ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE UM PROJETO DE...

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ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE UM PROJETO DE ILUMINAÇÃO LED Igor Bakman Projeto de graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessário à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Walter Issamu Suemitsu Março, 2018

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ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE UM PROJETO

DE ILUMINAÇÃO LED

Igor Bakman

Projeto de graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessário à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Walter Issamu Suemitsu

Março, 2018

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Bakman, Igor

Estudo de viabilidade financeira de um projeto de iluminação LED/Igor Bakman.

– Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Elétrica, 2018

IX, 43p.:il.;29,7 cm.

Orientador: Walter Issamu Suemitsu

Projeto de Graduação UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Elétrica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 42-43

1. Iluminação. 2. LED. 3.Eficiência Energética.

Figura 1 -

.

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ESTUDO DE VIABILIDADE FINANCEIRA DE UM PROJETO DE

ILUMINAÇÃO LED

Igor Bakman

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRICISTA.

Examinado por:

__________________________________________

Prof. Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing

___________________________________________

Prof. Sérgio Sami Hazan, Ph.D

_________________________________________

Eng. Anna Teresa Moraes Novis

Março, 2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço o meu orientador Walter por toda disponibilidade,

paciência e ajuda nos últimos períodos e, principalmente pelos ensinamentos, na

disciplina de Conservação de Energia, que estimulou o meu interesse pela área, sendo

fundamental para a elaboração deste projeto.

Agradeço aos meus pais e a minha irmã por todo o acompanhamento e incentivo

nos últimos anos, fundamentais nessa jornada. Sem eles, sem dúvida, seria muito mais

difícil.

Por fim, agradeço a paciência dos meus amigos de infância e adolescência por

todos os finais de semana de estudo em que deixei de sair com eles. E, aos amigos da

faculdade por toda a força, motivação e colaboração que tivemos, nos últimos anos, para

alcançar o sonhado título de Engenheiro.

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Resumo

Este trabalho apresenta um estudo de viabilidade econômica de um projeto de

iluminação LED. O objetivo é apresentar as etapas do projeto, desde os índices de

iluminação, propostas, investimento realizado, até o retorno econômico alcançado.

Ao longo do trabalho serão abordados temas de eficiência energética, barreiras e

incentivos, tipos de iluminação, lâmpadas e suas características, assim como a história do

LED, o cenário do mercado e a projeção para o futuro: temas do campo da energia elétrica.

Palavras chave: Eficiência energética, Iluminação, LED.

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Abstract

This paper presents an economic feasibility study of a LED lighting project. The

objective is to present the stages of the project, from the lighting indexes, the proposals,

the investment made, and the financial return of the project.

Throughout the work will be addressed topics of energy efficiency, barriers and

incentives, types of lighting, lamps and their characteristics. It will present the LED

story, the market and the projection for the future.

Key words: Energy, Efficiency, lighting, LED

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Sumário

1.Introdução ................................................................................................................1

2. Eficiência energética ................................................................................................2

2.1 Panorama internacional de eficiência energética ..................................................2

2.2 PROCEL ..................................................................................................................3

2.3 Barreiras ................................................................................................................4

2.3.1 Aspectos Institucionais .......................................................................................4

2.3.2 Incentivos Mal Alocados .....................................................................................5

2.3.3 Infraestrutura .....................................................................................................5

2.3.4 Informação e Treinamento .................................................................................5

2.3.5 Procedimento de Compra ...................................................................................5

2.3.6 Fornecedores de equipamentos .........................................................................6

2.3.7 Concessionárias ..................................................................................................6

2.3.8 Investimento inicial .............................................................................................6

3. Sistemas de iluminação ...........................................................................................7

3.1 Iluminação Natural ................................................................................................7

3.1.2 Benefícios da Iluminação Natural .......................................................................8

3.2 Iluminação Artificial ...............................................................................................8

3.2.1 Equipamentos ...................................................................................................11

3.2.1.1 Lâmpadas .......................................................................................................11

3.2.1.1.1 Lâmpadas Incandescentes ..........................................................................13

3.2.1.1.2 Lâmpadas Halógenas ..................................................................................14

3.2.1.1.3 Lâmpadas Dicroicas ....................................................................................14

3.2.1.1.4 Lâmpadas de Descarga ...............................................................................15

3.2.1.1.5 Lâmpadas Fluorescentes Tubulares ............................................................16

3.2.1.1.6 Lâmpadas Fluorescentes Compactas ..........................................................16

3.2.1.1.7 Lâmpadas de Vapor de Mercúrio ................................................................17

3.2.1.1.8 Lâmpadas Mistas ........................................................................................18

3.2.1.1.9 Lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão ...........................................18

3.2.1.1.10 Lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão ...........................................19

3.2.1.1.11 Lâmpadas LED ...........................................................................................19

3.2.1.2 Luminárias .....................................................................................................20

3.2.1.2.1 Fechadas .....................................................................................................20

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3.2.1.2.2 Abertas .......................................................................................................21

3.2.1.2.3 Spots ...........................................................................................................22

4. Sobre o LED ............................................................................................................23

4.1 Mercado Brasileiro ..............................................................................................23

4.2 Descoberta LED ....................................................................................................25

4.3 Expansão do LED ..................................................................................................26

4.4 Fabricação LED .....................................................................................................26

4.5 Benefícios da iluminação LED ..............................................................................28

4.6 Mercado LED Mundial .........................................................................................28

5. Estudo de caso .......................................................................................................30

5.1 Estudo de caso – via pública ................................................................................30

5.2 Estudo de caso – Rede Privada ............................................................................32

5.2.1 Rede Privada – Investimento realizado .............................................................36

5.2.2 Rede Privada – Economia de luz .......................................................................37

5.2.3 Rede Privada – tempo de retorno de investimento ..........................................38

6. Conclusão ..............................................................................................................40

6.1. Projeto futuro ....................................................................................................40

7. Referências Bibliográficas .....................................................................................42

Índice de figuras:

Figura 1 - Ranking mundial de eficiência energética .......................................................3

Figura 2 - Selo Procel de eficiência energética ................................................................4

Figura 3 - Iluminação geral ..............................................................................................9

Figura 4 - Iluminação localizada .......................................................................................9

Figura 5 - Iluminação combinada .....................................................................................9

Figura 6- Reprodução de cores e seus índices ...............................................................12

Figura 7 - Lâmpada incandescente, filamento de tungstênio ........................................13

Figura 8 - Lâmpada halógena – característica construtiva .............................................14

Figura 9 - Lâmpada dicroica ...........................................................................................15

Figura 10 - Componentes da lâmpada fluorescente tubular (FUPAI,2006) ....................16

Figura 11 - Característica da lâmpada fluorescente compacta ......................................17

Figura 12 - Diversos modelos da lâmpada fluorescente compacta ................................17

Figura 13 - Lâmpada LED ...............................................................................................20

Figura 14 - Exemplos de luminárias fechadas ................................................................21

Figura 15 - Exemplos de luminárias abertas ..................................................................21

Figura 16 - Exemplo de lâmpada spot ............................................................................22

Figura 17 - Representação simbólica do LED .................................................................27

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Figura 18 - Estrutura do LED ..........................................................................................27

Figura 19 – Instalação da luminária LED ........................................................................30

Figura 20- Vista superior do parque com lâmpadas de sódio ........................................31

Figura 21 - Vista superior do parque com lâmpadas de LED ..........................................31

Figura 22 - Estudo de Iluminância ..................................................................................33

Figura 23 - Proposta fluorescente 2x54W .....................................................................34

Figura 24 - Proposta LED GE 2X36W ..............................................................................34

Figura 26 - Descrição da compra para o projeto ............................................................36

Índice de tabelas:

Tabela 1 - Valores médios de iluminância por classe visual ...........................................10

Tabela 2 - Fatores que determinam a iluminância adequada ........................................11

Tabela 3 - Lâmpadas e suas eficiências .........................................................................12

Tabela 4 - Economia de investimento ............................................................................32

Tabela 5 - Analise de consumo antes da substituição ....................................................37

Tabela 6 - Analise do consumo pós substituição ...........................................................37

Índice de gráficos:

Gráfico 1 - Tipos de empresas de iluminação ...............................................................23

Gráfico 2 - Share de participação LED ............................................................................24

Gráfico 3 - Divisão do mercado mundial ........................................................................29

Gráfico 4 -Divisão do mercado mundial e sua projeção 2011 -2021..............................29

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1. Introdução

A escolha do tema de Iluminação LED foi motivada por diversos fatores. O

interesse surgiu durante a matéria de Conservação de Energia, onde tivemos a

oportunidade de analisar projetos através do viés financeiro, criando análises para

estipular o tempo do retorno do investimento.

Hoje, eficiência energética é um assunto abordado constantemente, e o que deve

ser feito para diminuir as perdas de energia. Assim, esse setor está em constante

desenvolvimento e, atualmente, as lâmpadas LED estão no centro das atenções quando o

assunto é iluminação. Essas têm um grande mercado pela frente, uma vez que as lâmpadas

incandescentes não estão sendo mais produzidas e as lâmpadas LED tem se tornado mais

barata, tornando-se mais acessível para a população.

Um dos objetivos desse trabalho é mostrar o caminho para a realização de um

projeto de eficiência em iluminação LED e apresentar a importância do estudo de

viabilidade econômica. Apesar de querermos estar sempre atualizados, com produtos de

última geração, nem sempre conseguiremos economizar com eles. Sendo assim, é

importante realizar o cálculo, para saber se o tempo de retorno é válido: ao realizar um

estudo para saber quais lâmpadas devem ser trocadas, por exemplo, conclui-se que as

lâmpadas mais utilizadas representam uma contribuição maior no orçamento final.

Ao longo do trabalho, serão abordados temas como: eficiência energética, suas

principais barreiras e incentivos nos dias de hoje. Serão abordados os tipos de iluminação,

sendo detalhadas as iluminações artificiais, seus tipos de lâmpadas e luminárias e suas

particularidades. O trabalho irá tratar também de como surgiram e como são produzidas

as lâmpadas LED, seus mercados mundial e brasileiro e suas projeções para o futuro. Por

fim, serão apresentados dois projetos: um para o setor público, analisando os ganhos e

investimento realizados, e outro para o setor privado, no qual serão apresentadas as

propostas de iluminação e sua economia, pelo investimento realizado e pelas contas de

luz apresentadas.

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2. Eficiência energética

O conceito de eficiência energética está relacionado à produtividade: quanto

menos energia é necessária para realizar determinada atividade, mais eficiente é o

processo, com menos perdas indesejadas.

Atualmente, o seu termo se expandiu à proteção ambiental e ao desenvolvimento

sustentável, que tem como objetivo garantir o consumo das futuras gerações e atender às

atuais demandas.

Com o intuito de otimizar a eficiência energética, muitas empresas vêm investindo

em pesquisa e desenvolvimento, como por exemplo, maquinas de menor consumo e

motores mais eficientes. Para incentivar todo o investimento na modernização, o governo

criou o Programa Nacional de Conservação de Energia, PROCEL, em 1985.

2.1 Panorama internacional de eficiência

energética

No último estudo realizado pelo Conselho Americano para Economia Eficiente de

Energia, ACEEE, o Brasil ficou em penúltimo lugar do ranking das 23 maiores economias

do mundo, ficando na frente apenas da Arábia Saudita [1].

A eficiência energética pode ser analisada de duas formas: realizar mais trabalho

com a mesma energia ou utilizar menos energia para o mesmo trabalho. O resultado

alcançado está de acordo com os investimentos no setor, quando comparado aos

investimentos dos demais países analisados. A Alemanha, por exemplo, que ocupa a

primeira posição no ranking, tem a eficiência energética como uma das prioridades do

governo.

A posição do Brasil é bastante preocupante, uma vez que é o último colocado do

Brics e está atrás de países emergentes. O ranking foi elaborado a partir de 35 indicadores

distintos de eficiência energética para cada país, dentro de 4 subgrupos: construção,

indústria, transporte e investimento nacional.

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2.2 PROCEL

O programa foi lançado no dia 30 de dezembro de 1985 pelo Governo Federal

para promover o uso eficiente de energia e combater o desperdício. Coordenado pelo

Ministério de Minas e Energia, o programa contribui para o desenvolvimento dos hábitos

de consumo e aumento da eficiência dos bens de consumo.

Ao longo desses anos de programa já foram investidos mais de R$2,5 bilhões pela

Eletrobrás, economizando 92 bilhões de kWh. No ano de 2016, foram economizados 11,7

bilhões de kWh, que é o equivalente ao consumo anual de 6,02 milhões de residências. A

emissão de CO² evitada corresponde a 499 mil veículos em um ano. Além disso, mais de

44 milhões de equipamentos foram vendidos com o selo do PROCEL.

O selo PROCEL de Economia de Energia, criado em 1993, tem como objetivo

informar quais produtos apresentam os melhores níveis de eficiência enérgica. O intuito

é estimular a fabricação de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento

sustentável.

Figura 2 - Ranking mundial de eficiência energética

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O programa de incentivo ainda conta com vários subgrupos: Sanear (Eficiência

enérgica no Saneamento Ambiental); Educação (Informação e Cidadania); Edifica

(Eficiência Energética em Edificações) e outros. Vale destacar o Reluz (Eficiência

Energética de Iluminação Pública) que consiste na substituição de lâmpadas, luminárias

e semáforos por modelos mais eficientes. Desde 2000, já foram substituídos mais de 2,78

milhões de pontos de iluminação sendo investidos ao menos R$ 500 milhões de reais [2].

2.3 Barreiras

Apesar de toda a preocupação nos dias de hoje, ainda existem diversas barreiras

que dificultam que o processo de eficiência energética seja implantado nas instituições

públicas do país. São elas: aspectos institucionais, infraestrutura, informação e

treinamento, incentivos mal alocados, procedimento de compra, concessionárias,

fornecedores de equipamentos e capital.

2.3.1 Aspectos Institucionais

Para toda mudança de comportamento é necessário trabalho e dedicação, para,

então, trazer algum retorno desejado. Mudar os hábitos de consumo dentro das empresas

públicas é difícil, uma vez que os ganhos financeiros não retornam em investimento para

Figura 3 - Selo Procel de eficiência energética

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seus colaboradores. Com isso, não se torna atrativo ter essa economia, visto que o

estabelecimento não colherá os frutos do trabalho (VARGAS JR, 2006) [3].

2.3.2 Incentivos Mal Alocados

A visão de curto prazo faz com que usuários optem por equipamentos mais baratos

e mais ineficientes, em vez dos mais modernos e eficientes. A escolha é pautada apenas

pelo investimento inicial, não considerando a economia gerada ao longo do tempo.

2.3.3 Infraestrutura

A barreira relacionada à infraestrutura concentra-se na falta de prestadores de

serviço com a especialização necessária para desenvolver projetos desse tipo (GELLER,

2003) [4].

2.3.4 Informação e Treinamento

A grande barreira nesse item é a falta de informação, na qual muitas vezes a

eficiência é compreendida como racionamento, sendo que são ações divergentes. A falta

de compreensão faz com que os indivíduos duvidem dos benefícios gerados, ignorando

os procedimentos de eficiência energética. Nas instituições públicas, essas atitudes são

mais corriqueiras, uma vez que o orçamento é apertado para aquisição de novos e mais

eficientes equipamentos.

2.3.5 Procedimento de Compra

Para que seja implementado um projeto de eficiência energética, é necessário que,

durante o processo de licitação dos equipamentos, os mesmos tenham uma especificação

técnica de acordo com o tipo de produto que será comprado. Normalmente, a ausência da

especificação faz com que sejam comprados produtos de qualidade inferior e que não

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trazem benefícios. Assim, vemos a importância da especificação técnica (VARGAS JR,

2006) [3].

2.3.6 Fornecedores de equipamentos

Nem todas as indústrias estão de acordo com as políticas de eficiência energética.

Isso ocorre devido ao fato de que uma vez que em consenso, precisam investir mais em

pesquisas, desenvolvimento e modernização em sua produção, para que seus produtos

estejam de acordo com os padrões mínimos de eficiência energética (GELLER, 2003)

[4].

2.3.7 Concessionárias

O faturamento das concessionárias é relativo a venda de energia. Logo, é difícil

para elas incentivar a prática de eficiência energética, visto que suas vendas tendem a

reduzir. (VARGAS JR, 2006) [3].

2.3.8 Investimento inicial

Os produtos de maior eficiência são, em geral, mais caros. O preço elevado é

devido ao alto valor aplicado nas pesquisas para aumentar sua eficiência. Assim, no ato

da compra, os consumidores tendem a comprar equipamentos mais baratos, que na

maioria das vezes apresentam uma eficiência inferior (VARGAS JR, 2006) [3].

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3. Sistemas de iluminação

Todos os ambientes precisam estar adequadamente iluminados, de modo que

permita as execuções das tarefas para a qual o ambiente é destinado. O objetivo de um

sistema de iluminação, é justamente proporcionar a iluminação adequada, evitando

desperdícios (CERVELIN, 2002) [5].

Hoje, existem tecnologias de controle de iluminação que combinam a iluminação

natural, proveniente do sol, com a iluminação artificial, criada pelo homem, como

lâmpadas e luminárias de diversos modelos. O controle é realizado automaticamente, por

computadores e sensores de iluminação, que vão aumentando gradativamente a

iluminação artificial, de modo a permitir que o ambiente esteja sempre apto para o

trabalho. Estudos mostram que esse mecanismo pode gerar economias de 20% a 45% de

acordo com o período do ano (ONAYG, GULER, 2003) [6].

3.1 Iluminação Natural

Por muito tempo, o aproveitamento da iluminação natural não foi altamente

explorado. O motivo para o uso ineficiente da iluminação solar foi causado pelo

surgimento das lâmpadas.

Nos últimos anos, a preocupação com os recursos de energia fez com que a

população mundial começasse a se conscientizar. Para melhorar o quadro, novas

tecnologias foram surgindo, como a lâmpada LED, e medidas eficientes como maximizar

o aproveitamento da iluminação natural. Além de diminuir o consumo de energia, a

iluminação natural eleva o bem-estar dos indivíduos, assim como a sua produtividade.

A luz natural produz uma alta qualidade visual, com ótima reprodução das cores.

Para extrair todos os benefícios da luz natural é necessário um estudo e projeto para evitar

incidência direta, pois esta é prejudicial e pode gerar superaquecimento dos ambientes. E

uma vez que buscamos eficiência energética, a troca de luz artificial por natural pode

acarretar prejuízos, uma vez que, mal projetada pode acarretar uma sobrecarga no sistema

de refrigeração.

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3.1.2 Benefícios da Iluminação Natural

A luz natural produz uma série de benefícios ao ser humano. Estudos já

comprovaram que o nosso relógio biológico reage junto aos estímulos naturais que

recebemos, maximizando a nossa sensação de bem-estar, com a melhora de humor,

aumento da autoestima e moral das pessoas, além de que a luz natural atua como

regulador do nosso corpo, como sono e apetite.

Estudos afirmam que a iluminação natural pode influenciar no nosso ambiente de

trabalho. O bem-estar provocado pela luz natural faz com que os trabalhadores se sintam

mais bem-dispostos, aumentando a sua produtividade. Além de provocar menos dores de

cabeça, com ambientes melhor iluminados e diminuindo riscos de acidente de trabalho.

Escolas e universidades também devem aproveitar dos benefícios oriundos da

iluminação natural. Ambientes devidamente iluminados diminuem os gastos, melhora a

frequência dos professores e alunos, assim como seus desempenhos pedagógicos, além

de tornar o ambiente menos estressante, de acordo com o artigo Benefits of Natural

Daylighting 1998 [7].

3.2 Iluminação Artificial

Hoje, a iluminação artificial está diretamente relacionada as lâmpadas e

luminárias, seja em ambientes fechados ou abertos. Em todo projeto de iluminação é

necessária uma análise para determinar qual é a lâmpada mais adequada para se utilizar,

levando em consideração o ângulo do feixe, e a distribuição uniforme de iluminação. Com

o desenvolvimento da iluminação artificial, tornou-se possível desenvolver atividades em

horários alternativos.

Pode-se considerar 3 tipos de iluminação artificial:

1. Iluminação geral.

2. Iluminação localizada.

3. Iluminação combinada

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Figura 6 - Iluminação combinada

Figura 4 - Iluminação geral

Figura 5 - Iluminação localizada

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A iluminação geral fornece uma iluminação uniforme de todo o ambiente,

enquanto a localizada contem pontos focais que necessitam de uma iluminação elevada,

ideal para atividades de precisão por exemplo. A iluminação combinada é composta por

uma iluminação uniforme com pontos um pouco mais iluminados.

A iluminância é definida pela densidade de luz necessária para uma determinada

tarefa visual. É a razão entre o fluxo luminoso incidente numa superfície por unidade de

área, é medido em lux. E para todo projeto é necessário utilizar como referência a norma

estabelecida de iluminância de acordo com a sua classificação de tarefa, faixa etária dos

frequentadores do ambiente. A tabela 1 apresenta os valores médios de iluminância por

classe visual.

A tabela 1 apresenta 3 variações de iluminância para cada tipo de atividade. Para

definir qual iluminância deve ser utilizada em um projeto é necessário levar em

consideração outros três fatores: idade dos frequentadores do ambiente, a velocidade e a

precisão da tarefa e a refletância do fundo. Assim, deve-se realizar a soma dos pesos da

tabela a seguir:

Tabela 1 - Valores médios de iluminância por classe visual

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Quando a soma dos pesos for menor que -1, adota-se a menor iluminância, caso a

soma seja maior que +1 deve-se utilizar a maior iluminância, nos demais casos é adotado

a iluminância média.

3.2.1 Equipamentos

Nos próximos tópicos serão abordados alguns dos principais equipamentos do

sistema de iluminação.

3.2.1.1 Lâmpadas

O único conversor de energia elétrica em luz visível são as lâmpadas (GUISI,

1998) [8]. No entanto, para que a luz possa ser produzida de forma adequada são

necessários alguns componentes auxiliares.

As principais características são:

Fluxo luminoso – potência luminosa produzida por uma fonte, por segundo, em

todas as direções. Sua unidade de medida é em lúmen.

Eficiência Luminosa – é a razão entre o fluxo luminoso e a potência consumida

em watts. A tabela a seguir apresenta diferentes tipos de lâmpadas e suas respectivas

eficiências.

Tabela 2 - Fatores que determinam a iluminância adequada

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Tabela 3 - Lâmpadas e suas eficiências

Índice de reprodução de Cor (IRC) – corresponde a medida entre a cor real de um

objeto e sua aparência diante de uma determinada fonte de luz. O ideal é que a luz artificial

permita a visualização das cores o mais próximo da iluminação natural. Lâmpadas com

100% de IRC, apresentam as cores com precisão. Assim, quanto menor esse percentual

maior a discrepância de cor.

Vida média – é o tempo no qual 50% da amostra de uma lâmpada ensaiada se

mantem acessa sob condição controlada.

Figura 7- Reprodução de cores e seus índices

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13

3.2.1.1.1 Lâmpadas Incandescentes

A lâmpada incandescente por muito tempo foi a mais utilizada mundialmente,

apesar de apresentar uma baixa eficiência. Da energia que consome transforma de 10 –

15 % em luz. A energia consumida que não é transformada em luz é dissipada em calor.

Apresenta um índice de cor é de 100% (GAIA, 2004) [9]. Hoje em dia, não são mais

fabricadas e estão sendo substituídas por lâmpadas mais eficientes.

O seu mecanismo de funcionamento é através de um filete, atualmente de

tungstênio trefilado, que é percorrido por corrente elétrica, que quando no vácuo ou em

meio gasoso apropriado gera calor e iluminação. Para que o filamento seja capaz de emitir

luz é necessário um elevado ponto de fusão e de baixa evaporação.

Segundo a tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do INMETRO,

atualmente no Brasil, a vida média de uma lâmpada incandescente é de 750h quando

dimensionada para 127V.

As lâmpadas incandescentes são utilizadas, muitas vezes, para aproveitar o calor

gerado na transformação de energia elétrica em luminosa. Alguns exemplos são

chocadeiras de aviários, tanques de repteis, maquinas industriais de processamento por

radiação infravermelho. Em climas frios, o calor é aproveitado para aumentar o

aquecimento interno.

Figura 8 - Lâmpada incandescente, filamento de tungstênio

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3.2.1.1.2 Lâmpadas Halógenas

As lâmpadas halógenas são similares às incandescentes, porém elas apresentam

halogênio no interior do bulbo, junto ao gás criptônio. O objetivo dessa mistura é criar

um ciclo regenerativo, que tem como objetivo evitar o escurecimento, aumentar a vida

útil e sua eficiência luminosa. Sua vida média é de aproximadamente 3.000 horas.

Hoje, a lâmpada halógena fornece mais luz com uma menor potência, tornando-

se assim mais eficiente que as incandescentes. Além disso, sua luz branca oferece um

maior realce de cores e visibilidade.

3.2.1.1.3 Lâmpadas Dicroicas

A lâmpada dicroica é uma variação da lâmpada halógena com bulbo de quartzo,

no centro de um refletor com espelho multifacetado numa base de pinos. Seu facho de luz

é delimitado, homogêneo, com abertura controlada. Por transmitir, aproximadamente,

65% da radiação infravermelha para parte superior da lâmpada, se torna uma lâmpada

mais fria.

Existem duas variações para lâmpadas de 50W e 12V:

Dicroica fechada: abertura de facho de 12°, 24° e 36°, com vidro refletor dicroico.

Dicroica aberta: abertura de facho de 24° e 36°, com vidro refletor dicroico sem

vidro frontal.

Figura 9 - Lâmpada halógena – característica construtiva

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Devido a sua composição, apresentam uma luz mais branca, brilhante e intensa,

tornando-se ótimas para fins decorativos. Além disso, transmitem menos calor ao

ambiente. Por serem uma variação das lâmpadas halógenas, apresentam uma durabilidade

similar de aproximadamente 3.000 horas.

3.2.1.1.4 Lâmpadas de Descarga

A luz é produzida a partir de uma descarga elétrica contínua em um gás ou vapor

ionizado, combinado com fosforo depositado no bulbo que, excitado pela radiação de

descarga gera uma luminescência. Na maioria das lâmpadas de descarga, são usados os

gases argônio, neônio, xenônio, hélio ou criptônio e os vapores de mercúrio e sódio.

Para funcionamento, as lâmpadas de descarga necessitam de um reator, para

limitar a corrente e controlar a tensão. Os reatores podem ser eletromagnéticos ou

eletrônicos.

O Reator eletromagnético é constituído por um núcleo de aço silício e bobinas de

fio de cobre esmaltado, com resina de poliéster e com carga mineral, tendo um grande

poder de isolamento e dissipação térmica (FUPAI, 2006).

Por sua vez, o reator eletrônico apresenta uma partida convencional. É utilizado

com mais frequência em locais com grande humidade e baixa temperatura.

Figura 10 - Lâmpada dicroica

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3.2.1.1.5 Lâmpadas Fluorescentes Tubulares

São lâmpadas de descarga de baixa pressão, onde a luz é produzida por pó

fluorescente que é ativado pela radiação ultravioleta da descarga. É formada por uma

estrutura cilíndrica e longa, nas suas extremidades contem vapor de mercúrio em baixa

pressão com uma pequena quantidade de gás inerte para facilitar a partida. No interior do

bulbo temos um pó fluorescente ou fosforo que determinam a quantidade e qualidade da

cor da luz emitida.

Apresentam diversos tamanhos, podendo variar de comprimento e diâmetro. São

bastante econômicas e sua potência varia de 15 a 110W. Apresentam uma alta eficiência

e longa durabilidade, até 20.000 horas e com 85% de IRC. Na maioria das vezes são

utilizadas para iluminar grandes áreas como escritórios, salas de aula, hotéis,

supermercados e etc.

3.2.1.1.6 Lâmpadas Fluorescentes Compactas

São similares as anteriores, porem com tamanho reduzido. Estão disponíveis em

várias formas e tamanhos e sua base é de rosca.

São de excelente qualidade de luz, com alta eficiência energética, além disso

apresentam uma vida útil de aproximadamente 15.000 horas. Seu consumo de energia

elétrica chega a ser até 80% menor comparada as incandescentes comum. Seu IRC é de

aproximadamente 85% (VARGAS JR., 2006) [3].

Figura 11 - Componentes da lâmpada fluorescente tubular (FUPAI,2006)

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3.2.1.1.7 Lâmpadas de Vapor de Mercúrio

As lâmpadas de vapor de mercúrio apresentam na sua estrutura um bulbo de vidro

resistente, com um tubo de descarga de quartzo no seu interior para que seja capaz de

Figura 12 - Característica da lâmpada fluorescente compacta

Figura 13 - Diversos modelos da lâmpada fluorescente

compacta

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suportar altas temperaturas. No seu interior apresentam argônio e mercúrio, que quando

vaporizados geram o efeito luminoso.

O bulbo apresenta uma camada de fosforo adicional, com o objetivo de realizar

uma correção de cor, aumentando a cor vermelha. O IRC é de 45, com uma eficiência

luminosa por volta de 50lm/W, com sua vida útil de aproximadamente 18000 horas.

3.2.1.1.8 Lâmpadas Mistas

Sua característica construtiva consta de um tubo de arco de vapor de mercúrio em

serie com um filamento incandescente de tungstênio que produz fluxo luminosos e

contribui para a estabilização da lâmpada. Reúne características da lâmpada

incandescente, fluorescente e vapor de mercúrio.

As lâmpadas mistas não necessitam de um reator, uma vez que o seu filamento é

um fator limitante de corrente elétrica, podendo então ser ligado diretamente em redes de

220V. Apresentam um IRC de 60%, eficiência de 25lm/W, uma baixa vida útil de 6000

horas e com potência variando de 160 a 500 W.

3.2.1.1.9 Lâmpadas de vapor de sódio de baixa

pressão

Consta de um tubo de descarga com formato de “U”, com um eletrodo em cada

extremidade, e cheios de gás de argônio e neônio em baixa pressão para auxiliar a partida,

contendo também sódio metálico para vaporizar durante o funcionamento. A partida de

lâmpada demora aproximadamente 15 minutos.

Apresenta um fluxo luminoso amarelado, devido a descarga de vapor de sódio.

Sua durabilidade é superior a 15000 horas, principalmente por ser monocromática. É

utilizada principalmente em autoestradas, portos, pátios, pois são ambientes que não

necessitam de um alto índice de reprodução de cor (Eletrobrás / PROCEL, 2006) [10].

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3.2.1.1.10 Lâmpadas de vapor de sódio de alta

pressão

Apresenta formato similar das lâmpadas de mercúrio, a diferença está no formato

do tubo de descarga que é comprido, estreito e feito de óxido de alumínio sintetizado

translúcido onde é colocado xenônio para iniciar a partida, mercúrio para correção de cor

e sódio em alta pressão. Demora aproximadamente 4 minutos para atingir seu brilho

ideal.

Apresentam uma coloração branca dourada, com uma vida útil superior a 24000

horas. Por seu feixe luminoso ser mais agradável, a lâmpada de alta pressão é utilizada

em vias públicas, ferrovias, estacionamento, entre outros lugares (Eletrobrás / PROCEL,

2006) [10].

3.2.1.1.11 Lâmpadas LED

As lâmpadas LED (Light Emitting Diode) apresentam semicondutores que

convertem corrente elétrica em luz visível. Com os avanços tecnológicos, hoje, a lâmpada

LED é uma alternativa real para as lâmpadas convencionais.

As lâmpadas LED podem ser de baixa, média e de alta potência. As de baixa, 0,1

W, são utilizadas para efeito decorativo, enquanto os de alta para iluminação geral, acima

de 0,5 W (VARGAS JR, 2006) [3].

Hoje, a iluminação LED apresenta diversas vantagens como:

Longa durabilidade, mais de 100.000 horas de funcionamento;

Alta eficiência luminosa;

Baixo consumo de energia e pouca dissipação de calor;

Variedade de cores;

Grande resistência a choques e vibrações;

Não gera radiação ultravioleta e pouca dissipação de calor;

Pouca necessidade de manutenção.

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3.2.1.2 Luminárias

As luminárias têm como objetivo proteger as lâmpadas, orientar ou concentrar o

facho luminosos, difundir a luz, reduzir o ofuscamento e proporcionar efeito decorativo.

Sua estrutura consiste de uma cavidade com o refletor, para maximizar a luz produzida

pela lâmpada e de componentes para fixar as mesmas e os reatores. A luminária não

produz eficiência energética diretamente, mas produz uma economia através da

otimização de desempenho (CERVELIN, 2002) [5].

Existem diversos tipos de luminárias, suas variações podem depender do número

de lâmpadas, potência, modo de instalação, montagem e principalmente pelo tipo de

controle de luz. Para escolher qual modelo utilizar é preciso principalmente distinguir

para qual finalidade a luminária está sendo utilizada.

3.2.1.2.1 Fechadas

As luminárias fechadas possuem como característica principal difusores, que

podem ser de vidro temperado ou acrílico. Por serem fechadas, com dificuldade para

manutenção, podem ser instaladas de modo embutido ou fixa no teto. Uma vantagem é

que por serem fechadas, garantem uma proteção para as lâmpadas, aumentando sua vida

útil.

Figura 14 - Lâmpada LED

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3.2.1.2.2 Abertas

As luminárias abertas podem apresentar controle de luz, ou não. Seu rendimento

é maior que as luminárias fechadas. Além disso, apresentam facilidade no momento de

manutenção. Sua instalação pode ser embutida nas paredes, fixadas ou suspensas. São

utilizadas em geral em ambientes de escritório, comércios.

Figura 15 - Exemplos de luminárias fechadas

Figura 16 - Exemplos de luminárias abertas

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3.2.1.2.3 Spots

Com as luminárias Spots podem-se utilizar diversos tipos de lâmpadas,

incandescentes, refletoras, halógenas entre outras. Sua principal utilidade é para criar uma

iluminação direcional, pois apresentam grande flexibilidade no direcionamento do fluxo

luminoso. Além disso, são de fácil manutenção.

Figura 17 - Exemplo de lâmpada spot

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4. Sobre o LED

4.1 Mercado Brasileiro

Com o crescimento e os incentivos à eficiência energética, o mercado brasileiro

no setor vem crescendo cada vez mais. Atualmente, por ainda necessitar um alto

investimento inicial, que reduz a cada ano, o setor se iluminação LED ainda se encontra

com poucos fornecedores e distribuidores (players). Estima-se que temos em torne de 620

fornecedores, sendo eles importadores, fabricantes ou mistos.

Como o mercado ainda é pouco difundido, a grande parte dos empreendedores ou

empreendimentos se encontram no Sudeste. Aproximadamente 58% dos players estão

localizados na grande São Paulo, enquanto 17% no interior do estado. Os 25% restante

se encontram divididos entre os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa

Catarina, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.

As empresas existentes hoje, podem ser classificadas como:

38%

27%

18%

17%

Classificação das empresas de iluminação

LED

Micro e Pequenas

Empresas

Médias Empresas

Grandes Empresas

Mercado não

Mapeado

Gráfico 1 - Tipos de empresas de iluminação

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As aplicações da iluminação LED estão concentradas, principalmente, em áreas

residenciais, industriais e comerciais. A divisão pode ser vista no gráfico a seguir:

De todas as lâmpadas LED comercializadas no Brasil, 95% são importadas da

China, enquanto os 5% restante é fabricado no Brasil. Apesar de já termos fabricas

implementadas no Brasil, 90% dos componentes utilizados para a fabricação são

importados da China (dados fornecidos pela empresa Gaia) [11].

Segundo a Abilux, em 2015 tinha no Brasil em torno de 20 empresas que

fabricavam LED. As pioneiras no setor foram: LEDStar, responsáveis pelos projetos de

iluminação na Avenida 23 de Maio, Marginal Pinheiros e túnel Rodoanel por exemplo;

O2 LED; Neolux e FCL. Estima-se que a produção dessas empresas representava 2,5

milhões de lâmpadas em 2014. A previsão é que esse número dobrasse para o ano de

2016, e que em 2020 70% do faturamento do setor de iluminação fosse representado por

lâmpadas LED. O percentual agressivo de 70% é impulsionado pelo fim da fabricação e

importação das lâmpadas incandescentes, e sua proibição de venda.

29%

23%17%

10%

8%5%

4%4%

Participação LED

Iluminação

ResidencialIluminação

ComercialIluminação Industrial

Iluminação Pública

Componentes e

OutrosLâmpadas

Cênica

Publicitária

Gráfico 2 - Share de participação LED

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Quando vemos que o mercado de fornecedores de iluminação LED é pequeno,

muito se deve ao fato de pouco estar sendo investido no setor. Em 2015, a ANNEL

divulgou que as prefeituras serão responsáveis pelo investimento, através da gestão de

iluminação pública.

Existe um grande negócio, estima-se que haja aproximadamente 20 milhões de

postes de iluminação pública espalhadas pelo pais, podendo circular 20 bilhões de reais,

apenas na troca de iluminação. Além disso, possibilita a oferta de serviços agregados aos

postes, por exemplo construir uma rede de fibra óptica para conectar o sistema.

Segundo a Abilux, a substituição de aproximadamente 5 milhões de pontos de

iluminação representaria uma economia de 1% no consumo total de energia no pais. Essa

redução faria com que fosse economizado em torno de 1 bilhão de reais por ano.

Criada em 1985 a Abilux, Associação Brasileira de Industria de Iluminação, é uma

entidade sem fins lucrativos. Sua missão é congregar a indústria em prol do seu

desenvolvimento com técnicas, tecnologias e design atualizados e competitivos no

mercado mundial. Desenvolver ações em parceria com outras entidades, órgãos do

governo e universidades buscando um país melhor e sustentável. Trabalhar para entregar

o melhor produto aos consumidores [12].

4.2 A descoberta do LED

O LED sempre esteve muito presente no nosso dia a dia, mas sempre tiveram as

suas cores vermelhas, desde a década de 50, e verdes, surgido nos anos 70. No entanto,

para termos a luz branca de LED, era necessário a descoberta da componente azul.

Durante quase 30 anos, três cientistas Akasaki, de 85 anos, Amano, de 54, e

Nakamura, de 60, buscaram desenvolver a luz azul, até que nos anos 90 conseguiram

atingir seus objetivos, possibilitando sua utilização para iluminação.

A grande descoberta dos japoneses Akasaki e Amano e do americano Nakamura

fizeram com que em 2014 fossem premiados com o prêmio Nobel da Física, quebrando

a lógica dos prêmios passados, muito por terem criado uma revolução no setor.

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4.3 Expansão do LED

Com a consolidação da conscientização da economia de energia, e com a crescente

melhoria na sua eficiência, o LED vem se tornando cada vez mais popular, ao mesmo

tempo que seu custo diminui a cada ano. O ano de 2017 foi o ano da iluminação LED,

que está cada vez mais presente no dia a dia nas diversas aplicações, sejam em lâmpadas,

luminárias internas, externas ou públicas, além de outras.

No ano de 2014 o mercado LED representou um faturamento de 24 bilhões, e seu

crescimento até 2022 tem como estimativa 10% ao ano, alcançando 45,6 bilhões em

menos de 10 anos [13].

4.4 Fabricação LED

Por apresentarem um processo mais simples e pelo boom que vem agitando o

setor, empresas de eletrônica estão começando a se aventurar na fabricação de lâmpadas

LED. A diferença pode ser explicada pelo depoimento do Antônio Filipe Muller, diretor

de operações do grupo Rlo Sistemas Eletrônico, dono da marca Neolux, “Na fabricação

de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes tinha que se trabalhar com vidro, alto vácuo,

e eram equipamentos que dependiam de altíssima escala e enorme investimento. Com o

LED, estamos falando de um produto em estado sólido, mais simples, em que o Brasil

tem uma tecnologia já preparada para a montagem de circuitos eletrônicos”. Eduardo

Park, presidente da empresa Unicoba, compartilha o mesmo pensamento, “O LED acabou

eliminando barreiras para a entrada no segmento de iluminação. Antes, essa era uma

indústria muito mais de materiais e química, e agora virou muito mais um negócio de

montagem eletrônica e energia. Com isso, o mercado foi aberto para uma centena de

novos players”

O LED é um componente semicondutor, que tem a propriedade de transformar

energia elétrica em luz. É um componente bipolar, com os terminais anodo e catodo, e

dependendo como for polarizado, pode permitir ou bloquear a passagem de corrente.

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O principal componente do LED é o seu chip semicondutor, que é o responsável

pela geração de luz. Na imagem a seguir é possível ver a dimensão do chip, comparado

ao todo.

O LED emite uma luz fria, uma vez que não há presença de infravermelho no feixe

luminoso. Apesar disso, a potência dissipada é liberada em forma de calor, que deve ser

levado em consideração durante o projeto, uma vez que pode acarretar uma degradação

acentuada do seu fluxo luminoso e a vida útil.

Figura 18 - Representação simbólica do LED

Figura 19 - Estrutura do LED

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4.5 Benefícios da iluminação LED

A Iluminação LED apresenta vários benefícios para sua utilização, tais como:

1. Maior vida útil: dependendo da aplicação, a vida útil é longa, sem

necessidade de troca.

2. Custo de manutenção reduzido

3. Alta eficiência: comparada às lâmpadas incandescentes e halógenas,

apresentam uma eficiência bastante superior.

4. Resistência a impactos e vibrações: utiliza tecnologia de estado solido,

portanto sem filamentos e vidros, aumentando sua robustez.

5. Acionamento instantâneo: o mesmo ocorre quando está operando em

baixas temperaturas.

6. Controle de intensidade variável: varia de acordo com o fluxo de corrente.

7. Cores vivas saturadas e sem filtro: ocorre devido ao comprimento de onda

monocromático.

8. Ecologicamente correta: não utiliza mercúrio ou outro elemento que cause

danos à natureza

9. Ausência de ultravioleta: Não emite radiação ultravioleta sendo ideal para

aplicações onde este tipo de radiação é indesejado. Ex.: Quadros – obras

de arte etc.

10. Ausência de infravermelho: Também não emite radiação infravermelha,

fazendo com que o feixe luminoso seja frio.

4.6 Mercado LED Mundial

Os dados a seguir apresentam a divisão do mercado mundial [14].

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Gráfico 3 - Divisão do mercado mundial

Gráfico 4 -Divisão do mercado mundial e sua projeção 2011 -2021

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5. Estudo de caso

5.1 Estudo de caso – via pública

O estudo a seguir tem como objetivo realizar a análise de eficiência energética em

um sistema de iluminação público, utilizando luminárias LED. A área escolhida foi do

Parque das aguas, em Sorocaba, com mais de 160 mil metros quadrados. É um espaço de

lazer para população, práticas esportivas e shows.

Para projetos públicos, é necessário seguir as diretrizes do programa de eficiência

energética. Assim, o projeto foi pautado na seguinte decisão: modernização do sistema

de iluminação através da substituição de luminárias.

O parque apresentava postes com 12 metros de altura, com 4 luminárias cada, com

lâmpadas de vapor de sódio de 250 W. Para decidir que tecnologia utilizar é preciso fazer

um levantamento das atividades locais. No caso do parque, trânsito de pessoas e

atividades esportivas. Assim, para garantir o conforto visual, eficiência e viabilidade

financeira, foi proposta a utilização luminárias LED com 100 W, vide figura 19.

Figura 20 – Instalação da luminária LED

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Como pode ser visto nas figuras 20 e 21, a substituição pelas lâmpadas LED trouxe

diversos benefícios para os frequentadores do parque. Uma vez que melhor iluminado,

aumenta a segurança, torna o lugar mais agradável ao lazer, melhora a qualidade de

visualização entre outros fatores.

Além das melhoras citadas acima, existem ainda as vantagens financeiras do

projeto, que podem ser analisadas no quadro a baixo.

Figura 21- Vista superior do parque com lâmpadas de sódio

Figura 22 - Vista superior do parque com lâmpadas de LED

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32

Fora a economia de energia e redução da demanda no horário de ponta, as ações

de eficiência energética proporcionam ao poder público direcionar os recursos

economizados com as contas e com a manutenção dos sistemas para outros setores que

atuam diretamente com a população, como segurança, educação e saúde por exemplo.

Projetos de eficiência energética no setor público, faz com que o governo

mantenha as contas estáveis, garantindo diversas melhorias.

Consumidores se beneficiam com a utilização de tecnologia moderna e eficiente,

redução das despesas mensais e de manutenção. Enquanto isso, as concessionárias se

beneficiam com a diminuição de desperdício, otimização do sistema elétrico e redução

do consumo e demanda de ponta. Por último, os usuários diretos do sistema aumentam a

qualidade visual, aumento do IRC e segurança por utilizar de vias melhor iluminadas.

5.2 Estudo de caso – Rede Privada

Com o avanço da tecnologia LED, que vem barateando os equipamentos, a

conscientização por uma eficiência cada vez maior, muitas empresas começam a estudar

a viabilidade da modernização do seu sistema de iluminação. O presente trabalho visa

mostrar o procedimento realizado pela empresa Eleva Educação na substituição das

lâmpadas fluorescentes por iluminação LED.

Tabela 4 - Economia de investimento

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33

Foi realizado o contato com diversas empresas do setor para realizar proposta de

projeto. O primeiro estudo foi dimensionar as salas para atingirmos o lux necessário de

acordo com as necessidades especificas do local.

O estudo foi realizado para uma sala de 43 metros quadrados. A Iluminância

média da sala foi de aproximadamente 300 Lux, com máximo de 363 lux e mínimo de

211 lux. Uma vez que temos a Iluminância desejada, precisa-se dimensionar a quantidade

de lâmpadas do projeto, sendo que o número irá variar com o tipo de lâmpada e sua

potência.

Figura 23 - Estudo de Iluminância

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34

Quando nos referimos a uma escola, é importante estimar o tempo que as luzes

serão utilizadas. Um ano letivo tem, aproximadamente, 200 dias letivos e mais uns 100

dias de funcionamento de trabalho. O funcionamento ocorre no período de 7:00 as 19:00,

sendo utilizadas em média 12 horas por dia. Em um ano, cada lâmpada será utilizada em

torno de 3600 horas. Essa conta é importante para analisarmos o tempo necessário de

manutenção, uma vez que cada tipo de lâmpada apresenta uma vida útil distinta.

Figura 24 - Proposta fluorescente 2x54W

Figura 25 - Proposta LED GE 2X36W

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Muitas vezes, apenas o investimento inicial é considerado na tomada de decisão.

Se analisarmos apenas o custo benefício entre investimento e vida útil, veremos que em

média as lâmpadas LEDs propostas apresentam uma durabilidade de 150% maior que as

fluorescentes. Enquanto o investimento inicial é de 140% a mais comparando as duas

propostas. Além disso, outro fator importante é a potência consumida por cada tipo de

lâmpada, que irá acarretar em uma redução na conta de luz nos meses subsequentes,

diminuindo os gastos futuros.

É importante analisar a economia gerada aos longos dos meses pela redução do

consumo, a diferença de investimento ao longo do tempo, para poder calcular o tempo de

retorno do investimento, esses dados são importantes para estimar uma previsão. Uma

vez que o projeto é concluído, é importante acompanhar a redução nos gastos de energia

para validar a projeção feita.

Figura 25 - Proposta LED Intral 2x31,5W

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5.2.1 Rede Privada – Investimento realizado

O grande problema da iluminação LED é o investimento inicial. Uma vez que

estamos nos referindo a uma tecnologia cara, é importante realizar cotações de serviços

dos diversos prestadores. A seguir a ordem de compra do material para o projeto. O

pedido contempla 633 itens, incluindo lâmpadas tubulares T8, painéis de LED,

luminárias, projetores e lâmpadas convencionais.

Como pode ser analisado na descrição acima, para realizar o projeto foi feito

investimento inicial no valor de R$40.819,92 reais. Se compararmos as propostas das

imagens 23 e 24, percebemos que o investimento de iluminação LED, em uma sala, é

240% maior quando investimos em LED ao invés de lâmpadas fluorescentes.

Figura 26 - Descrição da compra para o projeto

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Se essa proporção se mantém para todos os ambientes, o investimento realizado

em LED de R$40.819,92, corresponderia a um custo inicial de R$16.930,00 reais em

lâmpadas fluorescentes. Assim, o real investimento para troca de lâmpadas é de

aproximadamente R$24.000,00 reais.

5.2.2 Rede Privada – Economia de luz

Na obra realizada, a substituição das lâmpadas ocorreu no mês de agosto. A seguir

será apresentada a variação da conta de luz do período de março de 2017 a dezembro de

2017, com valores e consumo, para ser analisado o valor do investimento feito na unidade.

Tabela 5 - Analise de consumo antes da substituição

Pós substituição

Mês Consumo Valor

ago/17 2054 R$ 1.814,58

set/17 1994 R$ 1.783,56

out/17 2234 R$ 1.998,50

nov/17 2246 R$ 2.038,52

dez/17 1645 R$ 1.534,66

Total 10173 R$ 9169,82

Tabela 6 - Analise do consumo pós substituição

Antes da substituição

Mês Consumo Valor

mar/17 3557 R$ 3.014,33

abr/17 3294 R$ 2.942,41

mai/17 2615 R$ 2.301,51

jun/17 2668 R$ 2.507,15

jul/17 2837 R$ 2.360,24

Total 14971 R$ 13125,64

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Os meses escolhidos para análise foram os meses em que a unidade escolar estava

em total funcionamento, com todas as salas sendo utilizadas, por boa parte do dia. Se

comparar a diferença de consumo antes e depois da substituição por lâmpadas LED, é

possível perceber uma boa redução de consumo, equivalente a, aproximadamente, 4.798

KW, que corresponde a aproximadamente 1.000 KW por mês, uma redução de 32% no

somatório dos 5 meses analisados.

Quando analisamos a redução financeira, o percentual representa uma redução de

30% no valor da fatura a ser paga, gerando uma economia de quase R$ 4.000 reais em 5

meses.

Se para o consumo de 10.173 KW consideramos uma economia de R$ 4.000,00,

ao analisar o consumo de Janeiro e Fevereiro, que representam, aproximadamente, 20%

do consumo acima, podemos considerar que o período com a lâmpada LED resultou em

uma redução em torno de 800 reais, 20% da redução anterior.

Assim, ao realizar a substituição das lâmpadas, a economia gerada para esse caso

é de, aproximadamente, R$9.000,00 reais ao ano.

É importante destacar que existem outros aparelhos que consomem energia, como

ar condicionado e computadores, mas podemos considerar seu consumo continuo ao

longo do ano, garantido que a diferença do consumo foi resultado da substituição das

lâmpadas.

5.2.3 Rede Privada – tempo de retorno de

investimento

Para calcular o tempo de retorno de investimento, é necessário ter duas

informações, o investimento realizado e a economia relativa ao investimento. No item

5.2.1 foi analisado o real investimento do projeto, R$24.000,00 reais, enquanto no item

5.2.2 a economia anual relativa a substituição por lâmpadas LED.

𝑃𝑎𝑦𝐵𝑎𝑐𝑘 = 24.000

9.000= 2,6 = 2 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑒 8 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

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Uma vez que temos o tempo de retorno, é importante analisar se o investimento é

válido para o projeto. Para isso, é preciso levantar alguns pontos para a tomada de decisão.

Um ponto importante é analisar o tempo de vida útil, pois as lâmpadas fluorescentes,

muitas vezes, apresentam uma durabilidade duas vezes menor, o que significa que 1

lâmpada LED equivale a 2 lâmpadas fluorescente, diminuindo ainda mais o real

investimento do projeto, dado que lâmpadas de vida útil menor, necessitam de mais

manutenção. É importante destacar ainda o local e a utilidade das lâmpadas, uma vez que

são instaladas em áreas abertas, seu tempo de degradação será um fator determinante para

futuras substituições.

Como foi calculado anteriormente, uma escola tem uma utilização de

aproximadamente 3.600 horas por ano. Dado que a vida útil, de uma lâmpada LED, gira

em torno de 50.000 horas, as lâmpadas serão utilizadas por pelo menos 10 anos, e o seu

investimento sendo retornado em até 3 anos. Os 7 anos seguintes, ao retorno do

investimento, será de redução dos gastos na conta de luz de, aproximadamente,

R$60.000,00 reais.

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6. Conclusão

O objetivo dessa dissertação é analisar o estudo de viabilidade econômica de um

projeto de iluminação LED, apresentar o passo a passo para encorajar novas

implementações. Muitos consumidores sabem das vantagens da iluminação LED, mas

apresentam o desconhecimento do tempo de retorno do seu investimento, e acabam sendo

influenciados pelo alto investimento inicial.

Aa lâmpadas LED são o futuro do setor de iluminação por dois grandes motivos:

A tecnologia está se tornando cada vez mais acessível a todos, e os incentivos por parte

do governo, como a proibição da fabricação das lâmpadas incandescentes, que estão

sendo substituídas gradativamente.

Para o melhor aproveitamento da tecnologia, e para diminuir o tempo de retorno

do investimento, é importante identificar as lâmpadas que apresentam uma maior

utilização. Assim, diminuirá as perdas do consumo, garantindo uma maior economia,

quanto maior o tempo de utilização, maior a economia e menor é o tempo de retorno.

Outro fator importante é o grau de conservação, quanto maior for a conservação, maior

será a vida útil das lâmpadas no aspecto físico.

Quando o assunto é conservação de energia, buscamos sempre aumentar a

eficiência energética dos equipamentos utilizados. Máquinas, lâmpadas que apresentam

poucas perdas, são de fato muito importantes, mas vale ressaltar que, mesmo com grandes

projetos, é de extrema importância conscientizar os usuários do dia a dia, eles são os

principais responsáveis pelo consumo sustentável, para garantir o menor desperdício de

energia.

6.1. Projeto futuro

Uma vez que foi validado um projeto e seu retorno financeiro, é importante

modelar possíveis projetos futuros. O centro de tecnologia da UFRJ seria bastante

beneficiado com a instalação de iluminação LED, uma vez que apresenta um grande

consumo, por abranger um número elevado de alunos e apresentar um funcionamento de

no mínimo 10 horas diárias.

A escola analisada apresenta em torno de 300 pessoas, alunos e funcionários, dado

que o universo do CT da UFRJ é frequentado por 10.000 pessoas, estamos nos referindo

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a um crescimento de mais de 3.000%, tanto em investimento como economia financeira.

O investimento inicial para a substituição seria, em torno, de 1,3 milhões de reais, ao

mesmo tempo que haveria uma redução de 300 mil reais anuais nas despesas de energia.

A grande barreira, sem dúvida, seria o elevado investimento inicial, mas vale

ressaltar que é possível realizar as substituições gradativamente. Para a tomada de decisão

do projeto, é importante considerar as possíveis manutenções, tempo de vida útil das

lâmpadas, e que uma vez que existe a necessidade de substituição, o real investimento em

LED é diferença entre os custos do material. Desconsiderando a manutenção de vida útil,

a diferença de investimento seria de 800 mil reais, que em menos de 3 anos haverá o

retorno do investimento.

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7. Referências Bibliográficas

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https://aceee.org/portal/national-policy/international-scorecard. Acesso em:

janeiro 2018

[2] PROCEL disponível em:

http://www.procelinfo.com.br/resultadosprocel2016/#mark2 . Acesso em janeiro

2018

[3] VARGAS JR., R. H., 2006 – Análise do Potencial de Conservação de Energia

Elétrica em Hospitais Públicos de Pequeno Porte no Brasil: Sistemas de Iluminação e Ar

Condicionado do Tipo Janela, Rio de Janeiro – RJ, Dezembro de 2006.

[4] GUELLER, H. S., 2003, Revolução Energética – Políticas para Um Futuro

Sustentável. Relume Dumará, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

[5] CERVELIN S., 2002 – Melhoria da Eficiência Luminosa: Estudo de caso do

Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR – Unidade de Curitiba,

Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção,

UFSC, Florianopolis – SC, Outubro de 2002.

[6] ONAYG, S., GULER, O., 2003 – Determination of the Energy Saving by

Daylight Responsive Lighting Control Systems with an Example from Istambul,

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Página 43.

[7] NREL disponível em:

https://www.nrel.gov/docs/fy02osti/30769.pdf Acesso em: dezembro 2017

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Luminária e da Refletância das Paredes na Potência Instalada em Sistemas de Iluminação,

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399, Santa Catarina, Brasil.

[9] GAYA, 2004- Cursos de Utilização Racional de Energia: Eficiência

Energética na Indústria, janeiro 2004.

[10] Eletrobrás / PROCEL, 2006 – Conservação de Energia: Eficiência Energética

em Instalações e Equipamentos, 3ª Edição, Editora EFEI, Itajubá, Minas Gerais, Brasil.

[11] Empresa Gaia (?)

[12] Abilux disponível em:

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http://www.abilux.com.br/portal/ Acesso em: dezembro 2017

[13] Revista Lumière Electric, ed. 219, Ago/16

[14] Mercado mundial disponível em:

http://www.ledinside.com/intelligence/2014/11/global_led_lighting_market_to_r

each_us_25_7_billion_in_2015. Acesso em: Janeiro 2018