Estruturas de concreto Armado II · PDF fileCap. 6.6 -Estádios Os estádios...
Transcript of Estruturas de concreto Armado II · PDF fileCap. 6.6 -Estádios Os estádios...
Fonte / Material de Apoio:
Apostila “Fundamentos do Concreto e Projeto de
Edifícios” – Prof. Libânio M. Pinheiro - UFSCAR
Cap. 6.6 - Estádios
Os estádios servem para caracterizar o desempenho da seção de concreto armado.
São analisados aplicando-se um carregamento crescente que varia entre 0 e o carregamento que rompe a seção.
Neste intervalo, a seção passa por várias fases diferentes de Estádios: Estádio I, Estádio II
e Estádio III.
Segundo o dicionário priberam:
es·tá·di·o(latim stadium, -ii, do grego stádion, -ou)substantivo masculino
1. Recinto de grandes dimensões, com bancadas para os .espectadores, destinado especialmente a competições .esportivas (ex.: estádio de atletismo, estádio de futebol).2. Antiga unidade de medida grega de comprimento, equivalente a 206,25 metros.3. Arena dos jogos romanos, com o comprimento dessa unidade de medida.4. Cada um dos momentos em que se pode dividir um processo ou uma evolução. = ESTADO, ETAPA, FASE, PERÍODO5. Exercício de uma profissão, de um emprego.16-02-2016].
Estádio I
• Tensões baixas;
• Considera-se a resistência à tração do concreto - ftk;
• Comportamento linear - Aplica-se a lei de Hooke –toda a seção funciona em regime elástico;
• Não há fissuração na peça.
• Limite do Estádio I – fissuração da seção – utilizado para o cálculo da armadura mínima;
• Não se utiliza o Estádio I para o dimensionamento da peça.
Estádio II
• Tensões de serviço;
• Desconsidera-se a resistência à tração do concreto –tensões de tração passam a ser aplicadas na armadura;
• Comportamento não-linear – porém, lei de Hookeainda se aplica à região comprimida da seção;
• Há fissuração na peça.
• Fissuras caminham em direção à linha neutra;
• No Estádio II se verifica o comportamento da peça em situação de serviço.
• Limite do Estádio II – plastificação da seção comprimida do concreto
• Tipos de verificação de estado limite de serviço (ELS):
– Abertura de fissuras - NBR 6118 Tabela 13.3
– Deformações (flechas) – NBR 6118 Tabela 13.2
Estádio III
• Tensões de cálculo;
• Comportamento não-linear – seção plastificada, ou seja, tensões não proporcionais às deformações;
• Início do escoamento da armadura.
• Para deformações constantes no concreto – tensões em diagrama parábola-retangulo;
• É dentro do Estádio III que a peça submetida à flexão é dimensionada.
Simplificação da NBR 6118 para diagrama parábola retângulo:
A fim de simplificar a distribuição de tensões de compressão, a norma permite transformar o diagrama parábola retângulo em um diagrama retangular equivalente, onde a tensão σcd=0,85.fcd (ou 0,80.fcd para seções circulares); e a altura da linha neutra X = 0,8.X
O dimensionamento das armaduras é feito com este sistema simplificado
Cap. 6.7 – Domínios de deformação na ruína
A partir do momento em que a seção de concreto armado entra em domínio III, o concreto entra em estado de deformação plástica, de modo que a região comprimida da seção de concreto encurta; e o aço tracionado das armaduras começa a alongar.
O dimensionamento da seção transversal é feito considerando os limites para estes dois tipos de deformação:
• Alongamento Último do Aço - ξsu=1,0%;
• Encurtamento Último do Concreto– ξcu=0,20% – para compressão simples;
– ξcu=0,35% – para flexão;
Desta forma, há diversas maneiras de haver ruína na seção
Estudo das Formas de Ruína
Estuda-se sobre uma vista lateral da seção transversal, demarcando à esquerda o alongamento do aço (1%), e à direita o encurtamento do concreto (0,35%)
Reta a• Ocorre em situação de tração nas armaduras superior e inferior ,
quando as armaduras são iguais, e a tração é centrada ;
• Efeito presente no cálculo de tirantes;
• Como o concreto não atua, aproveita-se totalmente a capacidade de alongamento do aço;
Domínio 1
• Ocorre em situação de tração nas armaduras superior e inferior , quando as armaduras diferentes e/ou a tração é excêntrica (flexo-tração) ;
• Efeito presente no cálculo de tirantes;• Como o concreto não atua, aproveita-se totalmente a capacidade
de alongamento do aço, porém em apenas uma das armaduras;
Domínio 2• Ocorre em situação de alongamento máximo por tração na armadura a até
1,0%, enquanto há compressão no concreto a até 0,35%;• Efeito presente no cálculo de vigas, pois ocorre quando há flexão ou flexo-
compressão;• Neste caso, aproveita-se totalmente a capacidade de alongamento do aço de
modo que a ruptura seja pela armadura, porém a linha neutra já se encontra dentro da seção;
• Importante: A ruptura ocorre com aviso, pois antes de romper, o aço se deforma a ponto de aparecer grandes trincas na peça
Domínio 3• Ocorre em situação de alongamento por tração na armadura entre 1,0% e ξyd
(depende do aço), enquanto há compressão no concreto a até 0,35%;• Efeito presente no cálculo de vigas, pois ocorre quando há flexão ou flexo-
compressão;• Neste caso, não se aproveita toda a capacidade de alongamento do aço de
modo que a ruptura seja pela parte comprimida do concreto;• Importante: A ruptura ocorre com aviso, pois antes de o concreto romper, o
aço se deforma a ponto de aparecer grandes trincas na peça.
Domínio 4• Neste caso, o alongamento da armadura é inferior a ξyd, portanto o aço não
escoa;• O encurtamento do concreto permanece a 0,35%, e não se aproveita a
capacidade de alongamento do aço;• Ocorre em seções superarmadas (!!!);• Importante: A ruptura ocorre sem aviso, pois como o aço não escoa, não se
deforma tanto; logo não aparecem trincas na peça e ela vem a romper subtamente.
Ruína por Ruptura do Concreto na Compressão e Flexo-compressão – Domínio 5 / Reta b
• No domínio 5, como ainda há flexão na seção, o encurtamento do concreto ainda é limitado a 0,35%;
• Caso a compressão seja centrada e uniforme, o limite antes da ruptura é a reta b, que limita o encurtamento do concreto a 0,2%;
• O domínio 5 e a reta b são utilizados no cálculo de pilares, elementos que trabalham à compressão e flexo-compressão.
Para o dimensionamento dos elementos à flexão devemos conhecer a posição da linha neutra (linha que separa a região comprimida da região tracionada da seção)
Os elementos submetidos à flexão devem ser dimensionados de modo que a linha neutra se encontre dentro dos domínio 2 e 3, de modo que a armadura seja bem aproveitada e a ruptura ocorra com aviso
A posição da linha neutra dentro da seção pode ser encontrada por semelhança de triângulos dentro da relação x/d (altura de linha neutra / altura útil da seção)