Educação Inclusiva - Atendimento Educacional Especializado Para A Deficiência Mental
Estratégias de Intervenção em Crianças e Jovens com Deficiência Mental
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8/13/2019 Estratgias de Interveno em Crianas e Jovens com Deficincia Mental
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Estratgias de Interveno em Crianas e Jovens
com Deficincia Mental
Incapacidade versus Deficincia
No deve, como muitas vezes acontece, confundir-se incapacidade com
deficincia (ver documentao relativa s classificaes, disponvel na
plataforma). Primeira dever ser considerada como resultante dasegunda e inibidora do desempenho do sujeito. No caracterizando nunca
a doena, deficincia na sua extenso e incidncia.
A CIF (Classificao Internacional da Funcionalidade), segundo o Manual
de Apoio Prtica (2008: 92), define incapacidade como sendo uma
interaco dinmica entre a pessoa e factores contextuais. Esta viso
integra um modelo inclusivo que pretende articular vrias dimenses da
funcionalidade humana, ou seja, a funo biolgica, individual e
social.
Para a AAMR ( d i s p o n v e l n a p l a t a f o r m a ) i n c a p a c i d a d e ,
significa a ausncia de capacidadepara concretizar uma tarefadentro dos padres considerados normais. Caracteriza-se pelo excesso
ou falta na possibilidade de desempenho ou comportamento de uma
actividade normal e resulta consequncia directa da deficincia ou da
resposta do sujeito sobretudo ao nvel psicolgico, sensitivo e fsico.
Pode ser permanente ou temporria, progressiva ou regressiva,
reversvel ou irreversvel.
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A incapacidade pode manifestar-se ao nvel do/a:
Comportamento da conscincia de si e do outro;
Relacionamento;
Comunicao e fala;
Audio e viso;
Escrita;
Cuidado e Higiene pessoais;
Controle esfincteriano;
Vesturio;
Alimentao pessoal;
Locomoo e Ambulao;
Motricidade;
Subsistncia (incapacidades no desempenho das tarefasdomsticas);
Destreza;
Actividades da vida diria e manuais;
Dependncia e resilincia;
Aptides Particulares
()
A multiplicidade de deficincias e, consequentemente, incapacidades
dificultam a integrao destes sujeitos.
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1. Estratgias que podem ser adoptadas pelos professores aquando dotrabalho com alunos com NEE
Podero ser tidas em considerao e implementadas determinadas
estratgias de ensino/aprendizagem sugeridas por Mastropieri e
Scruggs (1994):
Colocar os alunos com nas primeiras fi las para melhor se
perceber a problemtica e dificuldades do aluno;
Estar atento apresentao oral, cuidando particularmente da
estrutura gramatical, clareza do discurso, evitando as
redundncias. Adequar o ritmo s necessidades do aluno e incutir
o entusiasmo, promovendo o envolvimento;
Desenvolver actividades incentivadoras da aprendizagem, como
experincias multissensoriais por exemplo;
Sempre que se mostre necessrio recorrer a adaptaes nas
tarefas de leitura;
Realizar intervalos durante a aula;
Utilizar vrios mtodos de ensino;
Enfatizar a explicao e os pontos mais importantes que se
pretendem transmitir;
Recorrer a tecnologias de suporte miltimdia (computadores
vdeos, gravadores), visto o seu uso estimular e contribuir
para o sucesso acadmico das crianas com NEE.
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2. Estratgias em Crianas com Deficincia Mental (Nielsen,
1999 e Speck, 1978, cit. In Bautista, 1997)
Definir objectivos reais;
Recorrer a objectos concretos;
Dividir as actividades em pequenos segmentos e explicar mais
que uma vez esses procedimentos;
Recurso ao ensino individualizado. Este revela-se positivo quanto
apreenso de conceitos, podendo ser criado na sala de aula
espao para o desempenho de actividades tendo em conta uma
referncia particular;
Distribuir menos trabalhos escritos;
Desempenhar tarefas que recorram a situaes do dia-a-dia
por forma a desenvolver competncias de trabalho;
Distribuir informao documentada quanto aos trabalhos a
realizar;
Integrar estes sujeitos em profisses no individualizadas;
Considerar as suas potencialidades individuais;
Criar uma relao directa com os objectos;
Subdividir o ensino por etapas;
Repetir vrias vezes o mesmo processo de aprendizagem;
Associar a linguagem aco;
Educar para as aprendizagens sociais e afectivas;
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3. O Currculum
Os alunos com deficincia mental esto sujeitos a um currculo com os
mesmos princpios filosficos de qualquer outro curriculum que
determinam a relao ensino/aprendizagem tendo em conta a concepo
da pessoa, o modelo de sociedade e os princpios pedaggicos. Os
objectivos educacionais a que obedece o sistema de ensino bsico
so os mesmos para os alunos com deficincia mental, articulados na
Lei n. 46/86 (Lei de Bases do Sistema Educativo. Desta forma, esses
objectivos so os seguintes:
reforo da formao geral;
desenvolvimento de aptides genricas para a vida activa e
hbitos de trabalho (Carrilho Ribeiro, 1990)
Os objectivos estratgicos deste currculo pretendem-se especficos,pelo que devero:
permitir ao aluno o mximo desenvolvimento pessoal nas suas
vertentes individual e social, respeitando o direito diferena;
incidir nos aspectos fsicos, afectivos e intelectuais, de forma
global, em cada momento evolutivo e em funo dos diferentes
contextos vivenciais (Van Gennep, 1985).
O professor deve ter abertura e flexibilidade suficientes para explorar
todos os meios por forma a contribuir para que os alunos adquiram o
mximo de desenvolvimento pessoal e participem na vida familiar, no
ciclo de amigos e na sociedade.
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Segundo Zabalza (2000) o curriculum deve:
Centrar-se na escola do ponto de vista do programa e atender a
necessidades que resultem das condies sociais e culturais;
Estar relacionado com os recursos do meio ambiente e ser
flexvel, ou seja, deve poder ajustar-se s caractersticas do
local, bairro ou lugar e utilizar todos os recursos disponveis do
meio;
Ser consensual, onde se renem esforos por parte de toda a
comunidade social, inclusive por parte dos pais;
Incidir, directa ou indirectamente, nas experiencias dos alunos,
devendo integr-las num projecto formativo em que envolva o
ensino desde o nvel pr-escolar at ao extra-escolar, bem como
os domnios cognitivo e afectivo, a dinmica familiar, social e
escolar.
Para Leite (2003), o curriculum nacional deve ajustar-se s realidades
locais, podendo este ajustamento ser conseguido atravs do projecto
curricular da escola, devendo os professores assumir um papel activo.
Segundo a A. no parece ser suficiente as escolas constiturem
exclusivamente um meio/local de instruo, serem detentoras deinformao e limitarem-se a transmiti-la. Devem e tm de participar na
educao e formao das crianas e jovens que a frequentam.
Actualmente, verifica-se uma cada vez maior necessidade de, na escola
e no curriculum, educar para a formao social e pessoal e para a
cidadania de forma a q u e p o s s a m o s aprender a viver
juntos, aprender a viver com os outros (Delors et al.,1996:.90).
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Nesta perspectiva surgiu um novo conceito de curriculum assente no
objectivo de criar condies p a r a que cada aluno aprenda a
crescer, a ser e a tornar-se. Fala-se ento, num currculo vivido de
aco que seja um curriculum real que se mostre capaz de inserir a
criana e o jovem na sua realidade circundante. Defende-se, ento, a
abertura da escola e dos seus tcnicos ao desenvolvimento de
estratgias e criao de condies pedaggicas que englobem todos e
promovam crescimento e autonomia.
Bautista, (1997) defende ser benfico para as crianas com NEE ocontacto com as crianas da classe regular uma vez que a educao no
produz efeito apenas pelas vias formais da relao professor/aluno, mas
tambm atravs da imitao do comportamento observado e da
interaco com os seus pares, fomentando-se assim, e
consequentemente, a aprendizagem e o desenvolvimento individual.
Deve ainda referir-se, relativamente s estratgias de aprendizagem e
reabilitao de crianas com deficincia mental, que essencial que
dentro da sala de aula seja criado um ambiente de interaces positivas
de forma a suscitar o interesse e a ateno da criana e para atingir os
objectivos gerais e especficos (complementar a informao com a
leitura dos documentos relativos s estratgias comportamentais j
disponveis na plataforma).
4. Princpios da aprendizagem compatveis com diferentes NEE
Os princpios que a seguir se enumeram permitem conhecer e
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sintetizar parte do que se considera ser a base da aprendizagem
compatvel com o crebro na sala de aula inclusiva e assim realizar uma
prtica pedaggica dinmica, activa e enriquecedora, tanto para os
alunos, como para os docentes.
1) A aprendizagem interactiva e colaborativa porque o crebro
um rgo social: atravs da cooperao e da partilha de pareceres
e de opinies nos trabalhos em equipa, a aprendizagem torna-se
mais significativa. A interaco com os outros pode alterar alguns
condicionamentos genticos, melhorar os processos cognitivos,
melhorar a ateno e a memria e alterar a resposta perante os
estmulos stressantes;
2) Partir dos conceitos pr-adquiridos pelos alunos: atravs da
ligao/ancoragem das novas informaes s j adquiridas que os
alunos conseguem aprender e apreender a informao de forma mais
duradoura/eficaz.
3) As diferentes emoes, a ansiedade e o stress podem constituir
factores impeditivos da aprendizagem. Desta forma o professor dever
dirigir a sua aula incutindo o sentimento de segurana e confiana naaprendizagem dos alunos, valorizando os seus pequenos progressos (no
devendo exteriorizar a sua (do docente) frustrao face a tentativas
mal sucedidas);
4) A aprendizagem envolve sempre processos conscientes e
inconscientes: os alunos devem ser levados a reflectir sobre as
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suas aquisies para uma melhor auto-avaliao dos conhecimentos.
5) A aprendizagem processada pelos diversos caminhos neurais:
o crebro envolve-se como um todo na aprendizagem e as memrias vo-
se armazenando um pouco por todo o crebro, da dever haver um
reforo das estratgias atravs da multi-estimulao da aprendizagem
para garantir um melhor inpute armazenamento da informao.
6) Cada crebro tem uma organizao nica e aprende de forma
diferente: o docente deve olhar para cada aluno como um ser
exclusivo, diferente de todos os outros e trabalhar de forma
diferenciada, tirando partido dos seus pontos fortes e estimulando
os seus pontos fracos.
7) Os alunos precisam de viver com hbitos saudveis para poder
aprender melhor: hbitos como a alimentao e o sono, so
fundamentais para proporcionar ao crebro e ao corpo os nutrientes e o
descanso que precisam para obter um funcionamento eficaz. A
abundante ingesto de gua, tambm , fundamental para limpar o
organismo dos educandos e levar oxignio a todas as clulas. Corpo
e mente devem estar cuidados e em boas condies para que aaprendizagem tambm possa ser potenciada.
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Bibliografia e Referencias Bibliogrficas
Bautista, R. (1997). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: DinaLivro
Educao Especial: Manual de Apoio Prtica, (2008). Ministrio da Educao,Direco Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular. Lisboa.
Leite, C. (2003). Para uma escola curricularmente inteligente. Porto: Edies ASA.
Madureira, M. & Leite, T. (2003). Necessidades Educativas especiais. Lisboa:Universidade Aberta.
Morato, P.P. (1998). Deficincia Mental e Aprendizagem. Lisboa: Edio doSecretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das Pessoas com Deficincia.
Nielsen, l. (1999). Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula.Porto: PortoEditora.
Rodrigues, D. (2003). Perspectivas sobre a Incluso: Da Educao Sociedade.
Porto: Porto Editora.
Santos, S. & Morato, P.P. (2002). Comportamento Adaptativo. Porto: Porto Editora.
Verdugo, M. e Bermejo, B. (2001). Atraso Mental, Adaptao Social e Problemas deComportamento.Amadora. McGraw-Hill