Estudo de Caso - Cidade das Artes RJ

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5. CAPÍTULO 2 5.1 Estudo de Caso 5.1.1 Cidade das Artes Ficha Técnica Local: Rio de Janeiro – RJ, Brasil Data do início da obra: 2004 Data da conclusão da obra: 2012 Área do terreno: 95.644m² Área construída: 90.000m² Área útil: 23.000m² Arquitetura: Atelier Christian de Portzamparc - Christian de Portzamparc (autor); Bertand Beau, Christophe Eschapasse, Nanda Eskes, Anna Paula Pontes, Duccio Cardelli, Florence Clausel, Michael Kaplan e Clóvis Cunha (equipe) Desenvolvimento da arquitetura: L. A. Rangel Arquitetos Gerenciamento: Engineering Estrutura (cálculo e desenvolvimento): Beton Engenharia - Carlos Fragelli e Ulysses Cordeiro; Bruno Contarini (consultoria) Consultoria de sistema predial: WRS - Alexander Weinberg Paisagismo: CAP - Fernando Chacel Figura 1 - vista aérea - Cidade das Artes Fonte: Google Maps

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Estudo de caso da Cidade das Artes no Rio de Janeiro, RJ.Local: Rio de Janeiro – RJ, BrasilData do início da obra: 2004Data da conclusão da obra: 2012Área do terreno: 95.644m²Área construída: 90.000m²Área útil: 23.000m²Arquitetura: Atelier Christian de Portzamparc - Christian de Portzamparc (autor); Bertand Beau, Christophe Eschapasse, Nanda Eskes, Anna Paula Pontes, Duccio Cardelli, Florence Clausel, Michael Kaplan e Clóvis Cunha (equipe)

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Page 1: Estudo de Caso - Cidade das Artes RJ

5. CAPÍTULO 2

5.1 Estudo de Caso

5.1.1 Cidade das Artes

Ficha Técnica

Local: Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Data do início da obra: 2004

Data da conclusão da obra: 2012

Área do terreno: 95.644m²

Área construída: 90.000m²

Área útil: 23.000m²

Arquitetura:  Atelier Christian de Portzamparc - Christian de Portzamparc (autor); Bertand Beau, Christophe Eschapasse, Nanda Eskes, Anna Paula Pontes, Duccio Cardelli, Florence Clausel, Michael Kaplan e Clóvis Cunha (equipe)

Desenvolvimento da arquitetura: L. A. Rangel Arquitetos

Gerenciamento: Engineering

Estrutura (cálculo e desenvolvimento): Beton Engenharia - Carlos Fragelli e Ulysses Cordeiro; Bruno Contarini (consultoria)

Consultoria de sistema predial: WRS - Alexander Weinberg

Paisagismo: CAP - Fernando Chacel

Construção: Andrade Gutierrez, Carioca-Christian Nielsen, Consórcio Cidade da Música e Telem

Figura 1 - vista aérea - Cidade das ArtesFonte: Google Maps

Figura 2 - Fachada Posterior Fonte: arcoweb.com.br

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A cidade das Artes está localizada no Trevo das Palmeiras, no cruzamento

entre as Avenidas das Américas e Airton Senna, no meio de uma planície urbana,

com área de 95.644m. Essa área é de fácil acesso e um ponto privilegiado da

Avenida das Américas, principal via de acesso para os bairros da Barra da Tijuca,

Recreio dos Bandeirantes e Guaratiba. Seu entorno está composto por grandes

equipamentos, como o Aeroporto de Jacarepaguá, Parque Natural Municipal Bosque

da Barra e o Barra Shopping.

Segundo o arquiteto Christian de Portzamparc, autor do projeto, a arquitetura

seria um objeto isolado e precisava se destacar com uma referência forte e

audaciosa e o tema da música daria inteira liberdade ao arquiteto para trabalhar

acústica e desenho em formas livres. O projeto surgiu de suas reflexões sobre a

relação entre cheios e vazios e a sobrelevação de estruturas.

Seu projeto teve como conceito uma ampla varanda elevada a 10 metros do

solo e aberta para paisagem. Contido entre dois planos horizontais, o belvedere

abriga os itens do programa em cinco blocos com formatos irregulares e interligados

por vazios que proporcionam sombras, circulação do ar e passagem da luz natural.

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O edifício é composto por quatro lajes que definem a obra (subsolo, teto do

subsolo, esplanada e cobertura). As lajes da esplanada e da cobertura foram feitas

de estruturas em grelhas; as do piso e da cobertura do subsolo são maciças com

espessura de 25 centímetros; e nos níveis intermediários foram lançadas lajes e

vigas convencionais de concreto armado e concreto protendido.

A estrutura tem papel fundamental na obra, pois são duas grandes lajes e

paredes de concreto aparente que definem suas formas. Para diminuir o grande

número de pilares para sustentação, após refletir sobre o trabalho estático das

cascas de proteção acústica e suas ligações com os pilares abaixo, chegou à

conclusão que os casulos portantes, encurvados e cilíndricos, saindo do solo

poderiam servir como apoio para tudo.

Figura 5 - Corte Longitudinal da obra

Fonte: Nelson Kon – Atelier Christian de Portzamparc

Christian de Portzamparc

Figura 7 - Belvedere, espaço amplo forma praça internaFonte: Nelson Kon – Atelier Christian de Portzamparc

Figura 6 - Vazio da esplanada e aberturas para o exteriorFonte: Nelson Kon – Atelier Christian de Portzamparc

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Christian de Portzamparc é um dos grandes nomes da arquitetura mundial.

Nasceu em Casablanca, no Marrocos, erradicou-se na França e formou-se em

arquitetura e urbanismo pela Escola de Belas Artes de Paris, no ano de 1970.

Primeiro na França a receber o Pritzker (maior prêmio de arquitetura mundial) em

1994, recebeu o Grande Prêmio de Arquitetura em 1992, e o Grande Prêmio de

Urbanismo em 2004.

Sua arquitetura é nova, caracterizada por edifícios expostos por sua função e

novas formas irregulares que exigem ampla exploração de soluções. Suas idéias e

percepções buscam respostas através do estilo simples.

Análise da Obra

O local escolhido foi bem estratégico, pois tem fácil acesso e ainda, por ser

em uma planície, a vista do entorno ficou privilegiada. Um fator importante foi a

edificação ser construída sem destruir ou modificar o parque ecológico que já tinha

na área de implantação do projeto, através da elevação da edificação por pilotis. No

projeto do Centro de Artes e Parque urbano, buscaremos usar técnicas para melhor

aproveitar o terreno com a criação de um parque ecológico, buscando a harmonia

com a arquitetura da edificação, bem como um conforto térmico que seja

aproveitando tanto no interior quanto no exterior da edificação.

O edifício da Cidade das Artes foi pensado de forma isolada dando destaque

com seu entorno. Por ser próximo ao aeroporto teve que seguir o uso do solo local e

não ultrapassar a altura delimitada pelo mesmo. Os grandes espaços abertos na

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edificação, como na esplanada, propiciam a circulação do ar e da luz natural, por se

tratar de uma cidade litorânea, a brisa marítima propicia o resfriamento dos

ambientes internos, além do fato de que não possui muitas edificações no entorno

que sirvam como obstáculos para a ventilação. Na região escolhida para

implantação do projeto possui uma grande variedade de edifícios altos e, essa

verticalização, cria barreiras para a circulação do vento, então nas fachadas que

estarão voltadas para as edificações do entorno não será interessante o uso de

vãos, ou fachadas abertas. Para contornar essa situação, poderemos voltar a

fachada principal, com ambientes em que a ventilação natural seja

necessária/possível, para o lado em que não se pode construir, às margens do

Córrego Cascavel, garantindo assim que possa usar de ventilação natural para

resfriar ambientes internos da edificação.

Assim como na Cidade das Artes, analisaremos os vários tipos de brises para

usar um que melhor se harmonize com o edifício e o seu entorno. O acesso ao

edifício deu-se através de uma rampa curvada, dando um aspecto suave.

5.1.2 Cidade das Artes e Ciências – Valência

Ficha Técnica

Local: Valência, Espanha

Data do início da obra: 1990

Data da conclusão da obra: 2005

Área do terreno: 350.000m²

Arquitetura:  Santiago Calatrava e Felix Candela

Desenvolvimento da arquitetura: C.A.C., S.A.

Gerenciamento: Proyex Valencia S.A.

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Estrutura (cálculo e desenvolvimento): Martínez Segovia, Fernández, Pallás & Asociados S.A.

Santiago Calatrava disse que a Cidade das Artes e Ciências regenera uma

parte decadente da cidade, entre o centro e a costa do Mediterrâneo, criando

também um destino cultural que "coloca Valência no mapa".

A cidade das Artes e das Ciências foi

implantada sobre um eixo formado pelo

leito do rio Turia e a estrada de Saler. O

leito do rio foi desviado, após a enchente de

1957, para que não passasse mais pelo

centro da cidade de Valência. A ideia de se

construir o complexo iniciou-se em 1989,

pelo então presidente da Comunidade

Valencia Joan Lema, partindo da vontade

de transformar o espaço em um grande

centro de cultura, lazer e turismo. O conjunto de arquitetura foi desenvolvido por

Calatrava numa área subdesenvolvida e subutilizada, mas com uma boa localização,

pois está inserida no centro da cidade e possui ligação com o mar por várias

avenidas.

Figura 8 - Cidade das Artes e Ciências de Valência Fonte: http://www.spainted.com/

Figura 9 - Localização do Complexo, Valência - Espanha Fonte: Google Maps

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Todo o complexo foi um investimento muito caro, cerca de 1,2 bilhões de

euros, e espera-se que a exploração dessa área possa servir para compensar os

investimentos feitos no projeto. Hoje em dia Valencia é uma cidade movimentada

economicamente pela Indústria e pelo turismo. A Cidade das Artes foi inserida como

uma ilha em meio à avenidas com grande fluxo no trânsito de automóveis; essa ilha

pode ser percebida através da concepção no espaço, como um todo, onde houve o

uso de espaços vazios e edificados para dar o destaque ao complexo. Em um dos

lados foi construído um parque linear e outro lado possui um extenso jardim, ambos

servem como como acesso às edificações.

“A cidade das Artes e Ciências em Valência é um complexo único dedicado

à disseminação cientifica e cultural constituído por 6 grandes elementos:

o Hemisfério  (cinema IMAX e projeções digitais), o Umbracle  (parque de

estacionamento e local com ponto de vista paisagístico), o Museu de

Ciências Príncipe Filipe  (centro inovador de ciência interativa),

o Oceanográfico  (maior aquário na Europa com mais de 500 espécies

marinhas) e o Palácio das Artes Rainha Sofia(responsável pelo programa

de ópera). O Ágora que dá ao complexo um espaço multi-funcional”

(CIUDADE DE LAS ARTES Y LAS CIENCIAS1, 2015)

1 A citação foi retirada do site da Cidade das Artes e Ciências de Valência: http://www.cac.es/

Figura 10 - Vista paronamica Fonte:

Figura 11 - Palácio das Artes

Figura 12 - Oceanográfico

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Palácio das Artes é um dos mais importantes centro artísticos do mundo, pois

une arquitetura, engenharia e tecnologia para criar um ambiente que acomoda todos

os estilos musicais. Foi construído para destacar a tradição musical secular de

Valência. O edifício está composto por 3 auditórios, sala principal com capacidade

para 1.800 pessoas, sala de câmara para 400 pessoas e um auditório ao ar livre,

com capacidade para 2.500 pessoas.

Figura 13 - Museu das Ciências

Figura 16 - HemisférioFigura 15 - Umbracle

Figura 14 - Ágora

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O Hemisfério foi o primeiro edifício a ser inaugurado e é um dos edifícios

fundamentais do projeto. Construído na forma de um olho aberto, está concebido

como uma sala de projeções audiovisuais que permite oferecer aos seus 300

espectadores por sessão as mais inovadoras sensações audiovisuais. O edifício

está composto por três corpos diferenciados: no extremo leste situam-se cafeteria,

lojas e escritórios; no centro da cobertura a cúpula que abriga a sala de projeções e

no extremo oeste os serviços técnicos.

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O hemisfério é um planetário e um Cinema IMAX Dome2, sua construção

iniciou-se em 1990 e foi concluída em 1998. Para a criação da forma do edifício o

arquiteto Calatrava se inspirou no olho humano, um olho aberto “que tudo vê”. As

pálpebras é uma estrutura móvel que se movimenta em um contínuo abre e fecha.

O material mais utilizado na construção foi o concreto, utilizado na fundação,

muros de contenção, lajes e arquibancadas. Na cobertura foram utilizados painéis

de chapa metálica parafusadas à estrutura. Outros materiais escolhidos foram aço,

vidro e alumínio, dando leveza e transparência na cúpula.

O acesso ao interior do edifício é feito através de percursos que interligam

todos os edifícios do complexo. Possui capacidade de até 300 pessoas por sessão.

2 Imagem Maximum (IMAX) é um formato de filme criado pela empresa canadense IMAX Corporation e tem a capacidade de mostrar imagens maiores e com melhores resoluções que os sistemas convencionais de exibição de filmes. IMAX Dome é uma variação do formato tradicional IMAX com projeção em 180º.

Figura 17 - Hemisfério (Planetário e Cinema) Fonte: http://documents.pageflip-flap.com/

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No próximo capitulo faremos um estudo detalhado do lugar em que o projeto

será inserido