gerar falha virólogica e resistência viral. O esquema ARV de resgate
preponderante, usando T20, foi 3TC+ TDF+ LOP+ RTV +T20 (4,5%), na
presença de PI/R de 1ª geração com atividade plena, e NRTI, 3TC e TDF
associados, para evitar a resistência viral da mutação M184V.
50
Nesse estudo 5,7% das solicitações foram negadas pela Câmara
Técnica avaliadora. Na associação AZT+3TC+TDF+DRV/R, a informação
enviada foi a de que T20 estava plenamente ativa. Ela é indicada pelo
Consenso para iniciar TARV de resgate na presença de uma droga com
atividade plena ou sensível (S) e de uma droga com atividade intermediária (I)
para os pacientes com imunodeficiência grave e doença clínica avançada. Na
solicitação do esquema ARV não foi relatado pelo médico os fatores
relacionados aos inconvenientes do uso da via de administração subcutânea
da T20, que geraria dificuldades para o acompanhamento posológico (preparo
da solução injetável, técnicas de administração e comodidade) e poderiam
provocar falha virológica em virtude da sua baixa barreira genética.
No esquema ARV 3TC+ TDF+ DRV/ R+ RAL não foi autorizada a
introdução da T20, pois na última genotipagem detectou-se atividade plena ou
intermediária para os NRTI, PI E GI, desse modo, seria desnecessária a
introdução da T20 para compor esquema ARV de resgate. Dos pacientes que
já utilizavam TARV de resgate, 40,0% apresentaram falha terapêutica com o
uso da T20. A solicitação de ETV para paciente com vírus resistente a T20,
no esquema de resgate com 3TC+ TDF+ ETV+DRV/R em uso simultâneo de
rifampicina, também foi recusada porque a rifampicina é indutora da isoforma
CYP3A4 do citocromo P450, o que reduziria as concentrações plasmáticas da
ETV em decorrência dela ser substrato desta isoforma.
A associação DRV/R no esquema AZT+3TC+TDF+DRV/R não foi
autorizada, pois o PI do esquema HAART anterior (AZT+3TC+TDF+LOP/R)
possuía atividade plena e o uso de DRV/R seria indicado apenas quando não
existissem mais opções de PI com a administração potencializada pelo RTV.
Somente 6,0% das solicitações aprovadas pela Câmara Técnica
Avaliadora apresentaram interações medicamentosas inapropriadas, nos
esquemas ARV de resgate com 3TC+ TDF+ FPV+ RTV+ RAL e TDF+ FTC+
FPV+ RTV+ RAL. O RAL sofreu depuração enzimática pela UGT1A1 através
da glucoronidação e não inibiu a ação da p-gp, no organismo. O FPV é
convertido em APV e metabolizado pela CYP3A4, por isso, foi indispensável a
associação com o RTV, que é um inibidor dessa isoforma. Segundo Cruciani
(2015) o RAL possui baixo possui baixo potencial de interações
medicamentosas, porém na associação entre o FPV e RAL na associação
51
entre o FPV e RAL existiu provável indução p-gp pelo FPV, com diminuição
das concentrações de RAL Cmax de 51% a 75%; AUC de 55% a 76%; e
Cmin de 36 % a 57%, segundo Glaxo Wellcome (2011), esta associação não
é recomendada. O esquema ARV de resgate AZT+ 3TC + TDF+ ETV+DRV +
RAL foi autorizado mesmo sem o DRV estar potencializado pelo RTV. Apesar
da introdução da ETV elevar a barreira genética do esquema ARV, a
introdução do RTV garantiria maior durabilidade ao esquema ARV de resgate,
inibindo o metabolismo hepático. Lopes (2007) afirma que e o RTV não é
utilizado por sua ação contra o vírus HIV, mas por inibir o metabolismo do
CPY450, isoforma CPY3A4 e aumentar os níveis séricos das demais drogas
antirretrovirais.
Num processo metabólito predominantemente hepático, as variações na
sequência genética nas enzimas do CYP450 formaram diferentes isoformas
como, por exemplo, CYP3A4, CYP 2D6, CYP2A6, CYP2C9. Segundo Wanq
(2010), elas são responsáveis por 90% do metabolismo das drogas, além de
produzirem indivíduos com variáveis perfis metabólitos: metabolizadores
lentos, intermediários e rápidos. Esses metabolizadores poderiam possuir
diferentes concentrações de drogas biodisponíveis com o mesmo esquema
terapêutico. Para o esquema ARV 3TC+ TDF+ ETV+ DRV/R+ RAL, por
exemplo, o TDF e 3TC sofrem fosforilação ativa e são eliminados pela via
renal, portanto, a associação poderia provocar acúmulo TDF e aumentar a
toxicidade nos túbulos renais. Na associação do TDF com RAL houve
aumento de 49% da AUC do RAL com TDF e diminuição de 37% da AUC da
ETV, provocada pela associação com DRV/RIT. Segundo Dickinson (2009),
nesses casos, não seriam necessários ajustes de doses.
Constatamos que para os pacientes que já utilizavam as novas drogas
antirretrovirais em terapia de resgate, a falha terapêutica, fundamentada no
resultado de genotipagem, ocorreu em média de 16,7±1,7 meses, tempo
menor que o do último esquema HAART: que foi de 20,4±1,3 meses. Mesmo
nas associações com elevado potencial terapêutico, o menor tempo de
duração da TARV de resgate com as novas drogas ARV pode estar
relacionado às interações fortuitas que provocariam dimuição da
biodisponibilidade dos NNRTI e PI. Isso é preocupante, pois existem poucas
52
opções de medicamentos de 2ª geração do mesmo grupo de drogas e menor
possibilidade de composição com as drogas de novas classes.
É incontestável que as diferentes interações medicamentosas
interferem na farmacocinética dos ARV e provocam no organismo efeitos
clínicos relevantes desejáveis e indesejáveis, mas também podem alterar a
concentração dos fármacos sem produzir efeitos farmacodinâmicos no
organismo. Para Stockley (2002), as interações que não produzem efeitos no
organismo estão relacionadas nas listas de drogas incompatíveis e são
apenas teóricas. Diferenciar as duas situações é imprescindível para o
sucesso da TARV de resgate.
No monitoramento da TARV, os dois indicadores utilizados foram a
carga viral e a contagem de linfócitos TCD4+. Segundo Gutierrez (2004), eles
são os mais sensíveis para detectar o risco de adoecimento e morte
ocasionados pela falha terapêutica. São utilizados em períodos de
estabilidade clínica e são confirmados por novos exames, colhidos com
intervalo de tempo adequado e distantes no mínimo quatro semanas da
resolução de doenças infecciosas ou vacinações. Geralmente, esses exames
são repetidos de três a seis meses conforme o estado clínico do paciente,
presença de coinfecção por outros agentes oportunistas ou deterioração
clínica que pode indicar falha terapêutica. Porém, existem lacunas de
monitoramento rotineiro da CV e do uso de critérios clínicos e imunológicos
para determinar a falha do tratamento. Os pedidos de genotipagem podem
não ser imediatos e se os testes de resistência fossem realizados, o paciente
já apresentaria falha de tratamento. Não há informações claras sobre o
período de falha virológica no momento da solicitação. Além disso, podem
ocorrer falhas de comunicação entre médicos, pacientes, Serviço de Farmácia
e Câmara Técnica avaliadora do Programa Estadual, desde a solicitação até
a autorização e efetiva dispensação dos ARV usados em TARV de resgate. O
atraso no emprego desses novos agentes pode prolongar os efeitos tóxicos
nos pacientes que utilizaram TARV por vários anos.
Nessa pesquisa, 4,2% dos pacientes apresentaram falha virológica em
virtude da falta de adesão ao tratamento. Dos pacientes com adesão, 1,5%
apresentou falhas virológicas nos NRTI, sendo adotado o esquema de
resgate EFZ+ LOP/ RTV+ RAL, por causa das mutações de resistência para
53
AZT, ABC, TDF associados com 3TC. As falhas virológicas associadas às
mutações em NNRTI e PI corresponderam a 83,3%. Em estudo de revisão
realizado por Sigaloff (2011) e colaboradores, em regiões de escassos
recursos da América Latina, África e Ásia. a prevalência de mutações
associadas aos NRTI foram de 80%, e aos PI de 54%. Embora realizadas
com propostas e objetivos diferentes, a comparação dos resultados mostrou
que, no caso do paciente apresentar acesso à TARV e possuir adesão ao
tratamento, há maior percentual de falha virológica nos PI e NNRTI, que são
as classes farmacológicas que possuem maior número de interações
medicamentosas.
Ibraim (2010) acredita que a durabilidade dos esquemas
antirretrovirais aumentaria com a mensuração dos níveis séricos de
antirretrovirais através do método de Cromatografia Líquida de Alta
Performance que seria uma das maneiras de se determinar dosagens mais
precisas para cada paciente. Para Lamotte (2004), a dosagem plasmática dos
ARV permitiria avaliar a adesão dos pacientes, orientar ajustes sorológicos na
investigação de toxicidade por um agente antirretroviral, ou mensurar a
interferência farmacocinética em pacientes acometidos por outras infecções
como: hepatites, portadores de insuficiência hepática ou renal, pacientes com
pesos extremos e gestantes.
Nesse estudo, realizamos a revisão de literatura científica sobre
interações medicamentosas para descrever qual a interferência exercida no
metabolismo e na biodisponibilidade dos ARV. Não houve um levantamento
fenotípico, como por exemplo, da capacidade do HIV replicar-se em diferentes
concentrações de drogas, ou o acompanhamento da evolução terapêutica em
decorrência da utilização dos medicamentos. Adotamos modelos teóricos
para representação das interações medicamentosas e analisamos por sete
meses se as interações medicamentosas nos esquemas com as novas
drogas ARV corroboravam resultados de estudos anteriores.
Lembramos também, que os critérios de autorização da terapia de
resgate com as novas drogas ARV, além de técnicos científicos, visam a
universalização da distribuição dos medicamentos, o que pode provocar
distorções na escolha dos novos medicamentos ARV e diminuição do
potencial terapêutico.
54
6. Conclusões
Verificamos em nosso estudo que os homens na idade adulta foram a
maioria dos pacientes que iniciaram terapia de resgate com as novas drogas
ARV. Eles são predominantemente usuários de serviços públicos e
moradores da cidade de São Paulo.
Para esses pacientes que são multiexperimentados em terapia
antirretroviral e apresentaram falha terapêutica na HAART, as novas drogas
antirretrovirais são as opções de medicamentos disponíveis. Embora a
associação das novas drogas proporcionem esquemas antirretrovirais com
elevado potencial terapêutico, nossa pesquisa demonstrou um tempo menor
de duração da terapia antirretroviral de resgate com as novas drogas se
comparado ao último esquema antirretroviral adotado na HAART.
Fatores relacionados à farmacologia dos medicamentos foram
importantes para garantir maior durabilidade do esquema ARV. Entre as
novas drogas antirretrovirais verificamos interações medicamentosas que
provocaram subconcentrações de drogas e geraram resistência viral.
Também se observou que as elevadas concentrações de fármacos
potencializaram os efeitos adversos e a toxicidade, além de serem capazes
de produzir intolerância aos medicamentos.
Monitorando as prescrições de ARV na farmácia do IIER identificamos
quais associações estavam adequadas e se as associações inadequadas (4%
do total) contribuiriam para falha terapêutica.
7. Proposta em desenvolvimento
Durante o estudo foi possível constatar ainda, que melhores resultados
terapêuticos seriam alcançados com a participação dos profissionais que
atuam na farmácia do IIER. Por isso elaboramos um projeto de assistência
farmacêutica que, recentemente, foi aprovado pela Secretaria de Estado da
Saúde. Neste sentido, serão desenvolvidas ações de educação com os
pacientes e demais profissionais sobre o uso racional e seguro dos
medicamentos, a partir de temas como interações medicamentosas,
posologia e questões relacionadas à dispensação e informações técnicas
sobre os medicamentos.
55
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ANEXOS
ANEXO I. CLASSE DE MEDICAMENTOS ANTIRRETROVIRAIS
Os medicamentos utilizados no tratamento do HIV/ AIDS são divididos nas seguintes classes:
Inibidores da transcriptase reversa análogos nucleosídeos
É a classe mais antiga dos antirretrovirais. Bloqueiam a capacidade
da TR do VIH formar uma cadeia de DNA complementar a partir do RNA do
genoma viral. Para que os nucleosídeos tenham atividade antiviral contra a
enzima transcriptase reversa, necessitam ser fosforilados pelo organismo
pelas enzimas celulares chamadas de quinases , interrompendo assim a
replicação viral Atuam através da inibição competitiva do dexonucleotídeo
trifosfato fisiológico impedindo, assim a extensão da fita. São eficazes
contra o HIV-1 e o HIV-2 (SOUZA, 2003).
Fármacos dessa classe utilizados: abacavir (ABC), zidovudina (AZT),
lamivudina (3TC), estavudina (d4T), didanosina (DDI), emtricitabina (FTC).
O disoproxil fumarato (TDF) é uma pró-droga do tenofovir que é um
análogo nucleotídeo
Zidovudina
A AZT também conhecida como Retrovir, ZDV ou 3’-azido-3’-
desoxitimidina. AZT é um análogo da timidina que possui um grupamento
3’-azido em lugar de 3’-hidroxila. A zidovudina é um sólido cristalino solúvel
em água na proporção de 20 mg/mL. Em relação ao mecanismo de ação,
após a difusão do fármaco para o interior das células do hospedeiro, a
zidovudina é inicialmente fosforilada pela timidina cinase, em seguida é
transformada em difosfato pela timidilato cinase, e por fim se converte na
forma trifosfatada. O trifosfasto de zidovudina, que tem meia vida
intracelular de eliminação de 3 a 4 horas, inibe a transcriptase reversa em
competição com o trifosfato de timidina. Como o grupamento 3’-azido evita
a formação da ligação 5’-3’- fosfodiéster, a incorporação da zidovudina
provoca o término da cadeia de DNA. A seletividade antiviral da zidovudina
se deve a sua maior afinidade pela transcriptase reversa do HIV do que
pelas DNA polimerases humanas. A caracterização dos metabólitos
farmacológicos intracelulares do AZT provoca um melhor entendimento das
concentrações e biodisponibilidade e um regime racional de doses para a
população HIV infectada. Em consequência prolonga a sobrevida, reduz as
infecções oportunistas, promove ganho de peso com melhora do estado
funcional geral e aumento da contagem de linfócitos T CD4+ (ORENGO,
2000; SILVA, 2006; CARVALHO, 2007).
Didanosina
A DDI foi desenvolvida para ser uma pró-droga da 2,3-
didesoxiadenosina (DDA) que é altamente tóxica. A DDI é instável em meio
ácido e completamente estável em meio básico, por exemplo, uma solução de
didanosina a 10 % em pH < 3 a 370
C, se decompõe em menos de dois
minutos. (FDA, 2000). A biodisponibilidade da didanosina diminui em
presença de alimento. Portanto é recomendado que toda formulação de DDI
seja administrada com o estômago vazio. As formulações orais de DDI
contêm agentes tamponantes para aumentar o pH gástrico, normalmente,
carbonato de cálcio e hidróxido de magnésio. As formulações que não
apresentam os agentes tamponantes devem ser administradas
acompanhadas de hidróxido de alumínio ou magnésio. Essa alteração de pH
e incompatibilidade de administração com outros antirretrovirais levou a
formulação de cápsulas com revestimento entérico e liberação lenta, com
adequação de posologia (OLIVEIRA, 2003).
A DDI penetra nas células por difusão passiva utilizando o mesmo
mecanismo que os nucleosídeos fisiológicos. Como os outros nucleosídeos
análogos, três níveis de fosforilação são requeridos para a forma ativa
trifosfato, portanto, sofre biotransformação intracelular originando 2’, 3’-
didesoxiadenosina trifosfato (DDATP), metabólito ativo que ao inibir a TR,
suprime a replicação do vírus HIV (BALINT, 2001).
Lamivudina
A 3TC, que também é um análogo dos dideoxinucleosídios sofre fosforilação
intracelular, dando origem ao metabólito ativo, trifosfato de lamivudina, que
assim como a AZT age inibindo a atividade da TR. A pirimidina, presente no
anel heterocíclico da lamivudina foi o primeiro fármaco aprovado pelo FDA
(Food and Drug Administration) com atividade contra HIV-1, HIV-2 e hepatite
B (LAVRA 2006).
A combinação de fármacos ARV é adotada ao invés da monoterapia, como
primeira escolha para tratamento de pacientes com infecções pelo HIV. A 3TC
é administrada em combinação com a AZT é um agente efetivo para o
tratamento de pacientes tanto sintomáticos, quanto assintomáticos. Há
mutantes de HIV M184V-resistentes, com um alto nível de resistência a 3TC.
A mutação M184V pode restaurar a sensibilidade fenotípica à AZT, indicando
que esses dois fármacos administrados em esquemas de combinação podem
ser particularmente benéficos (KATZUNG, 2006). Usada em HAART torna-se
uma combinação geralmente efetiva para tratamento da AIDS. Nesta
combinação há dois NRTI e um NNRTI ou DDI, 3TC, e EFZ administradas
diariamente em adultos e crianças. Ela foi considerada eficiente e de longa
tolerabilidade (BECK, 2007; BOUAZZA, 2010).
Estavudina
Após fosforilação intracelular, assume a forma de trifosfato de
estavudina (d4T), competindo com o nucleotídeo natural timidina na formação
de acido nucléico resultando na interrupção da formação da cadeia. Inibe
também a síntese do DNA viral através da interrupção da cadeia de DNA
devido à ausência do grupo 3'-hidroxil, o qual é necessário para a elongação
do DNA. O trifosfato de estavudina também reduz acentuadamente a síntese
de DNA mitocondrial. (RODRIGUES 2010)
É rapidamente absorvida após a administração por via oral, com
biodisponibilidade de cerca de 86%, tem meia-vida plasmática de 1 hora e
meia-vida intracelular prolongada, cerca de 3,5 horas. Atinge concentrações
no LCR de cerca de 30 a 40% equivalentes a concentração sérica. Atravessa
a barreira placentária. Dentre os representantes da classe dos NRTI, a d4T foi
a droga que mais se relacionou com complicações metabólicas. () (LOPES,
2007; RANG & DALE, 2005; RODRIGUES, 2009). A principal toxicidade
provocada pela d4T é a neuropatia periférica provavelmente provocada pela
inibição da síntese de DNA mitocondrial, que é associada também a acidose
lática e esteatose hepática, principalmente quando administrada com DDI. Em
estudo comparatvo em diferentes regimes HAART, constatou-se o incremento
do risco cardiovascular com 2 ITRN sendo um deles a d4T (MILLER, 2000;
RODRIGUES, 2009).
A d4T e outros NRTI vêm sendo sustituidos por ABC e TDF devido à
menor toxicidade dos mesmos. (MARTIN 2010)
Abacavir
O ABC foi o décimo quinto antirretroviral aprovado pela FDA, é um
análogo da guanosina (RANG & DALE, 2005), com atividade contra o HIV-1 e
HIV-2, incluindo as estirpes de HIV-1 com sensibilidade reduzida à AZT, 3TC,
DDI e nevirapina (NVP), disponível para utilização em combinação com outros
agentes antirretrovirais e tem demonstrado, eficácia, poucas interações
medicamentosas e uma favorável utilização a longo prazo, pois apresenta
baixa toxicidade (MALLAL, 2008). Pacientes com aumento de antígeno
leucocitário humano (HLA-Ihuman leukocyte antigen) que apresentam em
particular HLA-B*5701 podem ter uma reação hipersensível que pode ser fatal
(HSR - sometimes fatal hypersensitivity reactions). Antes de iniciar ou reiniciar
o tratamento deve-se realizar teste genético para o HLA-B*5701. É
recomendado o uso de uma terapia alternativa em caso de pacientes nessas
condições (FDA, 2008).
Tenofovir
O TDF foi aprovado pela FDA em 2001 para tratamento do HIV e em
2008 para tratamento da hepatite B. O tenofovir disoproxil fumarato é uma pró
droga do tenofovir que é hidrolisado intracelular a tenofovir e fosforilado a um
análogo nucleotídeo da desoxiadenosina monofosfato, inibidor da TR do HIV-
1e HIV-2 e também do HBV, é indicado em combinação com outros
antirretrovirais para o tratamento de infecções por HIV em adultos e crianças
maiores que 12 anos (LIBORIO, 2008; MARTIN, 2010).
Apesar de dados de literatura sugerirem que a nefrotoxicidade ao TDF
ocorra em baixa frequência sua etiologia é confirmada tanto por estudos
experimentais como relato em casos humanos. Acúmulo de TDF nos túbulos
proximais pode causar insuficiência renal aguda, necrose tubular, disfunção
tubular proximal, proteinúria, glicosúria renal, hipocalemia, fosfatúria
(LIBORIO, 2008; BASELT, 2008).
Em estudos realizados em países do oeste da África o TDF foi usado
como profilático para mulheres não infectadas com HIV e os resultados
obtidos foram relevantes. A forma em gel usada em mulheres com aderência
superior a 80% mostrou redução da infectividade em torno de 50% em estudo
realizado na África do Sul (KARIM, 2010).
Emtricitabina
A FTC é um derivado fluorado da 3TC ativo contra HIV-1 e HIV-2 e
HBV. Foi aprovado pela FDA em julho de 2003.
A FTC tem uma meia-vida longa, cerca de 10 horas, sendo utilizada no
Brasil, em combinação com TDF na dose fixa diária de FTC, 200 mg e 300mg
de TDF, Truvada® (DELAHUNTY, 2009; MASHO, 2007).
Como 3TC e outros NRTI é uma pró droga que deve ser fosforilada
dentro da célula a forma trifosforilada ativa emtricitabina 5-trifosfato. Essa é
incorporada pela TR dentro do elongamento pró viral do DNA em cadeia
levando a terminação da síntese de DNA (SAAG, 2006).
A FTC é bem absorvida por via oral em doses isoladas e sua
farmacocinética não é afetada com o consumo de alimentos. Ela é totalmente
eliminada através dos rins, por isso é necessário ajuste da dose em caso de
insuficiência renal e com clearence de creatinina abaixo de 30 mL por minuto
(MASHO, 2007; LOPES, 2007).
Em estudo realizado no Peru, Equador, Brasil, Tailândia, África do Sul
e Estados Unidos, em 2009, durante seis meses com homens e adultos
transexuais que apresentaram comportamento sexual de risco, o uso de
FTC/TDF mostrou diminuição na infecção pelo HIV entre 21% e 73%
conforme a adesão dos participantes voluntários. (CDC, 2011).
Inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos
Eles ligam-se à TR de modo não competitivo e reversível. Depois de
estarem ligados à enzima, os NNTRI afetam a atividade da enzima,
restringindo a sua mobilidade num ponto crítico e impossibilitando a sua
função. A enzima fica, a partir deste momento, incapaz de interagir
devidamente com o RNA vírico para produzir DNA vírico. São mais eficazes
contra o HIV-1 do que contra HIV-2. Apresentam ausência de resistência
cruzada com os NRTI. (SOUZA 2003). Fármacos dessa classe: NVP, EFZ e
ETV.
Nevirapina
A NVP foi o primeiro NNRTI a ser aprovado para o tratamento do
HIV. A princípio a FDA aprovou o uso exclusivo para adultos em 1996, na
Europa foi aprovado em 1997 e a autorização da FDA para o uso em crianças
foi em 1998. Assim como os NRTI a NVP possui como alvo a TR, mas atua de
forma não competitiva impedindo a transcrição do RNA viral para o DNA. Bem
absorvida por via oral, não sofre interferência pela ingestão de alimentos ou
antiácidos. A metabolização hepática é através do grupo de enzimas do
citocromo P450 sendo que a NVP induz seu próprio metabolismo (LOPES,
2007).
Estudos mostrando que a NVP poderia causar lesão hepática grave e
insuficiência hepática fez com que o United States Department of Health and
Social Services (U.S. DHSS) recomendasse restrição no uso da NVP. Devido
às reações de hipersensibilidade, pacientes com terapia anterior que iniciam
terapia ARV baseada na NVP, com elevada contagem de células CD4+ e
carga viral indetectável tem maior probabilidade de interrupção do tratamento
quando comparado a outros grupos de pacientes (GUIDE LINE, 2006; WIT,
2008).
Efavirenz
O EFZ é um NNRTI usado na HAART para o HIV-1, não é efetivo
contra o HIV-2, pois a TR desse possui uma estrutura diferente que confere
resistência intrínseca aos NNRTI e é também obscura a eficácia do EFZ em
terapia inicial. Ele sofre metabolismo primário e secundário pelas enzimas
CYP2B6 e CYP2A6 é excretado em sua forma livre e conjugada
(MBUAGBAW 2011; REN 2002).
Estudos de relação estrutura-atividade mostraram que a presença do
grupo trifluormetila no EFZ melhorou a potência do fármaco por diminuição
da constante de ionização ácida (pKa- acid dissociation constant
logarithmic) do carbamato cíclico, grupamento farmacológico relevante no
reconhecimento molecular deste fármaco pela TR através de importantes
interações com o hidrogênio. Modificações no pKa de um composto
resultam em alterações profundas farmacocinéticas e farmacodinâmicas
(LOPES, 2007).
Pacientes em uso de EFZ podem apresentar sintomas psíquicos
como confusão mental, insônia, perda de memória, para amenizar esses
sintomas o EFZ é administrado antes de dormir (CESPEDES-ABERG 2006;
LOPES, 2007).
Após exposição ao HIV, o EFZ é também usado em combinação
com outros antirretrovirais como agente profilático por pessoas em
situações de risco.
Etravirina
A ETV foi aprovada pela FDA em 18 de janeiro de 2008 para uso em
combinação com outros ARV para tratamento de adultos com infecção pelo
HIV-1. No Brasil a ETV está indicada nas situações em que o perfil de
resistência viral, a atividades dos PI (incluindo DRV) estiver reduzida,
comprometendo a potência de supressão da replicação viral, mesmo com a
associação com o RAL (BRASIL, NT 287/2010; FDA, 2008).
A ETV é um novo NNRTI considerado de segunda geração. Atua
bloqueando a atividade da RNA-dependente e da DNA-dependente através
da quebra do sítio catalítico da enzima. Ela possui alta barreira genética para
a resistência viral e mantém atividade antiviral na presença de mutações
comuns aos NNRTI. Como outras novas drogas antirretrovirais é uma opção
de tratamento para pacientes multi experimentados com virus resistente e
também virus do tipo selvagem (, 2008; , 2009).
A ETV mostrou-se muito efetiva no tratamento de pacientes que
apresentaram falha terapêutica antirretroviral anterior. Estudos clínicos
demostraram que a ETV em combinação com outros antirretrovirais
diminuiram a carga viral RNA HIV a níveis indectáveis, carga viral < 50
cópias/mL e aumento da contagem de células CD4+ (ELSAYED- CALDWELL,
2010; FULLERTON DS, 2010).
O metabolismo da ETV é oxidativo e feito através do sistema hepático
no citocromo P450: CYP3A4, CYP2C9 e CYP2C19 com subsequente
glucoronidação dos metabólitos (, 2006).
Inibidores da protease
Desde a sua introdução em meados de 1990, os PI tem sido a pedra
fundamental da terapia antirretroviral combinada (CART- combination
antiretroviral therapy) (HUGHES, 2009).
Os PI ligam-se às proteases impedindo a sua função. A partir do
momento em que assumem a sua posição, os PI abandonam o local,
tornando a protease inativa. Eles interferem no processamento das
poliproteínas gag e gag-pol no vírion em brotamento e resultam em partículas
não infecciosas. Os PI são usados em esquemas alternativos para início da
terapia numa associação IP e RTV. Os PI potencializados pelo RTV
apresentam maior barreira genética à resistência viral em relação aos NNTRI
(LOPEZ, 2007).
A combinação de PI com RTV como adjuvante farmacológico tem
como vantagens: proporcionar níveis sanguíneos do PI mais elevados,
estáveis e por tempo mais prolongado; menor risco de mutações que confiram
resistência viral (BARTLETT, 2006). Fármacos dessa classe utilizados: SQV,
RTV, IDV, DRV, FPV, LPV, ATV e TPV.
Saquinavir
O SQV foi o primeiro inibidor da protease com ação para o HIV-1 e
HIV-2 aprovado pela FDA em 1995. Em 1997 foi elaborada a forma em
cápsulas gelatinosas a fim de aumentar a biodisponibilidade.
O SQV sofre extenso metabolismo de primeira passagem pela CYP450
e atua tanto como inibidor quanto como substrato da isoforma CYP3A4. A
coadministração com o inibidor da CYP450, RTV, foi adotada pelos médicos,
visto que a inibição do metabolismo de primeira passagem do SQV pelo RTV
pode resultar em níveis mais elevados e, portanto, maior eficácia terapêutica,
do SQV (KATZUNG, 2006).
As reações adversas mais comuns são: diarreia, dores abdominais e
náuseas; exposição recente ao ABC ou à DDI esteve associada ao aumento
no risco de infarto do miocárdio. Nenhuma associação foi encontrada entre o
risco de infarto do miocárdio e exposição cumulativa ao SQV (WORM, 2010).
Ritonavir
O RTV é um sal do ácido paratoluenossulfônico, com ampla
distribuição tecidual, metabolizado pelo fígado e por ele excretado, embora
uma pequena quantidade, inferior a 5%, seja eliminada pelos rins. Ele é um PI
utilizado em esquema HAART, não é utilizado por sua ação contra o vírus
HIV, mas por inibir o metabolismo do CPY450, isoforma CPY3A4 aumentando
os níveis séricos das demais drogas antirretrovirais (CARVALHO, 2007;
LOPES, 2007).
A redução na atividade antirretroviral de RTV está essencialmente
associada às mutações V28A/F/T/S e M184V da protease. O acumulo de
outras mutações no gene da protease (incluindo nas posições 20, 33, 36, 46,
54, 71 e 90) pode também contribuir na resistência ao RTV (KATZUNG, 2006;
RODRIGUES, 2010).
O RTV é usado em dose fixa combinada com o LPV, na terapia para
adultos e crianças. A adição do RTV faz com que os níveis plasmáticos de
LPV sejam mais prolongados e duráveis pela inibição da isoenzima 3A4 do
sistema enzimático CYP450. A elevação dos níveis plasmáticos desse
fármaco é dezenas de vezes superior à concentração necessária para inibir o
vírus selvagem (que não apresenta mutações genéticas que conferem
resistência) (LOPES, 2007).
Os pacientes em uso de RTV podem apresentar efeitos colaterais
gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, dor abdominal, fraqueza,
parestesia periférica e perioral, alterações do paladar e cefaleia. Igualmente
são descritas alterações laboratoriais como elevação do colesterol,
triglicérides enzima hepáticas e creatina- fosfoquinase (LOPES, 2007).
Indinavir
O IDV foi o oitavo antirretroviral aprovado pela FDA em março de 1996,
utilizado na HAART junto com dois NTRI, quando a falência na TARV inicial.
Quando utilizado com único PI, necessita de meio ácido para ser bem
absorvido, sofrendo interferência ao ser ingerido com alimentos,
especialmente com alto teor de gorduras. Isso faz com que ele deva ser
administrado longe das refeições, uma hora antes ou duas horas depois com
alimentos leves (RODRIGUES, 2010).
O IDV metabolizado pelo complexo CYP450 apresenta interações com
diversas drogas. A principal delas é com o RTV. Quando utilizados
simultaneamente, ambos PI sofrem elevação nos níveis séricos e o IDV
requer ajuste de posologia. A inibição da formação de óxido nítrico provocada
pelo metabolismo do IDV induz a vasoconstrição e pode produzir isquemia
renal com formação de cálculos e falência renal. O tratamento com esta droga
é geralmente associado à leucocituria, clearence de creatinina reduzido,
lipidemia elevação de colesterol e triglicérides além de lipodistrofia (EIRA,
2006; LOPES, 2007).
Fosamprenavir
O FPV é um éster fosfatado do IP amprenavir é rapidamente convertido
a amprenavir, forma ativa do FPV após a administração oral. Como ocorre
com outros PI do HIV-1, o FPV liga-se ao sitio ativo da protease do HIV-1,
impedindo o processamento dos precursores virais das poliproteínas Gag e
Gag-Pol e resultando na formação de virions imaturos não infectantes
(TORRES & ARDUINO, 2007).
Os alimentos não afetam a absorção do APV após a administração dos
comprimidos de FPV, portanto os comprimidos de FPV podem ser ingeridos
independentes da ingestão de alimento. Menos que 1% do APV é excretado
na urina, a via renal não é a principal forma de eliminação, a principal rota de
eliminação ocorre por via hepática pelo metabolismo do citocromo P450. O
APV é um indutor e inibidor da CYP3A4. Além do mais, FPV é normalmente
administrado em combinação com RTV que é muito metabolizado pelo
CPY3A4 e mais potente inibidor que o APV.
Atazanavir
O ATV é um PI componente da TARV para tratamento do HIV-1,
aprovado em muitos países para uso em adultos e em alguns países em
crianças. É o mais recente PI de primeira geração, atua inibindo a clivagem
das poliproteinas gag e gag-pool impedindo a maturação do virion (CROOM,
2009; HUGHES, 2009). O ATV é utilizado em combinação com vários NRTI
da TR, PI e NNTRI. Estudos realizados demonstraram eficiência do ATV em
pacientes virgens de tratamento, em pacientes já em terapia com RTV, e em
esquemas contendo RIT/LOP (CROOM, 2009). Com boa absorção oral,
melhorada quando administrado com alimentos, possui longa meia-vida, o
que permite seu uso em dose única diária. O ATV não deve ser administrado
com inibidores de bomba de prótons, como o omeprazol e pantoprazol, pois
estes diminuem sua concentração e reduzem a eficácia terapêutica. Essa
medicação deve ser administrada com cautela em associação aos inibidores
de receptores H2, quando é recomendado intervalo de doze horas entre
ambos, e antiácidos, quando é recomendado intervalo de duas horas antes ou
uma hora após o uso dessas drogas (LOPES, 2007). O ATV é metabolizado
pelo citocromo P450, isoenzima 3A4 e eliminado inicialmente pelas vias
biIiares, podendo ser usado por pacientes com insuficiência renal.
Potencializado ou não por outros antirretrovirais, o ATV produz menos efeitos
colaterais metabólicos, incluindo alteração dos níveis de lipídeos quando
comparado com outros PI. (CROOM, 2009; LOPES, 2007).
Darunavir
O DRV é uma segunda geração de PI e foi projetado para ser ativo
contra o HIV resistente aos PI disponíveis atualmente. Durante seu
desenvolvimento, foi designado como TMC114. O DRV foi aprovado para uso
nos Estados Unidos em junho de 2006. (RODRIGUES, 2010).
O DRV atinge seu pico de concentração plasmática de 2,5h à 5h
depois de ingerido é metabolizado pelas enzimas hepáticas do citocromo
P450, enzimas CYP3A. A administração junto com ritonavir inibe as enzimas
CYP3A aumentando sua biodisponibilidade. Sua meia-vida é de 15h.
Os pesquisadores acreditam que certo número de mutações são
necessárias se acumular antes de uma resposta reduzida ao medicamento. O
vírus é classificado como sensível com menos de três mutações, possível
resistência até três mutações e resistente com quatro ou mais mutações.
Há pouca resistência cruzada entre DRV e outros PI (MARCELLIN,
2010; MACKEAGE, 2009; RODRIGUES, 2010).
Tipranavir
PI de segunda geração aprovado pela FDA em 2005 para uso em
terapia antirretroviral adulto e pediátrico em 2008. No Brasil, está indicado em
esquemas antirretrovirais de resgate para crianças e adolescentes infectados
pelo HIV apresentando genotipagem recente com atividade plena (S) ao TPV
ou resistência completa(R) ou intermediária (I) a outros antirretrovirais da
mesma classe disponíveis a esta faixa etária (BRAZIL NT 67/2011).
O TPV é uma sulfonamida não peptídica que possui alta ligação às
proteínas plasmáticas (>99,9%) e meia-vida de 4-8h. Ele é um potente indutor
da enzima 3A4 do citocromo P450 sendo associado ao RTV em dose dupla
diária de200mg. Dessa forma tem demonstrado potente atividade
antirretroviral e maior tolerância (HICKS, 2006; HUGHES, 2009).
Estudo randomizado de 2006, realizado em vários países com mais de
1000 pacientes durante 24 a 48 semanas, mostrou que a combinação de TPV
e RTV com uma ou duas dozes diárias diminui a carga viral de 1 log10 copias
por mL ou níveis abaixo do valor basal (HICKS, 2006).
Efeitos adversos como alterações gastrointestinais, níveis de colesterol
e triglicérides elevados foram observados em estudos realizados, além de
aumento de risco de hemorragia intracraniana quando associado a outros
fatores médicos.
Inibidores de integrase
A enzima integrase (IN) é responsável pela integração do DNA viral ao
cromossomo hospedeiro, permitindo assim a continuação do ciclo da
replicação viral. Uma das vantagens da HIV-IN é que não apresenta qualquer
homólogo celular, o que auxiliaria no desenvolvimento de drogas com menor
índice de efeitos colaterais. Além disso, a IN utiliza um único sítio ativo para
acomodar duas diferentes configurações dos substratos de DNA (DNA
hospedeiro e DNA próviral). Aparentemente esses compostos têm a
capacidade de prevenir o processo de integração mesmo após a formação do
chamado complexo pré-integrativo, formado pelo DNA viral, IN e outras
proteínas. (HICKS, 2006; SOUZA, 2003). Fármacos dessa classe utilizados:
RAL.
Raltegravir
O RAL também conhecido como MK-0518, foi um dos primeiros
antirretrovirais de uma nova classe, os inibidores da IN. Foi aprovado
inicialmente pela FDA em outubro de 2007 para pacientes com resistência à
HAART. Esse fármaco impede a transcrição do RNA do HIV no DNA do
genoma humano inibindo a ação da integrase, passo fundamental da
replicação viral. Indicado para ser utilizado em pacientes multiexperimentados
em TARV com falha terapêutica e resistência antirretroviral documentada por
genotipagem (BRAZIL, NT 307/2008).
Os ensaios clínicos com RAL mostraram reduções significativas da
carga viral do HIV e consequente aumento das contagens de células T CD4
(RODRIGUES, 2010). O RAL deve ser utilizado com precaução quando
administrado com indutores de UGT1A1, incluindo a rifampicina. Esses
indutores do UGT1A1 podem reduzir as concentrações plasmáticas do RAL
(WENNING LA, 2009).
Estudo realizado com RAL em esquemas antirretrovirais demonstrou
atividade antirretroviral potente e durável assim como o EFZ, mas foram
atingidos níveis indetectáveis de CV num tempo mais curto. Não houve
aumento dos níveis séricos de colesterol total, colesterol de baixa densidade,
ou triglicerídeos após 24 ou 48 semanas de tratamento (MARKOWITZ, 2007).
O estudo de sua estrutura, mecanismo de ação e interações, assim
como, os efeitos do seu uso em vivo mostraram a origem da resistência viral
(MOUSCADET, 2009).
Inibidores de Fusão (IsF)
Atuam de forma diferente das demais classes de antirretrovirais, evitam
a fusão do HIV com o linfócito T, ou seja, o HIV nem sequer consegue
penetrar no linfócito T, bloqueiam as seguintes formas de interação: interação
da gp 120 com o CD4++; interação da gp 120 com os correceptores;
interações com a gp 41 (SOUZA & ALMEIDA, 2003). Fármacos utilizados
dessa classe: T-20.
Enfuvirtida
A T-20 representa a primeira droga de uma nova classe de ARV, os
IsF. Trata-se de um peptídeo sintético de 36 aminoácidos que se liga, fora da
célula, especificamente à cadeia de repetição heptavalente HR1 e HR2 da
glicoproteína gp41 do HIV, inibindo o seu rearranjo estrutural e fusão viral,
dessa forma, bloqueando a entrada do vírus na célula, age de forma
competitiva inibindo a interação entre os domínios HR1 e HR2, necessários
para a fusão viral (TENORE & FERREIRA 2007). A T-20 mimetiza a estrutura
da gp41, responsável pela fusão e adesão do vírus HIV à célula CD4+. Como
a ação do fármaco é extracelular, pode-se obter o sucesso terapêutico
mesmo em pacientes com vírus resistentes a todos os outros ARV. A
administração de T-20 não pode ser por via oral porque se trata de um
peptídeo, sendo rapidamente digerido no trato gastrintestinal. Estudos
mostraram que a via de administração subcutânea é mais efetiva que a
intramuscular, bem tolerada, mantendo as concentrações de T-20 em estado
de equilíbrio durante 12 horas após a injeção SC. Em estudo fase I e II, a
monoterapia com T-20 resultou em uma rápida redução de carga viral, média
de 1,96 log10 cópias/ml depois de 14 dias de tratamento (SOUZA 2003). A
ligação às proteínas é elevada (92%) e o metabolismo parece ocorrer por
meio de hidrolise proteolítica, sem a participação do sistema CYP450
(KATZUNG, 2006).
Antagonista da CCR5
A CCR5 é uma proteína dupla receptora (GPR5) que é expressa sobre
várias células envolvidas na reposta imunológica: linfócitos T, monócitos,
macrófagos, células dendriticas e micróglias (FERAIN, 2011). Fármacos
dessa classe: MVC.
Maraviroc
O antagonista do receptor CCR5 da quimiocina, MVC atua de
maneira competitiva sobre um coreceptor humano da superfície celular
impedindo a fixação do vírus à célula humana.
A ligação do MVC no coreceptor CCR5, bloqueia o receptor do HIV-1
anexo para o coreceptor e evita que o HIV-1 entre nas células hospedeiras.
(TAKAHASHI, 2010) Faz parte de uma nova classe de drogas que tem
como alvo o envelope viral protêico, agindo sobre a célula hospedeira.
(ALENCAR CS, 2010; WESTBY, 2006).
Mecanismo de ação do maraviroc
Disponível em: http://medscape.com/view/article/705842_3&u. Acesso em
30/03/2011.
O MVC é bem tolerado, a carga viral não aumenta de imediato mesmo
após a cessação da droga, o que indica que parte dos receptores
permanecem bloqueados por algum tempo. Antagonistas de CCR5 têm sido
clinicamente efetivos para prevenir a interação entre a gp120 viral e a CCR5 e
assim impedindo que o vírus entre dentro da célula (FERAIN, 2011).
ANEXO II- MUTAÇÕES QUE CONFEREM RESISTÊNCIA AOS
ARV
Algorithm "Algoritmo_versao_12(05-2012)" ddI Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [69ins,151M/L,67del ]
Rule 2 - Result R:
Have at least 1 [65R, 69D/N, 74V/I]
Rule 3 - Result R:
( Have at least 5 [41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F, 219E/Q/N/R ] ) And
Have at least 1 [184V/I]
Rule 4 - Result I:
Have at least 1 [75T,184V/I, 70E]
Rule 5 - Result I:
Have at least 3 [41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W,215Y/F, 219Q/E/N/R ]
SQV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 5 [10F/I/R/V, 20M/R/T/I, 24I,36V/L, 46I/L, 48V,53L,54L/T/V/M, 58E, 62V,
71V/T/I,73S/T/C/A, 74A,
82A/F/T/I/S, 84V/A/C, 88D/S, 90M ]
Rule 2 - Result I:
Have at least 4 and at most 4 [10F/I/R/V, 20M/R/T/I, 24I,36V/L, 46I/L, 48V,53L,
54L/T/V/M,58E, 62V, 71V/T/I,
73S/T/C/A, 74A,82A/F/T/I/S, 84V/A/C ,88D/S,90M ]
AZT+3TC Rule 1 - Result N:
Not have at least 1 [184V/I]
Rule 2 - Result R:
( Have at least 1 [184V/I] ) And
( Have at least 4 [40F, 41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W,215Y/F/C/D/S/I/E/N/V,219Q/E/N/R] )
Rule 3 - Result I:
( Have at least 1 [184V/I] ) And
( Have at least 3 [40F, 41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W,215Y/F/C/D/S/I/E/N/V,219Q/E/N/R] )
Rule 4 - Result R:
( Have at least 1 [184V/I] ) And
( Have at least 1 [69ins, 67del,151M/L] )
IDV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 5 [10F/I/R/V, 20M/R/T/I, 24I, 32I ,36L/V, 46I/L, 48V, 54L/T/V, 58E, 71/T/V/I,
73A/S/T/C, 76V,
77I,82A/F/I/S/T, 84V/A/C, 88S/D, 90M, 93L]
Rule 2 - Result I:
Have at least 4 and at most 4 [10F/I/R/V, 20M/R/T/I, 24I, 32I ,36L/V, 46I/L, 48V, 54L/T/V,
58E, 71/T/V/I,
73A/S/T/C, 76V, 77I,82A/F/I/S/T, 84V/A/C, 88S/D, 90M, 93L]
3TC Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [69ins,151M/L, 67del ]
Rule 2 - Result R:
Have at least 1 [184V/I]
Rule 3 - Result I:
Have at least 1 and at most 1 [65R/N] Or
Have at least 2 and at most 2 [44A/D,118I]
Rule 4 - Result I:
Have at least 3 [41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F, 219E/Q/N/R]
EFV Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [100I, 101E/P/Q, 103N/A/S/T/Q/H, 106A/M, 181C/I/V,188C/H/L,
190A/S/E/Q/C/T/V, 225H, 230L ]
LPV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 8 [10F/I/R/V, 16A/E, 20M/R/T/I, 24I/V, 32I, 33F,34Q, 36I/V, 43T, 46I/L, 47A/V,
48V/M, 50V,
53L,54A/M/L/S/T/V,55E/R, 58E,63P, 71I/L/T/V, 73S/P/T/C/A,74S, 76V, 82A/F/I/S/T/M/L/C,
84V/A/C,89I/M/V, 90M,
91S ]
Rule 2 - Result I:
Have at least 6 and at most 7 [10F/I/R/V, 16A/E, 20M/R/T/I, 24I/V, 32I, 33F,34Q, 36I/V, 43T,
46I/L, 47A/V,
48V/M, 50V, 53L,54A/M/L/S/T/V,55E/R, 58E,63P, 71I/L/T/V, 73S/P/T/C/A,74S, 76V,
82A/F/I/S/T/M/L/C,
84V/A/C,89I/M/V, 90M, 91S ]
Rule 3 - Result I:
Have at least 4 and at most 5 [10F/I/R/V, 20M/R, 24I, 33F, 46I/L, 47A,50V,
53L,54M/L/T/V,63P, 71I/L/T/V,
76V,82A/F/S/T, 84V, 90M]
Rule 4 - Result R:
Have at least 6 [10F/I/R/V, 20M/R, 24I, 33F, 46I/L, 47A,50V, 53L,54M/L/T/V,63P, 71I/L/T/V,
76V,82A/F/S/T, 84V,
90M]
d4T Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [69ins,151M/L,67del,75M/S/A/T]
Rule 2 - Result R:
Have at least 3 [41L, 67N/E/G, 69D/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F,219Q/E/N/R]
Rule 3 - Result I:
Have at least 1 [65R/N]
Rule 4 - Result I:
Have at least 2 and at most 2 [41L, 67N/E/G, 69D/G, 70R/G/N, 210W,215Y/F, 219E/Q/N/R]
ATV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [50L]
Rule 2 - Result R:
Have at least 8 [10I/V/F/R, 16E, 20R/M/T/I, 24I, 32I, 33F/I/V, 36I/L/V,45R, 46I/L/V, 48M/V,
53L,
54L/M/V,60E,63P, 71V/T/I,73C/S/T/A,82A/F/I/S/T/M/L/C, 84A/C/V,85V, 88D/T/S,
89M/V/Q/T, 90M ]
Rule 3 - Result I:
Have at least 6 and at most 7 [10I/V/F/R, 16E, 20R/M/T/I, 24I, 32I, 33F/I/V, 36I/L/V,45R,
46I/L/V, 48M/V, 53L,
54L/M/V,60E,63P, 71V/T/I,73C/S/T/A,82A/F/I/S/T/M/L/C, 84A/C/V,85V, 88D/T/S,
89M/V/Q/T, 90M]
Rule 4 - Result R:
Have at least 3 [10F/I/V,16E,33F/I/V,46I/L,60E,84V,85V,90M]
NVP Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [98G, 100I, 101E/P/Q, 103N/A/S/T/Q/H, 106A/M, 108I, 179D/E/F, 181C/I/V,
188C/H/L,
190A/S/E/Q/C/T/V, 227L/C, 230L ]
ETV Rule 1 - Result R:
Have at least 2 [181I/V/C, 100I,101P,230L]
Rule 2 - Result R:
Have at least 1 [181I/V/C,100I, 101P,230L] And
Have at least 1 [90I,98G,101E/H,106I,138A/G/K/Q,179F/T/D,190A/S]
Rule 3 - Result R:
Have at least 3 [90I,98G,101E/H,106I,138A/G/K/Q,179F/T/D,190A/S]
Rule 4 - Result I:
Have at least 2 [90I,98G,101E/H,106I,138A/G/K/Q,179F/T/D,190A/S]
Rule 5 - Result I:
Have at least 1 [181I/V/C, 100I,101P,230L]
TDF Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [65R,69ins,151M/L,67del,70E]
Rule 2 - Result R:
( Have at least 3 [41L, 67N, 70R/G/N, 210W, 215Y/F, 219E/Q/N/R] ) And
( Have at least 1 [41L,210W ] )
Rule 3 - Result I:
Have at least 1 [115F]
DRV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 8 [10F,11L/I,15V, 32I, 33F,35G, 41I/T,46I/L, 47A/V, 48/M, 50V, 54L/M/V/A,
70E, 73S/T/A/C,
74P,76V, 82A/I/T/F/L/M,84V,85V, 89V]
Rule 2 - Result R:
Have at least 5 [11I, 32I, 33F, 47F/V, 50V, 54L/M, 73S, 74P, 76V, 82T, 84V, 89V]
Rule 3 - Result I:
Have at least 6 and at most 7 [10F,11L/I,15V, 32I, 33F,35G, 41I/T,46I/L, 47A/V, 48/M, 50V,
54L/M/V/A, 70E,
73S/T/A/C, 74P,76V, 82A/I/T/F/L/M,84V,85V, 89V]
Rule 4 - Result I:
Have at least 3 and at most 4 [11I, 32I, 33F, 47F/V, 50V, 54L/M, 73S, 74P, 76V, 82T, 84V,
89V ]
TPV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 8 [10V/F/I, 13V, 20M/R/V,24M, 32I, 33F, 35G, 36I/L/V, 37D, 43T, 45I, 46I/L,
47A/V, 48V,
54A/M/V/S/T, 58E, 69I/K/N/Q/R/Y,71V, 73C/S/T/A,74P, 77I, 82AL/T, 83D, 84A/V/C,
89V/I/M/R/T]
Rule 2 - Result I:
Have at least 6 and at most 7 [10V/F/I, 13V, 20M/R/V,24M, 32I, 33F, 35G, 36I/L/V, 37D, 43T,
45I, 46I/L, 47A/V,
48V, 54A/M/V/S/T, 58E, 69I/K/N/Q/R/Y,71V, 73C/S/T/A,74P, 77I, 82AL/T, 83D, 84A/V/C,
89V/I/M/R/T]
TDF+3TC Rule 1 - Result N:
Not have at least 1 [184V/I]
Rule 2 - Result I:
( Have at least 3 [41L, 67N, 70R, 210W, 215Y/F, 219Q] ) And
( Have at least 1 [41L, 210W] ) And
Have at least 1 [184V/I]
Rule 3 - Result I:
Have at least 1 [151M/L] And
Have at least 1 [65R/N ] And
Have at least 1 [184V/I]
Rule 4 - Result R:
( Have at least 1 [67del , 69ins] ) And
( Have at least 1 [184V/I] )
FPV/R Rule 1 - Result R:
Have at least 8
[10F/I/V/R,11I,20M/R/T/I,24I,32I,33F,35D,41K,43R,46I/L,47V,48M,50V,54L/V/M/A/T/S,58E
,62V,
63P, 71V/T,73S/T/C/A,76V,82A/F/I/T/S/M/C,84V/A/C,85V,89V/T,90M,93L ]
Rule 2 - Result I:
Have at least 6 and at most 7
[10F/I/V/R,11I,20M/R/T/I,24I,32I,33F,35D,41K,43R,46I/L,47V,48M,50V,54L/V/M/A/T/S,58E
,62V, 63P,
71V/T,73S/T/C/A,76V,82A/F/I/T/S/M/C,84V/A/C,85V,89V/T,90M,93L]
ABC Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [69ins,151M/L,67del]
Rule 2 - Result R:
( Have at least 1 [184V/I] ) And
( Have at least 1 [65R, 74V/I,115F] )
Rule 3 - Result R:
( Have at least 1 [184V/I] ) And
( Have at least 3 [41L, 67N/E/G, 70R/G/N,210W, 215Y/F, 219E/Q/N/R] )
Rule 4 - Result I:
Have at least 1 [65R, 74V/I, 115F]
Rule 5 - Result I:
Have at least 4 [41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W, 215Y/F, 219Q/E/N/R]
Rule 6 - Result I:
Have at least 1 [184V/I]
AZT Rule 1 - Result R:
Have at least 1 [69ins,151M/L,67del ]
Rule 2 - Result R:
Have at least 3 [40F, 41L, 67N/E/G, 70R/G/N, 210W,215Y/F/C/D/S/I/E/N/V,219Q/E/N/R]
Rule 3 - Result I:
Have at least 2 [40F,41L,67N/E/G,70R/G/N,210W,215Y/F/C/D/S/I/E/N/V, 219Q/E/N/R]
Rule 4 - Result I:
Have at least 1 [40F,70R/G/N,210W,215Y/F/C/D/S/I/E/N/V, 219Q/E/N/R]
ANEXO III - Gráfico da fração de vírus não afetados pela droga (fu-
Fraction of viruses or infection events unaffected by the drug) pelo
log da concentração de droga (D- Drug concentration), (fu vs. log
D), com mutações virais para a enfuvirtida (I) e raltegravir (II).
A presença de mutações deslocam a curva para a direita e aumentam a IC50.
Enfuvirtida (I ) Raltegravir (II) Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Dose%E2%80%93response%20curve%20slope%20is%20
a%20missing%20dimension%20in%20the%20analysis%20of%20HIV-1%20drug%20resistance.
Acesso em: 28/04/2011.
ANEXO IV- Interações e contra indicações dos agentes
antirretrovirais usados em terapia de resgate
Contra indicação e interação de antirretrovirais com tipranavir e darunavir.
Tipranavir
Darunavir
Dose usual 500 mg com ritonavir 200 mg
duas vezes diariamente (Orman
2008)
600 mg com ritonavir 100 mg
duas vezes diariamente
(pacientes multiexperimentados)
(tibotec 2009)
800 mg com ritonavir 100 mg
uma vez diariamente (pacientes
virgens de tratamento) (tibotec
2009)
Características farmacocinéticas Substrato e indutor da CYP2A4.
Substrato e indutor da CYP3A4;
ligeiro indutor do CYP2C9,
moderado indutor da CYP1A2, e
potente inibidor da CYP2D6.
Indutor da Pgp e glucoronil
transferase. (Orman 2008)
Substrato e inibidor da CYP 3A4
Substrato da Pgp (Fenton 2007)
(Lopes 2007)
Alimentos
Com alimentos.(Orman 2008) Com alimentos (Fenton, 2007)
Em combinação com outros
antirretrovirais
inibidores de protease
Usar com atazanavir,
fosamprenavir,
lopinavir/ritonavir, uso não
recomendado com saquinavir
(Sabo 2006).Se usado com
fosamprenavir,
lopinavir/ritonavir ou saquinavir
– considerar monitoramento de
dose terapêutica se disponível
(Harris 2006)
Não é necessário ajuste de dose
com atazanavir
300mg(Sekar2007)
Uso com lopinavir/ritonavir e
saquinavir não é recomendado
devido à dimunição dos níveis
de dose do darunavir (Sekar
2007)
Análogos não nucleosídeos
inibidores da transcriptase
reversa
Não é necessário ajustar dose
com efavirenz e nevirapina
(Sabo- MAC GREGOR 2001)
Não usar com etravirina
(SCHOLLER 2006)
Não é necessário ajustar doses
com efavirenz, etravirina e
nevirapina. Cuidado: efavirenz,
Cmin diminui significativamente
quando coadministrado com
darunavir 900 mg com ritonavir
100 mg diariamente (VAN
2007)
Use com cuidado com
nevirapina, aumento o potencial
de provocar efeitos hepáticos da
nevirapina.
Análogos nucleosídeos
inibidores da transcriptase
reversa
Didanosina deveria ser dada em
jejum, entretanto separado 2h de
alimentos. Não é necessário
ajuste de doses com outros
NNRTIs (ROSZKO 2003)
Didanosina deve ser dada em
jejum, entretanto separada 2h de
alimentos e também separado 2h
de medicamentos dados com
alimentos. (SEKAR V-
SPINOSA-GUZMAN 2007)
Não é necessário ajuste de
dosagens com tenofovir (ABEL
2007)
Inibidores da CCR5 Dose de maraviroc é 300mg
duas vezes diariamente (ABEL
TAYLOR-WORTH 2005)
Reduzir a dose de maraviroc
para 150 mg. (MATHIAS 2007)
Inibidores da Integrase Não é necessário ajustar dose
com raltegravir (MATHIAS
2007)
Não é necessário ajuste de dose
com raltegravir (MATHIAS
2007)
Disponível em: http://informahealthcare.com/doi/abs/10.1517/14656560903176446. Acesso
em 28/04/2011. Adaptado de New antiretroviral drugs: a review of the efficacy, safety,
pharmacokinetics, and resistance profile of tipranavir, darunavir, etravirine, rilpivirine,
maraviroc, and raltegravir.
Contra indicação e interação de antirretrovirais com maraviroc.
Maraviroc
Dose usual
Depende do medicamento administrado
concomitantemente 150 – 600 mg duas vezes
ao dia. (Pfizer Labs 2007)
Características
farmacocinéticas
Maraviroc é um substrato da glicoproteina P
e do CPY450, isoforma 3A4. (HYLAND
2008) Maraviroc não é indutor ou inibidor do
CYP3A4.
Alimentos Maraviroc pode ser administrado com ou
sem alimento
Interação com outras drogas e ajuste de doses de maraviroc:
Agentes que não
requerem ajuste de
doses:
maraviroc 300mg
duas vezes ao dia.
Antirretrovirais: tipranavir/ritonavir
(HYLAND 2008) nevirapine , tenofovir
(ABEL 2008), zidovudine/ lamivudine
(ABEL–RUSSEL 2008)
Indutores da
CYP3A:
Maraviroc 600 mg
duas vezes ao dia
antirretrovirais: efavirenz (ABEL–JENKINS
2008), etravirine (DAVIS 2007)
CYP3A4 inibidores:
Maraviroc dose de
150 mg duas vezes
ao dia
Antirretrovirais: inibidores de protease
(exceção tipranavir/ritonavir) (ABEL–
JENKINS 2008
Inibidor da CYP3A4
mais indutor
CYP3A4:
Maraviroc dose 150
mg duas vezes ao
dia
Antirretrovirais: darunavir/ritonavir mais
etravirine, (DAVIS 2007) efavirenz mais
lopinavir/ritonavir.
Efavirenz mais saquinavir/ritonavir. (ABEL–
JENKINS 2008)
Disponíve em: http://inforahealthcare.com/doi/abs/1517/1465656090317646.
Acesso em 29/04/2011.
Adaptado de New antiretroviral drugs: a review of the efficacy, safety, pharmacokinetics, and
resistance profile of tipranavir, darunavir, etravirine, rilpivirine, maraviroc, and raltegravir.
Contra indicação e interação medicamentosa de antirretrovirais com etravirina.
Etravirina
Dose usual
200 mg duas vezes diariamente
Características farmacocinéticas Etravirina é um substrato da
CYP3A4, CYP2C9, e
CYP2C19. Etravirina é um fraco
indutor da CYP3A4, fraco
inibidor da CYP2C9 e um
moderado inibidor da CYPC19.
Etravirina não tem efeito clinico
relevante sobre a CYP1A2 ou a
CYP2D6 (SCHOLLER-GYURE
2008)
Alimentos Dar etravirina após uma
refeição. (SCHOLLER-
BOFFITO 2008)
Interação com antirretrovirais
Agentes que podem ser
administrados sem ajuste de
dose
Darunavir (BOFFITO 2007),
didanosina (SCHOLLER
HOETELMANS 2005)
enfuvirtida (KAKUDA 2008),
raltegravir (ANDERSON 2008),
saquinavir/ritonavir (HARRIS
2006), tenofovir.
Agentes que podem ser
administrados com ajuste de dose
Maraviroc (53% ↓ maraviroc AUC; use maraviroc 600 mg duas
vezes diariamente), combinação de etravirine/darunavir/ritonavir
(210% ↑ maraviroc AUC
use maraviroc 150 mg duas vezes diariamente) (DAVIS 2007)
Agentes que podem ser
coadministrados com precaução
Lopinavir/ritonavir (85%
↑etravirine AUC)
Agentes que não devem ser
coadministrados
Atazanavir não potencializado
(47% ↓ atazanavir Cmin),
atazanavir/ritonavir (38% ↓
atazanavir Cmin) (TIBOTEC
2008), efavirenz (41% ↓
etravirina AUC), (BAEDE 2002)
fosamprenavir/ ritonavir (69% ↑
AUC and 77% ↑ Cmin de
amprenavir) (SCHOLLER
2006), indinavir não
potencializado (51% ↑ etravirina
AUC, 46% ↓ indinavir AUC) ,
nevirapina (55% ↓ etravirina
AUC) (BAEDE 2002) , dose
completa ritonavir (46% ↓
etravirina AUC) (CRAUWELS
2008), saquinavir não
potencializado (52% ↓
saquinavir AUC) (BAEDE
2002) , tipranavir (76% ↓ AUC
and 82% ↓ Cmin of etravirina.
(TIBOTEC 2008)
Disponível em: http://informahealthcare.com/doi/abs/10.1517/14656560903176446.
Acesso em 29/04/2011. Adaptado de New antiretroviral drugs: a review of the efficacy, safety,
pharmacokinetics, and resistance profile of tipranavir, darunavir, etravirine, rilpivirine,
maraviroc, and raltegravir.
Contra indicação e interação medicamentosa de antirretrovirais com
emtricitabina/tenofovir:
Emtricitabina/tenofovir
Dose usual
FTC, 200 mg e 300mg de TDF
dose fixa diária.(DELAHUNTY
2009)
Características farmacocinéticas Dados sobre interação com
transportadores de efluxo são
escassos e conflitantes,
Alimentos Emtricitabina/TDF pode ser
administrado com ou sem
alimento. (MASHO 2007)
Interações com outros
antirretrovirais
FTC, 200 mg e 300mg de TDF
Didanosina: Tenofovir
disoproxil fumarate aumenta a
concentração de didanosina.
Usar com cuidado e monitorar
evidências da toxicidade da
didanosina. (pancreatite,
neuropatia).
Considerar redução de dose e
descontinuidade caso se
justifique.
Atazanavir: a coadministração
diminui a contração de
atazanavir e aumenta a
concentração de tenofovir. Usar
atazanavir com
emtricitabina/tenofovir somente
com ritonavir. Monitorar
evidências de toxicidade do
tenofovir.
(CROOM 2009)
Lopinavir/ritonavir:
administrado com
Emtricitabina/tenofovir aumenta
a concentração de
tenofovir.Monitorar para
evidências de toxicidade do
tenofovir. (LOPES, 2007)
Devido à via renal ser a principal
via de eliminação da FTC, o
potencial de interação com
outras drogas é baixo. (SAAG
2006)
O RAL é primariamente metabolizado no fígado no processo de
glucoronidação mediada pela uridina difosfato glucoronil transferase, mas não
é um inibidor da uridina glucoronil transferase 101 (UGT1A1- diphosphate
glucuronosyltransferase 1A1) ou uridina glucoronil transferase 2B7(UGT2B7-
diphosphate glucuronosyltransferase 2B7). Raltegravir não é um substrato do
CYP450 e não aparenta inibir ou induzir CYP450 ou P-gp. (HUGHES, 2009;
KASSAHUN, 2007).
A T20 não tem efeitos clínicos importantes sobre o metabolismo de
drogas mediadas pelas enzimas CYP3A4, CYP2D6 ou N-acetiltransferase e
tem pouco efeito sobre o metabolismo de drogas mediadas pelas enzimas
CYP1A2, CYP2E1, ou CYP2C19. O potencial de interação entre T20 e drogas
metabolizadas pelo citocromo P450 é baixo (ZHANG, 2004).
Fármacos indutores do CPY450: rifampicina, carbamazepina,
fenobarbital, fenitoina, requerem aumento de doses dos antirretrovirais; e
quando administrados simultaneamente com antirretrovirais indutores devem
ser evitados; fármacos inibidores do CPY 450: cetoconazol, itraconazol,
claritromicina requerem diminuição de doses dos antirretrovirais. Drogas
indutoras da UGT, como a rifampicina devem ser usadas com precaução, pois
diminuem em até 40% os níveis de raltegravir (BROWN, 2010; HUGHES,
2009).
ANEXO V- Avaliação de enfuvertida, darunavir e raltegravir para
crianças
ANEXO VI: Formulário de Dispensação Antirretrovirais
ANEXO VII: Crítica impeditiva referente a associações e esquemas
de tratamento desaconselháveis
ANEXO VIII – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa do Instituto de Infectologia “Emilio Ribas”
ANEXO IX- Nota técnica Nº 20/2008. Critérios para indicação de
enfuvirtida.
Disponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/notas-tecnicas-ns-192008-202008-
212008-e-222008-uatpn-dst-aidssvsms. Acesso em: 24/04/2011
ANEXO X- Nota Técnica Nº 19/2008 – Critérios de indicação
Darunavir 300mg.
Disponível em : http://www.aids.gov.br/publicacao/notas-tecnicas-ns-192008-202008-212008-e-222008-uatpn-dst-
aidssvsms. Acesso em: 24/04/2011
ANEXO XI- Nota técnica 307/2008. Critérios para indicação de
raltegravir 400mg.
Disponível em:
http://espiritosanto.infectologia.org.br/default2.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaI
d=134&mNoti_Acao=mostraNoticia¬iciaId=3367. Acesso em: 24/04/2011.
ANEXO XII- Nota técnica 287/2010. Critérios para indicação de
etravirina 100mg.
Disponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/nota-tecnica-2872010. Acesso em
24/04/2011.
ANEXO XIII- Nota Técnica nº 67/2011. Critérios para indicação de
tipranavir 250mg.
Disponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/nota-tecnica-2872010. Acesso em
24/04/2011.
ANEXO XIV- Nota técnica nº. 68/2011. Fluxo e formulário de
liberação de antirretrovirais de uso restrito.
Disponível: http://www.aids.gov.br/publicacao/nota-tecnica-682011. Acesso em
29/04/2011
ANEXO XV-Análise das interações medicamentosas nos
esquemas antirretrovirais de resgate
Esquemas antirretrovirais contendo DRV/RTV e RAL
AZT 3TC TDF DRV RTV RAL
3TC TDF DRV RTV RAL
3TC TDF DRV RTV
AZT 3TC TDF DRV RTV
AZT 3TC DRV RTV
DRV e RTV são substratos e inibidores da CPY3A4 o RTV é utilizado como
potencializador aumentando a biodisponibilidade do drv.
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo drv rit e ral
Associa
ção
3TC TDF DRV R RAL
RAL
Sem
alterações da
conc da AUC
do ral, não é
necessário
ajuste de
doses.
Aumenta em 49%
a AUC do ral sem
necessidade de
ajuste de doses
(HAZAS 2010)
O raltegravir não
apresenta efeitos sobre as
enzimasdo citocromo
p450 não sendo substrato
e indutor.
DRV/ RTV Não há
interações
importantes e
sem alteração
da conc de
drv/r
Aumento da AUC
do tdf em 21%.
Não há
necessidade de
ajuste de doses e
sem alteração
resultados.
(HOETELMANS
2007)
Drv e rit são
substratos e
inibidores da
CPY3A4. Ral
interage com
indutores da
UGT1A1
(MATHIAS
2007)
TDF Sem
alterações das
Cmáx, Cmín e
AUC
Aumento de 22% da
conc tdf, monitoramento
de nefrotoxicidade
(HOETELMANS
2007)
Diminuição da
AUC de TDF
em 10% não é
necessário
ajuste de doses
(WENNING
2009)
3TC
Não se esperam
interações entre
tdf e 3tc, por seu
limitado
metabolismo e
ligação à proteína
plasmática, além
de ser eliminada
principalmente
pelo rim na sua
forma inalterada
Eliminação por 3tc por
via renal sem interações
importantes
Não se esperam
interações, sem
ajuste de doses
(HAZAS 2010)
NNRTI possui excreção renal sem alterações nas concentrações há um aumento
na AUC do AZT em 13% em exposição com 3TC. Não se esperam interações entre
AZT/3TC e RAL.
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo ETV
AZT 3TC TDF DRV RIT RAL ETV
3TC TDF DRV RIT RAL ETV
3TC TDF DRV RIT ETV
3TC DRV RIT ETV
DRV RIT RAL ETV Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo ETV.
associação 3TC TDF DRV RIT RAL ETV
ETV Da associação
de etv e 3tc
não se
esperam
interações
significativas.
Diminuição de
19% dos níveis de
etv.
Administração
sem diminuição
de doses (HAZAS
2010)
drv/rit
diminui em
37% a
concentração
de etravirina,
mas sem
significado
clínico.
(DICKINSO
N 2009)
Diminui
em 10% a
AUC de
etv.
(ANDERS
ON 2008)
RAL Sem
alterações da
conc da AUC
do ral, não é
necessário
ajuste de
doses.
Aumenta em 49%
a AUC do ral sem
necessidade de
ajuste de doses
O raltegravir
não
apresenta
efeitos sobre
as enzimas
do citocromo
p450 não
sendo
substrato e
indutor.
diminui em
10% do
AUC da ral.
Sem ajuste
de doses
(Anderson
2007)
DRV
RTV
Não há
interações
importantes e
sem alteração
da conc de
drv/r
Aumento da
AUC em 21%.
Não há
necessidade de
ajuste de doses e
sem alteração
resultados.
Drv e rit
são
substratos
e
inibidores
da
CYP3A4.
Ral
interage
com
indutores
da
UGT1A1
Aumento de
15% da
AUC de drv
alteração
sem
significado
clínico
(SCHOLLE
R-GYURE
2007)
TDF Sem
alterações
das Cmáx,
Cmín e AUC
Aumento da
AUC de drv
em
22%monitor
amento
de doses
devidas
nefrotoxida
de
(HAZAS
2010)
Diminuiçã
o de 10%
da AUC de
TDF sem
necessida
de de
ajuste de
doses. (WENNI
NG 2009)
Aumento da
AUC de
TDF em
15%. Não se
recomenda
diminuição
de doses
(HAZAS
2010)
3TC Não se esperam
interações entre
tdf e 3tc, por seu
limitado
metabolismo e
ligação à proteína
plasmática, além
Eliminação
por 3tc por
via renal
sem
interações
importantes
Não se
esperam
interações
e ajuste de
doses
Não se
esperam
interações e
sem
necessidade
de ajuste de
doses
de ser eliminada
principalmente
pelo rim na sua
forma inalterada
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo EFZ
AZT 3TC TDF EFZ DRV RIT
3TC TDF EFZ DRV RIT RAL
3TC TDF EFZ DRV RIT
3TC EFZ DRV RIT RAL
EFZ LOP RIT RAL
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo etv.
Associa
ção
3TC TDF DRV /RIT LOP /RIT RAL
EFZ O efavirenz é
um indutor do
CYP3A4.
O 3TC é
eliminado por
via renal
principalmente
na forma
inalterada, não
são esperadas
interações.
Sem
alterações
das Cmáx,
Cmín e
AUC de
EFZ e TDF
Aumento de
21% AUC de efz
e diminuição de
13% AUC de
drv.Não é
necessário
promover ajuste
de
doses.Monitorar
a toxicidade no
SNC devido o
amento da
concentração de
EFZ (HAZAS
2010)
EFZ é
indutor da
CYP3A e
provoca
diminuição
dos níveis de
LOP em
pacientes
com uso
prévio de
outros PI.
Necessário
aumento de
dose
(400/100)MG
duas vezes ao
dia
Há uma
diminuição
de 36% da
AUC do
RAL. Não se
recomenda
ajuste de
doses.
(IWAMOTO
2008)
Interações ainda não descritas: LOP/ RIT produz um aumento de 1% na AUC
de ral. (HAZAS 2010)
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo T20.
associação 3TC TDF LOP/ RIT T20
T20 Não há
interações
farmacocinéticas
clinicamente
significantes
(ZHANG
2004)
Não há interações
farmacocinéticas
clinicamente
significantes
(ZHANG 2004)
Não há alterações
da UAC da
enfuvirtida Sem
interações sob
drogas com
metabolismo do
CPY450
(HAZAS 2010)
LOP/
RTV
Não há alteração
na
farmacocinética
do lop rit quando
quando
admistrado com
3tc
Sem alterações na
farmacocinética do
lop
Não há interações
significativas
com t20
TDF Sem alterações
das Cmáx, Cmín
e AUC
Aumento de 32%
da AUC e Cmin
em 51%
do tdf
Monitoramento
de doses devido
nefrotoxicidade
(GILEAD
2011)
Não há interações
farmacocinéticas
clinicamente
significantes
3TC Não se esperam
interações entre tdf
e 3TC, por seu
limitado
metabolismo e
ligação à proteína
plasmática, além de
ser eliminada
principalmente
pelo rim na sua
forma inalterada
Sem alterações
das Cmáx, Cmín
e AUC do
kaketra
Não há interações
farmacocinéticas
clinicamente
significantes
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo T20
3TC TDF LOP RTV T20
3TC LOP RTV RAL
3TC TDF LOP RTV RAL
3TC TDF DRV RTV RAL T20
DRV RTV RAL T20
Não se esperam interações significativas que indiquem o manejo de doses de
T20 com DRV/RIT e RAL. Sem propensão de alterações da farmacocinética do
LOP/RIT pelo RAL.
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo ABC
3TC ABC DRV RTV
3TC ABC DRV RTV RAL
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo abv
associação 3TC DRV/RIT RAL
ABC O ABC se une de
forma moderada às
proteinas
plasmáticas, oque
não ocorre com o
3TC sugerindo ser
pequena a
probabilidade de
interação
medicamentosa
Não se esperam
interações
relevantes, ABC
tem eliminação
renal
Não se esperam
interações e não
se recomendam
ajuste de doses
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo ATV
3TC ATV RAL RTV
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo atv
associação 3TC RAL RTV
ATV Não se esperam
interações entre
ATV e 3TC, pois o
último tem
eliminação renal
Há um aumento de
41% da AUC de
RAL, não é
necessário ajuste de
doses, mas se
devem ter
precauções com
esta associação
(NEELY 2010)
O ATV é
potencializado pelo
RIT, pois o RIT é
um inibidor potente
do CYP3A.
Esquemas antirretrovirais de resgate contendo FTC e FPV RTV
TDF FTC FPV RTV RAL
3TC TDF FPV RTV RAL
Interações medicamentosas na associação dos esquemas antirretrovirais contendo FTC E FPV RTV.
associação TDF FTC FPV RTV RAL
RAL Aumenta em
49% a AUC do
ral sem
necessidade de
ajuste de doses
(HAZAS 2010)
Não se
esperam
intreações
clinicamente
sgnificativas,
não é
necessário
ajuste de
doses
(HAZAS
2010)
Raltegravir:
Cmax ↓ 51%
(-75%; -3%)
AUC ↓ 55%
(-76%; -16%)
Cmin ↓ 36 %
(-57%; -3%). O uso
concomitante não é
recomendado.
Posível indução p-
gp.
(Glaxo Wellcome
2011) (GIRALDO
2010)
FPV RTV Não foi
observada
nenhuma
interacção
clinicamente
significativa.
Potencial de
interação é
baixo. Não é
necessário
ajuste de
doses.
Cmax ↓ 14%
(-36%; +15%)
AUC ↓ 16%
(-36%; +8%)
Cmin ↓ 19%
(-42%; +13%).
Posível
indução p-gp
O uso
concomitante
não é
recomendado.
(Glaxo
Wellcome
2011)
FTC Sem alterações
Cmáx, e AUC.
Cmín de FTC
aumentada em
20%
Potencial de
interação é baixo.
Não é necessário
ajuste de doses.
Não se esperam
intreações
clinicamente
sgnificativas,
não é
necessário
ajuste de doses
TDF Sem
alterações
das Cmáx,
Cmín e AUC
Não foi observada
nenhuma
interação
clinicamente
significativa.
Aumento de
10% da AUC
de TDF sem
necessidade de
ajuste de doses
(HAZAS
2010).
Não é necessário ajuste e doses de FPV RIT e FTC, sem nenhuma interação
clinicamente significativa.