ESPECIAL Como é o trabalho em uma startup · startup focada em gestão de marketing digital....

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ESPECIAL Como é o trabalho em uma startup? Cada vez mais as startups tem atraído jovens talentos para seus times. A promessa é um ambiente de trabalho jovem a alinhado com os valores e estilos da nova geração. Mas será que esse é o lugar certo para todo tipo de profissional? Na prática, como é trabalhar para uma empresa jovem e inovadora? Descubra a seguir!

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ESPECIAL

Como é o trabalho em uma startup?Cada vez mais as startups tem atraído jovens talentos para seus times. A promessa é um ambiente de trabalho jovem a alinhado com os valores e estilos da nova geração. Mas será que esse é o lugar certo para todo tipo de profissional? Na prática, como é trabalhar para uma empresa jovem e inovadora? Descubra a seguir!

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O que você valoriza no seu emprego? Como você trabalha? Não são raras as pesquisas que buscaram adivinhar a sua resposta, investindo milhões de reais na tentativa de decifrar os

valores e motivações da Geração Y na carreira.

Todo esse esforço em entender a mente do jovem não é exagero, já que muito em breve serão a maioria dos trabalhadores disponíveis no mercado. Ainda assim, os resultados de tantas pesquisas nem sempre apontam para a mesma direção. A conclusão que parece ficar no ar é a seguinte: a Geração Y é tão numerosa quanto diversa.

Algumas dicas também ficam no ar: a nova geração é ambiciosa, e parece valorizar mais o crescimento profissional do que o salário. Para muitos, um ambiente de trabalho criativo e dinâmico é mais atrativo que a formalidade corporativa, antes símbolo

de status e sucesso. A mentalidade “9h às 17h” vem dando lugar a horários mais flexíveis, e os valores e propósito da empresa nunca foram tão importantes.

Diante desse cenário, em que os empregadores tradicionais ainda não conseguiram compreender bem o estilo de trabalho dos millenials, um grande número de startups com fundadores e lideranças jovens ganha espaço ao propor um novo modo de trabalhar e encarar a carreira. São as startups, um ecossistema efervescente com oportunidades cada vez mais atrativas — e disputadas — pelos jovens.

Mas, afinal de contas, o que está por trás do hype da carreira em startup? Como é realmente o trabalho nessas empresas jovens e inovadoras? Nesse especial, buscamos dar essas respostas, e te ajudar a refletir sobre a melhor decisão profissional para a sua carreira.

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Como é o trabalhoem uma startup

Olá, meu nome é Ana, tenho muito orgulho em me apresentar como a Diretora de Talent Management da Resultados Digitais, uma startup focada em gestão de marketing digital.

Trabalho em Recursos Humanos há quase quinze anos, e mais de dez anos foram dedicados a empresas alimentícia, fun design, automotiva, multinacional, global, nacional, francesa, americana e agora, cá estou eu em uma startup e posso dizer: estou feliz da vida. Nesse texto, vou explicar meus motivos.

Ana Rezende, da Resultados Digitais, fala sobre o trabalho na startup que tem se destacado no mercado de marketing digital

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Startups são empresas que possuem crenças fortes em seus

produtos e prestação de serviços. Seus fundadores tiveram

grandes sacadas e realmente acreditam que suas ideias farão

a diferença na rotina dos seus clientes, da sua cidade, país, do

mundo. São empresas em construção, em desenvolvimento,

com planos audaciosos, com propósito firme e sonhos

sedutores. Algumas não possuem solidez financeira —

não é o nosso caso — mas mesmo assim são locais muito

interessantes para se estar.

Mas, afinal, o que quer dizer “empresas em construção”?

Essa é uma forma bonita de dizer que muitas coisas ainda

não existem, como por exemplo: definição de cargos e

salários, política de reembolso de viagem, balanced scorecard,

pricing… Em contrapartida, possuímos outras vantagens.

A não definição de cargos e salários traz a possibilidade

de se ser um “faz tudo”. Algumas vezes as empresas ainda

não escalaram a ponto de precisar ter uma pessoa para o

financeiro, outro para administrativo e outro para compras,

e o colaborador atua como administrativo, financeiro,

comprador e pricing.

Convenhamos que a pluralidade deste papel também é

interessante, talvez mais interessante do que saber em qual

caixinha eu me encontro no organograma. Outra situação

interessante que acontece é quando existe a necessidade

de estruturar uma nova área ou subárea e surgem muitas

oportunidades de trabalho. Temos um caso na RD de um

profissional que começou como um faz tudo de interação

com o cliente, era vendas e pós-vendas ao mesmo tempo,

ele foi se especializando em alguns conceitos de Marketing

Digital e se tornou especialista na área de Customer Success

(Atendimento ao Cliente), ele se especializou ainda mais e

atualmente está em Marketing Growth.

O balanced scorecard é substituído pela clareza de onde

a empresa quer chegar, desdobramento de como cada

área contribui, o que cada colaborador precisa fazer e

acompanhamento destes dados periodicamente. Esse cenário

reforça a autonomia, relacionamentos horizontais e foco

em resultado. Entretanto, se houver um boom de vendas ou

se o produto não pivotou, a estratégia muda rapidamente e,

consequentemente, as metas, entregas e indicadores. Então,

Como é o trabalhoem uma startup

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por mais que as responsabilidades de cada colaborador esteja

estabelecida e muitas vezes a meta esteja alinhada, se o

mercado da startup ainda está sendo explorado, de um dia

para outro os planos de crescimento aceleram, oportunidades

surgem, prioridades mudam. São altas emoções.

Em resumo, é um ambiente de mudanças constantes,

de adaptação e ajustes. É exatamente o ambiente que a

Geração Y ama, pois não exige muita experiência, formação

acadêmica ou conhecimento técnico especializados, títulos

de cargos impactantes. O que importa para esse contexto de

desafios, aprendizados e crescimento são os interesses, as

motivações, a inteligência, o potencial, as crenças, aventuras,

vivências e os grandes feitos que esses profissionais tiveram

na vida, intercâmbios para Egito ou Turquia, atuação em

empresas júnior, tentativas de empreender (bem ou mal

sucedidas) e ter ralado durante a faculdade.

Aqui na RD, por exemplo, temos biólogos e zootecnistas na

área de vendas e nossa área de Growth Marketing é gerenciada

por um engenheiro de alimentos. O que importa é a soma de

tudo o que o profissional construiu até agora e como ele está

disposto a aplicar todos esses skills em prol do atingimento

das metas e do propósito, com liberdade e responsabilidade.

Outro ponto é que, por ser composta por profissionais

mais jovens, algumas verdades tradicionais sobre clima

organizacional não se sustentam. Neste contexto, impera

a necessidade de se sentir a vontade. Assim, é possível ter

momentos para descontrair, se é esse ambiente que me faz

entregar mais e melhor. Quem foi que disse que ir trabalhar

de camisa e gravata me torna mais produtivo? Quem foi que

definiu que é a área administrativa que escolhe os itens de

infraestrutura da empresa? Quem foi que estabeleceu a regra

que os níveis hierárquicos sabem mais e que são eles que

devem fazer as palestras para os individual contributors?

Aqui, o ambiente é descolado, trabalhamos em open spaces,

não temos dresscode ou armários, gostamos da informalidade

das relações e conexões.

A minha felicidade em fazer parte deste mundo é que tenho

grande oportunidade aqui de usar a lente que transforma

as indefinições e o que ainda não foi construído, em

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possibilidades. As mudanças frequentes podem se tornar

chances de desenvolver habilidades como flexibilidade, jogo

de cintura, resolução de problemas, gestão de recursos.

Imagine uma empresa onde você consiga interagir com

esses profissionais que já tiveram diferentes experiências,

conheceram muitos países e culturas, realizaram muito

em projetos sociais. A soma das vivências deste time traz

resultados excepcionais, além de dar um orgulho tremendo

de fazer parte do time que está escrevendo essa história e

admiração pelo o que meu colega construiu até agora e o que

estamos construindo juntos.

A RD, apesar de já contar com uma equipe grande, possui

cultura, política e práticas de startup. Temos propósitos e

valores claros, que servem de base para tudo que fazemos.

Para reforçar, estruturar e acelerar o aprendizado aqui dentro,

temos um processo de onboarding que contempla informações

sobre como as coisas funcionam na empresa e no segmento,

assim como dados sobre como a área funciona e como

executar as atividades no modus operandi da RD.

O espaço é de troca constante. Semanalmente temos reuniões

em que cada integrante do time ensina toda empresa sobre

um tema específico. Trimestralmente, nosso CEO apresenta

os resultados do quarter e alinha a empresa inteira para as

prioridades do próximo quarter, além de comunicar outros

dados relevantes a todos. Semestralmente temos rodadas de

feedback 360, onde os gerentes se reunem com seus times e

trocam feedbacks entre toda a equipe.

Os profissionais que trabalham em startups acreditam no

norte, no propósito, na competência dos fundadores, na

qualidade de entrega da empresa e no aprender fazendo.

Eles estão dispostos a exercer diferentes funções, a assumir

diversas responsabilidades, a estudar sobre conteúdos

ímpares e a fazer muito benchmarking, pois sabem que esta é

a forma que eles podem contribuir de maneira mais intensa

para o atingimento do propósito, e que em troca, a lealdade e

a entrega serão recompensadas, e que eles terão muita, mas

muita história para contar.

Gostou da RD? Veja as oportunidades de trabalho na empresa.

Como é o trabalhoem uma startup

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Quem é o jovem que as startups buscam?

Ocrescimento no número de startups no Brasil proporciona maior número de vagas disponíveis para quem quer se aventurar nessa área. Não é raro ver na timeline do Facebook

algum amigo compartilhando links de processos seletivos, ou até mesmo surgirem oportunidades no acompanhamento de determinada empresa no LinkedIn. As duas perguntas que muitos se fazem são: quem são os jovens que as startups estão procurando e como posso me destacar nesses processos seletivos?

Recrutadores dão dicas para aqueles que pretendem se candidatar a uma vaga nessas empresas

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Se para as empresas convencionais as respostas para

essas questões já estão mais sólidas e no imaginário dos

empregados, no cenário das startups elas são mais difíceis

de serem formuladas. Isso porque trata-se de um modelo de

negócio recente no país, com diversas variáveis envolvidas.

Para esta reportagem, alguns empreendedores que fundaram

suas startups de sucesso deram pistas para os jovens que

pretendem uma colocação nessas empresas. “Vejo talentos

que conseguem ter cabeça aberta para coisas novas e

empreender sozinhos. Outro dia contratei um cara para a

Samba e não sabia o que ele iria fazer inicialmente, mas

gostei tanto do perfil dele que não podia deixar ele ir para

outra empresa. Não quero ninguém expert em uma só

área, fazemos coisas disruptivas. Prefiro alguém que saiba

aprender e se adaptar àqueles mega especialistas que não

conseguem acompanhar as evoluções”, revela Gustavo

Caetano, da SambaTech, empresa que oferece soluções na

área de vídeos pela internet.

Já Ofli Campos, um dos sócios-fundadores da Meliuz, empresa

pioneira de cashback em compras virtuais, gosta de histórias

de vida diferentes, que podem não parecer relevantes em

um primeiro olhar. “Ter um time em sintonia é fundamental

para se chegar aos resultados. Se o time é bom, fica mais

fácil mudar os rumos e até desenvolver novos produtos.

Procuramos histórias diferentes e até bizarras na hora de

contratar. Queremos pessoas com vontade de mudar o mundo,

que sonham alto e não têm medo de arriscar”, afirma.

Dicas para os processos seletivosPara tentar entender melhor a dinâmica de contratações

de uma startup, conversamos com um dos responsáveis por

recrutar os talentos na Meliuz. O diretor de operações Lucas

Marques, ex-trainee da Ambev, nos ajudou com algumas dicas

importantes para quem almeja uma vaga em uma startup.

“Os processos seletivos nas startups são muito diferentes,

elas procuram colocar sua cultura até nisso. Portanto, é

importante pesquisar as o perfil da startup que você pretende

entrar”, aconselha.

1. frequentar eventos de empreendedorismo Antes mesmo

de se candidatar a uma vaga em uma startup, participe

de eventos e demonstre interesse pelo assunto. Além de

Quem é o jovemque as startups buscam?

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aprender muito, logo você poderá conhecer as pessoas que

vão te entrevistar posteriormente. “Isso mostra vontade e

curiosidade do candidato. É como alguém que quer começar a

namorar e vai para a balada antes para dar o primeiro passo”,

brinca Lucas Marques.

2. demonstre conhecimento sobre a empresa e os serviçosSe você pretende trabalhar em uma startup, deve saber sua

área de atuação e quais são os serviços e produtos oferecidos.

“Se a startup tiver um aplicativo ou um site, o candidato deve

tentar usar o produto e entender bem como ele funciona”,

ressalta Lucas Marques.

3. experiências pessoais contam muito Talvez tenham tanta

importância quanto cursos renomados e diplomas. São muitos

os autodidatas nas startups, que executam muito bem. “Na

Meliuz sempre pedimos para o candidato contar sua história,

conquistas, sonhos e fracassos. No caso da startup não pedir,

ao invés de colocar no currículo, eu enviaria uma carta de

apresentação junto com o CV”, recomenda o especialista.

4. sobre o tema remuneração As startups procuram

funcionários que se identifiquem com a cultura da empresa

e que irão trabalhar com prazer. Portanto, o assunto

remuneração deve ser trabalhado com muito cuidado em

uma entrevista, de preferência no final da conversa. “No

caso da Meliuz, costumamos falar disso depois da aprovação

do candidato. Um candidato que tem como prioridade

remuneração, não deveria ter como prioridade startups”,

brinca Marques.

5. habilidades valorizadas Variam muito de acordo com a

cultura e o cargo almejado — ou oferecido — em uma startup.

Não são raros os casos de alguém que preenche os requisitos

técnicos para o cargo, mas é reprovado por não se adequar à

cultura da empresa. “Um candidato pode dizer que é ‘sangue

no olho’, mas é preciso que ele descreva episódios em sua

vida que demonstrem isso. De forma geral, acho que as

startups buscam iniciativa, sangue no olho e entusiasmo em

seus futuros funcionários”, conclui.

Quem é o jovemque as startups buscam?

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As notícias sobre startups que nasceram em uma garagem e hoje faturam milhões seduzem muitos funcionários que estão insatisfeitos com seus empregos. Com o país

vivendo um momento difícil como o de agora, vários profissionais também perderam seus cargos em grandes empresas e estão dispostos a recomeçar em uma startup. Mas, antes de mergulhar nesse tipo de trabalho, é importante refletir se essas oportunidades refletem realmente o que você quer para sua carreira.

As vantagens e desvantagens de se trabalhar em uma startupSem papo furado, listamos algumas características da vida em startup para você refletir se é o que quer para sua carreira

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As vantagens e desvantagens de se trabalhar em uma startup

Não é novidade que muitas startups estão revolucionando a

maneira de se fazer negócios e prestar serviços. Mas será que

trabalhar com esses jovens que estão desbancando negócios

tradicionais com uma maneira diferente de enxergar as

coisas é essa maravilha toda?

Como quase tudo nessa vida, trabalhar em uma startup tem

seu lado bom, mas também tem seu lado ruim. Vale lembrar

que o que constitui desvantagens para alguns, para outros

pode ser mais um ponto instigante nesse tipo de trabalho. O

importante é refletir sobre o que você quer.

Conversamos com profissionais que fizeram a opção por esse

caminho e procuramos listar abaixo alguns dos principais

pontos a serem avaliados por quem pretende trabalhar nesse

tipo de empresa.

Vantagens

1. ser sócio do negócio Como, no início, muitas startups não

podem oferecer grandes salários, elas adotam estratégias de

contratação que incluem bônus por projetos, participação

nos lucros e até a possibilidade de adquirir ações da empresa.

Ou seja, se o negócio evoluir rapidamente, você pode ter uma

remuneração surpreendente e, em alguns casos, até mesmo

virar sócio do negócio.

2. informalidade do ambiente de trabalho Horários de

trabalho flexíveis, happy hour depois do expediente, mesa de

sinuca e ping-pong, além da possibilidade de ir trabalhar com

aquele jeans que você adora. O ambiente de trabalho nas

startups é descontraído, com muitos jovens, e todos podem

ficar à vontade para desempenhar suas funções.

3. crescimento rápido O número de funcionários em uma

startup começa pequeno. Se você chegar e mostrar serviço,

vai crescer rapidamente. Não é raro que os fundadores e

administradores coloquem pessoas bastante jovens para

ocupar cargos de diretoria, com a responsabilidade de gerir

grandes projetos.

4. desenvolvimento de múltiplas habilidades A estrutura

de uma startup é muito flexível, com profissionais que sabem

atuar em diversas áreas. Ao começar em uma empresa como

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essa, você tem uma exposição muito grande a diversas áreas e

acaba tendo que sair da sua zona de conforto constantemente.

É o ambiente ideal para aprender tarefas diferentes e tomar

decisões que não tomaria em outras empresas.

5. proximidade com os colegas Como as equipes são

pequenas ou de tamanho médio, todos se ajudam e procuram

trabalhar com uma sintonia grande. Não será uma novidade,

um dia ou outro, ficar até altas horas trabalhando com seu

colega de trabalho ou fazer viagens com ele. Quando você

menos perceber, já estará desabafando sobre os problemas

pessoais e uma grande amizade terá se formado.

Desvantagens

1. fortes emoções Vários empreendedores comparam

trabalhar em uma startup com andar em uma montanha-

russa. Um dia tudo vai bem, no outro fortes turbulências. Em

outras palavras, se você não lida bem com pressão e riscos,

provavelmente terá que desenvolver essa competência para

se dar bem em uma startup.

2. transmissão de conhecimento Pessoas que não são

proativas tendem a ter dificuldades, já que a estrutura é

horizontal e ninguém costuma dizer o que o outro irá fazer

na startup. Muitos são os próprios chefes e, como se costuma

dizer, aprendem “na marra”, com a prática.

3. alta rotatividade Os empregados de uma startup

costumam ser jovens, e muitas vezes mudam de ideia

quanto a seus planejamentos pessoais de carreira. Isso gera

mudanças de planos repentinas, pedidos de demissão para

abrir a própria startup e assédio com propostas de outras

empresas. Com isso, é desafiador manter a mesma equipe

treinada e ciente da cultura da empresa.

4. carreira menos estruturada Não são raros os casos

de funcionários que assumiram projetos em áreas que não

dominavam e fracassaram por isso. Também não existe um

plano de carreira delimitado, o que pode gerar expectativas

frustradas por promoções e comparações indesejáveis com

outros funcionários.

As vantagens e desvantagens de se trabalhar em uma startup

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5. currículo Muitas startups ainda não consolidaram seu

nome no mercado, logo, o valor que representam em um

currículo depende muito do estágio em que a startup se

encontra. A passagem de um profissional por uma startup

pequena ou recém-criada, por exemplo, tende a não ser tão

valorizada por um recrutador em um futuro processo seletivo

quando comparado a experiências em bancos, consultorias

ou empresas maiores.

As vantagens e desvantagens de se trabalhar em uma startup

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Cada vez mais jovens profissionais optam por não iniciar suas carreiras de forma tradicional, como os programas de trainee de grandes empresas, para se dedicar a

construir ou trabalhar em uma startup. São jovens que desejam montar suas empresas inovadoras e que não têm medo de arriscar, seja em produto ou estratégia. Mas, infelizmente, este tipo de empresa não é imune a alta mortalidade dos primeiros anos, que vemos nas pequenas e médias empresas brasileiras.

Por que trabalhar em uma startup antes de começar a sua?Entenda como você pode se preparar para sua aventura empreendedora trabalhando por alguns anos em outra startup

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Por que trabalhar em uma startupantes de começar a sua?

Sou apaixonada por empreendedorismo, mas também acredito

que junto à vontade de inovar em um mercado e assumir os

riscos, o melhor é criar uma bagagem de conhecimento para

depois empreender com sucesso. Veja como você pode se

preparar para sua aventura empreendedora trabalhando por

alguns anos em outra startup:

1. aprenda sem gastar o seu dinheiro Começar uma

empresa não é tarefa fácil. Você vai encontrar dificuldades

que são grandes, e outras que são enormes! As maiores

dificuldades envolvem acertar qual o produto e o modelo de

negócio que tem aceitação no mercado, e montar um time de

bons profissionais que te ajudem a levar a sua ideia adiante.

Essas são as dificuldades que eu chamo de grandes.

Depois tem a dificuldade que eu chamo de enorme: ter

dinheiro para cobrir os custos do início da operação. Não

bastando a dificuldade de acertar o modelo de negócio e

montar um time, você ainda terá que arrumar dinheiro

para sobreviver durante esse processo. Por isso, meu maior

conselho é que você se junte a uma startup para “aprender

com o dinheiro dos outros”.

Aprenda como empreendedores mais experientes lidam com

esses desafios no início das suas empresas. Conheça pessoas

e faça um bom network, que te ajudará no momento que você

precisar montar o seu time.

Esses serão aprendizados que você vai levar na sua bagagem

quando for abrir o seu próprio negócio, e que certamente te

ajudarão a ser mais ágil e a ter um início menos turbulento.

2. aprenda como funcionam as coisas Em uma startup você

é multitarefa e terá exposição a diversos assuntos: você

cuida de execução, trabalhando muito perto dos processos

críticos e pondo a mão na massa, para ver como é fazer de

verdade. Olhar fluxo de caixa, montar um CRM, definir o pitch

comercial, rever as características do produto – todas essas

são atividades nas quais você pode se envolver.

Enquanto isso, você vai sentar e discutir as estratégias

do negócio com o CEO e juntos vocês vão tomar decisões

arriscadas e cometer erros. Tem de tudo um pouco!

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Isso tudo é importante, uma vez que inovar, pensar fora

da caixa e ser pioneiro são características fundamentais

para uma nova empresa de sucesso. Mas nem tudo precisa

ser inovado, entretanto. Tem muita coisa que você pode

aprender como funciona antes de se aventurar nos oceanos

do empreendedorismo. Porque, afinal, é como eu falei antes:

tempo é dinheiro – o que você economiza de tempo, você

economiza de dinheiro.

3. veja se você gosta realmente da flexibilidade Vamos

definir flexibilidade: flexibilidade é você pode fazer o que

quiser, decidir como e quando as coisas vão ser feitas, que

horas você quer trabalhar, certo? Mas isso também implica

em não ter ninguém para te dar o caminho das pedras

quando você se sentir perdido. Que, se as coisas derem errado,

a responsabilidade é sua e só sua.

Então lembre-se que junto com a flexibilidade, vem a

responsabilidade: não há nenhum papel que imponha mais

responsabilidade do que o papel de CEO-Fundador. Pense que

tudo (tudo!) o que acontece no negócio é, no fim das contas,

responsabilidade do CEO que fundou a empresa – todas as

decisões, em algum momento, partiram dele.

O que você fez é responsabilidade sua. O que seu time fez é

responsabilidade sua, porque você contratou aquelas pessoas.

O que a empresa faz é responsabilidade sua, porque as

pessoas foram contratadas por pessoas que você contratou.

Quanta liberdade!

Quando você abre a sua própria empresa, você deixa de

trabalhar 40 horas para trabalhar 100 horas por semana,

por que ter a sua própria empresa implica em muito mais

trabalho, acredite! Enquanto você é parte de uma startup, a

pressão existe, mas de forma menos intensa. Você ainda terá

tempo para fazer outras coisas como investir em formação,

participar de eventos de networking com outras startups e

investidores.

4. aprenda que ter a própria empresa nem sempre quer dizer não ter chefe Uma ilusão muito comum é a de que

como empreendedor você não vai ter chefe. Que você vai

ser dono da sua própria estratégia e liderar seu negócio sem

interferência. Isso pode ser verdade, mas nem sempre é o

melhor caminho.

Por que trabalhar em uma startupantes de começar a sua?

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Se você quer crescer o seu negócio, é muito provável que você

precise de recursos financeiros e, com isso, você vai precisar de

investidores. Aí, você passa a ter alguém a quem recorrer em

momentos de incerteza, mas também passa a ter alguém para

quem terá que reportar os resultados e atingimento de metas.

Investidores não são o que comumente pensamos quando

nos referimos a um chefe, mas são pessoas que podem

influenciar e até limitar certas decisões suas. Ou seja, muito

provavelmente, você não vai poder fazer simplesmente o que

você quiser.

5. reflita se você realmente é motivado por gerar valor para o mundo Ao se juntar a uma startup, você pode ter

mais uma chance para pensar bem o que você quer da vida.

A trajetória do empreendedorismo é cheia de aprendizados,

de fortes emoções e de alegrias. Mas ela traz, na mesma

proporção, tensões, incertezas e muitas noites mal dormidas.

O que faz um empreendedor vencer no caminho do

empreendedorismo é, entre outros fatores, a persistência. E

você só vai persistir se você acreditar, de todo coração, que

aquilo vale a pena.

Saiba que vão existir outras tentações no caminho. Sabe

aquele colega que foi para um emprego que paga bem? Isso

vai ser uma tentação quando você estiver no seu escritório, no

quartinho dos fundos da casa dos seus pais, há mais de um

ano e ainda tiver incerteza sobre como e quando a sua empresa

vai dar certo. E os seus amigos e até sua família vão perguntar,

as vezes de forma implícita: “E aí, já deu certo? Já ficou rico?”.

Tudo isso vai adicionar a sua tensão, pode acreditar.

Então, veja como é viver em um ambiente de recursos

limitados e alta incerteza antes de mergulhar de cabeça no

empreendedorismo. Reflita se você realmente é motivado

por gerar valor para o mundo, ou se você apenas está atrás

da glória que paira ao redor dos empreendedores de sucesso.

Não se esqueça que a pressão social é voltada à riqueza, e os

seus valores vão ter que te sustentar durante o caminho.

Se depois de refletir sobre esses motivos, você decidir se

juntar ao time de uma startup, saiba de mais uma coisa: é

muito legal e divertido! Tem festa, tem happy hour, não tem

burocracia, pode vir trabalhar de bermuda, e rola até umas

comilanças! As pessoas são jovens, você vai fazer muitos

amigos e criar vínculos importantes para o futuro.

Por que trabalhar em uma startupantes de começar a sua?

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Uma visita a uma startup pode surpreender quem está acostumado com ambiente e rotina de trabalho de uma grande empresa, banco ou consultoria. O lugar costuma ser

descolado, cheio de jovens vestidos de maneira casual e que trabalham em horários pouco convencionais. Mas, apesar dessa descrição atrativa, essas empresas convivem com uma pressão enorme por resultados e carga horária intensa. Diante desse cenário, a desorganização acaba sendo inimiga da produtividade.

Como manter a produtividade no ambiente informal de uma startup?Especialista em produtividade avalia como local de trabalho e rotina dessas empresas influenciam no rendimentopor frederico machado

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É comum encontrar nas startups mesas de sinuca e ping-

pong, vídeo-games e outros atrativos para relaxar durante a

jornada de trabalho. As paredes coloridas ficam repletas de

post-its com as tarefas do dia, os computadores e as estações

de trabalho são customizados com as preferências de cada

usuário. Muitas startups privilegiam ambientes abertos, sem

divisórias, refletindo a horizontalidade da empresa. No fim do

expediente, é possível até tomar uma cervejinha durante o

happy hour na cozinha com os colegas de trabalho.

“Um ambiente agradável é bacana para todos, estimula

a criatividade e deixa as pessoas mais confortáveis para

trabalhar. Essas opções de lazer ajudam a desestressar nos

intervalos e aproximam a equipe. Até mesmo a maneira de

se vestir, mais à vontade, pode refletir na produtividade dos

empregados”, afirma o especialista em produtividade e gestão

do tempo, Christian Barbosa.

Christian é empreendedor e sabe bem como funciona uma

startup. Tanto é que fundou a sua: a Goboxi, empresa que

desenvolveu um software que ajuda no gerenciamento

de emails e atividades diárias. A Goboxi funciona em um

coworking no Vale do Silício, na cidade de San Francisco

(EUA). O ambiente lá, onde estão reunidas algumas das

principais startups do planeta, não é dos mais propícios para a

produtividade, segundo o especialista.

“Os coworkings podem se tornar uma verdadeira bagunça

se algumas regras não forem estipuladas e obedecidas.

Conversa paralela e muito barulho atrapalham as pessoas

no desempenho de atividades básicas, como ler um texto na

internet. No coworking da Goboxi até proibiram as pessoas de

usar o Skype por conta do barulho”, relata.

Ainda assim, algumas atitudes podem ajudar para que o

ambiente descontraído das startups ande lado a lado com

a produtividade dos profissionais. “Fone de ouvido é uma

alternativa, mas o empregado não pode ficar o dia todo com

ele e desligado do resto do ambiente. Várias dessas empresas

possuem salas mais reservadas. Essas salinhas são ideias para

momentos de concentração e fazem o trabalho render. Por

mais multitarefa que a pessoa seja, a produtividade acaba

afetada em um ambiente bagunçado”, aconselha o especialista.

Como manter a produtividade no ambiente informal de uma startup?

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atenção aos sinais Avaliar a produtividade de um

funcionário de uma startup nem sempre é tarefa simples,

assim como identificar os fatores que estão interferindo no

rendimento. Nessa análise, o ambiente de trabalho agitado

pode contribuir negativamente. “É possível que o próprio

funcionário perceba que sua produtividade está baixa. Basta

analisar o volume de tarefas concluídas em um mesmo

espaço de tempo”, conta.

Uma boa dica para acompanhar se você está trabalhando

demais e produzindo pouco é o planejamento semanal.

“Trabalhar com planejamentos semanais facilita na

organização das tarefas e verificação do cumprimento delas.

Alguns projetos precisam de mais do que 24 horas para

acontecer e a mesma pessoa pode estar cuidando de vários

simultaneamente. Por isso, ao fim da semana, avalie o que

conseguiu realizar e a carga horária despendida para tal. Isso

possibilita analisar se você está conseguindo acompanhar

o ritmo da empresa”, recomenda Barbosa, que lembra que

trabalhar além do horário comercial é uma realidade para

muitas startups.

Para quem não está mantendo a produtividade que gostaria,

uma saída é insistir no planejamento. Em outras palavras,

reserve 5 ou 10 minutos, de manhã ou a noite, para ajustar

suas agendas, tarefas e rever suas metas e objetivos. Tarefas

que levam pouco tempo podem ser feitas assim que chegarem.

Já as demandas que levarão mais tempo para ser executadas

devem ser alocadas em sua agenda durante esse planejamento.

Também pode ser útil buscar ferramentas para aumentar

a produtividade. A internet está cheia delas. São técnicas

como Pomodoro, que prega momentos de imersão profunda

alternados com pausas frequentes, ou até mesmo o

Essencialismo, que propõe uma priorização das atividades

essenciais e com mais impacto. Também existem aplicativos

como Podio e Trello, que ajudam no gerenciamento de

projetos, e a agenda do Google, para administrar sua rotina. O

importante é pesquisar maneiras de se tornar mais produtivo,

e testar qual funciona melhor para você.

Como manter a produtividade no ambiente informal de uma startup?

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Os coworkings, tendência importada dos Estados Unidos, já são uma realidade nas grandes cidades brasileiras. Tratam-se de ambientes de trabalho colaborativos, compartilhados

por diversas empresas, e que costumam abrigar muitas startups que não precisam ou ainda não têm condições de abrir uma sede própria. As vantagens de se trabalhar nesses espaços colaborativos são muitas, mas é preciso lembrar de algumas regras básicas para uma convivência harmoniosa nesses locais.

Manual de convivência em um coworkingElaboramos 10 dicas para você não ter problemas ao trabalhar nesses ambientes colaborativos

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Existem diversos tipos de coworkings por aí, cada um mais

indicado para os serviços que a empresa precisa. Aguns são

24h e outros oferecem entregas com motoboys, por exemplo.

São frequentados por pessoas diferentes — publicitários,

jornalistas, designers, advogados, arquitetos, engenheiros,

vendedores, tradutores e tantos outros — e por isso mesmo

proporcionam uma troca pessoal e profissional bastante

rica. Por outro lado, todos esses profissionais costumam se

comportar de maneiras diversas e são acostumados com

rotinas e ambientes de trabalho diferentes.

Assim, o bom senso é fundamental para que um não invada

e interfira no espaço do outro. Para ajudar quem vai trabalhar

em uma startup sediada em um coworking, ou que já trabalha

em um e está tendo problemas por lá, ouvimos as principais

reclamações — tanto dos usuários como dos próprios

gerentes dos coworkings — e elaboramos um pequeno manual

de convivência. Nunca é demais lembrar que cada coworking

tem suas regras próprias, mas se você se atentar aos tópicos

abaixo, dificilmente andará fora da linha.

Confira a seguir as dez dicas para você extrair o máximo

desse ambiente e evitar momentos de stress:

1. use fone de ouvido Trabalhar escutando música é uma

delícia, mas nem todo mundo é obrigado a ter o mesmo gosto

musical. Usar fone de ouvido é fundamental, até mesmo para

assistir aos vídeos no Youtube.

2. fale baixo ao telefone O barulho faz parte do ambiente

de um coworking (não se trata de uma biblioteca), mas você

deve se lembrar que as pessoas estão ali para trabalhar.

Imagine se todos, ao mesmo tempo, resolverem falar alto ou

gargalhar durante uma ligação?

3. reuniões nos espaços reservados Os coworkings possuem

locais apropriados para as reuniões. Por mais que o assunto

seja urgente, espere o momento certo para compartilha-lo

com sua equipe sem atrapalhar os demais.

Manual de convivênciaem um coworking

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4. interaja Almoce junto com outras pessoas! Em coworkings

é comum a existência de espaços destinados às refeições,

que são usados no café da manhã, almoço e nos happy hours.

Aproveite a oportunidade. Reserve um tempo na sua agenda

para interagir com pessoas novas.

5. na cozinha A cozinha é um local “sagrado” nos coworkings.

Organize toda a bagunça que você produziu e deixe tudo

como encontrou. Ah, e nem pense em tocar no lanche de

alguém que está na geladeira, mesmo que a fome já tenha

atingido limites intoleráveis…

6. organize seu espaço Lembre-se que o espaço é de todos.

As mesas podem ser compartilhadas e não pega bem

empilhar livros, documentos e outros papéis ao seu redor.

Gera uma sensação de desorganização no ambiente.

7. atenção aos horários Não espere que o funcionário do

coworking te avise que o local está para fechar ou dê algum

sinal como apagar a luz. Se ainda falta trabalho a fazer,

continue em casa ou procure um coworking que funcione 24h

por dia!

8. seja simpático Um simples “bom dia” para a pessoa ao

lado pode significar o início de uma amizade ou até mesmo

de uma parceria profissional. Lembre-se que os negócios nas

startups são multidisciplinares e você pode estar ao lado da

pessoa certa para sua empresa.

9. se vire Os coworkings presumem que você consegue

resolver a maioria dos seus problemas. Portanto, leia

os quadros de avisos e observe bastante antes de sair

perguntando qual a senha do Wi-Fi por aí.

10. tomadas para todos Não monopolize as tomadas

existentes no ambiente carregando seus oito aparelhos de

celular. Em tempos de baterias viciadas, todo mundo precisa

carregar o telefone ou o notebook várias vezes ao dia, então

use o bom senso e reveze com quem trabalha ao seu lado.

Manual de convivênciaem um coworking

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Por trás dos códigos complexos de programação envolvidos nas soluções em vídeos oferecidas pela SambaTech está uma equipe de Tecnologia de Informação (TI) qualificada e diversa. Um

dos membros desse time chama a atenção por sua simplicidade e competência: Felipe Maia, de 29 anos. Com uma trajetória marcada pela determinação, conseguiu seu espaço no mercado (tanto que tem rejeitado propostas de trabalho sonhadas por muitos) e, hoje, se encontrou profissionalmente em uma startup que respira inovação.

A simplicidade de quem se encontrou em uma startupConheça a trajetória de Felipe Maia, o desenvolvedor de tecnologias que não quer nem ouvir falar de computador nas horas vagas

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Felipe começou a trabalhar na área de Tecnologia de

Informação aos 16 anos, como técnico de informática. “Fiz

um curso básico no Senac sobre montagem e manutenção

de computadores. O resto eu aprendi na prática, só com a

curiosidade”, explica. Simultaneamente, estudou o ensino

médio em uma escola pública e conseguiu entrar na

faculdade por meio de uma bolsa integral do Prouni, no curso

de Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Aos 19 anos já era administrador de sistemas do Hospital

das Clínicas, um dos maiores de Belo Horizonte. Mas seu

caminho profissional ainda não estava no rumo almejado.

“Eu estudava desenvolvimento na faculdade e trabalhava

com infraestrutura de informática. Aprendi muito com

infraestrutura e carrego até hoje boas experiências

dessa época, mas sentia a necessidade de trabalhar com

desenvolvimento, algo que me fascinava”, explica.

Mudança de direção definida, passou por duas empresas no

setor de desenvolvimento até chegar a SambaTech em 2012.

E ele soube esperar pela sua oportunidade na empresa. “Já

tinha enviado um currículo três anos antes. Vi que tinha

uma empresa com a cultura bem interessante e mandei o

currículo, mas não fui chamado”, conta.

E a espera valeu a pena. Hoje, Felipe se sente realizado e

identificado com a empresa, que está entre as 40 melhores do

país para se trabalhar na categoria Tecnologia da Informação

segundo o prêmio GPTW - Great Place to Work (Melhores

Empresas para Trabalhar) em 2015. “A Samba é uma empresa

completamente diferente das outras que trabalhei. Escolhi

trabalhar aqui por dois motivos: sou movido a desafios e

pela cultura da empresa. A valorização pessoal é enorme

aqui, a empresa te dá toda a estrutura possível para você

desempenhar seu melhor. As pessoas não medem esforços

nesse sentido aqui. Lá fora, às vezes, é muito burocrático até

para conseguir uma caneta”, exemplifica.

A identificação é tão grande que recentemente ele recusou

uma proposta para trabalhar em um dos maiores portais

de comunicação do país. “Sondagens acontecem, até pelas

empresas que acham meu perfil no LinkedIn. Mas, posso dizer

que trabalhando na startup que estou tenho grandes desafios

na área de tecnologia, além de ser uma empresa que fomenta

A simplicidade de quem se encontrou em uma startup

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a inovação ”. Pelo visto, os duelos no videogame contra o CEO

da empresa, Gustavo Caetano, irão prosseguir. “Ele (Gustavo)

perde a maioria no FIFA, mas são bons jogos”, brinca.

Por sua capacidade, Felipe Maia é conhecido internamente na

Samba como “Mito”, apelido revelado pelos colegas. Calmo, se

veste de maneira simples e costuma falar baixo. Mas quando

está à frente de um computador se transforma em um

gigante, comandando projetos de destaque na Samba, como o

Moony, uma espécie de Netflix da Samsung.

“Para falar a verdade é difícil resumir o que fazemos,

tamanha a amplitude de tarefas. O melhor resumo

da minha responsabilidade talvez seja: potencializar a

produtividade dos times e o padrão de qualidade dos

produtos desenvolvidos pela área de tecnologia da empresa.

Considero a tecnologia uma extensão do corpo humano, deve

ser usada para facilitar nossas vidas. Tenho paixão pelo que

faço, nenhum dia é igual ao outro. Isso é bem característico

de uma rotina de startup. Conseguimos aprender muita coisa

diferente a cada dia”, ressalta.

Nas horas de lazer, curte sair com sua filha de dez anos e

procura ficar longe das máquinas. “Não sou um cara que gosta

de ficar no computador nas horas vagas. Gosto de passear com

minha filha, ir relaxar em uma cachoeira. Desligo totalmente e

quando volto para o trabalho chego com a bateria recarregada.

Acho que fujo do estereótipo de TI. Pensam que TI é para nerds

que gostam de filme de super-herói. Eu sigo minha vida de

uma maneira bem simples”, afirma.

Um dos hobbies é escutar música. Curte rap, soul e funk dos

anos 80. “Sou tão curioso que quando gosto de uma música

eu investigo de onde veio aquele beat (batida), procuro saber a

história daquele ritmo”, conta o desenvolvedor.

Quando perguntado sobre o futuro, evita projetos a longo prazo.

Mas, deixa algo bem claro: quer sempre se sentir desafiado. “O

ser humano está sempre evoluindo. Independentemente de

onde eu chegar, sempre terei que dar um passo a mais. Sou um

cara inquieto. Ouvi uma frase que mexe comigo: a comodidade

é arqui-inimiga da evolução”, conclui.

A simplicidade de quem se encontrou em uma startup

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Paulista de Araraquara, Paula Gonçalves, 24 anos, formou-se no curso de Relações Internacionais da Facamp, faculdade particular em Campinas localizada dentro do campus da UNICAMP,

conhecido polo empreendedor.

Ao concluir o curso, há um ano e meio, e começar a buscar oportunidades de trabalho, Paula já estava ciente de seu desejo de atuar num negócio com impacto social. Entre um trainee bem estruturado e com boa remuneração numa grande empresa e a perspectiva de fazer diferença na educação do país através de uma

O dia a dia na Geekie, uma startup de tecnologia em educaçãoConheça o trabalho que Paula Gonçalves realiza na Geekie, empresa que desenvolve plataformas de ensino adaptativo para os setores público e privado

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startup com forte pegada de tecnologia, escolheu a segunda

opção. Desde então, ela já passou por diferentes funções na

Geekie.

educação O interesse pela área de educação é coisa antiga.

Desde os dez anos de idade, Paula é membro de uma ONG

internacional chamada CISV (Children’s International

Summer Villages), que promove atividades educacionais

com crianças e jovens de diferentes culturas, brasileiras ou

de outros países, com o objetivo de desenvolver o respeito às

diferenças, a resolução pacífica de conflitos e habilidades de

liderança. Já durante a faculdade, estudou diferentes modelos

educacionais e seu impacto no desenvolvimento dos países.

Na Geekie, ela começou trabalhando na equipe de suporte,

responsável por fazer atendimento aos clientes. Com um

colega, estruturou a área do zero, organizando canais

específicos para cada tipo de demanda dos clientes, criando

FAQ’s e tutoriais, estabelecendo critérios de prioridade para

os atendimentos e dando visibilidade às questões mais

importantes junto às áreas de desenvolvimento da empresa.

dia a dia Atualmente, Paula integra a frente de engajamento

da startup. É responsável por medir o impacto das

ferramentas inovadoras desenvolvidas pela Geekie no

aprendizado dos estudantes, utilizando métricas como

tempo de estudo na plataforma, número de pessoas que

acessaram determinada aula, dentre outros dados que

compõem relatórios para uso interno e também para

alunos, professores e gestores, que podem, a partir dessas

informações, fazer intervenções pedagógicas mais focadas.

Além disso, Paula é responsável por visitar as escolas e

identificar possíveis dificuldades no uso das plataformas,

de forma a obter informações que permitam às equipes

desenvolvedoras aprimorar os produtos e aumentar o

engajamento dos alunos nas aulas online.

Para realizar as diferentes funções que já exerceu na Geekie,

Paula considera que foram importantes algumas habilidades-

chave desenvolvidas no curso de Relações Internacionais,

como a capacidade de entender fenômenos de forma

interligada e abrangente, enxergando causas e consequências

de cada ação para além do campo de visão imediato. O

O dia a dia na Geekie, uma startup de tecnologia em educação

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exercício do olhar para pessoas de diferentes culturas e a

comunicação também foram aptidões importantes aprimoradas

no curso, ela diz.

Paula considera que trabalhar na Geekie foi a escolha mais

acertada para sua fase de vida. Ela trabalha cerca de dez horas

por dia e topou uma remuneração inicial abaixo do oferecido

pelo mercado, por tratar-se de uma startup, mas o valor foi logo

reajustado. Seu nível de motivação e seu senso de recompensa são

altíssimos. Além disso, diz que o reconhecimento por seu trabalho

vem acontecendo de maneira rápida e efetiva. Em um ano, ela foi

promovida duas vezes (uma delas de forma individual e outra com

toda a equipe).

“Eu sinto que estou trabalhando para mim, não para uma

empresa. É a tão falada visão de dono: eu realmente me sinto

responsável pelo aprendizado dos alunos, pela transformação de

vida deles através da educação”, resume.

Gostou da Geekie? Veja as oportunidades de trabalho na empresa.

O dia a dia na Geekie, uma startup de tecnologia em educação

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textoAna Rezende

Naiara Magalhães

Frederico Machado

Rafael Carvalho

Renata Lorenz Rodrigues

Saia do Lugar

ediçãoRafael Carvalho

designDanilo de Paulo

fotosFrederico Machado

Geekie

Jm3

RD