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Estilo de vida apropriado para pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica essencial REGINA MELLO DA FONSECA 1 RESUMO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial. No Brasil, estima-se que um em cada cinco habitantes seja portador dessa patologia. O presente estudo visa identificar e correlacionar os principais fatores ambientais modificáveis de risco ou potencializadores da HAS, assim como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo, obesidade e alcoolismo, visando obter a redução do risco cardiovascular. Para tal foram utilizados nesta revisão bibliográfica, artigos produzidos nos últimos 25 anos correlacionados ao tema e restrito ao perfil traçado, indivíduos portadores de hipertensão arterial sistêmica, de ambos os sexos, faixa etária variando entre 25-65 anos, englobando todas as classes socioeconômicas. Com base nos resultados alcançados foi possível destacar que em nível populacional, demonstra-se uma associação positiva entre o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, o estresse e a abesidade e a HAS. Por outro lado podemos correlacionar de forma negativa à prática de atividade física e a HAS. Ao que tange a estratégia alimentar os resultados sugerem a adequação dos hábitos alimentares ao estilo de vida a fim de manter a boa saúde. Palavras Chaves: Fatores de risco; Hipertensão arterial sistêmica; Hábitos alimentares. 1 Médica contratada do Programa de Saúde da Família de Nova Friburgo-RJ; Aluna do Curso de Pós-graduação em Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Campos.

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Estilo de vida apropriado para pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica essencial

REGINA MELLO DA FONSECA1

RESUMOA hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência

no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial. No Brasil,

estima-se que um em cada cinco habitantes seja portador dessa patologia. O

presente estudo visa identificar e correlacionar os principais fatores ambientais

modificáveis de risco ou potencializadores da HAS, assim como hábitos

alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo, obesidade e alcoolismo,

visando obter a redução do risco cardiovascular. Para tal foram utilizados nesta

revisão bibliográfica, artigos produzidos nos últimos 25 anos correlacionados ao

tema e restrito ao perfil traçado, indivíduos portadores de hipertensão arterial

sistêmica, de ambos os sexos, faixa etária variando entre 25-65 anos, englobando

todas as classes socioeconômicas. Com base nos resultados alcançados foi

possível destacar que em nível populacional, demonstra-se uma associação

positiva entre o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, o estresse e a abesidade

e a HAS. Por outro lado podemos correlacionar de forma negativa à prática de

atividade física e a HAS. Ao que tange a estratégia alimentar os resultados

sugerem a adequação dos hábitos alimentares ao estilo de vida a fim de manter a

boa saúde.

Palavras Chaves: Fatores de risco; Hipertensão arterial sistêmica; Hábitos alimentares.

1 Médica contratada do Programa de Saúde da Família de Nova Friburgo-RJ; Aluna do Curso de Pós-graduação em Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Campos.

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INTRODUÇÃO

Diversos estudos têm demonstrado que o Brasil, assim como em outros

países em desenvolvimento que convivem com a transição nutricional determinada,

freqüentemente, pela má-alimentação, a prevalência crescente do excesso de

peso, contribuindo para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. A

essas são associadas às causas de morte mais comuns atuais (BATISTA, 2003).

As doenças crônicas não transmissíveis, por serem de longa duração,

são as que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, gerando

no Brasil uma sobrecarga do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2002). A

obesidade, a hipertensão e o diabetes são propiciados pelo estilo de vida

encontrado entre as famílias brasileiras, em que há uma participação crescente de

gorduras em geral, gorduras de origem animal e alimentos industrializados ricos

em açúcar e sódio e a diminuição de cereais, leguminosas, frutas, verduras e

legumes (IBGE, 2004).

A hipertensão arterial sistêmica, atualmente, é um dos principais desafios

em termos de saúde pública em todo planeta. Segundo o Sistema Nacional de

Saúde, entre os anos de 2000-2001, mostrou que das 1.800.155 internações

hospitalares por doenças cardiovasculares, sendo 14,95% decorrentes de

hipertensão. Para outras causas de internações hospitalares, 80% eram

relacionadas a níveis altos de pressão arterial. Alta morbidade, mortalidade e

custos elevados associados à drogas, patologia, radiologia e complicações devido

a enfartes, doença coronária, doença renal, falha cardíaca e doença renal em

estágio final, fazem da hipertensão um importante fator de risco médico

modificável. Aproximadamente 20-30% da população brasileira adulta tem pressão

arterial acima dos níveis recomendados (BRASIL, 2002).

A hipertensão arterial sistêmica, vulgarmente chamada de “Pressão Alta”

é caracterizada pelos níveis pressóricos. Quando a pressão arterial sistólica

(pressão do sangue dentro das artérias no momento da contração do coração) é

superior a 140 milímetros de mercúrio ou quando a pressão arterial diastólica

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(pressão do sangue dentro das artérias entre uma contração e outra) é superior a

90 milímetros de mercúrio (LOSEKANN, 1994).

Podemos ainda subdividir a hipertensão arterial sistêmica de acordo com

a etiologia. A hipertensão é dita essencial ou primária quando não se diagnostica

uma causa base, ou seja, não possuem etiologia definida. Nesses pacientes ocorre

aumento da rigidez das paredes arteriais, fato que é favorecido pela herança

genética em 70% dos casos. Ou podemos classificá-la como secundária quando

decorre de outras doenças sistêmicas, como doença do parênquima renal ou uso

de medicamentos, como antiinflamatórios, contraceptivos e corticoides.

(LOSEKANN, 1994).

Na faixa etária de 30 a 69 anos essas patologias foram responsáveis por

65% do total de óbitos no país. Em nosso meio, a hipertensão arterial sistêmica,

tem sua prevalência estimada na ordem dos 20% da população adulta, população

em plena fase produtiva (BRASIL, 2004). Segundo dados do Instituto Nacional de

Seguro Social (INSS), tendo em vista seu caráter crônico e incapacitante, podendo

deixar seqüelas por toda vida e responsável por aproximadamente 40% das

aposentadorias precoces no Brasil.

No Brasil, de acordo com dados das V Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão Arterial (SBC, 2009), as taxas de prevalência da hipertensão na

população urbana adulta variam de 22,3% a 43,9%. Entre os idosos, a prevalência

é bastante elevada, com estudos mostrando a presença de hipertensão arterial em

61,5% dos idosos.

Hoje não se discute mais a eficácia do tratamento no controle da

hipertensão arterial, os pacientes tratados e acompanhados de forma adequada

estarão protegidos das complicações (GRUNDY, 2006). As discussões sobre

outros fatores correlacionados ao tratamento e capazes de potencializar ou

retardar sua evolução.

O presente trabalho visa identificar os estilos e hábitos vida como fator

de risco para hipertensão arterial sistêmica, na medida em que estes fazem parte

da etiologia dessa morbidade, além de apresentar uma proposta de estilo de vida e

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hábitos saudáveis para prevenção e tratamento dos fatores de risco para

hipertensão arterial sistêmica.

METODOLOGIATrata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio de levantamento

retrospectivo de artigos científicos publicados nos últimos vinte e cinco anos (1984

a 2009).

A busca bibliográfica foi realizada em documentos indexados nas bases

de dados nacionais e internacionais, como Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (MEDLINE) e na

coleção Scientific Electronic Library Online (SCIELO) após consulta aos descritores

em ciências da saúde (DECS). Os descritores utilizados foram: hipertensão arterial,

fatores de risco, perfil dietético, perfil alimentar, prevalência.

Foram selecionados artigos publicados nos idiomas português e inglês

no período anteriormente mencionado referentes aos indivíduos portadores de

hipertensão arterial, sendo de ambos os sexos, idade entre 25-65 anos,

contemplando todas as classes sociais.

- Critérios de inclusão dos documentos:

• artigos publicados na íntegra no período entre 1984 e 2009 nos idiomas

Português e Inglês;

• artigos que continham os descritores selecionados;

• artigos disponíveis no Brasil.

- Critérios de exclusão dos documentos:

• resumos de artigos;

• artigos não disponíveis no Brasil;

• artigos em outros idiomas que não Português ou Inglês.

Os artigos foram analisados e categorizados com vista à classificação e

o delineamento dos estudos, observando-se: ano de publicação, fonte, formação e

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origem do autor/pesquisador, objeto de estudo, população estudada, instrumento

de avaliação ou de coleta de dados, estilo e hábitos de vida como fator de risco

para hipertensão arterial sistêmica.

ESTILO DE VIDA

A boa saúde é influenciada pelo estilo de vida, e este afeta diretamente a

qualidade de vida. A qualidade de vida é saber manter o equilíbrio no dia-a-dia,

procurando sempre melhorar o processo de interiorização de hábitos saudáveis,

aumentando a capacidade de enfrentar pressões e vivendo mais consciente e

harmônico em relação ao meio ambiente às pessoas e a si próprio (SILVA &

MARCHI, 1997).

A partir da década de 1960, proliferaram programas de intervenção,

principalmente nos países desenvolvidos, onde a mortalidade por doenças

cardiovasculares se mostrava bastante expressiva. Diversas pesquisas, nesse

período, foram voltadas à busca de indicadores de aterogenicidade de dietas a

partir de seus conteúdos energéticos, teores de colesterol e dos ácidos graxos

saturados e insaturados (HEGSTED, 1985). As recomendações de consumo

calórico diário, para esses países, desde então se pautaram em modelos que

consideravam o sedentarismo como problema fundamental dos estilos de vida

reconhecidos (MARTINS, 1993).

Os principais fatores ambientais modificáveis da hipertensão arterial são

os hábitos alimentares inadequados, principalmente ingestão excessiva de sal e o

baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de

álcool, podendo-se obter redução da pressão arterial e diminuição do risco

cardiovascular controlando esses fatores (OMS, 2003).

Principais fatores de risco associados ao estilo de vida

1 – Obesidade X H.A.S.

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O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a

hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão

arterial (SBC, 2009); 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam

hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade. Apesar do ganho de

peso estar fortemente associado com o aumento da pressão arterial, nem todos os

indivíduos obesos tornam-se hipertensos (OMS, 2003).

Estudos observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da

circunferência da cintura são índices prognósticos importantes de hipertensão

arterial, sendo a obesidade central um importante indicador de risco cardiovascular

aumentado (SBC, 2009). Estudos sugerem que obesidade central está mais

fortemente associada com os níveis de pressão arterial do que a adiposidade total

(SBC, 2005). Indivíduos com nível de pressão arterial ótimo, que ao correr do

tempo apresentam obesidade central, têm maior incidência de hipertensão. A

perda de peso acarreta redução da pressão arterial (SBC, 2005).

A obesidade está comumente associada à resistência a insulina, o que pode

levar à intolerância à glicose e ao diabetes tipo 2 aumentando consideravelmente o

risco de eventos cardiovasculares. A redução do peso com a dieta hipocalórica

aumenta a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina. Da mesma forma, a

prática regular de exercícios físicos mesmo na ausência de perda de peso corporal,

provoca aumento da ação da insulina, o que demonstra uma adaptação crônica ao

treinamento físico (NEGRÃO et al. 2000).

Dados do Ministério da Saúde indicam que em média entre um quinto e um

terço dos adultos são obesos (BRASIL, 1993). Os malefícios da obesidade são

claramente conhecidos. Os obesos apresentam maior prevalência de hipertensão

arterial (HA) que os não obesos e a redução de peso corporal reduz os níveis de

pressão arterial (PA). Entre indivíduos obesos normotensos há uma maior

probabilidade de ocorrência de complicações hipertensivas e cardiovasculares

(FERREIRA & ZANELLA, 2000; ZANELLA, 2000; SUPLICY, 2000).

A obesidade pode ser definida em termos absolutos e relativos. Na prática, a

obesidade é avaliada em termos absolutos pelo índice de massa corporal (IMC) e

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de forma relativa pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão

entre as circunferências da cintura e do quadril (WHO, 1999).

A obesidade apresenta ainda algumas características que são importantes

para a repercussão de seus riscos, dependendo do segmento corporal no qual há

predominância da deposição gordurosa, sendo classificada em: a) Obesidade

Difusa ou Generalizada; b) Obesidade Andróide ou Troncular (ou Centrípeta), na

qual o paciente apresenta uma forma corporal tendendo a maçã. Está associada

com maior deposição de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto

risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Plurimetabólica); c)

Obesidade Ginecóide, na qual a deposição de gordura predomina ao nível do

quadril, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a

uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes (WHO, 1999; DIAS

et al, 2009).

As mudanças no estilo de vida são uma das ferramentas mais importantes

para a redução efetiva da PA. A maioria dos estudos mostra que mesmo uma

redução de peso modesto de 3% a 9% está associada com uma redução

significativa da pressão arterial sistólica e diastólica de aproximadamente 3 mmHg

em indivíduos com sobrepeso (OLMOS & BENSEÑOR, 2001).

A OMS (2004) considera a obesidade um dos dez principais problemas de

saúde pública do mundo, classificando-a como epidemia. O outro lado da transição

nutricional da população brasileira refere-se às prevalências crescentes do excesso

de peso e de obesidade. Os inquéritos populacionais têm mostrado um aumento

expressivo do problema entre os homens, em todas as regiões brasileiras,

alcançando 41% de excesso de peso e 8,8% de obesidade. Entre as mulheres,

após um aumento de cerca de 50% entre a década de 70 e final dos anos 80,

observa-se certa estabilidade nas prevalências, mas 39,2% e 12,7% apresentavam

excesso de peso e obesidade, respectivamente, em 2002-2003 (IBGE, 2004).

2 – Tabagismo X H.A.S.

Outro fator de risco autocriado, presente no estilo de vida investigado foi o

tabagismo, o fumo é considerado importante causa de perda de saúde. Está

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associado ao desenvolvimento de doenças respiratórias, cardiovasculares e

neoplásicas (MOREIRA et al., 1995).

O hábito de fumar é bastante freqüente na sociedade brasileira. Dados do

Ministério da Saúde apontam que mais da metade dos homens e cerca de 33%

das mulheres adultas fumam cigarro. Os pobres e aqueles com menores níveis de

educação fumam mais que os de classe sócio-econômica e de nível educacional

mais alto (BRASIL, 1993).

3 – Alcoolismo X H.A.S.

Em relação o consumo de bebidas alcoólicas, os efeitos deste dependem

fundamentalmente da quantidade e da regularidade da ingestão, do tipo de bebida

utilizada, do estado nutricional do indivíduo, tabagismo associado e da

suscetibilidade individual e mesmo de fatores genéticos (STOCCO & BARRETTO,

2000).

O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e destilados

aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero, e a magnitude está

associada à quantidade de etanol e à freqüência de ingestão (STRANGERS,

2004). O efeito do consumo leve a moderado de etanol não está definitivamente

estabelecido. Verifica-se redução média de 3,3 mmHg (2,5 a 4,1 mmHg) na

pressão sistólica e 2,0 mmHg (1,5 a 2,6 mmHg) na pressão diastólica com a

redução no consumo de etanol (XIN, 2001). Segundo STRANGERS (2004), em

estudo observacional indica que o consumo de bebida alcoólica fora de refeições

aumenta o risco de hipertensão, independentemente da quantidade de álcool

ingerida.

De acordo com o III Consenso Brasileiro de Hipertensão (1998) o consumo

excessivo de álcool eleva a pressão arterial e a variabilidade pressórica aumenta a

prevalência de hipertensão; o álcool é fator de risco para acidente vascular

encefálico, além de ser uma das causas de resistência a terapêutica anti-

hipertensiva. A hipertensão arterial é uma manifestação mais freqüentemente

reconhecida do alcoolismo. É encontrada em cerca de um terço dos alcoólatras

(FAINTUCH, 1995).

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4 – Estresse X H.A.S.

O estresse é um dos fatores que afeta a qualidade vida que tem sido

relacionado por vários autores. No momento de estresse, o corpo prepara-se para

lutar ou para fugir da situação através de uma série de mudanças, tais como

aumento na produção de adrenalina e uma maior constrição dos vasos sanguíneos

entre outras mudanças, fazendo com que o coração bata mais rápido e ao mesmo

tempo em que a resistência é aumentada nos vasos sanguíneos periféricos. Com o

aumento da resistência e da atividade cardíaca, a pressão tende a subir (LIPP,

1996).

Alguns estudos evidenciam o efeito do estresse psicoemocional na

reatividade cardiovascular e da pressão arterial (LIPP, 2005), podendo contribuir

para hipertensão arterial sustentada (UNGER, 2005). Estudos com treinamento

para controle do estresse emocional com diferentes técnicas mostraram benefícios

no controle e na redução da variabilidade da pressão artérial, podendo ser utilizado

como medida adicional na abordagem não-farmacológica de pacientes hipertensos

(TOURYZ, 2004). Além disso, a abordagem de aspectos piscoemocionais e

psicossociais pode ser útil na melhora da adesão do paciente a medidas

terapêuticas não-medicamentosas e medicamentosas. Há evidências de uma

relação positiva entre estresse emocional e aumento da pressão arterial (LOURES,

2002) e da reatividade cardiovascular (LIPP, 2005), sendo a reatividade aumentada

ao estresse um fator prognóstico do desenvolvimento da hipertensão arterial

(BEDI, 2000). O estresse crônico também pode contribuir para o desenvolvimento

de hipertensão arterial, embora os mecanismos envolvidos não estejam claros

(UNGER, 2005).

5 – Alimentação X H.A.S.

Uma alimentação saudável é aquela que proporciona à pessoa comer aquilo

que seu corpo necessita para funcionar da melhor maneira, não ingerindo

alimentos que possam, devido à natureza e/ou quantidade resultar em efeitos

nocivos à saúde e ao bem-estar (SILVA & MARCHI, 1997).

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A alimentação pode constituir-se em importante fator de risco de doenças

cardiovasculares ateroscleróticas, na medida em que contribui para a etiologia das

dislipidemias, obesidade e hipertensão (BRASIL, 1993). Tem sido constatada

estreita relação entre o consumo qualitativo e quantitativo de gorduras e de

colesterol com essas morbidades (MARTINS, 1993; MORALES, 2005). A

importância da dieta e de outros fatores de estilo de vida no controle da

hipertensão arterial sistêmica vem sendo enfatizada nas últimas décadas (OLMOS

& BENSEÑOR, 2001).

O aumento de uma série de doenças tais como a obesidade, doença

coronariana, diabetes, câncer entre outras precedidas de mudanças de padrão

alimentar da civilização moderna ocidental, sobretudo nos Estados Unidos e

Europa são decorrentes de mudanças que incluem o aumento de consumo de

gordura, açúcar, carne e a queda da ingestão de fibras (BURKITT, 1993).

a) CARBOIDRATOS

As dietas com altas quantidades de carboidratos, além de diminuírem os

níveis de HDL-colesterol, aumentam os de triglicerídeos, produzindo altas

respostas glicêmica e insulinêmica. As consequências metabólicas do consumo de

carboidratos dependem da quantidade ingerida, mas também da qualidade e das

características pertinentes a esse nutriente (SCHULZE, 2004). O estudo de

HALTOR et al (2006) verificou que a restrição moderada de carboidratos

(totalizando 40% do valor calórico diário da dieta) é mais eficaz na perda de peso

quando comparada à dieta tradicional (com menor teor de lipídeos), em indivíduos

obesos com resistência à insulina, podendo ainda diminuir os riscos de doença

cardiovascular. A dieta com menor conteúdo de carboidratos apresentou melhores

resultados no controle de peso, glicose e lipídeos séricos (STERN, 2004). De

acordo com o NCEP (2001), a recomendação diária de carboidratos deve atingir 50

a 60% do Valor Calórico Total (VCT) e as fibras de 20 a 30 g.

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b) LIPÍDEOSA recomendação diária de lipídeos varia entre 25 e 35% do VCT, sendo

menos que 7% de gorduras saturadas, 20% e 10 % de mono e poliinsaturadas,

respectivamente, e até 200 mg/dia de colesterol (NCEP, 2001). A associação da

ingestão de nutrientes e a HAS em brasileiros descendentes de japoneses,

encontraram que o total lipídico da dieta é um fator de risco e também que o ácido

graxo w-6 (ácido linoléico) tem papel nas alterações metabólicas relacionadas à

resistência à insulina. Destaque foi dado aos ácidos graxos do tipo w-3 (ácido

linolênico), que tiveram relação negativa com a HAS (FREIRE, 2005). BRADY et al

(2004) verificaram que o desbalanço entre as quantidades de w-6 e w-3,

especialmente a alta ingestão de w-6 combinada à baixa de w-3, teve grande

importância na prevalência da HAS em sua população de estudo, aventando a

possibilidade desse ácido graxo, aumentar o número de receptores de insulina, em

contraste com efeitos adversos dos ácidos graxos saturados envolvidos com o

estresse oxidativo.

c) SAL (NaCl)

Em nível populacional, demonstra-se uma forte associação entre o nível do

consumo habitual de sal e a pressão arterial dos indivíduos. Embora o consumo

leve para moderado de certos tipos de bebidas alcoólicas pareça conferir alguma

proteção contra a doença coronariana (INTERSALT, 1988).

O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão

arterial (MANCILHA-CARVALHO & SOUZA E SILVA, 2003). A relação entre

aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta

ingestão de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste têm

menor prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade.

Entre os índios Yanomami, que têm baixa ingestão de sal, não foram observados

casos de hipertensão arterial (MANCILHA-CARVALHO & SOUZA E SILVA, 2003).

Em população urbana brasileira, foi identificada maior ingestão de sal nos níveis

sócioeconômicos mais baixos.

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d) CÁLCIO

A participação do cálcio intracelular na regulação do tônus vascular tem sido

fundamentada em vários mecanismos bioquímicos (McCARRON,1989). Além

disso, o efeito hipotensor da suplementação de cálcio em uma parcela de

indivíduos hipertensos idiopáticos parece ser tanto maior quanto menor for a

ingestão basal de cálcio entre estes indivíduos (SOWERS, 1989). Os estudos com

suplementação de cálcio em hipertensos nasceram após as observações de dados

epidemiológicos que evidenciaram maiores níveis pressóricos dentre indivíduos

que ingeriam menos cálcio (CRIQUI, 1989). Esta relação indireta entre níveis

pressóricos e ingestão de cálcio parece ser mais nítida quando a ingestão é menor

que 500 mg/dia (WITTEMAN. 1989).

e) PROTEÍNAS

A ingestão de proteínas em indivíduos com HAS deve ser similar a de

indivíduos saudáveis (NCEP, 2001), porém com ênfase às de origem vegetal

(como a soja) e peixes (RICCARDI, 2004). Os benefícios do consumo de peixes

estão ligados ao seu conteúdo de ácidos graxos ômega-3 e menores teores de

gordura saturada e colesterol, com efeitos na função endotelial, no ritmo cardíaco e

na hemodinâmica (KRIS-ETHERTON, 2002).

6 – Sedentarismo X H.A.S.

De acordo com pesquisa realizada pela SBC (2009), o sedentarismo

aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários apresentam

risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos.

A atividade física regular, por sua vez, associa-se com múltiplos benefícios

para a saúde, incluindo a redução da incidência de doenças cardiovasculares,

como as decorrentes de ateroscleroses coronarianas (BERLIN, 1990), reduzindo a

pressão arterial, o peso corporal e contribui para a redução do risco de indivíduos

normotensos desenvolverem hipertensão.

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Estudos epidemiológicos têm mostrado uma correlação negativa entre

atividade física e hipertensão, significando que pessoas ativas têm menos chance

de se tornarem hipertensas. De acordo com tal tese e analisando os resultados de

22.167 homens num acompanhamento de 23 anos, demonstraram que a taxa de

mortalidade era maior entre aqueles com menor capacidade física (CHURCH et al,

2001). Mais recentemente, demonstraram que alimentação ruim e inatividade física

eram responsáveis por 16,6% dos casos atuais de morte nos Estados Unidos,

atingindo aproximadamente cerca de 15.000 mortes/ano (MOKDAD et al, 2000).

CONCLUSÕESA obesidade e hipertensão arterial sistêmica já são consideradas uma

epidemia global e por isso são propostas e enfatizadas a necessidade da criação

de protocolos e condutas relacionadas à prevenção e ao controle dessas

morbidades, com ênfase nas práticas clínicas associadas à educação nutricional.

Estímulo às mudanças de estilo de vida, tais como práticas regulares de atividade

física e uma alimentação saudável é fundamental. Como estratégia dietética, pode-

se dizer que a redução no consumo de carboidratos refinados, substituindo-os por

grãos integrais e produtos pouco processados, além de escolhas saudáveis de

gorduras, proteínas e consumo regular de frutas e vegetais podendo auxiliar na

prevenção e no tratamento das doenças mencionadas. Sendo assim, relacionam-

se abaixo propostas para um estilo de vida a partir de hábitos saudáveis para os

hipertensos considerando os fatores risco a que estão expostos.

1 – Obesidade

Hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de

emagrecimento com restrição de ingestão calórica e aumento de atividade física. A

meta é alcançar índice de massa corporal inferior a 25 kg/m² e circunferência da

cintura inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, embora a

diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já seja suficiente para reduzir a

pressão arterial. A redução do peso está relacionada à queda da insulinemia, à

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redução da sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso

simpático.

2 – Tabagismo

O tabagismo deve ser agressivamente combatido e eliminado. Hipertensos

podem usar com segurança terapias reposicionais com nicotina para abandono do

tabagismo. Eventual descontrole de peso observado com a abolição do tabaco,

embora transitório e de pequeno impacto no risco cardiovascular, não deve ser

negligenciado.

3 – Alcoolismo

Recomenda-se limitar o consumo de bebidas alcoólicas a, no máximo, 30

g/dia de etanol para homens e 15 g/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso.

Aos pacientes que não se enquadrarem nesses limites de consumo, sugere-se o

abandono.

4 – Estresse

Estudos experimentais demonstram elevação transitória da pressão arterial

em situações de estresse, como o estresse mental, ou elevações mais

prolongadas, como nas técnicas de privação do sono. Assim o controle do estresse

emocional é necessário na prevenção primária da hipertensão arterial. O treino

desse controle resulta em: redução da reatividade cardiovascular, redução da

pressão arterial e redução de variabilidade da pressão arterial, sendo recomendado

não só para hipertensos, mas também para aqueles com fatores de risco para

hipertensão arterial.

5 – Alimentação

5.1 Gorduras

No máximo 30% do valor calórico total da dieta deve ser de gorduras, sendo

a saturada até 10% e o colesterol até 300 mg/dia. Deve-se evitar a gordura vegetal

hidrogenada contida em bolachas doces recheadas, margarinas duras, produtos

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com massa folhada, dar preferência ao uso dos óleos vegetais insaturados284 e

fazer uso de margarinas cremosas ou light com até 40% de lípides.

5.1.1 Colesterol Alimentar

Deve-se reduzir o consumo de alimentos ricos em colesterol como: vísceras

(fígado, miolo, miúdos), leite integral e seus derivados (queijo, manteiga, creme de

leite), biscoitos amanteigado, croissants, folhados, embutidos (salsicha, lingüiça,

bacon), frios (presunto, mortadela, salame), pele de aves, frutos do mar.

5.1.2 Gordura Saturada

É a principal causa alimentar da elevação do colesterol. Para diminuir o

consumo de gordura saturada deve-se restringir o consumo de gordura animal

(carnes gordas, leites e derivados), polpa de coco e de óleo de dendê e coco.

5.1.3 Gordura Insaturada

É representado pelas séries ômega-3 (salmão, arenque, truta, bacalhau e

cavalinha, óleo de soja e de canola), ômega-6 (ácido linoléico encontrado nos

óleos vegetais) e ômega -9 (ácido oléico, encontrado no azeite de oliva, óleo de

canola, azeitona, abacate, castanhas, nozes e amêndoas).

5.1.4 Gordura Trans

É encontrada em óleos, gordura hidrogenada e nas gorduras

industrializadas como às presentes no sorvete, pães, chocolates, maionese,

cremes para sobremesa e molhos para salada. É responsável pela elevação do

colesterol e principalmente da LDL, além de reduzir a HDL.

5.2 Fibras

São divididas em solúveis e insolúveis. As solúveis são encontradas nas

frutas, na aveia, cevada e leguminosas, reduzem o tempo de transito intestinal e

ajudam na eliminação do colesterol. As fibras insolúveis são responsáveis pela

sensação de saciedade é encontrada em grão, hortaliças e trigo, não interferem no

colesterol plasmático. É recomendado o consumo de 20-30 g de fibra alimentar por

dia.

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5.3 Sal

É saudável uma pessoa ingerir até 6 g de sal por dia (100 mmol ou 2,4 g/dia

de sódio), correspondente a quatro colheres de café (4 g) rasas de sal adicionadas

aos alimentos, que contêm 2 g de sal. Para tanto, recomenda-se reduzir o sal

adicionado aos alimentos, evitar o saleiro à mesa e reduzir ou abolir os alimentos

industrializados, como enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos,

molhos prontos e salgadinhos123. Por outro lado, a redução excessiva do

consumo de sal também deve ser evitada, principalmente em pacientes em uso de

diuréticos, podendo provocar hiponatremia, hipovolemia e hemoconcentração.

5.4 Cálcio

Esta relação indireta entre níveis pressóricos e ingestão de cálcio parece ser

mais nítida quando a ingestão é menor que 500 mg/dia.

6 – Atividade Física

A atividade física deve estar representada por exercícios físicos aeróbios

tais como caminhadas, ciclismo, natação e corrida, realizadas numa intensidade

entre 50 a 70% do consumo máximo do oxigênio, com duração de 30 a 45 minutos,

três a cinco vezes por semana.

As ações propostas acima estão intimamente relacionadas a mudanças de

estilo de vida e adoção hábitos saudáveis, aos pacientes portadores de HAS.

Dentro desta estratégia e associando-se a dietética, e as mudanças que

proporcionem diminuir ou eliminar os fatores de risco externos, podemos auxiliar na

prevenção e no tratamento da hipertensão arterial sistêmica.

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ABSTRACT

The systemic arterial hypertension is one of the illnesses with bigger prevalence in the modern world and is characterized by the increase of the arterial pressure. In Brazil, they are esteem that one in each five inhabitants is carrying of this pathology. The present study it aims at to identify and to correlate the main modifiable ambient factors of risk of the systemic arterial hypertension, as well as inadequate alimentary habits, sedentary lifestyle, tobacco smoking, obesity and alcoholism, aiming at to get the reduction of the cardiovascular risk. For such they had been used in this bibliographical revision, last articles produced in the 25 years correlated to the restricted subject and to the traced profile, carrying individuals of systemic arterial hypertension, both the sexes, varying between 25-65 years old, all socioeconomics classrooms. On the basis of the reached results were possible to detach that in population level, a positive association between the tobacco smoking is demonstrated, alcoholism, the sedentary lifestyle, it stress and the obesity and the systemic arterial hypertension. On the other hand we can correlate of negative form to practical of physical activity and the systemic arterial hypertension. What it refers to the alimentary strategy the results suggest the adequacy of the alimentary habits to the life style in order to keep the good health.

Key-words: Factors of risk; Systemic Arterial Hypertension; Alimentary habits.

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