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  • ESPCIES AMEAADAS DE EXTINO EREAS CRTICAS PARA A BIODIVERSIDADE NO PAR

  • 2GOVERNO DO BRASIL

    Presidente da RepblicaLuis Incio Lula da Silva

    Ministro da Cincia e TecnologiaSergio Machado Rezende

    MUSEU PARAENSE EMLIO GOELDI

    DiretoraIma Clia Guimares Vieira

    Coordenador de Pesquisa e Ps-GraduaoNilson Gabas Jnior

    Coordenador de Comunicao e ExtensoNelson Sanjad

    CONSERVAO INTERNACIONAL CIBRASIL PresidenteRoberto Brando Cavalcanti

    Diretor ExecutivoFbio Rubio Scarano Diretora de OperaesViviane Ude de Sousa CIBRASIL PROGRAMA AMAZNIA Diretora do Programa AmazniaPatrcia Carvalho Baio Gerente do Programa AmazniaRenata de Melo Valente

    Coordenao EditorialAndra Sanjad

    Assistncia Editorial e Reviso

    Rafaele Lima

    Capa, Projeto grfi co e editoraoRicardo Harada Ono

    Elaynia Ono

    ApoioProjeto Integrado MCT e Embrapa

    FICHA CATALOGRFICA

  • 3Ana Luisa Kerti Mangabeira AlbernazTeresa Cristina Sauer Avila-Pires

    Organizadoras

  • 5UAPRESENTAO

    Um dos maiores desafi os que a humanidade precisa enfrentar nas prximas dcadas frear o acelerado processo de extino de espcies no planeta. A Unio Internacional para a Conservao da Natureza (IUCN) listou 16.928 espcies ameaadas de extino no mundo, das quais 99% esto ameaadas por causa da expanso das atividades humanas. Porm, como o nvel de ameaa para a maioria dos grupos de organismos ainda no foi avaliado cientifi camente, o nmero real de espcies ameaadas de extino no mundo inteiro est, certamente, muito subestimado. Iniciativas internacionais, tal como a Countdown 2010, foram criadas com a fi nalidade de mobilizar as aes necessrias para garantir que os governos e a sociedade civil tomem as medidas necessrias para contrapor a perda de biodiversidade em 2010 - o Ano Internacional da Biodiversidade.

    Nesse contexto, o Estado do Par pode se orgulhar de ter contribudo signifi cativamente com o processo de construo de uma poltica estadual moderna para tratar de forma adequada o problema da extino de espcies. Uma parceria entre o Governo do estado do Par, o Museu Paraense Emlio Goeldi e a Conservao Internacional desenvolveu, de 2003 a 2006, uma lista estadual de espcies ameaadas de extino, que foi baseada nos critrios universalmente recomendados pela IUCN, sendo caracterizada por seu rigor cientfi co, grande transparncia no trato das informaes e pelo amplo engajamento de todos os setores da sociedade, por meio de um processo inovador de consulta pblica, nunca antes visto em qualquer lugar do mundo. Como uma simples lista de espcies ameaadas signifi cava muito pouco para resolver um problema de dimenses to amplas, tornava-se necessrio criar um novo marco legal que fosse muito alm da lista de espcies. Como consequncia, o Governo do estado do Par criou, em 2007, o Programa Extino Zero, que tem como meta evitar a extino de qualquer espcie de planta ou animal nativo no Par.

  • 6A proposta mais inovadora do Programa Extino Zero est associada identifi cao das reas crticas para a biodiversidade no estado do Par. Estas reas so os lugares mais importantes para a conservao de populaes de espcies ameaadas de extino e devem ser consideradas como uma das informaes mais relevantes em um processo de planejamento do uso do territrio paraense. A identifi cao dessas reas exigiu mais de dois anos de trabalho intenso para organizar as informaes detalhadas sobre as distribuies das espcies, selecionar e utilizar as ferramentas mais modernas de modelagem ambiental e conduzir um amplo processo de reviso cientfi ca dos resultados.

    Este livro apresenta, passo a passo, todo o processo que o Museu Paraense Emlio Goeldi e a Conservao Internacional desenvolveram a fi m de propor, pela primeira vez, um conjunto de reas crticas para a conservao da biodiversidade paraense. Esperamos que as informaes apresentadas aqui sejam usadas de forma adequada por todos os setores da sociedade, para evitar que uma parcela signifi cativa do patrimnio natural do estado seja perdida para sempre.

    Belm, 22 de setembro de 2009.

    Ima Clia Guimares Vieira Diretora, Museu Paraense Emlio Goeldi

    Jos Maria Cardoso da SilvaVice Presidente, Diviso da Amrica do Sul,

    Conservao Internacional

  • 7EINTRODUO

    Em 2007, foi homologada pelo estado a lista de espcies ameaadas do Par, elaborada por meio de uma parceria entre o Museu Paraense Emlio Goeldi (MPEG), a Conservao Internacional (CI) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), com o apoio de especialistas. Foram reconhecidas como ameaadas 181 espcies, das quais 128 foram classifi cadas como vulnerveis; 40 em perigo e 13 criticamente em perigo. A lista inclui 53 espcies de plantas, 37 de invertebrados, 29 de peixes, trs de anfbios, 13 de rpteis, 31 de aves e 15 de mamferos, a qual est disponvel na pgina da SEMA1.

    Em fevereiro de 2008, o estado do Par criou o Programa Extino Zero (Decreto no 802, de 20/02/2008). O Decreto reconhece todas as categorias de ameaa includas na lista e recomenda que todas as espcies ameaadas de extino tenham suas distribuies mapeadas, a fi m de identifi car e delimitar

    1 http://www.sectam.pa.gov.br/relacao_especies.htm.

  • 8reas crticas para a biodiversidade. Alm disso, decreta que todas as reas crticas para a biodiversidade so consideradas como regies prioritrias para aes e investimentos de conservao, restaurao e monitorao ambiental.

    O Projeto Espcies Ameaadas e reas Crticas para a Biodiversidade iniciou em 2008 como uma nova parceria entre o MPEG, a CI e a SEMA. Seus principais objetivos foram aprimorar os conhecimentos sobre a distribuio das espcies ameaadas no Par e propor reas crticas para sua conservao. O presente trabalho visa apresentar os resultados dessa iniciativa.

    O projeto foi constitudo por uma primeira fase, na qual foi compilada parte dos dados e realizadas anlises preliminares, envolvendo, principalmente, a equipe do Museu Paraense Emlio Goeldi (Apndice 1). Em fevereiro de 2009, foi realizado um Seminrio para apresentao e discusso desses resultados, com a participao de especialistas de outras instituies (Apndice 2). Durante o Seminrio, algumas sugestes para melhoria do trabalho foram feitas, as quais foram acatadas em sua maioria, sendo que o produto aqui apresentado j contm as mudanas ou acrscimos indicados nele.

  • 9OMTODOS

    DADOS DE OCORRNCIA DAS ESPCIES

    Os dados de espcies ameaadas foram obtidos junto a pesquisadores especialistas do Museu Paraense Emlio Goeldi e complementados depois do Seminrio. As coordenadas, fornecidas em diferentes formas, foram todas convertidas para uma mesma unidade, o grau decimal, e inseridas em um banco de dados nico. Alm dos dados obtidos com especialistas da instituio, buscaram-se outros registros que pudessem estar georreferenciados, como os dados de inventrios do Projeto Radar na Amaznia (RADAM), para rvores, e os dados disponveis na rede SpeciesLink.

    Para melhor defi nir as reas de ocorrncia, optou-se, quando possvel, pela utilizao de modelos de distribuio de espcies. A modelagem foi considerada a estratgia mais vivel em relao simples utilizao dos pontos em decorrncia das seguintes razes:

    1. Muitos dos pontos de ocorrncia obtidos durante o projeto so registros antigos. Isso traz dois tipos de problemas: o primeiro

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    que a maioria das espcies da lista de ameaadas est nessa condio principalmente por ser endmica s reas mais degradadas do estado. Muitos desses pontos antigos, quando colocados sobre imagens de satlite ou outras bases de dados recentes de reas desfl orestadas (como a do Projeto PRODES - Monitoramento da Floresta Amaznica Brasileira por Satlite, por exemplo), esto sobre reas degradadas, o que traz grande incerteza sobre sua ocorrncia atual naquela rea. O segundo grande problema com os pontos mais antigos a impreciso da sua localizao. Para todos eles, as coordenadas foram obtidas via gazeteers ou indicao de especialistas sobre onde os principais coletores de seu grupo andaram. Dessa forma, bem provvel que contenham erros de localizao.

    2. Mesmo para os dados mais recentes, a indicao de apenas um ponto para defi nir uma rea crtica restringe muito as oportunidades. Uma das grandes vantagens das metodologias mais atuais de planejamento em conservao permitir analisar

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    cenrios alternativos de conservao, trazendo maior fl exibilidade s negociaes entre os diversos setores da sociedade.

    3. A maioria das espcies responde a variaes ambientais e por isso razovel se ter confi ana na gerao dos modelos baseados em nicho ecolgico.

    Para avaliar a possibilidade de aplicar modelagem para uma determinada espcie, foram considerados o nmero de registros de ocorrncia, sua distribuio e o conhecimento prvio da espcie, com o intuito de avaliar se o modelo era plausvel. Para a utilizao dos modelos de distribuio, foram utilizados tambm os critrios de avaliao dos modelos, principalmente a rea sob a curva Receiving Operating Characteristic (ROC), chamada de Area Under Curve (AUC), que deveria atingir valores acima de 0.75, tanto para as amostras de treino como para as de teste (Fielding & Bell, 1997; Elith et al., 2006). Para as espcies em que a modelagem no foi considerada satisfatria, optou-se pelo uso direto dos pontos na defi nio de reas crticas.

    Para a gerao dos modelos, alm dos dados de ocorrncia das espcies, foi necessrio compilar e selecionar dados de condies ambientais que pudessem ajudar a predizer a distribuio das espcies.

  • 12

    O

    DADOS AMBIENTAIS

    Os dados ambientais utilizados na modelagem foram:

    DADOS CLIMTICOS

    Os dados climticos utilizados foram da base WorldClim (Hijmans et al., 2005), um projeto desenvolvido na Universidade de Berkeley, no qual foram geradas, por meio de modelagem, diversas camadas climticas para o mundo inteiro. Essas camadas foram construdas com mdias dos parmetros (chuva, temperatura) ao longo de 30 anos (1960-1990). O WorldClim disponibiliza em sua pgina na internet layers com os valores mensais de cada parmetro e camadas com valores compostos (como mdia de pluviosidade nos trs meses mais secos ou sazonalidade da temperatura), que esto agrupadas como camadas bioclimticas. Para a modelagem, foram utilizadas as 19 camadas bioclimticas (Tabela 1), na escala de 30 arc-segundos.

    Tabela 1. Descrio das variveis bioclimticas.

    BIO1 Temperatura mdia anual

    BIO2 Variao mdia diurna(mdia mensal (temp. mx. temp. mn.))

    BIO3 Isotermalidade (BIO2/BIO7) (* 100)

    BIO4 Sazonalidade da temperatura(desvio-padro *100)

    BIO5 Temperatura mxima no ms mais quenteBIO6 Temperatura mnima no ms mais frioBIO7 Variao anual de temperatura (BIO5-BIO6)BIO8 Temperatura mdia no quarto mais mido BIO9 Temperatura mdia no quarto mais secoBIO10 Temperatura mdia no quarto mais quenteBIO11 Temperatura mdia no quarto mais frioBIO12 Precipitao anualBIO13 Precipitao no ms mais midoBIO14 Precipitao no ms mais seco

    BIO15 Sazonalidade da precipitao(coefi ciente de variao)

    BIO16 Precipitao no quarto mais midoBIO17 Precipitao no quarto mais secoBIO18 Precipitao no quarto mais quenteBIO19 Precipitao no quarto mais frio

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    A

    ODADOS TOPOGRFICOS

    Os dados topogrfi cos foram obtidos da base Hydro 1K, desenvolvida pelo Servio Geolgico dos Estados Unidos (USGS), que consiste em bases derivadas do Radar Shuttle (SRTM). O conjunto inclui bases relacionadas ao relevo e hidrografi a. Para este trabalho, foram usadas apenas as bases relacionadas ao relevo: altitude, inclinao e ndice topogrfi co.

    TIPOS DE VEGETAO

    A base de dados utilizada para vegetao foi a do Sistema de Proteo da Amaznia (SIPAM), na escala 1:250.000, adotando-se como atributos as 48 classes defi nidas no processo de Atualizao das reas Prioritrias para a Conservao de 2006 (MMA, 2007). Das 48 classes, 33 ocorrem no Par, sendo que uma delas corresponde a reas j antropizadas e sem informao anterior, que poderiam induzir a modelos equivocados, nos quais essas reas fossem indicadas como de provvel ocorrncia, pelo fato dos casos terem sido

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    registrados antes do desfl orestamento. Por essa razo, as reas antropizadas foram removidas do mapa antes da modelagem. Como esse procedimento causava a perda de muitos registros de ocorrncia relacionados s reas eliminadas, e isso poderia comprometer o ajuste do modelo, sempre que possvel, evitou-se o uso da base de vegetao na gerao dos modelos. Na prtica, essa base foi utilizada apenas na modelagem de uma espcie, Piprites chloris grisescens, para a qual no foi possvel obter um bom modelo sem o mapa de vegetao.

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    OMODELAGEM

    O algoritmo escolhido para a modelagem foi o de mxima entropia, disponibilizado no software MaxEnt (verso 3.3.0). O MaxEnt tem uma interface de simples utilizao e tem um bom desempenho quando comparado aos demais algoritmos amplamente utilizados para a modelagem de distribuio de espcies (Elith et al., 2006). Alm disso, trabalha apenas com dados de presena, o que permite a utilizao de dados de colees na modelagem, e gera estatsticas de validao.

    Para permitir o uso de estatsticas de validao, mas evitar a perda de pontos de ocorrncia, que so especialmente escassos para as espcies em extino, foi utilizada a tcnica de bootstrap para a gerao dos modelos de espcies. Para cada espcie, foram gerados 15-20 modelos, com propores de treino de 30-40%, dependendo do nmero de observaes disponvel (40% para as espcies com mais de 50 registros de ocorrncia). Foram, ento, analisados os AUCs de todos os modelos individuais, e os modelos foram considerados satisfatrios quando pelo menos 80% das tentativas tinham os AUCs de treino e de teste acima de 0.75. O modelo mdio foi, ento, usado

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    como base para a defi nio das reas de ocorrncia.O resultado obtido um mapa das probabilidades de ocorrncia da

    espcie, baseado nas combinaes entre os registros e as condies ambientais neles encontradas. Para defi nir a rea de ocorrncia de cada espcie a partir desse mapa, necessrio ainda estabelecer os limiares de probabilidade em que a espcie ser considerada presente e defi nir se todas as reas apontadas pelos modelos so acessveis espcie. A maioria dos limiares foi defi nida com a ajuda de especialistas. Para que os especialistas pudessem ter bases para defi nir os limiares apropriados, foram feitas algumas reclassifi caes prvias (de probabilidades para uma resposta binria presena e ausncia), com base nos resultados dos modelos. As reclassifi caes apresentadas foram baseadas no limiar mnimo de presena (least presence treshold LPT; Pearson et al., 2007) e no balano entre sensitividade (frao positiva verdadeira) e especifi cidade (frao negativa verdadeira) (Fielding & Bell, 1997; Liu et al., 2005; Pearson, 2007). O primeiro desses mtodos leva a um mapa mais inclusivo e o segundo restringe um pouco mais a rea de ocorrncia. Esses dois mapas, mais o original com as probabilidades, foram apresentados aos especialistas, que algumas vezes escolheram um deles e em

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    outras propuseram novos limiares, de forma a obter um mapa de ocorrncia que lhes parecia mais fi el rea conhecida de distribuio da espcie. Alm disso, os especialistas apontaram as reas inacessveis s espcies. Para as aves, por exemplo, muitos dos txons da lista so subespcies. Para aumentar os registros de ocorrncia e possibilitar melhor ajuste dos modelos, optou-se por ger-los com todos os registros da espcie e depois delimitar a rea dos txons da lista. Muitos deles, por exemplo, eram txons da rea de endemismo Belm (como Dendrocincla merula badia e Phlegopsis nigromaculata paraensis, para citar s alguns), e, ento, a ocorrncia foi limitada a essa rea. Um outro exemplo foi a planta da espcie Euxylophora paraensis, cujo modelo apresentou uma pequena rea na margem esquerda do Tapajs. Como esse rio conhecido como sendo o limite ocidental da espcie, as reas que o ultrapassaram foram reclassifi cadas para ausncia da espcie.

    Para ajudar nesses cortes relacionados acessibilidade, outras bases digitais utilizadas foram a de interfl vios (gerada pelo Projeto reas Protegidas da Amaznia - ARPA, a partir da base de hidrografi a de rios principais do SIPAM, na escala de 1:250.000), e a de bacias do nvel 3 da Agncia Nacional de guas (ANA).

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    Como a maioria das espcies ocorre sobre toda a Amaznia, a maioria delas foi modelada utilizando-se registros e variveis ambientais para todo o bioma. As excees foram Pseudoboa nigra e Bufo ocellatus, para as quais foram utilizados dados de todo o Brasil, e os mamferos de grande porte, modelados com dados de toda a Amrica do Sul.

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    PDEFINIO DE REAS CRTICAS PARA A CONSERVAO

    Para a defi nio das reas crticas, foi usado um sistema de suporte deciso, que ajuda a indicar, no conjunto de reas disponveis, quais seriam as mais efi cientes em conservar os alvos ainda no sufi cientemente protegidos. O princpio bsico dos sistemas de suporte deciso a complementaridade, em que so priorizadas para conservao reas que contm alvos (espcies ou ambientes) ainda no encontrados no interior das reas protegidas. Neste trabalho, os alvos foram as espcies ameaadas e os tipos de vegetao (mapa do RADAM 1:250.000 o mesmo mapa descrito na seo de modelagem). Os tipos de vegetao foram includos como alvos por recomendao do Seminrio do projeto. As metas, que so uma quantifi cao de cada alvo a ser protegido, foram defi nidas com base na rea de ocorrncia de cada alvo, sendo designada maior rea aos alvos de ocorrncia mais restrita (Tabela 2).

    Tabela 2. rea ocupada pelos alvos e respectivas metas.

    REA OCUPADA META ATRIBUDAAt 100 mil 100%

    De 100 mil a 1 milho 90%De 1 a 5 milhes 70%

    De 5 a 10 milhes 60%De 10 a 20 milhes 30%De 20 a 25 milhes 20%Mais de 25 milhes 10%

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    O sistema de suporte deciso utilizado foi o Marine Reserve Design using Spatially Explicit Annealing (MARXAN), desenvolvido na Universidade de Queensland, Austrlia (Ball & Possingham, 2000), que opera com o algoritmo de tmpera simulada. Uma das vantagens desse algoritmo que ele permite a utilizao de atributos de confi gurao espacial. Um desses atributos o minimizador de permetro, que favorece a agregao das clulas na soluo, evitando, assim, a fragmentao excessiva do sistema de reas protegidas. Neste estudo, aps testar diversos valores para o modifi cador de permetro, atribuiu-se ao mesmo um valor de 70.

    Outra vantagem do MARXAN que esse algoritmo, alm de maximizar as metas de proteo para todas as espcies e minimizar o permetro, simultaneamente minimiza os custos do sistema. Na prtica, isso signifi ca que, se forem includas informaes sobre a vulnerabilidade dos ambientes ao desfl orestamento, o sistema buscar a soluo (ou as solues) que procure(m) incluir todas as espcies e tipos de vegetao nas reas menos vulnerveis ao desfl orestamento. Neste trabalho, essa foi a abordagem dada aos custos a chance de converso, de rea natural para desmatada, nos prximos anos.

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    PCONVERSO DE FLORESTAS

    Para representar a vulnerabilidade converso, optou-se por usar a modelagem ao invs dos dados diretos de desfl orestamento. Preferiu-se essa opo porque a modelagem inclui diversos fatores relacionados perda da cobertura vegetal (como proximidade a reas convertidas anteriormente, dinmicas sociais e econmicas e caractersticas fi siogrfi cas da rea), que melhor representam a atratividade de cada unidade de anlise (pixel de 400m) para atividades econmicas. O modelo utilizado foi o desenvolvido por Britaldo Soares para o programa ARPA (Nelson et al., 2006), no cenrio business as usual, por ser de excelente qualidade tcnica e amplamente disponvel. Esses dados estavam na resoluo espacial de 400 m.

    No modelo utilizado, o valor de cada pixel referente ao nmero de anos em que previsto que aquele pixel seja desmatado. Dessa forma, os valores mais baixos representam maior proximidade da converso ou maior vulnerabilidade. No entanto, essas so as reas que teriam maior custo de proteo. Por isso, para a utilizao do modelo no sistema de suporte deciso, a escala foi invertida. Como o cenrio havia sido projetado por um perodo

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    de at 36 anos, s reas com maior probabilidade de serem convertidas foi atribudo o maior valor, de 36. Aps a inverso da escala, o valor de cada pixel foi ainda multiplicado por uma constante (20.000) a fi m de que os valores de custo fossem altos o sufi ciente para que a funo de minimizao tivesse peso na busca da soluo.

    Assim como os dados das espcies, os valores de custo so atribudos a cada unidade de planejamento (UP), que, neste estudo, foram hexgonos de 7.000 ha. O valor atribudo a cada UP foi a mdia dos valores de todos os pixels em seu interior.

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    AREAS PROTEGIDAS

    As reas j protegidas so importantes na defi nio de prioridades para a conservao, porque elas permitem avaliar quais alvos j esto representados no sistema e quais ainda no esto contemplados, e que, por isso, devem ser prioridades para conservao. Essa avaliao, em geral, chamada anlise de lacunas e o resultado de muitas anlises j apresentadas sobre o status de conservao de uma determinada regio. O sistema de suporte deciso vai um pouco alm dessa etapa, indicando quais reas so necessrias para complementar o sistema, ou seja, as reas que, juntamente com as j existentes, so capazes de incluir as metas atribudas a todos ou maioria dos alvos. Uma das principais difi culdades na realizao dessas etapas (anlise de lacunas e indicao de reas complementares) a defi nio de quais categorias de reas protegidas sero consideradas satisfatrias na proteo dos alvos de conservao. Por exemplo, algumas das espcies ameaadas esto nessa condio por serem espcies de interesse para uso humano (como as madeireiras, e as cinegticas). Pode-se considerar que essas espcies tm um nvel adequado de proteo em Unidades de Conservao

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    de uso sustentvel? E em Terras Indgenas? Infelizmente, no h estudos sufi cientes sobre as populaes dessas espcies para fazer tal afi rmativa. Por isso, neste estudo, optou-se por gerar cenrios alternativos, considerando as diferentes categorias de reas protegidas como conservadas ou disponveis. Foram gerados trs cenrios:

    1. Considerando conservadas apenas as Unidades de Conservao de Proteo Integral (Parques, Reservas Biolgicas, Estaes Ecolgicas);

    2. Considerando todas as Unidades de Conservao como conservadas (incluindo as de uso sustentvel, como Reservas Extrativistas (RESEX), Reservas de Desenvolvimento Sustentvel (RDS), Florestas (Florestas Nacionais - FLONAs e Florestas Estaduais - FLOTAs), reas de Proteo Ambiental (APAs));

    3. Considerando tambm as Terras Indgenas como reas conservadas.

    A considerao das diferentes categorias de proteo (Unidades de Conservao de Proteo Integral - UCPI, Unidades de Conservao

  • 25

    de Uso Sustentvel - UCUS e Terras Indgenas - TI) permite a avaliao da contribuio relativa de cada categoria na proteo dos alvos. Para esse trabalho, foram includas apenas as reas Protegidas federais e estaduais, cujos limites esto disponveis em arquivos de Sistema de Informao Geogrfi ca. Todas as sobreposies foram removidas, com as Terras Indgenas sendo soberanas sobre as demais categorias, e as UCPI sendo soberanas em relao s UCUS.

  • 26

    DRESULTADOS

    MAPEAMENTO DAS ESPCIES AMEAADAS

    Durante a execuo do projeto, foram reunidos 5.865 pontos de ocorrncia para 122 espcies. Esses registros incluram: 2.936 registros de plantas (50 spp.) 51 de invertebrados (23 spp.) 97 de anfbios (2 spp.) 70 de rpteis (5 spp.) 2.087 de aves (30 spp.) 624 de mamferos (12 spp.)

    Entre essas, foi possvel modelar a distribuio para 47 espcies, e para outras 60 foram utilizados pontos de ocorrncia (Figuras 1 a 10). Para os mamferos de grande porte (onas, tamandu-bandeira), apesar do nmero razovel de registros de ocorrncia, a distribuio dos pontos de ocorrncia

    INVERTEBRADOS - PONTOSEspcies

    Figura 1. No alto: Invertebrados-Pontos;

    ao lado: Plantas-pontos.

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    PLANTAS - PONTOSEspcies

    foi muito irregular e os resultados da modelagem no foram considerados satisfatrios. Como essas espcies so de ampla distribuio, optou-se por se considerar todo o estado do Par como rea de ocorrncia (Figura 10).

    Para a maioria das espcies aquticas (elasmobrnquios, peixes e mamferos aquticos), os especialistas indicaram que sua proteo seria mais efetiva se realizada por meio da defi nio de estratgias de manejo do que pelo estabelecimento de reas para proteo. Para as espcies de peixes Crenicichla cyclostoma, C. jegui, C. compressiceps, Sartor tucuruiense, Teleocichla cinderella, Aguarunichthys tocantinsensis, que ocorrem em cachoeiras, foi indicada a proteo desses ambientes no rio Tocantins e para as espcies Potamobatrachus trispinosus e Mylesinus paucisquamatus, que tambm ocorrem em reas de corredeiras, foi indicada a proteo desses ambientes no rio Araguaia. Para seis espcies de plantas e uma de aves no foram compiladas coordenadas geogrfi cas dentro do estado do Par, e para outras cinco espcies de plantas nenhuma coordenada foi obtida.

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    Aniba rosaeodora

    Bertholletia excelsa

    Aspidosperma album

    Hymenolobium excelsum

    Euxylophora paraense

    Cedrela odorata

    Figura 2. Mapeamento da distribuio de plantas.

  • 29

    Manilkara huberi

    Tabebuia impetiginosa

    Swietenia macrophylla

    Mezilaurus itauba

    Pilocarpus microphyllus

    Ptychopetalum olacoides

    Figura 3. Mapeamento da distribuio de plantas.

  • 30

    Pseudopaludicola canga

    Uromacerina ricardinii

    Stenocercus dumerilii

    Pseudoboa nigra

    Colobosaura modesta

    Herpetofauna pontosEspcies: Anolis nitens brasiliensis Bufo ocellatus

    Figura 4. Mapeamento da distribuio de anfbios e rpteis.

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    Amazona ochrocephala xantholaema

    Cercomacra ferdinandii

    Celeus torquatus

    Aratinga pintoi

    Anodorhynchus hyacinthinus

    Charitospiza eucosma

    Figura 5. Mapeamento da distribuio de aves.

  • 32

    Crax fasciolata pinima

    Dendrocincla merula badia

    Dendrexetastes rufi gula

    Dendrocolaptes certhia

    Deconychura longicauda

    Guarouba guarouba

    Figura 6. Mapeamento da distribuio de aves.

  • 33

    Myrmotherula klagesi

    Primolius maracana

    Piprites chloris

    Piculus chrysochloros

    Phlegopis nigromaculata

    Psophia viridis obscura

    Figura 7. Mapeamento da distribuio de aves.

  • 34

    Pteroglossus bitorquatus bitorquatus

    Tangara velia signata

    Synallaxis rutilans

    Sakesphorus luctuosus

    Pyrrhura lepida

    Thamnophilus aethiops incertus

    Figura 8. Mapeamento da distribuio de aves.

  • 35

    Threnetes leucurus

    Tolmomyias assimilis

    Figura 9. Mapeamento da distribuio de aves.

    Aves pontosEspcies: Coryphaspiza melanotis Sporophila maximiliani

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    Ateles marginatus

    Chiropotes utahickae

    Cebus kaapori

    Chiropotes satanas

    Figura 10. Mapeamento da distribuio de mamferos.

    Mamferos de grande porte (no foi usada modelagem, ver texto)

  • 37

    ADEFINIO DE REAS CRTICAS

    As anlises para a defi nio das reas crticas incluram um total de 139 alvos, dos quais 47 foram espcies modeladas, 60 foram espcies representadas por pontos de ocorrncia e 32 foram tipos de vegetao (Figura 11). As reas ao nordeste e leste do Par, ao longo da Transamaznica e nos arredores de Santarm, so as que apresentam maiores custos para conservao (Figura 12).

  • 38

    VEGETAOTipos

    Figura 11. Mapa com os 32 tipos de

    vegetao utilizados na anlise.

  • 39

    Custos

    Figura 12. Custos para a conservao,

    baseados em modelagem de reas mais

    provveis de serem convertidas em um

    futuro prximo.

  • 40

    ECENRIO 1. SOMENTE UNIDADESDE CONSERVAO DE PROTEO INTEGRAL

    Este o cenrio mais conservador, em que apenas as Unidades de Conservao de Proteo Integral (correspondentes s categorias I a III da International Union for Conservation of Nature - IUCN) so consideradas como contribuindo para a consecuo das metas. o cenrio mais utilizado em anlises internacionais, incluindo as que verifi cam as metas estabelecidas pela Conveno da Diversidade Biolgica (CDB). Sob este cenrio, muitas das reas crticas apontadas pela melhor soluo esto no interior de reas j protegidas, principalmente Terras Indgenas (Figura 13). Caso seja este o cenrio adotado, recomenda-se que as reas crticas em reas j protegidas sejam alvos de estratgias especfi cas de conservao, como a defi nio de zonas de preservao em planos de manejo das Unidades de Conservao e planos de uso das Terras Indgenas. Alm disso, as espcies de interesse econmico deveriam ter seu uso e dinmica populacional monitorados no interior dessas reas.

  • 41

    Figura 13. Mapa de reas crticas,

    representadas pela melhor soluo obtida

    com o uso do MARXAN, quando apenas

    as Unidades de Conservao de Proteo

    Integral (em cor slida) foram consideradas

    como contribuindo para a consecuo das

    metas. As demais reas protegidas (UCs de

    Uso Sustentvel e Terras Indgenas) esto

    apenas com seus limites representados,

    para que se possa visualizar as reas crticas

    em seu interior.

  • 42

    ECENRIO 2. TODAS AS UNIDADES DE CONSERVAO

    Este um cenrio intermedirio, em que todas as Unidades de Conservao (correspondentes s categorias I a VI da IUCN) so consideradas como contribuindo para a consecuo das metas. um cenrio usado na maioria das estatsticas nacionais, em que as UCs de uso sustentvel auxiliam a atingir grandes quantidades de reas protegidas. No entanto, a falta de estudos e de planos de manejo na maioria dessas reas torna difcil uma avaliao precisa de sua efetividade em proteger espcies vegetais e animais.

    Embora, sob este cenrio, a quantidade total de rea protegida seja maior que o dobro quando comparada ao cenrio anterior, a rea complementar para atingir as metas muito similar. H reas crticas, apontadas pela melhor soluo, tanto em reas ainda no protegidas como no interior de Terras Indgenas (Figura 14). Caso seja este o cenrio adotado, recomenda-se que as reas crticas em Terras Indgenas sejam alvos de estratgias especfi cas de conservao, como o monitoramento do uso dessas espcies e o desenvolvimento de estudos sobre suas populaes.

  • 43

    Figura 14. Mapa de reas crticas,

    representadas pela melhor soluo obtida

    com o uso do MARXAN, quando todas as

    Unidades de Conservao (em cor slida)

    foram consideradas como contribuindo

    para a consecuo das metas. As demais

    reas protegidas (Terras Indgenas) esto

    apenas com seus limites representados,

    para possibilitar a visualizao das reas

    crticas em seu interior.

  • 44

    ECENRIO 3. TODAS AS REAS PROTEGIDAS

    Este um cenrio inclusivo, em que todas as reas Protegidas, abrangendo Unidades de Conservao e Terras Indgenas, so consideradas como contribuindo para a consecuo das metas. Este cenrio indica que, mesmo com a grande proporo de rea j protegida no estado, elas so insufi cientes para incluir as espcies ameaadas e os ambientes mais restritos. reas no sul e no leste do estado e ao longo das vrzeas do Amazonas (Figura 15) so crticas para complementar as j existentes e minimizar o processo de extino de espcies no estado do Par.

  • 45

    Figura 15. Mapa de reas crticas,

    representadas pela melhor soluo obtida

    com o uso do MARXAN, quando todas

    as reas protegidas (em cor slida) foram

    consideradas como contribuindo para a

    consecuo das metas.

  • 46

    CONCLUSES E RECOMENDAES

    Modelos so teis, mas devem ser validados. A criao de reas protegidas, portanto, deve ser precedida de levantamentos, visando confi rmao da ocorrncia das espcies. A obteno de novos dados tambm ir ajudar a aprimorar os modelos.

    O nordeste do Par, conhecido como centro de endemismo Belm, concentra grande nmero das espcies ameaadas, e uma regio em que a maioria dos registros de ocorrncia antiga. Seria importante proteger todos os remanescentes fl orestais e desenvolver estudos para avaliar a viabilidade da persistncia das espcies nessa regio fragmentada.

    Para as plantas, reas com ausncia de registros, que deveriam ser priorizadas para novos estudos, esto, principalmente, ao leste e na regio central do estado. Para as aves, as reas em que devem ser promovidos novos estudos para aprimorar os conhecimentos sobre as espcies ameaadas esto no centro-sul e no noroeste do estado. Em relao aos mamferos, o centro do estado uma rea

  • 47

    com poucos dados, tendo aparecido como rea de distribuio descontnua para as espcies terrestres (como para Ateles marginatus), o que, provavelmente, irreal.

    A rea mnima recomendada para criao de novas Unidades de Conservao a do cenrio que considera todas as reas protegidas como contribuindo para as metas.

    As reas apontadas nos cenrios menos inclusivos devem ser priorizadas para estudos de distribuio e monitoramento de espcies e de ameaas (desmatamento, invases para retirada de espcies).

    Todos os cenrios enfatizaram a existncia de reas crticas nas vrzeas do Amazonas e no sul e leste do estado. Todas essas regies tm ameaas relativamente altas e estratgias para sua proteo so urgentes.

    A contribuio das UCUS e TIs para a conservao das espcies incerta, principalmente para espcies teis (cinegticas, madeireiras). Deve ser promovido o monitoramento e a defi nio de estratgias de uso sustentvel para essas espcies nas reas protegidas que permitem uso de recursos.

  • 48

    Para as espcies teis, deve-se, ainda, desenvolver modelos que levem em conta a abundncia das espcies. Estudos de crescimento seriam tambm importantes para a construo de modelos para sustentabilidade do uso.

    A proteo de espcies ameaadas uma estratgia de conservao de curto prazo. Especialistas presentes no seminrio recomendaram como estratgia de mdio e longo prazos a incluso de outras espcies no planejamento para conservao, principalmente endmicas e especializadas em habitats. Alm disso, a literatura especializada em planejamento para a conservao recomenda a incluso de alvos para servios e processos, como os relacionados com as emisses de carbono, ciclo hidrogrfi co e incertezas associadas a mudanas climticas.

    Para as espcies marinhas, especialistas recomendam estratgias de manejo e no a delimitao de reas de proteo.

    Para as de gua doce, recomendada a manuteno de rios livres (conservao de cachoeiras) e conservao das fl orestas no entorno dos corpos de gua.

  • 49

    REFERNCIAS

    BALL, I. R. & H. P. POSSINGHAM, 2000. Marxan (V1.8.2): Marine Reserve Design Using Spatially Explicit Annealing, a Manual. Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2009.

    ELITH, J., C. H. GRAHAM, R. P. ANDERSON, M. DUDK, S. FERRIER, A. GUISAN, R. HIJMANS, F. HUETTMANN, J. R. LEATHWICK, A. LEHMANN, J. LI, L. G. LOHMANN, B. A. LOISELLE, G. MANION, C. MORITZ, M. NAKAMURA, Y. NAKAZAWA, J. MCc. OVERTON, A. T. PETERSON, S. J. PHILLIPS, K. RICHARDSON, R. SCACHETTI-PEREIRA, R. E. SCHAPIRE, J. SOBERN, S. WILLIAMS, M. S. WISZ & N. E. ZIMMERMANN, 2006. Novel Methods improve prediction of species distributions from occurrence data. Ecography 29: 129-151.

    FIELDING, A. H. & J. F. BELL, 1997. A review of methods for the assessment of prediction errors in conservation presence/absence models. Environmental Conservation 24: 38-49.

  • 50

    HIJMANS, R. J., S. E. CAMERON, J. L. PARRA, P. G. JONES & A. JARVIS, 2005. Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology 25: 1965-1978.

    LIU, C., P. M. BERRY, T. P. DAWSON & R. G. PEARSON, 2005. Selecting thresholds of occurrence in the prediction of species distributions.Ecography 28: 385-393.

    MMA. Ministrio do Meio Ambiente, 2007. reas Prioritrias para Conservao, Uso Sustentvel e Repartio de Benefcios da Biodiver-sidade Brasileira: Atualizao - Portaria MMA n9, de 23 de janeiro de 2007. MMA (Srie Biodiversidade, 31), Braslia.

    NELSON, B. W., A. ALBERNAZ & B. SOARES-FILHO, 2006. Estratgias de Conservao para o Programa ARPA: 1-69. Relatrio Tcnico, Braslia, DF.

    PEARSON, R. G., 2007. Species distribution modeling for conservation educators and practitioners. Synthesis. American Museum of Natural

  • 51

    History, 50p. Disponvel em: Acesso em: 08 set. 2009.

    PEARSON, R. G., C. J. RAXWORTHY, M. NAKAMURA & A. T. PETERSON, 2007. Predicting species distributions from small numbers of occurrence records: a test case using cryptic geckos in Madagascar. Journal of Biogeography 34: 102-117.

  • 52

    Apndice 1.Equipe executora do Museu Paraense Emlio Goeldi MPEG (exceto quando indicado; ordem alfabtica por componente)

    Coordenao GeralTeresa Cristina Avila-PiresAna Luisa Albernaz (vice)

    PlantasAna Luisa AlbernazDario AmaralNilzilene ValeSamuel Almeida

    InvertebradosAlexandre BonaldoWilliam Overal

    PeixesWolmar Wosiacki

    HerpetofaunaAna Lucia PrudenteMarinus HoogmoedSelvino Neckel Oliveira (Universidade Federal do Par UFPA)Ulisses GallattiTeresa Cristina Avila-Pires

    AvesAlexandre AleixoFtima Lima

    MamferosAndr Luis RavettaJos de Sousa e Silva JuniorLiza Veiga

  • 53

    Compilao e formatao de dados de ocorrnciaAna Luisa AlbernazConservao InternacionalJorge Luis MartinsApoio: Emille Carib, Nilzilene Vale, Rafaela do Carmo

    Compilao e formatao de dados ambientaisAna Luisa AlbernazAndrew Townsend Peterson (Kansas University)

    Modelagem de espcies e de reas crticasAna Luisa Albernaz

    Apndice 2.Participantes do Seminrio(ordem alfabtica por componente)

    PlantasDrio Amaral (MPEG)Haroldo Lima (Jardim Botnico do Rio de Janeiro JBRJ)Samuel Almeida (MPEG)

    InvertebradosAdalberto Santos (Universidade Federal de Minas Gerais UFMG)Alexandre Bonaldo (MPEG)Antonio Brescovit (Instituto Butant SP)Mirna Casagrande (Universidade Federal do Paran UFPR)Olaf Mielke (UFPR)William Overall (MPEG)

    PeixesFlvio Tadeu Lima (Universidade de So Paulo USP)Maurcio AlmeidaWolmar Wosiacki (MPEG)

  • 54

    HerpetofaunaAna Lucia Prudente (MPEG)Guarino Colli (Universidade de Braslia UnB)Maria Cristina Santos-Costa (Universidade Federal do Par UFPA)Marinus Hoogmoed (MPEG)Selvino Neckel Oliveira (Universidade Federal do Par UFPA)Teresa Cristina Avila-Pires (MPEG)Ulisses Gallatti (MPEG)

    AvesAlexandre Aleixo (MPEG)Mariana Vale (Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ)Mario Cohn-Haft (Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia INPA)

    MamferosAna Cristina Mendes de Oliveira (Universidade Federal do Par UFPA)Andr Luis Ravetta (MPEG)Eldianne Moreira de LimaGerson Buss (Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRS)Jos de Sousa e Silva Junior (MPEG)Liza Veiga (MPEG)

    Modelagem de espcies e de reas crticasCarlos Eduardo Viveiros de Grelle (Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ)Jos Alexandre Felizola Diniz-Filho (Universidade Federal de Gois UFGO)

    ApoioAna Luisa Albernaz (MPEG)Jorge Luis Martins (MPEG)Nvia Glucia Pereira (Secretaria de Estado de Meio Ambiente SEMA-PA)Thais Kasecker (Conservao Internacional CI-Brasil)

  • Formato: 255x210mm

    Tipografi a: Constantia

    Papel: O set 90 g/m

    RR Donnelley