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ESTUDO DA NECESSIDADE DE UMA NOVA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL EM JI-PARANÁ Vanessa Goedert Alves 1 Dawerson da Paixão Ramos 2 RESUMO: O número de bibliotecas no Brasil vem crescendo consideravelmente e as opções por àquelas que proporcionam melhor infraestrutura e atrativos que vão além da leitura, estão se destacando no meio cultural e educacional das cidades. Este trabalho apresenta uma proposta para verificar a viabilidade de uma nova biblioteca Pública Municipal para a cidade de Ji-Paraná, RO. Alguns conceitos relacionados à origem da biblioteca e a modificação do sentido de existência das bibliotecas públicas no decorrer dos anos são abordados e posteriormente, apresenta-se uma análise da estrutura física da Biblioteca Pública Municipal Dr. Cyro Escobar Ribeiro realizada em outubro de 2013. A metodologia utilizada foi o método dedutivo e procedimento bibliográfico. Para Cervo e Bervian (1978:17), apud Marconi e Lakatos (2000, p.44), em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Algumas informações foram coletadas via “in loco”, entrevista pessoal e observações. Diante dos fatos analisados verifica-se a necessidade de uma nova biblioteca pública municipal para Ji-Paraná de modo a atender as carências dos usuários e da população local, ampliando o acesso à informação, cultura, educação, lazer e inclusão social tornando a biblioteca um espaço de interação entre as pessoas da comunidade local, proporcionando à comunidade e estudantes, um espaço adequado para este fim, gerando, crescimento dos grupos de estudos em outro local e não apenas nas escolas. Palavras-Chave: Biblioteca. Biblioteca Pública. Tipologias de Biblioteca. Livro. Acervo. 1 ALVES, Vanessa Goedert. Arquiteta e urbanista, pelo Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI. E-mail: [email protected] . 2 RAMOS, Dawerson da Paixão. Arquiteto e urbanista, pela Universidade Braz Cubas - UBC, pós- graduado e mestre em engenharia urbana, pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e professor coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade Panamericana de Ji- Paraná - UNIJIPA. E-mail: [email protected].

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ESTUDO DA NECESSIDADE DE UMA NOVA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL

EM JI-PARANÁ

Vanessa Goedert Alves1 Dawerson da Paixão Ramos2

RESUMO: O número de bibliotecas no Brasil vem crescendo consideravelmente e as opções por àquelas que proporcionam melhor infraestrutura e atrativos que vão além da leitura, estão se destacando no meio cultural e educacional das cidades. Este trabalho apresenta uma proposta para verificar a viabilidade de uma nova biblioteca Pública Municipal para a cidade de Ji-Paraná, RO. Alguns conceitos relacionados à origem da biblioteca e a modificação do sentido de existência das bibliotecas públicas no decorrer dos anos são abordados e posteriormente, apresenta-se uma análise da estrutura física da Biblioteca Pública Municipal Dr. Cyro Escobar Ribeiro realizada em outubro de 2013. A metodologia utilizada foi o método dedutivo e procedimento bibliográfico. Para Cervo e Bervian (1978:17), apud Marconi e Lakatos (2000, p.44), em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. Algumas informações foram coletadas via “in loco”, entrevista pessoal e observações. Diante dos fatos analisados verifica-se a necessidade de uma nova biblioteca pública municipal para Ji-Paraná de modo a atender as carências dos usuários e da população local, ampliando o acesso à informação, cultura, educação, lazer e inclusão social tornando a biblioteca um espaço de interação entre as pessoas da comunidade local, proporcionando à comunidade e estudantes, um espaço adequado para este fim, gerando, crescimento dos grupos de estudos em outro local e não apenas nas escolas. Palavras-Chave: Biblioteca. Biblioteca Pública. Tipologias de Biblioteca. Livro.

Acervo.

1 ALVES, Vanessa Goedert. Arquiteta e urbanista, pelo Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI. E-mail: [email protected] . 2 RAMOS, Dawerson da Paixão. Arquiteto e urbanista, pela Universidade Braz Cubas - UBC, pós-graduado e mestre em engenharia urbana, pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e professor coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná - UNIJIPA. E-mail: [email protected].

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INTRODUÇÃO

Com o crescente número de bibliotecas no Brasil, conforme apontada pela

Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) e divulgada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013), o total de municípios brasileiros

com bibliotecas públicas passou de 76,3% para 97% entre 1999 e 2012, as opções

por àquelas que proporcionam melhor infraestrutura e atrativos que vão além da

leitura, estão se destacando gradativamente no meio cultural e educacional das

cidades.

É relevante para a elaboração desse trabalho, o conhecimento sobre os

aspectos teóricos em relação ao conceito de biblioteca e biblioteca pública,

conforme relatado pelo o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas- SNBP, (1992).

Com o objetivo de estimular as pessoas, para que possam usufruir de um

espaço que ofereça informação, cultura, educação e lazer. Será verificado se há

necessidade ou não de uma nova Biblioteca Pública Municipal para a cidade de Ji-

Paraná, considerando levantamento quanto à falta de uma estrutura física adequada

à Biblioteca Pública Municipal Dr. Cyro Escobar Ribeiro que, aparentemente impede

um maior número de usuários no estabelecimento.

1 METODOLOGIA

Como metodologia para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado o método

dedutivo e procedimento bibliográfico. Algumas informações foram coletadas através

de visita in loco, entrevista pessoal e observações. As fontes bibliográficas

consultadas foram: Artigos científicos, livros, revistas, apostilas, dissertações, teses,

etc.

Para Cervo e Bervian (1978:17), apud Marconi e Lakatos (2000, p.44), o

termo método pode ser definido como o caminho a seguir para chegar à verdade

nas ciências.

A dedução apenas organiza e especifica o conhecimento que já se possui,

Lakatos e Marconi (1990, p.106) definem como: “[...] método dedutivo – que,

partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos

particulares (conexão descendente)”.

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Segundo Lakatos (1981:33), o método monográfico pode ser definido com um

estudo profundo de determinado grupo, instituição, com a finalidade de obter

generalizações.

[...] Partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos.

A busca manual foi realizada com o uso das palavras-chaves: Biblioteca,

Biblioteca Pública, Tipologias de Biblioteca. Os bancos de dados eletrônicos

consultados foram: IFLA- Federação Internacional de Associações de Bibliotecários

e Instituições; SNBP- Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas; Biblioteca Pública:

Princípios e Diretrizes, dentre outros.

Foram utilizados para consulta os livros: Ordenar para desordenar: centros de

cultura e bibliotecas públicas, 2ª edição e Neufert: Arte de projetar em arquitetura,

18ª edição.

Dados referentes ao crescente número de bibliotecas no Brasil foram

encontrados no site do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E os

dados sobre os usuários que frequentam a biblioteca de Ji-Paraná foram realizados

por meio de entrevista com a diretora da biblioteca. Outras consultas se

desenvolveram com NBR´s e legislações municipais, estaduais e federais.

2 CONCEITO DE BIBLIOTECA

A palavra biblioteca tem origem grega, biblíon (livro) e theka (caixa),

significando o móvel ou lugar onde se guardam livros (PIMENTEL, 2007).

O conceito da palavra biblioteca, Ferreira (1986, pág. 253) define no

dicionário como: “1. Coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres,

organizada para estudo, leitura e consulta. 2. Edifício ou recinto onde se instala essa

coleção. 3. Estante ou outro móvel onde se guardam e/ou ordenam os livros”.

Esse conceito passou por grandes mudanças no decorrer dos anos e

transformou as bibliotecas em ambientes atrativos. No século IV a.C. a Biblioteca de

Alexandria era considerada a mais grandiosa e celebre biblioteca da Antiguidade, foi

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também a primeira Biblioteca Pública da época, entretanto seu acervo era acessível

apenas às pessoas influentes da sociedade e tinham por objetivo reunir o

conhecimento humano em um só lugar (PIMENTEL, 2007).

O que antes era considerado um depósito de livros, onde o principal objetivo

era guardar as informações, passou a ser um ambiente de interação, fornecendo

informações e conhecimento às pessoas.

3 BIBLIOTECA PÚBLICA

Dentre as tipologias de uma biblioteca, seu conceito se relaciona de acordo

com as funções e serviços que oferece a comunidade que atende.

A Biblioteca Pública tem por objetivo atender, por meio do seu acervo e de

seus serviços, os diferentes interesses de leitura e informação da comunidade em

que está localizada, colaborando para ampliar o acesso à informação, à leitura e ao

livro, de forma gratuita. Atende a todos os públicos, bebês, crianças, jovens, adultos,

pessoas da melhor idade e pessoas com necessidades especiais. É criada e

mantida pelo Estado, sendo estes Município, Estado ou Federação. (SNBP, 1992).

Para promover amplamente as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias

de informação - registros eletrônicos, comunicação e transferência de arquivos,

deve-se implementar o novo conceito de biblioteca pública e assim disponibilizar

meios de comunicação e informação contemporâneos. O Sistema Nacional de

Bibliotecas Públicas- SNBP, Decreto Presidencial nº 520 de 13 de maio de 1992,

relata como deve ser a atuação de uma biblioteca pública:

A biblioteca pública deve, ainda, atuar como um centro de informação de cultura popular promovendo a melhor integração comunidade/biblioteca, visando a coleta, preservação e disseminação da documentação representativa dos valores culturais que expressam as raízes, jeito de ser e identidade de nosso povo.

Com relação à biblioteca pública, o Manifesto da IFLA/UNESCO sobre

Bibliotecas Públicas (1994), classifica a biblioteca pública como uma força viva para

a educação, cultura e informação: “A biblioteca pública, porta de acesso local ao

conhecimento, fornece as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida,

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a tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos grupos

sociais e individuais”.

Mueller (1984, p. 11), considera a biblioteca pública “[...] um meio capaz de

espalhar a educação, tratando a todos como iguais e colocando os recursos da

nação ao alcance de todos, independentemente de capacidades individuais”.

Uma biblioteca serve de lugar para a comunidade se encontrar, trocar

informações, discutir problemas, ampliar conhecimentos, se instruir, ler, adquirir

cultura e novos aprendizados.

4 BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DR. CYRO ESCOBAR RIBEIRO- JI-PARANÁ

A Biblioteca Pública Municipal Dr. Cyro Escobar Ribeiro (figura 01), está

localizada na Avenida Transcontinental, com a Rua Presidente Vargas, no centro da

cidade de Ji-Paraná, no Estado de Rondônia, fundada em 1992.

O terreno está localizado no setor 02.01, quadra 18, lote 03 e possui uma

medida de 40,80m x 37,80m, com uma área construída de 916,35m² - levantamento

realizado in loco.

Figura 01: Perspectiva externa da biblioteca de Ji-Paraná. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

A biblioteca municipal está localizada em frente a BR-364, ficando

diretamente exposta à fuligem do asfalto e poeiras. Como seu ambiente não tem

conforto térmico, se faz necessária a ventilação natural por meio de abertura de

suas janelas onde, as partículas de poeira em contato com os livros, mobiliário e

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outros materiais além de prejudicar esteticamente, favorece para o aparecimento de

microrganismos como os fungos, causando aceleração da deterioração dos

documentos.

Conforme descrito no arquivo sobre Biblioteca Pública: Princípios e Diretrizes

(2000), “a biblioteca deve estar, sempre que possível, em local central, de fácil

acesso por parte da população, tanto adulta quanto infantil. Incluir acessos para

deficientes físicos e idosos”. Entretanto a falta de material acústico na biblioteca

interfere no estudo dos usuários, que devido aos ruídos do trânsito e a poluição

sonora do centro urbano, impede a concentração e aprendizagem.

Conforme relatado pela diretora da biblioteca, senhora Severina Plácido, em

entrevista realizada na Biblioteca de Ji-Paraná, à própria autora, em outubro de

2013, são registradas em média, 900 visitas/mês, sendo a maioria para uma simples

leitura, empréstimo de livros, consulta local e pesquisa, especialmente por

estudantes da rede municipal, estadual e particular de ensino.

Um dos principais problemas que a biblioteca enfrenta é com relação à falta

de acessibilidade no acesso principal do edifício, iluminação inadequada aos livros3,

e a falta de conforto térmico e acústico.

Conforme observado em visita in loco, a biblioteca conta com um auditório

com capacidade para 84 pessoas, (figuras 02 e 03) possui um pequeno palco de

14,33m² e dois camarins com banheiros. Entretanto, o auditório não apresenta-se

em boas condições, as cadeiras desgastadas pelo tempo e, desta forma, muito

degradadas, corredores laterais sem rampas e sem sinalização.

3 A luminosidade excessiva desbota suas capas e a umidade deforma tanto a sua capa como o miolo. (BIBLIOTECAS DO BRASIL, 2013).

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Figura 02: Auditório/palco/cadeiras desgastadas. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

Figura 03: Auditório/ falta de sinalização. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

A área de leitura infantil (figuras 04 e 05) está localizada em uma ala

separadamente das salas de leitura dos adultos, (figuras 06 e 07) esta área é

dividida em três salas, sendo composto por mesas e cadeiras que são

desproporcionais aos tamanhos das crianças, não seguindo as normas relacionadas

à ergonometria4.

4NR 17/1978 – Ergonomia.

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Figura 04: Biblioteca- área infantil Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

Figura 05: Biblioteca- área infantil. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

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Figura 06: Área de leitura- adulta. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

Figura 07: Área de leitura- adulta. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

No espaço para área de leitura, possui muita luz natural, entretanto, na parte

da tarde a incidência de sol é diretamente na parede da lateral direita e, por não ter

um sistema de condicionadores de ar, ou até mesmo árvores ao entorno da

construção para evitar uma parte dessa incidência, o ambiente se torna quente e

desagradável, desconcentrando quem está estudando além de danificar os livros

pela luminosidade direta sobre estes. As janelas grandes também contribuem muito

para esse aquecimento interno.

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Conforme relatado pela diretora da biblioteca, Severina Plácido (2014), apud

Diário da Amazônia (2014), “o acervo possui mais 30.000 livros”, entretanto uma

média de 90% deles são adquiridos por meio de doações.

Pode-se verificar que as distribuições das estantes de livros, (figura 08 e 09)

não encontram-se conforme previsto na NBR-90505 e foram dispostas de maneira

para utilizar-se ao máximo a área dificultando o deslocamento das pessoas.

Figura 08: Acervo bibliográfico. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

Figura 09: Acervo bibliográfico. Fonte: Imagem digitalizada pela própria autora.

5 NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Esta norma prevê que a distância entre estantes de livros deve ser de no mínimo 0,90 m de largura.

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CONCLUSÃO

De acordo com o estudo realizado foi constatado que atual biblioteca pública

de Ji-Paraná, está inserida numa área de grandes ruídos, não proporcionando aos

usuários um ambiente confortável para a realização de pesquisas, trabalhos e

leituras. Outro fator importante é a falta de área para possível expansão da mesma.

Sendo assim, verifica-se a necessidade de uma nova biblioteca pública para

Ji-Paraná, que possa oferecer uma estrutura física adequada para atender as

necessidades dos usuários e da população local.

Como proposta de projeto arquitetônico para uma nova Biblioteca, sugere-se

uma edificação contemporânea, acessível e com princípios de sustentabilidade; com

ambientes interativos e espaços específicos para grupos de estudo, sala de leituras

para crianças e idosos, exposições de arte, área de convivência/cafeteria, onde as

pessoas possam falar, e não sussurrar. Pois esta é a nova face da biblioteca.

Ao oferecer acesso à informação, cultura, educação e lazer para a

comunidade e estudantes locais em um espaço adequado para este fim, haveria,

portanto, crescimento dos grupos de estudos em outro local e não apenas nas

escolas.

REFERÊNCIAS

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