ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: Uma perspectiva de … · buscar alternativas para que a prática...

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Universidade de Brasília CÉLIA MARIA COELHO VIEIRA DE OLIVEIRA ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: Uma perspectiva de melhoria na qualidade de vida. NATAL 2007

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Universidade de Brasília

CÉLIA MARIA COELHO VIEIRA DE OLIVEIRA

ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: Uma perspectiva de melhoria na

qualidade de vida.

NATAL

2007

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CÉLIA MARIA COELHO VIEIRA DE OLIVEIRA

ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: Uma perspectiva de melhoria na

qualidade de vida.

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Profª Esp. Antonia Adalgisa Maia de Sá

NATAL/RN

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CÉLIA MARIA COELHO VIEIRA DE OLIVEIRA

ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: Uma perspectiva de melhoria na

qualidade de vida.

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:

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Aos meus filhos, Laís e Éder razão de toda a minha dedicação e compromisso.

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Agradecimentos

À minha família – que abdicou de nossa presença; À orientadora, Professora Antonia Adalgisa Maia – que me forneceu orientações guiando meu trabalho; Aos meus colegas, diretores, professores e alunos pela colaboração.

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Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

WHOQOL GROUP, 1994

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RESUMO

O presente estudo tem como tema Esporte na educação física: uma perspectiva de melhoria na qualidade de vida. Reflete sobre o esporte e sua relação com a educação física buscando alternativas para que a prática esportiva possa contribuir para a qualidade de vida, bem como na formação do indivíduo. Faz uma abordagem em torno do esporte em seus aspectos históricos. Aborda o esporte como qualidade de vida e de inclusão social. Apresenta a escola como local de excelência para sistematizar a socialização e integração do indivíduo através de práticas esportivas, de atividades físicas, enfatizando que esse é um meio eficaz também para a melhoria do processo de aprendizagem. Sugere algumas diretrizes para a elaboração de uma proposta pedagógica de educação física onde o esporte escolar esteja norteado pelo princípio da inclusão e que favoreça ao aluno múltiplas experiências. Palavras-chave: Esporte – Qualidade de vida – Inclusão social – Escola

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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................. 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 2.1 O esporte: algumas reflexões....................................................................... 2.2 O esporte como qualidade de vida e inclusão social....................................

3 O PLANEJAMENTO DO ENSINO DO ESPORTE NA ESCOLA.................... 3.1 A metodologia do ensino do esporte.............................................................

4 O ESPORTE ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.................

4.1 Uma perspectiva de identidade no exercício da cidadania...........................

5 METODOLOGIA DO ESTUDO.........................................................................

CONSIDERAÇÕES.............................................................................................

REFERÊNCIAS....................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O esporte, em suas diferentes formas, tem sido um tema que sempre

gera certa polêmica. Idéias divergentes surgem para tentar explicar e melhor

entender o fenômeno, algumas considerações são questionáveis outras parecem

ser unânimes em seus ideais. Vantagens e desvantagens são postas na balança

com a intenção de avaliar se a prática do esporte é positiva ou não.

O esporte é muitas vezes confundido com a Educação Física, porém o

esporte pertence à Educação Física que é a disciplina aonde ele é tratado. A

educação física é um componente curricular legal do sistema de ensino, definido

no art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases nº. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996 e

o esporte escolar é um complemento das atividades escolares, complemento de

fundamental importância no desenvolvimento humano e na formação da

cidadania.

Entretanto, a prática desportiva na escola rompeu com os verdadeiros

valores de oportunidades iguais entre os homens, uma vez que a competição

como fim privilegia aqueles com habilidades e talentos natos deixando a margem

os menos habilidosos. Isso nos leva a refletir sobre algumas questões: Como a

escola hoje vê a prática Esportiva? Como a escola pode contribuir com a

organização e sistematização do esporte no interior da escola a fim de garantir a

inclusão de todos? Como a prática esportiva pode melhorar a qualidade de vida

do indivíduo?

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Mediante essas inquietações o presente projeto de pesquisa teve como

preocupação básica refletir sobre o esporte praticado hoje nas escolas e quais as

conseqüências da prática educativa na vida do ser humano, pois sabemos que o

ser humano nasceu para aprender, diferente de outros seres vivos que só

precisam se adaptar ao nosso ambiente para sobreviver. O homem vive em

permanente construção do conhecimento que é realizado através do trabalho

educativo e este acontece dentro e fora da escola.

Portanto, refletir sobre o esporte e sua relação com a educação física é

buscar alternativas para que a prática esportiva possa contribuir para a qualidade

de vida, bem como na formação do indivíduo. Olhar o esporte como atividade

essencial em nossas vidas, como se alimentar ou tomar banho, e que mereça

prioridade nas políticas públicas, como a saúde e a educação, é uma tarefa de

todos.

Em todas as dimensões da atividade esportiva e de lazer deve estar

contida a preocupação com a inclusão, pois o esporte pode e deve se tornar um

instrumento democrático para todos, sem discriminações, proporcionando

experiências e novas possibilidades.

O estudo buscou respostas para as seguintes indagações: Como a

escola hoje vê a prática Esportiva? Como a escola pode contribuir com a

organização e sistematização do esporte no interior da escola a fim de garantir a

inclusão de todos? Como a prática esportiva pode melhorar a qualidade de vida

do indivíduo?

A partir desses questionamentos o objeto da pesquisa foi a prática

esportiva como um direito de todos numa perspectiva de melhoria da qualidade

de vida dos alunos de escolas públicas da cidade do Natal, buscando nos

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referenciais teóricos, alternativas para uma proposta pedagógica que atenda aos

objetivos propostos no referido trabalho.

O objetivo maior desse trabalho foi o de analisar como a prática

esportiva pode contribuir para a melhoria da qualidade vida e para a inclusão

social.

Foram estabelecidos para esse trabalho, alguns objetivos específicos

tais como: Resgatar a história do esporte; Analisar uma prática esportiva na

escola centrada na qualidade de vida e na inclusão social; Identificar uma prática

esportiva na escola que favoreça experiências múltiplas ao aluno. Elaborar uma

proposta pedagógica em esporte escolar norteada pelo princípio da inclusão de

todos que favoreça experiências múltiplas ao aluno, inclusive nas relações

interpessoais.

Para uma melhor compreensão do leitor o presente trabalho foi assim

estruturado: o primeiro capítulo apresenta uma visão geral do trabalho como a

problemática, a relevância do tema, os objetivos; no segundo capítulo é feita uma

fundamentação teórica, abordando algumas reflexões sobre o esporte, apontando

o esporte como qualidade de vida e de inclusão social; o terceiro capítulo analisa

o planejamento do ensino do esporte na escola dando ênfase a metodologia do

ensino do esporte e como está sendo trabalhada na escola; o quarto capítulo trata

do esporte e o projeto político pedagógico da escola numa perspectiva de

identidade no exercício da cidadania e por último é feita as considerações finais.

Espera-se que as idéias contidas nesse trabalho, se lidas e refletidas

possam transformar a realidade do esporte no âmbito escolar.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O ESPORTE: Algumas reflexões

O esporte é um fenômeno social que exerce em homens e mulheres

uma forte atração, independentemente de raça, sexo ou ideologia. Desde a

antigüidade, sua prática está atrelada a “tempo livre” dos homens e mulheres,

onde o lazer era um privilégio de poucos abastados, e não dos trabalhadores, do

campo ou da cidade, estabelecendo sutilmente a distinção de classes. Pois que

utilizar o “tempo livre” para a prática de esportes significa ter, além de um tempo

livre, condições financeiras para tal.

No desenrolar da história e com o processo de industrialização,

ocorreu uma valorização do trabalho produtivo em detrimento do lúdico. Segundo

Bruhns(1993:15)

Paralelamente ao surgimento e crescimento da ideologia da utilidade e produtividade, um fenômeno surge e ganha força com rápida expansão: o esporte moderno. Este passa a ser mais coerente com a nova ordem voltada ao trabalho, que via no corpo um meio de exploração e domesticação necessárias ao crescimento econômico. O lúdico não sendo disciplinador é incompatível, de certa forma, como reposição de força de trabalho, que é a função do lazer no espaço-tempo em que o trabalho se constitui como valor marcante.

É neste período que surgem na Inglaterra alguns dos esportes

mundiais tão disputados na atualidade, como futebol, tênis, natação e outros. A

partir daí, popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo, mas sua prática continua

elitista, por não possibilitar à grande maioria da população vivenciá-la.

No Brasil, para surpresa de muitos, a primeira manifestação

esportiva não foi o futebol, Segundo Marinho (1983, p.50) “tudo leva a crer que a

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primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo em1566”. O futebol,

importado da Inglaterra, foi introduzido no Brasil após a Proclamação da

República, em 1894, sendo seguido pela natação (1896), o tênis e o basquete

(em 1898).

Na década de 30, o futebol, que inicialmente se restringe a uma

classe privilegiada da sociedade, populariza-se e transforma-se neste fenômeno

social que hoje conhecemos. Segundo Gonçalves (1994, p.161)

Sendo um complexo fenômeno social, um produto específico da sociedade industrial, o esporte competitivo participa de suas contradições e ambigüidades, tornando-se um fator político de propaganda a serviço das classes dominantes.

Ainda no período citado, o esporte competitivo de alto nível ou de

rendimento vai se estabelecendo e abrindo espaço dentro da sociedade e

influenciando fortemente a Educação Física.

No período de 1964 a 1968, o esporte é utilizado com o objetivo de

desarticular os movimentos estudantis, que faziam uma forte oposição ao regime

militar que se instaurara no país. Outro objetivo era o de projetar, através do

esporte, o país no cenário político internacional, com o intuito de ajudar a legitimar

o regime vigente, além de desviar a atenção do que dele se originava.

A partir da década de 70, tornou-se mais forte o caráter ideológico

imputado ao esporte: podemos citar a copa de 70, com o slogan publicitário “90

milhões em ação, pra frente Brasil salve a seleção”, como se realmente todos os

brasileiros estivessem participando ativamente do evento, enquanto os brasileiros

passivamente sofriam com a repressão arbitrária do governo militar.

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Outro fato que mobilizou o país foi o Esporte para Todos, cujo

objetivo de acordo com Dieckert (1994), era o da conscientização geral de que o

esporte não se limita à competição entre excelentes atletas, mas que representa

uma oportunidade e também uma tarefa a realizar por qualquer um; de que a

prática de esporte é uma questão pessoal, de que pode ser realizado

independentemente de normas e regras genuínas do esporte de competição de

alto nível, podendo ser praticado quase em qualquer lugar e a qualquer hora, por

qualquer um, homem ou mulher, jovem ou velho, e com este slogan “ingênuo”

mascarava as desigualdades sociais, pois colocavam patrões e empregados em

igualdade de condições no jogo, mas não na vida real. Além disso, ocupava o

tempo livre de outras camadas da população que não se envolviam com o esporte

de performance.

Mediante estes fatos históricos e os interesses que os originaram,

pode-se compreender o porquê da Educação Física Escolar hoje estar muito mais

voltada para o treinamento esportivo, a busca de talentos, justificando o valor

educativo do esporte, através da aptidão física dos alunos e a iniciação

desportiva, decorrência do Decreto nº 69.450/71, § 1º do artigo 03, que orientava

a Educação Física nos estabelecimentos de ensino a uma ação desportiva e

recreativa.

Na década de 80, com o início do processo de abertura política,

abriu-se também um espaço para a educação. Voltam para o Brasil educadores

que foram exilados pelo golpe de 1964. Os livros que haviam sido proibidos pela

censura voltam a ser publicados e os educadores, aos poucos, começam a falar

em educação e política sem o receio de serem acusados de subversão. A

Educação Física é enriquecida pelo aparecimento dos seus primeiros mestres

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nesta área no Brasil (1977, primeiro curso de Mestrado da Escola de Educação

Física da USP), contribuindo significativamente para o seu processo de discussão

e reflexão enquanto educação e área do conhecimento.

Consequentemente, passa-se a rediscutir também o valor educativo

do esporte, ou o que dele está presente na escola. A Educação Física tem

preponderantemente conduzido o esporte escolar à luz do esporte de rendimento,

sustentado a partir dos referenciais do treinamento esportivo. Assim sendo, ela

não se diferencia, de forma significativa, dos clubes e das instituições esportivas,

pelo menos em intencionalidade (embora materialmente seja bastante desigual),

pois tanto a instituição escolar quanto as demais seguem a orientação dos

códigos e princípios do esporte instuticionalizado. Tais instituições são

representadas e organizadas pelas Confederações e Federações Esportivas que

padronizam o esporte mundial, exacerbando a competição e a busca de recordes.

Esta prática está cristalizada em nossas instituições escolares, sem

a devida reflexão – consciência do porque se age desta forma, servindo para

fortalecer as desigualdades, promovendo experiências de sucesso para uma

minoria e experiências de fracasso para uma grande maioria, tendo como

conseqüência a exclusão, e, o que é muito mais grave, a auto-exclusão de um

número significativo de nossos educandos das aulas de Educação Física. Desta

forma, a instituição escolar, no caso da Educação Física, é submetida aos valores

de outras instituições, descaracterizando sua finalidade e possibilidade educativa.

O esporte institucionalizado está apoiado na competição e

concorrência, sendo orientado pelos princípios da sobrepujança os quais partem

do entendimento de que se deve vencer o adversário de qualquer forma, e nele

está muito forte a opção de competição, bem como o discurso ideológico de que

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“quem vence no jogo é também um vencedor na vida”, dando a idéia de que o

esporte é exclusivamente a comparação de desempenho e que só os melhores

vencerão, desconsiderando completamente as diferentes realidades em que

vivem os competidores.

O esporte escolar tem um fim educativo. Portanto, é necessário que

sejamos críticos ao trabalhar a produção de seus valores, tais como: enfatizar

sempre que não se deve jogar contra, mas jogar com; que vitória e derrota são

fatores interdependentes. Se buscamos uma sociedade igualitária, produzida no

coletivo, deveremos trabalhar a questão do vencer, e do perder, e não o princípio

de apenas sobrepujar.

Outro princípio é o das comparações objetivas: neste, os

competidores e competições são colocados em igualdade de condições a partir

da determinação dos espaços e locais das realizações das disputas esportivas e

de suas normas (regras), que devem seguir o mesmo padrão, passando a ser

universais. Estes princípios trazem como conseqüência os processos de Seleção,

Especialização e a Instrumentalização do esporte.

Seleção – Ocorre através de forma implícita e explícita, onde os

alunos são classificados por suas habilidades esportivas, sexo, biótipo e idade.

Pela simples observação do biótipo, as crianças são conduzidas a praticarem esta

ou aquela atividade desportiva e vão além, discriminando os gordos, os baixos e

todos aqueles que não se enquadram em algum padrão corporal esportivo

exigido.

Especialização – Leva o aluno à prática de apenas uma modalidade

esportiva, tendo como objetivo atingir o máximo rendimento físico. Para

Gonçalves (1994, p. 36) a valorização excessiva do rendimento absorve o

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professor com medidas e avaliações e privilegia aqueles alunos que possuem

melhores aptidões esportivas, incentivando a competição e a formação de elites.

Impondo a produtividade como objetivo prioritário, a Educação Física torna-se um

veículo de transmissão ideológica do sistema dominante. Esse processo de

especialização limita as possibilidades de movimentos que as diferentes

modalidades esportivas podem oferecer, ligando-se diretamente ao tipo de

modalidade esportiva predominante em cada momento histórico.

Instrumentalização – Visa o desenvolvimento do gesto puramente

técnico, utilizando métodos e técnicas que padronizam o movimento humano,

privilegiando a performance esportiva em detrimento do movimento como forma

de expressão criativa. Segundo Gonçalves (1994, p. 37):

A busca do desenvolvimento de capacidades físicas e habilidades motoras, de forma unilateral, utilizando unicamente critérios de desempenho e produtividade, ignorando a globalidade do homem, geram uma Educação Física alienada, que ajuda a acentuar a visão dicotômica de corpo e espírito do homem contemporâneo

Percebe-se que tais processos sustentados pela teoria do

treinamento esportivo, aliado à medicina dos esportes, nos levam a compreender

como no esporte ocorrem as normatizações e padronizações do movimento

humano e também a organização de espaços físicos e materiais para a sua

prática. Esta normatização e padronização levam alunos e professores a

limitarem a produção e exploração de movimentos expressivos, reproduzindo-os

de forma automatizada, impedindo uma prática pedagógica que atenda aos

diversos interesses e intencionalidades.

Existe um interesse muito grande por parte das instituições

esportivas de utilizar a Educação Física Escolar com o objetivo de buscar talentos

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para o esporte de rendimento. Segundo Bracht (1992, p. 22) A escola é a base da

pirâmide esportiva. É o local onde o talento esportivo vai ser descoberto. Este fato

nos mostra que a instituição esportiva depende da Educação Física Escolar, não

só pela sua condição de fornecedora de talentos, mas também pelo fato de que,

através dela, poderá ter apoio financeiro oficial. Para tanto, se utiliza do

argumento de que o esporte é cultura, é saúde, é educação, e a ele atribuem-se

valores educativos que o justificam nos currículos escolares.

Uma das formas que a Educação Física tem encontrado para

justificar o esporte na escola é a socialização, subentendendo-se participação,

cooperação, integração e solidariedade, uma vez que o ser humano não vive

isoladamente no mundo; ele necessita do outro para viver, pois o convívio social

projeta valores de como deve ser este viver.

2.2 O esporte como qualidade de vida e de inclusão social

O esporte além de lenitivo terapêutico, lazer e fator de saúde é também

manifestação de cultura e elemento disciplinador.

No que diz respeito à sociedade em geral, as notícias na mídia são

pródigas em informar o desenvolvimento de programas e mesmo de atitudes

esparsas conduzidas por sociedades civis e religiosas, dando conta de que a

oferta de equipamentos destinados à prática desportiva e a orientação de políticas

públicas e programas bem conduzidos concorrem para disciplinar, afastar das

drogas, diminuir atos de vandalismo, e reduzir ações predatórias sobre os

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próprios públicos etc. enfim levando à sociabilização das crianças, jovens e

adultos e ao pleno exercício da cidadania.

Percebe-se, pois que o esporte, além do fator saúde, ao melhorar a

função corpórea e reduzir o estresse, (este que é o grande mal da sociedade

urbana moderna), tem também por objetivos: Ensinar a viver em sociedade;

educar para viver junto; perceber a importância de aceitar os desiguais; fazer

aprender a ganhar e a perder; reconhecer o melhor e o mais apto; e ainda mostrar

ser necessário respeitar o mais fraco e o inábil.

O esporte como ciência e disciplina constituem uma verdadeira

“ferramenta” a ser usada no esforço para a inserção social do indivíduo excluído.

A Inclusão, como processo social amplo, vem acontecendo em todo o mundo, fato

que vem se efetivando a partir da década de 50. De acordo som Sassaki (1997) a

inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que pessoa seja

ela com necessidades especiais ou não possa buscar seu desenvolvimento e

exercer a cidadania. Segundo o autor, a inclusão é um processo amplo, com

transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos e na mentalidade de

todas as pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais. Para

promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda

a conviver dentro da diversidade humana, através da compreensão e da

cooperação (CIDADE E FREITAS, 1997).

De acordo com o Documento de Trabalho da Mesa Redonda de

Ministros e principais responsáveis pela Educação Física e Esportes dos países

realizada pela UNESCO (2002), a Educação Física e o Desporto constituem uma

parte importante da educação ao favorecer o desenvolvimento e as aptidões das

crianças. A atividade física, ainda conforme o Documento citado acima, deve ser

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praticada e servir como um meio de plena realização do aluno, um método de

integração e socialização e que a escola seja o lugar por excelência da

socialização sistemática para jovens de ambos os sexos.

Pesquisas têm mostrado que as horas dedicadas a atividade física no

ambiente e/ou programas escolares tem apresentado uma melhora no rendimento

dos alunos e na aquisição de conhecimentos intelectuais.

Segundo o item I dos princípios da Carta Brasileira do Esporte Escolar

(2003), toda pessoa humana inserida no processo de educação formal tem o

direito de praticar e conhecer o esporte no interior de sua escola, devendo ter a

possibilidade de acesso garantido, no qual deverão ser inseridos mecanismos de

qualidade crescente.

Desse modo, entendemos que o processo de socialização no convívio

escolar deve ser incentivado e conforme a Carta Brasileira do Esporte Escolar

incrementado os laços de solidariedade e amizade.

Sendo a escola o lugar por excelência para sistematizar essa

socialização, ela tem por objetivo fazer com que a Educação física seja utilizada

no âmbito escolar na luta contra a discriminação e a exclusão social de qualquer

tipo, buscando democratizar as oportunidades de participação dos alunos, das

pessoas da comunidade, com infra-estruturas e condições favoráveis e

acessíveis.

Uma das formas de conduzir o indivíduo à atividade, a auto-expressão

e a socialização são através da participação em atividades esportivas. Não se

trata apenas de uma forma de entretenimento para gastar energia, mas um modo

de contribuir e enriquecer o desenvolvimento corporal, cognitivo e social do

indivíduo. Queremos responder se o esporte, forma cultural, que ritualiza

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elementos fundamentais da sociedade capitalista como a competição, a

concorrência e o rendimento, podem participar de um projeto político pedagógico

emancipatório. Analisa-se como pode o professor de educação física contribuir

para que a prática esportiva seja democrática.

De acordo com Paes (apud SANTOS, 2003), O esporte na escola, pode

ser importante por várias razões: ser um dos conteúdos da educação física, de

ser a escola uma agência de promoção e difusão da cultura e até mesmo por uma

questão de justiça social, uma vez que em outras agências o acesso ao esporte

será restrito a um número reduzido de crianças e de jovens clientes de academias

e/ou de escolas de esportes.

Por muito tempo o esporte foi considerado como a “panacéia” para

todos os males. O esporte era sinônimo de saúde, sociabilizava crianças e jovens,

ensinava valores morais e sociais, o esporte era a esperança de uma vida melhor,

entre outras vantagens que lhe era alegado. Na década de 80 com o surgimento

das teorias críticas o quadro se altera. No ambiente escolar o esporte pode seguir

diferentes abordagens, se organizar de diversas maneiras e ainda buscar

diferentes objetivos com a prática.

Fonseca (apud DORANTE, 2001) propõe uma nova práxis para o

ensino do esporte na escola que permita retomar o sentido da aula enquanto

espaço de aprendizagem, onde o aprender possa ser realmente, um direito de

todos; onde os alunos possam conceber suas hipóteses motrizes para chegarem

ao gesto técnico de forma criativa, globalizada, cooperativa e prazerosa; onde as

regras possam ser forjadas a partir de um processo dialogicamente construído;

em que a aprendizagem e a prática esportiva vá além do objeto de conhecimento,

envolvendo aprendizagens de socialização, onde se rompa com o auto-

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treinamento ou aula ”faz-de-conta”, que coloca o esporte como um dogma, onde a

técnica dos movimentos e as jogadas táticas chegam prontas e devem ser

rigidamente reproduzidas e repetidas até a automatização; onde se resgate o

caráter lúdico, do jogo pelo prazer, em detrimento da exacerbação do espírito

competitivo da busca da vitória a qualquer custo.

Dorante (2001) salienta que o esporte escolar deve ser importante

ferramenta para a socialização e para a inclusão social. O esporte escolar deve

ser uma oportunidade de aprendizado da cultura de grupo, permitindo que a

juventude adquira as capacidades que possibilitarão a sua participação na

sociedade, como membros efetivos. Educar é preparar para a participação social.

Educar é propor mudanças positivas na conduta dos cidadãos. Por isso a escola

deve assumir toda a sua importância e deve oferecer o esporte como instrumento

e não como fim; um instrumento para alcançar um fim: a formação útil à

sociedade.

Assim, a escola deve proporcionar a todos os que fazem parte dela, um

planejamento adequado, participativo, ou seja, elaborar o projeto político

pedagógico da escola contemplando em seu currículo programas, projetos e

ações de Educação Física, esporte e lazer como forma de melhorar a qualidade

de vida do educando e minimizar as diferenças existentes no âmbito escolar

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3 O PLANEJAMENTO DO ENSINO DO ESPORTE NA ESCOLA

A ausência de uma proposta pedagógica para o esporte na escola

dificulta o direcionamento de todas as questões relacionadas ao ensino, como

objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliações a serem seguidos

pelo profissional, em direção a um modelo pedagógico de formação esportiva,

favorecendo a tomada de decisões pessoais arbitrárias, baseadas exclusivamente

em suas experiências pessoais.

Essa situação apresentada da hierarquização de conteúdo, que

interfere consideravelmente no resultado final do processo pedagógico, acentua-

se quando analisamos as bases teóricas que oferecem suporte para o

planejamento de ensino na escola. Carvalho (2003) sugere uma prática

pedagógica voltada para a concepção de mundo, reconhecendo nela seus

aspectos filosóficos, morais, éticos, assim incorporando valores que busquem a

conscientização de uma prática humanizável. Concordamos com o autor quando

incentiva o professor a voltar-se para uma postura pedagógica do ensino mais

humanista, favorecendo uma postura que desenvolva os aspectos físicos,

psíquicos e sociais do indivíduo.

Ao interpretar a avaliação, Korsakas (2002) estabelece que o

reconhecimento e a avaliação devam estar intimamente ligados, por estarem

relacionados ao mesmo aspecto, destacando os critérios utilizados pelo educador

para avaliação das crianças. Nesse sentido, a atividade esportiva educativa deve

atender a dois princípios: no primeiro, deve respeitar as limitações de seus

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praticantes; no segundo, deve estimular o desenvolvimento de suas

potencialidades.

Dessa forma, acrescenta a autora, para viabilizar essa conduta com

uma referência individual, devem-se estabelecer metas individuais condizentes

com o nível de desenvolvimento em que os educandos se encontram. Nesse

processo, a maior atenção deve-se à aprendizagem, e não simplesmente para

seu resultado; a auto-superação, o auto-conhecimento e o desenvolvimento da

auto-estima valoriza o respeito e a solidariedade diante do outro e do grupo como

um todo.

Ao comentar o processo de avaliação na aprendizagem, motora,

Schmidt e Wrisberg (2001) indicam aspectos importantes relacionados à

avaliação do progresso na aprendizagem do movimento. Ao sintetizar o

pensamento dos autores, Guerra (2001, p. 101) afirma que ““... Para se construir

um processo de avaliação coerente, é necessário que se tenha claramente

determinado a meta da aprendizagem e quais os aspectos do desempenho ou do

comportamento devem ser avaliados, para que se possa determinar o progresso

do aprendiz.

Diante disto, verificamos um panorama que reflete uma avaliação

somativa, com base no desempenho. Para Magill apud Guerra (2002, p. 101),

desempeno é todo “comportamento observável”. Nesse sentido, afirma que “(...) o

termo desempenho se refere à execução de uma habilidade num determinado

instante e a uma determinada situação”. Isso indica que os processos não estão

todos equivocados para a avaliação, mas que a aprendizagem se constituirá de

maneira mais concisa se os indicadores do desempenho e/ou comportamento

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fossem efetivados constantemente de maneira formativa e clara quanto as suas

metas, não em um determinado momento se tornassem um fim.

3.1 A metodologia do ensino do esporte

A participação de crianças em programas esportivos, para Ferraz

(2002), tem sido tema constante na produção científica. Estudos sobre o

desenvolvimento humano, particularmente nos domínios cognitivo-moral, sócio-

afetivo e motor têm apontado diretrizes para a estruturação de programas

esportivos condizentes às necessidades das crianças e adolescentes. Tais

pesquisas voltam-se para indicar parâmetros gerais de adequação, abordando

temas como a prontidão para a competição, iniciação esportiva, razões de prática

e abandono, gêneses e desenvolvimento de regras/estratégias de jogo e

especificidade em detrimento da variabilidade das modalidades esportivas.

Ao abordar o tema da influência que os adultos exercem sobre a

criança, Priszkulnik (2002, p. 21) afirma que, “pensar sobre a criança implica

necessariamente o adulto com suas concepções ou com seus preconceitos em

relação à infância. (...) o adulto idealiza a criança sem perceber que também está

construindo um ideal para ele; pode ser um ideal de pai ou de mãe, de professor

(a), de trabalhador (a), de atleta, etc.”. O que se materializa quando submetem as

crianças a atividades não condizentes com a sua formação favorecendo traumas

de ordem física, psíquica e social.

Entendemos que o treinamento do gesto técnico-esportivo pode - e

deve – estar presente no processo de iniciação de uma modalidade. Entretanto

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essa ação deve estar orientada na vivência prazerosa do movimento, de modo a

estimular e permitir a construção de um plano motor orientado pela criança, e não

na busca da execução perfeita de um movimento definido pelo adulto, muitas

vezes sem significado para a criança.

Assim, encontramos nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN

(Brasil, 1998) a indicação de que o construtivismo se fundamenta na busca da

formação integral do indivíduo sobre os aspectos afetivos, cognitivos e

psicomotores, por meio da construção do conhecimento a partir da integração do

sujeito com o mundo, e que o modelo desenvolvimentista é fundamentado na

visão interacionista de explicação do crescimento e desenvolvimento humano, em

Greco e Benda (1998) a indicação de que a iniciação esportiva universal se

fundamenta na variedade de experiências motoras, utilizando o jogo como

elemento fundamental no processo de formação esportiva, estruturado a partir “do

que fazer”, referindo-se ao comportamento tático e “do como fazer” referindo-se

ao comportamento técnico, e em Paes (2002) a indicação de que a pedagogia do

esporte fundamenta-se em desenvolver os aspectos técnicos da modalidade, e o

intervir no educando sobre os aspectos relativos a valores e modos de

comportamento, baseado nos referenciais metodológicos e sócio-educativos.

Ao discutirem o processo de formação esportiva, Greco e Benda

(1998), abordando aspectos relativos à iniciação, destacam que movimentos

baseados na repetição dos gestos próprios dos fundamentos do esporte têm

pouca visão pedagógica, metodológica, educativa e formativa. Assim,

entendemos que os movimentos puramente repetitivos restringem os movimentos

diversificados, livres e criativos, privando o educando de se expressar em busca

de novos desafios e superações pessoais.

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As competições esportivas estão presentes em nosso meio, como

forma de manifestações culturais próprias da vida social. Nesse cenário, as

competições infanto-juvenis, conforme De Rose Jr. (2002), são estabelecidas

pelos adultos que, em sua maioria, desconsideram as possibilidades e

necessidades dos participantes. Assim, muitas competições seguem os moldes e

normas apresentadas pelos adultos, não considerando a faixa etária e outras

variáveis importantes, como o sexo, o estágio de desenvolvimento e o nível de

habilidade dos praticantes, entre outras. Nesse sentido, as discussões em torno

do momento ideal para a inserção da criança em competições orientadas por De

Rose Jr. (2002), competem as exigências de ordem sociais, que tornam o

estresse da competição diretamente proporcional ao nível de formalidade.

Assim, destaca quatro fatores que devem ser evidenciados em uma

competição: 1) Confronto – entre dois ou mais indivíduos, ou pessoal; 2)

Demonstração – oportunidade de apresentar suas capacidades; 3) Comparação –

a um padrão próprio ou estabelecido com modelos externos; 4) Avaliação –

podendo configurar-se em qualitativa, por suas qualidades subjetivas, ou

quantitativas, por considerar o produto a partir de normas de referência numérica

baseadas em algum critério bem definido. Tais fatores devem influenciar o

comportamento dos jovens de acordo com as variações de seus níveis de

prontidão que, para o mesmo autor (p. 71), tratando-se de Prontidão Esportiva

“(...) é o equilíbrio entre o nível de crescimento, de desenvolvimento e de

maturação e o nível de demanda competitiva”. Assim ficam definidas as razões

pelas quais a competição precoce afeta o indivíduo que não se apresenta com as

características próprias da prontidão esportiva.

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Nos processos didáticos básicos para a aprendizagem, é tarefa

principal de o professor garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem,

que corresponde a duas facetas de um mesmo processo segundo Libâneo

(1994). Desse modo, entende que aprendizagem consiste em como as pessoas

aprendem, quais as condições externas e internas que as influenciam. Assim toda

e qualquer atividade humana praticada no ambiente pode levar à aprendizagem,

que pode apresentar-se de duas formas: aprendizagem casual e aprendizagem

organizada. Esta última consiste na previsão metódica de uma ação e sua

racionalização dos meios para atingir os fins. E o ensino caracteriza-se como a

organização dos conteúdos para transmissão dos mesmos, com a finalidade de

ajudar os indivíduos a conhecerem suas possibilidades de aprender e agir de

forma autônoma, como o de dirigir e controlar a atividade docente para os

objetivos da aprendizagem. Assim, entende-se que o ensino e aprendizagem é

uma relação recíproca entre professor e aluno, no qual se destacam o papel

dirigente do professor e a atividade do aluno. Nessa perspectiva, entendemos que

o planejamento visa preparar um conjunto de decisões consciente, na intenção de

agir para atingir determinados objetivos.

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4 O ESPORTE ESCOLAR E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

4.1 Uma perspectiva de identidade no exercício da cidadania

Mediante o exposto nos capítulos anteriores pretendemos neste,

mostrar como a construção de um projeto político pedagógico que contemple a

educação física e o esporte escolar, pode contribuir para estabelecer novos

paradigmas de gestão e de práticas pedagógicas que levem a instituição escolar

a corresponder às necessidades e aos anseios de todos os que participam do

cotidiano escolar. Qual o papel social da escola? Qual a melhor forma de

organização do trabalho pedagógico? A escola é responsável pela promoção do

desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela

definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de

sociedade. Cabe-lhe também a incumbência de definir as mudanças que julga

necessário fazer nessa sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar.

Definida a sua postura, a escola vai trabalhar no sentido de formar cidadãos

conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da

superação das desigualdades e do respeito ao ser humano.

Quando a escola assume a responsabilidade de atuar na

transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes devem

empenhar-se na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo.

Essa proposta ganha força na construção de um projeto político pedagógico. Um

projeto político pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos, que só se

prestam a cumprir exigências burocráticas:

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O projeto político pedagógico busca um rumo, uma direção”. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola, é também, um projeto político pode estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. (...)_ Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. “Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995).

Segundo Veiga (1995, p. 13), para que se cumpram de forma

democrática as orientações dos encaminhamentos a fim de assegurar o

direcionamento contínuo desse propósito, a autora coloca cinco princípios

norteadores do projeto político pedagógico, são eles: a) Igualdade – condições de

acesso e permanência na escola, e igualdade de oportunidades; b) Qualidade

para todos, que implica consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar;

c) Gestão Democrática – abrange as dimensões pedagógica, administrativa e

financeira; d) Liberdade – como princípio constitucional; e) Valorização do

Magistério – ligada à formação continuada. O projeto político pedagógico é o fruto

da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que

estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova

realidade. É, antes de tudo, um trabalho que exige comprometimento de todos os

envolvidos no processo educativo: gestor, professores, equipe técnica, alunos,

seus pais e a comunidade como um todo. Essa prática de construção de um

projeto deve estar amparada por concepções teóricas sólidas e supõe o

aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim serão rompidas as

resistências em relação a novas práticas educativas. Os agentes educativos

devem sentir-se atraídos por essa proposta, pois só assim terão uma postura

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comprometida e responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um

espaço para o exercício da autonomia.

Para que a escola seja realmente um espaço democrático e não se

limite a reproduzir a realidade sócio-econômica em que está inserida, cumprindo

ordens e normas a ela impostas por órgãos centrais de educação, deve-se criar

um espaço para a participação e reflexão coletiva sobre o seu papel junto à

comunidade:

Assim, torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada de projeto educativo como instrumento de autonomia e domínio do trabalho docente pelos profissionais da educação, com vistas à alteração de uma prática conservadora vigente no sistema público de ensino. É essa concepção de projeto político pedagógico como espaço conquistado que deve construir o elemento diferencial para o aparente consenso sobre as atuais formas de orientação da prática pedagógica. (PINHEIRO, 1998).

Essa é a necessidade de conquistar a autonomia, para estabelecer

uma identidade própria da escola, na superação dos problemas da comunidade a

que pertence e conhece bem, mais do que o próprio sistema de ensino. Essa

autonomia, porém, não deve ser confundido com apologia a um trabalho isolado,

marcado por uma liberdade ilimitada, que transforme a escola numa ilha de

procedimentos sem fundamentação nas considerações legais de todo o sistema

de ensino, perdendo, assim a perspectiva da sociedade como um todo. Deve-se,

portanto, estar atento ao perigo do descaso político, que confunde autonomia com

descompromisso do poder público, dando margem a este eximir-se de suas

obrigações. A autonomia implica também responsabilidade e também

comprometimento com as instituições que representam à comunidade (conselhos

de escola, associações de pais e mestres, grêmios estudantis, entre outras), para

que haja participação e compromisso de todos.

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Concluindo as reflexões, acreditamos que é este o papel social da

escola, atuando frente às profundas desigualdades sócio-econômicas, que

excluem da escola uma parcela da população, marginalizada pelas concepções e

práticas de caráter conservador, inspiradas no neoliberalismo. Devemos nos

mobilizar pela garantia do acesso e da permanência do aluno na escola. Não

basta esperar por soluções que venham verticalmente dos sistemas educacionais.

Urge criar propostas que resultem de fato na construção de uma escola

democrática e com qualidade social, fazendo com que os órgãos dirigentes do

sistema educacional, possam reconhecê-la como prioritária e criem dispositivos

legais que sejam coerentes e justos, disponibilizando os recursos necessários à

realização dos projetos em cada escola. Do contrário, a escola não estará

efetivamente cumprindo o seu papel, socializando o conhecimento e investindo na

qualidade do ensino. A escola tem um papel bem mais amplo do que passar

conteúdos. Porém deve modificar a sua própria prática, muitas vezes fragmentada

e individualista, reflexo da divisão social em que está inserida.

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5 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia adotada neste estudo aponta para a pesquisa

bibliográfica como fonte de informações secundárias. Assim na construção desse

estudo foram utilizadas publicações como tese; monografia; livros teóricos;

resenhas; Leis e os módulos do curso.

A escolha pela pesquisa bibliográfica deu-se em face de que

precisava conhecer sobre “esporte na educação física: uma perspectiva de

melhoria na qualidade de vida”, a fim de estabelecer relações em um contexto

amplo, que fosse além dos sistemas educacionais e além desse tempo em que

estamos vivendo.

Lüdke (1986, p. 38) considera Caulley (1981) para enfatizar que a

análise documental busca identificar informações factuais nos documentos a partir

de questões ou hipóteses de informações. Sobre esse aspecto a análise

documental considera qualquer material escrito que possam ser utilizados como

fontes de informações, sejam leis, regulamentos, autobiografias, jornais, revistas,

e estatísticas, entre outros.

Os sujeitos desenvolvidos à pesquisa bibliográfica estão pautados a

partir dos teóricos que subsidiarão a trajetória dialética, da análise histórico-crítica

do referido estudo.

Este estudo, como momento de um processo de produção de

conhecimento, deve ser visto, tanto quanto possível num levantamento

bibliográfico sobre o esporte na educação física sem ter a pretensão de

apresentar aspectos conclusivos e definitivos sobre o mesmo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer desse estudo compreendemos que o esporte deve estar

a disposição da sociedade de uma forma ampla e democrática, integrado a uma

política educacional e social. O esporte na sociedade deve ser considerado de

forma intensa, global, com o apoio de uma política educacional em que a

atividade esportiva esteja a serviço da cidadania e da inclusão social.

Entendemos que o esporte é um dos melhores caminhos para a construção de

uma sociedade saudável em todos os sentidos, pois agrega valores de

convivência, de respeito ao próximo e de integração.

Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da

educação formal são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. É

necessário um esforço coletivo para vencer as barreiras e entraves que

inviabilizam a construção de uma escola pública que eduque de fato para o

exercício pleno da cidadania e seja instrumento real de transformação social,

espaço em que se aprenda a aprender, a conviver e a ser com e para os outros,

contrapondo-se ao atual modelo gerador de desigualdades e exclusão social que

impera nas políticas educacionais de inspiração neoliberal.

A escola por ser o local de excelência para sistematizar a

socialização dos educandos e proporcionar o desenvolvimento integral dos

mesmos deverá inserir uma política de valorização da educação física e do

esporte através de projetos, ações, campanhas efetivas de promoção das

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atividades físicas em todos os anos de escolaridade, de acordo com suas

especificidades.

O esporte é pedagógico, é uma forma de educação que trabalha

corpo e a mente; ajuda no processo do crescimento individual, da descoberta, da

superação e de conscientização do indivíduo, ajuda a fortalecer a identidade do

desportista, enquanto mexe com a auto-estima (que é baixa no início do processo

e quando o educando é oriundo de comunidades carentes e que vai do conflito à

superação); ajuda a exercitar o protagonismo juvenil, enquanto faz o jovem ter

atitudes e ser sujeito da construção da sua própria história. O esporte ajuda na

formação da consciência social do desportista e pode orientar para a correta

intervenção na sua realidade - da percepção à ação até a participação social - e

influenciar positivamente a outros jovens e as demais forças da comunidade.

Temos consciência de que a escola não é, por si só, a alavanca da

transformação da sociedade e muito menos um fator de redução das

desigualdades. Mas, entendemos que a transformação da sociedade não ocorrerá

sem uma escola e seu projeto político pedagógico, contemplando além dos

conteúdos das disciplinas da base comum o campo da educação física e do

esporte.

Entendemos que o esporte é considerado conteúdo da educação

física como complemento curricular, pela semelhança dos objetivos, pelos meios

e possibilidades de utilização ao longo da vida do indivíduo. Desse modo, a

escola e seus professores devem na elaboração de seus projetos e ações

repensar a didática e o lazer na perspectiva de transformação social. Que aja uma

preocupação com a qualidade do ensino de forma global, buscando sempre a

inserção social.

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