Especial Apuama Rafting Cânion Preto

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DIARINHO Por: Sandro Silva [email protected] Fotos: Marcos Maba e Sebastian Perez Gimenez R afting. Todo mundo já ouviu falar. Muita gen- te até já experimentou fazê-lo num nível mais básico e conhece pelo menos seus fundamentos. Mas o que poucas pessoas sabem é que Santa Catarina tem algumas das melhores corredeiras do país para a prática desse esporte pra lá de radical. “Pode-se dizer que so- mos o Havaí do rafting no Brasil”, compara o empresário, surfista e canoísta Eleazar Gardelotto, o Keko, 49 anos, responsável por le- var o esporte pra região na década de 90. Foi um desses picos, que figuram entre os points mais cobi- çados pelos praticantes tupiniquins do rafting, que o DIARINHO enca- rou: a expedição ao cânion Preto, uma descida de 13 quilômetros pe- las corredeiras do rio Cubatão do Sul, no trecho em que ele bolina as montanhas do parque estadual da Serra do Tabuleiro, em Santo Ama- ro da Imperatriz e Águas Mornas. A descida do cânion Preto é con- siderada clássica entre os pratican- tes do rafting. “Os níveis de dificul- dades por lá vão de ‘classe 1’, que é apenas a água em movimento com poucos obstáculos, até a ‘clas- se 6’, que são obstáculos com nível extremo de navegação e de dificul- dade”, observa Marcos Maba, 30, guia da Apuama Rafting, a opera- dora contratada pelo DIARINHO pra encarar o desafio. Pelo bem da verdade, vale dizer que o grupo abriu mão de descer uma queda considerada de ‘nível 6’. Até hoje, nenhum brasileiro ainda teve a coragem de encarar a descida, que foi vencida apenas uma vez por uma equipe profissio- nal norte-americana. Mas nem por isso a expedição foi menor. Navegamos – entre um caldo e outro – nas perigosas corre- deiras de nível 4 e 5. A expe- dição aconteceu no sábado de 19 de maio. Se você gosta de aventu- ras, é vidrado em esportes radicais ou simplesmente curte conhecer roteiros do ecoturismo, então está no lugar certo: a expedição ao cânion Preto junta tudo isso e mais o exagerado tempero da beleza ímpar das mon- tanhas catarinenses. Estância hidromineral Santo Amaro da Imperatriz é famosa por suas águas termais. Foi Dom João VI, no começo do século retrasado, quem mandou fundar a estância hidromineral para tratar a saúde dos ricos da época. É a estância mais antiga do país. Ela se chamou Caldas da Imperatriz e Dom Pedro II a frequentava. O prédio do hospital (foto), com 194 anos, é patrimônio histórico nacional e hoje virou um hotel temático O DIARINHO se aventurou nas corredeiras de uma das áreas mais isoladas da Grande Floripa Canoístas encaram 13 quilômetros de remadas nas águas nervosas do rio Cubatão do Sul além da conta aos pés da serra do Tabuleiro RADICAL Um rafting A primeira coisa que vem à cabeça quando se fala em rafting – além do rio, é claro – é um bote de borracha e várias pessoas remando ao mesmo tempo. Na expedição ao cânion Preto foi diferente. A op- ção dos guias da Apuama foi usar o duck (pato, em inglês), uma es- pécie de caiaque inflável com 3,6 metros de comprimento e onde só cabem duas pessoas. Ele é muito mais rápido, mas também mais ágil pra manobrar. Uma sacada pra deixar a aventura ainda mais radi- cal do que já é. “Com o duck você é mais requisitado, utiliza mais o condicionamento físico e às vezes parecia que você estava sozinho”, avalia o servidor público federal Pe- dro Giovani Cunha e Silva, 32, de Blumenau, que acompanhou o DIA- RINHO na aventura. Pedro Giovani já havia feito rafting com um grupo de amigos nas cau- dalosas águas do rio Itajaí-açu, no alto vale do Itajaí (só desce o cânion Preto quem já teve contato com a ati- vidade). Achou o rio Cubatão do Sul bem mais difícil e arriscado de des- cer. “O ponto mais perigoso foi uma queda de nível 5, onde tivemos que parar, ficar analisando a corredeira pra escolher o melhor caminho para atravessá-la”, lembra. Pro- blemas com isso? Que nada! Pra ele, esse foi um dos pon- tos máximos da aventura. “A mistura de ansiedade e medo enquanto ficávamos olhando aquela queda foi algo muito bom”, faz questão de dizer. Nível abaixo do normal exigiu mais técnica A expedição de rafting ao cânion Preto começa na comu- nidade da Vargem Grande, na parte oeste de Santo Amaro da Imperatriz. O primeiro trecho, de aproximadamente um quilô- metro, é tranquilo. As corredei- ras são travadas, mas pequenas. Ma basta alguns minutos de remada pra se ter noção do que vai vir pela frente. Depois dis- so é que o rio Cubatão do Sul mostra porque é um dos melho- res points de rafting. Nervosa, a água escorre rápido entre as pedras e quedas, exigindo ha- bilidade, força e resistência de quem encara sua navegação. A aventura termina 13 quilôme- tros adiante, na ponte de acesso a Caldas da Imperatriz, já per- tinho da área urbana de Santo Amaro. Apesar do cansaço, fica aque- le gostinho de querer repetir o desafio. Quando o DIARINHO encarou o cânion Preto, o nível da água estava mais de meio metro abaixo do normal. “É o menor nível dos últimos três anos”, informa a canoísta Cláu- dia Laurent, 44, dona da Apua- ma. Isso fez o rafting perder em velocidade, mas ganhar em exi- gência técnica. EXPEDIçãO CâNION PRETO Embarcação usada pra vencer o cânion Preto foi um duck , um caiaque inflável que só tem lugar pra dois canoístas Especial Segunda-feira, 28 de maio de 2012 www.diarinho.com.br 23

Transcript of Especial Apuama Rafting Cânion Preto

DIARINHO

Por: Sandro [email protected]: Marcos Maba e Sebastian Perez Gimenez

Rafting. Todo mundo já ouviu falar. Muita gen-te até já experimentou fazê-lo num nível mais

básico e conhece pelo menos seus fundamentos. Mas o que poucas pessoas sabem é que Santa Catarina tem algumas das melhores corredeiras do país para a prática desse esporte pra lá de radical. “Pode-se dizer que so-mos o Havaí do rafting no Brasil”, compara o empresário, surfista e canoísta Eleazar Gardelotto, o Keko, 49 anos, responsável por le-var o esporte pra região na década de 90. Foi um desses picos, que figuram entre os points mais cobi-çados pelos praticantes tupiniquins do rafting, que o DIARINHO enca-rou: a expedição ao cânion Preto, uma descida de 13 quilômetros pe-las corredeiras do rio Cubatão do Sul, no trecho em que ele bolina as montanhas do parque estadual da Serra do Tabuleiro, em Santo Ama-ro da Imperatriz e Águas Mornas.

A descida do cânion Preto é con-siderada clássica entre os pratican-

tes do rafting. “Os níveis de dificul-dades por lá vão de ‘classe 1’, que é apenas a água em movimento com poucos obstáculos, até a ‘clas-se 6’, que são obstáculos com nível extremo de navegação e de dificul-dade”, observa Marcos Maba, 30, guia da Apuama Rafting, a opera-dora contratada pelo DIARINHO pra encarar o desafio.

Pelo bem da verdade, vale dizer que o grupo abriu mão de descer uma queda considerada de ‘nível 6’. Até hoje, nenhum brasileiro ainda teve a coragem de encarar a descida, que foi vencida apenas uma vez por uma equipe profissio-nal norte-americana. Mas nem por isso a expedição foi menor. Navegamos – entre um caldo e outro – nas perigosas corre-deiras de nível 4 e 5. A expe-dição aconteceu no sábado de 19 de maio.

Se você gosta de aventu-ras, é vidrado em esportes radicais ou simplesmente curte conhecer roteiros do ecoturismo, então está no lugar certo: a expedição ao cânion Preto junta tudo isso e mais o exagerado tempero da beleza ímpar das mon-tanhas catarinenses.

Estância hidromineralSanto Amaro da Imperatriz é famosa por suas águas termais. Foi Dom João VI, no começo do século retrasado, quem mandou fundar a estância hidromineral para tratar a saúde dos ricos da época. É a estância mais antiga do país. Ela se chamou Caldas da Imperatriz e Dom Pedro II a frequentava. O prédio do hospital (foto), com 194 anos, é patrimônio histórico nacional e hoje virou um hotel temático

O DIARINHO se aventurou nas corredeiras de uma das áreas mais isoladas da Grande Floripa Canoístas encaram 13 quilômetros de remadas

nas águas nervosas do rio Cubatão do Sul

além da conta aos pés da serra do Tabuleiro

RADICAL Um rafting

A primeira coisa que vem à cabeça quando se fala em rafting – além do rio, é claro – é um bote de borracha e várias pessoas remando ao mesmo tempo. Na expedição ao cânion Preto foi diferente. A op-ção dos guias da Apuama foi usar o duck (pato, em inglês), uma es-pécie de caiaque inflável com 3,6 metros de comprimento e onde só cabem duas pessoas. Ele é muito mais rápido, mas também mais ágil pra manobrar. Uma sacada pra deixar a aventura ainda mais radi-cal do que já é. “Com o duck você

é mais requisitado, utiliza mais

o condicionamento físico e às vezes parecia que você estava sozinho”, avalia o servidor público federal Pe-dro Giovani Cunha e Silva, 32, de Blumenau, que acompanhou o DIA-RINHO na aventura.

Pedro Giovani já havia feito rafting com um grupo de amigos nas cau-dalosas águas do rio Itajaí-açu, no alto vale do Itajaí (só desce o cânion Preto quem já teve contato com a ati-vidade). Achou o rio Cubatão do Sul bem mais difícil e arriscado de des-cer. “O ponto mais perigoso foi uma queda de nível 5, onde tivemos que parar, ficar analisando a corredeira

pra escolher o melhor caminho para atravessá-la”, lembra. Pro-blemas com isso? Que nada! Pra ele, esse foi um dos pon-tos máximos da aventura. “A mistura de ansiedade e medo enquanto ficávamos olhando aquela queda foi algo muito bom”, faz questão de dizer.Nível abaixo do normal exigiu mais técnica

A expedição de rafting ao cânion Preto começa na comu-nidade da Vargem Grande, na parte oeste de Santo Amaro da

Imperatriz. O primeiro trecho, de aproximadamente um quilô-metro, é tranquilo. As corredei-ras são travadas, mas pequenas.

Ma basta alguns minutos de remada pra se ter noção do que vai vir pela frente. Depois dis-so é que o rio Cubatão do Sul mostra porque é um dos melho-res points de rafting. Nervosa, a água escorre rápido entre as pedras e quedas, exigindo ha-bilidade, força e resistência de quem encara sua navegação. A aventura termina 13 quilôme-tros adiante, na ponte de acesso a Caldas da Imperatriz, já per-tinho da área urbana de Santo Amaro.

Apesar do cansaço, fica aque-le gostinho de querer repetir o desafio. Quando o DIARINHO encarou o cânion Preto, o nível da água estava mais de meio metro abaixo do normal. “É o menor nível dos últimos três anos”, informa a canoísta Cláu-dia Laurent, 44, dona da Apua-ma. Isso fez o rafting perder em velocidade, mas ganhar em exi-gência técnica.

ExpEdição Cânion prETo

Embarcação usada pra vencer o cânion Preto foi um duck, um caiaque inflável que só tem lugar pra dois canoístas

Especial

Segunda-feira, 28 de maio de 2012www.diarinho.com.br

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DIARINHO

Desafiar o Cubatão do Sul no cânion Preto é estar pronto pra quase tudo

que um esporte de aventura proporciona: beleza, adrenalina a mil e riscos. Isso mesmo, a expedição tem lá seus perigos. Cada uma das duas embarcações virou três vezes, um remo chegou a ser perdido (e resgatado depois com certa dificuldade) e, num dos caldos, um dos participantes machucou o joelho no choque com uma pedra. “Em se tratando de esporte radical o risco sempre está presente, em alguns lugares pequeno em outros um pouco maior”, avalia Pedro Giovani, o convidado do DIARINHO para a aventura.

Quem conhece do assunto não se espanta com isso. “Os riscos que se tem são afogamento, que-da, escoriações. Tem uma série deles e normalmente as empresas mais capacitadas têm um sistema de gerenciamento de controle de riscos”, observa Keko Gardelotto, da operadora Trecking das Águas (TDA). Cancha não lhe falta pra falar do assunto. Foi Keko quem levou o rafting para Santo Amaro

Descer o rio Cubatão do Sul no trecho do cânion Preto é muito mais do

que apenas uma aventura radi-

Bonito, mas perigoso

da Imperatriz e lide-rou a equipe de cano-ístas que, em 1999, fez o reconhecimento por terra e depois a primeira expedição navegada ao cânion Preto.

Capacete, colete, neoprene (a famosa roupa de borracha), cordas de resgate, celulares e a impres-cindível caixinha de primeiros socorros. A expedição ao cânion Preto tinha tudo isso. Além dos dois guias no duck, a operadora contra-tada ainda disponi-bilizou um terceiro profissional, que acompanhou o trajeto num caiaque, para atuar em casos de emergência. “Quanto maior a dificuldade das corredeiras, maiores são as precau-ções a serem tomadas”, diz o guia Marcos Maba, pra justificar tanto cuidado. “Além disso, o isolamento do cânion Preto é um dos fatores que levamos em conta na hora de pensar a segurança.”

Sem a presença humana, cânion mais parece um vale perdido

cal. A expedição de quatro horas é um presente para os olhos e para alma. “O grande lance do Cuba-tão é que tá preservado e o câ-nion Preto tá na borda da serra do Tabuleiro, com água bastante limpa. É um cânion verde, encai-xado entre montanhas”, descreve Keko Gardelotto.

O contraste da mata verde com o fluxo irrequieto das águas entre as pedras dá uma sensação de se estar num vale perdido, daque-les em que não se vê viva alma. “Foi muito bom descer o rio sem nenhum contato com a civiliza-ção”, comenta Pedro Giovani, completando: “Achei legal encon-trar fezes de lontras e saber que já viram algumas vezes pegadas de puma nas prainhas por onde passamos”.

Se você tá se perguntando como alguém conhece fezes de lontras, a resposta é fácil. Elas são depositadas sempre sobre as pedras à beira ou no meio do rio e, se olhar de perto, é possível ver restos de peixe, como espinhas e escamas. Como o grupo começou o trajeto lá pelas 10h da manhã, os animais não puderam mais ser vistos, já que têm hábitos notur-nos. Mas a grande variedade de

pássaros, que a todo momento eram vistos nas copas ou voando pelo canal do vale, compensou a falta das lontras.

Numa parte dos 13 quilômetros totais do cânion, o Cubatão do Sul faz extrema com o parque estadu-al da Serra do Tabuleiro, a maior área de preservação ambiental da Santa & Bela, com mais de 84 mil hectares (1% do território catari-na). É essa proximidade com uma das áreas inóspitas do parque e, por consequência, a dificuldade de acesso, que faz com o que o rio ainda preserve suas características naturais. “O rio Cubatão do Sul nesse trecho do cânion preto está bastante isolado e bem preserva-do”, reforça o guia Marcos Maba.

É praticamente impossível não se encantar com as montanhas que crescem nas duas margens e que parecem querer pressionar o Cuba-tão do Sul. Os paredões de rocha, as enormes pedras incrustadas no leito e que, vez ou outra, cedem lugar aos remansos, as pequenas ilhas fluviais e uma queda d’água que, exibida, aparece rente à mar-gem direita, completam o cenário e explicam um pouco do porquê desse rio ser tão cobiçado pelos canoístas.

Brincadeira com botes é a mais indicada para gruposPra quem vai em turma, o

mais indicado é o rafting que as operadoras chamam de ‘radical’. Ele é feito na parte mais ao leste do rio Cubatão do Sul. Por lá há corredeiras com dificuldades de nível 3 e 4, o suficiente pra fazer o coração disparar de medo.

Duas semanas antes de enfrentar os desafios do cânion Preto, o DIARINHO acompanhou um grupo de 22 pessoas. Foram cinco quilômetros de

gostosa brincadeira em botes com seis tripulantes, mais o guia. “Achei a atividade irada. Parece que víamos tudo de uma [lente] grande angular”, avalia Vinícius da Silveira, instrutor de esportes radicais da academia Viva Vida, que juntou o grupo formado por gente de Itajaí e Navegantes. “Já estou me organizando pra, assim que o tempo der uma esquentada, a gente partir pra lá novamente”, avisa.

Tomar caldo em plena corredeira tem lá seus

perigos, mas é uma das muitas emoções

da aventura

Localizado na borda do parque estadual do

Tabuleiro, o cânion Preto é de uma beleza ímpar

Um doS TrEChoS do Cânion é ConSidErado dE difiCUldadE nívEl 5...

24 Segunda-feira, 28 de maio de 2012www.diarinho.com.br

Especial

DIARINHO

Luiz Gonzaga dos Santos, se-cretário de Turismo de Santo Amaro da Imperatriz, estima

que a cidade receba por ano algo perto de 300 mil turistas. A maio-ria aparece por lá atrás das mila-grosas águas das estâncias hidro-minerais. “As águas termais são o carro-chefe, 50% dos turistas vêm atrás delas”, diz o secretário.

Por um milagre vão também os romeiros que visitam o conventi-nho do frei Hugolino Back, faleci-do em 11 de abril do ano passado, aos 86 anos. A importância do turismo religioso pra cidade é tão grande, afirma Luiz Gonzaga, que a prefeitura assumiu a estrutura montada pelo frei, que inclui ain-da um museu.

Os esportes de aventura com-pletam o tripé do turismo de San-

to Amaro. E o rafting é o principal deles. Pelos cálculos dos técnicos da secretaria de Turismo, só na temporada que vai de novembro a março, entre 10 mil e 13 mil pes-soas visitam a cidade pra cair nas corredeiras. Estimam ainda que os praticantes do rafting deixam por lá R$ 1,5 milhão ao ano. “É um público de classe média-alta, naturalista, que procura uma vida saudável e gasta com combustí-vel, hospedagem, boa alimenta-ção”, avalia Luiz Gonzaga.

A canoísta Cláudia Laurent che-gou há 10 anos na cidade como guia de rafting. Empreendedora, montou uma operadora de turis-mo de aventura e um café. Nes-se tempo viu mudar o perfil do público que consome o turismo de aventura. “No começo eram

jovens com poder aquisitivo mais alto. Atualmente, a procura tem sido também por famílias, grupos de empresas, turmas de escolas e curiosos de todas as idades”, afirma.

Santo Amaro da Imperatriz tem 17 mil habitantes e mais de 60% da sua área é coberta pela floresta da Mata Atlântica. É a geografia montanhosa que fez nascer os rios ricos em corredeiras e perfei-tos para o rafting, atividade que emprega diretamente 50 pessoas na cidade. “Funcionando o ano inteiro são três operadoras”, in-forma Luiz Gonzaga. A Apuama (de Cláudia Laurent), a Trecking das Águas (de Keko Gardelotto) e a Ativa (aquela mesmo, famo-sa pelos raftings no rio Itajaí-açu, entre Ibirama e Apiúna).

praticantes do esporte deixam r$ 1,5 milhão por ano na cidade

QUanTo CUSTa pra fazEr Um rafTing

pra voCê SE EnConTrar

ondE fiCam aS opEradoraS dE rafTing

pra família e pros idososO mais barato é um destinado especialmente para famílias ou grupos de idosos. Pode ser feito por criança acima de três anos e até o vovozinho. É praticado em corredeiras tranquilas, que atingem o nível 2 de dificuldade. Custa uns R$ 50 por cabeça. Costuma durar uma hora é tem três quilômetros de remadas.

pros amigosPra quem quer um pouco mais de emoção, mas não tem tanta experiência ou não é tão chegado em atividades extremas, as operadoras oferecem um programa que chamam de ‘radical’. Dura em média duas horas e pode ser praticado por pessoas com idade acima de oito anos. As dificuldades são de classe 3 e 4 e custa em média R$ 60. São cinco quilômetros de rio.

pros ousadosEsse é a expedição ao cânion Preto. É destinado pra quem já tem alguma experiência em rafting e procura emoções mais fortes. São, no mínimo, quatro horas de atividades e lascados 13 quilômetros de remadas entre corredeiras - algumas atingem o nível 5 de dificuldade. O custo por pessoa costuma ser de R$ 120.

As três operadoras de turismo de aventura que fazem rafting em Santo Amaro têm praticamente os mesmos pacotes e os mesmos preços. “Aqui é o rafting mais barato do Brasil”, faz questão de dizer Cláudia Laurent.

Como chegar em Santo amaroPra chegar lá é fácil, fácil. Você pega a BR-101 em direção ao sul. Se sair de Itajaí, vai rodar 94,5 quilômetros até chegar em Palhoça. Passou da entrada de Floripa, fique atento às placas da direita, que vão indicar a BR-282. Entrando nessa outra rodovia são pouco mais de 12 quilômetros até o portal de entrada da city. Cinco quilômetros adiante fica a entrada da comunidade de Caldas da Imperatriz. Lá estão as três operadoras certificadas e que funcionam o ano inteiro.

• Apuama – Fica na rodovia Princesa Leopoldina, 1900, na localidade de Caldas da Imperatriz. O telefone é o (48) 3245-7602 e o MSN é [email protected] .www.apuamarafting.com.br

• Ativa Rafting – Fica na estrada geral da Várzea do Braço, também em Caldas da Imperatriz. O telefone é (48) 3245-7021. www.ativarafting.com.br

• Trecking das Águas – Fica na rodovia Princesa Leopoldina, 68, em Caldas da Imperatriz. O telefone é (48 ) 3245-7279 e o MSN é [email protected] .www.tdarafting.com.br

Esportes de aventura, como o rafting, completam o tripé do turismo de Santo Amaro

... é jUSTamEnTE nESSE ponTo QUE ElE moSTra por QUE SUa TravESSia é Tão CoBiçada pEloS CanoíSTaS

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