Espíritismo para todos setembro de 2014

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ANO l Nº 09 Taubaté / SP Setembro de 2014 O HOMEM, O CAVALO E O CÃO Pág.02 Pág.04 Pág.04 Pág.09 NÃO ENVERGONHE OS OUTROS Pág.06 Pág.07 Pág.08 O MUNDO ESTA LOUCO, ESTARÁ? Pág.10 QUAL O OBJETIVO DE UMA SESSÃO MEDIÚNICA COMPAIXÃO PENSE NISSO! A ILUSÃO DO SANGUE ESPÍRITISMO E AS DOENÇAS EM SÃ CONSCIÊNCIA, QUEM PODE ARREMESSAR A PRIMEIRA PEDRA? Pág.06 Vivemos uma dessas incomuns ocasiões em que, a partir de uma nova representação tecnológica, isto é, de uma nova relação com a sociedade moderna, um novo modelo de humanidade é concebido. Estamos num estágio social em que o mundo virtual é quase o real; contudo, ele nos brota como sonho. Alguns sonham com cuidado, outros se submergem nos cipoais dos desvarios oníricos. A DESENCARNAÇÃO É A CERTEZA FUTURA QUE TEMOS

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ANO l Nº 09 Taubaté / SP Setembro de 2014

O HOMEM, OCAVALO E O

CÃOPág.02

Pág.04

Pág.04

Pág.09

NÃOENVERGONHE OSOUTROS

Pág.06

Pág.07

Pág.08

O MUNDO ESTALOUCO,ESTARÁ?

Pág.10

QUAL O OBJETIVODE UMA SESSÃO

MEDIÚNICA

COMPAIXÃOPENSE NISSO!

A ILUSÃO DOSANGUE

ESPÍRITISMO EAS DOENÇAS

EM SÃ CONSCIÊNCIA,QUEM PODE ARREMESSAR

A PRIMEIRA PEDRA?

Pág.06

Vivemos uma dessas incomuns ocasiões em que, a partir de uma nova representaçãotecnológica, isto é, de uma nova relação com a sociedade moderna, um novo modelode humanidade é concebido. Estamos num estágio social em que o mundo virtual é

quase o real; contudo, ele nos brota como sonho. Alguns sonham com cuidado,outros se submergem nos cipoais dos desvarios oníricos.

A DESENCARNAÇÃOÉ A CERTEZA

FUTURA QUE TEMOS

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02 Espiritismo para todos Setembro de 2014

E X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EDiretoria:ACAM

Colaboradores:• DiversosEditoração Eletrônica:Antonio C. Almeida MarcondesTel.: (12) 3011-1013e-mail: [email protected]

O Jornal não se responsabilizapor matérias assinadas

O HOMEM OCAVALO E O CÃO

Um homem, seu cavalo eseu cão, caminhavam por umaestrada. Depois de mui tocaminhar, esse homem se deuconta de que ele, seu cavaloe seu cão haviam morrido numacidente. Às vezes os mortoslevam tempo para se darconta de sua novacondição… A caminhada eramuito longa, morro acima, osol era forte e eles ficaramsuados e com muita sede.P r e c i s a v a mdesesperadamente de água.

Numa curva do caminho,avistaram um portão todomagnífico, todo de mármore,que conduzia a uma praçacalçada com blocos de ouro,no centro na qual havia umafonte de onde jorrava águacristalina.

O caminhante dirigiu-seao homem que numa guarita,guardava a entrada.

- Bom dia, ele disse.- Bom dia, respondeu o

homem.- Que lugar é este, tão

lindo? ele perguntou.- Isto aqui é o céu, foi a

resposta..- Que bom que nós

chegamos ao céu, estamoscom mui ta sede, d isse ohomem.

- O senhor pode entrar ebeber água à vontade, disseo guarda, indicando- lhe afonte.

- Meu cavalo e meucachorro também estão comsede.

- Lamento muito, disse oguarda. Aqui não se permitea entrada de animais. Ohomem f icou mui todesapontado porque suasede era grande.

- Mas ele não beberia,

deixando seus amigos comsede.

Assim, prosseguiu seucaminho. Depois de muitocaminharem morro acima,com sede e cansaçomultiplicados, ele chegou aum sít io, cuja entrada eramarcada por uma porteiravelha semi-aberta. A porteirase abria para um caminho deterra, com árvores dos doislados que lhe faziam sombra.

A sombra de uma dasárvores, um homem estavadeitado, cabeça coberta comum chapéu, parec ia queestava dormindo:

- Bom dia, d isse ocaminhante.

- Bom dia, d isse ohomem.

- Estamos com mui tasede, eu, meu cavalo e meucachorro.

- Há uma fonte naquelaspedras, d isse o homem eindicando o lugar.

Podem beber à vontade.O homem, o cavalo e o

cachorro foram até a fonte emataram a sede.

- Mui to obr igado, e ledisse ao sair.

- Vol tem quandoquiserem, respondeu ohomem.

- A propósito, disse ocaminhante, qual é o nomedeste lugar?

- Céu, respondeu ohomem.

- Céu?- Mas o homem na

guarita ao lado do portão demármore disse que lá era océu!

- Aqui lo não é o céu,aquilo é o inferno.

O caminhante f icouperplexo.

- Mas então, disse ele,essa informação falsa devecausar grandes confusões.

- De forma a lguma,respondeu o homem. Naverdade, eles nos fazem umgrande favor.

Porque lá ficam aquelesque são capazes deabandonar até seus melhoresamigos…

(Autor Desconhecido)

ESPIRITISMO CURADEPRESSÃO?

Nenhuma casa espírita cristãverdadeira promete cura a umenfermo. Antes, lhe ofereceevangelização, orações, passemagnético e água fluidificada,que ajudam no tratamento.Quem cura é somente Deus e,para obter cura , sãoimprescindíveis merecimento efé. Assim se explica porqueJesus, que curava todas asdoenças, nunca prometeu curartodos os doentes, mas somenteaqueles que, praticando o bem,aceitassem seu jugo, que ésuave e seu fardo, que é leve.Na Sua bondade infinita, o PaiCelestial faz continuamentedescerem à Ter ra médicosdedicados e cada vez maiscompetentes, trabalhando napesquisa e na prática de umamedic ina em perene eextraordinária evolução.Procuremo-los, primeiro de tudo.Depressão é “doença-fantasma”Depressão é uma expressãorelativamente nova para indicardesânimo menta l e f ís icodoentio.Os espíritos Emmanuel e AndréLuiz, no livro Espírito e Vida,editado pela Federação EspíritaBrasileira, a incluem na relaçãodas “doenças-fantasmas”, cujasolução está em nós mesmos.Para e les , suas v í t imasconstituem “longas fileiras deirmãos nossos que não apenasin fe l ic i tam o lar onde sãochamados à sustentação doequi l íb r io , mas igua lmenteenxameiam nos consultóriosmédicos e nas casas de saúde,tomando o lugar denecessitados autênticos”.Esses instrutores espirituaisreferem-se “às criaturas menosvigilantes, sempre inclinadas aoexagero de quaisquer sintomasou impressões e que se tornamdoentes imaginários, vítimas quese fazem de si mesmas nosdomín ios das molést ias-fantasmas. Experimentam, àsvezes, leve in tox icação,superável sem maiores esforçose, dramatizando em demasiapequeninos desa justesorgânicos, encharcam-se dedrogas, respeitáveis quandonecessár ias , mas quefuncionam à maneira de cargaselétricas inoportunas, sempreque impropriamente aplicadas.At ing ido esse ponto ,semelhantes devotos dafantasia e do medo destrutivocaem fisicamente em processosde desgaste , cu jasconsequências ninguém podeprever, ou entram, de modo

imperceptível para eles, nascalamidades sutis da obsessãoocul ta , pe las qua isdesencarnados menos felizeslhes dilapidam as forças.Depois d isso, ins ta lada aalteração do corpo ou da mente,é natural que o desequilíbrio realapareça e se conso l ide,t razendo a té mesmo adesencarnação precoce, emagravo de responsabi l idadedaqueles que se entibiam dianteda v ida, sem coragem detrabalhar, sofrer e lutar.”Aviso salutar da própria alma Vêm conselhos de Emmanuel eAndré Luiz:“Se surge a depressão nervosa,examinemos o teor dasemoções a que este jamosentregando as energias dopensamento, de modo a saberse o cansaço não se resume aum aviso salutar da própriaalma, para que venhamos aclarear a existência e o rumo.Antes de lançar qualquer pedidoangust iado de socorro ,aprendamos a socorrer-nosat ravés da autoanál ise ,criteriosa e consciente.Ainda que não seja por nós,façamos isso pelos outros,aqueles outros que nos amam.Combatamos as doenças-fantasmas, que são capazes detransformar-nos em focos depadecimentos injustificáveis aque nos conduzimos por fatoreslamentáveis de auto-obsessão.”Em outra obra, Coragem, ediçãoCEC (Comunhão Espí r i taCristã), temos este acréscimo

de Emmanuel, sobre o mesmoassunto:“Se trazes o espírito agoniadopor sensações de pessimismo etristeza, concede ligeira pausaa ti mesmo, no capítulo dasprópr ias af l ições, a f im derac ioc inar. Se a lguém teofendeu, desculpa. Se feristealguém, reconsidera a própriaatitude. Contratempos do mundoestarão constantemente nomundo, onde est iveres.Disc ip l ina é a l icerce daeducação.Circunstâncias constrangedorasassemelham-se a nuvens queaparecem no firmamento dequalquer clima. Agradar a todos,ao mesmo tempo, é realizaçãoimpossível. Mudanças equivalema tratamento da alma, para osajustes e reajustes necessáriosà vida.Conflitos íntimos atingem todacriatura que aspire a elevar-se.Fracassos de hoje são liçõespara os acertos de amanhã”.Completando a l i ção, umapalavra de Francisco CândidoXavier:“Vigie seus pensamentos,porque eles se tornarãopalavras. Vigie suas palavras,porque elas se tornarão seusatos. Vigie seus atos, porqueeles se tornarão seus hábitos.Vigie seus hábitos, porqueeles sem tornarão seucaráter. Vigie seu caráter,porque eles se tornarão o seudestino”.

JÁVIER GODINHO

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03 Espiritismo para todos Setembro de 2014

CHICO XAVIER FALA SOBREUMBANDA E CANDOMBLÉRespostas

sobre UMBANDA ÉCANDOMBLÉ dadas

pelo médiummineiro CHICO

XAVIER no programaPinga Fogo de 1971

UMBANDAPergunta: Quem são os

“pretos-velhos”, “exus” e“pombas-giras” queincorporam na Umbanda? Sesão espíritos de luz, por quehá necessidade de cigarro,cachaça e sonsbarulhentos?

Resposta: Para espíritosde luz, ou seja, espíritossuperiores e puros, não existemnecessidades materiais. Osespíritos que trabalham nosterreiros, em sua grandemaioria, são aqueles que aindaguardam grandes necessidadesdas sensações terrenas e porisso usam os médiuns paraabsorve-las; quando não têm,fazem-no através dosdespachos. São, naclassificação da DoutrinaEspírita, chamados de espíritosmais simples. É claro que existemaqueles outros que, mesmotendo condição moral maiselevada,

manifestam-se nosterreiros de Umbanda,guardando os procedimentos aliadotados.

CANDOMBLÉ Pergunta: Qual a

diferença entre as entidadesde luz da Doutrina Kardecistae os orixás do Candomblé,que são reverenciados emseus templos com bonspratos, roupas tradicionais emúsicas? Isso não seriaprendê-los ao materialismo?

Resposta: Primeiro;devemos esclarecer que aDoutrina não é Kardecista e simdos Espíritos. Allan Kardec foi ocodificador dessa Doutrina, ouseja, através de método

científico, reuniu e compilou, coma ajuda de vários médiuns, asinformações que hojeconhecemos editadas nos livrosbásicos da Doutrina Espírita.

Quanto à diferença entre“entidades de luz”, ou seja,espíritos de luz e os orixás doCandomblé; esta reside no fatode que os espíritos de luzencontram-se em elevadacondição de evolução moral,estando, portanto, livres dassensações materiais.

Sem dúvida que asoferendas que recebem os“orixás” os prendem à matéria.

Da Obra “Plantão DeRespostas “ – Emmanuel EFrancisco Cândido Xavier.

O caso dos 33 mineiroschilenos soterrados que sesalvaram, bem como umoutro caso de grandehonestidade, reportado nos“media”, são focos de luznesta noite sombria por quepassa o planeta Terra, acaminho de melhores diasque virão, de acordo com asopiniões dos EspíritosSuperiores.

Há meses, o mundocondoeu-se com a “sorte” dos 33mineiros chilenos, soterrados. Amorte era a mais provávelsolução para o caso, de talmodo era difícil a situação dosmesmos, e as parcaspossibilidades de salvamento.

No entanto, passandopouco tempo, todos eles saíramdas profundezas da Terra, comoheróis, levando-nos a profundasreflexões.

O Homem, quandocolocado perante a dor, osofrimento, e quando conseguesair do casulo do seu egoísmo,(seja à escala pessoal, grupal,nacional, etc.), conjugandoesforços, partilhando saberes,experiências, consegue levarpor diante tarefas grandiosas echeias de êxito, como a doresgate dos felizes mineiros.

Que grande lição deram aomundo, todos aqueles homensque estiveram integrados noprocesso de resgate, à escalamundial, dos 33 mineiroschilenos.

QUE GRANDES EXEMPLOS....Afinal a felicidade é

possível, afinal é possívelerradicar a fome, a miséria,acabar com as guerras nomundo e construir um mundomelhor, assente nos alicerces dafraternidade, da amizade, doAmor, estratégia estáapresentada há 2 mil anos porJesus de Nazaré, eestupidamente ignorada pelahumanidade, que persiste noegoísmo, no ódio, no orgulho,resumindo, no sofrimento quetodos esses vícios moraisacarretam (leia-se “O Livro dosEspíritos” de Allan Kardec).

Há dias (em Outubro de2010, Portugal), folheando ojornal diário enquantosaboreava um café, deparei-mecom rara notícia: um emigranteportuguês a trabalhar na Suíça,perdera a carteira na estaçãoferroviária de Campanhã, noPorto, Portugal, carteira estaque continha 5.900 francossuíços. Alguém a encontrou edevolveu-a, entregando-a nabilheteira. Depois de entregueao seu dono, este tentou, semêxito, descobrir a alma nobre queanonimamente tivera tal ato dehonestidade. Tentou dar umagorjeta ao empregado dabilheteira, como forma deagradecimento, mas este negou.

Fiquei a pensar com osmeus botões, como é bela a vidaquando vista pelo prisma dahonestidade, da correção e decomo ela nos abre novos

horizontes existenciais.Afinal a felicidade é

possível, afinal é possívelerradicar a fome,

a miséria, acabar com asguerras no mundo econstruir um mundo melhor

A Doutrina Espírita alerta ahumanidade para anecessidade do auto-burilamento, da reforma íntima,do exemplo, ao invés deexigirmos aos demais os atosque no quotidiano não fazemparte do nosso dia-a-dia:honestidade, correção,dignidade.

Nesse dia, senti orgulho deser português, orgulho daquelesexemplos vivos e anónimos dehonestidade.

No caso dos 33 mineiros,senti orgulho de pertencer, nestaexistência carnal, à humanidadepassageira do planeta Terra.

Folheando “O Livro dosEspíritos” bem como “OEvangelho Segundo oEspiritismo” (ambos de AllanKardec), encontramos asdiretrizes seguras para umaexistência mais feliz, mais justa,mais coerente, com normas bemdelineadas, para que se consigade uma vez por todas,ultrapassar a grande chaga queenvolve a humanidade: oegoísmo.

Que grandes exemplos deespiritualidade, de humanidade,de retidão de carácter podemosencontrar nestes 2 casos, um

deles mediático e o outro semgrande realce.

Serão religiosos osintervenientes nestes 2 casos?Serão seguidores de algumareligião ou doutrina espiritualista?

Não sabemos, mas também,que importa, perante a grandezade tais exemplos?

“A semeadura é livre, masa colheita é obrigatória”,esclareceu-nos Jesus de Nazaré,explicando-nos assim, em termossimples, que, amanhã, quer nomundo espiritual quer no mundo

carnal, cada um colherá o quehouver semeado no seuc o r a ç ã o . C u m p r e - n o sintrospecionar e meditar sobreo que temos feito pela pazíntima, pela paz social, pela pazna família, pela paz no país epela paz no mundo.

Afinal, começa e acabatudo no nosso íntimo, seja asemeadura seja a colheita,sobre a forma de aflições oubem-estar, conforme as nossasatitudes, pensamentos,sentimentos.

ALGUMAS CURASNÃO DEVEM SER

REALIZADASAndré Luiz, conta no livro

“Missionários na Luz”, cap. 12,a história de um Espírito que, emsua última encarnação, cometeurevoltante crime, assassinandoum pobre homem a facadas naregião do estômago.

Este ato impensado levoueste Espírito a grandes aflições,porque a vítima desencarnadao obsedou dia a dia até suadesencarnação. E após suadesencarnação, além doremorso natural, foi pararegiões umbralinas, sofrendo aligrandes af l içõestambém. Depois de muitotempo, quando estavaconsciente do erro que cometeu,ajudou sua vítima “diminuindo”assim seu débito. Então, parareparar de vez o crime, ele pediuque, na sua nova encarnação,desencadeasse nele, umaúlcera de importância quecomeçaria a incomodá-lo logoque chegasse à maioridadefísica. Carregaria a própriaferida, conquistando, dia a dia,a necessária renovação.Sofreria e lutariaincessantemente,desde aeclosão da úlcera até suad e s e n c a r n a ç ã o . V A M O SANALISAR: Imaginemos então,este Espír i to já encarnado.

Devido ao esquecimento aoreencarnar, provavelmente,procurará a cura para suadoença na medicina e nãoencontrará. Então,certamente dirá: “Estesmédicos, não sabem nada,porque são todosmercenários!” Ele talvez,procurará fazer promessas naIgreja Católica, e nada . . .Talvez fará oferta no temploprotestante, e nada . . . Talveztomará passes na CasaEspírita, e nada também. Sefor adepto da saúde, nãofumando, não bebendo,ingerindo al imentossaudáveis, fazendo exercíciosfísicos, etc., alguém dirá: “Távendo! O que adiantou cuidarda saúde? Por isso, fumo,bebo, como de tudo . . .”

Esta atitude é comum,para quem não vê além damatéria. Então, busquemos aajuda médica da Terra ejuntamente a ajuda espiritual,mas sempredizendo: ”SENHOR, SEJAFEITA A VOSSAVONTADE.....” Só ele sabe donosso passado, das nossasnecessidades, débitos e dosnossos pedidos antes deencarnar.

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04 Espiritismo para todos Setembro de 2014

O MUNDO ESTÁ LOUCO... (ESTARÁ)?

As pessoas são unânimes:“o mundo está louco”, dizem,“está tudo doido”, “guerras emais guerras, mortes, violênciabrutal, escândalos, roubos,mentira, falsidade”.

Aparentemente, não existeesperança no horizonte, não hávolta a dar.O medo espalha-se,qual vírus contagioso.

Os direitos humanos,foram pela sargeta abaixo.

Os princípios ético-morais,foram substituídos pelomaterialismo caduco e ferozque, transformou o ser humanonuma máquina de produção.

As doenças psicológicascampeiam, os casamentosdestroem-se, os suicídiosaumentam. Busca-se a causa detanta desgraça nos modelosmacroeconómicos, nas políticasde direita ou de esquerda, noFMI, no BCE, no grupo deBilderberg.

Procuram-se os “culpados”algures, fora de nós…

No entanto, nós fazemosparte da sociedade terrestre, domundo louco que criticamos e,contribuímos para que eleesteja como está, com osnossos pensamentos,sentimentos e atitudes.

Entretanto, veio a Físicaquântica e deu um golpe mortalno … materialismo.

Tudo é energia, não existematéria, mas sim energia emdiversos estados, alguns deleso que denominamos de

É convicção que o mundo… está louco! Quem odiz, é cada um de nós, mas qual será o mundo

louco? O que vemos, o dos outros, ou nós tambémfazemos parte desse mundo? E nós, como estamos,

como habitantes desta grande nave terrestre?“matéria”.

Os Espíritos já tinhaminformado isso há 157 anos (OLivro dos Espíritos) quandoAllan Kardec compilou oEspiritismo (Doutrina Espírita ouDoutrina dos Espíritos), isto é,os ensinamentos dados pelosEspíritos, através de inúmerosmédiuns, num trabalho exaustivoe científico, usando o métodoindutivo, o método experimental.

Ver o futuro pelos binóculosultrapassados do materialismo,é o mesmo que estudar ciênciaspelos livros do século XIX.

Há que estarmos atentosaos novos paradigmas que asociedade nos apresenta e, queos cientistas têm atestadomundo fora, vindo de encontroaos postulados espíritas: a vidacontinua após a morte do corpofísico, a comunicabilidade com omundo espiritual é possível emcertas condições e, areencarnação é uma realidadecientífica.

Não há como fugir darealidade dos casos sugestivosde reencarnação (CSR), datranscomunicação instrumental(TCI), da transcomunicaçãomediúnica (TCM), dasexperiências de quase-morte(EQM’s), das visões no leito demorte (VLM’s) e dasexperiências fora do corpo(EFC’s).

Remontando aos temposde Jesus de Nazaré, eleapontava para o fim do mundo

e, para aqueles que herdariama Terra.

Actualmente, os bonsEspíritos explicam que esseensinamento refere-se a umperíodo de transição, ao longodo 3º milénio, onde haverá o fimdo mundo de misérias morais emateriais e, que somente osespíritos mais pacificadosvoltarão a reencarnar na Terra,havendo a separação do “trigodo joio” e, assim, os espíritosbelicosos reencarnarão emplanetas inferiores, servindoassim de expiação para osmesmos e, simultaneamente, demotor de desenvolvimento paraa sociedades pouco evoluídasque encontrarem.

Os tempos são pois deesperança, nunca houvetanto bem,

tanto voluntariado, tantasolidariedade, mas isso nãoaparece

nas televisões que,ainda são canais de notíciasdeprimentes

e escandalosas,perturbando assim quem asvê.

Apesar das dificuldades porque quase todos passamos, osbons espíritos são unânimes emincentivar-nos à calma, àesperança, à compreensão, àtolerância e entendimento,estimulando o ser humano acolocar em prática, nestesmomentos de decisões difíceis,o ensinamento evangélico de“não fazermos ao próximo oque não queremos que nosfaçam”.

O Espiritismo tem comomáxima “Fora da caridade nãohá salvação”, incentivando-nosà caridade para connosco e para

com o próximo, objectivandoacima de tudo, a melhoriaíntima, a superação dosdefeitos e, a amplificação dasvirtudes. Não nos iludamos… éum trabalho urgente,intransferível e inevitável, maiscedo ou maistarde!Conhecendo-se, ohomem pacifica-se e,pacificando-se, o desmoronardas más práticas sociais não oatormentam, antes felicita-sepor ver essa mudança, passo apasso, mas contínua, com areencarnação de espíritos maisevoluídos que, já aí estão soba forma de nossos filhos e, quetrazem no bojo do seusubconsciente uma vontadeférrea de mudar o estado emque se encontram associedades.

Dizem-nos os bonsespíritos, que vivemostemporariamente num corpo de

carne, numa grande nave com7 mil milhões de habitantes e,que nesta viagem breve decerca de 80 anos, devemosapostar o máximo que pudermosna nossa reforma íntima.

Evoluindo intelectual emoralmente, o homem vaiascendendo na sua escalaevolutiva ao nível espiritual,tendo reencarnações cada vezmais felizes, assim faça por isso.

Os tempos são pois deesperança, nunca houve tantobem, tanto voluntariado, tantasolidariedade, mas isso nãoaparece nas televisões que,ainda são canais de notíciasdeprimentes e escandalosas,perturbando assim quem as vê.

“Nascer morrer,renascer ainda, progredirsem cessar, tal é a lei”.

Bibliogarfia:Kardec, Allan – O Livro

dos Espíritos

Pelo que depreende doestudo do Espiritismo, asdoenças nascem do Espírito. Osmaiores causadores de doençassão a raiva, a mágoa, asfrustrações, o rancor, a inveja, osentimento de culpa. São essessentimentos que provocam asdoenças do corpo físico.

Todos os dias os jornaisdivulgam novas pesquisas sobreos benefícios ou malefícios dedeterminados alimentos emnossa saúde. Também tem sidomuito difundida a recomendaçãoda prática de exercícios físicospara a manutenção e melhorade nossa saúde física eemocional.

Assim como muitaspessoas, tenho cuidados com aalimentação e pratico exercíciosfísicos regularmente. Desde quesem exageros, sabemos queesses hábitos só têm a contribuirpara o nosso bem-estar.

O que é bem menosdivulgado é que, do mesmomodo que somos responsáveispela saúde, também somosresponsáveis pelas doenças. Asdoenças nascem não só dodescuido com o corpo,mas principalmente dodescuido com as nossasemoções.

ESPIRITISMO E AS DOENÇASOs maiores causadores

de doenças são a raiva, amágoa, as frustrações, orancor, a inveja, o sentimentode culpa. São essessentimentos que provocam asdoenças do corpo físico. Asemoções atingemimediatamente o corpo físico,que serve como um dreno poronde escoam essas energiasnegativas. Só que muitas nãoescoam, não fluem, ficam presasao corpo físico e se manifestamem algum órgão em forma dedoença.Todas as doenças seoriginam do espírito. O que nãotem origem nesta vida temorigem em reencarnaçõespassadas. Muitas pessoas nãoaceitam este fato, ou só oaceitam parcialmente. Mas nãohá como fugir a essaconstatação. O corpo físico éapenas reflexo do corpo astral(ou perispírito).

Tudo o que estáregistrado em nosso corpoastral se manifesta em nossocorpo físico.

Você conhece pessoasque são viciadas em doenças.Falam de suas doenças comcarinho, com uma espécie deorgulho. No ambiente detrabalho, em casa, na fila do

banco, em qualquer lugar épossível ver pessoascompetindo para ver que é maisdoente. Trocam informações,nomes de remédios, não omitemnenhum detalhe de seussintomas e dores.

A doença é o modo quemuitas pessoas carentes deafeto acham para chamar aatenção. Quanto mais detalhesmórbidos, mais atençãodespertam. É um modo de seremouvidas, consideradas. Seapaixonam pelas própriasdoenças. Quando você encontraalguém assim, a primeira coisaque ela faz é lhe passar orelatório completo de suasdoenças. Onde dói, como dói, oque ela tomou, o que o médicodisse, o que o outro médicodisse.

Se algumas dessaspessoas ficassem curadas derepente, perderiam o sentido davida. Claro que não são todasas pessoas doentes que gostamde suas doenças. Há pessoasque nascem com doençasgraves, com limitações físicasque terão que suportar pela vidatoda. Outras adquirem qualquermoléstia ou enfermidade nodecorrer da vida, e a cura nemsempre está ao seu alcance.

Nem todos se conformam.Muitos se acham injustiçados,acham que a vida está errada equestionam a Justiça Divina.Não aceitam o fato de que sãoelas mesmas que causaram ouescolheram suas doenças.

Mesmo dentrodo Espiritismo há quem acheessa abordagem muito dura.Acham cruel generalizar. Ficamcomovidas com casos dedoenças graves em crianças oupessoas sabidamente boas. Ador dessas pessoas dói nelas.

Não sou insensível. Com apopularização das redessociais, todos os dias nosdeparamos com imagens depessoas que sofrem dedoenças terríveis. Mas se

aceitamos que somos osresponsáveis pelos nossos atos,que colhemos o que plantamos,que nossos males morais foramprovocados por nós mesmos eque compete a nós modificá-los,por que seria diferente com osmales físicos?

São as nossas emoçõesque provocam as doenças. Acura também passa pelasnossas emoções. Não estoudizendo que devemos abrir mãoda medicina, pelo contrário.Temos que aproveitar osavanços que conquistamos. Mas a cura, real, verdadeira edefinitiva para qualquer mal queatinja o nosso corpo está nocontrole das nossas emoções.

Morel Felipe Wilkon

Page 5: Espíritismo para todos setembro de 2014

05 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Portugal teve mais umato eleitoral no dia 25 de Maiode 2014, procurando elegeros seus representantes aoparlamento europeu. Nomeio da campanha eleitoral,promessas, festas, festarolase o ato de votar, fica umasensação de que as pessoasnão acreditam nos seus“representantes” políticos,de tal modo é o nível daabstenção. E que tem isto aver com a Doutrina Espírita(ou Espiritismo)?

Quando a Doutrina dosEspíritos surgiu em meados doséculo XIX, operou-se umarevolução na Terra: o Espiritismomatou a morte, demonstrando àsaciedade, a imortalidade doEspírito, a reencarnação e acomunicabilidade dos Espíritos.Até então, acreditava-se de umamaneira ou de outra na vidaalém da morte, a partir dessemomento, essa vida futura ficoudemonstrada de tal modo que,somente as pessoas muitodistraídas ainda não seaperceberam disso.

O Espiritismo ensina-nosque vivemos na Terra, nummundo de expiação e provas,onde o mal ainda se sobrepõeao bem, pese embora a fase detransição para um nível superiorque se operará durante o 3ºmilénio. Nesse sentido,verificamos a desigualdade

AS ELEIÇÕES E O ESPIRITISMO...social, o egoísmo (base detodos os defeitos) desenfreado,aliado ao materialismoanestesiante, a consumirem obem-estar e as oportunidadesde felicidade do ser humano.

A Doutrina Espírita ensina-nos que à medida que o homemfor evoluindo intelectual emoralmente, ao longo das vidassucessivas (reencarnações), vaitendo sede de justiça, de paz,de harmonia, de fraternidade.

As leis dos homens,embora procurando na suagénese serem universais ejustas, são ainda muitoimperfeitas, procurando namaior parte das vezes, facilitara ocultação de crimeseconómicos, entre outros. Ajustiça, bem inalienável segundoas Constituições dos países naTerra, é acessível apenas aosricos, havendo muitas vezesuma relação de causa e efeitoentre a capacidade de pagar aadvogados caros e o desenlacedos processos judiciais.

Dizem os bons espíritos queestamos numa fase evolutiva,do ponto de vista espiritual,ainda muito primitiva e, que aolongo dos séculos, as leis doshomens vão-se aproximandodas leis divinas, da Lei Natural,das Leis Morais, que podemosencontrar por exemplo na obra“O Livro dos Espíritos”, deAllan Kardec. Quando tal

desiderato acontecer, não maisos homens procurarão enganaroutros homens, não mais oegoísmo será o paradigmadominante, e a noção de justiçasocial, de equidadediferenciada, de irmandade,será uma realidade sentida porcada ser humano, quetransportará de modoconsciente (o que ainda nãoacontece) no seu íntimo, acerteza da perenidade das leisdivinas.

Com a reencarnação,novos espíritos aí estão, afim de mudarem

o paradigma existencialda sociedade, baseado noegoísmo,

pelo paradigma dasolidariedade e do amor aopróximo.

Gerindo-se pela suaconsciência, onde estãoinscritas as leis de Deus, ohomem não mais ludibriará, nãoabusará dos dinheiros públicose, a política será encarada comouma nobre missão de servir opovo, seus irmãos em evolução.Provavelmente, os eleitos serãode outra forma, pela suacapacidade ético-moral-intelectual, um pouco àsemelhança do mundo espiritual,onde os líderes se destacampela sua grandeza moral, pelasua evolução que se impõenaturalmente, pela gentileza,

pela bondade, pelo Amor,características próprias dosespíritos nobres e evoluídos.

Para aqueles quedescrêem do futuro, oEspiritismo explica que taltransformação moral na Terraserá mais rápida do que sepensa, através do fenómenonatural da reencarnação (que jáestá a ocorrer) onde espíritosmais evoluídos moral eintelectualmente estão a voltarao planeta, a fim de darem um“empurrão” na senda daevolução. Esses seresespirituais, nossos filhos, vêmcom novas ideias, novas noçõesde justiça e de equidade e,serão em breve os futuros

gestores, governantes,agricultores, artistas, teólogos,filósofos, cientistas, etc…, quecatapultarão a Terra para novoshorizontes existenciais, maisjustos e felizes.

Até lá, façamos a nossaparte, dando o exemplo deretidão, de honestidade, decaridade, sem cogitar dos errosalheios que não podemossolucionar.

Relembrando Jesus deNazaré, cada um de nós voltaráà pátria espiritual com aquilo quesemear e colher nesta vida,dentro da assertiva de que “asemeadura é livre mas acolheita obrigatória”.

Publicado por José Lucas

O ESPIRITISMO E A SAUDADEO espiritismo é uma

doutrina consoladora, por nosdemonstrar a continuidade davida após a separação terrena.Mas devemos reconhecer que ofato de sabermos que a vidacontinua não ameniza asaudade, pois é difícil superar osilêncio. Esse silêncio que dói eque não é preenchido por nada.

Talvez se tivéssemos emmente, se nos lembrássemoscom frequência, que todosaqueles que amamos um dia vãopartir da matéria, muitos delesantes de nós, talvez então osvalorizássemos mais, talvezentão notássemos mais as suasvirtudes e menos os seusdefeitos.

Mas isso também vale paraquem, por algum motivo, estejaafastado dos seus. É claro queentão a saudade ainda dói, masao mesmo tempo alenta, porqueo reencontro não depende deque todas as pessoas estejamnovamente no mesmo plano…Sem contar que hoje temos oauxílio inestimável datecnologia. Não é a mesmacoisa? Claro que não, maspouco tempo atrás não existia,não havia esse consolo. Algumtempo atrás, quem imaginariaver suas pessoas queridaspelo webcam, estando empraticamente qualquer lugar domundo?

Uma coisa a ser evitada nosmomentos de saudade éjustamente pensar nela. Antes

de deprimir-se, é melhor semanter ocupado com coisasúteis. Não há um monte decoisas que deixamos pra fazerquando tivermos tempo? Poisque se aproveite o espaço vaziodeixado pela saudade paraocupar-se com essas coisas.

A palavra saudade sóexiste na língua portuguesa, esua etimologia é a mesma dapalavra solidão.

E são realmentesentimentos que se confundem.Pois a solidão também pode seraproveitada para coisas que emoutras ocasiões e circunstânciasnão seriam possíveis. É nasolidão que entramos emcontato com nós mesmos,com nosso universo interior. Nasolidão podemos encontrarrespostas seguras para asincertezas que alimentamos, eesse contato com nosso íntimoé que nos dá coragem paraenfrentar as dificuldades dapassagem pela Terra.

Quando estiver de braços

com a saudade, não permita queela se transforme numa prisãoemocional, impedindo que vocêsaiba aproveitar os dias que derepente ficaram mais compridos,impedindo que você domine oseu pensamento, que vocêdomine as lágrimas, que vocêdomine o desânimo que bateà porta ameaçadoramente.

Não! Todos os períodos davida são importantes, nenhum serepete, com toda a certeza umdia a oportunidade deaprendizado e vivência dessemomento da sua vida lhe serácobrado, e é bom que você tenhaaproveitado. Seja útil, seja útilaos outros, aos que ficaram, sejaútil a você!

E quando puder estarnovamente ao lado das pessoasque ama, aproveite ao máximo,viva cada detalhe, cadamomento; sabe-se lá quandoterá outro abraço como esse? Étriste? Talvez. Seria pior se nãohouvesse o reencontro nestavida; pior ainda se não houvesse

amanhã. Mas a vida é um diadepois do outro, cada um deveser aproveitado ao máximo, comsaudade ou sems a u d a d e . Q u a n t aoportunidade um dia nosoferece!

Que o vazio da ausênciaseja preenchido com bonspensamentos e atividades

construtivas.E que se aproveite essa

oportunidade de aprendizadopara, no decorrer dessa vida epela eternidade, darmos odevido valor às coisas simples,que não exigem nada deextravagante para serem feitas,basta a presença daqueles queamamos.

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06 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Jorge Hessen

EM SÃ CONSCIÊNCIA, QUEM PODEARREMESSAR A PRIMEIRA PEDRA?

Vivemos uma dessasincomuns ocasiões em que, apartir de uma novarepresentação tecnológica, isto é,de uma nova relação com asociedade moderna, um novomodelo de humanidade éconcebido. Estamos num estágiosocial em que o mundo virtual équase o real; contudo, ele nosbrota como sonho. Algunssonham com cuidado, outros sesubmergem nos cipoais dosdesvarios oníricos. Em todosesses estágios há o perigo deessa situação virar pesadelo.Esse é o preço que o homempaga pelo avanço da Tecnologiada Informação (TI), apesar demuitos cidadãos ainda não teremse dado conta de que seus atospelas vias virtuais estãoestabelecendo desastres moraisde consequências imprevisíveis.Vejamos: a questão aquicolocada como inquietante é oduplo adultério ocorrido pelasferramentas virtuais,desaguando na vida real.

Um casal bósnio está sedivorciando, depois de descobrirque um traía o outro em chats naInternet. Detalhe: elescomeçaram o relacionamentovirtual usando pseudônimos, esó descobriram a verdadequando combinaram umencontro real com os “novosparceiros”. Sana Klaric, 27 anos,e seu marido Adnan, 32, usavamos pseudônimos de “Sweetie” e“Prince of Joy” em salas de bate-papo. Conheceram-se einiciaram uma relação,confidenciando-se mutuamenteos problemas que tinham em seucasamento. 1

Os dois estavamconvencidos de ter finalmente

encontrado sua alma gêmea eresolveram marcar um encontroreal para se conhecer, edescobriram a verdade. A esposadisse que “de repente estavaapaixonada, parecia que eu e“Prince of Joy” [pseudônimo doesposo] estávamos amarradosno mesmo tipo de casamentoinfeliz”. “Depois, me senti tãotraída”, disse a esposa. O marido,por sua vez, continua sem poderacreditar no que aconteceu. “Édifícil pensar que “Sweetie”[pseudônimo da esposa], queescreveu coisas tãomaravilhosas para mim [Prince ofJoy] , é na verdade a mesmamulher com quem me casei eque, por anos, não foi capaz deme dizer uma única palavraagradável”. 2

Sem dúvida estamos diantede insólita ocorrênciainteiramente edificada sobre asareias de um casamentoarruinado, da escapatória doconsórcio por meio da recíprocainfidelidade conjugal e daautocomiseração em face domútuo adultério. Diante do fato,tenta-se a busca do “divórcio”para “resolver” a demanda dedois corações lesionados.Compreendemos que a traiçãodói de todas as maneiras, sejaela virtual ou real.

Perante a deslealdadeconjugal, grande contingentepessoas exibem duas fases dereação: protesto e desespero. Apessoa se contorce, grita, chora,implora por uma nova chance. Jána segunda fase, a reação serámuito parecida com a depacientes em depressão: falta devontade de interagir socialmente,perda de apetite, insônia edesinteresse por qualquer

atividade. Obviamente não existeadultério onde reina sinceraafeição recíproca.

Não estamos aqui paralançar juízos sob o impérioconceitual de falsa superioridadeante os que se encontramdilacerados nos sentimentos.Sobre o adultério em sipreferimos recorrer à sentençado Cristo que diz: “atire-lhe aprimeira pedra aquele que estiverisento de pecado.”. 3 Estasentença faz da indulgência umdever para nós outros, porqueninguém há que não necessite,para si próprio, de indulgência.“Ela nos ensina que nãodevemos julgar com maisseveridade os outros, do que nosjulgamos a nós mesmos, nemcondenar em outrem aquilo deque nos absolvemos. Antes deprofligarmos a alguém uma falta,vejamos se a mesma censuranão nos pode ser feita.”. 4 Sobreo ditado “atire a primeira pedra”,é “curioso notar que Jesus, emse tratando de faltas e quedas,nos domínios do espírito, hajaescolhido aquela da mulher, emfalhas do sexo, para pronunciara sua inolvidável sentença.Todavia, dos milenares e tristesepisódios afetivos quereverberam na consciênciahumana, resta, ainda, por feridasangrenta no organismo dacoletividade, o adultério que, defuturo, será classificado napatologia da doença da alma,extinguindo-se, por fim, comremédio adequado.”. 5Infelizmente, o “adultério aindapermanece na Terra, porinstrumento de prova e expiação,destinado naturalmente adesaparecer, na equação dosdireitos do homem e da mulher,

que se harmonizarão pelo mesmopeso, na balança do progressoe da vida. Quando cada criaturafor respeitada em seu foro íntimo,para que o amor se consagre porvínculo divino, muito mais dealma para alma que de corpopara corpo, com a dignidade dotrabalho e do aperfeiçoamentopessoal luzindo na presença decada uma, então o conceito deadultério se fará distanciado docotidiano, de vez que acompreensão apaziguará ocoração humano e a chamadadesventura afetiva não terárazão de ser.”. 6 O EspíritoEmmanuel ilustra que “no rol dasdefecções, deserções, fraquezase delitos do mundo, osproblemas afetivos se mostramde tal modo encravados no serhumano que pessoa alguma daTerra haja escapado, no conjuntodas existências consecutivas, aoschamados “erros do amor”. 7“Quem não haja varado transesdifíceis nas áreas do coração noperíodo da reencarnação em quese encontre, investigue aspróprias inclinações e anseios no

campo íntimo, e, em sãconsciência, verificará que nãose acha ausente do emaranhadode conflitos, que remanescem doacervo de lutas sexuais daHumanidade.”. 8 Achamo-nosmuito longe da pureza docoração, e por isso mesmo, sealguém nos parece cair sobenganos do sentimento, nãocritiquemos; em vez disso,silenciemos e oremos a seubenefício. Nenhum de nósconsegue conhecer-se tãoexatamente a ponto de saberhoje qual a dimensão daexperiência afetiva que nosespera no futuro. Somosincapazes de examinar asconsciências alheias, e cada umde nós, ante a Sabedoria Divina,é um caso particular em matériade amor, reclamandocompreensão.

Referências bibliográficas:1 Disponível em http://

metro.co.uk/ acesso 12/08/20142 Disponível em http://

tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1920421-EI4802,00.html acessado

em 12/08/20143 João 8:7

NÃO ENVERGONHE OS OUTROS!Você já se sentiu

envergonhado? Você jáconstrangeu alguém? Devemosevitar ao máximo envergonharas pessoas. Não envergonhe osoutros! Poucas coisas causamtantos ressentimentos quantoferir os sentimentos de alguém,envergonhar alguém. Se for empúblico, então, o estrago é maiorainda.

Está certo que você podefazer isso algumas vezes sem sedar conta, não é de propósito.Mas será que não podemosmeditar um instante paraanalisar se o conteúdo do quedizemos não pode machucaralguém? Muitos de nós, amaioria, ainda é muito suscetívela mágoas e rancores. Não deviaser assim, e estamos evoluindo,mesmo que vagarosamente,para um dia não nosmelindrarmos tanto com avaidade ferida.

Mas ninguém quer serconstrangido em público, nemvocê, que se julga num nível umpouquinho mais elevado. Ah,não se julga? Então desculpe.Mas às vezes nos achamos

assim. Até que somos colocadosà prova, e percebemos queainda falta muito… Mas já houveprogressos, é o que importa.

O fato éque ninguém gosta de recebero r d e n sautoritárias, ninguém gosta deser repreendidoduramente, ninguém gostaque comentem sobre seusdefeitos, ninguém gosta deser criticado. Não se trata desaber quem está certo e quemestá errado.

Fazer alguém se sentirenvergonhado, além de ser umdos modos mais fáceis e rápidosde conquistar um inimigo, nuncaresolve nada; na verdade sócomplica ainda mais.

Você percebe o queacontece quando uma criança écontinuamente criticada? Vocêse dá conta de que a crítica afere profundamente? E vocêque é chefe, que temsubordinados: Já criticou algumdeles em público?

Não temos o direito dehumilhar alguém perante simesmo, muito menos perante os

outros. Ninguém quer sertratado como burro, mesmo queàs vezes se pareça comum; ninguém quer ser taxadode tímido, mesmo que seesconda atrás dasparedes, ninguém quer versuas falhas e fraquezasexpostas ao vento.

Algumas vezes é difícil secolocar no lugar de alguém, masnão nesse caso.

Basta lembrar-se de umasituação vergonhosa de que sefoi vítima, um episódio dehumilhação qualquer. Todos jápassaram por isso. Umarepreensão desajeitada podecausar uma desilusãoirreversível, pode estragar umaboa imagem. Você não se revoltaquando vê alguma manifestaçãode preconceito, em que a vítimaé tratada com desprezo? Claroque sim!

Só que são os casospontuais que provocam revolta.No dia-a-dia você mergulha nacorreria e esquece que écivilizado, esquece queé espírito imortal em busca deexperiência e aprendizado, e

que o respeito irrestrito aopróximo é uma das lições quedevemos aprender, é uma dasprovas que devemos gabaritar.

Procure valorizar o queos outros têm de bom. Em vezde envergonhar a pessoafalando de seus defeitos eerros, estimule-a ressaltandosuas qualidades. Se arepreensão for inevitável, e àsvezes é, repreenda depois;primeiro elogie.

As flores precisam da luzdo sol para desabrochar. Aspessoas precisam do elogiopara florescer. Todas elas,

mesmo aquelas que parecemfrias ou duronas.

Sejamos mais cuidadosose evitemos envergonhar aspessoas. Todos nós temos umagota de autoritarismo circulandojunto com o sangue, masdepende de nós permitir ou nãoque esse defeito milenar venhaà tona ou que sejadefinitivamente transformado.

Todos têm direito àdignidade, e somos nós, queestamos sempre buscando oaperfeiçoamento moral, quedevemos fazer valer esse direito.Não é mesmo?

JorgeHessen

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07 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Quando pessoa queridadesencarna é crucial resignar-nos, observando no fenômenoda “morte” a manifestação daLei de Deus que governa a vida.A desencarnação é a únicacerteza futura que temos. Todospassaremos por essa provisóriadespedida. Não há comotapearmos o pensamento arespeito desse impositivo danatureza. Em face disso,permitamos que o pensamentosobre a “morte” componha deforma ininterrupta e serenanossos estados mentais,reflexão sem a qual estaremosdesaparelhados, ou para oregresso inevitável oudespreparados paraarrostarmos com quietação a“morte” dos nossos entesqueridos.

Compreendemos que“nenhum sofrimento, na Terra,será talvez comparável aodaquele coração que sedebruça sobre outro coraçãoregelado e querido que o ataúdetransporta para o grandesilêncio. Ver a névoa da morteestampar-se, inexorável, nafisionomia dos que maisamamos, e cerrar-lhes os olhosno adeus indescritível, é comodespedaçar a própria alma eprosseguir vivendo.” (1)

Em verdade, depois dodesenlace, sobrevém ao“falecido” um período deinquietação transitória, variandoobviamente de espírito aespírito, consoante seu talhemoral, mormente no que tangeao desprendimento das coisasmateriais. Em verdade, nem todoEspírito se desuneimediatamente da carcaçabiológica. Entretanto, emqualquer circunstância, jamaisescasseará o socorro espiritual,sobretudo aos que fazem jus,proporcionado pelos bonsespíritos. É como elucidouJesus: “Em verdade vos digoque, se alguém guardar a minhapalavra, nunca verá a “morte”.”(2)

Quando a desencarnaçãode ente amado nos bata à porta,dominemos o desespero edissolvamos a corrente daaflição no manancial da prece,porquanto os desencarnadossão tão somente ausentes e ospingos de nossas lágrimas lhesaçoitam a consciência comochuva de fel. “Eles pensam elutam, sentem e choram,inquietam-se pelos que ficam.Ouvem-nos os gritos e as

A DESENCARNAÇÃO É A CERTEZA FUTURA QUE TEMOSsúplicas, na onda mental querompe a barreira da grandesombra e tremem cada vez queos laços afetivos da retaguardase rendem à inconformação.” (3)

O luto (4) pode variar muitodependendo das pessoas, do tipode “morte” e da cultura, mas queo caminho mais comum éentender que a pessoa partiu eredefinir a vida com a ausênciado ente querido. Uma das teoriasmais consagradas para elucidara reação humana durante o lutoé a dos “cinco estágios”,desenvolvida pela psiquiatrasuíça e reencarnacionistaElizabeth Kübler-Ross, em 1969.Segundo Kübler-Ross, atésuperar uma perda, as pessoasenlutadas passam por fasessucessivas de negação, raiva,barganha, depressão eaceitação. Cerca de 50% daspessoas lidam muito bem com a“perda” e volta à vida normal emsemanas. Apenas 15 % deenlutados desenvolvem gravesdificuldades que afetam aconvivência social, possivelmenteporque o “aceitar perdas”,especialmente aquelas referentesaos sentimentos, é enormementecomplexo e trabalhoso para taispessoas.

Se o luto não éessencialmente tão insuportávelquanto se concebia, e se a maiorparte dos enlutados conseguemsuplantar bem uma “perda”, porque razão algumas pessoas nãoconseguem superar o trauma?Pois os 15% atravessam anossobrevivendo como nos primeirose mais complicados períodos doluto. Essas pessoas nãoconseguem retomar a vida.Cultuam a dor, em uma espéciede luto crônico, chamado pelospsiquiatras de “luto patológico” ou“luto complicado”.

Transportando o sentimentopara a família, o luto podeprovocar uma grave crisedoméstica, pois exige a tarefa derenúncia, de excluir e incluirnovos papéis na cena familiar.Sigmund Freud, em “Luto eMelancolia”, remete-nos paraponderações razoáveis sobre odesencadear patológico da“perda” afetiva peladesencarnação. Entre suasteses, o pai da psicanáliseassegura que o luto é a respostaemocional benéfica, adequadapara a ocorrência da “perda”, jáque há necessidade do enlutadode reconhecer a “morte” comoevento, como realidade que seapresenta e que naturalmente

suscita constrangimento. O“pai da psicanálise” afiançaque na melancolia o enlutadoidentifica-se com o morto e, aodeparar com essa “perda”, apessoa entende que parte delatambém está indo; há umaidentificação patológica com o“de cujus”. Vemos então queno enlutamento melancólico háo que Freud chama de estadopsicótico, em que o ego nãosuporta essa ruptura e adoecegravemente.

A revelação Espíritademonstra que “morte” físicanão é o extermínio dasaspirações e anseios no bem,porém o ingresso para aexistência autêntica, para avida real. Sim! A existênciafísica é ilusória, fugaz,transitória demais. A separaçãodo corpo pela “morte” não éuma anomalia da natureza.Simplesmente transfere-se dadimensão física, para o sítioespiritual.

O chamado morto jaz naligação pelo pensamento, demodo que ele captura asorações que lhe foremdirecionadas e se sentiráapoiado com isso. Da mesmaforma ficará descansadosabendo que os familiaresestão resignados etrabalhando para que a vidaterrena continue semsobressaltos. Não olvidemosque em futuro mais próximo queimaginamos respiraremosentre os falecidos,comungando-lhes asnecessidades e os problemas,porquanto terminaremostambém a própria viagem nomar das provas terrenas.

Quando a saudade édolorida, há os que buscam ainstituição espírita para obterinformações do finado, porém,nem sempre é possívelobterem-se notícias sobre osparentes desencarnados; paratanto é necessário que elestenham condições morais e apermissão dos Bons Espíritos.Mas, para abrando de alguns,existem episódios em que ossaudosos poderão terencontros com seus entesqueridos no plano espiritual;isso poderá ocorrer durante osono, quando os Benfeitorespermitem essas aproximações,a fim de que sobrevenharenovação de ânimo entreencarnados e desencarnados.

De qualquer modo, otema “morte” ainda se revela

assunto quase inteiramenteincompreendido na Terra.Efetivamente, “morrer” (términoda vida biológica) e desencarnar(ruptura do laço magnético queune espírito ao corpo) sãofenômenos que nem sempreacontecem simultaneamente. Osintervalos de tempo paradesligar-se do corpo variampara cada Espírito. Para unspode ser mais dilatado, paraoutros é uma passagem rápida.

A intermitência de tempoentre a “morte” biológica e adesencarnação tem relaçãodireta com os pensamentos eações praticados enquantoencarnado. Ninguém topará como “céu” ou o “inferno” do lado de“lá”, porquanto o “empíreo” e a“geena” são conteúdos mentaisconstruídos aqui no plano físico.Após o fenômeno da fatalidadebiológica pela “morte”, cadaEspírito irá deparar com ocárcere ou a liberdade a que fazmerecer como fruto do desleixoou disciplina mental que cultivoudurante a experiência física.

Para os que alcançaramaproveitar a encarnação, semviciações e apegos, os quecumpriram a lei de amor, tornam-se menos densos os laçosmagnéticos que prendem oEspírito ao corpo. Nesse caso,a desencarnação será rápida,proporcionando adequadaliberdade, até mesmo antes desua consumação. Todavia, osindisciplinados que seafundaram nos excessos, nasviciações, nos prazeresmundanos, cunham intensasimpressões e vínculosmagnéticos na matéria, eunicamente alcançarão aliberação após um intervalo detempo, análogo ao tempo dedesequilíbrio vivido na carne.

Contudo, mesmo após a rupturados embaraços magnéticos, queo algemavam à vida física,padecerá, por tempo indefinido,dos tormentos disseminados nasvias de suas experiências no mal(eis aí a metáfora do inferno).

Ante os impositivoscristãos, devem-se emitir para osdesencarnados, sem exceção,pensamentos de consideração,paz e desvelo, seja qual for a suacondição moral. Temosconsciência da imortalidade, davida além-túmulo.

Allan Kardec nos remete aJesus, e com o Meigo Rabicertificamos que o fenômeno da“morte” é totalmente diferente.No túmulo de Jesus não há sinalde cinzas humanas, nempedrarias, nem mármoresluxuosos com frases queindiquem ali a presença dealguém. Quando os apóstolosvisitaram o sepulcro, na gloriosamanhã da Ressurreição, nãohavia aí nem luto nem tristeza.Lá encontraram um mensageirodo reino espiritual que lhesafirmou: não está aqui. Osséculos se dissiparam e o túmulo[de Jesus] permanece aberto evazio, há mais de dois mil anos.Seguindo, pois, com o Cristo,através da luta de cada dia,jamais localizaremos a amargurado luto por ensejo da “morte” depessoa amada, e sim a vida emplenitude.

Jorge HessenReferências bibliográficas:

(1) Xavier, Francisco Cândido.Religião dos Espíritos , ditado pelo

espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed.FEB, 1960

(2) JOÃO, 8:51(3) _________ Francisco

Cândido. Religião dos Espíritos , ditadopelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro:

Ed. FEB, 1960(4) Luto [do latim luctu] – 1.

Sentimento de pesar ou de dor pela mortede alguém.

Page 8: Espíritismo para todos setembro de 2014

08 Espiritismo para todos Setembro de 2014

A culpa e os pesares daconsciência são maiores quantomelhor o homem sabe o que faz.Kardec conclui primorosamenteeste ensinamento, afirmando que“a responsabilidade é proporcionalaos meios de que ele [o homem]dispõe para compreender o bem eo mal. Assim, mais culpado é, aosolhos de Deus, o homem instruídoque pratica uma simples injustiça,do que o selvagem ignorante quese entrega aos seus instintos” (1)

Há uma frase atribuída aChico Xavier que diz o seguinte: “osespíritas estão morrendo mal”. Defato: “Muitos espíritas estãodesencarnando em situaçõesdeploráveis, recebendo socorro emsanatórios no Plano Maior da Vidaem virtude das péssimas condiçõesmorais e psíquicas em que seencontram.” (2) No livro Vozes doGrande Além, Sayão, um pioneirodo Espiritismo no Brasil, afirmaque “nas vastidões obscuras dasesferas inferiores, choram ossoldados que perderaminadvertidamente a oportunidade davitória.

São aqueles companheirosnossos que transitaram noluminoso carreiro da Doutrina,exigindo baixasse o Céu até eles,sem coragem para o sacrifício dese elevarem até o Céu.Permutando valores eternos peloprato de lentilhas da facilidadehumana, precipitaram-se no velhorochedo da desilusão.” (3)

Aos espíritas sinceros e/ousimpatizantes do Espiritismoprecisamos alertar: “Ninguém temo direito de acender uma candeia

MUITOS ESPÍRITAS ESTÃODESENCARNANDO MAL

e ocultá-la sob o alqueire, quandohá o predomínio de sombrassolicitando claridade”. (4) Muitosespíritas que, presunçosamente, seautoavaliam equilibrados estãodesencarnando muito mal. Nessascondições, estão os espíritasdesonestos, adúlteros, mentirosos,ambiciosos, mercantilistasinescrupulosos das obras espíritas,os tirânicos dos Centros Espíritas,os que trabalham nas hostesespíritas só para auferiremvantagens pessoais, os supostosmédiuns que ficam ricos com avenda de livros de baixíssimo níveldoutrinário, etc., etc. Este últimoaspecto preocupa muito, pois,atualmente, existe uma enxurradade publicações de livros“psicografados” que não passam deficções de péssima qualidade.Livros com erros absurdos degramática, assuntos empolados,idéias desconexas, oriundas dos

subprodutos de mentes doentes, demédiuns e/ou supostos “espíritos”,que visam tirar dinheiro dos neófitoscom a venda de tais entulhosantidoutrinários, mas que enchemos olhos dos incautos pelaimaginação fantasiosa.

Insistentes, esses aparentes“psicógrafos” ou despreparados“espíritos” estão construindo densouniverso de sombras sobre oProjeto Kardeciano, confundindopessoas inexperientes, que batemà nossa porta em busca deesclarecimento e consolação.Esses “médiuns” e/ou “espíritosinferiores” ocultam, sob oempolamento (enganação), o vaziode suas idéias esquisitas. Usam deuma linguagem pretensiosa,ridícula, obscura, forçando a barrapara que pareça profunda.

Até quando? Eis a questão!O tempo urge.

Jorge Hessen

Não é o sangue que nosirmana, mas o espírito. Oslaços consanguíneos sãoilusórios e efêmeros. Kardecexplica no item 8 do capítuloXIV de O Evangelho Segundoo Espir i t ismo : “O corpoprocede do corpo, mas oespír i to não procede doespírito, pois já existia antesda formação do corpo. O painão gera o espírito do filho.Fornece- lhe apenas oenvoltório corporal, mas deveajudar o seu desenvolvimentointelectual e moral, para fazê-lo progredir”. Filhos de outrospais, procedentes de outrosangue, podem ser muito maisligados aos pais adotivos queos filhos consanguíneos.

Essa é uma das razõespor que os pais adot ivosgeralmente não queremrevelar a verdade aos filhosque adotaram. O amor paternoe materno ressurge ante o filhoque volta ao seu convívio.Mas Emma-nuel revela um dosaspectos da le i dareencarnação que exigeatenção e respeito. Os filhosque voltam ao lar por viasindiretas são espír i tos emprova e, portanto, em fase decorreção moral . Precisamconhecer a sua verdadeirasituação para que a medidacorret iva at in ja a suaeficiência. E se quisermosburlar a lei só poderemosacarretar- lhes maioressofrimentos.

São muitos os dramas e

A ILUSÃO DOSANGUE

muitas as tragédiasocasionadas pela imprudênciados pais que ment i rampiedosamente aos f i lhosadotivos. Quando a verdadeos surpreende, o choqueemocional pode transtorná-los, fazendo-os perder aoportunidade de aprendizadoque muitas vezes solicitaramcom ardor na vida espiritual.Esta é uma razão nova que oEspiritismo apresenta aos paisadot ivos, quase sempreapegados apenas às razõesmundanas.

Aprendendo desde cedoa se acomodar à situação deprova em que se encontra, ofilho adotivo resigna-se a elae aprovei ta a l ição dereajustamento afet ivo.Amanhã voltará de novo comofi lho legít imo, mas já emcondições de compreender osdeveres da filiação.

A vida aplica sempre comprecisão os seus meioscorret ivos, mas nós nemsempre a ajudamos,esquecidos de que osdesígnios de Deus têm razõesprofundas que nos escapam àcompreensão. Se Deus nosenvia um filho por via indireta,devemos recebê-lo como veioe não como desejaríamos queviesse.

Irmão Saulo - Do livro“Astronautas do Além”, deFrancisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires / Espíritosdiversos

Sem a Reencarnação, Deus teriafracassado na criação do homem

Todos nós evoluímos nadescoberta da verdade. Nadécada de 1940, só 2 % dapopulação brasileira acreditavamna reencarnação. Hoje são cercade 80 %, independentemente dereligião.

Os líderes religiososrejeitam a reencarnação, tal comoacontece com a mediunidade,porque ela é-lhes prejudicial. Mashá os que creem nela,reservadamente. E cada vezmais, as pessoas estão saindo doarmário e declarando-sereencarnacionistas. O fenômenoda reencarnação é bíblico e temo respaldo de vários segmentosda ciência espiritualista, comoacontece com a PsicologiaTranspessoal, que é maisabrangente, militando em áreastambém científicasdesconhecidas da ciênciamaterialista, que as renega poras desconhecer. Por isso, essaciência materialista é capenga. Eé lamentável que as autoridadesreligiosas cristãs preferem ficar demãos dadas com essa ciência ase unir com a ciência espiritualistareencarnacionista. Também oscientistas da física quânticainclinam-se não só para aaceitação das vidas sucessivas,mas igualmente para outras ideiasreligiosas orientais antigas e

também bíblicas. E é pelo teimosoapego a doutrinas antibíblicas eantirracionais, que o cristianismoestá em crise. Pregam-sedoutrinas em que se faz de contaque se crê. Até quando isso vaicontinuar assim?

A reencarnação está naBíblia. A maior parte dos teólogose exegetas da atualidade járeconhece essa realidade. Masainda há uma minoria de autoresprotestantes e evangélicos, quefaz verdadeiros malabarismoslinguísticos, tentando dar, em vão,aos textos bíblicos interpretaçõescontrárias à reencarnação.Vamos ver, entre muitos, algunsexemplos bíblicosreencarnacionistas. No anúnciodo nascimento de João Batista aoseu pai Zacarias, um anjo lhe dizque João iria à frente de Jesus como espírito e o poder de Elias.(Lucas 1,17). Pergunto: por quecom o espírito e o poder de Elias,e não com o Espírito e o poder deDeus? Outra passagem: “Eisque vou enviar-vos Elias, oprofeta, antes que venha o dia doSenhor...”(Malaquias 3,23). JoãoBatista é Elias. Dizendo de outromodo, o espírito de Eliasreencarnou no corpo de JoãoBatista, o Precursor de Jesus. Emnota de rodapé, na Bíblia TEB,Edições Loyola, lê-se: “Na

literatura judaica contemporâneados inícios do NT, a pessoa deElias ocupa um grande espaçocomo precursor do Messias.Jesus atesta que esta função foicumprida por João Batista”. Certafeita, os discípulos perguntarama Jesus o que quer dizer que Eliasvirá primeiro. E o Mestre afirmouque Elias já veio e não oreconheceram. E o textoevangélico termina assim: “Entãoos discípulos entenderam queJesus lhes falara a respeito deJoão Batista”. (Mateus 17, 9 a 13).Noutro texto, Jesus falando agorado próprio João Batista, diz: “E, seo quereis reconhecer, ele mesmoé Elias, que estava para vir. Quemtem ouvidos (para ouvir) ouça.”(Mateus 11, 7 a 15). Quem tentanegar que João Batista éreencarnação de Elias, não é umestudioso serio da Bíblia.

E a misericórdia de Deusdeixaria de ser infinita, se nãohouvesse a reencarnação. Numaparábola sobre a salvação, oExcelso Mestre ensina que é difícilpassar pela porta estreita. Quemé que se julga já poder passar porela? Sem a reencarnação, quem,pois, se salvaria? Sem ela, Deusteria fracassado no seu projeto decriação do homem!

José Reis Chaves

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09 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Visite

Divaldo Franco – É acimade tudo uma oportunidade de oindivíduo auto-reformar-se; defazer silêncio para escutar aslições dos espíritos que vêm anós, depois da morte, chorandoe sofrendo, sendo este um meiode evitarmos cair em seuserros. É também para fazer-nosesquecer a ilusão de que nósestejamos ajudando osespíritos, uma vez que elespodem passar sem nós. Nomundo dos espíritos, asEntidades Superiorespromovem trabalhos deesclarecimento e de socorro emseu favor; nós, entretanto,necessitamos deles, mesmodos sofredores, porque estessão a lição de advertência emnosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e àserenidade. Assim, vemos quea ajuda é recíproca.

O médium é alguém que sesitua entre os dois hemisfériosda vida. O membro de um laborde socorro medianímico éalguém que deve estar sempreàs ordens dos EspíritosSuperiores para os mistereselevados.

À hora da reunião, devem-se manter, além das atitudessociais do equilíbrio, aserenidade, um estado de pazinterior compatível com asnecessidades do processo desintonia, sem o que, quaisquertentames nesse camporedundarão inócuos, senãonegativos.

Depois da reunião énecessário manter-se o mesmoambiente agradável, porque, àhora em que cessam os laboresda incorporação, ou dapsicografia, o fenômenoobjetivo externo, em si, nãocessam os trabalhosmediúnicos no mundo espiritual.Quando um paciente sai da salacirúrgica, o pós-operatório é tãoimportante quanto a própriacirurgia. Por isso, o paciente ficacarinhosamente assistido porenfermeiros vigilantes queestão a postos para atendê-loem qualquer necessidade quevenha a ocorrer.

Quando termina a l idemediúnica, encerra-se,momentaneamente, a tarefados encarnados, a fim de estesrecomecem-na, logo mais, noinstante em que penetrem aesfera do sono, para prosseguirsob outro aspecto, ajudando osque ficaram de ser atendidos enão puderam, por uma ou outrarazão. Então, convém que, ao

QUAL O OBJETIVO DE UMA SESSÃO MEDIÚNICA?terminar a reunião mediúnicaseja mantida a psicosferaagradável, em que asconversas sejam edificantes.Pode-se e deve-se fazer umaanálise do trabalho realizado,um estudo, um cotejo no campodas comunicações e depois umaverificação da produtividade;tudo isto em clima salutar defraternidade, objetivando dirimirfuturas inquietações eproblemas outros.

- Recebe o médium, emtranse, a influência mentaldo grupo de que participa?

Raul Teixeira – Aprendemos em O Livro dosMédiuns, com Allan Kardec, quea reunião é um ser coletivo.Todos aqueles que delaparticipam, com qualquerfunção que seja, estãoautomaticamente vinculados àssuas ocorrências, de maneiraque, muitas vezes, o grupo nãoestando bem sintonizado erealizando um trabalho de altaenvergadura, os médiuns, quesão fi ltros dos espíritosencarnados e desencarnados,estarão filtrando, encharcando-s edaquelas nuances vibratóriasque o ambiente lhes permitefruir. Dessa maneira é que sejustifica a desnecessidade dereuniões mediúnicas compúblico que não estejasintonizado com a realidade doestudo doutrinário, porque osmédiuns ficam à mercê dessesinfluxos de dardos mentais deindiferença, de descrença e depetitórios e, muitas vezes, amensagem que eles veiculamsairá com o sabor dessasinsinuações, desses desejos eperturbações. O grupoparticipa, também, dascomunicações com essesuporte energético apoiando oudesequilibrando o médium,porque a reunião é um corpocoletivo.

- Os participantes deuma sessão mediúnicadevem fazer algum tipo depreparo íntimo durante odia, antes mesmo do inícioda reunião?

Divaldo Franco – Oespírita deve fazer um preparonormal, porque é um dever quelhe compete, uma vez quenunca sabe a hora em que seráconvocado ao retorno àconsciência livre.

O espírita que frequenta olabor mediúnico, além deespírita, é peça importante nomecanismo de ação dos

espíritos na direção da Terra.Ele deve fazer uma preparação,não somente nos dias dareunião, mas sempre, porquetal preparação seria insuficientee ineficaz, já que ninguém mudade hábitos, apenas por alterarsua atitude momentânea.

Nos trabalhos mediúnicos,são exigíveis hábitos mentais decomportamento moralenobrecido, e estes não podemser improvisados. Então, osmembros de uma sessãomediúnica são pessoas quedevem estar normalmentevigilantes todos os dias e, emespecial, nos reservados aolabor, para que se poupem àsincursões dos espíritos levianose adversários do bem, que,nesse dia, tentarão prejudicara colaboração e perturbar-lheso estado interior, levandodistúrbios ao trabalho geral, queé o que eles objetivam destruir.Então, nesse dia, a vigilânciadeve ser maior: orar, ler umapágina salutar, meditar nela,reflexionar, evitar atitudes dachamada reação e cultivar asda ação, pensar antes de agir,espairecer e se,eventualmente, for colhido pelatempestade da ira, pelatentação do revide, que àsvezes nos chega, manter aatitude recomendada peloEvangelho de Jesus.

- As reuniõesmediúnicas devem serpúblicas? Por quê?

Divaldo Franco – OCodificador recomendapequenos grupos, graças àsdificuldades que há nosgrandes grupos, em relação àsintonia vibratória e harmoniade pensamentos.

Uma reunião mediúnica de

caráter público é um riscodesnecessário, porque vêmpessoas portadoras desentimentos os mais diversos,que irão perturbar,invariavelmente, a operação damediunidade. Afirmam osBenfeitores que uma reuniãomediúnica é um grave labor,que se desenvolve no campoperispirítico, e se a equipe nãotem um conhecimentoespecializado, é compreensívelque muitos problemas sucedampor negligência da mesma. Areunião mediúnica não deveser de caráter público, porqueteria feição especulativa,exibicionista, destituída definalidade superior, atitudes taisque vão de encontronegativamente aos postuladosmorais da Doutrina.

Mesmo nas reuniõesmediúnicas privativas deve-semanter um número ideal demembros, não excedente a 20pessoas, para que se evitemessas perturbações naturaisnos grupamentos massivos.

Onde haja um grupomediúnico com grande número,que seja dividido em doistrabalhos separados (porque,em Movimento Espírita, naordem do bem, dividir émultiplicar o benefício daquelesque se repartem). Igualmente énecessário que as pessoassejam afins entre si no grupo.Por motivos óbvios, se estamosnuma reunião mediúnica e nãosomos simpáticos a umindivíduo, toda a comunicaçãoque por ele venha, os nossosrecalques e conflitos põem-noscarapuças, acreditando seremindiretas a nós dirigidas. Se, poracaso, alguém não nos é

simpático, quando ele entra emtranse ficamosbombardeando: ”Imagine ofingido; vê se eu vou acreditarnele!” Formamos assim, umaantena emissora de dificuldadespara o companheiro que estásendo agredido pela nossamente, porque desde que oindivíduo é médium, ele não oé exclusivamente dos espíritosdesencarnados, mas tambémdos encarnados.

O êxito de uma reuniãomediúnica depende da equipeque ali comparece e nãoapenas do médium. OsMentores programam, masaquela equipe emfuncionamento responderápelos resultados. Nunca édemais recomendar que assessões mediúnicas sejam decaráter privado.

- E aqueles grupos quese fecham em torno delesmesmos e seus membrosnão frequentam palestras,reuniões doutrinárias e sededicam tão somente aofenômeno em si, aointercâmbio mediúnico?Estarão procedendocorretamente?

Divaldo Franco – Omandamento é este: que vosameis uns aos outros como euvos amei e que façais aopróximo quanto desejardes queo próximo vos faça, equivalendoa dizer que todo aquele que seisola perde a oportunidade deevoluir, porque todoenquistamento degenera emenfermidade.

Do livro: Diretrizes deSegurança

Por: Divaldo P. Franco eJ. Raul Teixeira

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10 Espiritismo para todos Setembro de 2014

COMPAIXÃO - PENSE NISSO!A busca pelo bem-estar é

inerente à natureza humana.O desejo do homem de

livrar-se do sofrimento propiciounotáveis descobertas em todosos sectores do conhecimento.

Analgésicos e anestésicospodem ser citados comoconquistas humanas na procurade bem-estar.

Ar condicionado, colchõesortopédicos e mesmo a singelaágua encanada tambémcompõem o espectro deinvenções destinadas a tornar avida confortável.

Na busca de conforto etranquilidade, um dia o homemvoltará sua atenção para osproblemas morais que asociedade enfrenta.

Então compreenderá que oegoísmo é a causa de todas asdesgraças sociais.

Ele é que permite a umhomem investir sobre opatrimónio, a honra e a vida deoutro, qual uma fera selvagem.

O egoísmo é a matriz detodos os vícios.

Quando ele for combatido,todos os seus desdobramentos,como vaidade, ganância,maledicência e corrupção,perderão a força.

A disseminação das idéias

espíritas é um poderosoelemento de combate aoegoísmo.

O Espiritismo deixa claroque todo vício gera dor e que aLei de Causa e Efeito rege avida.

Todo mal feito aosemelhante é uma semeadurade dor no próprio caminho.

Quem quer ser feliz devetratar o próximo com todo orespeito e generosidade comque desejaria ser tratado.

A vinculação da própriafelicidade à felicidade que seproporciona torna evidente oquanto é tolo ser egoísta.

Ao buscar seu interesse,em detrimento ao do próximo, oegoísta apenas se candidata avivenciar grandes dores.

Ao se conscientizar dainexorabilidade da Lei de Causae Efeito, a Humanidade reveráseus valores e prioridades.

Entretanto, é precisoreconhecer que uma idéia nemsempre é fácil de ser posta emprática.

Provavelmente você já seconscientizou de que a JustiçaDivina é infalível.

Mas ainda titubeia em suacaminhada e por vezes cometeleviandades em prejuízo do

próximo.Uma boa táctica de

renovação moral é parar deapenas pensar e começar asentir.

Raciocinar é necessário,mas amar é imprescindível.

O melhor caminho para ogenuíno amor fraterno é acompaixão.

Compaixão é a tristeza quese sente com a infelicidadealheia.

Mas também é o desejo delivrar o próximo do sofrimento.

Para desenvolver essenobre sentimento, deixe de fugirao espetáculo das misériashumanas.

Permita-se conviver com osdoentes e os viciados do corpoe da alma, conforme fez o Cristo.

Faça-se companheiro eamigo de idosos e enfermos.

Visite asilos, orfanatos,hospitais e presídios.

A título de preservar suapaz, não cultive a indiferença.

Deixe que seu coração seenterneça com a dor alheia.

A compaixão impede queum homem siga satisfeito emmeio à tragédia que devasta avida do outro.

Ela possui um certoencanto melancólico, pois nasce

ao lado da dor e da desolação.Contudo, constitui a mais

eficiente forma de cura dasilusões e paixões humanas.

A compaixão desperta asfibras mais íntimas da alma e aprepara para as experiênciassublimes do devotamento e dacaridade.

Não receie sofrer ao setornar compassivo.

Ao avançar nessecaminho, você logo se tomará do

ideal de aliviar a dor dosemelhante e começará a agir.

Então, a tristeza inicial seconverterá no júbilo de quemamorosamente socorre eampara os desprotegidos doMundo.

A alegria de ser útil ebondoso iluminará sua vida e oacompanhará pela eternidade.

Pense nisso.Redação do Momento

Espírita

Transcrição das palavrasde Divaldo Franco sobre alegalização da união estávelhomossexual e a adoção decrianças:

“Legalizar é sempre umaforma de moralizar. Já que a uniãomoral é feita pelo sentimento doamor, por que não legalizar umacoisa que existe, evitando queconsequências danosas possamadvir de um relacionamento quese pode tornar agressivo,suspeito pela sociedade e atémesmo para o meio social? (...)

A adoção de filhos éperfeitamente válida. A mim, mesurpreende, por exemplo, umaquestão psicológica: como seráa imagem do pai, a imagem damãe para essa criança? Quandoele atingir a adolescência,quando chegar à idade madura,que comportamento irá utilizar emface da conduta que ele vemmantendo no lar? Mas, isso éuma coisa que compete àpsicologia do comportamentoatravés dos tempos, quando severificarão os resultados destemomento de transição. (…)

Os direitos daindividualidade são inalienáveis.Não temos a prole quedesejamos, que queremos, masaquela de que temosnecessidade para o processo deevolução. Se algum pai, algumagenitora considera isso umcastigo divino, há de ter em menteque não chega às mãos o frutode uma semeadura que não hajarealizado. Então, amar é asolução. Amar sempre, seja qualfor a condição do filho: drogado,

A VISÃO ESPÍRITA DA UNIÃO ESTÁVEL HOMOSSEXUALSEGUNDO DIVALDO PEREIRA FRANCO

sexualmente transtornado, comproblemas de comportamento...Amá-lo, porque a função do paié educar sempre, a da mãeigualmente. E, o amor é o melhormecanismo, a ferramenta maishábil para poder criar hábitossaudáveis e proporcionar aoindivíduo a plenitude, afelicidade.”

Comentário deEspiritualidade Inclusiva – Ostrês parágrafos da fala de DivaldoFranco possuem pontospolêmicos e pouco claros,deixando margens a muitasinterpretações. No primeiroparágrafo, ao apoiar alegalização da união estávelhomossexual, Divaldo justificacom o fato de, assim, se evitar“... que consequências danosaspossam advir de umrelacionamento que se podetornar agressivo, suspeito pelasociedade e até mesmo para omeio social”. O que aagressividade de umrelacionamento tem a ver comsua legalização? Uma relaçãohomossexual só deixa de ser“suspeita” para a sociedadequando legalizada? Estamosfalando de índole de pessoas ousimplesmente resolvendo issonuma lei humana? A lei muda aíndole de alguém? O que quisdizer com relacionamento“suspeito” “até mesmo para omeio social”? Estamos falando depessoas “normais”, ainda quehomossexuais, ou de psicopatase tarados de todo gênero? Há dese ter muito cuidado com aspalavras!

No segundo parágrafo,Divaldo apoia a adoção de filhospor homossexuais, maspergunta: “como será a imagemdo pai, a imagem da mãe paraessa criança?” A mesmapergunta vale para criançascriadas só por um pai, ou só poruma mãe, ou só pelos avós, ousem ninguém, num orfanato atéos 18 anos! Mas, o trecho maisperigoso é este: “Quando eleatingir a adolescência, quandochegar à idade madura, quecomportamento irá utilizar emface da conduta que ele vemmantendo no lar?”

Como assim, “quecomportamento irá utilizar”?Segundo a ciência, 90% dascrianças criadas em laresheterossexuais manifestam ocomportamento que lhes foi“ensinado”: o heterossexual! E,oficialmente falando, 100% delassão criadas em laresheterossexuais! Pesquisasmostram que este percentual semantém estável mesmo no casode crianças criadas em lareshomossexuais. Ou seja, há quese desconfiar que a orientaçãosexual não seja simplesmentealgo “ensinado” pelos pais, masinclui um elemento interno aindanão perfeitamente estudado pelapsicologia.

No terceiro parágrafo, aoinstar aos pais que aceitem seufilhos como são, Divaldoconfunde novamente ao dizer:“Amar sempre, seja qual for acondição do filho: drogado,sexualmente transtornado, comproblemas de comportamento...”

O que ele considera um filho“sexualmente transtornado”?Considerando todo o discursonos dois parágrafos anteriores,isso induz o leitor a pensar queele se refere à homossexualidadeem si. Se não foi isso o que quisdizer, não tornou sua opiniãoclara e fica sujeito a váriasinterpretações. Parece-nos que

sua fala foi uma mescla deopiniões pessoais nãoplenamente formadas sobre oassunto com bases da DoutrinaEspírita. Gostaríamos muito quenossos leitores utilizassem oespaço de comentários logoabaixo para opinarem sobre afala acima.

Paulo Stekel

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11 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Somos responsáveis pelosnossos afetos. Se fomosresponsáveis por despertar osentimento de alguém, se nosenvolvemos ou nos deixamosenvolver conscientemente numarelação de afeto, somosresponsáveis por esse vínculo.

Isso não quer dizer, demodo algum, que a felicidadealheia está em suas mãos. Vocêjamais se torna responsávelpela felicidade de outra pessoa.A felicidade é uma conquistapessoal, que não depende denada e ninguém exterior. Nãoestá nas mãos de ninguémpropiciar a felicidade de quemquer que seja.

Só quem condiciona osentimento afetivo aos seuspróprios anseios neuróticospode esperar que o outro seresponsabilize por suarealização pessoal.

Há pessoas, e são muitas,que querem ser amadas masnão se amam, querem sercompreendidas mas nãocompreendem a si próprias,querem alguém que as cuidemas não fazem sua parte emcuidar de si mesmas. Sãopessoas que ao menor revésafetivo, usam o bordão dossofredores abandonados:“quando eu mais precisava…mas justo quando eu maisprecisava…” Não percebem queestão sempre precisando, e nãoé de ninguém além delas

SOMOS RESPONSÁVEIS POR NOSSOS AFETOSmesmas que precisam. Não sedão conta de que são asúnicas responsáveis pelas suaspróprias necessidades.Confundem sua carência afetivacom amor. Mas essa carência,que anseia por ser preenchida,é um vazio a ser trabalhadointernamente, é antes de maisnada falta de autoconhecimento.Só quem conhece a si mesmopode saber o que quer. Eé imprescindível saber o que sequer para buscar alguma coisa,fazer alguma coisa por si, e nãoesperar permanentemente peloreconhecimento, pela gratidão,pela admiração do outro.

Mas, se por um lado nãosomos responsáveis pelafelicidade de ninguém, por outrolado, ao nos vincularmos numarelação de afeto, não podemosdeixar de levar em conta asnecessidades, o bem-estar e osanseios do outro. Mesmo quevocê não se sinta mais ligado aessa pessoa, ou que nuncatenha se sentido diretamentevinculado a ela, se você permitiuque essa ligação seestabelecesse, também sepermitiu fazer parte de umuniverso que não é o seu, sepermitiu tornar em umareferência na trajetória evolutivadessa pessoa.

A semeadura é livre, acolheita é obrigatória. Nunca édemais lembrar. Plantamosafetos, nem sempre

conscientemente, e o quecolhemos são afetos, nemsempre planejados ou mesmodesejados. Não somos escravosdos afetos que criamos;podemos, na maioria das vezes,virar as costas e seguir emfrente. Mas não há como noseximirmos do preço a pagar. Eem matéria de sentimentos, opreço geralmente é caro e o juroé alto… Muitas vezes essassituações mal resolvidasultrapassam o túmulo em buscade uma solução maissatisfatória.

Pouco ou nada disso tema ver com amor. O amor nãotermina. Nasce mas não morre.O amor está em nós, faz partede nosso ser, cabe a nósdesenvolvê-lo e vivê-lo. Maso amor muda, se adapta, setransforma, muda o foco. Nósmudamos. Há os que consideramuma heresia aceitar que o amormude, e se anulam em nome doamor estático e acabamsozinhos, abandonados, sementender o que aconteceu,achando a vida injusta. Outros,ainda, sonham com o amor ideal,

e quando encontram um alvodisponível, tentam de todas asmaneiras encaixar a pessoaamada nesse modelo.

Cuide seus afetos. Vocênão é responsável pelafelicidade das pessoas que têmafeto por você. Mas você éresponsável pelo afeto queessas pessoas sentem por você.Ou você acha que não tem nadaa ver com o que as pessoassentem por você? Que isso éapenas escolha delas, e vocênão tem nada com isso? Pense.Pensemos.

PROBLEMAS SÃO OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTOProblemas são

oportunidades decrescimento. Todo o progressomaterial alcançado por vocêfoi conquistado como umamaneira de eliminarproblemas que você tinha.

Muitas pessoas procuramo e s p i r i t i s m o q u a n d oenfrentam graves problemas.Esperam encontrarno espiritismo uma soluçãopara os problemas, uma saídaque não acharam em lugaralgum. Algumas ficamdesapontadas ao perceber queo espiritismo não resolveproblemas pessoais de ninguém.

Se um dia eliminassem osproblemas da face da Terra,acabaria o progresso, cessariaa busca de melhora pessoal,de evolução comosociedade. A própria naturezado nosso planeta constitui umproblema. A sobrevivência, aperpetuação da espécie, anecessidade de segurança econforto se deparam cominúmeros problemas que devemser vencidos permanentemente.

O desenvolvimentodo espírito acontece com aresolução de problemas. Todo oprocesso civilizatório é resultadoda solução de milhões deproblemas. O que você estáfazendo agora, não importa oque seja, deve sua origem a umproblema qualquer. Os

problemas não acabam nunca.Precisamos deles para o nossocrescimento e fortalecimento.

Estamos tão habituadosaos problemas cotidianos que jánem os consideramos comoproblemas. Você precisa atenderàs suas necessidades básicasde alimentação e vestuário;para isso você tem o trabalho.Você precisa atender às suasnecessidades emocionais; paraisso convive com família eamigos. Você precisa atender àssuas necessidades existenciais;para isso você ora, se instrui,medita.

Mas de tempos em tempostodos nós somos surpreendidospor algum problema diferente,que foge ao que estamosacostumados, que exige maioratenção e que pode causar umdesgaste imprevisto. São o quecostumamos chamar de crises.Essas crises são as provas aque todos estamos submetidosneste planeta de provas.

Você costuma ser grato àVida? Você agradece todos osdias pela sua família, pelo seutrabalho, pela sua saúde, pelosimples fato de estar vivo? Osentimento mais belo,profundo e genuíno queconheço é a gratidão. Masserá que você consegueagradecer pelos problemas?Não me refiro aos distúrbios epossíveis desgraças que podem

acontecer na vida. Me refiro àexperiência que os problemastrazem para a vida. Sempreiremos nos deparar comacontecimentos inevitáveis.Você prefere tirar proveito ouprejuízo dessesacontecimentos? Dos fatostristes e dolorosos que nosacontecem o benefício é aexperiência e o prejuízo é ador. O que você prefere?

Você está onde estágraças aos problemas. Vocêreencarnou para resolverproblemas.

Para reajustar-se comoutros espíritos, paradesenvolver a disciplina, parasolucionar um monte deproblemas que você deixou semsolução em algum lugar dopassado. Todo o progressomaterial alcançado por vocêfoi conquistado como umamaneira de eliminarproblemas que você tinha.

Todos nós temos atendência de acomodação. Issoé confirmadopela Física. Pelo princípio dainércia, todos oscorpos comportam-se comopreguiçosos e não queremmodificar seu estado demovimento: se estão emmovimento, querem continuarem movimento; se estãoparados, querem continuarparados. Esse comportamento

preguiçoso é chamado pelosfísicos de inércia. Um exemplocomum do princípio da inércia éo movimento de um automóvel.Quando o automóvel estáparado e arranca, quem está nointerior do veículo desloca-separa trás. Quando o automóvelestá em movimento e freia,quem está no interior do veículodesloca-se para a frente, pelatendência de permanecer com avelocidade que tinha.A inércia se refere à resistênciaque um corpo oferece àmodificação do seu estado derepouso ou de movimento.

Assim como os corposfísicos, nós também seguimoso princípio da inércia. Se nada

de novo acontecesse emnossas vidas, permaneceríamosparados, no estado em que nosencontramos. Nada mais deprogresso, de evolução oudesenvolvimento. Nada deesforço no melhoramento de simesmo, no fortalecimentointerior, na reforma íntima.

São os problemas que nostiram da inércia. São osproblemas que nos obrigam aocrescimento. Não vouaconselhar você a agradecerpelos seus problemas, pois eunão costumo fazer isso. Maspodemos refletir sobre isso, ever nos problemas que nosaparecem oportunidades decrescimento.

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12 Espiritismo para todos Setembro de 2014

Você gosta de consolar eser consolado? Você se sentealiviado quando alguém relevaseus erros? Ninguém gosta deter os seus defeitosexpostos, comentados,analisados, julgados. Mas atéque ponto convém serconsolado? Às vezes não serámelhor esclarecer em vez deconsolar? Será que a partir deum momento a consolação nãose torna prejudicial? Claro quesim.Consolar é uma tarefarelativamente fácil. Exigehabilidade, exige conhecimento,exige paciência. Mas trazresultados imediatos, e issopode ser prejudicial para quemconsola e para quem éconsolado.Sabemos que nãodevemos esperar nada emtroca quando fazemos qualquercoisa em benefício de alguém.“Não saiba a sua mão esquerdao que fez a sua mão direita”,lembra disso? Mas não há comonegar que gostamos de serreconhecidos. E aoconsolarmos alguém, muitasvezes recebemos

CONSOLAR OU ESCLARECER?agradecimentos emocionados.Se soubermos lidar com isso,tudo bem, mas o mais provávelé que a vaidade seja alimentadae nos achemos mais importantesdo que realmente somos.

Ser consolado é bom,produz um alívio imediato, masna maioria das vezes o consolotraz consigo a complacênciapara com os erros, o cuidadopara não tocar nas feridas.Raramente o consolo éacompanhado pelo incentivo àrenovação do espírito imortal,à reforma íntima.Não devemosapontar os errosalheios. Temos que ter muitocuidado em criticar. Mas e seuma pessoa lhe procura parapedir um conselho, ouvir umaorientação, saber sua opiniãoacerca de alguma coisa daintimidade dela?

Se você percebe que apessoa ilude a si mesma, que apessoa não nota seus própriosdefeitos, você fala comfranqueza? Ou você passa amão na cabeça da pessoa paranão causar estragos

emocionais? Você procuraesclarecer a pessoa mostrandoonde está o erro ou colocapanos quentes para não correro risco de ser mal visto?

O ideal seria quepudéssemos sempre dizer tudoo que sabemos, tudo o quepercebemos estar errado comas pessoas. Mas não podemosfazer isso. As pessoas sóouvem o que estão prontaspara ouvir. É perda de tempotentar esclarecer alguém quenão quer ser esclarecido, darconselhos a quem não os pediu.As críticas, por melhores quesejam suas intenções, por maisricos que sejam seusargumentos, quase sempregeram ressentimentos e atéinimizades. Não precisamos deinimigos.

Há quem defenda quepodemos fazer achamada crítica construtiva, eque temos o dever de dizeralgumas verdades para quemmerece. Há quem se julgue nodireito de esclarecer as pessoassobre os erros e defeitos delas,

mesmo correndo o risco de nãoser compreendido no momento.Alegam que mais tarde essaatitude pode gerar bons frutos.Certamente há um ou outro casoem que isso se aplique. Mas aregra é a crítica e oesclarecimento forçadoproduzirem apenas mágoa.

Por isso devemosaproveitar as oportunidadesde esclarecer, sempre quesurgirem, sempre que alguémquiser ser esclarecido. Sem

empurrar nossas verdades pracima de ninguém, sem querer“salvar a alma” de ninguém. Aevolução não acontece aossaltos, você sabe.

E é bom lembrarmosque consolação é apenas umpaliativo, não resolveproblemas, apenas adia crises.Consolar é lidar com emoções,e emoções não costumamresolver problemas. Osproblemas são resolvidos coma razão.

Eu acredito que existe umDeus que cuida bem de nós esabe o que faz. Eu acreditoque a lógica de Deus ésuperior à minha capacidadede compreensão.

Eu acredito que Deusnunca erra, embora, às vezes,eu não seja capaz deentender a razão de meusofrimento.

Tudo o que acontececom a gente tem umpropósito, tem um porquê.Basta olhar para trás,percorrendo nossatrajetória, para perceberquanto as experiências dopassado – as dolorosas eas fel izes – foramimportantes para quechegássemos aondeestamos hoje.

Pessoas que t iveramdoenças graves, um câncer,por exemplo, e precisaramfazer tratamentos dolorosos,como quimioterapia,normalmente passam aenxergar a v ida de formadiferente depois que todo osofrimento cessa.

Percebem então quantoessa experiência difíci l foiimportante para queaprendessem muitas coisassobre a vida que ainda nãosabiam.

As jornadas maiscompl icadas sempre sãoaquelas que nos trazem maissabedoria. Como nas históriasdos heróis de todos os tempos,há sempre o momento deenfrentar o grande desafio, deencarar a caverna maisprofunda de toda a jornada. Énesse instante que o heróideve provar que tem forçapara seguir em frente.

O jornal ista Mario

SEJAMOS COMO AS SEQUÓIASRosa mostra, em seu livro ASíndrome de Aquiles (Gente,2001), uma imagem muitoboni ta do signi f icado dosincêndios em nossa vida:

“Quem já foi a um parquecomo o Yosemite, naCalifórnia, teve o raro privilégiode ver de perto o maiormonumento vivo do reinovegetal : as legendáriassequóias. Essas árvoresalcançam al turasimpressionantes e chegam aviver até 4 mil anos.

É quando se está diantede um portento tão poderosocomo uma sequóia, vendo-aviva, tocando essa testemunhada História de nosso planeta,que quarenta séculos de vidadeixam de ser apenas umnúmero e passam a evocaruma forte emoção e algumasreflexões.

Uma sequóia já estavanaquele mesmo lugar há 2 milanos, quando Jesus nasceu.Quando a civilização egípciaestava terminando aconstrução da GrandePirâmide de Gizé, as sequóiasque hoje vemos vivas epujantes já haviam brotado daterra.

Se compararmos aduração da vida de umasequóia com a de um serhumano, descobriremos quecinco anos dessa árvorerepresentam em relação aotodo de sua existência omesmo que um mês significapara um ser humano.

Assim, a explosão nuclearque devastou Hiroshima eNagasaki e pôs fim à SegundaGuerra Mundial, vista sob aperspectiva da vida de umasequóia, ocorreu não faz umano. O fim da Guerra do Vietnã

se deu no semestre passado.E a morte de Lady Di, há doisfins de semana.

Intr igados com tantaforça e resistência, oscientistas, com o passar dotempo, foram descobrindo osfatores que fazem com que assequóias sejam essefenômeno de sobrevivência.

Um dos segredos da vidade uma sequóia é o fato deque, por ser tão alta, atrairaios durante as tempestades.São justamente os raios queprovocam incêndios que, porsua vez, destroem os galhosmais pesados da árvore,possibi l i tando- lhe queconcentre sua seiva nosgalhos realmenteindispensáveis.

Em sua vida, raios,tempestades e incêndios sãocr ises que, em vez dedestruição, permitempurificação. Fazem com queela não desperdice seiva,concentrando-se nos ramosessenciais. Isso permite quecont inue crescendo. Esobrevivendo.”

Tal como as sequóias, nóssomos seres com poderesinfinitos, precisamos apenasque alguns raios nos ataquempara conhecermos nossaforça. Muitas vezes a dorparecerá insuportável , asperdas, insuperáveis, osobstáculos, intransponíveis.Mas, com fé e determinação,descobriremos que somosmaiores que tudo isso e, nofinal, celebraremos nossasvitórias.

CONFIE EM TUDO OQUE ACONTECER.

Por RobertoShinyashiki