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ESTUDO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO RELACIONADOS À OBESIDADE INFANTIL, SEGUNDO A OPINIÃO DE SEUS RESPONSÁVEIS Juliano Cezar Rocha da Silva 1 , Tarcília da Silva Barbieri 1 , Zilene do Socorro Santa Brígida da Silva 2 A obesidade, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial envolvendo desde questões biológicas às históricas, ecológicas, econômicas, sociais, culturais e políticas. Com o objetivo de determinar quais os fatores de risco que levam a obesidade infantil, foi realizado um estudo de natureza bibliográfica, de campo, pesquisa-ação, exploratória e descritiva, com abordagem qualiquantitativa, que propendeu informar quais os principais fatores que induzem a obesidade e fornecer orientações para os responsáveis sobre a construção de hábitos saudáveis por meio de uma estratégia educativa. A amostra utilizada foi de 119 indivíduos que possuíam crianças na faixa etária de 5 a 9 anos e residiam na área abrangente da unidade básica de saúde Avany Galdino da Silva. A análise permitiu identificar que os principais fatores de risco observados, por meio da resposta dos responsáveis, na população infantil em estudo foram: o sedentarismo dos familiares, presente em 65% dos sujeitos; a influência da televisão nas escolhas alimentares também foi expressiva, sendo a segunda causa mencionada (21%), superada apenas pela influência da própria família (61%); o hábito das crianças de comer em discordância com os horários estabelecidos, relatado por 85% dos responsáveis; o tempo excessivo gasto em frente ao televisor (61%) e o hábito de comer/beber infantil em frente à televisão (68%). Após a análise e discussão destes dados, observa-se que a hipótese a ser testada foi parcialmente confirmada e os objetivos alcançados, sendo, portanto, respondido o problema de pesquisa. Palavras-Chave: Enfermagem. Obesidade Infantil. Saúde da Criança. According to the Ministry of Health, obesity can be understood as a multifactorial disorder involving several questions, such as biological, historical, ecological, economic, social, cultural and political. Aiming to determine the risks factors that take the childhood obesity, it was done a study of bibliographic nature, field, exploratory and descriptive action research with a qualitative and quantitative approach in order to inform the main factors that induce obesity, as well as provide guidance to the responsible about the building healthy habits trough an educational strategy. The sample used was 119 individuals who had between 5-9 years old that lived in the broad area of health care basic unit, Avany Galdino da Silva. The analysis allowed to identify the main factors observed by the answer of those responsible, in the child population in the study were the sedentary lifestyle of the family, present in 65% of subjects, the influence of television in the food choices was also significant, with the second question mentioned (21%), surpassed only by the influence of the family (61%) of children in the habit of eating at variance with the established schedules, reported by 85% of those responsible, the excessive time spent in front of the TV ( 61%) and the habit of eating / drinking infant in front of the television (68%). After the analysis and the discussion of these information, it shows that the hypothesis being tested was partially confirmed and the objectives were achieved, therefore, it was answered the research problems. Keywords: Nursing. Childhood Obesity. Child Health. 1 Graduação em Enfermagem; Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC; Avenida Filadélfia, 568; Setor Oeste; CEP: 77.816-540; Araguaína-TO. E-mail: [email protected]; [email protected]. 2 Docente Enfermagem. Especialista em Educação e Saúde Pública; Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC; Avenida Filadélfia, 568; Setor Oeste; CEP: 77.816-540; Araguaína-TO. E-mail: [email protected].

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EESSTTUUDDOO DDOOSS PPRRIINNCCIIPPAAIISS FFAATTOORREESS DDEE RRIISSCCOO RREELLAACCIIOONNAADDOOSS ÀÀOOBBEESSIIDDAADDEE IINNFFAANNTTIILL,, SSEEGGUUNNDDOO AA OOPPIINNIIÃÃOO DDEE SSEEUUSS RREESSPPOONNSSÁÁVVEEIISS

Juliano Cezar Rocha da Silva1, Tarcília da Silva Barbieri1,Zilene do Socorro Santa Brígida da Silva2

A obesidade, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser compreendida como um agravo decaráter multifatorial envolvendo desde questões biológicas às históricas, ecológicas, econômicas,sociais, culturais e políticas. Com o objetivo de determinar quais os fatores de risco que levam aobesidade infantil, foi realizado um estudo de natureza bibliográfica, de campo, pesquisa-ação,exploratória e descritiva, com abordagem qualiquantitativa, que propendeu informar quais osprincipais fatores que induzem a obesidade e fornecer orientações para os responsáveis sobre aconstrução de hábitos saudáveis por meio de uma estratégia educativa. A amostra utilizada foi de119 indivíduos que possuíam crianças na faixa etária de 5 a 9 anos e residiam na área abrangenteda unidade básica de saúde Avany Galdino da Silva. A análise permitiu identificar que osprincipais fatores de risco observados, por meio da resposta dos responsáveis, na populaçãoinfantil em estudo foram: o sedentarismo dos familiares, presente em 65% dos sujeitos; ainfluência da televisão nas escolhas alimentares também foi expressiva, sendo a segunda causamencionada (21%), superada apenas pela influência da própria família (61%); o hábito dascrianças de comer em discordância com os horários estabelecidos, relatado por 85% dosresponsáveis; o tempo excessivo gasto em frente ao televisor (61%) e o hábito de comer/beberinfantil em frente à televisão (68%). Após a análise e discussão destes dados, observa-se que ahipótese a ser testada foi parcialmente confirmada e os objetivos alcançados, sendo, portanto,respondido o problema de pesquisa.

Palavras-Chave: Enfermagem. Obesidade Infantil. Saúde da Criança.

According to the Ministry of Health, obesity can be understood as a multifactorial disorderinvolving several questions, such as biological, historical, ecological, economic, social, culturaland political. Aiming to determine the risks factors that take the childhood obesity, it was done astudy of bibliographic nature, field, exploratory and descriptive action research with a qualitativeand quantitative approach in order to inform the main factors that induce obesity, as well asprovide guidance to the responsible about the building healthy habits trough an educationalstrategy. The sample used was 119 individuals who had between 5-9 years old that lived in thebroad area of health care basic unit, Avany Galdino da Silva. The analysis allowed to identify themain factors observed by the answer of those responsible, in the child population in the studywere the sedentary lifestyle of the family, present in 65% of subjects, the influence of television inthe food choices was also significant, with the second question mentioned (21%), surpassed onlyby the influence of the family (61%) of children in the habit of eating at variance with theestablished schedules, reported by 85% of those responsible, the excessive time spent in front ofthe TV ( 61%) and the habit of eating / drinking infant in front of the television (68%). After theanalysis and the discussion of these information, it shows that the hypothesis being tested waspartially confirmed and the objectives were achieved, therefore, it was answered the researchproblems.

Keywords: Nursing. Childhood Obesity. Child Health.

1 Graduação em Enfermagem; Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC; Avenida Filadélfia, 568; SetorOeste; CEP: 77.816-540; Araguaína-TO. E-mail: [email protected]; [email protected] Docente Enfermagem. Especialista em Educação e Saúde Pública; Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos –ITPAC; Avenida Filadélfia, 568; Setor Oeste; CEP: 77.816-540; Araguaína-TO. E-mail: [email protected].

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1. INTRODUÇÃOO presente trabalho foi realizado com o

intuito de abordar uma questão de saúdepública bastante estudada atualmente no qualevidenciam a obesidade infantil como umaepidemia global. Devido a esse aumento naprevalência, soluções ou medidas necessitamser trabalhadas objetivando prevenir quecrianças fiquem obesas principalmente emrazão de desequilíbrios alimentares einatividade física, exceto nos casos em que oexcesso de peso apresente-se alheio a estesfatores.

Este tema é de ampla importânciatendo em vista que obesidade é consideradacomo fator de risco para várias patologias, eem especial as denominadas DoençasCrônicas Não Transmissíveis, as DCNTs, deacordo com Brasil (2011), a mesma, mostra-secomo um problema de saúde pública bastanterelevante atualmente por propiciar osurgimento cada vez mais precoce de doençascomo câncer, diabetes, distúrbioscardiovasculares e respiratórios crônicos.

Resultante da interação entre genes,ambiente, e fatores emocionais emassociação ao estilo de vida, a obesidade écaracterizada etiologicamente por Guedeset al. (2009) como complexa e multifatorial.

É sabido que crianças obesasapresentam uma tendência a se tornaremadultos obesos, pressupondo-se, desta forma,que futuramente este processo resultará, emuma prevalência ainda maior de obesidadeem indivíduos adultos, além de uma gama deoutras questões de caráter extremamentenegativo, que estabelecem consequênciasindesejáveis produzidas por este processo,como os malefícios a saúde infantil, osofrimento psicológico muitas vezes impostopelos indivíduos com que estas criançasconvivem etc.

A obtenção de medidasantropométricas de mais de 188 mil pessoasde todas as idades, por meio da Pesquisa de

Orçamentos Familiares, a POF 2008-2009realizada pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística, o IBGE, produziuvaliosas informações sobre a situaçãonutricional de crianças, adolescentes e adultosda população brasileira (IBGE, 2010). Indicou-se que os principais problemas de saúdepública no Brasil são a desnutrição, nosprimeiros anos de vida, e o excesso de peso ea obesidade em todas as idades, a partir dos 5anos.

De forma alarmante, a frequência doexcesso de peso observada em crianças entre 5e 9 anos de idade e entre adolescentes, em queera notado um aumento modesto até o finalda década de 1980, nos últimos 20 anospraticamente triplicou, afetando aproximada-mente entre um quinto e um terço dos jovens.Desde meados de 1970, o excesso de peso temaumentado continuamente na populaçãoadulta, no momento, cerca de metade dosbrasileiros é atingida (IBGE, 2010).

Se este ritmo se mantiver, em torno dedez anos, dois terços dos indivíduos adultosdo Brasil estarão com excesso de peso, tendouma magnitude idêntica a que se encontra nosEstados Unidos, ou seja, de acordo com osdados fornecidos anteriormente, estes,atribuem a obesidade como a nova epidemiado Brasil (IBGE, 2010).

O ambiente moderno encontra-se cadavez mais desfavorável à vivência de um estilode vida saudável, assim, buscou-se fornecerorientações aos responsáveis a respeito dehábitos saudáveis que pudessem sertrabalhados no contexto familiar, como formade contribuir para a possível modificação dehábitos errôneos, bem como evitar que estestrouxessem malefícios à saúde das criançascujos pais participaram da amostra.

Constantemente os meios de comunicaçãotêm buscado realizar um alerta a respeito destecrescente problema de saúde pública que vematingindo até os indivíduos com pouca idade, daípercebeu-se a necessidade, por parte dos autores,

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de se realizar um estudo voltado aos fatores quepossam contribuir para que crianças fiquemobesas. As influências dos responsáveis, doambiente moderno, as atividades de lazerfamiliares cada vez mais sedentárias, entre outrosaspectos, despertaram a curiosidade emenriquecer os conhecimentos relativos ao assunto,para sua utilização na prática enquanto futurosprofissionais de enfermagem.

2. OBJETIVOSEstudar os principais fatores de risco

relacionados à obesidade Infantil, segundo aopinião de seus responsáveis; identificar operfil dos sujeitos quanto à idade, sexo,escolaridade e grau de parentes; listar osprincipais fatores de risco envolvidos emcrianças com faixa etária entre 5 e 9 anos deidade do referido local; revelar as principaisbarreiras encontradas pelos pais ouresponsáveis quanto à dificuldade em instituirhábitos saudáveis de vida para as crianças emquestão; fornecer orientações aos pais ouresponsáveis sobre a construção de hábitossaudáveis por meio da organização de umGrupo Educativo.

3. MATERIAIS E MÉTODOSTrata-se de uma pesquisa bibliográfica,

de campo, pesquisa-ação, descritiva,exploratória, com abordagemqualiquantitativa que visou informar osfatores de riscos para ocorrência daObesidade Infantil e contemplar os objetivosespecíficos previamente estabelecidos.

A pesquisa foi realizada na áreaabrangente da Unidade Básica de SaúdeAvany Galdino da Silva que se localiza nomunicípio de Araguaina-To, na RuaGonçalves Ledo, s/nº, Bairro São João, CEP:77807-130.

A coleta de dados ocorreu no mês deOutubro, após a aprovação do CEP –FAHESA/ITPAC sob o Parecer de nº125.882/2012 e CAAE 05324512.2.0000.0014,

foram entregues aos sujeitos da pesquisa oTermo de Consentimento Livre e Esclarecido,sendo esclarecidos os objetivos da pesquisa,deixando-os à vontade, para se manifestarema querer ou não participar. O instrumento decoleta de dados foi do tipo formuláriocontendo questões objetivas e subjetivas, como objetivo de caracterizar o perfil do sujeito doestudo e com questões pessoais, revelando osfatores de risco e as principais dificuldadesfrente à alimentação e construção de hábitossaudáveis, compreendendo um total de 10perguntas sendo 8 fechadas e 2 abertas,constituindo uma amostra de 119 pais ouresponsáveis que participaram da pesquisa.

As questões sobre a influência dasescolhas alimentares, hábito de comer nointervalo das refeições, tempo diário gasto emfrente à televisão, computador, ou videogame,hábito de comer/beber diante da televisão eprática de atividade física das crianças cujosresponsáveis foram os sujeitos do estudoforam baseadas no roteiro de entrevista deGonzáles (2007).

Já as questões sobre obesidade e práticade atividade física pelos responsáveis, comotambém as relacionadas ao lazer familiar edificuldades encontradas pelos familiares eminstituir hábitos saudáveis junto às criançasforam elaboradas pelos autores do estudo.

Após a pesquisa, foi realizada umaestratégia educativa no Auditório da própriaUnidade Básica de Saúde em estudo, com afinalidade de proporcionar aos responsáveisuma oportunidade de adquirir novosconhecimentos e conhecer informações acercada saúde da criança de acordo comorientações do Ministério da Saúde.

Para a realização do mesmo, foramselecionados os indivíduos que de acordo comas informações presentes nos formulários,apresentaram maiores dificuldades em lidarcom a saúde de suas crianças; foram assimconvidados 34 sujeitos do estudo, sendo queum total de 10 compareceu.

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Acredita-se que o considerável númerode convidados que se fizeram ausentes, umavez que foram convidados 34 indivíduos, e 10se fizeram presentes, reflita o ainda poucointeresse da população em se envolver comatividades de cunho educativo, promovidaspela atenção básica.

A estratégia educativa se deu atravésda realização de uma palestra cumprida nointuito de abordar as principais questõesvoltadas à obesidade infantil. A mesmaabordou como roteiro, um esboço inicial arespeito da temática contendo definição,etiologia, estatísticas, formas de prevenção econsequências da obesidade na infância,seguidas da apresentação e explicação dosquestionamentos presentes no Instrumento deColeta de Dados pelos autores do estudo, porfim foram dadas recomendações fornecidaspelo Ministério da Saúde voltadas a um estilode vida saudável para crianças entre 2 e 10anos de idade.

Na ocasião, orientaram-se osresponsáveis a melhorar os costumesalimentares de seus filhos ou crianças sob suaresponsabilidade e quiçá melhorar oumodificar ações de sua rotina, no intuito depromover a qualidade de vida destesindivíduos.

O delineamento inicial voltado àdefinição, etiologia e estatísticas do problemafoi introduzido na atividade objetivando queo público alvo se familiarizasse melhor com oassunto. As formas de prevenção do excessode peso infantil foram abordadas no intuitode instigar a boas práticas alimentares bemcomo a importância da atividade física paraos sujeitos e suas crianças. Já as consequênciasda obesidade na infância foram introduzidascomo forma de realizar um alerta vinculado aeste problema tão evidente na sociedademoderna.

A explicação das questões presentes noformulário buscou evidenciar práticas ehábitos errôneos por parte das crianças, cujos

responsáveis deveriam manter atenção nabusca de corrigir falhas; questões voltadas àinfluência do meio familiar também foramreveladas. Por fim, as recomendaçõesfornecidas buscavam demonstrar aos mesmosque há uma preocupação com relação ao estilode vida das famílias brasileiras, por parte dasautoridades responsáveis do país,relacionadas a esta área, bem como fomentar aimportância da vivência de atitudes saudáveisfrente ao público infantil.

Para a realização desse método deensino, mostrou-se necessário um tempo de40 a 50 minutos para que assim todo oconteúdo proposto fosse exposto ao públicoalvo em questão. As imagens obtidas pormeio de fotos foram previamente permitidaspelo público, uma vez que a revelação de suaidentidade, como também o respeito àconfidencialidade dos mesmos, foramgarantidos pelos idealizadores da pesquisa,firmando um compromisso com osparticipantes.

Como recurso didático, os autores dapesquisa utilizaram um projetor multimídiapara apresentar o conteúdo literário. Suautilização permitiu a melhor demonstraçãodas informações, bem como a exposição deimagens que enriqueceram e tornaram apalestra mais dinâmica.

O público-alvo disponibilizou de umtempo médio de 20 minutos para que fossemexpostas suas dúvidas e posterior elucidaçãodas mesmas pelos acadêmicos.

Embora o público alvo tenha sidomenor que o esperado, a realização daatividade foi bastante satisfatória, pois nodecorrer da mesma, discussões foramlevantadas, bem como ao término surgiramindagações.

Foram questionamentos expostos:“Como eu posso lidar com a resistência demeus filhos quanto a comer frutas, legumes,verduras...?”

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“Como posso melhorar a alimentação daminha família...?”Quanto às discussões levantadas, estas

se relacionavam com questões de segurançapública refletidas na não permissão dosfamiliares com relação a brincadeiras fora doambiente doméstico, atitudes estas geradaspela insegurança da população que reside emáreas urbanas.

Uma frase proferida por umparticipante foi bastante gratificante:

“Vou transmitir o que aprendi aqui hoje.”

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DA-DOS

Os resultados obtidos através da pesquisaserão apresentados por meio de 1 quadro e de 10tabelas, contendo informações coletadas dosformulários aplicados. Optou-se também pordescrever alguns trechos das falas dos sujeitos quecorrespondem às suas respostas aos itens doformulário em algumas tabelas, observando-seposteriormente a análise e discussão crítica dosdados à luz da revisão bibliográfica e dametodologia adotada.

QUADRO 1. Distribuição das respostas relativas aoperfil dos sujeitos. Araguaína-TO/2012.

Variável NºFaixa etária≥ 20 anos 321 a 30 anos 3331 a 40 anos 3941 a 50 anos 1751 a 60 anos 1361 a 64 anos 4≥ 65 anos 10Total 119

Gênero NºFeminino 96Masculino 23Total 119

Grau de instrução NºAnalfabeto (a) funcional 3Ensino Fundamental Incompleto 36Ensino Fundamental Completo 7Ensino Médio Incompleto 8

Ensino Médio Completo 48Ensino Superior Incompleto 9Ensino Superior Completo 8Total 119

Grau de Parentesco NºMãe 65Pai 13Avó 25Avô 6Tia 8Irmã 1Primo 1Total 119

Os dados apresentados por meio doQUADRO 1 permitiram a identificação dossujeitos do estudo, possibilitando aos autoresdo mesmo, demonstrar informações relativasao perfil da população estudada.

Com relação à faixa etária dosindivíduos, 3 referiram serem ≤ ou iguais a 20anos, 33 participantes informaram estar entre21 e 30 anos, a maioria, 39, se encontra entre31 e 40 anos, 17 estão com a idade entre 41 e50 anos, entre 51 e 60 anos de idadeencontram-se 13 sujeitos, os que afirmaramestar entre 61 e 64 anos de idade totalizaram4, e 10 indivíduos com idade igual ou superiora 65 anos fizeram parte deste estudo.

Para os autores da pesquisa, foiexpressiva a participação de pessoas commais de 50 anos de idade, que totalizam 27por meio da junção de resultados. Esteresultado pode refletir o considerável númerode crianças que convivem com os avós.

A variável relativa ao gênero apontouque 96 dos participantes eram do sexofeminino ao passo que 23 eram do sexomasculino.

Os dados aqui apresentados seassemelham aos do Instituto Brasileiro deGeografia e estatística, no que corresponde àmaioria feminina presente no estudo, pormeio do Censo realizado em 2010,demonstrou-se que há 95,9 homens para cada100 mulheres, sendo que a população

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feminina ultrapassa em 3,9 milhões o númerode homens. O Censo contabilizou um total de97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens noPaís (IBGE, 2010).

Vale ressaltar que a absolutaparticipação feminina foi maior que amasculina no estudo, e difereproporcionalmente da realizada pelo censo doIBGE, em razão do tamanho inferior daamostra adotada.

Quanto ao grau de instrução, observa-se que 3 indivíduos eram analfabetos (as)funcionais, 36 não haviam concluído o ensinofundamental, 7 possuíam apenas o ensinofundamental completo, 8 destes não haviamconcluído o ensino médio, 48 possuíam oensino médio completo, 9 estavam em ensinosuperior ainda não concluído e por fim 8haviam concluído ensino superior.

Para os autores, os dados presentes noquadro se assemelham aos da populaçãobrasileira quanto à instrução, uma vez que onúmero de indivíduos que possuíam apenas oensino fundamental incompleto foirepresentativo (39 em associação aosindivíduos com analfabetismo funcional),frente aos que possuíam ensino superior (8indivíduos).

Esta conclusão foi estabelecida atravésdos dados apresentados pelo IBGE, tambémpelo censo demográfico 2010, que apontaramna população de 10 anos ou mais por nível deinstrução, de 2000 para 2010, o percentual depessoas sem instrução ou com o fundamentalincompleto caiu de 65,1% para 50,2%, aopasso que o de indivíduos com pelo menos ocurso superior concluído elevou-se de 4,4%para 7,9% (IBGE, 2010). Vale ressaltar que asdiscrepâncias relacionadas à proporção sedevem ao tamanho da amostra deste estudo.

No que tange ao grau de parentesco, 65formulários foram preenchidos pela mãe da(s)criança(s), 13 pelo pai, 25 pela avó, 6 pelo avô,8 pela tia, 1 pela irmã e por fim 1 pelo primo.

A ideia prévia dos resultadosapontados por esta variável foi o fatormotivador para a realização do estudoabrangendo os responsáveis, uma vez que osautores desta pesquisa acreditam que asfamílias brasileiras não seguem um modeloespecífico caracterizado pela presença de pai,mãe e filhos (as) no lar. Diversas condições,como a morte de um dos genitores,separações, divórcios, a impossibilidade decuidar dos filhos (as) entre outros, podeexplicar esses resultados, levando os menoresa conviver com pais adotivos, avós, tios, tiasdentre outras possibilidades, passando aresponsabilidade de educação e criação a estesindivíduos.

TABELA 1. Respostas dos Sujeitos da Pesquisa quantoa se considerarem obesos. Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Sim 39 33Não 80 67

Total 119 100

Frente às respostas obtidas por meiodos dados presentes nos formulários observa-se que dentre os 119 indivíduos, 33% seconsideram obesos, e que a grande maioria,67% dos indivíduos, acreditam estar dentrodos parâmetros aceitáveis de peso corporal.

No que tange à quantidade de sujeitos,observada na tabela acima, que afirmamserem obesos, ressalta-se que na existência depessoas obesas no âmbito familiar, é sabidoque, probabilisticamente a criança apresentachances maiores de desenvolver obesidade,aponta Vitolo (Citado por DELWING;REMPEL; BOSCO, 2010).

Quanto à influência da obesidade dosgenitores frente à criança, fortes evidênciasconstatam a abrangência da obesidadematerna e paterna na determinação daobesidade infantil, parecendo ser estaafirmação corroborada por meio daspesquisas já realizadas (DIAS et al.;

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BALABAN; SILVA, citados por MOREIRA etal., 2012).

Calvi (2008); Vitolo (Citado porDELWING; REMPEL; BOSCO, 2010); Gigante(Citado por BRASIL, SECRETARIA DEATENÇÃO À SAÚDE, 2006) considera que seapenas um dos pais for obeso, tem a criança40% de chance de também apresentar amesma patologia, porém, se ambos foremobesos, as chances são aumentadas, ficandoem torno de 80%.

Sob uma ótica diferente, os autores dapesquisa acreditam ainda que o número deindivíduos que se consideram obesos, 33%,poderia ser ainda maior, conclusão esta obtidaapós ser observado que alguns participantessentiam-se constrangidos frente aoquestionamento proposto, e que, mesmo comevidências físicas de obesidade, negavam oproblema.

Para os autores do estudo estecomportamento apresentado por uma parcelados participantes é passível de acontecer comindivíduos que convivem com o problema emfunção do sofrimento psicológico gerado pelaobesidade. Constrangimento, vergonha,negação, sentimentos de inferioridade,vontade de serem aceitos pela família, bemcomo pela sociedade são condutas queinfelizmente surgem como resultados doexcesso de peso.

Assim, os autores salientam aimportância dos responsáveis, principalmenteos já obesos, desenvolverem hábitossaudáveis frente a suas crianças, uma vez quese espera que as situações negativasvivenciadas por estes não se reflitam em seusfilhos ou crianças sob sua responsabilidade.

TABELA 2. Prática de Atividade Física relatada pelosSujeitos da Pesquisa. Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Sim 42 35Não 77 65

Total 119 100

Observa-se por meio dos dadosapresentados na Tabela 2 que dos 119indivíduos que constituíram a amostra dopresente estudo, apenas 35% referem à práticaregular de exercícios, já 65% participantes dapesquisa afirmam não realizar nenhum tipode atividade física.

O montante de responsáveis queafirmam não ter o hábito de praticar atividadefísica (65%) enquadra-se em um importantefator de risco abordado pela literatura, que é ainfluência do ambiente familiar na construçãode hábitos saudáveis das crianças. De acordocom Pimenta; Palma (Citados por BORGES etal., 2007), pais sedentários tendem a nãoestimular a prática de exercícios físicos emseus filhos, uma vez que este hábito tambémnão foi desenvolvido por estes, o que semostra como uma situação preocupante, umavez que os hábitos incutidos nesta fase podempersistir até a idade adulta destas crianças.

Nesta vertente, refere-se que entre asdiversas características observadas emfamílias cujos componentes possuemobesidade exógena, o sedentarismo mostra-sepresente (SICHIERI; SOUZA, 2008).

Para os autores do estudo, os benefíciosadvindos da prática regular de atividadesfísicas são amplos, pois a mesma promove amelhora da condição física, propicia um gastoenergético importante, uma vez que aobesidade é em geral gerada pela desarmoniaentre o que é consumido e o que é gasto,previne doenças, principalmente as crônicas enão transmissíveis, além de promover o bemestar físico e mental. Outro fator importantesomado à prática de exercícios nos indivíduosdo estudo baseia-se no exemplo que osmesmos transmitirão a suas crianças, pormeio do incentivo e estímulo gerado noambiente familiar.

A obtenção de um grande número deindivíduos fisicamente inativos pode terrelação com a dificuldade da população em

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vivenciar práticas que envolvam mudançasno estilo de vida.

Por outro lado, o número de indivíduosque referiram à prática regular de atividadefísica foi também expressivo, para os autores,a prática de atividade física é essencial emmeio ao contexto obesogênico em que todosse encontram inseridos atualmente.

TABELA 3. As maiores influências nas escolhasalimentares infantis, segundo a opinião de seusresponsáveis. Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Televisão 25 21Familiares 7 6

Amigos 2 2Hábitos da própria família 73 61

Outros 1 1Televisão e Hábitos da própria

família9 7

Televisão, Amigos e Hábitos daprópria família

1 1

Televisão, Hábitos da própriafamília e Outros

1 1

Total 119 100

A TABELA 3 revela que 21% dosparticipantes da pesquisa apontam aTelevisão como principal agente influenciadordas escolhas alimentares infantis, 6% apontamos familiares, 2% atribuem aos amigos da(s)criança(s) a influência para a escolha dealimentos, 61% referem ser as influências daalimentação de sua(s) criança(s) advindas doshábitos da própria família; pequena parcelados indivíduos do estudo mesclou asrespostas, sendo a Televisão o fator emcomum apontado por estes, 7% citaram aTelevisão e os hábitos da própria famíliacomo influências, 1% responderam Televisão,Amigos e Hábitos da própria família, 1%assinalaram Televisão, Hábitos da própriafamília e Outros, sendo esta opção assinaladapor uma mãe que possui um estabelecimentocomercial, acreditando que sua filha erainfluenciada pelos alimentos presentes nasprateleiras; a opção Outros assinalada por 1%

dos participantes se refere a uma famíliabaiana, que atribuem à sua cultura ainfluência alimentar de seus filhos.

Analisando a TABELA 3 observa-seque grande parte dos participantes dapesquisa (61%) afirma serem os Hábitosfamiliares a mais forte influência daalimentação de sua(s) criança(s), mas valeressaltar a também representativa parcela deindivíduos que afirmam ser a televisão amaior influência da alimentação de seus filhos(as) (21%), a Televisão foi também citada poroutros 11 participantes por meio dacombinação de respostas. “Dentre as formasde marketing e seus efeitos sobre as crianças, apublicidade televisiva tem sido causa demaior preocupação e debate” (DELWING;REMPEL; BOSCO, 2010, p. 176).

Uma análise realizada por Almeida;Nascimento; Quaioti (Citados por DELWING;REMPEL; BOSCO, 2010), produziu resultadosimportantes no que se refere à quantidade equalidade de produtos alimentíciosdivulgados na televisão brasileira. Naspropagandas das três redes de canal abertoestudadas, os resultados demonstraram queos anúncios, em sua maioria, apresentavamalimentos cujo público alvo era o infanto-juvenil. Foi constatado pelos mesmos,também nesse estudo, que propagandasrelacionadas a frutas e vegetais, erampraticamente inexistentes.

Um número mínimo de indivíduos(2%) acredita que a principal influênciaalimentar de seus filhos sejam os amigos, éinegável que este também seja um fator derisco para o desenvolvimento de hábitosalimentares errôneos, porém os pesquisadoresdo presente estudo acreditam que este nãoseja um fator tão representativo apontado poreste estudo, evidenciado principalmente pelopequeno número de participantes a assinalaresta alternativa.

Embora no presente trabalho ainfluência dos amigos não tenha apresentado

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grande relevância, refere-se na literatura queeste é apontado como um fator de naturezasociocultural que pode contribuir de formasignificativa para as causas da obesidade. Osamigos podem interferir nos hábitossaudáveis por influenciarem a instalação dehábitos alimentares considerados fora depadrões aceitados como saudáveis, o quepode contribuir como fator de evolução noprocesso de obesidade, aborda Dâmaso(Citado CALVI, 2008).

A educação e imposição de limitesestabelecida pelos responsáveis que fizeramparte do estudo, com relação aos amigos desuas crianças pode explicar este resultado.

Grande parte dos indivíduosmencionaram os hábitos da própria famíliacomo maior influência da alimentação de suascrianças, a literatura explica que as mesmassofrem grande influência do ambiente em quevivem por serem dependentes destes, tantosob a ótica psicológica, socioeconômicaquanto cultural, é o que afirmam Oliveira etal. (Citados por GARCIA; FIEL; NAVARRO,2007).

Segundo os autores supracitados, estemeio é na sua grande maioria formado pelafamília, considerando-se desta forma, quegrande parte das atitudes e hábitos destascrianças é reflexo deste ambiente. Quandoeste se mostra desfavorável, facilitará poroutro lado o surgimento de condições queconduzam ao desenvolvimento de distúrbiosrelacionados à alimentação e, caso não hajamudanças, uma vez instalados, estesproblemas poderão permanecer.

A família exerce grande influênciasobre o modo de vida das crianças, sendo deresponsabilidade da mesma, moldar eestimular hábitos salutares de vida, evitandomalefícios futuros difíceis de seremcontornados por não terem sido retificadosprecocemente.

TABELA 4. Hábito infantil de comer no intervalo dasrefeições, segundo a opinião de seus responsáveis.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Sim 85 72Não 18 15

Às vezes 16 13Total 119 100

A análise dos resultados presentes naTABELA 4 demonstra que as crianças de 72%dos indivíduos em estudo possuem o hábitode comer em desarmonia com os horárioscorretos, 15% dos participantes da pesquisaafirmam que sua(s) criança(s) não comem nointervalo das refeições, e 13% ressaltam aocorrência esporádica de “beliscadas”.

O elevado número de crianças quecomem em discordância com os horárioscorretos foi bastante expressivo, realizandouma combinação entre as que, de acordo comos responsáveis, possuem esses hábitosinstalados, com as que uma vez ou outra ofazem, encontra-se um total de 85%, queperfaz mais de 2/3 das crianças sob aresponsabilidade dos sujeitos do estudo.

Para os autores do presente estudo,comer fora dos horários das refeições é umacaracterística que foge a hábitos alimentaressalutares, em especial, por ser evidente nomomento da resposta a esta indagação que osparticipantes que revelaram esse hábito porsuas crianças mencionavam como sendo osalimentos preferidos nessas ocasiões aschamadas “bobagens/besteiras” (salgadinhos,balas, bombons, guloseimas, dentre outros).

Esta representativa parcela infantil estáexposta ao risco de desenvolver excesso depeso, Araújo et al. (2009) explicam que a faltade horário, a ingestão de guloseimas, e umadieta desequilibrada resultarão nofortalecimento de hábitos inadequados, sendoa obesidade das crianças uma possívelconsequência.

Philippi et al. (Citado por SIMÕES;NAVARRO, 2008) complementam que os

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excessos alimentares agem como fatoresprejudiciais e complicadores; por sua vez, aalimentação, além das necessidades corporaispotencializa a chance de desenvolvimento deresistência à insulina, aterosclerose edislipidemias bem como favorece osurgimento de doenças crônicas na faseadulta, como a própria obesidade,cardiopatias e o diabetes tipo 2.

Para os pesquisadores deste estudo, avivência de hábitos saudáveis pelas criançasdepende, em grande parte, da observância derotinas alimentares saudáveis, o que inclui ocontrole sobre os horários das refeições; sendoesta uma responsabilidade atribuída aosresponsáveis, uma vez que a alimentação dosmenores em questão está sujeita aos períodosestabelecidos pela família.

TABELA 5. Tempo de permanência frente à televisãoem horas/dia das crianças em estudo, segundo aopinião de seus responsáveis. Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Não assiste 5 4

Menor que 2 h 39 33De 2 a 4 h 38 32

Mais de 4 h 35 29Não sei 2 2Total 119 100

Os dados da TABELA 5 revelam que4% dos indivíduos em estudo referem queseu(s) filho(s) ou criança(s) sob suaresponsabilidade não assistem à televisão,33% assistem por um período inferior a 2hdiárias, 32% assistem entre 2 e 4h, e 29%permanecem por mais de 4h em frente aotelevisor, 2% dos participantes não souberamquantificar o tempo de permanência de seu(s)filho(s) ou criança(s) sob sua responsabilidadefrente ao eletrodoméstico citado.

Analisando a tabela acima, observa-seque 4% dos filhos dos participantes dapesquisa não assistem à televisão, esseresultado pode estar vinculado não àproibição dos familiares, mas sim à condição

socioeconômica dos mesmos. Estes podem serdesfavorecidos financeiramente a ponto denão possuírem o eletrodoméstico.

Nas fontes consultadas analisa-se quehá um consenso relativo ao tempo depermanência em frente ao televisor, sendo 2horas um limite ainda considerado seguro,valores excedentes a esse período estãorelacionados principalmente a condutassedentárias, ingestão de alimentos altamentecalóricos e diminuição dos efeitos desaciedade que levam o indivíduo a umaingestão alimentar excessiva e desnecessária.Associando as crianças que passam entre 2 e4h e mais de 4h em frente ao televisor, éencontrado um número expressivo decrianças que permanecem por tempoexcessivo frente ao aparelho (61%).

Em consonância com as informações jáapresentadas, Oliveira (2011) aponta comomedida no tratamento da obesidade nainfância, a redução do tempo gasto assistindoa TV, para 2 horas diárias.

Na concepção dos autores do estudo, érepresentativo e também preocupante onúmero de responsáveis cujas criançaspermanecem por mais de 4h em frente aotelevisor, ideia esta reforçada por um estudorealizado com crianças brasileiras por Ribeiro;Taddei; Colugnati (Citados por PAOLI et al,2009), que vem corroborar o que grande partedos autores refere com relação ao ato deassistir televisão; este apontou que é umimportante fator de risco para a ocorrência deobesidade infantil, a permanência por mais de4 horas por dia frente à televisão.

Quanto aos 2% que não souberam otempo de permanência de seus filhos oucrianças sob sua responsabilidade frente aoaparelho, esta situação pode refletir a falta deatenção dos participantes em relação à rotinade suas crianças.

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TABELA 6. Hábito infantil de comer/beber diante datelevisão, segundo a opinião de seus responsáveis.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Sim 81 68Não 38 32

Não Sei - -Total 119 100

Nota: Considerou-se a padronização de traço (-) paradados inexistentes.

Ao serem interrogados sobre o hábitode seus filhos de comer/beberem diante datelevisão, 68% dos pais ou responsáveisrespondeu Sim, ao passo que 32% dosparticipantes disseram não, nenhum sujeitoreferiu não saber a respeito da indagaçãorealizada.

Os 68% dos pais ou responsáveis quemencionaram o hábito de suas crianças decomer/beber diante da televisão evidenciampor meio dessa resposta que suas criançasencontram-se expostas ao risco de adquiriremexcesso de peso em função do caráternegativo que o consumo alimentar assumequando realizado de forma incorreta,acreditam os autores do estudo.

Neste sentido Temple et al. (Citadospor RINALDI, 2008) relatam o elevadoconsumo de alimentos que possuem alto valorcalórico pelas crianças que permanecemassistindo televisão por um período maior.“[...] eventos externos ao ato de se alimentardesviam a atenção e diminuem a consistênciados reflexos da saciedade.” (RINALDI et al.,2008).

A pesquisa realizada por Fiates;Amboni; Teixeira (Citados por ROSSI, 2010)confirma as colocações dos autoressupracitados, uma vez que foi observado emFlorianópolis que crianças com faixa etáriaentre sete e dez anos de idade possuíam ohábito diário de assistir à televisão,especialmente no momento das refeições.Estas crianças consumiam desde guloseimas

até refeições inteiras, em qualquer espaçodoméstico onde a televisão se encontrava.

Para os pesquisadores do presenteestudo, o horário das refeições, em especial asrefeições principais, deve ser realizado àmesa. Sugere-se que comer à mesa aumentaos vínculos familiares, pois é um momento emque a família estabelece diálogo, os membrosexpõem naturalmente as atividades realizadasno dia, discutem assuntos, bem comopossibilita que a criança coma com maioratenção, dentre outros.

Oliveira (2011) ao orientar condutasrelacionadas ao tratamento da obesidade nainfância recomenda que o televisor sejadesligado no momento das refeições,estimulando o menor a dar atenção ao que secome, reforçando desta forma as ideias eevidências expostas na análise da presentequestão.

Quanto aos responsáveis queresponderam negativamente à questãoproposta, pode-se supor que estes possuamconhecimentos suficientes relativos aosmalefícios da prática questionada, oupossuam o hábito de realizar as refeições emfamília e à mesa.

TABELA 7. Tempo de permanência frente aocomputador e/ou videogame em horas/dia das criançasem estudo, segundo a opinião de seus responsáveis.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Não possuímos estes 61 51

Menos de 2h 28 24De 2 a 4h 8 7

Mais de 4h 10 8Somente final de semana 12 10

Não sei - -Total 119 100

Nota: Considerou-se a padronização de traço (-) paradado inexistente.

Quanto às horas despendidas por diaem frente ao computador e/ou videogame,observa-se na TABELA 7 que 51% dos pais ouresponsáveis não possuíam estes itens, 24%

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afirmaram que suas crianças gastam menos de2h diárias, 7% referiram estar o tempo depermanência infantil entre 2 e 4 h, 8%afirmaram que suas crianças dedicam mais de4h por dia a esse hábito, 10% afirmam quesuas crianças só utilizam os aparelhosmencionados no final de semana, sendo quenenhum participante alegou não saberresponder ao questionamento proposto.

Em ampla revisão de literaturarealizada por Rossi et al. (2010) observou-se notrabalho realizado por Stettler; Singer; Suter(Citado por ROSSI et al., 2010) com 870crianças suíças que o tempo diário dedicado ajogos eletrônicos, bem como assistir àtelevisão, apresentaram expressiva associaçãocom a obesidade.

Sichieri; Souza (2008) explicam quetempo gasto em demasia em frente à televisãoe ao computador são comportamentos decaráter sedentário que têm sido associados aoganho de peso e obesidade na infância.

Para os autores do estudo, osresponsáveis que afirmam um tempo depermanência de suas crianças destinado aocomputador e videogame, menor que 2hdiárias, ou aqueles que só permitem o acessonos finais de semana para os jogos eletrônicospresentes nesses aparelhos, pode estarvinculado à administração do horário dascrianças pelos familiares.

Nos Estados Unidos, Vandewater;Shim; Caplovitz (Citados por SICHIERI;SOUZA, 2008), obtiveram resultados relativosao gasto de tempo com videogame por criançasentre 1 e 12 anos, utilizando uma amostra debase populacional com 2.831; o tempodespendido com televisão não apresentouassociação com o peso das crianças, porém, ouso de videogame associou-se de formapositiva.

Tomando a TABELA 5 como base paraanálise e discussão da presente tabela, no quetange ao tempo gasto em condutassedentárias (frente à televisão, videogame e

computador), acredita-se que o número decrianças que permanecem frente aocomputador e videogame por um períodoexcessivo foi pouco expressivo. Realizandoum somatório entre as que permanecem entre2 e 4h e as que permanecem por mais de 4h dodia dedicadas às atividades relatadas, estastotalizam 15%.

51% dos responsáveis referiram nãopossuir os itens mencionados; para os autores,esta colocação pode refletir a condiçãosocioeconômica dos mesmos, sendo a compradestes itens ainda não abarcada pela situaçãofinanceira dos mesmos. Vale ressaltar que ospesquisadores do estudo acreditam que ocomputador é uma importante ferramenta noaprendizado infantil, por propiciar o acessomais veloz à informação, entre outrosbenefícios. O acesso à informática é umaimportante conquista para a população,porém o tempo excessivo de permanência dascrianças frente ao mesmo deve ser motivo depreocupação.

TABELA 8. Prática de atividade física das crianças emestudo, segundo a opinião de seus responsáveis.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %Nenhuma 19 16Jogar Bola 8 7

Andar de bicicleta 7 6Correr 11 9Nadar 4 3

Apenas na Escola 29 24Artes Marciais 3 2

Andar de bicicleta, correr, nadar... 15 13Jogar bola, andar de bicicleta, correr,

nadar...21 18

Nadar, Karatê 2 2Total 119 100

Por meio dos dados representados pelaTABELA 8, revelou-se que as crianças de 16%dos participantes não praticam nenhumaatividade física, 7% jogam bola, 6% andam debicicleta, 9% correm, 3% praticam natação,24% das crianças sob responsabilidade dossujeitos praticam exercícios somente na

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escola, 2% praticam Artes Marciais, 13%andam de bicicleta, correm e praticamnatação, 18% jogam bola, andam de bicicleta,correm e praticam natação, ao passo que 2%praticam Karatê e natação.

A principal finalidade da estruturaçãodesta pergunta contida no formulário consisteem observar a questão da prática de atividadefísica, mesmo que lúdica, pelas crianças cujosresponsáveis foram sujeitos deste estudo. “Afalta de atividade física no adulto acarreta odesenvolvimento de várias doenças, no casodas crianças a falta de atividade física temcomo consequência a obesidade infantil(DALCASTAGNÉ et al., 2008, p. 57)”.

Dentre os resultados analisados,percebe-se que 60% das crianças realizamalgum tipo de atividade física além dasrealizadas na escola, dado este que se mostrousuperior aos achados de um estudo realizadoem Florianópolis por Assis et al. presente narevisão sistemática da literatura realizada porRossi et al. (2010), que além de analisar otempo de permanência em frente à Televisão,apontou que somente 35,7% dentre as 1.689crianças pesquisadas realizavam algum tipode esporte, além do praticado em âmbitoescolar.

Para os pesquisadores do presenteestudo, este número que quase perfaz o dobrodos números demonstrados por Rossi et al.(2010), pode refletir um aumento da atençãodos responsáveis quanto à forma física esaúde infantil.

Os valores obtidos no presente estudotambém vão ao encontro aos achados de Silvaet al. (2012), em uma amostra de 30 crianças,entre 9 e 10 anos de idade, de ambos os sexos,encontrou-se um elevado grau desedentarismo entre os mesmos, pois 64% eraminativos.

Por meio da análise conjugada dositens da TABELA 8, levando em consideraçãoos índices de crianças que praticam algumtipo de exercício físico, mesmo que de forma

lúdica, juntamente com aqueles que só ofazem na escola observa-se que 84% dascrianças são ativas, o que na visão dos autoresdo presente trabalho, ainda confronta ainfluência familiar no estilo de vida dos filhosanalisada por meio dos dados da TABELA 2neste aspecto.

Para os autores do estudo, os índicespresentes nas tabelas já mencionadas secontrapõem em função de haver seconsiderado as atividades físicas realizadas deforma lúdica na infância, bem como pelaspráticas de Educação Física promovidas pelasescolas. Evidência esta positiva, uma vez quehábitos sedentários adquiridos na infânciatendem a permanecer na fase adulta (GUO;CHUMLEA Citados por ALVES, SIQUEIRA;FIGUEIROA, 2009; ALVES; MONTENEGRO;OLIVEIRA Citados por ALVES; SIQUEIRA;FIGUEIROA, 2009).

As crianças inativas, representadas por16% dos sujeitos do estudo estão expostas aorisco de terem sua saúde comprometida pelasfortes evidências das consequências negativasdo sedentarismo.

TABELA 9. As atividades de lazer preferidas pelasfamílias, segundo a opinião dos responsáveis.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %“Passeios em chácaras, clubes,

praias, fazendas (...)”40 34

“Assistir televisão e filmes.” 22 18“Passeios, caminhadas, andar de

bicicleta (...)”18 15

“Ir à chácaras, lanchonetes,restaurantes (...)”

10 8

“Ir a lanchonetes, restaurantes,pizzarias (...)”

9 8

“Ir à Igreja.” 6 5“Não fazemos nada para nosso lazer,

nenhuma atividade (...)”6 5

“Churrasco com a família e amigos(...)”

5 4

“Visitamos nossos parentes” 3 3Total 119 100

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Em análise às informações presentes naTABELA 9, é possível afirmar que entre asatividades de lazer preferidas das famílias dosparticipantes da pesquisa, encontram-se ospasseios em chácaras, clubes, praias efazendas que correspondem a 34%, assistir àtelevisão e filmes que totalizou 18%, ospasseios, caminhadas e o ciclismo são asatividades preferidas de 15% dos sujeitos, 8%preferem além de ir a chácaras, locais comolanchonetes e restaurantes, 8% referem àslanchonetes, restaurantes e pizzarias como oslocais prediletos, 5% dos indivíduosatribuíram à igreja uma forma de lazer, 5%referem não realizar nenhuma atividade delazer, os churrascos em família correspondema 4% e 3% apontam as visitas aos familiarescomo opção de favorita.

O caráter do presente questionamentorealizado pelos autores da pesquisa, buscaevidenciar a proporção de atividades de lazersedentárias e não sedentárias por parte dossujeitos da pesquisa.

O fundamento para tal indagação podeser explicado pelas modificações nestasatividades apontadas por Souza (2010), queem revisão literária aponta que as mesmasantes com acentuado gasto energético, comoas práticas esportivas e caminhadas, passampara atividades sedentárias, o uso datelevisão, videogame e computadores sãoexemplos.

A modificação das atividades de lazer éum fator apontado pelo autor supracitado,que contribui no processo de Transiçãonutricional, já explicado na revisão deliteratura do presente trabalho, e que possuicomo característica marcante o aumento naprevalência da obesidade, sendo esteassociado a uma elevada incidência deDoenças Crônicas Não Transmissíveis.

Os passeios e atividades em chácaras,clubes, praias, fazendas, bem com a prática decaminhadas e o ciclismo, são consideradasopções de lazer saudáveis pelos

pesquisadores, uma vez que as mesmaspossibilitam às crianças, brincadeiras queenvolvam esforço físico ao ar livre e queresultam em gasto energético; ao realizar umacombinação entre os responsáveis quereferiram os “Passeios em chácaras, clubes,praias, fazendas...” (34%) e os que apontam os“Passeios, caminhadas, andar de bicicleta...”(15%) como atividades preferidas, encontram-se um total de 49%, percentual esserepresentativo.

18% dos indivíduos também citaram ohábito de frequentar chácaras, porém,também referiram sua preferência poralimentos rápidos servidos em lanchonetes,relatando também frequentarem restaurantes.Para os pesquisadores, a atividadeconsiderada saudável é comprometida pelatambém preferência por alimentos do tipo“Fast foods”, grandes vilões apontadosfrequentemente pela literatura. Vale ressaltarque esta deve ser também uma atividade maisfrequente do que os dias dispensados ao lazerem chácaras, uma vez que os indivíduospossuem como hábito estarem presentesnesses ambientes, somente nos finais desemana e feriados.

A resposta do indivíduo referente aoFormulário 50 representa bem a ideiaexposta:

“As vezes vamos na lanchonete, (...) e nosfins de semana vamos na chácara”.

A grande procura dos indivíduos emestudo, por chácaras, pode estar associada àsaltas temperaturas presentes na maior partedo ano na cidade de Araguaína-TO, sugeremos autores do estudo.

Quanto aos que possuem comoatividade de lazer o hábito de assistir àtelevisão e filmes (18%), além de assumiremuma conduta de lazer sedentária, expõemsuas crianças ao risco de desenvolverem pesoexcessivo, em função dos malefícios geradospelo tempo gasto em frente a este aparelho, já

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discutido anteriormente (TABELA 3,TABELA 5 e TABELA 6).

Tanto os indivíduos que apontaram apreferência por lanchonetes, restaurantes epizzarias (8%) quanto os que apontam comoatividade de lazer principal o churrasco comfamília e amigos (4%), referem-se ao prazergerado pelo consumo alimentício; estasatividades não envolvem gasto energéticoalgum, pelo contrário, estão relacionadas aoconsumo de alimentos geralmente calóricos,seus filhos ou crianças sob suaresponsabilidade por sua vez, não estão tendocontato com atividades que envolvamexercícios, e possivelmente, por influênciafamiliar, não desenvolverão hábitossaudáveis. Realizando um somatório entre asatividades apontadas, estas totalizam 12%,embora não seja um índice elevado, mostra-serelevante apontá-lo.

Não foi encontrada associaçãosignificante relacionada ao caráter sedentárioou não sedentário, nas literaturas consultadas,e as opções de lazer relacionadas a ir à igreja(5%) e visita aos familiares (3%).

Os participantes que alegam a nãorealização de atividades de lazer (5%), podem,de acordo com os pesquisadores do presenteestudo, ainda não terem desenvolvido algumaopção de lazer semelhante à populaçãoestudada, ou mesmo alegarem a inexistênciade opções de diversão familiar na região.

TABELA 10. As principais dificuldades apontadaspelos responsáveis quanto a instituírem hábitos de vidasaudáveis, frente às crianças sob sua responsabilidade.Araguaína-TO/2012.

Respostas Nº %“(...) não gostam de legumes, frutas,verduras, hortaliças, carnes, feijão

(...) Se insisto fazem birra, ou ficamcom raiva.”

41 34

“Falta de tempo e opções de lazerna cidade (...)”

14 12

“(...) gostam muito de besteiras,bobagens (balas, salgadinhos,

refrigerantes, frituras, massas...)

10 8

“(...) não comem na hora certa esaltam refeições (...)”

9 8

“(...) discordância da família sobreo que eles devem comer e dengo

(...)”

5 4

“Falta de dinheiro (...)” 4 3“(...) assistem muita televisão,brincam no computador e no

videogame (...)”

3 3

Outros 3 3“(...) não tenho dificuldades (...) 30 25

Total 119 100

Em análise aos dados presentes, naTABELA 10 é possível afirmar que asprincipais dificuldades relatadas pelosresponsáveis são a aversão infantil porlegumes, frutas, verduras, hortaliças, carnes efeijão, acompanhada de certa obstinaçãofrente à insistência dos responsáveis (34%), afalta de tempo e de opções de lazer (12%), apreferência infantil por balas, salgadinhos,refrigerantes, frituras, massas e outros (8%), adiscordância entre os membros da famíliasobre o que os filhos devem comer e a nãoimposição de limites (4%), as condiçõessocioeconômicas desfavoráveis (3%), oexcessivo tempo gasto frente à televisão,computador e videogame (3%), quanto areposta “Outros”, esta se refere a uma criançacom alergia alimentar (intolerância aoGlúten), uma mãe que afirmou não ser adeptaa um estilo de vida saudável e que não fariaesforço algum nesse sentido, e uma criançanão adaptada ao estilo dos pais, quanto aosque não apresentaram dificuldades, estestotalizam 25% da amostra.

A dificuldade dos familiares emincluir alimentos como legumes, verduras,frutas, carnes e feijão é nitidamente expressapelos trechos dos Formulários 15, 29, e 42.

“Não gosta de comer verdura e hortaliça,come somente algumas frutas, não obrigamos ele acomer, pois já está mais grandinho.”

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“A minha filha não gosta de comer verdura,insisto um pouco com ela, mas logo ela faz birra...”

“Tenho muitas dificuldades pois nãoconsigo impor os mesmos a consumir os alimentosque são saudáveis para eles, termino deixandocomer o que eles querem, mesmo sabendo que não écorreto.”

Frente ao número expressivo dasdificuldades acima descritas, para os autoresdo presente estudo, é essencial que osresponsáveis estimulem suas crianças adesenvolverem, desde as idades mais tênues,uma alimentação correta, composta pordiferentes classes de alimentos que irão supriras necessidades infantis, como tambémauxiliarão no crescimento e desenvolvimentoapropriados. Quanto a aversão das criançasfrente a insistência dos pais em alimentá-losde forma correta, os autores da pesquisasupõem que pode haver uma relação com aforte personalidade apresentada por algumascrianças, como também pela carência deorientações voltadas ao lidar com os menores.

No Formulário 90 consta:

“É difícil instituir hábitos a uma criançaque já tem uma opinião quase formada,tudo ou quase tudo que gostaria de passarou ensinar a ele, ele já contesta se não estáde acordo com a ideia dele”.

O resultado acima exposto está emdiscordância com o Caderno de AtençãoBásica sobre Obesidade, o mesmo contemplaamplamente esta temática, ressaltando aimportância dos diferentes gruposalimentares em uma alimentação equilibrada,uma vez que cada alimento possuipropriedades específicas e essenciais à boamanutenção do organismo, devendo-seobservar a quantidade de cada um. Frutas,legumes e verduras devem estar presentes noalmoço e jantar, pois estes atuam comoreguladores metabólicos, possuindo

comprovada relevância na formação dos ossose tecidos (BRASIL, SECRETARIA DEATENÇÃO À SAÚDE, 2006).

O sujeito cujas respostas encontram-se no Formulário 114 argumenta:

“O lazer que a gente não tem, não tem ondeele brincar, correr. Quem sabe se tivesse elenão estaria ficando gordinho”

Já o responsável cujo Formulário 118preenchido faz uma crítica:

“Aqui as crianças ficam sem atividades,pois não tem lugar para sair, elas ficam aténervosas, choram...”

Com relação à falta de tempo e deopções de lazer, referida por 12% dosparticipantes da pesquisa, ressalta-se que asopções de lazer em falta, podem estarassociadas à carência de espaços destinados àprática de atividade física e recreação infantilna cidade. Um fator essencial na promoçãodessas atividades é a criação e uso deambientes públicos seguros que propiciem ainclusão das mesmas no cotidiano dapopulação, a segurança nas ruas é essencialneste contexto, bem como o planejamentourbano, criação de ciclovias e pistas paracaminhadas, revitalização de praças, etc.(BRASIL, SECRETARIA DE ATENÇÃO ÀSAÚDE, 2006).

A falta de tempo pode estar vinculadaao trabalho e responsabilidades dos sujeitos.

A preferência infantil por balas,salgadinhos, refrigerantes, frituras, massasrelatada por 8% dos indivíduos, além de sermotivo de preocupação para os familiares,revela ainda uma exposição perigosa dessasao efeito de alimentos com elevados teores desal, açúcar e gorduras, os chamados lanchesrápidos.

Outro índice importante referidototalizou 8% das respostas e é representadopor crianças cujos familiares relatam o hábito

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de comer fora do horário, como também o desaltar refeições. A alimentação em horáriosincorretos não foi, mediante a análise daTABELA 10, referida como queixa principaldos responsáveis, porém sabe-se que é umaprática que foge aos hábitos saudáveis eencontra-se discutida na TABELA 4, com apresença de resultados expressivos.

Uma das principais refeições cujosfamiliares relatam a não realização por partede suas crianças é o Café da manhã, refere-seno Formulário 18:

“Tenho dificuldades para alimentar minhafilha no café da manhã.”

Esta prática está em desacordo com osargumentos de Nicklas, et al. (Citados porENES; SLATER, 2010), que revelam que ohábito de tomar café da manhã pode reduzir oconsumo de gorduras, melhorando a ingestãode grãos, frutas e produtos lácteos,colaborando assim para o controle do pesocorporal. Kosti (Citado por ENES; SLATER,2010) aborda ainda que a realização destarefeição, bem como a de um número maior derefeições durante o dia apresenta associaçãopositiva com um padrão mais satisfatório edefinido de alimentação e está vinculado,contrariamente, ao hábito de “beliscar”alimentos que possuem alta densidadeenergética durante o dia.

No Formulário 11, é observada anítida discordância entre as condutasfamiliares frente à criança:

“Eu (mãe) alimento as crianças de umaforma, e quando estou ausente, ele (pai) asalimenta de outra forma, como por exemplo,com brigadeiro, leite condensado, balinhas,doces e outras bobagens mais”.

Para os pesquisadores do presenteestudo, esta falta de consenso, apontada em4% das respostas, entre os familiares geraprejuízos à saúde das crianças, por seremestas agradadas com alimentos de alto valor

calórico, além de ser a autoridade retirada domembro contrariado, um fator quedesestabiliza o âmbito familiar e geraconflitos.

A participante representada peloFormulário 82 cita:

“O dinheiro é pouco! Aí não tem comocomprar muitas frutas, sou aposentada e osalarinho não dá pra quase nada (risos).”

Para os autores do estudo, a condiçãosocioeconômica também influenciadiretamente o consumo alimentar, emboranão tenha alcançado números expressivos(3%), observa-se que a situação financeiradesfavorável das famílias interfere na comprade alimentos, principalmente na variedadedestes.

Quanto ao tempo excessivo gasto emfrente à Televisão, computador e videogame, aanálise de tabelas anteriores (TABELA 3,TABELA 5, TABELA 6 e TABELA 7),explicam sua relevância nesse contexto.

Quanto aos 25% dos sujeitos que nãoreferiram dificuldades quanto a instituirhábitos saudáveis para com as crianças sobsua responsabilidade, pode este resultadoestar ligado ao nível de escolaridade oumesmo orientação dos mesmos, que se refleteem cuidados com a saúde infantil, comoforma de agir antecipadamente, evitando aocorrência de consequências indesejadas àintegridade de seus descendentes.

O sujeito que respondeu aoFormulário 10 comenta:

“Ela é tranquila, come na hora certa,respeitando os limites que damos a ela.”

5. CONSIDERAÇÕES FINAISA finalidade do presente trabalho

centrou-se em estudar os principais fatores derisco relacionados à obesidade na infância,revelando as influências exercidas tanto peloambiente familiar, quanto as originadas pelo

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meio ao qual o público infantil em questãoencontra-se inserido. Buscou-se ressaltarcaracterísticas prejudiciais a saúde infantil quepossam propiciar o surgimento do excesso depeso.

Entende-se que existem comportamen-tos a serem estimulados pelos responsáveis,bem como hábitos que devem serminimizados ou, se possível, eliminados emrazão de seus malefícios já comprovados apartir da realização de outras pesquisas. Aresponsabilidade não deve ser atribuídaunicamente aos familiares, atualmente é cadavez mais complexo vivenciar um estilo devida saudável, no contexto em que seencontra a sociedade existem fortestendências a um estilo de vida inativoacompanhado geralmente de hábitosalimentares mal estruturados; a indústriaalimentícia e a mídia são exemplos de fortesinfluências externas ao público infantil.

A hipótese testada foi parcialmenteconfirmada, pois ao se observar um dadodemonstrado na TABELA 10 foi possívelafirmar que a principal dificuldade relatadapelos responsáveis em instituir hábitossaudáveis em suas crianças é a aversãoinfantil por legumes, frutas, verduras,hortaliças, carnes e feijão, acompanhada decerta oposição frente à insistência dosresponsáveis (34%). Desta forma, é possívelobservar que os responsáveis procuramalimentar as crianças de forma correta, porém,são as atitudes das crianças que, na maioriadas ocasiões, impossibilitam uma alimentaçãobalanceada. Quanto ao tempo de permanênciaem frente ao computador e videogame nãoforam encontrados resultados tão expressivos,já com relação à televisão, dos 119 sujeitosquestionados, foi encontrado um númeroexpressivo de crianças que permanecem portempo excessivo frente ao aparelho,associando as crianças que passam entre 2 e4h e mais de 4h em frente ao televisor, éencontrado um total de 61%. Com relação à

ingestão de alimentos frente ao televisor, 68%dos pais ou responsáveis mencionaram ohábito de suas crianças de comer/beberemdiante da televisão, permitindo aos autores doestudo, evidenciar por meio dessa resposta,que suas crianças encontram-se expostas aorisco de adquirirem excesso de peso emfunção do caráter negativo que o consumoalimentar assume quando realizado de formaincorreta.

O objetivo geral proposto na presentepesquisa, que foi o de estudar os principaisfatores de risco relacionados à obesidadeInfantil, segundo a opinião de seusresponsáveis, foi alcançado por meio daanálise e discussão das questões presentes noinstrumento de coleta de dados.

No que se relaciona aos objetivosespecíficos, o preenchimento da parte inicialdo formulário, direcionada a identificar operfil dos sujeitos quanto à idade, sexo,escolaridade e grau de parentesco, permitiramo alcance do primeiro objetivo estabelecido.Estes resultados foram demonstrados pormeio de um quadro.

Em sequência, o objetivo específico cujafinalidade era listar os principais fatores derisco envolvidos nas crianças com faixa etáriaentre 5 e 9 anos, este foi alcançado por meioda análise e discussão das questões presentesno formulário. A análise permitiu identificarque os principais fatores de risco observados,por meio da resposta dos responsáveis, napopulação infantil em estudo foram: osedentarismo dos familiares, presente em 65%dos sujeitos; a influência da televisão nasescolhas alimentares também foi expressiva,sendo a segunda causa mencionada (21%),superada apenas pela influência da própriafamília (61%); o hábito das crianças de comerem discordância com os horáriosestabelecidos, relatado por 85% dosresponsáveis; o tempo excessivo gasto emfrente ao televisor (61%) e o hábito de

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comer/beber infantil em frente à televisão(68%).

Com relação ao terceiro objetivoespecífico cuja finalidade centrava-se emrevelar as principais barreiras encontradaspelos pais ou responsáveis quanto àdificuldade em instituir hábitos saudáveis devida para as crianças em questão, foramobtidos os seguintes argumentos: a aversãoinfantil por legumes, frutas, verduras,hortaliças, carnes e feijão, acompanhada decerta obstinação frente a insistência dosresponsáveis (34%), a falta de tempo e deopções de lazer (12%), a preferência infantilpor balas, salgadinhos, refrigerantes, frituras,massas, entre outros (8%), a discordânciaentre os membros da família sobre o que osfilhos devem comer e a não imposição delimites (4%), as condições socioeconômicasdesfavoráveis (3%), o excessivo tempo gastofrente a televisão, computador e videogame(3%), quanto a reposta “Outros”, esta se referea uma criança com alergia alimentar(intolerância ao Glúten), uma mãe queafirmou não ser adepta a um estilo de vidasaudável e que não faria esforço algum nessesentido, e uma criança não adaptada ao estilodos pais, quanto aos que não apresentaramdificuldades, estes totalizam 25% da amostrade 119 sujeitos.

O alcance do último objetivo específicose deu por meio da organização de um grupoeducativo, onde, após convite prévio, foramfornecidas orientações aos responsáveis quedesejaram participar do mesmo, sobre aconstrução de hábitos saudáveis junto a suascrianças. A atividade foi realizada às 16h dodia 12 de Novembro do ano corrente, noAuditório da Unidade Básica de Saúde AvanyGaldino. O tema abordado suscitouquestionamentos, como também promoveudiscussões relacionadas principalmente aolazer das famílias, a interação dosparticipantes possibilitou aos autores doestudo concluir que as orientações prestadas

foram acolhidas pelos responsáveisparticipantes.

A atuação dos Enfermeiros é essencial,principalmente por meio da atenção básica,pois este profissional atua junto à população,reconhece as possibilidades das famílias, bemcomo possui conhecimentos sobre o perfil e osprincipais aspectos positivos e negativos dasmesmas. Os autores do presente estudobuscaram contribuir para a elucidação datemática aos responsáveis, por meio daefetivação da estratégia educativa.

O roteiro utilizado contemplou umesboço inicial a respeito da temática contendodefinição, etiologia, estatísticas, formas deprevenção e implicações da obesidade nainfância, seguidas da apresentação eexplicação dos questionamentos presentes noInstrumento de Coleta de Dados pelos autoresdo estudo, por fim foram dadasrecomendações fornecidas pelo Ministério daSaúde voltadas a um estilo de vida saudávelpara crianças entre 2 e 10 anos de idade

Embora o público alvo tenha sidomenor que o esperado, a realização daatividade foi bastante satisfatória, pois nodecorrer da mesma, discussões foramlevantadas, bem como ao término surgiramindagações. Acredita-se que o considerávelnúmero de ausentes, reflita o ainda poucointeresse da população em se envolver comatividades de cunho educativo, promovidaspela atenção básica.

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