Espiroquetas MED 2011
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ESPIROQUETAS
Profa. Dra. Fernanda Maranhão
ESPIROQUETAS
Universidade Federal de AlagoasUniversidade Federal de AlagoasInstituto de Ciências Biológicas e da SaúdeInstituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Setor de Microbiologia, Parasitologia e PatologiaSetor de Microbiologia, Parasitologia e Patologia
INTRODUÇÃO• Unicelulares• Gram-negativas• Espiraladas, delgadas e flexíveis• Móveis: rotação e flexão*** Endoflagelos
Gêneros da Ordem Spirochaetales:• Treponema: sífilis, bouba, bejel e pinta• Leptospira: leptospirose• Borrelia: borreliose de Lyme
Corte transversal de uma espiroqueta
PF= flagelo periplasmático
OS= envoltório externo
TreponemaTreponema
Gênero
Treponema Treponema pallidumpallidum subspsubsp. . pallidumpallidum
• DST: Sífilis• Espiroquetas espiraladas e delgadas (0,18 µm x 6-20µm)
• Anaeróbio obrigatório• Não cultivável � TG= 33h• Sangue total ou plasma (4°C) � viáveis por pelo menos 24h
T. pallidumT. pallidum
(HORAS/DIAS)(HORAS/DIAS)(HORAS/DIAS)(HORAS/DIAS)
TTTT....
divisão a cada 30divisão a cada 30divisão a cada 30divisão a cada 30----33 horas33 horas33 horas33 horas3 semanas3 semanas3 semanas3 semanas
Fase SECUNDÁRIAFase SECUNDÁRIAFase SECUNDÁRIAFase SECUNDÁRIA- doença generalizada;doença generalizada;doença generalizada;doença generalizada;- manifestações manifestações manifestações manifestações parenquimatosas, parenquimatosas, parenquimatosas, parenquimatosas, constitucionais e constitucionais e constitucionais e constitucionais e mucocutâneas;mucocutâneas;mucocutâneas;mucocutâneas;
6 semanas6 semanas6 semanas6 semanasEstágios ClínicosEstágios Clínicos
TTTT....pallidumpallidumpallidumpallidumpenetrapenetrapenetrapenetraatravésatravésatravésatravés dadadadamucosamucosamucosamucosaintactaintactaintactaintacta ououououdadadada pelepelepelepelelesionadalesionadalesionadalesionada
VasosVasosVasosVasoslinfáticoslinfáticoslinfáticoslinfáticos ououououcorrentecorrentecorrentecorrentesangüíneasangüíneasangüíneasangüínea
(qualquer(qualquer(qualquer(qualquerórgãoórgãoórgãoórgão dodododocorpo,corpo,corpo,corpo,principalmenteprincipalmenteprincipalmenteprincipalmenteSNC)SNC)SNC)SNC)
LesãoLesãoLesãoLesão CLÍNICACLÍNICACLÍNICACLÍNICA
((((101010107777
micoorganismos/grmicoorganismos/grmicoorganismos/grmicoorganismos/grdededede tecido)tecido)tecido)tecido)
INCUBAÇÃOINCUBAÇÃOINCUBAÇÃOINCUBAÇÃO proporcional ao tamanho do inóculoproporcional ao tamanho do inóculoproporcional ao tamanho do inóculoproporcional ao tamanho do inóculo
Fase PRIMÁRIAFase PRIMÁRIAFase PRIMÁRIAFase PRIMÁRIA---- Cancro no local da Cancro no local da Cancro no local da Cancro no local da inoculaçãoinoculaçãoinoculaçãoinoculação
Evolução Clínica da Sífilis• Lesões cutâneas no local da infecção
• Indolores e sem exsudato
• “Cancro duro”
• Cicatrização
Sífilis PrimáriaSífilis Primária
Sífilis Secundária
• 1-2 semanas após cicatrização• Erupção cutânea não pruriginosa, máculo-papular,
acometendo tronco, palmas das mãos e plantas dos pés
• Linfadenopatia generalizada, indolor• Linfadenopatia generalizada, indolor• Febre, adinamia/astenia
• Resolução espontânea
Roséolas palmares e plantares
Roséolas na boca e faceRoséolas disseminadas
Fase LATENTE
• Diagnóstico apenas com testes sorológicos
• Recidivas do quadro secundário (durante 4 anos)
Precoce ou tardia
75% das recidivas de secundarismoocorrem no primeiro ano após o contato e são uma conseqüência de uma disfunção da imunidade celular (ex: durante o
último trimestre da gravidez);
Sífilis Tardia = manifestação aparente ou não• 1/3 de pacientes não tratados
• Multplicação localizada de espiroquetas
• Destruição tecidual; pleocitose
• Lesões granulomatosas – pele, fígado, ossos e baço
• Afeta o SNC (Neurossífilis)
• Anormalidades cardiovasculares (aneurisma, etc)
Goma sifilítica, lesões nodulares que sofrem processo de degeneração
Sífilis Congênita
••A maioria nasce sem evidências clínicas da doença A maioria nasce sem evidências clínicas da doença �� rinite, rinite, exantemaexantemamaculopapularmaculopapular descamativodescamativo, , hepatoesplenomegaliahepatoesplenomegalia meningite, anemia, lesões meningite, anemia, lesões ósseas, sífilis cardiovascular ósseas, sífilis cardiovascular -- -- -- -- Os sintomas podem surgir nos primeiros 2 anos de vida Os sintomas podem surgir nos primeiros 2 anos de vida
• Via transplacentária
• 50%-70% de gestantes em fases primária, secundária ou latente
• Natimorto
-- -- -- -- Os sintomas podem surgir nos primeiros 2 anos de vida Os sintomas podem surgir nos primeiros 2 anos de vida
Nariz em sela, HEM
Coriza e ulceraçãoLesões palmares e plantares, HEM
SÍFILISSÍFILIS CONGÊNITACONGÊNITA
• Lesões perianais de sífilis congênita.
• Lesões ósseas de sífilis congênita:.
Mandell and Rein, Atlas of Inf. Diseases, vol 5 Sex Trans Dis
Estrutura Antigênica
• Cápsula antifagocitária com ácido hialurônico • Mucopolissacaridoses e Hialuronidase• Adesinas e Hemolisinas
Membrana externa:Membrana externa:• Reagina: anticorpos IgG e IgM produzidos contra
lipídios da superfície celular dos treponemas• Cardiolipina: antígeno lipídico de tecidos de
mamíferos
Exames Diagnósticos
Espiroquetas em campo escuroEspiroquetas em campo escuro
Testes laboratoriais
Provas SorológicasProvas Sorológicas
▫ Testes não-treponêmicos: Detecção de IgG e IgM; cardiolipina
� VDRL e RPR=Testes de microfloculação� Cardiolipina + reagina (soro de paciente infectado) � grumos visíveis
VDRL: Venereal Disease Research LaboratoryRPR: Reagina Plasmática Rápida
Aglutinação (+) Aglutinação (-)
▫ Testes treponêmicos:
FTA-ABS: Teste do Anticorpo Treponêmico FluorescenteMHA-TP: Micro-hemaglutinação de T. pallidum
Diagnóstico Molecular por PCR
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Fragmento de DNA de T. pallidum
M= marcador de peso molecular, 3 e 4= amostras positivas para T. pallidum, 1, 2, 5-14= amostras negativa para T. pallidum, 15 e 16= controles positivos e 17 e 18= controles negativos.
Tratamento
• Penicilina � tratamento de escolha• Penicilina G (benzatina)
▫ doença - 1 ano: 1 injeção intramuscular▫ doença + 1 ano ou latente: 1x por semana (3x)▫ doença + 1 ano ou latente: 1x por semana (3x)
• Alérgicos: Tetraciclina
• Sorologia + após cura (depois de 2 anos)
Cobaias (1997), Joseph Sargent
Sul dos EUA (Alabama), em 1932, o Governo suspende tratamento de homens negros vítimas de epidemia de sífilis. negros vítimas de epidemia de sífilis. Pouco depois, grupo de médicos finge iniciar novamente o tratamento, mas o que busca é estudar os efeitos da doença nos homens de cor, para tentar comprovar que eles são inferiores. Baseado em fatos reais.
LeptospiraLeptospira
Gênero
LEPTOSPIRASLEPTOSPIRASCaracterísticasCaracterísticas GeraisGerais
• Espiroquetas flexíveis, delgadas e estreitamente espiraladas
• Leptospira interrogans (0,1-0,2µm x 5-15 µm) � Leptospirose• Extremidades em forma de gancho• Endoflagelos• Aeróbios• Aeróbios• Transmissão: água e alimentos contaminados, pele ou mucosas
• Zoonose de distribuição mundial• Reservatórios naturais: animais
silvestres e domésticos (ratos)• Sobrevivem em água com pH alcalino• Risco em águas contaminadas e
controle de roedores
Epidemiologia
Principais transmissores:• Rato de telhado ou de forro (a) • Ratazana de praia ou de esgoto (b)• Camundongo (c)
Rattus rattus Mus musculusRattus novergicus
a b c
LeptospiraLeptospira interrogansinterrogans•• Leptospiroses• 218 sorovariantes• Infecções animais - infecção humana acidental
Patogenia E Síndromes Clínicas
1. Penetração das leptospiras (mucosas e abrasões)
2. Corrente sanguínea (febre, cefaleia e mialgias)
3. Rins, fígado, SNC e outros ógãos (icterícia,
Infecção subclínica - Doença febril - Doença sistêmica grave (Doença de Weil)
PI= 1 a 2 semanas
3. Rins, fígado, SNC e outros ógãos (icterícia, exantema, hemorragia, miocardite, meningite asséptica, insuficiência hepática e renal – doença de Weil)
4. Permanência nos rins
5. Liberação pela urina
DiagnósticoDiagnósticoAmostras: sangue, soro e urinaAmostras: sangue, soro e urina
• Microscopia: ▫ Campo escuro *** ▫ Impregnação pela prata▫ Anticorpos marcados com fluoresceína
Leptospira sp. em campo escuro
Leptospira sp.: marcação
• Cultura: Meio de Fletcher, meio de albumina Tween 80 � TG= 6 a 16 hrsSangue, LCR, urina e biópsia
• Sorologia: ▫ Teste de aglutinação microscópica (MAT)▫ Teste de aglutinação em lâmina, ELISA, hemaglutinação indireta
• Métodos Moleculares: PCR
Leptospira sp.: marcação com fluorescência
Teste de Aglutinação em Lâmina
Anti Anti -- L. interrogansL. interrogansLátex Látex -- L. interrogansL. interrogans
Aglutinação (-) Aglutinação (+)100 rpm por 2-5´
AglutinaçãoAglutinação
Tratamento e Prevenção
• Penicilina
• Eritromicina e tetraciclina intravenosa � doença grave
• Doxiciclina, ampicilina ou amoxicilina oral � doença menos grave grave
BorreliaBorrelia
Gênero
Borreliosede Lyme