Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

4
Estilista alemã se dedica à moda para os mortos Não é porque uma pessoa morreu que ela tem que abrir mão da originalidade. Visite a estilista Afra Banach e ela lhe apresentará uma mortalha cheia de estilo - antes que seja tarde demais. 01/10/2010 - por Sönke Klug na categoria 'Artigos' Não é porque uma pessoa morreu que ela tem que abrir mão da originalidade. Visite a estilista Afra Banach e ela lhe apresentará uma mortalha cheia de estilo - antes que seja tarde demais. Afra Banach passa a mão pela manga da roupa e sente a bainha macia entre o polegar e o indicador. "Essa peça é muito popular", comenta ela, observando a peça. "Ela dá uma sensação de ser quente." A roupa à qual se refere será um dia usada por um defunto. A mortalha de tecido leve é bordada com uma estrela vermelha na frente que parece ser mais vívida do que as florzinhas delicadas costuradas na mortalha ao lado. A estilista de Dortmund tem cinco modelos a oferecer - para serem experimentados por pessoas que ainda estão vivas. As mortalhas podem ser observada na Internet, no site www.leichenhemd.com . "Os meus fregueses não são apenas pessoas enfermas", explica ela, acrescentando também que nem todos são velhos. A maioria das pessoas que a visitam tem mais de 50 anos. Elas escolhem uma mortalha e a guardam no guarda-roupa, de forma que se sintam preparadas. Afra Banach freqüentemente dedica um grande tempo às conversas com os seus clientes. Ela não os conhece e não os verá novamente. Cada um deles só vem até a loja para conversar com ela uma vez na vida. A sua coleção muda a todo momento. As pessoas podem querer bordar as suas flores favoritas na sua mortalha. O modelo de mortalha conhecido como "a Rede" é composto de incontáveis pontos de bordado espalhados por toda a roupa. Os fregueses podem escolher as cores dessas costuras, bem

description

figurino

Transcript of Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

Page 1: Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

Não é porque uma pessoa morreu que ela tem que abrir mão da originalidade. Visite a estilista Afra Banach e ela lhe apresentará uma mortalha cheia de estilo - antes que seja tarde demais. 01/10/2010 - por Sönke Klug na categoria 'Artigos' Não é porque uma pessoa morreu que ela tem que abrir mão da originalidade. Visite a estilista Afra Banach e ela lhe apresentará uma mortalha cheia de estilo - antes que seja tarde demais.

Afra Banach passa a mão pela manga da roupa e sente a bainha macia entre o polegar e o indicador. "Essa peça é muito popular", comenta ela, observando a peça. "Ela dá uma sensação de ser quente."

A roupa à qual se refere será um dia usada por um defunto. A mortalha de tecido leve é bordada com uma estrela vermelha na frente que parece ser mais vívida do que as florzinhas delicadas costuradas na mortalha ao lado. A estilista de Dortmund tem cinco modelos a oferecer - para serem experimentados por pessoas que ainda estão vivas. As mortalhas podem ser observada na Internet, no site www.leichenhemd.com.

"Os meus fregueses não são apenas pessoas enfermas", explica ela, acrescentando também que nem todos são velhos. A maioria das pessoas que a visitam tem mais de 50 anos. Elas escolhem uma mortalha e a guardam no guarda-roupa, de forma que se sintam preparadas. Afra Banach freqüentemente dedica um grande tempo às conversas com os seus clientes. Ela não os conhece e não os verá novamente. Cada um deles só vem até a loja para conversar com ela uma vez na vida.

A sua coleção muda a todo momento. As pessoas podem querer bordar as suas flores favoritas na sua mortalha. O modelo de mortalha conhecido como "a Rede" é composto de incontáveis pontos de bordado espalhados por toda a roupa. Os fregueses podem escolher as cores dessas costuras, bem como o verso de um poema que desejam que seja impresso no modelo, que é conhecido como "O Poema".

Banach não deseja nenhuma extravagância maior do que essa. Ela não tem mortalhas cor-de-rosa nem acessórios estridentes a oferecer. A cor básica da mortalhas é o branco-creme. "A idéia é fazer com que as pessoas lembrem-se das suas roupas de batismo", explica ela, sentada à mesa de jantar do seu apartamento em Dortmund, no qual confecciona as mortalhas. Há alguns anos ela se tornou a primeira pessoa na Alemanha a apresentar uma tese sobre design de mortalhas.

Mortalhas biodegradáveis

Afra Banach passa muito tempo pensando sobre as suas mortalhas - e deseja que as pessoas saibam disso. Ela diz que é importante que os indivíduos entendam que o objetivo do seu trabalho não é ser uma provocação, e tampouco tentativa de preencher uma lacuna no mercado. Banach fala da tradição segundo a qual os indivíduos mantinham as suas mortalhas guardadas no armário durante toda a vida. Ela observa que, em algumas comunidades judaicas, os cônjuges chegavam a trocar mortalhas como presentes de casamento. Banach fala sobre a dignidade e a mensagem de adeus.

Page 2: Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

"Transmito uma grande dose da minha energia para uma mortalha quando a costuro", diz ela. Ela explica que a confecção de uma mortalha não se constitui em um trabalho de costura comum, e que tal trabalho também não tem nada a ver com o processo de produção em massa. Banach menciona os seus próprios pensamentos sobre a morte. Às vezes ela pensa no freguês que usará a mortalha que está confeccionando. Banach explica que não é capaz de - e tampouco deseja - suprimir tais pensamentos quando está trabalhando.

Afra Banach não é uma pessoa melancólica. Ela sorri enquanto conta como as casas funerárias reagiram à idéia - "de forma hesitante", segundo ela. O que provavelmente significa que eles responderam com uma grande dose de ceticismo, ou mesmo de hostilidade. Afinal, o ramo de funerárias não é exatamente conhecido por ser inovador, pelo menos na Alemanha. Banach conta que os seus amigo s e conhecidos também "se retraíram" quando tomaram conhecimento dos seus projetos. Mas atualmente a indústria da moda organiza exibições das mortalhas de Banach.

Na verdade, isso é simples. Um número cada vez maior de cemitérios proíbe o enterro de corpos vestidos com roupas comuns - por razões ambientais. Por mais estranho que isso possa parecer, é esse o motivo pelo qual as mortalhas de Banach são biodegradáveis. Ela também as tece deliberadamente de maneira que criem um contraste com as mortalhas comuns, que tendem a se assemelhar a vestes convencionais para cerimônias.

"Moda recente"

O trabalho de Banach é parte de uma tendência mais ampla rumo a uma cultura funeral mais aberta a novas idéias. Outros país lideraram tal tendência. Na Holanda, os torcedores do time de futebol Ajax Amesterdan podem solicitar que as suas cinzas sejam espalhadas sobre um pedaço de gramado retirado dos campos de futebol. A gravação desse ritual em vídeo se transformou em uma prática comum. Na Dinamarca, os parentes de luto podem pintar os caixões dos seus mortos.

Novas feiras funerais alemãs, como a "Dernier Cri" ("Moda recente")poderão acelerar o desenvolvimento desse tipo de tendência na Alemanha. Além das mortalhas de Banach, a "Dernier cri" também exibe outras peças mais bizarras - tais como caixões de uso misto. Antes de servirem de local de descanso final, esses ataúdes podem ser utilizados pelos seus donos como sofás estilizados ou armários.

Mas, apesar de tais idéias inovadoras, a cultura funerária está mudando de forma muito gradual. E é por isso que Afra Banach não é capaz de ganhar a vida com as suas mortalhas. Ela tem um segundo emprego, trabalhando como desenhista gráfica. Mas a demanda pelas suas mortalhas está aumentando - assim como os preços dos modelos. O preço de uma mortalha feita sob encomenda por Banach varia de 150 a 300 euros.

Banach nasceu em 1969, e diz que está na verdade fazendo as mortalhas para pessoas da sua idade. "Tenho certeza de que elas não desejam usar roupas mortuárias comuns quando morrerem", afirma. Ela olha para os seus diversos modelos. A "Rede" é o seu favorito. Os brocados delicados lembram uma estrutura capilar na parte posterior de uma folha seca.

Page 3: Estilista alemã se dedica à moda para os mortos

Banach já fez a sua própria mortalha. A peça está aguardando no seu guarda-roupa.

___________________________________

Texto da estilista

Dizendo adeus. Pessoal, encargos, digno. Nossas vestes modernas, feitas de material biodegradável natural, é um companheiro silencioso Ao se despedir com dignidade. Descubra os nossos acessórios e combinando caixão folhas também. Estas páginas são essencialmente direccionado para diretores de funerárias que procuram uma alternativa moderna. Particulares que desejam fazer os preparativos para o futuro pode ter um robe individuais feitas por eles.

O indivíduo, roupas bonitas para uma despedida digna - essa idéia básica levou a estilista Afra Banach recém conceber roupa para o falecido. A estética simples de suplementos suas vestes a situação especial de transmissão do pessoal e expressa apreço pelo falecido.

Essencialmente este conceito distingue a coleção deroupa comum para a replicar falecido Isso daywear. Afra Banach não é focado em reconstruir o passado, mas deseja fazer justiça ao falecido situação atual. Esta abordagem tem uma novidade no desenvolvimento ou vestido vestidos enterro na história europeia.

Acessórios complementam as vestes, por exemplo, lenço, e servem como lembranças Também para os membros da família.