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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011 pessoas a sentirem pessoas

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

pessoas a sentirem pessoas

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Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

Obra Diocesana de Promoção Social2

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Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, António Veiga, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Anjos Pacheco, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Moreira, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho e Tânia Pinto. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - Valeu a pena pensar nisto... Américo Ribeiro

08 - D. Pio Alves Bispo Auxiliar da Diocese do Porto

09 - A Solidão dos Idosos Padre Lino Maia

10 - Raciocínio e Motivação Moral Professor Daniel Serrão

12 - Construir a cidade dos Homens! Confhic

13 - Sacramento do Irmão Cónego Rui Osório

14 - Viagem aos Contos de Fadas Carnaval Mágico 2011 ODPS

19 - Complexidades do Diálogo Padre Mário Salgueirinho

20 - Centro Social da Pasteleira Maria Teresa de Carvalho

22 - Prémio ANJE João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

23 - Equipa de Enfermagem António/Maria/Pedro/Tãnia

24 - Nós Acreditamos Maria Teresa Souza-Cardoso

27 - Centro Social em Tournée Centro Social de Pinheiro Torres

28 - Dialogar e Partilhar para Servir Frei Bernardo Domingues

30 - Mensagens Espaço Solidário… Amigos em Crescendo!

31 - Dia Mundial do Teatro Centro Social do Carriçal

Sumário

3Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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4 Obra Diocesana de Promoção Social

EditorialTerminado um ciclo de três anos de mandato do Conselho de Administra-

ção da Obra Diocesana, em Dezembro de 2010, novo ciclo foi já iniciado com um

Conselho de Administração renovado que decidiu manter a confiança no editor do

“Espaço Solidário”.

Para isso contribuiu a avaliação positiva que foi feita do nosso trabalho ao

longo de três anos, dos objectivos concretizados de renovação do Espaço Soli-

dário e da missão cumprida de divulgação do trabalho solidário e de apoio social

desta grande Instituição de Solidariedade Social.

E contribuíram, certamente, as excelentes colaborações publicadas aju-

dando-nos a reflectir sobre os caminhos traçados e a sermos eco de um espaço

de inclusão social, de um meio de irradiação da mensagem do Evangelho e de um

exemplo de cidadania.

Também foram muito motivadoras as inúmeras mensagens recebidas de

apoio, de felicitação e de incentivo ao nosso trabalho, ajudando-nos nesta tarefa de

dar uma imagem real da nossa Instituição e da sua importância numa sociedade

cada vez mais fustigada pelas dificuldades económicas em tempos de crise.

Vamos continuar seguindo o mesmo trilho, abertos à inovação dos novos

tempos e abraçando com renovado entusiasmo esta tarefa de divulgar a mensa-

gem e o trabalho da Obra Diocesana

Deus nos ajude a continuar a cumprir esta missão!

Manuel Amial

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Abril é mês pascal, na celebração e nas

vidas que preenchem a nossa Obra Dioce-

sana.

Cristo ressuscita e faz-nos ressuscitar

com Ele, precisamente na medida em que

nos ganharmos em Deus e no próximo.

Cada Centro da Obra Diocesana

pode e deve ser um espaço pascal por

excelência, onde, no Espírito de Cristo, se viva

aquela caridade “que nunca acabará”.

Na atenção permanente ao bem dos outros, no

cuidado pronto e preciso de cada necessidade e ur-

gência.

Pouco a pouco e mais e mais, cada membro da

Obra Diocesana “passará” assim com Cristo para o

Pai, Deus comum de todos nós, cuja alegria consis-

te no verdadeiro bem dos seus filhos.

Peçamos a Deus que a Páscoa de Jesus

se realize na Obra Diocesana e em cada um

dos seus membros.

Santa Páscoa, agora e sempre!

.

+ Manuel Clemente

Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto

5Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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Valeu a pena pensar nisto…

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Missão, na minha perspecti-

va, é a finalidade, é o objectivo funda-

mental de um ser cristão, que regula

a sua vida pelo bem fazer e pelo bem

servir os outros, numa total entrega e

devoção. É o paradigma, que Jesus

Cristo nos incute a cada momento do

nosso percurso existencial.

Missão 2010 colocou-nos,

bem de perto, este paradigma. Cons-

tituiu um dinamismo motivacional de

assertividade, partilha, cooperação,

reflexão, empenhamento, inovação,

responsabilidade, qualidade, compro-

misso, personalização, transparência,

Vida e, acima de tudo, de nos afirmar-

mos e mostrarmos quem SOMOS.

VALEU A PENA.

Obrigado a Sua Excelência

Reverendíssima D. Manuel Clemente,

Bispo do Porto, pela nobre e feliz ideia,

construída em nobres pensamentos.

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social é uma Instituição da Igreja e

que temos vindo, ao longo destes seis

anos de liderança, a mostrá-la, não só

à sociedade civil como à comunidade

Igreja, Povo de Deus, aquilo que a mes-

ma representa neste contexto. É uma

Instituição única neste âmbito.

Após a reunião de apresenta-

ção da Missão 2010, que tive o pra-

zer e satisfação de estar presente,

captei o essencial do seu conteúdo e

transportei-o para a Obra Diocesana

no sentido de, através dos seus Cen-

tros Sociais, levar a efeito uma grande

iniciativa e actividade que estava ali,

mesmo à frente dos meus olhos.

Como Presidente do Conse-

lho de Administração da Instituição,

que muito me honra, deverei partilhar,

neste espaço, as vivências, pessoais e

colectivas, do ano de 2010 na nossa

Instituição.

Não vou enumerar a quanti-

dade de actividades, iniciativas, cor-

tejos, orações, eucaristias, etc. etc.

etc… mas sim dizer o que de bom foi

demonstrado com a Missão 2010 em

cada Centro Social e as decorrentes

repercussões no campo objectivo, já

que no domínio subjectivo não será

possível enunciá-lo, mas, naturalmen-

te, abundante benefício gerou, dentro

de cada pessoa envolvida.

Registaram-se com imensa

alegria:

Divulgação da Instituição como

sendo católica e cujo Patrono era Sua

Reverendíssima o Bispo do Porto;

Abertura total à comunidade

onde cada Centro Social se encontra

localizado;

Obra Diocesana de Promoção Social6

Partilha, cooperação e parti-

cipação das famílias dos clientes da

nossa Instituição, designadamente: vi-

vência diária com Maria, pois, mensal-

mente, a Imagem de Nossa Senhora

de Fátima percorreu todos os Centros

Sociais da Obra Diocesana e em cada

dia era feita a recitação meditada do

Terço no respectivo Centro Social;

Envolvência, quotidianamente,

com todos os Centros Sociais, tanto

na feitura/elaboração de trabalhos

conjuntos como na visita recíproca de

todos os Centros ao Centro responsá-

vel em cada mês;

A visita das “nossas” crian-

ças aos “nossos” idosos do Serviço

de Apoio Domiciliário, os quais, fre-

quentemente, passam o dia sozinhos,

sentindo solidão desgastante. Os tes-

temunhos de cada um deles foram

momentos de enorme interiorização,

reflexão e felicidade;

Uma aliança/comunhão fantás-

tica, cooperante, participativa e alegre,

que existiu entre as Paróquias da área

geográfica onde estamos inseridos. O

facto destaca uma palavra de apreço

e carinho para com os Senhores Pá-

rocos das mesmas, pela forma aberta,

disponível e receptiva com que aco-

lheram e aderiram ao nosso projecto;

Momento do Presidente

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7Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

A partilha, colaboração e solida-

riedade de outras Instituições que parti-

ciparam, conjuntamente, connosco;

A promoção e concretização

da Eucaristia em alguns Centros com

a participação dos Clientes e de suas

famílias;

A organização de palestras,

cujos temas incidiram sobre a Família,

Igreja e Educação;

A envolvência que se propiciou

com toda a Comunidade e, aqui, relem-

bro a iniciativa do Centro Social de São

Roque da Lameira – Dezembro 2010 –

Mês da Luz – que no dia e hora deter-

minados, todas as casas se encontra-

vam iluminadas com uma vela…

Cada Centro Social da Obra Dio-

cesana programou, realizou e vivenciou

múltiplas acções marcantes na Missão

2010, as quais, naturalmente, enrique-

ceram a vida de cada pessoa e vida e

obra da ODPS.

Afirmo que foi um ano maravi-

lhoso, criativo e de profundo crescimen-

to em reflexão, valores e Cristianismo.

Parabéns a todos quantos deram o seu

contributo neste empreendimento espi-

ritual.

VALEU A PENA!

Mas isto não é o suficiente, ape-

nas se apresenta como uma gota de um

oceano. Teremos de pensar todos, em

conjunto, com transparência, lealdade,

verdade e espírito de serviço voluntá-

rio, gratuito e despejado de interesses

e de questiúnculas menos favoráveis,

a continuidade de uma acção sempre

inacabada.

Que a Missão 2010 nos tenha

servido de exemplo como devemos vi-

ver em Comunidade, em Dedicação e

em Amor ao Próximo.

Que não tenha ficado pelo Ano

2010.

Nós, Obra Diocesana, caminha-

remos SEMPRE na linha traçada pelo

nosso Patrono e empenhar-nos-emos

para que a nossa Instituição seja re-

conhecida como Instituição da Igreja e

para a Igreja, cariz que lhe atribui um va-

lor acrescido e sem limites no fazer.

Já definimos, projectámos o que

cada Centro Social irá realizar em 2011

no âmbito da continuidade da Missão e

que, em devido tempo, fizemos chegar,

através do questionário, solicitado pela

Exma. Senhora Dra. Manuela Maia.

Com carácter de transparência

e lealdade, nós, que fazemos parte in-

tegrante do Corpo da Igreja de Cristo e,

por tal, os nossos pensamentos, ideias

e acções deverão caminhar em sintonia

e não divididos ou fragmentados e pre-

ocupados. Cada um deverá correspon-

der e colaborar nesta causa.

PARTILHA e PARCERIA são

dois, dos muitos valores, repletos de

significado, que deverão permanecer,

continuamente, no nosso espírito de

servir, na nossa missão de apoiar.

Ajudemo-nos uns aos outros,

ajudemo-nos mutuamente, pois tudo

tornar-se-á muito mais fácil e os bene-

ficiários serão sempre os mesmos – OS

MAIS DESFAVORECIDOS.

Alguma pertinência me leva a

sugerir a realização de actividades con-

juntas com Paróquias, Obras, Misericór-

dias e outras Instituições da Diocese.

Com o consentimento de Sua

Reverendíssima D. Manuel Clemente,

Bispo do Porto, proponho a realização

de um evento anual, que promova a di-

vulgação da solidariedade e da acção

da Igreja na Diocese.

Uma semente colectiva germi-

nará, carinhosamente, e o seu fruto terá

outro sabor no efeito!

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Novo Bispo Auxiliar da Diocese do Porto

Obra Diocesana de Promoção Social8

D. Pio Alves, oriundo da Arquidiocese de Braga, foi nomeado para Bispo

Auxiliar do Porto. A Ordenação Episcopal ocorrerá a 10 de Abril de 2011, no San-

tuário do Sameiro.

D. Pio Gonçalo Alves de Sousa nasceu a 20 de Abril de 1945, na freguesia

de Lanheses, em Viana do Castelo. A sua ordenação presbiteral aconteceu na Sé

de Braga, a 15 de Agosto de 1968.

Logo nos primeiros anos de sacerdócio, D. Pio continuou os seus estudos

em Espanha, na Universidade de Navarra. Em 1983, regressou a Portugal, tendo

colaborado em diversas paróquias das Dioceses de Braga, Viana do Castelo e

Lisboa.

Ao longo do seu percurso na Arquidiocese de Braga, desempenhou di-

versos e importantes cargos, dos quais se destacam: Assistente do Núcleo de

Braga da Associação dos Médicos Católicos Portugueses; Vigário Episcopal da

Fé da Arquidiocese; Delegado da Arquidiocese para a Voz do Minho da Rádio

Renascença; Presidente da Comissão Arquidiocesana de Liturgia; e Director do

Secretariado Arquidiocesano para a Comunicação Social.

Até à actualidade, D. Pio Alves exercia funções como Cónego da Sé de

Braga (desde 1987), onde foi Mestre-Escola (1987-1990), Chantre (1990-2003) e

Deão desde 2003. Foi ainda Director do Arquivo e Biblioteca e do Tesouro-Museu

da Sé de Braga.

Para além da carreira eclesiástica, o percurso académico de D. Pio é

igualmente vasto e de elevada notoriedade. Entre 1972 e 1983 foi docente da

Universidade de Navarra. Em 1983, já regressado a Braga, ingressou no Instituto

Superior de Teologia, que em 1987 foi incorporado na Universidade Católica Por-

tuguesa, passando D. Pio a pertencer ao seu quadro docente.

D. Pio Alves teve um papel de relevo na história do Centro Regional de

Braga da Universidade Católica Portuguesa, tendo sido Director Adjunto do Nú-

cleo de Braga da Faculdade de Teologia; Vice-Reitor da Universidade Católica

Portuguesa; Presidente da Comissão Instaladora do Centro Regional de Braga; e,

desde 2009, Presidente dessa Instituição de Ensino Superior.

É Professor Catedrático desde 2003.

A nomeação episcopal teve lugar no dia 18 de Fevereiro de 2011 e me-

receu as seguintes palavras de D. Pio Alves: [esta nomeação] “surpreendeu-me

descansado, por que não corri para ela; livre, porque pude dizer que não; perple-

xo, porque, necessariamente, implica recomeçar em várias frentes”. Afirmou ainda

que “Estarei disponível, com o que sou, com as minhas limitações e capacidades,

para ser um trabalhador mais, com “Caridade na Verdade”, na Missão para que

estamos convocados”.

Por alturas desta nomeação, a Obra Diocesana de Promoção Social en-

viou a seguinte mensagem de felicitações a D. Pio Alves:

Tendo tomado conhecimento da nomeação de Sua Excelência Reve-

rendíssima para Bispo Auxiliar da Diocese do Porto, a Obra Diocesana de Pro-

moção Social, na pessoa dos seus Corpos Gerentes, dos seus Colaboradores

e dos seus Clientes, gostaria, neste momento de profunda alegria, saudar Sua

Excelência Reverendíssima, felicitando-o por esta honrosa nomeação e de-

sejando que o percurso que agora inicia na nossa Diocese se prolongue por

longos e profícuos anos.

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A solidão dos idosos

Nos idos anos cinquenta, no

Coliseu do Porto, o Padre Américo dizia

que “pior que não ter onde viver era não

ter onde morrer”. Bem pior, ainda, será

sentir-se só depois de ter amado e ver-

se morrer sem a companhia de alguém

que perpetue a última recordação, a úl-

tima vontade, o último olhar ou o último

suspiro.

Vem isto a propósito de notí-

cias recentes que nos fazem despertar

para o drama da solidão dos idosos. A

estupefacção surgiu com um primeiro

caso do cadáver de uma mulher aban-

donado durante nove anos na casa em

que vivera. Apareceram depois alguns

a anunciar o seu incómodo por uma

situação que apenas foi testemunhada

pelo cadáver de um cão durante todo

aquele longo tempo. A comunicação

social assumiu, e bem, as suas funções.

Os olhares voltaram-se para os idosos

e encontraram uma série de casos de

pessoas que tiveram a pesada solidão

por única companheira no momento da

sua morte. Repentinamente, todos re-

pararam no drama de viver e morrer só

no meio de tanta gente.

O abandono dos idosos não é

fenómeno novo. A imagem do velho en-

volto no seu manto de serapilheira e dei-

xado num ermo monte replica-se pela

memória, como se os idosos fossem

coagidos a ser similares dos gatos que,

quando pressentem a morte, evitam os

afectos humanos.

É o falhanço da família e da vizi-

nhança. É o primado dos números e do

ter. É a desvalorização do ser e do estar.

É a inversão e a perda dos valores.

Se, quando se é jovem, dese-

ja-se viver muito, devemos olhar para

aqueles que têm longos anos com ve-

neração pela sua vitória.

Os idosos são as pessoas com

mais idade. Portanto, com mais vitó-

rias, com mais experiência, com mais

doação à família, à comunidade, ao

mundo e a Deus. Provavelmente mais

do que noutras fases da vida, são eles

que melhor sabem saborear e valorizar

a vida. Quando a oportunidade lhes

é dada, com espírito e com coração,

como eles sabem dar vida à Vida! Até

por isso, como eles são preciosos em

dinâmicas favorecedoras da vida, como

a família. Com a ciência feita na vida e

com a serenidade que a idade muitas

vezes favorece, ainda têm muito para

dar. Certamente de um modo diferente,

que não menos importante. Merecem

ser ouvidos e são credores de atenção,

do respeito e da gratidão. Carecem de

seguimento e de acompanhamento.

Precisam apenas de espaços e

de oportunidades para contar os seus

sonhos, para exprimir os seus afectos,

para narrar as suas experiências, para

partilhar os seus valores, para assumir

as suas vidas.

As condições preferenciais de

vida para os que têm mais idade são

viver com aqueles que eles geraram e

amaram, entre os afectos que alimen-

Padre Lino Maia

taram e na casa que eles próprios er-

gueram ou adaptaram à sua maneira

e a que naturalmente se habituaram.

Estão presos a essas pessoas, a esses

afectos e a esses espaços por laços

indestrutíveis. Quando e enquanto for

possível, devem ser-lhes proporciona-

das condições suficientes para que se

mantenham no ambiente de que foram

artífices. A solidão pode ser opção de

vida, mas certamente não é opção para

a morte…

Primeiramente e sempre, a fa-

mília deve sentir como precioso dom a

presença do familiar idoso no seu es-

paço de realizações e de afectos. Apa-

reçam em sintonia as instituições da

comunidade, os grupos de caridade, os

vicentinos, a vizinhança, o voluntariado,

a Igreja e o Estado. Na defesa e protec-

ção das famílias ou, supletivamente, em

favor dos idosos, com serviços, com

dádiva de tempo ou, por que não, com

“apadrinhamento” por jovens que, no

encontro com os mais velhos, desco-

brem o sortilégio da vida.

Se, para o homem de hoje, a sua

aldeia é todo o mundo, impõe-se que o

seu familiar e o seu vizinho sejam, sem-

pre e em espiral, o seu primeiro amor e

o seu primeiro companheiro de jornada.

Nestes tempos de globalidade, enquan-

to se pensa à escala do mundo, importa

sentir, agir e estar localmente bem.

9Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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Obra Diocesana de Promoção Social10

Aqui está um tema muito interessante para tratar. Mas hoje vou pedir apoio a um Poeta brasileiro, Ferreira Gullar, que

foi Prémio Camões de 2010.

Lendo-o veremos como tentar fundamentar as nossas motivações morais no simples raciocínio pode ser bem difícil

e enganoso, porque nós somos feitos de duas metades que se combatem e nem sempre atingem a paz. A Razão e a Emoção

Raciocínio e Motivação Moral

Professor Daniel Serrão

Que a força

do medo que tenho

não me impeça

de ver o que anseio

Que a morte

de tudo em que acredito

não me tape

os ouvidos e a boca

Porque metade de mim

é o que eu grito

mas, a outra metade

é Silêncio

Que a música

que ouço ao longe

seja linda,

ainda que tristeza

Que a mulher

que eu amo

seja para sempre amada

mesmo que distante

Porque metade de mim

é partida

mas, a outra metade

é saudade

Que as palavras

que eu falo

não sejam ouvidas como prece

nem repetidas com fervor

apenas respeitadas

como a única coisa

que resta a um homem

inundado de sentimentos

Porque metade de mim

é o que ouço

mas, a outra metade

é o que calo

Que essa minha vontade

de ir embora

se transforme na calma

e na paz que eu mereço

E que essa tensão

que me corroe por dentro

seja um dia recompensada

Porque metade de mim

é o que penso

mas, a outra metade

é um vulcão

Metade

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11Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Raciocínio e Motivação Moral

Que o medo da solidão

se afaste

e que o convívio comigo mesmo

se torne ao menos suportável

Que o espelho reflicta

em meu rosto

um doce sorriso

que eu me lembro

ter dado na infância

Porque metade de mim

é a lembrança

de que fui

a outra metade

eu não sei

Que não seja preciso

mais do que uma simples alegria

para me fazer

aquietar o espírito

E que o teu silêncio

me fale cada vez mais

Porque metade de mim

é abrigo

mas, a outra metade

é cansaço

Que a arte

nos aponte uma resposta

mesmo que ela não saiba

E que ninguém

a tente complicar

porque é preciso simplicidade

para fazê-la florescer

Porque metade de mim

é plateia

e a outra metade

é canção

E que a minha loucura

seja perdoada

porque metade de mim

é Amor

E a outra metade

também

A nossa inteligência busca o melhor. Mas nem sempre o que parece melhor à

inteligência é o melhor na nossa afectividade.

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Obra Diocesana de Promoção Social12

CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição

Construir a cidade dos homens !

O Senhor é quem constrói

As pequenas – grandes obras

Que realizamos todos os dias!

É Ele quem projecta

E faz planos grandiosos

Que nem sempre vemos!

É Ele o construtor

da obra que se não vê mas que é erguida

sempre que suavizamos a dor alheia

ou mitigamos solidões a nosso lado…

É Ele o construtor

Sempre que rasgamos trilhos de esperança

No anúncio sereno da Palavra

E das palavras que saem do coração que ama.

É Ele o construtor

Sempre que repartimos o pão fresco da vida

E construímos queridamente o presente novo!

Quantas vezes o Construtor encontra resistências

Ao aos Seus projectos de Bem

na indisponibilidade e na instalação

na ausência de trabalhadores

na fuga dos responsáveis

na inércia ou na apatia dos contratados!

no respeito incrível pela liberdade humana

Algo fica por fazer

Sempre que decido trabalhar

Por conta própria!

Se não for o Senhor a vigiar a cidade

Em vão vigiam as sentinelas!

Mesmo as mais fortes!

Se não for o Senhor a edificar a casaEm vão trabalham os que a constroem (Sl 127)

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13Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Construir a cidade dos homens ! Sacramento do irmão

Cónego Rui OsórioJornalista e Pároco da Foz do Douro

Vem da minha juventude o gosto por leituras espirituais. Um dos meus au-

tores preferidos, grande mestre de espiritualidade, é Thomas Merton (1915-1968).

São inesquecíveis os seus livros “Homem algum é uma ilha” e “Novas sementes

de contemplação”.

Inspirou-se no poeta John Donne (1572-1631) para escrever: “Homem al-

gum é uma ilha em si mesma; todo o homem é um fragmento do continente, uma

parte do oceano. A morte de cada homem enfraquece-me porque sou parte da

humanidade; assim, nunca perguntes por quem o sino dobra, ele dobra por ti”.

Quem procura Deus e O encontra, descobre a presença do seu próximo,

homens e mulheres, nossos irmãos e irmãs, sem discriminação alguma, a não ser

a bíblica opção preferencial pelos mais pobres.

A Bíblia no seu conjunto confirma que a paternidade e a filiação divinas

completam-se na aceitação dos outros, não como rivais, mas como irmãs e ir-

mãos a quem Deus confia à nossa responsabilidade. Na Palavra de Deus, isso é

claro desde a pergunta que Deus fez a Caim pelo seu irmão Abel até ao manda-

mento novo que Jesus Cristo nos deixou em testamento: amai-vos uns aos outros

como Eu vos amei.

Se houvesse dúvidas, bastaria ler atentamente a parábola do samaritano:

todo o Homem é meu irmão, em particular quem está caído na valeta da vida e

precisa de socorro.

Estou convencido que os sete sacramentos não esgotam os bens da sal-

vação, Sem o sacramento do irmão perderíamos a qualidade de filhos e filhas de

Deus. O sacramento do irmão significa e produz a graça de sermos e agirmos fra-

ternamente, tal como Jesus Cristo enuncia no juízo final: seremos ali bem-vindos

ou afastados das surpresas de Deus consoante o que tivermos feito ou tivermos

deixado de fazer aos mais pequeninos dos irmãos com quem Jesus Cristo se

identifica.

A prática do mandamento novo da caridade é a mais-valia evangélica que

leva homens e mulheres a aceitar-se como seres de relação, co-responsáveis

pelo desenvolvimento integral de cada homem e de cada mulher e solidário de

todos os homens e de todas as mulheres.

A Igreja, perita em humanidade, tem uma notável tradição de obras de

misericórdia, ordens terceiras, instituições particulares de solidariedade social,

organizações não-governamentais para o desenvolvimento, voluntariado e tantos

outros serviços de bem-dizer, bem-querer e bem-fazer, formais ou informais, mais

institucionalizadas ou mais voluntaristas. Sem tanta benemerência, perderíamos

todos, crentes e não crentes.

Homem algum é uma ilha.

Cada um é fragmento do continente

e parte do oceano. Todos somos uma

frátria.

Somos fratricidas quando,

como Caim, deixamos de ser guardas

dos nossos irmãos. A voz do sangue

deles clamaria da terra até nós e far-

se-ia ouvir no coração de Deus.

Os sinos bradam por nós

quando morremos de individualismo

egoísta e não fazemos das mulheres e

dos homens o nosso próximo.

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Obra Diocesana de Promoção Social14

Viagem aos contos de fadas

Os contos de fadas são eternos. Passados de geração em geração, cons-

tituíram-se em verdadeiros canais de transmissão de valores éticos e morais, es-

tabelecendo a relação entre o bem e o mal, o certo e o errado.

A construção de conceitos éticos e morais ocorre de forma progressiva

na vida da criança e à medida que esses valores se vão interiorizando, ela fica

cada vez mais capaz de ser um adulto crítico, reflexivo, produtivo e principalmente

livre para ser feliz.

Os contos de fadas são míticos, simbólicos, respondem ao universo da

criança, permitindo-lhe assumir o real através da cultura do imaginário. É através

da interacção com o conto de fadas que a criança adquire segurança para buscar

relações entre o seu “eu” e as personagens dos contos, projectando-se nelas para

conseguir criar estruturas mentais e assim resolver problemas do quotidiano.

Os contos de fadas propiciam, ainda, através da oralidade, o primeiro con-

tacto que a criança tem com um texto. Por isso é bom que ela ouça muitas his-

tórias pois para além de ser um passo inicial no seu processo de aprendizagem,

certamente contribuirá para o interesse pela leitura e para o seu desenvolvimento

global.

É neste contexto que os doze Centros Sociais da Obra Diocesana estão a

desenvolver, no corrente ano lectivo, o Projecto Pedagógico “Viagem aos Contos

de Fadas”.

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No âmbito do Projecto “Via-

gem aos Contos de Fadas” decorreu,

durante três dias, o evento “Carnaval

Mágico na Obra Diocesana” com a

participação de clientes, famílias e

colaboradores:

Dia 2 de Março: Centros So-

ciais do Carriçal, Regado, S. João de

Deus e S. Tomé

Local: Instituto Superior de En-

genharia

Dia 3 de Março: Centros So-

ciais do Cerco, Lagarteiro, Machado

Vaz e S. Roque

Local: Centro Formação Pro-

fissional

Dia 4 de Março: Centros So-

ciais de Fonte da Moura, Pasteleira,

Pinheiro Torres e Rainha D. Leonor

Local: Centro Social da Paste-

leira

Cada Centro Social trabalhou

uma história infantil que culminou

com a apresentação em palco de 10

coreografias (com crianças e idosos

a “vestirem a pele” dos personagens

dos contos de fadas): O Reino Pintal-

gado de António/Branca de Neve e os

Sete Anões/Peter Pan e a Pequena

Sereia/A Cinderela/A Casinha de Cho-

colate/Os Três Porquinhos /João e Pé

de Feijão/Alice no País das Maravilhas/

História da Carochinha/Os Músicos de

Bremen/A Fada da Cor.

Os palcos converteram-se

num mundo de fantasia e de encanta-

mento, onde as diversas áreas artísti-

cas, desde o teatro à dança, da música

à ginástica acrobática, se conjugaram

de uma forma criativa e harmoniosa,

numa explosão de cor, movimento e

emoções.

Filomena Semana

No passado dia 2 de Março,

pelas 15 horas, decorreu no auditório

do ISEP uma festa de carnaval, dina-

mizada por quatro centros da ODPS.

O Centro Social do Regado teve

a honra de “abrir” o espectáculo, com

a dramatização da história (adaptada)

“A Carochinha”. E que bem que estes

clientes da 3ª Idade representaram!

“Este grupo pertence a um

tempo onde não havia lugar para

contos.

Muito cedo começaram a tra-

balhar.

Não tiveram espaço no tempo

para ouvir nem para contar histórias.

Mas como nunca é tarde para

um conto de Fadas, neste dia diverti-

ram-se a representar”

As palmas sucederam-se! A

festa prometia!

O Centro Social de São João

de Deus, através do conto “A Fada da

Cor” recordou-nos todo o fascínio que

a cor traz ao nosso Mundo.

“Era uma vez, um mundo cin-

zento e frio...

“Era uma vez, uma menina

que sonhava e queria…

Era uma vez a união do sonho

que comanda a vida, com a fantasia

que dá cor à nossa vida!”

Os Centros do Carriçal e de S.

Tomé uniram os seus “talentos” e de

Carnaval mágico na obra diocesana

15Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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uma forma inovadora (pois que se tra-

tou de uma representação baseada na

mímica, expressão corporal, expres-

são facial dos seus actores/actrizes),

transportou-nos até ao tempo em que o

mundo era liso mas que depois ganhou

“vida” pelas pintas e pintinhas, sardas

e sinais “O Reino Pintalgado”, conto

retirado do livro “Histórias em Ponto de

Contar” mundo de diversidade e de cor.

E a festa terminou em grande,

com as crianças do Centro Social do

Regado, a representarem a peça “Os

Músicos de Bremen”.

“Era uma vez um burro que

trabalhava numa quinta … nem ima-

ginam o que aconteceu!”

Carnaval Mágico! E de magia

se tratou

Magia, fantasia, enredos em o

mundo fantástico se entrecruza com a

realidade!

Momentos de ternura e de

partilha vivenciados por todos nós, em

uníssono!

Centros Sociais: Carriçal, Re-

gado, S. João de Deus e S. Tomé

A azáfama começou bem

cedo, desde logo na preparação e

modo de apresentação da história que

iríamos abordar: “Branca de Neve e os

7 anões”.

Potenciar recursos materiais,

através da utilização de desperdícios,

preparar todas as indumentárias ne-

cessárias à caracterização dos per-

sonagens, produzir e adaptar textos

e músicas, fazer uma coreografia e

respectivos ensaios, para que o “co-

zinhado” ficasse saboroso, foram tare-

fas por vezes difíceis mas desafiantes

a um espírito de entreajuda e colabo-

ração, que todos os colaboradores,

utentes e respectivas famílias soube-

ram prestar.

Deste modo, a realização da

festa “Carnaval Mágico da Obra Dio-

cesana” foi um processo participado

e partilhado em todos os seus mo-

mentos, quer de preparação, quer de

realização e saldou-se por uma inten-

sificação e enriquecimento pessoal de

todos os seus intervenientes que no

decurso da festa souberam espelhar

com dedicação, empenho e alegria!

AH! E UM SORRISO MUITO

GRAAAAAAANDE!!!!!!!!!!!!!!!!!

Centro Social do Cerco do Porto

As emoções e vivências esti-

veram presentes desde a escolha do

conto, até à sua concretização, pas-

sando por todo o processo de elabo-

ração de adereços, confecção de ves-

tuário, escolha de músicas e imagens.

Este projecto requereu a imaginação,

a criatividade e o empenho de todos

os intervenientes, e a vivência extre-

mamente expectante das crianças du-

rante os ensaios, culminando no agra-

dável espectáculo realizado no Centro

de Formação Profissional do Cerco.

Centro Social do Lagarteiro

No decorrer do mês de Feve-

reiro, momentos de magia encantaram

pequenos e graúdos que se renderam

à doçura do “Carnaval Mágico da

O.D.P.S.” Foi com alegria e entusiasmo

que crianças, idosos e colaboradores

dos Centros Sociais de Machado Vaz

Obra Diocesana de Promoção Social16

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e S. Roque da Lameira participaram

na construção de cenários e adereços

para a apresentação e dramatização

de uma das grandes obras literárias

da escrita infantil a

“Casinha de Chocolate” pro-

vando que é de pequenino que se

alimenta a arte. Este foi o conto esco-

lhido por todos nós para responder ao

desafio do Projecto Pedagógico

“Viagem ao Conto de Fadas”.

Centros Sociais: Machado Vaz

e S. Roque da Lameira

O Centro Social Fonte da

Moura apresentou uma coreografia

do conto infantil “A Pequena Sereia”,

história que tem servido de mote ao

trabalho desenvolvido neste segundo

trimestre em todas as valências.

Durante este período conta-

mos com o envolvimento de todos

(colaboradores, clientes e familiares),

proporcionando óptimos momentos

de intercâmbio entre os clientes das

várias respostas e a participação ac-

tiva das famílias.

Como é apanágio deste Centro

continuamos na senda da educação

ambiental e na promoção da utilização

de materiais de desperdício, quer na

decoração do Centro, quer na cons-

trução dos fatos de Carnaval.

A nossa participação no con-

curso de fantasias foi premiada com

um honroso primeiro lugar.

Agora que terminou o Carnaval

é nossa vontade voltar a encontrarmo-

nos e comemorar o que queremos

sempre partilhar a vida.

Centro Social Fonte da Moura

A azáfama foi muita. Crianças

e colaboradores de todas as valên-

cias, de um lado para o outro, cola,

pinta, recorta, prova, tira, mexe, sobe

e desce, para dar vida à história dos

3 porquinhos que ficaram lindos e re-

chonchudos perseguidos por um lobo

espectacular num ambiente de festa

onde pássaros, flores e árvores tive-

ram vida.

Estes três irmãos foram de-

terminados, corajosos e aventureiros,

e ensinaram que o trabalho, a persis-

tência, a responsabilidade e o trabalho

em equipa poderão ser difíceis mas

compensam sempre.

A cooperação, empenhamen-

to, responsabilidade, personalização,

deram origem a um trabalho inovador

e de qualidade.

Só verdadeiras fadas como

os colaboradores do Centro Social da

Pasteleira puderam dar vida a papel

de jornal, a sacos plásticos, a cartão

e transformá-los em princesas, flores,

pássaros e outros animais e até num

enorme castelo medieval que nos fez

entrar na magia dos contos das fa-

das.

As crianças ficaram entusias-

madas e excitadas com os meninos

de outros centros sociais “tantos me-

ninos é bom”, diz a Luzia de 5 anos.

“Aqueles senhores e aqueles

meninos estão muito giros” diz a Ca-

rolina de 3 anos.

“Eu não tive medo do lobo mau

porque nós éramos muito fortes” diz

um porquinho, Afonso de 5 anos.

17Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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Os meninos de ATL comenta-

vam: “Os velhos também gostam de

Carnaval? Ó mãe quando for velho

também quero que me mascares”,

Francisco, 2º ano.

Os idosos animados fantasia-

ram-se e entraram em concurso de

máscaras, classificados por um júri

isento e avalizado: Sr. Pedro Pimenta,

membro do Conselho de Administra-

ção; Dra. Filomena Semana, Directora

Técnica, e o Sr.Presidente da Junta de

Freguesia de Aldoar, que atribuíram o

primeiro prémio (um belíssimo troféu)

ao Centro Social da Fonte da Moura.

Destacamos desta iniciativa, a

colaboração inter Centros que forta-

lece a união e cooperação e nos faz

sentir como um todo que é a Obra

Diocesana.

Centro Social da Pasteleira

O Carnaval Mágico na Obra

Diocesana foi um momento de parti-

lha, alegria e muita diversão. Aqui fica

o testemunho dos clientes que partici-

param nesta actividade.

O Carnaval foi uma alegria

Com os idosos todos juntinhos.

Tivemos uma bela companhia

Em conjunto com os mais pequeninos.

Um dia cheio de fantochadas

Só nos faltou dançar.

Fomos todas enfeitadas,

Para o Pé de Feijão representar.

O nosso feijãozinho teve muita graça

E conseguiu o 3º lugar.

Meteu o burlista em desgraça

E para a Madeira foi festejar.

Centro Social de Pinheiro Torres

O Centro Social Rainha D. Le-

onor baseou a sua apresentação na

história “Alice No País das Maravilhas”.

Crianças, idosos, colaboradores e fa-

mílias entraram no mundo do imagi-

nário, trabalhando ao longo do tempo

para a apresentação de um espectá-

culo em que crianças e idosos foram

actores por um dia!

A história escolhida é repleta

de imaginação e promove a criativi-

dade. Alice é uma criança destemida

que sonha com um mundo às avessas

e que se questiona “Porque é que as

flores não dançam? Porque é que os

animais não falam?”. Demos asas à

nossa imaginação e tivemos flores a

dançar, gatos a rir, cartas a marchar,

coelhos preocupados com as horas,

objectos animados e muito mais

Não faltou também o tradicio-

nal concurso de máscaras. Com ale-

gria e muita animação, os idosos des-

filaram as suas fantasias perante um

júri que premiou a criatividade.

Foi uma tarde muito animada

onde todos se empenharam e corres-

ponderam aos valores da Instituição

que diariamente tornamos presentes

através do nosso trabalho.

Centro Social Rainha D. Leonor

Obra Diocesana de Promoção Social18

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19Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Complexidades do diálogo

Diálogo – (de etimologia grega que significa chegar a uma conclusão por

meio de palavras) – é uma conversa livre, sincera e respeitável para alcançar um

bom objectivo.

Pode ser um diálogo conjugal, familiar, social, de político nacional ou in-

ternacional.

São tantas as complexidades que anulam o objectivo do diálogo que já há

Escolas de Complexidades, especializadas para debater e aperfeiçoar as quali-

dades dessa conversação.

Há complexidades frequentes, mais graves mais anuladoras do diálogo.

O célebre filósofo brasileiro Paulo Freire disse que o diálogo é uma “exi-

gência existencial”.

A Humanidade é um corpo colectivo. Tem de comunicar para aperfeiçoar-

se, para trocar saberes, para explicar êxitos. A natureza humana exige diálogos

para progredir, para solucionar problemas, para ser feliz.

O diálogo exige humildade de ambas as partes. Não se consegue dialogar

com arrogância. Quando um dos polos perde a humildade, o diálogo morre.

Também não há diálogo quando um ou mais membros são ignorantes e

transferem a sua ignorância para o polo oposto. Sempre nos outros e nunca do

seu lado.

Também não é possível dialogar quando nos julgamos superiores aos ou-

tros por pertencermos a, uma classe alta: rica, culta, importante, considerando

ignorantes os outros.

Não há diálogo quando não aceitamos a contribuição dos outros e não

reconhecemos o seu valor e competência.

Padre Mário Salgueirinho

“Quando um dos polos perde a humildade, o diálogo morre.”

Uma atitude que mais anula o

diálogo é a auto-suficiência, atitude or-

gulhosa que despreza o valor real dos

outros e não permite chegar a acor-

do.

O bom diálogo é produtivo em

ideias, iniciativas, entusiasmo, com-

promissos, realizações, etc.

É útil olhar o mundo – de perto

ou de longe – e ver as barbaridades

cometidas no passado: fomes, guer-

ras, destruição do meio ambiente, en-

fim, um Planeta devastado que bons

diálogos poderiam ter salvo.

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Obra Diocesana de Promoção Social20

O senso comum refere-se às re-

lações entre gerações ou intergeracio-

nais, como uma transmissão de conhe-

cimentos dos mais velhos para os mais

novos reproduzindo as relações sociais

ainda existente em algumas socieda-

des, que consideram o idoso como o

dono do saber.

Segundo o sociólogo Dumaze-

dier (1992, p.9):

As velhas gerações continuam

a ter função de transmissão de conhe-

cimentos às novas gerações. Há uma

atitude selectiva com respeito aos en-

sinamentos da tradição e às lições da

experiência, seja no trabalho, seja nas

relações sociais, na vida familiar, no

lazer, etc., porque as pessoas idosas

representam, antes de mais nada, uma

memória coletiva.

Se elas não transmitirem esse

tipo de saber, quem o fará? Assim,

existe uma co-educação das gera-

ções, pois, se quisermos transmitir sa-

beres, seja num sentido, seja no outro,

muitas vezes teremos de negociar as

difíceis fronteiras entre os saberes de

ontem e de hoje, entre as habilidades

de ontem e as de hoje.

A nossa sociedade frequente-

mente, tende a excluir os idosos, contri-

buindo assim para o seu isolamento so-

cial e para o esvaziamento de relações

intergeracionais.

Ao estimularmos estas activida-

des ajudamos a transformar certos con-

ceitos que a criança tem em relação ao

velho e à velhice.

Segundo Paulo Oliveira (1999, p.

26): um convívio de gerações não com-

porta linearidade e, portanto, não se re-

sume na passagem de sabedorias dos

velhos para as crianças. Estas, mesmo

que nem sequer o saibam, também po-

dem transmitir muito às gerações mais

velhas.

Como afirma Magalhães (2000,

p.153), “aproximar gerações é ob-

jectivo do trabalho social que busca

quebrar barreiras geracionais, eli-

minar preconceitos e vencer discri-

minações”.

Através do intercâmbio de vi-

vências e experiências entre as duas

gerações, criam-se laços de amizade

que ajudam a evitar o isolamento e a ex-

clusão por parte dos idosos.

No nosso Centro os nossos

idosos, são considerados por todas as

crianças dos diferentes grupos como

“os avózinhos” e desde sempre realizam

intercâmbios com eles.

No mês de Setembro as crian-

ças da sala dos 4 anos decidiram em-

belezar o jardim do Centro com peque-

nos espantalhos por eles construídos.

Centro Social da Pasteleira

Maria Teresa de CarvalhoTécnica Serviço Social

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21Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Tal como todos os dias de sol, os ido-

sos davam o seu passeio matinal pelos

jardins e ao verem os pequenos espan-

talhos decidiram fazer um grande para

colocarem no pequeno jardim em frente

à sala de convívio.

Ao sermos convidados para vi-

sitarmos o espantalho as crianças do

grupo começaram por querer saber se

ele tinha nome. Como ainda não tinha

nome ficou decidido serem os meninos

os padrinhos do espantalho.

Fomos para a sala onde come-

çou uma “acesa” discussão sobre o

nome a dar, e após várias sugestões o

nome mais votado foi o de “Bolinhas”.

E como a seguir a um baptizado

à sempre uma festa, decidimos o que

iríamos fazer para a festa. E por unani-

midade ficou decidido fazermos de ma-

nhã coquinhos e à tarde o baptizado.

No dia combinado, crianças e

idosos trajados a rigor deitaram mãos à

massa, ou melhor, ao coco e em con-

junto fizeram os docinhos da festa. Na

parte da tarde, após a hora da sesta, as

crianças dirigiram-se à sala de convívio

para o baptizado.

À volta do Bolinhas crianças e

idosos deram inicio à cerimónia. O Paulo

segurou na taça da água e depois uma

“avozinha” verteu a água pela cabeça

do espantalho. Após uma grande salva

de palmas fomos todos para dentro da

sala comer os coquinhos.

O intercâmbio não ficou por

aqui, os idosos ajudaram na confecção

de um pequeno quadro com um cacho

de uvas que as crianças levaram para

casa. A D. Inês coseu as rodinhas de

tecido e os meninos colaram num qua-

drado de cartão.

Para o Halloween, foram os ido-

sos que construíram a vassoura para a

nossa bruxa que enfeitou o arbusto do

jardim.

Agora em Janeiro, pelos Reis,

fizemos em conjunto Bolo-Rei de cho-

colate que estava uma delícia.

Como este convívio é do agrado

das crianças e dos idosos, as activida-

des de culinária em intercâmbio ficaram

agendadas para serem realizadas de

quinze em quinze dias.

Mas não nos vamos ficar só pela

culinária! Outro tipo de actividades irá

ser realizado…

Nós voltaremos brevemente

com novos intercâmbios!

Centro Social da Pasteleira

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Obra Diocesana de Promoção Social22

A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários – foi constituída

em 1986, sendo uma Associação de Direito Privado e de Utilidade Pública que

tem como principal objectivo promover a reunião dos Jovens Empresários Portu-

gueses com vista à satisfação dos seus interesses específicos.

A Associação é considerada por lei como parceiro social, com uma inter-

venção associativa de reconhecida utilidade na sociedade portuguesa. A ANJE tem

âmbito nacional e representa cerca de 4300 associados dos vários sectores de

actividade em todo o território continental.

A sua acção contribuiu de forma significativa para uma mudança de factores

que condicionavam o acesso dos jovens à actividade empresarial. Desde o iní-cio

da sua actividade, a ANJE planeou diversas intervenções no domínio da formação

profissional, a qual se assume como vector transversal de aposta da Associação.

Neste âmbito, está a decorrer um curso EFA (Educação e Formação para

Adul-tos) de Técnico Comercial. Este curso teve início a 25 de Maio de 2010 e tem

conclusão prevista para Abril de 2011. São destinatários deste projecto formati-vo

adultos com idade igual ou superior a 23 anos com o 11.º ano, cujo objectivo de fim

de curso é a dupla certificação: a escolar de 12.º ano e a profissional de nível III de

Técnico Comercial.

A organização do plano curricular deste curso assenta na articulação entre

as áreas de competências-chave, e entre estas e a formação tecnológica. Nesta

lógica, a construção das aprendizagens far-se-á através do recurso a “Actividades

Integradoras”. Estas actividades congregam diversas competências e saberes, que

se interligam e interagem, em ordem a promover a resolução de problemas, gra-

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Anje promove acção de solidariedade

dualmente mais complexos, e impulsio-

nando uma atitude activa no desenvol-

vimento de aprendizagens significativas

para os formandos.

A segunda Actividade Integra-

dora deste curso previu a realização de

uma acção de solidariedade, por parte

dos formandos, junto de uma Instituição

de Utilidade Pública sem fins lucrativos

que exerça a sua actividade na fregue-

sia de Lordelo do Ouro.

À luz destas premissas, o Cen-

tro Social de Rainha D. Leonor da Obra

Diocesana de Promoção Social foi es-

colhido como beneficiário desta inicia-

tiva. Por um lado, reconheceu-se a sua

proximidade geográfica ao Centro de

Formação Empresarial da ANJE, e por

outro, pela sua vasta área de interven-

ção, materializada nas respostas sociais

de creche, pré-escolar, CATL, centro

de dia, centro de convívio e serviço de

apoio domiciliário.

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23Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

O Contexto da Enfermagem na ComunidadeEquipa de Enfermagem

A responsabilidade do enfer-

meiro perante a comunidade surge

expressa na “promoção da saúde e

na resposta às necessidades em cui-

dados de enfermagem” – a Organiza-

ção Mundial de Saúde (OMS) define

comunidade “como um grupo social

determinado por limites geográficos

e/ou por valores e interesses comuns.

Os seus membros conhecem-se e in-

teragem uns com os outros. Funciona

dentro de uma estrutura social parti-

cular, exibe e cria normas, valores e

instituições sociais”.

Sendo a saúde entendida

cada vez mais como assunto que

respeita aos próprios indivíduos, com

direitos e responsabilidades, a parti-

cipação activa de uma comunidade

bem informada e fortemente motivada

é indispensável para a realização de

um objectivo comum. Assim, no exer-

cício orientado para a comunidade, a

prestação de cuidados de enferma-

gem fomenta o desenvolvimento de

aptidões pessoais dos seus membros

para o autocuidado e o autocontrolo

em aspectos de bem-estar social e da

saúde da vida diária.

Cada vez mais, as pessoas

são informadas e estimuladas para

usarem os seus conhecimentos; para

adoptarem atitudes (que potencializem

as suas capacidades) e a desenvolve-

rem actividades que melhorem a saú-

de própria, e das respectivas famílias e

da respectiva comunidade.

Individualmente, nós enfermei-

ros, devemos acentuar a promoção

da saúde, a prevenção da doença, os

cuidados curativos e a reabilitação.

Supõe-se a apreensão dos problemas

de saúde de uma forma globalizante,

procurando as causas potenciais e as

soluções possíveis para numerosos

problemas individuais de saúde, den-

tro da própria família e comunidade.

A promoção da saúde através

da intervenção concreta e efectiva na

comunidade implica modelos parti-

cipativos que envolvam a comunida-

de no domínio e controlo dos seus

próprios esforços e objectivos, numa

tomada conjunta de decisões. Pressu-

põe o seu desenvolvimento pessoal e

social, através da melhoria da informa-

ção, educação para a saúde e o re-

alce dos estilos de vida saudáveis. O

desenvolvimento comunitário traça-se

através dos recursos humanos e ma-

teriais existentes na própria comunida-

de que capacitem a ajuda e o suporte

social.

Todos os dias, em todo o mun-

do, os enfermeiros estão envolvidos

em actividades inovadoras; activida-

des essas motivadas pelo desejo de

melhorar os resultados nos cuidados

prestados. E, é este o desafio da nos-

sa intervenção na comunidade a que

a instituição presta serviços. Vivemos

num mundo em permaneça mudan-

ça e sendo esta a nossa realidade é

também o nosso desafio e a nossa

oportunidade – a oportunidade de

enquanto enfermeiros, fazermos uma

diferença significativa para as pessoas

desta comunidade. Por isto e por tudo

mais, um Obrigado à ODPS.

Após avaliadas as necessida-

des, concluiu-se como maior benefício

a reabilitação da zona de recreio, atra-

vés da instalação de pavimento próprio

e equi-pamentos adequados.

O grupo de formandos teve

como missão pesquisar e contactar

empresas que forneçam os equipamen-

tos e soluções para as necessidades

encontradas. Posteriormente, nego-

ciou o valor orçamentado e, junto dos

associados ANJE e demais empresas,

mobilizou o apoio financeiro com vista a

adquirir os equipamentos.

Até ao momento, os beneméritos demonstraram a sua generosidade, atra-

vés dos seguintes donativos:

Delminda Mota Farmácia Nacional Unipessoal – 150€

Morgado & Filhos, Lda. – 50€

Pronefro – Produtos Nefrológicos, S.A. – 100€

RAR – Sociedade de Controle (Holding), S.A. – 1000€

Sailingfoz, Lda. – 10€

A curto prazo, deseja-se atingir o valor necessário à conclusão do projecto

que, numa fase final, será alvo de uma apresentação pública e de uma cerimónia de

inauguração, que contará com a presença de todos os intervenientes sociais que

estimularam e concretizaram esta actividade.

A Obra Diocesana de Promoção Social agradece, sensibilizada o generoso

contributo, que a todos agradará, em particular aos seus jovens clientes.

Page 24: espaço solidario...A Ordenação Episcopal ocorrerá a 10 de Abril de 2011, no San-tuário do Sameiro. D. Pio Gonçalo Alves de Sousa nasceu a 20 de Abril de 1945, na freguesia de

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

Nós AcreditamosSolidão

“A morte é a curva da estrada,

Morrer é só não ser visto”

Estes versos de Fernando Pessoa deixaram, nos últimos tempos, de ter

apenas o simbolismo da ausência das pessoas falecidas, para passarem a descre-

ver o que, todos os dias, se tornou um lugar comum nas notícias quotidianas.

As situações de solidão, sobretudo na terceira idade, são tão frequentes,

que começam já a ser olhadas como indiferentes, as notícias de idosos que mor-

rem em absoluto abandono.

A solidão é, principalmente, o sintoma da indiferença com que se vive o dia-

a-dia, e da resignação que fatalmente conduziu a uma sociedade apática e amorfa.

As pessoas que costumavam ter um pouco de atenção com os mais idosos, pas-

saram a ter demasiados afazeres fora de casa, deixando de ter tempo para dar um

pouco de atenção aos seus vizinhos que vivem sozinhos.

Já Eça de Queiroz referia que “ se possuísse uma canoa e um papagaio,

podia considerar-me realmente como um Robison Crusoé, desamparado na sua

ilha, o modelo lamentável e clássico da solidão. Há, é verdade, em roda de mim uns

quatro ou cinco milhões de seres humanos. Mas, que é isso? As pessoas que nos

não interessam e que se não interessam por nós são apenas uma outra forma de

paisagem, um mero arvoredo um pouco mais agitado…”.

São impressionantes os números do diagnóstico social do Porto elaborado

pela Universidade Católica: As pessoas com mais de 65 anos são um quarto dos

moradores dos bairros sociais – 1/5 da população do Porto vive em bairros cama-

rários – sendo 80% deles mulheres e, em 14% das casas da Câmara, há um idoso

a viver sozinho.

Nos bairros sociais apenas 27% dos seus moradores trabalham, 25% estão

reformados, 22% são inactivos e 21% estão desempregados.

Ainda mais preocupante, a cidade não tem suficientes espaços de acolhi-

mento para os seus idosos, e tendo um índice de envelhecimento e dependência

muito superiores à média nacional, a grande maioria dos seus idosos são pobres.

A este panorama fortemente adverso, junta-se, como nos refere Sua San-

tidade o Papa Bento XVI, o paradoxo e o drama que a solidão constitui face à

globalização:

”É paradoxal e trágico que, na era da globalização, quando as possibili-

dades de comunicação e interacção com os demais alcançaram uma dimensão

que as gerações anteriores apenas podiam conceber, tantas pessoas se sintam

Obra Diocesana de Promoção Social24

Page 25: espaço solidario...A Ordenação Episcopal ocorrerá a 10 de Abril de 2011, no San-tuário do Sameiro. D. Pio Gonçalo Alves de Sousa nasceu a 20 de Abril de 1945, na freguesia de

25Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

isoladas umas das outras. (…) A Igreja procura edificar uma civilização de amor, en-

sinando que Deus é amor e exortando as pessoas de boa vontade a entrarem numa

relação de amor com ele. E dado que o amor de Deus leva à participação na justiça

e na generosidade de Deus com os demais, a vida cristã conduz naturalmente à

solidariedade com os concidadãos e, na verdade com toda a família humana. Leva

à decisão de servir o bem comum e de responsabilizar-se pelos membros mais

frágeis da sociedade”.

Ora, a Obra Diocesana faz seus os ensinamentos de Sua Santidade, não se

deixando conformar com a forma de estar a que a globalização, a indiferença das

pessoas e, agora, a crise – que vem penalizar fortemente os mais frágeis e os mais

necessitados – estão a condicionar a sociedade em que vivemos.

Trabalhando com todas as suas valências, a Obra Diocesana actua, quer

nos bairros onde está inserida, a todos levando um sorriso, um olhar, um convite,

quer junto de todos os seus colaboradores e clientes, visando, acima de tudo, o seu

bem estar e a sua felicidade.

E é neste contexto que à Obra Diocesana cabe um papel primordial: a aten-

ção, o carinho e o amor que todos disponibilizam aos seus “Avós”, desde as crian-

ças – a interacção entre crianças e idosos, fomentando a intergeracionalidade é, na

Obra Diocesana, fortemente estimulada, pelos inúmeros benefícios que oferece a

ambas as faixas etárias –, às Domiciliárias – que conseguem que no dia-a-dia, os

nossos idosos e os nossos doentes tenham uma boa qualidade de vida, levando

consigo, não só a sua ajuda preciosa, mas também a sua preocupação, a sua

alegria, o seu carinho, o seu amor e a sua companhia – aos Assistentes Sociais –

tantas vezes verdadeiros “familiares” dos nossos idosos, – até à Administração da

nossa Obra, – e o empenho na dinamização da nova equipa de enfermeiros, que a

todos vem trazer uma ajuda preciosa, é disso mais um exemplo cabal – onde todos

testemunhamos o carinho e o afecto, com que todos e, particularmente, o nosso

Presidente, Senhor Américo Ribeiro, tratam, acarinham e respeitam os nossos que-

ridos “Avós”.

É de realçar a forma com que a Obra Diocesana, encara a importância das

crianças na prevenção do isolamento dos idosos.

Como refere um dos nossos Assistentes:

“A ideia de colocar duas gerações, lado a lado, a partilhar saberes e afectos

existe porque acreditamos no valor dos “avós” e na sua disponibilidade quase in-

condicional; acreditamos que quem viveu uma vida tem muito para dar a quem nela

começa a dar os primeiros passos.

Além de recuperar memórias e tradições antigas, o convívio através da pas-

sagem de testemunhos de saber dos mais velhos para os mais novos, combate os

estereótipos negativos associados à velhice, como a ideia de que os idosos já não

servem para nada. As crianças também têm muito para ensinar aos mais velhos,

actualizando-os e enriquecendo-os ainda mais.

Ao realizar actividades conjuntas entre idosos e crianças consideram-se

todos os momentos “ricos” e “cheios” de vida. Consegue-se quebrar isolamentos

e, nestas trocas entre crianças e idosos, todos saem a ganhar. Trocam-se saberes,

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Obra Diocesana de Promoção Social26

constroem-se afectos e aprende-se o respeito mútuo.

Quem sabe se um dia as crianças não irão lembrar estes momentos e

estes “avós” com carinho.

Se não estaremos nós a contribuir para que de futuro sejam “cidadãos”

conscientes, sensíveis e respeitadores, lembrando e honrando os idosos para que

ocupem um lugar importante na nossa sociedade”.

Os idosos da Obra Diocesana proporcionam às nossas crianças momen-

tos maravilhosos, que os transportam para outros tempos, em histórias sem fim

e vidas quase mágicas, em tradições que não deixam perder, em valores que

transmitem e em conselhos que a sua grande experiência e sabedoria fazem valer

como nenhuns.

Por sua vez, as crianças, com toda a sua alegria e inocência, enchem os

corações destes “avós”, fazendo-os encontrar assim, novos objectivos de vida:

quantas vezes testemunhamos um redobrado brilho nos olhos, um rasgado sorri-

so, ou uma lágrima furtiva…

Ainda uns destes dias num passeio pela nossa comunidade, que as crian-

ças tanto apreciam por partilharem os seus sorrisos, os seus cânticos e a sua

alegria, encontramos uma senhora idosa que, para poder passar um pouco do

seu tempo na companhia de alguém, se sentou na mesa de um café, preparando-

se para pedir alguma coisa que, de todo, não queria, mas que assim lhe desse o

direito a essa companhia tão necessária; a dona do café, já muito nossa amiga - e

não há dúvida que o povo português é apesar de tudo um povo fortemente soli-

dário – convidou a senhora a sempre que quisesse se vir sentar no café, sem que

para tal tivesse que fazer qualquer despesa.

É este o espírito da Obra Diocesana que se recusa a conhecer e a aceitar

a palavra “solidão”.

Como refere sabiamente o Talmude – o Livro da compilação e tradições

judaicas – “ para o ignorante, a velhice é o inverno da vida. Para o sábio, é

a época da colheita”.

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27Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Centro Social de Pinheiro Torres em tournéeCentro Social de Pinheiro Torres

O Centro Social de Pinheiro

Torres escolheu para a sua “Viagem

ao Mundo dos Contos de Fadas”

um conto de origem Inglesa intitula-

do “João e o Pé de Feijão”. A história

conta que um menino chamado João

vai ao mercado a mando da mãe com

o objectivo de vender uma vaca. Com

base neste enredo os nossos idosos

decidiram reescrever uma versão mui-

to própria e actualizada, onde não falta

o prémio da Lotaria e um tributo á ilha

da Madeira dando assim largas á sua

imaginação e alegria.

Criaram-se alguns adereços,

dos quais sobressai a nossa, já famo-

sa, vaca “Mimosa”. E assim demos

inicio á nossa tournée no dia 29 de

Março no Centro Social do Regado.

Fomos recebidos com grande entu-

siasmo e o desempenho dos nossos

artistas foi do total agrado por parte

de todos os presentes. No final fo-

mos presenteados com um fado por

uma colaboradora e um utente deste

Centro.

Prosseguimos, para o Centro

Social de S. Tomé com o mesmo en-

tusiasmo que revigorou os nossos ido-

sos a partilharem mais uma vez, com

os demais, a sua boa disposição que

culminou com alegres cantorias e um

lanche convívio.

Na despedida dos centros

visitados, oferecemos uma pequena

lembrança que simbolizava o “João e o

pé de feijão”, o nosso protagonista. O

nosso grupo regressou a casa com o

sentimento de missão cumprida, e ao

romper com a rotina do dia-a-dia dos

nossos Idosos, partilhamos um sorri-

so, uma gargalhada, um abraço.

Estamos já a organizar a próxi-

ma actuação que será no Centro So-

cial de S.João de Deus e Centro Social

Cerco do Porto. Aqui fica um pequeno

aperitivo do que podem ver e ouvir na

nossa actuação.

Cá estamos nós outra vez,

Para uma historia vos oferecer.

Seja uma, duas, ou três,

Tivemos muito gosto em a escrever.

Aqui estamos neste salão,

Com muita felicidade.

Todos juntos em união,

Neste convívio da Terceira Idade.

Um teatro viemos mostrar,

Com amizade e carinho.

Neste centro vamos contar,

A história do Joãozinho.

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Obra Diocesana de Promoção Social28

dialogar . partilhar . servirdialogar . partilhar . servir

Frei Bernardo Domingues

A estrutura fundamental da

pessoa sadia é a relação de ser co-

municado e com a vocação de par-

tilha dialogal, que supõe disponibi-

lidade inteligente e permanente para

acolher, escutar, entender e aceitar

as diferenças complementares de

que surgirá a educada solidariedade

recíproca. Efectivamente a pessoa é

animal racional, livre, social, ético e

estético que, quanto mais realizada e

adulta for, melhor se abre à consciên-

cia apurada do que é e do que precisa

para realizar em comunidade a vida

com sentido e responsabilidade.

Efectivamente todos somos

idênticos na dignidade estruturante

da nossa natureza comum e todos

somos diferentes pela complexidade

dos elementos somáticos, psíquicos e

circunstâncias, culturais e geográficos

que se combinam na nossa identidade

pessoal evolutiva.

A primeira condição para auto-

actualizar a nossa identidade e estru-

turar uma auto-imagem realista, sadia

e participativa é a informação ajus-

tada às próprias capacidades actuais

para aprender a ser, a saber e a fazer.

Para que tal aconteça, de

modo pertinente, há que:

- Apurar a capacidade recí-

proca, somática e psíquica, ultrapas-

sando a indiferença, os preconceitos,

os medos e a resistência desconfiada

às aconselháveis mudanças.

- Descobrir e aperfeiçoar a

vocação social e solidária da vida

pessoal que é ser com, por e para os

outros, com quem estrutura as comu-

nidades familiar e política (cf. GS 32)

de forma complementar.

- Ponderadamente deve aco-

lher com lealdade e avaliar com

verdade o sentido de informação re-

cebida, os valores ou ideologia subja-

cente e o respectivo significado para

as pessoas e as comunidades em que

estamos integrados.

- Seleccionar com rigor e a

possível objectividade, o que é cer-

to, o que é opinável e aquilo que não

tem apoio em argumentos sólidos. A

informação é um meio essencial para

podermos ser e partilhar o que vamos

sendo, face a uma sadia utopia que

nos motiva para viver e trabalhar

A pessoa normal deve apren-

der a ver, entender, discernir, pon-

derar e decidir para se tornar cada

vez mais esclarecida, consciente e

adulta, intelectual, ética, afectiva e

socialmente e numa determinada cir-

cunstância.

A partir da informação apu-

rada e criticamente seleccionada,

a pessoa deve tornar-se competente,

ponderada, participativa, solidária,

a começar pelo diálogo franco em que

cada interveniente descobre e assume

o respectivo papel, função e estatuto

com realismo, correndo os riscos me-

didos e ajustados a cada situação:

* - A participação pessoal e

colectiva, esclarecida e arriscada,

deve partir de duas vertentes a bem

conjugar: as próprias capacidades

actualizadas e as necessidades dos

outros, que legitimamente solicitam a

nossa comparticipação solidária.

* - No assumir de tarefas há

que evitar os extremos perigosos: a

fuga egoísta às responsabilidades

ou a inconsciência de aceitar tarefas

para as quais não se está suficiente-

mente preparado e que seria perigo-

so para o bem comum, que pode ser

Dialogar e Partilhar para Servir

dialogar . partilhar . servir

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dialogar . partilhar . servirdialogar . partilhar . servir

comprometido.

* - Nas comunidades natu-

rais ou nos grupos de livre escolha,

haveria eu desenvolver a dinâmica

do realismo: todos deveriam ter, de-

mocraticamente voz, vez e idênticas

oportunidades na participação e na

responsabilidade ajustadas às ca-

pacidades de cada participante.

* - Assim sendo ninguém de-

veria sentir-se, directa ou indirecta-

mente, excluído; por outro lado, sem

fazer acepção de pessoas, cada um

deveria ser ajudado para enfrentar e

assumir os próprios limites.

* - Para que a participação seja

efectiva e em que todos se sintam re-

conhecidos, estimados, apoiados e

estimulados, há que adaptar as es-

truturas de modo que os meios não

tomem o lugar dos fins, tornando as

pessoas “vítimas de costumes” insen-

satos.

Neste capítulo as pessoas

devem manter uma adequada dis-

tância crítica para julgar pondera-

damente, para rever e modificar, com

clarividência e o que esteja desajusta-

do do fim a atingir e dos meios dispo-

níveis a curto, médio e longo prazo.

Para chegar à fase de agir

bem, a tempo e horas, na promoção

do Bem-Comum, que a todos diz res-

peito, todos devem pois esclarecida,

livre e empenhadamente assumir as

próprias tarefas sem adiamentos ino-

portunos e correndo os riscos medi-

dos e necessários, inerentes à vida a

viver.

Cada um deve empenhar-

se a sério, consciente de que o todo

depende das partes, e que o sucesso

final não dispensa ninguém de se re-

fugiar no egoísmo, medo ou comodi-

dade.

Para que isto aconteça é pre-

ciso que haja esclarecida e alimentada

motivação. Por isso que não “acre-

dita” num projecto pode tornar-se

um sabotador nato pelo que faz, pelo

modo como age e pelo que se esque-

ce de fazer.

Em todas as tarefas haverá

que definir regras, métodos e proces-

sos avaliativos. É essencial que o che-

fe democrático saiba exigir responsa-

bilidades, respeitar os direitos de cada

um, perceber os fracassos eventuais

dialogar . partilhar . servir

e recompensar os que se aplicam com

suplemento de generosidade para além

da justiça.

Tão perigosos são os tolos com

iniciativa como os desconfiados que fo-

gem a assumir, com lealdade, as tarefas

que lhe dizem respeito.

A pedagogia de aprender a ver,

discernir, julgar, agir e avaliar, serve para

todos e para todas as situações corren-

tes: exige atenção para distinguir o es-

sencial, o definitivo e o provisório.

29Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

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Obra Diocesana de Promoção Social30

Exmo. Senhor Rui Cunha, amigo,Cordial saudação de Paz e Bem!Já há um par de anos que aqui nos encon-tramos neste Convento Franciscano. E, creio, que foi a partir daí que comecei a receber o “Espaço Solidário”, o que muito aprecio pela sua beleza e apresentação gráfica, pela rique-za de conteúdos, valorizando a abundante informação de tudo o que vai sendo feito na Obra Diocesana de Promoção Social.Parabéns!Acabo de receber o nº. 21 – Dezembro de 2010.Rico!Verifico, no espaço de “mensagens”, o seu testemunho e o de sua esposa. Felicito-vos.Entendo, das vossas palavras, a riqueza hu-mana e espiritual que vos anima, o sentido de disponibilidade para o servir o próximo.Deus continue a fortalecer-vos e a enrique-cer-vos com abundantes dons, para poder-des dar o melhor na prática do bem.Creia-me com consideração e estima.Agradeço a gentileza e simpatia pelo envio da Revista.E partilhando da nossa pobreza, segue esta migalhinha para ajudar.

Frei José Pinto, OFM

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

Amigos em crescendo!

A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. 499,52 €Albino de Almeida Fernandes,Padre 100,00 €Álvaro de Pinho Ferreira Dias 125,00 €Ana T.C.P. Tavares, Dra. 200,00 €Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 €Anónimo 333,00 €Casa de Saúde da Boavista 700,00 €Delfim Adérito Martins Castro 80,00 €Delmida Mota Farmácia Nacional Unipessoal, Lda. 150,00 €Direcção Geral Inovação e Desen. Curricular 2.255,00 €J.F.F. 25,00 €Jornal Veris 500,00 €Luís Pedro Carvalho Martins 25,00 €M.A.J. 24,00 €

M.C.A.N.M. 25,00 €M.R.S. 10,00 €M.S.A. 1.000,00 €Manuel Martins de Oliveira 77,00 €Maria das Boas Novas 500,00 €Maria Teresa Dias Teixeira de Morais 200,00 €Morgado & Filhos, Lda. 50,00 €Mosteiro da Visitação 50,00 €Palmira Leitão Conceição Santos Pereira 15,00 €Pronefro - Produtos Nefrológicos, S.A. 100,00 €Província Portuguesa - Ordem Franciscana 20,00 €RAR - Sociedadeb de Controle (Holding), S. A. 1.000,00 €Sailingfoz, Lda. 10,00 €

Descrição Contribuição Descrição Contribuição

Exmo. SenhorHélio LoureiroPresidente da Liga dos Amigos da Obra Diocesana de Promoção SocialVenho pela presente agradecer a carta que me dirigiu e manifestar-lhe por este meio a minha satisfação por, através dela, ter tomado conhe-cimento que em boa hora decidiu abraçar.É inquestionável a valia do trabalho que a Obra Diocesana vem desenvolvendo junto da sociedade portuense e o quanto o trabalho voluntário contribui para o aumento da eficá-cia e da humanidade do serviço prestado.Estou certa que, neste Ano Europeu do Volun-tariado, haverá condições para o estreitamen-to da nossa relação pessoal e institucional.Nesse sentido, venho manifestar-lhe a minha to-tal disponibilidade para futuras colaborações.Com os melhores cumprimentos

Isabel Santos, Dra. Governadora Civil do Porto

Como sócia da Liga dos Amigos da Obra Diocesana Promoção Social envio gosto-samente a minha comparticipação.Respeitosos cumprimentos e saudações para todos.

Maria Teresa Dias Teixeira de Morais - Trofa

Consignação à ODPS 0,5% do seu IRS.Por consideração ao meu Amigo Américo Ribeiro já há muito tinha decidido proceder em conformidade.Um abraço do

Comendador Armindo Rodrigo Vieira Leite

Exmo. SenhorChefe Hélio LoureiroAcusamos a recepção e muito agradece-mos a amável carta de V.Exª., de 10 de Fevereiro de 2011, pela qual solicita a con-signação de 0,5% do Imposto Liquidado na Declaração Individual de Rendimentos de IRS em benefício da Obra Diocesana de Promoção Social, assunto que mereceu a melhor atenção.Cumpre-me assim referir que faremos a di-vulgação do pedido em apreço junto dos colaboradores da Fundação Mário Soares, para que, individualmente, possam tomar uma posição relativamente ao mesmo.Com os melhores cumprimentos

Carlos Barroso - Secretário-Geral da Fundação

Mário Soares

Exmo. SenhorPresidente da Liga dos Amigos da Obra Diocesana de Promoção Social,Meu caro Amigo Chef Hélio LoureiroFoi com enorme apreço que recebi a sua carta a comunicar ter aceite o desafio de presidir à Liga dos Amigos da ODPS.Por força das circunstâncias, quiçá Provi-dência Divina, conheço a Obra Diocesana há mais de vinte anos, dado a minha Mulher ser da Obra uma dedicada colaboradora.Desde sempre admirei esta notável Institui-ção, sempre tão acarinhada pela Diocese e seus Bispos mas, particularmente, desde que o Senhor Américo Ribeiro assumiu a sua Presidência, pois redobrou em energia, na solidariedade, no amor ao próximo, na arte de servir e de bem fazer.Sabendo ser o meu caro amigo, Chef Hélio Loureiro, um acérrimo defensor da trilogia Deus – Pátria – Rei, um brilhante comunica-dor e um tenaz defensor das causas mais nobres, tenho a certeza que, mais uma vez, o Senhor Américo Ribeiro acertou ao colocá-lo perante este grande desafio que, com toda a sua galhardia e o seu espírito solidário, não podia deixar de abraçar.Pela minha parte compete-me passar na prática e de imediato a amigo da Obra Diocesana (desiderato que só por inércia ainda não cumprira), e disponibilizar-me para tudo, o que possa achar estar ao meu alcance para o ajudar a levar a bom por-to este desafio que em boa hora resolveu aceitar.Resta-me endereçar-lhe as maiores felicita-ções e o testemunho do meu muito apreço, e estima pessoal

Miguel de Souza-Cardoso

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Liga dos Amigos da Obra Diocesana | Já se fez Amigo da Liga?Contribua com um Donativo | Pode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Obrigado!31Ano VI . n.º22 . Trimestral . Março 2011

Ao preencher a sua próxima declaração de rendimentos de IRS, relativa ao ano de 2010, indique o número de contribuinte da ODPS – 500 849 404 – no Quadro 9 do Anexo H da sua declaração, conforme quadro abaixo identificado.Com este gesto simples, sem custos ou perda para si, está a ajudar a ODPS a servir melhor os mais necessitados, levando o Estado a retirar 5% do imposto que lhe liquida e a entregá-lo a esta instituição. Sem despesas para si, basta fazer uma cruz!

Consigne a esta instituição 0,5% do seu irs sem qualquer encargo para si!

Colabore com a ODPS!

Dia Mundial do Teatro no Centro Social do CarriçalCentro Social do Carriçal

A Real Biblioteca Pintalgada da

Sala dos 5 anos do Centro Social do

Carriçal, comemorou o Dia Mundial do

Teatro, 28 de Março, com a apresenta-

ção de um Teatro de Fantoches (elabo-

rados pelos Pais, aquando do Dia do

Pai), “A Carochinha e o João Ratão” –

adaptação da História tradicional pela

Escritora Luísa Ducla Soares.

Esta comemoração, aberta a

todos os Centros da Obra Diocesana,

Direcção e Comunidade, contou com

a presença das Salas dos quatro e

cinco anos do Centro Social do Rega-

do, da Sala dos quatro anos do Centro

Social do Cerco e da sua Coordena-

dora, Dra. Lurdes Regedor, com a ter-

ceira idade e ATL do Centro Social de

S. Tomé, com todas as salas do Cen-

tro Social do Carriçal e com a Dra. Fi-

lomena Semana, Directora Técnica da

Obra Diocesana de Promoção Social,

e com muitos Pais e Familiares.

Foi uma tarde muito bem pas-

sada, cheia de animação e alegria,

onde o verdadeiro espírito de partilha,

de dedicação e amor voltou, mais uma

vez, a imperar no nosso Bairro.

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Obra Diocesana de Promoção Social32