Estudo do meio bragança pa.

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1 CURSO DE TURISMO TRABALHO INTERDISCIPLINAR Estudo do Meio: Município de Bragança - Pará Equipe: Edemir dos Santos Edmilson C. Braga Lúcia Lima Maria Benedita Martha Rodrigues Patrícia Ventura Raquel Sousa Belém - Pará 2009

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CURSO DE TURISMO

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Estudo do Meio: Município de Bragança - Pará

Equipe:

Edemir dos Santos

Edmilson C. Braga

Lúcia Lima

Maria Benedita

Martha Rodrigues

Patrícia Ventura

Raquel Sousa

Belém - Pará

2009

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CURSO DE TURISMO

Belém

2009

Trabalho Interdisciplinar sob a orientação dos professores Rosicleia Rodrigues, Michelle, Socorro Almeida, Luciana Mendes e Cleber Bezerra, como requisito para a obtenção de nota parcial referente ao 1º NPC de cinco disciplinas do Curso de Turismo.

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Lista de Figuras

Fig. 1: Fachada da Igreja de São Benedito.

Fig. 2: Orla de Bragança.

Fig. 3: Conflito dos índios com os portugueses.

Fig. 4: Residência João Paes Ramos, que remota a Bragança colonial.

Figs. 5 e 6: Visita da Comissão de Bragança – Portugal ao município de Bragança –

PA.

Figs. 7 e 8: Fundação da cidade em Vila Que Era.

Fig. 9: Trabalho feito à mão por um artesão de Viseu.

Fig. 10: Interior da Igreja, Matriz, Nossa Senhora do Rosário.

Fig. 11 e 12: Residência da Família Medeiros.

Fig. 13: Interior da Igreja de São Benedito.

Fig. 14: Teatro Museu da Marujada.

Fig. 15: A Marujada.

Fig. 16: Réplica do chapéu da Marujada.

Fig. 17: Chapéu usado pelos Marujos.

Fig. 18: Túmulo de Dom Eliseu Coroli.

Fig. 19 Uma das filhas de D. Aspásia.

Fig. 20: Dona Aspásia.

Fig. 21: Instituto Santa Teresinha.

Fig. 22: Entrada do Cemitério Santa Rosa de Lima.

Fig. 23: Sepultura de Rosa Martins Martyres.

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Fig. 24: Retirada do Caranguejo do mangue.

Fig. 25: O mangue.

Figs. 26 e 27: Cerâmica Caeteuara.

Figs. 28 e 29: Vestimenta de marujos.

Fig. 30: Olaria Sapucaia, ao lado, caroço de açaí e serragem.

Figs. 31 e 32: Artesanato da Fazendinha.

Fig. 33: COMARCA.

Fig. 34: Artesanato com material alternativo.

Fig. 35: Árvore de Buriti.

Figs. 36, 37 e 38: Processo de coleta do azeite de andiroba.

Figs. 39 e 40: COOPERATIVAS.

Fig. 41: Área de Campos.

Fig. 42: Ilha de Canela.

Fig. 43: Área de Campos.

Fig. 44: Artesanato à mão.

Fig. 45: Vasos feitos no torno.

Fig. 46: Artesanato da Região.

Fig. 47: Forno para secar as cerâmicas.

Fig. 48: Semente de andiroba, (Carapa guaianensis).

Fig. 49: Artesanato da Comunidade de São Mateus.

Fig. 50: COMARCA.

Fig. 51: Fig. 51: Olaria Sapucaia.

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Fig. 52: Balneário do Deco.

Fig. 53: Fig. 53: Outra do Deco Foto

Fig. 54: Igarapé do Chumucuí.

Fig. 55: Lixo em frente ao cemitério da cidade.

Fig. 56: Fig. Hotel Aldeia dos Lagos.

Fig. 57: Praça de Eventos.

Fig. 58: Afrescos do interior da Igreja Matriz de Bragança.

Fig. 59: Indumentária da marujada.

Fig. 60: Praia de Ajuruteua, janeiro de 2008.

Fig. 61: Igarapé do Chumucuí.

Fig. 62: Praça dos Eventos.

Fig. 63: Rio Caeté.

Fig. 64: Área de campos.

Fig. 65: Artesanato da Fazendinha.

Fig. 66: O Mirante.

Fig. 67: Rodoviária.

Fig. 68: Mapa de como chegar a Bragança.

Fig. 69: Entrada do Aeroporto de Bragança.

Fig. 70: Interior da Estação Rodoviária de Bragança.

Fig. 71: Terminal Rodoviário de Belém.

Fig. 72: Carta de Juscelino Kubstichek.

Fig. 73: Terminal de Bragança.

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Fig. 74: Os Taxistas.

Fig. 75: PA-242 Rodovia que liga Capanema a Bragança.

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SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................

Capítulo I - História da Amazônia aplicada ao Turismo .......................................10

1. Contexto histórico no Pará no período da fundação de Bragança 11

2. Ações implementadas no período da fundação de Bragança........15

3. Características da população bragantina ......................................16

4. Povos e famílias tradicionais que contribuíram para colonização e ainda vivem na região na cidade de Bragança ..............................17

5. Manifestações culturais da cidade de Bragança............................19

Capítulo II - Gestão Ambiental ................................................................................27

1. Aspecto Cultural ............................................................................29

2. Aspecto Ecológico ........................................................................31

3. Aspecto Econômico ......................................................................32

4. Aspecto Espacial ..........................................................................36

5. Aspecto Social ..............................................................................37

Capítulo III – Ecoturismo .........................................................................................39

1. Unidades de Conservação no Município .....................................41

2. Dados sobre as Unidades de Conservação.................................42

3. Decreto de criação da RESEX Caeté-Taperaçu ..........................43

4. Lei Municipal da criação da APA Ilha do Canela .........................47

5. Ecoturismo na RESEX Caeté-Taperaçu ......................................48

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6. Categorias de UCs .......................................................................49

7. Apoio do poder público local ........................................................51

8. Educação Ambiental ....................................................................53

9. Projetos que podem ser implantados ...........................................56

10. Limpeza do município ..................................................................57

11. Atividades sustentáveis no município para desenvolver o

Ecoturismo....................................................................................57

Capítulo IV - Segmentação Turística ......................................................................59

1. Segmentos do Turismo que ocorrem no município ......................60

2. Potenciais apontando tendências para o Turismo ........................68

Capítulo V - Transporte Turístico ..................................................................................... 70

1. Propósitos deste capítulo .............................................................71

2. Infraestrutura básica existente no local.........................................71

3. Pontos de origem de mais acesso ao local visitado e possibilidades de destino secundário............................................74

4. Identificação de vias de acesso, veículos utilizados e funcionamento dos transportes.....................................................75

5. Análise crítica ...............................................................................77

Bibliografia ................................................................................................................80

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Apresentação

A produção deste trabalho aconteceu com bases em pesquisas no município

de Bragança, cidade localizada a Nordeste do Pará, a 210 km da capital - Belém,

com a finalidade de obtenção de nota para o primeiro NPC, de cinco disciplinas

distintas do quarto semestre do curso de turismo da FABEL - Faculdade de Belém

objetivando mostrar o potencial turístico da região, bem como, recursos naturais,

fundação da cidade, primeiros colonizadores, acessibilidade, possibilidades de

ecoturismo, atrativos, questões ligadas à gestão ambiental, características da

população local, atrativos culturais e modo de vida das populações, inserção de

políticas públicas direcionadas a fim de viabilizar o turismo na região e outros.

A visita técnica da equipe ao local ocorreu nos dias 29 e 30/08, devidamente

acompanhada da Professora Socorro Almeida, proporcionando o subsídio para as

pesquisas, para que o estudo fosse executado.

O conteúdo das cinco disciplinas está apresentado em capítulos, sendo o

primeiro capitulo referente à História da Amazônia Aplicada ao Turismo sob o

comando da Professora Rosicléia Mendes. Posteriormente, no segundo capitulo,

Gestão Ambiental, disciplina ministrada pela Professora Michelle Sena, seguido de

Ecoturismo sob a orientação da Professora Socorro Almeida, no quarto capitulo

encontra-se a disciplina Segmentação Turística da Professora Luciana Mendes e,

finalmente, no quinto e último capítulo, a disciplina Transportes Turísticos, ministrada

pelo Professor Cleber Soares.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA DA AMAZÔNIA APLICADA AO TURISMO

PROFESSORA: ROSICLÉIA MENDES

COMANDO DO TRABALHO

No período de colonização da Amazônia pelos portugueses, ocorreu a fundação de

Belém, em 1616. Neste período, aconteciam ocupações religiosas (missões) ao

redor de Belém, que deram origem às cidades. Hoje, essas cidades cresceram

como, por exemplo: Marapanim, Soure, Bragança e Mosqueiro. De acordo com o

enunciado acima e com o apoio da visita de campo, construa um texto relacionando

as seguintes perguntas:

1. No período de fundação dessas cidades, o Pará se encontrava em qual momento

histórico?

2. Quais os povos que contribuíram para colonização dessas cidades?

3. Quais as famílias tradicionais que ainda vivem nas referidas cidades?

4. Quais os tipos de ações sociais hoje implantadas nessas cidades?

5. Quais as manifestações culturais que fazem parte dessas cidades?

Fig.1: Fachada da Igreja de São Benedito. Foto: Raquel Sousa.

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Bragança é uma cidade localizada ao Nordeste do Pará, a 210 quilômetros de

Belém, capital do Estado, possui aproximadamente 394 anos de história, foi

ocupada inicialmente por grupos indígenas chamados Caetés, que faziam parte dos

Tupinambás e eram oriundos das terras baianas e pernambucanas e assim se

instalaram por todo o Nordeste brasileiro, fato que evidencia que os colonizadores

europeus não foram os primeiros a habitar estas terras.

Com localização privilegiada, a margem esquerda do rio Caeté, a cidade foi

palco de umas das primeiras ocupações européias, também chamada,

carinhosamente, de “Pérola do Caeté”, a segunda cidade mais antiga do Estado do

Pará.

Fig. 2: Orla do rio Caeté. Foto: Internet.

Segundo a história os Franceses foram os primeiros europeus a chegarem na

cidade de Bragança, em uma expedição sob o comando de Daniel de La Touche,

Senhor de La Ravardiere, em 8 de julho de 1613, esta expedição foi idéia de Maria

de Médices, rainha - mãe, que desejava fundar a França Equinocial e pleiteava

possessões de terras no Brasil , a exemplo da Holanda.

Daniel de LaTouche chegou ao Maranhão em 1612, lavrou o auto de posse

da terra, construiu a fortaleza de São Luis, para depois seguir viagem até as terras

de Caeté pelas águas do rio Pará.

Para reiterar a presença dos franceses no Nordeste do Estado do Pará,

apresenta-se a seguinte citação:

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Os franceses, ao aparecerem na curva do rio Caeté, em frente ao atual bairro da Aldeia (antiga localização da taba dos índios), foram avistados pelos silvícolas e conduzidos em igarités , atravessando o rio para a taba-maloca. De índole pacífica e educada, os franceses, conviveram com os índios, desde julho de 1613, até pouco antes da instalação da Capitania do Grão-Pará, em 12 de janeiro de 1616. Assim, os franceses, denominaram a região do Caeté de Benquerença, pois, os Tupinambás, quiseram bem aos franceses. (ALMEIDA, Socorro, 2006)

A fundação da Vila de Bragança, antiga Souza do Caeté, se deu na gestão do

primeiro ministro Marquês de Pombal, na realidade se constituiu num grande

processo que envolveu posses de índios e demarcação de terras, num contexto

envolvendo colonos, índios, jesuítas e representantes do reino. O clima não era de

paz, Francisco Coelho de Carvalho, então governador do Estado do Maranhão, quis

obter ilegalmente o direito das terras, então, doou-as para seu filho, Feliciano Coelho

de Carvalho, sem se importar com o verdadeiro donatário, Álvaro de Souza, o que

gerou uma reclamação deste para o Rei Dom Felipe IV e que se constata a seguir:

A solução encontrada para o problema da disputa sobre a quem pertencia a Capitania do Caeté foi manifestada e resolvida pelo Rei Dom Felipe IV. Desta questão, após a consulta ao seu Conselho, saiu vencedor de fato e de direito Álvaro de Sousa que recebeu de volta a Capitania e logo tratou de fundar a Vila Sousa do Caeté.(OLIVEIRA, Luciana de Fátima, 2008).

Fig. 3: Conflito dos índios com os portugueses. Foto: internet.

Inicialmente, em 1622, a área foi doada a Gaspar de Souza, Governador

Geral do Brasil, para depois, anos mais tarde, Álvaro de Souza, filho de Gaspar de

Souza, fundar a margem direita do rio Caeté o que seria a cidade de Bragança. ”O

surgimento do povoado Souza do Caeté aconteceu em 1634, após Álvaro de Souza

haver retomado a posse de suas terras, junto à corte da Espanha, à qual Portugal

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estava sob o domínio” (SIQUEIRA, 2008 p. 36). Entretanto, por causa das

dificuldades de comunicação com a capital do Estado, Belém, houve a necessidade

de mudança do núcleo habitacional, para a margem esquerda do rio Caeté, onde se

localiza a sede municipal nos dias atuais e somente passou a ser considerada

cidade em 1854, por um decreto do presidente da Província, na época, Sebastião do

Rego Barros.

Atual cidade de Bragança - antiga vila de Souza do Caeté distava a 16 km do litoral, na costa oceânica leste do Pará e do Maranhão cerca de 60 km da divisa, a um terço do caminho entre a vila de Santa Maria de Belém e a vila de São Luis. Os homens e mulheres que ocupavam o espaço da Capitania do Caeté estavam divididos em índios Tupinambá na aldeia de São João administrada pelos padres jesuítas e os colonos portugueses na vila de Souza do Caeté, sede da Capitania administrada pelos seus donatários. A relação entre índios Tupinambá e os colonos não eram harmoniosas e as tensões e conflitos foram se apresentando e determinantes para a história daquela região. (OLIVEIRA, Luciana de Fátima, 2008).

Até o século XVII, o Norte do Brasil estava praticamente intocável pelos

colonizadores europeus, a terra era povoada pelos Tupinambás e suas subdivisões,

relações nada amistosas ocorreram entre os indígenas e portugueses índios foram

dizimados tanto por doenças contraídas dos brancos como por lutas. A Vila de

Souza do Caeté passou a chamar-se Vila de Bragança, somente a partir de 1753.

O contato dos colonizadores lusitanos liderados por Álvaro de Souza, com os

índios não se deu de forma amistosa, o que levou os portugueses a denominarem a

Capitania do Caeté de Brigância, se com os portugueses os contatos não ocorriam

de modo amistoso, já com os Franceses, que estiveram passando pelo litoral

nordestino paraense em período anterior aos portugueses era diferente este

relacionamento fora mais amistoso, cumpre ressaltar que a boa amizade dos

franceses com os habitantes nativos proporcionou a denominação Benquerença,

esta, segundo o povo da terra nos dias atuais, seria a origem do nome. O que de

fato nada se pode provar com relação a este relato. Podendo-se considerar esta

mais uma das estórias, dentro da história bragantina.

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Fig. 4: Residência João Paes Ramos, que remota a Bragança colonial. Foto: Raquel Sousa

Ainda dentro do contexto da origem do nome, observa-se que o mesmo tem

uma ligação muito estreita com a cidade de Bragança, localizada em Portugal, mais

um fato comprobatório da ocupação portuguesa em Bragança Paraense, em

Portugal existiu uma família chamada de Bragançãos e também uma área

denominada de Quinta de Benquerença, deste modo de uma forma ou de outra a

origem do nome da Bragança Paraense está ligada a antepassados lusos.

Curioso é que este nome pode ser encontrado em um rio do Estado do

Espírito Santo, em uma cidade Européia Portuguesa, em São Paulo, e também na

Ilha do Estado do Pará, entre o Atlântico e a foz do Amazonas, no município de

Macapá e finalmente na cidade situada à margem do Caeté no Estado do Pará. O

que de fato a história conta é que Bragança foi fundada em 13/02/1634, por Álvaro

de Souza, na Vila Que era, onde tudo começou, marcando assim este local como

marco de entrada dos portugueses no Estado do Pará.

Um fato de grande relevância para a história é que existe um intercambio

entre as cidades de Bragança – Pará e Bragança Européia, onde personalidades de

cada uma das cidades visitam-se mutuamente, o que comprova as fotos a seguir:

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Figs. 5 e 6: Visita da Comissão de Bragança – Portugal ao município de Bragança – PA. Foto:

Socorro Almeida

Alguns fatos relevantes que ocorreram no município no período pós-fundação

da cidade:

• Estudo de projetos de consolidação do território do Grão-Pará a partir

do território do Caeté e a formação da Vila de Bragança;

• O Diretório dos Índios de 1755/57 onde se determinava que todos os

índios deveriam atuar em diferentes serviços, receber remuneração,

casar com brancos e vice-versa, tendo o apoio e o incentivo da Coroa

Portuguesa;

• A língua geral foi proibida, sendo obrigatório o uso da língua

portuguesa;

• Os índios passam a vassalos do rei com direitos “iguais” a dos

brancos.

• Predominância do desenvolvimento agrícola na região, como a

produção de açúcar, algodão, pescado e sal.

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Figs. 7 e 8: Fundação da cidade em Vila Que Era. Foto: Raquel Sousa.

A população bragantina é constituída de pessoas receptivas, hospitaleiras,

alegres e carismáticas, a cidade conta com um número expressivo de habitantes,

107.060, que apesar da simplicidade se mostram muito agradáveis, possuem traços

físicos característicos do local por causa da miscigenação, observa-se que são

pessoas de pele clara, estatura mediana, contudo, devido ao clima, podem

apresentar a pele meio bronzeada avermelhada, algo característico no olhar de cada

um marca um diferencial.

Fig. 9: Trabalho feito à mão por um artesão de Viseu. Foto: Lúcia Lima.

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Fig. 10: Interior da Igreja, Matriz, Nossa Senhora do Rosário. Foto: Patrícia Ventura.

A história de Bragança é marcada pela colonização portuguesa, haja vista a

arquitetura dos prédios existentes na cidade até os dias atuais. Caracteres

marcantes são casas de famílias tradicionais ainda revestidas com azulejos

portugueses em suas fachadas. Obras erguidas no século XVIII, a exemplo a Igreja

de São Benedito, que possui o piso da época Barroca e tombado pelo Patrimônio

histórico possui as cores azul e branca e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do

Rosário, a mais antiga da cidade, onde está enterrado o Padre Dom Eliseu Maria

Coroli, fundador da Congregação de Santa Terezinha, e o Instituto Santa Terezinha,

tradicional Educandário da cidade.

A casa da família Medeiros possui estilo português, com as paredes

exteriores em azulejos lusos, com assoalho de acapu e pau amarelo, esta casa foi

adquirida em 1909, onde funcionava na época a Coletoria Federal. É possível ver as

iniciais dos primeiros donos da casa esculpidas em concreto.

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Fig. 11 e 12: Residência da Família Medeiros.

Fig. 13:

Como a Capitania do C

em uma das mais tradicionais

moram na localidade, com o é o caso da família Medeiros

residência se localiza na Rua Cônego Miguel

atualmente reside no Juquiri e

mencionar também a família Tuma

outras.

Residência da Família Medeiros. Foto: Socorro Almeida.

Fig. 13: Interior da Igreja de São Benedito. Foto: Lúcia Lima

Como a Capitania do Caeté era de Gaspar de Souza, sua família se constitui

tradicionais da cidade, seguida de outras que ainda atualmente

, com o é o caso da família Medeiros, mencionada acima,

e localiza na Rua Cônego Miguel; a família Pereira (Antônio Pe

atualmente reside no Juquiri e atuam como donos de cartório da região;

a família Tuma, de igual importância para o município,

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Foto: Socorro Almeida.

Foto: Lúcia Lima

a família se constitui

seguida de outras que ainda atualmente

, mencionada acima, cuja

Pereira (Antônio Pereira) que

atuam como donos de cartório da região; pode-se

, de igual importância para o município, entre

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A diversidade de atrativos culturais também é fato na cidade, uma das

culturas mais ricas em termos de festas religiosas e profanas, um grandioso exemplo

é a festa, bicentenária de são Benedito, que ocorre entre os dias 18 e 26 de

dezembro, movimentando o turismo religioso na cidade, pois é considerada a maior

manifestação religiosa bragantina.

Em breve análise do que seria esta festa, pode-se relatar que há três imagens

de São Benedito, uma da praia, uma da colônia, e outra do campo, as duas últimas

carregam o Menino Jesus nos braços e a primeira carrega um bouquet de flores,

segundo o Sr. Georginho, dono do Restaurante Venha Cá, que se considera “filho”

de São Benedito. As três imagens do Santo e seus esmoleiros saem em esmolação

no mês de abril e passam sete meses nas ruas arrecadando donativos para a

festividade. Em novembro essas três imagens vão chegando uma de cada vez com

seus cofres abarrotados de dinheiro, onde se faz uma estimativa de arrecadamento

de R$80.000,00 (oitenta mil Reais) para a Diocese, este valor refere-se ao

arrecadado pelas três imagens.

O evento profano e religioso denominado “esmolação”, segundo o Sr.

Georginho, já ocorre a 211 anos, havendo várias comissões e cada uma delas é

composta por 10 esmoladores, a Opa é uma indumentária que promesseiros e

esmoladores vestem para dar prosseguimento nas rezas e orações nas casas aonde

a imagem do Santo chega.

Ao chegarem à residência em questão, o dono da casa recebe os

promesseiros e esmoleiros com um banquete, onde é servido comidas a base de

aves caipiras, carnes de porco e de carneiro, curioso é que na primeira mesa

formada só sentam os homens, ficando as mulheres para segundo plano, contudo

estas comem das mesmas iguarias e quitutes comuns na região. Outra curiosidade

é que mulheres grávidas ou menstruadas não participam dessas atividades, visto

que o tambor utilizado racha, segundo ditos populares.

No interior da Igreja de São Benedito, encontram-se artigos como chapéus da

Marujada e outros que são doados por promesseiros no final da esmolação, como

também os cofres de madeira pintados com as cores características do santo que

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serve para guardar o dinheiro no período da esmolação de abril a novembro, bem

como as Opas.

Um fato de caráter extremamente religioso é um relicário que contém um

pedaço de osso pequeníssimo da perna direita de São Benedito, trazido pelo Padre

Aldo Fernandes que está guardado na Igreja do referido santo, este fato ajuda a

engrandecer e estimular o turismo religioso na zona bragantina.

Seguindo a linha de exemplos de manifestações culturais que a cidade de

Bragança oferece, cita-se também a Marujada, que é um ritual exuberante, que

ocorre simultaneamente, à Festa de São Benedito. Marujos e Marujas vestindo

trajes característicos fazem apresentações diárias entre os dias 18 e 26 de

dezembro.

Fig. 14: Teatro Museu da Marujada Foto: Patrícia Ventura.

A Marujada é uma festa de cores, no que se refere à indumentária e a parte

mais atrativa desta é o chapéu feminino que segundo Clara Elizabeth Borges da

Rosa, que trabalha com a confecção de chapéus todos os anos por ocasião da

festa, é feito com arames, penas de pato, fitas nas cores de São Benedito e um

tecido denominado lurex. Clara, é artesã e relata que ainda trabalha com os chapéus

a moda antiga, pois, seu falecido pai veio em sonho dar-lhe o molde para os

mesmos.

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Fig. 15: A Marujada. Foto: Edemir dos Santos. Fig. 16: Réplica do chapéu da Marujada. Foto:

Patrícia Ventura.

João Batista enfatiza que azul e branco são cores utilizadas para a festa do

Menino Jesus e branco e vermelho para São Benedito e ainda relata que a

Irmandade é composta de 838 marujas (mulheres) e 108 marujos (homens).

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Figs. 17:

As marujas usam blusas brancas rendadas e saias vermelhas e os famosos

chapéus com fitas multicoloridas que descem da base até ao longo da cost

número de fitas no chapéu é destinado às mais

exuberante e atraente as marujas usam no pescoço cordão de contas ou de ouro.

Outras artesãs, também trab

modernos são confeccionados com outros materiais, como carnaúba, palhinha ou

papelão. O chapéu do marujo é mais simples todo de tecido branco com uma fita

vermelha, não utilizando nestes a pena de pato, o que evidencia um diferencial.

Bragança é sem, dúvida uma cidade que guarda suas histórias,

principalmente, as de cunho cul

Instituto Santa Terezinha

italiano Dom Eliseu Maria Coroli que acal

instituição de ensino na região amazônica. O religioso ao chegar à região deparou

Figs. 17: Chapéu usado pelos Marujos. Foto: Socorro Almeida

As marujas usam blusas brancas rendadas e saias vermelhas e os famosos

chapéus com fitas multicoloridas que descem da base até ao longo da cost

número de fitas no chapéu é destinado às mais antigas. Para compor o visual

exuberante e atraente as marujas usam no pescoço cordão de contas ou de ouro.

Outras artesãs, também trabalham com os chapéus

modernos são confeccionados com outros materiais, como carnaúba, palhinha ou

O chapéu do marujo é mais simples todo de tecido branco com uma fita

vermelha, não utilizando nestes a pena de pato, o que evidencia um diferencial.

ança é sem, dúvida uma cidade que guarda suas histórias,

principalmente, as de cunho culturais e religiosos, haja vista

Instituto Santa Terezinha- magnífica construção em 1938, idealizado pelo Padre

italiano Dom Eliseu Maria Coroli que acalentava o sonho e construir e fundar uma

instituição de ensino na região amazônica. O religioso ao chegar à região deparou

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Chapéu usado pelos Marujos. Foto: Socorro Almeida

As marujas usam blusas brancas rendadas e saias vermelhas e os famosos

chapéus com fitas multicoloridas que descem da base até ao longo da costa, o maior

Para compor o visual

exuberante e atraente as marujas usam no pescoço cordão de contas ou de ouro.

s, porém, os mais

modernos são confeccionados com outros materiais, como carnaúba, palhinha ou

O chapéu do marujo é mais simples todo de tecido branco com uma fita

vermelha, não utilizando nestes a pena de pato, o que evidencia um diferencial.

ança é sem, dúvida uma cidade que guarda suas histórias,

turais e religiosos, haja vista a construção do

magnífica construção em 1938, idealizado pelo Padre

entava o sonho e construir e fundar uma

instituição de ensino na região amazônica. O religioso ao chegar à região deparou-

Page 23: Estudo do meio bragança pa.

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se com a dificuldade da população para estudar, então, a idéia foi criar uma escola

que preparasse pessoas intelectuais espiritualmente para ajudar na catequese da

região. Vale salientar que o corpo de Dom Eliseu Coroli está enterrado dentro da

sacristia da igreja matriz da cidade de Bragança.

Fig. 18: Túmulo de Dom Eliseu Coroli. Foto: Patrícia Ventura.

O carnaval é outra manifestação cultural relevante na cidade de Bragança e

nesse sentido tudo começou pelo incentivo da Sra. Aspásia Borges, atualmente com

89 anos, portadora do título de grande incentivadora do samba de Bragança, viúva

do Sr. João Ribeiro da Rosa e irmã de Jurandir Borges. O irmão de dona Aspásia

jogava no Time Negra de Bragança, um time formado só por amigos e por achar a

cidade muito calma e pacata, surgiu em sua mente criar um carnaval, uma das

primeiras idéias foi criar uma boneca de paneiro muito grande, e dona Aspásia,

como era costureira, coube-lhe o trabalho da confecção da roupa da boneca, que

usou uma saia de quatorze metros.

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Fig. 19 Filha de D. Aspásia Foto: Patrícia Ventura. Fig. 20: Dona Aspásia. Foto: Lúcia Lima.

A contribuição de dona Aspásia não ficou só nessa atividade, a referida

senhora foi a primeira rainha do carnaval de rua da cidade de Bragança, fato que

ocorreu em 1949, nesse ano o tema do carnaval foi “Rancho da Nega”. Dona

Aspásia é muito querida na cidade por todos, principalmente por políticos da região.

Dona Aspásia, mora com as três filhas é muito calma, porém alegre, gosta da

casa sempre cheia de amigos, parentes e principalmente os netos e este fato se

repete a cada ano por época do carnaval.

Clara Elizabeth Borges da Rosa, uma das filhas de dona Aspásia, que é

artesã, costureira, trabalha na confecção dos famosos chapéus da marujada, relata

que o carnaval a cada ano ia evoluindo até chegar aos dias atuais com a criação de

várias Escolas de Samba.

O Instituto Santa Terezinha que completou setenta anos ano passado (2008)

procura manter até os dias atuais a visão

holística de seu fundador onde predomina a

educação para a vida, ensinando o homem de

modo a compor um todo, ou seja, na sua

totalidade, intelectual e espiritualmente para

que este saiba passar pelos percalços da vida.

Fig. 21: Instituto Santa Teresinha Foto: Raquel Sousa.

Page 25: Estudo do meio bragança pa.

25

As histórias antigas de cada povo, de cada cidade ficam registradas na mente

dos filhos da terra e são passadas de geração em geração, de pai para filho e assim

umas das histórias curiosas que conta o povo bragantino, é a historia de Rosa

Martins Martyres que foi a segunda pessoa a ser enterrada no cemitério de Santa

Rosa de Lima, a referida senhora despediu-se de Bragança dizendo que desta

localidade não queria nem o pó da terra, como contam os populares, contudo, sofreu

um gravíssimo acidente em estradas, que a levou ao óbito e seu corpo voltou para

ser enterrado em Bragança, no referido cemitério, como forma de homenagem a

este fatídico caso, na porta do cemitério é possível lê-se ainda hoje a inscrição

“VOLTA AO TEU LOGAR”.

Fig. 22: Entrada do Cemitério Santa Rosa de Lima. Foto: Lúcia Lima.

Entretanto, ressalta-se que a primeira pessoa a ser enterrada no cemitério de

Santa Rosa de Lima em 12/10/1888 foi Ana Leopoldina R Rodrigues, portanto, esta

se constitui a sepultura mais antiga do cemitério que foi reinaugurado em Outubro de

1888. Sendo que Rosa Martins Martyres foi sepultada quinze dias após Ana

Leopoldina, ou seja, no mesmo mês e ano.

Page 26: Estudo do meio bragança pa.

26

Fig. 23: Sepultura de Rosa Martins Martyres. Foto: Lúcia Lima.

Dona Raimunda Lacerda, moradora na Avenida Sapucaia, conta que a

fundação de Bragança, começou em Vila Que Era, mas, não houve crescimento

nessa área e então a cidade começou a se expandir para outro lado, contou também

a respeito da maravilhosa paisagem de beleza cênica, referente à fauna bragantina,

quando um grupo de guarás aparece às proximidades da ponte Sapucaia em

horários diferenciados. Estes e outros são relatos contados pelo povo bragantino

que se orgulham da Pérola do Caeté, como é carinhosamente chamada por todos.

Page 27: Estudo do meio bragança pa.

27

CAPÍTULO II

GESTÃO AMBIENTAL

PROFESSORA: MICHELLE SENA

COMANDO DO TRABALHO

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Cultural

1. O empreendimento mantém um programa estruturado de Educação

Ambiental destinada a todos os atores sociais assim como apresenta um Serviço de

Informações, Guias, Centro de Visitantes e veículos de comunicação direcionada à

Interpretação Ambiental?

2. Há amplo uso de recursos (tecnologia, materiais e sistemas de gestão)

ecologicamente corretos?

3. Promove o desenvolvimento da cultura local pelo incentivo à diversificação

das expressões culturais de decisão individual e/ou coletiva?

Ecológica

1. Existe mapeamento total da diversidade natural, assim como há identificação

de ecossistemas. Há ações formais de proteção/preservação da biodiversidade?

2. Os instrumentos administrativos, para dar suporte às ações de conservação e

preservação do meio físico e biótico em relação aos impactos antrópicos, são

adequados e estão em operacionalização?

3. Há integração da administração do impacto causado pelo visitante aos

processos existentes de planejamento e gestão da atividade turística?

Page 28: Estudo do meio bragança pa.

28

Econômica

1. Há aplicação de ecotécnicas visando aumentar as possibilidades de

captação, utilização e reaproveitamento e destinação de água?

2. Há identificação de fontes alternativas de energia, com utilização de mais de

uma fonte de energia, considerando a biomassa?

3. Há utilização de tecnologia para reaproveitamento dos resíduos sólidos e sua

transformação em energia?

Espacial

1. Há produção de produtos ecológicos?

2. Há utilização ampla de ecotécnicas na construção e/ou sistema viário e/ou

uso e ocupação do solo?

3. A escolha do local das instalações, equipamentos e áreas de visitação atende

ao critério de limitar as instalações em áreas naturais, além de administrar a

demanda, direcionando a visitação para áreas menos sensíveis?

Social

1. A oferta turística é administrada, com aplicação de métodos para determinar a

capacidade de carga, assim como os objetivos e políticas de administração do

visitante?

2. Políticas de responsabilidade social e comprometimento da organização com

os colaboradores? Incentiva e colabora com ações de proteção e pesquisas sobre

meio ambiente promovida por outros atores sociais?

Page 29: Estudo do meio bragança pa.

29

1. CULTURAL

No desenvolvimento da pesquisa verificou-se que na localidade existem

ferramentas de educação ambiental destinadas a todos os atores sociais como, o

centro de visitante que funciona na Secretaria de Turismo, no qual o turista recebe

informações sobre os atrativos que a cidade oferece, através de guias turísticos,

panfletos e folders; condutores adultos e mirins que foram capacitados e formados

para orientar os turistas que visitam a cidade através de um projeto resultado da

parceria entre a prefeitura e o SEBRAE; disponibiliza também uma rádio que tem

uma programação que incentiva a conscientização ambiental da população.

Em relação à Educação

Ambiental, existem também atitudes

pontuais, pois, as crianças já

repassam para seus próprios pais o

que lhes é transmitido em algumas

palestras e seminários nas escolas.

Fig. 24: Retirada do Caranguejo do

mangue. Foto: Museu Goeldi.

Existe uma ação de Educação Ambiental com relação ao mangue, este

trabalho de conscientização muito enriquecido por causa da cartilha, dissemina a

idéia de não retirar do mangue a fêmea do caranguejo uçá (Ucides cordatus), muito

consumido no município, o que já vem acontecendo para a conservação da espécie.

Page 30: Estudo do meio bragança pa.

30

Fig. 25: O mangue. Foto: internet.

Na comunidade Fazendinha, a três quilômetros de Bragança, encontra-se a

Cerâmica Caeteuara, originária do rio Caeté. Dona Carmita, uma das pessoas que

trabalham com a cerâmica desde muito jovem, conta como as coisas acontecem: As

peças apresentadas na comunidade Fazendinha de artesanato caeteuara são peças

fabricadas à mão, porém oleiros ceramistas que fazem vasos usam o torno, máquina

de modelagem manual, que é chamada de “roda” pelos residentes antigos.

Figs. 26 e 27: Cerâmica Caeteuara. Fotos: Patrícia Ventura e Lúcia Lima respectivamente.

O povo da cidade de Bragança pareceu bem consciente a respeito de seus

Patrimônios Históricos Culturais Materiais e Imateriais, haja vista, a observação in

loco que não há paredes pichadas no centro da cidade, onde se localizam casarões

Page 31: Estudo do meio bragança pa.

31

antigos de famílias tradicionais, que ainda preservam suas fachadas com azulejos

portugueses de séculos passados.

Houve uma ação desenvolvida pelo “Arraial do Pavulagem” no sentido de

resgatar as culturas folclóricas através de oficinas de danças tradicionais, pois

estavam perdendo sua identidade para novos ritmos, sendo que essa iniciativa

agora é desenvolvida pela organização da marujada.

Figs. 28 e 29: Vestimenta de marujos. Fotos: Socorro Almeida.

2. ECOLÓGICO

Um dos projetos sérios que existiu em Bragança com relação à Educação

Ambiental foi o Projeto MADAM voltado para os manguezais com objetivo de

recuperação do mangue, durou cerca de dez anos e consiste no replantio do

mangue, é um estudo projetado pela UFPA de Bragança. O grupo “Recursos

Pesqueiros” que desenvolveram o projeto MADAM relata informações sobre o ciclo

de vida das espécies, principalmente, caranguejos uçá (Ucides cordatus), recursos

vitais para a vida do povo bragantino.

Page 32: Estudo do meio bragança pa.

32

Em breve análise sobre os aspectos ecológicos de Bragança observou-se que

consistem em três tipos de vegetação floresta equatorial, hoje apresentando grandes

áreas desmatadas, que deram lugar a implantação de agricultura (feijão, milho,

mandioca, etc.) e pastos destinados a criação de gado de corte; coberturas vegetais

dos mangues, das praias e dos campos naturais que ocorrem em toda a orla

atlântica.

Ao analisar o material arrecadado em pesquisas na cidade de Bragança,

pôde-se observar que a população é consciente de seu rico patrimônio ecológico,

com relação a ter real idéia dos atrativos naturais existentes na cidade, é algo que

eles sabem que existe, porém, não há um incentivo por parte de algum escalão do

governo, no sentido de disseminação de idéias de projetos sustentáveis, percebe-se

o mapeamento da diversidade natural em ações pontuais e ditos populares.

Percebeu-se que pessoas que trabalham em cerâmicas da região disseram

que retiravam o barro para a confecção dos artesanatos das várzeas e dos campos,

notou-se que não se preocupam com a reconstituição desse material, achando que

este vinga (nasce) de novo no local de onde foi retirado, o que ocorre, entretanto, é

que leva algum tempo, pois é um processo geológico.

Quanto à integração, planejamento e gestão da mensuração dos impactos

não há políticas públicas direcionadas, apenas atitudes pontuais como, por exemplo,

a questão do lixo, que será abordada no próximo item, e do mangue que já foi

abordada neste trabalho.

3. ECONÔMICO

Dentro de parâmetros sustentáveis, observou-se que a olaria Sapucaia faz

um trabalho de relevante importância, na olaria é proibido queimar madeira, no forno

que serve para secar as telhas, o material usado é o pó de serragem, bem como o

caroço de açaí (Euterpe oleracea).

Page 33: Estudo do meio bragança pa.

33

Fig. 30: Olaria Sapucaia, ao lado, caroço de açaí e serragem. Foto: Lucia Lima.

Na Fazendinha o povo é conscientizado quanto à questão do lixo, resíduos

não aproveitados são enterrados, outros são queimados nos fornos que servem para

queimar as peças artesanais e ainda há uma terceira parte do lixo que o carro passa

para pegar, nesta última parte surge o lixo que pode ser separado no lixão para ser

vendido para reciclagens.

Figs. 31 e 32: Artesanato da Fazendinha. Fotos: Patrícia Ventura e Lúcia Lima.

Page 34: Estudo do meio bragança pa.

34

Um dos incentivadores de ações assistenciais, o padre Nelson Magalhães,

presta um serviço de assistência social à comunidade, objetivando a melhoria de

renda para a mesma, deste modo, foi criada a COMARCA, (Cooperativa de

Catadores de Materiais Reciclável dos Caetés). O processo de atividade dos

trabalhos na COMARCA ocorre da seguinte maneira: Os homens da cooperativa

coletam o lixo e levam para um galpão, construído em um terreno doado pelo padre

Nelson, nas proximidades do lixão, para essa finalidade. As mulheres se incumbem

de separar o material, garrafas pets, plástico, papelão, vidros, latas, etc. O próprio

padre capacitou o povo para trabalhar com a prensa que ele conseguiu com

doações. Uma vez ao mês um carro é contratado no valor de R$400,00

(Quatrocentos Reais) a R$600,00 (Seiscentos Reais) para pegar o lixo devidamente

separado e levá-lo até o cliente que comprará para reciclar.

Fig. 33: COMARCA. Foto: Lúcia Lima.

O papelão vai para a RIPEL, em Belém e as garrafas pets para o Maranhão.

A cooperativa possui 12 funcionários e no mês de agosto apurou R$2.300,00 (Dois

mil e trezentos Reais). A carroça onde é coletado o lixo é patrocínio do Banco da

Amazônia.

Isabel Cristina Borges da Rosa, que desenvolve um trabalho na CAPES

(Instituição que desenvolve trabalhos de Assistência Social), dando aulas de

confecção de artesanato e utiliza materiais que, ocasionalmente, seriam jogados

fora no lixo para criar magníficas peças artesanais, incentivando o uso da

reciclagem, dentre os materiais usados para compor os trabalhos artesanais estão

Page 35: Estudo do meio bragança pa.

35

jornais, papelão garrafas pets e outros, engrandecendo deste modo o artesanato da

região bragantina.

Fig. 34: Artesanato com material alternativo. Foto: Lúcia Lima.

A farinha é um alimento que está inserido na alimentação das populações,

principalmente, do Norte e Nordeste do Brasil. Assim, aproximadamente, 120

famílias distribuídas em seis comunidades na zona bragantina trabalham com o

produto utilizando-se desta atividade para a sua subsistência, atuando de maneira

sustentável. Dessa forma a mandioca torna-se o principal produto da região, sendo

considerado o alimento típico da culinária indígena tradicional da região.

O modo de fabricação da farinha dá-se da seguinte maneira: cortar a maniva,

retirar as raízes da terra, colocá-las na água, pode ser com casca ou sem casca, se

optar por usá-las com casca, o processo demora um pouco mais, ficando na água

por três a quatro dias. Descascar e lavar muito bem, moer em uma máquina

apropriada. Depois desse processo a massa obtida é colocada no tipiti até secar em

questão de horas. Após é só passar por uma peneira e logo depois vai ao forno para

cozinhar,o período de cozimento é aproximadamente uma hora.

Page 36: Estudo do meio bragança pa.

36

4. ESPACIAL

Existe na área, algumas iniciativas e projetos de trabalhos envolvendo

sementes oleaginosas que, em determinado período fecharam contrato com a

Natura, entretanto, este contrato não é agradável para a comunidade, visto que o

que é pago não compensa e os comunitários se sentem explorados.

Com ajuda do Banco Popular Solidário, vem sendo estimulada a fabricação

de hidratantes a base de sementes oleaginosas da região, como buriti (Mauritia

flexuosa) e muru-muru (Astrocarium murumuru) - palmeira encontrada no igapó, e

assim o grupo gestor dessas atividades está se preparando para organizar uma

cooperativa. A intenção é produzir óleo de andiroba (Carapa guaianensis), de

babaçu (Orbignya phalerata, Mart.) de cupuaçu (Theobroma grandiflorum), muru-

muru, bacuri (Platonia insignis), tucumã (Astrocaryum vulgare), buriti e outros da

região.

Fig. 35: Árvore de Buriti. Foto: Lúcia Lima.

Observou-se em uma das casas, na região bragantina, numa comunidade

afastada o processo de extração do óleo da andiroba (Carapa guaianensis), feito de

forma artezanal e alguns passos desse processo relata-se neste estudo: A semente

deste vegetal é encontrada em terreno de Igapó e, ao juntar as sementes, coloca-se

para cozinhar por alguns minutos, depois deixar descansar seis dias no sol, a fim de

secar a água do cozimento. Após esse tempo, deve-se cortá-las e retirar a polpa de

dentro, além de amassar para obter uma pasta homogênia. Depois disso, o próximo

passo é depositar a massa em um recipiente que fique no sol, de forma inclinada,

Page 37: Estudo do meio bragança pa.

37

para que, com o calor do sol, o óleo escorra para outra vasilha. Esse processo

demora entre dez a quinze dias e não pode pegar chuva para não estragar o óleo.

Figs. 36, 37 e 38: Processo de coleta do azeite de andiroba. Foto: Socorro Almeida

Percebeu-se que famílias de oleiros procuram habitar perto do rio Caeté,

perto de zonas de várzeas, com a finalidade de facilitar a coleta da argila. De certo

modo este fato implica em favorecimento da sustentabilidade.

5. SOCIAL

Observou-se que na cidade de Bragança não existe a preocupação com a

capacidade de carga em locais de visitação, gerando assim, possibilidade de

degradação.

Em Tamatateua, comunidade de São Mateus pertencente à RESEX Caeté-

Taperaçu, verificou-se a presença de outro tipo de artesanato, seguindo o modelo da

região, mas, com um diferencial: Não são usados em suas misturas as cinzas do

Caripé (Hirtella excelsa Standl. ex Prance) apenas o Chamote (pó de telha). Os

artesãos que fabricam esse tipo de artesanato participam de feiras em Belém.

Disseram comprar lenha no inverno para a queima das peças, pois têm dificuldade

de conseguir madeira de outra forma. Revelaram também, sobre a fabricação, que

peças que trincassem não poderia ir ao forno. Vendem suas peças para vários

Page 38: Estudo do meio bragança pa.

38

lugares e também para Bragança. O caripé (Hirtella excelsa Standl. ex Prance) é

uma árvore que já não se encontra com tanta facilidade como nos tempos passados,

o que se leva a pensar se este uso estaria de acordo com manuseios sustentáveis

para a época atual.

Constata-se duas cooperativas na área bragantina, a COLEFA, Cooperativa

dos oleiros da Fazendinha, dedicada à produção de tijolos, telhas, vasos;

COMARCA, Cooperativa de Catadores de Materiais Reciclável dos Caetés, que

catam e separam materiais recicláveis (papeis plásticos e metais).

Na comunidade de São Mateus os pesquisadores (a equipe de acadêmicos

da FABEL) levantaram uma questão a respeito de rivalidade entre as diversas

comunidades, porém, a resposta a esse questionamento, que foi dada pelas artesãs,

foi de que não há desentendimentos ou problemas pendentes não resolvíveis, tudo é

resolvido e esclarecido na base do diálogo.

Não foram observadas também rivalidades entre as cooperativas, pelo

contrário, a visão que as partes têm é que uma dá suporte à outra.

Figs. 39 e 40: COOPERATIVAS. Fotos: Lúcia Lima.

Page 39: Estudo do meio bragança pa.

39

CAPÍTULO III

ECOTURISMO

PROFESSORA: SOCORRO ALMEIDA

COMANDO DO TRABALHO

1) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (E ECOTURISMO)

o No município visitado há alguma Unidade de Conservação - UC ou área que

mereça um estudo para a implantação de UC? Qual (is)?

o Caso haja UC, faça uma descrição geral sobre ela (Data de criação, aspectos

gerais e outras informações pertinentes).

o Qual a categoria da UC existente ou potencial (Proteção Integral ou Uso

Sustentável)?

o Que tipo (RESEX, PARQUE, FLONA, etc.)?

o Há alguma atividade de Ecoturismo ou pretensão de iniciar atividade nessa

UC?

o Caso positivo, quem ou que instituição ou órgão está organizando a

atividade?

o Descreva o funcionamento das atividades e o envolvimento das comunidades

nessas atividades.

o Há apoio da Prefeitura para a atividade? Que tipo de apoio?

2) EDUCAÇÃO AMBIENTAL

o Aparentemente, como está o visual do município, com relação à limpeza?

(Descreva).

Page 40: Estudo do meio bragança pa.

40

o Há percepção de diferença de comportamento entre moradores e visitantes,

com relação à limpeza do município? Quais as percepções? Descreva.

o Qual o destino final dos resíduos sólidos (lixo) no município? Onde fica a área

de depósito do lixo? Há algum

o Há alguma iniciativa de coleta seletiva ou algo parecido relacionado à questão

do lixo no município (Campanhas de Ed. Ambiental na mídia, panfletos,

sensibilização por quaisquer meios, etc.)? Descreva.

o Sugira (passo a passo) atividades que podem ser desenvolvidas para o

município, para que o Ecoturismo possa ser desenvolvido, levando em

consideração a sustentabilidade da atividade.

Page 41: Estudo do meio bragança pa.

41

1. Unidades de Conservação no Município:

No município observou-se a Reserva

Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu,

Município de Bragança, no Estado do Pará,

criada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da

Silva, através do Decreto no 4.340, de 22 de

agosto de 2002, e o que consta do Processo

no 02018.004600/1999-51, assinado pelo

Presidente, no dia 20/05/2005.

Fig. 41: Área de Campos Foto: Raquel Sousa.

Observou-se no município a existência

de uma APA, Área de Proteção Ambiental,

criada através da Lei Municipal nº 3280 de

29/10/1997, possuindo cerca de 5 km²

localiza-se a 30 km de Bragança em linha reta

e a 10 km da costa, fazendo parte do

município de Bragança, fica ao norte do

estuário do rio Taperaçu e a 300 km da boca

do rio Amazonas.

Fig. 42: Ilha de Canela Foto: Socorro Almeida.

Page 42: Estudo do meio bragança pa.

42

2. Dados sobre as Unidades de Conservação

Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de amimais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, bem como assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. (COSTA, 2002, p.35)

A RESEX na área em estudo abrange uma área de aproximadamente

quarenta e dois mil, sessenta e oito hectares e oitenta e seis centiares, vem de

Ajuruteua passando pela Vila Que Era. Na RESEX encontram-se áreas de várzea,

campos, restingas e bosques de terra firme, que abrigam a maior biodiversidade de

espécies vegetais e animais da reserva. Encontram-se populações tradicionais que

sobrevivem de atividades ligadas ao modo de vida característico da região, como é o

caso dos muitos oleiros que desenvolvem um trabalho com cerâmicas, artesanatos e

outros.

A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem - estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Pode ser constituída por terras públicas ou privada. (COSTA, 2002, p.33)

APA: É uma área que abriga grandes manguezais na parte interna da ilha,

vastas áreas de savanas e restingas e numerosas praias, local de rara beleza abriga

potenciais ninhais de aves, servindo de berço para guarás (Eudocimus Ruber)

garças brancas grandes (casmerodius albus) e garças dorminhocas (Nycticorax

nycticorax) e muitas outras espécies de aves migratórias oriundas do Hemisfério

Norte, abrigando variada diversidade de espécies. Algumas pequenas casas

cobertas de palha compõem as duas vilas existentes, tais casas, chamadas

Ranchos, na parte Sudeste da vila, abrigam durante vários dias os pescadores.

Page 43: Estudo do meio bragança pa.

3. Decreto de criação da RESEX Caeté

DECRETO DE 20 DE MAIO DE 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

84, inciso IV, da Constituição, tendo em vista o disposto no art. 18 da Lei n

de 18 de julho de 2000, no Decreto n

consta do Processo no 02018.004600/1999

DECRETA:

Art. 1o Fica criada a Reserva Extrativista Marinha de Caeté

Município de Bragança, Estado do Pará, abrangendo uma área de aproximada

quarenta e dois mil, sessenta e oito hectares e oitenta e seis centiares, tendo por

base as Folhas SA-23

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

descritivo: partindo do Ponto 01, de coordenadas geográficas aproximadas

46°36’19.48" WGr e 0°56’3.76" S, localizado no Ocea no Atlântico, em águas

territoriais brasileira, segue por uma reta de azimute 231°43’02" e distância

aproximada de 1.609,46 metros até o Ponto 0

aproximadas 46°37’0.36" WGr e 0°56’36.20" S, locali zado na linha divisória entre os

Municípios de Augusto Corrêa e Bragança, no limite do terreno de marinha, na foz

do Rio Caeté; deste, segue pelo limite municipal, pelo Rio Ca

montante, por uma distância aproximada de 17.118,12 metros, até o Ponto 3, de

Decreto de criação da RESEX Caeté-Taperaçu

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO DE 20 DE MAIO DE 2005.

Dispõe sobre a criação da Reserva

Extrativista Marinha de Caeté

no Município de Bragança, no Estado do

Pará, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.

84, inciso IV, da Constituição, tendo em vista o disposto no art. 18 da Lei n

de 18 de julho de 2000, no Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, e o que

02018.004600/1999-51,

Fica criada a Reserva Extrativista Marinha de Caeté

Município de Bragança, Estado do Pará, abrangendo uma área de aproximada

quarenta e dois mil, sessenta e oito hectares e oitenta e seis centiares, tendo por

23-V-A e AS-23-V-C, na escala 1:250.000, publicada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, com o seguinte memorial

partindo do Ponto 01, de coordenadas geográficas aproximadas

46°36’19.48" WGr e 0°56’3.76" S, localizado no Ocea no Atlântico, em águas

territoriais brasileira, segue por uma reta de azimute 231°43’02" e distância

aproximada de 1.609,46 metros até o Ponto 02, de coordenadas geográficas

aproximadas 46°37’0.36" WGr e 0°56’36.20" S, locali zado na linha divisória entre os

Municípios de Augusto Corrêa e Bragança, no limite do terreno de marinha, na foz

do Rio Caeté; deste, segue pelo limite municipal, pelo Rio Ca

montante, por uma distância aproximada de 17.118,12 metros, até o Ponto 3, de

43

Subchefia para Assuntos Jurídicos

Dispõe sobre a criação da Reserva

Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu,

no Município de Bragança, no Estado do

Pará, e dá outras providências.

no uso da atribuição que lhe confere o art.

84, inciso IV, da Constituição, tendo em vista o disposto no art. 18 da Lei no 9.985,

4.340, de 22 de agosto de 2002, e o que

Fica criada a Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, no

Município de Bragança, Estado do Pará, abrangendo uma área de aproximadamente

quarenta e dois mil, sessenta e oito hectares e oitenta e seis centiares, tendo por

C, na escala 1:250.000, publicada pelo

IBGE, com o seguinte memorial

partindo do Ponto 01, de coordenadas geográficas aproximadas

46°36’19.48" WGr e 0°56’3.76" S, localizado no Ocea no Atlântico, em águas

territoriais brasileira, segue por uma reta de azimute 231°43’02" e distância

2, de coordenadas geográficas

aproximadas 46°37’0.36" WGr e 0°56’36.20" S, locali zado na linha divisória entre os

Municípios de Augusto Corrêa e Bragança, no limite do terreno de marinha, na foz

do Rio Caeté; deste, segue pelo limite municipal, pelo Rio Caeté no sentido

montante, por uma distância aproximada de 17.118,12 metros, até o Ponto 3, de

Page 44: Estudo do meio bragança pa.

44

coordenadas geográficas aproximadas 46°43’41.97" WG r e 0°59’38.90" S, localizado

na margem direita do Rio Caeté, sobre o limite municipal; deste, segue o limite da

zona terrestre de mangue, margeando o Rio Caeté, por uma distância aproximada

de 10.695,10, metros até o Ponto 4, de coordenadas geográficas aproximadas

46°45’14.96" WGr e 1°03’09.54" S, localizado na mar gem direita do Rio Caeté;

deste, segue para a margem esquerda do Rio Caeté, no sentido jusante, pelo limite

da zona terrestre de mangue, por uma distância aproximada de 19.308,79 metros,

até o Ponto 5, de coordenadas geográficas aproximadas 46°44’54.58" WGr e

0°57’55.50" S, localizado no Igarapé Raimundo; dest e, segue pelo limite da zona

terrestre de mangue, por uma distância aproximada de 7.739,27 metros, até o Ponto

6, de coordenadas geográficas aproximadas 46°47’12. 23" WGr e 0°57’23.56" S,

localizado no Rio Taperaçu; deste, segue pelo limite da zona terrestre de mangue,

por uma distância aproximada de 12.087,35 metros, até Ponto 7, de coordenadas

geográficas aproximadas 46°46’55.36" WGr e 0°54’39. 59" S, localizado no Rio

Velho; deste, segue pelo limite da zona terrestre de mangue, por uma distância

aproximada de 13.291,77 metros até Ponto 8, de coordenadas geográficas

aproximadas 46°48’38.26" WGr e 0°57’55.64" S, local izado no Furo do Jabotitiua,

tributário do Rio Maniteua; deste, segue pela margem esquerda do Furo do

Jabotitiua, no sentido jusante, por uma distância aproximada de 3.470,29 metros, até

o Ponto 9, de coordenadas geográficas aproximadas 46°49’25.99" WGr e

0°56’32.67" S, localizado na margem direita do Rio Maniteua sobre a linha divisória

dos Municípios de Bragança e Tracuateua; deste, segue pelo limite municipal, pelo

Rio Maniteua, no sentido jusante, por uma distância de 14.586,88 metros, até o

Ponto 10, de coordenadas geográficas aproximadas 46°47’43.06" WGr e 0°50’18.48"

S, localizado na foz do Rio Maniteua, no limite do terreno de marinha; deste, segue

por uma reta de azimute 08°30’25" e distância aprox imada de 1.609,71 metros, até o

Ponto 11, de coordenadas geográficas aproximadas 46°47’35.35" WGr e 0°49’26.66"

S, localizado no Oceano Atlântico, em águas territoriais brasileiras; deste, segue por

uma linha eqüidistante de uma milha náutica da linha da costa, por uma distância

aproximada de 55.022,35 metros, até o Ponto 1, início desta descritiva, perfazendo

um perímetro aproximado de cento e setenta e sete mil, cento e vinte metros e

sessenta centímetros.

Page 45: Estudo do meio bragança pa.

45

Parágrafo único. Ficam excluídas do polígono descrito no caput deste artigo:

I - Uma área de aproximadamente duzentos e sessenta e dois hectares e

setecentos e oitenta centiares, com o seguinte memorial descritivo: partindo do

Ponto A1, de coordenadas geográficas aproximadas 46°37’19,05" WGr e

0°49’13,64" S, localizado na margem direita do Furo da Estiva, segue a montante

pelo Furo da Estiva, por uma distância aproximada de 3.151 metros, até o Ponto A2,

de coordenadas geográficas aproximadas 46º36’41.50" WGr e 0º50’16.95" S, na

confluência do Furo da Estiva com o Furo do Maguari; deste, segue pela margem

esquerda do Furo Maguari, no sentido jusante, por uma distancia aproximada de

1.991 metros, até a sua foz no Oceano Atlântico, Ponto A3, de coordenadas

geográficas aproximadas 46º35’58.51" WGr e 0º50’25.69" S; deste, segue pelo limite

da preamar máxima, por uma distância aproximada de 3.575 metros, ao longo da

costa da localidade Ajuruteua, até o Ponto A4, de coordenadas geográficas

aproximadas 46º36’53.33" WGr, 0º48’46.21" S; deste, segue a montante, pela

margem direita do Furo do Chavascal, por uma distancia aproximada de 1.574

metros, até o Ponto A1, início desta descritiva, perfazendo um perímetro de

aproximadamente dez mil, duzentos e noventa metros e setenta e cinco centímetros;

e

II - A Rodovia PA 458, que interliga a sede do Município de Bragança à

localidade Ajuruteua, no Estado do Pará.

Art. 2o A Reserva Extrativista ora criada tem por objetivo proteger os meios de

vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis,

tradicionalmente utilizados pela população extrativista residente na área de sua

abrangência.

Art. 3o Caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis - IBAMA administrar a Reserva Extrativista Marinha de Caeté-

Taperaçu, adotando as medidas necessárias para a sua implantação e controle, nos

termos do art. 18 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, providenciando os

contratos de cessão de uso gratuito com a população tradicional extrativista, para

efeito de sua celebração pela Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do

Page 46: Estudo do meio bragança pa.

46

Planejamento, Orçamento e Gestão, e acompanhar o cumprimento das condições

neles estipuladas, na forma da lei.

Art. 4o Ficam declarados de interesse social, para fins de desapropriação, na

forma da Lei no 4.132, de 10 de setembro de 1962, os imóveis rurais de legitimo

domínio privado e suas benfeitorias que vierem a ser identificados na Reserva

Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, para os fins previstos no art. 18 da Lei no

9.985, de 2000.

§ 1o O IBAMA fica autorizado a promover e executar as desapropriações de

que trata este artigo, podendo, para efeito de imissão de posse, alegar a urgência a

que se refere o art. 15 do Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941.

§ 2o A Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia-Geral da União, por

intermédio de sua unidade jurídica de execução junto ao IBAMA, fica autorizada a

promover as medidas administrativas e judiciais pertinentes, visando a declaração

de nulidade de eventuais títulos de propriedade e respectivos registros imobiliários

considerados irregulares, incidentes na unidade de conservação de que trata este

Decreto.

Art. 5o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de maio de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Marina Silva

Page 47: Estudo do meio bragança pa.

47

4. Lei Municipal da criação da APA (Ilha do Canela)

Lei municipal n o 3280, de 29/10/1997

Declara a Ilha do Canela Área de

Proteção e Preservação Ambiental

Permanente e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGANÇA aprova e eu Prefeito Municipal sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1° - Fica declarada "Área de Proteção Ambienta l Permanente", pelo Município

de Bragança a "Ilha do Canela", Ilha marítima de propriedade da União, localizada

no litoral Norte do País, no prolongamento dos limites territoriais e jurisdicionais do

Município de Bragança.

Parágrafo Único - A declaração objeto desta Lei visa especialmente a preservação

dos Mangues e a manutenção das características de ninharal e habitação

permanente das aves Guarás e outras.

Art. 2º - Fica proibida a construção de imóvel, com utilização de material de qualquer

espécie, na Ilha do Canela.

§ 1º - Exclui-se da proibição do "caput" deste artigo, a construção de casas por,

comprovadamente, nativos da ilha, destinados à residência própria.

§ 2º - A construção de imóvel na Ilha do Canela para finalidade diversa da prevista

no § 1º deste artigo, dependerá de prévia aprovação pela Câmara Municipal e

Prefeitura Municipal de Bragança, em cujos atos autorizativos constarão a

justificativa e a finalidade do imóvel.

Art. 3º - A atividade turística na Ilha do Canela será disciplinada pela Prefeitura

Municipal de Bragança.

Page 48: Estudo do meio bragança pa.

48

Art. 4º - A Prefeitura Municipal de Bragança assegurará a visita à Ilha do Canela,

pelo menos uma vez por mês de membros do Conselho Municipal de Defesa do

Meio Ambiente - CONDEMA.

Parágrafo Único - O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - CONDEMA,

encaminhará relatório mensal, para a Câmara Municipal e para a Prefeitura

Municipal de Bragança, sobre a situação da Ilha do Canela.

Art. 5º - A Prefeitura Municipal de Bragança adotará junto ao serviço do Patrimônio

da União as providências cabíveis para obtenção da cessão da Ilha do Canela,

objetivando a plena execução desta Lei.

Art. 6º - A Prefeitura Municipal de Bragança poderá expedir atos normativos visando

a regulamentação e plena execução desta Lei.

Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de Bragança, em 29 de Outubro de 1997.

José Joaquim Diogo

Prefeito Municipal

5. Ecoturismo na RESEX Caeté-Taperaçu

Observou-se em tempos passados o interesse do governo local em articular

parcerias a fim de conscientizar o povo das comunidades que vivem dentro da

RESEX, de seu grande potencial referente a seus Patrimônios Culturais Imateriais,

nesse período, grupos de artesãos consolidou-se, com o apoio do SEBRAE,

intermediado pela prefeitura local através da Secretaria de Turismo, nessa ocasião o

Page 49: Estudo do meio bragança pa.

49

SEBRAE ministrou cursos capacitando moradores das comunidades, fez um

trabalho de roteirização, além de um Inventário Turístico envolvendo os municípios

de Bragança e Tracuateua.

Líderes da RESEX pensam em Turismo Rural, mas nada foi implementado

até o momento. Observou-se que potencial para esse tipo de turismo e até mesmo

Ecoturismo é possível na região, contudo, deveria haver um projeto para ser

desenvolvido ao lado de parcerias, com objetivo para tal.

Fig. 43: Área de Campos Foto: Lúcia Lima.

6. Categorias de UCs

A RESEX Caeté-Taperaçu, bem como a APA Ilha do Canela também se

enquadram como área de uso sustentável, já que populações tradicionais vivem na

área e desenvolvem modos de vida característicos, como por exemplo, o trabalho

com artesanato de várias origens, na comunidade da Fazendinha e outras que

fazem parte da RESEX.

Nesta comunidade, criavam-se bodes e carneiros. Os primeiros donos eram

agricultores, daí a origem do nome. Está localizada a três quilômetros de Bragança,

e é um dos locais onde se encontra a Cerâmica Caeteuara, originária do rio Caeté,

que são feitas por pessoas como dona Carmita, umas das muitas que trabalha com

Page 50: Estudo do meio bragança pa.

50

a cerâmica desde muito jovem, e que conta como são os processos de fabricação

da cerâmica

No Centro de Arte Cerâmica Rotary, pertencente à comunidade da

Fazendinha a argila é retirada das várzeas para a confecção dos artesanatos, pois,

segundo a referida senhora, a argila retirada do mangue só serve para a confecção

de tijolos e telhas, esta argila de várzea foi considerada por técnicos como uma

argila plastificada e igualada com outras que estão presentes em peças com outra

argila, e que ficam com um acabamento inferior, dando a impressão que as peças

estão grosseiras ou mal acabadas.

Outra observação que dona Carmita fez questão de destacar, é de que não

são usados tijuco ou tabatinga para a confecção das peças artesanais na

comunidade Fazendinha, porque essa matéria prima não dá acabamento bom na

peça. As peças apresentadas na comunidade Fazendinha de artesanato Caeteuara

são peças fabricadas à mão, porém oleiros ceramistas que fazem vasos usam o

torno, máquina de modelagem manual, que é chamada de roda pelos povos antigos.

Fig. 44: Artesanato à mão Foto: Patrícia Ventura. Fig. 45: Vasos feitos no torno Foto: Lúcia

Lima.

A artesã relata ainda que a cidade de Bragança carecia de telhas e tijolo, foi

então que José Maria Pereira de Macedo, avô de dona Carmita, veio para Bragança,

o intendente na época, convenceu o referido senhor ficar na região e como este

possuía uma larga e ampla experiência nas atividades de olarias, trouxe para a

região a arte de vasos e potes de artesanato.

Page 51: Estudo do meio bragança pa.

51

Antonio Maria Macedo, um dos artesãos da comunidade, conta que produz

peças com argila de várzea e com argila do rio, seus trabalhos consistem desde tirar

a argila e trazer no carro ou na carroça, suas peças apresentam uma espécie de

bordado, são lixadas e queimadas, seus preços variam de R$1,00 (um Real) a

R$30,00 (trinta Reais) e são vendidas para Salinas, Capanema, Castanhal e Belém.

Em sua oficina aproveita resíduos sólidos para manter o fogo acesso com a

finalidade de queimar as peças produzidas, também queimam sementes de andiroba

(Carapa guianensis) que já foram utilizadas e para nada servem.

Na Fazendinha o povo é conscientizado quanto à questão do lixo, resíduos

não aproveitados são enterrados, outros são queimados nos fornos que servem para

queimar as peças artesanais e ainda há uma terceira parte do lixo que o carro passa

para pegar, nesta última parte surge o lixo que pode ser separado no lixão para ser

vendido para reciclagens. Existe um projeto de construir um forno para queimar todo

tipo de lixo produzido.

A Fazendinha é o primeiro produtor de tijolo de Bragança e sempre expõe

seus trabalhos em cerâmica no Estande da Rede Bragantina no Hangar (FRUTAL),

além de outros locais de feiras e eventos.

7. Apoio do poder público local.

Outro incentivo por parte do poder público local foi a introdução do Projeto

“Turismo na Escola” de autoria e coordenação do SEBRAE, cujo objetivo foi o de

incentivar o turismo e o empreendedorismo em nove municípios do Nordeste

paraense, fazendo com que o povo conheça e valorize seus atrativos patrimoniais

materiais e imateriais, seu potencial ambiental e cultural, através do qual várias

ações (cursos, oficinas, treinamentos etc.) foram direcionadas.

Observa-se no município de Bragança, ampla sinalização turística implantada

pela PARATUR em parceria com a Prefeitura local.

Observou-se (a equipe) que não há projetos e nem parcerias para

desenvolver um trabalho voltado para o Ecoturismo e, dessa forma, a comunidade

Page 52: Estudo do meio bragança pa.

52

sozinha não tem como prosseguir num processo de desenvolvimento de tão

complexa atividade, mesmo que haja capacitação de pessoal da comunidade por um

determinado período.

Ao finalizar este período, se a comunidade passar a gerenciar um

empreendimento, fatalmente, poderá desperdiçar tudo que foi obtido no princípio,

visto que não possui experiência, capacitação continuada e conhecimentos para

gerenciar um empreendimento dessa natureza. Contudo, afirma-se que potencial

ecológico, modo de vida da população tradicional, estilos culturais diferentes são

elementos presentes na região, faltando somente a continuação de um trabalho

integrado de parcerias, viabilizando a capacitação de pessoas, marketing, e políticas

publicas para a viabilização de projetos, para a consolidação da atividade.

Fig. 46: Artesanato da Região Foto: Raquel Sousa Fig. 47: Forno Foto Patrícia Ventura

Em Tamatateua, na comunidade de São Mateus, verificou-se outro tipo de

artesanato, seguindo o modelo da região, mas, com um diferencial: não é usado em

suas misturas o caripé (Hirtella excelsa Standl. ex Prance), (cinzas da casca de uma

árvore da região) mas sim o “chamote” (pó de telha), que dá consistência às peças e

permitem que as peças sirvam como recipientes para cozinhar (panelas). Eles

também participam de Feiras em Belém e municípios vizinhos, mas também vendem

também para Bragança. No período de inverno compram lenha, pois há dificuldade

em conseguir lenha seca. Os artesãos informaram também que o barro utilizado é

comprado da cerâmica. 100 (cem) barras do produto custam R$20,00 (Vinte Reais).

Page 53: Estudo do meio bragança pa.

53

Foram identificadas duas cooperativas no município: a COLEFA, Cooperativa

dos Oleiros da Fazendinha, dedicada à produção de tijolos, telhas e vasos; e a

COMARCA, Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis do Caeté, que

catam e separam materiais recicláveis (papéis, plásticos e metais).

Fig. 48: Semente de andiroba, (Carapa guaianensis) Fig. 49: Artesanato da Comunidade de São

Mateus

Foto: Lúcia Lima Foto: Raquel Sousa

8. Educação Ambiental

Um dos projetos sérios que existiu em Bragança com relação à Educação

Ambiental é o Projeto MADAM voltado para os manguezais com objetivo de

recuperação do mangue, durou cerca de dez anos e consiste no replantio do

mangue, é um estudo projetado pela UFPA de Bragança. O grupo “Recursos

Pesqueiros” que desenvolveram o projeto MADAM relata informações sobre o ciclo

de vida das espécies, principalmente, caranguejos uçá (Ucides cordatus), recursos

vitais para a vida do povo bragantino.

Page 54: Estudo do meio bragança pa.

54

O padre Nelson Magalhães presta um serviço de assistência social à

comunidade, objetivando a melhoria de renda para a mesma, deste modo, foi criada

a COMARCA, Cooperativa de Catadores de Materiais Reciclável dos Caetés, o

processo de atividade dos trabalhos na COMARCA, os homens da cooperativa

coletam o lixo e trazem para um galpão, construído em um terreno doado pelo padre

Nelson para essa finalidade. O padre capacitou o povo a trabalhar com a prensa

arranjada com doações, uma vez por mês um carro é contratado no valor de

R$400,00 (Quatrocentos reais) a R$600,00(Seiscentos reais) para pegar os resíduos

e levá-lo até o cliente que comprará para reciclar.

.

Fig. 50: COMARCA Foto: Lúcia Lima

Dentro de parâmetros sustentáveis, observou-se que a Olaria Sapucaia faz

um trabalho de relevante importância, na olaria é proibido queimar madeira. No forno

que serve para queimar as telhas, o material

usado é o pó de serragem, bem como o caroço

de açaí (Euterpe Oleracea).

Fig. 51: Olaria Sapucaia. Foto: Lúcia Lima.

Page 55: Estudo do meio bragança pa.

55

Em visita à Vila Que Era, pode-se constatar a existência do processo de

manuseio da argila para a confecção do artesanato. Em tempos passados o

SEBRAE forneceu capacitação para estes artesãos o fato causa certa polêmica,

pois, esses artistas fabricavam suas peças à mão e atualmente (após a entrada do

SEBRAE) utilizam os dois processos, fazem uso de fôrmas de gesso para a

confecção das peças. Para algumas pessoas as peças feitas à mão são mais

valiosas, enquanto que as outras podem sofrer descaracterização, segundo outras

vertentes.

O processo se dá da seguinte forma: o barro é retirado da beira do rio Caeté,

enfileta-se com o facão para a retirada da raiz, deixa-se de molho dois dias, após

esse tempo, escorre-se a água, amassa-se e tempera-se com as cinzas feitas da

casca do caripé (Hirtella excelsa Standl. ex Prance), e com chamote (pó de telhas),

que são socadas no pilão de madeira. Essa mistura temperada descansa cinco dias

e o processo dura três semanas. O caripé estava escasso e houve necessidade de

replantio, tarefa realizada com muito sucesso. O último passo do processo de fabrico

da peça é a queima, por dez minutos, com a fumaça da folha da goiabeira.

Existe na área, algumas iniciativas e projetos de trabalho envolvendo

sementes oleaginosas, em determinado período fecharam contrato com a Natura,

entretanto, este contrato não é agradável para a comunidade, visto que o que é

pago não compensa e os comunitários se sentem explorados.

Vem sendo desenvolvido a fabricação de hidratantes à base de sementes

oleaginosas da região, como Buriti ((Mauritia flexuosa) e Muru-muru (Astrocarium

murumuru) palmeira encontrada no igapó, assim o grupo gestor destas atividades

estão se preparando para organizar uma cooperativa, a intenção é produzir óleo de

Andiroba (Carapa guaianensis), de Babaçu (Orbignya phalerata, Mart.) de Cupuaçu

(Theobroma grandiflorum), Muru-muru (Astrocarium murumuru) Bacuri (Platonia

insignis) Tucum (Astrocaryum vulgare), Buriti (Mauritia flexuosa) e outros da região.

Porém, o Banco da Amazônia tem uma proposta para fazer o óleo dos Caetés, que

seria com a utilização das oleaginosas aqui referidas.

Page 56: Estudo do meio bragança pa.

56

9. Projeto que pode ser implantado

O Sr. Manoel Rodrigues de Oliveira é

proprietário de uma área de terra com

escritura pública, nestas terras passa o

Igarapé Chumucuí (localizado próximo ao

lixão do município).

Fig. 52: Balneário do Chumucuí Foto: Raquel Sousa.

Existem planos de um projeto de parceria com o Estado para fazer um Parque

Ecológico dentro de parâmetros de sustentabilidade, já houve conversas paralelas

com o prefeito atual, que concorda com o projeto, mas, nada foi feito nesse sentido.

Esse balneário funciona há doze anos e trabalham com o Sr. Manoel a esposa, o

filho e algumas pessoas da comunidade, no total dez pessoas trabalham no

empreendimento e este funciona somente aos sábados, domingos e feriados. O lixo

produzido no balneário vai para o lixão. O perfil de cliente que visita o local são

famílias e não há capacitação para os atendentes.

Fig. 53: Outra do Balneário Foto: Lúcia Lima. Fig. 54: Igarapé do Chumucuí Foto: Lúcia Lima.

Page 57: Estudo do meio bragança pa.

57

10. Limpeza do município.

Fig. 55: Lixo em frente ao cemitério da

cidade Foto: Lúcia Lima.

Na cidade de Bragança, no centro,

observou-se a carência de depósitos para

lixo, um dos locais que se percebeu esta

necessidade foi na Praça de Eventos,

onde não se observou nenhuma unidade

do produto, contudo, a mesma se encontrava limpa e com bom aspecto. Porém, em

frente ao Cemitério Santa Rosa de Lima, em um lote de terreno desocupado,

percebeu-se, um grande monte de resíduos sólidos, degradando a imagem da

cidade, o que foi registrado para efeito de comprovação.

Acredita-se, entretanto, que este fato, seja algo isolado e que em termos

gerais a cidade prima por certo grau de limpeza e em comparação com a metrópole

do Estado está superior a esta.

11. Atividades sustentáveis no Município para desenvolver o Ecoturismo.

A título de sugestão para ecoturismo a equipe que desenvolveu este trabalho,

sugestiona a implantação de um empreendimento comunitário, poderia ser um hotel

em que os benefícios financeiros seriam para a melhoria da qualidade de vida das

populações locais, a exemplo, do que acontece no

município de Silves – AM, a 300 km de Manaus, o

Hotel Aldeia dos Lagos, que foi criado, inicialmente,

com o objetivo de arrecadar fundos para a

preservação do sistema de lagos da região, contra a

pesca predatória.

Fig.56 Hotel Aldeia dos Lagos. Foto: Internet.

Page 58: Estudo do meio bragança pa.

58

Paralelo a este empreendimento deveria haver toda uma infra-estrutura,

associada a capacitação de pessoas da própria localidade, já que estes grupos

conhecem bem a região, para a criação e manejo de trilhas ecológicas, que em

princípio seriam mapeadas com a ajuda da comunidade local, estes mostrarão o

acesso com maior facilidade, formar guias capacitados, fomentar cada vez mais o

artesanato local, divulgando através de panfletos dentro da região e fora dela. Aliado

a estas atividades programar práticas de Arvorismo, Traking, Caminhadas, Watch

Bird, passeios de barco até o mirante, com a inserção de roteiro fluvial saindo da orla

para o Mirante, a fim de incentivar o ecoturismo na região.

Pode-se salientar que para haver ecoturismo, é imprescindível que haja

sustentabilidade, sem este tipo de desenvolvimento, não confere ecoturismo, mas,

turismo ecológico ou de natureza, o que já é praticado a muitos e muitos anos em

parques americanos, o que confere o título de ecoturismo ao segmento é o fato de

estar alicerçado em princípios e valores éticos numa integração sócio-cultural-

ambiental.

Dentro desse contexto observa-se, também, a educação ambiental por parte

da comunidade receptora, bem como, por parte dos turistas, geralmente esclarecidos,

que praticam o ecoturismo. Deste modo cai por terra, o que, equivocadamente,

algumas pessoas pensam que Turismo sustentável é mais um segmento do turismo,

o que não é verdade, mas, este é o tipo de desenvolvimento que deve ocorrer com

todos os tipos de turismo, o que se pode constatar ao analisar a seguinte citação:

A palavra “ecoturismo” não trouxe como novidade a viagem à natureza, pois este tipo de atividade já tem adeptos a muito tempo.Os visitantes, que há mais de um século lotavam os primeiros Parques Nacionais Americanos, são bons exemplos disso. O que caracteriza não é seu grau de especialização, o quanto é considerado inóspito o ambiente visitado ou a resistência física do turista. O que diferencia dos demais segmentos do turismo de natureza é a aplicação de princípios e valores éticos (Ceballos-Lascuráin 1996), o comportamento do turista, o conceito de sustentabilidade com desenvolvimento e o aspecto educacional (KINKER, Sônia, 2002, p.19).

Page 59: Estudo do meio bragança pa.

59

CAPÍTULO IV

SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA

PROFESSORA: LUCIANA MENDES

COMANDO DO TRABALHO.

� - Identifique os segmentos do turismo que ocorrem no município, elucidando

os ícones (símbolos) representativos de cada segmento e suas

características. Exemplo: se no município você identificar que ocorre o

segmento Ecoturismo, favor justificar

mostrando quais atrativos representam

a existência daquele segmento,

mostrando suas características

peculiares.

� - Busque tendências, indicando os

potenciais e justificando as suas

ocorrências.

Fig. 57: Praça dos Eventos Foto: Raquel Sousa

Page 60: Estudo do meio bragança pa.

60

1. Segmentos do turismo que ocorrem no município

Em pesquisas observou-se que a cidade de Bragança possui forte apelo no

que diz respeito ao turismo religioso, pode-se identificar, claramente, esse tipo de

seguimento na região bragantina, visto que a cidade recebe considerável número de

visitantes, por ocasião da festa profano religiosa que se realiza entre os dias 18 a 26

de dezembro, chegando à cidade a receber um público de 80.000 pessoas, que se

encantam com tanta fé, religiosidade, fartura, cores e reverência.

Para referendar a relevância do Turismo Religioso em Bragança, observam-

se os seguintes acontecimentos:

“A maior manifestação religiosa bragantina que consiste na história das três

imagens de São Benedito, uma da praia, uma da colônia, e outra do campo, as duas

últimas carregam o Menino Jesus nos braços e a primeira carrega um bouquet de

flores, segundo o Sr Georginho, dono do restaurante venha cá, que se considera

filho de São Benedito, as três imagens do Santo e seus esmoleiros saem em

esmolação no mês de abril e passam sete meses nas ruas arrecadando donativos

para a festividade, em novembro estas três imagens vão chegando uma de cada vez

com seus cofres abarrotados de dinheiro, onde se faz uma estimativa de

arrecadação de R$ 80.000,00 para a Diocese, este valor refere-se às três imagens.

Este evento profano e religioso denominado esmolação, segundo o Sr Georginho, já

ocorre a 211 anos havendo várias comissões e cada uma delas é composta por 10

esmoladores, a opa é uma indumentária que promesseiros e esmoladores vestem

para dar prosseguimento nas rezas e orações nas casas aonde a imagem do Santo

chega. Ao chegarem à residência em questão, o dono da casa recebe os

promesseiros e esmoleiros com um banquete, onde é servido comidas a base de

aves caipiras, carnes de porco e de carneiro, curioso é que na primeira mesa

formada só sentam os homens, ficando as mulheres para segundo plano, contudo

estas comem das mesmas iguarias e quitutes comuns na região.”

Apesar da Festa de São Benedito ser um atrativo a parte para o Turismo

Religioso, não se pode deixar de fora o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que

Page 61: Estudo do meio bragança pa.

61

ocorre em Novembro, neste contexto, o evento proporciona um considerável número

de visitantes a cidade, movimentando a economia local no referido mês.

Fig. 58: Afrescos do interior da Igreja Matriz de Bragança Foto: Patrícia Ventura.

Outro seguimento que merece destaque na cidade em estudo é o Turismo

Cultural, a cidade conserva Patrimônios Culturais Materiais e Imateriais, onde se

podem ver verdadeiros acervos de cultura, que mostra riqueza de detalhes, desde a

ocasião de sua fundação até os dias atuais.

Um grande exemplo do caráter cultural acentuado na cidade é a manifestação

religiosa e cultural que acontece a mais de dois séculos, a marujada, evento profano

religioso que enaltece a todo o momento a figura feminina da maruja como mais

importante, em todos os rituais da festividade.

Page 62: Estudo do meio bragança pa.

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Fig. 59: Indumentária da marujada Foto: internet.

A dança é comandada pelas mulheres, enquanto os homens são

responsáveis pela música e esta é sempre voltada para ritmos como o Xote, o

Retumbão, a Mazurca, a Valsa, o Arrasta pé e outros.

A indumentária da marujada é de grande vislumbre, haja vista, o festival de

cores utilizado, o chapéu é o adereço mais importante. A título de fundamentar com

clareza os trajes usados relata-se a seguinte história:

“A Marujada é uma festa de cores, no que se refere à indumentária e a parte

mais atrativa desta é o chapéu feminino que segundo Clara Elizabeth Borges da

Rosa, que trabalha com a confecção de chapéus todos os anos por ocasião da

festa, é feito com arames, penas de pato, fitas nas cores de São Benedito e um

tecido denominado lurex. Clara, é artesã e relata que ainda trabalha com os chapéus

a moda antiga, pois, seu falecido pai veio em sonho dar-lhe o molde para os

mesmos.”

O Turismo de Sol e Mar é outro seguimento que merece destaque na região,

visto que, a Praia de Ajuruteua se localiza a 35 quilômetros da cidade em estudo,

levando, aproximadamente, trinta minutos de transporte rodoviário para se chegar

até a praia. Fato que leva um grande número de veranistas e visitantes que vão a

Bragança, inserir, logo que de imediato, a extensão de sua viagem até a Praia de

Ajuruteua, ou o contrário, visitantes que vão a Ajuruteua, logo se encantam por

Page 63: Estudo do meio bragança pa.

63

Bragança, alguns só passam por Bragança, tendo seu destino principal a Praia de

Ajuruteua.

Fig. 60: Praia de Ajuruteua, janeiro de 2008 Foto: Patrícia Ventura.

O Turismo Ecológico, ainda que associado a sol e mar, numa análise

profunda, pode ser evidenciado, e experimentando no Balneário do Sr Manoel

Rodrigues de Oliveira, o Igarapé do Chumucuí, aborda-se o relato deste a seguir: “O

Sr. Manoel Rodrigues de Oliveira é proprietário de uma área de terra com escritura

pública, nestas terras passa o Igarapé Chumucuí, existe planos de um projeto de

parceria com o Estado para fazer um parque ecológico dentro de parâmetros de

sustentabilidade, já houve conversas paralelas com o prefeito atual que concorda

com o projeto, mas, nada foi feito nesse sentido.

Este balneário funciona há doze anos, trabalham com o Sr. Manoel a esposa,

o filho e algumas pessoas da comunidade, no total são dez pessoas que trabalham

no local, o mesmo funciona somente sábados, domingos e feriados, o lixo produzido

no balneário vai para o lixão, o perfil de cliente que visita o local são famílias e não

há capacitação para os atendentes”.

Page 64: Estudo do meio bragança pa.

64

Fig. 61: Igarapé do Chumucuí Foto: Raquel Sousa.

A Praça de Eventos da cidade de Bragança é um atrativo físico, onde ocorre

toda categoria de eventos, este espaço exemplifica e assevera a inclinação do

turismo cultural na cidade, ressaltam-se relevantes pontos desta obra: “a Praça de

Eventos homenageia ilustríssimo, filho da terra, Armando Bordallo da Silva, nasceu

em 1906, foi Doutor em medicina, Antropólogo, Diretor do Museu Paraense Emilio

Goeldi, Presidente da Comissão Paraense de Folclore, Conselheiro da Fundação

Cultural de Bragança, foi o primeiro estudioso da marujada de São Benedito de

Bragança, foi Juiz da Festividade em 1964, autor do livro Contribuição ao Estudo

do Folclore Amazônico na Zona Bragantina . Em 31 de maio 1969 foi empossado

como sócio efetivo e perpétuo, na cadeira 23 da Academia Paraense de Letras.

Faleceu em 04/04/1991”.

Page 65: Estudo do meio bragança pa.

65

Fig. 62: Praça dos Eventos Foto: Patrícia Ventura.

Observou-se em tempos passados o interesse do governo local em articular

parcerias a fim de conscientizar o povo das comunidades que vivem dentro da

RESEX, de seu grande potencial referente a seus Patrimônios Culturais Imateriais,

nesse período, grupos de artesãos consolidou-se, com o apoio do SEBRAE,

intermediado pela prefeitura local e pela Secretaria de Turismo, nessa ocasião o

SEBRAE ministrou cursos capacitando o povo das comunidades, fez um serviço de

roteirização, além de um Inventário Turístico envolvendo Bragança e Traquateua.

Líderes da Reserva extrativista pensam em Turismo Rural, mas, nada foi

implementado até o momento. Observou-se que potencial para esse tipo de turismo

e até mesmo Ecoturismo é possível na região, contudo, deveria haver um projeto

para ser desenvolvido ao lado de parcerias, com objetivo para tal.

O destino onde se obteve este estudo possui potencial ecológico e

comunitário para que seja desenvolvido o seguimento de ecoturismo, todavia, não

há projetos e nem parcerias, então, a comunidade sozinha não tem como prosseguir

num processo de desenvolvimento do segmento, mesmo que haja capacitação de

Page 66: Estudo do meio bragança pa.

66

um ano ou ano e meio das pessoas da comunidade, ao finalizar este período, ao

gerenciar um empreendimento, fatalmente, poderá deixar cair por terra tudo que foi

obtido no princípio, visto que, não possui experiência, capacitação continuada e

conhecimentos para gerenciar um empreendimento de ecoturismo.

Fig. 63: Rio Caeté Foto: Raquel Sousa.

As comunidades da cidade de

Bragança podem não estar

capacitadas para o Ecoturismo,

entretanto, a região bragantina

oferece potencial em relação a

espaço ecológico, em relação ao

modo de vida das comunidades,

sendo uma rica região em termos de

artesanato local, propiciando o

ecoturista se satisfazer comprando

artesanatos, o que este aprecia

muitíssimo. Fig. 64: Área de campos Foto: Lucia Lima.

Page 67: Estudo do meio bragança pa.

67

Mais uma vez ressalta-se que apesar de possuir potencial, há carência de um

trabalho integrado de parcerias, viabilizando a capacitação de pessoas, marketing, e

políticas publicas para a viabilização de projetos, a fim de que venha acontecer o

Ecoturismo.

Fig. 65: Artesanato da Fazendinha Foto:

Patrícia Ventura.

O Mirante São Benedito foi

uma obra inaugurada em 18/07/2009,

na gestão do prefeito Edson Luiz de

Oliveira, construída através do

convenio n° 332/08 com recursos do

FNDE- Estado do Pará e do

município de Camutá.

Fig. 66: O Mirante Foto: Raquel

Sousa.

Esta obra, a princípio de cunho religioso, está localizada dentro da RESEX,

pôde-se observar que por trás do cunho religioso há também interesses políticos, o

que se observa que com grande quantidade de turistas ou visitantes no local, sem o

devido monitoramento, poderá haver uma grande degradação, até mesmo acúmulo

de resíduos sólidos colocados em lugares inadequados denegrindo a paisagem e

provocando poluição de todas as formas. Entretanto, afirma-se que o atrativo é de

Page 68: Estudo do meio bragança pa.

68

grande porte e beleza que merece ser visto, contemplado e visitado até mesmo mais

de uma vez, a beleza cênica da paisagem vista do Mirante é algo espetacular e

majestoso.

1. Potenciais apontando tendências para o turismo

Este texto foi produzido inicialmente para compor o último quesito da

disciplina Ecoturismo, inserida neste trabalho, entretanto, observou-se que o mesmo

serviria para referendar, o que o grupo quer expor neste tópico e assim transcreve-se:

“A equipe que desenvolveu este trabalho sugere a implantação de um

empreendimento comunitário, poderia ser um hotel em que os benefícios financeiros

seriam para a melhoria da qualidade de vida das populações locais, a exemplo, do

que acontece no município de Silves – AM, a 300 km de Manaus, o Hotel Aldeia dos

Lagos, que foi criado, inicialmente, com o objetivo de arrecadar fundos para a

preservação do sistema de lagos da região, contra a pesca predatória.

Paralelo a este empreendimento deveria haver toda uma infra-estrutura,

associada à capacitação de pessoas da própria localidade, já que estes grupos

conhecem bem a região, para a criação e manejo de trilhas ecológicas, que em

princípio seriam mapeadas com a ajuda da comunidade local, estes mostrarão o

acesso com maior facilidade, formar guias capacitados, fomentar cada vez mais o

artesanato local, divulgando através de panfletos dentro da região e fora dela. Aliado

a estas atividades programar práticas de Arvorismo, Traking, Caminhadas, Watch

Bird, passeios de barco até o mirante, com a inserção de roteiro fluvial saindo da orla

para o Mirante, a fim de incentivar o ecoturismo na região.

Pode-se salientar que para haver ecoturismo, é imprescindível que haja

sustentabilidade, sem este tipo de desenvolvimento, não confere ecoturismo, mas,

turismo ecológico ou de natureza, o que já é praticado a muitos e muitos anos em

parques americanos, o que confere o título de ecoturismo ao segmento é o fato de

estar alicerçado em princípios e valores éticos numa integração sócio-cultural-

ambiental.

Page 69: Estudo do meio bragança pa.

69

Dentro desse contexto observa-se, também, a educação ambiental por parte

da comunidade receptora, bem como, por parte dos turistas, geralmente esclarecidos,

que praticam o ecoturismo. Deste modo cai por terra, o que, equivocadamente,

algumas pessoas pensam que Turismo sustentável é mais um segmento do turismo,

o que não é verdade, mas, este é o tipo de desenvolvimento que deve ocorrer com

todos os tipos de turismo, o que se pode constatar ao analisar a seguinte citação”:

A palavra “ecoturismo” não trouxe como novidade a viagem à natureza, pois este tipo de atividade já tem adeptos a muito tempo.Os visitantes, que há mais de um século lotavam os primeiros Parques Nacionais Americanos, são bons exemplos disso. O que caracteriza não é seu grau de especialização, o quanto é considerado inóspito o ambiente visitado ou a resistência física do turista. O que diferencia dos demais segmentos do turismo de natureza é a aplicação de princípios e valores éticos (Ceballos-Lascuráin 1996), o comportamento do turista, o conceito de sustentabilidade com desenvolvimento e o aspecto educacional (KINKER, Sônia, 2002, p.19).

Page 70: Estudo do meio bragança pa.

70

CAPÍTULO V

TRANSPORTES TURÍSTICOS

PROFESSOR: CLEBER SOARES

COMANDO DO TRABALHO.

� Infra-estrutura básica existente no local.

� Pontos de origem de mais acesso ao local visitado e possibilidades de destino

secundário.

� Dos principais pontos de origem, do destino primário e secundário,

identificação de vias de acesso, veículos utilizados, força motriz e terminais

existentes.

� Funcionamento dos meios de transportes, interligação turística entre o ponto

de origem (Belém) e a localidade de Bragança, bem como, desta, para os

principais destinos secundários: empresas, horários, preço e etc.

� Análise crítica de tudo

que foi visto e observado em

campo.

Fig. 67: Rodoviária Foto:

Raquel Sousa.

Page 71: Estudo do meio bragança pa.

1. Propósitos deste capítulo

O trabalho de pesquisa dentro da disciplina transporte turístico visa, dentre

outros, em princípio, apontar os pontos de origem que

Bragança, também conhecida como Pérola do Caeté, localizada a Nordeste do

estado do Pará, a 210 quilômetros da Capital, Belém

legais, que fazem o trajeto Belém

própria cidade, prestando serviços de utilidade de acessibilidade aos moradores e

visitantes.

Fig. 68: Mapa de como chegar a Bragança Foto: internet

2. Infraestrutura básica existente no local

Em analise à cidade de

estrutura de transporte da região existe o

inaugurado em 21/11/1971 e reformado na gestão do Governad

Gabriel, Vice-governador

Amaro Barreto da Rocha Klautau em 31/12/1996.

na Praça Augusto Monte Negro, perto da Delegacia, em frente ao quartel, muito

próximo da Praça de Eventos

Existe também na localidade o Aeropo

que possui pista dimensionada para pouso de aviões

Propósitos deste capítulo

O trabalho de pesquisa dentro da disciplina transporte turístico visa, dentre

outros, em princípio, apontar os pontos de origem que levam visitantes à cidade de

Bragança, também conhecida como Pérola do Caeté, localizada a Nordeste do

estado do Pará, a 210 quilômetros da Capital, Belém, bem como, apontar empresas

legais, que fazem o trajeto Belém-Bragança; empresas que circulam dentro da

ópria cidade, prestando serviços de utilidade de acessibilidade aos moradores e

Mapa de como chegar a Bragança Foto: internet

Infraestrutura básica existente no local

cidade de Bragança-PA, observou-se que quanto à infra

estrutura de transporte da região existe o Terminal Rodoviário Teivelino Guapindaia,

inaugurado em 21/11/1971 e reformado na gestão do Governad

governador Hélio Gueiros Júnior e Secretário de Transportes Eng. Dr.

Barreto da Rocha Klautau em 31/12/1996. O Terminal Rodoviário se localiza

na Praça Augusto Monte Negro, perto da Delegacia, em frente ao quartel, muito

próximo da Praça de Eventos.

Existe também na localidade o Aeroporto Municipal Juscelino Kubsticheck,

que possui pista dimensionada para pouso de aviões de médio porte medindo 800m

71

O trabalho de pesquisa dentro da disciplina transporte turístico visa, dentre

visitantes à cidade de

Bragança, também conhecida como Pérola do Caeté, localizada a Nordeste do

, bem como, apontar empresas

Bragança; empresas que circulam dentro da

ópria cidade, prestando serviços de utilidade de acessibilidade aos moradores e

se que quanto à infra-

Teivelino Guapindaia,

inaugurado em 21/11/1971 e reformado na gestão do Governador do Estado Almir

cretário de Transportes Eng. Dr.

O Terminal Rodoviário se localiza

na Praça Augusto Monte Negro, perto da Delegacia, em frente ao quartel, muito

rto Municipal Juscelino Kubsticheck,

de médio porte medindo 800m

Page 72: Estudo do meio bragança pa.

72

X 23m, contudo em pesquisas descobriu-se que este está a mais de um ano sem

atividades (desativado), mesmo quando estava sendo utilizado não havia o fluxo de

vôos comerciais, apenas vôos com avião fretado de particulares. Um fato muito

interessante da história brasileira foi que em 18/05/1955, pousou neste aeroporto a

figura de Juscelino Kubsticheck, que em cartas datadas da época relata seu grande

carinho pela cidade de Bragança.

Fig. 69: Entrada do Aeroporto de

Bragança Foto: Patrícia Ventura.

Apesar da cidade de

Bragança ser ladeada pelo rio

Caeté, portanto, há a facilidade de

portos no local, sabe-se que é

possível o acesso à Praia de

Ajuruteua, através de barcos,

entretanto, a região não

disponibiliza deste serviço de

transporte de forma remunerada, apenas

populares pescadores utilizam a via

marítima.

Fig. 70: Interior da Estação Rodoviária de

Bragança Foto: Lúcia Lima

Page 73: Estudo do meio bragança pa.

73

Fig. 71: Terminal Rodoviário de Belém Foto:

Internet.

Vale à pena mencionar como

infraestrutura o Terminal Rodoviário

Hildegardo Silva Nunes, localizado no ponto de origem Belém, capital do estado, na

Rua do Operário s/n, onde através de rodovias saem vans, ônibus e microônibus

para o destino Bragança, todos os dias em diversificados horários.

Fig. 72: Carta de Juscelino Kubstichek Foto: Lúcia Lima.

Page 74: Estudo do meio bragança pa.

74

3. Pontos de origem e destinos primários e secundários.

A pesquisa aponta algumas localidades prioritárias de onde emanam

visitantes quase que diariamente, com aumento de fluxo nos finais de semana,

feriados e períodos de férias escolares, dar-se-á ênfase aos principais pontos de

origem de significativa relevância com relação a fluxo de turistas ou visitantes deles

para a cidade de Bragança. Sem dúvida o principal ponto de origem que leva

visitantes até a referida cidade, é Belém, seguido de Castanhal, Capanema, Capitão

Poço e Ourém, evidenciam-se estas cinco localidades como principais, contudo, não

se excluem outras de menor grau de importância no que diz respeito a fluxo de

visitantes na região bragantina. Neste contexto observa-se a vinda de pessoas de

Santa Maria, Santa Isabel e Praia de Ajuruteua, esta dentro da região bragantina,

entre outros municípios.

Como principais destinos secundários encontram-se Augusto Correia a uma

distância de Bragança de 16 a 18 km, custo da passagem através da empresa Boa

Esperança, 2,00 reais; Tracuateua também a 16 ou 18 km, preço da passagem 3,00

reais e Viseu distante a 115 km da referida cidade, preço da passagem 16,00 reais.

Em se tratando de acessibilidade para os destinos secundários, com relação

a Augusto Correia há possibilidade de ir-se de por via marítima, derivado da

localização da cidade às margens do rio Caeté, todavia, ninguém faz o trajeto,

porque não há transporte remunerado para esse fim.

A acessibilidade a todos os outros destinos secundários se dá através de

rodovias, com a utilização de transportes particulares ou de linhas, cuja, força motriz

é de motores movidos a gasolina, álcool e diesel.

Ressalta-se que de Bragança aos principais destinos secundários (Viseu,

Tracuateua e Augusto Corrêia) quem faz o percurso transportando moradores locais

e visitantes, é a Empresa Boa Esperança, evidencia-se que para Tracuateua há um

transporte alternativo.

Page 75: Estudo do meio bragança pa.

75

4. Identificação de vias de acesso, veículos utilizados e funcionamento dos

transportes

O município de Bragança está situado na região nordeste do estado do Pará, distando 210 km da capital do estado, ligado através das rodovias BR-316 e PA-242, contudo, o acesso à cidade de Bragança (sede municipal) pode ser feito através das vias terrestres, fluvial e aérea.

Por via terrestre, o acesso pode ser feito a partir da cidade de Belém (capital do Estado) pela BR-316 até a cidade de Capanema; daí, através da PA-242 (asfaltada), passando pela cidade de Tracuateua. Outro acesso se faz a partir do Km-75 da BR-316, através da PA-112 (cascalhada), por cerca de 70 km. Existem linhas regulares de ônibus para várias cidades, vila e povoados da região. A ligação rodoviária de Bragança com as vilas e povoados é realizada por estradas estaduais e municipais.

Por via fluvial, o acesso pode se efetuado por meio de embarcações de pequeno a médio porte (até 200 ton.), através do rio Caeté, a partir de sua foz, distante 25 km da sede municipal. Contudo, não há transporte remunerado, apenas barcos de pescadores e particulares.

Por via aérea , Bragança dispõe de uma pista de pouso (asfaltada), com capacidade para aviões de médio porte e tempo de vôo Belém/Bragança estimado em 45 minutos, contudo, está a mais de ano desativada. (ALMEIDA, Socorro 2006)

Observaram-se todos os meios de acessibilidade ao local, porém, constata-se

que o meio atual utilizado, sem dúvida, são as rodovias, já abordadas neste estudo.

Fig. 73: Terminal de Bragança Foto: Lúcia Lima.

Page 76: Estudo do meio bragança pa.

76

Da Capital do Estado (Belém) até Bragança, observam-se uma empresa

credenciada e uma alternativa, a Boa Esperança e SIPROVAN, respectivamente,

fazendo linha para a referida cidade, observa-se um box da Boa Esperança no

terminal Eng. Teivelino Guapindaia, em Bragança, o preço da passagem Belém-

Bragança fica em torno de 21,75 reais pela empresa em questão e 22,00 pela

SIPROVAN, esta é catalogada como transporte alternativo, e utiliza vans e

microônibus, seus horários são às 5h:40min; 6h:20min; 7h:00min; a partir deste

último horário os carros saem de hora em hora até às 16h:00min, que é o último no

dia a sair.As saídas de Belém com destino a Bragança através da Boa Esperança de

segunda a sábado são as 06h:00min; 07h:00min; 08h:00min: 10h:00min:

12h:00min;14h:00min. 15h00min; 16h00min; 17h00min; 18h00min; 19h00min; e aos

domingos e feriados permanece os mesmos horários, sendo que, o horário de

16h00min não funciona. O trajeto rodoviário dos veículos empresariais e particulares

com destino a Bragança é feito através das rodovias citadas neste trabalho.

A empresa (Auto-viária Bragantina) Boa Esperança atende fazendo viagens

de Bragança a Belém de segunda a sábado, domingos e feriados, os respectivos

horários, as 05h45min; 06h30min; 07h30min; 08h30min; 09h30min; 10h30min;

12h00min; 13h00min; 14h00min; 15h00min; 16h00min; 18h00min. Bem como aos

domingos e feriados às 07h00min; 08h30min; 10h00min; 12h00min; 13h00min;

14h00min; 15h00min; 16h00min; 17h00min; 18h00min. Esta empresa oferece

serviços Intermunicipais e interestaduais. Contato (91)34251194.

As pesquisas mostraram duas linhas de transporte rodando dentro da cidade

de Bragança a Trans Pinheiro e o Expresso Nascimento, uma única linha fazendo

viagens para Ajuruteua que é Trans Ajuruteua. Com relação a esta última o

transporte se dá de maneira precária, como se relata a seguir: a Praia de Ajuruteua

fica a trinta minutos de Bragança, contudo o transporte coletivo não sai da

rodoviária, o seu custo é de 4,00 a passagem, mas o veículo se encontra obsoleto e

arcaico, rodando a uma velocidade de quarenta quilômetros por hora e

proporcionando uma viagem nada agradável ao visitante, visto que, ao embarcar

pessoas nativas moradores de Ajuruteua, estão sempre carregados com muitas

compras, inclusive animais (aves) em paneiros(espécie de cesto, tecido com

Page 77: Estudo do meio bragança pa.

77

material da região) o que por vezes provoca visual e cheiros desagradáveis ao

público que está a passeio de férias, fatos que tornam uma viagem de trinta minutos

aborrecida, longa e nada prazerosa.

Fig. 74: Os Taxistas Foto:

Raquel Sousa.

A ASTAB é a Associação dos

Taxistas de Bragança, a associação é

composta por 214 taxis, legalizados,

que trabalham 24 horas no ar, os taxis

não possuem taxímetro e os motoristas fazem corridas mínimas ao preço de 5,00

reais, os motoristas não permitem a entrada de moto taxis, estes já tentaram entrar,

contudo foram barrados, não obtendo sucesso.

Vale ressaltar que na Estação Rodoviária Teivelino Guapindaia, em

Bragança, há um box de transporte alternativo é a ABRAG, consiste num consórcio

de vários proprietários que montaram uma associação, a finalidade principal é o

destino Belém, porém, passam em outras localidades.

A ABRAG, que é a cooperativa de vans, legalizada, também trabalha 24 horas, já

funciona há 15 anos e possui de 27 a 30 veículos, João Gomes Barbosa é o atual

presidente, a eleição para troca deste é de quatro em quatro anos. Em alta

temporada, a procura é grande, chegando a aumentar à procura em 10%, em conta

partida na baixa temporada a procura cai em 50%.

5. Análise crítica

Em análise observou-se que a via rodoviária que liga Belém à Capanema é

conservada em relação à pavimentação asfáltica, placas e sinalização noturna

luminosa que guia a todos que passam por lá, porém, ao adentrar na PA – 242 que

liga Capanema a Bragança não há placas informativas da direção e quilometragem

de acesso a cidade aqui em estudo, nessa localidade, turistas e visitantes,

normalmente, pedem informações a populares que indicam a distância de

Capanema a Bragança é um percurso de 55 quilômetros. A última placa que indica a

Page 78: Estudo do meio bragança pa.

78

direção de Bragança é na rotatória em Santa Maria, contudo, é percebível que em

Capanema não há placas indicativas determinando a direção à Bragança, o que

torna o percurso muito complexo, que pode fazer o turista ou visitante perder o norte

de seu roteiro. Entretanto, quanto à sinalização noturna luminosa a via está muito

bem aparelhada, deixando a desejar, somente, neste aspecto aqui mencionado.

Fig. 75: PA-242 Rodovia que liga Capanema a Bragança Foto: internet.

Uma crítica relevante com relação ao transporte que leva o turista ou visitante

à Ajuruteua é que o mesmo encontra-se ultrapassado e nada confortável, pois,

transporta moradores da referida praia e estes ao fazerem uso do transporte

carregam determinadas mercadorias que aos olhos de pessoas em férias, ou em

visitas ao local pode soar um tanto desagradável, a viagem torna-se cansativa e

enfadonha, são apenas trinta e cinco quilômetros de Bragança à Ajuruteua, mas, o

meio de transporte é desconfortável.

Outra crítica é com relação à rodovia que interliga Bragança à Viseu, BR-308, no

início do trajeto a via se encontra em precário estado de conservação, enormes

crateras evoluem na pista, já quase não há asfalto, os veículos trafegam de forma

lenta, impossível colocar marcha alta no veiculo, devido ao caos instalado na

referida via.

Page 79: Estudo do meio bragança pa.

79

Para ressaltar esta crítica, que tem relação com a Rodovia que liga Bragança ao

município de Viseu e que em observação em campo pôde-se comprovar tais fatos,

encerra-se este trabalho com a transcrição de um texto colhido da internet:

Depois que o deputado Gerson Peres, de boa fé, transformou a estrada estadual que liga Bragança a Viseu em estrada federal, esta está completamente abandonada. Nenhum Governo se interessa por ela. A estrada serve três municípios no Pará: Bragança, Augusto Corrêa e Viseu. No trecho bragantino tem a famosa ponte da Sapucaia sobre o rio Caeté que está totalmente esburacada. Dali em diante é um sofrimento só. Chega-se a fazer 15 quilometros por hora e sofre carro e passageiro. (LIMA, José Carlos, 2009)

Page 80: Estudo do meio bragança pa.

80

Bibliografia

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