Estudo dirigido 1º ano - socialização e violência de gênero

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SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO PROFESSORA SARA ALVES SECRETARIA DE EDUACAÇÃO DO ESTADO PROG. INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INCIIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID/UFES/CSO EEEM PROFESSOR FERNANDO DUARTE RABELO ESTUDO DIRIGIDO 1º ANO - Desigualdade de gênero e a violência contra a mulher. As relações de gênero, tais quais são entendidas hoje, foram construídas por meio de ideias sociais e culturais que indicavam o que era adequado aos homens e às mulheres. A violência contra mulher é um fenômeno que atinge a nossa sociedade por muitos séculos.E todos os dias, um grande número de mulheres, jovens e meninas, no Brasil e no mundo, são submetidas a alguma forma de violência. A violência contra as mulheres é a extrema manifestação de desigualdades de vários tipos, que foram sendo historicamente construídas. No Brasil, a população feminina ultrapassou 103 milhões de mulheres em 2014. Uma em cada cinco considera já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido” (Fundação Perseu Abramo, 2010). Dados compilados no Dossiê Violência contra as Mulheres: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/ A discriminação da condição feminina é geradora de desigualdades e serve de base para muitas formas de violência contra as mulheres física, psicológica, moral, sexual e patrimonial que afetam o pleno desenvolvimento das mulheres e da sociedade como um todo. Essas várias formas de violência atingem mulheres e meninas de maneiras diversas, quando considerados marcadores sociais como raça/etnia, sexualidade, identidade de gênero, classe e idade. As desigualdades historicamente estabelecidas sedimentaram-se como “naturais” no senso comum, em prejuízo das mulheres vítimas de violências, como questões relacionadas à biologiaou “à ordem natural das coisas”, transmitido através da socialização dos indivíduos. O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada justamente pelo fato de ser mulher!

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SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

PROFESSORA SARA ALVES

SECRETARIA DE EDUACAÇÃO DO ESTADO

PROG. INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INCIIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID/UFES/CSO

EEEM PROFESSOR FERNANDO DUARTE RABELO

ESTUDO DIRIGIDO – 1º ANO - Desigualdade de gênero e a violência

contra a mulher.

As relações de gênero, tais quais são entendidas hoje, foram construídas

por meio de ideias sociais e culturais que indicavam o que era adequado

aos homens e às mulheres.

A violência contra mulher é um fenômeno que atinge a nossa sociedade

por muitos séculos.E todos os dias, um grande número de mulheres,

jovens e meninas, no Brasil e no mundo, são submetidas a alguma forma

de violência. A violência contra as mulheres é a extrema manifestação de

desigualdades de vários tipos, que foram sendo historicamente

construídas.

No Brasil, a população feminina ultrapassou 103 milhões de mulheres em

2014. Uma em cada cinco considera já ter sofrido alguma vez “algum tipo

de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”

(Fundação Perseu Abramo, 2010).

Dados compilados no Dossiê Violência contra as Mulheres: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/

A discriminação da condição feminina é geradora de desigualdades e

serve de base para muitas formas de violência contra as mulheres – física,

psicológica, moral, sexual e patrimonial – que afetam o pleno

desenvolvimento das mulheres e da sociedade como um todo. Essas

várias formas de violência atingem mulheres e meninas de maneiras

diversas, quando considerados marcadores sociais como raça/etnia,

sexualidade, identidade de gênero, classe e idade.

As desigualdades historicamente estabelecidas sedimentaram-se como

“naturais” no senso comum, em prejuízo das mulheres vítimas de

violências, como questões relacionadas à biologiaou “à ordem natural das

coisas”, transmitido através da socialização dos indivíduos.

O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada

justamente pelo fato de ser mulher!

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SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

PROFESSORA SARA ALVES

SECRETARIA DE EDUACAÇÃO DO ESTADO

PROG. INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INCIIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID/UFES/CSO

EEEM PROFESSOR FERNANDO DUARTE RABELO

Redes sociais e o empoderamento feminino

Em alguns momentos, ultimamente, as redes sociais, em especial o

Twitter e o Facebook, estão tomadas com diversas hashtags, ajudando no

empoderamento (participação) das mulheres. As timelines estão sendo

tomadas por manifestos em que ficam fáceis para todas se identificarem,

pois as reivindicações eram comuns.Trata-se de uma compilação de

relatos e denúncias de situações de machismo que

asmulheres vivem no dia a dia. As mensagens

falam de diversos momentos, desde o primeiro

assédio, muitas vezes na escola, até aquele amigo

que parece ser bacana, mas faz comentários

babacas em relação às colegas de trabalho ou até

sobre asagressões verbais e físicas.

#MeuAmigoSecreto passava por mim quando eu

tinha 10 anos falando coisas obscenas, me seguiu

diversas vezes e me fez chorar. Meu amigo secreto é

o cara que passa me olhando com olhares maliciosos e maldosos, me

chama de gostosa, delícia e paixão. Meu amigo secreto é o cara que

comenta que mulher deve lavar louça e que deve ser submissa ao marido,

que deve ceder a traição e que a culpa por receber esses "elogios" é por

eu estar provocando com a minha saia ou meu short, porque diz que

mulher não pode sair com a roupa que quiser, porque mulher tem que ser

reservada. Meu amigo secreto é o cara que ri da menina que foi abusada

dizendo que é porque ela pediu, é aquele que diz que deveria ter

denunciado mesmo nós mulheres sabendo que não resolve. Não resolve

porque sabemos que muitas se arriscam e morrem no dia seguinte, que

são ameaçadas e que prometem tirar a guarda dos filhos. Meu amigo

secreto é um canalha que acha que tem propriedade sobre o corpo da

mulher, ele bate, xinga e humilha. Meu amigo secreto é a favor da

igualdade de gênero mas não tolera ter chefe mulher. Meu amigo secreto

é um baita de um doente que tem medo de mulher que luta e não se cala

quando o assunto é assédio. Meu amigo secreto tem ódio de mulher

porque levou um fora por ser um bunda mole. Meu amigo secreto está

com os dias contados porque a paciência acabou.

Com base no texto responda em seu caderno:

1. O que é “Violência contra a mulher” pra você?

2. Observando as relações sociais no mundo atual, você consegue

identificar desigualdade de gêneros? Cite.

3. Explique o trecho: “A violência contra as mulheres é a extrema

manifestação de desigualdades de vários tipos, que foram sendo

historicamente construídas.”

4. Você já presenciou algum tipo de violência contra a mulher?

5. O que a lei ajuda nos casos de Violência Doméstica?

6. O que fazer em caso de Abuso ou Violência Doméstica?

7. Por que muitas mulheres sofrem caladas?

8. Qual mensagem é passada pela charge? Explique.

9. Qual seria a solução para combater o machismo?

10. Proponha uma campanha de combate ao assédio (pode ser em

forma de hashtags, charge ou verso.)